mundo orquidofilo - apostila sobre orquideas

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APRESENTAÇÃO Prezado Orquidófilo. Dentre as inúmeras atividades a que se propõe a Sociedade Paraense de Orquidófilos está a de difundir a prática da Orquidofilia, usando os meios a seu alcance para o aperfeiçoamento técnico de seus associados. Foi com este espírito que organizamos esta Apostila, destinada principalmente aos iniciantes, mas que com certeza acrescentará alguma coisa aos conhecimentos dos mais experientes.  Aqui estão contidos anos de experiências de inúmeros orquidófilos pertencentes ao quadro de associados da SPO e de todo o Brasil. Temos certeza que através dela o prezado leitor encontrará muitas respostas às suas dúvidas e melhorará com certeza o cultivo de suas plantas. Se há alguns anos atrás a bibliografia disponível sobre as Orquídeas era difícil de ser encontrada, hoje, através da Internet, é possível obter-se uma gama imensa de informações sobre estas plantas através de sites que tratam da comercialização, preservação, cultivo, fotografias, intercâmbio, etc., entre orquidicultores do Brasil e do Mundo.  Ao viajarem nesta Apostila irão perceber que não existe um trato cultural único para estas plantas. Muito pelo contrário, parece que todo orquidófilo tem sua maneira particular de cultivar as orquídeas, suas fórmulas de adubo, sua maneira de irrigar... O leitor não deve se preocupar com a diversidade de opiniões, muitas vezes antagônicas, pois esta diversidade de opiniões resulta da experiência pessoal acumulada durante muitos anos. Ao ser perguntado quais procedimentos utilizava em seu Orquidário para manter as plantas em bom estado um experiente orquidófilo respondeu: "O que é bom para o meu orquidário pode não ser bom para o seu... " Assim leia com atenção, analise as várias alternativas apresentadas, anote as conceituações básicas, e sempre que tiver dúvidas recorra a um membro mais experiente da Sociedade, em especial durante as reuniões rotineiras de seus sócios, que com certeza encontrará alguém que lhe dicas e respostas.  Antes de mudar a sua coleção inteira para um novo meio de cultivo, primeiro experimente-o com um pequeno número de orquídeas (de preferência em duplicatas) durante um ano pelo menos, ou até se completar um ciclo inteiro das estações. São inúmeros os casos em que o uso de um novo adubo lançado no mercado, ou a indicação de um remédio milagroso para exterminar insetos resulta em tragédia para as plantas. Coloque em prática os conhecimentos adquiridos, ouse inventar, seja criativo, e tenha bons momentos apreciando estas lindas flores. Tenha em mente também que o correto cultivo de nossas espécies nativas é um ato de preservação, pois poupa, com certeza, a coleta de espécimes em seu habitat, evitando seu desaparecimento. Esta não é uma Apostila definitiva sobre o assunto, mesmo sendo destinada ao Orquidófilo iniciante, mas com certeza contêm informações que irão de encontro aos anseios do associado, e que nem sempre são encontradas em livros.

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APRESENTAÇÃO

Prezado Orquidófilo.

Dentre as inúmeras atividades a que se propõe a Sociedade Paraense de

Orquidófilos está a de difundir a prática da Orquidofilia, usando os meios a seualcance para o aperfeiçoamento técnico de seus associados. Foi com este espíritoque organizamos esta Apostila, destinada principalmente aos iniciantes, mas quecom certeza acrescentará alguma coisa aos conhecimentos dos mais experientes.

 Aqui estão contidos anos de experiências de inúmeros orquidófilos pertencentesao quadro de associados da SPO e de todo o Brasil. Temos certeza que atravésdela o prezado leitor encontrará muitas respostas às suas dúvidas e melhorarácom certeza o cultivo de suas plantas.

Se há alguns anos atrás a bibliografia disponível sobre as Orquídeas eradifícil de ser encontrada, hoje, através da Internet, é possível obter-se uma gamaimensa de informações sobre estas plantas através de sites que tratam da

comercialização, preservação, cultivo, fotografias, intercâmbio, etc., entreorquidicultores do Brasil e do Mundo. Ao viajarem nesta Apostila irão perceber que não existe um trato cultural

único para estas plantas. Muito pelo contrário, parece que todo orquidófilo tem suamaneira particular de cultivar as orquídeas, suas fórmulas de adubo, sua maneirade irrigar... O leitor não deve se preocupar com a diversidade de opiniões, muitasvezes antagônicas, pois esta diversidade de opiniões resulta da experiênciapessoal acumulada durante muitos anos. Ao ser perguntado quais procedimentosutilizava em seu Orquidário para manter as plantas em bom estado um experienteorquidófilo respondeu: "O que é bom para o meu orquidário pode não ser bompara o seu... "

Assim leia com atenção, analise as várias alternativas apresentadas, anoteas conceituações básicas, e sempre que tiver dúvidas recorra a um membro maisexperiente da Sociedade, em especial durante as reuniões rotineiras de seussócios, que com certeza encontrará alguém que lhe dicas e respostas.

  Antes de mudar a sua coleção inteira para um novo meio de cultivo,primeiro experimente-o com um pequeno número de orquídeas (de preferência emduplicatas) durante um ano pelo menos, ou até se completar um ciclo inteiro dasestações. São inúmeros os casos em que o uso de um novo adubo lançado nomercado, ou a indicação de um remédio milagroso para exterminar insetos resultaem tragédia para as plantas.

Coloque em prática os conhecimentos adquiridos, ouse inventar, sejacriativo, e tenha bons momentos apreciando estas lindas flores. Tenha em mentetambém que o correto cultivo de nossas espécies nativas é um ato depreservação, pois poupa, com certeza, a coleta de espécimes em seu habitat,evitando seu desaparecimento.

Esta não é uma Apostila definitiva sobre o assunto, mesmo sendodestinada ao Orquidófilo iniciante, mas com certeza contêm informações que irãode encontro aos anseios do associado, e que nem sempre são encontradas emlivros.

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INTRODUÇÃO

Existem muitas idéias errôneas sobre as orquídeas: que são parasitas; quesão difíceis de cultivar; que dão flores de sete em sete anos, e assim por diante.Na verdade as orquídeas utilizam-se dos troncos e galhos de árvores apenas

como suporte, sem retirar a seiva de seus hospedeiros. Dê condições climáticascorretas e cultivo adequado e elas se desenvolverão fortes e sadias, florindoregularmente. Uma vez entendido a necessidade de cultivo destas plantas, o tratotorna-se relativamente simples. Algumas orquídeas necessitam de um período defrio para florescer - não tente cultivá-las em Belém, a não ser em estufaclimatizada, enquanto outras estão adaptadas ao clima quente e úmido dasflorestas tropicais. Outras precisam de um forte e prolongado período seco para sóentão desabrocharem as flores. Com exceção de regiões extremamentedesérticas e áreas de cobertura perene de gelo e neve, as orquídeas sãoencontradas nos locais mais recônditos de nosso planeta Terra.

Cuidar de orquídeas é uma atividade terapêutica. Que bons momentos, que

horas relaxantes são as passadas entre as orquídeas, no tranqüilo oásis doorquidário, esquecidos do estresse e dos problemas do cotidiano. A observaçãodo modo como uma orquídea está enraizando, o forte crescimento de uma frentenova, o desenvolvimento da espata ou da haste floral, a expectativa da flor, emdias e dias de ansiedade até que, finalmente, o momento tão desejado acontece:a flor se abre, como que agradecendo as horas dedicadas ao seu cultivo. Aí, comodisse a orquidófila Margarida Brandão, é passar a notícia adiante, mostrá-la aomaior número de amigos, satisfazer o ego. Que emoção se sente ao ver abrir aprimeira flor de uma nova planta, da qual muitas vezes nem sabemos o nome...

Pertencentes à família das Orquidáceas, esta plantas fascinantes, belas ealgumas vezes bizarras, oferecem flores vistosas, multicoloridas, com fragrâncias

gostosíssimas, portando as mais variadas formas e tamanhos. O nome orquídeavem do grego "orchis" que significa testículos e refere-se às raízes tuberosassubterrâneas das orquídeas do Mediterrâneo.

 As orquídeas são comercializadas hoje em dia tendo como valor agregadoa sua beleza. Somente uma espécie, a Vanilla planifolia, tem valor econômicocomo fonte aromática de especiarias na produção de bolos, doces e sorvetes.

 Alguns povos ainda usam orquídeas como fonte de remédios para males variados.Na Amazônia Brasileira, até 1994, foram registradas 378 espécies

distribuídas em 99 gêneros, apenas de epífitas e rupícolas. Dentre aquelasdestacam-se as sete espécies de Cattleyas que ocorrem na região: Cattleyaviolacea, Cattleya luteola, Cattleya lawrenciana, Cattleya eldorado,  Cattleya

nobilior, Cattleya araguaiensis e Cattleya jenmanii. A flor símbolo de nossa Sociedade é a flor do Oncidium lanceanum, de rarabeleza.

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A FLOR DA ORQUÍDEA

 As flores das orquídeas podem parecer muito diferentes entre si, mas todaselas têm a mesma estrutura básica de três pétalas e três sépalas. As pétalas esépalas juntas são chamadas coletivamente tépalas. As pétalas e sépalas sealternam em volta do centro da flor, onde há uma estrutura chamada coluna. Umadas pétalas, geralmente situada em posição inferior, se destaca pela forma, cor, e

pela função exercida. Ela recebe o nomede labelo. Existe uma grande variação naforma e na cor destes segmentos: elespodem ser da mesma cor, ou as sépalaspodem ter cor diferente das pétalas, ouainda podem ter mais de uma cor, ou aforma pode ser muito parecida ou aspétalas e sépalas podem variar de forma ede tamanho.

  A flor da orquídea é uma flor hermafrodita (órgãos masculinos efemininos na mesma flor) e só em poucoscasos, como no gênero Catasetum, asplantas ostentam flores masculinas efemininas, separadamente.

Vamos analisar a flor de umaCattleya, um dos gêneros mais apreciados

pelos orquidófilos: ela é formada por três sépalas, três pétalas e uma coluna. Assépalas, situadas na parte mais externa, geralmente são do mesmo tamanho e damesma cor, e de acordo com a posição em relação ao labelo, recebemdenominações diferentes. A superior é a sépala dorsal e as inferiores sãodenominadas de sépalas laterais. Aspétalas, também em número de três,divergem entre si pela forma, tamanho ebeleza. Duas são ditas "normais",mantendo tamanho, forma e cor iguaisao passo que uma terceira, chamada delabelo (lábio), diferencia-se pelotamanho maior e pela beleza, podendoter cor diferente das outras duas. Olabelo é frequentemente lobado,podendo envolver ou não a coluna e temtambém um calo carnoso e espesso. Olabelo, na verdade, é uma estruturaespecializada, utilizada pela flor paraatrair o agente polinizador, atuandocomo uma "plataforma de aterrisagem",facilitando a abordagem do inseto eorientando-o até a coluna.

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  A coluna é um outrosegmento importante das flores dasorquídeas, onde estão situados osórgãos reprodutivos da planta. NasMonandras (Cattleya, p.e.) o

estigma (órgão feminino) estásituado na porção mais inferior dacoluna, em forma de uma pequenadepressão preenchida por umlíquido viscoso e a única antera ficana porção mais externa, contendoas polínias (órgãos masculinos).Nas Diandras (Selenipedium, p.e.)

as anteras, em número de duas, situam-se nas laterais do estigma. O estigma é olocal onde os polinizadores deixarão o pólen para fertilizar a flor. Em muitasorquídeas a antera é coberta por uma fina capa, a capa da antera. Sob ela o

pólen é encontradocomo duas ou maismassas, chamadaspolínias, que tendem agrudar em qualquer coisa que remova acapa da antera. Aspolínias são corposconstituídos de muitosgrãos de pólen unidos.O número de polínias e

sua textura sãoelementos importantespara a classificação dasorquídeas. Nas floresmaiores é fácil ver aspolínias: basta afastar aantera para trás, masno caso de flores muitopequenas pode ser necessário o uso de ummicroscópio. Quando apolínia gruda em uminseto e todo o pólen é

transferido de uma orquídea para outra ocorre o que se chama de polinização.Esta seria uma flor típica de uma orquídea, mas nem todas as espécies

mantêm esta estrutura. Em muitas as sépalas e pétalas podem estar fundidas oureduzidas.

Estrutura da flor de uma Encyclia. A, a flor vista de frente.B, o labelo. C, D, E vistas ventral, dorsal e lateral da

coluna.

Coluna

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 A flor da orquídea, à medida que vai seabrindo, faz um movimento giratóriochamado de ressupinação, para que olabelo se posicione na porção mais inferior.

  As flores de alguns gêneros, como é o

caso das Encyclias, não fazem estemovimento e por isso o labelo fica naporção mais superior da flor.  As flores são carregadas pelasinflorescências. Uma inflorescência podeser ereta, arqueada ou pendente. Umainflorescência pode surgir do final de umcaule ou pseudobulbo (Cattleya), ou dealgum ponto ao longo do caule oupseudobulbo em cujo caso a inflorescênciaé dita ser lateral (Catasetum). A flor se une

à haste floral pelo pedúnculo que por suavez contém o ovário próximo à base daflor. Após a fecundação o ovário se dilata ea flor murcha.

O labelo é formado pela fauce ouparte mais interna e pelos lóbulos. Olóbulo mais externo é chamado de frontal eos outros dois de laterais. Os lóbuloslaterais podem envolver ou não totalmentea coluna. As orquídeas têm o que se

chama ovário inferior, isto é, as outras partes da flor estão fixadas acima dele.

 Além disso, antes da fecundação, ele é fino e delgado, e só após a polinização elefica mais espesso. As flores geralmente têm um nectário tubular ou em forma de saco, ou

esporão, que ajuda a atrair os polinizadores para a flor. Nas orquídeas o esporãogeralmente está na base do labelo, mas ele também pode se formar nas sépalaslaterais.

Nas orquídeas os estames estão em volta do ovário, unidos em umaestrutura única, a coluna, ou se você quiser mostrar conhecimento, o ginostênio.

 As orquídeas nunca têm mais que três estames e na maioria delas só um é fértil.Os estames estéreis e a porção basal do estame fértil se unem com o estilete paraformar a coluna. A antera, ou a parte do estame rica em pólen, fica situadapróxima ao topo da coluna, exceto nos Oncidiuns, que têm uma antera fértil decada lado da coluna. A antera, de acordo com sua posição em relação à coluna,pode ser dorsal, terminal, ou ventral. Existem duas "asas" nos lados da coluna,usualmente próximas da antera e do estigma. Elas provavelmente representam osdois estames laterais estéreis.

Várias estruturas das flores das

orquídeas. A, vista lateral de uma flor 

com um proeminente esporão. B,secção da flor de um Systeloglossum

mostrando a base de uma coluna. A

 base da coluna mais o labelo formamo nectário. C, uma flor de  Maxillaria

com uma proeminente base da coluna

 projetando-se para trás. D, uma flor deOncidium mostrando o calo.

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OUTRAS PARTES DAS ORQUÍDEAS

FOLHAS As orquídeas têm o que os botânicos chamam de folhas simples, isto é,

suas folhas não têm lobos. Apesar de serem simples apresentam uma grandevariedade quanto à forma, tamanho e espessura. Afolha é uma defesa da planta contra o excesso detranspiração, evitando perda de água e oferecendomaior resistência à seca. Possui em sua face inferior um conjunto de pequenos orifícios chamados deestômatos, que têm papel fundamental na nutrição ena absorção de água pelas orquídeas.

  Apesar da variação de formas das folhas amaioria das orquídeas apresenta poucos tiposprincipais. Existem folhas lisas ou plissadas, finas oucarnudas, com secção em "V" ou redonda e assim por diante. As folhas carnudas, de consistência coriácea(ligeiramente semelhantes à consistência do couro)armazenam água, enquanto outras, muito finas comonos Oncidiuns e Miltonias, são muito sensíveis ao calor do sol. Algumas orquídeas têm folhas plissadas.Geralmente são finas com muitas pregas compridas(Spathoglottis, Catasetum) e estão relacionadas comas orquídeas mais primitivas. Muitas outras têm folhasque são mais espessas, arredondadas e com umasecção em forma de "V". Tais folhas são chamadasconduplicatas (Phalaenopsis). Várias outras têmfolhas cilíndricas, finas e longas, chamadas de terete eque podem estar sulcadas longitudinalmente(Oncidium ceboletta).

 As folhas podem se apresentar arranjadas emforma de espiral, ou podem estar arranjadas em ladosopostos, alternando-se em níveis diferentes ao longoda linha de crescimento. Poucas apresentam duas ou

mais folhas em um mesmo nível. Algumas folhas, ainda, são caducas e caemquando o pseudobulbo completa o seu ciclo vegetativo (Catasetuns, Dendrobiuns,entre outros).

Muitas folhas conduplicatas são espessas e carnudas. Isto pode dar aimpressão de que as orquídeas são capazes de suportar muito bem períodossecos, como os cactos, mas esta não é a regra para as orquídeas tropicais.Orquídeas de regiões com períodos secos podem suportar a estiagem porque elastêm pseudobulbos suculentos e não porque têm folhas suculentas. As orquídeassazonais florescem apenas em determinadas épocas do ano, freqüentementeperdem todas as suas folhas e emitem uma nova frente anualmente. As orquídeasque não são sazonais permanecem com suas folhas sempre verdes e emitemsuas folhas gradualmente a todo momento. Os pseudobulbos despidos ou os

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caules que são deixados para traz, permanecem usualmente sempre verdes econtêm reservas nutritivas e água armazenadas.

Especialmente nas orquídeassimpodiais, novos brotos, raízes ouinflorescências podem aparecer nos

antigos pseudobulbos. Portanto, nãoé interessante podar ou cortar caules ou pseudobulbos despidos defolhas porque eles poderão ser abase do crescimento de novasfrentes ou novas inflorescências.Mesmo com orquídeas nãosazonais, como as que geralmenteocorrem nas regiões de baixaaltitude nos trópicos, os velhospseudobulbos podem se tornar 

ativos, desenvolvendo novas frentes.Em geral, as orquídeas monopodiais são menos aptas a perder completamentesuas folhas. A floração, por outro lado, pode ser sazonal, provocada por variaçõesnas horas de insolação, temperatura da noite, ou umidade. Mesmo orquídeasmonopodiais sazonais, como as Rhynchostylis, que necessitam períodos secospara induzir a floração, não perdem todas as suas folhas. No correto cultivo dasorquídeas monopodiais, como nas Vandas, é necessário manter-se a integridadedas raízes e folhas, assim como a umidade.

 A parte basal da folha de muitas orquídeas é larga e tubular e abraça,envolve o caule, enquanto o restante da folha é plano. Uma estrutura tipo folha, oubráctea, que envolve um caule ou pseudobulbo é chamada de bainha. Qualquer 

estrutura pequena tipo escama em um nó, ou qualquer estrutura tipo folha que nãoseja realmente uma folha, é chamada de bráctea. Todo nó desprovido de folha,geralmente, tem um tipo de bainha ou bráctea. As brácteas são especialmentevisíveis nas inflorescências, quando elas podem ocorrer no caule abaixo das florese cada flor tem uma bráctea em sua base. Se a inflorescência é dividida existeuma bráctea em cada ramificação.

Pelo colorido das folhas podemos saber se as plantas estão recebendoluminosidade adequada. Quando se tornam amarelas ou amareladas por inteiro,sem manchas isoladas, estão sendo cultivadas com muita luz. Se estiverem de cor verde escuro falta luminosidade para a planta.

 As folhas devem ser mantidas sempre bem limpas para poderem respirar ese alimentar através dos estômatos alojados em seu verso. O óleo mineral tem apropriedade de criar uma película impermeável tapando os estômatos eimpedindo-os de funcionar. Portanto, seu uso deve ser feito com cuidado.

RAIZESUma das características mais marcantes das plantas epífitas são as raízes.

 A maioria das plantas de jardim tem uma raiz única central e inúmeras outrasraízes menores. Todas essas raízes adelgaçam-se formando uma rede de raízes

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muito finas. As raízes das orquídeas, por outro lado, como as raízes das palmeirase do bambú, conservam aproximadamente omesmo diâmetro em toda a sua extensão.Não existe uma raiz principal.

  As raízes das epífitas, geralmente,

têm uma camada de células esponjosas emsua superfície externa chamada de velame,que funciona na apreensão e absorção deágua e nutrientes e pode ser tambémprotetora. As terrestres também podem ter ovelame, porém, ele é menos evidente.

 A ponta da raiz, normalmente, é verdee como as folhas, pode fotossintetizar, isto é,formar açúcar a partir de luz, dióxido decarbono e água por meio da clorofila.Quando uma raiz fica em contato com uma

superfície adequada, como a superfície deum vaso, ela cresce colando-se a ele e nãopode ser retirada sem danos. É importantefrisar que as raízes não grudam na superfíciede vasos plásticos, facilitando o seu manuseio durante a retirada parareenvasamento.

Quando as raízes não estão diretamente expostas ao ar, porque passam acrescer sob o substrato, tornam-se pálidas e dilatadas. Se submetidas a muitaumidade podem facilmente apodrecer. As orquídeas terrestres e rupículas, commais freqüência, têm raízes capilares e são mais tolerantes às condições deumidade excessiva, mas, mesmo assim, a regra deve ser uma boa drenagem da

água da rega.

CAULEOs caules podem ser curtos ou longos, delgados ou muito espessos. Os

caules longos e finos podem ser macios e herbáceos ou duros e lenhosos, comfibras resistentes bem emaranhadas. O ponto onde a folha se fixa ao caule échamado de nó. O nó, geralmente, não é nítido nas orquídeas porque a base dafolha ou uma bráctea costuma envolver o caule nesse local. Cada nó tem umaborbulha logo acima da folha e normalmente costumam aparecer ramos nos nós.O espaço entre os nós é chamado de internó.

O termo pseudobulbo refere-se a qualquer caule espessado, especialmenteàqueles que não estão enterrados no solo. Os pseudobulbos podem ser achatados, globulares ou longos, em forma de charuto. Uma feição usada naidentificação das orquídeas é se os pseudobulbos são formados de um único nóou de vários nós.

Raízes ativas. Observe a ponta

esverdeada das raízes em crescimento, e

a cor prateada da superfície do velame.

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INFLORESCÊNCIA As inflorescências podem ser laterais ou terminais. As laterais podem ser 

basais, quando são produzidas no rizoma ou muito próximo da base do caule, oupseudobulbo (um exemplo é o dos Catasetuns). Raras, como no caso deCampylocentrum e de Lockhartia, podem ter inflorescências a partir da parte

superior do caule. As inflorescências das orquídeas, geralmente, apresentamvárias flores em uma haste comum, o pedúnculo, mas inflorescências com umaúnica flor não são raras e as flores podem ser fasciculadas ou densamenteagrupadas, com ou sem uma haste comum. As flores, assim como as folhas,podem estar arranjadas de forma espiralada no caule, ou podem estar arranjadasnos dois lados ao longo do caule. Em muitos casos as flores abrem ao mesmotempo, em outros elas abrem sucessivamente.

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NOMENCLATURA DAS ORQUÍDEAS

 A nomenclatura botânica é muito bem regulamentada, baseada em umcódigo oficial cujas convenções são estabelecidas pela Royal Horticultural Society,atualizada de três em três anos durante o International Botanical Congress. O

último foi realizado em julho de 1999, em Saint Louis, EUA. Este código se aplicaa plantas, algas e fungos, sendo diferente do código aplicado aos animais. As plantas foram classificadas pelos botânicos em famílias, diferenciadas

umas das outras pela estrutura de suas flores, hastes, folhas e raízes. Cadafamília é dividida em tribos e posteriormente em gêneros. Essas divisões sãoestabelecidas por similaridade na aparência e construção das peças florais.

Basicamente as orquídeas encontradas na natureza são classificadas por dois nomes, um indicando o gênero e o outro o epíteto, ambos compondo aespécie.

O gênero agrupa plantas com características comuns bem definidas. Umgênero é a principal subdivisão de uma família e é formado por um número

limitado de espécies intimamente relacionadas, ou de uma única espécie(monotípico). O gênero é designado por um nome em latim ou latinizado, nosingular, iniciando com letra maiúscula. É seguido pelo epíteto, iniciando com letraminúscula se for natural, ou letra maiúscula se for híbrido, concordandogramaticalmente com o nome do gênero. Tanto o gênero como o epíteto, quandose refere a uma espécie natural, são grafados em itálico ou subescritos. Existemcerca de 860 gêneros de orquídeas.

  A espécie resulta da combinação do gênero + epíteto. A espécie é aclassificação biológica fundamental, compreendendo uma subdivisão de umgênero e consistindo de um grupo de plantas com alto grau de similaridade,podendo, geralmente, intercruzar e mostrando uma diferença marcante com os

membros de outra espécie. A Família das Orquidáceas é formada por cerca de25.000 espécies naturais e mais de 100.000 espécies híbridas. Os epítetos dasespécies híbridas são escritos com letra maiúscula, não latinizados, paradiferenciar das espécies naturais.

Como exemplo temos:Cattleya (gênero) + labiata (epíteto). O epíteto inicia com letra minúscula

porque se refere a uma espécie natural. A espécie seria Cattleya labiata. É umaboa política se adotar uma forma um pouco mais longa, acrescentando-se o nomedo autor de sua classificação, iniciando com letra maiúscula e grafado de formanormal. Ex: Cattleya guttata Lindl. Lindlley publicou o nome Cattleya guttata noBotanical Register, tábula 1406 e é o autor deste nome. Alguém poderiaposteriormente publicar o mesmo nome Cattleya guttata sem saber da existênciado primeiro e isto faria do segundo (Ex: Cattleya guttata Rezende) impróprio enão validamente publicado, pois já está ocupado.

Devemos observar que os epítetos podem se repetir a vontade dentro degêneros diferentes. Ex: Cattleya intermedia, Zygopetalum intermedium,Phalaenopsis intermedia, etc.

Entende-se como híbrido a planta resultante da polinização cruzada entreduas orquídeas. Para um híbrido a grafia seria: Cattleya (gênero) + Brymeriana(epíteto). O Epíteto neste caso inicia com letra maiúscula e tem grafia normal

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porque é um híbrido. A espécie seria: Cattleya Brymeriana que é um híbridonatural entre a Cattleya eldorado e a Cattleya violacea.

Certas espécies, às vezes, apresentam uma característica que as tornamdiferentes de sua espécie "tipo" mais comum. São variedades ou subespécies econstituem qualquer divisão natural de uma espécie que apresenta pequenas,

mas marcantes, variações morfológicas da mesma espécie, habitando diferentesregiões geográficas. O nome da subespécie é geralmente um terceiro termo,iniciando com letra minúscula, grafado normalmente e precedido da abreviaturavar ., do latim varietas (variedade).

Poderíamos ter então:Cattleya (gênero) labiata (epíteto) var. alba (variedade).Clones ou Cultivares são plantas selecionadas por suas características

desejáveis e propagadas de modo a perpetuar tais características. Um clone podeser selecionado de uma espécie, de um híbrido ou de uma variedade. Pode ser propagado por divisão, corte, meristema ou qualquer outro método que produzadescendentes semelhantes à planta mãe. Nomes de clones são epítetos grafados

em letras romanas, de forma normal, iniciando com maiúscula e entre aspassimples.Como exemplo temos:Cattleya  (gênero)  labiata (epíteto) var. alba (variedade) 'Pendentive'

(clone)Orquídeas premiadas são identificadas por algumas letras extras colocadas

em seguida aos nomes das plantas e indicam que a planta que a originou foidistinguida por uma determinada entidade orquidófila. Entre as mais conhecidasestão a American Orchid Society (AOS) e a Royal Horticultural Society (RHS).Tais premiações podem ser atribuídas tanto para espécies como para os híbridos.

 As letras antes da barra são a abreviatura do prêmio. Por exemplo, FCC (First

Class Certificate - Certificado de Primeira Classe) que é uma premiação atribuídapela AOS para plantas que atingem 90 pontos ou mais em uma escala de 100pontos.

O nome completo de uma orquídea poderia ficar assim:Cattleya (gênero) labiata (epíteto) var. alba (subespécie) 'Pendentive'

(clone) AM/AOS (premiação).Pode-se defrontar com algumas outras palavras inclusas no nome de uma

determinada orquídea. Self  significa que foi feito o cruzamento utilizando-se apolínia e o estigma de flor(es) da mesma planta. Sibling significa que ocruzamento foi feito entre flores de duas plantas diferentes porém da mesmaespécie.

Muitas vezes também coloca-se no final o nome da planta mãe (que cedeuo estigma para a fecundação) e o nome da planta pai (aquela que forneceu apolínea), sempre nesta ordem e separados por um x.

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PRONÚNCIA 

 A orquidóloga Luiza Barbosa colocou na Internet um artigo sobrepronúncia que aproveitamos retransmitindo com modificações. O artigo baseia-seno vol. I de A Etimologia a Serviço dos Orquidófilos de autoria do Padre JoséGonzales Raposo, de saudosa memória. Nossa língua é basicamente formadapelo latim e é através dele que podemos analisar etimologicamente as palavras doportuguês. Os nomes dos gêneros e espécies das orquídeas procedem não só dolatim como também do grego mas muitas letras do alfabeto grego pronunciam-secomo as correspondentes do alfabeto latino (grego-latinizado). Vamos às regrasiniciando com as normas práticas da pronúncia do Latim.

CONSOANTESO x tem sempre o som cs.xanthina = csántinachrysotoxum = chrysotócsum

O ch pronuncia-se como k.chocoensis = kocoénsisDichaea = DikéaDendrochilum = Dendrokílum

 A sílaba ti, quando seguida de vogal, soa como ci.Binotia = BinóciaBletia = Bléciamartiana = marciána

Mas a sílaba ti precedida de s, x, t pronuncia-se como ti em português.Comparettia = Comparettia

O ph soa como f .Phragmipedium = FragmipédiumPhymatidium = Fimatídium

DITONGOSae e oe pronunciam-se e.Laelia = Léliatrianae= triáneCoeloglossum =Celoglóssum

 Aeonia = Eónia No latim, em textos litúrgicos e em muitos dicionários, começou-se a utilizar 

 Æ e æ quando a e e formam um ditongo e se pronuncia é e quando não formamditongo ficam separadas assim como quando a e e não formam ditongos, devendoser pronunciados distintamente, sendo usual colocar um trema sobre o e.

 Aërángis, Aëránthes, Aërides.

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ACENTUAÇÃO DO LATIM

No latim apenas a penúltima e a antepenúltima sílabas levam acentuaçãotônica, ou seja, não existem palavras oxítonas.

anceps = ánceps

Colax = CólaxLOCALIZANDO A SÍLABA TÔNICA

a) Normalmente, a tônica é a penúltima; b) Se a vogal dessa sílaba for seguida de x ou z ou de duas consoantes

duplas (ll, tt) ou de duas simples (nt, sc...), a tônica será mesmo nestasílaba.Bulbophýllum, Polyrhízia, chysotóxum, Scaphyglóttis, colóssus,

ruféscens, flavéscens, pubéscens, nigréscens, albéscens, e outrosterminados em scens;

c) Se na penúltima houver ditongo: æ=e, œ=e, au, eu, e, ei, oi, ui, a tônicaestará também nesta sílaba.Promenaea=PromenéaDichaea=Dikéaamoenum=aménum

d) Se a vogal da penúltima sílaba for seguida de outra vogal (da últimasílaba), o acento tônico estará na antipenúltima,Stanhópea=Stan-hó-pe-aBletia=Blé-ti-a=BléciaLoddigesii=Lod-di-gé-si-iNeomore=Ne-o-mó-re-a

Cymbidium=Cym-bí-di-ume) O i pode influenciar na acentuação quando estiver na penúltima sílaba.longipes=lóngipes.

f) Nos compostos de color o acento deverá estar na antepenúltima.bícolor, díscolor, trícolor unícolor, cóncolor.

g) O sufixo inus das palavras latina deverá ser pronunciado comoparoxítona.matutína, velutína, tigrínum, lilacínus.Mas nas palavras derivadas do grego deverão ser pronunciadas comoproparoxítonas.cinnabárina, xánthina, tyriánthina.

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ESCRITA / PRONÚNCIA 

Eis alguns exemplos de pronúncia:

 Aerides - Aé rides

 Amblostoma - AmblóstomaBifrenaria tyrianthina - Bifrená ria tiri á ntinaBletia - Bl é ciaBrassavola martiana - Brassá vola marci á naBulbophyllum quadricolor - Bulbof í lum quadr í color Campylocentrum gracile - Campiloc entrum gr á cileCatasetum luridum - Catassé tum l ú ridumCattleya chocoensis - Catl é ia cocoé nsisCattleya mossiae - Catl é ia móssieCattleya skinneri - Catl é ia skiné ri Colax - C ólacs

Comparettia coccínea - Compar é tia cocc í neaDichaea - Dik é aGaleandra xerophila - Galeá ndra xer ófilaGongora - GóngorraIonopsis utricularioides - Ionó psis utricularioí desLaelia anceps - Lé lia á ncepsLaelia briegeri - Lé lia brieg é ri Laelia cinnabarina - Lé lia cinabá rinaLaelia harpophylla - Lé lia harpof í laLaelia milleri - Lé lia mil é ri Laelia pumila - Lé lia pú mila

Laelia xanthina - Lé lia csá ntinaLipares - Lí  paresMiltonia flavescens - Milt ónia flav é scensMormodes - MormódesOrnithophora radicans - Ornit ófora rad í cansOncidium concolor - Onc i dium c óncolor Oncidium longipes - Onc i dium l óngipesOncidium phymatochillum - Onc i dium fimatok í lumOncidium raniferum - Onc i dium raní ferumPleurothallis gracilis - Pleurot á lis gr á cilisRhynchostylis - Rincost í lisVanda tricolor - V anda tr í color 

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IRRIGAÇÃO

Junto com a adubação, iluminação e o substrato, a irrigação é um dosfatores mais importantes no cultivo correto das Orquídeas. Quando regar asplantas? Não é fácil responder generalizadamente a essa pergunta. De certo

modo, poderíamos dizer que devemos regar diariamente as plantas, mas estediariamente está sujeito a várias condições que precisam ser vistas e analisadas,como, por exemplo, saber onde as plantas estão sendo cultivadas, se em estufaou ripado, se em clima chuvoso ou seco, se as plantas estão vegetando ouhibernando.

 A água utilizada deve ser preferencialmente pura, com pH em torno dos 6,5e no caso de ser utilizada água tratada, o cloro deve ser inferior a 50 ppm (partespor milhão). No caso da água conter valores muito elevados de cloro, uma soluçãoseria guardá-la em um depósito por 24 horas, para que ele evapore. Um lembreteimportante: o excesso ou a falta de água causam enormes danos às plantas,entretanto o primeiro é muito mais prejudicial, causa muito mais perdas em um

orquidário do que a falta de água. Em outras palavras, as orquídeas, na suagrande maioria, resistem mais à falta do que ao excesso de água.Como cada espécie se adaptou a diferentes condições climáticas, com

umas necessitando de mais água e outras de menos, é evidente que quandoagrupamos diferentes plantas sob o mesmo teto do orquidário, dificilmenteconseguiremos dar a todas elas as condições ideais de rega, a não ser quando onúmero de plantas for reduzido.

Uma maneira de minimizar estas diferenças é utilizar substratos diferentesseja quanto ao conteúdo, seja quanto à forma. Plantas que não gostam de muitaágua, como a Ionopsis utricularioides, podem ser acondicionados em palitos ouplacas de xaxim, colocadas na vertical, ou em lascas de acapú ou outra madeira

de lei, ou ainda em substrato de piaçava ou outro material inerte, como brita dequartzo ou de rochas. Nos palitos e nas lascas de madeira a água escorrerapidamente enquanto que no material inerte a evaporação se faz rápida.

Um dos sintomas de excesso de água é o amarelecimento das folhas(cuidado, porque isto também é sintoma de doenças, ou de falta de luz), oapodrecimento de raízes, folhas, espatas e pseudobulbos (que também pode ser ocasionado por outros fatores).

Qual a importância da água? Como as plantas não conseguem retirar nacos de alimento, este precisa ser dissolvido, para que ela possa absorvê-loatravés das raízes e estômatos. Estômatos são células epidérmicasespecializadas em trocas gasosas localizadas nas folhas.

 Algumas espécies possuem pseudobulbos de tamanhos variados capazesde armazenar a água durante algum tempo ao passo que outras, principalmenteas de crescimento monopodial como as Vandas, sem pseudobulbos, precisam deregas mais constantes e abundantes.

Como exemplo, devemos observar que na região norte existem duasestações chuvosas bem distintas: uma que vai de meados de dezembro atémeados de junho, com elevada umidade, muita chuva e menos horas de insolaçãocontrastando com os demais meses, em que a umidade diminui junto com aprecipitação de chuva e aumenta o número de horas de insolação. Para quem

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possui um orquidário com cobertura de sombrite é aconselhável que no períodochuvoso adicione uma cobertura de plástico apropriado, retirando-a no períodoseco. Quem não tem as plantas sob cobertura deve ter muito cuidado com oaparecimento de doenças, principalmente da podridão negra, ocasionada por fungos e bactérias que encontram seu ambiente de proliferação ideal no período

chuvoso e que tantos estragos têm feito às orquídeas.Outra observação que deve ser feita é que os vasos pequenosnormalmente perdem água mais rapidamente do que os vasos grandes,necessitando de maior número de regas.

 As orquídeas, umas mais outras menos, necessitam de um período derepouso, chamado de dormência, que corresponde grosseiramente ao período dehibernação de alguns animais como o urso. Nas regiões de clima temperado orepouso ocorre na estação de inverno, quando as atividades vitais da planta, comocrescimento, enraizamento, etc. ficam muito reduzidas e as necessidades de águae de nutrientes diminuem consideravelmente. Em Belém, onde não existemestações definidas, fica um pouco difícil observar este período de dormência.

 Algumas espécies, como os Catasetum e Mormodes, perdem as folhas. Umaregra geral é que as orquídeas costumam entrar em período de dormência logoapós a floração. Para as plantas nesta situação a rega deve ser diminuídadrasticamente para evitar o apodrecimento dos pseudobulbos.

Uma outra situação de diminuição de água ocorre com determinadasespécies, como os Dendrobium, que para florirem melhor, necessitam de umperíodo de pouca água, sob pena da formação de keikis no lugar das flores.

Para a maioria das orquídeas, uma norma geral de rega é deixar secar completamente o substrato para fazer então nova irrigação. Outra regraimportante é evitar molhar as plantas durante as horas mais quentes do dia ou emsol pleno, pois o calor pode esquentar em demasia a água, queimando as folhas eraízes, além do choque térmico, prejudicial.

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Lembre-se que orquídeas que acabam de florir entram em período derepouso ou descanso, necessitando apenas uma leve vaporização. Algunsestudos mostram que é logo após a floração que Cattleyas como as labiatas setornam susceptíveis ao ataque da podridão negra exatamente pelo excesso deágua neste período.

 A rega deve ser efetuar então nas horas mais amenas, logo ao alvorecer ouao anoitecer. Devemos nos lembrar também que um grande número de espéciesabre os estômatos ao anoitecer para receber a umidade do sereno. Além dasraízes, é através dos estômatos que a planta se alimenta e por isso muitosorquidófilos advogam que a rega ao anoitecer é muito mais produtiva para asplantas, evitando também a queima das folhas. É importante anotar que umagotícula de água depositada na superfície de uma folha pode atuar como umalente de aumento, concentrando os raios solares, "cozinhando" as folhas,originando lesões que servirão de porta de entrada para fungos e bactérias.

Uma orquídea desidratada apresenta entre outros sintomas o enrugamentodas folhas e bulbos, que ficam com a aparência de envelhecidos e folhas que

secam sem apresentar manchas. Sempre é bom notar que a desidratação nemsempre é o resultado da ausência de água. Um substrato podre, sem aeração,pode matar as raízes e as plantas ficam sem condições de absorver água naquantidade necessária, mesmo com as regas habituais. O mesmo acontece comcaracóis e tatuzinhos que podem comer as pontas das raízes impedindo aabsorção da água.

 Além dos substratos terem propriedades diferentes na absorção da água,os diversos materiais com que são fabricados os vasos também têm diferentecapacidade de absorver aquele elemento. Os vasos de barro, como são porosos,perdem muito líquido por evaporação ao passo que os de plástico conservam por mais tempo a umidade, necessitando de menos água.

Outra dica importante é que o substrato seco adquire propriedadesrepelentes à água, como as da superfície das folhas, ou quando excessivamenteseco pode rachar em vários lugares, fazendo com que a água se encaminhe parao fundo do vaso por um único caminho, permanecendo a maior parte do substratoseco. O ideal é repetir várias pequenas aguadas no desenvolver da irrigação,assegurando-se assim que todo o substrato foi molhado. Outra observação quefazemos é que a porção do substrato mais externa, em contato com o ar, secamais rápido, enquanto internamente ele permanece úmido.

É comum também que nas vésperas da adubação se faça uma regaabundante, com água pura, para extrair o excesso de sais porventura depositadosna adubação anterior. Alguns orquidófilos aconselham também que, cerca de meiahora antes da adubação foliar, molhe-se rapidamente as folhas para que osestômatos se abram absorvendo melhor os nutrientes.

 A irrigação pode ser feita manualmente ou mecanicamente, através desistemas de irrigação movidos a pressão. A irrigação com microaspersores tem avantagem de ser rápida, porém em nossos pequenos orquidários não se podegerenciar a quantidade de água para atender as necessidades de diferentesespécies. A irrigação manual pode ser seletiva, jogando-se mais ou menos águaem cada vaso, porém é mais demorada, exigindo mais tempo disponível.

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ADUBAÇÃO

  Adubação foliar x adubação radicular; Adubação orgânica x adubaçãoquímica; Adubação ao alvorecer x adubação ao anoitecer; Adubação homeopáticax adubação intensa. Vejam quantas possibilidades temos para adubar nossas

plantas, cada uma contando sempre com um ferrenho grupo de adeptos.ADUBAÇÃO QUÍMICAUma regra geral que todo orquidófilo deve ter em mente é usar um adubo

de boa qualidade, de preferência já utilizado por outros colegas e que contenhamacro e micronutrientes. Se possível, utilizar adubos de diferentes marcas porquea eventual falta de um determinado elemento pode ser suprida pelo outro. Outradica é não adubar as plantas que se encontram dormentes, pois neste períodoelas praticamente não necessitam de elementos nutrientes, é dinheiro jogado fora.

Os adubos químicos, normalmente, trazem no rótulo três números, querepresentam as proporções dos elementos nitrogênio, fósforo na forma de PO2 e

do potássio na forma de K2O, contidos em sua formulação e sempre na mesmaordem. Estes, juntos com o cálcio, enxofre, ferro, sódio e magnésio são chamadosde macronutrientes. O nitrogênio está associado com o crescimento vegetativo, ofósforo pela produção de energia e eventos que necessitem dessa energia emgrande quantidade, como floração e produção de frutos e sementes e o potássiopelo armazenamento dessa energia e manutenção da turgidez e absorção deágua. Logo, podemos concluir que um adubo com mais nitrogênio vai favorecer ocrescimento da orquídea e deve ser usado em plantas jovens. O ideal é o que temproporção 3-1-1, por exemplo, os de formulação 15-5-5, ou 30-10-10 e assim por diante. Para plantas adultas em condições de florir use um adubo onde predomineo Fósforo em que a proporção ideal dos macronutrientes seja 1-3-2 como os de

fórmula 10-30-20, ou 6-18-12, etc. Para plantas adultas fora da fase de floração,pode-se usar um adubo de manutenção em que a fórmula tenha as mesmasproporções dos três elementos: 1-1-1, como por exemplo, um adubo 10-10-10, ou15-15-15. Os adubos em que predomina o Potássio são pouco usados emfloricultura, pois este elemento atua principalmente na frutificação.

 Alguns orquidófilos usam somente os adubos químicos com formulaçãopara crescimento e outro para floração e usam uma mesma marca seis mesesmudando em seguida para outro fabricante.

 A absorção do adubo químico foliar se dá através dos estômatos que asplantas possuem nas faces das folhas. As plantas para poder sintetizar seusalimentos necessitam de água + dióxido de carbono + luz. A combinação desteselementos na sua proporção correta produzirá plantas saudáveis e orquidófilosfelizes, sendo necessário alguns outros elementos em quantidades variáveis,provenientes do substrato, resíduos vegetais ou animais ou trazidos pelo ar oupela água, para transformar elementos minerais em carbohidratos.

Para metabolizar o dióxido de carbono as plantas usam água e luz nochamado processo de fotossíntese. No reino vegetal existem três rotas para afotossíntese, das quais apenas duas, denominadas de rota C3 e rota CAM sãoutilizadas pelas orquídeas. As plantas com rota C3 fixam óxido de carbono duranteo dia necessitando de um suprimento de água e umidade regular e constante, pois

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não têm armazenamento de água nem um mecanismo de proteção para a perdado excesso de água. Plantas CAM fixam o dióxido de carbono durante a noite,preferem uma alternância de regas e secas diárias e têm mecanismos parapreservar e armazenar água. Plantas CAM se beneficiam com água e umidadelogo após o crepúsculo, quando iniciam o metabolismo e a transpiração. Plantas

CAM podem adotar a rota C3 dependendo das condições ambientais, mas plantasC3 jamais adotarão a rota CAM. A maior parte das Laelias e Cattleyas são CAM,com exceção da Cattleya Warscewiczi  (gigas) que é planta C3. Oncidiuns defolhas finas são plantas C3. Infelizmente não há uma lista completa classificandoas orquídeas nestas categorias.

Qual o melhor horário para a adubação foliar? Use sempre as horas maisfrescas do dia, ao alvorecer ou ao anoitecer, nunca sob o sol, pois as folhasqueimarão. A taxa de absorção do adubo varia de planta para planta. Sempre ébom regar no dia seguinte à adubação, pois alguns elementos podem ser redissolvidos e melhor absorvidos pela planta. O adubo que cai das folhas eescorre para o substrato também poderá ser absorvido pelas raízes. Não é bom

aplicar adubo simultaneamente com fungicida ou inseticida, porque dependendodo pH do adubo, a reação pode ser incompatível com o produto e poderá ocorrer ageração de fitotoxidade.

 A absorção do adubo nem sempre se dá da mesma maneira. Como vimosanteriormente, as condições ambientais interferem na adubação. Por exemplo,períodos muito secos podem dificultar a absorção dos elementos pela rápidaevaporação da água. Períodos muito chuvosos ou úmidos podem fazer com queestes sejam perdidos mais rapidamente. Daí, muitos colegas preferem usar aadubação diluída. Como se faz isso?

Em vez de adubar uma vez por semana como recomendado na bula,usando-se, por exemplo, 15 gotas/litro, divide-se a tarefa em três vezes na

semana. Para tal usam-se 5 gotas/litro em cada aplicação. Teoricamente a chancede se encontrar as condições ideais de absorção do adubo pela planta será maior na proporção de três para um. E haja trabalho!

O nitrogênio é considerado alimento de massa, isto é, o elemento químicoque as plantas geralmente necessitam em maior quantidade principalmente nafase ativa do crescimento. É um estimulante e fonte de vigor. Uma dose correta denitrogênio aumenta o crescimento, com a produção de muitas folhas grossas queapresentam cor verde escura, pela abundância de clorofila. Essa boa vegetaçãoaumenta a atividade assimiladora. Em certas circunstâncias quantidadesexcessivas de nitrogênio podem prolongar o período de crescimento, produzindouma vegetação luxuriante, retardando a maturidade, tornando os tecidos moles,sem resistência às pragas e doenças.

O fósforo está relacionado com a floração, a frutificação, o desenvolvimentodas raízes e a maturação dos órgãos vegetativos. Plantas bem supridas de fósforosão altamente resistentes às doenças. Sua falta ou deficiência, que pode ser expressa por uma cor avermelhada das folhas, resulta num crescimento lento comsérios prejuízos para a floração, a frutificação e a formação de raízes, o que inibeo crescimento vegetal.

O potássio ativa as enzimas e promove o crescimento dos tecidosmeristemáticos. Quando o teor de Potássio aumenta na seiva, há uma economia

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de água nos tecidos, pois esse elemento, regulando o fechamento dos estômatos,diminui a transpiração, garantindo maior resistência à secura e às geadas,aumentando a resistência às doenças. Como o fósforo, favorece a formação deraízes, a formação do amido e o amadurecimento dos frutos. Folhas amareladas eressecadas podem ser um indicativo da falta deste elemento.

Outros nutrientes como o cálcio, enxofre, ferro, sódio e magnésio, cada umdeles age de maneira diferente e sua ausência ou excesso pode afetar dediferentes formas as orquídeas. Por exemplo, a deficiência de ferro produz folhascloróticas (amarelas) total ou parcialmente. A ausência de sódio se traduz pelomurchar rápido das plantas em épocas secas.

Os micronutrientes como manganês, boro, cobre, zinco, cobalto e iodoestão para as plantas assim como as vitaminas estão para os animais. Se bemque seu papel não esteja bem definido, sua falta ou excesso produz sintomasgraves. O cobre em excesso é tóxico para as orquídeas. Ausência de ferro causaclorose nas nervuras e bordas das folhas.

Mas como se dá o processo de absorção dos nutrientes pela folha? A maior 

parte da absorção dos nutrientes se dá pelos estômatos, mas a própria cutículaque recobre as folhas, quando hidratada, permite a passagem dos nutrientes. Elaé permeável à água e às soluções de adubo. Daí porque muita gente, meia horaantes da adubação foliar, molha ligeiramente as folhas, para que os estômatos e acutícula se abram. A capacidade de molhar uma superfície sólida depende domaior contato entre as superfícies, o que é função da tensão superficial do líquido.Já observou que muitas vezes a água jogada nas folhas escorre rapidamente,sem molhar ou formando pequenas gotas? Isto é resultante da tensão superficial.

Para impedir essa tensão superficial pode-se juntar determinados agentescomo os espalhantes-adesivos, que, pela sua ação adesiva impede que a soluçãoescorra por gravidade e por sua ação umectante dificultam a evaporação da água,

mantendo os nutrientes mais tempo em estado iônico em contato com a superfíciefoliar. Quanto mais tempo a solução ficar em contato com a folha maior será aabsorção.

Não se deve fazer adubação foliar em plantas com botão porque podehaver queima ou abortamento dos botões e a umidade pode criar condições parao aparecimento de fungos e insetos. Quando a planta apresenta botão floral éporque ela já armazenou energia suficiente para soltar as flores, o pseudobulbo,nas simpodiais, ou já se formou ou está em vias disso e no caso das monopodiais,

 já formou as folhas novas do período.Entre as melhores marcas de adubo foliar estão: Peters, Plant Plood

ADUBAÇÃO ORGÂNICANormalmente, no cultivo de orquídeas são usados adubos orgânicos

preparados com farinha de osso, torta de mamona e cinzas, podendo-seacrescentar ou não esterco bem curtido de galinha, de carneiro, etc. A farinha deosso é um nutriente para as raízes e a torta de mamona é indicada para induzir afloração. Geralmente a proporção é: três partes de torta de mamona, duas partesde farinha de osso, duas partes de esterco bem curtido e uma parte de cinzas,mas existem inúmeras variações.

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O adubo é colocado em volta da borda do vaso, pois é aí que as raízes seconcentram. A quantidade usada para vasos de tamanho médio é de uma colher de chá e a periodicidade é muito variável, com autores falando de 15 em 15 diasaté três vezes ao ano. Faça sua própria experimentação utilizando diferentesdosagens em grupos separados de plantas durante alguns meses e veja qual o

melhor resultado para suas orquídeas. Não use cinzas resultante de carvão feitoespecialmente para preparar churrasco porque além dos aditivos químicos elapode conter restos do sal usado para temperar a carne.

 A absorção é lenta e só ocorre em presença de água. É recomendávelmolhar levemente o substrato, espalhar o adubo e depois borrifar com água paraque ele forme uma pasta presa ao substrato e não seja levado pela água naprimeira rega. Outros preferem fazer pequenos sacos com meias velhas que ficampendurados junto às raízes e que vão desprender lentamente os nutrientesdurante as regas.

Um dos inconvenientes da adubação orgânica é a aceleração do processode apodrecimento do substrato, diminuindo seu tempo de vida útil.

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SUBSTRATO

Para sobreviver, as orquídeas adaptaram-se aos milhares de microclimas eambientes que existem na superfície terrestre, utilizando variados meios defixação. Reproduzir estes ambientes é muito difícil, senão impossível. Mas o

homem é um ser persistente e busca, de todas as formas, reproduzir as condiçõesnaturais do habitat das orquídeas, incluindo-se aí os meios de fixação da planta,denominados genericamente de substrato.

É desejável que o substrato, além de bom suporte, seja uma fonte denutrientes para a planta. Além disso, um bom substrato deve ter várias qualidades:ser durável (4 a 6 anos), ter fácil disponibilidade, preço acessível, facilidade demanuseio, capacidade de sustentar a planta, firmeza, ausência de toxidez, boaaeração, capacidade de retenção da água porém sem encharcar, manutenção dopH, etc. Conclui-se que agrupar todas estas qualidades em um único meio éextremamente difícil, senão impossível.

Cultiva-se a planta num substrato, seja ele qual for e no fim de algum tempo

percebe-se que o suporte vai envelhecendo, que a planta, antes viçosa, comlindas florações, começa a ficar raquítica, não se desenvolve, não floresce ouquando o faz, as flores são pequenas e em número reduzido. O envelhecimentodo substrato nada mais é do que o resultado do ataque de fungos e bactérias, quevão degradando a matéria orgânica. O resultado desta decomposição é o humus,importantíssimo para as orquídeas, desde que sem excesso.

Como a planta não tem condições de comer pedaços, é preciso que oalimento seja solubilizado. Assim a ação dos elementos acima é importante paradecompor lentamente o substrato, fornecendo aos poucos os elementosnecessários à sua sobrevivência. Porém, os microorganismos aeróbicos por suavez dependem de condições especiais para sobreviver, como a aeração. Se o

substrato for fechado, seja por compactação ou por excesso de água, podefavorecer a entrada de organismos anaeróbicos que geram um meio putrefato,alcalino, que pode trazer problemas sérios às plantas. A natureza nos dá umagrande lição disto: como é que se encontram as raízes das plantas? Penduradas,soltas, nas superfícies das árvores, das pedras ou então em solos extremamentefofos.

Com a continuação da decomposição, vai se produzindo ácido húmico ricoem íons metálicos como cálcio, magnésio, potássio, que são dissolvidos pela águadas regas e absorvidos pela planta. Com o passar do tempo, a produção do ácidoalcança um ponto ótimo, quando a planta tem um suprimento ideal. Depois aquantidade de substâncias lançadas ao meio começa a ficar muito alta e vai atingir um valor excessivo, insuportável para a planta e tornar-se tóxico. Aí então é aocasião de mudá-lo.

Uma regra geral para a escolha do melhor suporte é procurar saber em queambiente a orquídea se enquadra, se é terrestre, epífita, rupícola, etc. Quando sefaz coleta na natureza é sempre importante observar o local onde a planta estava.

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Os principais suportes utilizadossão:Xaxim - o verdadeiro é obtido da planta

Dicksonia sellowiana (Presl.) Hookvulgarmente conhecida pelo nome de

Samambaia-ussu, encontrada na flora daserra do Mar, hoje em fase de extinção, daíporque utilizar-se uma outra planta, aCyathea shanschin Mart, também muitoescassa atualmente.O xaxim apresenta quase todas aquelas

boas qualidades já citadas, além de ser rico em nutrientes. É considerado o melhor substrato, hoje em dia. Pode ser usado naforma de palito, placas, vasos e desfibrado.Nunca usar o pó de xaxim porque ele se

deteriora muito rapidamente levando aoapodrecimento das raízes. A própria fibradeve ser peneirada para retirar o excesso

de pó existente nela, pois a rápida decomposição e a retenção de água emdemasia pode provocar o apodrecimento das raízes em pouco tempo. Após doisou três anos de uso deve ser trocado, pois ele fica tóxico, tornando-se prejudicialao cultivo.

O xaxim com seis meses, um ano, está no ponto ideal, está ótimo e nãoestá excessivamente ácido. Está com um pH bom para a planta, está fornecendoos componentes que ela precisa, já se desdobrou uma parte, já se decompôsinternamente, as bactérias já permitiram a liberação de fosfatos, potássio,

nitrogênio em suas diversas formas - amoniacal, nítrica, etc. Mas depois passa aser tóxico para ela.Quando utilizar um vaso de xaxim para acondicionar uma planta preencha

este vaso com xaxim e não com outro substrato, pois haverá diferença dedecomposição, de pH, etc. Os palitos e placas são usados para amarrar asplantas, deixando-os na posição vertical. Os vasos de barro ou outro materialpodem ser preenchidos por xaxim desfibrado ou por pequenos cubos cortados dospalitos e/ou placas. O xaxim desfibrado pode ser comprado nesta forma ou podeser obtido desmantelando-se as placas e palitos.

Em nosso clima úmido o uso constante de adubo orgânico faz com que oxaxim tenha um envelhecimento precoce, com a elevação do pH tornando-oalcalino, tóxico para as plantas. O aparecimento de samambaias é umindicativo que o xaxim está envelhecido e deve ser trocado. É muito caro emrelação a outros substratos.

 Atualmente, a extração de xaxim está proibida.

Sphagnum - ou musgo, assim como o xaxim pode ser comprado emsupermercados. Pode ser usado puro ou misturado com outros substratos e érecomendado para plantas que precisam de muita umidade para sobreviver.Usado também como substrato para plantas que precisam ser rehidratadas. O

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esfagno proveniente do Chile é de muito boa qualidade. Para Masdevallia e outrasorquídeas de raízes finas ele é ótimo, mas sua decomposição é muito rápida edeve ser trocado anualmente. Em virtude de guardar em demasia a umidade arega tem que ser muito bem controlada.

Casca de Coco - é um bom substrato devido à abundância do material,porém deve ser obrigatoriamente extraído do coco seco, pois a casca do cocoverde não é aconselhável por ser de curta duração, além de ser excelente localpara fungos e bactérias que podem dificultar o enraizamento ou mesmocontaminar a planta, matando-a.

Coxim - introduzido há poucos anos é um dos materiais que mais polêmicatem ocasionado no meio orquidófilo, com cultivadores que acham que é osubstituto ideal para o xaxim e outros que acham que não serve para o cultivo dasorquídeas. É o tecido parenquimatoso da casca do coco e não a fibra que não sepresta para o cultivo, agregado com uma cola a base de tanino. É um produto

semi-industrializado, fabricado em Recife e vendido na forma de vasos, pequenoscubos, bastões e placas. Entre as vantagens está o fato de o pH manter-seestável, ser rico em nutrientes, ser gerador de ambiente rico em micorriza e durar quatro anos em média, porém, necessita de adubação, principalmentenitrogenada, varia de volume com a absorção da água, necessita de uma lavagemprévia antes do uso para retirar o excesso de tanino (imergi-lo por 8 a 15 dias),pois senão queima as raízes e é necessário mantê-lo sempre úmido. Nele só deveser usado adubo de nitrogênio (torta de mamona). Ainda é um materialrelativamente caro.

Troncos - Deve ser de madeira resistente e tem acentuado efeito

decorativo. Não use madeira apodrecendo, pois a maioria das orquídeas jamaisenraizará neles. É fácil de usar e as plantas dificilmente sofrerão por umidadeexcessiva.

Tutor vivo - é sem dúvida o substrato ideal, pois é o que melhor imita ascondições naturais. Entre outros temos a goiabeira, o abiu, a cueira, a jaqueira, omarmelo. Este tem se destacado excepcionalmente pelo pequeno porte, rápidocrescimento, pouco surgimento de brotação e oferecer ótima condições deiluminação para as plantas.

O tutor vivo tem a desvantagem de não poder ser removido para as exposições.

Carvão vegetal - pode ser usado como substrato isoladamente, porém tema desvantagem de acumular pouca umidade e necessitar adubações maisfreqüentes ou pode ser usado em associação com qualquer tipo de substrato,melhorando a drenagem do vaso, com a vantagem de ser mais leve que cacos oupedras de seixos. Nunca utilize carvão feito especialmente para uso emchurrasqueiras, pois contem produtos químicos para melhorar a combustão quepodem prejudicar as plantas. É relativamente inerte, e não fica encharcado. Seudefeito é ser muito leve, não segurar a planta e em razão de sua porosidade

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tender a acumular sais minerais, sendo esta uma das razões porque tem que ser regado frequentemente com água pura para lixiviar o excesso de sais. Misturadoao xaxim controla um pouco a sua acidez, conservando-o por mais tempo. Bompara as plantas que não gostam de água acumulada nas raízes tipo Vanda,

 Ascocenda, Rhynchostylis e Renanthera.

Caroço de açai - é a alternativa amazônica para o plantio de orquídeas,substituindo o xaxim com a vantagem de não contribuir para a extinção daespécie. É barato e abundante, sendo facilmente encontrado em qualquer bairrode Belém e outras cidades do Pará. Deve-se ter o cuidado de antes de utilizá-lolavá-lo bem para tirar o pó e ferver durante 10 minutos para matar o embriãoevitando assim a sua germinação. Esta, quando ocorre, acontece com tal rapideze intensidade que praticamente arranca a planta do vaso. Deteriora-se com muitarapidez, devendo ser trocado a cada dois anos pelo menos. Não existem estudosespecíficos para sua utilização como substrato para as orquídeas.

Terra preta – ideal para as orquídeas terrestres em geral, se bem quealgumas delas são encontradas em areia branca com uma pequena camada defolhas cobrindo a superfície. A estas se deve ministrar o mesmo tratamento,tentando aproximar o cultivo do ambiente original.

Material inorgânico - Muito utilizado em países de clima temperado, poismateriais como xaxim são muito caros além de serem difíceis de encontrar. Entreos materiais usados podemos citar rocha vulcânica, brita de vários tamanhos,agregados como argila expandida, etc. As vantagens desse meio de cultura é quesão facilmente encontrados, muito baratos, fáceis de serem usados, e nunca sedecompõem. As desvantagens são: retêm durante muito tempo os sais dos

adubos e queimam as pontas das raízes de algumas espécies; são mais pesadosque os compostos orgânicos; necessitam de muita adubação, pois não têmnenhum valor nutritivo. A argila expandida seca muito rapidamente não sendorecomendada para vasos pequenos. Os seixos também não retêm umidade. Abrita deve ser usada em vasos de plástico para reter um pouco menos deumidade. Como o material não degrada, o replante só se faz necessário quando aplanta cresce além dos limites do vaso ou quando o plástico do vaso se tornaquebradiço.

Piaçava - é um substrato que tem características muito boas, é porosa,mas é formada em grade parte por lignina que não se decompõe. A piaçavaparece ter algo que repele, que diminui a quantidade e a qualidade da floramicrobiana, e sem flora microbiana não há decomposição do adubo em saisminerais e portanto não há alimento para as plantas. Necessita então de muitaadubação. Guarda pouca umidade. Muito usada pelos colegas orquidófilos deCastanhal.

Casca de árvores - é muito utilizada no sudeste e sul do Brasil. Podem ser usadas grandes lascas ou pode ser usada triturada, pura ou misturada com outroselementos. Nos trópicos decompõe-se facilmente por causa da umidade, calor e

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microrganismos. Uma outra preocupação é o tanino, elemento prejudicial queprecisa ser eliminado. A casca da peroba é indicada para certas espécies deCattleya tais como walkeriana e nobilior . Em alguns locais no sul do país estãousando nó-de-pinho. Uma mistura bastante usada é a de casca de pinheirotriturada misturada com pedaços de carvão e isopor e acondicionada em vasos de

plástico para reter um pouco mais de umidade.Cultura hidropônica - A hidroponia é um processo de cultivo que tem sido

usado com relativo sucesso na produção de alimentos, principalmente em paísesque têm pouca área disponível de terras para a agricultura, como o Japão. Já nocultivo de plantas ornamentais surgiu na Europa, cerca de 30 anos atrás. No Brasilo cultivo de orquídeas por este método ainda é incipiente, em fase de estudos.

Ele consiste no uso de dois vasos, um dentro do outro, guardando umpequeno espaço entre si. O mais interno é preenchido com bolas de argilaexpandida ou outro material inerte e no espaço entre os dois vasos é colocado olíquido nutriente com um indicador para monitorar sua quantidade. As pelotas de

argila são estéreis, porosas, livres de insetos e fungos, e perenes. Elas captam aumidade por baixo, que sobe por capilaridade, atingindo toda a área enraizada. Asraízes não ficam "nadando" na água, mas sim ficam apenas em contato com aspelotas embebidas no nutriente. Entre as vantagens deste método podemos citar:a necessidade de reenvasamento só se dá pelo crescimento da planta além doslimites do vaso; aquele pode ser feito aproveitando-se todo o substrato antigo;insetos e fungos não conseguem sobreviver nas pelotas de argilas que recebemtratamento especial; a lavagem das folhas da planta é feita uma vez ao mês; entreas desvantagens temos o elevado custo do material, incluindo a substâncianutritiva e a necessidade de constante monitoração para evitar que a soluçãoseque totalmente.

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ILUMINAÇÃO

 A quantidade de luz que uma orquídea recebe se reflete diretamente nocrescimento e na floração. Algumas orquídeas requerem exposição permanente à

luz do sol para florir. Outras morrerão se for dado este tratamento. A luz é tãoimportante que é a base dos regimes de cultivo.

Intensidade da luzQuando se fala em luz e sombra pense em termos de intensidade de luz e

não em períodos contínuos de sol alternando com períodos de sombra. O controleda luz deve ser encarado como uma questão de variação da intensidade desombra e não apenas de tempo. Cinqüenta por cento de sombra não significacolocar a planta no sol pleno durante a metade do dia e a outra metade nasombra. Tal alternância de sol e sombra irá matar as plantas que não toleram a luzdireta do sol.

Exceto para as orquídeas de sol pleno ( Arundina, p. e.), as plantas exigemalguma sombra. O sombreamento pode ser intermitente ou manchado. Ele podeser providenciado por plástico, pela copa de uma árvore, por um local dentro daresidência, por sombrite, por ripados ou ainda pela combinação de mais de umdeles.

O orquidário, ou local onde estão sendo cultivadas as plantas, deve ter suadimensão maior na direção este oeste, para que o sol, em função da rotação lesteoeste da Terra, ilumine o recinto gradativamente ao longo do dia. No caso do usode ripados as ripas deverão ter sua maior extensão segundo norte sul.

É recomendável que a cobertura fique a uma distância de pelo menos doismetros em relação às plantas para evitar queimaduras nas folhas e raízes pelocalor excessivo. O sombrite tem malhas com diferentes aberturas, que permitem amaior ou menor passagem da luz. Um sombrite de 50% deixará passar metade daluz do sol. Um de 70% só permite a passagem de 30% de luz. Existem sombritesde várias cores, mas só os de cor preta devem ser usados. Como geralmentelidamos com plantas que requerem mais ou menos luz, recomenda-se a utilizaçãode sombrite com diversas aberturas, construindo-se desta forma nichos dentro doorquidário. A utilização de dois sobrites de 50%, um sobre o outro, dão uma sobrade 75%.

Os ripados devem ser construídos com ripas de madeira de lei, com 5 cmde largura e o espaçamento entre elas deve ser de 2 cm. Ele deve ter uma alturamínima de 2,4 m. Na região norte, em função da variação do eixo da Terra aolongo do ano, em nossa região a inclinação dos raios solares varia a cada seismeses: de janeiro a junho os raios incidem no sentido de norte para sul; nosdemais meses o sentido inverte. Isto implica que cada lado maior do orquidárioreceberá mais luz durante seis meses do que o outro lado, necessitando deproteção, geralmente feita com o uso do sombrite. As principais desvantagens doripado são o preço e o ataque de cupim.

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 As plantas que necessitam maisumidade como Paphinia,  Aganisia,Gongora, Brassia, as microorquídeas,etc. deverão ficar em lugar maissombreado, se possível com uma

cobertura dupla de sombrite de 50%, esempre do lado oposto ao daincidência predominante dos raiossolares. Outras plantas, como Cattleya,Laelia e seus híbridos, com rarasexceções, podem tolerar perfeitamentea luz direta do sol pela parte damanhã. Apenas deve-se colocá-lasgradativamente aos raios solares damanhã, fazendo com que elas seadaptem aos poucos.

Outras plantas só crescem eflorescem bem se ficarem diretamenteexpostas ao sol durante o dia inteiro. Este é o caso de  Arundina, Cyrtopodium,

 Arachnis, Renanthera, etc. Algumas, geralmente as sazonais como osDendrobium, necessitam de um forte período de insolação para uma melhor floração.

Muito cuidado ao deixar as plantas junto a muros e paredes. O reflexo dosol pode aumentar em vários graus a temperatura e cozinhar as folhas.

Vasos de plástico, principalmente os de cor negra, absorvem mais os raiossolares, esquentando em demasia. O João Batista costuma dizer que as folhascoriáceas das orquídeas toleram bastante o calor, o mesmo não acontecendo com

as raízes das plantas. Na natureza, mesmo quando as folhas estão expostas à luzdo sol, as raízes ficam protegidas sob os galhosMuitos orquidófilos costumam levar os vasos com plantas floridas para

dentro de casa para seu deleite. Geralmente as condições do interior daresidência são de sombra, de baixa luminosidade durante o dia. Várias orquídeasmantêm a floração por períodos de 30 dias ou mais e nesses casos é sempreinteressante colocá-las algumas horas em local mais iluminado.

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ENVASAMENTO

Chega uma planta nova adquirida através do correio, ou osubstrato envelheceu ou a planta ocupou todo o recipiente: éhora de reenvasá-la. Mas qual é o melhor momento para se

reenvasar uma orquídea? O melhor momento é quando aplanta solta uma frente nova e novas raízes.Três são os principais recipientes para o envasamento

de orquídeas: vaso de barro, vaso de plástico e caixetas demadeira de lei.

O vaso e as caixetas devem ter umtamanho apropriado em relação a planta que vai ser envasada. Em regra a abertura deve exceder uns quatrodedos da área ocupada pelas raízes. Eles devem ser esterilizados previamente usando-se para tal água sanitáriadiluída e depois uma solução fungicida. No caso de

reutilização tirar toda a terra, fragmentos de raizes, etc. Osvasos devem ter vários furos no fundo e se possível nasparedes laterais, permitindo com isso uma boa aeração das raízes.

O substrato que irá preencher os recipientes devereceber um tratamento prévio. O caroço de açaí deve ser fervido por cerca de 10 minutos e passado em um crivopara eliminar os detritos da polpa. No caso de xaximdesfibrado ele deve ser lavado para retirar o excesso depó e se possível lavado vários dias para retirar o tanino, ouentão fervido por alguns minutos.

Preenche-se cerca de 1/3 do fundo do recipiente

com cacos de cerâmica, carvão ou outro material porosopara que haja um perfeito dreno da água da rega. A planta que vai ser envasada deve ter suas

raízes aparadas, principalmente aquelas apodrecidas,as secas de cor amarronzada e as dos pseudobulbostraseiros, deixando só as que estão ativas, com aponta esverdeada, em crescimento. Lava-se bem emágua corrente para retirar toda a sujeira aderida e sefor de origem externa, é de bom tom deixá-la por 

alguns minutos em água sanitária diluída e depois em solução fungicida.

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Coloca-se uma porção de xaxim na mão esquerda e com a outra firma-se eenvolve-se totalmente as raízes da planta levando-a então aovaso. O rizoma com os pseudobulbos traseiros deve encostar a parede do vaso, ficando um espaço livre de cerca de quatrodedos para ser preenchido pelo crescimento das novas

frentes da orquídea. Agora é preencher os espaços vazioscom o xaxim e tutorar a planta, utilizando-se para tal umahaste de bambu ou outro material ou então os arames dosuporte, deixando a planta bem firme. Caso os pseudobulbose folhas fiquem muito inclinados pode-se colocá-los em umaposição vertical com a ajuda de finos fios usados na telefonia,amarrando-os através dos arames de sustentação.

No caso de caroço de açai oprocedimento é semelhante. Após preencher parcialmente ovaso com os caroços, colocam-se as raízes dentro dele eadicionam-se mais caroços até faltar dois centímetros para

alcançar a borda do vaso. Como os caroços são redondosgeralmente há necessidade de se amarrar a planta em tutoresou nos arames de sustentação para que a planta fique firme.

Orquídeas monopodiais, como Vanda, podem ir  perdendo as folhas de baixo, mais antigas, de tal modo que ahaste fica com um espaço muito grande sem proteção. Faça ocorte no caule assegurando-se que ele

contenha pelo menos duas, de preferênciatrês raízes. A seguir introduza as raízes dabase em um recipiente com fungicida edepois proceda ao envasamento, tomando

o cuidado para que as raízes fiquemacima do substrato ou fixe a planta comtutores para que ela fique na posiçãovertical e no centro do recipiente.

Observe na figura ao lado comoenvasar Dendrobium e Phalaenopsis. Simples, não?

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DICAS DIVERSAS

A ESCOLHA E A COMPRA DAS ORQUÍDEAS  A compra de uma orquídea por parte do iniciante pode ser um ato

impulsivo. Uma planta com uma linda inflorescência ou então o preço baixo podeexercer uma atração irresistível sobre o orquidófilo, fazendo com que ele seesqueça do fundamental que é a qualidade da planta. Com a experiência ele setorna mais seletivo e além da beleza da flor ele se preocupa com a saúde daplanta, especialmente se ela tiver um preço elevado.

Plantas podem ser adquiridas de todo tamanho, desde seedlings emfrascos até espécimes adultos, com flores. O que observar nestas plantas? Asprimeiras folhas devem estar intactas e as mais novas devem ser progressivamente maiores em tamanho do que as mais antigas. A cor querepresenta saúde é o verde grama, não o verde escuro sem brilho. A superfície dafolha, tanto a anterior como a posterior, deve estar sem manchas e livre de

doenças.Uma planta obtida pelo cultivo de sementes mostrará características tantoda planta pai como da planta mãe, ou um dos dois irá predominar, ou ainda novascaracterísticas poderão aparecer. Só uma planta resultante de mericlonagem irámostrar unicamente as características da planta que a originou.

Nas plantas adultas o comprador deve observar evidências de crescimentorecente, de uniformidade na cor das folhas e pontas de raízes verdes, umaindicação que estão ativas. Verifique o tamanho do vaso em relação ao tamanhoda planta. Raízes que saem do vaso, ou nos casos de simpodiais depseudobulbos debruçando-se sobre as bordas do vaso, indicam que já hánecessidade de reenvasamento e todo reenvasamento significa uma quebra no

crescimento da planta.Observe se há um bom espaço entre a flor e o caule, para que ela não fiqueimprensada. A flor deve armar bem, isto é, as pétalas, sépalas e o labelo devemestar contidos o mais próximo possível dentro de um plano, bem abertas. Emplantas híbridas do gênero Cattleya uma superposição das sépalas e pétalas ébem vista.

Flores com manchas na coloração ou formato irregular podem resultar deviroses. Pseudobulbos antigos com restos de inflorescências são um bomindicativo de que a planta flora continuamente.

Por fim, procure adquirir suas plantas em orquidários ou com pessoasidôneas. Não se esqueça também que plantas que necessitam um período debaixas temperaturas para desencadear o processo de floração raramente vão florir em nosso clima quente e úmido.

TRANSPORTE DE ORQUÍDEAS Algumas dicas para quem vai transportar orquídeas:1- Verifique se as plantas a serem transportadas por longas distâncias

estejam com o substrato seco para evitar o apodrecimento de folhas eraízes;

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2- Enrole-as em jornal e acomode-as da forma mais adequada para quecaibam maior número de plantas na embalagem de transporte,certificando-se que as menores e com menor peso estejam na partesuperior, afim de não sofrerem danos com o peso;

3- Complete os espaços vazios com pequenos bolos de jornal para que as

plantas fiquem bem presas;4- Se possível identifique as plantas;5- Remeta-as pelo meio de transporte mais rápido e seguro que for 

possível;6- Certifique-se que o endereço do destinatário está correto;7- Informe o destinatário da remessa.

RECUPERANDO UMA PLANTA DESIDRATADAMuitas vezes pode-se recuperar uma planta que por um motivo

qualquer desidratou. Existem várias técnicas, mas a base de todas elas é muitosemelhante.

Técnica 1.: Desenvasa-se a planta e corta-se suas raízes bem renteao rizoma. Amarra-se uma porção de xaxim desfibrado junto com esfagno oumusgo em volta das raízes, molha-se bastante até encharcar o xaxim e coloca-sea planta dentro de um saco plástico transparente, certificando-se que este nãotenha furos.

Enche-se o saco soprando-se como se fosse um balão. Este detalheé importante porque o ar de dentro deverá ser saturado em gás carbônico paraacelerar o metabolismo de absorção da planta. Amarra-se a boca do vasocuidando que não haja vazamentos.

 Agora é colocar o saco com a planta em local sombreado, mas combastante iluminação e aguardar dois, três meses, quando as novas raízes estarão

desenvolvidas o suficiente para o replantio.O sucesso desta técnica depende muito do estado em que seencontra a planta que vai ser tratada.

Uma variação desta técnica é preparar uma solução de água comhormônio enraizador e adubo com fórmula rica em nitrogênio e molhar o xaximnesta mistura antes de colocar no saco.

Técnica 2.: Em uma bandeja rasa coloca-se areia encharcada comágua e enterra-se a planta até cobrir a base do pseudobulbo. A orquídea deveestar com as raízes cortadas Conservar a areia sempre úmida e a bandeja emlocal sombreado, mas com luminosidade. A areia nunca deve ser terra preta. Éaquela usada em construção civil.

Podem-se adicionar adubos e hormônio enraizador. Após oaparecimento das raízes ou de novos brotos faz-se o transplante.