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MÚLTIPLOS OLHARES SOBRE O EXAME NACIONAL DA IRLANDA: UM ESTUDO DE CASO Cibele de Cássia Xavier Cruz – Dom Bosco [email protected] Rosane de Mello Santo Nicola – Dom Bosco / PUCPR [email protected] Nair Lobo Pacheco [email protected] Resumo Este estudo é fruto de um trabalho colaborativo realizado pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Educação (CPDE) de uma instituição de ensino privado de Curitiba. O contexto atual dessa Instituição destaca- se por passar, desde o primeiro semestre de 2008, pela implantação de seu Projeto Político Pedagógico (PPP), reformulado em 2007. Assim, neste momento, acompanha-se o desenvolvimento dos processos e os resultados oriundos das discussões geradas por esse documento. O PPP propõe um currículo por competências e habilidades e, portanto, esta análise dos exames produzidos na Irlanda (2007) teve como objetivo capacitar os docentes envolvidos no processo pedagógico instituído naquele estabelecimento de ensino quanto à elaboração de instrumentos de avaliação de conhecimentos por habilidades. Dessa forma, ao analisar os exames nacionais irlandeses, na área de Geografia, seja nas dimensões do letramento lingüístico, cartográfico e sociocientífico, busca-se promover a formação continuada dos docentes da área de Geografia, incentivando-os a repensarem a estrutura das avaliações produzidas por eles. A escolha recai sobre a Irlanda, uma vez que esse país despontou no cenário mundial por obter excelentes resultados no programa internacional de avaliação comparada, o PISA. Para tanto, formou-se um grupo de professores, respondendo pelas áreas de Geografia, Biologia e Língua Portuguesa, integrados pelas perspectivas de letramento e mapas conceituais. A análise revela que a abordagem dos exames irlandeses se coaduna com os conceitos estruturantes presentes no mapa conceitual de Geografia proposto no PPP da referida instituição de ensino. Isso se deve ao fato de haver uma base comum epistemológica de Geografia, embora a construção desse processo pedagógico seja diferente sob todos os demais pontos de vista. Palavras-chave: Avaliação por habilidades; Letramento; Geografia; Formação de professores Introdução O presente artigo é fruto de um trabalho colaborativo que se iniciou com a visita técnica realizada por um grupo multidisciplinar de estudos à Irlanda no primeiro trimestre de 2008. O grupo teve acesso a algumas provas do Exame Nacional da Irlanda, em especial na área de Geografia. De posse desses exames, no retorno ao Brasil, foi solicitada uma análise dessas provas ao Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Educação (CPDE) do Colégio Dom Bosco para avaliar como se apresentavam esses instrumentos quanto à estrutura das questões, seleção de conteúdos e habilidades contempladas. Para tanto, formou-se um grupo de professores, respondendo pelas áreas de Geografia, Biologia e Língua Portuguesa.

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MÚLTIPLOS OLHARES SOBRE O EXAME NACIONAL DA IRLANDA:

UM ESTUDO DE CASO

Cibele de Cássia Xavier Cruz – Dom Bosco

[email protected]

Rosane de Mello Santo Nicola – Dom Bosco / PUCPR [email protected]

Nair Lobo Pacheco

[email protected]

Resumo

Este estudo é fruto de um trabalho colaborativo realizado pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Educação (CPDE) de uma instituição de ensino privado de Curitiba. O contexto atual dessa Instituição destaca-se por passar, desde o primeiro semestre de 2008, pela implantação de seu Projeto Político Pedagógico (PPP), reformulado em 2007. Assim, neste momento, acompanha-se o desenvolvimento dos processos e os resultados oriundos das discussões geradas por esse documento. O PPP propõe um currículo por competências e habilidades e, portanto, esta análise dos exames produzidos na Irlanda (2007) teve como objetivo capacitar os docentes envolvidos no processo pedagógico instituído naquele estabelecimento de ensino quanto à elaboração de instrumentos de avaliação de conhecimentos por habilidades. Dessa forma, ao analisar os exames nacionais irlandeses, na área de Geografia, seja nas dimensões do letramento lingüístico, cartográfico e sociocientífico, busca-se promover a formação continuada dos docentes da área de Geografia, incentivando-os a repensarem a estrutura das avaliações produzidas por eles. A escolha recai sobre a Irlanda, uma vez que esse país despontou no cenário mundial por obter excelentes resultados no programa internacional de avaliação comparada, o PISA. Para tanto, formou-se um grupo de professores, respondendo pelas áreas de Geografia, Biologia e Língua Portuguesa, integrados pelas perspectivas de letramento e mapas conceituais. A análise revela que a abordagem dos exames irlandeses se coaduna com os conceitos estruturantes presentes no mapa conceitual de Geografia proposto no PPP da referida instituição de ensino. Isso se deve ao fato de haver uma base comum epistemológica de Geografia, embora a construção desse processo pedagógico seja diferente sob todos os demais pontos de vista. Palavras-chave: Avaliação por habilidades; Letramento; Geografia; Formação de professores

Introdução

O presente artigo é fruto de um trabalho colaborativo que se iniciou com a visita

técnica realizada por um grupo multidisciplinar de estudos à Irlanda no primeiro trimestre de

2008. O grupo teve acesso a algumas provas do Exame Nacional da Irlanda, em especial na

área de Geografia. De posse desses exames, no retorno ao Brasil, foi solicitada uma análise

dessas provas ao Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Educação (CPDE) do Colégio

Dom Bosco para avaliar como se apresentavam esses instrumentos quanto à estrutura das

questões, seleção de conteúdos e habilidades contempladas. Para tanto, formou-se um grupo

de professores, respondendo pelas áreas de Geografia, Biologia e Língua Portuguesa.

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A discussão acerca da elaboração de instrumentos de avaliação adequados e eficazes é

um desafio para todas as áreas dentro e fora desse estabelecimento de ensino. Especificamente

no contexto dessa escola, a equipe pedagógica tem se debruçado sobre essa questão, buscando

promover a formação continuada de seu corpo docente, visando à construção de outro olhar

sobre a avaliação focada na aprendizagem do aluno e no desenvolvimento de habilidades.

Para tanto, toma-se como fundamento teórico nesta análise, duas perspectivas:

letramento e mapas conceituais; a primeira, entendida enquanto caráter eminentemente

unificador do currículo cujas dinâmicas de ensino formal de cada disciplina, ainda que

distintas, tornam-se significativamente complementares. A segunda, como forma de

organização e representação articulada dos principais conceitos sobre o conhecimento escolar

necessários à apropriação do aluno ao longo da educação básica, considerando-se que esse

pode ser um ponto de partida para novos equacionamentos da relação entre conhecimento,

currículo e práticas educativas.

Em seguida, apresentam-se três olhares sobre as provas de Geografia do exame

nacional da Irlanda/2007, visando incentivar a reflexão docente sobre a prática de elaboração

de instrumentos de avaliação voltados para as habilidades. Inicialmente, são abordados

aspectos lingüísticos e discursivos evidenciados nos enunciados das questões; em seguida,

faz-se a análise dos conceitos e habilidades propostos nas questões. E, finalmente, apresenta-

se o contexto sócio-histórico da Irlanda, a fim de situar as provas no tempo e no espaço, já

que docência é uma atividade complexa e altamente contextualizada, variando no tempo e no

espaço conforme as necessidades sociais.

Letramento e mapas conceituais: fundamentos para a análise

Adota-se neste estudo a concepção de letramento que Senna (2007) propõe como

sendo a primeira macroárea de conhecimento acadêmico instituída no século XXI, no campo

das humanidades, referenciando o pensamento escolar contemporâneo numa perspectiva

unificadora, cuja motivação primordial é a dimensão humana, inclusiva e intercultural. Essa

perspectiva transdisciplinar, segundo o autor, conduz o letramento como uma especialidade

acadêmica dentro da área de educação, em torno da qual se interpenetram desde os processos

de alfabetização, a compreensão de leitura e escrita, a educação matemática e científica, a

inclusão digital até as teorias dos modelos e dos sistemas cognitivos.

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Assim, a escola é concebida como uma agência de letramento: lingüístico, literário,

matemático e sociocientífico, cujas aulas passam a ser práticas educativas de leitura e escrita

ensinadas como estratégias cognitivas de processamento de texto. Como afirma Vygotsky

(1993, p. 44), “o desenvolvimento do pensamento é determinado pela linguagem, isto é, pelos

instrumentos lingüísticos do pensamento e pela experiência sociocultural da criança.”

Costa (2007, p. 254) afirma:

Hoje, mais do que nunca, face às exigências do mundo atual, a leitura tem um papel fundamental no processo de construção do conhecimento, seja como fio condutor na rede do currículo interdisciplinar, seja no desenvolvimento de competências e habilidades na interação com diferentes sistemas de expressão com os quais se queira formar um aluno capaz de aprender, por si próprio, ao longo da vida.

Cada disciplina pressupõe determinados modelos particulares de texto – gêneros

textuais ou discursivos, que são formas socialmente realizadas em textos orais ou escritos, e

estão parcialmente estabilizadas por sua circulação histórica e social (Bakhtin, 1995). E, para

que se possa letrar o aluno, no sentido do uso efetivo das práticas da cultura escrita,

garantindo seu desenvolvimento enquanto sujeito social, e, portanto, promovendo sua

formação cidadã é essencial colocá-lo em contato com gêneros textuais produzidos fora da

escola, em diferentes áreas de conhecimento.

Assim, para cada gênero textual, há estratégias específicas de leitura que transitam na

esfera das aulas da disciplina, sendo fundamental o domínio do docente, para que se

transfiram, além dos conhecimentos, o desenvolvimento das habilidades de leitura, entendida

aqui como o ato de produzir sentidos a partir de conhecimentos prévios de mundo,

lingüísticos e textual-discursivos.

Quanto aos mapas conceituais, também chamados de mapas visuais, mapas mentais,

pensamento visual ou organizadores gráficos, são ferramentas para organizar e representar o

conhecimento visualmente. Eles incluem conceitos, geralmente inseridos em algum tipo de

diagrama, relacionados entre si por meio de uma linha de conexão. Esses conceitos podem

ser organizados de uma maneira hierárquica, indo do mais geral, em cima ou ao centro, para o

mais particular, embaixo ou nas extremidades.

Quanto à origem dos mapas conceituais, existem duas vertentes. A maioria dos

autores informa que essa técnica está fundamentada na Teoria da Aprendizagem Significativa

de Ausebel e John Novak (1963). Segundo ela, "o aprendizado significativo acontece quando

uma informação nova é adquirida mediante um esforço deliberado por parte do aprendiz em

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ligar a informação nova com conceitos ou proposições relevantes pré-existentes em sua

estrutura cognitiva” (Ausubel et al. citado por Souza, 2003), isto é, a aprendizagem ocorre

“quando uma nova informação ancora-se em conceitos ou proposições relevantes

preexistentes na estrutura cognitiva do indivíduo” (CAVE, 2003).

Por outro lado, vários outros estudiosos citam Tony Buzan como o criador dos

chamados Mapas Mentais em 1960. Em seu site, Buzan conta como criou os mapas mentais,

associando sua criação à descoberta, também nos anos 60, dos hemisférios cerebrais pelo

pesquisador Roger Sperry. Em suas pesquisas, Sperry confirmou que, quanto mais as

habilidades dos dois hemisférios do cérebro – lógica, linearidade, números, redação, listas,

ritmo, cor, sonho, imaginação e apreensão do todo (Gestalt) – fossem integradas, mais a

atuação do cérebro estaria em sinergia e cada habilidade intelectual diferente estaria

melhorando a atuação nas outras áreas intelectuais. Quando se constroem os mapas mentais,

não se praticam apenas os poderes fundamentais da memória e da habilidade de

processamento de informações, organização e ligações em rede; usa-se também todas as

habilidades cerebrais, a caminho de ajudá-lo a manifestar seu próprio gênio (BUZAN, 2003).

Para Harland (2003), (a) os mapas não precisam ser simétricos, isto é, eles podem ter

mais conceitos de um lado que de outro; (b) não existem mapas completamente corretos,

somente mapas que se aproximam do significado que se pretenda representar para os

conceitos em questão; (c) devem ser colocadas poucas palavras numa caixa de conceito; (d)

deve-se conectar poucas caixas seguidas sem ramificá-las; (e) podem ser usados conectivos

que expressem a relação para ligar dois conceitos; (f) os mapas são bidimensionais, não

apenas uma lista de conceitos conectados por linhas; (g) os conceitos mais importantes podem

ser identificados pelo posicionamento deles no mapa e que idéias se ramificam deles; (h) os

mapas mais completos têm muitas bifurcações.

Buzan (2003) também menciona alguns benefícios dos mapas mentais, destacando que

permitem a visão geral de um assunto complexo; possibilitam o desenvolvimento cognitivo de

maneira mais eficaz; proporcionam uma visão geral e detalhada de um tema; congregam e

exibem uma grande quantidade de dados; encorajam a resolução de problemas, mostrando

caminhos novos e criativos; ajudam a pessoa a ser muito eficiente; também são estéticos, o

que incentiva a leitura, a reflexão e memorização.

Considerando a base epistemológica que fundamenta o ensino de cada disciplina, e a

intenção de fazer frente aos múltiplos desafios da sociedade, numa perspectiva de

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enriquecimento contínuo dos saberes e do exercício de uma cidadania adequada às exigências

da realidade atual, foram inicialmente selecionados os conteúdos científicos e essenciais. A

seleção dos conceitos científicos essenciais surge do fato de não ser mais possível ensinar

todo o conjunto de conhecimentos científicos acumulados de forma livresca, sem interação

com fenômenos sociais, geográficos, naturais e tecnológicos.

Para pensar os conceitos essenciais das disciplinas, partiu-se da identificação da

palavra-chave de cada área de saber, que, no caso da Geografia, é o espaço. A partir dela,

desdobraram-se os conceitos científicos essenciais ao desenvolvimento dos conteúdos.

Apresenta-se a seguir esse mapa conceitual (Ilustração 1).

Ilustração 1 – Modelo de mapa conceitual de Geografia

Dessa forma, o mapa conceitual foi concebido para traduzir o essencial da

aprendizagem do estudante, sendo-lhe oportunizadas diversas possibilidades interpretativas

do espaço geográfico, para nele interagir criticamente, entendendo e relacionando as

especificidades da Geografia, nos aspectos que concernem à análise geográfica, partindo de

temas e/ou lugares numa discussão que articule as questões da natureza e da sociedade.

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Aspectos lingüísticos e discursivos dos enunciados

A análise de aspectos lingüísticos presentes nos enunciados das provas do Exame

Nacional da Irlanda representa uma breve descrição de aspectos lexicais adequados ao tema

ou aos modelos cognitivos ativados nas questões. Portanto, selecionaram-se apenas dois

aspectos: a escolha de verbos (léxico) e os gêneros textuais (discurso) empregados na

formulação das questões. Para tanto, estudaram-se três provas do exame nacional, a saber:

uma de 2006 e duas de 2007. Para tanto, apresenta-se a tabela a seguir.

Tabela 1 – Verbos

Principais verbos de comando

Número de vezes em que é empregado

Diferentes sentidos de uso

Prova 1 Prova 2 Prova 3

Examinar 7 24 29

Observar minuciosamente, analisar, investigar

Explicar 11 11 --- Expor Discutir --- --- 5 Avaliar, analisar

A tabela mostra a incidência com que o ato de “examinar” está vinculado ao propósito

da leitura e ao nível de desempenho – à compreensão, visto remeter à identificação e

recuperação de dados em tabelas, gráficos, mapas e diagramas. Embora os demais verbos não

sejam tão recorrentes quanto aos anteriores, cabe apresentá-los no sentido de análise das

exigências discursivas dessa avaliação. São eles: examinar, nomear, associar, escrever,

numerar, explicar, desenhar, escolher, calcular, identificar, completar, classificar, analisar,

comentar, discutir, ilustrar, circular. Isso reflete um dialogismo bastante rico que promove

práticas de contextos sociais diversos.

Outro aspecto essencial para este estudo é a estrutura composicional dos enunciados: a

objetividade, a preferência por um comando de cada vez, sem uso de recursos coesivos. O uso

de negrito em letras, numerais e termos determinantes para a resposta, tais como: dois, cada,

e; presença de títulos em algumas questões, pois em uma prova com 12 questões, 8 delas têm

títulos, sendo uma parte objetiva e outra discursiva, mas com possibilidade de escolha da

questão para resposta.

Finalmente, a tabela a seguir demonstra os dados sobre gêneros textuais encontrados.

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Tabela 2 – Gêneros textuais

Gêneros textuais presentes

Número de vezes em cada prova

Prova 1 Prova 2 Prova 3

Diagramas (representações esquemáticas, desenhos com letras)

4 4 4

Mapas 2 3 4 Tabelas 7 6 2 Gráficos 2 2 6 Esquemas 1 1 --- Imagens 1 1 --- Imagens de satélites, fotos

5 3 ---

Fica evidente que as provas avaliam exaustivamente a habilidade de compreensão de

gêneros textuais típicos da geografia, que fazem interface com a Matemática (conceitos

estatísticos). Nesse sentido, faz-se necessário o trabalho com as etapas de tratamento de dados

(coleta, organização e interpretação). Cabe considerar o valor dado nessas provas ao

desenvolvimento de um sujeito social que sabe articular representações gráficas às práticas e

necessidades sociais, o que lhe permite voltar-se à pesquisa e ao confronto de idéias, ações

essenciais na sociedade contemporânea.

Análise de alguns conceitos e habilidades propostos nas questões

As instituições de ensino privado no Brasil, pela necessidade de atenderem às

demandas da sociedade, com a exigência de resultados efetivos de aprendizagem, buscam

analisar exemplos e modelos bem sucedidos de experiências no mundo. Essa estratégia

permite ao docente constante pesquisa e diálogo com seus pares, estudando soluções viáveis

de aplicação na escola. Diante disso, os exames são objetos de estudo viáveis para comparar a

forma de abordagem dos conceitos estruturantes da Geografia naquele país com os

instrumentos construídos pelos docentes de Geografia na referida instituição privada

brasileira.

Nesse sentido, dada a limitação desse gênero textual, tomam-se para análise do exame

irlandês, os seguintes conceitos essenciais do mapa conceitual: letramento cartográfico

(Ilustração 2), localização (Ilustração 3) e meio técnico-científico-informacional (Ilustração

4).

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O aspecto referente à representação do mundo e dos diversos lugares, por meio de

mapas temáticos, iconografia, maquetes e plantas, imagens de satélites tendo presentes a

legenda, a escala e a orientação, levando-se em conta, ainda, o tratamento das informações

geográficas e as novas tecnologias são fundamentais para o desenvolvimento cognitivo do

estudante.

Ilustração 2 – Modelo de questão do Exame Nacional da Irlanda – Seção 1

O exposto em relação à educação geográfica e à compreensão do espaço geográfico

parte da compreensão de espaço como um “conjunto indissociável, solidário e também

contraditório de sistemas de objetos e sistemas de ações, não considerados isoladamente, mas

como o quadro único no qual a história se dá” (SANTOS, 1996, p. 51). Dentro do letramento

geográfico, a cartografia é uma peça fundamental para a construção dos saberes do estudante.

Assim, o letramento cartográfico é o principal foco dos Exames Nacionais da Irlanda,

exigindo que o estudante demonstre o domínio dessa habilidade.

A cartografia, então, é considerada uma linguagem, um sistema-código de comunicação imprescindível em todas as esferas da aprendizagem em geografia, articulando fatos, conceitos e sistemas conceituais que permitem ler e escrever as características do território. Nesse contexto, ela é uma opção metodológica, o que implica utilizá-la em todos os conteúdos da geografia, para identificar e conhecer não apenas a localização dos países, mas entender as relações entre eles, compreender os conflitos e a ocupação do espaço. (CASTELLAR, 2005, p. 4).

Assim, fica nítido dentro do desenvolvimento da prova de Geografia que o letramento

geográfico e seus pressupostos garantem ao aluno demonstrar domínio do conhecimento

específico da área. O letramento geográfico constitui-se na construção de um universo

teórico-metodológico específico para a Geografia, inspirado na concepção de letramento

Imagem de satélite Observe esta imagem de satélite de uma parte da costa oeste dos EUA e do Canadá. Associe cada uma das letras de A a E na imagem com as características apropriadas a seguir:

Característica Nº O rio Valley Banco de neblina costal Campos com neve

Ilha Grande

Nuvem fina

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advindo da lingüística. Esse é o grande desafio para a construção do pensamento geográfico,

pois se sobrepõem no debate acadêmico alguns elementos como: a interdisciplinaridade, a

contextualização, a epistemologia própria da ciência, as demandas políticas e ideológicas que

norteiam o fazer pedagógico, entre outros.

O segundo conceito estruturante presente na prova é localização. Como já foi

enfatizado compõem a referencia conceitual mais importante da Geografia no que diz respeito

ao espaço.

Ilustração 3 – Modelo de questão do Exame Nacional da Irlanda – Seção 1

Quanto ao conceito referente ao meio técnico-científico-informacional, na última

seção do exame, o estudante faz escolhas entre os seguintes conceitos: globalização,

geoecologia, cultura e identidade, desenvolvimento da atmosfera e hidrosfera. Seguem três

questões de um dos conceitos propostos no mapa conceitual.

Ilustração 4 – Modelo de questão do Exame Nacional da Irlanda – Seção 3

Assim, há convergência entre os Exames Nacionais da Irlanda e o atual ensino de

Geografia, permitindo identificar expectativas em relação à aprendizagem futura dos

estudantes; os resultados alcançados pelo país possibilitam vislumbrar caminhos para a

constituição de um letramento geográfico efetivo que possibilita ao estudante realizar não

apenas a leitura do mundo, mas agir sobre ele e transformá-lo de forma crítica.

Geoecologia

1. Analise as implicações globais da destruição continuada das florestas úmidas tropicais.

2. Discorra sobre como as atividades humanas podem acelerar a erosão do solo.

3. Ilustre o desenvolvimento dos biomas, escolha um exemplo específico.

Observe estes diagramas, mostrando a evolução cíclica de uma topografia fluvial. Usando os números 1 a 3, identifique os estágios. Novo, maduro e velho

Formatado: À esquerda

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O Exame Nacional é dividido em três partes e, à medida que o instrumento apresenta

as questões, o estudante é exigido de forma diversificada e pode fazer escolhas entre temas e

modelos de questões, de acordo com a proposta das habilidades a serem avaliadas. A proposta

de desenvolvimento das habilidades fica evidente quando as questões diferenciam em níveis

cognitivos distintos (menos elaborado, mais elaborado, complexo), apesar de exigir do

estudante a demonstração do domínio de uma mesma habilidade. Usando um jargão comum:

existem questões fáceis, médias e difíceis sobre uma mesma habilidade. O estudante pode

escolher questões diferentes para responder dentro da prova, contudo as habilidades presentes

nas questões são as mesmas. Nos exames, é possível inferir a presença de uma classificação,

semelhante à taxionomia de Bloom (como demonstrado no quadro); as questões não são

apresentadas de forma hierarquizada, mas estão voltadas para a demonstração do domínio de

habilidades essenciais de acordo com a faixa etária e os conceitos estruturantes da área na

qual o estudante está realizando a prova. Cada questão é relacionada a um valor (pontuação),

sendo que se apresenta de forma bastante equilibrada a distribuição dos pontos diante das

habilidades que ele deve demonstrar em cada faixa etária.

Tabela 1 – Distribuição das questões de Geografia no Exame Nacional da Irlanda

Parte I 12 Questões (Obrigatório)

Parte II Seção 1- 6 Questões

(Obrigatório) Seção 2 - 6 Questões

(Enfoque) Seção 3 - 12 Questões

(Opcional)

Temas Geografia Física e Regional Economia e

Desenvolvimento humano

Geopolítica, Geoecologia, Cultura e Identidade, Atmosfera e

Hidrosfera

Escala crescente de complexidade

Taxionomia de Bloom Identificação e Observação Explicação e Síntese Aplicação e Análise

Os exames analisados deixam evidente a preocupação com uma educação geográfica

que instrumentalize o estudante a compreender e explicar processos de transformação do

mundo em que vive, enfocando sua dinâmica e compreendendo relações entre fenômenos

sociais, econômicos e naturais. O estudo da Geografia possibilita a compreensão da posição

do aluno, mediante as relações da sociedade com a natureza, e das conseqüências das ações

individuais e coletivas. Pretende-se que o estudante reconheça-se como membro participante,

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responsável e comprometido com os valores humanísticos, ambientais e tecnológicos. O

diagrama a seguir expressa essa proposição.

Ilustração 5 – A estrutura do Exame Nacional da Irlanda na área de Geografia

Percebe-se a preocupação em avaliar o estudante quanto à compreensão da

epistemologia da Geografia. Os conceitos estruturantes da área são os focos de todo

instrumento de avaliação, e a prova é construída de forma interdisciplinar, contextualizada e

voltada a um plano de letramento em que o aluno é levado a “relacionar espaço com natureza,

espaço com sociedade, isto é, perceber os aspectos econômicos, políticos, culturais, entre

outros, do mundo em vive” (KAERCHER, 2007, p. 85).

O letramento sociocientífico

O resultado dos avanços tecnológicos e da valorização generalizada da educação

formal do mundo pós-moderno em todos os países exige cada vez mais o desenvolvimento de

habilidades cognitivas para que o homem possa vencer desafios e ocupar um papel social.

Mas então, por que se debruçar sobre o estudo do exame nacional da Irlanda?

Essa discussão desenvolve-se desde 2003 quando os primeiros resultados obtidos na

Irlanda foram divulgados pela mídia. Os dados apresentados destacavam a mudança dos

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investimentos daquele país e os resultados educacionais alcançados, uma vez que o Brasil,

nesse mesmo período, tinha obtido resultados sofríveis entre os 41 países avaliados pela

UNESCO. Há pouco mais de 30 anos, a Irlanda figurava como uma nação pobre, com

elevados índices de analfabetismo e com uma população com pouco acesso à educação. O

interesse em integrar a comunidade econômica européia levou os dirigentes do país a se

perguntarem o que fazer para a Irlanda se transformar num país desenvolvido, voltado para o

futuro.

(...) No lugar de mais infra-estrutura econômica e desperdício em prédios públicos,

a decisão foi a de que o país concentraria seus investimentos, ao longo das décadas

seguintes, independentemente de resultados eleitorais, em três objetivos: saúde de

qualidade e gratuita para todos, educação de excelência para todos e ciência e

tecnologia de ponta. Desde então, a Irlanda investiu contínua e prioritariamente na

educação de seu povo. [grifo nosso] O resultado: a Irlanda é hoje um dos países

com a melhor educação entre todos do mundo. (BUARQUE, 2003, p.1).

Esse contexto irlandês foi aperfeiçoado nos últimos cinco anos, tornando o país

referência em educação no cenário mundial. A superação de suas limitações em curto espaço

de tempo despertou o interesse de vários países, inclusive dos educadores brasileiros.

Além da análise que envolveu a abordagem específica da disciplina, a prova de

geografia do exame nacional da Irlanda permite a reflexão sobre sua elaboração, com base no

contexto interdisciplinar, orientada pelo olhar das ciências naturais, que acrescenta aos seus

conceitos atuais - o letramento sociocientífico. A educação sociocientífica, por possuir caráter

interdisciplinar, envolve saberes capazes de constituir uma rede de significações que

aproxima de diferentes conhecimentos para a compreensão da realidade contemporânea. Para

atingir o conhecimento científico, é necessário passar pelo processo investigativo que

acompanha toda pesquisa, organizando-se saberes compartimentados, de forma agregada,

neste caso específico, a geografia, a química e as ciências. Tome-se a questão abaixo.

O ciclo da água

Nas caixas fornecidas combine cada um dos números de 1 a 4 no diagrama com a letra de seus

pares na coluna X. Um par foi terminado para você.

Coluna X X Nº

A Precipitação A

B Condensação B 2 C Escoamento C

D Evaporação D

Ilustração 2 – Modelo de questão do Exame Nacional da Irlanda – Seção 2

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Se, por um lado, a geografia explorou os processos biofísicos, por outro permitiu nas

ciências naturais, investigar o conhecimento do estudante sobre as propriedades, as

transformações e a constituição da matéria, ao tratar sobre o tema ciclo da água. Para isso, o

estudante deve dominar conceitos científicos necessários para compreender certos fenômenos

do mundo natural. Embora os conceitos utilizados sejam típicos dos campos da Química,

Ciências Biológicas e Ciências da Terra e do Espaço, eles são aplicados a problemas

científicos presentes na vida real, acrescentando mais um caráter relevante à construção da

questão – a contextualização.

Algumas questões de caráter optativo e discursivo abordam situações atuais e até se

referem à Amazônia. Justifica-se essa abordagem pelo contexto histórico vivido pela Irlanda.

Nos últimos 15 anos, esse país passou de “parente pobre” a “tigre celta” da União Européia,

após ter vivido toda espécie de pobreza, desemprego e fortíssima emigração pós-Segunda

Guerra Mundial, além de ter se desvinculado do Reino Unido. Nessa época, os países

desenvolvidos buscavam outros países para investir, dentre eles, figuravam o Brasil e a

Irlanda. Verifique-se a questão a seguir.

Compreendendo o caso Irlanda

A decisão estratégica de investir em educação reverteu o quadro apresentado nos anos

1960, que detinha um índice de analfabetismo beirando os 35%. Tornou-se obrigatória a

freqüência escolar, formando um sistema de ensino gratuito e de boa qualidade, desde a

educação básica até a universidade. Essas medidas resultaram na eliminação total do

analfabetismo e na qualificação da mão-de-obra. O país, assim, promoveu um “choque de

competitividade” em sua economia por meio da educação.

Atualmente, o sistema educativo da Irlanda configura-se em três níveis: o primário,

pós-primário e o superior. O primário tem duração de 8 anos, permitindo o ingresso de

crianças entre 4 a 6 anos, e traz no currículo Línguas (Irlandesa e Inglesa), Matemática,

Estudos Sociais, do Meio e Científico (história, geografia, ciências). O pós-primário tem

duração de 5 a 6 anos, é considerado obrigatório e compreende dois ciclos: o júnior e o sênior.

O júnior, com duração de 3 anos, traz um currículo flexível que permite à escola escolher

entre 26 disciplinas aprovadas. Dentre as mais freqüentes figuram: Irlandês, Inglês,

Matemática, Educação Cívica, Social e Política, Educação para a Saúde e Educação Física. O

sênior, com duração de 2 ou 3 anos, apresenta um currículo diversificado (geral, vocacional e

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aplicado). O último ano, o terceiro, é optativo e volta-se ao desenvolvimento pessoal e social,

promoção de competências técnicas e acadêmicas. No ciclo sênior, os professores avaliam os

alunos durante o período letivo por meio de testes, mas a passagem de ano continua a ser

automática, salvo circunstâncias excepcionais. Ao final desse ciclo, os alunos são sujeitos a

Exames de Fim de Estudos, uma nova avaliação externa (escrita, oral e prática) de grande

importância. Do sucesso depende a atribuição do Certificado de Fim de Estudos, bastante

usado pelos empregadores para fins de candidatura a emprego e cuja pontuação serve de base

ao acesso ao ensino superior. Finalmente, no ensino superior, dentre os cursos ofertados,

destacam-se os de licenciatura em ciências, engenharia e matemática.

Considerações Finais

Ao analisar as provas de Geografia do Exame Nacional da Irlanda, fica evidente a

preocupação com o letramento do estudante em todas as áreas. Estimulando leitura e escrita

com propriedade, a Irlanda aponta em direção à construção da cidadania, como bem coloca

Schäffer (2007) “concebida como formação de opinião pública capaz de direcionar decisões

políticas”. A observação cuidadosa do que é posto no mapa conceitual da área de Geografia,

proposto para o colégio Dom Bosco e a forma como o exame irlandês constrói o instrumento

de avaliação aproxima o diálogo, pois ambas as realidades comungam dos mesmos

fundamentos epistemológicos. Ao problematizar a análise do exame e verificar a validade de

comparação dos modelos de provas da Irlanda e do Brasil, neste caso com o recorte de

Curitiba, percebem-se as possibilidades de aprimoramento na elaboração das avaliações

como, por exemplo, dar opções aos estudantes. Compreender que o letramento do estudante

passa antes pelo letramento do próprio docente é fundamental. O perfil do profissional capaz

de realizar essas transposições didáticas é de um docente reflexivo, capaz de distanciar-se do

seu fazer pedagógico e investir no estudo e na pesquisa para transpor suas limitações e

avançar de forma segura em direção à aprendizagem do estudante.

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