myers - bibliotecários na sci-fi e fantasia

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MARCIA J. MYERS IMAGENS DE BIBLIOTECÁR IOS NA FICÇÃO CIENTÍFICA E FANTASIA: Incluindo uma lista comentada EASTERN KENTUCKY UNIVERSITY RICHMOND, KENTUCKY JUNHO 1998

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Page 1: Myers - bibliotecários na sci-fi e fantasia

MARCIA J. MYERS

IMAGENS DE BIBLIOTECÁR IOS NA FICÇÃO CIENTÍFICA E FANTASIA: Incluindo uma lista comentada

EASTERN KENTUCKY UNIVERSITY RICHMOND, KENTUCKY

JUNHO 1998

Page 2: Myers - bibliotecários na sci-fi e fantasia

i

RESUMO

A literatura sobre bibliotecas está repleta com artigos que as prevêem no ano 2000

e além, ainda assim o bibliotecário em si é raramente discutido. Serão os bibliotecários do

futuro vistos como heróis ou serão elas solteironas tímidas que arranjam seus cabelos em

coques, caminham em sapatos confortáveis e usam óculos? Há evidência recente que a

imagem do estereótipo tradicional do bibliotecário esteja mudando.

O propósito deste estudo é examinar a imagem de bibliotecários na ficção científica

e romances de fantasia e filmes de vídeo. Sessenta e sete autores foram analisados; 27 ou

40% dos trabalhos incluíam um personagem bibliotecário. Uma pesquisa anterior e a

própria curiosidade da autora levou à formação das perguntas de pesquisa sobre a

imagem do bibliotecário e seu relacionamento com a categoria do papel do personagem

(principal, menor mas memorável, ou mencionado em passagem), o gênero do

personagem, o gênero do autor, e o tempo de publicação/distribuição.

A imagem dos bibliotecários na ficção científica foi considerada positiva (44%). Uma

imagem positiva foi encontrada em trabalhos tanto principais quanto pequenos mas

memoráveis. Personagens masculinos são predominantes (44%). Não houve um padrão

claro sobre a imagem do bibliotecário relacionada ao gênero do autor. Aparentemente

não há nenhum padrão em trabalhos com imagens mais positivas medidas pelo tempo de

publicação/distribuição. Comparações foram feitas com achados em estudos similares

sobre a imagem dos bibliotecários em filmes, poesia, suspenses e romances de ficção. Os

resultados desta pesquisa serão de interesse para bibliotecários, professores de literatura,

orientadores, pesquisadores sobre estudos de gênero e educadores em geral.

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ii

AGRADECIMENTOS Esse projeto não poderia ter sido realizado sem a ajuda de amigos e colegas. Eu

agradeço especialmente à cooperação de vários funcionários de bibliotecas que tão

prontamente me emprestaram livros de suas coleções de ficção científica e sem os quais

este estudo não seria possível. Um reconhecimento especial é expresso à Unidade de

Empréstimo entre Bibliotecas (Pat New, Linda Witt e Debra Iglesias) na Eastern Kentucky

University que providenciaram um excelente apoio e sempre emprestaram alegremente

apenas mais um livro!

Mark Evans, que conhece a boa ficção científica, forneceu incentivo contínuo. Carol

Jeanet Thomas, um excelente editor, teve várias sugestões úteis. Também reconheço a

assistência de Virginia Hansche e Sandy Doutaz no Escritório de Direção da Biblioteca em

Eastern. Comprometi-me com esse projeto por conta de um grande interesse em literatura

de ficção científica e fantasia compartilhado com a minha irmã, Madeline Dodd. Obrigada

pela inspiração!

Page 4: Myers - bibliotecários na sci-fi e fantasia

SUMÁRIO RESUMO......................................................................................................................................................... i AGRADECIMENTOS.................................................................................................................................... ii Introdução ................................................................................................................................................... 1 Revisão de Literatura................................................................................................................................. 2 Metodologia................................................................................................................................................ 6 Descobertas................................................................................................................................................. 8

Imagem .................................................................................................................................................... 8 Gênero....................................................................................................................................................11 Período de Tempo...............................................................................................................................13

Síntese e Conclusões...............................................................................................................................13 Sugestões para Pesquisas Futuras .......................................................................................................14 REFERÊNCIAS.............................................................................................................................................16 Lista de Contribuidores ..........................................................................................................................18 Lista Comentada.......................................................................................................................................19 Nota da Autora..........................................................................................................................................34

Page 5: Myers - bibliotecários na sci-fi e fantasia

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Introdução A literatura sobre bibliotecas está repleta de artigos que as prevêem no ano 2000 e

além, ainda assim o bibliotecário por si só é raramente discutido. Existirão bibliotecários no

futuro? Se existirem, como eles serão? Serão bibliotecários vistos como heróis que

organizam, preservam, disseminam e promovem a informação para transmitir cultura e

civilização (1)? Ou as bibliotecárias serão solteironas tímidas, que arranjam seus cabelos

em coques, caminham em sapatos confortáveis e usam óculos? Tanto bibliotecários

quanto bibliotecárias, geralmente fazendo "shhh" para os usuários, são frequentemente

vistos como introvertidos, passivos, conservadores, e com falta de auto-confiança. Em seu

trabalho definitivo sobre status bibliotecário e estereótipo em 1932, Pauline Wilson

concluiu que eles tendem a aceitar o estereótipo negativo e perpetuá-lo ao escreverem

sobre ele (2). Ela esperou nos convencer que o estereótipo pode ser melhorado e que os

bibliotecários são quem devem promover esta melhoria. Mike Freeman nota que existe

mais evidência recente de que a imagem tradicional e o status da biblioteconomia está

mudando (3). Podemos prever como os bibliotecários do futuro serão?

Wiseman apontou que escritores de ficção científica têm alguma exatidão com

previsões, incluindo Robert Heinlein que teve uma taxa de sucesso de 73% (4). Ela acredita

que escritores de ficção científica podem nos ajudar na tarefa de decidir como nos

planejarmos, o que esperar, e como evitar futuros que não desejamos. O estudo descrito

aqui deve ajudar a preparar a profissão para o futuro e prover orientação para educadores,

recrutadores e bibliotecários, explorando como a ficção científica e escritores de fantasia

enxergam a imagem dos bibliotecários.

Page 6: Myers - bibliotecários na sci-fi e fantasia

2

Revisão de Literatura Em 1975 Katherine M. Heylman identificou vinte e cinco bibliotecários em vinte e

dois livros juvenis (5). Livros de ficção e de imagens foram inclusos; de fácil leitura e não-

ficção foram excluídos. Ela analisou os livros usando um checklist de características e

descobriu que os bibliotecários retratados apresentam uma imagem muito positiva (83%),

geralmente são mulheres, casadas ou suscetíveis de se casar, atraentes, e tem atitudes

positivas com os freqüentadores da biblioteca. Ela observou que o grande número de

imagens positivas pode resultar do fato de que os escritores desses livros tenham tido

experiências muito boas com bibliotecárias enquanto cresciam. Na verdade, uma série de

autores de livros infantis foram bibliotecários.

Em 1987, Griffen identificou quatro tipos de imagens de biblioteca na ficção

científica (6). Enquanto a autora se concentrava nas bibliotecas, ela também observou algo

sobre bibliotecários no futuro. As quatro áreas identificadas foram: 1) a biblioteca

computadorizada onde os bibliotecários são notáveis por sua ausência; 2) a biblioteca re-

humanizada onde os bibliotecários estão libertos da papelada por conta dos

computadores para ter um papel mais ativo na vida da comunidade; 3) a biblioteca pós-

cataclísmica onde a civilização teve que se reinventar e a melhor biblioteconomia pode

não ser possível; e 4) A biblioteca pós-computador onde os bibliotecários devem pensar

mais criativamente sobre formatos futuros de informação. Griffen nos impele a pesquisar e

pensar sobre livros, usuários, bibliotecas, e bibliotecários para desenvolvermos uma

melhor compreensão da biblioteconomia e para nos ajudar a decidirmo-nos sobre o futuro

que prevemos.

O Bibliographic Instruction Group examinou a imagem de bibliotecários em filmes

em 1993 (7). A lista comentada de filmes analisados foi dividida em três categorias – papéis

principais, papéis menores mas memoráveis e imagens veiculadas em uma passagem.

Page 7: Myers - bibliotecários na sci-fi e fantasia

3

Os 126 filmes examinados pelo Bibliographic Instruction Group foram avaliados por

esta autora como a imagem do profissional. Foi descoberto que 72 ou 57% retrataram

imagens de bibliotecários ao invés de apenas bibliotecas. A tabela 1 sublinha a distribuição

das imagens de biblioteca pelas categorias de papéis – principais, menores mas

memoráveis, e mencionadas em passagens.

Tabela 1 Imagem dos Bibliotecários nos Filmes

Imagem Papéis Principal Menor Passagem Totais Positiva 71% 29% 45% 44% Negativa 29 71 31 39 Neutra 0 0 24 17 Totais 100% 100% 100% 100% (N=7) (N=14) (N=51) (N=72)

As cenas de passagem foram os tipos mais comuns de papéis onde apareciam

bibliotecários. Filmes onde o bibliotecário teve papel principal também pareciam mais

propensos a transmitir uma imagem positiva. Cenas pequenas mas memoráveis do eram

mais propensas a mostrar uma imagem negativa de bibliotecários do que papéis principais

ou visões de passagens. A classificação deste pesquisador de uma imagem negativa nos

filmes foi primariamente devido a estereótipos ultrapassados. No total 44% dos filmes

tiveram uma imagem positiva, 39% uma imagem negativa e 17% uma imagem neutra.

Essas descobertas contrastam com a impressão que prevalece de que a mídia retrata

primariamente uma imagem negativa de bibliotecários.

O Bibliographic Instruction Group notou que os filmes de ficção científica/fantasia

ofereceram as imagens mais positivas de todos os filmes analisados. Eles sentiram que nos

filmes de ficção científica informação é poder e os papéis antiquados de guardião e

preservador são de grande importância. A visão da ficção científica sobre os futuros

Page 8: Myers - bibliotecários na sci-fi e fantasia

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bibliotecários observada indicou que bibliotecários nesse gênero podem tanto impedir o

acesso à informação ou mostrar o caminho ao verdadeiro conhecimento (8).

Em 1994, Wiseman publicou sua análise de vinte e três romances de ficção científica

escritas para jovens adultos (9). Os romances foram agrupados pelo contexto em um

futuro próximo, futuro distante e pós-holocausto. Quando os autores de ficção científica

descrevem uma biblioteca, é quase sempre feito do ponto de vista do usuário. Ela conclui

que as escritas de ficção científica são fontes de inspiração que podem expandir nosso

conhecimento do futuro.

Gunn, um escritor de ficção científica, examinou bibliotecas em vários trabalhos

clássicos de ficção científica em 1995 (10). Enquanto os livros e outros materiais

mencionados pertenciam primariamente à recuperação da informação computadorizada,

“metabibliotecários” são discutidos. Gunn indica que os bibliotecários do futuro devem ter

mais informações e melhores modos de lidar com elas. Ou, os bibliotecários podem ser

programas de computadores. Em qualquer caso, ele achou que escritores de ficção

científica podem nos ajudar a imaginar um futuro melhor.

Uma série de estudos foi feito usando checklists de traços de estereótipos para a

pós-graduação na Universidade do Estado de Kent, que foram publicados pelo Educational

Resources Information Center (ERIC) Document Reproduction Service. Estes pesquisadores

investigaram a imagem do bibliotecário em romances de suspense, poesia e em romances.

Em 1991, Barnhart analisou vinte e quatro suspenses retratando trinta e cinco

bibliotecários entre 1980 e 1990 (11). Ela descobriu que os bibliotecários nessas histórias

não mais tinham a imagem de estereótipo negativo – eles eram amigáveis, jovens,

atraentes, se vestiam bem, e não usavam óculos. Dos bibliotecários retratados, 46% eram

homens; entretanto, vários desses ainda possuíam traços de estereótipos afeminados.

Onze bibliotecários ou 34% tinham papel principal; vinte e um ou 65% tinham um papel

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menor. Três bibliotecários também foram lembrados retrospectivamente. Foi notado que

bibliotecários com uma parte pequena geralmente tem traços negativos de estereótipo.

Em 1995, Pultorak examinou bibliotecários na poesia de 1958 a 1993 (12). Trinta e

dois poemas e trinta e seis bibliotecários foram analisados em imagens negativas ou

positivas. Os bibliotecários foram tanto homens quanto mulheres, e o estereótipo típico

não estava presente. Sessenta e um por cento teve uma imagem positiva. A maioria dos

poemas (86%) não forneceu uma boa descrição do bibliotecário.

Em 1996, Elliott estudou vinte e oito bibliotecários em vinte e cinco romances

publicados entre 1980 e 1955 (13). Noventa por cento dos bibliotecários teve papel

principal; 10% papéis menores. Comparando seus resultados com o estudo de Barnhart,

Elliott notou que bibliotecários de romances eram mais propensos a serem mulheres (96%)

do que bibliotecários de romances de suspense. Bibliotecários de ambos os gêneros eram

profissionais prestativos, amigáveis, atraentes e transcenderam o estereótipo.

Em 1994, Vésper escreveu sobre a imagem do bibliotecário em suspenses de

assassinato no século XX (14). Ela encontrou um movimento fora do estereótipo típico e

sentiu que houve uma transformação definitiva para especialista da informação.

O estereótipo do bibliotecário comum prevalece na escrita de ficção científica e de

fantasia? Enquanto as bibliotecas na ficção científica foram encontradas para dar à

profissão algumas orientações úteis, parece que os bibliotecários na ficção científica adulta

e de fantasia não têm sido estudados com profundidade.

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Metodologia O propósito desse estudo é examinar o retrato dos bibliotecários em ficção

científica adulta e obras de fantasia. Como resultados das descobertas de pesquisas

anteriores e pela própria curiosidade da autora, as seguintes perguntas de pesquisas foram

formuladas para este estudo:

1) Existe uma imagem positiva dos bibliotecários na fantasia e ficção científica?

2) A imagem é relacionada à categoria do papel (principal, menor mas memorável, ou

mencionada numa passagem) do personagem?

3) A imagem é relacionada com o gênero do personagem bibliotecário?

4) A imagem do personagem é relacionada ao gênero do autor?

5) A imagem é relacionada com o tempo da publicação/distribuição da história?

Obras de fantasia e ficção científica que podem conter informações sobre

bibliotecários foram identificadas consultando artigos de pesquisa sobre ficção

científica/fantasia e biblioteconomia; analisando as respostas de um questionamento

enviado a um Listserv de Ficção Científica e Fantasia com mais de 500 inscritos (15);

coletando recomendações de amigos (16); e através de conhecimento pessoal. Romances

e vídeos de sessenta e sete autores que podem conter informações sobre bibliotecários na

ficção científica ou fantasia foram identificados; vinte e sete, ou 40% destacaram

bibliotecários. Os outros autores estudados geralmente escreveram informação de

interesse à biblioteconomia mas não mencionaram bibliotecas como tais. Quando um

autor escreveu mais de um livro que caracterizava bibliotecários, apenas um título foi

selecionado para a lista para que então uma variedade mais ampla de pontos de vista

pudessem ser inclusos.

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É difícil dizer se um personagem tem uma graduação em biblioteconomia. Por esse

motivo, a interpretação original do escritor da palavra “bibliotecário” foi considerada quer

tenha sido aplicada a um bibliotecário, a um atendente ou a uma página de biblioteca uma

vez que essa teria sido a impressão do leitor/espectador. Esse requerimento teve o efeito

de eliminar vários trabalhos interessantes. Na obra de Ursula Le Guin, Always Coming

Home (New York: Harper & Row, 1985) é fornecida uma maravilhosa descrição da

biblioteca de cultura do futuro de Kesh; entretanto, as bibliotecas contam com um quadro

de funcionários de arquivistas. Em Earth Abides de George Stewart (New York: Random

House, 1949) livros e bibliotecas são muito importantes para o herói, mas nenhum

bibliotecário aparece talvez porque não tenham sobrevivido à praga que destruiu muito

da população da Terra. No livro Islands in the Net (New York: Arbor, 1988) de Bruce Sterline

toda informação parece estar disponível através de uma rede que combina televisão,

telefone, telex, etc. em um sistema global. Piratas de dados são ativos, mas bibliotecários

não são mencionados.

Como parte desta investigação uma lista comentada foi desenvolvida que inclui

livros de ficção científica e fantasia ou vídeos que provém visões de bibliotecários no

futuro. Pequenas histórias e ensaios per se foram excluídos desta lista de vinte e sete

trabalhos. Quando mais de um bibliotecário é destacado em um trabalho, o personagem

mais importante é o selecionado para a análise. Uma vez que a lista não é exaustiva,

deveria ser considerada representativa. Para cada entrada é fornecido o gênero do

bibliotecário, o gênero do autor, a data de publicação/distribuição da história, comentário

sobre o papel do personagem (principal, menor, ou mencionado em passagem), e uma

opinião na imagem geral transmitida (positiva, negativa ou neutra).

Para ganhar uma avaliação positiva o leitor/espectador deve receber uma boa

impressão em termos gerais. Uma vez que o bibliotecário não era suscetível de ser descrito

em detalhes, um checklist de características não foi usado. Além disso, seria muito difícil

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8

avaliar o status de relacionamento, aparência, etc. de uma máquina ou algumas das

espécies alienígenas que podem aparecer na ficção científica. Os seguintes critérios

serviram como guias para uma atribuição de imagem positiva:

1) O bibliotecário deve ter um status relativamente alto comparado a outros

personagens.

2) O bibliotecário deve exibir uma aparência positiva ao invés dos gerais estereótipos

negativos tais como cabelo com coque, sapatos ortopédicos, etc.

3) O bibliotecário não deveria demonstrar um comportamento extremamente antissocial

tais como cometer um assassinato.

4) O bibliotecário não deveria demonstrar uma atitude profissional negativa em relação

aos seus usuários.

Uma imagem positiva é atribuída se o personagem bibliotecário geralmente vai ao

encontro dos critérios. Se o personagem fracassa de ir ao encontro dos critérios 2, 3 e 4 a

imagem será considerada negativa. Neutro é a imagem comum para menções muito

pequenas ou um breve desenvolvimento de personagem.

Descobertas Várias observações podem ser feitas que podem ajudar a bibliotecários, educadores

e gestores de bibliotecas em seu planejamento para o futuro. Estas incluem a imagem dos

bibliotecários, o gênero dos personagens bibliotecários, o gênero do autor e o tempo da

publicação/distribuição da obra. Cada uma das cinco perguntas de pesquisa serão

abordadas.

Imagem A primeira pergunta de pesquisa questionou se existia uma imagem positiva dos

bibliotecários na ficção científica e fantasia. A resposta é “sim”; entretanto, não é um “sim”

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ressonante. Dos vinte e sete títulos analisados, doze, ou 44% foram avaliados como uma

imagem positiva; dez, ou 37%, foram avaliados como uma imagem negativa, e cinco ou

19% foram avaliados como imagem neutra. Enquanto cada trabalho continha tanto

imagens negativas como positivas, as avaliações atribuídas refletem a impressão geral que

o leitor/espectador receberia. As dez avaliações negativas foram primariamente devido a

bibliotecários cometerem assassinatos (Brin, Dick), exibirem comportamento estereótipo

tradicional (Asimov, McDevitt, Stephenson), oferecendo serviços ruins ao usuário (Gerrold,

Heinlein) ou sendo um covarde, anti-herói (Parsons e Keaveny).

Apesar desses esboços negativos, os bibliotecários eram geralmente de alto status

comparado a outros personagens como é evidenciado pelos bibliotecários de Brin, que

são os alienígenas mais importantes da Terra. Embora criando apenas uma cena de

passagem, McCaffrey coloca um general encarregado da biblioteca no planeta Pern.

McCullen, no qual o Highliber engaja-se em duelos, lidera um quadro de funcionários de

centenas com facilidade impressionante. Um esboço favorito aparece no filme Soylent

Green onde a bibliotecária é chamada de “vossa excelência”.

Os títulos revisados também indicam que bibliotecários na ficção científica são

muito voltados para serviços como é evidenciado pela caixa de metal do Sargento, que

recomenda livros com uma voz macia e quieta, ou o bibliotecário não-humano de Tiptree

que é tão prestativo na Biblioteca Universitária. Até mesmo os bibliotecários vilões de Brin

tentam fazer o melhor por seus usuários, bibliotecas e suas espécies. Pratchett cria uma

cena muito tocante após um acidente mágico tornar o bibliotecário em um orangotango.

Mesmo que ele seja incapaz de falar, o orangotango fornece um excelente serviço a um

usuário buscando um livro. O usuário agradecido recompensa o bibliotecário com uma

banana por sua ajuda.

No estudo feito por Pultorah em 1995 sobre bibliotecários na poesia, 61% tiveram

imagem positiva (17). Os livros de ficção científica neste estudo com apenas 44% de

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10

avaliação positiva são consideravelmente mais baixos; entretanto, os dois estudos tiveram

diferentes metodologias.

A segunda pergunta de pesquisa questionou se a imagem era relacionada com a

categoria de papel do personagem. A tabela 2 nos fornece dados para resolver essa

questão:

Tabela 2 Imagem dos Bibliotecários na Ficção Científica/Fantasia

Imagem Papéis

Principal Menor Passagem Totais Positiva 60% 50% 14% 44% Negativa 40 40 29 37 Neutra 0 10 57 19 Totais 100% 100% 100% 100% (N=10) (N=10) (N=7) (N=27)

Em geral os papéis positivos e negativos nos romances revisados não parecem ser

relacionados à importância do papel do personagem exceto que personagens de

passagens tiveram tendência a serem avaliados como neutros. Tanto papéis principais

quanto papéis menores mas memoráveis tiveram tendência a ser positivos; papéis de

passagem tiveram tendência a serem avaliados como neutros principalmente por causa da

rápida aparição do bibliotecário. A Tabela 2 pode ser comparada com a Tabela 1, que

mostra os resultados de um estudo anterior de filmes (18). Os trabalhos analisados neste

estudo que tiveram cenas principais voltadas para bibliotecários parecem ser levemente

menos positivos (apenas 60% positivos) do que os filmes analisados (71% positivos). Ao

contrário disso, os romances com uma cena menor, porém memorável pareceram ser

consideravelmente mais positivos (50% positivos) do que os filmes analisados (29%

positivos). O único filme incluso neste estudo (Soylent Green) criou uma imagem positiva

do bibliotecário apenas em alguns frames. Alguém poderia especular que isso é

extremamente difícil de ser feito, e é por isso que os produtores de Hollywood mostram

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11

bibliotecários falando para as pessoas ficarem quietas ou loucamente carimbando livros de

entrada e saída. Ao contrário disso, escritores aparentemente acham mais fácil transmitir

uma imagem positiva em uma cena menor enquanto ainda determinam seu personagem

como bibliotecário.

Os trabalhos divididos em cenas principais (dez ou 37%), menores mas memoráveis

(dez ou 37%) e em passagem (sete ou 26%). Estes podem ser comparados com o trabalho

do Bibliographic Instruction Group disponibilizado na Tabela 1 â seguir: principais (sete ou

10%), menores (quatorze ou 19%), e mencionados em passagens (cinqüenta e um ou 70%)

(19). Parece que bibliotecários na ficção científica tem papéis mais proeminentes do que

bibliotecários em filmes.

A análise feita por Barnhart em romances de suspense indicou que dos

bibliotecários observados 34% tinham papel principal e 65% um papel coadjuvante (20).

Elliott encontrou que 90% de bibliotecários em romances tinham papéis principais e

apenas 10$ tinham papéis menores (21). Bibliotecários em romances parecem ter os

papéis mais proeminentes. Os papéis dos bibliotecários em suspenses não são tão

dissimilares dos papéis dos bibliotecários na ficção científica.

Gênero A terceira pergunta de pesquisa questionou se a imagem era relacionada ao gênero

do personagem bibliotecário. A Tabela 3 fornece dados pertinentes a esta questão.

Tabela 3

Imagem dos Bibliotecários e Gênero do Personagem

Imagem Gênero Homem Mulher Desconhecido Totais Positiva 31% 67% 33% 44% Negativa 50 22 33 37 Neutra 17 11 33 19 Totais 100% 100% 100% 100% (N=12) (N=9) (N=6) (N=27)

Page 16: Myers - bibliotecários na sci-fi e fantasia

12

Os personagens femininos parecem ter uma imagem positiva duas vezes mais do

que personagens masculinos. Os personagens masculinos (doze ou 44%) excederam em

números as personagens femininas (nove ou 33%) e os personagens onde o gênero não

foi determinado (seis ou 22%). Ao contrário disso, Elliott descobriu que 96% das

bibliotecárias de romances eram mulheres (23). As descobertas deste estudo são similares

às encontradas em histórias de suspense de bibliotecários quanto ao gênero do

personagem.

A quarta pergunta de pesquisa questionou se a imagem era relacionada com o

gênero do autor. A Tabela 4 nos mostra que quase todas as obras foram escritas por

escritores homens – vinte e três de vinte sete trabalhos, ou 85%. Apenas quatro obras

foram produzidas por mulheres – três destas ou 75%, tiveram imagem positiva. Essas obras

positivas por autoras mulheres incluíram a bibliotecária de McCaffrey que também era um

general, o bibliotecário anfíbio de serviços de Tiptree e a bibliotecária sensível de Edghill as

quais aventuras incluíam trabalhar com um senhor Elfo para salvar a Terra. O bibliotecário

caixa de metal do Sargento, que recomenda livros com voz macia, foi avaliado como

neutro. Nos livros identificados para este estudo, nenhum padrão claro acerca da imagem

do bibliotecário aparece em referência ao gênero do autor.

Tabela 4

Imagem dos Bibliotecários e Gênero do Autor

Imagem Gênero Homem Mulher Totais Positiva 39% 75% 44% Negativa 44 0 37 Neutra 17 25 19 Totais 100% 100% 100% (N=23) (N=4) (N=27)

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13

Período de Tempo A quinta e última pergunta da pesquisa questionou se a imagem do personagem

estava relacionada do tempo de publicação/distribuição da história. Como indicado na

Tabela 5, o período do tempo das histórias foi dividido em décadas antes de 1980, 1980-

1989, e o tempo de 1990 até hoje. Muito dos títulos avaliados (quase a metade) caiu no

período 1989-1989. Antes de 1980, 57% dos sete trabalhos analisados teve uma imagem

positiva; desde 1990, 57¨% dos sete títulos avaliados tiveram uma imagem positiva. Não

parece existir um padrão referente a obras com imagens mais positivas da

biblioteconomia.

Tabela 5

Imagem dos Bibliotecários e a Data de Publicação/Distribuição

Imagem Período Antes de 1980 1980-1989 1990 - Totais Positiva 57% 31% 57% 44% Negativa 43 30 43 37 Neutra 0 39 0 19 Totais 100% 100% 100% 100% (N=7) (N=13) (N=7) (N=27)

Síntese e Conclusões Pesquisas anteriores e recomendações dos membros do Listserv renderam sessenta

e sete títulos que devem conter informações sobre bibliotecários na ficção científica.

Destes vinte e sete, ou 40%, continham informações sobre bibliotecários. Uma vez que não

houve limite de tempo ou país de origem, me parece que mais títulos poderiam ter sidos

identificados. Talvez bibliotecários não sejam tão comuns na ficção científica como são em

romances ou suspenses.

Existe uma imagem positiva de bibliotecários na ficção científica e fantasia;

entretanto, imagens positivas (44%) ultrapassaram as negativas (37%) tendo as imagens

neutras num distante terceiro lugar (19%). Apesar das imagens negativas os bibliotecários

Page 18: Myers - bibliotecários na sci-fi e fantasia

14

geralmente eram de alto status quando comparados com outros personagens nos

trabalhos analisados. Tanto os papéis principais quanto os secundários memoráveis

tiveram tendência a ser positivos. Descobrimos que bibliotecários na ficção científica tem

papel mais proeminente do que bibliotecários em filmes em estudo anterior; não são

muito dissimilares do papel e gênero de personagens de bibliotecários em estudos de

histórias de suspense; transmite uma imagem menos positiva do que bibliotecários

estudados na poesia; e tem menos papéis proeminentes do que bibliotecários

identificados em romances. Não existem padrões aparentes referente à imagem e como

ela se relaciona com o gênero do autor ou como medida pelo tempo de

publicação/distribuição.

Scherdin relata em uma anedota que ilustra um sinal de mudança positiva na

imagem dos bibliotecários (24). A edição de abril de 1994 da Glamour continha um artigo

estimulante sobre como a tecnologia estava transformando a biblioteconomia. O escritório

da ALA de fontes de quadro de funcionários de biblioteca recebeu mais de 3 mil pedidos

de informação sobre a carreira como resultado deste interessante artigo. As pessoas que

ligaram por telefone indicaram que agora enxergavam a carreira de biblioteconomia sob

uma nova perspectiva. Os perfis como transmitidos pela maioria das obras de ficção

científica e fantasia analisadas aqui criam uma imagem muito positiva. Esta é uma imagem

a qual devíamos aspirar. Faríamos bem em disseminar a informação sobre o que escritores

de ficção científica pensam que nosso futuro reservará às salas de aula, à mídia e aos

nossos amigos.

Sugestões para Pesquisas Futuras Apenas vinte e sete livros de ficção científica e fantasia contendo imagens de

bibliotecários foram identificados neste estudo. Que fatores contam para o número

relativamente baixo de livros encontrados? Será que é baixo porque o bibliotecário na

Page 19: Myers - bibliotecários na sci-fi e fantasia

15

ficção científica tende a desaparecer por conta da automação? Será que uma análise que

incluísse histórias curtas e ensaios forneceriam uma visão diferente do bibliotecário na

ficção científica?

Vários dos livros para este estudo foram emprestados utilizando o empréstimo

entre bibliotecas de bibliotecas públicas. Em um caso, a única biblioteca no país que tinha

o título desejado foi a Biblioteca do Congresso, onde eles não conseguiram achar o livro na

estante! O título desejado era o volume dois de uma excelente trilogia australiana que o

autor arranjou comprar para sua coleção pessoal e para a Eastern Kentucky University

Library. Agora, usuários de empréstimo entre bibliotecas nos Estados Unidos poderão

encontrar pelo menos uma cópia do Mirrorsun Rising: Book Two of Greatwinter do Sean

McMullen (South Austrália: Aphelion Publications, 1995). As participações importantes da

ficção científica são geralmente localizadas em bibliotecas de pesquisa e não circulam (25).

Isso poderia tornar estudos dependentes da leitura de um grande número de livros

variados de diferentes períodos de tempo mais difíceis, se não impossíveis, num futuro

previsível. Alguns estudos comparativos das contribuições dos clássicos da ficção científica

em público versus bibliotecas acadêmicas e sua disponibilidade pode ser interessante.

Enquanto diferenças na metodologia faz com que comparações reais sejam

impossíveis, os dados coletados neste estudo indicam que existem diferenças inexplicadas

na imagem, gênero do personagem, e papel no trabalho entre a poesia, romances,

suspenses e ficção científica. Alguma investigação de gêneros diferentes nos daria mais

informação sobre as visões da biblioteconomia hoje em dia.

O que mais poderemos fazer para melhorarmos nossa imagem? Concordamos com

a sugestão de melhoria de imagem feita pelo Romanko: “Já é hora do Clint Eastwood

estrelar num filme como um bibliotecário do Congresso” (26). Ou, talvez bibliotecários

mais modernos digam: a biblioteconomia precisa que o Arnold Schwarzenegger estrele o

filme Colin, o bibliotecário!

Page 20: Myers - bibliotecários na sci-fi e fantasia

16

REFERÊNCIAS 1. Mary R. Somerville, "Librarians as Heroes", American Libraries 27 (December 1996): 29.

2. Pauline Wilson, Stereotype and Status: Librarians in the United States (Westport Connecticut: Greenwood Press, 1982).

3. Mike Freeman, "To See Ourselves as Others See Us", International Information and Library Review 28 (1996): 177-180. A critical review of a two volume International Federation of Library Association and Institutions (IFLA) publication on the imagem and status of librarians.

4. Gillian Wiseman, "Visions of the Future: The Library in Science Fiction". Journal of Youth Services in Libraries 7 (Winter 1994): 192.

5. Katherine M. Heylman, "Libraries in Juvenile Literature", School Library Journal 21 (May 1975): 25-27.

6. Agnes M. Griffen, "Images of Libraries in Science Fiction" Library Journal 112 (September 1, 1987): 137-42.

7. Ann O'Brien and Martin Ralsh, BI-L (The Bibliographic Instruction Discussion Group), "The Imagem of the Librarian in Commercial Motion Pictures: An Annotated Filmography", Collection Management 17 (3, 1993): 61-84; Ralsh atualiza em <http://library.lib.bighamton.edu/staff/mraish>

8. O'Brien and Ralsh, "The Image of the Librarian" p. 64.

9. Wiseman, "Visions of the Future" pp. 191-198.

10. James K. Gunn, "Dreams Written Out': Libraries in Science Fiction", Wilson Library Bulletin 69 (February 1995): 26-29.

11. Linda A. Barnhart, The Librarian's Stereotyped Image in Mystery Novels, 1980-1990: has the Image Changed? (Master's thesis, Kent State University, June 1991) ERIC ED340365.

12. Leslie A. Pultorak. The Image of Librarians in Poetry, 1958-1993 (Master's thesis, Kent State University, August 1993) ERIC ED367331.

13. Margaret A. Elliott, The Librarian's Stereotyped Image in Romance Novels, 1980-1995: Has the Image Changed? (Master's thesis, Kent State University, August 1996) ERIC ED401924.

14. Virginia Vesper, The image of the Librarian in Murder Mysteries in the Twentieth Century (1994) ERIC ED385284.

15. See the list of contributors, p. 19; to subscribe by e-mail <[email protected]> to request SF-LIT.

16. Um obrigada especial á Dr. Lisette Kautzmann uma colega que fez várias sugestões.

Page 21: Myers - bibliotecários na sci-fi e fantasia

17

17. Pultorak, The Image of Librarians in Poetry.

18. O'Brien e Ralsh, "The Image of the Librarian in Commercial Motion Pictures".

19. Ibid

20. Barnhart, The Librarian's Stereotyped Image in Mystery Novels.

21. Elliott, The Librarian's Stereotyped Image in Romance Novels.

22. Barnhart, The Librarian's Stereotyped Image in Mystery Novels.

23. Elliott, The Librarian's Stereotyped Image in Romance Novels.

24. Mary Jane Scherdin, ed., Discovering Librarians: Profiles of a Profession (Chicago: American Library Association, Association of College and Research Libraries, 1994) p. 121, 123. Cita Laurel Touby, "The New Librarian is an Info-Surfer" Glamour 92 (April 1994): 126; Margaret Myers, a telephone conversion with Mary Jane Scherdin, August 24, 1994.

25. Randall W. Scott, "Research Library Collections of Science Fiction" IN Anatomy of Wonder 4: A Critical Guide to Science Fiction (New Providence, New Jersey: R. R. Bowker, 1955), edited by Neil Barron, chapter 14, pp. 738-764.

26. Karen A. Romanko "May Say: A Librarian Lets Her Hair Down" Publishers Weekly 230 (September 12, 1986): 88.

Page 22: Myers - bibliotecários na sci-fi e fantasia

18

Lista de Contribuidores Os seguintes indivíduos contribuíram para esse trabalho através de comentários no Listserv de Ficção Científica e Fantasia. Bob Armitage Donna J. Bursey Don D'Ammassa Camille Bacon-Smith Pere Camps Stephen Clark Betsy Cyson Design Neyir Cenk Gokce Fernando Gouvea Chris Hill Edward James Michael Marc Levy Jenni M Todd Mason Ele Meum Robert Micallef Steve O'Keefe Cynthia Orr Bob Roehm Andy Sawyer Jill Schneider Charles Simons David Sisk Colleen R. C. Stumbaugh Matthew Williamson

Page 23: Myers - bibliotecários na sci-fi e fantasia

19

Lista Comentada * Asimov, Isaac. The Second Foundation (New York: Street and Smith, 1948). *** Este é o volume três na trilogia da Fundação que mais tarde tornou-se uma série de

futuros-distantes. O bibliotecário Homir Munn um dos cinco conspiradores da sinopse

central, é um gago descrito como “frouxo”, “tímido” e “introvertido”. Quando chamado

para uma missão fora do planeta Munn diz “não sou um homem de ação; e nem um herói

de televisão. Sou um bibliotecário”. Quando ele retorna para revelar os resultados de sua

pesquisa, Munn não mais gagueja e comporta-se com tanta auto-confiança que torna-se

suspeito por seus co-conspiradores. Eles sujeitam Munn a uma análise cerebral que revela

que alguém adulterou a sua mente. Ele é preso, amordaçado e não tem mais um papel

principal na história. O comportamento estereótipo dá a imagem deste bibliotecário uma

avaliação geral negativa. Asimov transmite que bibliotecas e bibliotecários são elementos

importantes na sociedade do futuro. A série Fundações ganhou um o Special Hugo Award

pela melhor série de 1966.

Bear, Greg. Eon (New York: Bluejay Books Inc. 1984). * A história começa em 2000 quando um grande asteróide oco repentinamente

começa a orbitar a Terra. O asteróide, que já tinha sido habitado, agora é deserto. A cidade

do asteróide tem uma excelente e moderna biblioteca bem como terminais nos aposentos

particulares dos habitantes de antes. Mais para o final da história a heroína é raptada e

transportada em um milhão de quilômetros para a sociedade avançada que construiu o

asteróide. Ela não tem permissão ao amplo acesso de seus dados mas oferecem-na uma

pedagoga (bibliotecária) para ajudá-la com buscas e instruí-la. As bibliotecas asteróides,

* Obras que mencionam bibliotecários apenas em passagens ** Obras que contém uma cena memorável *** Obras onde bibliotecários tem papéis principais

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20

que contém informações chocantes para os pesquisadores, são elementos-chave neste

romance estimulante. As maravilhosas máquinas de bibliotecas certamente provêm uma

visão positiva; entretanto, a breve referência àqueles que criaram essas bibliotecas resulta

numa imagem neutra dos bibliotecários. A história é continuada na seqüência Eternity,

que não menciona bibliotecários.

* Brin, David. Sundiver (New York: Bantam, 1980). *** Este é o primeiro livro que se tornou eventualmente uma dupla trilogia. Em 2246, a

Terra é única na galáxia por ter erguido a si mesma e dois clientes – golfinhos e

chimpanzés – sem orientação de uma civilização patrona. O diretor da biblioteca

alienígena Branch estabelecida na Terra, Bubbaeub da espécie Phil, é um dos alienígenas

mais importantes na Terra. Seu bibliotecário assistente é Culla da espécie Pring. A

biblioteca opera em uma taxa exigente para a base de serviços. Ambos bibliotecários

extraterrestres participam em uma investigação de formas de vida desconhecidas

próximas do Sol. Os personagens e os relacionamentos entre as várias espécies são muito

bem desenvolvidos. Os bibliotecários projetaram uma imagem negativa mista no romance

porque ambos tornaram-se vilões!

Dick, Phillip K. Counter-Clock World (Boston: Gregg Press, c1967, 1979). *** Um romance irônico e contemporâneo desenvolvido num mundo que começou a

viver de trás pra frente em 1986. A biblioteca desta história tem o objetivo de expurgar a

informação ao invés de estudá-la ou preservá-la. Os vívidos personagens incluem Mavis

McGuire, bibliotecário chefe na People’s Topical Library, que tem uma equipe de 100

pessoas. Mrs. McGuire é vista como “megera”, “hostil” e “má” pelos usuários e por

* Obras que mencionam bibliotecários apenas em passagens ** Obras que contém uma cena memorável *** Obras onde bibliotecários tem papéis principais

Page 25: Myers - bibliotecários na sci-fi e fantasia

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subordinados como administradora superiora – respeitada mas temida. Ela torna-se a vilã

com agentes, incluindo crianças que cresceram no serviço da biblioteca e cometiam crimes

em nome dela. As manipulações de Mrs. McGuire e sua filha eventualmente resultam na

evacuação da biblioteca um pouco antes de sua destruição, com um canhão atômico de

uma população com ódio. Esse complexo romance de ressurreição tem uma biblioteca de

anti-informação e uma bibliotecária-chefe com uma imagem muito negativa.

Edghill, Rosemary. The Empty Crown (New York: Guild America Books, 1998). *** Esta trilogia, escrita por uma bibliotecária, inclui três histórias de tesouros da terra

de Chandrakar – The Sword of Maiden’s Tears, The Cup of Morning Shadows e o The Cloak

of Night and Daggers. Ruth, a heroína de trinta anos, é uma estudante de biblioteconomia

sensível que encontra um senhor elfo machucado nas ruas de Nova Iorque. Ele é

Rohannahn Melior da Casa dos Silêncios Prateados em Chandrakar, e ele deve encontrar a

espada que os ladrões levaram dele ou a raça humana no Mundo de Ferro da Terra estará

condenada. Ruth, que se torna biblioteária, e Melior solucionam este e outros problemas

com a ajuda inteligente de amigos bibliotecários. Suas aventuras coloridamente escritas

acontecem na Terra e continuam através de um portal na biblioteca em Chandrakar. A

autora transmite uma imagem positiva dos bibliotecários. Os personagens apenas

brevemente gastam seu tempo na biblioteca mas são frequentemente tidos como muito

heróicos.

* Forward, Robert. L. Dragon's Egg (New York: Ballantine, 1980). *

Este conto trata das eras de 500,000 A. C. até 2050 D. C. de acordo com o

desenvolvimento, descoberta, comunicação com e educação de e do chella fascinante que * Obras que mencionam bibliotecários apenas em passagens ** Obras que contém uma cena memorável *** Obras onde bibliotecários tem papéis principais

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mora numa estrela de nêutron chamada “Ovo de Dragão”. As espécies de um mundo

baseado em nêutron têm dificuldade de se comunicar com humanos de um mundo

baseado em elétrons porque o chella vive 100 anos a cada hora humana. A biblioteca

chella contém pratos de tato que as espécies do tipo ameba lêem pressionando seus poros

nas “páginas”. Quando confrontados com problema de barulho, a bibliotecária-chefe, que

é membro do Conselho, faz com que os usuários fiquem quietos. O bibliotecário torna-se

mais brando quando percebe que o barulho do usuário era causado quando ele percebeu

que a formação do Ovo do Dragão causou a gênese dos homo sapiens. Essa história de

ficção de hard science desenvolve belissimamente uma civilização inteira. A breve aparição

bibliotecária resulta em uma imagem plana e neutra. Uma seqüência foi publicada em

1985 chamada Starquake.

* Gerrold, David. Chess With a Dragon (New York: Walker, 1987). * Gerrold é o pseudônimo de Jerrold David Friedman, o autor do clássico Star Trek

"The Trouble with Tribbles". Neste livro humanos da Terra caíram inadvertidamente em um

grande débito intergaláctico por fazer o download de informação de alto valor do

InterChange. Alguns críticos culpam os bibliotecários, referidos como hackers, por esse

desastre da informação. O InterChange é descrito como o pesadelo bibliotecário uma vez

que ele armazena registros completos de mais de 6 mil espécies, algumas com mais de

meio milhão de anos de dados. A biblioteca é tão vasta que ninguém pode catalogá-la ou

fazer o download do índice completo do computador. Os humanos eventualmente

encontram uma solução inteligente ao seu dilema com a ajuda de Rh/attes, uma espécie

nada atraente de "espiões" ou "delatores" que fornecem excelentes serviços de

recuperação da informação por um preço. Os bibliotecários humanos, que não são * Obras que mencionam bibliotecários apenas em passagens ** Obras que contém uma cena memorável *** Obras onde bibliotecários tem papéis principais

Page 27: Myers - bibliotecários na sci-fi e fantasia

23

completamente descritos, apresentam uma imagem de algum modo incompetente e

negativa.

* Gibson, William. Neuromancer (New York: Ace, 1984). * O Cyberpunk é introduzido à ficção científica com um protagonista que protege

sua consciência dentro e fora de uma rede de informação de computador. Há uma quebra

na biblioteca de pesquisa Sensel/Net onde um construto tinha que ser fisicamente

recuperado. Uma bibliotecária de rosto branco é encontrada encolhida entre dois

armários. Suas bochechas estão molhadas e seus olhos brancos aterrorizados em reação à

ameaça hoaxed utilizada para o arrombamento. A bibliotecária aparece muito brevemente

e deixa apenas uma imagem neutra. Esse romance ganhou o Hugo Award e o Nebula

Award em 1984.

Heinlein, Robert A. Friday (New York: Holt, Rinehart and Winston, 1982). ** Friday, uma super-mulher artificial, trabalha como uma mensageira secreta. Como

parte de seu treinamento avançado, Friday deve reportar-se à bibliotecária-chefe. As

chaves no terminal da biblioteca dão a ela acesso à biblioteca local e às principais

bibliotecas tais como Harvard e o Museu Britânico sem necessidade de uma ligação

humana ou de rede. Os livros em papel podiam ser lidos diretamente na tela do terminal

se assim desejado. Sua pesquisa leva à Informação sobre a Morte Negra que é importante

na trama. Ela aprende a lidar com o sistema praticamente sozinha uma vez que o

bibliotecário está muito ocupado para mostrar o terminal a ela ou para responder

perguntas. Entretanto, eventualmente ele disse a ela que ela poderia ter a mesma

informação da biblioteca no terminal em seu quarto! Essa história de ação nos fornece uma

* Obras que mencionam bibliotecários apenas em passagens ** Obras que contém uma cena memorável *** Obras onde bibliotecários tem papéis principais

Page 28: Myers - bibliotecários na sci-fi e fantasia

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visão breve porém memorável do futuro onde o bibliotecário tem um comportamento

negativo de serviço.

Herbert, Frank. Direct Descent (New York: Ace Books, 1980).*** A biblioteca Galactica ocupa quase toda a superfície do planeta Terra no século 81.

A biblioteca, o repositório de todas as coisas registradas de todo governo na história da

galáxia, tem uma equipe de 8 mil pessoas auxiliadas por robôs. Pesquisadores do local

recuperam imagens de páginas de materiais na coleção em telas de televisão. Os

bibliotecários diretores e sua equipe encaram de forma inteligente o dilema de como

preservar a biblioteca enquanto ainda aderem ao Código da Biblioteca que é o de

obedecer todas as ordens diretas do governo que está no poder. Nos dois casos

apresentados neste livro, o governo no poder está tentando destruir a biblioteca! O autor

de Duna criou uma imagem muito positiva de uma biblioteca do futuro baseada em papel

e de bibliotecários espirituosos.

* Keller, David H. The Eternal Conflict (Philadelphia: Prime Press, 1949).*** Um psiquiatra e médico escreve sobre o conflito entre os sexos. O personagem

principal é uma mulher, que é imortal, inteligente e poderosa. Em busca de satisfação, ela

cria um castelo e traz a ele através das eras um bibliotecário e um matemático ancião. Com

a ajuda da mulher, o bibliotecário cria sua biblioteca dos sonhos de um milhão de volumes,

completa com arquivos de cartão. Quando ele não está jogando damas com o

matemático, o bibliotecário tenta ajudar a mulher encontrar satisfação. O bibliotecário,

caracterizado ao longo do romance, serve como figura paterna que projeta uma imagem

positiva de serviço bibliotecário.

* Obras que mencionam bibliotecários apenas em passagens ** Obras que contém uma cena memorável *** Obras onde bibliotecários tem papéis principais

Page 29: Myers - bibliotecários na sci-fi e fantasia

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Laidlaw, Marc. The Third Force: A Novel of Gadget (New York: Simon & Schuster, 1996).*** A heroína é um membro da resistência e a bibliotecária-chefe da biblioteca

Imperial; entretanto, essa posição não a concede liberdade de possuir cada documento na

coleção nesta sociedade totalitarista. Uma identificação de impressão digital é requerida

para a recuperação da informação. Todas as buscas são automaticamente gravadas e

reportadas ao Departamento de Análise de Registros. Os códigos de identificação em cada

livro estão sujeitos à mudança, e os livros são constantemente reorganizados pelo sistema

de recuperação automática para que localizações de livros não possam ser memorizadas.

Antes do final do livro a heroína deixa seu posto na biblioteca porque ela vê que a

biblioteca é "uma cripta para o conhecimento agora. Ninguém pode pegar um livro

emprestado sem temer por sua vida". Essa novela baseada em um jogo de computador

(Gadget) apresenta uma imagem positiva de uma bibliotecária preocupada e uma visão

dramática da inutilidade de repositórios de conhecimento neste futuro potencial.

* MacDonald, George. Lilith (London: Chatto and Winders, 1875).** Uma grande biblioteca ocupa a maior parte do quarto do térreo na casa do herói.

Mr. Raven, o bibliotecário antigo, aparece em intervalos regulares na biblioteca. Um dia o

herói segue Mr. Raven em um mundo-espelho onde ele se torna um pássaro mas continua

a dar recomendações e conselhos. Durante a jornada do herói no mundo-espelho, a

perversa Lilith aparece, bem como Adam (também conhecido como Mr. Raven), a esposa

de Mr. Raven Eva e uma figura materna chamada Mara. Este romance de sonho vitoriano é

complexo e por muitas vezes confuso. Retrata bem uma biblioteca particular grande de

antigamente e tem uma imagem positiva do bibliotecário inteligente (Mr. Raven, Adam)

que remonta ao início dos homens.

* Obras que mencionam bibliotecários apenas em passagens ** Obras que contém uma cena memorável *** Obras onde bibliotecários tem papéis principais

Page 30: Myers - bibliotecários na sci-fi e fantasia

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McCaffrey, Anne. Dragonsdawn (New York: Ballantine Books, 1988).* No futuro distante, seis mil colonos viajam em três espaçonaves por quinze anos

para sua nova casa em Pern. A bibliotecária e historiadora oficial da colônia (General Cherry

Duff) insiste que registros de todas as culturas étnicas devam ser levadas a Pern porque é

impossível saber quando a informação será valiosa. Ela nota que a informação "não ocupa

muito espaço nos chips que temos". Vulcões ativos forçam os colonos a evacuarem o local

de sua terra que está enterrado em poeira vulcânica. O prédio com a interface para a

espaçonave recebe um selo de prova de calor. Quando o prédio enterrado é escavado, o

computador (SEVIA - Sistema de Enderaçamento de Voz de Inteligência Artificial) é

redescoberto no romance Os Renegados de Pern e muito utilizado no romance All the

Weyrs of Pern. O autor menciona a biblioteca e o bibliotecário em uma passagem mas

projeta uma imagem positiva com um bibliotecário de alto status que estabelece uma

base de conhecimento excelente para os colonos de Pern.

* McDevitt, Jack. Eternity Road (New York: HarperPrism, 1997).* Esta história acontece na América do Norte depois que uma praga misteriosa

destruiu o mundo. Livros são raros e apenas seis livros conhecidos sobreviveram ao

desastre da praga. A heroína herda um livro de Mark Twain do líder da primeira expedição

à legendária Haven na qual seu irmão morreu. Ela oferece o livro à biblioteca pública e

decide buscar Haven. Uma cena próxima do fim da história ilustra vividamente a

importância da biblioteca de Haven onde os livros são cuidadosamente colocados em

gavetas em gabinetes. Esses livros redescobertos ajudam a estimular o crescimento da

civilização. Essa aventura em ritmo acelerado dramatiza a importância de livros, bibliotecas

* Obras que mencionam bibliotecários apenas em passagens ** Obras que contém uma cena memorável *** Obras onde bibliotecários tem papéis principais

Page 31: Myers - bibliotecários na sci-fi e fantasia

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e conhecimento. A profissão fica com uma imagem negativa quando o autor menciona em

uma passagem que o papel do bibliotecário é copiar livros.

McMullen, Sean. Voices in the Light: Book One of Greatwinter (North Adelaide, South Australia: Aphelion Publications, 1994). *** Este é o primeiro livro de uma trilogia. No século 39 na Austrália, a bibliotecária

chefe chamada de Highliber, controla uma rede de bibliotecas e bibliotecários espalhados

em várias nações. Ela é uma líder muito forte que mata pessoas em duelos sobre as

modernizações em suas bibliotecas. Uma reorganização da biblioteca, a primeira em 505

anos, acontece pelo propósito de estabelecer um novo serviço Calculador que atua em

funções do tipo computador usando ábacos e centenas de componentes humanos uma

vez que não há eletricidade. Em relação a operar o Calculador, bibliotecários têm torres de

comunicação Beamflash para administrar, aulas para ministrar, livros pra distribuir e

colecionar e cerimônias para realizar. O autor, que é obviamente familiar tanto com o

público e com aspectos de serviços técnicos de biblioteconomia, criou uma visão positiva

e excitante onde as bibliotecas ainda são importantes e os bibliotecários lideram o avanço

na civilização.

* Miller, Walter M. Jr. A Canticle for Leibowitz (New York: J. B. Lippincott Company, 1959). ** A história acontece ao longo de vários séculos começando no século XXXII da Terra

depois de uma guerra nuclear. Apenas alguns barris de livros originais e poucos textos

copiados à mão, re-escritos pela memória, sobreviveram. Os monges replicaram práticas

medievais em seu trabalho para preservar o conhecimento científico, que incluíam cópias,

iluminuras e proteção de suas coleções. Os raros volumes em sua coleção são acorrentados

para prevenir a remoção. Quando os monges reinventam as luzes elétricas, eles acabam * Obras que mencionam bibliotecários apenas em passagens ** Obras que contém uma cena memorável *** Obras onde bibliotecários tem papéis principais

Page 32: Myers - bibliotecários na sci-fi e fantasia

28

com a biblioteca e o bibliotecário monge pergunta onde eles deveriam colocar uma

biblioteca mecânica. Com outra guerra nuclear a espreita, padres selecionados e suas

coleções escapam em uma nave espacial para Alpha Centauri. Esse é um romance

brilhante sobre o futuro distante que sublinha a importância da preservação do

conhecimento. Se monges são considerados bibliotecários, então é transmitida uma boa

imagem; o bibliotecário/monge que é especificamente identificado transmite uma

imagem mais inquieta, negativa. Esse romance ganhou o Hugo Award em 1961. Uma

seqüência foi feita recentemente entitulada Saint Lebowitz and the Wild Horse Woman

(New York: Bantam, November 1997).

Parsons, Rich and Keaveny, Tony. Colin the Librarian (Great Britain: Michael O'Mara Books Limited, 1993). *** Colin foi promovido de auxiliar para assistente de bibliotecário na biblioteca Central

de Clacton três anos depois de ter deixado a escola. Ele tem apenas 21 anos, não é muito

alto, tem cabelo preto salpicado com caspa e ainda não se barbeia. O ponto focal de sua

vida é a noite de sábado com jogos de RPG dos Amigos da Conqueror Society. Colin é

visitado na biblioteca por Karp, o conquistador, que o envolve em aventuras no planeta

Threa. Colin tem muito conhecimento sobre as Crônicas de Threa, o que é útil em suas

aventuras. Eventualmente, ele é co-autor do quarto volume das Crônicas, que quando

concluída com sucesso torna-se sua passagem de volta para a mesa de circulação da

biblioteca. Colin é retratado negativamente como o herói fracote nesta paródia britânica

de Conan, o Bárbaro.

* * Obras que mencionam bibliotecários apenas em passagens ** Obras que contém uma cena memorável *** Obras onde bibliotecários tem papéis principais

Page 33: Myers - bibliotecários na sci-fi e fantasia

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Pratchett, T. The Light Fantastic (Buchinghamshire: Colin Smythe, 1986). ** O romance Discworld vividamente descreve o acidente mágico que transforma o

bibliotecário chefe na universidade Unseen em um orangotango. Em sua mutação, o

bibliotecário continua a exercer suas funções, o que não é fácil em uma biblioteca mágica

onde as estantes brilham com magia e emitem cheiros azuis. Estranhas criaturas são

atraídas pelo vazamento mágico entre os livros. Em uma cena incrível, o bibliotecário que é

incapaz de falar, segura a mão de um usuário enquanto caminham até uma estante para

localizar um livro. Ser um orangotango faz com que fique fácil para o bibliotecário escalar

o topo das estantes para recuperar um livro, e o usuário o recompensa com uma banana.

Essa fantasia nos dá uma perspectiva humorística em um futuro alternativo. O bibliotecário

não-humano tem uma imagem positiva.

* Sargent, Pamela. Earthseed (New York: Harper & Row, 1983). * No futuro distante, uma espaçonave automatizada da Terra educa crianças para

serem colocadas em um planeta não-habitado parecido com a Terra. A espaçonave opera

uma biblioteca física bem equipada que contém microcircuitos com milhões de livros. A

biblioteca também tem um cubo que dispõe hologramas da Terra. Uma vez que as

crianças são deixadas no planeta, a espaçonave vai embora mas diz aos colonos que os

deixou uma biblioteca para ajudá-los a construir uma civilização. A biblioteca da colônia

tem ficas em microfichas, leitores e um bibliotecário -- uma pequena caixa de metal que

recomenda livros com uma voz macia. Entre os personagens principais, um deles parece

viver na biblioteca, luta com suas dúvidas interiores e com outros colonizadores neste livro

para jovens adultos. A biblioteca e a nave "bibliotecária" transmitem uma imagem positiva;

* Obras que mencionam bibliotecários apenas em passagens ** Obras que contém uma cena memorável *** Obras onde bibliotecários tem papéis principais

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entretanto, o bibliotecário caixa de metal deixado para os colonos cria apenas uma

imagem neutra.

Soylent Green. MGM/UA Home Video, 1973, rated PG, aproximadamente de 1 hora e 37 minutos. ** Neste provocante filme ecológico que ocorre no ano de 2022 em Nova Iorque, com

população de 40 milhões, Charles Heston começa como um detetive investigando o

assassinado de um membro do conselho Soylent. Existe uma cena memorável na

biblioteca (Exchange) que parece ser a maior fonte de informação de Nova Iorque. A

respeitada bibliotecária do Exchange é chamada de "vossa excelência". A bibliotecária é

muito voltada para serviços, e a informação que ela oferece provoca uma grande

reviravolta na trama. Stanley R. Greenberg escreveu o roteiro ou o filme que é vagamente

baseado no livro Make Room! Make Room! de Harry Harrison (Boston: Gregg Press, c1966).

Esse livro transmite uma visão muito positiva e impressionante de serviços de informação

modernos onde os bibliotecários parecem ter uma grande quantidade de poder.

* Stephenson, Neal. Snow Crash (New York: Bantam, 1992). ** Este romance cyberpunk acontece num futuro próximo principalmente em Los

Angeles e o Metaverso, um universo gerado por computador. As cenas e personagens são

descritos de modo inovador e vívido. O herói, Hiro Protagonist, um correspondente

freelance da Central Intelligence Corporation (CIC) faz o upload de informações para a

Biblioteca do Congresso que se fundiu com o CIC. Quando clientes encontram uso para

algo na biblioteca, o fornecedor freelance consegue uma compensação. Cerca de 99% da

informação na biblioteca não é utilizada; então nosso herói também trabalha como

entregador de pizza da Máfia. O bibliotecário, um programa de software da CIC, aparece * Obras que mencionam bibliotecários apenas em passagens ** Obras que contém uma cena memorável *** Obras onde bibliotecários tem papéis principais

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como um homem grisalho de cerca de cinqüenta anos, com barba e óculos. Em um

momento, o herói diz ao bibliotecário para que pare de andar tão suavemente em seus

sapatos de sola rastejantes. Embora suas contribuições muito enciclopédicas pareçam

alongar a trama por auxiliar o herói a solucionar o mistério do metavirus chamado snow

crash, o estereótipo comum cria uma imagem negativa para o bibliotecário. Este livro em

ritmo acelerado estava na lista de leituras recomendadas no curso de Biblioteconomia da

universidade de Kentucky no verão de 1997.

Tiptree, James Jr. The Starry Rift (New York: A Tom Doherty Associates Book, 1986). ** Tiptree é o pseudônimo de Alice Sheldon. Esse livro contém três romances do

futuro distante sobre a área de espaço conhecida no Rift; cada parte do livro é introduzida

pelo assistente do bibliotecário chefe, que é um anfíbio. O bibliotecário localiza a

informação de modo entusiasmado para ajudar os dois jovens Comenors em sua pesquisa

na grande biblioteca central da Universidade de Deneb. Os aliens apreciam o conselho e os

materiais uma vez que cada novo texto é cuidadosamente colocado em invólucros à prova

de água. No final, os aliens querem dedicar seu artigo ao bibliotecário por sua iluminação

especial em ajudá-los ao invés de dizer para buscarem as coisas sozinhos. Tiptree cria uma

imagem favorável e positiva de bibliotecários.

* Van Vogt, A. E. The World of Null-A (New York: Simon and Schuster, 1984; Columbus, Ohio, Ariel Press, 1970). ** A primeira do que se tornou uma série de romances, essa história de não-

Aristetolismo acontece na Terra e em Vênus em 2560. Para encontrar sua verdadeira

identidade, o herói, Gossayn, deve aprender a entender e usar todo o poder de sua mente.

Perto do final do livro, o herói requere uma conexão visual à fonobiblioteca mais próxima. * Obras que mencionam bibliotecários apenas em passagens ** Obras que contém uma cena memorável *** Obras onde bibliotecários tem papéis principais

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O bibliotecário robô do atendimento dispõe e discute informações pertinentes em como

Gossayn pode treinar a parte extra de seu cérebro. O herói encontra a informação que ele

precisa em detalhes fornecidos pelo bibliotecário e consegue dominar seus poderes

mentais super-humanos. Nesta pequena participação o bibliotecário-máquina, um

especialista em armazenagem e recuperação da informação, encontra três dos quatro

critérios para criar uma imagem positiva.

Vinge, Vernor. A Fire Upon the Deep (New York: Tom Doherty Associates, 1992). *** Um grupo de pesquisa humano usa uma velha biblioteca para criar uma rede e

liberta um poder do mal que pode destruir a galáxia. Depois de estudar para se tornar uma

bibliotecária na Universidade de Sjandra, Ravna ganha uma bolsa de trabalho e estudo 20

mil anos luz no arquivo Relay, um ponto central de uma rede/arquivo de um milhão de

mundos. Como a única humana no Relay, Ravna tem a responsabilidade de orientar Phan

Nuwen, um homem reconstruído. Eles recebem a missão de destruir o poder mal da

galáxia o que os leva a encontrar várias espécies incluindo o vividamente descrito Tines --

aliens parecidos com cães que funcionam melhor em conjuntos. A competente

bibliotecária tem um papel principal nesta vasta aventura galáctica que enfatiza a

interação de aliens e humanos em vários níveis. É criada uma imagem muito positiva das

habilidades técnicas e humanas da bibliotecária.

* Wolfe, Gene. The Shadow of the Torturer (New York: Simon and Schuster, 1980). ** Neste futuro, a civilização está declinando e a sociedade opera no sistema de castas.

O personagem principal é um membro da casta de torturadores. Em nome de uma de suas

vítimas o torturador visita a biblioteca, onde ele encontra brevemente o bibliotecário. A

* Obras que mencionam bibliotecários apenas em passagens ** Obras que contém uma cena memorável *** Obras onde bibliotecários tem papéis principais

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primeira parte da história tem algumas cenas bem feitas da biblioteca que conhecemos

nos livros e seus procedimentos, incluindo uma maravilhosa contabilidade do

recrutamento de crianças em idade muito nova para tornarem-se bibliotecários. Essa

história, volume um de um livro de quatro volumes Book of the New Sun, ganhou o prêmio

da Associação Britânica de Ficção Científica em 1981. A biblioteca e o bibliotecário

aparecem apenas rapidamente, revelando uma imagem neutra e tradicional.

Zahn, Timothy. A Coming of Age (New York: Bluejay, 1984). ** A heroína adolescente quer aprender a ler mesmo que ler seja restrito a adultos. Em

sua jornada de leitura, ela visita a biblioteca onde o primeiro piso é destinado a crianças

com vídeo games e exposições sobre a natureza. No piso superior existe a sala adulta com

estantes altas, cores quietas e passos ainda mais quietos. A bibliotecária alta explica

firmemente a ela porque crianças não podem tocar nos livros. Embora a bibliotecária

esteja sorrindo, seu comportamento e a atmosfera da biblioteca convencem a heroína que

ela terá de aprender a ler em outro lugar. Quando ela aprende de fato a ler, acontecem

problemas entre a heroína e a professora, mas isso também permite que ela tenha um

papel principal na história. Este conto de poder e dinheiro no planeta Tigris têm um tema

interessante onde as crianças possuem habilidades de telecinese. O leitor fica com uma

impressão negativa da bibliotecária que oferece um tipo de serviço de modo a proteger a

sua coleção.

* * Obras que mencionam bibliotecários apenas em passagens ** Obras que contém uma cena memorável *** Obras onde bibliotecários tem papéis principais

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Nota da Autora Marcia J. Myers é graduada pelo Thiel College em Greenville, Pennsylvania, com

pós-graduação pela Universidade de Pittsburgh e doutorado pela universidade do Estado

da Flórida. Suas apresentações e publicações cobrem uma variedade de assuntos de

interesse a ela incluindo estatísticas acadêmicas de bibliotecas, acreditação, automação,

orçamentos, e-mail, levantamento de renda, prédios de bibliotecas, direções de biblioteca,

seguros de biblioteca, segurança de biblioteca, busca online e estudos de usuários. Ela é

provavelmente melhor conhecida pelo seu trabalho sobre a efetividade de serviços de

referência que foi o tema de sua dissertação, apresentações principais em conferências da

Associação Americana de Bibliotecas (ALA), workshops, e um livro entitulado "The

Accuracy of Telephone Reference/Information Service in Academic Libraries: Two Studies"

(com Jassim M. Jirjees, pela Scarecrow Press, 1983).

Este é seu primeiro trabalho sobre ficção científica/fantasia e bibliotecas. Dra. Myers

atualmente é diretora das bibliotecas na Universidade Eastern Kentucky, 521 Lancaster

Avenue, Richmond Kentucky 40475-3121; E-mail: [email protected]