música_e_canto_litúrgica

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    Msica e Canto Litrgico

    Ir. Miria T. KollingI Introduo Sobre a Msica Sacra e Litrgica:

    O que diz Santo Agostinho, da sua experincia: a) Converso, na Baslica de Milo:Quantas lgrimas verti, quo violenta emoo experimentada, Senhor, ao ouvir em vossaIgreja os hinos e cnticos que o louvam. Ao mesmo tempo em que aqueles sons penetravam emmeus ouvidos, vossa verdade se derretia em meu corao, excitando os movimentos de piedade,enquanto corriam minhas lgrimas.... b) Diz ele aos seus fiis: Vs sois a trombeta e o

    saltrio, a ctara, o tmpano, o coro, as cordas e o rgo, salientando a importncia da voz, oinstrumento mais importante para o louvor de Deus.So tambm de Santo Agostinho as afirmaes: Se queres saber o que cremos, vem ouvir oque cantamos. Ainda: Cantar prprio de quem ama. E Quem canta bem, reza duasvezes.E ainda do grande doutor e bispo de Hipona a bendita afirmao: Poucas coisas so to

    prprias para excitar a piedade nas almas e inflam-las com o fogo do amor divino como ocanto. So Baslio: A melodia torna o texto desejvel e agradvel, como o mel que se acrescenta aum medicamento para dar-lhe bom sabor. A melodia ter de possibilitar que cantemos elouvemos a Deus com gosto e com jbilo, com alegria e simplicidade de corao .

    E So Joo Crisstomoafirma que Os salmos encerram toda a cincia. Santo Ambrsio, cantor e compositor de hinos religiosos:Canta-se o salmo e at mesmo oscoraes de pedra se abrandam. Vemos os pecadores mais obstinados chorarem, e osrecalcitrantes dobram-se.E ainda: Na verdade, no vejo o que os fiis podiam fazer de melhor, de mais til, de mais

    santo, do que cantar, quando reunidos para celebrar o Senhor como igreja.Martinho Lutero: A msica um dom lindo e precioso de Deus... digna de estar junto

    Teologia... A msica a coisa mais divina, depois da teologia.Beethoven: A Msica o pressentimento das coisas celestiais... uma revelao mais alta

    que a sabedoria e a filosofia.Santo Toms de Aquino:Onde a palavra termina, ali comea o canto.

    So Jernimo, comentando o salmo 136 Como cantar os cnticos de Sio em terraestrangeira? nos diz: Quando estamos servindo ao pecado e aos vcios e estamos desterradosem terra estrangeira, no podemos cantar a Deus.

    E Orgenes completa: O homem velho que se corrompe seguindo os desejos da carne, nopode cantar o cntico novo. O Conclio Vaticano II: A renovao da msica litrgica no

    mera questo de tcnica e artstica; requer a renovao do homem que canta, expressando ascoisas do esprito. Cantam realmente o Cntico novo s aqueles que se despem do homemvelho e vestem o novo. (cf Ef 4, 24).

    Gelineau:A msica e o canto so sacramentos do Verbo Encarnado!A Msica desperta no homem esta inquietude pelo Infinito, este desejo da Beleza, do Amor,esta nsia pela Plenitude, e torna-se assim um sinal de Deus e o caminho mais curto para oencontro com Ele. (Grande Sinal, Ed. Vozes A msica como caminho de espiritualidade,1985, pg. 730)

    II Partindo de Jesus Cristo, msico, salmista e cantor do Pai, ele o Kyrios, o Senhor.a) O Ambiente musical de Jesus nasce num ambiente que expressa sua f atravs do

    canto: desde o seu nascimento, o Glria cantado pelos anjos... a subida a Jerusalm comos pais , cantando os salmos de subida (120 a 134): Eu me alegrei, fiquei feliz...NaInfncia, o Magnificat, Benedictus, Nunc dimitis... A volta do filho prdigo celebrada

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    com canto, dana e festa... Na entrada de Jesus em Jerusalm, recebido com cantos,vivas, aclamaes...Chegada a plenitude dos tempos , Jesus apareceu como a expresso e o canto de

    Deus, o canto do novo salmo, o melhor intrprete do seu povo.Santo Agostinho: Quando o leitor sobe ao plpito, Cristo quem nos fala. Cristo

    tampouco permanece silencioso em vocs, quando cantam... no porventura o prprioCristo quem canta em sua voz?...b) Jesus Cristo, o salmista do Pai.

    - Os Salmos- composies lricas , foram feitas para serem cantados, e so o livrode cantos do povo de Israel, parte importante do culto sinagogal. Jesus, como bom

    judeu, freqenta o templo, participa da liturgia. Cantou com a voz, o corao e avida os cantos, hinos e salmos... Lc 4, 16 Como de costume, ele vai sinagogano dia de sbado, e l o profeta Isaas... Cita os salmos, por exemplo o Sl 133(132) Como bom e agradvel viverem os irmos unidos! Os salmos doHallel(= cantar hinos de alegria e louvor , conjunto dos salmos 113 ao 118, socantados nas grandes solenidades, como a Pscoa... Depois de terem cantado

    salmos, ele e seus discpulos foram para o monte das Oliveiras...- Em Jesus, msico, integram-se todos os valores. Ele dirige a orquestra do

    mundo, desde o nascente at o poente... Ele, o msico, a nossa msica... e a ele sedirige nossa msica. Ns, humanidade, somos como partitura de Deus... cadaqual, uma nota... s vezes dissonantes pelo pecado, mas convocados a ser notasharmnicas, acordes harmoniosos, por uma vida autntica e fiel a Deus.

    - A tradio viu nos salmos ao mesmo tempo a voz de Cristo rezando ao Pai e avoz da Igreja voltada para o seu Senhor. Santo Agostinho: Os salmos so avoz do Cristo total: a cabea e o corpo.

    - Jesus Cristo, regente da orquestra do mundo... Ele d sentido pleno sinfoniade Deus, a interpreta e dirige, Ele a Palavra que se fez Carne, se fez Msica...

    Nele integram-se todos os valores. ele o animador e diretor da sinfonia csmicaque ressoa desde o Oriente at o ocaso... Cada um de ns, uma nota na grandesinfonia da vida... Deus, o Cantus Firmus. Na Missa do incio do pontificadode Bento XVI, a 24 de abril de 2005, algum comentava (TV Cano Nova): Ocantor mudou, mas a msica a mesma, diramos, continua... Porque JC oCantor do Pai, o divino regente, que une as vozes e coraes em torno de si,atraindo-nos ao Pai, a quem se dirige o nosso louvor...Ele o msico e a prpriamsica!...

    - Jesus Cristo, assumindo a natureza humana, trouxe para este exlio terrestreaquele hino que cantado por todo o sempre nas habitaes celestes. Ele associa

    a Si toda a comunidade dos homens e une-a consigo na celebrao deste divinocntico de louvor. (SC83) Cristo, tendo cumprido sua obra redentora, enviou-nos o Esprito Prometido. Desde o dia de Pentecostes, o cntico novo continua avibrar nas cordas da harpa dedilhada pelo Esprito Santo na liturgia da Igreja,como um harmonioso e incessante dilogo entre o Esposo e a Esposa. Estecntico ainda a imagem e o anncio do louvor celeste, do cntico novo que o

    Apocalipse deixa entrever (Ap 5,9). Aquele, sim, ser o cntico novo porexcelncia, liberto dos limites materiais. (Grande Sinal Editora Vozes,dezembro 1985, no artigo A Msica como expresso da espiritualidade, deJos Weber, pg. 733.)

    III O canto e a msica na LiturgiaIntroduo:

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    No sentido cristo, a celebrao a festa pela obra salvfica de Cristo, atualizando a Histriada Salvao(sentido teolgico), manifestao visvel da salvao e da Igreja (sentido litrgico).(Pe. LucioFloro: A Liturgia a curtio da salvao que o Pai nos deu em Jesus Cristo).A celebrao tem um corpo (conjunto de sinais) e um esprito (motivo e estilo). Tem atos (osmomentos da celebrao), mas tambm tem fatores (os ingredientes de iluminao, ventilao,

    acolhida, personalizao, etc). Ela possui um dinamismo interno e um ritmo: no conjunto(incio, pice e encerramento), em cada parte (entre assemblia, presidente, ministros; entrepalavra, canto e silncio); nos modos de participao e nas atitudes, na orao comum (convite,orao pessoal, orao comunitria e orao presidencial).

    Esse dinamismo, com a estrutura da celebrao tem um encadeamento lgico, que se realizaem torno de 4 plos: os momentos sucessivos da celebrao: a convocao em torno doRessuscitado (assemblia); o dilogo salvfico (proclamao da Palavra e resposta do povo);os sinais com que a Aliana se renova e sela (memorial da Histria da Salvao); por ltimo,a dimenso do testemunho, misso e servio (dissoluo da assemblia).- Do livro Manualde Liturgia II CELAM, Editora Paulus, pg. 61-63.

    1) Fundamentos Funo e papel do canto litrgico: por que cantar?

    A msica parte essencial, necessria, integrante da liturgia (SC 112) expresso da f e da vida crist de cada assemblia. Em ordem deimportncia e, aps a comunho sacramental, o elemento que melhorcolabora para a verdadeira participao pedida pelo Conclio.:

    - Expressa melhor e mais profundamente a orao - Pelo canto, a orao seexpressa com mais suavidade Mais que as outras artes, aquela que expressa aessncia, o prprio ser e o mistrio celebrado.

    - Mais claramente se manifestam o mistrio da liturgia e da Igreja, Corpo Msticode Cristo, sua ndole hierrquica e comunitria, uma vez que a liturgia ao detoda a igreja.

    - Favorece e expressa a unidade - Mais profundamente se atinge a unidade doscoraes, pela unidade das vozes, vencendo o isolamento, criando sintonia eharmonia, acima de diferenas, idade, cultura e idiomas... Cantar em comum

    produz unio, torna os membros coesos entre si. (Canto do Hino Nacional: todoum ideal, um povo, assemblia). Portanto, o canto faz a comunidade. (Gelineau:uma comunidade que canta mais unida que uma que no canta.)

    - Enriquece e soleniza a celebrao, gerando festa: Nada mais festivo e mais grato nas celebraes sagradas do que uma assemblia que, em seu todo,expressa sua f e sua piedade por meio do canto. (MS 16). O canto soleniza umrito, tornando a celebrao mais plena, mais intensa, mais clara, possibilita suamelhor realizao, sendo gesto vocal que realiza o rito.

    - Exerce uma funo ministerial, no apenas como humilde serva da liturgia,mas uma nobilssima serva, como ministra da liturgia. Isso implica em duascondies: a) subordinar sua prpria identidade a uma funo, b) e por outro, suaao se transforma em verdadeira atividade sagrada, celebrante e santificadora.Pela primeira, a msica no atua na liturgia como nico critrio de sua autonomiaesttica, porm, longe de perd-la, sua prpria identidade artstica e seu ofcioexercem um autntico ministrio.

    - Eleva as almas mais facilmente, pelo esplendor das coisas santas at asrealidades supraterrenas, sobrenaturais. Sua solenidade no se d tanto pela

    polifonia, por um coral, mas pela participao de todos. A celebrao emcomum, e cantada, afesta. (Nossas festas em famlia que o digam!...)

    - Prefigura a Jerusalm celeste - Enfim, toda a celebrao mais claramenteprefigura aquela efetuada na celestial Jerusalm. (Quem no experimentou umpouco do cu na morte do nosso querido Joo Paulo II?... Como que pequenafresta da janela da casa do Pai se abriu... e foi um antegozo da liturgia celeste). O

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    livro do Apocalipse: canto novo dos resgatados diante do Cordeiro, quando Ele semanifestar em sua glria. Nossa liturgia terrestre deve prefigurar a do cu...

    - Ajuda a sair de ns mesmos, do nosso individualismo e comodismo, para vivero comunitrio, indo ao encontro do outro. Deixamos o eu para assumir o ns!

    - smbolo da polifonia da vida, onde somos to diferentes,como as notas de

    uma sinfonia, mas regidos por Deus, nosso cantus firmus, formamos a bela eharmoniosa sinfonia da vida, pela f e o amor celebrados na liturgia.- Gelineau cita trs servios da Msica Litrgica:

    . ser instrumento de orao e celebrao

    . viabilizar a festa

    . fazer entender o inaudito (msica no cheia de si mesma, mas portadora desilncio e adorao).

    2) Caractersticas da msica litrgica critrios principais:- Santidade sua finalidade ltima: glorificao de Deus e santificao dos fiis...

    A MS ser tanto mais santa quanto mais intimamente estiver ligada ao

    litrgica (SC 112) do sacro ao santo, ao litrgico... Do contedo genrico,geral, religioso, msica com finalidade exclusivamente litrgica, a servio doMistrio, da Palavra, do rito, msica para a liturgia. Assim, a santidade da msicavem de sua sacramentalidade, na dimenso do visvel e sensvel, quando ognio, a arte, a tcnica e a execuo musical revelam de forma humana o MistrioDivino celebrado JESUS CRISTO a Imagem que se v, a Palavra que seescuta, o Po que se consome no interior do tecido eclesial, na Igreja, quandocelebramos o mistrio da f. O Conclio: Cristo est sempre presente na sua

    Igreja, e de modo especial, nas aes litrgicas. Por isso, cada ao da Igreja,

    unida a Cristo, ao santa. Na liturgia, a msica no se canta nem se venera

    a si mesma, mas se torna epifania glria do mistrio celebrado: Deus canta o

    seu Verbo e concede-o; o artista encarna o Verbo e canta-o. (LOsservatoreRomano, 17 de janeiro 2004 Msica Santa para a Liturgia).

    - correo e singeleza das formas:/ beleza expressiva da orao - o texto da SCdiz que a Igreja aprova e admite no culto todas as formas de verdadeira arte,dotadas das devidas qualidades : sentido da orao, da dignidade e da beleza.Os cantos e as msicas devem corresponder s legtimas exigncias deadaptao e inculturao, evitando a leviandade e a superficialidade. Joo PauloII nos diz da Necessidade de purificar o culto de disperses de estilos, das

    formas descuidadas de expresso, de msicas e textos descurados e poucocondizentes com a grandeza do ato que se celebra.

    Quanto ao texto: sem academismos nem vulgaridades! Nem sofisticao dalinguagem nem expresses regionalistas inadequadas a um repertrio comum.Inspirao bblica: Sagrada Escritura e a prpria Liturgia - fontes bblicas elitrgicas, levando em conta a vida e realidade do povo. O texto deve focalizar afuno ministerial, a festa, o tempo litrgico... estar mais na linha do louvorgratuito, ao de graas, splica e perdo, numa linguagem dialogal e orante, eno moralizante ou catequtica. Leve em conta a dimenso comunitria e social.A Igreja oriental possui hinos litrgicos riqussimos. A Igreja ocidental, romanaadotou o latim, lngua concisa, difcil de traduzir... Aps o Vaticano II,convocados a compor cantos para a liturgia, as composies muitas vezes,tiveram uma dbil sustentao tanto teolgica, como doutrinria e espiritual, alm

    de pouca qualidade musical. A msica deve ajudar a penetrar no mistrio, numcrescendo...(Exemplos Viglia Pascal, recolhida... de repente um aleluia emritmo de twist, desconcentrando... Comunho canto de adorao Eucaristia...O canto de entrada Mezinha do cu em plena festa de Pentecostes!...)

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    Quanto melodia: (linguagem privilegiada, que fala alma, toca o maisntimo...arte do tempo e do som, a mais abstrata, por isso a mais espiritual e divina dasartes), deve ser simples mas bela - a simplicidade no se ope qualidade.

    Necessidade de assessoria tcnica caractersticas rtmicas e harmnicas;contedo de melodia e texto correspondam aos diversos momentos da ao

    litrgica. Deve ser nobre e ao mesmo tempo despojada do mundano, pois suafuno sublinhar, revelar o sentido das palavras, favorecendo melhorinteriorizao do mistrio que se celebra, realar o texto, provocar o louvor, a

    splica, o perdo, a interiorizao, a aclamao, a entrega, a comunho...Amsica um dos caminhos mais curtos para o encontro entre Deus e o homem...A Msica serva humilde (conforme Bach e Pio X), mas serva extremamentenobre da liturgia, no dizer do Papa Pio XI em sua Constituio Apostlica DiviniCultus (1928): O canto e a msica so a encarnao da Palavra revelada, dodilogo salvfico... uma experincia orante feita pela Igreja que celebra omistrio pascal de Jesus Cristo. Deve favorecer o canto do povo.

    - Entre os gneros preferidos, est o Canto Gregoriano, mas tambm os outros

    gneros de msica sacra, sobretudo a polifonia e o canto popular religioso.Quanto a este, diz a SC: O canto popular, de fato, constitui um vnculo deunidade, uma expresso alegre da comunidade orante, promove a proclamaode uma nica f e d s grandes assemblias litrgicas uma incomparvel erecolhida solenidade.Admirvel a afirmao: Graas palavra, a msica pode nomear a Deus de

    Jesus Cristo; graas msica, a voz humana pode pronunciar o inefvel.!(Universa Laus, citada por Antonio Alcalde). Portanto, os trs grandes tesouros damsica sacra so: o canto gregoriano, a polifonia sacra e o canto popularreligioso.Relao entre msica e Palavra a Palavra tem uma funo central. Nossoculto nico e definitivo Jesus Cristo; Ele a Palavra definitiva. E essa palavracom que o Filho ( e ns, nele, com ele, por ele), responde em obedincia ao Pai,faz com que a Liturgia tenha essa estrutura dialogal: Palavra entregue,

    proclamada, que responde como oferenda espiritual..... Palavra plena, palavra-msica, que sai do corao e chega at o corao (Beethoven).

    Como deve ser a msica litrgica:- fcil e simples (no vulgar nem simplria)- meldica e no estridente (no pegajosa)- diatnica e de estilo silbico (cada slaba corresponda sua nota musical)

    - clareza de tom e modo- evoque um mundo de mistrio e transcendncia- esteja a servio da palavra, cantando-a com clareza; aderncia!- Penetre e vivifique a palavra, meditando e aprofundando o texto.

    O silncio sagrado funo musical do silncio: pausa reflexiva, deconcentrao, de eloqncia do interior (ato penitencial, orao, aps leituras,relato da Paixo, aps a Comunho...) x barulho, agitao, rudo...S sabe cantarquem sabe silenciar para ouvir Deus. um silncio fecundo...

    - As exigncias da prpria liturgia: O canto da liturgia Palavra que se fazcanto, canto que nasce do corao em que o Verbo se encarna por obra do

    Esprito Santo. Deve exprimir a solenidade da celebrao e a unanimidade da

    assemblia, tendo como finalidade a glria de Deus e a santificao dos fiis.Frei Alberto Beckuser, citando o Cardeal Daneels, em artigo, diz: A Liturgiano nos pertence... ela de Deus, dom oferecido humanidade por Cristo e emCristo. No somos ns que a fazemos, ela que nos faz. No a possumos, ela

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    que nos possui... devemos deixar-nos conduzir por ela. Quem celebra e fazmemria a Igreja, que celebra a Sagrada Liturgia de JC, seu servio de

    salvao da humanidade, que ele realizou por sua Encarnao, Paixo-Morte, Ressurreio e Ascenso aos cus... Celebramos atravs dos gestos, sinais,smbolos ( pessoas concretas, a Palavra, elementos da natureza, objetos, gestos e

    posturas do corpo, o tempo da Liturgia e a Liturgia no tempo, a linguagem dosilncio, da arte do tempo que a msica, o canto... Todos os sinais, smbolos,ritos so formas de viver a comunho com Deus, de fazer a experincia com oSenhor.(Mistrio o prprio Deus. Comunho de vida e de amor que nos comunicado.)

    - A participao da comunidade tomar parte, ser participante... A assembliatoda, como povo proftico, sacerdotal e real, tem direito e dever de participar daSagrada Liturgia participao consciente (formao litrgica) ativa (escuta esilncio - escuta da Palavra, e palavras, gestos, canto... os 5 sentidos participam)e plena ( de corpo e alma, ser inteiro...) de maneira frutuosa (frutos de vida,amor, converso)... A assemblia tem a PRIMAZIA!

    - Resumindo as caractersticas da msica sacra/ litrgica (Joo Paulo II, noseu Quirgrafo, retomando Pio X): A ML deve, de fato, responder aos seusrequisitos especficos: a plena adeso aos textos que apresenta, a consonnciacom o tempo e o momento litrgico para o qual destinada, a adequadacorrespondncia aos gestos que o rito prope. Os vrios momentos litrgicosexigem, de fato, uma expresso musical prpria, sempre apta a fazer emergir anatureza prpria de um determinado rito, ora proclamando as maravilhas de

    Deus, ora manifestando sentimentos de louvor, de splica ou ainda de melancoliapela experincia de dor humana, uma experincia, porm, que a f abre perspectiva da esperana crist. (n. 5)

    3. Relao entre msica e rito - Trs tipos de canto na Celebrao, em grau de importncia:a) Missa em Canto Cantos do presidente da Celebrao e dos ministros em dilogo do

    Ordinrio com a assemblia: saudao inicial do presidente, orao do dia, introduoao Evangelho- dilogo, orao sobre as oferendas, prefcio, as diversas aclamaes naOrao Eucarstica,Orao do Senhor (Pai Nosso) introduo e prolongamento(embolismo), orao e saudao da paz, orao aps a comunho, as frmulas dedespedida.

    b) Os cantos que constituem o rito:- As Partes do Comum da Missa, chamadas PartesFixas, os Cantos do Ordinrio, cantados em comum, pelo presidente, os ministros e todaa assemblia: Senhor, tende piedade de ns- Kyrie, Glria, Salmo responsorial, Creio

    (Smbolo dos apstolos), Preces, Santo, aclamao memorial, doxologia final.c) Os cantos que acompanham o rito As partes prprias de cada Missa: (o prprio daMissa)canto de abertura, asperso do povo, aclamao ao Evangelho, resposta da oraouniversal dos fiis, canto das oferendas, frao do po (Cordeiro de Deus) e canto dacomunho. Ainda: Canto da paz, aps a comunho e louvor final, facultativos.

    Observaes:1) Os cantos que constituem o rito so mais importantes que os que

    acompanham o rito. Vantagem: no precisar de papel, e sim cantadosde cor, favorecendo a comunicao.

    2) No devem ser substitudos por parfrases, outros cantos...

    3) Melodias respeitem os diversos gneros e formas: dilogos, proclamaode leituras, salmodias, antfonas, hinos e cnticos, aclamaes (Aleluia,Santo, Amm, intraduzveis...) Outras formas: balada, lied, coral,spirituals, nossas canes...

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    4) Equilbrio entre as partes cantadas, usando a criatividade, dependendoda festa ou solenidade, da assemblia, das possibilidades...

    5) Repertrio adequado comunidade sensibilidade, bom senso, escolhacriteriosa.

    6) Na escolha dos cantos, no fazer opo pelo novo, mas pelo

    melhor... Busquemos o melhor, e o melhor ser o novo.SantoAgostinho nos diz que melhor cantar um canto velho com umcorao novo do que cantar um canto novo com um corao velho.

    7) Equilbrio entre cantar tudo e entre cantar nada. Os mais importantes:Santo, Amm (Doxologia Aclamaes) e o Salmo.

    8) CantarA liturgia, no NA liturgia, um canto qualquer, dispersivo... maso rito, a Palavra, a festa, o mistrio celebrado.

    4. Funo ministerial da msica e do canto:a) Canto processional de Entrada (acompanha o rito, o movimento, a procisso) conforme

    Santo Agostinho: Canta e caminha! Finalidade: constituir e congregar a assemblia,

    introduzindo-a no mistrio a ser celebrado tempo litrgico, sonorizar o carter festivo dacelebrao, fomentar a unio dos fiis, dar o tom da celebrao. O Missal Romano diz: ...seja adequado ao sagrada ou ndole do dia ou do tempo litrgico, elevando seus

    pensamentos contemplao do mistrio litrgico. Pode ser usada a antfona com seusalmo (Gradual Romano) ou outro canto, executado pelo povo ou alternando grupo coral e

    povo. Caractersticas: ser de grande amplido, alegre e vibrante, de preferncia em tommaior, ritmo binrio (hino ou canto estrfico: refro e estrofes), de preferncia a uma svoz, para facilitar o canto do povo. Santo Agostinho descreve o incio da missa da Pscoade 426, em sua catedral de Hipona: Dirigimo-nos para onde estava o povo; a igrejaestava superlotada, nela ressoavam os gritos de alegria: Graas a Deus, Deus sejalouvado! Ningum se mantinha calado... Saudei o povo: as aclamaes recomearam,com ardor multiplicado. Por fim fez-se silncio, e foi lida a passagem das divinasescrituras relacionadas com a festa. (do livroDe Civitate Dei)

    b) O rito penitencial Senhor, tende piedade ou Kyrie eleison - uma aclamaosuplicante endereada a Cristo, o Senhor, louvando-O e sua misericrdia. Pertence aoscantos rituais, constituindo o prprio rito da celebrao (Ordinrio da Missa) No o AtoPenitencial, mas sim uma doxologia ou proclamao da bondade e misericrdia de Deus,cantado aps o Ato Penitencial e a absolvio, a no ser que j tenha participado domesmo, atravs das vrias frmulas apresentadas pelo Missal Romano, como variantedeste. Historicamente oKyrie eleison parece provir da Orao dos fiis, com carter deladainha. Aps o Conclio Vaticano II: um canto mediante o qual os fiis aclamam o

    Senhor e imploram sua misericrdia. Quando So Dmaso mudou a missa do grego parao latim, deixou o Kyrie imutvel, em grego, e assim atravessou os sculos. Seriacompletamente alheio a seu carter substituir o Senhor por um hino, estrfico ou no.(Kyrios foi o nome mais comum dado a Cristo Ressuscitado pelos primeiros cristos).Faro parte dele o povo e os cantores. Importa no acentuar demais o aspecto penitencialna Celebrao Eucarstica, evitando tambm parfrases e outros cantos penitenciais.

    c) Glria Diz a Introduo do Missal Romano: O Glria um hino antiqssimo evenervel, pelo qual a Igreja, congregada no Esprito Santo, glorifica e suplica a Deus Paie ao Cordeiro, portanto de carter doxolgico (louvor, glorificao). cantado de formadireta pela assemblia dos fiis ou pelo povo em alternncia com os cantores, ou ainda s

    pelo coro. ( n.53) uma das peas mais antigas da Missa, incorporada pela igreja

    romana no sculo II, por ocasio do Natal. Sua nota dominante: o jbilo, louvor confiantee alegre... Como hino que , deve ser cantado. Pode ser dividido em trs partes: a) o cantodos anjos, na noite de Natal; b) os louvores a Deus Pai; c) os louvores seguidos de splicase aclamaes a Cristo, o Cordeiro, o Kyrios , o Senhor. Canto em prosa , conforme Missal

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    Romano, h vrias melodias. Metrificado pela CNBB, outras tantas. Evitar os Glorinhas,trinitrios, que abreviam o contedo rico do mesmo. No deve ser substitudo por outrocanto de louvor, pois faz parte dos cantos rituais, o prprio rito. Santo Agostinho nos das caractersticas do Hino, que so trs: um canto com louvor a Deus, que pois, deveconstar do seguinte: do canto, do louvore de que seja dirigido a Deus.

    d) Salmo Responsorial O costume de se cantar o salmo aps a leitura remonta aos primeiros sculos do cristianismo, prtica herdada do culto da sinagoga judaica. SantoAgostinho fala do valor do salmo cantado durante a liturgia da palavra, como uma leituracantada. Faz parte integrante da Liturgia da Palavra, como resposta orante da comunidade proposta e s maravilhas proclamadas por Deus na primeira leitura, e deve ser cantadode forma dialogal, o texto de preferncia extrado do Lecionrio, que a nossa Bblialitrgica. Importncia da funo do salmista, ao mesmo tempo ouvinte e ministro daPalavra; ele proclama o salmo no ambo mesa da Palavra. O salmo a proclamao daPalavra cantada, por isso requer-se o mnimo de preparo tcnico e vocal , litrgico emusical do salmista. Devido sua importncia, no deve ser omitido nem substitudo porcanto de meditao. um canto ritual interlecional, cantado entre as leituras..

    e) Aclamao ao Evangelho, o Aleluia -adaptao portuguesa doHalel Yah = LouvaiJav. Portanto, convite ao louvor jubiloso, atravs do qual a assemblia dos fiis acolhe oSenhor que vai falar no Evangelho; como um viva pascal ao Verbo de Deus, que nosdirige palavras de vida eterna. uma solene e jubilosa profisso de f cantada, aclamandoJesus Cristo. Portanto, sendo aclamao, um grito com que exteriorizamos nossos mais

    profundos sentimentos e experincias de vida, projetando-nos para fora de ns, algo queespontneo brota do interior e se faz exclamao, grito de jbilo. Por isso, deve ser breve,denso e sonoro. Tambm por isso mesmo, s pode ser cantado, no se l, no se diz, s secanta... O ideal: Aleluia (todo o povo) + versculo do dia ( solista ou coral) aclamao-

    jbilo. (As aclamaes so importantssimas para a participao do povo). Na Quaresma substitudo por outra aclamao, mas tambm vibrante e sonora. cantado por todos, de

    p, podendo acompanhar a procisso com o Evangelirio, do altar para o ambo, hoje jto em uso nas nossas liturgias. (Aclamar = aplaudir, aprovar entusiasticamente... NossasMissas com o Papa...) Pode-se repetir a aclamao como resposta ao Senhor que nos falou,no final do Evangelho.

    f) Credo A profisso de f menos apta para ser cantada por toda a assemblia, mas aInstruo Geral do Missal Romano prev: O smbolo deve ser cantado ou recitado pelo

    sacerdote com o povo aos domingos e solenidades; pode-se tambm dizer em celebraesespeciais de carter mais solene. Quando cantado, entoado pelo sacerdote ou se foroportuno, pelo cantor ou pelo grupo de cantores; cantado por todo o povo junto, ou

    pelo povo alternando com o grupo de cantores. Foi introduzido lentamente na liturgia da

    Missa. Chegou a Roma pelo sculo X, embora na Espanha j fosse aceito no sculo III . Apartir do canto polifnico, se tornou uma pea musical brilhante. Os documentos dizemque no existe obrigao de cant-lo, pois no hino nem aclamao, mas sim profissode f. Se for cantado, procure-se faz-lo como de costume, todos juntos oualternadamente. Existe a possibilidade de cantar a frmula mais breve, denominadasmbolo apostlico, mas no pode ser substitudo por canto religioso. possvel utilizartradues adequadas nas missas com crianas. Tem como finalidade exprimir oassentimento do povo como resposta Palavra de Deus escutada nas leituras e nahomilia e, ao mesmo tempo, recordar-lhe a regra de f, antes de comear a celebrao da

    Eucaristia. a afirmao da unidade da f, no s atravs das diferentes comunidades,mas atravs dos tempos.

    g) A orao universal, Preces - A restaurao da Orao Universal foi dos melhores xitosda reforma litrgica. Afirma o Ordo da Missa: Na orao universal ou orao dos fiis,o povo reza por todos, exercendo deste modo o seu mnus sacerdotal..A ordem aseguinte: a) pelas necessidades da Igreja; b) pelas autoridades civis e pela salvao do

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    mundo; c) por aqueles que sofrem dificuldades; d) pela comunidade local. uma heranada tradio judaica, que gostava de acrescentar s bnos oraes de splicas, e desde oincio do cristianismo foram aceitas e multiplicadas... Pode ser considerado como parte doOrdinrio da Missa. Nem sempre as Preces vo ser cantadas, mas o seu canto lhes daruma solenidade e intensidade especiais. Podem ser cantadas de vrios modos, com

    diversas frmulas propostas e respostas pelo Missal Romano, salientando o refro cantadopor toda a assemblia. A introduo, as preces e a concluso so recitadas.h) Canto das oferendas - ( Liturgia Eucarstica) Preparao dos dons. canto que

    acompanha a apresentao dos dons do po e do vinho, facultativo e tem verdadeirosentido quando houver a procisso das oferendas para o altar. Diz a Instruo do Missal:O canto das oferendas acompanha a procisso das oferendas e se prolonga pelo menosat que os dons tenham sido colocados sobre o altar. Portanto, no deve se prolongar,uma vez que acompanha o rito da procisso com os dons. No um canto para oferecer osacrifcio: a nica oferta Jesus Cristo e ns, por Ele, com Ele e nEle, em sacrifcio vivoe santo; , sim, canto para apresentaros dons e preparara mesa do altar, aps a liturgiada Palavra... Por isso, evitar os cantos de ofertrio. Momento com muitas possibilidades,

    dependendo da solenidade ou da festa: um hino a Jesus Cristo, ao Esprito Santo, a Mariaou outro; um solo de rgo ou outro instrumental, um dueto vocal, o coro, alm deresponder cantando orao de bno: Bendito sejais, Senhor Deus do Universo...(Os momentos da preparao dos dons: a apresentao do po, a apresentao do vinho, amistura da gua e do vinho, as outras oferendas nossa partilha fraterna, e a orao sobreas oferendas.A apresentao dos dons o prtico de entrada da oferenda eucarstica).

    i) Sanctus, a aclamao do universo (A Orao Eucarstica Introduo: antfona, Cnon,orao eucarstica) Tem sua origem no Oriente, sculo II. O texto bblico: um manto deretalhos, uma compilao de textos bblicos As duas primeiras aclamaes, tiradas deIsaas, de sua viso dos anjos prostrados diante do altar... Toda a terra est cheia de sua

    glria Hosana. do hebraico Hosiah-na= d a salvao, do salmo 118,25 Senhor, dai-nos a salvao! Nas alturas = Deus que habita os altos cus... Bendito o que vem: Sl118,26, que a tradio transformou numa aclamao messinica: Bendito O que vem emnome do Senhor!, festejando e aclamando o Senhor, quando de sua entrada emJerusalm. (Mt 21, 9). Portanto, o clima bblico do Santo de celebrao gloriosa: teofania(manifestao de Deus), deve produzir expresso exuberante de alegria, aclamao

    jubilosa, unnime e solene com que se conclui o prefcio (que inicia a orao eucarstica, edevia ser cantado).O santo, como o salmo e o Amm doxolgico, o principal dos cantosdo Ordinrio da missa. a primeira aclamao da assemblia na prece eucarstica, e comohino-aclamao, deve ser profundamente festivo e jubiloso, evocando a aclamaoentusiasta do povo no dia de Ramos, a parusia gloriosa no fim dos tempos, ambiente de

    festa em que cu e terra se unem, reunindo num louvor csmico e universal, os santos docu e a Igreja da terra. Segundo o Apocalipse, o Sanctus a aclamao da liturgia celeste.A assemblia deveria ficar vontade e alegre, ao cantar esse louvor solene, sentindo-seintrprete fundamental desta aclamao, a primeira e mais importante a ser cantada pelacomunidade. A melhor forma de cantar o Santo a forma direta. No deve ser substitudo

    por verses to livres que no correspondam doxologia bblica.j) Aclamao Memorial Esta aclamao, tal como a conhecemos hoje, foi inserida aps o

    Vaticano II. Logo aps a narrativa da Instituio, o presidente canta ou diz: Eis oMistrio da f! e todos aclamam,de p, como povo ressuscitado em Cristo:Anunciamos, Senhor, a vossa morte... ou Toda vez que se come deste po... ou aindaSalvador do mundo... , proclamando sua f em tom aclamativo, fazendo memria do

    mistrio pascal de Cristo sua vida e mensagem salvadora, sua paixo e morte,ressurreio e ascenso ao cu, enquanto aguarda a sua vinda gloriosa. Tem, portanto, umcarter pascal, diferente daquele cunho dramtico-devocional, que perdurou por sculosem nossa liturgia, com relao narrativa da instituio, antes do Conclio Vaticano II.

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    No pode ser substituda por cantos de adorao ou benditos...Segundo Antonio Alcalde,em seu livro Canto e Msica litrgica, qualquer das trs aclamaes vlida. Masrecomenda: Advento e Natal Anunciamos, Senhor...; Quaresma e Pscoa Salvadordo mundo... ; Tempo Comum- Toda vez que se come..., mas a primeira a mais usadanos domingos.(Tambm chamada de Anamnese, do grego= lembrana, comemorao).

    k) Aclamao doxologia final - O grande Amm - Ao Pai, pelo Filho, no EspritoSanto. Conclui a Orao Eucarstica: Ao Por Cristo, com Cristo, em Cristo..., recitadoou cantado pelo presidente, enquanto eleva ao Pai com bastante expressividade o po e ovinho transformados em Corpo e Sangue do Senhor, portanto em Eucaristia e ao degraas, a assemblia deve aderir e prorromper com o Amm, muito vibrante e solene,repetido vrias vezes, cantando portanto, e podendo-se aplaudir. Este amm nos lembranossa dignidade de povo sacerdotal, participando com ele da prece eucarstica.Lembra-nosSanto Agostinho: Seu amm sua assinatura, seu consentimento, seu compromisso.E So Jernimo recorda-nos que esse Amm ressoava como um trovo nas baslicasromanas. o movimento do universo rumo eternidade de Deus, aquilo que o gesto dadoxologia quer significar. Toda a criao nasce do corao do Pai, como fruto do Seu

    amor. Toda a criao alcana a sua existncia por Cristo, primognito de toda criatura(Col 1, 15). Toda a criao habitada pelo Esprito que a enche do Seu amor. (LembraPe. Busch os pedaos da vida que vamos oferecendo, o amm da vida inteira entregue...

    AMEM! ALELUIA1) Nosso Papa Joo Paulo II- sua ltima palavra: Amm! SEMPREdevia ser CANTADO,pois de fundamental importncia. H vrias frmulas no Missal.

    l) Pai Nosso: a orao dos filhos Chegou at ns por dupla tradio:Mateus 6, 9-11 eLucas 11,2-4. So sete peties, das quais as trs primeiras celestes Deus, sua Vontadee seu Reino, e as quatro seguintes terrestres , pois dizem respeito a ns, humanos. O

    prprio Jesus n-la ensinou, dirigindo-se a Deus como Abba, Pai!. Provavelmente foiintroduzido naMissa com Santo Ambrsio, pelo sculo IV. A celebrao eucarstica emsi mesma louvor dos filhos ao seu Pai do cu. Pode-se cantar o Pai Nosso, numa melodiasimples, em forma de cantilena, ou gregoriano. Sendo um texto bblico, no deve sersubstitudo por parfrases ou outros textos. O Pai Nosso na Missa no conclusivo, e simnos introduz ao rito da comunho. Por isso no se dizAmm no final.

    m) Embolismo- Livrai-nos de todo o mal, Senhor! A palavra vem do grego (embolisma pea aplicada a um vestido, a um desenvolvimento literrio, a partir de um determinadotexto). Assim, O Pai Nosso termina com mas livrai-nos do mal. E o embolismo

    prossegue, acrescentando-lhe Livrai-nos de todo o mal, Senhor..., o que pareceremontar ao tempo de So Gregrio, pelo sculo VI. Pergunta-se: seria necessriocompletar a palavra de Jesus?... No basta o Pai Nosso?... E continua: enquantoesperamos a vinda de Jesus Cristo, nosso Salvador... enquanto aguardamos a jubilosa

    esperana e a vinda gloriosa do nosso Salvador, Jesus Cristo. O embolismo termina peladoxologia Vosso o reino e o poder e a glria para sempre , que no faz parte do PaiNosso de Mateus, mas foi inserida pelo sculo II, muito usada nas igrejas do Oriente,assim como pelos protestantes e anglicanos. O novo Missal, Romano integrando-a nanossa liturgia, une-se tradio das outras Igrejas crists.

    n) O rito da Paz O Missal explica: Os fiis imploram a paz e a unidade para toda aIgreja e para toda a famlia humana; e sadam-se uns aos outros, em sinal de mtuacaridade.(56) Consta de trs elementos: a orao pela paz, a saudao, qual aassemblia responde O amor de Cristo nos uniu e o gesto da paz, que facultativo. Nofaz parte da tradio litrgica entoar-se um canto durante a saudao. Mas este sinal defraternidade foi muito bem acolhido pelo povo, tornando-se um dos elementos de maior

    participao de toda a assemblia. Se h um canto durante a saudao da paz, que sejacurto e leve, e no tenha um contedo de fraternidade e amizade apenas, mas um annciode que Jesus traz a verdadeira paz. Ele nossa paz.(Ef 2, 34). Portanto, deve referir-se aCristo, paz do Ressuscitado. No deve ofuscar nem invadir o canto que acompanha o rito

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    da frao do po, o Cordeiro de Deus. A questo est na seleo dos cantos apropriadospara este momento... Cuidado para no abusar dos cantos de paz, deixando-os para os diasmais solenes, festas especiais, optando de preferncia por cantar o Cordeiro de Deus, aorealizar a frao do po.

    o) Cordeiro de Deus - Foi introduzido na Missa pelo Papa Srgio, no sculo VIII,

    inspirando-se nas palavras de Joo Batista, ao saudar Jesus: Eis o Cordeiro de Deus, quetira o pecado do mundo... , e com acentos de glria e louvor tirados do Apocalipse, ondeo Cordeiro aparece com toda a sua majestade pascal. De incio, um canto litnico, ainvocao era repetida enquanto durasse o rito que ela acompanhava. No sculo XI asinvocaes foram limitadas a trs, sendo que a ltima conclui com o Dai-nos a paz! OMissal Romano acrescenta: Pode repetir-se o nmero de vezes que for preciso, enquantodurar a frao do po.(n.63) Compete ao povo/ animador do canto/ coral e no aosacerdote, entoar este canto, acompanhando o partir do po para a comunho,

    preparando-se a assemblia para participar do banquete pascal do Cordeiro imolado eglorioso, ele nossa paz.

    p) O Canto processional da Comunho Acompanha o rito da Comunho, sendo o canto

    mais antigo da missa, aparecendo j em Roma no sculo IV. Inicialmente se entoava oSalmo 34 (33) Provai e vede como o Senhor bom. Feliz de quem nele espera, nada lhe

    falta, ser feliz. (Foi minha primeira composio, em 1969, e est gravada num simplescompacto, que guardo como relquia. Vale a pena registrar...) So Jernimo nos fala destecanto, que com o tempo, foi cantado aps a comunho, o chamado postcommunio. Diz aIntroduo Geral ao Missal Romano: Enquanto o sacerdote e os fiis recebem oSacramento, tem lugar o canto da comunho, canto que deve expressar, pela unio dasvozes, a unio espiritual daqueles que comungam, demonstrar ao mesmo tempo a alegriado corao e tornar mais fraternal a procisso dos que vo avanando para receber oCorpo de Cristo. O canto tem incio quando o sacerdote comunga, prolongando-seenquanto os fiis comungam at o momento que parea oportuno. Um canto adequado comunho dever corresponder ao sinal que est sendo realizado: a refeio fraternal doCorpo e do Sangue de Cristo, na fraternidade e alegria da participao do banqueteeucarstico. Uma assemblia que caminha cantando em busca do dom gratuito e generosodo Pai que se senta mesa com seus filhos e a todos alimenta com o Seu Filho Jesus, smbolo de uma Igreja a caminho, alegre e festiva. Agora e aqui na terra, todosconvidados para a Ceia do Senhor; e um dia, jubilosos convidados para as Bodas doCordeiro, o Cristo glorioso, no cu... Portanto, no so apropriados os antigos cantos deadorao ao Santssimo Sacramento, nem cantos subjetivos e intimistas, de mensagemgenrica. Na medida do possvel, esteja em consonncia com o evangelho proclamado: aPalavra se faz Eucaristia! normal que os cantos de comunho tenham, de alguma

    forma, a participao de toda a comunidade. A respeito do grupo dos cantores, que sempre uma questo com muitas dvidas, diz o Missal Romano: O grupo dos cantores ,segundo a disposio de cada igreja, deve ser colocado de tal forma que se manifesteclaramente sua natureza, isto , que faz parte da assemblia dos fiis, onde desempenhaum papel particular; que a execuo de sua funo se torne mais fcil; e possa cada umde seus membros facilmente obter uma participao plena na Missa, ou seja, participao

    sacramental. (n.312) No h necessidade de multiplicar cantos durante o rito dacomunho: silncio, alternncia entre canto e instrumento, algum solo, repetio do refro,convm mais, refletindo a unidade do mistrio celebrado e da assemblia como um todo.

    q) O canto aps a Comunho O Missal Romano lembra a possibilidade de entoar umsalmo, hino, refro orante: Terminada a distribuio da Comunho, se for oportuno, o

    sacerdote e os fiis oram por algum tempo em silncio, recolhimento, interiorizao. Sedesejar, toda a assemblia pode entoar ainda um salmo ou outro canto de louvor ou hino.(n.83) um canto facultativo, no necessrio, e s vezes nem desejvel, quando j houveum canto de comunho, com participao do povo, que se prolongou por algum tempo .

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    (Estudo 79 da CNBB), no cabendo neste momento Orao pelas vocaes, Ave-Marias,homenagens...(Homenagens e avisos so feitos aps a Orao, antes da bno final).Tem-se estimulado ultimamente em nossas igrejas o refro bblico, que pode ser entoado

    por um solista, ou grupo de canto, envolvendo aos poucos toda a assemblia, num climaorante, brotado do silncio. Equilbrio, bom senso, sensibilidade so sempre o melhor

    caminho para dosar canto e silncio, levando a assemblia ao encontro com Deus.r) Louvor Final No est previstoochamado canto final, no faz parte da estrutura damissa, aps a bno e despedida do sacerdote, uma vez que com o Ide em paz, aassemblia est dispensada. Na sada do povo, o mais conveniente seria um rgo oumsica instrumental, como acontece nas igrejas da Europa., ou uma bela interveno docoro/ grupo de canto...Mas nosso povo de certa forma o incorporou ao seu repertriolitrgico, de modo que pode-se entoar um canto devocional a Maria, ao santo

    padroeiro, ou outro, em vista da misso, de carter mais livre.

    5. O ministrio da msica e do canto O canto no deve ser considerado como mero ornamento que se acrescenta orao,

    como algo extrnseco, mas antes como algo que emana do profundo do esprito daquele quetrabalha e louva a Deus, e mostra de maneira plena e perfeita a ndole comunitria do culto

    cristo. (IGLH 270). O ministrio do canto exercido por todos os membros da assemblia ,de acordo com suas diferentes funes litrgicas. H cantos que cabem a toda a assemblia,outros que cabem ao ministro, ao coro, ao grupo de canto, ao salmista, sendo que a funo doanimador ou dirigente do canto muito especial.

    a) A assemblia, comunidade celebrante -Nada mais festivo e mais grato nascelebraes sagradas do que uma assemblia que, em seu conjunto, exprime sua f e

    sua piedade por meio do canto.(MS 16) A assemblia o ministro principal da msicae do canto. Todos - ministros, cantores e povo formam uma grande comunidade, sinalda assemblia universal e definitiva em que toda criatura , do cu e da terra, cantarquele que est sentado no trono e ao Cordeiro, louvor, honra e glria pelos sculos dossculos. (Ap5, 13). B. Huijbers, em seu L`art du peuple clebrant: O canto comum um termmetro que marca o grau de participao de uma assemblia... No se trata

    aqui de uma obrigao, mas sobretudo de uma graa. Cantar com os outros pressupe

    que a pessoa se entregue e revele algo ntimo... A celebrao assume sua verdadeira

    imagem quando todos comeam a cantar juntos. A renovao litrgica do Vaticano IItem sua principal razo de ser na participao do povo de Deus no mistrio de Deus quese realiza na liturgia. O povo tem o direito e o dever a esta participao. (SC 14)Todos os servios e ministrios nascem da comunidade e a ela se destinam., para suamelhor participao e crescimento espiritual e a edificao do Corpo de Cristo.

    Portanto, a assemblia tem a primazia na participao pelo canto!b) O coral e o seu ministrio na comunidade A Ordenao Geral do Missal Romano dizque Entre os fiis, o coro e os cantores exercem um ofcio litrgico prprio, tendosempre em vista favorecer a participao ativa dos fiis no canto. O coro desempenhaum verdadeiro ministrio, em benefcio da prpria comunidade, sobretudo:1) pelavalorizao da liturgia cantada (MS 5); 2) pela observncia do sentido e da natureza

    prpria de cada rito e canto (MS 6); 3) pela necessidade de variao nas formas decelebrao e de participao (MS 10); 4) pelo auxlio que presta participao do povo(MS 19 ).

    c) O animador do canto e seu ministrio na comunidade Providencie-se haja aomenos um ou outro CANTOR, devidamente formado, o qual deve ento propor ao povo

    ao menos as melodias mais simples, para que este participe, e dever oportunamentedirigir e apoiar os fiis. Convm que haja tal cantor tambm nas igrejas dotadas decoral. (MS 21). importante haver um bom ensaiador-animador, pois dele depende emgrande parte a boa participao cantada do povo. Algum que tenha verdadeira

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    capacidade de comunicao, que exteriorize sua liderana, que faa vibrar toda aassemblia com seu prprio entusiasmo; algum afinado, cuja voz possa chegar a todos ,movendo-os com seu dinamismo e convico. O bom animador/dirigente/guia deve

    preocupar-se com seu volume e tom de voz, sua vocalizao, sua expresso corporal(expresso do rosto, gestos e posio), seu lugar no interior da assemblia, o uso do

    microfone. No bastam a boa vontade e a f para uma boa interpretao do canto comoanimador animar no como numa festa ou show, mas o momento da celebrao exigeoutro tipo de animao. Cesrio Gabarain nos d algumas orientaes: Deve ficar numlugar visvel, mas ao mesmo tempo discreto. Bem visvel para que possa transmitirdevoo, segurana e confiana. Discreto para nunca se transformar no centro dacelebrao...

    d) Instrumentistas e seu ministrio na comunidade - Os instrumentistas podem ser degrande utilidade na liturgia, quer acompanhando o canto, quer sem ele. (MS 25), medida que prestam servio Palavra cantada, ao rito e comunidade em orao. Oinstrumento, como a voz humana, no deve em si ser classificado como sacro ou profano.Vai depender do uso que dele fazemos, do contexto em que tocamos, da integrao do

    mesmo na Celebrao, nos diversos ritos e momentos celebrativos.Os documentos daIgreja abrem espao para a inculturao: Para admitir e usar instrumentos na liturgia,deve levar-se em conta o gnero, a tradio e a cultura de cada povo . (MS 63) Algumasfunes: sustentar o canto, facilitar a participao e criar a unidade da assemblia, com aadvertncia de que o som dos instrumentos jamais cubra as vozes, de modo que ostextos e a mensagem sejam claramente ouvidos e compreendidos. Quanto aosinstrumentistas, o documento sobre a Msica Sacra adverte tambm: ... no somente

    sejam virtuoses no instrumento que tocam, mas tenham entranhado conhecimento doesprito da liturgia e dele estejam penetrados. Assim, alm da qualificao tcnica,espera-se que tenham formao litrgico-musical bsica, e vivncia litrgica, para que

    possam melhor exercer sua funo, servindo liturgia, e no se servindo dela parapromoo pessoal. Trs coisas importantes para isso: unidade entre o gesto corporal, osentido teolgico e a atitude espiritual. Portanto, tocar um instrumento exige atitudeespiritual, envolvimento na ao litrgica, por sua ateno e participao ativa econsciente. (Estudo 79 da CNBB). Todos os instrumentos so acolhidos e bem-vindosna Celebrao. O rgo ocupa certamente o primeiro lugar, pois o instrumento bsicona liturgia ocidental, citado em todos os documentos da igreja. Mas no o nico, e nemsempre foi assim... Gino Stefani, em seu livro A aclamao de todo um povo, nos falados instrumentos que tm principalmente um papel, uma funo de sinal, de som-sinal, isto , aqueles que no atraem a ateno sobre si, com o objetivo de espetculo,mas que apontam para outra realidade, com funo ritual, indicando o gesto, a ao,

    dando-lhe assim a importncia que merece. Entre eles: os sinos (tubulares, hoje usados naorquestra) e o gongo. A seguir, os metais trombetas, trombones...(anunciar um cantode entrada, aclamar a Palavra, a multido...), pela tradio bblica e religiosa; os depercusso, como o tambor, por sua funo universal , alm de tmpanos e tamborins,como sinal, reforo aclamatrio, apoio rtmico, sempre com determinado objetivo,msica, gesto ou momento celebrativo. Na liturgia judaica, j os encontramos presentes,divididos em trs categorias: corda, sopro e percusso. Os de corda eram os maisapreciados e apropriados para acompanhar os hinos e salmos: ctara, harpa, alade,saltrio e lira. Os de sopro: flauta, corneta e trombeta, de grande importncia, sobretudo

    pela sua analogia com o Esprito Santo, Sopro de Deus, evocando, pois, a prpria voz doSenhor: O sopro deDeus ressoa imponente nas trombetas...nos orifcios da flauta...

    Em terceiro lugar, os de percusso: tamborim, tambor, pandeiro, tringulo, campainha,sineta. E entre ns so muito aceitos: o atabaque, que tem carter convocativo e paracriar clima de orao. O importante no desconcertar ningum (= no colocar

    pessoa alguma fora do concerto), ou seja excluir algum da celebrao, porque a

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    linguagem musical nos perturba, no nos permite rezar, nos estranha, no conseguimosnos exprimir com ela na liturgia... Entre os nossos instrumentos mais usados destacam-se:as cordas violo, viola, cavaquinho; percusso tambores e equivalentes, comtradio bblica e histrica (ibrica, indgena, africana); entre os de sopro, as flautas,

    pela analogia com o rgo e pela tradio bblica e folclrica; o acordeo, de grande

    familiaridade nos meios populares. Equilbrio e bom senso, ateno, esprito litrgico esensibilidade, para usar de forma adequada os instrumentos, sempre em funo daPalavra cantada, do tempo litrgico, do momento celebrativo, em vista da participao do

    povo, sendo que a importncia do instrumento lhe vem pelo seu carter simblico,evocando a voz e ao do prprio Deus. Preferir os instrumentos naturais e acsticos aoseletrnicos, que s vezes fazem muito barulho e pouca msica, no favorecendo ou atdificultando a orao da assemblia!

    CONCLUSO:

    A celebrao no , pois, um conjunto de palavras e gestos unidos de maneira externa e

    artificial, nem uma sucesso de elementos diversos, todos no mesmo plano. Na verdade, um grande movimento que se desenvolve, se amplia, chega a um ponto culminante e seencerra, como uma grande sinfonia, ou como a Histria da Salvao. Os elementos que acompem se organizam e se concatenam para constituir um grande ritmo, animado por umalento respiratrio , por uma vitalidade interna e por uma lgica intrnseca.Na celebrao... os fiis constituem a nao sagrada, o povo que Deus obteve para si, e osacerdcio real, que agradece a Deus, oferece, no s por meio do sacerdote, mas

    juntamente com ele... e aprende a oferecer-se a si mesmo... Atuem, pois, como um nicocorpo, tanto ao escutar a Palavra de Deus como ao participar das oraes e dos cantos, e,especialmente, ao oferecer comunitariamente o Sacrifcio e ao participarem todos juntos damesa do Senhor.Essa unidade manifesta-se claramente na uniformidade de gestos eposturas dos fiis. Portanto, os fiis no devem rejeitar servir ao povo de Deus com prazer,quando lhes pedido que desempenhem na celebrao determinado ministrio. (OGMR62, citado por Francisco Escobar, no Manual de Liturgia II Paulus, pg. 64).

    E Lucien Deiss:Feliz a comunidade que tem a alegria como a rubrica principal da sua liturgia. Quequando celebra a Palavra, se encontra com o rosto de Cristo ressuscitado em cada pginada Bblia! Que ao partilhar o po e o vinho da Eucaristia, partilha, ao mesmo tempo, oamor entre irmos e irms! Que, para presidir a sua celebrao tem um sacerdote, no

    para domin-la, mas para servi-la, como irmo!A missa o corao da comunidade crist. A beleza de cada missa a beleza de Cristo nanossa vida! (A Missa da comunidade crist, Lucien Deiss Editorial Perptuo Socorro, Porto,Portugal, pg. 126).

    Os smbolos litrgicos, gestos, msica, palavras, ritos... so realidades abertas, nuncacompreendidos e captados plena, adequada e definitivamente... Ao contrrio, exortam a irsempre mais longe e mais profundamente; eles orientam para um ilimitado universo designificaes. Pem em comunho com mistrios insondveis, porque so divinos; osmistrios de Cristo Pascal, at a iluminao do ltimo dia, no qual j no haver nem ritonem smbolo, porque nos ser dada a graa de ver face a face Aquele que eles evocam e a

    Quem nos fazem encontrar na obscuridade e na fragilidade da f. ( Manual de Liturgia II CELAM, Paulus, pg. 106).

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    Bibliografia:

    - Documentos sobre a Msica Litrgica Paulus

    - Reunidos em nome de Cristo Instruo Geral sobre o Missal Romano ,Edies Paulinas.- Manual de Liturgia II A celebrao do mistrio pascal: fundamento teolgico

    e elemento constitutivo Paulus.- Canto e Msica Litrgica - Reflexes e Sugestes, de Antonio Alcalde

    Paulinas- O Canto Novo da Nao do Divino, de Frei Joaquim Fonseca, Paulinas.- Cantando a Missa e o Ofcio Divino, de Frei Joaquim Fonseca, Paulus- Cantar a Liturgia, de Frei Alberto Beckuser Editora Vozes- Novas Mudanas na Missa, de Frei Alberto Beckuser Editora Vozes- A Igreja celebra Jesus Cristo, de Pablo Argrate Paulinas

    - A Aclamao de todo um povo, de Gino Stefani Editora Vozes- A Missa da comunidade crist, de Lucien Deiss, Editorial Perptuo Socorro,

    Porto Portugal.- Para viver a LITURGIA, de Jean Lebon Edies Loyola.- Grande Sinal , dezembro 1985, no artigo A msica como expresso de

    espiritualidade, de Jos Weber Editora Vozes.- Msica santa para a liturgia, artigo do Lsservatore Romano, 17 de janeiro

    2004.

    ......................................

    Pesquisa feita por Ir. Mria T. Kolling para o Caf-Debate, promovido pela Paulus daLivraria da S, no dia 7 de maio, das 9 s 12 horas, no salo da Catedral da S.

    So Paulo, maio de 2005.

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