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N". 26—Anno 3Ü. Fevereiro de 1878.

REVISTA 1 E HORTICULTURAJORNAL DE

AGRICULTURA E HORTICULTURA PRATICAREDIGIDO COM A COLLABORAÇÃO DOS EX.U08 SUS.

J. Barbosa Rodrigues, Conselheiro H. de Beaurepaire Rohan,Dr. J. M. Caminhoá, L. Caminhoá, Conselheiro G. S. de Capanema, A. B. Forzani,

Dr. C. Jobert, Dr. M. A, da Silva, Dr. Nicoláo J. Moreira, Dr. T. Peckolt, etc, etc.

Publicação mensal com 20 paginas (pelo menos) e numerosas gravuras,intercaladas no texto, representando animaes domésticos, uiachiriasagrícolas e plantas novas.

Chronioa. — Plantas animaes. — Retratos de plantas novas.— Soplironites Wittigiana. — Eododendrons.-—Reanaluxarian3.—Aloa hofras. -As ínolhorss fr Lotas. —Arvo;es frutíferas em vasos.-Q-esnereaoeas.—Enraizamentona água.

À assignatura para a Corte 8$>000 por annopôde ser tomada á rua Vinte e Quatro de Maio 99, ou em casa do Sr. M. R. Oliveira

Real, rua do Hospício 5 A.A assignatura para as Provincias 10$000 por anno

pôde ser tomada nas agencias do correio ou directamente, por meio de carta registrada,com declaração do valor, dirigida ao redactor, F. Albuquerque

caixa do correio 418, RIO DE JANEIRO.Notas.—A assignatura começa sempre em Janeiro e acaba em Dezembro.

Pede-se aos Srs. Assignantes de fora o favor de mandarem reformarem tempo as suas assignaturas, para nao haver irregularidadena remessa.

HGO DE JANEIEIO

NO ESTABELECIMENTO PARA PLANTAS NOVAS E RARASRua Vinte e Quatro de Maio, 99 (Engenho-Noyo)

¦

1878

Page 2: N. 26—Anno 3Ü. Fevereiro de 1878. REVISTA 1E HORTICULTURAmemoria.bn.br/pdf/709760/per709760_1878_00026.pdf · 12 Roseiras nomeadas, em vasos 103000 Dracoena congcsta, ªCooperi

1 ESTABELECIMENTO PAKA PLANTAS NOVAS I RARASDE F. ALBUQUERQUE

No Engenho-Novo — Rua Vinte e Quatro de Maio, 99.

Nota.-As notas B. ___.. pag., e Est. referem-se a paginas ou estampas da Revista de Horticultur

Alstroemerias diversas (R. H. pag. 143)... 2j_00"Antigonon leptopus (R. H. png. 113) 23000Aralia Guilfoylei (Est. 32) 53000Araucária Bidwilli 201000

Cooki 201000, Cunninghami 251000

excelsa (Est. 9) 15$000Rulei (R. H. pag. 143) 503000

Ceropegia Gardneri (Est. 7) 1300)Chamoerops excelsa (Est. 5) 23000

humilis (Est. 11) 21000» argentea 23000

Caie de Bengala 2$000Corynostylis hybanthus (Est. 13) 5$000Croton angustifoliuni giganteum 2,3000

> cornutum 3.3000» fucatum 13000» grande 4$000» Hookerii 43000» interruptum 43000» magesticum (Est. 10) 41000» Veitchi 4.3000» Youngii (Est. 12) 53000» Weisraani 4.3000

Dieffenbachias diversas 2300012 Roseiras nomeadas, em vasos 103000

Dracoena congcsta,Cooperi.draco

indivisainscripta

lineatanigresccns

nigro rubrasurculosa maculata

Echcveria atropurpurea» metallica (Est. 28)» rctusa glauca (R. II. pag. 135)..

Evonymus (R.H. pags. 37 e 62) de 500 e..Gardênia citriodora

FortunciGrevillea robusta (R. H. pag. 32)Mackaya bellaMamão laranja (Est. 1)

» vermelho (R. Ii. pag. 12)Passiflora macrocarpa (R. H. pag. 50)Romeira amarella (R. H. pag. 34)

> anã (R. H. pag. 12)RosaDuchesseofEdimburgh (R.H.pag. 142)Thalia dealbata (Est. 3)Tornelia fragrans (Est. 6)25 Roseiras nomeadas

a Io vol.

43000430003^0003£000410003.3000

4.30004^0002,^000

2.10003^00033000230001^000130005.3000

1030001300023000230005300053000

10500018^000

ETIQUETAS DE ZINCO PAM AS PLANTAS(DE QUE TRATA A REVISTA DE HORTICULTURA NA PAG. 121 vol. 1.°)

( N!l )( Y> f^0V^\ \~~ No3 j

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5.30004.30005.^0004.300053000

100 etiquetas n. 43000100 n. 3.3C00100 n. 13 43000100 •» n. 14 33000100 n. 15 3.3000

100 ganchos (n. 10) para alporcas 2.3000100 grampos (n. 16) para alporcas 130001/2 kilg. dc arame de chumbo. 135001 vidro de tinta (indelével sobre o zinco),.-^ _-....-........... .-•. 13000

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CCHUROIN Xwjtl.

Fevereiro de 1878

Sumahuma»-- A propósito desta interes-sante substancia, o Sr. Bacury nos escreveude Manáos, com data de 9 de Outubro pro-ximo passado. « A sumahumeira (Erioden-dron sumahuma) é uma das arvores maiscolossaes que povoão as margens do Amazo-nas. Seus fructos grandes e vermelhos con-tem a melhor paina, ou sumahuma, que podeexistir no reino vegetal.

« A industria de eolchoaria necessariamen-te encontrará nella excellente matéria prima,para travesseiros, almofadas, colchões, etc.

« Avantaja-se a sumahuma em alvura,levesa e maciesa á mais fina lã de carneiro.

« Da casca deste gigante das florestas ama-zonicas extrahe-se fibras próprias para cor-das.

« Com tudo o commercio não explora aindaessa fonte natural de riqueza, a que poderiadar logar importante entre os gêneros de ex-portação da Provincia.»

Humiry, Murtinha e Pita.—Mais tarde, emdata de 29 do mesmo mez, continua o Sr. Ba-cury. «Entre as arvores elegantes o humi-riseiro {Humirium balsamiferuni) occupa logarimportante. 0 aroma delicioso que se des-prende do tronco, o seu porte piramidal, adoçura e o sabor agradável dos seus fructos,semelhantes aos da oliveira, reunindo-se aindaá propriedade medicinal de que goza, tudoeinfiin concorre para que o humiriseiro sejauma arvore de summa utilidade.

« Para pomares e arborisação de largos epraças presta-se elle com muita vantagem,já por não ser arvore de primeira grandeza,já pela belleza de sua folhagem.

* Quanto á mv/rtinha ê uma espécie de

resedá: as folhas são pouco maiores; as flô-res se assemelhão até no aroma delicioso : adifferença consiste em que ás ultimas suece-dem bellos fructos negros, doces e poucomenores que os do humiry. O cozimento dasfolhas tem aqui freqüente emprego medicinal.A arvore é pequena e muito elegante.

« Remetto-lhe também duas mudas de Pitado Peru, que produz em grandes moitas; asfolhas maiores que a do curecuseiro, dão fibrascomo as do tiicum com as quaes os peruanostecem chapeos inferiores aos do Chile.»

Agradecemos muito ao nosso correspon-dente, o Sr. Bacury, tanto as interessantescommunicações, como as sementes que nosremettou de todas essas plantas.

Oleo de Ben e Paina.—Parece que amoda quer pegar, o que decerto seria muitoconveniente, não só para nós, que veríamosassim diminuída a nossa árdua tarefa, comosobretudo para os nossos leitores, que dessemodo terião abundância de informaçõesgrandemente úteis ; desta vez é de Pernam-buco que nos chegão as interessantes infor-mações, na carta que transcrevemos, firmadapor um assignante da Revista, a quem muitoagradecemos o bondoso obséquio e úteisnoções; eil-a:

Recife, 29 de Dezembro de 1877.« Sr. Albuquerque.— Parecendo-me que

lhe será agradável o presente de algumas plan-tas úteis, maxiniè não cultivadas, tomo a liber-dade de lhe offerecer as que acompanhão apresente, a saber :

<( Sementes de Barriguda (Bombax ventri-culoza, Arruda Câmara): arvore de fácil ore**cimento, e de cujo frouxel se faz os melhores

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22 REVISTA DE HORTICULTURA Fevereiro de 1878.

travesseiros, etc, porquanto nunca empas-tão, como o algodão e lã de carneiro, e quepara novamente afoufal-a basta unicamenteexpol-a ao sol. E do sertão, e como para co-lherem os frutos cortão as arvores, cada diaaqui é mais rara.

« Os seleiros, aqui, vendem com os caroços,de 1$600 a2|o 1{2 kilogramma, e de 3§ a4$ escaroçado.

« Sementes de Ben [Movi?uja ptevygosperma,Gcertn.) De uso medicinal. Posto que, segundoGuibour, esta planta seja da índia, não seicomo ha um único exemplar delia na villa(cidade) do Cabo, nesta Província, dondetrouxe as sementes que plantei no meu quin-talzinho; e as frutas que ora lhe mando sãoas primicias da primeira carga. E bellissimaarvoreta de 5 a 6 metros de altura, e lindis-sima folhagem miudissima em palmas bi-e-tripennadas; coberta quasi todo o anno deflores, ainda que de branco-basso. Cresce comsumma facilidade, pois o meu exemplar já terádc certo 6 metros, e apenas contará uns 18mezes de idade.

« Tenho querido cultivar aqui uma varie-dade de Lobelias dos nossos matos, e de en-cantadoras flores carmizins, mas duas vezesme tem falhado; pois da primeira vez a cheiamatou o exemplar que cultivava, e da outrao meu hortelão ou jardineiro deixou-a morrerde sede. Continuo porém ainda nos meusteníaméns. E como lhe poderei mandar umpezinho, quando possa havel-o ?

«i Temos também aqui uma bignoneacea deramos flexiveis e lindas flores cor de rosa,mui próprias para carramanchões(cipó de regobranco, é o nome vulgar delle, aqui.) e meparece que pegará bem de estaca, pois a únicaexperiência que fiz me sahio muito beui; epenso que valerá a pena de ser introduzidaem nossos jardins, pois me parece muito maislinda que tantas que compramos tão carasaos espertalhões do estrangeiro.

* Desculpe a massada; edè-nie suas ordens,como a seu. etc.—A. J* T. de Mendonça Be-lêm. y

Laranjas grandes.—Nos jornaes de Lon-dres lemos que estiverão ultimamente expôs-tas em uma vidraça em Centratrow, Covent

Garden, algumas laranjas que no tamanho nãoinvejavão algumas grandes variedades de abo-boras; erão laranjas Shaddocks, de que porvezes já temos fallado, que pesavão, cada uma,nada menos de 8 libras: tinhão sido remetti-das das índias Occidentaes.

0 maior carregamento de frutas.—O vaporDiscovever em dias de Novembro próximo pas-sado entrou em Liverpool, procedendo dosportos de Valencia, Almeria e Malaga, le-vando áquelle porto o maior carregamentode frutas que jamais ali entrou, e provável-mente também o maior que até hoje tem sidorecebido por um navio: esse carregamentoconstava de 1,600 toneladas inglezas de fru-tas, assim repartidas: 22,559 caixas de passas,21,940 barris de uvas e 6,433 caixas de la-ranjas.

A amoreira na Austra'ia—Segundo a Chro-inque da Sociedade de Acclimação de Pariza cultura da amoreira e do bicho de seda,prosperão nas colônias da Austrália. As pri-meiras plantas fôrão levadas do Cabo. deShan^-HaT edeVerona. Actualmente a Aus-traliajápossue mais de um milhão de amo-reiras. O bicho de seda pertence a uma raçasuissa, Brienz, e a seda é excellente.

0 jardim de Mr. Thuret.—Tendo fallecidoo Sr. Thuret. que possuia em Antibes um dosmais afamados jardins do mundo, receiava-se,com razão, que as innumeras riquezas vege-taes ali reunidas, se dispersassem bem depres-sa; felizmente uma senhora, Mme. LuisaFould, acaba de olferecer ao ministro da Ins-tiueeão Publica, que a aceitou, a somma de200,000 francos destinados a compraraquelle jardim, que passará a ser uma sue-cursai do Museu de Historia Natural.

Milho e Mandioca.— Com o titulo Mono-graphia do Milho o da Mandioca (*) o Sr.Dr. Th. Peckolt, acaba de publicar maisum volume da sua interessante obra.—His^o-ria das pia nt as alimentar es e de gôsodo Brasil,

{*) Moiwgraphüi ão Milh/v e da Mandic>cú; sua historia,variedades, cultura, uso, composição ehinii ca etc. principal-mente em relação ás variedades cultivadas no Brazil, peloDr. Th. Peckolt.—Rio de Janeiro— E. & H. Laemmert—

, inS^STande de 175 pães. lé?S,

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Fevereiro de 1878. REVISTA DE HORTICULTURA 2$

Tratando das duas principaes plantas alhnen-ticias do Brazil,daquellas que formão, ou antesdeveriãõ formar-lhe a base, se por venturanós já possuíssemos um verdadeiro methodoagrícola brazileiro, e escriptas com a proíi-ciência de que o Dr. Peckolt já tem dadosobejas provas, a presente monographia eum grande e relevante serviço que o autoracaba de prestar aos lavradores brazileiros —assim elles o reconheção não só para beneficioseu, como do paiz, que tudo tem a esperarde lavradores intelligentes e instruidos.

Orchideas n vas.— O mez que aeaba defindar foi fértil em publicações novas e inte-ressantes: o Sr. Barbosa Rodrigues tambémpublicou um volume (*) cheio de interesse,no qual dá á publicidade não só algunsgêneros novos que creou na extensa e muitointeressante familia das Orchideaceas, mastambém a nada menos de 231 espécie novaspor elle descobertas, ou reconhecidas taes.

Para avaliar-se do trabalho do joven, masjá illustre orchideologo brazileiro, basta dizerque essas 231 espécies estão repartidas emnada menos de 70 gêneros, 17 dos quaescreados por Barbosa Rodrigues, como sejão:Pleurobotryum. Anathallis, Gigliolia, Cheiro-ptcroccplialuS) Orlcanesia, lsctbelia, Cons-tantia, RegneUa, Baptistonia) Pelronia,Cyanceorchis. Capanemiá, Párldtorea, The-odorea] Pahnoi%cJiis. Calorchis e Gysto-cl/ilmn.

Entre nós não faltar;! (piem qualifique deousadia, o facto de Barbosa Rodrigues publi-caras suas espécies novas sem consultar os1 ler vários da Europa : santa ousadia que senão tivesse a sua razão de ser no parecer quesobre a sua leonographia deu, em 1873, osábio Dr. Hooker, uma das mais competentesautoridades na matéria «não posso admittirque se ponha em duvida que seja eminente-mente digna de ser publicada» estaria plena-mente justificada pela honrosa carta que, nãotia muito ainda, o Sr. Reichembach, quetendo tido oceasião de examinar um dosvolumes da leonographia, reconheeeu como

realmente novos dous gêneros creados ali,escrevia ao Dr.Regnell, fallando de BarbosaRodrigues.

Verdade é que aconselhando Barbosa air á Europa, Reichembach diz que sem issometade de suas espécies novas serão já co-nhecidas : muito embora, ficara a outra me-tade para gloria do nosso joven sábio ; seporem na porção que elle perder, se foremtambém os dous gêneros que em 1873, Rei-chembach reconheceu como novos e muitosoutros que então, também'o serião.... o paizque agradeça o favor áquelles que portodos os meios querem que Barbosa siga-lhes o exemplo.

A sciencia, como a política, também tema sua historia,, que sempre faz justiça, em-bora ás vezes tardia : em nossa opinião Bar-bosa deve esperar com calma a sentença dofuturo outros são os que devem tremer.

Noções de agricultura.—Recebemos aindauma terceira obra, um volume pequenino,mas precioso, que vem preencher uma grandelacuna : falíamos do Compêndio de Âgricul-tura (*) escripto pelo Dr. Ayres cie Albu-querque Gama, e editado pelo Sr. SerafimJosé Alves.

Se tudo quanto é destinado a fazer avançara sciencia e a pratica agrícola, e de grande,importância cm todos os paizes, essa impor-tancia cresce extraordinariamente no Brazil—paiz essencialmente agrícola, onde a agri-cultura persiste no estado do mais extra-ordinário e impossível atrazo : assim o livrodo Sr. Gama, não pôde senão produzir be-neficos effeitos, e é para desejar que em breveelle se encontre nas mãos de todos quantosentre nós se dedicão á cultura da terra.

Com razão diz o Sr. Gama, e nós noscomprazemos em repetir. « Forcejem osnossos lavradores para se tornarem agro-pomos chamem em seu auxilio o facho dassciencias, hoje accessiveis a todos, e terãodescoberto a pedra philosophal, a verda-deira arte de transformar em ouro a terra eos estrumes. *»

(*\ Genera et speeies Orchidearum novarum quas colle-git descripsit et iconibus illustravit J. Barbosa Rodrigues.Ro de Janeiro 1878. C. et H. P.eiuss. in 8° grande VII—20f> pags.

(«) Xoçõcs de Agricultura por Ayres de AlbuquerqueGrama.—Rio de Janeiro, Serafim José Alve?-Editor em 8ode 134 pgs.

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24 EEVI&TA DE HORTICULTURA Fevereiro de 1878-

A muito rápida leitura que fizemos doprecioso livrinho, não consente que por em-quanto apreciemos os detalhes, mas o planoda obra nos pareceu muito conveniente :todavia notamos dous grandes defeitos, quenos apressamos em accusar, pois julgamospreferível a critica que accusa ás vezes,aquella que louva sempre : desses dousdefeitos um procede do autor, do outro sóo editor ó culpado.

A nosso vêr a extrema modéstia do autor,o leva a um grande inconveniente, como ode não emittir a menor proposição, e nãodar quasi uma única opinião, sem pro-curar firmar-se em uma autoridade notável;isso, ás vezes, mesmo para as cousas maissimples e de simples intuição : preferi-riamos vêl-o apoiar com a própria auto-ridadc de autor, as idéas que emittisse,furtando, assim mais de uma vez furtaria oleitor ao trabalho da comparação, e da escolhaentre opiniões divergentes, além de que tor-naria também o seu livro mais claro,pois dessas repetidas citações procede aoespirito certa indecisão bastante penosa:esse é o unico defeito de que em nossaopinião devemos por emquanto acusar oautor.

Quanto ao editor esse julgou com sobejarazão dever augmentar o mérito já grande daobra, facilitando por meio de estampas a com-prehensão da descripção dos principaes ins-trumentosaratorios, no que de certo andoubem : não podemos port.ni dizer outro tan-to da execução dessas estampas que, em vezde ilustrarem o livro, procedem por maneirabem diversa: é o caso, ou nunca mais dedizer-se : antes só que mal acompanhado.

Nova forragem.—A intrudocçaa de forra-oens novas é questão sempre importante paraos agricultores de todos os paizes, mormentepara os de climas quentes, onde geralmenteellas não abundào, por isso chamamos a at-tençào das pessoas interessadas para a extra-ordinária graminea—Beana limmans, que aRevista fiçurã e noticia mais adiante.

F. Albuquerque.

SOPHRONITIS WITTIGIANA Ba*. r0_.

Char. spec.— S. pseudobulbis elongatis,cylmdraceis,0,m012—17 long., et 0,m00_—5diam., junioribus spathaceis, ápice mono-phylli; foliis oblongis, acutissimis, ad basinattenuatis, paulo majoribus quam pseudo-bulbi, erectis v. semi-patentibus; floribus soli-tariis; spatha nulla; pedunculo ovarianolongo, 0,m06—7 long., sepalis lanceolatis,acutis,, semi-convexis, patentibus; petalistriplo latioribus, semi-crispatis, acuminatis;labello trilobato, lobulo médio semi-crispo,acuminato, ápice recurvo.

Hab.— No interior da provincia do Espi-nto-Santo, e floresce no mez de Abril.

Esta bonita espécie foi encontrada pelohorticultor Emilio Wittig, queobsequiosamen-te deu-me para determinal-a. Antes da flores-cencia o mesmo Sr. enviou alguns exempla-res para Londres, confundidos com outrosda S. cernua Lindl., tal é a semelhança nofacies da planta, Participa esta espécie de ca-racteres de quasi todas as congêneres ; assimtendo quasi as folhas da Sophronitis citada,tem comtudo as flores do tamanho da 6. coc-cinca Rehb. fil., ecomo esta solitária, apre-sentando o colorido semi-violaceo da S. viola-cea Lindl. O seu longo peduculo, maior queo da miltiarü Rehb, fil., a caracterizaria bem,se a sua cor não a afastasse das antigas grau-difloras. E um gênero brazileiro que halongos annos contém cinco espécies, das quaesuma, 'àS.pterocarpa Lindl., parece haver des-apparecido, porque por mais pesquizas quetenha feito para encontral-a ainda não o con-segui, nem no Rio de Janeiro nem em MinasGeraes, onde Martius a encontrou. Alémdesta espécie mais uma tive a felicidade dedescrever, a S. Rossiteriana, que vem ápag.77 do meu Genera et species OrchidearumNovarum* o que eleva o numero das espéciesa sete.

Ambas estão figuradas na minha lconogra-phia, ainda inédita. Cumpre-me aqui escla-recer os amadores de Orchideas, a respeitoda confusão que reina na determinação dasespécies deste gênero. Vulgarmente andãoconfundidas duas espécies com o nome deS. grandiflora. a 5. coccinea e a miliiaris.

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Fevereiro de 1878, REVISTA m HORTICULTURA 25¦ — m*m* m*ji/i4*BmymL*V**\ . % i '« i mt

nome que perdeu depois que o sábio orchi-dographo Reiehembach fez a revisão do ge-nero. A coccinea é a primeira descripta porLindley com o nome de Cattleya coccinea* cpietem os pseudobulbos oblongos, cylinclraceos; asfolhas oblongas, aguedas, e muito maiores doque os pseudobulbos, e a militaris. é a. que oNfi-nado botânico inglez denominou grandiflorano seu magnífico Serttnn Orchidaceum. quetem os pseudohulbos menores* as folhas obli-quas, e as flores muito maiores do que a pre-cedenle. Esta confusão de nomes, não reinasó neste gênero, mas em quasi todos, porfalta cie obras especiaes que não existem. Seo Governo deste paiz comprehendesse a uti-lidade da botânica, ha muito que os nossosamadores e flori cultores, terião uma obrapor onde se guiarião com passos firmes, eque tanto trabalho e tantos desgostos temtrazido a

J. Barboza Rodrigues.

DAHLIA GRACILI8. onem,Caule g-labro, formando moita; folhagem

muito leve; flores de uma côr cie laranjaavermelhada muito viva, mostrando-.je per-íeitamente por cima das folhas. Comparando-se esta nova espécie com a Dahlia variabilis,percebe-se que na primeira tudo é maisdelicado, mais esbelto, mais mimoso final-mente, tudo, folhas, pedunculos, e flores, efacilmente se acceita o epitheto de «gracili^como o termo mais conveniente para expres-sur com uma palavra tanto o caracter comoo merecimento da planta.

Ch. Huber&C.

BETA HORTENSIS METALLICA.Esta planta, que e a Betteraba Victoria

o» Haage et Schmidt, tem dobrado mereci-ninto: como betterraba para salada ella éex^llente, emquanto suas folhas de umpm^uro intenso com reflexos roxos metallicosconste que seja approveitada como plantade focagem ornamental, quer em gruposquer ^ pés isolados.

Ch. Hubor & G.K> pm—iaj»«—

PLANTAS ANNUAES

[Continuação) (*)SEGUNDA PARTE.

1,° Abronia. Jus.O gênero Abronia* ereaclo por Jussieu para

algumas plantas herbaceas da família dasnyctagineas, todas oriundas da Califórnia,contém varias espécies, das quaes uma só, aA. umbellata* tem sido introduzida nos jardins.

Esta planta, (íig. 6), tao bonita que meie-ceu de TITeretier o nome de Tricratus admi-rabilís. e de Jussieu o de Abronia (elegante),é uma planta herbacea esgalhada, com a

haste e as ramifica-¦""*" *'tí*Vv ções finas, de 1.50centimetros de com-primento, estendi-das pelo chão, outrepando se encon-trão algum encosto,com flores aomati-

s cas, de uma lindacôr de rosa com ocentro esbranquiça-

„. tí .. , . ¦''.. , do, em umbellas de10 a 15 flores.

Esta planta, que costuma ser cultivada nomeio dos relvados, onde fôrma bonitas moi-tas, e himiamente própria para Ser cultivadasobre as janellas, nas sacadas, nos terraços,ou sobre pilares, onde os seus ramos pendeu-tes tornão-se muito ornamentaes.

Semêa-se em viveiros, e muda-se paravasos, antes de poder ser definitivamenteplantada no logar.

Bem que vivaz, esta planta costuma serconsiderada pelos horticultores, como annual:o que freqüentemente acontece com algumasplantas que florescem perfeitamente no pri-meiro anno da sementeira, e fazendo-o me-cliocremente nos seguintes, convidíto os ama-dores a semeabas todos os annos.

2.° Acroelinium. Hook.Da família das composítas, este gênero só

tem dado aos jardins uma única espécie, o

(*) Vide png. 9,

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è6 revista de horticultura Fevere;ro de 1878.

*^||tt

Fig. t. — Acroelinimníroseum

A. roseum, Hookffig. 7), pequena planta an-nual, natural do Texas, com 30 ou 40 centi-metros de altura, muito ramificada na base:os ramos estendem-se primeiramente pelaterra, para ao depois levantarem-se vertical-

mente, e são termina-dos por uni capitulode dous centímetrosde diâmetro, ao prin-ei pio voltado parabaixo (de onde onome de Acroclini-um, que signica euinclino a cabeça), aodepois erecto: o in-volucro formado dees caiu as duras, é noprincipio de uma lindacôr de rosa muito

brilhante, tendo no centro um disco amarellode ouro; nas flores velhas o àuco torna-sep.ndo e o invólucro branco.

O Acroclinium roseum (fig. 8) éuma das maisbonitas flores da classe das sempre-vivas :seus capitulos conservão perfeitamente a suabella côr rosea e amarella, quando cortadosantes de seu completo desenvolvimento, ependurados â sombra e ao abrigo do vento.

Semea-se em viveiros eplanta-se, com 30 centime-tros de intervallo, emterra leve e enxuta, emlogar arejado e expostoao sol. Servindo para aconfecção de lindas borda-

^ duras, seu effeito é aindamaior quando fôrma pe-quenas moitas isoladas.

Pôde também ser cultivado em vasos.

Variedades.—Existe uma variedade, A.r.álbum, na qual o disco central conserva acôr amarella do typo, mas as escamas do in-volucro são de um branco brilhante, a qualse propaga idêntica por meio de suas se-mentes.

3,° Âdonis. Liim.

Pequeno gênero do Ranunculacea*. indi-gena no sul da Europa: muito parecidas com

Fig 8. -Flor <leAcrocliliuimi

& im ^ÊíSBBÊml^

~mmé$&y

Fiar. 9. — Adi»ais cestivalis.

os Reinunculus, as Âdonis se distinguem so-bretudo por terem as folhas mais recortadas,eas flores com maior numero de pétalas: ogênero contém quatro ou cinco espécies, pelamaior parte vivazes, mas a A. autumnolisLin. ou A. cestivalis (fig. 9), é annual, com 30

ou 40 centímetros^Mí de altura, pouco

ramificada, folhas^^fft^^^ abundantes, muito

f^^Émt recortadas, floressolitárias nasextre-midadesd «s ramos,com 6al0 pétalasde um vermelho desangue, cada umatendo na base umamancha negra.

O nome Âdonisé devido á côr san-

guinea das flores, em allusão ao caçador damythologia. morto por um javali, e cujosangue Veiius transformou em uma flor.

A A. autumnalis é tão própria para a for-mação de cercaduras, como para a confecçãode cestas: também é muito bonita comoplanta isolada sob e os canteiros.

Semêa-se no logar, em terra leve e enxuta.

4.° Ageratum. Lin.Gênero de compositas, quasi exclusiva-

mente americano: a espécie mais geralmentecultivada é o A. mencanum Hort. (A. cceru-

leum Desf.), (fig. 10),pequena planta de 30a 40 cent. de altura,muito ramificada nabase; caule pubescen-te do mesmo modo queas folhas que são pe-quenas, oppostas /.ovaes: flores tonnan,pequenos capitulosJeum azul celeste, ré-unidos em corypbosterminaes, muito/ran-des e bonitos. /

Pela elegância de suas flores, que&r-se-hia feitas de lâ frouxa, por seu porte £quenoe compacto, o Ageratum é de grande/tüidade

Fig. IO— Ageratummexi ca num.

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nos jardins, quer formando bordaduras, querentrando na confecção de cestas; as suasflores podem ser aproveitadas para a prepa-ração de bouquets, para o que são nimiàmen-te próprias.

Semêa-se em viveiros, ou no logar, em qual-quer terreno, pois o Ageratum prospera nasterras de composição mais variada: dá-seperfeitamente bem quando cultivado emvasos.

Em paizes quentes, e convenientementetratado, o Ageratum torna-se vivaz.

Var.—O Ageratum mexicanum tem produ-zido algumas variedades que se distinguempelo porte da planta, ou pelo colorido dasflores: as mais estimadas são o A. imperialdwarf e o A. ccelestinum nanum.

5.° Agrostemma. Lhm.O gênero Agrostemma, da mesma familia

que o Cravo (caryophylleas), é formado porpequenas plantas indigenas no sul da Euro-pa, com flores muito bonitas, quasi todas vi-vazes; sendo uma das mais notáveis a A.coeli-rosa, também conhecida como Viscaria ouLychnis coeli-rosa, pequena planta annual, her-bacea, muito ramificada, cujos ramos ao prin-cipio estendidos pelo chão, se levantão aodepois, formando uma pequena moita com 30centimetros de diâmetro, e 40 ou 50 de alta-ra: as suas folhas são de um verde-gaio, e assuas flores numerosas, solitárias na extremidade dos ramos, com mais de 20 millimetrosde diâmetro, com cinco pétalas unguiculadas,o limbo bem aberto, rosa desmaiado, com ocentro branco.

A Agrostemma (coroa dos campos), celi-rosa(rosa do céo). como o seu nome o está indi-cando, é uma das mais bonitas flores an-nuaes, sobretudo sendo bem cultivada, equando as plantas formão moitas bem com-pactas; é muito útil para a formação de bor-daduras e de cestas, e as flores cortadas sãovantajosamente aproveitadas para a confec-ção de bouquets.

Semêa-se no logar, ou em viveiros, e mu-da-se para terra leve, espaçando as plantasde 30 a 40 centimetros; pócle também sercultivada em grandes vasos, muito bellos

quando contém de 10 a 15 plantas bem tra-tadas.

Var.—^Agrostemma celi-rosa tem produzido diversas variedades que se reproduzem iden-ticas de semente : A. coeli-rosa caba, com floresbrancas; aA. coeli-rosa purpurea, annuncia-da em alguns catálogos com o nome de Visca-

ria cardiinalis, na qualas flores purpurinasapresentão muitas va-riações de tom, desde orosa desmaiado até opurpuro carregado, for-mando assim uma ver-dadeira raça: A. coeli-rosa nana, que nãopassa de 20 centime-tros de altura, tem asflores de um coloridomuito brilhante; a A.

Fi#. 11.—AgTostcmtiiacoeli-rosa nana ümbiinki.

coeli-rosa nana Jimbriata (fig. 11), notável épelo seu porte compacto, e pelas numerosasflores roseo-lilaz com o centro branco, tendoos bordos das pétalas franjados,

6.° AgrOStíS. Limi.

O gênero Agrostis, da familia das grami-neas, contém para mais de cem espécies tantovivazes como annuaes, disseminadas pelomundo todo, de um a outro polo, não sendoem parte alguma notadas por uma utilidade

qualquer, exceptuando a,Agrostis nebulosa, Boiss.(/lcapülctrn Hort.) (fig. 12)espécie annual, indígenano sul da Europa, e actual-mente cultivada nos jar-dins, muito estimada porcausa de suas hastes e ra-mificações excessivamentetênues, quasi capillares,terminadas por paniculosovo-alongados, muito gra-

ciosos, e muito próprios para a formação debouquets. Colhidas antes de maduras, e seccasá sombra essas flores durão por muito tempo,e servem quer só por si, quer reunidas aoutras flores sempre-vivas, para a confecção

Fig. 12— Agrostisnebulosa.

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28 REVISTA DÈ HORTICULTURA Fevereiro de 1878.

de ramos e bouquets, sendo também muitoempregadas, tanto no estado natural, comodiversamente coloridas, pelos fabricantes deflores artificiaes. e pelas modistas para orna-mentação dos vestuários de senhoras.

No jardim a A. nebidosa serve para formarbordaduras muito graciosas, ou para pequenosgrupos (sua altura regula de 30 e 35 centi-metros) isolados sobre os alegretes: é tambémmuito própria, e graciosa, para a cultura emvasos no interior das casas, ou sobre as ja-nellas.

Semeia-se no logar, ou em viveiros; aocapinar os viveiros é preciso haver muito cui-dado para não confundir a A. nebulosa comoutros capins que se parecem muito com ella.

7.° Amarantus. líu.

O gênero Amarantus, typo da familia dasamarantaceas notável pela belleza das inflo-rescencias de algumas de suas espécies, aindaque as flores isoladas sejão de todo insigniíi-cantes, conta numerosas espécies (mais de 50)todas annuaes, quasi todas indígenas da zonaequatorial, muitas das quaes tem sido intro-duzidas nos jardins, onde gozão de merecidaestimação, como o A. sangüínea. Linn. o A.speciosus Sims, e o notável A. salicifolius derecente introducção, todas plantas dignasde figurar nos grandes jardins ; por falta deespaço nos limitaremos a descrever agora tãosomente as duas espécies que nos parecempreferíveis.

Amarantus caudatus, Linn, (fig. 13) da índia,de 60 centímetros a1 metro de alturacom o caule grosso,erecto, ramificado; fo-lhas ovaes, avermelha-das ; flores muito pe-quenas, apetalas, intei-ramente inignificantes,rodeadas de bracteasrosadas, reunidas emespigas cylindricas, pe-quenas mas nume-

rosas, e formando um grande paniculo,muito comprido, pouco ramificado, incli-nado, cujo aspecto recorda a cauda de uma

Fig. 13.—\. caudatus.

raposa, de onde o especifico de caudatus, quelhe deu Linnêo, e o nome vulgar queue derenard, que lhe dão os francezes.

Semeia-se no logar, ou em viveiros, e

planta-se em terra leve, mas muito ester-cada, pois a planta se mostra tanto maisbella, quanto mais forte e vigorosa. Pôdetambém ser cultivado em grandes vasos.

Var. A. caudatus luteus, tem as inflores-cencias amarellas.

Amarantus tricolor, Linn. (fig. 14) da índia,caule herbacea, grosso, ramificado, chegandofacilmente a 1 metro de altura; folhas nu-merosas, longamente pecioladas, lanceoladas,

acuminadas, nas quaeso amarello, o verde, eo vermelho mostrão-sediversamente reunidos,sobretudo nas folhasnovas, pois nas adultasperdem freqüentementea côr amarella; as flores,numerosas e abundan-tes, formão ao longodo caule pequenos gru-

fís. m. -x tricolor, pon verdes inteiramenteinsignificantes.

Semea-se no logar, ou em viveiros. Acul-tura, e mais ainda a temperatura, influemuito sobre a coloração cias folhas.

Var. esta espécie tem produzido nume-rosas variedades ; A. bicolor amarello, comfolhas verdes manchadas de amarello ; A.bicolor vermelho, com as folhas de um es-carlate brilhante, passando para vermelhoarroxado quando adultas; A. melancolicusruber, de porte mais compacto, com as folhasmais abundantes, e de um vermelho vivo ; eoutras menos notáveis.

8. Anthemis. Linn.

Gênero da familia das compositas, for-mado por Linnêo para algumas plantas her-baceas, annuaes ou vivazes, indígenas cioSul da Europa, e do Norte da África, muitoconhecidas vulgarmente pelo nome de Ca-momülas, e introduzidas nos jardins : as es-pecies annuaes cultivadas são duas a pur-

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purea, Hort. com os ligulos amarellos naface superior, e purpurinos na inferior, in-digena no Sul da França e a

Anthemis arábica, Linn. da África, plantamuito curiosa, de 50 a 60 centimetros dealtura, ramificando-se dichotomicamente, istoé, o caule divide-se em dous galhos, que de

novo se bifurcão, eassim successiva equasi indefinidamen-te; em cada bifuíca-ção apparece um ca-pitulo sessil, de 3 cen-timetros de diame-tro, aromatico, forma-cio de escamas sca-riosas, tendo no cen-tro um disco amarei-

.,. ,_ . dt . Io, rodeado por umal ig. 15.—Anthemis arábica, ^t . , A..,.Ar ,nleira de ligulos corde laranja. Esta planta (fig. 15), é muito bonitae muito florifera, apreciada para a formaçãode pequenos grupos dentro dos alegretes, epara a formação de bordaduras em roda ciosgrandes massiços cie plantas.

Semêa-se no logar, ou em viveiros. Deveser plantada em terreno leve, e espaçada de30 a 40 centímetros.

(Continua.)

RHODODENDRONA(Extracto do livro Plantes de Tcrre de Bruyere de Ed. André.;

IIIFTORIA.

O mais bonito gênero cie plantas, não só dafamilia das Ericaceas, mas de todos os vege-taes chamados de terra de urze (#), é sem du-vida alguma o gênero Rhododendron.

Possue um grande numero de espécies muitovariáveis na fôrma, e é igualmente rico devariedades obtidas pela cultura, pela maiorparte mais bonitas que as espécies typicas.

(*) Os horticultores da Europa chamàoplantas de terra deurze, aquellas plantas que para prosperarem exigem, quasisempre imperiosamente, serem plantadas nessa espécie deterra, taes são além dos Rhododendrons, as Camelias, asAz;\leas, as Erieas (Urzes), as Epacris, as Kalmias, os Le-dum,os Vacciniun_,as Iteas,e alguns outros gêneros de menosimpoi tancia, todos elles, com excepçio dos dous primeiros,quasi inteiramente desconhecidos nos nossos jardins. R. II.

A cultura fácil dos Rhrododendrons moti-vou sobretudo a grande aceitação que tiverão,e continuão a ter na Europa; a horticulturaapoderou-se delles, procurando os melhoresprocessos de multiplicação, e tentando semcessar produzir novas e mais bonitas varie-dacles, por meio da sementeira e da fecundaçãoartificial.

Dioscorido e Plinio chamavão Rhodo den-dron (roseira arbórea) as plantas de que nosoccupamos agora, alludindo aos bouquets ro-seos das espécies conhecidas naquellas épocasafastadas. (*)*.:... -¦,:./--:'.¦-.:/'

fi* .

A menção mais antigamente feita dos Rho-clodendrons, tém muita relação com um factohistórico de summa importância : a famosaretirada cios dez mil.

No dizer de Xenophonte, os Gregos estavãoacampados nas proximidades de Trebizonda,onde crescia com abundância o Rhododen-dron Ponticum.

Uma grande parte do exercito, tendo comi-cio mel retirado dos troncos de arvores proxi-mas, ficou envenenado ; sendo o envenena-mento attribuido ao mel, colhido pelas abe-lhas sobre as flores venenosas dos Rhododen-clrons. (**•)

Só foi em 1656 que o primeiro Rhodo-dendron foi introduzido nas culturas da Eu-ropa, e esse recém-chegado era apenas umaespécie anã, pouco brilhante, o Rh. hirsu-tum, dos Alpes.

Uma das mais bonitas espécies do gênero,o R/i. Ponticum, foi, em 1703, trazido daÁfrica por Teurnefort, ao voltar de sua via-gem ao Oriente. *

A partir de então muitos outros fôrao sue-cessivamente introduzidos durante a primeirametade do século XVIII.

No tempo cie Linneo os Rhododendronsconhecidos já formavão um grupo importante.

(?) O que de maneira alguma pode ser tomado comojus-tificaçíío por corto botânico moderno, que classificava pormodo quasi idêntico o Pclargonium zonal, na faurlia dasRosaccas (Veja-se li. de II. vol. Io pag... ) R. IL

( (»*.) As propriedades tóxicas do mel das flores do Rh. Pon-ticum, parecem existir também nas dos li. Dalhonsice cargenteum emquanto o de outras espécies é inteiramenteinoffensivo, ou mesmo muito alimentício,

Étt|gjjB))g£cy:.;7

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30 REVISTA DE HORTICULTURA Fevereiro de 1878.

As montanhas da Ásia Menor, a Hespanha ePortugal nos tinhão fornecido o Rh. Ponticum;nos Carpathos, no Tyrol, em algumas monta-nhas da Baviera e da Allemanha tinha sidodescoberto o Rh. chamoecistus, emquanto osRh. DahuricumQRh. Lapponicum, tinhão sidoencontrados perto do gelo eterno do poloNorte, na Sibéria e na Laponia.

O Rh. maximum era então ainda o únicorepresentante do ge-nero, entre as pro-ducções da Americado Norte.

Um pouco mais tar-de, em 1796, Pallasnos fazia conhecer umRhododendron de flô-res amarellas, o Rh. .J|chrysantum, oriundoda Sibéria, e Gmelintrazia o Rh. Kamtcha-tícum, de um paizmais longinquo, eainda mais frio.

Pela mesma época,o capitão Handwickeencontrava nas gran-des montanhas da In-dia o Rh. arboreum,até então o mais belloconhecido. Infeliz-mente elle não pude-ra introduzir a planta,ficando reduzido tãosomente a amostrasde hervario.

Em 1803 appare-ceu o Rh. caucasicum, das montanhas doCaucaso, o Rh. catawbiense, da Carolina;em 1811 o Rh. Purshii igualmente da Ame-rica do Norte; em 1815 o Rh. formosurado Dr. Wallich, planta indianna de um as-pecto notável; em 1826, o Rh. campanida-tum, e emfim, em 1827, a mais bonita espe-cie desta serie de introducções, o Rh. arbo-reum\ remettido pelo Dr. Wallich.

Ao depois dessa época fértil em desço-bertas, alguns annos cie parada consentirão ásciencia horticola o laser de dotar nossasculturas com um numero immenso de

7 A 77%,yy ¦<".¦ Aa a v

Fig. 16.— Ifchododcitdroi. Dalhousiuí.

variedades e de hybridos desta bella planta;e bem depressa apparecêrão muitas centenasde produetos hybridos, muito superiores aostypos que lhes havião sido origem.

O primeiro Rhododendron das ilhas daSonda o Rh. javanicum, trazido em 1846,devia ser seguido por outras introducçõesmuito mais importantes do que aquellas queacabamos de relatar.

O Sr. Hugh Low,explorando em 1846a ilha de Borneo, en-controu grande nu-mero de espécies,muitas das quaes fô-rão remettidas para aEuropa. Essas espe-cies tinhão, juntamen-te com todos os ca-racteres essenciaesdos Rhododendrons,um aspecto completa-mente desusado, tantono porte como na in-florescência.

Em 1848 porém oSr. Joseph DaltonHooker, distineto bo-tánico (*), recolheuem uma única via-gem á índia, ao Sik-kim-Hymalaya, umnumero de espéciesde Rhododendronsmaior do que tudoquanto todas as des-cobertas anteriores

reunidas tinhão produzido. Trinta espécies,(*#) cujas sementes tivera o cuidado de co-lher, forão remettidas para a Europa, e se-meadas immediatamente na Inglatera, e emvários pontos do continente. Ao mesmo tem-po uma magnífica publicação reproduzia osdesenhos dessas plantas, quasi todas tão

(*) Actualmente Sir Hooker director dos jardins de Kew.(**) Entre elles o magnífico Rhododendron de lady Dal-

housie (Rh. Balhousics) representado pela nossa gravura(Est. 16) uma das mais bonitas espécies do gênero, cora suasgrandes flores brancas, ás vezes levemente coloridas deroseo,que embalsamão a atmosphera com um delicioso aroma deflores dc larangeiras. R. H.

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Fevereiro de 1878. REVISTA DE HORTICULTURA 31

admiráveis, que muitas duvidas se levantarãoentão sobre sua autenticidade, e sobretudosobre a possibilidade de sua cultura na Eu-ropa. Essas duvidas estão hoje resolvidas, ese a cultura ao ar livre não é applicavel aosRhododendrons do Hymalaya no clima dePariz, basta todavia a estufa fria para proverlargamente ao seu desenvolvimento, e á suafloração.

Pela mesma oeca-sião, o Sr. Booth des-cobria, no Assam eno Bootan, quinze oudezeseis novas espe-cies de Rhododen-drons, de mistura commuitas das que o. Sr.Hooker encontrara noHymalaya. Um gran-de numero dessas es-pecies era caracteri-sado pelo tamanhoextraordinário de suasflores. E nessa secçãoque se encontra a es-pecie de maiores flô-res até agora conheci-da, o Rh. Nuttallii.

Ao depois de Bltt-me, as ilhas de Javae Sumatra não tinhãofornecido novos Rho-dodendrons ás pes-quizas dos botânicos,quando o Sr. Lobb,viajante do estabele-cimento Veitch, deLondres, descobrionessas ilhas numerosas espécies novas, todasou quasi todas epiphytas, isto é agarrando-seás arvores e ás rochas, como as plantas para-sitas. Esses Rhododendrons offerecião ocaracter singular de uma corolla mais oumenos tubular, e um aspecto muito diversodas outras espécies.

No ponto de vista das descobertas horti-colas, o numero de obtenções de variedadescentuplicou o de espécies importadas, e, como soccorro da fecundação artificial, os se-meadores inglezes, belgas e francezes dotarão

os jardins e as estufas com varidades innu-meraveis e de grande mérito.

Por muito adiantados que estejamos nacultura e producção dos Rhododendrons, nosé todavia permittido esperar que a hybrida-ção' entre as espécies recentemente introdu-zidas cia índia dará origem a novas series deplantas superiores, tanto pelo brilho de suafloração como por sua rusticidade, maior

que nos seus typos.

(Continua.)

Fig. 1?.—Reana liixurians (1/25 tamanho natural).

REANA LUXURIANS.

Já em Dezembrode 1876 (pag. 231do l°vol. da Revista)demos uma curta no-ticia do Teosinte,magnifica gramineamexicana; se volta-mos hoje a tratardessa graminea épor-que em vez de ser sim-plesmente uma plantaaltamente ornamen-tal, ponto de vista noqual a apresentamospela primeira vez, aReana tem mostradoter extraordinária im-portancia como for-ragem.

O nome de Tripsa-cum monostachium,com o qual a apre-

sentámos pela primeira vez, pertence a umaplanta bem diíferente não só nos carateresbotânicos, como na origem: o Teosinte per-tence a um gênero diverso, o Reana, no qualjá se conhecia uma espécie, R. angusiifolia:o Sr. Durieu de Maisonneuve, que foi o pri-meiro que estudou sua inflorescencia, deu-lhetemporariamente o nome de Reana luxurians,que sem duvida lhe será conservado.

A. R. luxurians é uma planta vivaz, mo-noica, muito parecida com o milho, tanto noporte como no facies; ramifica-se muito não

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32 REVISTA DE HORTICULTURA Fevereiro de 1878.

só na base mas também nas cannas, efór-ma enormes toucelras, cujas cannas, nume-rosas, erectas, e muito folhudas chegão de 2 a4 metros de altura. As plantas emquantonovas são de um vermelho ás vezes bastanteescuro, e começão a entoiçar quando aindamuito pequenas. As.folhas são bastante du-ras, ligeiramente onduladas, de 80 centime-tros a 1 metro de comprimento, com 7—8centimetros de largura, com a nervura me-cliana grossa e esbranquiçada, e o limbo ligei-ramente concavo. As flores masculinas (A.fig. 17) dispostas em bouquets densos e com-pactos estão collocadas como as do milho, naextremidade das cannas. As flores femininas(B. B.) nascem nas axillas das folhas, aindacomo no milho, e têm os estyletes barbela-dos, plumosos, longamente p2ndentes, con-tornados em fôrma de sacarolhas, de uma lin-da côr de violeta rosado. Mostrão-se muitotarde, e sempre posteriormente ás flores mas-culinas.

O conhecimento desta planta foi devido áAssociação de Acclimação de Pariz, e a suaintroducção será de certo um dos mais im-portantes entre os muitos e valiosos benefíciosque a Associação já tem prestado.

Foi em 1869 que pela primeira vez setratou da Reana, quando a Associação re*cebeu de um dos seus membros o Sr. J.Boussignon, director dos jardins públicosde Guatemala, uma carta da qual extrahimosos seguintes trechos:

« Remetto também algumas sementes deuma espécie de caniço ou rostim, indígenanas terras quentes, chamadas Bocca Costa*da Republica de Guatemala, onde a plantaé conhecida pelo nome de Teosinte. Os habi-tantes de Santa Rosa comem os brotos novos,dão as folhas ao gado, e servem-se das can-nas para fazerem as suas cabanas, para cer-cas, grades e mesmo bengalas.»

Desde logo alguns membros a quem a as-sociação confiou sementes tratarão com em-penho de cultivar a planta; tendo todas astentativas máo resultado, pois as plantas,devido aos curtos verões europêos, não po-dião chegar ao seu completo desenvolvi-mento.

Em 1872 o Sr- Durieu de Maisonneuve,

fallando de Teosinte e de sua cultura, escre-veu á Associação de Acclimação:

« É uma grande graminea, de productoenorme como forragem, mas que não é pos-sivel, no nosso clima, levar até á flôrescen-cia, nem mesmo no extremo sul da França;pois eu remetti uma semente ao Sr. Naudin,em Collioure, e outra ao Sr. Thuret, em An-tibes, e ambos obtiverão plantas de vege-tação prodigiosa* que, apezar da tempera-tura elevada daquellas localidades, não pude-rão florescer, e morrerão logo no principiodo inverno.

« Prosigo agora um ultimo ensaio comuma ultima semente, que possuía ha quatroannos, na qual tenho algumas esperanças«....Se pelo methodo que experimento con-seguir obter sementes, será elle o sufíicientepara fazer todos os annos novas plantaçõesde uma planta de certo sem rival como forra-gem. Na verdade no jardim de Bordéos cadapé de Teosinte produzio na base uma cen-tena de cannas, que chegavão á altura detres metros* e parecião-se muito com as domilho, ainda que mais folhudas: erão tenrase doces. Calcula-se que uma única touceirade Teosinte chegue perfeitamente para ali-mentar durante um dia uma junta de bois. »

Por varias vezes ainda o Bulletim da Asso-ciação de Acclimação de Pariz dá conta devarias tentativas inutilmente feitas para levar,na Europa, a planta até á fruetificação, quesempre os primeiros frios do inverno vinhãodestruir.

Em 1875 os Srs. Ch. Huber & C, horticul-tores nas Ilhas Hyeres, fizerão extensas plan-tações de Reana no seu estabelecimento, eainda que as plantas não fruetificassem,muitas chegarão a 3 metros de altura e flo-rescêrão perfeitamente; fôrão os mesmosSrs. Ch. Huber & C. que em 1876 mandarãoao Sr. Carrière a enorme touceira que foi fi-gurada na Gazètte du Village, e que a nossagravura reproduz, e sobre a qual o Sr. Car-rière fez a descripção que copiámos.

Se em França, apezar da insufficiencia doclima, a Reana mostrou-se tal, que me-receu o qualificativo de luxuriante, nas ilhasde Reunião, para onde a associação teve o

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fevereiro de 1878. REVISTA DE HORTICULTURA

cuidado de mandar sementes, elle causouverdadeiro enthusiasmo.

Ainda ultimamente o Sr. A. Vinson es-crevia .

i As mulas, os cavallos, os bois attirao-sesobre a Reana, e devorãò tudo, até as cannase as raizes Dizem que uma única tou-ceira basta, durante trinta horas, para ali-méntaf uma junta de grandes bois de la-voura. Não ha nisso exageração; está aindaáquem dá verdade.

« O Teosinte gosta dos logares frescos e

humidos, e no entanto prospera ainda noslogares seccos. ,

cx Todas as pessoas a quem dei sementesde Teosinte ficarão maravilhadas com a lu-

xuria de sua vegetação, e com a sua appro-

priacão ao nosso clima. O mesmo aconteceucom meu cunhado o Sr. Emile Trouette »

Para mostrar a maneira como os habi-

tantes daquellas localidades considerarão a

introducçao do Reana luxunans, bastariarelatar um facto bastante significativo : _^

O Sr. Thomy Vally, da ilha da Reunião,obteve do Sr. Trouette 7 sementes de Reanaluxurians, com as quaes obteve 7 magni-ficas touceiras que fructificárão : com a se-

mente colhida, o Sr. Vally fez uma extensa

plantação, e como lhes sobrassem ml e

quinhentas sementes, o Sr. Vally vendeu-as

pela quantia de mil e quinhentos francos,a um plantador da ilha Mauncia.

Segundo affirma o Sr. Vinson, a Reananão é só excellente como forragem, sendotambém as suas sementes, produzidas em

extraordinária quantidade, próprias para a

alimentação dos animaes de serviço, paraos bois de engorde, e para as gallinhas.

as flores numerosas e côr de purpura achão-se contidas em um envolucro composto deescamas ovaes; o receptaculo das flores ecarnudo.

É cultivada pelos seus órgãos floraes queservem de alimento, e que possuem demaisa propriedade de coagular o leite sem mo-dificar o seu sabor.

Composição.— O Sr. Richardson e Dela-ville acharão na analyses que fizerão, oseguinte:

Substancias orgânicas 179,50011,700

Água' // W00inorgânicas. . .

ALCACHOFRA.

A alcachofra {Chiara Scolimus), ê uma

planta pertencente â familia das compostas

(tribu das cinareas).É orisinaria da Barbaria, sendo conhecida

na Europa desde 1548.Esse vegetal é vivaz, tem suas hastes de

0m,65 á lm,20 de altura; suas folhassaoespinhosas e tomentosas na face superior;

1.000,000Segundo as analyses dos mesmos chimicos

a composição das cinzas da alcachofra deu.

Potassa • 240,000soda m>550Chlorureto de sódio 35,890Cal 96>32J;Magnesia 41>°°0Ácido phosphorico 384,615

» sulfurico 52,130. silico 70,080

Oxydo de ferro 24,700Phosphato de ferro Vestígios.

Clima.— É o temperado o que mais lheconvém.

Terreno.— O de consistência média^pro-fundo, fresco e bem estrumado é o mais fa-voravel â esta planta; ella é muito sensivel áhumidade porque suas raizes apodrecemfacilmente; o de natureza leve, e por conse-

quencia secco, é igualmente nocivo. O cal-careo é do mesmo modo desfavorável.

Plantação.— Se pratica por meio de se-mentes e de brotos ou rebentões. As sementesnão são muito utilisadas, por isso que dege-nerão a espécie e originão flores espinhosas.

É de muita conveniência qne os rebentõessejão escolhidos em plantas vigorosas, de-vendo ser separados dos pés de modo »que

tragão comsigo algumas raizes; isso facilitaráo seu desenvolvimento.

Antes de enterrar deve-se cortar ou eneur-tar as folhas, ficando apenas com 0m,20 á0m,25 de comprimento.

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34 REVISTA DE HORTICULTURA Fevereiro de 1878.

Não convém entretanto enterrar muito aplanta, porque ella passa algumas vezes poruma ligeira fermentação que a faz apodrecer,principalmente se sobrevêm chuvas, ou se oterreno é muito humido : essa profundidadedeve ser de 0nl,06 a 0m,10, conservandodemais a distancia de 0m,10 a 0m, 12 entrecada vegetal. O solo deve ser de antemãopreparado e estrumado.

Em Provença,depois da colheita, se dividemos vegetaes que produzirão em secções ver-ticaes, tendo-se o cuidado que cada uma dellascontenhão raizes.

r Cuidados exigidos durante a vegetação.—E indispensável, depois de plantar, irrigar oterreno, conservando-o ao mesmo tempo soltoe limpo.

Nos paizes onde o abaixamento de tempe-ratura se faz sentir, garante-se a planta daacção do frio cobrindo-a, nos climas em queisto fôr preciso, com folhas de arvores, sobreas quaes se lança uma camada de estrume deestrebaria. Nos paizes mais quentes não hanecessidade dessa precaução.

No fim do verão ou começo do outono,quando a planta tem 0m,30, separão-se osbrotos, operação que consiste em deixar ape-nas 2 ou 3 rebentões dos mais viçosos; feitoo que cobre-se o orifício de novo com a terrabem solta. Em alguns logares deixão apenasum unico rebentão para conseguirem alça-chofras de maior dimensão.

Animaes nocivos.— Esta planta está, comoa maior parte das cultivadas, sujeita a diffe-rentes animaes e principalmente insectos quea destroem; entre outros citaremos :

1.° O rato dos campos (Mus arvolis), queoccasiona grandes estragos, fazendo depoisninhos na terra, onde se refugia:

2.° As larvas dobesouro (Melolontha vul-garis), que são excessivamente vorazes, cau-sando ás vezes, pelo seu grande numero, per-das incalculáveis;

3.° O grillo toupeirinho (Grillo taipa com-munis), insecto que vive na terra, e cortaas raizes que ahi encontra, e que lhe difficultãoo caminho.

O primeiro se destroe, ás vezes difficilmen-te, empregando substancias tóxicas, asphy-xiantes, armadilhas.

Plantando-se alface nos intervallos daslinhas consegue-se afastar os insectos quedestroem as alcachofras.

Colheita.— Essa planta produz durante3 a 4 annos, dando cada uma 10 a 15 alça-chofras; fazendo-se a colheita na primaverae no outono.

Colhe-se as alcachofras cortando-se cadauma das principaes logo que tem adquiridoum volume suíficiente, e as secundarias quan-do attingem apenas metade do volume, afimde não esgotar-se a planta que tem de daruma segunda colheita no outono, devendo-secortar as hastes que produzirão até próximoá raiz.

Duração.— No fim do quarto ou quintoanno é necessário plantar outros pés, por issoque os productos degenerão,

Producção.— Calcula-se que 10,000 á12,000 pés produzem 100,000 alcachofras.

Conservação.— Ella é feita guardando-seem uma adega fresca na arêa humida, naqual se enterrão suas hastes depois de tiradasas folhas.

O Engenheiro agrícola L. Caminhou.

AS MELHORES FRUTAS (*)VII

AS PERAS

Bastante parecidas com as Macieiras, todasas Pereiras cultivadas, descendem de um unicotypo selvagem o Pyrus communis, indígena:° qiie Pnrece> no meio d5a da Europa, poisjá erão conhecidas na Pérsia, anteriormenteá Alexandre o Grande, e a Bíblia falia dellasnos tempos de David.

Nenhuma outra arvore fruetifera tem comoa Pereira produzido tantas variedades; o seunumero alcança muitas centenas. Os cata-logos dos horticultores trazem os nomes demais de 3,000 variedades, e ainda que muitosdelles devão passar para simples synonymias,o Sr. O. Thomaz descreve 1500 variedades,'

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Fevereiro de 1878. REVISTA DE HORTICULTURA 35

todas cultivadas, e estudadas por elle, no estabelechnento liòrticula do Sr. Simon LouisFrères.

Já no tempo do esplendor romano, a Itáliapossuia muitas variedades afamadas, dasquaes certos amadores julgão ainda perduraralgumas ; como de razão « Virgílio não asesqueceu no seu compêndio de agricultura(as Georgicas):

. Quadra aos Verseis de Alcino a variedade:Ha pera- de e chemão, Crustamias, Syrias.

Diz elle na phrase de Odorico Mendes.A Pereira prospera em climas mais quentes

que a Macieira, e gosta de um terreno pro-fundo e fresco, mas não humido ; nas terrasbarrentas os seus galhos cobrem-se depressade abundante musgo, que muito as damni-fica. Como quas; todas as arvores fructiferas,as suas variedades só são conservadas pormeio da enxertia :

Agora enxertaPereiras, Melibeu, dispõe bacellos.

Buco'ica I, vers- 80.

Que é geralmente praticada quer em outrasPereiras obtidas de semente, querem marmel-leiros : os primeiros produzem grandes ar-vores, geralmente muito productivas, pro-duzindo ás vezes milhares cie fructos (de umaúnica planta já vimos colher 5,000 peras, o

que nem é raro, nem é muito) mas queexicrem largos annos antes de darem a suaproducçao máxima, não tanto todavia, comodizia Virgílio.

Enxerta e planta ;Colhào te os netos, Daplinis, essas- peras.

Bucólicas IX, vers. 50.

As outras formão pequenas arvoretas de3 a 4 metros de altura, e começão a fructificardesde o 3o anno ao depois de serem enxer-tadas. Para a criação entre nós de um pomarde Pereiras aconselharíamos de preferencia omarmeleiro, que além de muito comrnum, efácil de ser propagado, recebe com tanta fací-lidade os enxertos, que o menor pedaço degalho, cortado na arvore, enxertado em se-ouida, e fincado ao depois no logar onde sedeseja ter uma Pereira, desenvolve o seuenxerto com a mesma promptidão, como se

já lôs^e uma planta de certa idade.

Além disso a Pereira enxertada em mar-méleíro podem prosperar em terrenos, nosquaes as outras se negassem absolutamente acrescer, por causa da humidade.

Os enxertos podem ser feitos quer de bor-bulha, quer de garfo; quando arvores já muitogrossas são aproveitadas para serem enxerta-das, deve-se preferir os enxertos de garfo, ecollocar 4 ou mais, garfos, fazendo assim oque se chama enxerto de coroa.

Como fructo para o consumo immediato aPera étalvez a que se cultiva em maior escala,ao depois da Maçã; além disso ella tambémtem certo valor industrial, para o fabrico dapoirêe* ou vinho de peras, excellente bebidafermentada, e de todas a que, por sua com-posição e gosto, mais se approxima do verda-àeivo vinho* tanto que grandes quantidades depnirée são vendidas como verdadeiro vinhode Champagne, com o qual se confunde.

As Peras devidem-se naturalmente em duasclasses: Peras de mesa, e Peras para vinho;só as primeiras são consumidas no seu estadonatural, as outras são empregadas na fabri-cação à&poirêe, ou consumidas em compota,ou em forma de passas.

Daremos apenas poucas descripções dasmelhores e mais notáveis peras de ambas asclasses, escolhendo as da primeira no meio dasnumerosas variedades figuradas e descriptasnos 19e20 vol. do excellente livro Flore desSerres* que as representa de tamanho natural,120 dellas em magníficas estampas coloridas.

PERAS DE MESA.

Bergamotte Esperen. Uma das melhoresvariedades: carne muito summarenta, macia,caldo muitissimo abundante, acidulo, muitodoce, e perfumado: de um sabor delicado:frutas regulares ligeiramente achatadas, deum verde amarellado, salpicado. Arvore muitofértil.

Besi de Chaumootel. Fructo grande, pyri-forme, de Ia qualidade, carne dura: pelle ama-rella muito salp cada de vermelho.

Beurré Bachelier. Pera enorme, de Ia qua-lidade; carne b anca, fina, fundente, macia,com bastante caldo, e gosto exquisito : pelleverde.

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m REVISTA DE HORTICULTURA Fevereiro de 1878.

Beurré Clairgeau: fructo enorme, pyrifor-me, amarello escuro, salpicado de pardo, ver-meíh; do lado do sol, de primeira qualidade;carne firme, fundente, summarenta: caldoabundante, aeidulado, assucarado; aroma de-licaclo.

Beurré d'ÂmaillÍs: carne branca, fina, fim-de ite, com muito caldo, aeidulado, assuca-rado e perfumado; fructo pyriforme, grande,amarello salpicado de pardo, vermelho dolado do sol: arvore fértil.

Beurré Giffard: fructo cie tamanho regular,pyriforme, amarello claro, salpicado de par-do, vermelho do lado do sol, carne fundente,summarento/ caldo doce, aeidulado, ligeira-mente perfumado.

Beurré gris: fructo grande, pyriforme,amarello muito salpicado de pardo: carnefina,, muito fundente, com muito caldo, doce,aeidulado, perfumado.

Beurré SÍX: fructos grandes, pyriformesjcom a extremidade do lado do pedunculomuito fina; pelle verde salpicada de pardo;carne esverdiada, fundente, com muito caldo,assucarado e perfumado.

Bcuiie Louise d'Avnuiches: mediana, py-riforuie, pelle verde, amarellada do lado dosol, com numerosos salpicos vermelhos; car-ne tina, fundente, com muito caldo assucara-do, aeidulado, vinhoso e perfumado.

De Toilgres: pequena, pyriforme, amarelloclaro,, vermelho do lado do sol, salpicada depardo; carne fundente. ligeiramente granu-losa no centro, caldo abundante, assucarado,vinhoso: arvore muito fértil.

Celices dHvtrdeupont d'Angers: carne ama-rellada, com muito caldo, doce, aeidulado,muito perfumado e saboroso, de primeiraqualid de: fructo pequeno, oval, amarelloalaranjado.

ÜOjemié blaüC: fructo regular, pelle ama-reli) claro, avermelhado do lado do sol:carne muito branca, tina. macia, com mintocaldo, aeidulado, doce, perfumado : uma dasmelhores variedades.

Doyeuné Bussooh: fructo grande, amarello

alaranjado, muito salpicado de pardo, de pri-meira qualidade, sendo comido antes de com-pleto amadurecimento : muito bonito.

Doyenné de Sterkmans: pyriforme, muitofina do lado do pedunculo, amarello claro,avermelhado do lado do sol e salpicado depardo: carne fina, fundente, summarenta,a.údulada, doce, vinhosa, aromatica, de pri-meira qualidade.

Doyenné du Comice: carne branca, fina,com muito caldo, doce, perfumado ; íruetopyriforme, amarello claro, salpicado de ver-melho: primeira qualidade.

Gracioly de Jersey. pequeno, pyriforme,amarello mamliado de pardo, muito bonito;carne fina, fundente, summarenta. levementearomatica; excellente qualidade, amaclure-cendo muito cedo.

Josephine de Malines: regular, pyriforme,amarello salpicado de pardo: carne fina, fun-dente, summarenta, com muito caldo, acidu-lado, doce e perfumado: variedade de pri-meira classe; amadurecendo muito tarde.

Napoleon I: fructo grande de fôrma varia-vel, amarello, pouco salpicado de pardo:carne fina, summarenta, doce, saborosa e per-fumada; de primeira qualidade.

PaSf.e Colmar: fructo grosso, obtuso, me-diano, amarello ca'regado, salpicado de par-do, avermelhado do lado do sol, carne fun-dente, summarenta, doce e aci lulada, deprimeira qualidade ; arvore muito fértil.

Soldai laboureur: excellente variedade,com a carne macia, muito summarenta, doce,perfumada e gostosa: fructos muito bonitos,amarello vivo, salpicado de pardo, de tama-nho regular: arvore muito vigorosa e fértil.

Williani". fructo grande, pyriforme, ama-rello, salpicado de pardo, de primeira qual;-dade: carne branca, summarenta, muito fundente, doce, acululada, s* borosa e perfumada.

Á essas excellentes variedades poderíamosaeereseemar muitas outras, notavelmentea Berg mote Reinette, Courte-queue d*hiver,Emile dTIeyst, General Tottl ben, La Quin*

i tinve. Louis Noisette, Madame Treyve, Ma-I reelial Yaillant, Maiquise dTIem, Presidem

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Fevereiro de 1878* REVISTA DE HORTICULTURA 87

Mas, Souvenir du Congres e Surpasse-Meuris,todas excellentes e extraordinariamente bo-nifcas.

PERAS PARA VINHO OU COMPOTA.

Belle angevine: arvore vigorosa e muitofértil: fructos enormes, pyriformes, amarei-los, avermelhados do lado cio sol; mesmopara compota os seus fructos são de quali-dade inferior, todavia são muito procuradospela sua belleza e tamanho extraordinário.

Bon chretien d'Auch :fructo muito gran-de, amarello vivo, manchado de vermelhodo lado do sol; também só serve como frutade ornamento.

Catillac: frutas muito grandes, verde de côresbranquiçada, avermelhada do lado do sol:conservando-se por muito tempo; excellen-tes para compotas: arvore muito fértil.

De Cure: fructo comprido, amarello claro;carne fina, assucarada, pouco gostosa: excel-lente em compota.

De libra: arvore vigorosa, muito produc-tiva; fructos turbinados, chatos; pelle verdecoberta de manchas pardas; carne branca;notável pelo seu volume, esta variedade só écultivada na Europa para compotas, toda-via a mesma variedade parece ser cultivadano sul do Brazil, ond >, provavelmente devidoa um verão muito mais extenso, seus fructostornão se comestiveis mesmo crus, o que nãoadmira, e provavelmente acontecerá commuitas outras variedades que na Europa sócosidas podem ser comidas.

Martin sec: arvore muito productiva; pelleverde amarellado, pardacenta do lado do sol;carne amarellada, doce, summarenta; bôacrua, esta variedade é excellente cozida, emuito procurada para conservas em calda.

Julgamos escusado citar aqui as varie-dades especialmente empregadas para o fa-brico do vinho, que de nenhuma utilidadeserião entre nós, por emquanto ao menos.

(Continua.)

AS ARVORES FRUCTIFERAS CULTIVADASEM VASOS.

É de admirar que até hoje não se tenhacuidado de cultivar em vasos as arvores frite-tiferas, senão muito excepcionalmente, e comvistas no luxo, pa*a prover as grandes for-tunas; todavia não nos sorprenderia quemesmo commercialmente a cousa fosse con-veniente. O facto é tanto mais admirável queagora mais que nunca, se procura as plantasornamentaes, e nenhuma o é tanto como asarvores fruetiferas. Estas têm mesmo sobre asoutras uma grande vantagem, nem estufanem material algum especial lhes é nepessa-rio, nem siquer mesmo um jardim ó indis-

pensavel: um terraço, uma sacada, e mesmouma simples janella lhes é sufficiente, uma vez

que essa sacada ou essa janella esteja expôs-ta ao sol Qual a planta mais bonita queuma macieira, uma pereira, damasqueiro,

pecegueiro, cerejeira, etc, quando cobertoschi flores? E o que é mais digno de adml ação

que essas mesmas arvores cobertas de frutas?Mas por que então, repetimos, não as vemoscultivadas em vasos? Duas provavelmente sãoas causas: a primeira, a mais terrível, que éencontrada por toda a parte, onde sempre seoppõe á menor mudança, é a rotina, divin-dade funesta que muitas vezes se cobre coma mascara da prudência para manter ostatu quo sobre o qual está levantado^ o seualtar .A outra causa é a idéa que muitos têm queas arvores fruetiferas só podem viver no chão,ou em vasos muito grandes, cuja terra pre-cisa mesmo ser mudada freqüentemente,cousas todas essas quasi contrarias â verdade,como vamos tentar demonstrar.

Terra.— Uma teria substancial, tomadaem uma bôa horta, na qual o elemento cal-careo deve existir, e á qual, se fôr preciso,se poderá ajuntar algum terriço, é quanto é

preciso geralmente. Em certos casos parfi-culares

°se poderá ajuntar ainda a gumas

outra* substancias, ou preparar um compostoespecial appropriado ás espécies que se

pretende cultivar.Escolha e prtpara?àò das plantas.—Deve-

se escolher arvores novas, e sempre que fôr

possivel enxertadas a um anno somente, e

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38 REVISTA DE HORTICULTURA Fevereiro de 1878.

muito perto da raiz, com olhos desde a base,de maneira que se ramifiquem quasi a partirdo chão; tanto quanto fôr possivel essasarvores deveráõ ter boas raizes, bem ramifi-cadas, antes pequenas do que grossas, e, oque é escusado dizer, bem sãs. A preparaçãoconsiste em encurtar as raizes de modo queentrem bem nos vasos, ficando o enxertopouco acima da terra.

Vasos.— Sem serem muito grandes, osvasos deveráõ conter facilmente as raizes,sendo em conseqüência proporcionaes aotamanho e numero destas. Em geral, como setoma de preferencia arvores novas, bastaráque os vasos tenhão de 22 a 30 centímetrosde diâmetro, dimensões que todavia nada temde absoluto, e que variarão necessariamentesegundo a força e natureza das plantas.

Escolhidos os vasos e promptas as plantas,cuída-se da plantação. Para effectual-a come-ça-se por drenar perfeitamente os vasos,collocando no seu fundo uma porção decalliças, que por sua decomposição lentacedem ás raizes saes calcareos, que são geral-mente muito favoráveis á vegetação.

A época mais conveniente para collocaras arvores nos vasos é o outono ; comtudopode-se fazel-o até nos primeiros dias da pri-mavera. Se por qualquer motivo se fosseobrigado a fazel-o mais tarde, por exemplo,quando as arvores começão já a brotar, seriaconveniente tonar algumas precauções, eresguardar as arvores dos raios directos do sol,caso seja possivel, e seringal-as sobre asfolhas. Uma vez plantadas, se regará semprequo fôr preciso, para manter a terra leve-mente humida.

Poda.— Os princípios geraes da podaserão os mesmos que são ordinariamentedados a essas arvores, modificados todavia narazão do meio e das novas condições emque ellas estão destinadas a viver. O pontoessencial, que será preciso nunca perder devista, é obter ramos floriferos; assim fica bementendido que em todas essas circmstanciasa fôrma das arvores terá importância seeun-daria :e que de preferencia a tudo se querfructos. Assim a pincagem e desbrotamentodeveráõ ser praticados nesse sentido, e se

tiverem sido convenientemente feitos a podaserá quasi desnecessária. Se a cousa fôr pos-sivel, se deverá enterrar os vasos até ao niveldo chão, ao depois cobrir a terra com umabôa camada de folhas: cousa indispensávelno verão.

(Continua).E.—A.Oarrière.

(Gazette de Village).

GESNERACEÍ- Ne» ab Esemb.

SINNINGIA mees.

Char. Gen.: — C<%c£s campanuláti magnitubus cum ovarii basi connatus, plerumque5-alátus; lacinae ovatae v. oblongse erectsó.Corolla infundibularis e basi subcylindrica,deih clavato-inflata, dorso magis quam ventre

gibbosa, flavescens, in calyce fere erecte in-serta; limbus ringens, patens, sub íequaliter5-lobus, faux subangustata. Glandidce peri-guise quinque, írquales, distantes. Ovariumovatum, parte altera subminore liberum:Stygma stomatomorphum. Fructus cápsula-ris.

Hcrbce suffruticosce carnosce, succosce fo-liosce, caule sublignoso v. pingue humili crassoe tubere placentiformi prodeunte, floribusaxillaribus, foliis plerumque minoribus nume-vosisprozditce. Char ex Nees.

».

Char. spec:— Sinningiã Albuquergueand '

caule brevi sublinhoso; foliis oblongo-ovatissubacutis, basi cuneatis attenuatis, crenatoserratis, loevitér pubescentibus, petiolatis,petiolis folliis minoribus; pedunculis minu-tissimo; calyce anguste campanulato, faucepaulo ampliore; corolhc tubo in gibberemdorsalem inflato, fauce et basi tubo densepunctata, lábio superiore patente.

Hab. in Jacarépaguá in provincia Rio deJaneiro. Dryas. Flor. in Dec.

Descript.— Caide tênue semi-herbaeeo,menor do que as folhas, muito ligeiramentepubescente ; folhas oblongo-ovaes, duplo-maiores do que os peciolos, levemente pubes-centes, esbranquiçadas na parte inferior tendo

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Fevereiro de 1878. RÜ.VÍSTA DE HORTICULTURA 30

na base uma grande mancha rosea, as maio-res tendo 0,m13 de compr., e 0,m07—8 delarg.; pedunculo patente; calyce com abase obconica,-profundamente alado, poucodilatado no ápice, com os dentes poucomais dilatados, puberante, com 0,m030 decompr., sendo 0,ni005 dos dentes ou laciniastriangulares, e 0,m013 de fauce; corolla rectacom uma gibbosidade comprimida na baseda parte superior do tubo encoberta pelocalyce com os lobulos do limbo irregular-mente arredondados sendo o superior maior ereniforme, semi-emarginado, branca interna-mente, com uma linha amarella na parte su-

perior do tubo, leve e finamente pintada deroseo na parte inferior, e com os lobulos in-ternamente muito pintados de carmim, na

parte externa a base do tubo é também pin-tada de carmim; com 0,m040 de comp. e0,m022 de larg. no limbo.

Órgãos genitaes inclusos. Ovario pequeno,com 0,m005 de compr.; pistillo semi-compri-mido com o estilete pubescente, circumdadona base por cinco glândulas cylindraceas como ápice recurvo.

Entre as espécies brazileiras até hoje co-nheciclas, não apparece esta classificada, pos-to que muito próximo á S. guttata. Lindl. ODr. J. Hanstein,na sua monographia apenasapresenta quatro espécies brazileiras, cujonumero penso que só foi augmentado commais duas que são cultivadas na Europa. Aespécie em questão, muito notável como

planta de ornamento, me foi communicada

pelo horticultor Frederico Albuquerque,

que a descobrio no Rio de Janeiro, e, depoisde muitos annos de cultura, conseguiovêl-a florescer agora.

Considerando-a nova dei-lhe para nomeespecifico o de seu descobridor Albuquerque,a quem se deve a introducção de muitas

plantas exóticas, c que tem procurado desper-tar o gosto pela horticultura no paiz com a

publicação da sua Revista de Horticultura.

J. Barbosa Rodrigues.

ENRAIZAMENTO NA AGUA.A propósito deste modo de multiplicar, um

de nossos assignantes nos dirigio a carta se-guinte:

« Deville, 23 de Outubro de 1877.

« Sr. Redactor.—Lemos na Revue Ho ti-cole uma carta do Sr. Bréauté, chefe jardineirodo Sr. Duque de Padua, na qual elogia oenraizamento por meio da água, processo quejá tinha sido indicado pelo Sr. Mail, horticul-tor em Yvetot.

« O Sr. Bréauté, alargando o circulo desuas experiências, teve bom resultado comoutras plantas além das Begonias, porexemplo com o Ficus elástica. Vós mesmofizestes a esse respeito algumas reflexões, eaconselhastes experiências que só devião darbons resultados.

« O Sr. Varenne, chefe jardineiro do jardimdas Plantas de Ruão, seguindo vossas mdi-cações, apresentou á Sociedade Central de Hor-ticultura, em sessão de 17 de Junho, o re-sul fcado de suas experiências, consistindo emuma dúzia de pequenas garrafas de vidrobranco, nas quaes elle collocára, no dia 31 deMaio, estacas àeBegonia, Fuchsia, Vew>iica,Sanchezia nobiles, Gloxinia, Achimenes, Pe-

peromia argirea, Ficus elástica, Peristrophe,e Wigandia caracassana que não pega comfacilidade de galho, e cuja multiplicação cos-tuma ser feita por meio de raizes.

« Todas essas estacas estavão perfeita-mente enraizadas, e um mez mais tarde as raizesforravão os pequenos vasos para onde tinhãosido transplantadas. Successo completo! Eisasprincipaes reeommendações: só empregar

garrafas de vidro branco, os vidros de côrciando máos resultados, e não mergulhai,muito as estacas na água, a bem de evitara podridão. Eu mesmo, á vista dos bonsresultados obtidos pelo Sr. Varenne, ainda

que só possuísse uma pequena estufa fria,ensaiei, durante os mezes de Julho e Agosto,o processo, e fui bem suecedido Cum asseguintes plantas: Passiflora arc-en-ciel,Chrysanthemum Carinatum (15 dias) Libonia

floribunda, Abrotamnm elegans (20 dias) For-sytia roseo pleno, Roseira Marechal Niel e

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40 REVISTA DE HORTICULTURA Fevereiro de 18?a.

Gloria de Dijon (30 dias) Fui mal succedidocom Rhododendrons.

« Todas essas estacas, que fôrão mudadas

para vasos, estão agora perfeitamente enrai-zadas. Assim, mesmo aquelles que só possuemuma simples vidraça (cofire à chassis) ope-rando no mez de Junho, podem conseguir oenraizamento por meio da água, tanto de

plantas herbaceas, como de lenhosas. ¦

t Collocando as prateleiras não muito dis-tante dos vidros, emfim tendo calor e luz,com as estacas não muito mettidas na água

(4 a 5 centímetros somente), tal é o resultadodestas experiências, »

Angrand.

(Revue Horticole)

ANEMONA FULGENS.Esta espécie, que reúne em si tudo quanto

constitue o mérito ornamental, e que deviaea\istir em todos os jardins, tem as folhasextraordinariamente grandes, com pétalasnumerosas, de um vermelho tão vivo, que éimpossível fixai-as sem cançar a vista. Cor-tadas e collocadas na água as flores, que semostrão no inverno, conservão-se por muitotempo, fechando-se todas as tardes, paraabrirem de novo cada manhã. A Anemonafulgens é portanto uma planta que pôde serrecommendada com confiança'

E. A. Carrière.(Revue Horticole).

As entradas em Janeiro do anno passadohavião regulado quasi pela mesma quantida-de, elevando-se a 229.750 saccas, o que no

termo médio das entradas diárias representa

uma differença apenas de 138 saccas.As vendas feitas pelos Corretores, segundo

os melhores dados, ascenderão a 100.335

saccas na primeira quinzena e 91.529 na

segunda, ou 191.864 saccas em todo o mez.

O movimento accentuou-se principalmentenos primeiros dias do mez, computando-se as

vendas nos dias 2 e 3 em 50.000 saccas. Em

19 e 21 manifestou-se um redobro de activi-

dade, indo as vendas ao algarismo de 25.000

saccas. Este phenomeno é natural, e tem a sua

causa na proximidade da sahida dos paquetes.Os embarques em todo o mez importarão

em 182.199 saccas, sendo 104.971 para os

Estados-Unidos, 60.711 para a Europa e

16.053 para o Rio da Prata, Portos do Norte

e vários portos não determinados. A subdivi-

são das remessas para a Europa foi a se-

guinte :Antuérpia 6.380Hamburgo . . 4.841Havre 11.35oBordeaux 8.317Inglaterra 7.063

MERCADO DE CAFÉMez de Janeiro.

Àbrio o mercado de café com um depositode perto de 140.000 saccas de 60 kilos, a quesuccessivamente vierão juntar-se no decursodo mez 233.542 saccas, sendo suas prove-niencias as seguintes:

V. Serra-acima 163.800Recôncavo 33.271Cabotagem 36.471 69.742

233.542.. a

Lisboa a. ordens 10.865Mediterrâneo 11.890

Em 1877 os embarques de Janeiro fôrão

de 199.238 saccas.O mercado fechou aos seguintes preços:

por (fr por 10 kilos

Lavado não haSuperior e fino 9.100 a 9.300 6.190 a 6.3301/ Boa 8.800 a8.900 5.990a 6.0501.» Ordinária. .8.300 a 8.500 5.650 a 5.780Regular 7.500 a 7.800 5.100 a 5.3102.»C]3ôa 6.400 a 7.100 4.350 a 4 8302A Ordinária. .5.800 a 6.100 3.950 a 4.150

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2«a A assignatura da La Saison, quecusta na Corte Rs. 12$000, e nas Provin-cias Rs. 14$000, fica também reduzida a Rs.9$600 e 11$200.

3.a Do mesmo modo para a Illustiuçaodo Brazil, cujos preços são iguaes aos daLa Saison.

Igualmente a assignatura da Revista deHorticultura (Rs. 8$000 e 10$000) fica re-duzida a Rs. 6$400 e 8$, para os assignan esde quaesquer desses interessantes e muitoúteis jornaes illustrados.

E porém condição essencial que as assig-naturas se^o pedidas directamente aos edi-tores dos mesmos, ou a nós; o que fácil-mente pôde ser feito por carta registrada,ou remettendo a importância em um vallePOSTAL.

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F. ALBUQUERQUEestá-se imprimindo e será remettido a tod?is_a*spovoas que o desejarem.

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