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24 Agosto 2018 Jornal do Colégio Visão PRIMEIRO ENCONTRO Encontro avassalador e envolvente, daqueles para ninguém colocar defeito [pág. 3] AMOR E FUTEBOL “... sem ti, não me sinto completo. É futebol sem bola, é a Copa sem a celebração de Bebeto.” [pág. 12] BRASIL SIL SIL Poema sobre progresso do gigante que acordou, mas não sabe andar [pág. 3] 8 DE MARÇO “Mais de 100 mulheres queimadas, assassinadas, silenciadas por lutarem pelo mínimo de igualdade que em 2018 ainda não atingimos” [pág. 6] LIBERDADE “O fato de você não escolher também é uma escolha” [pág. 9] DIVERSIDADE Produção sobre diversidade social, religiosa, sexualidade, gênero e deficiência. “Minorias invisíveis” [pág. 4] Fotografia Mariana Froes 1ª A

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Page 1: nº 24...Poema sobre progresso do gigante que acordou, mas não sabe andar [pág. 3] 8 DE MARÇO “Mais de 100 mulheres queimadas, assassinadas, silenciadas por lutarem pelo mínimo

nº 24Agosto 2018

Jornal do Colégio Visão

PRIMEIRO ENCONTRO Encontro avassalador

e envolvente, daqueles para ninguém colocar defeito [pág. 3]

AMOR E FUTEBOL “... sem ti, não me sinto completo. É futebol sem bola, é a Copa sem a

celebração de Bebeto.” [pág. 12]

BRASIL SIL SIL Poema sobre progresso do gigante que

acordou, mas não sabe andar [pág. 3]

8 DE MARÇO “Mais de 100 mulheres queimadas,

assassinadas, silenciadas por lutarem pelo mínimo de igualdade que em

2018 ainda não atingimos” [pág. 6]

LIBERDADE“O fato de você não escolher

também é uma escolha” [pág. 9]

DIVERSIDADE Produção sobre diversidade social,

religiosa, sexualidade, gênero e deficiência. “Minorias invisíveis” [pág. 4]

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É com muita alegria que apresenta-mos o novo Jornal Sapientia, em um formato moderno e com mais cara de “jornal”. A novidade é excelente, mas o melhor é que continuamos com a mesma essência: esse jornal é nosso! Feito por vocês e para vocês, alunos e alunas. Trocamos o papel, usamos mais cores, modificamos a diagrama-ção e esperamos que vocês gostem!

Sobre o primeiro semestre de 2018, foi intenso, não? Embora tenha passado tão rápido, fizemos muita coisa! Passamos pela Aula Mestra, Feira das Profissões, JIVS, Festa Junina e Intervalo Cultural. Sem falar dos nossos projetos, como Encontro com a Diretora, Visões Unidas e Visão para Pais. Ainda neste semestre, o Grupo SEB chegou ao Colégio Visão com uma proposta de parceria e fortalecimento. Avante!

O Jornal Sapientia é uma publicação

produzida de forma coletiva, que nasceu com

o ideal dos alunos e foi abraçada pela direção

do Colégio. O objetivo do projeto é estimular

a participação em projetos extraclasse, o

trabalho em equipe e a produção de textos,

desenhos, ilustrações e fotografias. Os tex-

tos produzidos pelos alunos não refletem,

necessariamente, a opinião da instituição.

O Jornal Sapientia é uma produção do

Colégio Visão

Rua T-13, nº 1030, St. Bueno, Goiânia-Goiás

Telefone: 62 4006-5950

Instagram: @visaoportal

Facebook: ColégioVisão

www.visaoportal.com.br

Corpo diretivo

Klênia Nunes

Vera Lúcia Garbelini

Coordenação pedagógica

Nertaly Júnior

Orientação pedagógica

Chris Boggian

Assessoria pedagógica

Bárbara Santana

Daniela Mendes

Psicologia escolar

Amanda Paiva

Projeto gráfico

Luana Santa Brígida

Edição

Tallita Guimarães

Papel pólen soft 80g

Tiragem: 1.000 exemplares

EDITORIAL

Jornal Sapientia de cara nova

A 24ª edição do Jornal Sapientia traz conteúdos relevantes de diversidade e respeito. Temos crônicas, contos, poemas líricos, narrativa do primeiro encontro e muito mais! Além disso, nesta edição, recebemos conteúdo além do texto, como ilustrações, fotografias e histórias em quadrinhos. Preparamos também uma parte de fotos com a maioria dos projetos e eventos que desenvolvemos ao longo do primeiro semestre do 2018.

Sejam muito bem-vindos à mais uma edição do Jornal Sapientia! Embarque nesta leitura e até a próxima.

Coordenação do Núcleo de Comunicação e Cultura

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Isabela Cândida_Extensivo 2

Conturbados sussurros que gritam por igualdade, são gritos não ouvidos, lágrimas secadas. O gigante acordou, mas não sabe andar. Ai de nós a liberdade Ai de nós democracia Do pó viemos, no pó estamos e ao pó Continuamos. Ai de nós Brasil brasileiro A ordem fugiu com o progressoViva ao Brasil sil sil sil

*A torneira pinga Pinga Pinga Pinga Pinga Pingou tanto que fiquei tonto.

Era um dia ensolarado, eu podia sentir o vento beijando-me a face e a emoção tomando conta do meu ser. Há tempos ansiava por esse encontro. Quando te vi, percebi que aquela paixão não era infundada. Você era muito mais do que eu imaginava, que as pessoas falavam, mais ainda que as fotografias retratavam.

Corri ao seu encontro, desesperada-mente, ansiosa por te sentir, tocar. Você me envolveu toda. Uma onda de calor percorreu meu corpo. Consegui sentir sua presença em cada um de meus poros. Mas você se afastava, e eu, fascinada, de modo inconsequente, fui cada vez mais fundo. Aquela sensação,

Primeiro EncontroIsadora Andrade_2ª A

aquela vontade de me entregar, ser levada, embalada, era incontrolável.

Mas, de repente, o sentimento de prazer foi mudando. Você se tornou violento, começou a me sufocar, já não conseguia sentir o chão. A excitação do início foi substituída pelo medo, pelo pavor. Fiquei à mercê do seu fluxo, sendo jogada de um lado para o outro, indefesa. Em meio àqueles sentimen-tos conflitantes, senti que alguém me puxava, me afastava de você, de seu descontrole. Fui salva.

Ufa, se não fosse o salva-vidas, o meu primeiro encontro com o mar teria se transformado em uma tragédia.

Fotografia, Mariana Froes 1ª A.

Fim do dia | Fotografia, Arthur Henrique Pereira

1ª B, sob orientação do prof. Kaio Bruno.

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Julia Gonçalves Corrêa_1ª A

Meu nome é Júlia Gonçalves Corrêa, do 1º A, do Colégio Visão. Faço desenhos sobre diversidade social, religiosa, sexual, de gênero e deficiência, já que todas estas minorias são invisíveis no mundo da arte. Como uma artista com síndrome de Asperger e que faz parte da comunidade LGBT+ e de Umbanda, não me sinto representada pela maioria dxs artistas que vejo, pois, a maioria mostra apenas personagens brancos, héteros, cisgêneros, sem deficiência, principalmente. Portanto, procuro

representar diversas minorias na minha arte para que quem faça parte de tais grupos se sinta acolhidx e representadx. Eu sonho em fazer um desenho anima-do com as personagens que desenho. Caso queira acompanhar a minha arte, siga o meu Instagram @carabiscos.Caso queira acompanhar todo o pro-jeto e histórias do desenho animado, curta a minha página no Facebook, que ainda é bem recente, portanto ainda não possui muito do que eu quero mostrar: Carabiscos.

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Saí do banho e a luz piscou. Vi pela janela uma chuvarada. Não levou muito tempo para a luz já falha, queimar. Foi inevitável lembrar do meu tempo de criança, em que meu maior medo era o escuro e os monstros que o habitavam. Hoje, a ideia de medo, para mim, já é diferente. Todos os medos refletem, inconscientemente, a apenas um. O da morte.

Procurei, cega pela escuridão, até achar minhas roupas. Acendi uma vela, quan-do o escuro já era pavoroso e, olhando o fogo transformar a cera, continuei meus devaneios. Desde crianças, nos dizem frases como “A única certeza da vida é a morte”. Contudo, nunca con-segui achar uma resposta do porquê somos tão despreparados e inseguros quando o assunto “morte” nos surge.

O medo que as pessoas têm são todos ligados à morte. Medo de escuro; de ficar sozinho; medo de andar de avião. São todos relacionados à sensação de poder um dia não existir mais. Eu também tenho esse medo, passei a minha vida inteira construindo ideias; ideologias; uma carreira sólida, para, simplesmente, sofrer uma sina? Falo a verdade, a morte não é justa, mas é algo que todos estamos fadados a

ter. Deviam nos instruir de que morrer não é algo necessariamente ruim, mas algo ocasional. Acontece com todos, sendo essa ideia confortável ou não para o indivíduo.

Percebi que com a cera maleável, outra coisa também escorria. Meu rosto es-tava molhado em lágrimas. Maldito seja quem demonizou a morte. Não temos que desejá-la antecipadamente, mas quando a hora chegar (e ela vai chegar), devemos abraçá-la como uma velha amiga, para que não seja dolorosa.

CrônicaAna Angélica Leite Xavier_1ª AOrientação: Professor Kaio Bruno

Cores | Fotografia, Arthur Henrique Pereira 1ª B, sob orientação do prof. Kaio Bruno.

Ainda tenho medo do escuro, de altura e de alguns animais nojentos demais para serem tocados. Mas sei que não deixarei de existir quando a minha hora de morrer chegar. Ideias e ideologias são imortais, apenas a minha consciência que não é. Saber que a ideia da morte é tão tranquila como uma falta de luz, tranquiliza-me um pouco. Acima disso, saber que a perpetuidade de minhas ideias independe da minha vida, seca as lágrimas que descem pelo meu rosto.

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1911 Mais de 100 mulheres queimadas, assassinadas, silenciadas por lutarem pelo mínimo de igualdade igualdade que em 2018 ainda não atingimos. Não foram as primeiras, muito menos as últimas Marielle Franco Maria da Penha  as BRUXAS da Idade Média E com orgulho eu digo, todos eles falharam  falharam em tentar nos calar nós continuamos aqui as netas das bruxas que vocês não conseguiram queimar  gritando e resistindo

8 de marçoJúlia Guilardi_3ªA

não vamos aceitar mais as tentativas de silenciamento e assassinatos tantos que não entendo como conse-guem ficar em paz com as mãos mergulhadas em um oceano de sangue Ah, se fosse só as mãos. Se chamam de “homens de bem” mas eu não vejo a bondadeque dizem ter Eu vejo o ódio e o medo que possuem por uma mulher sua voz e resistência. A misoginia reina, mas estamos preparadas Estamos presentes.

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PoesiasAna Júlia Lima_1ª BOrientação: Professor Kaio Bruno

Estou curioso para saber quem você éPorém, você está do outro lado da galáxia.Você é tão alcançável quanto o SolMas não interessa,Você me interessa,Eu não te interesso.Sou uma fruta estragada,Um pedaço de escuridãoNo iluminado céu azul.

E isso não é um poema de amor,E isso não é paixão,É carência, é solidão. Não te quero, preciso-te

Carência, curiosidade e solidãoAugusto Fernandes Scapini_2ª D

Até que não mais,Deixo-te, esqueço-te.Parto para outra galáxia, outro SolPronto para estragar mais um coração.Risco-os da lista sem surpresa,Sabendo que nunca encontrareiO olho do meu furacão.

Por isso, em uma fração de segundoNasce, vive e morre a curiosidadeComo se nunca tivesse existido,Como se nunca tivesse me destruído.Não estou curioso para saber quem você é.

sempre que tento me expressaras palavras escorrem pelo meu rostoos gestos não fluem de minha bocaos sentimentos travam-se nos meus braçosE as lágrimas ficam presas em minha alma.

num mar de pensamentosnavego sem rumoe sempre chegono mesmo lugarnum mar de pensamentosnavego sem rumoe sempre te encontroem todo lugar

hoje acordeicom vontade de ouvir um soma melodia do silênciotalvez o canto dos pássarosou o balançar das árvoressentir o vento frio desse amanhecer sem sollevando o peso que endurece meu coração

O golem e Antigo caído | Ilustração digital, Danilo Mendonça 1ªB, sob orientação do prof. Kaio Bruno.

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Ora, ora! Cá estou eu e lá está você, mais uma vez reunidos em nome de um bem maior: a opinião. Sim, eu escolhi estar aqui, como bem estou. Não, dessa vez o tema se sobrepôs a mim, infelizmente, porque é tão difícil falar sobre escolhas sem mencionar seus objetivos – “os fins justificam os meios” gritou a luz em meio a escuridão -, porque é tão difícil falar de liberdade sem ferir a liberdade de alguém. Eu podia estar falando simplesmente de liberdade de expressão, mas dessa vez, vamos mais fundo. Deem suas mãos a Sartre, a Bauman, a vovozinha, tanto faz, apenas comecemos.

E que maneira melhor de começar do que pelo começo? Haha! Mais um triun-fante clichê. Libertem os escravos! – já diziam os ingleses. Entretanto, gritavam de longe, bem longe, em cima de seus barcos: “políticos” e “diplomáticos” barcos – Não, que ir mais além, quando foi que o primeiro ser humano pegou em fúria e lutou pelo seu direito de escolha? Spartacus? Jesus Cristo? Ou mais insig-nificante ainda: o primeiro homem (ou mulher) a desafiar o forte chefe do bando para que possa escolher a melhor fruta, o melhor lugar para dormir. Bem, conve-nhamos, esse aí acabou com uma bela paulada na cabeça. Alguns disseram – me

Tome cuidado com sua liberdade, hein?Davi Veloso_3ª BOrientação: Professor Xuxu

perdoem, mas aqui serei generalista – e sempre disseram que a força é o meio para exercer a liberdade, a mesma que os oprime, que eu saiba, e quem pode dizer que não é uma escolha legítima?

Na contemporaneidade líquida (a ponto de ebulição), contudo, os parâmetros mudaram um pouco, há mais pontos de vista agora, afinal, somos 7 bilhões de liberdades individuais diferentes, distribuídos em 193 países com códigos diferentes sobre liberdade, todavia, temos sim! o direito de escolher, no entanto, não podemos banalizar a nossa liberdade, pois ela é inerente ao homem. Para, não obstante, é necessária experiência: de vida, de mundo, de conhecimento. Já que um escravo não pode escolher a alforria se nunca andou pela cidade, ou por onde bem entender, sendo dono de si mesmo, assim como sedentários nunca farão a escolha de se exercitar se não tentarem primeiro, falo isso com toda a licença poética, é claro...

Por fim, meus amigos, volto aqui para explicar, definitivamente (não reparem, mas modéstia não é o meu forte), o existencialismo, aos desesperados, entendam: o fato de você escolher é uma escolha, você não escolher, também é uma escolha, a diferença entre “escolher” e “não escolher” é apenas o não, dado que sua liberdade depende do ato de escolher, assim, escolher não ser livre é escolher pela sua falta de liberdade de escolha em não escolher, o que é uma escolha. Bom, acho que me confundi completamente. Já vou indo. Luto por um mundo com mais respostas discursivas!

Aqui jaz Davi Veloso, aspirante a dono de si mesmo, quem sabe...

Texturas | Fotografia, Arthur Henrique Pereira 1ª B sob orientação do prof. Kaio Bruno.

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Lucas Papacosta_1ªAOrientação: Professor Kaio Bruno

CONTRADIÇÃOMeu coração...não segue minha cabeça.

O sentimento se confunde ao pensamento

Quando se misturam falo coisas de que me arrependo.

MENDIGOIsolado pela sociedade Decrépito Nojento Esquisito Aqui estou Mendigo ou porta?

MENTIRANo português,O antônimo de verdade.

Na vida,A quebra da confiança Da amizade Do amor.

Maria Izabel Ferreira Cruvinel_3ª B

Eu te encontrei E me apaixonei por seu sorriso E me apaixonei por suas manias E me apaixonei por sua alma Vi em você tanto pelo o que me apaixonar Que fui me esquecendo de amar

Coisas que antes tanto me fascinavam Eu me esqueci de amar o Sol Pois, no seu sorriso, vi tão intensa luz E, nos seus intensos abraços, um calor aconchegante Eu me esqueci de amar as estrelas Pois seus olhos tinham um brilho tão lindo

Eu me esqueci de amar o mar Pois seus beijos molhados eram mais vivos que o das ondas na areia Eu me esqueci de amar lugares Pois era sempre ao seu lado onde eu queria estar Eu fui me esquecendo de me amar Para te dar amor Pois você era tudo o que eu precisava Meu consolo Meu carinho Minha felicidade Mas você foi se esquecendo de sorrir Foi se esquecendo de me abraçar de me olhar de me beijar de estar comigo Foi se esquecendo de me amar Até que, um dia, você me esqueceu E eu não tinha mais o que amar.

Ilustração, Felipe Xavier 2ªA, Mateus Ramos Nery 2ªD e Liandra Pimentel 2ªD

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Em uma cidade do interior, um menino andava tranquilamente pelas ruas no-turnas pouco iluminadas, apenas com as estrelas para guiar sua visão. O céu estava repleto de constelações que se encontravam no grande e profundo vazio do universo. Ele sentou-se em um banco e se aconchegou em seu casaco fino, que mal podia disfarçar o frio intenso daquela noite. Olhou em volta e deu um suspiro, o calor saia de sua boca, formando uma névoa ao entrar em contato com o frio, voltou a observar o céu e imaginou o quão vas-to é a imensidão do espaço. Ao fazê-lo, desejou ser livre como um pássaro, mas conhecia suas limitações, então se contentou em apenas desejar. Com muito frio e sono, o menino adorme-ceu no banco.

Sonhou com uma flor, que caiu de uma estrela cadente, porém, muito longe de seu alcance. Quando despertou, ainda era noite e as ruas continuavam desertas. De repente, um feixe de luz atravessa o céu, ele se assusta e olha para cima, tentando encontrá-lo, “deve

Uma flor e uma estrela cadenteLucas Pierotto_1ª BOrientação: Professor Kaio Bruno

ter sido uma estrela cadente” ele pen-sou. Uma estrela igual a de seu sonho? Bom, não há como saber. Estava tarde, então se levantou, ainda meio ador-mecido, caminhava em direção à sua casa, porém, percebeu o barulho de um bater de asas e logo virou-se para ver o que era, olhou novamente para o céu, e avistou um canário, segurando uma rosa em seu bico. O pássaro pousou próximo ao garoto, deixou a rosa em seus pés e foi embora.

O garoto abaixou e apanhou a rosa, ao tocá-la, suas pétalas se desmancham em poeira, que some ao ar, em seguida, ele avista um retrato de sua falecida mãe dentro da rosa, ele fica estático por alguns instantes, pega o retrato, abraça-o, beija-o e começa a chorar. De repente ele abre os olhos, e percebe que ainda está no banquinho da praça. Foi um sonho? De novo? Ele levanta e fica parado, refletindo, olha para o céu e avista um brilho, ou me-lhor, uma estrela cadente, em seguida, ele senta no banco novamente, e aguarda a chegada do pássaro.

Ilustração, Marcella Daher 1ª A

Ilustração, Jordana Santana 1ª A

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Sou ex-tremistaThaísa Naves_1ª AOrientação: Professor Kaio Bruno

Meus sentimentos são sempre extremos, precisa ver como as coisas se complicam. Não sinto raiva, mas sim, ódio ardente; não sinto tristeza, porém me derramo em deprimentes lágrimas; quando eu estou feliz, na verdade há brilho em meus olhos e amor em meu sorriso. E quando amo? Ah, o faço com alegria e dedicação, mas quando quebram meu coração eu me destruo, quebro como porcelana ao chão. Por isso sou extremista, vivendo sempre no extremo, nem por escolha e nem por opção, por simples destino ou até indecisão.

Ozires Neto_3ª D

Sofro hoje, meu amorPorque sem ti não me sinto completo É futebol sem bola É a Copa de 94 sem a celebração de Bebeto 

Paixão consome o meu coração Tudo tenho ao teu favor Sentimento minhas veias pulsam Tudo o que almejo é seu amor

Desculpe se te tratei como MoemaSe na minha arrogância te fiz afogarA todo momento te desejava como Iracema A quem tento ludibriar?

Oh minha linda, IrisEspero que veja meu alento Busco nele nenhum tormentoEspero que me vejas como teu Osíris.

Ilustração, Arthur Moraes 1ªC, sob orientação do prof. Kaio Bruno.

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PFRANCISCOGÃWÇÉÉIGÉB

DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Dia 20 de novembro, celebramos o Dia da

Consciência Negra. A data é reflexão sobre a

importância da cultura e da história do negro

no Brasil. Neste dia, no ano de 1695, morreu

Zumbi dos Palmares, um símbolo da resis-

tência à escravidão. Zumbi, que quer dizer “a

força do espírito presente”, era filho de guer-

reiros angolanos. Ele nasceu em um povoado

de escravos no Brasil, chamado de Quilombo.

Foi capturado quando criança por soldados e

entregue a um padre Chamado Antônio Melo.

Esse padre ensinou o português e o latim

para o menino, que era muito inteligente e foi

batizado com o nome de Francisco. Aos quin-

ze anos, ele fugiu e voltou para o Quilombo.

Lá, ele se tornou um líder e lutou contra a

escravidão. Ficou conhecido como Zumbi dos

Palmares. Palmares foi o nome dado à região

onde ficava o quilombo porque tinha muitas

palmeiras. Hoje, estado de Alagoas. Mas uma

expedição militar foi designado para destruir o

povoado. Cerca de nove mil homens armados

com canhões derrotaram o movimento do

quilombo. No dia 20 de novembro de 1695,

encontraram e mataram Zumbi. Em 2003, por

meio de uma lei esse dia foi declarado como

o Dia Nacional da Consciência Negra. Essa

mesma lei tornou obrigatório o ensino sobre

a História e Cultura Afro-Brasileira. Agora, em

todas as escolas do país, os alunos estudam

a história da África e dos africanos, a luta dos

negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o

negro na formação da sociedade nacional.

S Ç Á Z J Ã J Z P Ç É C V U J Ó S Ê G PÀ N R S G S S Ò Ú J C O I B M U Z Ò Á GÀ Á C U L T U R A I C N Ê T S I S E R AÒ Ê Ü Z M F Õ L T E P S Ô X Á Í N H F RP É O B M O L I U Q U C Â C À S L A T ÇJ Â J E H Ç H S Z L B I Ü Â R W Ê Z P WI À Í Ç Á G I A U M Q Ê C W B O L Ê A R

à F Ô R X Á S R L É J N H Í Ê U Á  L ÃV  F S B R T B Ó Ü E C R E D Í L L M NÇ Q U O S Á Ó W X Ê D I G S H N E Ç A EI E Z C O Õ R A G Õ Ç A V A T R S G R GJ E R I N Z I W A O à D I V A R C S E RL O Q E A À A I M À Â Ü S L A Q R A S AM N I D C Q Ú R  N Í D A A F N A G V Íà E Q A I Á É V Ò N E G R O R É V F Ú DL P I D R Í Á J O L O L Á Q I S O A Ó ÃI Ú N E F Ó Í X F A F Ô L D C G S Ç Y Í

G S S Ó A A W T S F B Ç D Ç A T K Ô S ÓH À Ç Q U L T F Á Q T S A L O C S E F EP F R A N C I S C O G Ã W Ç É É I G É B

CAÇA-PALAVRASEncontre as palavras grifadas no texto ao lado

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EVENTOS

Aconteceuno Visão

CAFÉ DA MANHÃAO AR LIVRE

Pausa na rotina para um momento

de relaxamento e bate-papo.

JIVSA 20ª edição dos

Jogos Internos foi um show de

criatividade e suor.

INTERVALO CULTURALHora de nossos artistas soltarem a voz na cantoria.

AULAS ESPECIAISLiteratura com o prof. Marcelo Muller, de Ribeirão Preto, e artigo 5º, CF/88, com o prof. de Direito Constitucional da UFG, Clodoaldo Moreira.

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SEMANA DE MINICURSOSAtividades complementares com temáticas variadas.

AULA DE ANATOMIAAquela aula que você respeita! Biologia na prática com corações de suínos.

AULA NO JARDIMQuem disse que aula precisa ser em sala?

VISÕES UNIDAS

Projeto de simulações

internacionais

FEIRA DAS PROFISSÕESEscolher é preciso! Profissionais de humanas, biológicas e exatas falam sobre as áreas.

FESTA JUNINA

Arraiá pra lá de bom!

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62 4006 [email protected]

/colegiovisao | @visaoportal

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