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E não a Nação está farta desses abusos como está disposta a não mais permitir que se re- pitam c a fazer justiça por suas próprias mãos se, porventura, faltar autoridade ao Poder Público pa- ra reprimi-los, punindo os desordeiros contumazes. Essa autoridade, felizmente, o Ministro da Guerra soube fazer valer, agora, com a implacabi- lidade e a energia que no caso se faziam mister. E no caso se faziam mister, porque não estávamos, como à primeira vista poderia parecer, diante de um simples e eventual movimento de impaciência provocado pela demora do Senado em votar o pro- jcto de aumento de vencimentos do funcionalismo, mas diante de um verdadeiro e claramente confi- gurado e definido movimento subversivo visando à derrubada do Governo e à implantação de uma di- tadura de direita. Não é de hoje que nos bastidores políticos se vem falando no "impeachment" do sr. João Gou- lart como "solução" para a "crise política", di- zendo-se mesmo que se espera apenas que se com- plete, em 31 de julho corrente, a primeira metade do período presidencial, para que a maioria reocio- nária do Congresso tome esso iniciativa e, de acór- do com o dispositivo constitucional que regula c matéria, eleja um substituto de S. Exa. à imagem e semelhança do Fundo Monetário Internacional. Esse é o "grande acontecimento" anunciado por Ademar para os idos de agosto próximo, e também por Lacerda em artigo publicado nas seções livres da maioria dos jornais cariocas, e do qual desta- camos o seguinte trecho, que elucido bastante os sucessos de que foi palco, na semana passada, o Clube Militar: mês de julho (o grifo é do governador Mata-Mendigo) será decisivo. Pois, a partir de agosto (o grifo é também do governador dp BJD), o Governo Federal terá que respeitar, ainda que não queira, a Constituição e as Leis. A partir de agos- to, qualquer crise institucional terá solução prevls- ta na própria Constituição (o grifo, aqora, é nosso). Se o Presidente da República ameaçar as institui- ções, elas terão o nartir de caôsto (o grifo ainda é nosso) como se defender leqalmente". Não está clara como áqua? E tudo se explica facilmente. Os "gorilas" não têm base popular. Provaram-no os resultados do pleito de outubro do ano passado c do plebis- cito de janeiro deste ano. Não têm base militar. Provaram-no os fiascos de Jaeareaeonoo e Araqar- ças, os malogros do "crime continuado" do almi- rante Pena Botto e a surra que Denvs, Moss e Heck levaram em 61, quando tentaram impedir a posse de Jango. O único caminho, oois, nue se lhes o*c- recia era o de utilizarem os "meios legais" de che- gar ao Poder, tirando as castanhos do foqo com a mão baba de um Parlamento dócil ou intimidado. Não seriam eles, agora apnre/itfmente. se os violadores da Constituição. O violador da Cons- tituição serio o sr. João Goulart, e daí a campanha movida a favor da "intocabilidade" de nossa Car- ta Magna, que o atual Presidente da Repúblico es- taria, segundo eles, querendo conspurcar, para "abolir o direito de propriedade", nela consagrado, e a campanha movida simultaneamente contra as "pressões" que as forças poou'ores sindicatos operários, liaos camponesas, UNE etc. estariam exercendo sobre o Congresso, por instigação do pró- prio Presidente. Mas, não tendo as simpatias do povo, que as odeia e não lhes perdoa, nem perdoará jamais, o assassínio de Getúlio, nem tendo o apoio da imen- Sa maioria das Forças Armadas, precisavam os "ao- rilas", para atingir seu objetivo, de um Ministro da Guerra conivente ou fraco e de confundir e mmor, pela calúnia, o infâmia, n intrigo e o falso morili*- mo, a base popular do Governo, Haviam consegui- do o ministro conivente na pessoa do qeneral Kruel, que, por ambição ou coiso que o valha, se deixou envolver por eles, passando-se de armas e bagaqens paro o campo de Cordeirinho e Nelson de Melo. Alertado em tempo, Jango reagiu, demitindo-o, pouco adiantando o Kruel a pomposa cerimônia le- vada a efeito, para "prestiqiá-lo", no Escola Supe- rior de Guerra, com sermão de San Tiago Dantas e aenerais "gorilas" aclamando do né. com suspeito fervor, a negociata da compra da Bond and Share. A substituição de Kruel pelo general Jair foi outro golpe profundo vibrado nos baderneiros. Mili- tar cem por cento, vivendo tão para suas obriga- ções profissionais, sem vinculacões com grupos po- líficos e correntes partidárias, e sendo, ao mesmo tempo, um patriota sincero c não da boca para fora, um democrata de pensamento e sentimento c um defensor intransigente do Legalidade, não ten- do, portanto, por onde ser pegado, nem porque ser objeto de reservas e restrições além de ser um homem de honradez a toda prova o general Jair era paro eles uma pílula difícil de engolir, um osso duro de roer. Urgia, por isso, desmoralizá-lo, quan- to antes, para enfraquecê-lo, tirar-lhe a autoridade e poder manobrá-lo. A pretexto, então, de protes- tar contra a demora do aumento, promoveram o festival de indisciplina de que foi teatro, tendo co- m.j "régisseur" o general Magessi, o glorioso Clube Militar de Benjamim, Deodoro, Floriano e Estillac, dessa forma transmudado pelo "gorilismo" bronco em picadeiro das exibições do Ardovino. Note-se que o novo Ministro mal havia assumido o cargo e que os "gorilas" até hoje nada fizeram senão ba- ralhar a questão do aumento. A Comissão Intermi- nisterial designada para acompanhá-la junto aos podêres competentes, composta de um general, de um almirante e de um brigadeiro, foi miserável- mente sabotada por éies. Magessi chegou ao cúmu- Io de negar-se a ceder-lhe uma sala, no Clube, onde ela pudesse fazer suas reuniões que, por isso, eram realizadas na ABI. Foram mais longe os "gorilas": com a aprovação de Kruel, elaboraram a infeliz Emenda Magessi, destinada especificamente a in- trigar os sargentos com o corpo de oficiais, pe'o tratamento discriminatório, injusto, senão imbecil, dado àqueles num momento em que os esforços dos chefes militares dignos desse nome se concentram na democratização do Exército que, iniciada na gestão do eminente Marechal Teixeira Lott, espe- ramos ver continuada pelo atual Ministro da Guerra. A Emenda Magessi foi um dos fatores do re- fardamento da aprovação do projeto governamen- tal, Com ela se perdeu um temoo precioso. E se não demorou mais em cair, como finalmente caiu, isso se deve à ação eficiente dos sargentos junto ao Poder Executivo e às lideranças politicas do Con- gresso. A prova de que não era o aumento em si que preocupava os "gorilas" foi o caráter sedicioso que imprimiram à assembléia em que ò bando se juntou para tratar do assunto. Convocada para o debate de uma reivindicação puramente econômica, logo degenerou num comício político, no qual o nome do Presidente da República foi coberto dos piores baldões. Os "qorilaç" não estavem >'mna- cientes por casa do aumento. Estavam impacien- tes pc; causa do golpe. No manifesto que lançaram, redigido pelo gc- neral Graça e corrinido pelo Ardovino (que líderes e gramáticos eles têm!), !a está, eom todas as le- tros: "Nosso desejo (desejo dnles, vade retro!) é que o atual Governo cumpra o restante de seu mandato dentro da' Constituição, riós^eüs-fêrmós atuais". Como se vê, os "gorilas" não se limitaram a enviar um ultimatum ac Congresso, fixando-lhe um prazo para a aprovação do projeto de aumento (isso pouco lhes interessava): intimaram-no a pôr de lado qualquer veleidade ds reforma constitucio- nal, pormenor importante paro o qual chamamos a atenção do Ministro da Guerra, responsável pela disciplina das tropas sob seu comando, e também dos senhores congressistas, tão ciosos, os da UDN, sobretudo, de suas prerrogativas, que o todos nósi aliás, cumpre defender, pedra angular que são do regime democrático. Outra prova de que a "impaciência" dos "go- rilas" não passava de mero pretexto para agitação é o fato de serem as baderneiros principais conhe- cidíssimos "boas vidas", mamando ou tendo ma- mado até à fartura nos tetas qordas das patifarias do "jogo do bicho", da suectr- c outras que tão tristemente celebrizaram o atual governo do Estado da Guanabara. Esses "gorilas", pertencentes à cias- se privilegiada dos explor^dirp* do novo, estavam os pobrezinhos! tão desfalcados de pecúnia que, nas vésperas de seu fracassado festival, alu- garam apartamentos, para neles se refugiarem com as famílias, "caso o negócio michasse".. . Quem não desconhece os preços altíssimos dos novos alu- guéis, no Rio de Janeiro, pode fazer uma idéia do que isso custou... ao Ivan Hasslocher, natural- mente. Não tendo conseguido, muito pelo contrário. desmoralizar o Ministro da Guerra tão certos estavam de poder fazê-lo, que trouxeram de Srasí- lia, para o festival, o senador Dinarte Mariz, a fim de que visse com os próprios olhos a "força" que tinham no setor militar e dela desse testemunho aos seus colegas, preparando-os, psicologicamente, paro ioqadas posteriores também não levaram a melhor os "gorilas" na área popular, onde a vi- tima propouciatória escolhida foi o deputado Leo- nel Brizola, por sua posição de liderança no esque- ma da luta pelos reformas e contra a reação e o imperialismo. Brizola, porém, reagiu, no setor ei- vil, com o mesmo ímpeto e o mesmo vigor com que reagiu, no setor militar, o aeneral Jair. Os ratos "associados" l«voram " nior. E foi assim que o "Festival dos Gorilas", enun- ciado como drama de capa e espada, terminou em nantomima. com os "cabeças" presos dentro do Clube Militar sem que esboçassem a menor resis- tência, e a turma dos pascácios, mesmo depois do general Jair haver puxado as orelhas dos "chefes" e os haver recolhido à iaula, ainda animados pela vaga esperança de um levante do CPOR. conforme sequndo o "Correio do Manhã" de sábado, "o alar- mante boato que circulou no recinto do Clube". . . Que o Ministro da Guerra, prestigiado-pela opi- niâo pública e forte do apoio maciço da esmagado- ra maioria dos oficiais e da unanimidade dos sar- jrentns «* rabos, prossiga a obra iniciada em defesa da ordem e da lei! E transforme o agosto das ameaças sinistras de Idemar c Lacerda na aurora de uma era de paz para o povo e de plena garantia para o regime! E, sobretudo, não decepcione seus ca- maradas! Mobilizar as massas contra os gorilas ^^'iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiuuiiiiiiiiiiiiiiiiiitin CHARGE DO FLORIANO -¦¦i&íü I JAIR E OS "GORILAS" Por enquanto, foi o estalo do chicote.:.: .'•.• Q GOVERNO, afinal, re- solveu tomar conheci- mento áa existência do golpe tramado pelos "go- rilas". com dinheiro da IBAD e dos norte-ameri- canos, através do Fundo do Trigo. Em importante pronunciamento feito à Nação, o sr. Darci Ribei- ro, chefe da Casa Civil da Presidência da República, apontou o governador Carlos Lacerda, como entidade financiadora, atribuindo a êste o levan- tamento de recursos da ordem de cinco bilhões de cruzeiros para comprar jonais, rádios e televisões e compor um "Congresso de serviçais, de paus-man- daâos dos donos do di- nheiro". O governo fêz suas portanto, as conclu- soes- a que chegou .«' Comissão Parlamentar' de Inquérito. Esperamos que as autoridades tomem me- âidas enérgicas, providen- ciando o fechamento ime- diato do IBAD e neutrali- zando a ação dos 'gorilas". O povo, no que lhe diz respeito, saberá móbili- zar-se. Sobre o assunto, leiam a reportagem âe Edmar Morei, na última página, e outros artigos nas páginas 5 e 7 deste número. EXTINÇÃO DO CNR: GOLPE NA "SANBRA" Ò Governo Federal vem de extinguir o Conselho Na- cionai do Algodão (CNA), entidade que substituiu a antiga Junta Nacional do Algodão (JUNAL) e criada pela "San- bra" para "promover" seus Interesses. A jogada da criação do CNA foi feita durante a gestão do sr. Armando Monteiro, no Ministério da Agricultura, por um assessor do mesmo, sr. Eudes de Sousa, que é funcio- nário estipendiado da "Sanbra". Foram designados para a nova entidade outros funcionários do truste, como os agro- nomos aposentados, Garibaldi Dantas, Luís Guimarães Jú- nior e Valter Lima. O mais Interessante é que o Ministério da Agricultura, através de um órgão destinado a auxiliar os agricultores o Fundo Agropecuário pagava também ai- tos ordenados a esses "cavodores". A "Sanbra", por sua vez, manobrando à vontade com o CNA em defesa dos inte- rêsses "livre empresa", por ela encarnada no caso, "cer- tamente também remunerava com, no minimo, um alto "pró-labore" a dedicação e o zelo liberal-democrático dos seus funcionários. O SEMANÁRIO que sempre fêz campanha contra a "Sanbra" e a atuação do CNA lesiva ao agricultor nacional, está plenamente favorável à medida adotada pelo Governo. Qualquer brasileiro nacionalista justifica a extinção do ór- gão, pois êste serve a interesses de grupos econômicos con- tra Interesses nacionais. PERDERAM A COMPOSTURA SÉRGIO MAGALHÃES (Presidente da Frente Parlamenta1* _Nacioralista) £ VERDADEIRA causa da miséria em que se en- centra o povo brasileiro, com a subida constante do custo da vida o desemprê- go, o subdesenvolvimento, os deficits e os compromis- sos externos, é a transfe- rencia de riqueza para o ex- terior através da atuação dos monopólios estrangel- ros. Talvez sejamos atualmen- te a nação mais sacrificada do mundo pelo Imperlalif- mo voraz e desumano que leva tudo por caminhos vá- rios: pelo comércio exte- rior, pelas inversões de ca- pitais, pelos empréstimos externos, pelo contrabando, pelo falso faturamento, pe- Ia especulação cambial, pe- los empréstimos de bancos oficiais, pelas ajudas eco- nômicas pelos acordos In- ternaclonais, pelas socleda- des de financiamentos e In- vestimentos, pelas indus- trias estrangeiras Instala- das. com favores excepclo- nais e por todas as moda- lidades de monopólios. Para acabar com toda essa espoliação do povo as medidas estão estudadas e propostas pelas-torças po- pularese progressistas: mo- nopóllo estatal do câmbio, monopólio estatal do co- mércio exterior, monopólio estatal e integral do petró- leo. aplicação da lei que limita as remessas de lucros para o exterior, aplicação da lei que'reprime os abu- sos do poder econômico, na- clonalizacão do comércio de seguros, dos bancos de de- pósitos, dos moinhos de tri- go, dos frigoríficos, das so- cledades de investimentos, da indústria farmacêutica, da Indústria automobllisti- ca, da mineração em geral e do aproveitamento dos re- cursos minerais, da dlstri- buição da eletricidade, e outras providências que de- correm da orientação de evitar o descaminho da poupança nacional. Assim é que teríamos os recursos para efetivar as reformas de base para aca- bar com a Inflação e para acelerar o desenvolvimento econômico. O dilema em que se encontra o atual ml- nlstro da Fazenda depois de examinar a situação eco- nômico-financelra do país. O mesmo dilema que der- rubou os seus antecessores naquela pasta. Convém transcrever a afirmativa do atual minis- tro ao dècldlr-se por uma das pontas do dilema: de se assinalar, outrosslm, que êsse crescimento de preços vem ocorrendo para- lelamente às medidas de contenção dos meios de pa- gamento o que configura situação inequivocamente delicada, porque afeta, si- multãneamente, o custo da vida e o nível de produção". Emitir ou não emitir, eis a questão. Se emitir o custo da vida se eleva, se não emitir baixa a produção e o custo da vida também se eleva. E dai? Por que não se toca na verdadeira causa? Nos monopólios, a começar pelo monopólio da terra? Simplesmente porque a ml- noria beneficiária desse es- tado de coisas não o per- mite e trabalha ativamente para desviar a atenção do povo do que estou dizendo, Isto é, da causa fundamen- tal da subida dos preços. Através do IBAD frauda- ram as eleições e agora íi- nanciam os monopolistas a campanha de Insultos pes- soais contra os naclonalis- ta- na falta de argumentos para justificar a dominação econômica estrangeira. estão mesmo na fase do de- sespêro. Perderam a com- postura. . -"¦: ¦ ..ri^y--: m í l 1 i i i 3 R ...I jj ÜÍ3 i,'ít 3 :if a xn ¦-¦ < ,*.±L->»-* ¦¦!.^i~—-. :íj,.r'jf..- '- -1-' tnY iii iiart"rti i B_J__J-.._^:.^_, ¦ m

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N.° 341 ANO VIM UM JORNAL QUE VALE POR UM LIVRO Diretor: OSWALDO COSTA Rio de Janeiro, 11 a 17 de Julho de 1963

IBAD FINANCIA GOLPE FASCISTA COM DINHEIRO AMERICANO:

A SITUAÇÃO0

GENERAL Jair Dantas Ribeiro desbaratou compulso de ferro a tentativa de baderna dos "go-filas" fardados do IBAD. Merece por isso os

aplausos de. Nação inteira, já cansada das irres-ponsáveis turbulências com êsse bando de masor-queiros profissionais que vem perturbando, de lon-ga data, a paz de que ela necessita para a reali-zação da obra de seu desenvolvimento e seu pro-gresso. E não só a Nação está farta desses abusoscomo está disposta a não mais permitir que se re-pitam c a fazer justiça por suas próprias mãos se,porventura, faltar autoridade ao Poder Público pa-ra reprimi-los, punindo os desordeiros contumazes.

Essa autoridade, felizmente, o Ministro daGuerra soube fazer valer, agora, com a implacabi-lidade e a energia que no caso se faziam mister. Eno caso se faziam mister, porque não estávamos,como à primeira vista poderia parecer, diante deum simples e eventual movimento de impaciênciaprovocado pela demora do Senado em votar o pro-jcto de aumento de vencimentos do funcionalismo,mas diante de um verdadeiro e claramente confi-gurado e definido movimento subversivo visando àderrubada do Governo e à implantação de uma di-tadura de direita.

Não é de hoje que nos bastidores políticos sevem falando no "impeachment" do sr. João Gou-lart como "solução"

para a "crise política", di-

zendo-se mesmo que se espera apenas que se com-plete, em 31 de julho corrente, a primeira metadedo período presidencial, para que a maioria reocio-nária do Congresso tome esso iniciativa e, de acór-do com o dispositivo constitucional que regula cmatéria, eleja um substituto de S. Exa. à imageme semelhança do Fundo Monetário Internacional.Esse é o "grande acontecimento" anunciado porAdemar para os idos de agosto próximo, e tambémpor Lacerda em artigo publicado nas seções livresda maioria dos jornais cariocas, e do qual desta-camos o seguinte trecho, que elucido bastante ossucessos de que foi palco, na semana passada, oClube Militar:

"Õ mês de julho (o grifo é do governadorMata-Mendigo) será decisivo. Pois, a partir deagosto (o grifo é também do governador dp BJD), oGoverno Federal terá que respeitar, ainda que nãoqueira, a Constituição e as Leis. A partir de agos-to, qualquer crise institucional terá solução prevls-ta na própria Constituição (o grifo, aqora, é nosso).Se o Presidente da República ameaçar as institui-ções, elas terão o nartir de caôsto (o grifo ainda énosso) como se defender leqalmente".

Não está clara como áqua?E tudo se explica facilmente. Os "gorilas"

não têm base popular. Provaram-no os resultadosdo pleito de outubro do ano passado c do plebis-cito de janeiro deste ano. Não têm base militar.Provaram-no os fiascos de Jaeareaeonoo e Araqar-ças, os malogros do "crime continuado" do almi-rante Pena Botto e a surra que Denvs, Moss e Hecklevaram em 61, quando tentaram impedir a possede Jango. O único caminho, oois, nue se lhes o*c-recia era o de utilizarem os "meios legais" de che-gar ao Poder, tirando as castanhos do foqo com amão baba de um Parlamento dócil ou intimidado.Não seriam eles, agora apnre/itfmente. já se vê —os violadores da Constituição. O violador da Cons-tituição serio o sr. João Goulart, e daí a campanhamovida a favor da "intocabilidade" de nossa Car-ta Magna, que o atual Presidente da Repúblico es-taria, segundo eles, querendo conspurcar, para"abolir

o direito de propriedade", nela consagrado,e a campanha movida simultaneamente contra as"pressões"

que as forças poou'ores — sindicatosoperários, liaos camponesas, UNE etc. — estariamexercendo sobre o Congresso, por instigação do pró-prio Presidente.

Mas, não tendo as simpatias do povo, que asodeia e não lhes perdoa, nem perdoará jamais, oassassínio de Getúlio, nem tendo o apoio da imen-Sa maioria das Forças Armadas, precisavam os "ao-

rilas", para atingir seu objetivo, de um Ministro daGuerra conivente ou fraco e de confundir e mmor,pela calúnia, o infâmia, n intrigo e o falso morili*-mo, a base popular do Governo, Haviam consegui-do o ministro conivente na pessoa do qeneral Kruel,que, por ambição ou coiso que o valha, se deixouenvolver por eles, passando-se de armas e bagaqensparo o campo de Cordeirinho e Nelson de Melo.Alertado em tempo, Jango reagiu, demitindo-o,pouco adiantando o Kruel a pomposa cerimônia le-vada a efeito, para

"prestiqiá-lo", no Escola Supe-rior de Guerra, com sermão de San Tiago Dantas eaenerais "gorilas" aclamando do né. com suspeitofervor, a negociata da compra da Bond and Share.

A substituição de Kruel pelo general Jair foioutro golpe profundo vibrado nos baderneiros. Mili-tar cem por cento, vivendo tão só para suas obriga-ções profissionais, sem vinculacões com grupos po-líficos e correntes partidárias, e sendo, ao mesmotempo, um patriota sincero c não da boca parafora, um democrata de pensamento e sentimento cum defensor intransigente do Legalidade, não ten-do, portanto, por onde ser pegado, nem porque serobjeto de reservas e restrições — além de ser umhomem de honradez a toda prova — o general Jairera paro eles uma pílula difícil de engolir, um ossoduro de roer. Urgia, por isso, desmoralizá-lo, quan-to antes, para enfraquecê-lo, tirar-lhe a autoridadee poder manobrá-lo. A pretexto, então, de protes-tar contra a demora do aumento, promoveram o

festival de indisciplina de que foi teatro, tendo co-m.j "régisseur" o general Magessi, o glorioso ClubeMilitar de Benjamim, Deodoro, Floriano e Estillac,dessa forma transmudado pelo

"gorilismo" broncoem picadeiro das exibições do Ardovino. Note-seque o novo Ministro mal havia assumido o cargo eque os "gorilas" até hoje nada fizeram senão ba-ralhar a questão do aumento. A Comissão Intermi-nisterial designada para acompanhá-la junto aospodêres competentes, composta de um general, deum almirante e de um brigadeiro, foi miserável-mente sabotada por éies. Magessi chegou ao cúmu-Io de negar-se a ceder-lhe uma sala, no Clube, ondeela pudesse fazer suas reuniões que, por isso, eramrealizadas na ABI. Foram mais longe os "gorilas":

com a aprovação de Kruel, elaboraram a infelizEmenda Magessi, destinada especificamente a in-trigar os sargentos com o corpo de oficiais, pe'otratamento discriminatório, injusto, senão imbecil,dado àqueles num momento em que os esforços doschefes militares dignos desse nome se concentramna democratização do Exército que, iniciada nagestão do eminente Marechal Teixeira Lott, espe-ramos ver continuada pelo atual Ministro da Guerra.

A Emenda Magessi foi um dos fatores do re-fardamento da aprovação do projeto governamen-tal, Com ela se perdeu um temoo precioso. E se nãodemorou mais em cair, como finalmente caiu, issose deve à ação eficiente dos sargentos junto aoPoder Executivo e às lideranças politicas do Con-gresso. A prova de que não era o aumento em sique preocupava os "gorilas" foi o caráter sediciosoque imprimiram à assembléia em que ò bando sejuntou para tratar do assunto. Convocada para odebate de uma reivindicação puramente econômica,logo degenerou num comício político, no qual onome do Presidente da República foi coberto dospiores baldões. Os "qorilaç" não estavem >'mna-cientes por casa do aumento. Estavam impacien-tes pc; causa do golpe.

No manifesto que lançaram, redigido pelo gc-neral Graça e corrinido pelo Ardovino (que líderese gramáticos eles têm!), !a está, eom todas as le-tros: "Nosso desejo (desejo lá dnles, vade retro!) éque o atual Governo cumpra o restante de seumandato dentro da' Constituição, riós^eüs-fêrmósatuais". Como se vê, os "gorilas" não se limitarama enviar um ultimatum ac Congresso, fixando-lheum prazo para a aprovação do projeto de aumento(isso pouco lhes interessava): intimaram-no a pôrde lado qualquer veleidade ds reforma constitucio-nal, pormenor importante paro o qual chamamos aatenção do Ministro da Guerra, responsável peladisciplina das tropas sob seu comando, e tambémdos senhores congressistas, tão ciosos, os da UDN,sobretudo, de suas prerrogativas, que o todos nósialiás, cumpre defender, pedra angular que são doregime democrático.

Outra prova de que a "impaciência" dos "go-

rilas" não passava de mero pretexto para agitaçãoé o fato de serem as baderneiros principais conhe-cidíssimos "boas vidas", mamando ou já tendo ma-mado até à fartura nos tetas qordas das patifariasdo "jogo do bicho", da suectr- c outras que tãotristemente celebrizaram o atual governo do Estadoda Guanabara. Esses "gorilas", pertencentes à cias-se privilegiada dos explor^dirp* do novo, estavam— os pobrezinhos! — tão desfalcados de pecúniaque, nas vésperas de seu fracassado festival, alu-garam apartamentos, para neles se refugiarem comas famílias, "caso o negócio michasse".. . Quemnão desconhece os preços altíssimos dos novos alu-guéis, no Rio de Janeiro, pode fazer uma idéia doque isso custou... ao Ivan Hasslocher, natural-mente.

Não tendo conseguido, muito pelo contrário.desmoralizar o Ministro da Guerra — tão certosestavam de poder fazê-lo, que trouxeram de Srasí-lia, para o festival, o senador Dinarte Mariz, a fimde que visse com os próprios olhos a "força"

quetinham no setor militar e dela desse testemunhoaos seus colegas, preparando-os, psicologicamente,paro ioqadas posteriores — também não levarama melhor os "gorilas" na área popular, onde a vi-tima propouciatória escolhida foi o deputado Leo-nel Brizola, por sua posição de liderança no esque-ma da luta pelos reformas e contra a reação e oimperialismo. Brizola, porém, reagiu, no setor ei-vil, com o mesmo ímpeto e o mesmo vigor com quereagiu, no setor militar, o aeneral Jair. Os ratos"associados" l«voram " nior.

E foi assim que o "Festival dos Gorilas", enun-ciado como drama de capa e espada, terminou emnantomima. com os "cabeças"

presos dentro doClube Militar sem que esboçassem a menor resis-tência, e a turma dos pascácios, mesmo depois dogeneral Jair haver puxado as orelhas dos "chefes"e os haver recolhido à iaula, ainda animados pelavaga esperança de um levante do CPOR. conformesequndo o "Correio do Manhã" de sábado, "o alar-mante boato que circulou no recinto do Clube". . .

Que o Ministro da Guerra, prestigiado-pela opi-niâo pública e forte do apoio maciço da esmagado-ra maioria dos oficiais e da unanimidade dos sar-jrentns «* rabos, prossiga a obra iniciada em defesa

da ordem e da lei! E transforme oagosto das ameaças sinistras deIdemar c Lacerda na aurora deuma era de paz para o povo e deplena garantia para o regime! E,sobretudo, não decepcione seus ca-maradas!

Mobilizar as massascontra os gorilas^^'iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiuuiiiiiiiiiiiiiiiiiitin

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JAIR E OS "GORILAS" — Por enquanto, foi sò o estalo do chicote.:.: .'•.•

Q GOVERNO, afinal, re-solveu tomar conheci-

mento áa existência dogolpe tramado pelos "go-rilas". com dinheiro daIBAD e dos norte-ameri-canos, através do Fundodo Trigo. Em importantepronunciamento feito àNação, o sr. Darci Ribei-ro, chefe da Casa Civil daPresidência da República,apontou o governadorCarlos Lacerda, comoentidade financiadora,atribuindo a êste o levan-tamento de recursos daordem de cinco bilhões decruzeiros para comprarjonais, rádios e televisõese compor um "Congressode serviçais, de paus-man-daâos dos donos do di-nheiro". O governo fêzsuas portanto, as conclu-soes- a que jâ chegou .«'Comissão Parlamentar' deInquérito. Esperamos queas autoridades tomem me-âidas enérgicas, providen-ciando o fechamento ime-diato do IBAD e neutrali-zando a ação dos 'gorilas".O povo, no que lhe dizrespeito, saberá móbili-zar-se. Sobre o assunto,leiam a reportagem âeEdmar Morei, na últimapágina, e outros artigosnas páginas 5 e 7 destenúmero.

EXTINÇÃO DO CNR:GOLPE NA "SANBRA"

Ò Governo Federal vem de extinguir o Conselho Na-cionai do Algodão (CNA), entidade que substituiu a antigaJunta Nacional do Algodão (JUNAL) e criada pela "San-bra" para "promover" seus Interesses.

A jogada da criação do CNA foi feita durante a gestãodo sr. Armando Monteiro, no Ministério da Agricultura, porum assessor do mesmo, sr. Eudes de Sousa, que é funcio-nário estipendiado da "Sanbra". Foram designados para anova entidade outros funcionários do truste, como os agro-nomos aposentados, Garibaldi Dantas, Luís Guimarães Jú-nior e Valter Lima. O mais Interessante é que o Ministérioda Agricultura, através de um órgão destinado a auxiliar osagricultores — o Fundo Agropecuário — pagava também ai-

tos ordenados a esses "cavodores". A "Sanbra", por suavez, manobrando à vontade com o CNA em defesa dos inte-rêsses dá "livre empresa", por ela encarnada no caso, "cer-tamente também remunerava com, no minimo, um alto"pró-labore" a dedicação e o zelo liberal-democrático dosseus funcionários.

O SEMANÁRIO que sempre fêz campanha contra a"Sanbra" e a atuação do CNA lesiva ao agricultor nacional,está plenamente favorável à medida adotada pelo Governo.Qualquer brasileiro nacionalista justifica a extinção do ór-gão, pois êste serve a interesses de grupos econômicos con-tra Interesses nacionais.

PERDERAM A COMPOSTURASÉRGIO MAGALHÃES(Presidente da FrenteParlamenta1*

Nacioralista)

£ VERDADEIRA causa damiséria em que se en-

centra o povo brasileiro,com a subida constante docusto da vida o desemprê-go, o subdesenvolvimento,os deficits e os compromis-sos externos, é a transfe-rencia de riqueza para o ex-terior através da atuaçãodos monopólios estrangel-ros.

Talvez sejamos atualmen-te a nação mais sacrificadado mundo pelo Imperlalif-mo voraz e desumano queleva tudo por caminhos vá-rios: pelo comércio exte-rior, pelas inversões de ca-pitais, pelos empréstimosexternos, pelo contrabando,pelo falso faturamento, pe-Ia especulação cambial, pe-los empréstimos de bancosoficiais, pelas ajudas eco-nômicas pelos acordos In-ternaclonais, pelas socleda-des de financiamentos e In-vestimentos, pelas indus-

trias estrangeiras Instala-das. com favores excepclo-nais e por todas as moda-lidades de monopólios.

Para acabar com todaessa espoliação do povo asmedidas já estão estudadase propostas pelas-torças po-pularese progressistas: mo-nopóllo estatal do câmbio,monopólio estatal do co-mércio exterior, monopólioestatal e integral do petró-leo. aplicação da lei quelimita as remessas de lucrospara o exterior, aplicaçãoda lei que'reprime os abu-sos do poder econômico, na-clonalizacão do comércio deseguros, dos bancos de de-pósitos, dos moinhos de tri-go, dos frigoríficos, das so-cledades de investimentos,da indústria farmacêutica,da Indústria automobllisti-ca, da mineração em gerale do aproveitamento dos re-cursos minerais, da dlstri-buição da eletricidade, eoutras providências que de-

correm da orientação deevitar o descaminho dapoupança nacional.

Assim é que teríamos osrecursos para efetivar asreformas de base para aca-bar com a Inflação e paraacelerar o desenvolvimentoeconômico. O dilema emque se encontra o atual ml-nlstro da Fazenda depoisde examinar a situação eco-nômico-financelra do país.O mesmo dilema que der-rubou os seus antecessoresnaquela pasta.

Convém transcrever aafirmativa do atual minis-tro ao dècldlr-se por umadas pontas do dilema: "Êde se assinalar, outrosslm,que êsse crescimento depreços vem ocorrendo para-lelamente às medidas decontenção dos meios de pa-gamento o que configurasituação inequivocamentedelicada, porque afeta, si-multãneamente, o custo davida e o nível de produção".

Emitir ou não emitir, eisa questão. Se emitir o custoda vida se eleva, se não

emitir baixa a produção e ocusto da vida também seeleva.

E dai? Por que não setoca na verdadeira causa?Nos monopólios, a começarpelo monopólio da terra?Simplesmente porque a ml-noria beneficiária desse es-tado de coisas não o per-mite e trabalha ativamentepara desviar a atenção dopovo do que estou dizendo,Isto é, da causa fundamen-tal da subida dos preços.

Através do IBAD frauda-ram as eleições e agora íi-nanciam os monopolistas acampanha de Insultos pes-soais contra os naclonalis-ta- na falta de argumentospara justificar a dominaçãoeconômica estrangeira. Jáestão mesmo na fase do de-sespêro. Perderam a com-postura.

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Page 2: N.° 341 ANO VIM UM JORNAL QUE VALE POR UM LIVRO Diretor ...memoria.bn.br/pdf/149322/per149322_1963_00341.pdf · E tudo se explica facilmente. Os "gorilas" não têm base popular

PAGINA 2

MINÉRIO DE FERRO

0 truste dn"Honiui"A capacidade de carregamen-

to Ue luiiieno no Pôrtu üo Kiot Janeiro é, atualmente, de150.000 toneladas por mês, sal-vo algum imprevisto. Cont.nuasendo usada a única írotatransportadora para o carrega-mento, construída há 8 mmsatras por um conjunto de fir-uias nacionais e estrangeiras.Com a capacidade de embar-quês limitada a 150.00 toncla-das por mês, as firmas expor-tadoras tentavam fazer umacordo, atribuindo a cada quallima cota, afim de evitar-se aespera de navios e, conseqüen-temente, a evasão de divisas demoeda forte.

Os principais exportadores eparticipantes do acordo eramas seguintes firmas estabeleci-das no Rio de Janeiro:

Miller & Cia. e suas Asso-ciadas como Rohstoff Handal,Alemanha; Masesmann; Minasde Ferro (exporta exclusiva-mente para Tchecoes:ováquia) jItablrito; Buarque & Cia. —Nova Limense (Grupo Hanna);Comlne.

O acordo feito durou sòmen-t s 2 meses, findo o qual o Gru-po Hanna declarou que "vaiexecutar o seu programa prè-viamente fixado Integralmen-te". NSo conhecemos o progra-ma, mas isto deve se referir sò-mente às quantidades a seremexportadas por mês.

Nâo existindo, portanto, maiscotas, os exportadores recome-çaram livremente a fretar na-vios, formando outra vez filasde espera. Uma vez quebradoo acordo pela Hanna, não exis-te mesmo cutra alternativapara os demais exportadores.

Aparentemente, tem a Hannao plano de fretar cada vezmais navios e ir aumentando asua tonelagem exportada, em-bora também ela esteja sujeitaas multas pela demora dos na-vlos, Isso para o grande trusteimporta menos do que comba-ter seus concorrentes.

Os íretamentos, alguns mesesatrás eram feitos com a basede carregamento de 1.000 to-neladas por dia; dando portan-to, inclusive feriados e domin-gos, 10 dias úteis para 10.000toneladas. Mas, agora, com omercado de frete mais forte eracio da carga diária elevadapara 2.000 toneladas, restaramsomente 5 dias para 10.000 to-neladas.

Devido à não existência doacordo, chegam no porto doRio muito mais tonelagem doqu? o porto pode carregar.

Neste mês de julho aindaesistem no porto 9 navios comsaldo de Junho, além de avisosde chegada de mais 8.

N.° 341 - 11 a 17 de Julho de 1963

Temos portanto, desde já, 17navios para serem carregadosem Julho, número êste além dacapacidade do porto. Se cal-«liarmos em média de 16.000toneladas por navio, concluimosque O porto só carrega 10 na-Vios por mês, aproximadamen-te. Cora os navios de agora cea desde já "avisados", fica umBaldo de 7 navios já para agôs-to, ínês Já praticamente lotado.A espera dos primeiros naviosa chegar em julho será, portan-to. de 6 a 8 semanas, no casode que existam 5 navios espe-rondo 1 mês e 5 esperando 2meses para serem despachados.As multas de atraso alcançam450.000/500.000 USS num ano.

O porto exporta 150.000 to-neladas, a US$ 10.00 (dez dó-'ares) por tonelada, dando umfaturamento dé USS 1.500.000,00.Facilmente se vê que a ren-da liquida, descontadas as mui-tas, é bem menor. Gasta-setalvez de 10/20% da renda li-quida em despesas facilmentecvitávels.

Com a salda do Grupo Han-na do sistema voluntário dascotas de exportação pode-setirar a conclusão que o GrupoHanna deseja o monopólio deexportação de minério no pôr-to do Rio, fretando cadr vezirmis navios; e mesmo gastandodurante alguns meses volumo-sas' importâncias, elimina asfirmas menores que nao estãoem condições de pagar as mui-

. tas da demora.Isso além de criar diflculda-

des junto aos armadores quecertamente regatearão o freta-mento de navios para carregarminério no porto do Rio, devi-do à longa demora dessa ope-ração. Mesmo recebendo asmultas, os armadores têm pre-Juízo, com a parada por longotempo nos portos.

O Grupo Hanna carregou atéhoje em 1963 os seguintes na-vios:

Janero — 4 navios — 44.000toneladas.

Fevereiro — 2 navios — 32.000toneladas.

Março — 3 navios - 55.000 'tceladas.

Abril - 3 navios - 47.000*toneladas.

Maio - 1 navio - 16.000 to-neladas.

Junho - 2 navios - 35.000toneladas.

Jnlho — até agora avisado, aserem, carregados, 3 navios com53.000 toneladas.

Cumpre-nos ainda mencionarque, durante o principio desteano, o porto sofreu inúmerasparalisações por greve e outrosmotivos de ordem técnica, nãoalcançando assim a capacidadeprevista de 150.000 toneladas.• Não resta menor dúvida quea Hanna dever ser obrigada adeclarar de público quais sáoos seus planos para o futuro,e porque não está lncllnida aparticipar de um acordo volun-'irlo

de cotas. É indispensávelmpedir que o truste america-

no monte os seus dlspositi-osde pressão e eliminação dosconcorrentes, agora que nosvoltamos para uma politicaracional de exportações crês-centes.

CM outubro de 1962, o mundo ca-"¦ teve a pique de conhecer umacatástrofe sem precedente na his-tórla. Foi quando os Estados Unidosassumiram o risco de provocar umaguerra termonuclear para poderaniquilar a Revolução Cubana, ogoverno soviético compieendeu aperigosa jogada dos Imperialistas e,num lance de extrema habilidade,conseguiu obter dois trunfos: evl-tar um conflito de conseqüênciasImprevisíveis e salvar as conquistasdo povo cubano Desnorteados osnorte-americanos verificaram, pela1.» vez, que não estavam mais emcondições de traçar o curso dosacontecimentos. A coexistência pa-cifica ganhou, então, uma batalhadecisiva, transformando-se em po-htica de vitória.

Por que é possível a coexistênciaentre Estados com sistemas sociaisdiferentes? Em primeiro lugar, ocampo socialista alcançou tal graude desenvolvimento, e se converteuem tamanha força propulsora doprogresso que as potências impe-rialls^as estão deslizando inexorà-velmente para a posição de reta-guarda, perdendo aos poucos o es-senclal de suas forças. Em 1917, aUnião Soviética, que naquela épocaera o único pais socialista na faceda terra, produzia 3 por cento ape-nas de tôda a produção industrialdo mundo. Em 1981, todos os pai-ses socialistas juntos já consegui-ram produzir 37 por cento de tôdaa produção mundial. De 1937 a1902, isto é, em 25 anos, o camposocialista aumentou sua produçãode 7,5 vezes, ao passo que as na-ções capitalistas incrementaramsua produção de 2,5 vezes apenas.Dentro dos próximos 15 anos, odesnível econômico entre os doissistemas acentuar-se-á ainda mais,com desvantagens indiscutíveispara o Imperialismo. Estes são fa-tos concretos. A segunda razão peiaqual a coexistência pacífica é pos-sível diz respeito ao poderio docampo socialista. Atualmente, aUnião Soviética possui armas têr-monucleares em quantidade sufi-ciente para esmagar aualoueragressor, inclusive os Estados Uni-dos. que se vêem assim na impôs-sibllldadé de iniciar guerras deconquistas em larga escala, sem as-sumir o risco de desencadear umaguerra mundial. Falando no VICongresso do Partido SocialistaUnificado da Alemanha que se rea-llzou em Berlim, em janeiro de1983, tfkHfl Krnrhpv lembrou quesó os Estados Unidos posruem 40mil bombas atômicas e nue. nestascondições, cerca de 800 milhões depessoas pereceriam nos primeiros

PANORAMA INTERNACIONAL

A ÚNICAESCOLHA

minutos de um conflito armado en-tre as duas maiores potências nu-cleares do planeta. Acrescentou,então, o Presidente do Conselho daURSS: "Não é recomendável estarcom pressa para entrar no outromundo; ninguém voltou de lá atéhoje e ninguém disse que se viviamelhor do que aqui. Não queremoso reino do céu; queremos o da ter-ra, o reino do trabalho" Flnalmen-te, a coexistência pacifica é possi-vel, porque a luta entre os dois sls-temas, que tem sido um processode acumulação quantitativa, che-gou a um ponto de ebulição quedeu nascimento a novas quallda-des. Lembrou multo bem Paulo deCastro em seu trabalho recente-mente publicado pela Editora Fei-man-Rêgo, de São Paulo: "A coe-xistêncla pacífica é a expressão daluta de classes da era atômica" Emoutros termos, a coexistência nãoconsiste em ganhar tempo sôbre oadversário e sim em assegurar me.lhores condições para a libertaçãototal dos povos e o conseqüente de.isapareclmento do capitalismo.

A coexistência pacífica, entretan-to, não é possível apenas; ela é,antes de mais nada, necessária!Com as armas atualmente existên-tes no mundo uma guerra termo-nuclear significaria a morte decentenas de milhões de mdivíduos,o aniquilamento de alguns dosmaiores centros da civilização, oalijamento, enfim, de tôda a Hu-manidade. O socialismo, que é es-sencialmente humanista, não podeaceitar semelhante alternativa. Agrande Vitória daqueles que trans-formaram o princípio da coexlstên-cia pacífica em lei científica dahistória foi justamente a de ter ti-rado das mãos dos imperialistassua mais poderosa arma de chan-tagem sôbre os povos. Quando aUnião Soviética retirou seus fogue-tes do território cubano, criandoassim uma espécie de vácuo ondeos Estados Unidos iriam.-nerder pé,ela conseguiu, de um çoloe, afns-tar o mundo de uma situacão-ll-mite e, ao mesmo t?mno. dar Ini-cio a um nrocesso novo de luta declasses. Pois, a coexistência pací-

fica não é o "statu quo", vale dl-zer, a divisão do mundo em esfe-ras de Influência. Se assim fosse,ela seria anti-revolucionária o aten-derla apenas aos Interesses doImperialismo. Disse multo bemEdward Kardelj, vice-presidente daIugoslávia: "Não podemos confun-dlr os princípios da coexistêncianas relações internacionais com odesenvolvimento interno dos diver-sos países, as mudanças sociais, odesenvolvimento da sociedade e asrelações entre classes". Foi o querepetiu Gus Hall teórico marxistanorte-americano quando escreveu:"A coexistência pacifica não seaplica às relações internacionaisentre classes e grupos nem à lutaIdeológica entre eles'".

É êste o essencial do problema)Alguns entendem que a coexlstên-cia pacífica significará, em prazomais ou menos longo, a estagnaçãodos movimentos de libertação na-cional, especialmente nos paísessubdesenvolvidos. "Naturalmente —diz Paulo de Castro em seu estudo— para o imperialismo a coexlstên-cia exclui as lutas de libertaçãonacional, assim como as lutas declasse" Justo! Mas, se o Imperla-lismo não mudou em sua essência,êle não está mais em condições doagir como quer Graças à existên-cia de um poderoso camoo socla-lista e às leis inexoráveis da His-tória, as forças do grande capitalestão se enfraquecendo, seja pelasdivisões internas, seja pelas con-tradições interimperialistas, sejapelas lutas de libertação do ho-mem. Exemplos não faltam parajustificar esta tese. Cada dia quepassa, o campo de influência doimperialismo diminui gradativa-mente. Neiror êste fato é negar aspróprias leis da História. Como po-de, então, a coexistência pacificafavorecer as lutas dos povos dasregiões subdesenvolvidas da Ásia,África e América Latina contra asEstados Unidos e seus aliados? Emobrigando as potêncHs imperialis-tas a aceitar a coexistência — dl-zemos "aceitar" onrque por suanatureza o imperialismo é agressi-vo — a União Soviética e as de-

mais nações do campo socialista asImpedem forçosamente de intervirnos assuntos internos do outrospaíses e criam assim condiçõesmais favoráveis aos movimentos delibertação nacional. Afirmar quesomente a guerra pode liquidar oimperialismo significa que náo seconfia na força criadora do cârh-po socialista nem na capacidadedinâmica dos povos ainda domina-dos pelo grande capital e o lati-fúndio. Em outros termos, negar adecisiva influência da coexistênciasôbre a solução da contradição im-periallsmo-sociallsrao e de todas ascontradições secundárias vem a seruma atitude estática e_negatlva. Ateoria da combustão interna foicerta e forneceu os elementos es-.senclais ao desenvolvimento do mo-tor a gasolina, mas ela não foi su-íiclente para dar nascimento aosreatores a jato.

Em síntese, a coexistência nâo éum dogma rígido nem pode seraplicada ao campo ideológico por-que — se a guerra mundial não éInevitável — as relações interna-cionais estão condicionadas pelaexistência da contradição imperla-Usmo-sociallsmo. E, enquanto hou-Ver o sistema capitalista em algu-ma região do globo terrestre sem-pre haverá a possibilidade de umconflito armado Mas, a forca pro-pulsora do camno socialista é detal ordem agora que a libertaçãocompleta da humanidade ainda sobo domínio do ernride capital po-dera se fazer, sem que se recorraao emprego das armas termonu-cleares, as quais, se usadas, consti-tuiriam tamanha catástrofe paraos povos que ninguém, e ainda me-nos os revolucionários socialistas,tem o direito de exigir êsse saerl-fíc'o sobrèt-ndo nuandn se tem aconvicção de que o imperialismoestá caminhando inexoravelmentepara o desenlace final. Cabe aospovos das regiões subdesenvolvidas,notadamente, fornecer sua contri-buleão. lutando sem descanso con-tra o imperialismo e o latifúndio.Cuba venceu a batalha o hoje. gra-cas à coexistência pacifica, está fa-zendo sua própria experiência, vi-torlosa como r>. dos outras paísesmie se libertaram oarn, semore dasforças exploradoras do homem.

O SEMANARTO

• l'• Irr•»¦ if¦ <m¦ i>ii111111111''

RAS I LI ANJOSÉ FREJAT I

| 1 todo Ministro da Fazenda pede ao povo que 1aceite unia "temporada" de sacrifícios para §

|l "salvar" o país do caos. Fala em austeridade, con- 1

| tenção de despesas, redução dos pastos e outras fra- 1| ses feitas. A verdade é que o povo está cansado de 1| tanta espera inútil. E decepcionado. Os tais sacri- || fícios jamais alcançam o bolso dos ricos, a mesa 1§ farta e as múltiplas camas dos banqueiros, dos do- 1

I nos do Brasil. A grande massa assalariada, a classe 1

I média, os profissionais liberais é que sofrem o peso |g das medidas de "austeridade", da contenção, etc. I

| Não podia ser diferente. O Ministro da Fazenda só 1|

o é porque as clasees privilegiadas o aceitaram 1| como tal, certas de que seus privilégios serão pre- I| servados. Dane-se o povo! 153

Edouard BallbyERR1TUM — No último "Pano-

rama Internacional", incluímos en-tre r candHato' à Presidenta daRepública Argelina o nome áoOmnrtl Juan Lartf$ Onoanm nsleitores terão, certamente, corrigi-áo o erro involuntário áo autor

POVO FICARIA DE TANGA PARA ENGORDAR TUBARÕES DAQUI E DOS EUA

Dinheiiro que o governo quer dar a "Bond and Share"

poderia assegurar casas a 800 mil favelados do RioCom o dinheiro que o Governo

daria de mão beijada à "Bond andShare", os Cr$ 116,6 bilhões da con-ta de chegar do grupo San Tiago-Amauri Kruel-Antônio Balbino-Roberto Campos, o Brasil poderiaconstruir escolas suficientes paratodas as crianças em idade escolar,acabando com o vergonhoso déficitde 50% atualmente existente, oupara construir 116 mil casas pré-fabricadas, com luz, água e serviçosanitário, com capacidade paraabrigar 800 mil favelados do Riode Janeiro.

Esses números impressionantesconstam do trabalho que a Frentede Mobilização Popular elaborousôbre a rulnosa transação — já de-finida como um crime de lesa-pá-tria, o maior escândalo da Repú-blica — com o objetivo de demons-trar como os advogados do trusteescamoteiam a verdade, na tenta-tiva de ocultar os dados fundamen-tais da questão, a saber:1 quase todas as subsidiárias da' "Bond and Share" envolvidasna operação devem reverter gra-tuitamente ao poder público, porestarem com seus contratos de con-cessão vencidos;O as próprias empresas da "Bond*• and Share" calcularam seus in-vestimentos totais em Cr$ 25 bl-lhões, cifra que o Conselho Nacio-nal de Economia elevou a Cr$ 48bilhões e a Eletrobrás a Cr$ 57 bi-lhões, fazendo a correção monetá-ria, ou menos da metade do mon-tante encontrado por San TiagoDantas & Cia.;

o pagamento dessa fortuna à•J "Bond and Share" elevaria ocuto do kilowatt em Cr$ 5,85, obri-gando a Eletrobrás a elevar as ta-rifas vigentes em 60%, sacrificandoos consumidores e o desenvolvi-mento do País.

O trabalho da Frente de Mobi-lização Popular foi elaborado quan-do as forças nacionalistas exigiama suspensão das gestões de basti-dores e o tombamento fisleo-con-tábll dos bens dessas empresas, oestudo, entretanto, conserva tôda asua atualidade, por ser o primeirodocumento que focaliza a questãoda compra da "Bond and Share"exclusivamente do ponto de vistado interesse nacional. É êsse tra-balho que O SEMANÁRIO dá a pú-blico agora, pela primeira vez emtodo o País, substituindo excepcio-nalmente o "Panorama Nacional"

— O QUE É A BOND ANDSHARE E COMO OPERA NOBRASIL"American Foreign PowerM é um"holding" com sede nos Estados

Unidos da América do Norte, co-mandando inúmeras subsidiáriasem vários paises do mundo. NoBrasil, ela opera através do "hol-ding" denominado "Empresas Elé-tricas Brasileiras", que por sua vez,controla onze (11) subsidiárias se-diadas em diversos Estados brasi-Ieiros. Essa companhia possui asseguintes subsidiária*:

Companhia Paulista de Força eLuz;Companhia Força e Luz de

Minas Gerais;Companhia Força e Luz do

Paraná;Companhia Brasileira de Ener-¦ria Elétrica (Niterói);Companhia Elétrica da Bahia;The Pernambuco Tramways

and Power (Recife);Companhia Central Brasileira

dc Força Elétrica (Vitória);The Riograndense Light andPower (Pelotas);

Companhia Força e Luz Nor-deste (Maceió);

Companhia Força e Luz doNordeste (Natal).

Êste conjunto de subsidiárias dis-põe de uma potência instalada coma capacidade de 550 mil quilowatts,representando pouco menos de 10%(dez por cento) do total da capa-cidade instalada de energia elétri-ca em nosso Pais. A sua produçãofoi, em 1962, de 2.695.000.000 de qui-lowatts-hora, o que eqüivale a 10%(dez por cento) da produção nacio-nal. A situação das diversas subst-diárias, no que tange à sua capa-cidade produtiva, pode ser assimesquematlzada:

a subsidiária de Porto Alegre(RS), que só supria um terço (1/3)das necessidades daquela cidade,foi encampada em 1959, pelo Go-vêrno gaúcho;a do Recife, que ultimamentesó distribuía a energia elétrica ge-rada pela usina de Paulo Afonso,de propriedade da Companhia Hi-drelétrica do São Francisco, emprê-sa estatal, já está com r contratoda concessão vencido; — segundoa cláusula 44 do contrato de con-cessão, uma vez concluído o seuprazo dar-se-á reversão gratuitadas instalações ao poder conceden-te, ou seja ao Governo de Pernam-buco;

igualmente a 24.» cláusula docontrato da concessionária da Ba-hla prevê a reversão gratuita dasInstalações;

essas duas (2) últimas subsi-diárias e mais a de Maceió o Na-tal praticamente só distribuem aenergia que lhes é fornecida pelausina de Paulo Afonso;

a subsidiária de Belo Horizon-te recebe energia ria CEMIG, enti-dade estatal do Governo de MinasGerais;

a subsidiária de Vitória foiencampada pelo Governo capixaba;

praticamente, a única snhsl-diária que opera como ama emprè-sa integrada, gerando p distribuir,.do enrrrria. é a Compar.Ma PauUs-ta de Força e Luz, a qual contaprlncinalment»» mm a Importante emoderna Hidrelétrica de Peixoto,no R'o Grande, na divl«n Hes »Ma.dos de São Paulo e de Minas Ge-rais.

As demais possuem qnase queexclusivamente usinas térmicas, emestado adiantado de obsolêncla, re-sumlndo-se as snas a tf vidades em

distribuir a energia que lhes é for-necida por empresas estatais.

2 — AÇÃO ILEGAL DAS SUB-. SIDIÁRIAS NO BRASIL

A subsidiária de Porto Alegrefoi encampada pelo Governo gaú-cho, em 1959. A encampação foiprocedida de tombamento físico-contábil realizado por uma comis-são do Govêrpo federal. De acordocom a legislação brasileira, às con-cessionárias dos serviços de energiaelétrica é assegurado o direito àpercepção de um lucro equivalentea 10% (dez por cento) de seus In-vestimentos. Nem mais, nem me-nos. Os lucros auferidos acima onabaixo deste limite são compensa-dos no ano seguinte, através de au-mento ou diminuição das tarifas,conforme o caso. A subsidiária dcPorto Alegre, vinha obtendo e rc-metendo para o exterior lucros queexcediam êsse limite legal. Deacordo com o tombamento, os lu-cros assim remetidos ilegalmenteeram de tal monta que excediamde 180 milhões de cruzeiros o va-lor do investimento realizado pelasubsidiária. A encampação feitapelo Governo do Rio Grande doSul foi realizada através de medidajudicial, recentemente objeto deapreciação pelo Supremo TribunalFederal, que reconheceu a legiti-midade da medida tomada peloGoverno gaúcho,

Uma outra comissão federalconcluiu o tombamento da subsi-diária de Recife, tendo apresenta-do o seu relatório em 8 de junho de1961 ao então Ministro de Minas eEnergia, Dr. João Agripino. Deacordo com os resultados do refe-rido tombamento, aquela subsidia-ria, também, vinha obtendo lucrosilegais que ultrapassaram em cercade 500 milhões de cruzeiros o valordos investimentos por ela realiza-dos.

As subsidiárias de Belo Hon-zonte e de São Paulo estão sendotombadas por comissões federais.Segundo os levantamentos até ago-ra feitos, não serão diferentes osresultados finais: ambas vêm ob-tendo lucros que excedem o limitelegal, de forma que não é exageroafirmar-se que todas estas compa-nhias da American Foreign Powerjá se cobraram do valor dos Invés-timentos feitos em nosso País, atra-vés dos excessos de lucros auferi-dos, nada mais tendo a receber porocasião de sua encampação.O—O PORQUÊ DAS NEGO-" CIAÇÕES PARA COMPRA

DAS SUBSIDIÁRIASOs resultados finai» desses tora-

bamentos üeixaram essas compa-nhias em situação difícil peranteas autorldaões responsável' pelafiscalização dos serviços de ener-gia elétrica do País. Por força dainfluência que exercem nos EstadosUnidos, passaram elas a constituirpontos de atrito nas relações entreo Brasil e aquele país, tanto queêsse assunto foi objeto de conver-•»*,<?es por ocasião áa visita que •

Presidente João Goulart fêz aoPresidente John Kennedy, em Was-hmgton no mês de abril de 1962.A fim de e/itar quc as autoridadesbrasileiras tivessem de encamparesses serviços, mediante a aplicaçãoda legislação brasileira, estabelece-ram-se entendimentos no sentidode transferir essas empresas aoGoverno brasileiro, mediante eom-pra.

De acordo com a legislação bra-sileira, a exploração dos serviçospúblicos de energia elétrica podeser concedida à empresas privadas,mediante contrato. Vencendo-se ocontrato a propriedade da conces-slonária reverte ao patrimônio dopoder concedente. Essa reversãopode ser onerosa oo gratuita, con-forme fôr estabelecido no contra-to. Para possibilitar a reversão gra-tuita, a legislação brasileira auto-riza a cobrança dc .im adicional sô-bre as tarifas, que assegura aoconcessionário a indenização, nocurso da concessão, do valor da pro-priedade. A qualquer tempo, segun-do a lei, o poder concedente poderáretomar os serviços, mediante em-campação e desapropriação do in-vestirnento, Não é necessária qual-quer outra autorização legislativapara isso. Basta a decisão do poderconcedente, que é o único árbitroda oportunidade e conveniência daoperação. Um parêntese — é abso-lutamente desnecessária qualquerlegislação complementar para aefetivação dessa medida. Conse-qüentemente, é inócuo o projeto delei apresentado pela UDN, objett-vando autorizar o Poder Executivoa encampar a Bond and Share.Alem disso, a referida providêncialegislativa representaria um peri-goso precedente, obstaculizando asfuturas desapropriações, que fica-riam todas pendentes de idênticamedida legislativa.

A compra pode ser utilizada co-mo formula de nacionalização, em-bora não prevista em lei. Não sepoderia condenar est3 modalidadede nacionalização, se precedida doslevantamentos necessários a umaexata determinação de valor dacompra, isto é, do competente tom-bamento «sic0 e contábil, realizadonos exatos termos da legislaçãobrasileira, inclusive apuração dosexcessos de lucros.4 — 0 COMUNICADO GOU-

LART-KENNEDYComo resultado das conversa-toes entre os Presidentes Joüo Goirlart e John Kennedy, foi eáúitíftoum comunicado conjunto, nos se-gulntes termos:"O Presidente do Brasil manlfes-tou a intenção de seu Governo demanter os direitos de segurança quepermitirão ao capital privado de-sempenhar o sen papel vital no de-senvorvimrnto da economia brasi-leira. O Presidente do Brasil decla-rou que nos entendimentos com ascompanhias para a transferência

das empresai de utilidade públicapara a propriedade do Brasil será

íConehri na pagina t)

2 O sr. Carlos Lacerda, governador do IBAD, do IIPÊS e da "Aliança

para o Progresso", lançou I| uma "Carta ao Povo", queixando-se de que o Go- 1|

vêrno Federal, os nacionalistas, oe socialistas e os I| comunistas não o deixam trabalhar em favor do povo 1|

carioca. E conclama o povo brasileiro para, a partir 1|

de agosto próximo, provocar a derrubada do atual II Governo, porque, a partir de agosto, o Congresso I|

terá a faculdade de eleger o Presidente da Repú- §|

blica, em caso de vacância do cargo, uma vez que es- 1| taremos na segunda metade do período presidencial i

| (art. 79, § 2.° da Constituição). Os "gorilas" ci- 1|

vis e militares esperavam apenas essa data para ini- ||

ciar a agitação necessária à derrubada do Presi- f§ dente João Goulart. A agitação golpista ocorrida no II

Clube Militar, a pregação antinacional de Carlos La- ||

cerda, a não integração do PSD no apoio ao Govêmo ||

o a interferência externa de autoridades norte-ame- I

| ricanas (Lincoln Gordo, etc), no processo político §

| brasileiro — tudo Í6So são preliminares da agitação 1| golpista destinada a repor o Brasil a reboque de in- 1

| terêsses alienígenas. Preparemo-nos cara o aue der 1

| e vier. |

| 3 Os jornais noticiam que numerosos , técnicos |

| norte-americanos vão fazer estudos "científi- i

| cos" no rio Amazonas e em todos os seus afluen- 1

| tes, de onde se conclui que tôda a região amazônica 1

| estará, mais uma vez, à disposição da espionagem f

| do exame dos grupos econômicos dos Estados Uni- 1| cios. Até quando seremos otários? .„,,„.! .. I§ ;..:;. ... .",'..'. 1

! 4 O senador norte-americano Ellender, do Partido |1 Democrata, proferiu conferência na Universi- 1

| dade de Maryland, onde fêz a seguinte declaração: 1|

"os africanos são gente ignara, incapaz de gover- I

| nar-se sem a ajuda de seus benfeitores europeus". |

| Êsse não é só o pensamento do senador,, mas da I

| classe dirigente dos Estados Unidos e dos países co- 1

i lonialistns. Imaginemos o destino glorioso de An- §gola

e Moçambique, com a ajuda de seus "benfei- |

| tores" portugueses. Ou o destino grandioso da Ar- 1| gélia, se ainda estivesse nas mãos "bondosas" dos 1| colonialistas franceses... I

. t ' r

| J Na Conferência Internacional do Trabalho, rea- || lizada há dias em Genebra, o Ministro do Tra- 1| balho da Argélia declarou, dirigindo-se ao delegado 1| de Portugal salazarista: "Lamentamos

que se en- §| contrem aqui países dos quais só a presença cons- §| titui um iiiipnllo aos princípios mesmos da Organi- 1

| zação Internacional «o Trabalho, à carta que ela de- |

| fende, a todos os trabalhadores do mundo e aos ho- 1

| mens para os quais a palavra liberdade e o respeito I

| humano ainda têm sentido". O povo português nun- 1| ca foi tão humilhado, ofendido quanto o é no reirime 1| abominável do ditador Salazar. |

| L Dezessete cidadãos de côr, da cidade de Jackson I

(Mississipi) percorreram todas as igrejas pro- 1| testantes do centro da cidade e não lhes foi permi- 1

| tido entrar, porque tais templos eram destinados à §

| população branca. Os próprios devotos (?) impe- \| diram, religiosamente, a entrada dos cidadãos ne- §| gros. São os fariseus dos templos modernos, que ||

transformaram as igrejas, a religião, também em à| negócio rendoso. A discriminação racial é uma dis- II criminação econômica. |

iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiniiiiiiiini niiiiiiiiiiHiiiHiiiiiininiiiiiiiiiiiiiiiiiiiniiiiiiiiiiiiiiiiiininüüiiiiiiiil

0 SEMANÁRIOPropriedade de O SEMANÁRIO 8. A.Dtretor-Presidente OSWALDO COST i

Dlrator-Superlntendente LEONOR (ommaSIGerente «èrgio aoqüsto Gonçalves

aedíCâo Administração c Publicidade _ Avemda «-rankllnHoosevelt U8 . |g andar . Gnlpo lm _ FopfB ^^Rio de Janeiro - Estado da GuanabaraASSroA-njRAB - Anualt na terrestre - CrJ 1 000.00: via«er*. - Cri 2 CXM.00 . semestral vi, terrestre - Cri 500 00rt» «ére. - Orí i OMflO: Bxterio, _ ^ni. ,0 dòlarwTOBUCIDADI - Preço por *nt*metro de coluna Or$ MN.00

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Page 3: N.° 341 ANO VIM UM JORNAL QUE VALE POR UM LIVRO Diretor ...memoria.bn.br/pdf/149322/per149322_1963_00341.pdf · E tudo se explica facilmente. Os "gorilas" não têm base popular

O SEMANÁRIO N.° 341 - 11 a 17 de Julho de 1963 PAGINA 3

EDITORIAL,— . •

O programa Carvalho Pintoe a perspectiva da unidadei Tnl pnmn nrnmpt-prnne no cf»_ vnn.co om 3Í1 nnr npnfn rm nrlmPi- "rpfnrmn rip híisfi". O r.anital na»i Tal como prometemos na se

mana anterior, vamos criticaraqui, hoje, o esboço do programaapresentado pelo ministro da Fa-zenda ao presidente dá Repúblicae áo Gabinete. E, ao fazê-lo. com omáximo de objetividade que nospermitiu um debate interno com oseconomistas da equipe de O SEMA-NARIO achamos de bom avisoadvertir-, nesta introdução, que nãoestá em causa, para nós, a pessoado sr. Carvalho Pinto, mas exclusl-vãmente o seu programa, tal comoéle se nos apresenta.

o A primeira e principal coisa adizer é que tal programa abre

uma perspectiva de marcha, doBrasil, no sentido da busca de so-luções unitárias para os seus pro-blemas. Isso não quer dizer que a.formulação apresentada seja exaus-tiva e inteiramente satisfatória,mas simplesmente que está lança-da uma base suficiente para o diá-logo social que pode e deve condu-zir a um programa minimo deunião nacional, com o conseqüên-te repúdio das soluções extrema-das; sobretudo as de direita, comopretendeu e pretende o sr. CarlosLacerda com a sua provocativa ma-teria paga nos jornais de domingo.Essa matéria paga se destinava ese. destina justamente a ressusci-tar e explorar o clima de desenten-dimento criado pelo sr. San TiagoDantas, com a sua desastrosa apli-cação do Plano Trienal. "Tardepiaste", poderemos dizer ao gover-nador da Guanabara.

IO Não se trata, aquele, de um

programa revolucionário. Nemisso tínhamos o direito de esperarde um homem como o kt'. CarvalhoPinto. O que êste ora nos propõe éaté mesmo um sistema de medidasrigorosamente conservadoras, sobo ponto de vista doutrinário, medi-das que, como êle acentua, radi-cam em suas atitudes anteriores. Anovidade está em que, ao invés deum conservaijtismo doutrinárioabstrato, alheio aos fatos reais denossa vida econômica o ministro daFazenda considera esses fatos peloque eles valem; parte de uma vi-sáo objetiva de nossa inflação, denossa crise cambial, de nossa pro-blemática corrente. O lastro revo-lucionário do programa está, pois,nos próprios fatos. E isto basta,porque nossa realidade econômicae social é de si tão inovadora, tãorevolucionária, que seria demaisqualquer radicalismo verbal.

A O observador atento dos fatosde nossa vida política não po-

dera deixar de relacionar o progra-ma em causa com a proposta háum mês lançada pelo governadorMiguel Arraes, de um apelo a tô-das as forças representativas doPais, no sentido de que se reúnampara discutir os problemas penden-tes, em busca de soluções unitárias.O atual ministro da Fazenda foiuma das poucas personalidades aresponder afirmativamente à pro-posta, e vemos agora o que issosignifica: apresenta-nos um pro-grama econômico e financeiro quevale como uma espécie de "ordemdo dia" do diálogo que, queiram-noou não os flamantes porta-vozes do"quanto pior melhor", terá, agora,de prosseguir. E a Nação será gra-ta ao presidente. Goulart, se êstesouber e quiser possibilitar e diri-gir êsse diálogo.

Nossa problemática contém quês-toes suscetíveis de serem dirimidaspelo diálogo, e outras que não o são(porque opõem irreconciliàvelmen-te as classes que compõem a socie-dade brasileira). Antes, estávamosenfatizando estas últimas ao passoque agora tendemos (e devemos)começar pelas primeiras. Resolvi-das estas, as outras, as hoje in-conciliáveis, se nos apresentarãodecorrentemente sob outra luz, co-mo problemas a serem resolvidosnoutras circunstâncias e por ho-mens modificados. E modificadospor forca mesmo do que houver-mos feito üPra resolver os proble-mas suscetíveis de diálogo. Sobreessa base a Nação poderá recons-truir sua unidade ameaçada porconflitos sociais e regionais, confli-tos esses que o imperialismo, inlmi-go do nosso desenvolvimento e danossa independência, bem que de-sejaria e deseja acirrar ívlde "Car-ta ao Povo", de Lacerda).

ç Comecemos pelo problema daInflação. Reconhece agora o

Govêmo, pela boca do ministro daFazenda, que a inflação não cedeucom o "problema de contenção". Ocusto de vida na Guanabara ele-

vou-se em 30 por cento no primei-ro semestre, contra 18,3 por centono primeiro semestre do ano pas-sado, segundo a "Conjuntura Eco-nõmica". Mas, se de um lado a in-ilação, longe de esmorecer, lntensl-ficou-se, de outro o programa decontenção criou embaraço para aindústria, encalhando a produção,levando numerosas empresas à in-solvência e criando a ameaça dedesemprego generalizado. Para cor-rlglr êsse estado de coisas, urgeemitir e reajustar os salários e or-denados a começar pelos servidorespúblicos, a fim de restabelecer ademanda. Noutros termos: trata-sede restabelecer a "normalidade in-Ilacionária" destruída pelo "PlanoTrienal". para agir a partir dela.

A No que concerne ao câmbio, oproblema é, também, apresen-

tado sob uma luz verídica. Os ser-vlços de juros e amortizações devi-dos nos próximos anos exigiriam ocomprometimento de uma parcelademasiada da receita cambial (43por cento), no período que se abre.Isto, é claro, dificilmente se poderáfazer, mas já sabemos que as col-sas não são tão graves como pare-cem. Em primeiro lugar, parte des-sas obrigações vencidas e vincendasse financia automaticamente, e oministro propõe medidas destina-das a melhorar o rendimento dês-se refinanciamento automático. Emsegundo lugar, estão lançadas asbases de um efetivo programa deabsorção do "déficit" corrente dobalanço de pagamentos, pela reo-rientação da demanda de impor-tações responsável por êsse "defi-cit"; seja para o mercado interno,seja para novos mercados externos,em troca de um aumento das ex-portações para estes, absorvendo,no último caso, os excedentes atuaisou potenciais, principalmente daagricultura. Como pano de fundotemos a expectativa de uma mora-tória externa, na qual o ministronão fala, mas que nreside, aindaque como mera possibilidade, a to-dos os debates com os credores, sô-bre essa matéria.~] O Governo reconhece, outros-

sim, a necessidade de socorreras indústrias e setores mais aican-çados pela recessão. E para isso oremédio fundamental já está im-plícito na própria política monetá-ria, salarial e cambial. Com efeito,se reajusta o volume do meio cir-culante, à vista da elevação dospreços já observada; se se reajus-tam os salários e ordenados, a coVjmeçar -pelos servidores civis e. nülir.tares; se se reduz o endividamentoexterno, seja pelo aumento das ex-portações, seja pela reorientaçãodas compras para o mercado inter-no, a posição financeira das emprê-sas melhorará, assim como os de-pósltos bancários voltarão a ele-var-se, à custa da absorção dos ex-cedentes atuais ou potenciais deprodução, da indústria e da agri-cultura. 'Nisto consiste a grar.tieajuda a dispensar ao setor priva?-do: ajudá-lo a utilizar seu pró^iopotencial produtivo.

io Os senhores do "Plano Trienal"

acreditavam tão pouco no País,que não somente não se atreverama propor um programa de resgatedos compromissos externos venci-dos ou vincendos no triênio, como,até mesmo para o último ano doperíodo, previram um ponderável"déficit" corrente. Entretanto, co-nheclam tão pouco o País, que, noprimeiro trimestre do primeiro anojá êsse "déficit" corrente desapare-cia, cedendo o passo a um saldo. Êpossível que os trimestres subse-quentes não sejam tão amenos co-mo o primeiro, mas a tendência ge-ral Co sistema é esta. Se o Govêr-no, ao invés de embaraçá-la, a In-centiva — como se prevê no atualprograma — breve haveremos dever espantados êsse fantasma.

O O Governo dá um passo — ti-mido, por enquanto — no sen-

tido da utilização do mercado in-terno de valores pelo Estado. Tra-ta-se de uma tarefa complexa, masé nela que reside a grande reformade base, mais imediatamente neces-sária. Todos e cada um dos proble-mas pendentes repercutirão os efei-tos das medidas que tomarmosnesse sentido. Nada mais conser-vador do que isso, mas, ao mesmotempo, nada mais revolucionário.Tudo será posto em movimento:desde a estrutura agrária ã moeda,ao câmbio, ao comércio exterior,ao nível de emprego, à distribuiçãoda renda. Todas as reformas en-troncam nesta única e definitiva

"reforma de base". O capital na-cional é objetivamente, mais bara-to que o estrangeiro, mas goza deprivilégios que é preciso suprimir.Eis o problema que os nossos "ra-dicais" não costumam ver com su-íiciêncla.

1Q Por enquanto, a inflação de-verá prosseguir: primeiro,

porque há uma máquina infernalembutida no sistema, cuja peça es-sencial é a comercialização de gê-neros agrícolas, a qual produz in-fiação automaticamente, como o fi-gado produz bílis; quer o Governoemita, quer não, como aliás ficouhá pouco demonstrado, mais umavez, como se isso não fosse já su-ficientemente claro; em segundolugar, porque a desvalorização damoeda condiciona o volume dosdespêndios privados, induzindo in-vestlmentos nas empresas e aqui-slções de bens duráveis pelas ca-sas de família, a rigor desnecessá-rias. Segue-se que, somente quan-do houvermos desmontado a má-quina internai geradora de infla-ção, teremos o poder de limitar ataxa de elevação dos preços; e sò-mente quando houvermos criadocondições que nos assegurem que,a uma diminuição do despêndio pri-vado desnecessário corresponderáuma elevação do despêndio neces-sário no próprio setor privado (mas,principalmente, no setor público),será conveniente, para nós, limi-tar a inflação, com vistas à estabi-lização da moeda.

11 O programa esboça medidasem ambos os sentidos, se bem

que de maneira menos explícita eenérgica do que seria de desejar. Ogrande instrumento de ação sobre amáquina infernal geradora de in-fiação é o Banco do Brasil, comabolo na rêds já criada de silos earmazéns e em estreita conexãocom o comércio exterior. Êste pa-receu-nos o aspecto mais débil doprograma. Quanto às medidas comvistas à estruturação do mercado dcvalores, são também muito reticen-tes, mas é um grande progresso queelas tenham sido formuladas emtermos gerais. Isto reflete, prova-velmente, a desorientação em queestá a opinião pública, agitada emtorno de questões imaturas parasolução, enquanto persiste um si-lêncio cúmplice em torno das queestão maduras. Aqui se apresen-tam, pois, matérias para as quaisos partidos e personalidades popu-lares estão no dever de exigir ex-plicitação aq_ Governo^ ,É_cIo .custa,da vitíà, em primeiro (lugar, que íetrata;' r v«-#isyrifoysm» » *.*^

j2 Entrementes, já que a infla-ção terá que continuar, urge

.jue nos preparemos para viver comela. Sua função vem mudando, àmedida que a economia se desen-volve: de instrumento eficaz parasuprir recursos ao Estado, nas con-dições criadas pela grande depres-são mundial, passou a ser instru-mento eficaz de promoção de invés-tlmentos pelo barateamento dosbens de equipamento importados,nas condições do congelamento dataxa de câmbio. A primeira fun-çáo perdeu sua primitiva relevân-cia e pode ser substituída por me-didas fiscais relativamente simples,ou pelo apelo ao mercado de valo-res; quanto à segunda, perdeu suaeficácia, à medida que o própriocâmbio passou a refletir a inflaçãointerna. Urge encerrar êsse capí-tulo de nossa história econômica,neutralizando definitivamente a In-fiação como instrumento de redls-trlbuição da renda.J2 Essa neutralização da Infla-

ção corresponde à etapa lme-diata da luta contra a inflação epelo sistema de mudanças institu-cionais do qual depende a retoma-da do ritmo perdido de desenvolvi-mento. Significa que todo o siste-ma — desde o salário aos juros edo orçamento ao câmbio — deveser ajustado à taxa de inflação.Nas presentes condições, nâo é pelosuprimento de recursos ao Estado,nem pelos seus efeitos sobre o preçorelativo dos produtos e dos fatores,que a inflação desempenha o seupapel. Seu papel promotor do de-senvolvimento é função, neste mo-mento, do movimento do índicegeral dos preços. É promovendo adesvalorização da moeda que a In-fiação sustenta o nível geral dedispêndlo, penalizando toda tenta-tiva de poupança quando feita sobforma monetária e, portanto, indu-zindo "Investimentos" sem outrafunção, do ponto de vista do seuautor, senão a preservação de suasdisponibilidades contra o desgastetrazido pela Inflação.

, Lacerdanacional

í:A O combate à inflação — etambém todo o planejamento

econômico — deve começar, por-tanto, pelo planejamento da pró-pria inflação. Foi isso o que os res-ponsáveis pela politica econômicarecém-deposta não quiseram com-preender. Quiseram freiat a pró-pria inflação, sem atentarem parao papel que esta desempenha aindae para o qual não foi oferecida ne-nhuma alternativa. Urge arbitraruma taxa de inflação e ajustar aela todo o sistema de preços: dosprodutos agrícolas e dos produtosindustriais; dos itens do custo davida e dos salários; do câmbio e dospreços dos produtos substituidoresde importações. Em primeiro lugar,é preciso ajustar o orçamento daUnião a essa taxa, para torná-loum instrumento Inteligível e nâo

caos que é.

|C Arbitrar a taxa de inflaçãonão significa fixá-la arbitra-

rlamCnte. Em primeiro lugar, en-quanto o Estado não tiver ação sô-bre os preços efetivos, a taxa de In-fiação deverá ser apenas uma ex-trapolação. Como tentativa, pode-mos fixar, para o período que seabre, a taxa que houver vigoradoem igual período Iranscurso e lutarpor cumprir essa taxa. A estabiliza-ção da taxa de inflação será, em simesma, uma assinalada vitória, enáo devemos aspirar a mais do queIsso. Como partimos de uma taxaascendente, a estabilização teráefeitos correspondentes a uma di-mlnuição da taxa anterior. Envol-verá, portanto, certa tendência aredução do dispêndio privado e,para que o sistema econômico nâose ressinta, será preciso que o Es-tado se habilite a absorver a pou-pança monetária assim liberada,para que êle próprio a aplique, pre-servando assim o nível do dispêndioglobal.

f. Essa aplicação está previstano programa do ministro da

Fazenda: financiar compras à ln-dústria nacional e financiar o au-mento das exportações, o que im-plica em aumento da oferta decambiais ao Governo. Êste, portan-to, carece de preparar-se para isso.

A utilização crescente do mercadode valores' pelo Estado é, portanto,condição essencial para a viabili-dade do programa de absorção dodéficit corrente do balanço de pa-gamentos, como passo para a for-mação de saldos positivos, visandoao resgate dos compromissos ex-tejrjioju. í#$-p M rV7 Para qüe W-movimento real-

dos preços não ultrapasse ataxa arbitrada, ao invés da absurdapretensão ao congelamento de ai-guns preços (enquanto os demaissobem sem controle), deverá o Go-vêrno cuidar apenas daqueles pre-ços que estejam ultrapassando ataxa prevista. Isso não implica nacriação de uma super-COFAP, masno emprego judicioso dos meios deque dispõe o Estado. No bojo doprocesso inflacionário, certos preçossão passivos, ao passo que outrossão ativos. Urge cuidar destes últi-mos, agindo, em cada caso, de acôr-do com as condições reais vigen-tes no mecanismo formador dospreços e usando os instrumentosque tenha ou venha a ter o Esta-do. Trata-se de uma luta prolon-gada, porque sabemos muito poucoacerca dessas coisas, de vez que es-távamos agindo a partir de umavisão importada e equivocada dofenômeno da inflação.

] g Essa neutralização da infla-ção está longe de constituir

novidade. Se observarmos os movi-mentos do sistema econômico, nosúltimos anos, veremos que essa eraa tendência geral; e a inovação quetrouxe o "Plano Trienal" nessa ma-teria foi a absurda pretenção dede barrá-la, de impedir que a In-fiação fôssé neutralizada, lançan-do, em conseqüência, sobre os om-bros das massas trabalhadoras, to-do o peso do processo. Os partidose personalidades representativosdas massas trabalhadoras não com-preenderam o alcance da medida e,ao invés de mobilizá-las pela in-trodução da escola móvel dc sala-rios, que é a medida competente deneutralização nesse terreno, mobill-zaram-nas contra a inflação empcral, pondo-se, portanto, e òblva-mento sem o querer, a reboque doFMI.

|Ç Essas as observações que nosocorrem e que podem caber

num simples editorial de jornal,quanto ao programa econõmico-fi-nanceiro do atual ministro da Fa-zenda.

Igreia, direitode asilo é

íticorvimo^|B WA\mmkmf%mW

£U entrevista publicada no "Diário deNoticias", o eminente cardeal do Rio

de Janeiro, d. Jaime de Barros Câmara,declarou que o Brasil estava se tornan-do no que êle chamava um "valhacouto

de bandidos e salteadores", ou apenas desalteadores. Cito de memória, sem ter otexto à vista, mas sei que houve essasduas expressões; "valhacouto" e "sal-

teadores". Queria S. Eminência, com es-sas palavras, verberar a acolhida, que oBrasil estava dispensando a foragidosestrangeiros, particularmente os tripu-lantes de dois navios mercantes, o "San-

ta Maria", que viera de Portugal e ou-tro, que sairá da Venezuela.

Pelo que se podia deduzir das ex-pressões cardinalícias, o que parecia cer-to à S. Eminência era prender aqui ostripulantes e embarcá-los de volta. Pa-ra Portugal e a Venezuela? S. Eminêncianão esclareceu suficientemente êsse pon-to, mas seria um corolário natural desuas declarações ou uma conseqüênciapossível. Aliás, já fizemos isso, em ou- .tros tempos, que passaram a ser consi-derados ominosos, quando entregamos àpolicia de Hitler alguns alemães, que delá haviam fugido, e que, com a nossa co-operação e solicitude, passaram logo àsmãos dos carrascos- nazistas.

A América Latina, mercê de Deus,sempre fêz questão de adotar outrasnormas. Prefere ser valhacouto de sal-tedores do que auxiliar de carrascos. PorIsso mesmo se firmou aqui, nesta parteao Mundo, o famoso direito de asilo, que

-tanto irrita us-ditadores de~todo o Mun»-1 --do.' Sabemos muito--bem^que ;a rebeldiapolítica não se confunde com o banditis-mo e que mesmo os exageros das revol-tas se tornam desculpáveis ou, pelo me-nos, compreensíveis, quando correspon-dem a excessos de governos atrabiliá-rios ou a regimes políticos privados dasliberdades essenciais.

O direito de asilo, aliás, como todossabem, vem de origens religiosas. Umescritor, que historiou a influência daIgreja na Idade Média, Schürer, citadono "Tratado de Direito Internacional Pú-blico", de Hildebrando Acloli, assinalaraque "havia sido imenso e benéfico, nes-sa época de brutalidade, o alcance dês-se direito de asilo, que as igrejas cristãshaviam herdado dos tempos pagãos. Osque violavam o direito de asilo Incorriamem excomunhão. O asilo protegia a to-dos os perseguidos, qualquer que fosse asua condição, fossem senhores ou escra-vos".

Embora discutido, não raro lmpug-nado em paises de maior estabilidade po-litica, o direito de asilo se apresentoucomo Ideal, num continente sujeito àefervescência das paixões políticas e,não raro, à crueldade ou ferocidade degovernos despóticos. Dai o prestigio dodireito de asilo na América Latina. Mes-mo na Europa, acontecimentos mais re-centes forçaram a sua admissão, comouma louvável manifestação de sentimen-tos humanitários. E se o direito de asi-lo favorece as sedes das Embaixadas, quedizer da extradição de supostos crimino-sos, que pegaram em armas para a de-fesa de ideais ou de liberdades coletivas?

poiBARBOSA LIMA SOBRINHO

Naturalmente que os paises sujeitosa regimes autoritários, não gostam do di-reito de asilo ou das restrições da exrtradição. Querem que êle se limite aosperíodos de revolução ou de guerra cl-vil. Procuram circunscrevê-lo a um con-ceito de crime político ad hoc, especial-mente construído para casos dessa espé-cie. Mas todos esses esforços perdem sig-nificação, ou não merecem respeito,quando se considera que fugir a uma di-tadura é ainda mais razoável do que fu-gir a uma revolução.

E que será, afinal, crime político?Sabemos que as definições objetivas docrime político não chegaram a se impor.Mesmo porque é pacifico que o crime co-mum pode tornar-se crime político, talseja a sua intenção ou os objetivos dosque o praticaram. Haja vista a morte deuma sentinela. é homicídio, no duro, sederiva de causas de natureza pessoal, co-mo na hipótese do sujeito, que mata umrival, para se libertar de um concorren-te. Mas se ocorre no começo de um as-salto a um quartel, ou se vale como pre-paração para uma operação de nature-za militar, é crime político. O que valedizer que o crime comum se torna po-lítico pela intenção que o determinou.Mas quando assim se impõem critériospuramente subjetivos, é claro que nâovamos esperar acordo entre os dois par-tidos adversos, no julgamento de um atode revolta.

Não me parece que os tripulantes ao"Santa Maria", ou os do barco venezue-lano; estivessem agindo com o propóslrto dé incorporar esses navios a uma em-presa de navegação, de que fossem pro-prietários. Ê evidente que uns e outrosvisavam conseqüências de natureza po-litica. Era um protesto contra determi-nados governos, que não podem serapontados como modelos de democraciaou consagração de liberdades públicas.

Uma interpretação, não direi libe-ral, que não há necessidade de liberalls-mo, mas tão-sòmente prudente, terá avantagem de servir em casos, em que po-deríamos desejar a proteção dos que pro-testaram e se insurgiram. Haja vista ocaso de Cuba. Seremos "valhacouto desalteadores", quando aqui acolhemos oscubanos que, empunhando armas ameri-canas, desembarcaram nas praias dosPorcos? Mas se queremos oferecer ga-rantias dessa espécie aos adversários deFidel Castro, há que construir teses eprincípios, que vão também aproveitaraos adversários de Salazar e de RômuloBetancourt.

O direito de asilo, ou as normas queorientam a extradição, não podem serfeitas sob medida, para servirem numcaso e no outro não; porque assim dei-xarlam de ser direito, para se fazeremfacciosismo e paixão. E antes de "valha-couto de salteadores", por. generosidade,do que sucursal de ditaduras, por subser-viêncía ou sectarismo.

Sursum corda! Elevemos nossos co-rações, para que nosso País continue como privilégio de mitigar as aflições dosperseguidos, venham de onde vierem, pa-ra que assim possam sentir o que é, nasua substância, o coração brasileiro oua generosidade de nossa Pátria.

0 processo do desenvolvimento brasileiro (III)Deputado ROBERTO SATURNINO BRAGA

(Frente Parlamentar Nacionalista)Como uma espécie de ca-

tallzador da formação dessagrande frente única, que vi-sa à reformulação total dasociedade e da economiabrasileira, recorrendo mes-mo a processos violentos,coloca-se, no desenrolar dosacontecimentos, a contraçãodo ritmo de desenvolvimen-to econômico.

Enquanto a economia doPais cresce a 7% ou 6% aoano, as frustrações que de-correm da não realização

daquelas expectativas po-pulares de certa forma sediluem, porquanto o dina-mismo do crescimento, porinjusta ou imperfeita queseja a distribuição da rique-za gerada, oferece perspec-tivas, ainda que vagas, demelhoria de vida a todos ossetores, a todas as classes.E um povo não vai à revo-lução armada senão quan-do todas as possibilidadesde melhores dias estão per-didas para êle.

Na medida, porém, em quese verifica a queda daquelataxa de crescimento, vão-secerrando as perspectivas derealização dos anseios dopovo, que passa, então, aconsiderar a hipótese do atoviolento.

Essa consideração é vali-da para o Brasil de hoje. Oprocesso de desenvolvimen-to e de emancipação econô-mlca vinha se desenrolandodentro de um ritmo capazde conter as aspirações po-pulares mais agudas. Nosúltimos dois anos, houve umsensível amortecimento da-

quele ritmo. Imediatamente,levantou-se a Inquietaçãopopular e aumentou a ten-são política.

Quais as possibilidades deêxito do Governo João Gou-lart? Essa seria a indagaçãobásica a ser feita no mo-mento.

A curto prazo, conta oGoverno com um dado realque multo concorre a seufavor — a safra relativa-mente abundante esperadapara o corrente ano, queaumentará a oferta internade aumentos, aliviando os

efeitos da caresua aguda doano passado.

Não se pode alinhar a seufavor a obtenção da ajudafinanceira norte-americanadestinada a desafogar o se-tor externo, eliminando orisco de cortes drásticos napauta de importações. É queessa ajuda, verdadeiramen-te modesta, ainda está su-jeita a confirmações poste-riores e. se confirmada, tra-rá com ela uma série de exi-gências de natureza políti-ca e financeira, cujos efei-tos negativos anularão osbenefícios diretamente re-

sultantes da sua concessão.Contando, por conseguin-

te, com um elemento favo-rável — a abundância dasafra — envereda o Govêr-no por uma política de com-bate à Inflação através deuma contenção financeiraque procura dosar, revendoa todo momento os limitesfixados Inicialmente, a fimde não prejudicar o desen-volvimento em curso. Com ocontrole sobre a inflação,objjetiva, em última análi-se, o abrandamento das ten-soes políticas e a remoçãode um obstáculo ao desen-

Volvimento, que seu diag-nóstlco ap nta como sendoo mais sério do momento.

Aí, entretanto, coloca-seuma grande dúvida, e a elaseguem-se outras não me-nos Importantes.

A contenção ou o contrô-le da expansão lnflaclonárlapermitirá, por si só, que aeconomia retome o seu rit-mo de crescimento anterior?Ou as medidas clássicas derestrição financeira,, mesmoabrandadas, virão, ao con-trário, fazer baixar aindamais êsse ritmo? É possívelcontinuar o desenvolvimen-

to baseado fundamental-mente na industrializaçãoorientada pela substituiçãode importações? Ou ésseprocesso de industrialização,nos moldes dos anos ante-riores, vai-se tornando ta-viável na medida em que,utilizando uma composiçãode fatores inadequada, nãoé mais capaz de absorver amão-de-obra expulsa docampo somada aquela quese forma nas próprias cida-des?(contínua no próximo n°)

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Page 4: N.° 341 ANO VIM UM JORNAL QUE VALE POR UM LIVRO Diretor ...memoria.bn.br/pdf/149322/per149322_1963_00341.pdf · E tudo se explica facilmente. Os "gorilas" não têm base popular

PÁGINA 4 N.° 341 — 11 a 17 de Julho de 1963 O SEMANÁRIO

Pontos nos ãi Observador econômico

OSPINHEIROSDO POVO

Q GOVERNADOR Mata-Mendigo escreveu — e

assinou! — que "estavausando o dinheiro do povopara alertar o povo, com-prando espaço e tempo paraeste anúncio, a fim de bar-rar a tentativa de destruira nossa administração".

Isso está dito, com o maiorcinismo, com o maior emais desenvolto desrespeitoà opinião pública do Estadoda Guanabara, na procla-mação golpista que o Mata-Mendigo dirigiu à popula-ção carioca e que, traidopelo subconsciente, qualifi-cou, êle próprio, de anúncio.

No momento em que ostrabalhadores curtem asmais cruéis privações, agra-vadas pela política econô-mico-financelra entreguistado sr. San Tiago Dantas,calorosamente sustentada edefendida pela UDN lanter-neira e pela "imprensa sa-dia" em geral, que não per-doam ao Presidente da Re-pública haver demitido o"Professor", Lacerda gastamilhões na propaganda deseu desgoverno e de suaneurótica pessoa. E não ostira de seu bolso, como se-ria lógico e decente, masdos cofres públicos, que nãotêm com que tapar os bu-racos da cidade, dar-lheágua, resolver-lhe os pro-blemas mais urgentes, ape-sar do descomunal aumentodos impostos, mas têm comque custear a luxuosa eafrontosa psicose publicitã-ria do governador. E paraquê? Para apresentá-lomentirosamente como umavitima do Governo Federalque, "infiltrado de comunls-tas", se nega a ajudá-lo,com prejuízo da população,só porque êle defende a "fa-mílla cristã", a "civilizaçãoocidental" e a "livre emprê-sa", contra as investidasdestruidoras do "comunismoateu". E vejam a contradi-ção: o Mata-Mcndigo aflr-ma que está executandoobras piramldais, que trans-formarão o Rio de Janeironum novo Paraiso. Ao mes-mo tempo, declara nadapoder fazer, porque Jango,Jurema e Carvalho Pintonão lhe dão recursos... Ora,todo mundo sabe que êle demaneira alguma carece dês-ses recursos, pois os impe-rialista.", norte-americanos otêm enchido de dinheiro,através de empréstimos leo-nlnos do BID e de humi-lhantes presentinhos e do-nativos da "Aliança para oProgresso". O governadorde Pernambuco, sr. MiguelArraes, já provou à socleda-de a discriminação estabe-lecida, nesse particular, pe-los ianques, em favor de La-cerda, a quem não tem fal-tado dólares pelo menos pa-ra tapar os buracos das ruase suprir de água o Rio deJaneiro.

Não é verdade, pois, que oMata-Mendigo esteja des-provido daquilo com que oIBAD compra consciências.Pelo contrário, anda cheioda "erva". Se esta não che-ga para a execução dasobras prometidas, é porque,naturalmente, vai parar emendereços errados, como aspropinas do "jogo do bicho",da sucata, do perdão da di-vida fiscal dos exportadoresde café, da compra de ge-radores elétricos e de outrastentas "realizações" ama-ralnétlcas com que o Mata-Mendigo passou à Históriacomo um dos mais corrup-tos governantes que o Riojá teve. Tão completa, aliás,é sua ausência de escrúpu-los na matéria que está,agora, gastando os dlnhei-ros do povo em propagandapessoal nas rádios, televi-soes e jornais. A "StandardPropaganda" era o veículodessa orgia publicitária, es-timada em meio bilhão, an-tes da atual ofensiva domártir de caracacá da ilhade Brocoló. O veículo, ago-ra, é a agência fundada edirigida pelo seu antigo se-cretário da Agricultura e te-soureiro de campanhas elei-torais, sr. José Cândido Mo-reira de Sousa, com quem oCorvo passou a rezar 0 "ro-sário em família" que ante-riormente rezava com o sr.Cícero Leuenroth, da "Stan-dard"... Tudo legal. Tudocristão. Tudo perfeitamenteocidental e ianque. Por que,se de enganos vivem os es-crivp.es, de corretagens éque vivem os "picaretas".

SUMOCEGORDON

quérito que investiga as ra-zões pelas quais não estásendo executada a lei de re-messa de lucros. As coníis-soes do sr. Dias Carneiroparecem-nos da maior gra-vidade para passarem embranca nuvem. Por elas,verificou-se que os dadosestatísticos que a SUMOCdivulga periodicamente sô-bre entradas e saídas de ca-pitais estrangeiros lhes sãofornecidos por organismosoficiais e câmaras de co-mércio inglesas e norte-americanas! Eis porquedeles se vale o embaixadorLincoln Gordon, cada vezque vem a público refutaralgarismos dos nacionalistase "provar" que aquelas re-messas, a0 contrário do queestes afirmam, se reduzempraticamente a »,ero, dondea si: 'uta desnecessidadeda 'elso Brant.

Compreenderam o Jogo?Gordon fornece a Dias Car-nei-o os números que lheconvém e, baseado nessesnúmeros, demonstra a fal-sídade das teses nacionalis-tas! Um verdadeiro "rosárioem família", com o qual,entretanto, não concorda-mos, exigindo que o sr. DiasCarneiro seja responsabili-zado por sua inépcia e omis-são e que o Ministro da Pa-zenda tome providênciasenérgicas para que a Su-perintendência da Moeda edo Crédito seja imediata-mente aparelhada a fim deque possa, como é de seudever, cumprir as finalida-des para que foi criada e alei de remessa de lucros se-ja executada.

OSTRÊSCACHORROS

O "JORNAL do Brasil» pu-blicou uma Interessante

reportagem sobre uma clí-nica para cães de luxo exis-tente em Copacabana, Nelaos grã-finos recolhem osseus cachorros queridos, unspara que sejam operados,outros para que se subme-tam a êste ou àquele trata-mento, outros ainda parasimples repouso. As diáriassão fabulosas, mas a ordemé rica e, afinal de contas,aí estão o Fundo do Trigo,o Hasslocher do D3AD e osmercadinhos do "Disco", pa-ra cobrir as despesas com oscaprichos caninos dos nos-sos "donos da vida".

O repórter da Condêssareferiu-se especialmente atrês cachorros de alto ga-barlto, no momento inter-nados na referida clínica:um pertencente ao embai-xador norte-americano Lin-coln Gordon, ali levado pa-ra tratar das unhas; outrode Carlos Lacerda, que láestava para aprender • boasmaneiras, e o terceiro, fl-nalmente, de Augusto Fre-derico Schmldt, o GordinhoSinistro, que fazia uma tem-porada de .repouso (o ca-chorro e não o Gordinho).

Vejam, por ai, como sãocuriosas certas colncldên-cias e como a vida copia aliteratura, Parodiando o co-nhecldo poema, bem pode-ríamos dizer: numa encru-zilhada do destino, três ca-chorros se encontraram...Um doce para quem adivl-nhar os nomes deles...

VOLTAMOS a insistir no. caso de depoimento pres-

tado pelo superintendenteda SUMOC perante a Co-missio Parlamentar de In-

ESTÁNHOE COBREDO BRASIL

Q NOVO ministro de Ml-nas e Energia declarou

a parlamentares nacionalis-tas que iria cassar todas asconcessões para exploraçãode minério requeridas e ob-tidas única e exclusivamen-te para efeitos de especula-ção. Entre elas se incluemas que foram feitas ao sr.Sanchez Galdeano, para aexploração da casslterita doTerritório de Rondônia, eas que foram dadas ao mag-nata Baby Plgnatari, paraa exploração do cobre daBahia.

Galdeano e Plgnatari têmgrande interesse no comer-cio importador desses mi-nérios, sendo óbvio, pois,que não irão fazer concor-rência a si mesmos. É umacontradição que só não sal-ta à vista do Departamentode Produção Mineral, por-que êste, infelizmente, é umninho de entreguistas, au-ténticos paus mandados dosgrupos econômicos que con-trolam tão importante setorda economia nacional. Aessa gente pouco se lhe dáque Plgnatari e Galdeanoexplorem, ou não, a cassl-terita de Rondônia e o co-bre da Bahia, multo menosque os beneficiem e elabo-rem, criando uma nova fon-te de riqueza para o nossoPais.

Se o sr. Oliveira Brito de-seja, realmente, pôr um pa-radeiro nesse abuso, o quetem a fazer é cassar as con-cessões imorais e, simultâ-'neamente, proceder a umalimpeza em regra no DPM.Sem isso, o mal não serácortado pela raiz E a hervadaninha continuará crês-condo, com prejuízo para aNação, já cansada de tantosaque, tanto assalto, tantaroubalheira. Tão criminososquanto Plgnatari e Galdea-no são esses falsos técnicose funcionários traidores.

A verdade sobre o Fundo Monetário Internaciona

PROFUMOA ASSEMBLÉIA dos "gorl-

Ias", no Clube Militar,foi praticamente lideradapelo famoso policial coronelArdovino, que se celebrizouno começo do reinado dogovernador M a t a-Mendigopor sua participação ativano escândalo do " jogo dobicho" e suas proezas deLovelace suburbano, das-quais foi vítima, por Ironiado destino, o seu comparsa-mor naquela patifaria. Ma-gessi presidia a assembléia,mas quem dirigia de fato ostrabalhos era Ardovino!

Num dado momento, omajor Nicol, da Aeronáuti-ca, pediu a palavra parafalar em nome da oficiali-dade da 3 a Base Aérea, àqual pertence. Magessl iaconcedê-la, quando Ardovl-no interrompeu-o: "Só con-sinto que fale, se exibirprocuração". O coronel Jo-celyn Brasil, também daAeronáutica, que se achavapróximo â mesa diretorados trabalhos, não se con-teve. Volbando-se para Ar-dovino, perguntou-lhe: "Evocê tinha procuração paratomar a mulher do S.V.? Epara tomar dinheiro dos bi-cheiros?". Ardovino empali-deceu, gaguejou uma des-culpa esfarrapada, mas nãopôde prosseguir, porque umoficial gritou, lá do fundodo salão: "Cala a boca, Pro-íumol".

O episódio serviu paramostrar a intolerância dos"gorilas" e também de queespécie é o material huma-no de que a reação e o im-perialismo se servem, paraexplorar e oprimir os povosdos paises, subdesenvolvidos.Ardovino, nos Estados Uni-dos, estaria na cadeia. Aqui.os americanos se utilizamdele para altas cavalaríâspolíticas! E o bicho tem vozno recesso da floresta ondeo bando se reúne, aparen-temente para conspirar, narealidade para comer as ba-nanas que os ianques lhesmatam as fominhas.

PADREBALEEÍRO

Q PADRE Januário Baleei-ro tornou-se o símbolo

da Liga pela Moralidadefundada por Ademar e La-cerda e apresentada ao po-vo paulista em comido pú-blico do qual participaram,como principais atrações, osdois Insignes farsantes, queaté há pouco se mimosea-vam com os epítetos de la-drão (era o que o segundodizia do primeiro) e de sal-teador da honra alheia (erao que o primeiro, pagandona mesma moeda, dizia dosegundo). O padre Baleeiroé firmemente sustentado noseu posto de "apanhador"oficial da "caixinha" deAdemar e de apóstolo doanticomunismo pelo nãomenos célebre "dr. Rui" que,juntamente com um "play-

boy" que serve de "ligação"entre os dois, completa otriângulo amoroso que, ho-je, governa S. Peulo (Ade-mar, como sempre — ó oultraje dos anos, de que fa-lava Raclne! — está maispor fora disso do que asade xícara. É a razão pelaqual os "gorilas" fardados otratam, respeitosamente, decoronel).

Um oficial da Aeronáuti-ca nosso amigo serviu nabase de Belém do Pará como padre Baleeiro. "O ho-mem é, realmente, do ba-lacobaco" — disse-nos êle."Imagine Que até o santocálice da missa êle vendeu!"

Agora, que nova campa-nha de falso morallsmo seensaia por aí, visando à re-petição da crise que em 54levou Getúiio ao suicídio, épreciso que o povo conheçamelhor o material humanode que a reação e o impe-rialismo se utilizam paraludibriá-lo, a pretexto de"moralizar". Os "moraliza-dores" — Virgem Nossa! —são o Ademar, o AmaralNeto, o Lacerda, o Raul Ba-rulho, o "dr. Rui" e, agora,a nova estrela que surge ediante da qual todos cia-mara parabéns em meigotom: o padre Januário Ba-leelro, o Invicto, como a Pe-tronilha da televisão!

1 A chave da planlficaç&odas trocas de após-guerra— tomando-se como base o dó-

lar equivalente a 038867 raili-giamas de ouro e a onça "troy"de metal amarelo de 31,1 gra-mos de fino, Igual a US$ 35 —explica eloqüentemente toda apolítica internacional dos Esta*dos Unidos. A qual consiste emvender seus produtos de expor-tação duas ou três vezes maiscaros do que em 1933, embora

. preço do ouro em dólares nãohaja variado em nada desde, adesvalorização do dólar durem-te o primeiro governo Roosevelt(1934) — o que torna evidenteo "jogo" de vantagens dos EUAno comércio mundial de após-guerrn.

O Esta disparidade entro ospreços-ouro e os dos produ-

tos, no mercado norte-america-no, foi a principal causa da cs-casseis de oura e dólares no mun*

i do. durante o período dos mer-cados francamente comprado,res, ou seja, no final da segun-da guerra mundial, quando oseuropeus tinham algumas moe-das-ouro mas pouco trigo, ma-quinaria, combustíveis e mate-rias-primas.

2 Ninguém que observe mes-mo ligeiramente os proble-

mas monetários e econômicoscontemporâneos pode explicar-se porque o preço do trigo, dosautomóveis, do aço, do algodãoe de outros produtos, da zonadc dólar, haja subido no após-guerra duas ou três vezes (emrelação com os nivels de preçosde 1938), enquanto que o ourocontinua valendo o mesmo, emtermos de dólares, como há 20anos, ainda que um dólar de1953 valha, em 1954, aproxima-damente menos 50 centavos doque na pré-guerra.A O "truque" de Bretton

Woods (quando se fundouo Fundo Monetário Internado-nal, 1945) explica os programas

de ajuda; o Ponto IV !ou Pia-no Truman) de ajuda às zonaseconomicamente subdesenvolvi-das; o Programa de Ajuda Mi-Iltar (PAM) o outros progra-mas de Wall Street, todos elestendentes a manter a "ditadurado dólar" sobre o ouro e sobreas trocas internacionais. O pre-ç irreal do ouro e a superva-lorização do dólar em relaçãoa êle, claramente explicam queo FMI, longe de estabilizar oscâmbios e dc facilitar o co-mércio internacional, complicoumais ainda as transações depais a pais, em função dasquais e dêsse dlrlgismo mone-tário internacional se benefi-ciam os exportadores norte-americanos.

C O controle dog câmbios na-cionais. estabelecido pelo

FMI a favor dc Wall Street,evidencia eloqüentemente todoo drama da crise monetária doapós-guerra e se orienta no sen-tido de uma crise econômicamundial de grande eiivergadu-ra, precisamente porque a pia-nificacão das relações monetá-rias mundiais foi feita sob apolítica econômica da "lei dogarrote" que, desde 1940, inspi-ra a política econômica de "TioSom".

f. A politica do ouro, impostapelos norte-americanos, pro-va (segundo disse Mu. de Kocfc)

que "os Estados Unidos, pormeio i da compra ilimitada deouro a preço fixo, teve êxito namanutenção da desvalorização,sustentando com isso o valorr..tnri0- r>o dólar a um nível ln-ferlor ao que houvera obtido,üe outra maneira" Ê que, emrealidade, Bretton Woods mui-tlplicou os piles e os peixes, embeneficio de Wall Street.

Isso explica que, ainda que odólar de após-guerra tenha umpoder aquisitivo aproximada-mente igual a 40% daquele dapré-guerra, aquela moeda ou"divisa" se mantenha estável

em relação,aos preços do ouro,o qual compensa — e larga-mente - suos vlclssitudcs In-ternas. Isso obviamente a ex-pensas da miséria de outros po-vos que, após duas guerras, scarruinaram pelas devastaçõesda conflagração; e, na paz, pelapolítica dc "usura" digna de umShilock, mundialmente pratica-da por "Titlo Sam"."7 - O congelamento dos preços

do ouro. mais que o Incre-mento das exportações físicasdos Estados Unidos, foi a "amade leite" que duplicou as reser-vos auríferas norte-americanas;os quais, cm 1937, eram de US$12.770 mllhõe3, contra DS$ 24.398cm 1948. Esses US$ 11.628 ga-nhos a mais são o preço da ío-me e das ruínas da Europa(para só falar desta), antes doseu recente esforço de restau-raçáo.

"O valor das exportações lan-quês, no triênio 1946-48, alean-çou a 4 vezes o valor dos ex-portacóes de 1937-38, enquantoque o seu volume físico foi de2,1 contra 1".

"Por outro lado, "o valor dasImportações Ianques, no triênio1946-48, ascendeu a 2,3 vezes ovalor das importações do biênio1937-38, enquanto que seu vo-lume chegou a 1,18 contra 1"(Clemente Rodolausse em "Bre-ton Woods, a medida mais ex-traordinórla de todos os tem-pos").

O Wall Street, graças ao seumonopólio sobre o Fundo

Monetário Internacional, con-centrou nas arcas da ReservaFederal mais de dois terços dosreservas mundiais de ouro, imo-billzando portanto a maior par-te dos meios de pagamento ln-ternacionais — o que represen-ta uma séria manobra defla-cionista nos mercados mundiais,malgrado as pressões lnflacio-nistas que os programas de re-armamento e outros Impõe, pa-

ralelamente, à economia mun-dial atrelaaa ao dólar.

O —• O dólar ainda que apa-rentemente soja a "divisa"

mais forte e mais escassa deapós-guerro, de 1939 a 1948aumentou em cerca de 37% assuas reservas de ouro, enquan-to que as notas cm circulaçãose houvessem incrementadonos EUA, de 5,0 vezes íó-bre o nivel da circulação mo-netárla de 1939. O que dá umaidéia clara e eloqüente das for-tes pressões inflacionárias quesofreu o dólar, na relação dospreços dos produtos e do ouro.

Entre a pre-guerra c o pós-guerra, a divida pública dosEUA, cresceu em cerca do700%; os impostos do país su-biram astronòinicameiite; osÍndices de preços inflacionadosforam impelidos na economiado ascensor, e o custo de vi-da, com suas altas visíveis, in-cidiram sensivelmente no po-der aquisitivo do dólar. Con-seqüentemente, os valores reaisdo dólar' de após-guerra sãoinfinitamente inferiores aos dapré-guerra. Portanto, nenhumeconomista sensato pode admi-tir que o preço do dólar, emtermos de ouro, seja lógica-mente igual agora ao do dólarde 1933, época da desvaloriza-çfio dessa "divisa".

10 — Na°é de surPreender'pois, que o grupo de na-

ções do "Commonwealth"disputasse insistentemente areavaliação do ouro com rela-cão ao dólar, a fim de que ahbra esterlina pudesse entrarc-n uma etapa de livre conver-tibilidade.

Os europeus, em franca rebe-lião contra a ditadura do dó-lar, pediram sempre aos EUA"mais comércio e menos aju-da", a fim de ganhar seus dó-lares pela via comercial cnão através dos créditos doE.R.P. (Eudopean Recovery

Program), mais conhecido soba denominação de "Plano Mar-sliall de ajuda", se por "ajuda"se deve entender a submissãoda Europa à servidão (ao dó*lar). Servidão que acarretaainda terríveis compromissosdo endividamento para a OTANmanter o sistema de cerco iUnião Soviética.

Alias, diga-se de passagem,o comércio entre os EUA e aEuropa Ocidental vai-se fa-zendo cada dia mais difi-cil, por isso que o dólar é uma"divisa" escassa e cara. As ex-portações no-te-americanontenderão a diminuir (sobretudoapós o Mercado Comum Euro-peu), o que agravará a criseeconômica Já latente nos EUA.Ninguém se surpreenda comque, a exemplo do que ocorreuem 1933, sob (Roosevelt, ornorte-americanos se vejam pre-midos pela necessidade de ou-tra vez desvalorizar o dólar,para assim Incrementar as suasexportações c fugir à depres-são semelhante ou pior do quea de 1929.

1| — Daí, por tudo o quedeixamos dito, nossa con*

vicção de que o Fundo Monetá-rio Internacional não poderácontinuar existindo com suaforma atual. Os tempos de"sopa", do após-guerra, passa-ram para Wall Street, li pas-sado. Dal, também, que todosos membros do FMI e do BIRD,com exceção óbvia dos EUA,chegassem à conclusão comumde que ambos os organis-mos fracassaram quanto ao ta-Iaz objetivo da livre conversi-bilidade das moedas. O FMIsubsiste apenas, como um ían-tasma que ainda mete medo aosderradeiros medrosos do mun-do. Espantemo-lo, nós doBrasil.

HEFOEMA PARA O CONGRESSOA recente votação do projetode aumento dos vencimentos

dos civis e militares, deixou pa-tente, mais uma vez, a necessi-dade que o Congresso Nacional,ou seja, o Poder Legislativo,marche corajosamente na dire-ção de uma reforma de si mes-mo. Esta reforma se faz tantomais necessária quando consi-déramos — consideramos e te-mos a certeza — de que sem êleJamais marcharemos na direçãodas chamados, tão decantadas etão reclamadas "reformas debase". O Congresso Nacional,para promovê-las, precisa, ini-ludlvebnente. de em primeiroJuçar reformar a si mesmo; poisêle, nos dias presentes, é umaespécie de "ford de bigode"" dOqual se está a exigir a pexfor-mance de uma "mercedes, 220".Não há quem deixe de reconhe-cer isso, dentro e fora do Con-gresso. Nós mesmos,, que só te-mos escrito a seu favor, ldenti-ficando-o como o único instru-mento válido para a práticaefetiva da democracia, Isso jaassinalamos e hoje reafirma-mos, com maio;- ênfase. Ou êlemarcha, corajosamente, comodissemos, na direção de «ua pró-pria reforma, ou não promove-rá reforma nenhuma.

Sob êste aspecto é, aliás, slg-niiicatlvo que ninguém faledisso, abertamente. Tecem-socríticas, fora e dentro do pró-prio Cosetresio à sua atuação ea obsolescência de seus meiosde ação e de seus instrumentosde trabalho. Ninguém, entre-tanto, diz o que se deve fazerpara transformar-se o Congres-so num organismo dinâmico,capaz, competente, apto a deli-berar a respeito dos grandes efundamentais problemas nacio-nals, entre os quais estão, evi-

aentemente, as reclamadas "re-formas de base"

O embaixador Osvaldo Tri-gueiro, em lúcido trabalho, do-cumentou a inoperáncia doCongresso Nacional com rela-ção às leis fundamentais. Oslegisladores permanecem silen-ciosos com relação ao referidotrabalho, Sua divulgação, ou seudebate — talvez considerem is-to — poderia de algum modoelesprestigiar o Congresso maisdo que a realidade o comprova.

Façam o que fizerem, entre-tanto, silenciem ou não, fujamou não ao claro e honesto de-bate- com- relação- àeltuaçãoefetiva do Congresso como ins-trumento de ação pública parao exercício de liberdade e dademocracia, o certo é que êlehá de marchar (nem que sejaempurrado) para a considera-ção de seus próprio problemas,para a consideração de sua pró-pria "reforma de base", a fimde que fique apto, então, e sô*mente então, para tomar a lni-clativa ou promover as mais re-formas que o Pais está recla-mando. Esta é a verdade nua ci .ua c, ao afirmá-la, só o fa-zemos em defesa da prevalên-cia da liberdade e da democra-cia num mundo que, através dequaisquer de seus caminhos,tende para a submissão ou pa-ra a servidão.

Os congressistas nâo »/ão gos-tar, ainda que adiantados, ain-da que avançados. Mas, ou acampanha para as reformas debase inicia, de modo imediato,uma segunda campanha (umaespécie de pré-campanha) nosentido de que o Congresso, pre-liminarmente, prepare-se, apa-

LUCIANO MESQUITArelhe a si mesmo, para poderdeliberar sflbre ns mencionadasreformas; ou, então, estamosconvencidos, o resultado seráum dos dois: — ou não virãoreformas de base (e muito indi-cio há de que isso não quer,efetivamente, nenhuma das cor-rentes partidárias do Pais); ou,mais dia menos dia êste País»>.stourars sob o clima de umasublevacáo armada; sublevaçãoque ninguém quer.A REFORMA

A reforma do Congresso so-bre si mesmo è regimental. Oumelhor, 6 sobretudo,,regimental,bü os congrès'fiis{as"se cònven-cem, de uma vez por todas, quea época liberal Já é defunta —e defunta desde o fim da pri-meira guerra mundial — e seresolvem, numa espécie de doa-ção de si próprios, a abriremmão do chamado "poder deemenda", individual, que de-têm; ou não restará posslbiliaa-de para que se faça qualquer ti-po de reforma séria no âmbitodo. Poder Legislativo, tal comoéle existe e funciona, atual-mente. Ao que parece, aliás, éisso que querem, que não scpromova, realmente, nenhumareforma séria. Daí eu haver as-slnalado que é bem signiflcati-vo u silêncio que se vem lmpon*elo à necessidade de que o Can-gresso marche r.a direção deuma reforma sobre si mesmo.Que não a façam, então. Re-gistro a necessidade na quall-dade de cidadão, que ouve, vê,sente e participa da angústianacional e de sua esperança, poruma democracia realmente vá-lida, eficiente e competente,apta a promover o bem do po-

vo e o desenvolvimento econõ-mico e social, em largla escala.Em trabalho que escrevi, nosIda-, de 196S, sobre o relevantepapel do Congresso para o exer-ciclo da democracia e para aadministração, na democracia,conclui que aquele desenvol-vimento nós, brasileiros, o ai-cançaremos a qualquer preço,com ou sem democracia, com ousem o Congresso, assinalandoembora que êle só poderá serharmônico, Justo para todos edu todos representativo, se oprocurarmos atingir democráti-camente, através do debate noseio do Congresso. Todavia, aoque parece, repetimos, ninguémflW..fl1»?.a.WJnJ.se.lB. Tpdos pa-rece preferirem o Jogo alto.Querem "pagar, para ver".

Esperemos; então. Na quali-dade de simples cidadão só mecabe esperar, também. Enquan-to isto, entretanto, não possofugir ao dever, ao dever cívico,de oferecer, também, as minhassugestões.

Os congressistas não vão gos-tar, Muitos que nâo são con-gresslstas nâo vão gostar, domesmo modo. Não importa.Cumpro o meu dever.

Ou o Congresso, através deprofunda reforma regimentalaltera o "poder de emenda", de-ferlndo-o exclusivamente às co-missões técnicas e às lideran-ças, às bancadas partidárias, ouo Congresso vai ficar soterrado(sim, êsse é o termo: — soter-rado) num mar de emendas, re-querimentos e outras propôs!-ções, sem conseguir dar um pas-so sequer na direção de qual-quer reforma estrutural que oPais esteja reclamando.

Dizem que, na Câmara dosDeputados, â esta altura, Já

apresentaram 50.000 (cinqüentamil) emendas ao projeto do Or-çamento para 1964. Em sá cons-ciência, poderá alguém afirmarque "podemos continuar as-sim?" Não. Ninguém terá a co-ragem de afirmar semelhantebarbaridade, a nâo ser tenhauma intenção oculta e pérfida.

Já imaginaram, dentro destatécnica, dêsse processo de legis-lar, quando e o que teremos, seviermos a ter, em matéria dereformas administrativa, tribii-tária, bancária, agrária e assimpor diante?

O Congresso é, sem dúvida,dentro da democracia, e à luzdo mais puro socialismo demo-crático, o mais alto e o rgaispoderoso instrumento de açãopolitica, inclusive no campo dalegislação, Com relação a estaúltima, contudo, precisa éle des-cobrir — sem com isto abrirmão do que lhe é fundamentalcm matéria de prerrogativas —novos,* mais dinâmicos e maiscoleglados processos de delibe-ração. Ou o Congresso se con-vence de que o importante nocampo das atribuições legislai!-vas é deliberar fundado emprincípios, normas e diretrizes;e não o fazer, o elaborar a le-glslação em seus detalhes; ouêle se convence disso e com is-so marcha para a reforma queas próprias reformas e o Paisexigem; ou, então, como disse-mos, êle, além de mais desacre-ditado do que jâ está, na vozdo povo. ficará soterrado nummar de emendas de vastidãooceânica. E, ai então, quandoêste momento chegar, nao ha-verá quem o salve nâo obstan-te a isso todos os proponham,inclusive o povo, como acredi*to, piamente.

Ricardo Moura: a soluçãoé a moratória externaConcluímos, neste número, a publicação da conferência

que o economista Ricardo Moura proferiu recentemente naUniversidade Nacional de Brasília, sobre o tema "Desenvol-vimento Econômico e Capacidade para Importar".Contará, também, com a so-lldarledade de Importantessetores técnicos e intelec-,tuais da classe média, quesentem-se frustrados anteo reconhecimento muitomaior que a sociedade atualdá aos detentores do fatorcapital. Receberá, finalmen-te, o apoio de alguns gruposda burguesia nacional, quepreferem enfrentar o riscode um processo socializantea ver crescentemente amea-cada sua sobrevivência, pelalimitação do mercado inter-no e pelo maior poderio eco-nômico de grupos estrangei-ros.

Como vêem os Senhores,chcpamos à melancólicaconclusão de que a capaci-dade para importar do Paisse apresenta extremamentevulnerável, em função denosso Plano de Desenvolvi-mento.

'

Que fazer? Parece ser apergunta que me vem doauditório. Antes de respon-dê-la, restaria uma ligeiraapreciação sobre o Progra-ma da Aliança para o Pro-gresso, que despontou emPunta dei Leste como umaréstea de esperança para es-ta desesperançada AméricaLatina.

Deve-se dizer, desde logo,que a Aliança para o Pro-

gresso não chega a ser nemmesmo um simples arremê-do do que foi o Plano Mar-shall para a Europa Ociden-tal, então assemelhada aospaíses subdesenvolvidos —deficits crônicos em seus ba-lanços de pagamentos, refle-tindo a fragilidade de sua in-fraestrutura econômica, du-ramente atingida pelo cata-cllsmo bélico.

Longe de ser um PlanoMarshall, a Aliança para oProgresso se apresenta dú-bla, timlda e sem conslstên-cia nD mecanismo que devapô-la realmente em marcha.

A realização dos objetivosda Aliança para o Progres-so está seriamente compro-metida, porque não há, pa-ra atingi-los, um verdadeiroinstituto público internacio-nal de investimento, aue ti-vesse um capital compatívelcom o programa a empreen-der, e que pudesse fazer re-financiamento, seja captan-do poupanças privadasatravés do lançamento deobrigações ao público, sejapor redistrlbuição de recur-sos que lhe canalizariam osdiversos bancos centrais ougovernos dos paises interès-sados.

As obrigações asrlm lan-çadas ao publico poderiamter o aval do Tesouro Ame-rlcano e certamente teriamampla aceitação nos

cados mundiais, mesmo forados Estados Unidos, comona Suíça, país que sofre depletora de capitais. Esta,sim, seria uma maneira in-teligente de atrair as pou-panças privadas ou capitaisparticulares, assim recruta-dos, para o desenvolvimentoda América Latina, tornandoeficaz a bruxoleante Allan-ça para o Progresso.

O que se vê. entretanto,uma pluralidade de agên-cias financeiras, mal cosidase desconexas dentr0 do Pro-grama da Aliança, tornandoo seu mecanismo embaraço-so e dificll.

Veja-se, por exemplo, queo auxilio externo de "pelomenos 20 bilhões de dólaresdurante os próximos 10anos", previsto na Carta dePunta dei Este, originar-se-ia das seguintes fontes:a) internacionais públicas:

o Banco Interamericanode Desenvolvlmen-to (BID), com recursospróprios, inclusive em-prestados de paises eu-ropeut, como Itália, e osdo Fundo Fiducltárlo deProgresso Social, que s&ofornecidos pelo Governodos Estados Unidos daAmérica; o Banco Inter-nacional para Rc-cons-trução e Desenvolvlmen-to (IBRD); a CorporaçãoFinanceira Internacional(TFC); a Associação In-ternacional de Desenvol-vimento (IDA); e quan-do transportai oeriM oi*-

táculos que se afiguraminsuperáveis, o FundoEspecial de AssistênciaTécnica das Nações Uni-das, e ainda mais remo-tamente, os empréstimosa curto prazo do FundoMonetário Internacional;

b) neicionois públicas:1— do Governo dos Es-tados Unidos: o Bancode Exportação e Impor-tação de Washington(EXIMBANK); a Agênciapara o DesenvolvimentoInternacional (ATO); di-retamente, em créditos acurto, médio e longo pra-zos, e indiretamente peloFundo do Trigo, geradopelos empréstimos e doa-ções efetuados de acordocom o Título I da PL-480;pelos Alimentos para aPaz, efetuados pelo Titu-Io n da PL-480; pelosCorpos da Paz e peloPonto Quatro, que sãoprogramas de assistênciatécnica:

O de outros governos, comoFundo de Desenvolvi-mento da República Fe-deral Alemã e os progra-mas de assistência técnl-ca decorrentes de acordosbilaterais firmados entreo Brasil e vários paises daEuropa Ocidental, Israele Japão, sendo excluídos,todavia, os empréstimos amédio prazo concedidosao Brasil pelos paises so-cialistas da Europa Oci-dcataL —

A Aliança para o Progres-so até o momento, pelo me-nos, se apresenta assim co-mo uma Babel em que nin-guém se entende. Falta-lh«uma direção geral ou umverdadeiro Instituto interna-cional de crédito centraliza-dor dos recursos, nos moldesdo que já antes apontamos.

Volta, então, a pergunta:Que fazer?

Talvez a resposta seja es-ta: o Brasil entrar decidida-mente em situação de mora-tória com os compromissosem moedas conversíveis;restabelecer o controle dire-to das importações; voltar àprática de orçamento decâmbio e escalonamentoprioritário da distribuiçãode divisas; desvio, tantoquanto possível, das corren-tes de comércio para os pai-ses de moeda inconversível.

A moratória não seria umaatitude cinlea, como queremalguns. Antes, seria uma ati-tude de sobrevivência. Re-corda-se, a propósito, quedurante a última guerra ti-vemos vultosos saldos blo-queados ou congelados noexterior, porque, também,essa era uma atitude de so-brevivência dos nossos deve-dores.

Hoje, também estamosem guerra. Em guerra con-tra a miséria e o subdesen-volvimento. E essa guerrasacrossanta justifica tam-bém adiamento no resgat*íe dívidas".

Page 5: N.° 341 ANO VIM UM JORNAL QUE VALE POR UM LIVRO Diretor ...memoria.bn.br/pdf/149322/per149322_1963_00341.pdf · E tudo se explica facilmente. Os "gorilas" não têm base popular

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O SEMANÁRIO N.° 341 — 11 a 17 de Julho de 1963 PAGINA 5

Wilson Fadul promete política |BÃD firacional de saúde no Brasil

t a seguinte a integra dodistarão pronunciado pelo ml-nlstro Wilson Fadul ao recebero cargo que lhe transmitiu oex-Rtular, sr. Pinheiro Chagas:

"Honrado com a confiança doexcelentíssimo senhor presiden-te da República recebo, nestemomento, o Ministério da Saü-de, consciente dns responsablli-

dades que tal lnvestidura repre-senta.

Estas responsabilidades são,ainda, acrescidas pelo fato derecebê-lo das niaos de um dosmais Ilustres homens públicosda atual geração, o eminenteministro Paulo Pinheiro Clin-rais, que soube grangear o ml-so respeito pela eficiência elealdade com que se conduziuno exercício das elevadas fun-

O Ministro Wilson Fadul, ao receber os cumprimentosdo Ministro Carvalho Pinto

ções dc ministro da Saúde, re-afirmando a excelência de seucaráter c de sua cultura, Ja dc-monstrados em tantas oportu-nldade6 no decorrer de sua brl-lhante vida pública.

Assumo as funções convenci-do de que os problemas nuclo-nais devem ser tratados de ma-neira global e ps diversos seto-res da administração devemajustar suas atividades no ob-jettvo comum de todo sos bra-sllclros — o progresso do Brasil

O nivcl de saúde de uma co-munldade está na razfto dure-ta do seu grande desenvolvi-mento econômico e o Mlnlste-rio da Saúdo estará empenha-do, no que diz respeito as suasatribuições específicas, em con-trlbuir efetivamente para queso alcance o objetivo funda-mental do Governo, proclama-do pelo presidente da Repúbll-;a, dr. Joáo Goulart, — establ-üdade com desenvolvimento.

Nfio me iludo quanto às di-fleuldades a vencer Os recur-sos disponíveis para o Mlnlstê-rio náo guardam proporçõescom as necessidades do povocm matéria de saúde e. déssemodo, cada centavo terá de serrigorosamente empregado nadlnamização dos serviços da

- Pasta com o sentido de valori-zar o nosso homem interioriza-do, social e economicamente,pela doença, de maneira a tor-ná-lo um fator cada vez maisdecisivo na luta pelo enriqueci-mento da Nação.

Por outro lado, uma análisenesmo superficial da realidadebrasileira, revela que com oaatuais recursos pode-se obtermuito mais do que se tem con-seguido até hoje no campo dasaúde pública, com a simplesconvergência de esforços de vá-rios órgáos, do idênticas finall-

dades, dependentes de autorida-des administrativas diversas, naexecuç&o dos programas desaúde.

É meu propósito no sentido deobter a coordenação das atlvi-dades dos Municípios, dos Es-tados, dos planos regionais devalorização econômica — comoo da Amazônia e da FronteiraSudoeste, de órgáos como o De-partamento Nacional de Obrasde Saneamento e mesmo dosInstitutos de Previdência Social,para a execução de planos In-tegrados de saúde, reunindo re-cursos até hoje dispersos c de-sordenadamente aplicados ereallzando-sc, assim, uma ver-dadelra e racional política na-cional de saúde,

A Imensa tarefa dc propor-clonar condições razoáveis devida à população brasileira es-palhadas pelas vastos regiões doPis é um desafie ô nnssa capa-cidde e ao patriotismo.

A negligência taniu quanto adesonestidade, constitui crimeimperdoável contra o futuro daPátria que tem pressa em ven-cer o atraso em que ainda seencontra."A saúde é um bem que secompra" no dizer de um dosnossos Ilustres antecessores, masnenhum povo pode pagar o seualto preço se nâo dispõe deuma rendu nacional adequadae esta renda não se distribui demaneira socialmente Justa As-sim, entendo que as reformas debase visando a eliminar os prl-vilégios Injustos e a promover oenriquecimento do País comoum todo e pelas quais denoda-damente se bate o excelentissl-mo sr presidente da Repúbll-ca, apoiado pela consciência es-clareclda da Nação, é a larga eampla estrada que conduz aoprogresso do Brasil".

ia golpescom dinheiro ianque

Mais epistolar do que Pe-ro Vaz Caminha, assinandocarta a três por dois, La-cerda tenta distrair o povoatraindo-o para episódioshipotéticos, quando na ver-dade devemos todos estaratentos ao que se passa emBrasília, onde ..se apura oescândalo do IBAD, ADP,ADEP IPÊS e outros órgãoscriados para oprimir e cor-romper o ambiente eleitoralbrasileiro em favor dos in-terêsses externos aqui radl-cados.PRIMEIROS OBSTÁCULOS

Todos estão lembrados,por certo, dos obstáculoscriados à Comissão de In-quérlto destinada a apuraras atividades desses gruposde pressão contra o povo.O requerimento de criaçãodessa CPI percorreu longosmeses até atingir 0 númerolegal de assinaturas, sur-gindo, a seguir, o problemada representação partidáriano órgão, sabido que tal serelaciona com a proporclo-nalldade das legendas comassento na Câmara Depoisfoi o desentendimento entreos diversos membros esco-lhidos para a CPI muitosdos quais levantaram sus-pelção por haverem se be-neficiado com os dlnhelrosdessas organizações Porfim, foi estabelecida uma

norma e a Comissão podese reunir Seu primeiro atofoi decidir sobre uma cartasem data deixada pelo sr.Ivan Hasslocher, presidentedo IBAD. que deixou opaisàs pressas ante a evidênciado que ia acontecer duran-to os trabalhos da CPI.

DESMEMORIADOSE lastimável ver-se, comovimos na última semana emBrasília, o cinismo de ai-guns dos membros proeml-nentes do IBAD & Cia., quede nada sabem de nada serecordam e de que poucoouviram falar durante oslongos meses passados àfrente da corrupção eleito-ral São todos uns desme-moriados querendo passarpor bons-moços Mas. j queêles são. em realidade, éum bando de farsantes hojesubmissos e humildes dlan-te de alguns daqueles queprocuraram derrotar o anopassado.

OS DEPOIMENTOSDepois de uma troca de

palavras entre o presidentee dois dos principais mem-bros da Comissão, essa pas-sou a ouvir o sr Mário He-lena radialista e técnicoresponsável pelas gravaçõesdos orogramas radiofônicosda "Promotion" firma en-carregada de distribuir apublicidade na imprensa,

FALTA DÁGUA: CORTINA DE FUMAÇA DE CARLOS LACERDA:

0 que há de verdade sobre a energia elétrica no RioReportagem de TÉRCIO MACHADO

"Voltou a Companhia canadense, hoje sob nome brasileiro, aimpor aos habitantes dos Estados da Guanabara e do Rio deJaneiro o racionamento da energia elétrica, tão preciosa, nomomento presente, ao nosso engrandecimento.

Visa o Racionamento:1) — Pressionar o governo brasileiro para que êste curve a

cerviz aos Interesses do capitalismo internacional, máxime ao daárea do dólar;

2) , — Forçar o governo a encampar o "fornecimento daenergia elétrica na parte referente à distribuição, reservado aRlo-Light para si a parte do "LEÃO", isto é, a produção, onderepousam os lucros extraordinários da empresa, e obtendo dogoverno, provavelmente, empréstimos para a montagem de novususinas, nas quais não quer empatar dez centavos;

3) Criar um clima que justifique o desemprego, a miséria,, afome ao trabalhador, a fim de atirar sobro o governo federal aresponsabilidade do mal-estar social;

41 Embaraçar o' máximo possível o desenvolvimento da indús-'tria petroquímica (especialmente a PETROBRÁS) e a farmacêu-Ucá, com a eletrollze das águas residuais" do salitre, com reper-cussáo em toda a Indústria nacional;

5) — Favorecer os "GOLPES", tão ao sabor de determinadosgrupos filiados ao Poder Econômico nacional e estrangeiro, dese-josos do empobrecimento do Brasil e de seu Povo, a fim de usu-frulrem as vantagens dos "rolaltys" e dos dólares;

6) Embaraçar a REFORMA AGRARIA, cerceando, como aci-ma dissemos, o aproveitamento das nossas salinas e das águasdo mar, que contém, além do componente principal, o CLORETODE SÓDIO, e de magnéslo os sulftos de magnéslo e de sódio;380 g. de potássio em cada metro cúbico, G5 g. de Bromo, necessá-rio ao melhoramento dos vários tipos de gasolina, e ainda 0,5 g.de iodo. Das águas do mar extrai-se, também o METAL MAGNS-SIO, usado nas ligas leves; na lavoura consumimos anualmentemais de 20.000 toneladas dos sais acima;

7) — Impedir a implantação entre nós da Indústria doCimento SOREL, feito à base da nwrnesita calcinada e do cio-reto de magnéslo, e, da produção do ALCALIS, para a Industria-lização da SODA CÁUSTICA E DA BARRILHA, que importamosanualmente 60.000 a 100.000 toneladas;

8) — Castigar todos quantos, conscientemente, enveredarampelo caminho NACIONALISTA, e do Operariado, pela defesaintransigente dos interesses brasileiros, suas leis e prerrogativas;

9) — Anular as grandes concentrações industriais em S Paulo,Rio de Janeiro e Estado da Guanabara, impedindo-as que sesubdividam pelo Interior, ocasionando o desenvolvimento da agri-cultura, da Indústria, do comércio e portanto do Brasil;

10) _ Finalmente, não permitir a nossa recuperação econô-mlca, pois sem a aplicação da eletricidade em larga escala e porpreço barato nada se conseguirá no Mundo, no dizer do grandeestadista que foi Franklin Roosevelt.

O que há de verdade em toda esta novela da falta dágua pbem diferente. A estiagem, quando fôsse dos moldes anunciadospela Companhia Canadense, aproveitando-se de uma situação ouevem desde os primórdios do Brasil, 6em solução capaz, nada impe-diria o fornecimento da energia elétrica, pois, como concessionáriodeste serviço, tem o dever de possuir Usinas TEHMOELÊTRTCASpara um caso de emergência e de aproveitar todas as quedasdágua existentes nos Estados onde tem concessão, transforman-do-as em produtores de energia.

A Verdade é outra. A demanda da energia elétrica no slste-ma RIO Já é bem maior que a capacidade de produção da RIO-LIGHT. E se computarmos a demanda remanescente, o sistemado produção, a distribuição de energia para os Estados da Gua-nabara, do Rio de Janeiro e de S. Paulo, veremos que é de comple-ta falência. Falência fraudulenta, criminosa, é verdade, masfalência. , . „

A energia elétrica náo pode ser considerada "Mercadoria ,tal como a explora a Rio ISfKF. Numa completa diversidade deobjetivos.

A Segurança e os desenvolvimentos nacionais exigem que aenergia elétrica não seja explorada, mas, posta ao serviço dos maislegítimos Interesses nacionais. Ê o que faz a Companhia cana-dense? Que papel ela representa? Além de sugar e exaurir odébil capital nacional, retarda, detém, estrangula o nosso parqueIndustrial, em beneficio da concorrência dos similares estrangei-ros e do capital colonizador, que aos poucos vai desnncionallzandoa nossa indústria. S. Paulo, por exemplo, era um Estado deflcl-tário em energia elétrica em 1959, apesar do seu Índice de Parti-clpaçfio ser de 234,, pois é uma unidade da Federaçáo grande-

mente industrializada, consumindo ainda boa parte da energiaproduzida pelo Estado do Elo de Janeiro que, por sua vez "emb -ra com um índice de Participação igual a 613, o maior do pais,é também o fornecedor ao Estado da Guanabara, servindo pois adois centros Industrializados á escala do Brasil. A Guanabara éum grande centro industrial, de enorme consumo de energiaelétrica, mas de produção Ínfima, l.P 9

FOME DE ENERGIAEsta "FOME" de energia não se verifica somente nos três

Estados mencionados, ocon-e também em várias outras unidadesda Federaçáo onde a produção de energia elétrica não acompa-nhou o crescimento demográfico como o Paraná e o Amazonas,onde os l.P são de 63 e 21, respectivamente.

Enquanto a ampliação do parque industrial do Brasi! se faznum ritmo acelerado, a "produção de energia elétrica" se carac-terlza por uma Inércia criminosa, em Impulsos desordenados, nãoacompanhando a progressão do consumo.

Aos olhos dos ingênuos, dos descuidados e dos analfabetos essemecanismo não se apresenta com a precisa clareza, esclarecemos:

a) — pareceria mais lógico que-a Rio Xlght. ganharia, muitomais se vendesse muito mais;¦•• t)'— que'a empresa :eaiiadcnse brasileira está tendo prejuízoporque está deixando dt vender;, ¦ . -

C) _ que a Rio Light está agorn perdendo uma excelenteoportunidade de ganhar mais legitima e honestamente;

d) — que por Infelicidade, em "virtude da falta dágua", nãoestá podendo produzir mais para vender mais;

e) — finalmente, que a seca (?) que tanto nos tem maltra-tado também causa prejuízos à Rio Light.

Esta a argumentação dos tnteressados e defensores da emprê-sa canadense. Tudo mentira, tudo falsidade, tudo tapeação.

A Região em que vivemos é, depois da Amazônia, uma dasdo maior índice pluviométrico do Mundo. É uma das regiõesque apresenta maior constância e regularidade de precipitação.

Atentemos, porém, para as peculiaridades da indústria deenergia elétrica. '

A Indústria da enertria elétrica é a única que nao pode esto-car o seu produto, sua maior rentabilidade só é consegui v.quando a demanda empata com a capacidade de produção. Èexatamente agora que a Light alcança c ambicionado objetivo dolucro máximo. O problem da Rio-Light agora, que já jwanthiuna capacidade de consumo maior pura a sua "Mercadoria" éaumentar a capacidade instalada de produção — o que eqüivaledizer: aumentar o tamanho da pá com que enche os seus cofres.Nada de estudar, nada ie prever, nada de calcular a auota decrescimento de consumo para se antecipar, porque para isso serianecessário reinvestir lucros, diminuir dividendos. E é Isto que aempresa não quer.

UMA PERGUNTAPorque não abandona a Rio Light a Indústria da eletricidade

no Brasil, se como diz, isto lhe acarrete prejuízos, pois há 10anos no mínimo náo distribui dividendos aos seus acionistas,contra a afirmativa da Matriz que publica seus relatórios narevista norte-americana "HAUSON'S LETTERS" de Nova Iorque,e por onde se verifica os lucros da empresa? Que negocianteagüentaria 10 anos sem lucres?

Quando aumentou a Rio Light seu potencial elétrico para aGuanabara que eram as estações geradoras do Paraíba e doFontes? Sabem todos que a estação geradora do Paraíba tinha 2geradores dc 25.000 KVA; 1 de 35.000 e um outro de 50000 KVAe que produziam corrente num potencial nominal de 6 600 volts.Esta tensão não seria suficiente para fazer circular por conduto-res comuns a corrente destes geradores vencendo uma distânciade 150 Km até Cascadura. Tem então cada gerador um transfor-mador, ou melhor, um banco de transformadores que eleva atensão de 6.600 volts a 132.000. A relação dos transformadoresnesta usina para compensar melhor os partes na transmissão. Arelação usada passou de 6.600 volts para 145 OOO, mas, nominal-mente, diz-se que a transmissão é de 132.000 volts, entrando assimnas barras de alta tensão.

A Usina de Fontes passou por grandes transiormr ções a fimde ser modernizada. As capacidades nominais dos geradores eramde números 1 a 64.000 KVA de um; 7 e 8, 12.500 cada e as novasunidades A e B 35.000 cada. Como vimos tinha a estação oitogeradores e montou 2 geradores modernos. Cada gerador temassim seu banco de transformadores, com capacidade adequada,sendo que n-t velha usina os geradores e transformadores eramgrupados de 3 em 3. Os geradores de ns. 1 a 8 geram energiaà tensão nominal de 6 000 volts. As novas unidades geram a6.600 volts. Os transformadores dos geradores 1 a 8 elevam atensão a 88 000 volts e o das novas unidades A e B a 132.000.Pontes tinha pois, depois de concluídas as obras, transmissão a

RAIOS-X DO "GORILSMO" NAS FORÇASconclusão da pág.7 )tem, mesmo, alguns delesque têm chegado a generalsem jamais ter ouvido umtoque de cornêta). A hlstó-ria dêsse grupo é multo lon-ga para ser contada aqui emulto Intrincadas são assuas ligações com el^mcn-tos desonestos das cúpulasmilitares reacionárias. Saocittdos aqui, apenas, paraajudar a caracterizar a ver-dadeira composição do "go-rilismo" nas FFAA. Aos quenos lem e ainda não se de-tiveram na observação dês-ses fatos recomendamos quepassem a fazê-lo doravante.

Afora esses grupos de mi-litâncla organizada, ativa ecapaz de influir nas posi-ções políticas das FF.AA..há outros, em geraJ, de me-nor Importância. Existem

sem dúvidas muitos inocen-tes úteis, que servem In-conscientemente à Roacãoe ao Imperialismo, porqueainda não tiveram oportu-nldarie de trabalharem comchefes conscientes do mo-mento histórico em que vi-vemos para esclarecê-losconvenientemente Dêsserói, há uns que chegam atéàs raias da alienação men-tal. É o caso por exemplo,do major Estélio. ao qualcerta -imprensa dá ima-quiavèlicamente) tanta ta-oortâncla. É o tipo acabadodo passional Iombrosiano(olhos esbugnlhados. narizafilado etc.) facilmente fa-natizável É hoie um faná-tico de direita assim comopoderia ser um daquelesanarquistas ultraesquerdls-tas, que perambuiavãm pe-

los cafés de São Petersbur-go, Berlim, Paris e outrascidades européias, ali pelosidos de 1912.

Outros 'robots" de Rea-ção se fizeram ver na as-sembléla do dia 3. desem-penhando principalmenteo papel de encobrirem apresença e seâo des men-tores "gorilas".

Finalmente, encerrandoêsse "desfile" pouco des-lumbrante devemos citar ogrupo da Reserva engaja-do num "gorilismo' varia-do nas origens, nas ações enos propósitos Assim é quevemos por exemplo Mages-si. presidente do Clube que,na sua arenga aos sócios,omitiu um dos motivosprincipais a sua ida atéBrasília que ioi a sua "vi-

ração" para ocupar umavaga em vista no STM.

O Castro Júnior, jà cita-do, velho e viciado sócio doClube dos "Gorilas" que atéhoje presta os seus serviçosao Lacerda, tal como fa-zem os aviadores aragar-cista Borges. Saliture etc.

Destaque-se, finalmente,não pela Influência que po-deria exercer nesse quadro,mas por ser uma figura pa-drão das sobras que o Exér-cito não pôde ou não quisutilizar e que o Lacerdatentou aproveitar para oseu aoarelho policial de re-oressão ao povo* é o nossotristemente conhecido Ar-d ovino.

O assunto é extenso e odesfile náo poderia termi-nar aqui. Por isso, a êle vol-taremos.

88.000 volts e 132.000. As Unhas de transmissão a 88.000 voltssão quatro e as de 132.000 são duas. Tem ainda a Rio Light aUsina reserva de Gás Novo. mais econOmica que as duas primei-ras. pois consome carvão, petróleo ou óleo combustível existentenas proximidades, tornando-se assim desnecessárias as caríssi-ma linha' dp transmissão, transformadores de alta tensão, barra-gens, etc. etc.

Além destas Usinas quais as novas construídas pela Rln-Light?Onde estão localizadas? Aumentou o potencial destas usinas?Quantos geradores têm as novas usinas, se construídas?' qual onúmero de transformadores? comp'etou a Rio-Light a Usina deSalto dc Mambuaba onde a E.F.F.S.A., pretendeu estabelecerusina própria para os trens elétricos e quiçá para o abastecimentode luz à Guanabara e que forças ocultas impediram? Ultimou aUsina da Serra de Bocaina?

Poderá o Departamento cie Energia Elétrica informar, ime-dlatamente o custo real do Kw força e da luz por hora? Os conti-nuos aumentos e reajustamentos pleiteados e concluídos devida-mente autorizados náov terão enquadrado a Companhia, involun-tàriamente, dado o custo real- do Kw-na Lei de Economia-Nacional?

Concessionária que é do fornecimento de energia elétrica aoSEstados de S. Paulo, Rio de Janeiro e da Guanabara, tem a Rio-Light o dever preclpuo de providenciar no sentido de cumpririn-totum, sem tergiversações sua obrigação de fornecer luz eforça aos seus consumidores como é de sua obrigação, ou entãona Impossibilidade de fazé-'os por motivos Imprevisível* que nãovem a pelo mencionar, solicitar Imediatamente como já o deve-ria ter feito, a rescisão do contrato que lhe foi outorgado, vistonão poder cumpri-lo Integralmente como era de sim obrigação,Indo buscar água onde houvesse.

CORTINA DE FUMAÇAA falta dágua, alegada pela concessionária do serviço público

do fornecimento de energia elétrica é mera cortina de fumaça,e falta de Interesse de bem servir ao Povo e ao País. Senão veja-mos- tem o Estado do Rio de Janeiro os seguintes rios e cachoel-ras: o PIABANHA que nasce na serra do Caparão ou da Chibatacom o nome de Rio Preto e que serve de divisa nos Estados doEspirito Santo. Minas Gerais e Rio de Janeiro. O seu curso é dei64 quilômetros e os seus principais afluentes são: o Verde, oVeado, o Calçado, o Muqtiy do Sul e r> das Neves, todas na Mar-gem esquerda. Em seu percurso forma as cachoeiras Santo Antô-nio, Inferno e Fumaça, esta última caindo de 100 metros de altu-ra e com uma capacldRde de 20000 HP ;

0 PARAÍBA DO SUL. que nasce a 1 500 metros ac'ma donível do mar na serra da Bocaina com o nome de Parahvttngae tem um curso dp 87 quilômetros entre a cidade de S. Fidélise sua foz. Em seu percurso forma as cachoeiras dp Lavrlnhas doSalto e do Funil. Em seu percurso recebe como principais afluen-tes no ESTADO DO RIO o Parahyhuna. e Plrapitlnea, o P^mbae o Muriahé, todos pel» esouerda e o Plral, o Piabanha, o Paque-quer e o Dois Rios pela direita;

O PARAHYBUNA, nasce na serra da Mantiqueira, em MinasGerais recebendo na margem direita, como seu principal afl»entao Rio Preto e serve em todo o seu curso de limite entre o Estadodo RIO DE JANEIRO e Minas Gerais, formando as cachoeirasde Sobragy, Marmelos, Santa Helena, Joazal, Coqueiros, Infernoe Funil;

o MURIAHÉ. nasce na serra das Perobas, com um percursode 290 Km desde a foz até s cachoeira do Machado DRSPEJANO PARAHYBA DO SUL, (ESTADO DO RIO) ÜM VOLUMEDE 70 METROS CÚBICOS DÁGUA POR SEGUNDO, depois deformar as cachoeira.» do Fundar, ou Poço Fundo c a do Machadoe dc ter recebido pela esquerda, como principal tributário o rioCaranuole que forma as cachoeiras do Boi e Pilão, além damajestosa Tombos;

o PIABANHA, nasce na serra da Estrela. Tem 80 km decurso, dos quais 12 em Petrópolls. Recebe como afluentes pelamargem esquerda o Araras, e o Fagundes e peln direita o rioPiêto. O Piabanha e o Fagundes formam aleumas quedasdágua, sendo que as do Piabanha. pm A'berto Torres tem umvolume dágua correspondente a 60000 HP e as do Fagun-des 100O0 HP.

No Estado da Guanabara temos:o S, João de Meritl, cujos principais afluentes são o Sapo-

pemba à direita e à esquerda o Pavunas.o IRAJA, cujos principais afluentes são o Inhaúma c o Timbó

pela esquerda e o Jacaré pela direita;o GUANDU MIRIM OU TTNGUI. que nasce na serra do Geri-

cinó. Tem como principais afluentes o Guandu do Sapè peladireita e o dos Cachorros pela esquerda.

Em S. Paulo, área da concessão da Rio Light:o GRANDE que nasce na .serra da Mantiqueira. Em seu

percurso recebe como principais af uentes os rios Sapiicahv-mirim,Pardo. Turvo, todos pela esquerda Forma em seu percurso entreoutras as cachoeiras de Bocaina Criminosa. Funil. Pedrosas,Jaguarra e Maribondo esta última caindo de 26 metros de altura;

o PARDO, desce da serra do Caracol em Minas Gerais Formaentre outros importante salto em ?lena floresta entre Caronde eEspírito Santo do Rio do Peixe e o Mogy Guassu a Cachoeirade S. Bartolomeu;

o TIETÊ, nasce no serrote Morro da Barra. Entra no Estadodo Paraná a 200 metros abaixo do Urubu Pungá. formando inú-meros saltos e cachoeiras entre as quais citaremos: os saltos deParahytlnga, com força motriz de 800T HP . e do Itu. de 10metros de queda, o Avanhandava, com 17m50 e uma forca motrizde 61000 HP. o Itapuca, com 20 m. de queda e uma forca motrizde 60000 HP. Forma ainda o Tietê, em seu percurso, 32 outrascachoeiras; \

o PIRACICABA em cujo percurso existe,um belíssimo saltocuja força motriz é de 20000 HP

RIOS NAO FALTAMComo vimos, não é a falta dágua o motivo do racionamento.

Tem o Estado do Rio de Janeiro, além dos rios acima citadosmais 26 outros; S Paulo 15 e o Estadc da Guanabara 38.

Só há uma solução para coibir os periódicos racionamentosda Rio Light. E o governo federal cevando em conta a declara-ção formal da Companhia de sua Incapacidade financeira paracumprir o seu dever de fornecer luz e força suficiente ao engran-decimento do Brasil, imitar o que fêz a Inglaterra, explorar êlemesmo, por Intermédio do Ministérir das Minas e Energias, Kquedas dágua do Brasil, cujo montante em KW ultrapassa emmuito a casa dos 40.000 000 de HP.

Cumpra o governo o seu dever é o que o Brasil espera. Aca-bemos de uma vez por todas com os peipétuos racionamentos.

no rádio e na televisão Nãose lembrava de muita coisa,mas disse ganhar 100 milcruzeiros mensais pelo tra-balho que executava, alémde uma promessa de passara sócip do negócio.

A seguir, a Comissão ou-viu o sr. Francisco Lam-preia, um dos fundadoresdo IBAD e chefe dos escrl-tórlos da "Promotion" emBrasilla, Sua memória, noentanto, estava num diaruim pois não se lembravade multa coisa, somenteprecisava nnp deixou os "<er-viços do IBAD quando êssemudou os estatutos Não co-nhecla n nome r1ni« h»"""-ciártos não sabia quantogastava e nem de nuem eraa resüonsabllldade dos nro-gramas mantidos nelo órgão0"p dirigia Também desço-nhecia a fonte dos recursospostos à dlspnsteão dn TOAD,de quem só recebia 160 milcruzeiros mensais além dehosnedaeem no Hotel Na-cional Ocunava com seusi>scr'Mrios seis «alas no Edl-ffeio Oeará. onde recpb'amulta sr»ntp rtiip <íp henpfl-ciou dn rRAn & nia masque pIp nqn cp Ipiribra quemselam Para Ihp refrescarum nnucn a memória o sr.José Anarpcldn Ihp aoresen-tou uma earta-clrcnlar en-via^a a todas as seções es-taduaís da ADEP assinadapor êle em que pedia a re-lacão de todos os deputadosJederais. estaduais, vereado-res e prefeitos eleitos comos recursos do IBAD e quehouvessem se comDrometldocom os obiQtivns anMnacio-nais da ADP, chefiada pelod P.n ji ta,d o João Mendes(UDN-Bahia) Diante dp suaassinatura, o sr Lampreialembrnu-Rp de almuna col-sa. sp cnr)tradl«s° p caiu emnumerosas ciladas o quevaleu a recinvnca,c.ãn deoutros dos seus auxiliaresjá inquiridos pela CPI. Detudo que o sr Lampreiaafirmou, negando sempre,desconhecendo tudn. invà-riavplmpnte. restou à CPI aconvicção de que «í"1 nhia-cão â;'frente dn TBAD.&Cia. em BrasiÜ3 foi fatorprnponderante nas at.lviria-des corruptoras desses ór-gãos.

UM QUE SE LEMBRA,Um tanto nervoso an'p as

niímernsas ameaças recebi-das tão logo teve seu nomearrolado entre as cnettB«nesda CPI. ,, sr Artur Tunquei-ra levantou a nonta do véuque encobria a maior onrlade corrupção lamals teste-munhada no processo piei-toral brasileiro Diante dosdeputados o antigo presi-dente da Caixa Econômicasentiu-se como que seguroe abriu o verbo Confirmousua qualidade dp secretário-geral da ADEP onde in-irressmi a convite do sr.Ivan Hasslocher sob a pro-messa de conhecer os no-mes dos financiadores domovimento a principio de-signados como "setenta flr-mas nacionais" imediata-mente convocou auxiliaresde sua confiança e ordenoua confecção de cartazes efaixas do Ceará ao RioGrande d0 Sul, cujo volumeem dinheiro, em apenastrês meses, atingiu a 1 bl-

lhão de cruzeiros, sendo queos gastos maiores se regis-travam na Guanabara. To-davla o sr Ivan Hasslocherprotelava a entrega do di-nheiro, pois evitava maio-res contatos com o depoen-te, que insistia em conhe-cer os nomes das firmas fi->nanciadoras. Depois, come-çou a entrar dinheiro paraas desnesas 1á feitas e ou-trás somas nara a comprade horários de televisão Osfinanciadores, no entanto,continuavam Ignorados, adesato da oressão que Osr. Artur .funouera faziapara conhecê-los. tVantedessa nressão, o sr Hasslo-cher resolveu mandar bus-car os reclbai e os comnro-missos de vários beneficia-rios do TBAD & Cia., fatoque o sr. Junouelra se negoua fazer, nois ficaria deseo-berto o sigilo e desguarne-cido o seu setor, "passandoo sr. Ivan a fazer chanta-gem com os beneficiárioseleitos, conforme era seudeseio" — afirmou o sr,Junmiplra.

— Para os srs deputadosterpm "ma Idéia do que se-ria a pnWo-a dos documen-tos ao sr Hasslocher — dis-sp n sr .Tiinnnpira — bastacitar oup minha secãn daADEP financiou nada me-nos de 250 candidatos adenutadn federal e cerca de400 deputados estaduais.Imaeine-se um elemento co-mo êsse de posse de compro-missos assinados nor tantagenta n aue não faria...

Afirmou depois que suaneeratlva provocou um rom-plrn°"to com o presidentedo TBflD que nassou a lheacusar de npciilatárln. difa-mando-o níihUcamente co-mo anronrlador Indébito de60 mUhnp.s de cruzeiros, faton"p nãn nndp contestar, pà-blicampnte nois teria querpvelar os nomes dos bene-fteiários dessa Imoortàncla.Por fim o sr Artur Jun-aueira disse à CPI que ha-via tncinerado os papéiscomprometedores, temerosode que o sr Ivan Hasslocherdeterminasse uma buscaclandestina nos seus escri-tonos e em sua própria re-sidência.

• Perguntado sobre o volu-me exato das despesas coma televisão respondeu que,"se se somar tudo direlti-nho. atlnelr-se-á facilmentea quantia superior a 5 bi-lhões de cruzeiros" Igual-mente declarou que o maiorvolume de publicidade seconcentrava na Guanabarae em Pernambuco, "ondese registrou verdadeira or-gia de gastos na promoçãode candidatos pouco identi-ficados com as preferênciaspopulares como os resulta-dos das eleições provaramsohoiamente"

Vê-se, pois,. claramente,como os reacionários ten-tam por todos os m^dos re-tardar o progresso do pais.Corrompem o ambiente elei-toral subvertem a ordemdos valores e se lançamcontra toda medida que vi-se a retirada do pais dêssecaos econômico e social emque se acha mergulrado, In-telramente entregue à cupi-dez dos "trusts" e das íl-nanças internacionais.

NA ORDEM,DO DIA

EDNA LOTT

(Deputada à Assemblè!a

da Guanabara)

OS RECENTES acontecimentos do Clube Militar tra-

zem à tona os reais obletivos do golpismo que. infe-lizmente, ainda age em nossas Forcas Armadas. Capita-llzando. com habilidade, o 1"sto descontentamento quereina nos quartéis, pela morosidade com aue vem se ar-rastando o aumento do funcionalismo civil e militar, lo-grou levar alguns oficiais menos esclarecidos a gravemanifestação de desrespeito à pessoa do sr. Presidenteda República e ao Congresso Nacional.

Sabemos e compreendemos as lustas apreensões dafamília militar. Vendo dia a dia minguados seus sala-rios e. cada vez mais, compelidos a um nível de vida In-compatível com sua representação e características desuas atribuições, são os oficiais' levados, igualmente comotodos os setores de nossa população a verdadeira situa-ção de desespero. O que. pcém. necessitam compreenderos militares é aue. seus mais leeítimo": anseios e proble-mas. nâo encontrarão solução mais rápida com o recursoa procedimentos extra-leeals. Precavenham-se os maisimprudentes pois escudados e aproveitando suas legiti-mas apreensões estão lustamentp aqueles aue tncompatl-bllizados com a conveniência democrática, buscam In-terromper o processo de desenvolvimento do povo bra-sileiro

Atualmente nosso pais não sobreviveria, sem lastrodoloroso, a uma nova reedição de vinte e quatro de agôs-to. Necessitamos de paz para que, dentro da normalidadepolítica e institucional, marchemos para as reformas deestrutura que está a exigir o imperativo da emancipaçãonacional. Nem tudo é perfeito nesta nossa incipiente de-mocracla, mas o pouco que af está deve ser preservadoporque dá-nos a certeza de que. paulatinamente, cami-nhamos para ser exemplo, nesta conturbada e sofridaAmérica Latina.

Nossa Forças Armadas têm como tradição o seremforjadas em consonância com as aspirações popularesmais legitimas. Alertamos estes desavlsados ofici°ís que,nos bastidores da reunião do Clube Militar estavam Jus-tamente os adeptos de soluções antlnaciona listas para cproblemas brasileiros. São os mesmos que. reiteradas vrzes, foram repudiados pelo povo por estarem divorciad-de seus reais interesses.

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1

Page 6: N.° 341 ANO VIM UM JORNAL QUE VALE POR UM LIVRO Diretor ...memoria.bn.br/pdf/149322/per149322_1963_00341.pdf · E tudo se explica facilmente. Os "gorilas" não têm base popular

PAGINA 6 N.° 341 — 11 a 17 de Julho de 1963 O SEMANÁRIO

GESTAPORegistramos o recebimento de

carta do dr. Percy Stulz, Jor-nallsta e cientista, da Repúbli-

manha Democrática quandona Alemanha Federal (ociden-tal).

Diz-nos êle que a Policia deBonn tem impedido o desem-penho das atividades firofisslo-nais, tendo alguns de seus co-legas sido expulsos de seus do-

os seus arma-rios e escritórios e apreendidosobjetos de sua propriedade par-tlculár".

Após salientar que seu paistem permitido a visita, com tô-da liberdade, de corresponden-tes alem»;s-ocidentais e que,só nos últimos 18 meses, 477jornalistas estrangeiros percor-

Abrimos as colunas da 'Tribuna dos Leito-£g£ü § todos os nacionalistas e patriotas quedesejam transmitir-nos as suas criticas, as _.„„„„, ,„.suas observaçõesT as suas sugestões. Aqui

*ca*"D7mVrátÍca°^lema"(orlen-EMbliçaze^ sej-^ljnente, treghog d_as inú_- $ggfc%nqT s«mer as cartas ç*ue recebermos. Publicaremos, mas os correspondentes da Ale-também^ artigos e comentaripjj mesmo que osEontos de vista de seus autores nem semprecoincidam com os do 0 SEMANÁRIO. Escrevam,amigos leitores, mas sejam bre,v-»R e concisos!SANBRA CAIXINHAde Andrade, de Fortaleza (CeV "Para a reall-taÇã» do comício micíllos. "Suas oficinas — derá)i nos escreve para condenar íos lí?eres da re*«âo "acionai, clara na carta - foram assaia margarina "Delicia", produto J-acertIa e Ademar, no Pacaem- tadas, forçadosda SANBRA, de São Panlo. •>»• houve uma coleta de dl- -„,«:,,,„*,„„Comentando os dlzcres do ré- ! , ro janto a ?*Te™-s 'ndus-tulo, declara* triais c comerciantes de São"Eis aqui üma parte do ró- íj!,"10' Essa àet\»™l& í formu-tolo: Margarina vegetal. 20.000 ^iS?L um ,ei*?r nos?° deunidades de vitamina A e 2.000 ?.ao ,Fau-0' «?• a8Sim exP* 9a Punidades de vitamina D, por íunc*onan-ento dessa nova "cal-quilo. Artificialmente aromatl- Ilnha :zada. Preparada excluslvamen- "A coleta é feita por inter- reram . gj,, acre„entB nu.te com gorduras vegetais hi- médio da CONFEDERAÇÃO "'*?„.7\,S*&,»2$kS£SSLSÍrdrogenadas, leite pasteurizado, DAS FAMÍLIAS CRISTAS, X,aSS!J?" V*?Si°,£B

tlecitina e benzoato de sódio 0,1 cujo endereço é Alameda Cara- d?5 á^SSStaMní?2?ffie sal. Rótulo registrado na P-nas, 833, em Sfio Paulo, a SgSWSfftã^d^íSiDIPOA, sob o n.° 4.777. qual fornece um recibo de "do- ,2?J%ií-SB„ ü^Submetemos ao critério de nativo" pró-Ação Popular e So- &^&^ã^mètqualquer pessoa medianamente ciai (APES). Êsse "donativo", ÍJTO onlnlfo Mantida Sinstruída, ou um simples estu- como é óbvio, é debitado pelo ?pis ri, 2Tn" Êrarantlda W6*

dante de farmácia ou mediei- doador como despesa, o que au- 'na, os disparates e absurdos tomàticamente reduz o lucro,contidos nos dizeres acima, diminuindo o imposto sobre aaprovados pelos liigienistas da renda. Dessa forma e no finalDIPOA. Em primeiro lugar, das contas, quem fornece essesexpressão — margarina (cônsul- recursos, indiretamente, é o Te-te-se qualquer dicionário usual) souro Nacional, que se vê des-— sempre foi reservada para falcado de um tributo que lhedesignar as gorduras de origem é devido",animal ricas em vitamina A "Por êsse motivo — acres-D. Em segundo lugar chama- centa - sugiro que se faça <.N&0 peta™, uoaáo, fi nPmos a atenção dos leitores pa- uma rigorosa Investigação sô- nhZ P^rtlZ Poffti™ P n^mra o termo grifado BENZOATO bre as importâncias arrecada- —Jí™,, 1 , £olíti00 e nuemDE SÓDIO. Trata-se de uma das e aPSs por aquria ml ffiSS^Sp3edTdl%TbiliTantnecuioe SMTCSg

*«' ", "PW ° éS&SS ^StfóStfpropneaaaes aepllitantes ecujo que está sendo desviado para eamos ohp n. RevnliirSn Tiraql.uso habitua pode provocar gra- fins políticos e, talvez, mesmo, feira deve%e^r S der tro dasves distúrbios orgânicos, con- para provar que a finalidade iradicõirde nosso nat A Ban-forme provou experimental- dessa instituição nfio c outra. de^ra-pftria é intocávelmente o grande higienista nor- Agora que a CPI acerca das ati- i miSS60 do •¦MOSE"'é moste-americano Willey, durante vidades do IBAD está em fun- trfr aof cstudintos secundáriossua memorável cruzada contra clonamento, nada mais oportu- rUudàdeSlcà nacional?os processos en-ôneos de enla- no do que ir denunciando tô- mffir^no máximo oi estutamento de conservas alimen- das essas ligações que vão apa- fcuite-f p5S êstês serão no fü«cias. Este médico promoveu recendo". ralíln' po,J- ' "tLS -UIIU no IU

Dinheiro que o governo quer dar a "Bond

and Share"...

ESTUDANTESSOCIALISTAS

A direção do Movimento So-cialista Estudantil (MOSE),com sede em Santos, nos enviacarta, acompanhada de mani-festo lançado pela entidade es-plicando seus objetivos. Trans-crevemos alguns trechos:

turo os dirigentes de nosso pais.Sabemos que iremos encontrarforte reação, mas não nos in-timidarão. Procuraremos de-monstrar aos estudantes secun-

uma série de testes para provar que os alimentos conserva- POESIASdos com o auxílio do benzoato _ ,

' ''¦de sódio, como também os en- Recebemos as poemas "Nossa „,„,,,„latados em metal estanhndn Senhora do Espaço' e "flantl- monstrarsã? verdade veneno f Vo -*»«> líut Owtoícta- Vários o porque,daluta atualDrovocadores de várias moles- tra > e Gleba Sofrida", do de todos os brasileiros cons-tos de Zkicão igualmente nosso leitor Péíicles cientes pelas Reformas do En-«-....... -..'. ..- Rocha. Agradecemos a lem- sino; Reforma Agrária, radicalCOLUNA CULTURAL branca. Infelizmente, lamenta- e urgente; Extinção do Analfa-

Do sr. Sampaio, leitor de mos não poder divulgá-las por betismo e Direito de Voto aPorto Alegre, recebemos inte- falta de espaço. Esperamos que tod° cidadão; Encampação deressante sugestão que prelcn- «s nossos dois poetas-leitores firmas estrangeiras, principal-demos levar cm consideração saibam compreender e relevar mel«e das de distribuição detão logo seja possível. Diz a essa nossa impossibilidade,CÍH'ta: IDAI-í

— "Já há tempos somos lei- IBADtores assíduos dcate órgão, legi-limo motivo de orgulho paratodos os nacionalistas de ver-dade, preocupados com os pro-blemas sócio-politico-econòmi

O leitor Alberto Luís de Sou-sa, do Rio de Janeiro, envia-nos carta protestando contracomentários radiofônicos . doIBAD, transcritos em determi-

petróleo; Reforma Urbana; Re-forma Bancária; Redução dashoras de trabalho e Participa-cão dos empregados nos lucrosc na administração das emprê-sns; Defesa cia autodetermlna-ção dos povos; Socializaçüo daMedicina c da Educação; Liber-dades sindicais; e Socialismo.cos do Dais Muito nos a-n-n- ¦*,"'. -ÍS'™*1?" "-•" "**w*i««- uuues buiukwis e qjciiuisiuo.

dam osTtigoí Te &S Sfâ& E&S&S&M T**1™»*. P**Ww-**r*oSírrriS í,*nr-nihãP- hpm nMno PoslÇãO pró-ianque X antináií sehvprc preservados, bom comos»ul edSis Trezario ostaT c*onaI' dW-el>- organização é'Vá-^glória' dos nossos1 antepassá-dó Costa Fazemos To d umre mai5 do 9ué Patente* ™e-™*. dós que lutaram, também, pila^ro aUáf exTensi™ a todos também' ^ue desmascaremos a nossa LIBERDADE que, infe-oTjorna de e"da de ^so 5*035*'^»" sUbârno molltada «ciente, em nosso pais aindapais: é a falta de uma coluna pel° IBAD-ou mesmo,página que se ocupe Esclarecemos ao prezado lei-de assuntos mais de superes- tor °.ue a nossa linha de açãotrutura: teatro, cinema, litera- e de luta sempre foi contráriatura e arte. É claro que com- ao IBAD, IPÊS. ADP e congê-preendemos a necessidade pre- neres. Denunciamos a corrup-mente de revisar constante- Ção eleitoral, feita em larga es-mente a realidade estrutural do cala em todo o território na-Brasil: afinal, os acontecimen- cional pele IBAD para preju-tos se renovami semanalmente, dicar os candidatos nacionalls-diariamente, minuto a minuto tfls- Fomos um dos primeirose muito há a comentar e ana- órgãos da imprensa nacional alisar do ponto de vista econó- apontar, não só em Pernam-mico, político, sociológico. En- buco como nos outros Estadostretanto, não nos parece justo da Federação, as manobrasesquecer este ponto mais cul- reacionárias e antinacionais dotural e nem por isto menos IBAD, os rios de dinheiro der-importante. "Sem teoria revo- ramados para impedir a elei-lucionária, não há movimento Ção do governador Miguel Ar-revolucionário", dizia Lenin. rais e de destacados parlamen-Malacovsky, transplantando pa- tares, que têm assumido posi-ra o terreno artístico, dizia Ções lúcidas e patrióticas. Ain-mesmo: "Sem forma revolucio- da agora, estamos dando totalnárla, não há arte revoluciona- cobertura à Comissão Parla-ria". Como é, amigos, vamos mentar de Inquérito sobre oabrir uma coluna cultural no consórcio IBAD-IPES. E, aindaO SEMANÁRIO?". mais: conforme nossa orienta-

O sr. Sampaio, finalmente, Ção, continuaremos lutandoestá Interessado em saber o que contra os IBAD, IPÊS, ADP ehouve realmente no PSB, quais organizações congêneres ou ne-os elementos que passaram pa- gociatas que venham a preju-ra o PTB e por quê? Procura- dicar os Interesses do país.remos responder a essas per'

não foi alcançada".*AA^VVVwVSA^\AAAAAAAA/\^A^VVW

PAGAMENTOSDe Porto Alegre, escreve-

nos o leitor Alberto Curipara, por nosso intermédio,protestar contra o atraso nopagamento dos vencimentosdos servidores federais.Transcrevemos um pequenotrecho:

"Enquanto não sai o au-mento de 70 por cento, quejá não valem nem os 40 porcento prometidos em abril,tudo continua subindo e osagiotas se beneficiando. Atéparece que os funcionáriosestão com fartura de dl-nheiro, que ninguém temdividas, que ninguém pagajuros pelo aluguel ou pres-tação da casa ou. aparta-mento; que ninguém temcontas a pagar. Além de seruma migalha, ainda * atra-sám... A situação é de de-scspêro".

VVVHVVWVWW^/V^AiWWWVWVV

pruntns nas colunas do jornal.

PUBLICAÇÕESRecebemos c agradecemos

as seguintes publicações:"Folha Bancária", "O Uni-versitário", "Marcha" (Mon-tovidéu), "Boletim Informa-tivo do Clube Positivista","Politica Internacional"(Belgrado), Boletim da agên-cia ADN (Alemanha Demo-errática), Boletim de Impren-sa do governo de Bonn (Ale-manha Federal), "Bulgáriade Hoy", "Nouvelles de Mos-cou", "Polônia", Boletim daCTK (Praga), "TelebrasilNoticiário".

PAPA DA PAZMaurício de Sousa Medeiros, nosso leitor de João Pessoa

(Paraíba) nos escreve sobre o Papa João XXIII. Diz-nos, emsua missiva, que "a grandeza de João XXIII consiste exatnmen-te em sentir e compreender a atual fuga das massas injustiçadasde todos os tempos, onde os representantes do Divino Mestre,alheados da realidade histórica, teimam em falar de abstrações,que a nossa época não mais aceita, e a pregar uma humildade,que torna cada dia os ricos mais ricos e os pobres mais mise-ráveis".

Ainda sobre a figura do Papa João XXIII, recebemos cartade outro leitor nosso, Péricles Rocha, desta feita de Bauru (S.Paulo). Transcrevemos o final de sua correspondência: "Podemesquecer os intrujões o espírito da Mater et Mafc.ótra ou daPacem in Terris, troduzindo-as a seu talante, mas a verdade éque a Paz há de vingar entre tantos oprimidos que estão vendoa degringolada de tantos opressores pelo mando, pelo dinheiro,pela força. Foi êle o Papa dos oprimidos para desarmar osopressores. Santas as Palavras de João XXIII. que não pregouno deserto, mas no orbe, que agora se fecunda pela boasemente".

nnnmTnrnTTn n/looiiv/ii unn.Junto o este remeto e import-Sncto de CrS .¦„

(......¦.. ) a ordem de O StMANARK) S. A., referente

a umo assinatura ria ............. .«-»«••

Cheque visado .......-..........;«»....... V declarado ..........

NOME „„,..„.,,.„,..,..„.„.,.. PROfiSSAO „....»

*** • • •*•••;»• • • » • » • • • e •*••'•••-•'*• •-*-••-•* «.-sr . ...-*. *w• •!»• N> . •».<

CIDADE AÜINATURAS;

ESTADOANUAL — Vto terrestre, Cr % I UU0.00 — Vio o*"»?Cr) l OOO 00 — S b M E s 1 R * L — Vio terrestreG$ 500,00 - Vio oèreo. Cr* I OOO 00.

(Conclusão da página 2)mantido o princípio dc justa com-pensação, com reinvestimentos eraoutros setores importantes, para odesenvolvimento econômico do Bra-NsiL O Presidente Kennedy manifes-tou grande interesse nessa orien-tncão"C —A CRIAÇÃO DA CONESP

Em conseqüência dos entendi-mentos referidos, o Presidente doConselho dc Ministros baixou o De-creto 1.106, de 30 de maio de 1962,criando a Comissão de Nacionali-zacão das Empresas Concessioná-rias dc Serviços Públicos (CONESP),com as atribuições de:

a — relacionar os serviços quedevam passar à exploração diretado Estado, segundo o grau de suaprioridade;

b — negociar condições c formade indenização, organizando planodessas negociações.L — SURGE A LEI AMERICA-° NA "FOREIGN AID ACT"

Enquanto se processavam oslevantamentos a cargo da CONESPe as negociações com os represen-tantes da American Foreign Power,foi promulgada uma lei americanadenominada "Foreign Aid Act",cujo artigo 6.° é do seguinte teor:

"O Presidente dos Estados Uni-dos suspenderá a assistência queestiver sendo prestada, de acordocom a presente lei, ao governo dcqualquer país, quando êsse governo,qualquer agência, ou subdivisão go-vernamental desse mesmo país, em1.° de janeiro de 1962 ou em dataposterior,

— tenha nacionalizado, ex-propriado ou confiscado o controleda propriedade pertencente a qual-quer cidadão dos Estados Unidos,ou qualquer companhia, sociedadeou associação, cujo patrimônio per-tença a cidadãos estadunidenses c-mpronoreão não inferior a 50 porcento, ou

— tenha imposto ou aplicadoô-ius discriminatório, ou outras exi-gências ou condições operativas,que tenham os efeitos de naciona-llzar, expropriar ou, por qualqueroutra forma, confiscar a proprieda-de ou controle de propriedade aci-ma indicado, uma vez que tal pais,agência ou subdivisão governamen-tal deixe, dentro de um período detempo razoávM (não excedente de6 meses a partir da prática do atoou da data da entrada em vigor dopresente dispositivo), dc adotarmedidas apropriadas entre as quaispode ser incluída a arbitragem parao atendimento de suas obrigações,segundo as leis internacionais, paracom o.cidadão ou entidade interes-sada, abrangendo indenização li-quidativa c pronta da propriedadecm moeda estrangeira conversível,conforme prescrito pela lei interna-cional, ou deixe de adotar medidas

—dcstinadas_a_asscgurflr ^ abolição. .„,de': tais ônus^cxigcndmsííbu condi?- ..'ções," òòhfornie o casóiuTal suspen-são continuará em efeito até que opresidente fique certo de que me-didas estejam sendo adotadas, enenhum outro dispositivo desta leipoderá autorizar o Presidente aadiar o disposto neste artigo".

Em face dessa lei americana,alteraram-se completamente os ter-mos dos entendimentos. Antes, asnegociações tinham curso em razãode conversações livremente manti-das entre os Presidentes do Brasi]e dos Estados Unidos. Agora, elaspassaram a constituir uma imposi-ção de uma lei estrangeira que, emtudo e por tudo, contrariava a le-gislação brasileira. Quando vieramestabelecer-se, no Brasil, as conces-sionárias tinham conhecimento deque estariam sujeitas à legislaçãobrasileira. Nada se justifica, por-tanto, que a nacionalização das em-presas estrangeiras, que se defen-de como imperativo de segurançanacional, venha, agora, processar-sepor imposição de uma lei estran-geira e se realize cm obediência aoque ela dispõe, mesmo que contra-rie os preceitos da lei brasileira.Isso constitui-se numa verdadeiraalienação de nossa soberania.7—0 VALOR DO ACERVO' DAS SUBSIDIÁRIAS

Segundo os balanços levantadoscm 31-12-1962, o investimento totaldas subsidiárias da AMFORP doBrasil somava 25 BILHÕES DECRUZEIROS, com correção mone-tária feita pelas próprias compa-nhias. De acordo com os levanta-mentos da CONESP, tomando porbase os dados fornecidos pelas sub-sidiárias e feitas as reavaliações nabase dos índices do Conselho Nacio-nal de Economia (mais elevadosque os aplicados pelas subsidiárias),os investimentos totais somavam46 BILHÕES DE CRUZEIROS, em31-12-1961. Posteriormente, a ELE-TROBRAS atualizou estes investi-mentos, fazendo a respectiva corre-ção monetária e apurando o totalde 57 BILHÕES DE CRUZEIROS.Êsse é o montante em torno do qualdeveriam processar-se as negocia-ções para compra do acervo dassubsidiárias da AiVIFORF, tantomais que resultava de dados fome-cldos pelas próprias empresas, osquais só foram alterados, paramais, por efeito das reavaliaçõesrealizadas com base nos índices doConselho Nacional de Economia.O — A PROPOSTA DA AME-° RICAN FOREIGN POWER

Sugerido este montante de 57bilhões de cruzeiros para base dasnegociações aos representantes daAMFORP, srs. Henry P. Sargent, N.Nydorf, Edwin D. Ford Jr. e CizinioRodrigues, em reunião a que com-pareceu, também, o embaixadorbrasileiro nos Estados Unidos, sr.Roberto Oliveira Campos, foi êle re-cusado, sob alegação de que os ín-dices do Conselho Nacional de Eco-nomia continham graves distorções.Nesta oportunidade, os represen-tantes da AMFORP formularam aseguinte contraproposta:

Preço das ações: 138,6 milhõesde dólares, juros de 6 e 6,5%.

Crédito do "holding" junto ü

subsidiárias: 10,4 milhões de dó-lares.

Empréstimos contraídos pelassubsidiárias junto ao Export andImport Bank: 38 milhões de dó-lares.

Idem, junto ao BNDE: 7,4 mi-lhões dc dólares.

Reuniões sucessivas com os re-presentantes da AMFORP permiti-ram a modificação daquelas condi-ções para as seguintes:

Preço das ações: 135 milhões dedólares.

Crédito do "holding": 7,7 mi-lhões de dólares.

Empréstimos junto ao ExportImport Bank e BNDE: 45,4 mi-

lhões de dólares.Este total de 188,1 milhões de

dólares corresponderá a 116,6 bi-lhões dc cruzeiros, ou seja nada me-nos do que o dobro do \aIor apu-rado pela CONESP/ELETROBRAS,com base nos dados da própria"holding".

A CONESP apresentou um rela-tório ao Senhor Presidente da Re-pública e, por determinação de SuaExcelência, encaminhou cópia dorelatório ao Senhor Minitsro da Fa-zenda. Em suas conclusões, expu-nha a CONESP as diferentes par-celas que poderiam ser considera-das para efeito das negociações,sem, no entanto, pronunciar-seconclusivamente a respeito.O — SURGE A COMISSÃO IN-TERMINISTERIAL

Em 8 de abril de 1963, pelo De-creio n.° 51.892, foi extinta a CO-NESP c criada uma Comissão In-terministerial, integrada pelos Mi-nistros da Fazenda, da Guerra, daViação e Obras Públicas, da Indús-tria e Comércio e dc Minas e Ener-gia. É difícil entender o critérioadotado para a composição dessaComissão. Por que a participação doMinistro da Guerra? Por que a nãoinclusão dos titulares das pastas dcRelações Exteriores c da Justiça,muito mais justificáveis?|(| — A COMISSÃO INTER-,U MINISTERIAL CONCOR-

DA EM PAGAR O DOBRODO VALOR

Em sua primeira reunião, a Co-missão Interministerial aprovou in-tcgralmcntc a proposta da AM-FORP, concordando com a comprade suas ações pelo montante de188,1 milhões de dólares, ou seja,116,6 bilhões de cruzeiros. (Confor-me cópia anexa da ata da referidareunião). As conclusões da CO-NESP, comissão técnica de alto ni-vel, não foram sequer levadas emconsideração pela Comissão Inter-ministerial, que preferiu render-seincondicionalmente às imposiçõesdo truste.

Decidiu ainda a referida Co-missão Interministerial: recomen-; cirir a*-design*rçn)o-'da ELETROBRÂS;-pára agc-itc cómiirador' dó acetvdda AMFORP; .' ,"

recomendar que a ELETROBRASseja autorizada a assumir compro-missos com o Export and ImportBank of Washington e com o BNDE,correspondentes às obrigações re-manescentes dos empréstimos ne-gociados entre a AMFORP e os ci-tados estabelecimentos de crédito,assim como a promover entendi-mentos com os acionistas minoritá-rios para determinação do trata-mento mais adequado a ser dadoaos seus direitos na empresa;

recomendar à ELETROBRASque tome as providências necessá-rias para promover o rápido rea-justamento das tarifas das antigassubsidiárias da AMFORP, especial-mente com respeito à correção mo-netária dos seus ativos, conformeestabelecido na legislação em vi-gor; recomendar a utilização dosrecursos oriundos das diferenças depreços dos estoques de combusti-veis, suplementando-o se necessá-rio, com empréstimos do BNDE ecom os meios do Fundo Federal dcEletrificação, para atender aoscompromissos decorrentes dacompra;

e recomendar que a Embaixa-da brasileira em,Washington sejaautorizada a assinar memorando deentendimento destinado a fixar ba-ses para o contrato dc compra evenda das ações da AMFORP.

Esta reunião ministerial reali-zou-sc no dia 22 de abril dc 1963,sábado à tarde, no Palacete Barãode Laguna, residência oficial do Mi-nistro da' Guerra ("Jornal do Bra-sil", de 23-4-63). No mesmo dia, aAMFORP expedia um comunicadoanunciando haver chegado a umacordo com o Governo Brasileiro,em virtude do qual este adquirirá oacervo dessa companhias ("O Jor-nal", de 23-4-1963). Notícias deWashington informavam, que doisdias após a reunião interministe-rial, foi assinado um memorando deentendimento entre a Embaixadabrasileira nos Estados Unidos eAMFORP, fixando as bases paracompra pelo Governo Brasileiro dascompanhias de serviços públicosdesse grupo que opera no Brasil("O Globo", de 25-4-63). Nesse mes-mo dia, o sr. San Tiago Dantas, emdebate com os estudantes em BeloHorizonte, informou que a cucam-pação das empresas elétricas dogrupo Bond & Share, já decididapela Comissão Interministerial, im-portará no dispêndio de 135 milhõesde dólares. Acrescentou que não foiuma negociação ideal mas que, pe-10 menos, a mais exeqüível no mo-mento. ("O Globo", de 25-4-63).11 — OUTROS ASPECTOS LE-

SIVOS AOS INTERESSESNACIONAIS DA OPERA-ÇÃO

Levando-se em conta o mon-tante da compra de 188,1 milhõesde dólares, ou seja 116,6 bilhões decruzeiros, e a potência instalada depropriedade das subsidiárias daAMFORP. de 550 mil quilowatts.apnra-.se um preço do quilowattinstalado de 342 dólares, elevadis-simo em face do estado de obeolên-

cia da quase totalidade dos equipa-mentos a serem adquiridos.

A prevalecerem as bases aeer-tadas para a operação, aprovadaspela Comissão Interministerial, àsubsidiária de Porto Alegre, encam-pada desde 1959 pelo Governo Gaú-cho, em processo judicial, corres-porderia a parcela dc 5 bilhões decruzeiros, e a do Recife, cuja rever-são gratuita está assegurada ao Po-der concedente, em razão da expi-

i ração do contrato, seria compradapor 6 bilhões de cruzeiros.

Os encargos anuais decorrentesdos serviços de juros, de amortiza-ção e depreciação do valor da com-pra e dos empréstimos a serem as-sumidos pela ELETROBRAS somamUSÇ 28.296.000,00, o que correspon-de, ao câmbio de 620 cruzeiros odólar (vigorante antes da instru-ção 239 da SUMOC), a Cr$ 17.543.000.000,00. Estimando-se em3 bilhões dc quilowatts a produçãoanual máxima das usinas das sub-sidiárias da AMFORP, apura-seuma elevação de CrS 5,85, do custodo kw em razão desses compromis-sos. Tomando por base as tarifasatuais, a ELETROBRAS teria deelevar de aproximadamente 60%(sessenta por cento) o preço devenda do quilowatt, sacrificando osconsumidores e o próprio desenvol-vimento nacional, a fim de levan-tar recursos para atender a essescompromissos.

A alegação de que a operaçãose impõe, em face da contingênciade elevação das tarifas, motivo daentrada em funcionamento da Hi-drelétrica dc Furnas, é totalmentedescabida. Todas as subsidiárias re-cebem energia de empresas esta-tais, — as do Nordeste pràticamen-te só distribuem a energia geradapela Usina de Paulo Afonso — enunca houve essa dificuldade detarifas. Não seria, agora, com a en-trada de Furnas, uma hidrelétricade alto nível técnico, que sugiriamproblemas dc elevação de tarifas,ao ponto de -justificar um sobre-preço de 60 bilhões dc cruzeiros nacompra dessas subsidiárias. Ao con-trário, a compra por esse preço éque determinaria uma elevação de60% das tarifas.

Outro aspecto lesivo aos interes-ses nacionais da operação: a com-pra está sendo negociada mediantepagamento exclusivamente em do-lares. Os investimentos no setor deenergia elétrica, geralmente, absor-vem 30% (trinta por cento) deequipamento de procedência cs-trangeira, correspondendo os ou-tros 70% (setenta por cento) aequipamentos produzidos no País- eao valor dos serviços c mão-de-obra nacionais. Portanto, se a com-pra fôr feita totalmente em dólares,o Governo estará comprando deuma empresa estrangeira, para pa-gamcnlo em dólares, os serviços, a

0 mão-de-obua c os--equipamentosobtidos aqui cm nossn País, com-prometendo a já difícil situaçãocambial brasileira.

De acordo com o "Foreign AidAct", que impõe como condição pa-ra o recebimento dc qualquer ajudaa não discriminação contra qual-quer empresa norte-americana, aelevação dc tarifas pela ELETRO-BRAS importaria em conceder àLight igual privilegio. Essa elevaçãode 60% (sessenta por cento) do va-Ior das tarifas da Light daria aessa empresa uma receita a maiorde cerca dc 20 bilhões dc cruzeirospor ano, tornando-a praticamenteincomprávcl pelo Governo brasilei-ro. Convém salientar que a Light cpossuidora dc mais de 50% (cin-qiienta por cento) da capacidadedc potencial elétrico instalado noPais, alcançando sua produçãoanual a mais de 13 bilhões de qui-lowatts-hora.

Para se ter uma idéia do mon-tante da compra das subsidiáriasda AMFORP, de 110,6 bilhões dccruzeiros, basta dizer que o mesmodaria para construir escolas sufi-cientes para receber todas as crian-ças brasileiras cm idade escolar,acabando com o vergonhoso déficitescolar de quase 50%. Ou, ainda,daria para construir 116 mil casaspré-fabricadas, dotadas de instala-ções de luz, de água e serviço sa-nitário, nas quais poderiam serabrigadas todas as 800 mil pessoasque habitam as favelas do Rio deJaneiro.10 — BRASIL, "PALHAÇOltm DO HEMISFÉRIO"

A "Hanson's Latin AmericanLetter", revista norte-americanaque expressa a opinião de poderososcírculos econômicos .dos EstadosUnidos, ao comentar a operação decompra das subsidiárias da AM-FORP,. afirmou que, ao render-seàs condições dessa empresa, o Bra-sil tornou-se o "PALHAÇO DO HE-MISFÉRIO". Acentua-se que jamaisas famosas "Banana Republic", daprimeira metade deste século, ren-deram-se a uma espoliação, a umroubo, a um assalto, com tantapassividade, com tão doce enlevo,como o fêz o Brasil com essas tran-sações. Disse mais a "Hanson's Let-ter" que certas companhias ameri-canas, como a citada, estão fur-tando o povo do Brasil. Pede aoGoverno de Washington que inter-venha para que não fique envolvi-do o povo norte-americano nessasusurpações e para que as compa-nhias dos Estados Unidos que tra-balham decentemente no estran-geiro não sejam vitimas inocentesde uma revolta justa contra essasmedidas da ITT e da AMFORP.Pede a famosa publicação que oGoverno americano faça pelo povobrasileiro o que o Governo brasi-leiro deixou de fazer para se de-fender, porque, em última análise,as empresas que foram para o Bra-sil de boa fé, remetendo cambial-mente o mínimo possível e reinves-tindo honestamente os seus lucros,é que vão pagar, é que vão sofrerpelas usurpações.

APRECIAÇÃO FINALEm ritmo acelerado e dentro

do maior sigilo, prooessavam-se ss

demarches finais da operação,quando, em 28-5-63, em pronuncia-mento feito pela televisgo e poruma cadeia de rádio comandadapela Mairlnk Veiga, o deputadoLeonel Brizola, que, já em outrasoportunidades alertara o povo para.os aspectos lesivos da operaçãoBond & Share, denunciou as ver-gonhosas condições que se preten-diam impor ao Brasil, com a cum-plicidade de alguns ministros deEstado.

Apresentando à Nação uma atada reunião realizada na residênciaoficial do Ministro da Guerra, como cómparecimento de todos esmembros da Comissão Intenninis-terial, o deputado nacionalista de-nunciou a operação como um crimede lesa-pátria.

A denúncia de Leonel Brisolateve, de imediato, um resultado po-sitivo — sustar o andamento daoperação prestes a ultimar-se.

O povo brasileiro deve mobili-zar-se para impedir, a qualquerpreço, a efetivação desse atentado ànossa soberania. Além de importarnum sobrepreço de 60 bilhões decruzeiros, inteiramente injustificár>vel e de toda uma série de conse-qüências nefastas decorrentes, aoperação não pode ser aceita pordecorrer de imposição de uma leiestrangeira.

Sentindo-se descoberta na prá-tica ilegal dc remessa de lucros ilí-citos, comprovada pelos quatrotombamentos físico-contábeis járealizados em subsidiárias suas, aBond & Share, contando com a co-bertura integral do Governo ame-ricano, numa típica manobra impe-riallsta, forçou o Governo brasilei-ro, quando da visita do PresidenteJoão Goulart aos Estados Unidos, aaceitar negociações de nível inter-governamental, fugindo, assim, aoalcance da legislação e da Justiçabrasileira.

Não contente com isso, usandoseus instrumentos de pressão den-tro do Congresso norte-americano,a Bond and Share conseguiu aaprovação da emenda de que resul-tou no art. 6.° da lei americana —FOREIGN AID ACT. Êsse artigocondiciona a concessão de qualquerajuda ou colaboração a pais estran-geiro à prévia solução de eventualpendência existente entre o govêr-no do país a ser beneficiado e qual-quer en-.prêsa norte-americana.

Transformaram, assim, aAliança para o Progresso e todos osplanos de ajuda americana ao Ex-terior em instrumentos de pressãoe chantagem em favor de suas e deoutras subsidiárias operando no ex-

. terior.Sentindo-se fortalecidos por es-

ta lei, verdadeiro seguro contra osriscos de encampação e contandocom a cumplicidacíc de algumasautoridades brasileiras, os repre-sçntantcs da AMFORP não vacila-ram em recusar á, avaliação de Cr$47 bilhões, feita pela CONESP, ava-liação essa baseada nos elementosfornecidos pelas próprias subsidia-rias do truste c impuseram o ex-torsivo preço dc 188 milhões de dó-lares, ou seja, 116,6 bilhões de cru-zeiros.

O sobrepreço que se pretendepagar nessa vergonhosa transaçãoé equivalente à receita orçamenta-ria anual do Rio Grande do Sul, umdos Estados brasileiros de maior ar-recadação. Representa 50% do au-* mento do funcionalismo civil e ml-litar da União, que tanto relutaram,os responsáveis pela politica fa-zendária do Governo — os mesmo»que conduziram as negociações coma Bond and Share — em conceder.Com a importância que se pretendepresentear à Bond and Share po-deria ser construída uma usina ter-melétrica, do mais moderno tipo, de450.000 KWA, ou seja, de potênciaequivalente a 80% da hipotética ca-pacidade nominal dos "ferros ve-lhos" da empresa americana.

Além de tornar a ELETROBRASantipática aos olhos dos consumi-dores nacionais, com o aumento de60% das tarifas, a operação com-prometeria irremediavelmente osrecursos da novel empresa estatalnos próximos anos, prejudicando osplanos de ampliação do setor ener-gótico, básico para c desenvolvi-mento nacional.

Se tudo isso não bastasse, ha oaspecto moral da questão. A manei-ra pela qual foram conduzidas asnegociações dentro do maior sigilo,ao arrepio de todas as normasacauteladoras com que devem serconduzidos os negócios públicos.

O que há de comprovadamentelesivo aos interesses nacionais natransação é mais que suficientepara que o Presidente João Gou-larl determine o imediato arquiva-mento do processo, a imediata en*campação com tombamento físico-contábil das empresas do GrupoBond and Share.

Paralelamente, é necessário quea Câmara dos Deputados constitua,com urgência, uma comissão de in-quérito para apurar todos os aspec-tos da negociata, i: mister sejamesclarecidas as denúncias veicula-das pela imprensa, de que gruposbrasileiros ligados a setores gover-namentais estejam adquirindoações da Bond and Share no Exte-rior, forçando sua alta. É impera-tivo que se confirme ou desminta aversão de que poderosa organizaçãode advogacia administrativa — aCONSULTEC — que conta em seusquadros elementos altamente gra-duados na Governo, seria a inter-mediaria na reinversão de 80% dosrecursos da operação em outros se-tôres da economia brasileira, comlucros fabulosos.

Suspensão imediata das transa-ções, encampação de acordo com alei brasileira e punição dos culpa-dos são as palavras de ordem que aFRENTE DE MOBILIZAÇÃO PO-PULAR lança, neste momento aopovo brasileiro, lembrando às cor-porações internacionais, aos gover-nos que lhes dão cobertura e aoslacaios dos trastes aqui no Brasilque este Pais tem donol

Page 7: N.° 341 ANO VIM UM JORNAL QUE VALE POR UM LIVRO Diretor ...memoria.bn.br/pdf/149322/per149322_1963_00341.pdf · E tudo se explica facilmente. Os "gorilas" não têm base popular

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O SEMANÁRIO tt.° $41 - 11 -a 17 de Julho dè 1Ô63 PAGINA 7

CGT e servidores públicosunidos contra os

"gorilas"' •' A posição demcoraticn e nacionalista dostrabalhadores o funcionários públicos de nos-so pai» face as maquinações e mnnlfestaçõcsdos "gorilas", foi mais uma vez revelada emmanifestos, divulgados pelo CGT e pelas cntl-dades representativas do funcionalismo

O Comando Geral dos Trabalhadores con-clamou, por exemplo, todos os Comandos Esta-duals para que permaneçam em estado dealerta, acompanhando os acontecimentos daárea politlcu-militar e preparados para gran-de» manifestações, inclusive greve geral, con-tra qualquer tentativa de golpe "gorillsta" "As

forças antipatrióticas, lideradas pelos governa-dores da Guanabara c dc São Paulo, continuamem aberta conspiração em notórios contatoscom grupos estrangeiros inimigos da nossaemancipação" — diz o documento. E acres-cénta: "O derrame de dinheiro corruptor, dl-rígido, inclusive, para financiar campanha pu-blicitárla contra o movimento nacionalista, t.

principalmente, contra os setores mais comi»-tivos do movimento sindical e do CGT, upesarde caracterizada sun origem espúria no inquè-rito parlamentar contra o IBAD e o IPE8,continua indicando a decisão em que se encon-tram tais grupos de manter o povo brasileirosubmisso e subdesenvolvido"

Por outro lado, a Uniào dos rrevwenclarlosdo Brasil, a Confederação dos Servidores Pú-bllcos c a Unlfio Nacional dos Servidores, lan-çaram manifesto, chamando a atenç&o daolasse para que sua luta nao so atenha ,apena«a obtenção de 10 por cento, mas se estenda,também, às reformas de base Alertam, aluda,o povo "contra as tentativas de golpes direi-tlstas, articulados no Clube Militar, que aton-tam, no geral, contra as liberdades democrá-tlcas e particularmente, contra as liberdadessindicais e associativas, no momento em queservidores civis e militares lutam em conjuntopor melhores condições de vida".

OBSERVADOR MILITAR

EM CARTA ABERTA AO MARECHAL MAGESSI:

Sócios do Clube Militar protestamcontra o

"festival dos gorilas"Oficiais nacionalistas, sócio» do Clube Militar, dirigiram carta

aberta ao marechal Magessi, presidente do Clube Militar, proteB-tando contra a manifestação antidemocrática e baderneta deelementos reacionários, tumultuando a assembléia do dia 3 um-mo, daquela entidade. A fim de melhor esclarecermos os nossosleitores sobre os acontecimentos desenrolados naquela sessão •—tachada, em boa hora, pe10» sargentos e snbtenentcs de "Festival

dos "Gorilas" — transcrevemos, na íntegra, a carta aberta.

Os sócios do Clube Militar,abaixo assinados — e quantosoutros estiveram presentes àreunião ioallzada na sede doClube na. noite de 3 do corren-te e são partidários da ordem,da lei e do cumprimento exatod- - estatutos do Clube — vêmproiUítar de, público contra osfatos permitidos ali pelo pre-sldente da entidade, quando os

godêres constituídos da Repú-

llca foram vaiados e ameaça-dos por um grupo de oficiaisIndisciplinados.

Esses associados acabam depublicar nos jornais um manl-festo em que impõem prazo aoCongresso e ao Poder Executi-vo para a solução do problemado reajustamento dos venci-mentos militares, até 14 do cor-rente. NSo tiveram a coragemde assiná-lo os seus promoto-res e apresentam-no comoaprovado por unanimidade na-quela reunião do Clube — oque é falso.

Tivesse a diretoria do ClubeMilitar feito realizar a sessãode . assembléia parcial, dentrp..da3.preceitos estatutários, ouseja, sob a direção de mesa dervidarriente constituída', com se-cretário, livro de atas etc., co-mo é normal em qualquer as-soclaçáo para registro do queocorre, não se teria permitidochegar a publicação de tal men-sagem. Tivesse a presidência damesa, na pessoa do presidentedo Clube Militar, a devida se-renidade e energia e não teriamocorrido os fatos que passarama apresentar o nosso tradicional"Clube aos olhos do público co-mo entidade de baderneiros.Tivesse a direção do marechalMagessi a correção que seria deesperar, teria ficado registradaa não unanimidade daquelamensagem estabelecendo prazoao governo para splver o pro-blema dos vencimentos. Asvaias e os apupos, a ocorrênciade tumultos e brigas dentro dossalões do Clube — sem qualquerrepressão por parte da mesa—! não permitem absoluto quedita mensagem possa ser leva-da a sério, apenas permitemque o Clube apareça como en-tldade sem direção — o, que éprofundamente lamentável.

Por isso, senhor presidente,vimos protestar contra a ilega-lldade da sessão realizada a 3do corrente, não investida dosverdadeiros trâmites legais edos legítimos princípios estatu-tários.

O presidente do Clube MIM-tar exorbitou de suas funçõesou não se fêz digno de sua In-vestldura, permitindo as brigas,os apupos, consentindo noachlncalhamento dos poderespúblicos, concorrendo enfim pa-ra' o clima de ilegalidade e In-disciplina de quanto ali ocorreu.

Estivesse a mesa devidamen-te constituída e secretariada,houvesse ordem nos trabalhos chonestidade de propósitos, e aproposta abaixo — que o pri-melro signatário leu sob asvalas do citado grupo de ofi-ciais indisciplinados — e quedepois passamos às mãos domarechal Magessi,. teria vindoa público. Não tendo isso ocor-rido, aqui nos encontramos pa-ra protestar contra a realiza-ção da sessão de 3 do corren-te, por todos os títulos ilegíti-ma e sem apoio nos estatutosdo Clube.

Para que fique flagrante aposição dos sócios do Clube Ml-litar, amantes da ordem, dadisciplina e ciosos das gloriosastradições de sua entidade declasse, fazemos publicar a mo-ção ali apresentada e que sepropunha fosse enviada aoexmo. sr. ministro da Guerra.Não íoi sequer posta em dis-cussão e assim foi vasada:

"Exmo. senhor ministro daGuerra"Os' sócios"do"'Clube" Militar,'reunidos em assembléia para'discutir o gravíssimo problemado reajustamento dos venci-mentos dos militares, vêmapresentar a v. ex*„ as suasresoluções, no sentido de suge-rir soluções e, conseqüente-mente, pôr fim à insatisfaçãoque reina na família militar por

.motivo do atrazo que vem so-írendo o prometido reajusta-mento, enquanto o nível decusto de vida não sofre pausae está comprometendo proíun-(lamente ns possibilidades detrabalho entre nós. -

Assim, definem o seu pensa-mento nos pontos seguintes:

1 Concessão Imediata, sem' mais protelação, do aumen-

to de 70% nos vencimentos dosmilitares.

o Nomeação Imediata de4s Grupo de Trabalho paraestudo do problema em seus de-talhes, com prazo máximo de60 dias para dar parecer, deforma a apreciar:

a) concessão do nível 17 aossegundos-tenentes, sem dlscri-minação de origem (AMAM eQAO) e nível 12 para os ter-celros-sargentos;

b) vinculação dos venclmen-tos dos militares ao salário-mínimo em vigor.*3 Direção dos entendimentosT com os órgãos do Governoposta nas mãos de v. ex*., legí-timo intérprete de nossas aspt-ções, sentlndo-as claramente ecapaz de exigir para os seus eo-mandados o respeito e o trata-mento que merecem.

A Expondo com lealdade os^ termos em que situamos oproblema, estamos contribuiu-do para que, no clima de fia-grante intranqüilidade em queacabou por ser colocado, faceás inexplicáveis delongas que ovêm cercando (enquanto outrosproblemas encontram soluçãorápida e adequada) nSo sur-jam manifestações mais graves,que possam afetar os princípiosde ordem e disciplina que defl-nem e dão caráter às institui-ções militares, e de que o Bra-sil tanto necessita. Esperamospois que y. ex». tome cpm flr-meza a bandeira dos lnterês-ses de seus subordinados, tãolnjustlçados e esquecidos nestanora, para que seja soluciona-da, de Imediato, & situação an-gustiosa em que se encontram.

Bio de Janeiro — Estado daGuanabara. 3 de julho de 1963"i

•Não tendo o presidente do

Clube dado curso a nossa mo*ção, enviamo-la ontem, comonos competia, ao comandanteda guarnição do Rio, generalcomandante do I Exército e aosr-xmos. srs. ministros da auer-

¦ra, Marinha e Aeronáutica.Em nosso entender, deve ser

considerado como ilcgttl e rea-lizada fora das normas estatu-tarias do Clube, a sessão de 3do corrente, que somente serviupara desmerecer o Clube MUI-i8r..pemm*.B opinião-pública....

Deste modo, aqui fica. regis- .trado o nosso protesto contra aatuação 'da diretoria do ClubeMilitar nas ocorrências dá nol-t« da anteontem, diretoria aliasempossada em resultado depleito nitidamente fraudado noano transato, contra a vontadeda maioria aos sócios do nossoquerido Clube. A verdade apárrece sempre, senhor presidentedo Clube Militar — quem nãotem a legitimidade do poder,apequena-se na maneira deexercê-lo.

Rio de Janeiro, 5 de Julho de1963.

Generais: Tácito Livio Roíade Freitas — Ciro Holanda —Leandro figueiredo — SousaMende» — Sampsoh Sampaio --Carlos Hess de Melo — OscarSilva — José Jesus Lopes —Newton Lisboa Lemos — Ti-místocles Aaevedo — OscarCampos Neves — ReginaldoHunter — Jaci Coelho — LulaGonaaga de Oliveira Leite —Flleto Pires Ferreira ir ManuelLuís Rudge — José Brasileirode Alcântara — Ollberto 8»-turnlno Alvim — Alceu JovlnoMarques.

Coronéis: Anderson Mascare-nhas — Oscar Bastos — Joce-lln Brasil — Pedro Alvares «—Amflton Barreto — Luís Balar-do da SUva — Arqulmedes Fer-ret — Alarlco Barone — CastroAfilhado.

Major; Valdemar MartinsTorres.

Capite-cs: Saul Farinha e Jo-sé Fantonl.

Tenentes: Agostinho Fetrelra— Luis Gonzaga — HumbertoCoelho.

Sócios do Clube Militar empleno gõao dos seus direitos.

GENERAIS NACIONALISTAS AO PRESIDENTE ELEITO:

Eleição no Clube da Aeronáuticafoi derrota das forças da reação

RAIOS-X DO "G0R1LISM0" NAS FORÇAS ARMADAS

Mais de uma dezena de generais e oficiaissuperiores das Forças Armadas envioU telegra-ma ao BrigadEiro Sousa Prata, recém-eleito pa-

ra a presidência do Clube da Aeronáutica, brin-dando a vitória nacionalista conseguida pelachapa que encabeçava. O texto do telegrama èo seguinte:"No momento em que o prezdo camaradavence brilhantemente a eleição do Clube da Ae-ronàutica. apresentamos sinceros parabéns pelaexpressiva vitória contra a reação, que ali pre-tendeu adotar processos excusos com o ílm deescamotear o resultado do pleito da Associaçãodos nossos companheiros da arma aérea. Nãoconseguiram os elementos reacionários aquiloque infelizmente sucedeu, no ano passado, noClube Militar, quando a eleição foi fraudada vi-slvelmente, colocando-se à frente de nossa entl-dade a atual diretoria, cuja atuação, nltldamen-te contrária aos princípios democráticos, acabade permitir um espetáculo deprimente na sessãodo último dia 3, quando os Poderes Constituídosde nosso Pais foram vaiados e ameaçados porbaderneiros contumazes, representando tal ocor-réncla um espetáculo de indisciplina e de pri-marismo político de certos componentes das For-gas Armadas.

Os ditos fatos — continua o telegrama —envergonham as tradições gloriosas do Clube Ml-llteí é não foram reprimidos pelo atual presl-dente da entidade, que assistiu Impassível as ma-nlfestações ostentiva de oficiais Indisciplinados,

cujos nomes a nação Drãeüêlra õõünêcé aeãdo õâacontecimentos de agflSto de 54, de Aragarças,.Tacareacanga e agosto de 61, quando tentaramImpedir a posse legitima do presidente da Re-publica, confiamos que o governo venha a pu-nlr rigorosamente tais perturbadores da ordempública e seus acobertadores. Esperamos, outros-sim, derrotar democraticamente os citados ele-mentos de nosso clube no próximo pleito de 1964.Cordiais cumprimentos e votos por umr. fecun-da administração na entidade co-irmã".

Ass.: Generais: Tácito Llvlo Reis de Freitas —Sampson Sampaio — Sousa Mendes — CarlosHess de Melo — José Jesus Lopes — NewtonLisboa Lemos — Oscar Campos Neves — íteginal-do Hunter — Jaci Coelho — Luís Gonzaga deOliveira Leite — FUeto Pires Ferreira — ManuelLuís Rudge — José Brasileiro de Alcântara —Gilberto Saturnino Alvim — Alceu Jovlno Mar-ques — Nelson Werneck Sodré — Ciro Holanda —Leandro Figueiredo — Oscar Silva — Tcmisto-cies de Azevedo — Brigadeiro Teocrito Neves.

Coronéis: Anderson Mascarenhas — OscarGonçalves Bastos — Jocelln Brasil — Pedro Al-varez — AmUton Barreto — Luís Baíardo da 811-va — Arqulmedes Ferret — Alarlco Barone —Castro Afilhado.

Major: Valdemar Torres.Capitães: Saul Farinha — José Fanton!.Tenentes: Agostinho Ferreira — Luís Gon-

zaga — Humberto Coelho.

DE8pS os pontos de vista

político e social, o "gorl-lismo" nio é fenômeno quecaracterize um período hls-tórlco de oscensáo das fôr-ças da Reação neste ou na-quele País. Multo ao con-tário; êle surge e so aguça,justamente nos períodos dedebllltamento dessas forçasque coincide também comos períodos de ftiaior pres-são Imperiallsta.

fi éfcàtamente essa a fa-sé quê o Pai* atravessa noàtuàl momento político,Com a característica espe-clàl de que, aqui, as classesexploradoras vêm cedendoapenas algumas posiçõespolítica*, enquanto conser-vam, qUàíê lntátas, as prln-cipálá posições econômicastradussidas nos seus prlvllé-gios. E, na medida que setoíná inais éoncretà a amea-ça a essaS posições econô-íriléas, como decorrência na-tural da perda de posiçõespolíticas, surge o "gorilis-mo" como Indício de ira-queza e de desespero.

Em que pesem todos essesfatos de indiscutível funda-mènto histórico e político, oproblehia do "gorlllsmo" u&opode, de modo nenhum, sèrnegllcenclado nem sübestl-mado.

Comecemos por lembrarque algumas das posiçõespolíticas de maior Impor-tància ainda na mão daReação são as que perml-tem Incutir no militar umaideologia reacionária atra-vés dós cursos de forrhaçãoe de aperfeiçoamento quefaz áp longo da sufi vidaprofissional.

Some-se à Isso o descon-tentamento reinante no selode classe no tocante aoproblema dos vencimentos,que vem sendo objeto domais Insensato e do mais.inlqtto tratamento por par-te dos pòdêres competentes,principalmente o Legisla-tlvo.

Por Isso, êste observador,que vinha até aqui manten-do uma linha dc condutaabsolutamente discreta, notocante à Identificação dês-ses elementos, como con-vém, aliáí, à boa ética dojornalismo político, passa,hoje, tendo em Vista os gra-ves sintomas de exacerba-cao-.gotllistica.que. surgemna área militar,, a uma no*vá linha, de aç5ó* que cõh-slste em tirá-los dessa cô-moda situação de agitado-res anônimos, desmascaran-do-os devidamente em be-neficlo da sepuranca e tran-qüllldàde do País.Assembléia do dia 3

Isto posto, analisemos oquê realmente sucedeu naassembléia realizada dia 3de julho, no Clube Militar,para tratar do problema doaumento dos vencimentosdos militares.

fi Importante assinalar,de Inicio, que ao "staff" na-cionalista n80 passou des-percebido, com a devida an-tecedêncla, nenhum detalheimportante da manobramontada pelos "gorilas" narealização da dita assem-bléla.

Sabia-se, por exemplo, quea reunião Unha cunho nlti-damente "gorllesca" e que,fatalmente, devia degene-rar, como degenerou, emmanifestação política hostilao Governo. Tôda a cena foimontada para que atuassemos "micos" mais amestradosenquanto que os "gorilas"agiam nda bastidores.

E nem poderia ser de ou-tra maneire. Basta conside-rar, por exemplo, a presen-ça da figura corrupta edesgastada do Mendes deMorais na assembléia, oqual, como todos sabem, lánão estaria se ainda fossegeneral na ativa ou depu-tado. Saiu, portanto, do seuopulento ostracismo paravir conturbar o ambienteem uma classe da qual êlefoi, em tempos idos, um dosmaiores algozes.

Mas vamos ao exato va-lor da agitação em termosde prom.oçio "goríllca".Quantitativamente, pode-sedizer que em uma assem-bléla de dois mil sócios eadventiclos (foi assinaladoaté a presença de um co-nhecldo elemento do MAC),o claque gorila não monta-va a 200 elementos, consti-tuidos por assim dizer deuma massa comprometidacom o "gorlllsmo" e que vemsendo trabalhada por êle,hi já alguns anos. A partedescomprometida e sadia daoficialidade da ativa nãoapoiou os "gorilas". Isso íl-ca màls claro e mais con-vincente se analisarmos acomposição da referida cia-que.

Senão, vejamos:. O grupo que elegemos pa-ra iniciar êsse desfUe é oconstituído pelos "gorilas"do Estado-Malor. (Aqui cha-mamos a atenção de quenão estamos Investido con-tra nenhum dos grupos pro-ílsslonais, que vão aqui d-

tados, mas apenas contra ascélulas "gorilas" neles en-qulstadas). Ê, sem dúvida,o mais importante porquedetém a maioria dos postos-chaves das FF.AA. e cons-titul, dentro dela, uma ver-dadelra maçonaria

Intimamente vinculado ao"gorlllsmo" sul- americano(recorda-se aqui o recentecaso coronel Assis Brasil) erecebendo orientação diretado Pentágono, é êsse grupoque planeja as principaisagitações. Dele são escolhi-dos oficiais que vão fazeros cursos de antlguerrllhasno Panamá è curso de com-bate ao comunismo na Ale-manha Ocidental (Berlim).Tudo, já se vê, sob a égidedo Pentágono, fi, portanto,o grupo que, por força desua categoria, foi obrigadoa abandonar as formas pri-márlas e arcaicas de ataquea0 comunismo e a aderir aoanticomunismo "científico".De fato, Isso verificou-semais uma vez na assem-bléla do dia 3 (três); Láestavam, por exemplo:

João Batista de Figuei-redo (Ten, Cel. Cav.), develha estirpe integralistamulto conhecida no Exerci-to. Não é dos mais Impor-tantes. Mas é sem dúvidaum dos mais assíduos nessasmaratonas "gorilas" Talveznão tenjia nem apupado osoradores "comunistas", masdeve ter sido empregado afundo nos trabalhos prepa-ratórlos. da "gorilada"

Câmara Sena (ten, cel.ftrt.). Conhecido membroda Lanterna. Integrou o fa-mlgerado "Petlt Comitê" quese Instalou no Alvorada porocasião da subida de Jânioao poder, Faz parte portan-to de todo aquele bagulhoque compunha a Casa MUI-tar de Jânio e que tramavacontra as instituições quan-do sobreveio a crise de agôs-to de 81, Neste posto prati-cou uma série de ihiqülda-des contra oficiais naciona-listas, procurando principal-mente prejudicá-los no dl-reito liquido e certo de se-rem promovidos. Não foioutro, senão êle, que pro-curou aliciar companheiros

para o golpe da "maioriaabsoluta", visando impedir aposse de Juscelino em 1955e para outros golpes.— Castro Júnior (gen. re-formado). Velho picareta doanticomunismo. Agora naUnha "cientifica" Tem sidomulto atuante nesse proble-ma do aumento, no sentidode criar discriminações e deagitar a massa militar con-tra o governo João Goulart.

Além desses outros "gori-Ias" atuantes lã se encon-travam:

Heitor Anlzô de Matos(ten. cel. inf.), José SanMartin (ten. cel. Inf.). Má-rio Carneiro (ten. cel. cav.),Montagna (cel. art.) etc.Anticomunismo

Vale aqui uma observaçãode suma importância: quasetodos eles são ten. oei. oucel. novos. Isso revela semdúvida o caráter oportunls-ta e carreirista que tem oanticomunismo dentro dasForças Armadas. Via de re-gra, o anticomunismo pro-flssional é um dos caminhosque mais facilmente conduzo "gorila" ao generalato. Asperspectivas atuais são con-tudo as mais sombrias paraos "gorilas" acima citados,neste particular tão sensívelaoB seus Interesses. Dai odesespero dessa gente. Hátambém nesse fato limacomponente de origem hls-tórlca, e que esclarece emparte o motivo da formaçãoreacionária de muitos ofi-ciais. Os acima citados, porexemplo, pertencem àquelapouco feliz geração que foiformada e plasmada sob oslgn0 do Estado Novo. E, pornão possuírem grandes do-tès de caráter e de intell-gêncla, não conseguiramromper com o cerco pslco-lógloo que lhes foi impostopor uma formação obscuran-tlsta, tendente a favorecer adominação Imperiallsta emnosso país.

Mas o "gorlllsmo" não seatem nos limites da áreaacima traçada. A formaçãodos técnicos das Forças Ar-madas produz, por suas pe-culiarldades, um pesadocontingente de "gorilas", Éque o nível profissional,

realmente elevado, do técnl-co militar, o torna alvo dointeresse das empresas In-dustriais Imperialistas mon-tadas no pais. Dessa manei-ra se estabelece a afinidadeentre o técnico das ForçasArmadas e o interesse ame-

¦ ricano, com todas as lmpll-cações deste. Os oficiais téc-nicas tornam-se, de estalo,bem pagos e americanizados.Alienam-se do povo e dosinteresses nacionais quandoingressam nessa categoriaespecial de funcionários —atuantes ou potenciais doimperialismo ianque.

Naturalmente que aqui oproblema está, apenas, equa-clonado. Mereceria, caso ti-vésemos espaço, análise maisaprofundada. Contudo, poresses motivos é que no fes-tival "gorila" aqui tratadocomparecem, entre outros,businessè-men" e "boss\ osseguintes: Artur NapoleãoMontagna (gen. Rl-eng. au-to), prlm0 do acima citado,da Wlllys Overland do Bra-sil; Oscar Fonseca (cel. eng.met RI) da Standard Elec-tric Sociedade Anônima, e-Miguel A8siz, da RemingtonRand do Brasil.

Além desses, atualmentena reserva e assalariadosdas emprêsas imperialistas,há, entre os técnicos, gran-de número de reacionáriosem mllltâncla ativa. Issoporque, como já foi dito,vivendo em clima de exal-tação ao individualismo,alheios completamente àsagruras do povo, se tornamesses oficiais presas fáceisdas ideologias reacionáriase entreguistas.

No Exército, em matériade "gorlllsmo", há aindaum grupo que embora mui-to reduzido deve ser men-clonado aqui. Trata-se deum determinado númer0 doQuadro do Magistério, quetransformou o Colégio Mi-lltar em um dos mais vlru-lentos ninhos de "gorilis-mo" na guarnição do Riode Janeiro. Vale lembrarque foi dêsse grupo que La—cerda recrutou a maioriade seus censores, por oca-slão da tentativa golpistade agosto de 61. E é no

CRJ onde se pratica umadas mais inescrupulosas for-mas de disseminar ideolo-glas malsãs, que é a de fa-zer pregação reacionárianas aulas, a crianças inte-.lectual e psicologicamenteindefesas. Dêsse crime ai-guns pais já têm conheci-mento. Entretanto, por setratar de um delito di-ficil de ser provado e portemerem os pais represáliascontra seus filhos, a maio-ria tem silenciado. E. por-que todo êsse reacionária-mo? As causas são básica-mente iguais às que foram.apontadas em relação aostécnicos com a agravantede constituir êste grupo umdos que vem acumulando,através de sucessivas leisdemagógicas, a maior somade privilégios dentro dasor-ganlzações das FF.AA., sema contra partida de servi-ços realmente prestados.

Êsse fato já foi percebidopelo Estado-Maior e pelosúltimos ministros da Guer-ra e já houve quem dlsses-se mesmo que o ensino mi-litar no CMRJ é "folheadoa ouro", dado o grande uú-mero de generais vencendouma quantidade enorme degratificações para dar umnúmero insignificante deaulas. Vários deles inte-gram a extensa rede de co-légios, de cursos de admls-são, etc. que dão carátermercantil e mercenário aoensino no país. Escusadoserá dizer que quanto maismercantil mais reacionário.Militam ativamente no "go-rillsmo", entre outros, osseguintes: Varela, Martlne-li, Olinto, Rolão, Raul, Giletc...

Outro grupo que tem com-portamento negativo, faceaos problemas que afligemo Povp Brasileiro, forman-do invariavelmente com os"gorilas", é constituído poralguns Intendentes e com-batentes sabidamente ne-gocistas e que vêm, há anos,ocupando postos chaves dacadeia de subsistência e defornecimentos às FF.AA.(dentre esses oficiais quenão gostam da tropa, exls-

(Conclui na página 5)

O-PERONISMO"! A ATUALSITUAÇÃO NÀ ARGENTINA

Reportagem de JOCELYN BRASILEm Belém do Pará, encontrei j dois jovens argentinos que

davam uma vista d'olhos no Brasil. & perigoso dar os nomes deargentinos progressistas num jornal. É proibido ser progressistana Argentina de hoje. Não seria eu quem iriam oferecer um pratodesses aos "gorilas" de Buenos Aires''. Assim sendo, fica embranco o nome do meu entrevistado. Trata-se de um jovem,misturai de jornalista e estudante. Fala com muito desembaraçoe seu coração vibra de entusiasmo ante a proximidade do dia emque sua pátria se libertará, para sempre, das forças retrogradas eantlnacionals, para tomar a estradt, da libertação nacional e dodesenvolvimento econômico. Nessa palestra girou sobre o pero-nlsrno. Muita gente fica sem saber o qué vem a ser peronismo.Parece tratar-se de coisa boa, já que "no le gusta" aos "gorilas".Nosso entrevistado nâo se fêz de rogado. Em seu entender, só emaliança com os peronistas poderão as forças de esquerda, naArgentina, acabar com aquela "gorilada" que manda por lá, e esta-belecer um governo nacionalista e democrático.

ÀS MASSASO que mais chocou nosso

entrevistado, aqui no Brasil,foi o fato d© haver encontra-do muitos militares progres-sintas. E mais do que isso, o fe-nômeno do católico de esquer-da. Isso lhe pareceu muito po-sitlvo, Já que em sua terra aIgreja e as classes armadas sáoo fim da picada.

CAUSAS DOPERONISMO

rassemos ao diálogo:n _ Diga-me alguma coisar sobre o peronismo.n — Impossível encontrar-se"* a origem histórica do pe-ronismo, se quisermos situá-lonum fato isolado. Como todomovimento popular e naciona-lista, o peronismo tem umacontinuidade histórica, prove-nleate de formações econõmi-cas e sociais profundas e lon-gfnquas. Sob êste ponto de vis-ta, só podemos falar do surgi-mento do movimento popularargentino, através do peronls-mo. 8e repararmos no momen-to histórico em que êsse gran-ds movimento popular surgiu,iremos encontrar uma Argenti-na estruturalmente arcaica,cujas instituições Já nio cor-respondia à reaUdade de umaclasse operária oprimida e ex-piorada, e cujo crescimentovertiginoso a levara a uma to-mada de consciência da suamissão dentro do quadro ins-tltucional vigente, de moldefeudal. Bastou aparecer umlider, captando a confiançadessa massa, para que ela pu-dssse ae organizar, num movi-mento Impar no cenário argen-tino, até alcançar o poder po-Utleo.

ERROS DE PERÓND — Quais foram os erros que¦ impediram o peronismod* concretizar a revolução aqne se propunha?U — Os motivos que náo per-** mltiram a concretizaçãode uma revolução em proveitodu massas trabalhadoras, aque se propunha Perón, segun-do seu programa de açáo, fo-ram vários. Em primeiro lugar,houve aquela falha fundamen-

tal, que sempre faz abortarrevoluções: a inexistência deuma vanguarda revolucionária.O segundo erro, em minha opi-nifio, foi haver Perón apoiadotodo o processo revolucionáriono prestigio das forças arma-das e da Igreja, que, na Ar-gentina, representam as expres-soes mais genuínas do cons-.-r-vadorismo e dos privllcVProcedendo dessa maneira,rón como que deixou odesarmado para defendei ;;•;;.revolução. Gomo último erropodemos levar em conta •'< pia-nificaçáo econômica, feita comsentido conciliador. Nú«. esta-va voltada para o extermíniototal dos fatores de pres-são nacional* e internacionais,aquelas fô^ça* que se benefi-ciaram ."íiretamente do peronls-mo e frae o desalojaram do po-der, Cj,...ndo tal politica Já náoconsultava mais aos seus inte-rêsses. Resumindo, podemosafirmar que Perón construiuuma nova estrutura lnstitucio-nal, dando participação no po-der político às forças popula-res, sem contudo destruir a ve-lha oligarquia reacionária, cujaparticipação no processo darevolução argentina esteve con-diclonada apenas & obtenç&ode fabulosos lucros.

REALIZAÇÕESDE PERÓN

p — Em meu entender, quaisas realizações mais po»i-

tivas do governo Perõn?D — Podemos citar o desper-

pertar das massas traba-lhndoras. culminando com aorganização sindical que poesi-billtou a conquista do poder po-lítico. O peronismo realizouverdadeira revolução social,dando aos trabalhadores asleis da previdência social talcomo fêz Vargas aqui no Bra-sU. Acabou com as prerrogati-vas da classe patronal, fazen-do respeitar as oito horas detrabalho e assegurou a apo6en-tadoria etc. Coube ainda aoperonismo pôr fim à explora-ção do imperialismo britânico,que sangrava o pais há maisde melo século, mantendo-o su-Jeito a um regime econômicoagrário próprio dos palies sub-desenvolvidos. Perón pôs fim a

êsse estado de coisas e iniciouo processo da industrializaçãoargentina, ,

ESQUERDA EESTUDANTES

p — Diante tio peronismo que* atitude assumiram a es-querda argentina e o movimen-to estudantil?D — A esquerd» e o movi-"* mento estudantü argenti-nos viraram as costas parauma realidade autenticamentenacional e combateram o pero-nismo, sem se dar conta doque significava. Faziam o jogodos grandes trustes ingleses odos latifundiários, cujas rega-Has o peronismo havia derru-bado. Em vez de se incorpora-rem ao movimento nacional epopular peronista, lutando la-do a lado com as massas pro-'etárias e contra o oportunls-no c o reformismo, preferiram,

a esquerda e os estudantes, lu-'sa contra o peronismo, deixan-úo assim que êsse movimentoresultasse numa frustração re-voluclonária, ou melhor dlzen-do, numa revolução lncomple-tada.

INFLUÊNCIAPERONISTA

p — A que atribuir a atual

influência do MovimentoPeronista na política argenti-na, e mais particularmente en-tre as forças populares?o — Essa influência se deve" ao fato de que o governode P I in, olhado de um cer-to modo, significou o povo nopoder. Posterior a êle, o que opovo viu foram as persegui-ções às forças populares e oressurgimento dos irritantesprivilégios dos acomodados edos que Perón havia afastado

do cenário político nacional.Some-se a Isso o fracasso deFrondlzi, que, de certa manei-ra, entregou o pais totalmenteà sanha dos trustes norte-americanos, e à política agres-siva do Fundo Monetário In-ternaclonal e convenhamos queos tempos de Perón tinhamque deixar saudades...

PERONISMO E"GORILAS"

p — Qual a situação atual do

panorama político argen-tino e mais particularmentecomo vê suas possibilidades nopleito eleitoral que se apro-xima?D — As fileiras do peronismo

se engrossam a cada diaque passa. Estão se incorpo-rando nesse movimento todos'aqueles argentinos que vêemnele o verdadeiro movimentorevolucionário nacional, cujamarcha, dia a dia, vai toman-do posições mais radicais. Aperseguição e a prescrição peladitadura militar "gorüa", quedesgoverna o pais, têm servidopara atlçar o povo, na luta pe-Ia conquista do poder político.As massas anselam por expul-sar o Invasor econômico es-trangeiro e por completar suarevolução que a reação Inter-rompeu. O povo argentino, nosentido mais legitimo que sepossa dar a essa palavra, rei-vindica a tomada de verdadéi-ro caminho de uma revoluçãopopular e nacional. Creio queos "gorilas" farão tudo paraimpedir a participação dos pe-ronlstas nas eleições que se avi-zinham. Mas quer participemos peronistas do pleito, quernão, uma tenho, como cer-ta: os' "gorilas" serão derro-todos';

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Page 8: N.° 341 ANO VIM UM JORNAL QUE VALE POR UM LIVRO Diretor ...memoria.bn.br/pdf/149322/per149322_1963_00341.pdf · E tudo se explica facilmente. Os "gorilas" não têm base popular

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Q CÂNCER do IBAD náoresistiu a uma simples

Investigação parlamentar. Otumor maligno estourou, po-rém, desgraçadamente, j.ihavia contaminado grandeparte do organismo nacio-nal, principalmente estaimprensa reconhecidamentesafada que vendo a sua opi-niâo a quem pagar melhor.

E o IBAD — InstitutoBrasileiro dc Ação Demo-crátíca — na- sua obra decorrupção era generoso. Otesoureiro dn sociedade, Ar-tur Oscar Junqueira ex-pre-sldonte da Caixa EconômicaFederal rio tempo do cala-mitoso Jânio Quadros, de-pois de dar um desfalque noorganismo que tudo fêz paraasfixiar a imprensa livre doBrasil, confessou, perante aComissão Parlamentar deInquérito, que financiou acampanha de 250 deputadosnas últimas eleições, sendogastos mais de cinco bilhõe*de cruzeiros em favor d»que havia de mais reacioná-rio de mais sórdido, de maisanti-nacional.

Na Guanabara as despe-sas montaram em 330 ml-lhões de cruzeiros. Os rá-dios, e TVs, receberam 150milhões.

Artur Junqueira, que tam-bém foi candidato suficien-temente derrotado, pois nãoconseguiu 3.000 votos, isto é,um décimo da votação queo Plmpinela obteve em lfifiO,declarou:

i — "Recebi o dinheiroatravés de cheques do Ban-co Real Canadá".'

A PODRIDÃO DO IBADO IBAD representa, em

última analise, uma sucur-sal do Departamento cie Es-tado de Washington, dirigi-do pelo deputado João Men-des, latifundiário da piorespécie na Bahia e quc tudotem feito para impedir aReforma Agrária com a Re-forma da Constituição.

A princípio funcionou, sal-vo engano, num edifício darua 7 de Setembro e cedoforam conhecidos os lacaiosdos ianques contra os inte-rêsses nacionais.

Ninguém escapou à sanhapolicialesca desta "gang".Tudo fizeram para fechara imprensa nacionalista dopais, exercendo todo o seupod e r i o econômico, compressões de toda a ordem. A"Última Hora", por exemplo,mensalmente, através dopasquim "Ação Democráti-ca", publicação do IBAD. ti-nha os nomes das firmasanunciantes no pelourinho,sob o título: "As classesprodutoras e o flnanciamen-to do comunismo". Outra vi-tima foi o "Jornal do Bra-sil". ' ;

Organiza ções eminente-mente nacionais, como Cru-zeiro do Sul, Banco Naciona!de Minas Gerais, instituiçõescomo a Rede FerroviáriaFederal, Petrobrás, Compa-nhia Vale do Rio Doce, Go-vêrno do Estado do Rio deJaneiro, Lólde Aéreo Nacio-nal, Departamento Nacionalde Estradas de Rodagens fo-ram apontadas pelo pas-quinlesco "Ação Democrá-tica", como antros de agen-tes de Moscou, financiandoaqueles jornais. Era o boi-

IIHIIIIIHHIIIIIIIIIIIMMMMIIMIIMIIIHIHIIIItlllHHitllllll

cote organizado, o SEMA-NARIO, que não vive depublicidade, sofreu torpeexploração, apontado comeórgão que recebia ordens doKremlin. Tamanha imbeci-lidade só poderia partir dosretardados mentais doIBAD.

O fato é que, a podridãodo IBAD contaminou muitagente O pasquim é impres-so na mesma oficina queimv-rime as Listas Telefõni-ca.>. da Light. De tão ricosque são, jamais pleitearamo uso do papel de linha dá-gua, preferindo o assetina-

res são Ivan Hasslocher, fl-lho do velho e incorrigivelgalinha verde Paulo Hass-locher. da Câmara dos 40, eque encerrou a sua carreiradiplomática de Embaixadordo Brasil na corte de Tru-Üllo; Frutuoso Osório Filho,Diretor Geral; Gabriel Cha-ves de Melo, Chefe de Re-ciação: Floriano da SilveiraMaciel, redator trabalhista;e, como não poderia deixarde acontecer, o nauseabun-do Eugênio Gudin, como"consultor da redação" aolado de Edgard TeixeiraLeite.

ESTOUROU Q TUMOR DA CORRUPÇÃO DO IBAD

ciam em "ultima Hora" eaponta outros jornais, comoO SEMANÁRIO -icmo agen •tes de Moscou.

Intimidação quando pro-mete represálins através deuma pseudo resistência de-mocrática dos trabalhadoreslivres e movimento sindicaldemocrata que congrega aescória do sindicalismo, umuespécie de sargota qucemerge do esgoto social.

Uma das suas vitimasprincipais é a UNE. com su-cessivos pedidos de informa-cão feitos por deputadas,cujas candidaturas foram

acusar lodo mundo de co-munista, por.não rezar peb:cartilha do IBAD, não surtemais efeito. Pena Boto ba-leu neste teclado, durantelongos anos e acabou des-moralizando, por completo,o rendoso negócio Nisto nãohá nem originalidade, pois orepugnante espan.cadòr dc-presos Seralim Braga, hojeDelegado de Policia semprefêz isto desde que a sua vi-tima não anunciasse no seuImundo ''irnaleco "A Situa-ção".

O Papa João XXIII tives-.«e vivido no Brasil e teria

CincopolíticiII

bilhões de cnizwos poráriíiHii XV-e jornais doSr, .MU.V,

azonas ao Rio Grande Ido., A distribuição da tal

.revista é gratuita. Em ai-guns números apregoam quía tiragem é de 210.000 exem-plares. Em outras não di-zem nada.

Os nacion a 1 i s t as qnedisputaram cargos eletivosforam massacrados pelo po-derio econômico do IBAD.Só no Rio dispunha de maisde 170 caminhonetes.

Em Pernambuco, o lugar-tenente Frutuoso Osório Fi-lho. para combater a can-didatura popular de MiguelArrais, derramou 650 mi-lhões de cruzeiros. Mas opovo deu a resposta aos ca-valos de alugueis, dos ian-quês, elegendo Arrais. Diz osr. Artur Junqueira que odinheiro foi dado por 70 in-dústrias paulistas...

Toda esta imprensa quensora grita contra a Comis-são Parlamentar de Inqué-rito para apurar a máquinade corrupção do IBAD. re-eebeu dinheiro do rBAíl pá-ra desacreditar a Petrobrás,os nacionalistas, homens dogabarito ds Barbosa LimaSobrinho, Elói Dutra, Sér-gio Magalhães e tantos ou-tros colaboradores da pri-meira linha de O SEMANA-RIO. "Última Hora", "Jornaldo Brasil" etc.

COMO FUNCIONA >O PASQUIM

Geralmente a "Ação De-mocrática", sai com 24 pá-ginas, sendo que numa de-Ias um artigo de Teófilo An-drade, quc dispensa apve-sentação. Outro "habituée"das colunas do pasquinlecoé o Padre Calazans, que re-cebendo documentação for-jada na redação da "AçãoDemoci- á t. i c a" denunciouque a FAB estava entreguea comunistas.

Nem os sacerdotes esca-param ao espírito policia-le-sco da quadrilha que mon-tou o Q.G. à Avenida Marc-chal Câmara 271, onde fun-ciona n redação de "AçãoDemocrática" cujos direto-

Nunca teve venda avulsa,embora anuncie que o exem-plar custa CrS 30,00. Tam-¦bém não tem publicidade, oque é desnecessário, já queos dólares entram a granel,através de canos de 12 po-legadas. O único anuncian-te é o dr. Milton de Almei-ria. especializado em ouvidosnariz c? garganta.

Mas quem manda mesmoc o deputado João Mendes,homem multo rico, mas quenão tem tanto dinheiro as-sim para gastar com 250candidatos. Dinheiro mes-mo é do americano. Dinhei-ro fácil, dinheiro que inun-dou jornais e corrompeucentenas de candidatos acargos eletivos, no últimopleito quase todos derrota-dos.

Jamais deixou de atacarnas suas colunas os srs. JoãoGoulart. Hermes Lima, Mi-gue! Arrais, Francisco Ju-Hão. Leonel Brizola, OsnyDuarte Pereira, Prestes. Bri-gadeiro Francisco Teixeirae outros brasileiros que lu-tam contra o imperialismo.

Os supMphòmèhs da corjasão Kennedy. Pena Boto,itiltima exumaçáo dos Iba-dianos) Silvio Heclí, Maré-chal Dcnys ê outros maré-chaís de pijama, mniidadospara casa, pela vontade doí-ovo.

A REDE DACORRUPÇÃO

A malta do IBAD. sempresob a batuta do deputadoJoão Mendes, figura por de-mais inexpressiva do Pu ria-mento Nacional, usa doisprocessos: calúnia e intimi-d ação;

Calúnia quando cita asfirmas comerciais que aniui-

Reportagem de EDMAR MOREI,financiadas pelo IBAD.

A imprensa "sadia", órdi-nária até à medula, senipr"mamou nas tetas do IBAD.E mama alto. Urgia.árgahi-zar uma rede de estações derádio, a fim de levar a cor-rupçâo aos mais longínquosrecantos do pais. onde nãoexiste imprensa Foi criado

'um programa radiofônico,intitulado "A Semana: emRevista" e irradiado pelasseguintes estações, a peso deouro: Rádio Rio-Mári de_Manaus: Rádio Difusora,-deBelém; Rádio Educadora,de Bragança, no Pará; Rá-dio Difusora, cie São Luís:Rádio Clube, de Terezina;Rádio Educadora, de Par-ríaíba; Radio Iracema deFortaleza: Rádio Nordeste,de Natal: Ràuió Difusora, deMossoró; Rádio Caturitc. deCampina Grande: Rádio Di-fusorn, ,cle Maceió: Rádio Li-herdade, de Aracaju: RádioCultura, de Salvador: RádioSociedade, de Salvador: Rá-dio Itatiaia, de Belo Ilori-zonte; Rádio Espirito San-to de Vitória: Rádio Globo,cio Rio; Rádio Vera Cruz, doRio: Rádio Sul Fluminense,Ce Barra Mansa: Rádio Re-cord. de Sâo Paulo e mais42 'estações .do' interior dcSao Paulo. Paraná, SantaCatarina, Rio Grande doSul, inclusive a Rádio Sóçfè-'dade Gaúcha, de Porto Ale-gre, emissoras cie Mato Gros-so. Goiás, Território do Acroe Estado do Acre O progra-ma tinha o patrocínio doinstituto Brasileiro de AçãoDemocrática, conformeanúncio da própria "AçãoDemocrática".

O PREÇO DA INFÂMIAÉ claro que esta tecla d?

sido acusado pela quadrilhacio IBAD como comunista.

Sacerdotes dos mais ilus-ties tiveram os seus nomesapontados como agentes deMoscou, inclusive o grandeBispo 'cie Santo André. D.Jorge Marcos de Oliveira,miseravelmente acusado pe-Io alcagüete graduado Vál-ter Domingos Claro, presi-dente da arapuca em SãoPaulo Mas o grande D.Jorge foi fulminante ao de-

_cla rar-:—,

N.° 341 - Ano VIII - Rio, 11 o 17 de Julho de 1963

— "Espero receber, dentrode muito breve, uni conviteda "família democrática''para assistir ao enterro doIBAD E nào irei chorando,nâo. Irei sorrindo, vendo amais promissora aurora deum Brasil cristão".

CADEIA PARA AI "GANG"

O povo eleve depositar asua confiança na ComissãoParlamentar de inquéritopara apurar a obra de cor-rupçâo do IBAD na vida pú-blicrt do pais. Lá estão ho-mens como Elói Dutra e JoséAparecido, quc embora per-tencét-dti à UDN, o partidoquc mais recebeu propinasdo IBAD. tem tido umuatuação das mais"patrióti-cas. hão se submetendo àsinjuncõev do partido daeterna vigilância,; Foi eleitopelo povo. para defender osinteresses do povo.

Chegou a hora de arran-car.a máscara desta cama-rilha que fêz do combate aocomunismo uma das maislucrativas indústrias das úl-timos anos. Esta súcia vaiprestar contas com a Justi-ça. Homens mais poderososdo que os lacaios dos norte-americanos, assalariados deWashington, já caíram nasredes da policia.

A tal publicação já temquatro anos. com pouco me-nos de 50 números. Sempreatacou a Reforma Agrária eh. Petrobrás. Continua insul-(ando os brasileiros que nãoquerem o Brasil atrelado

como carro de boi, aos tan-quês, financia o MAC (Mo-vimento Anticomunista) re-duto de. profissionais do an-«comunismo, aprendizes defeiticeiro. È uma publica-cão nociva aos Interessesnacionais.

à Justiça, houve por bem,fechar-a chamada ifapren-.sa marrou. E o que é a"Ação Democrática" senãouma imprensa preta contraos interesses dó Brasil?

A Comissão Parlamentarde Inquérito deve levantar aescrita da suspeita publica-ção, para ver a sua fontedc renda.

Não basta, evidentemente,apurar a fonte do dinheirosuspeito. A Nação precisaconhecer os nomes dos 250candidatos que receberamdinheiro da Standard Oil eoutros grupos norte-ameri-canos, dinheiro para des-truir a Petrobrás e outrasinstituições nacionais.

Devem ser ouvidos pelaComissão Parlamentar deInquérito os gerentes e dire-tores de publicidade dos jor-nais que sofreram pressãopor parte da matilha, cujochefe, Ivan Hassocher, está.foragido.

SUPREMA AUDÁCIAA malta do IBAD atingiu

os limites da audácia quan-do fêz instalar, no própriorecinto do Congresso Nacio-nal, um aparelho de grava-çâo clandestino, a fim deobter a voz dos parlamenta-res nacionalistas para, cmseguida, usá-la ao bel-pra-zer em trechos isolados,quando é sabido quc todaoração, utilizada parcial-mente perde o sentido.

OS IANQUES

EUROPA (3

ABANDONAMO IBAD

Ante a reação popularcontra os métodos fascistasdo IBAD, derrotando seuscandidatos e elegendo par-lamentares progressistas, asagencias de publicidade nor-tc-ameri cana. usadas, aprincipio, como força depressão para impedir a ex-pansão dos jornais naciona-listas, chutaram o IBAD, fa-zendo voltar a programa-çâo dos seus anúncios aosJornais que caíram no indi-ce da "gang". Assim, embo-ra severamente advertidospelo IBAD, aquelas organi-zações norte-americanas re-solveram não dar murro emponta de faca.

Ninguém desconhece' queas agências de pubjicidnclesestrangeiras são fatores deÇprrupçãó'. já que algumasexercem o controle dãorientação politica de jor-nais. Basta lembrar o tris-te e vergonhoso episódio de"A Noite", que em troca dc2 milhões de cruzeiros pormês. permitia à agênciaPromotion, do IBAD, con-trolar todas as suas páginas.

Dc qualquer maneira, osianques da Coca-Cola, Shell,Sidney Ross, Willys Over-land, da Parker, FrigoríficosWilson, International Busi-ríess Machine, Esso, GruposLight, W e m a g, Verome,Dunlop. Fiat Lux, Frigorifi-co Anglo, Alitalia. MercedezBenz e outros, saíram, dacanoa furada do IBAD, ago-ra, as voltas com a Justiça.

0 exemplo da Bulgária(4." de uma série dc reportagens dc Edouard BAILBY)

COM cerca cie Hl.üoo kiu2 e 7.050.000 habitantes', a Bulgária

c a menor nação eslava do mundo, mus <;, também, uni.dos' pulses .que muis progressos fizeram depois cia SegundaGuerra Mundial. Pouco se sabe no Brasil u seu respeito; noentanto, a experiência do povo búlgaro constitui um dos exem-j/los mais slgnificátíVgs do que pode fazer o socialismo paialibertar' o homem rio atraso p da miséria.

Dominada pelos turcos durante vários séculos, a Bulgáriasei bopsegúíil alcançar sua independência política em íins doséculo XIX, (fracos à intervenção decisiva das tropas russase romanas. Ainda hoje, quem visita aquele país pode ver osíiiomunenios ei-fuiidos cm homenagem ao Exército libertador.Mas, o ópresor estrangeiro havia deixado atrás de si ruínas,miséria ç atraso. Até o advento do socialismo, depois da Se-gunda Guerra Mundial, a Bulgária continuava sendo uma dasnações- mais pobres da Europa; com uma Indústria prática-menti: inexistente e uma. uariciütura primária, limitando-se uproduzir rosási l orna tes, tabaco, pimentões e uvas. Era o exem-

pio típico no pais explorado por úma minoria de privilegia-dos, aliados co grande capital estrangeiro. Mesmo assim, seupovo sempre foi um do.; mais corajosos e mais trabalhadorescie toda 11 Europa. Um cios mais hospitaleiras também.

Haja. visto o cuso que ocorreu sob a ocupação nazista,quando as tropas alemãs tentaram deportar para os camposde concentração os judeus do pais! A população inteira pro-testou contra a decisão de Hltler e no dia em que o primeirotrem carregado de israelitas ia sair de Sofia para os fornoscrematórios de Ausclnvitz, milhares de pessoas foram para oestação, deitaram nos trilhos e lutaram de peito aberto con-tra, o ocupante A Bulgária foi a única nação da Europa quenão permitiu que os alemães levassem um só judeu!

Êste, aliás, tem siuo um dos traços marcantes da políticaseguida pelos dirigentes búlgaros: a ausência de preconceitose discriminações, característica fundamental do próprio povo.No segundo dia de minha chegada a Sófla, um domingo pelamanhã, fui levado acidentalmente a entrar na catedral orto-doxa. Chovia, o movimento de carros nas ruas era reduzidís-simo e a cidade parecia dormir ainda. Quando penetrei pelaporta, lateral, assisti a um espetáculo deslumbrante: centenasde pessoas em pé, em sua maior parte senhoras idosas, acoin-panhavam .os ritos ancestrais do Popo. trajado com vestimen-tas douradas, enquanto um coro de extraordinária beleza entoa-va cânticos ortodoxos com música de Tchaikovski. Em tornoda nave central milhares de velas Iluminavam a cerimônia.Pensei logo nos Jornais e nos bispos da reação, que tantas

— .~—» .-Z '" "" ——~"^—FRENTE CULTURAL PROGRESSISTAA Frente Cultural Progressista, com sede em São Pau- ririt-át-nn ns -úk Ái.».. n»..i .A Frente Cultural Progressista, com sede em São Pau

Io, à rua 15 de Noevmbro, >?.S, 11.". c/llOfi, lançou o sefrainte manifesto:

"O Brasil atravessa um período de transformação ace-lerada. O desenvolvimento nacional, a tomada de consciên-cia dos problemas nacionais por camadas cada vez maisamplas da população e a compreensão da necessidade deresolvê-los é a tônica do momento que atravessamos.

Vemos, por outro lado, que essas classes e camadasnão apenas tomam conhecimento desses problemas, masse organizam para apresentar soluções tentando resol-vê-los.

O CGT congrega a classe operária. Ligas camponesasem todo o Brasil transformaram-se em instrumento rei-vindicatório dos homens do campo. Os estudantes, atra-vés da UNE e outros órgãos representativos, levam até on

FIGURAS É FATOS

Governo os seus problemas. Parlamentares nacionalistascriam, nas casas legislativas, frações que traduzem essessentimentos, como e o caso da Frente Parlamentar Nacio-nalista. Nao apenas se organizam, mas se unificam numaatuação homogênea e dinâmica,Nunca o povo brasileiro teve tantas possibilidades deinfluir nas decisões governamentais.No momento em que todas as camadas e classes seorganizam e apresentam as suas reivindicações e planosde solução ao Governo, a intelectualidade brasileira ressen-te-se da falta de uma organização que interprete o coniim-to de medidas necessárias para que o nosso País tran=for-me a nossa fisionomia cultural que, infelizmente è dasmenos lisonjeiras.Dai, no momento em que todas as camadas do povo seorganizam, haver a necessidade da nossa intelectualidade-escritores, artistas, teotrólogos, médicos, advogados profes-

sores, engenheiros (homens de profissões liberais de ummodo geral), cineastas, radialistas, jornalistas mibhcinos editores, organizar-se em uma entidadecapade esttbelecer uma política de acordo com o momento ^ apresent-.-os seus-pontos fundamentais como plataforma a ser execatada pelo atual Governo, de acordo com as interesses"nao apenas da intelectualidade, mas de todo Ò ovo uri-sileiro. do qual ela jamais poderá estar desvinculadaSurgiu, de tudo isto, a idéia de ser funS a FrenteSíftS? Jro«resstato. IM «colhendo no seu seio eleme, -tos de todos os setores e solicitando o apoio de entidadesculturais, propõe-se a estudar os problemas que a intekc-tualidade compreende como de solução inadiável sugSdo as medidas que devem ser executadas pelo GovêFnoEsta atitude dos intelectuais contribuirá para qtie se-jam também realizadas as reformas que as demais camadasdo povo necessitam e exigem no momento"

mentiras contas sôbre a chamada Igreja do Silêncio,A Bulgária é dos paises socialistas aquele que maiores fa-

cilidades concede aos turistas estrangeiros, inclusive os quevêm do Ocidente. Nas praias do Mar Negro, onde sindicatos ecooperativas construíram uma série de hotéis ultramoderaos.que lembram a Riviern Italiana ou a Cote d'Aziir, milharescie europeus vão descansar no verão todos os anos. A cidadebalneária de Varna pode ser considerada tuna espécie dc Praiada Coexistência, onde lá se encontram dirigentes comunistasdo teste, personalidades do Oeste e os próprios búlgaros,

Por que essas vantagens, êsse clima de progresso, êsse entu-siasmo da juventude pela construção do socialismo, essa. par-ticipação do iiovo nas cois«3 do dia a dia? Já escrevemos quea Bulgária era, antes da guerra, um dos paises mais so-fredoies da Europa. Hoje, se bem que não tenha resolvido to-dos os seus problemas, os resultados já alcançados são de talforma Indiscutíveis que basta analisar as estatísticas e falarcom a população para verificar que a propaganda reacionáriano Ocidente não passa de uma autêntica farsa. Por exemplo:a produção dc energia elétrica passou dc 2H6 milhões de kw/h,em 1939, para 2.65G milhões, em 1957, e 4.057 milhões, em 1960,devendo alcançar 11.250 milhões, em 1965. Sozinha, a Bulgáriaproduz cinco vezes mais eletricidade do que a Turquia, com20 milhões de habitantes e um território três vezes maior 1Perto de Sofia, visitei a usina siderúrgica de Kremikovtsi. ainda

em late de construção,- que já em 1965 produzirá 1.265.OO0 to-noladas de açq para atingir 3 milhões, em 1970, e 4,5 milhões,cm 1980. A produção atual de aço no pais e dc aproximada-mente 400 mil toneladas! A produção de hulha, por outro lado.que passou de 2.200.000 toneladas, em 1539, para 17.125.000, cm1960, alcançará 34 milhões, em 1965. E assim por diante! Estesfatos sâo tanto mais extraordinários que 66 por cento dos habi-tantes ainda vivem no campo, onde as condições de vida doscamponeses têm melhorado consideravelmente. O número decasas construídas, por exemplo, é verdadeiramente impres-sionante! .

A Bulgária era antes da Segunda Guerra Mundial um paisde pequena propriedade privada e de. agricultura intensiva.Apenas 1 por cento da população possuía grandes fazendas. Quefêz o governo socialista? Incitou os camponeses a formaremcooperativas de trabalho agrícola, respeitando um sentimentomuito enraizado nó povo, que é a posse, a propriedade privada.O regime limitou-se a adquirir as fazendas estatais, já exis-tentes, para experiências e escolas. Eni todo o pais, os cam-poneses se reagruparam no único tipo de cooperativa que con-vinha às condições nacionais. Atualmente, existem pouco maisde mil Cooperativas de Trabalho Agrícola. Uma delas, que euvositei perto de Plovdiv, está progredindo rapidamente; outrastêm problemas, causados pela má administração ou pela qua-lidade inferior do solo. Como os salários dependem da pro-duçâo e das unidades de trabalho, com um mínimo vital ga-rantido por lei, existe o perigo de os camponeses dc determl-nadas cooperativas ou regiões do pais alcançarem brevementeum nivel de vida muito superior à média geral. A fim de evi-tar um desnivelamcnto perigoso, as autoridades estão estudai!-do unia série de medidas que possam garantir a todos, em fun-ção de seu trabalho e das necessidades do país, um nivel maisou menos igual. Uma das principais tarefas com que se de-frontam os governos, em todos os países socialistas, aliás, dizrespeito aos meios de elevar paralelamente a produção indus-trlal e a produção agrícola.

Destas experiências o povo participa com enorme interesseO redator-ohefe do único diário de Plovdiv "A Voz da Pátria"disse-me que. só em 1962. seu jornal recebeu mais de 18 mil'cartas de leitores, frisando a respeito. "Seis mil eram críticasou sugestões paru o comércio e quatro mil se destinavam aõsistema de transporte. De dois anos para cá. posso dizer quca maioria esmagadora das cartas trata de problemas essencial-mente coletivos, quando antes eram questões pessoais"e êste um dos resultados mais positivos da construção dosocialismo na pequenina Bulgária: a consciência coletiva dosproblemas e das tarefas que se apresentam a todo o povo. Noextremo sul da Europa Oriental, formando fronteiras com doispaíses da OTAN, a Turquia e a Grécia, a pequenma Bulgáriaé uma das melhores garantias do campo socialista contra qual-quer ataque imperialista. Basta dizer qu enfio há um só sol-dado soviético para ajudá-la a vigiar as fronteiras

¦^ ~~~ £ AUTÓGRAFOS

Cícero do Rio

H PINHEIRO NETO NA SUPRA-

' '¦

' '

Foi com satisfação que os nacionalistas receberam anomeação de João Pinheiro Neto para a SUPRA. Umcargo dessa responsabilidade, com efeito, só podia serconfiado a um homem como João Pinheiro Neto, sério,trabalhador e patriota. Quando Ministro do Trabalho,advertiu a Nação sôbre n politica financeira dc San TiagoDanfeas e as conseqüências nefastas da submissão dosnossos interesses ao Fundo Monetário Nacional. Tude queJoão Pinheiro Neto disse naquela época verificou-se pjs-teriormente, para a nessa infelicidade e a de todos os bra-sileiros, que sofrem na própria carne os efeitos da orien-tação governamental no campo das finanças. O SEMA-NÁRIO espera que, na Presidência da SUPRA. João Pi-nheiro Neto possa realizar uma tarefa útü cujos frutosestão sendo ansiosamente aguardados pelos homens docampo.

•& PREÇO DATRAIÇÃO

Maurício Caminha deLacerda, que já foi ex-pulso do Partido Sócia-lista Brasileiro, acaba deperder sua coluna diáriano "Correio da Manhã".É o preço da traição,meus amigos...

*£ CUSTO DE VIDASegundo dados divulgados

pela Fundação Getúlio Var-gas, o custo de vida na Gua-nabara registrou um au-mento de 4 por cento nomês de junho, em confron-to com 4.6 por cento assina-lado em maio passado e 3.5por cento em junho de 1962.Dos produtos consideradosImportantes para o índicedo custo de vida, o aç-ícarfoi o que registrou maioraumento: 48 por cento.

Será oficialmente lançadomais um livro da coleçãoCadernos do Povo Brasilei-ro no próximo dia 10 de ju-lho, às 20 horas, na Asso-ciação Médica Fluminense.Trata-se de trabalho do mé-dico Agulnaldo Marques, in-titulado "De que morre onosso povo?" (N.° 16). Nuocasião o autor autografaráseu livro e o Secretário deSaúde do Estado do Rio, Dr.Carlos Antônio da Silva,pronunciará uma conferên-cia sôbre "Saúde e Desen-volvimento Econômico". En-derêço: rua Professor Ma-noel de Abreu, Niterói.

*£- GLOBKEDuas personalidades bra-

sileiras, o deputado FrotaAguiar c o advogado Alfre-do Tranjan. seguiram paraBerlim a fim de assistir aoprocesso de Globke. inicia-do em 8 de julho.

-^-DEPOIMENTO

Nascimento Brito ocupoutrês páginas do "Jornal doBrasil", que dirige, para re-sumir suas impressões deviagem à URSS. "Fomos àl niâo Soviética — diz —após um longo e organizadopreparo para a viagem, quet«ncionávamos empreender,ao contrário dos turistasdesprevenidos que caem sobo controle da Intourist, nomomento em que saem dcunia capital européia parapisar o território soviético".E mais adiante: "Precisamosconhecer melhor a União So-?iética. Pensamos que a co-nhecemos, mas a res-Iidade éque nada ou muito pouco sa-bemos do que por lá se pas-sa. Nosso conhecimento é,geralmente, deformado". In-felizmente. Nascimento Britocaiu no outro extremo: via-jou com idéias preconcebi-

das. O resultado é o que sevé na reportagem de sua au-toria.

fe: ESPERANTODe 3 a 10 de agosto pró-ximo terá lugar em Sofia

o 48.° Congresso MundialEsperantista, com a partici-paçáo de três mil delegado.-de 40 paises, inclusive oBrasil.

^ CONJUNTOPOLONÊS

Dou a noticia em pri-meira mão: o conjuntopolonês "Mazowsze" viráao Brasil em abril de1964. Trata-se de um dosmais famosos conjuntosde danças folclóricas domundo, com mais de 200dançarinos e cantores.

-*-*-V-N^S>*»-^>-**WS^M»wN--.--, ¦ ¦ ¦ ¦^J.J.|-|-|.|J^ru-J1J.\

IMAGENS DA NOSSA ÉPOCAFARSA ARGENTINA —

Manchete de O GLOBO só-bre as eleições na Argenti-na: "O pleito decorreu emperfeita ordem e discipli-na"l Esquecem os irmãosMarinho que o governo deJosé Maria Guido impediuum dos candidatos de seapresentar no pleito e quemais de um terço do eleito-rado — peronistas e comu-instas sooretudo — resolveuvotar em branco. SolanoUma, por outro lado, Ian-cado pela Frente Nacionale Popular, desistiu de suacandidatura, em face do cii-ma político que reina atual-mente na República vizinha

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