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  • A Mulher e a economiaEmbora a participao das mulheres na fora de trabalho tenhavindo a aumentar de forma sustentada em todo o mundo, asdesigualdades existentes com base no sexo tm-se intensificadoem termos de salrio e condies de trabalho.

    As mulheres continuam a enfrentar barreiras que lhes tolhem aemancipao econmica e as capacidades empresariais. Entreesses obstculos, contam-se a discriminao em termos deensino, formao, contratao, acesso ao crdito, o direito propriedade e herana, nveis salariais mais baixos, promoopara trabalho igual e maiores responsabilidades domsticas.As mulheres rurais e as trabalhadoras migrantes soespecialmente afectadas durante perodos de contracoeconmica, ficando mais vulnerveis ao desemprego e so muitasvezes obrigadas a suportar uma carga ainda maior de trabalhono remunerado.

    A Plataforma de Aco, aprovada pela Quarta ConfernciaMundial sobre a Mulher, em Beijing, em 1995, identificou asdisparidades econmicas entre homens e mulheres como umadas 12 esferas de preocupao especial que exigiam a adopode medidas por parte dos Estados-Membros, da comunidadeinternacional e da sociedade civil.

    Durante a sua 41 sesso, em 1997, a Comisso da Condio daMulher, das Naes Unidas, props a adopo de medidas einiciativas adicionais para promover a emancipao econmicadas mulheres, incluindo a incluso de uma perspectiva que tenhaem conta as disparidades entre homens e mulheres em todas aspolticas e programas econmicos. Entre as conclusesacordadas durante a sesso, contavam-se medidas destinadas aaumentar a capacidade das mulheres para influenciarem etomarem decises econmicas como trabalhadoras pagas,gestoras, entidades patronais, funcionrias eleitas, membros deorganizaes no governamentais e sindicatos, produtoras,responsveis pela administrao do lar e consumidoras.Incluam-se tambm medidas para eliminar os preconceitos nosistema educativo e neutralizar a segregao entre os sexos nomercado de trabalho.

    Normas jurdicas internacionais

    Existem normas internacionais, incluindo convenes daOrganizao Internacional do Trabalho (OIT) e a Convenosobre a Eliminao de Todas as Formas de Discriminao contraas Mulheres, que estabelecem a igualdade entre os sexos noque respeita ao acesso igual ao emprego, ao direito a salrioigual e proibio do assdio sexual, entre outros. No entanto,a persistente falta de aplicao e execuo dessas normas tornou-as ineficazes.

    Como resposta a esta discrepncia, desde a Conferncia deBeijing, os Estados-Membros das Naes Unidas puseramem execuo medidas destinadas a harmonizar as suas leise polticas com as convenes internacionais.

    Para alm de ratificar as convenes da OIT, o Japointroduziu alteraes nas suas leis laborais, que agoraprobem os empregadores de fazerem discriminao contraas mulheres quando do recrutamento, contratao epromoo, ao mesmo tempo que eliminam as restriesquanto ao trabalho em horas extraordinrias, feriados oude noite para as mulheres com idade igual ou superior a18 anos.

    A China introduziu legislao e mecanismos de supervisoe aplicao para proporcionar proteco laboral s mulherese garantir o seu direito ao emprego.

    Em 1998, a Alemanha alterou a sua lei laboral, redefinindoa responsabilidade civil dos empregadores pordiscriminao entre os sexos. Segundo essas leis, oempregador tem de indemnizar a pessoa alvo dediscriminao, independentemente do grau deresponsabilidade na infraco.

    Para alm de ratificar as convenes da OIT, em 1995, oChile alterou o seu Cdigo do Trabalho, em 1998, paraproibir os empregadores de discriminarem as mulherescom base na sua funo reprodutora.

    O direito propriedade e heranaAlguns Estados, nos seus esforos para corrigirem prticas etradies consuetudinrias que favorecem a deteno da terrapelo homem, aprovaram leis que reconhecem a igualdade dedireitos entre homens e mulheres quanto propriedade de terras.

    A Bolvia, a Eritreia, a Malsia, o Nepal, a RepblicaDominicana, a Tanznia, o Uganda e o Zimbabwe contam-se entre os pases que promulgaram leis que reconhecem odireito da mulher propriedade das terras.

    Desde 1999, os Cdigos Civil e da Famlia da Mongliareconhecem a igualdade de direitos da mulher herana, utilizao da terra, propriedade de gado e de outrosbens.

    A Armnia estabeleceu a igualdade de direitos depropriedade para homens e mulheres em termos de bensimveis e de outros bens, enquanto o seu Cdigo da Famliae do Casamento garante a igualdade de direitos dos cnjugesem relao aos bens de propriedade comum.

    Igualdade de oportunidades e protecocontra o assdio

    Desde a Conferncia de Beijing, vrios pases aprovaram legislaopara evitar o comportamento abusivo contra a mulher e assegurar aigualdade entre homens e mulheres no local de trabalho.

    A Sucia alterou a sua Lei sobre a Igualdade de Oportunidades,em 1998, para impor mais obrigaes aos empregadores quantoa evitar o assdio sexual no local de trabalho.

    MULHER 2000 Sesso Extraordinria da Assembleia Geral das Naes UnidasMulher 2000: Igualdade entre os Sexos, Desenvolvimento ePaz no Sculo XXI, Nova Iorque, 59 de Junho

  • Belize e a ndia emitiram directrizes ou aprovaram legislaopara evitar o assdio sexual no local de trabalho.

    A Comisso de Direitos Humanos do Canad elaborou, em1998, um modelo de poltica contra o assdio sexual e colocou-o disposio de todos os empregadores.

    A Argentina aprovou um Plano de Igualdade de Oportunidadesentre Mulheres e Homens no Emprego, pelo qual o Governo, osector privado e os sindicatos se comprometeram a criarmecanismos para promover a igualdade de oportunidades.

    A nova Constituio da Albnia, aprovada em 1998, consagrao princpio da igualdade entre homens e mulheres.Consequentemente, toda a legislao albanesa, incluindo oCdigo do Trabalho, reflecte agora esse princpio.

    Apoiando a emancipao econmica dasmulheresCada vez se reconhece mais a necessidade de promulgar legislaoespecfica e criar polcias para reforar as capacidades executivas eprofissionais das mulheres, em especial para as ajudar a gerir as suasprprias empresas. Para tal, os governos criaram polticas e projectosque usam redes locais, nacionais e internacionais para facultarinformaes, tecnologia, crdito e formao s empresrias, bem comoprogramas que visam melhorar a educao das mulheres.

    Em 1999, a Repblica da Coreia promulgou uma lei que criauma Associao das Empresrias Coreanas. A lei exorta tambmos rgos de governo central e local a prestarem apoio s empresasde mulheres, quer sejam novas, quer j existentes.

    Os Estados Unidos adoptaram medidas para reforar acapacidade financeira de pequenas empresas cuja propriedade detida por mulheres, mediante a concepo de microcrditose emprstimos atravs do Programa de Administrao daPequena Empresa e do Fundo de Instituies Financeiras deDesenvolvimento Comunitrio.

    A Crocia est a pr em execuo um programa de concessode emprstimos com condies de crdito favorveis a pequenasempresas e, em especial, a empresrias.

    O Benim anunciou que, desde Maio de 1999, cerca de 80%dos programas de crdito governamentais para odesenvolvimento de microempresas beneficiaram mulheres.

    A fim de apoiar a actividade empresarial das mulheres, o Governoda ndia,certifica-se de que pelo menos 30% das dotaesoramentais destinadas aos sectores do desenvolvimentocheguem s mulheres. Ademais, entre 30 e 40% dos programasgovernamentais de criao de emprego e de activos socanalizados para as mulheres.

    O Iro facultou crdito sem juros a mulheres desfavorecidas efamlias encabeadas por mulheres das zonas rurais para apoiaras suas actividades produtivas.

    Na frica do Sul, o programa Tecnologia para Empresrias,lanado em 1998, proporciona s mulheres das pequenasempresas o acesso tecnologia.

    A Federao Russa iniciou um programa amplo de formao e reciclagemdestinado a melhorar as perspectivas de emprego das mulheres.

    Na Austrlia, o Projecto de Assessoria a Mulheres queTrabalham em Pequenas Empresas criou uma rede deassessoria para pr em contacto as novas empresrias comempresrias experimentadas, a fim de poderem partilharconhecimentos e experincias.

    A Arglia apoia programas para a criao demicroempresas e programas de infra-estrutura e crditopara cooperativas de mulheres de zonas rurais.

    Responsabilidades laborais e familiares

    A funo reprodutora da mulher continuou a ser encarada comoum estigma pelo mercado de trabalho. Num esforo parapromover uma mudana de atitude, alguns governos aprovarampolticas para harmonizar as responsabilidades laborais efamiliares em conflito.

    A ustria aumentou a flexibilidade da licena dematernidade, permitindo que os pais requeiram licenade paternidade. Ademais, foram criados mais infantriose o seu horrio de funcionamento foi alargado.

    Em 1997, a Dinamarca alterou a legislao garantindoigualdade de acesso, a homens e mulheres, ao emprego e licena de maternidade. Agora, os pais tm o direito derequerer duas semanas de licena de paternidade.

    Em 1999, o Parlamento italiano aprovou uma lei segundoa qual os trabalhadores de ambos os sexos no so obrigadosa aceitar turnos nocturnos, se tiverem filhos com menosde trs anos de idade, se forem pais solteiros de uma crianacom menos de 12 anos, ou se viverem com um deficiente.

    O Cdigo do Trabalho e o Cdigo do Bem-Estar Familiarda Polnia garantem igualdade de direitos s mulheres eaos homens no que respeita a licenas para cuidar dafamlia, mas a lei concede uma proteco especial smulheres em virtude da maternidade.

    Desenvolvimento da anlise e pesquisasobre os problemas relacionados com asdisparidades entre os sexos

    Em vrios pases, foram realizados estudos para identificar asbarreiras levantadas emancipao econmica das mulheres.Entre outras coisas, os governos financiaram projectos deinvestigao, compilaram dados separados por sexos epublicaram relatrios estatsticos sobre a situao econmicadas mulheres.

    A Austrlia f