mÚsica e imagem: linguagens que educam · população e os indicadores estatísticos por meio de...
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MÚSICA E IMAGEM: LINGUAGENS QUE EDUCAM
Terezinha de Sales Marques Forlívio1
Jeani Delgado Paschoal Moura2
RESUMO
O presente artigo analisa a transformação demográfica, a distribuição espacial da população e os indicadores estatísticos por meio de músicas e imagens como recursos pedagógicos no ensino de Geografia. A abordagem teórica dos conteúdos foi feita a partir do estudo das categorias de análise geográficas, paisagem, região, lugar, território, natureza, e sociedade, entendendo que a organização do espaço se faz a partir das relações sociedade – natureza, possibilitando inter-relações entre as diferentes escalas: local, regional, nacional e global. O trabalho proposto ocorreu na interface entre Geografia, Português e Arte e foi realizado na sexta série do ensino fundamental, na educação especial e no ensino médio de uma escola estadual no município de Londrina/PR, como atividade obrigatória do PDE 2010. A metodologia abarcou, num primeiro momento, uma revisão bibliográfica e, posteriormente, a produção de um Kit Pedagógico Geográfico, que culminou na produção de um videoclipe. Pode-se verificar que as músicas apresentam mensagens que podem auxiliar na formação de representações de lugares específicos ou da Terra no seu aspecto global e estimulam o aluno às reflexões políticas, socioculturais, ambientais e éticas. Já as imagens, por serem em um número ilimitado de possibilidades, disponíveis aos olhos e ao uso dos alunos, limitam a análise crítica acerca daquilo que estão visualizando, sendo necessário um acompanhamento pedagógico que torne a sua opinião crítica. O resultado deste estudo considera que, para que haja a formação do cidadão consciente do espaço que ajudou a criar, é preciso que a escola tenha como meta conteúdos contextualizados em suas relações interdisciplinares, possível de criar condições de uma maior mobilidade social mediante formação do espírito crítico, que permita ao aluno ver as contradições sociais, políticas e econômicas, presentes na sociedade contemporânea. Palavras-chave: Música; Imagem; Geografia; Categorias Geográficas; Interdisciplinaridade.
1 Autora, graduada em Geografia, Colégio Hugo Simas – Londrina/PR. 2 Orientadora, Profª Drª do Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Londrina, Londrina/PR
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1 INTRODUÇÃO
O objetivo deste artigo é o de apresentar o potencial pedagógico do uso da
imagem associada à música por meio de um estudo sobre a transformação
demográfica, a distribuição espacial da população e os indicadores estatísticos.
Neste contexto, foi abordada a utilização da música e da imagem como instrumento
pedagógico na disciplina de Geografia, Português e Arte para alunos da sexta série
do Ensino Fundamental, da 3ª série do Ensino Médio e da Educação Especial, como
parte das atividades desenvolvidas durante o Programa de Desenvolvimento
Educacional (PDE, 2010). O que se vislumbra é que o aluno perceba a importância
de linguagens como a música e a imagem no desenvolvimento do seu pensamento
crítico acerca das desigualdades sociais, dependência econômica, má distribuição
de renda, problemas urbanos, entre outros. Contextualizar os conteúdos trabalhados
com as mensagens de letras de músicas e imagens e integrar essas linguagens foi
um dos objetivos que permeou esta pesquisa.
No uso de recursos audiovisuais numa aula de Geografia, deverá haver
sempre a preocupação de que sejam elementos provocativos que induzam o aluno a
pensar, questionar e aprender, e como toda ferramenta, devem ter uma função
definida. “A Geografia é a ciência do presente, ou seja, é inspirada na realidade
contemporânea” (SANTOS, 1996, p. 30). Na realidade contemporânea, os meios de
comunicação e as tecnologias de informação se transformam em elementos
essenciais para o ensino da Geografia. Assim esta proposta de ensino abarcou num
primeiro momento uma revisão bibliográfica e, posteriormente, a produção de um Kit
Pedagógico Geográfico, resultado de um trabalho interdisciplinar, que culminou na
produção de um videoclipe.
É possível visualizar que essa iniciativa possibilita ao professor e aos alunos a
construção do conhecimento de forma dinâmica, uma vez que torna as atividades
acadêmicas mais prazerosas, pela oportunidade de colocar em prática a criatividade
de forma lúdica. Ao introduzir esses recursos em sala de aula, os professores
oportunizam possibilidades de estudo do espaço geográfico e dos elementos que o
compõem de diferentes formas, abordando as suas categorias e provocando
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discussões que promovem a aquisição do conhecimento e um posicionamento
crítico sobre a realidade em estudo.
Ao se trabalhar com o som e a imagem em sala de aula, professores e alunos
vivenciam diferentes formas de praticar a Geografia e adquirem habilidades quanto à
utilização dos recursos tecnológicos, facilitando a construção do conhecimento. Por
meio das letras das músicas e das imagens é possível analisar e elaborar os
conceitos necessários para trabalhar os conteúdos propostos. Fica evidente a
possibilidade de abordar as categorias de análise geográficas:
a) Território: por meio da letra da música e das imagens, ficam
evidentes as possibilidades de trabalhar as relações entre
espaço e poder;
b) Lugar: ao abordar cenas do cotidiano demonstram os espaços
vividos;
c) Natureza e sociedade: tornam-se visíveis ao se destacar a
interação entre as duas, sendo possível trabalhar as mudanças
que ocorrem pela ação do homem no espaço onde vive;
d) Paisagem: abordada ao se analisar as diferentes funções sociais
que ela apresenta; e
e) Região: esse conceito aparece tanto nas letras das músicas
como nas imagens à medida que demonstram as especificidades
sociais em uma sociedade globalizada.
O professor mediador pode criar situações de debate, discussões e ideias em
sala de aula, contribuindo para a formação do olhar geográfico do aluno, a partir da
formação de conceitos. Poderá também, oportunizar novas leituras, auxiliar na
compreensão da relação homem-natureza que resulta na construção e
transformação do espaço.
2 A MÚSICA E IMAGEM NUM CONTEXTO INTERDISCIPLINAR
Atualmente vivemos rodeados de imagens e aparelhos sonoros, temos em
nosso cotidiano a presença de jornais, revistas, televisões, outdoors, computadores,
rádios etc., muitos desses itens, componentes constantes na vida dos jovens. Se os
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sons e as imagens fazem parte do cotidiano e influenciam seus estilos de vida, como
utilizá-los para o desenvolvimento de raciocínios geográficos? Quais são as
possibilidades metodológicas do uso de imagens associadas às músicas (letra e
som) em sala de aula?
De acordo com as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná, entende-se
que “para a formação de um aluno consciente das relações socioespaciais de seu
tempo, o ensino da Geografia deve assumir o quadro conceitual das abordagens
críticas dessa disciplina, que propõe a análise dos conflitos e contradições sociais,
econômicas, culturais e políticas, constitutivas de um determinado espaço”
(PARANÁ, 2008, p. 53). A presente proposta propicia condições aos professores de
Geografia de tornar as aulas mais prazerosas e agradáveis, incentivando o acesso
aos conteúdos da disciplina. Zanella descreve que:
O principal fator de desenvolvimento, portanto, consiste na apropriação, pelo sujeito, de novas formas de mediação, de novos signos [...]. A aprendizagem, por sua vez, consiste na apropriação da cultura, suas determinações de gênero, raça/etnia, classe social, gerações, religião, na qual o sujeito está inserido. Destarte, esse processo não ocorre de forma passiva, pois ao mesmo tempo em que se apropria se transforma (ZANELLA, 2001, p. 95).
O trabalho com a música associado às imagens, pode ser desenvolvido de
forma produtiva, na contramão de metodologias didáticas indiferentes às
capacidades dos educandos. Dessa forma, justifica-se a necessidade de inserir,
junto aos conteúdos da grade curricular da disciplina Geografia, letras de músicas
nacionais e imagens que permitam interpretações relacionadas aos temas
geográficos.
Por meio do diálogo entre as disciplinas, as fronteiras intradisciplinares são
rompidas e ocorre a interdisciplinaridade. Ao estudar o espaço geográfico e suas
categorias de análise, é necessário um conhecimento transdisciplinar
(natureza/sociedade) e assim entender a produção do espaço onde se vive. Por
meio da interdisciplinaridade é possível a construção de um saber socioespacial que
permita ao aluno conhecer o espaço em suas múltiplas dimensões e em diferentes
escalas.
Compete à escola a organização de situações que promovam a construção
desse saber. As tecnologias são auxiliares nesse processo ao considerar a
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necessidade do preparo do indivíduo para o domínio dos recursos científicos e
tecnológicos como forma de satisfazer as necessidades do mundo do trabalho
(BRASIL, 2008). A legislação já previa o uso de tecnologias desde a década de
1960, com a Lei de LDB 4024/61. Dez anos mais tarde, a Lei 5692/71, que fixava as
Diretrizes e Bases para o ensino de 1º e 2º graus, fazia referência apenas ao
investimento científico e tecnológico que seria assegurado. Neste período, observa-
se que não houve um trabalho contínuo no sentido de preparar o indivíduo para o
uso das tecnologias.
Em 1996, na nova LDB – Lei n. 9394/96 - a tecnologia, é abordada
novamente. Em seu artigo 32, essa lei, enfatiza que “o aluno de ensino fundamental
deve possuir compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da
tecnologia, das artes e dos valores que fundamentam a sociedade” (BRASIL, 2008).
Essa abordagem se estende também ao Ensino Médio.
É relevante lembrar o destaque feito na Conferência Nacional da Educação
Básica, em 2008, “o uso das tecnologias e conteúdos multimidiáticos na educação
implica ressaltar o importante papel da escola como ambiente de inclusão digital,
numa sociedade ancorada no trânsito de informações, por meio de tecnologias de
comunicação e informação” (BRASIL, 2008, p. 37).
3 A MÚSICA COMO RECURSO PEDAGÓGICO NO ENSINO DA GEOGRAFIA
O uso da música como instrumento pedagógico, enriquece o trabalho em sala
de aula pela possibilidade de abertura de um novo caminho além do verbal, atrelada
à imagem, mobiliza o pensamento crítico em relação às temáticas em estudo. A
força da música é um elemento de penetração para transmitir mensagens que a
comunicação verbal sozinha não consegue fazê-la. A literatura tem mostrado que a
sua associação às imagens tem sido bastante produtiva na educação.
De modo geral, foram trabalhados os seguintes conteúdos por série e por
música na disciplina de Geografia:
3º colegial, música Perfeição. Conceitos-chave: Dependência econômica -
Noções de desenvolvimento e subdesenvolvimento - Globalização - Problemas
sociais - Urbanização: causas e consequências - Migrações.
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3º colegial, música Chopis Centis. Conceitos-chave: Dependência
econômica - Noções de desenvolvimento e subdesenvolvimento - Globalização -
Problemas sociais - Urbanização: causas e consequências - Migrações.
6ª série, música Aquarela Brasileira. Conceitos-chave: Regiões Brasileiras
com ênfase na região sul e a cidade de Londrina.
Ensino Especial, música Que País é Esse? Conceitos-chave: Dependência
econômica brasileira - Globalização - Recursos Naturais - Principais Hidrelétricas do
Brasil - Desigualdades sociais - Histórico da política brasileira - Ética.
Neste estudo, foram enfatizadas as músicas brasileiras. Dentre elas,
“Perfeição”, composição de Renato Russo, disponível no endereço eletrônico
http://www.youtube.com/watch?v=eaU7OsIdjUc. A letra desta música apresenta
disposições políticas relevantes pela qual o poder como signo se faz constante. A
contestação é nítida em todo o seu conteúdo, principalmente, de caráter político. O
autor utiliza a ironia e uma forma ambígua de dizer o que sente e o que pensa.
Questionados se a letra da música permite fazer um retrato da sociedade
brasileira nos dias atuais e se o texto e seu título foram construídos com ironia, os
alunos responderam afirmativamente. Alguns alunos sugeriram mudança de
comportamento, com maior conscientização da população brasileira; outros, não
citaram os problemas que se repetem e se perpetuam no Brasil. Também deixaram
de sugerir o que cada cidadão deve fazer ao invés de “celebrar”, como pode ser
verificado em suas assertivas:
A letra nos propõe primeiro a parar e analisar o que está acontecendo, e depois protestar sobre a terrível realidade que nos assola, ela nos propõe exercitarmos a nossa cidadania e reivindicarmos o que é nosso por direito (M.M.C.).
[...] ignoramos esses problemas, ou seja, não fazemos nada para solucioná-los (E.C.N.).
A letra está fazendo uma crítica da forma de governo que se tinha, mas também se trata da nossa realidade de hoje. Da qual a forma de governo não defende que todos tenham direitos iguais e sim o contrário disso. Na música é ironizado dizendo para celebrarmos tudo o que o governo faz com a sociedade (N.A.).
A letra da música cita de uma forma anticonformista e provocativa, para chocar e fazer com que alguém tente combater as diversas formas de desamor e violência que acontece em nosso país (E.R.).
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De forma subentendida ela demonstra um país subdesenvolvido, que sofreu inchaço urbano devido a rápida urbanização que não foi planejada e que por isso sua organização espacial é um entrave para o seu dinamismo e acarreta prejuízos para toda a sociedade (G.H.A).
Ao explicarem sobre a letra da música que afirma: “nosso Estado que não é
nação [...]”, pode-se verificar que:
No contexto político, o termo território refere-se à superfície terrestre de um Estado, seja ele soberano ou não. Estado é para Marx, não o ideal de moral ou razão, mas uma força externa da sociedade que se põe acima dela não para conciliar interesse, mas para garantir a dominação de uma classe por outra e a manutenção da propriedade. Nação refere-se ao conjunto de pessoas que se sentindo unidas pela origem comum, pelos interesses comuns, por ideais e aspirações comuns e formam por isso, uma consciência nacional. Por isso, a letra quer dizer que o Estado não é algo que se preocupa com a consciência nacional, em deixar as pessoas unidas, como a Nação, mas apenas existe para “garantir a dominação de uma classe por outra e a manutenção da propriedade” (J.H.S.J.).
A maioria dos alunos relacionou o tema da música com a opressão exercida
pela classe dominante, a política e a própria mídia que promove a ignorância e a
alienação do povo.
Na música “Chopis Centis”, de autoria dos Mamonas Assassinas, disponível
no endereço eletrônico http://letras.terra.com.br/mamonas-assassinas/24144,
encontra-se a imagem do migrante que se adaptou à cidade grande. Boa parte dos
alunos destacou que a maioria dos migrantes não tem estudo superior ou até
mesmo nenhum estudo, e acaba por se sujeitar a atividades de baixa remuneração
o que gera subempregos ou jornadas duplas de trabalho. Com a baixa renda
financeira, e na impossibilidade de uma moradia digna, acentua-se o processo de
favelização e inchaço urbano, acabando por provocar graves problemas de
infraestrutura, tornando deficiente a prestação de serviços públicos essenciais para
a população: saúde e segurança.
Expressões coloquiais e regionalistas estão presentes na letra, recurso que a
torna comunicativa e expressiva, facilitando a mensagem. O conteúdo temático
corresponde a situações cotidianas de um jovem, a partir de um estilo próprio da
idade, acrescentado de termos regionalizados e algumas gírias. A letra também
remete ao consumismo e a desigualdade social, percebidos nitidamente no
ambiente disponibilizado nos Shoppings Centers.
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O consumismo é algo natural atualmente, pode ser visto como desejo psicológico que se desperta através da mídia. Também pelas facilidades de pagamentos que são oferecidos pelas lojas, e a globalização que faz com que as pessoas queiram interagir com o mundo (M.C.).
Alguns alunos mostraram a visão equivocada de que quem ganha pouco não
consome tanto, sem analisar itens como proporção, dívidas etc. Assim, a análise
deve ser feita não em relação apenas ao que se ganha e ao que se gasta, mas às
causas que levam as pessoas a gastarem mais como meio de superar as
indiferenças sociais. A desigualdade social não pode ser vista nem mensurada sem
a análise profunda de uma diversidade de fatores: econômicos, políticos, sociais e
culturais. Na fala de um dos alunos: “As pessoas devem se tornar mais conscientes
em seus gastos e comprar só o necessário, pois as empresas não ligam para
classes sociais, pois elas querem receber aquilo que venderam” (K.M.R.).
Ficou claro que o conhecimento de um lugar leva o aluno a vê-lo e a entendê-
lo de outras formas, dando-lhes novos significados, novos valores, ascendendo à
imaginação e levando-o à busca de respostas às suas indagações sobre seu espaço
vivido e, até então, não devidamente elucidadas. “Aquarela Brasileira”, composição
de Silas de Oliveira, disponível no endereço eletrônico
http://www.youtube.com/watch?v=VHN2TVwNhEo, é um Samba-
enredo criado em 1964, exaltando o Brasil, contando em versos as regiões
geográficas, a beleza da arquitetura tradicional e moderna, das lendas e costumes
das diferentes culturas dos povos que compõem essa região.
Observando a letra da música é possível fazer uma análise dos aspectos
físicos, extrativismo, turismo e tecer comparações entre as regiões brasileiras.
Perdura entre os alunos a ideia de que o Nordeste só é lembrado pela seca (quando
a letra da música faz alusão ao Ceará). Quando o turismo foi abordado, todos
destacaram a sua importância como meio de sustento para a população local.
Foram superficiais ao trabalharem a questão estratégica da construção de Brasília
no centro do país. Apenas citaram a questão da necessidade de comunicação entre
as demais áreas.
Renato Russo compôs “Que País é Esse?”, disponível no endereço eletrônico
http://www.youtube.com/watch?v=FfwdOxIBnv8. A música foi composta na década
de 1987, durante o governo José Sarney. Ela foi censurada e também um dos temas
do impeachment contra Fernando Collor de Mello. A letra é uma crítica clara sobre
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os governos brasileiros. Com os alunos do Ensino Médio chegou-se à conclusão de
que: Os políticos conquistam o povo com amor e depois não lhes dão liberdade, e o amor deixa de existir. A cobiça, a corrupção, o poder, permitem aos governantes ditarem a forma como cada cidadão deve agir, esquecendo a democracia, a liberdade de expressão. Falta-lhes o compromisso com a nação e há falência nas áreas da educação, saúde, emprego, moradia, ou seja, no progresso do país, não prevalecendo a moral política e o respeito ético (M.C.).
Foram trabalhadas as categorias território, região, lugar, natureza, espaço e
sociedade. Região pode ser qualquer área geográfica que forme uma unidade distinta em virtude de determinadas características, um recorte temático do espaço. Em termos gerais, costumam, mas não necessariamente, ser menores que um país, e podem ser determinadas em diversas escalas de acordo com necessidades de estudo (M.H.P.).
Sociedade é o conjunto de pessoas que compartilham propósitos, gestos, preocupações e costumes, e que interagem entre si construindo uma comunidade. O significado geral de sociedade refere-se simplesmente a um grupo de pessoas vivendo juntas numa comunidade organizada (M.H.P.).
A música também fala da floresta Amazônica que está sendo destruída, do rio Araguaia que está sendo poluído, falta de saúde, porque muitas pessoas estão morrendo por falta de médicos ou não tem dinheiro para pagar o remédio, os pobres que estão sofrendo por falta de alimento, principalmente os índios que estão sem comida, roupa, e também fala do desrespeito aos deficientes, tem lugares que não tem rampa para cadeirante, tudo isso é o que está acontecendo no país. Esse país é esse que moramos, porque está sofrendo demais com poluição, saúde e políticos roubando o dinheiro da população (M.H.P.).
Percebeu-se a dificuldade de compreensão do texto, em que as opiniões
foram variadas e diferenciadas.
4 A IMAGEM COMO RECURSO PEDAGÓGICO NO ENSINO DA GEOGRAFIA
Desde os primórdios da civilização, o homem se expressava por meio de
desenhos (OSTROWER, 1998, p. 274). As imagens podem representar coisas que
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existem, mas que estejam distantes e, portanto, desconhecidas dos nossos alunos.
“Toda gente sabe: verso e música são as expressões de arte mais próximas do
analfabeto. Conjugados, assume um poder de comunicação que fura a sensibilidade
mais dura” (MACHADO, apud MORAES, 2000, p. 15).
Ao fazer a interpretação de imagens associadas às músicas, por exemplo, foi
possível, a partir das categorias geográficas, estabelecer relações entre aspectos
econômicos, sociais, culturais, políticos e ambientais, facilitando a construção do
raciocínio geográfico. As formas de interpretar uma imagem podem gerar diferentes
tipos de análises e reflexões. É possível fazer constantes relações dos conteúdos
das letras das músicas com as imagens na medida em que exploram cenas de
poder, do cotidiano, da natureza e de paisagens humanizadas.
No ensino, é importante trabalhar com os alunos, conteúdos que demonstrem
as formas de poder exercidas por determinados grupos ou classes sociais na
construção da sociedade e de seus territórios, levando-se em conta o local de
vivência do aluno.
Figura 1: Poder
Fonte: Wikimédia Commons, 2011.
Figura 2: Até quando? Fonte: Wikimédia Commons,
2011.
Figura 3: Futuro da Nação Fonte: Wikimédia Commons,
2011.
Raffestin (1993, p. 143) afirma que o território consiste em “espaço delimitado
por e para relações de poder”. Imagens de personalidades poderosas, nacionais e
internacionais, influentes na política, são utilizadas como referência.
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Respeito Mútuo (L.H.A.S.)
Comparando as imagens com a letra da música, os alunos justificaram suas
opiniões sobre os indivíduos terem ou não direitos iguais:
Não, a letra está fazendo uma crítica da forma de governo que se tinha, mas também se trata da nossa realidade de hoje [...] (G.H.S.M.). De forma subentendida ela demonstra um país subdesenvolvido, que sofreu inchaço urbano devido a rápida urbanização que não foi planejada e que por isso sua organização espacial é um entrave para o seu dinamismo e acarreta prejuízos para toda a sociedade (G.H.A).
No mundo globalizado onde as trocas são intensas e constantes, a forma e o
conteúdo das regiões mudam rapidamente.
Figura 4: Trabalhadores
importados? Fonte: Stock Fotos, 2011.
Figura 5: Reflexos da urbanização
Fonte: Wikimédia Commons, 2011.
Figura 6: Consumismo e desigualdade social
Fonte: FORLÍVIO, Terezinha.
Diante destas imagens, os alunos comentaram as consequências do
processo de urbanização:
Os reflexos da urbanização estão presentes no trânsito caótico das grandes cidades que a cada dia aumenta o número de carros e piora
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a situação das ruas e estradas. Aliado a isso, o transporte público lotado (ônibus, metrôs, trens), que agrava ainda mais a situação; o inchaço urbano provoca a favelização, e consequentemente um déficit no saneamento básico, o que piora a qualidade de vida dos mais pobres. Assim, são comuns esgotos a céu aberto que acabam por provocar surtos de epidemias. Há muitas falhas na prestação de serviços no setor da saúde: pessoas morrendo nas filas de espera, corredores de hospitais lotados, falta de funcionários e baixa remuneração. A falta de infraestrutura ocasionou todos os problemas acima, pois com a falta dela, todos os setores são prejudicados (K.F.).
Os trabalhadores são importados das regiões com maior índice de
desemprego e fome do país, para as grandes áreas urbanas, em decorrência da
construção desenfreada de edifícios residenciais e comerciais. A paisagem se
modifica de acordo com as necessidades da sociedade na ocupação do espaço.
Essa ocupação mostra que as desigualdades são reflexos da forma como o trabalho
se organiza nas relações entre sociedade e natureza.
A paisagem geográfica revela os antagonismos e as contradições inerentes
ao processo de produção do espaço num determinado momento histórico. E a inter-
relação entre os fatores físicos e os sociais será a expressão material da unidade
contraditória de relações entre a sociedade e a natureza, seja esta primeira ou já
transformada (CARLOS, 2007, p. 42).
Figura 7: Amazônia?
Fonte: BORGUES, Rodrigo. Figura 8: Saudades de minha
terra Fonte: Wikimédia Commons,
2011.
Figura 9: Maravilha da Natureza
Fonte: Wikimédia Commons2011.
Ficou nítido o fato de que o conceito dos alunos, referente à categoria de
análise geográfica paisagem ainda está em construção. Para os alunos quando se
trata de vegetação, pode ser uma floresta ou coqueirais. Isso foi evidenciado quando
por meio de uma foto representaram a Floresta Amazônica por coqueirais e para lhe
dar credibilidade, usaram o símbolo da arara, como desenho animado, que de
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acordo com o professor de Arte, é uma noção obtida pelo que conhecem por meio
da mídia.
Quando se falou em belezas naturais de sua região, ficou evidente que o
espaço vivido pelos alunos é muito limitado. Apenas um citou as Cataratas do
Iguaçu, os demais só citaram pontos de Londrina. Esse fato pode significar que
muitos dos alunos não têm o hábito de se deslocar de sua cidade natal, deixando de
conhecer outros lugares, e até mesmo os municípios que fazem parte da região
metropolitana de onde vivem. Tais alunos demonstram possuir apenas um
conhecimento advindo da experiência, do senso comum. Não houve distinção entre
beleza natural e atividades econômicas, usaram como exemplo de beleza natural,
plantações em nossa região.
No novo dicionário de língua portuguesa de Ferreira (1986 apud
CAVALCANTI, 2005b) há duas definições para paisagem: (1) espaço de terreno que
se abrange num lance de vista; (2) pintura, gravura ou desenho que representa uma
paisagem natural ou urbana. Então, paisagem significa uma vista ou um desenho.
Apesar de terem diferenciado a vegetação natural da secundária, os alunos não
exploraram da forma esperada a atuação do homem nos desmatamentos, nem
destacaram a importância do extrativismo como fonte de renda para certas regiões
brasileiras.
É preciso construir no ensino, um conceito de natureza que seja
instrumentalizador das práticas cotidianas dos alunos em seus vários níveis, o que
requer inserir esse conceito num quadro da problemática ambiental da atualidade.
Por ser assim, é útil a análise geográfica do ambiente, envolvendo a relação
sociedade/natureza (CAVALCANTI, 2005b, p. 114).
Figura 10: Cidade Grande Fonte: BORGUES, Rodrigo.
Figura 11: Ação do Homem Fonte: Wikimédia Commons,
2011.
Figura12: Londrina, minha cidade!
Fonte: BORGUES, Rodrigo.
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As imagens acima expostas demonstram a ideia que os alunos têm de seu
universo urbano, periférico e as relações que podem criar com outras regiões do
país, criando assim uma relação do universo micro com o macro a partir da
valorização de seu próprio conhecimento. Importante ressaltar que o trabalho
também minimizou as dificuldades com leitura e escrita, já que a linguagem utilizada
(vídeo) é de conhecimento de todos.
Figura 13: Exclusão social
Fonte: FORLÍVIO, Terezinha. Figura 14: O Poder do Estado Fonte: Wikimédia Commons,
2011.
Figura 15: Diferenças Fonte: BORGUES, Rodrigo.
Os alunos justificaram suas opiniões sobre os indivíduos terem ou não direitos
iguais:
Não, a letra está fazendo uma crítica da forma de governo que se tinha, mas também se trata da nossa realidade de hoje. A forma de governo não defende que todos tenham direitos iguais e sim o contrário disso. Na música, há a ironia, onde se diz para celebrarmos tudo o que o governo faz com a sociedade (J.H.S.J.).
A imagem do Congresso Nacional provocou questionamentos entre os alunos
mais velhos e a professora.
O Brasil é um país bom para se viver. Não tem guerras, tem terra boa para a agricultura, bom clima, muitos rios e florestas. Em contrapartida, lembraram-se dos problemas sociais, políticos e econômicos decorrentes da má administração de seus governantes, que consideraram um atentado à Democracia (T.K.C). Apesar dos problemas citados, acredita que o Brasil pode melhorar (T.K.C.).
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Acorda Brasil (T.K.C.)
Tanto a letra quanto a música trabalhadas nessa atividade demonstram
descaso do governo com a educação. A opinião dos alunos é:
O descaso das autoridades políticas para com a educação, cultura brasileira, e as questões sociais é evidente. Nossos direitos humanos são constantemente ameaçados, pois o governo não quer um povo que pensa, pois ao adquirir o conhecimento, passa a exigir seus direitos, se torna um cidadão que questiona direitos de deveres de todos, inclusive dos governantes, o que não é conveniente. A letra da música demonstra uma provocação, para chocar e incitar as pessoas a combaterem as diversas formas de desamor e violência, comuns em nosso país (A.L.S.M.).
Figura 16: Trânsito e estradas
Fonte: Wikimédia Commons, 2011.
Figura 17: Nação Fonte: Wikimédia Commons,
2011.
Figura18: Respeito à Constituição
Fonte: TESCARO, Carla.
A imagem do deficiente andando na calçada foi utilizada para discutir o trecho
da letra da música que diz que ninguém respeita a Constituição. Foram lembradas
as dificuldades enfrentadas pelos deficientes no espaço onde vivem e a importância
da luta para a efetivação da inclusão na sociedade como forma de torná-los
verdadeiros cidadãos.
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O sol nasce para todos? (L.S.G.S.)
Questionados sobre a relação violência e crescimento urbano, pode-se
verificar que: O crescimento urbano poderá acarretar a solidão. Ao se tornarem menos favorecidos socialmente, lhe são impostas as consequências do capitalismo: alienação provocada pela rotina desgastante, falta do convívio familiar pelo enfrentamento dos problemas com transportes urbanos na cidade grande, falta de infraestrutura, educação, saúde, roubos, etc. Esses acontecimentos poderão colocá-los à margem da sociedade tornando-os cada vez mais solitários (M.M.C.).
Os alunos compreendem que a violência gera violência, e que se trata de algo
nocivo paras pessoas. Sabem de seus altos índices presentes no país, mas onde
estaria a raiz do problema?
A violência gera violência (L.S.G.S.)
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A imagem de armas e da morte está presente no seu dia a dia, seja através
da mídia televisiva e impressa, seja através da sua própria realidade.
O silêncio da sociedade (L.S.G.S.)
As desigualdades são anunciadas nos noticiários de TV, nas manchetes de
jornais, nas letras das músicas. Estão estampadas nas ruas das cidades e nas
paisagens do campo.
5 REFLEXÃO SOBRE AS ATIVIDADES
Na atividade de Educação Especial, o trabalho foi desenvolvido com alunos
de diferentes graus de deficiência auditiva, diferentes idades e níveis de
aprendizagem. A professora preparou atividades em que todos pesquisaram, e
como as idades e o grau de instrução são diferentes, cada um trabalhou com uma
atividade. Foi possível perceber o empenho e entusiasmo muito grande da
professora e alunos que saíram várias vezes para fotografar e fazer pesquisa na
Biblioteca da Escola e na Biblioteca Municipal de Londrina. Foram feitas várias
visitas nesta turma, pois foi a que mais exigiu orientação presencial. Os resultados
foram surpreendentes, principalmente pela maneira como a professora conduziu os
trabalhos, na qual a dedicação foi uma constante.
Na disciplina de Português houve um grande envolvimento e interesse da
professora, tanto na sexta série do noturno como no 3º Colegial Matutino, porém, os
resultados poderiam ser melhores caso houvesse maior comprometimento com as
atividades por parte dos alunos. No 3º Colegial, as expectativas do vestibular podem
ter contribuído para não se obter resultados esperados na elaboração dos vídeos.
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Na sexta série, as dificuldades de aprendizagem, a falta de interesse, e a baixa
frequência justificam o resultado, mesmo com o incentivo permanente da professora.
No 3º Colegial, mesmo buscando desenvolver um bom trabalho e procurando
esclarecer suas dúvidas, a professora de Geografia não alcançou o resultado
esperado. Por mais que ela tenha se empenhado, acredito que, pelo fato de ser o
seu primeiro trabalho em sala de aula, houve dificuldades dos alunos em relacionar
as letras das músicas com as imagens e trabalhar com as categorias geográficas.
No fechamento das atividades, os próprios alunos procuravam orientação, fugindo
da proposta inicial do projeto. Na sexta série, a professora estava substituindo o
professor em Licença Especial. Seu tempo foi relativamente curto, as condições da
turma já especificadas e da mesma forma que no Colegial, só que em grau mais
acentuado, as dificuldades dos alunos em relacionar as letras das músicas com as
imagens, e trabalhar com as categorias geográficas foram evidentes.
Na disciplina de Arte a participação do professor no 3º Colegial não foi
grande. Deixou os alunos livres para procurá-lo assim que estivessem menos
ocupados com questões de vestibular. O interesse não foi muito grande. Sua
orientação se limitou, praticamente, em dicas para a montagem dos vídeos e
esclarecimentos sobre a mitologia greco-romana, devido à abordagem na letra da
música Perfeição dos Deuses Eros, Thanatus/Perséphone e Hades. Na sexta série a
situação foi diferente.
Nesta turma, foi o professor de Arte que melhor apreendeu o significado do
projeto. Preocupou-se em entender o sentido das categorias de análise geográfica e
concluiu, pelo conhecimento que tem dos alunos que a categoria “lugar” seria a mais
trabalhada, numa tentativa de explorar e valorizar o espaço vivido por eles. Foi
entusiasmado, envolveu os alunos de tal forma que conseguiu levá-los duas vezes
para fotografarem a cidade e fora do horário de aula. Todas as fotos e desenhos
para fazer a animação foram resultados do trabalho do grupo. Sua explicação para o
fato foi a de que os alunos gostam e se envolvem muito mais quando não lhes são
exigidas a leitura e a escrita.
O professor de Arte trabalhou com a maioria dos alunos no ano passado e já
estabeleceu com eles vínculos afetivos que contribuíram para a execução das
atividades. Pela motivação e comprometimento em abordar as categorias de análise
geográficas, conseguiu a partir da ideia individual e de grupo que a turma tem de
Brasil, e do conhecimento do local em que residem e estudam criar relações gerais
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com outros lugares do país a partir do próprio lugar. Ainda, o fato de a turma
apresentar problemas de ordem pessoal, social, financeira e de aprendizagem, se
tornou para ele um desafio que o incentivou a mostrar serem possíveis resultados
positivos, mesmo diante de tantas adversidades.
Outro aspecto que deve ser destacado é o uso das falhas ocorridas nesse
trabalho para melhorar o desenvolvimento dos conteúdos tendo como ponto de
partida as categorias de análise geográficas. Não houve preocupação dos
professores de Geografia nesse sentido, porém é possível considerar os aspectos
negativos e fazer um trabalho conjunto, conscientizando a todos da importância das
categorias para que o espaço geográfico seja entendido como fruto das relações
entre o homem e o meio.
É importante frisar que a escolha de algumas fotos utilizadas na montagem
dos vídeos da 3ª série do Ensino Médio não foi satisfatória do ponto de vista
pedagógico, pois diante de uma variedade de imagens, os alunos optaram por
imagens que não oportunizaram uma problematização que favorecesse um melhor
resultado das atividades. 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nos encontros realizados com os professores, foi destacada a importância de
mobilizar os alunos a participarem como colaboradores dessa produção didática. E
ainda, estimulá-los a perceberem a música e a imagem como linguagens que
facilitam a transmissão de ideias e de sentimentos, principalmente, dos valores da
sociedade a qual pertencem.
É importante a participação do aluno sob a orientação do professor em todas
as etapas do trabalho. Espera-se que com esse envolvimento ocorra além da
motivação, a criação de um ambiente propício a discussões que levarão à
aprendizagem na medida em que contribui para a compreensão de conceitos
básicos desejados.
Foram feitas observações sobre o uso da música e das imagens, levando-se
em conta o seu potencial e não apenas usá-las como uma diversão, pois, por meio
delas é possível ampliar o conhecimento. Destacou-se o fato da imagem dizer mais
do que aparenta e para interpretá-la é preciso desenvolver habilidades de
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observação, análise e reflexão, de forma a facilitar o desvendamento dos elementos
que decodificam os mais diversos significados e devem ser constantemente
repensados.
Mesmo que o público alvo seja o aluno, o trabalho é sempre destinado aos
professores da Rede Pública Estadual, com os quais se pretende ampliar o diálogo a
fim de averiguar os limites e possibilidades da presente proposta. Assim, nesse
trabalho buscou-se envolver o maior número de professores que possam disseminar
a proposta de forma a valorizar o bom relacionamento entre os alunos por meio da
formação do espírito de equipe.
Quanto às letras de músicas, dentre o vasto repertório à disposição, a escola
contempla poucas letras à disposição em livros didáticos, sem, contudo, adentrar em
ritmos e variedades que possibilitem uma reflexão mais aprofundada entre a
formação musical do povo brasileiro e os conteúdos inerentes ao campo do
conhecimento científico geográfico.
As músicas apresentam mensagens que podem auxiliar na formação de
representações de lugares específicos ou da Terra no seu aspecto global e
estimulam o aluno às reflexões políticas, socioculturais, ambientais e éticas por meio
do seu cotidiano individual e coletivo. Já as imagens, por serem em um número
ilimitado de possibilidades, disponíveis aos olhos e ao uso dos alunos, acabam por
limitar a análise crítica acerca daquilo que ele está visualizando, sendo necessário
um acompanhamento pedagógico que torne a sua opinião crítica.
Para que haja a formação do cidadão consciente do espaço que ajudou a
criar, é preciso que a escola tenha como meta conteúdos contextualizados e
relações interdisciplinares. Assim, é possível criar condições de uma maior
mobilidade social (principal ferramenta de poder e dominação) mediante formação
do espírito crítico, que permita ao aluno ver as contradições sociais, políticas e
econômicas, presentes na sociedade contemporânea. Enquanto a teoria possibilita o
conhecimento é na prática que se verifica a correspondência entre o pensamento e
a realidade.
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REFERÊNCIAS
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Ministério da Educação, 2008. CARLOS, Ana Fani Alessandri. O lugar no/do mundo. São Paulo: Labur, 2007. CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia, Escola e Construção de Conhecimentos. São Paulo: Papirus, 2005b. MORAES, José Geraldo Vinci de. História e música: canção popular e conhecimento histórico. Rev. bras. Hist. vol.20 n.39 São Paulo, 2000. OSTROWER, Fayga. A sensibilidade do intelecto: visões paralelas de espaço e tempo na arte e na ciência. Rio de Janeiro: Campus, 1998. PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação do estado do Paraná. Geografia. Curitiba: SEED, 2008. PUBLICDOMAINPICTURES. Construção. Disponível em: http://www.publicdomainpictures.net/view-image.php?image=17658&picture=construcao-de-um-hi-rise Acesso em 18de novembro 2011. RAFFESTIN, Claude. Por uma geografia do poder. São Paulo, Ática, 1993. SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. 2. ed. São Paulo: Hucitec, 1996. ZANELLA, A. V. Atividade, significação e constituição do sujeito: considerações à Luz da psicologia histórico-cultural. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 9, n. 1, 2001. Sites Pesquisados: SONORA TERRA. Disponível em: http://letras.terra.com.br/mamonas-assassinas/24144 Acesso em 11de novembro 2011. WIKIMÉDIA COMMONS. Acidente. Disponível em: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Acidente_retirando_vit6.JPG Acesso em 18de novembro 2011. ______. Barack Obama. Disponível em: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Barack_Obama_with_Superman.jpg?uselang=pt-br
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