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Música A música tradicional portuguesa é variada e muito rica. Do folclore fazem parte as danças do vira, do Minho, dos Pauliteiros de Miranda (zona mirandesa), do Corridinho do Algarve ou do Bailinho da Madeira. São vários os instrumentos típicos: o cavaquinho, a gaita-de-foles, o acordeão, o violino, os tambores, a guitarra portuguesa (instrumento característico do fado) e uma variedade de instrumentos de sopro e percussão. O mais conhecido estilo de música português é o Fado, cuja intérprete mais célebre foi Amália Rodrigues. Mais recentemente, através dos Madredeus, cuja vocalista é a conhecida Teresa Salgueiro, e pelas cantoras Mariza e Dulce Pontes. A música portuguesa além fronteiras tem atingido um patamar de reconhecimento internacional e tem ajudado a divulgar a língua portuguesa em todo o mundo. Video de Amália cantando Fado Meu http://www.youtube.com/watch?v=9Aa01u8RtgM&feature=related Ainda na cultura popular existem as bandas filarmónicas que representam cada localidade e tocam vários estilos de música, desde a popular à clássica, sendo as bandas portuguesas das que melhor qualidade artística têm. Em Portugal existem nomes de grande relevância nas filarmónicas, tais como: Ilídio Costa, Carlos Marques, Alberto Madureira, José Raminhos, Amilcar Morais, Luís Manuel Bonito, etc. Referências da canção de finais do século XX (principalmente do período pré e pós revolucionário) são Zeca Afonso (http://www.youtube.com/watch?v=gaLWqy4e7ls), Sérgio Godinho, os Trovante entre outros. Mesmo sendo ainda o fado o género mais conhecido além fronteiras, a “nova” música portuguesa também tem um papel importante, demonstrando grande qualidade. Sara Tavares, Lúcia Moniz, Jorge Palma, Rui Veloso, Clã, GNR, Ornatos Violeta, Xutos & Pontapés, Moonspell, Da Weasel, Fingertips e Primitive Reason são apenas alguns dos nomes mais conhecidos, indo do Rock, à pop-electrónica, ao rap, entre outros estilos.

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A música tradicional portuguesa é variada e muito rica. Do folclore fazem parte as danças do vira, do Minho, dos Pauliteiros de Miranda (zona mirandesa), do Corridinho do Algarve ou do Bailinho da Madeira. São vários os instrumentos típicos: o cavaquinho, a gaita­de­foles, o acordeão, o violino, os tambores, a guitarra portuguesa (instrumento característico do fado) e uma variedade de instrumentos de sopro e percussão. Video de Amália cantando Fado Meu

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Música

A música tradicional portuguesa é variada e muito rica. Do folclore fazem parte as danças do vira, do Minho, dos Pauliteiros de Miranda (zona mirandesa), do Corridinho do Algarve ou do Bailinho da Madeira. São vários os instrumentos típicos: o cavaquinho, a gaita-de-foles, o acordeão, o violino, os tambores, a guitarra portuguesa (instrumento característico do fado) e uma variedade de instrumentos de sopro e percussão.

O mais conhecido estilo de música português é o Fado, cuja intérprete mais célebre foi Amália Rodrigues. Mais recentemente, através dos Madredeus, cuja vocalista é a conhecida Teresa Salgueiro, e pelas cantoras Mariza e Dulce Pontes. A música portuguesa além fronteiras tem atingido um patamar de reconhecimento internacional e tem ajudado a divulgar a língua portuguesa em todo o mundo.

Video de Amália cantando Fado Meu http://www.youtube.com/watch?v=9Aa01u8RtgM&feature=related

Ainda na cultura popular existem as bandas filarmónicas que representam cada localidade e tocam vários estilos de música, desde a popular à clássica, sendo as bandas portuguesas das que melhor qualidade artística têm. Em Portugal existem nomes de grande relevância nas filarmónicas, tais como: Ilídio Costa, Carlos Marques, Alberto Madureira, José Raminhos, Amilcar Morais, Luís Manuel Bonito, etc.

Referências da canção de finais do século XX (principalmente do período pré e pós revolucionário) são Zeca Afonso (http://www.youtube.com/watch?v=gaLWqy4e7ls), Sérgio Godinho, os Trovante entre outros. Mesmo sendo ainda o fado o género mais conhecido além fronteiras, a “nova” música portuguesa também tem um papel importante, demonstrando grande qualidade. Sara Tavares, Lúcia Moniz, Jorge Palma, Rui Veloso, Clã, GNR, Ornatos Violeta, Xutos & Pontapés, Moonspell, Da Weasel, Fingertips e Primitive Reason são apenas alguns dos nomes mais conhecidos, indo do Rock, à pop-electrónica, ao rap, entre outros estilos.

A música erudita portuguesa constitui um capítulo importante da música ocidental. Ao longo dos séculos, sobressaíram nomes de compositores e intérpretes como os trovadores Martim Codax e D. Dinis, os polifonistas Duarte Lobo, Filipe de Magalhães, Fr. Manuel Cardoso e D. Pedro de Cristo, o organista Manuel Rodrigues Coelho o compositor e cravista Carlos Seixas, a cantora Luísa Todi, o sinfonista e pianista João Domingos Bomtempo ou o compositor e musicólogo Fernando Lopes Graça. O período de ouro da música portuguesa coincidiu, discutivelmente, com o apogeu da polifonia clássica no século XVII (Escola de Évora, Santa Cruz de Coimbra).Entre as grandes referências actuais, pontificam os nomes dos pianistas Artur Pizarro, Maria João Pires e Sequeira Costa, da violetista Anabela Chaves, do violinista Carlos Damas, do compositor Emanuel Nunes, do compositor e maestro Álvaro Cassutto. As

orquestras sinfónicas mais importantes são a Orquestra da Fundação Gulbenkian, a Orquestra Nacional do Porto e a Orquestra Sinfónica Portuguesa. No que diz respeito à ópera, o Teatro Nacional de São Carlos em Lisboa é o mais representativo.

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Fado como património mundial

Foram inúmeras as notícias que surgiram devido à possibilidade de o Fado, música inteiramente portuguesa, se tornar Património Imaterial da Humanidade. O editorial que se apresenta a baixo foi realizado como uma reflexão pessoal acerca desta temática. Salienta-se que este foi realizado por mim, pela Marisa Azinheiro e Neise Guerreiro.

E hoje o fado renasce, renascendo com ele a sua origem

Por entre os esforços em emergir dos aumentos do IVA, das novas medidas de austeridade, do FMI ou da Troika, o povo português apresenta hoje, pela primeira vez desde há uns tempos, um esplendoroso motivo de felicidade. Ninguém, a não ser todos os cidadãos de Portugal sabe quão difícil é viver este intenso período de crise e em tão má situação financeira. Apenas a Grécia ou a Irlanda podem demonstrar alguma compreensão, visto que se encontraram numa situação também ela precária. É, então, de louvar quando surgem estes pequenos presentes para os Portugueses, especialmente estando o Natal já tão perto. Animam-nos e tornam o dia um pouco mais suportável. Renasce um espírito de valorização à pátria e tal estado de entusiasmo é provocado pelo Fado.

Hoje apresenta-se como uma expressão musical, que abrange todas as classes sociais. No entanto, nem sempre assim foi. Este teve origem no povo mais humilde, nomeadamente nas vielas e tascas. Marcava-se pelo improviso e a sua essência consistia em transmitir a melancolia, a tristeza, o medo e a amargura da camada mais baixa da população. Após o período 25 de Abril, este entrou em crise, uma vez que a ele lhe associavam a governação de Salazar, surgindo, então, uma certa revolta relativamente ao seu “uso”. Pode-se dizer mesmo que, nesta altura, a geração de 80 para além de repudiar este tipo de música, considerava-o retrógrado, sendo o rock, por outro lado o auge do momento. Felizmente com o passar dos anos, começou a voltar para a ribalta, iniciando-se uma nova geração na qual estão presentes nomes tão conhecidos como Camané, Dulce Pontes, Teresa Salgueiro, Mariza e Mafalda Arnauth.

Já há muitos anos que uma série de especialistas, músicos e intérpretes trabalhavam com o fim de dar a conhecer, ao mundo, o tesouro que o fado é (e sempre foi). Em 2010, o nosso canto apresentou-se como “símbolo da identidade nacional” e “a mais popular das canções urbanas” à UNESCO, a fim de pertencer ao património imaterial da humanidade – uma extensa lista que abrange tradições, práticas, representações e conhecimentos que constituem as raízes culturais de um país.

Hoje, o Fado é o primeiro bem português considerado por todos. Encontra-se perpetuado no nosso planeta: tornou-se Património Imaterial da Humanidade, a 27 de Novembro de 2011. Todo e qualquer português, especialmente o caro leitor que está a ler este editorial, deveria

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sentir-se orgulhoso. Faz parte de uma nação que possui uma pérola difícil de encontrar na imensidão do oceano.

No entanto, é de esperar um certo comedismo. Segundo mitos romanos, o vocábulo traduz-se numa personificação para destino. Se o complementarmos com a concepção portuguesa, de que fado é saudade, lamento, tristeza, mágoa e desespero, será este o destino inevocável de Portugal? Não haverá nem uma réstia de esperança para o nosso pobre país? Desde sempre o português se sentou comodamente, à espera que o trabalho aparecesse feito. Chegou a altura de ser ele a trabalhar, de trazer ao de cima o melhor que Portugal tem para dar. O relógio está contando os segundos para nos erguermos e termos o nosso momento de brilhar ao nascer do Sol. Isto, será isto o nosso destino? Ou uma catapulta para atingirmos o fim do arco-íris?