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Page 1: Música:Aranjuez mon amour by Zamfir Para Diana, uma pequena lembrança da amiga Denise
Page 2: Música:Aranjuez mon amour by Zamfir Para Diana, uma pequena lembrança da amiga Denise

Música:Aranjuez mon amour by Zamfir

Para Diana , uma pequena lembrança da

amiga Denise

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DIANA POR DIANA

Migrante. Estado de origem? Pertinho, logo ali...Vim com mãinha e mais 3 irmãs. Tem um que é paulista. O único filho homem caçula.Mãe veio porque recebeu notícia de que pai ia casar de novo aqui em Sampa.Lembro da balsa, jangada, navio, sei lá acho que era outro nome. Naveguei o Velho Chico e lembro da Tia Oscarina, que também vinha salvar o marido. Ela era grande, açabarcante, tudo nela era profundo. Os olhos azuis, a voz híbrida e chorosa, cabelos volumosos. Ficou gravada na memória sua imagem bem à frente da embarcação, olhar moreno daquela mulher ganhando a imensidão do Chico. Certamente falava docemente comigo. Mãe veio quieta num canto. Pensativa...A fazenda, as terras, a casa, as vaquinhas, os móveis, o forno a lenha, a vó(iá,iô - lá vó e vô se fala assim).Talvez nunca mais...Ela sempre falava que lá ficara uma vaquinha, com nome e tudo - a minha vaquinha. Eu já tinha mais de 30, quando uma italiana empertigada lá do serviço me disse que eu parasse de falar dessa vaquinha, que nestas alturas nem existia mais, já havia virado churrasco há muito tempo. Fiquei chocada, desconcertada.Mais tarde, talvez à noite, em casa, vi que ela tinha razão. E pensar que os outros me vêem tão diferente...É assim que eu sou. Meio romântica, um pouco ingênua, já trabalhei isso em terapia. Agora só sei que sou assim, que preciso lembrar disso, mas jeito mesmo acho que não tem.

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ANDORINHA SÓ

Às vezes noto que falo sozinhaE não estou tratando de filosofia.Posso estar na rua ou na cozinha,

Quem assiste não tem quem não ria.

Se estou triste ou  se é de alegria,Se é coisa séria ou só abobrinha,Às vezes noto que falo sozinha

E não estou tratando de filosofia.

Já tentei resolver, não é teimosia.Muitos dizem que sou até bonitinha.Não sei se é solidão, ou se é apatia,

Já acostumei ser só uma andorinha.Às vezes noto que falo sozinha.

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AMOR ROMÂNTICO

Como toda romântica, amei um ideal,Dediquei tempo a construir tua figura.Fui na tua vida só um fato acidental,Bendigo todo o mal que não perdura.

Tudo o que foste, tudo, mera pintura,Não eras consistente, teu ser era irreal.Como toda romântica, amei um ideal,Dediquei tempo a construir tua figura.

Para mim não foi em vão, foi qualAprendiz de sofrer, amar e a cura,Veio de novo amor, porque afinal,

Amar é grande, constante aventura.Como toda romântica, amei um ideal.

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RONDEL DA MADRUGADA

É madrugada, a culpa espioDos pecados de fugir do realDomo o pensamento fugidioDedico-me a projeto virtual

Enfrento insone o desafioDe trabalho dito autoral

É madrugada a culpa espioDos pecados de fugir do real

E se a inspiração dá seu avalO labor produz o bom plantioPlanto sementes neste portal

Fico contente, aplaudo, sorrioÉ madrugada, a culpa espio

Page 7: Música:Aranjuez mon amour by Zamfir Para Diana, uma pequena lembrança da amiga Denise

AQUI CANTO MEU CANTO

A qui, onde hospedo meus versosQ uero estar sempre entre amigosU m laço de amizade estreitoÍ ntimo prazer dividido

C antando em coroA mais linda cançãoN o idioma universalT eu canto visitoO ntem, hoje e sempre

M as se algum diaE u calar minha vozU m canto virtual ficará

C omentando em prosa e versoA saudade deste canto coletivoN as madrugadas, a toda horaT anta coisa dita, tantas lidasO utras apenas sentidas.

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ENVIAR E RECEBER//LIBERTAR-SE

Enviei mensagens de amor-Fagulhas desprendidas de mim

Que de meus olhos partiram-Voando como folhas livres

Em direção a tua retina-E aguardei um retorno, feito uma menina

Recebi, dor que desatina...-Uma espada veio como lança veloz

No peito a sangrar de paixão-Cravou como uma flecha envenenada

Difícil aceitar um não-Que mata friamente uma ilusão

Sofri, mas recuperei...-Fênix renascida,

Simplesmente,-Olhei em volta, quanta vida!

Desconectei!-E saí para o jardim, saltitante!

Denise Severgnini-Diana Gonçalves

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do Amor//para Brilhar

Denise Severgnini-Diana Gonçalves

Eco sem voz na penumbra-Estou só, nesta noite escura,Sem ter luz que me alumbra

-Vejo-me presa como em clausura,Na inconstância do não saber profundo

-De mistérios internos, sem leitura,Como alma de outro mundo,

-Perscruto meu ser nesta procura

Um cata-vento desordenado-Revolve meu ser pelo avesso

Num compasso acelerado,-Atira-me ao abismo num arremesso.

Tempo mensurável-Pela distância de mim, confesso.

Anseio tempo mais agradável!-Do que este sentir doído em excesso.

Tenho braços abertos a tua espera-Guardo anseios plenos de vida,

Preciso viver outra era...-Não ver a existência perdida.

 Uma medida exata...-Para brilhar fui nascida.

Daquele amor da  vida pacata...-Arrebatada por outro amor – pirata...

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SE ESTA RUA//JUS ESPERNEANDIS

Obed Faria Junior- Diana Gonçalves

Se esta rua, se esta rua fosse minha,-Eu mandava, eu mandava arborizar.

Eu deixava, eu deixava como está,-Aquela onde o metrô irá passar.

Se eu quisesse pôr pedrinhas de brilhante,-Convocaria o Congresso para votar,

O governo do PT ia roubar,-E eu não teria ninguém pra reclamar,

-Só me cabendo espernear, me irritar e não e gozar.

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Escrevendo

Como ser humano, tenho defeitos, não seria diferente como escritora.

O que mais me incomoda é a insatisfação, sempre acho que poderia ser melhor ou diferente. Sou condescendente com a escritora, então, publico. É mais uma ousadia, um atrevimento, uma superação, um seguir em frente, um caminhar, o processo.

Admirei muito Raquel de Queiroz quando ela disse não escrever muito porque era preguiçosa.

Gosto de pessoas que se vêem, mas não se acomodam, na proporção do incômodo que a descoberta lhes causa.

Refletir sobre si mesmo nos leva à maior profundidade dequem somos, à maior consciência e em muitos casos à auto-superação.

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FELICIDADE

Felicidade é uma opção, os momentos mais felizes que conquistamos em busca da felicidade só fazem reluzir ainda mais o estado feliz que já mora em nós.

A VIDA

A vida é uma viagem, feita de idas e vindas, cons(c)ertos e descons(c)ertos, encontros e desencontros. Só existe uma viagem que não tem volta. Ou tem?

Page 13: Música:Aranjuez mon amour by Zamfir Para Diana, uma pequena lembrança da amiga Denise

As flores vermelhasDão à livre borboleta

Um pouso seguro

***As flores vermelhas

Oferecem galhos firmesE acolhem a borboleta

***

Borboleta pousaAtraída pelas floresPerfumadas e firmes

Page 14: Música:Aranjuez mon amour by Zamfir Para Diana, uma pequena lembrança da amiga Denise

Rendas desenhadasPelas folhas na neblina

Deixam ver o sol

***

Galhos refletidosPelo sol, na grama verde

Em volta, a neblina.

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COISAS DE MÃE (EM MEMÓRIA)

Naqueles dias ficávamos alí, no meio da tarde,  aninhados no colo materno,   suas mãos fazendo cafuné,  transmitindo bênçãos divinas, gestos de amor, doando seu coração.E era o bastante. Não precisávamos de mais nada. Só mais colo, e ela se desdobrava  em generosa atenção mediante a demanda por um pedacinho daquele ninho de amor.

Acontecia sempre à tarde, quando ela se refugiava naquele canto sossegado do quintal, gamela cheia de laranjas que ia descascando e entregando a cada um de nós. Ela era a última a saborear as laranjas. Éramos egoístas do seu carinho.

Todos os dias este cenário de amor e felicidade inenarráveis, só percebidos  tão preciosos depois,  rememorados  pela lembrança e pela saudade. Às vezes, lágrimas banham os olhos quando atualizo este momento de emoção e agradecimento pela ventura vivida naqueles dias.

Sim, aqueles dias eram assim. Simples, naturais,  tão espontâneos, que passavam despercebidos. Eles aconteciam, nós simplesmente os vivíamos. Inocentemente, seguros, em paz.

Seu ser nos unia, elo mais forte da nossa corrente, o nó dos nossos laços. Se nomes lhe fossem dados, seriam carinho, proteção, vigília, doação, ventura, felicidade, porto seguro. Coisas de mãe.

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CHUVA DE GRANIZOMais um texto sobre Artes Infantis:

                     ***

Após uma chuva de granizo resolvemos, um amiguinho e eu, jogar as pedras de gelo no telhado de um casal vizinho. Eles já tinham uma certa idade, por isso contávamos que íamos enganá-los.

Após algum tempo da diversão, o casal nos surpreendeu na brincadeira, a senhora exclamou com seu sotaque estrangeiro:

- "Por isso que a chuva já passou faz tempo e só aqui continuava choveeendo..."

Existem muitas outras, mas esta estorinha, com enredo de começo, meio, fim e diálogo, eu nunca esqueci, ela me marcou e até hoje não entendi direito o que pretendíamos com a traquinagem.

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Mensagem para Denise

Por mais que queiramos nos refugiar na fantasia, às vezes não encontramos metáforas para expressar nosso eu poético, que se ressente da realidade nua e crua que nos cerca.

Isto é transposto para nossas composições, ou para a ausência delas.

Se alguns de nossos poetrix carecem de metáforas, é porque o eu poético está num estado de ver as coisas do jeito que elas se apresentam, como se documentassem a realidade sem colorido, onde predominam o preto e branco, no máximo o cinzento, significando um estágio entre o real e o que gostaríamos de retratar.

Há que se respeitar os que assim constroem seus versos, aqueles cuja realidade subjetiva é exteriorizada com algum realismo, em preto e branco, um olhar mais frio, desesperançado, é como captam a realidade que se apresenta no momento.

No mais, se você achar adequado, sugiro que regras sejam indicadas para a postagem dos poetrix, se isto vier ao encontro do espírito da criação do tópico, o qual você, tão generosamente, nos ofereceu.

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PALAVRA VIVA

O verbo no seio do paiPalavra que encarnou.

O anjo anunciou:Maria, queres ser mãe?

Como? Se homem não conheço?Não existe impossívelÀquele que tudo pode.

Ele é todo Amor.Faça-se, por amor ao meu Amor.

O verbo no ventre da virgem,Já mostra poder e glória

Ao manifestar-se ao profeta,Filho de Izabel.

João Baptista se expressouÀ presença do seu Mestre.

Desde então não parou,Seu caminho preparou

Àquele que nas águas do JordãoSob o olhar do Pai batizou.

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QUANDO A POESIA SE ENCONDE

Concordo que poesia é sentimento, entendendo sentimento como um movimento interior muito amplo, mesclado com reflexão, visão de mundo, conceitos filosóficos e psicológicos.

Por exemplo, vejamos este trecho de Tabacaria, de Fernando Pessoa:

Não sou nada.Nunca serei nada.Não posso querer ser nada.À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Muitos poetas fazem da poesia o instrumento de diálogo para expressar seu sentimento de existir, a reflexão sobre a sua visão de mundo, remetendo-nos aos conflitos, angústias e desafios do seu tempo.

Os que assim fazem poesia,  tornam-se, no meu ponto de vista, grandes expoentes das letras, porque suas obras têm uma mensagem pessoal, um pensamento e por isso exercem tanta atração e admiração dos leitores.

Essa pessoalidade impressa nas palavras é como se fosse a impressão da alma do poeta (que pode fazer poesia escrevendo prosa também) nos seus trabalhos.

Podemos citar como exemplo, entre nós, Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Mello Neto e tantos outros.

Quanto a mim, sinto-me atualmente como aquele contador do texto do Obed, aguardando um momento mágico para despertar meu impulso poético, quando as palavras brotam da alma e o texto toma forma no sangramento das letras.

E vendo a chuva brindar um novo dia que amanhece, recolho-me no aconchego do meu canto, mas penso também que na cidade será mais um dia de enchentes, que existem desabrigados na rua, pessoas em moradias precárias, que as verduras e os legumes encarecerão, etc.

Certamente é uma fase, espero que ela passe logo.

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RAIO VITAL

Ele entra atrevido no meu quarto,Invade minha cama,Aquece meu corpo -

Desperta minhas entranhas.

Quando estou triste, doa-se em espetáculo,Mostra quanta vida existe lá fora.Se estou feliz, multiplica-se em luz,

Repartindo-se em raios ao seu redor.

Nos dias em que reina a noite escura,Ele se esconde, em solene respeito

Ao tempo necessário ao renascimento,Mas a sua presença é sempre uma certeza.

Seu calor penetra os corpos,Ilumina as trevas, é raio vital.

A Terra gira ao seu redor, é verdade científica.Sem ele, a grande estrela incandescente - - o Rei Sol, não existiria Vida entre nós -Não existiria esta vida que pulsa em mim.

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O tempo na face de meu pai

Na face de meu paiVejo as marcas do tempo, do sol, do labor.Vejo um homem do espaço de onde veio.Vejo os abraços que ele não teve de seu pai.Vejo os afetos não trocados com seus filhos.Vejo a força consumida num trabalho bruto,Vejo a mesma força que já o abandona.É tarde, o crepúsculo anuncia a vida que declina.Um gesto de carinho, descoberto no baú de lembrançasPinçado no divã do analista: o pão embaixo do braço,Embrulhado em papel pardo.Um som – o da gaita gravado na fita cassete.Este homem foi o ser que a vida possibilitou ser.As marcas no rosto de meu pai falam da existênciaque ele pôde ter, falam de dias que não voltam mais.Mas ele nem parece preocupado com isso,Vive joaquinamente, do seu jeito peculiar,Esses dias, quase noite,  de Joaquim.

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ENTRE QUATRO PAREDES (4 Variações sobre o Tema )D.R.

Discutem a relaçãoHá sonhos não realizadosBanquete de Céu

***

D.R. // FRANQUEZA

Cartas na mesa, // a verdade é ditaDiscutem a relação // houve falha de comunicaçãoHá sonhos não realizados // faltou diálogo

Diana Gonçalves // Glória Cunha

Banquete

Banquete de céuMas a cadeira vaziaÉ abismo entre eles

***

Concepção

Hoje, a cadeira  está vaziaPassados nove meses

O cenário estará completo

***

Oração

No recesso do larOram aos céus

Para um filho lhes dar

27/07/2007 – Parceiros de Poetrix – Olbinski – Entre Quatro ParedesInnocence Courteous Intentions

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Descuido // Eu cuido (Diana Gonçalves//Francisco Coimbra)Descuidei do sorrisoDa forma, do tempoDe mim

15/08/2008

***

Descuido // eu cuido

Descuidei do sorriso // pondo em palavrasDa forma, do tempo // todos os sinaisDe mim // dum riso

Diana Gonçalves // Francisco Coimbra15/08/2007 /16/08/2007 - Parceiros/Escrivaninha

***

Descuido // mudança

Descuidei do sorriso // Mudei o risoDa forma, do tempo // de forma, de jeitoDe mim // perfeito

Saji Pokeo

***

O sorriso permanece (um estado de espírito),a forma se consegue (um estado do corpo),...de todos...

Saji Pokeo

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Tempo

Criancinha, só naninhaJá grandinha, cirandinhaHoje mulher, mamãezinha

Conjugação//Na primeira pessoa...

Meu verbo: eu creio//...eu tenho fé no amanhã.Minha ação: eu persisto//...eu continuo na luta.

Meu mote: não desisto//...eu hei de vencer!

Diana Gonçalves//Denise Severgnini

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ALMAS GÊMEAS

Sim. Somos feitos um para o outro. A taça perfeita para servir o vinho raro. Suas  palavras  nos meus ouvidos dispensam  quaisquer códigos. Apenas o  som da sua voz me transporta cativa a dimensões sutis. Nosso talhe parece feito sob encomenda, tão justa e perfeitamente nos vestimos de nossos corpos. Quando separados, a nudez de nossas presenças fica impregnada do  encantamento experimentado pelas almas gêmeas e predestinadas. Para nós, o baile sempre é de gala,  uma grande celebração.  Eu não sei a exata definição, mas  chamo isso de felicidade. Tão perfeito que talvez não seja deste mundo. Não agora. Mas a sensação experimentada permanecerá eternamente. E isso importa.

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LUA PRATEADA

Eu quis fazer um poema de amor,Mas detive-me sob a luz do luar.

E fascinada com tanto esplendor,Senti a poesia que pairava no ar.

E o céu tal qual amante ciumentoCobriu de nuvem a beleza da lua

E fez chover, alheio ao meu lamento,Por vingança, sabendo eu não ser sua.

Por isso quando às vezes um enamoradoContempla com olhar fixo a lua prateada,

Vem logo aquela nuvenzinha

Emissária do céu enciumado,Para cobrir a abóbada iluminada,

Como inocente e distraída jovenzinha.

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