mundo erigindo mundo

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    Mundo erigindo mundo: quasi-cinema, a imagem como presença.

    Jairo dos Santos Pereira EBA/UFM

    !ESUM": Pretendo apresentar aqui as nuances que cercam os interesses do artista#rasi$eiro %&$io "iticica na e$a#oraç'o de uma categoria-conceito, que ser(e aorgani)ar o seu pr*prio tra#a$+o, nomeada por e$e de quasi-cinema . Estendendo seuuso como uma categoria cr tica capa) de ormu$ar re$aç es com o que o pesquisador P+i$ipe u#ois determinou como p*s-cinema ou um e eito cinema na artecontempor0nea. A im de amostrar as estrat&gias de tra#a$+o e pensamento de %e$io"iticica e sua maneira de operar e produ)ir imagens re$acionando camposepistemo$*gicos distintos.

    PA1A2!AS 3%A2E: 3inema, p*s-cinema, quasi-cinema, presença, imagem.

    3"456 UA78" 9... 6n(entar: processo in progress q n'o se resumea edi icaç'o da "B!A mas no $ançamento de mundos que sesimu$taneiam. Simu$taneidade em (e) de mediaç'o. ;

    4os escritos de seus 4eaises ? que (agam do Brasi$ @ 1ondres e ('oat& Ba#=$onest e se comp$etam nas %e$iotapes, rea$i)ados em suasin(enç es/programas: em 3osmococas, em quasi-cinemas, cre$a)er C e outrasproposiç es presentes em uma conste$aç'o de conceitos-proDetos. %&$io "iticicaconstr*i sua din0mica de escrita ormu$adora de proposiç es e ecutadas e tam#&mdaque$as que s'o a pr*pria escrita, constru das enquanto Dogos de pa$a(ras. 5odase$as t m um intento que as agrupa, mas constroem tam#&m suas di erenças:ameaçam o tempo e a maneira como este & e perimentado na $eitura e na (ida.

    1

    9 B!A A, Pau$a Prici$aG A trama da terra que treme: Mu$tip$icidade em %&$io "iticica. p.; , 3atH$ogode 5eses USP2 1i(ro que n'o ora pu#$icado, no qua$ se reInem di(ersos escritos cr ticos e propositi(os de %&$io"iticica durante a sua estada em 4o(a or>. Segundo Pau$a Braga os 4eaises s'o uma o#rate to da d&cada de ;KL que retomam te tos da d&cada anterior, em que N"iticica cria um am#ientede con( (io, mapeando uma ga$H ia de pontos $uminosos, que dei am traços em todos os seuste tos: n'o uma co$eç'o de nios esparsos, mas uma trama de singu$aridades que se intensi icam ecoe istem em um mesmo tempo est&tico.O 9 B!A A, Pau$a Prici$aG 3atH$ogo USP p.;? 3 Estrutura de dois ou tr s andares que preenc+ia todo espaço de seu pequeno apartamento.4 Fitas Ls que registram as con(ersas de %&$io "iticica com %aro$do de 3ampos, 3ar$os 2ergara eoutros artistas #rasi$eiros.5 cre$a)er. Para mim o c$Hssico con $ito $a)er-a$ienaç'o gerando a ideia de $a)er a$ienado comorepresentado no mundo moderno ocidenta$ seria atacado como consequ ncia direta dessa a#sorç'o

    de processos da arte em processos de (ida. 3re$a)er & o $a)er n'o-repressi(o, oposto dopensamento do $a)er opressi(o di(ersi(o. Q"656363A, %&$io, RAs possi#i$idades de cre$a)erR9; / C/;K K T

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    Por isso sigo aqui o que oi proposto por %&$io e a etado por este risco,penso ent'o em como a)er apro imaç es cr ticas a partir de seu tra#a$+o uti$i)andode seus conceitos e pensando o te to como $ugar de rea$i)aç'o, tornando o te to

    parte da (ida das proposiç es ormu$adas por "iticica.Para isto o primeiro passo a dar & a)er a$gumas perguntas para

    começar aos poucos uma apro imaç'o com o comp$e o de pensamento e aç'oormu$ado por %&$io "iticica. 3omo escre(er so#re as proposiç es de "iticica

    3omo e$a#orar um arranDo cr tico para seu pensamento-o#ra 3omo re$acionH-$as aoutras ormu$aç es que se apro imam das suas 5a$(e) neste pequeno e certo deseus te tos, co$ocado aqui como ep gra e, ten+amos um rastro @ seguir. E mais que

    um rastro, ten+amos tam#&m uma rota de uga para a escrita cr tica, na qua$ seDades#ancada a pretens'o de uma +istoricidade $inear de seus conceitos e nospermita n'o somente o anacronismo, mas uma simu$taneidade de tempos e termos.Uma simu$taneidade constituti(a a)endo coe istir suas proposiç es com termos que(en+am do uturo e de tempos distantes de sua escrita, poss (eis de seremencontrados tam#&m no passado.

    Seguindo esta intens'o, primeiro e$iminaremos a dist0ncia entre os

    conceitos e as o#ras de %&$io. 3o$ocando em um mesmo $ugar o rea$i)ado e o n'orea$i)ado, o que estH em pa$a(ras ocuparH o mesmo $ugar dos tra#a$+os e ecutados.

    epois, e$iminaremos a dist0ncia entre os termos e$a#orados por %&$io e outros(indos de um pensamento so#re a imagem, mais pr* imo de n*s. Vuando seesco$+e pe$a simu$taneidade a#andona-se a mediaç'o, ent'o os termos (indo deuma e$a#oraç'o te*rica recente so#re a imagem n'o ser(ir'o para qua$i icar asproposiç es de "iticica, mas coe istir'o com e$as, ser'o e perimentados Dunto as

    ormu$aç es de "iticica com re$aç'o a e peri ncia com as imagens e os modos dea)er 9 in(entar da arte.

    E iste ainda outro desa io ao escre(er so#re as e$a#oraç es de %&$io"iticica: como esta#e$ecer um recorte e esco$+er a$guns dos termos e$a#orados pe$oartista, DH que estes termos se re$acionam 3omo preser(ar a simu$taneidade e n'o

    a)er do pr*prio pensamento de "iticica uma erramenta para categori)H-$o eentender os seus conceitos-proDetos n'o como mediadores de seu pensamento, mas

    ormas de produç'o do mesmo.

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    Em uma pequena anH$ise eita por "iticica so#re uma sequencia comcerca de segundos do i$me Under 3apricorn de A$ red %itc+coc>, o#ser(amosque a$&m dos conceitos constru dos pe$o artista estarem associados a sua produç'o,

    e$es ser(em tam#&m como um io guia da maneira como e$e e$a#ora umainterdepend ncia de seus tra#a$+os e tam#&m outra que condu) a esco$+a erea$i)aç'o de uma Inica proposiç'o:

    Nos ragmentos-inserts q montam o Esquema no in cio de U4 E! 3AP!63"!4tem seme$+ança @ aqui$o que de(a ser o P!" !AMA 64 P!" !ESS: n'o umaco$eç'o de ragmentos mas ragmentos-#$ocos q s'o tota$idades q se Dustap emcomo em crescimento e n'o uma sequencia $inear $*gica o MEU S"4%" & queesses ragmentos q no i$me se re erem a %653%3"3 indi( duo-criador tota$ em3"SM"3"3A (H incorporando descontinuamente e ao mesmo tempo (Ha$imentando o que c+amaria de 3AMP" EWPE!6ME45A1 no que de ino comoEWPE!6ME45A16 A E B!AS61E6!A: a e ist ncia de ta$ campo & rea$ e orte9...nas min+as iniciati(as de apropriaç'o/a#sorç'o/toget+ernass'o de ragmentos qse estruturam em #$ocos e proposiç es procuro a n'o-$imitaç'o em grupo+omog neo ou casta: diriDo-me ao que me (em de encontro na ca#eça: o que &a#erto e n'o contente com o N eitoO: um J" de desco#rir9-se MU4 " erigindoMU4 " 9... mas o MEU S"4%" & q 3"SM"3"3A a cada ragmento semodi ica e aca#a por ormar como q uma A1XW6A de 642E478" demani estaç es indi(iduais poderosas: 1UY q intensi ica: mais $u).O 92endo umFi$me de %itc+coc>, ;/ /;KL . Programa %&$io "iticica. 5om#o ;Z/L in:3A!4E6!",Beatri) Scig$ianoG 3osmococa - programa in progress: +eterotopia deguerra

    A A1XW6A de 642E478" presente nas Nmani estaç es indi(iduaispoderosasO tanto das imagens ou momentos- rame em sequencia, quanto doespectador imerso nesta e peri ncia, s'o tam#&m uma a$us'o ao seu modo depensar e construir. Assim, ati(emos um ragmento do pensamento de %&$io @ $u) deoutros, n'o a#andonando o conDunto em a(or de uma parte. E e$a#oremos com issoum esquema, para uma seç'o de suas estruturas conceituais mais pr* imas deseus tra#a$+os e a re $e es com o cinema, i$uminando-os com termos e nomes

    (indos de outros $ugares do pensamento de "iticica, apro imando-os deste mododas categorias operati(as constru das por P+i$ippe u#ois para pensar o cinema, apot ncia em suas imagens e o uso de seu imaginHrio e dispositi(os nas artes(isuais. Aumentando a trama de ios so$tos do pensamento de "iticica e de suasproposiç es.

    Para começo e im e$a#orei um guia do pensamento rea$i)ado e n'orea$i)ado de "iticica, um mapa modesto que acompan+e a escrita e seDa dia$eti)ado

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    SUPRASENSORIAL

    CINEMA

    FILMES DISPOSITIVOS INSTITUIÇÃO

    ESPECTADOR

    DO (PÓS AO QUASI) CINEMA

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    COSMOCOCASMOMENTOS-

    FRAME

    NÃONARRATIVO

    PLAY

    JOY

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    N3inema de e posiç'o P*s-cinema "utro cinema 5erceiro cinema Poucoimportam os r*tu$os. E e(idente que a quest'o posta & Dustamente a da identidadeou nature)a Rdo cinemaR, uma nature)a, portanto, suposta, que se desco#re ou sere(e$a +ipot&tica 96a onde e$a se acreditaria segura de si, s*$ida em suaparticu$aridade G uma nature)a que se sente +oDe questionada, re$ati(i)ada,a#a$ada, trans ormada, quem sa#e tra da, para n'o di)er em (ia dedesaparecimento 9o cinema, R(anis+ing artR O.9 UB"6S, P+i$ippe. ispositi(os eregistros da Arte 3ontempor0nea. p.;Z

    Muitas oram as denominaç es criadas para descre(er o uso do cinema,seus dispositi(os e imagens nas artes (isuais contempor0neas. 5am#&m oramdi(ersas e numerosas as operaç es e etuadas por artistas (isuais se uti$i)ando detodo comp$e o de ati(idades, ormas e en[menos mo#i$i)ados pe$o cinema. A partir deste apan+ado de denominaç es e prHticas o pesquisador ranc s P+i$ippe u#ois,

    que +H muito tra#a$+a so#re o campo das imagens e o cinema, identi ica umaposs (e$ crise, n'o a crise na qua$ se anuncia o im de um campo de pensamento eproduç'o, mas aque$a que re$ati(i)a a nature)a do cinema. Fa)endo com que suas

    ormas tradicionais e $egitimadas, as quais Andr& Parente agrupa no termo Forma3inema , Qsendo esta uma ormaç'o discursi(a, uma episteme, que a) con(ergir tr s dimens es em seu dispositi(o: arquitet[nica 9a sa$a escura , tecno$*gica9sistema de captaç'o e proDeç'o da imagem e discursi(a 9o mode$o representati(o

    +egem[nico T, seDam dia$eti)adas em unç'o de outros modos de e perienciar imagens, como s'o os casos de museus, ga$erias e dos espaços distintos da sa$aescura.

    5ratar um poss (e$ a#a$o na ormaç'o discursi(a do cinema antes decomentar so#re os e$ementos retirados deste campo de produç'o de su#Deti(idadepara seu uso por artistas. Ser(e para perce#ermos n'o somente as modi icaç espromo(idas nestas estruturas do cinema, quando estas s'o uti$i)adas em outro

    regime de produç'o de imagens, este outro regime, no caso as artes (isuais,tam#&m tem seu campo de possi#i$idades a$argado em unç'o do cinema e opro#$emati)a com seu arca#ouço de erramentas discursi(as. Podemos e trair distouma proposiç'o para apro imar o cinema e o comp$e o de anH$ise gerado por seu:

    6 A Forma 3inema & um mode$o de representaç'o nascido em torno de ;K; e que tem re$aç'o comuma s&rie de e peri ncias articu$adas a um tipo de su#Deti(idade que emerge no s&cu$o W6W e podeser detectada em (Hrias mani estaç es est&ticas como a pintura neoc$Hssica, os dispositi(osimag&ticos \ antasmagorias, dioramas, panoramas, otogra ia estereosc*pica \, o romance deBa$)ac e de ic>ens. 4o ensaio N ic>ens, ri it+ e 4*sO, Eisenstein mostra quanto a est&tica

    nascente do cinema americano de(e ao escritor ing$ s. Para e$e, N ic>ens deu @ cinematogra iaamericana muito mais do que a id&ia da montagem da aç'o para$e$a.O 9E6SE4S5E64, Serge= - AForma do Fi$me. !io de Janeiro, Ya+ar, ;KK .

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    dispositi(o, imagem e e peri ncia do uso operati(o e cr tico e$a#orado por %&$io"iticica em seus conceitos-proposiç es. Para isto ser'o agrupados simu$taneamenteo adDeti(o quase e o termo em $atimquasi ao termo pós , e press es estas que

    pre i am o cinema. Vua$i icando-o com tempora$idade e indicando de certa maneirauma trans ormaç'o de sua prHtica.

    A primeira operaç'o de pa$a(ras rea$i)ada por "iticica, para e$a#oraç'ode conceitos & denominar sua intenç'o e suas e peri ncias com o cinema dequase-cinema , $ogo, o seu deseDo & de rea$i)ar a$go que n'o c+egue a ser cinema,mas que se uti$i)e de seus e$ementos, dispositi(os e ao mesmo tempo promo(a umare $e 'o cr tica so#re este uso, oquase que ainda n'o & cinema e ta$(e) n'o c+egue

    a ser. 4os escritos de %&$io oquase coe iste com o quasi de signi icadocomo, domesmo modo que um outro cinema, o qua$ pretende uma e peri ncia que seapro ime, Dustapon+a, e requeira uma su#Deti(idade constru da pe$o cinema.

    E por im, o pós-cinema e para este de(emos a astar uma de iniç'o maiscorriqueira como a criticada por P+i$ippe u#ois:

    O#em como ainda se a$a disso-Dorna$isticamente - com o termo] Rp*s-cinemaR 9como se a$a, estupidamente, de p*s-doutorado^ , misturando ]] en[meno

    9 im do cinema em sa$a _ im do cinema em pe$ cu$a com aque$e da digita$i)aç'oga$opante, do mercado de d(d e da di us'o de i$mes na internet.O

    Assim, o pre i o pós n'o se re ere a superaç'o do cinema ou suae tinç'o em a(or de ormas e tecno$ogias de produç'o de imagens in(entadas nasegunda metadade do s&cu$o WW, mas sim ao emprego de seu comp$e o de

    en[menos e discursi(idades em outras Hreas de produç'o de imagens.

    QUASE CINEMA

    NMas essa coisa de momentos- rame... eu ac+o... mas & quase cinema que narea$idade tem mais da $inguagem de cinema de q de otogra ia a sequ ncia n'o &uma sequ ncia natura$ista mas & uma sequ ncia de contig`idadeO 9Arqui(o %&$io"iticica C C.L -p.;

    4os escritos de "iticica e em suas proposiç es, que ('o das instruç es eanotaç es para a e ecuç'o do N i$meO 4itro#en)o$ B$ac> 1ino$eumL escrito em

    7 " artista descre(e esta proposiç'o como N um i$me-espetHcu$o, pois nem tudo se passa nas tr s

    te$asG tem pa$co, interrupç es e participaç'o sempre da p$ateiaG o $ugar n'o poderH ter cadeirasi as...O 9Arqui(o %&$io "iticica K?K. K

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    1ondres em ;K K @s u$timas 3osmococas, o artista e$a#ora a$guns termos,indissociH(eis uns dos outros, os quais estruturam estes proDetos/programas econceituam a maneira como as imagens uti$i)adas ne$es s'o rea$i)adas e

    compostas. 4'o sendo poss (e$ por isso pensar nos momentos- remes, s$ides eitospor %&$io e 4e(i$e de A$meidaZ que retratam tanto as Nmancoqui$agensKOapresentadas nas 3osmococas quanto Nos garotos de ouro de Ba#=$onestO em4e=r*ti>a, aparados da 48" 4A!!A78", conceito e$a#orado Dunto com a e ecuç'ode 4e=r*tica. Estes dois termos s'o comp$ementares e cont&m ne$es a estrutura doque "iticica determina como quase cinema e o arranDo cr tico ormu$ado pe$o artistaem suas consideraç es acerca do cinema narrati(o caracteri)ado pe$a $inearidade

    tempora$ em seus enredos. "s momentos- remes de 4e=roti>a mostram os garotos que requentam

    seu $o t em 4o(a or> em poses n'o estereotipadas, a$gumas (e)es e(idenciandopartes do corpo e noutras e pondo uma sensua$idade $atente @ per ormance destescorpos, requerendo da montagem n'o narrati(a a transposiç'o deste deseDo como

    orça e conteIdo da imagem. A sequencia de s$ides acompan+am os sons gra(adosdo rHdio. Pro(ocando uma tri$+a impro(isada #aseada no mesmo acaso que em

    parte & contido na apreens'o e eitura destas imagens.

    N nos nin+os ou ora 48"4A!!A78" porque n'o & estorin+a ou imagens deotogra ia pura ou a$go detestH(e$ como Naudio(isua$O porque 4A!!A78" seria o

    q DH oi e DH n'o & mais +H tempos: tudo o q de esteticamente retr*grado e istetende a rea(er representaç'o narrati(a 9como pintores que querem Nsa$(ar apinturaO ou cineastas q pensam q cinema & icç'o narrati(o-$iterHria

    iretor #rasi$eiro atuante nas d&cadas de e L e parceiro de oiticica na e$a#oraç'o das cincoprimeiras 3osmococas Programa in Progress. 4e(i$e 5am#&m dirigiu o i$me Mengue Bengue i$metido por %&$io como uma a#ertura de possi#i$idades de se a)er cinema, DH que neste i$me 4e(i$e

    uti$i)a da descontinuidade narrati(a e de uma montagem n'o $inear. MA4 UE-BA4 UE n'o &documento natura$ista (ida-como-e$a-& ou #usca do poeta artista nos puteiros da (ida: & sim aper eita medida de restas- ragmentos i$mes-som de e$ementos concretos 9... im do conceito decin&ma (&rit& DH que o 364EMA b 2E! A E e n'o representaç'o da (erdade 9... o q & a (erdade,an=

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    48"4A!!A78" & 48" 6S3U!S" 48" F"5" !AF6A NA!5 S563AO. 48"NAU 6"26SUA1O: tri$+as e som & continuidade pontuada de inter er ncia acidenta$impro(isada na estrutura gra(ada do rHdio q & Duntada @ seq` ncia proDetada des$ides de modo acidenta$ e n'o como su#$in+amento da mesma - & p$a=-in(enç'o.4E !f56 A & 48"SEW6S5A - Uma noite sentei a Be$e)a so#re meus Doe$+os. - Eac+ei-a amarga. \ E pragueDei so#re e$a. 4E !f56 A & o q & p$easura#$eO

    4e=r*tica i$ustra o que & o in cio da tentati(a de apreens'o dos e$ementosdo cinema e da re(ogaç'o de pressupostos mais ortodo os em sua eitura. Aqui,%&$io n'o requer a orma cinema, mas a$guns e$ementos pro(enientes de$e, a)endodo cinema uma maneira de pensar a imagem.

    No cinema tem q (irar quase como se osse um instrumento e na rea$idade essascoisas do s$ide & como se osse assim quase um cinema, (oc e o seu timinginterior que dH o timing tam#&m da proDeç'o do s$ide, e tem mi$+ es de coisas queen(o$(em isso, que na rea$idade & uma continuaç'o $icita dessa e peri ncia decinema.O 9Frase de %&$io "iticica em seu %&$iotape para Augusto de 3ampos em;KL , in: Arqui(o %&$io "iticica, C C.L .

    NA transposiç'o das ormas temporais do cinema 9em particu$ar, suadin0mica $igada a montagem para um dispositi(o espacia$ na e posiç'o como umdos princ pios recorrentes nesse dom nio.O; 4e=r*ti>a & o e erc cio espacia$ damontagem dos momentos- remes agrupados em uma n'o narrati(a que pretende doe pectador uma e peri ncia comunitHria, mas que conser(e as A1XW6AS E642E47 ES poss (eis @ cada participante.

    N48"4A!!A562A \ 48" F"5"-S"M-6MA EM \ VUASE-364EMA \364EMA en imO 9"iticica, ;KL

    QUASI-CINEMA

    NAqui me $imitaria a c+amar a atenç'o para um aspecto curiosodesta ase cinematogrH ica: se o maquinismo gan+a ne$a umestrado a mais no sistema gera$ das imagens, isto n'o resu$ta

    numa perda ascentuada da aura ou artisticidade. Pe$o contrHrio,podemos mesmo considerar que a maquinaria cinematogrH ica &em seu conDunto produtora de imaginHrio 9da pro(a(e$mente asingu$aridade e emp$ar e a orça incomparH(e$ do cinema . Sua

    orça reside n'o apenas na dimens'o tecno$*gica, mas primeiro e,so#retudo na sim#*$ica: o cinema & tanto uma maquinaç'o 9umamHquina de pensamento quanto uma maquinaria, tanto uma

    e peri ncia ps quica quanto um en[meno sico percepti(o. Sua1" #DU$OIS% P&'('))*+ D',) ,'.'/ , * 0* ',.0 , A0.* C .* ) 0 * +)2"

    !

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    maquinaria & n'o s* produtora de imagens como tam#&mgeradora de a etos, e dotada de um antHstico poder so#re oimaginHrio dos espectadores. A mHquina do cinema reintrodu)

    assim o suDeito na imagem, mas desta (e) do $ado do espectador e do seu in(estimento imaginHrio, n'o do $ado da assinatura doartista. Portanto, um quanto o outro constituem a imagem, que s*& digna deste nome por tra)er em sua espessura uma pot ncia desensaç'o, de emoç'o ou de inte$igi#i$idade, que (em de suare$aç'o com uma e terioridade 9o suDeito, o rea$ e o outro .O

    " que P+i$ippe u#ois atri#ui ao cinema em seu $i(ro: Cinema, vídeo,Godard & notado tam#&m por %&$io "iticica quando este nega a icç'o narrati(a de+ist*rias $ineares em a(or de seu quasi-cinema, perce#endo que a operaç'o daimag&tica cinematogrH ica n'o estH na representaç'o e sim no e eito de presença,que construiria Nsua e pessuraO e tam#&m suas sensaç es p$Hsticas, @ mesmamaneira dos i$mes de Jean-1uc odard que %&$io tanto admira(a, a #usca por estaespessura & o que constitui suas Mancoqui$agens, e os momentos- remes que

    montam os conDuntos de e i#iç'o das 3osmococas: Programa in Progress.Enquanto a narraç'o operaria na super cie, como a irma u#ois;; , e

    Dogando com nossa mem*ria estruturante-acumu$ati(a 9sendo uma construç'o e arepresentaç'o com nossa mem*ria inte$ecti(a 9a que ana$isa, articu$a signi icaç es eprodu) sa#er , ao contrHrio destas duas, a presença- iguraç'o Dogaria com umamem*ria a eti(a e ragmentHria, de Nmani estaç es indi(iduais poderosasO queati(ada 9J" pe$o espectador aria a imagem e istir tam#&m como pot ncia, naqui$o

    que a imagem & a pura orça, que Nprodu) sem poder dominar-$+e os e eitos,sensaç es desmesuradas que agem mais ou menos intensi(amente so#re os a etosdo espectador.O;? b na imagem em que a potencia e o poder, signo do contro$eesta#e$ecido pe$o par narraç'o/representaç'o, Nsimu$taneam-seO e sua (isua$idadese mani estariam em uma $i#erdade de Nmundos erigindo mundosO de construç essuprasensoriais ; .11 em seu te to P$asticidade e 3inema: a quest'o do Figura$12 6dem ; p.; K13

    Suprasensoria$ & uma proposiç'o a#erta ao participador da o#ra para e$a#orar as pr*priassensaç es ora de todo condicionamento. " des$ocamento do campo de e peri ncia con+ecido parao descon+ecido pro(oca uma trans ormaç'o interna nas sensaç es do participador, a etando em

    1"

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    Nquasi-cinema: a seq` ncia cinemHtica & ragmentada em s$ides, ou seDa, emmomentos- rame, num Dogo a#erto c+eio de incid ncias acidentais como tri$+asonora, 64S5!U7 ES para per ormances 9di erentes Hreas de proDeç'o etc.O 9

    33; 5ras+iscapes:4a capa da re(ista 4e< or> maga)ine (emos a oto do cineasta 1uis

    Buhue$, com uma na(a$+a so#reposta @ $in+a #ranca que corta o o$+o do cineasta,como na imagem do o$+o cortado em seu i$me 3+ien Anda$ou. A imagem de Buhue$& mu$tip$icada pe$as proDeç es, mas o participador & Ncon(idadoO a deitar na esteira e$i ar suas un+as. " corte cinematogrH ico & e perienciado de di(ersas maneiraspe$os participadores nesta espacia$i)aç'o da montagem cinematogrH ica. A mIsica

    nordestina da Banda de P anos unciona como mIsica e ru do.

    33 Ma=$er=n:3inco proDetores i$uminam as otogra ias de Mari$=n Monroe maquiada

    com coca na. " p* recorta o o$+o, marca a so#rance$+a, pinta os $H#ios, o #rancoco#re e desco#re Na maquiagem se esconde na pr*pria disposiç'o que assumecomo se ora parte do desen+oO. %&$io so#rep e o#Detos a uma oto e otogra a as

    inter er ncias: cani(ete, aca, tesoura, d*$ar, pape$ote. Em uma sa$a #ranca com oc+'o c+eio de areia e co#erto de (ini$, icamos imersos na sequ ncia de imagensque re(e$am a inter(enç'o do gesto do artista so#re otos da musa de %o$$=

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    As 3osmococas, como programa integrado ao quasi-cinema, re(e$am nacomposiç'o de seus e$ementos e nas operaç es com as imagens, qua$ & o cinemaesco$+ido para que de$e ossem traspostos e requeridos seus e$ementos primordiais,

    que n'o se det m em suas estrat&gias narrati(as ou no emprego de seusdispositi(os, mas a capacidade deste de reintrodu)ir o suDeito nas imagenspromo(endo o participador a um construtor de acontecimentos pe$as imagens.

    !e er ncias Bi#$iogrH icas

    AMA!A1, Arac=. A$gumas ideias em torno @ EWP"-P!"JE78" L . S'oPau$o:;KL .

    ispon (e$/em: +ttp://

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