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    Sumrio

    1 INTRODUO................................................................................................................... 3

    2 OBJETIVO......................................................................................................................... 4

    3 TECNOLOGIAS DE PRODUO/PROCESSO................................................................ 5

    3.1 Etapas da implementao da produo mais limpa.................................................. 5

    3.2 Exemplo de implementao de produo mais limpa no setor de construo civil processo de construo de um edifcio residencial.............................................

    13 3.2.1 Estudo de Caso n 1: Reduo do desperdcio de madeira na etapa de estrutura forma e desforma das lajes...................................................................................................

    16 3.2.2 Estudo de Caso n.2: Reduo do desperdcio de tijolos na etapa de alvenaria......... 18 3.2.3 Estudo de Caso n.3: Gesto dos resduos provenientes de pintura por meio da parceria fornecedor-executor da edificao..........................................................................

    19 3.2.4 Estudo de Caso n.4: Balano de Materiais no Sistema de Gesso Acartonado.......... 21 3.2.5 Estudo de Caso n.5: Reduo da gerao de resduo cermico atravs da melhoria do processo............................................................................................................

    22 3.2.6 Estudo de Caso n.6: Anlise da gerao de resduos que ocorre durante a execuo da argamassa para o reboco interno....................................................................

    22 3.3 Oportunidades de produo mais limpa na construo civil................................... 23 4 PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESDUOS SLIDOS............................................. 24 5 RECICLAGEM................................................................................................................... 32 6 QUALIDADE E PRODUTIVIDADE DO HABITAT (PBQP-HABITAT).............................. 34 7 LEGISLAO, REGULAMENTAES E NORMAS TCNICAS.................................... 34 CONCLUSES E RECOMENDAES............................................................................... 35 REFERNCIAS..................................................................................................................... 35 ANEXOS...............................................................................................................................

    ANEXO A - Resoluo N 307, de 5 de Julho de 2002...................................................... 36 ANEXO B - Portaria No 134, de 18 de Dezembro de 1998................................................ 40 ANEXO 3 - Instituies e associaes.............................................................................. 41 ANEXO 4 - Sites de interesse............................................................................................. 41

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    Lista de figuras

    1 Etapas da implementao de um programa de Produo mais Limpa........................................ 5 2 Descrio do Ecotime...................................................................................................................... 6 3 Fluxograma qualitativo do processo produtivo......................................................................... 6 4 Fluxograma quantitativo do processo produtivo, elaborao do diagnstico ambiental e planilha de aspectos e impactos.......................................................................................................................

    7 5 Prioridades para seleo do foco de avaliao................................................................................ 8 6 Anlise quantitativa de entradas e sadas do processo produtivo.............................................. 9 7 Indicadores ambientais e econmicos............................................................................................. 9 8 Principais fatores na origem dos resduos e emisses.................................................................... 10 9 Fluxograma da gerao de opes de Produo mais Limpa......................................................... 11 10 Estgios da implementao do plano de monitoramento................................................ 13 11 Fotos antes e depois da implementao do estudo de caso........................................... 17 12 Fotos antes e depois da implementao do estudo de caso......................................................... 18 13 Limpeza dos equipamentos de pintura e lavagem das embalagens............................................. 20 14 Plano de gerenciamento de resduos..................................................................................... 27 15 Armazenamento temporrio............................................................................................. 28 16 Armazenamento............................................................................................................... 29

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    Ttulo

    Produo mais Limpa no Setor de Construo Civil

    Assunto

    Construo

    Resumo

    A indstria da Construo Civil contribui significativamente para a economia do pas. Esse setor abrange diversas tecnologias, e durante seu processo, gera uma grande quantidade de resduos e esses geram prejuzos econmicos e ambientais. A Produo mais Limpa (PmaisL) insere-se neste contexto, visando prevenir a formao dos resduos desde a escolha das matrias-primas e otimizao dos processos at a reciclagem interna e externa e a posterior armazenagem e destinao final dos mesmos. O conceito de PmaisL ainda no est difundido dentro da sociedade. Em funo disto, este dossi busca abordar o conceito de PmaisL, mostrando suas etapas de implementao e seus Benefcios Econmicos e ambientais dentro da Construo Civil. Para melhor entendimento dessa tcnica, sero mostrados um processo da construo habitacional e exemplos de estudos de casos realizados. Sero destacados ainda neste documento aspectos referentes legislao pertinente ao setor, Plano de Gerenciamento de Resduos e Reciclagem.

    Palavras-chave

    Construo civil; Produo mais Limpa; gerenciamento de resduos; reciclagem

    Contedo

    1 INTRODUO

    As atividades da Construo Civil representam 73,45% do macrossetor brasileiro, seguido da indstria associada construo (20,34%) e dos servios associados construo (6,21%). Os elos que formam a cadeia tambm so responsveis por empregar 6,2 milhes de trabalhadores, o que representa 9,3% do total no pas. O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro aumentou 1,4% no primeiro trimestre deste ano, em relao ao quarto trimestre de 2005. A Formao Bruta de Capital Fixo (FBCF) uma medida dos investimentos aumentou 3,7%. O crescimento da FBCF explicado pelo aumento da Construo Civil que cresceu 7% e pela produo e importao de mquinas e equipamentos. No Rio Grande do Sul, a Construo Civil representa 4,9% do PIB gacho. O setor soma mais de 47 mil empresas formais que empregam 266 mil trabalhadores. Do total de empresas, 94% so de micro e pequeno porte. Apesar do potencial para a gerao de emprego e criao de pequenas empresas, o setor apresenta como principais obstculos baixa qualificao da mo-de-obra, o trabalho informal, a burocracia, os baixos investimentos e a carga tributria elevada.

    O setor da Construo Civil muito diversificado e ocupa um papel de destaque em todas as economias. Mas, na economia brasileira, fatores de ordem scio-econmica permitem apontar esse setor como sendo muito importante para o desenvolvimento do pas, citando como exemplo o dficit habitacional que no ultimo senso realizado pelo Instituto Brasileiro de

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    Geografia e Estatstica (IBGE) foi de 7,280 milhes de moradias em 2003 (SINGE/IBGE, 2004).

    A indstria de Construo Civil apresenta grande variabilidade tecnolgica, contando com processos produtivos dos mais tradicionais aos mais modernos, sendo responsvel por cerca de 40% dos resduos gerados na economia. Este nmero altamente significativo, pois grande parte da matria-prima utilizada nos processos de construo de empreendimentos urbanos de origem no-renovvel, como o caso dos recursos minerais. Entende-se por resduo todo o tipo de poluentes, incluindo resduos slidos, perigosos ou no, efluentes lquidos, emisses atmosfricas, calor, rudo ou qualquer tipo de perda que ocorra durante o processo de gerao de um produto ou servio.

    Os resduos formados, alm de causarem impacto ambiental devido a seu destino, transformam-se em um custo adicional devido s perdas de produto desde a matria prima at o produto final, e ao custo de transporte ao seu destino final. Devido a isso se torna importante um trabalho de conscientizao e preveno sobre os mecanismos ambientais. Nesse contexto se insere a Produo mais Limpa.

    O Programa de Produo mais Limpa (PmaisL) um procedimento planejado com o objetivo de identificar oportunidades para eliminar ou reduzir a gerao de efluentes, resduos e emisses, alm de racionalizar a utilizao de matrias-primas e insumos, catalisando os esforos da empresa para atingir uma melhoria ambiental contnua nas suas operaes. implantado utilizando uma metodologia que busca solucionar problemas por meio de avaliaes tcnica, econmica e ambiental.

    Produo mais Limpa a aplicao contnua de uma estratgia econmica, ambiental e tecnolgica integrada aos processos e produtos, a fim de aumentar a eficincia no uso das matrias-primas, gua e energia atravs da no-gerao, minimizao ou reciclagem de resduos gerados em todos os setores produtivos. A implementao de um programa de PmaisL possibilita empresa o melhor conhecimento do seu processo industrial atravs do monitoramento constante para manuteno e desenvolvimento de um sistema eco-eficiente de produo com a gerao de indicadores ambientais e de processo. Este monitoramento permite empresa identificar necessidades de: pesquisa aplicada, informao tecnolgica e programas de capacitao. Alm disso, o programa de PmaisL pode integrar-se aos Sistemas de Qualidade, Gesto Ambiental e de Segurana e Sade Ocupacional, proporcionando o completo entendimento do sistema de gerenciamento da empresa.

    Alm disso, a PmaisL pode propiciar a eliminao dos desperdcios, minimizao ou eliminao de matrias-primas e outros insumos impactantes para o meio ambiente, reduo dos resduos e emisses, reduo dos custos de gerenciamento dos resduos, minimizao dos passivos ambientais, incremento na sade e segurana no trabalho, melhoria na imagem da empresa, aumento da produtividade, conscientizao ambiental dos funcionrios e reduo de gastos com multas e outras penalidades.

    A PmaisL dentro do setor de Construo Civil tem como principal foco a minimizao de resduos. Para isto, ela deve trabalhar na preveno, buscando alternativas para evitar a gerao do resduo e, quando for inevitvel, propor as melhores alternativas para o seu destino final. Alm disso, com a implementao da PmaisL pretende-se que as pessoas envolvidas nesse processo levem consigo conceitos que as auxiliem na forma de pensar no meio ambiente em que vivem.

    2 OBJETIVO

    O objetivo deste dossi fornecer informaes referentes utilizao da Produo mais Limpa como uma ferramenta de preveno gerao de resduos, bem como de aumento de eficincia e de reduo de custos para o setor da Construo Civil.

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    3 TECNOLOGIAS DE PRODUO/PROCESSO

    Para facilitar o entendimento do processo de implementao de PmaisL na Construo Civil, sero apresentadas as etapas de um programa de PmaisL e, posteriormente, um exemplo de processo da construo habitacional, seguido de estudos de caso, demonstrando os Benefcios Econmicos e ambientais.

    3.1 Etapas da implementao da produo mais limpa

    O primeiro passo antes da implementao de um Programa de Produo mais Limpa a pr-sensibilizao do pblico-alvo (empresrios e gerentes) por meio de uma visita tcnica, fazendo a exposio de casos bem sucedidos, ressaltando seus Benefcios Econmicos e ambientais. Alm disso, devem ser tambm salientados:

    reconhecimento da preveno como etapa anterior s aes de fim-de-tubo; as presses dos rgos ambientais para o cumprimento dos padres ambientais; custo na aquisio e manuteno de equipamento de fim-de-tubo; outros fatores relevantes para que o pblico-alvo visualize os benefcios da abordagem de

    Produo mais Limpa.

    enfatizada, durante a pr-sensibilizao, a necessidade do comprometimento gerencial da empresa, sem o qual no possvel desenvolver o programa de Produo mais Limpa. Aps a fase de pr-sensibilizao, a empresa pode iniciar a implementao de um Programa de Produo mais Limpa por meio de metodologia prpria ou com o auxlio de instituies que possam apoi-la nesta tarefa. Um programa de implementao de Produo mais Limpa deve seguir as seguintes etapas, conforme a FIG. 1:

    FIG. 1 - Etapas da implementao de um programa de Produo mais Limpa Fonte: SENAI. RS. CNTL, 2005.

    Na ETAPA 1 a metodologia de implementao de um Programa de Produo mais Limpa contempla as seguintes fases:

    obteno do comprometimento gerencial: fundamental sensibilizar a gerncia para garantir o sucesso do Programa. A obteno de resultados consistentes depende decisivamente do comprometimento da empresa com o Programa;

    identificao de barreiras implementao e busca de solues: para que o Programa tenha um bom andamento essencial que sejam identificadas as barreiras que sero

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    encontradas durante o desenvolvimento do mesmo e buscar solues adequadas para super-las;

    estabelecimento da amplitude do Programa de Produo mais Limpa na empresa: necessrio definir, em conjunto com a empresa, a abrangncia do Programa (incluir toda a empresa, iniciar em um setor crtico, etc).

    formao do Ecotime (FIG. 2).

    Formao do Ecotime

    O que o Ecotime? um grupo de trabalho formado por profissionais da empresa que tem por objetivo conduzir o programa de Produo mais Limpa. Funes do Ecotime: realizar o diagnstico; implantar o Programa; identificar oportunidades e implantar medidas de Produo mais Limpa; monitorar o programa; dar continuidade ao programa.

    FIG. 2 - Descrio do Ecotime Fonte: SENAI. RS. CNTL, 2005.

    A ETAPA 2 contempla o estudo do Fluxograma do Processo Produtivo, realizao do diagnstico ambiental e de processo e a seleo do foco de avaliao.

    A anlise detalhada do fluxograma permite a visualizao e a definio do fluxo qualitativo de matria-prima, gua e energia no processo produtivo, visualizao da gerao de resduos durante o processo, agindo, desta forma, como uma ferramenta para obteno de dados necessrios para a formao de uma estratgia de minimizao da gerao de resduos, efluentes e emisses. A FIG. 3 apresenta o fluxograma qualitativo de um processo produtivo.

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    FIG. 3 - Fluxograma qualitativo do processo produtivo Fonte: SENAI. RS. CNTL, 2005.

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    Aps o levantamento do fluxograma do processo produtivo da empresa, o Ecotime far o levantamento dos dados quantitativos, ambientais e de produo existentes, utilizando fontes disponveis, como por exemplo, estimativas do setor de compras, etc (FIG. 4):

    quantificao de entradas (matrias-primas, gua, energia e outros insumos), com maior enfoque para gua e energia, mas sem detalh-las por etapa do fluxograma;

    quantificao de sadas (resduos, efluentes, emisses, subprodutos e produtos), mas sem detalh-las por etapa do fluxograma;

    dados da situao ambiental da empresa; dados referentes estocagem, armazenamento e acondicionamento.

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    FIG. 4 - Fluxograma quantitativo do processo produtivo, elaborao do diagnstico ambiental e planilha de aspectos e impactos

    Fonte: SENAI. RS. CNTL, 2005.

    De posse das informaes do diagnstico ambiental e da planilha dos principais aspectos ambientais selecionado, entre todas as atividades e operaes da empresa, o foco de trabalho (FIG. 5). Estas informaes so analisadas considerando os regulamentos legais, a quantidade de resduos gerados, a toxicidade dos resduos e os custos envolvidos. Por exemplo: se a empresa tem um determinado prazo para cumprir um auto de infrao, ser priorizado o item regulamentos legais.

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    FIG. 5 - Prioridades para seleo do foco de avaliao Fonte: SENAI. RS. CNTL, 2005.

    Na ETAPA 3 elaborado o balano material e estabelecidos indicadores, so identificadas as causas da gerao de resduos e a identificadas as opes de Produo mais Limpa. Cada fase desta etapa detalhada a seguir.

    Anlise quantitativa de entradas e sadas e estabelecimento de indicadores (FIG. 6): esta fase inicia com o levantamento dos dados quantitativos mais detalhados nas etapas do processo priorizadas durante a atividade de seleo do foco da avaliao. Os itens avaliados so os mesmos da atividade de realizao do diagnstico ambiental e de processo, o que possibilita a comparao qualitativa entre os dados existentes antes da implementao do Programa de Produo mais Limpa e aqueles levantados pelo programa:

    anlise quantitativa de entradas e sadas; quantificao de entradas (matrias-primas, gua, energia e outros insumos); quantificao de sadas (resduos, efluentes, emisses, subprodutos e produtos); dados da situao ambiental da empresa; dados referentes estocagem, armazenamento e acondicionamento de entradas e

    sadas.

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    FIG. 6 - Anlise quantitativa de entradas e sadas do processo produtivo Fonte: SENAI. RS. CNTL, 2005.

    A identificao dos indicadores (FIG. 7) fundamental para avaliar a eficincia da metodologia empregada e acompanhar o desenvolvimento das medidas de Produo mais Limpa implantadas. Sero analisados os indicadores atuais da empresa e os indicadores estabelecidos durante a etapa de quantificao. Dessa forma, ser possvel comparar os mesmos com os indicadores determinados aps a etapa de implementao das opes de Produo mais Limpa.

    FIG. 7 - Indicadores ambientais e econmicos Fonte: SENAI. RS. CNTL, 2005.

    Com os dados levantados no balano material (quantificao) so avaliadas, pelo Ecotime, as causas de gerao dos resduos na empresa. Os principais fatores na origem dos resduos e emisses (FIG. 8) so:

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    Operacionais

    consumo de gua e energia no conferidos; acionamento desnecessrio ou sobrecargas

    de equipamentos; falta de manuteno preventiva; etapas desnecessrias no processo; falta de informaes de ordem tcnica e

    tecnolgica. Matrias-Primas

    uso de matrias-primas de menor custo, abaixo do padro de qualidade;

    falta de especificao de qualidade; deficincia no suprimento; sistema inadequado de gerncia de compras; armazenagem inadequada.

    Produtos

    proporo inadequada entre resduos e produtos;

    design impraticvel do produto; embalagens inadequadas; produto composto por matrias-primas

    perigosas; produto de difcil desmontagem e reciclagem.

    Capital

    escassez de capital para investimento em mudanas tecnolgicas e de processo;

    foco exagerado no lucro, sem preocupaes na gerao de resduos e emisses;

    baixo capital de giro.

    Causas relacionadas aos resduos

    inexistncia de separao de resduos; desconsiderao pelo potencial de reuso de

    determinados resduos; no h recuperao de energia nos produtos

    resduos e emisses; manuseio inadequado.

    Recursos humanos

    recursos humanos no qualificados; falta de segurana no trabalho; exigncia de qualidade treinamento

    inexistente ou inadequado; trabalho sob presso; dependncia crescente de trabalho eventual e

    terceirizado.

    Fornecedores/ parceiros comerciais

    compra de matrias-primas de fornecedores sem padronizao;

    falta de intercmbio com os parceiros comerciais;

    busca somente do lucro na negociao, sem preocupao com o produto final.

    Know-how processo

    m utilizao dos parmetros de processo; uso de tecnologias de processo ultrapassadas.

    FIG. 8 - Principais fatores na origem dos resduos e emisses Fonte: SENAI. RS. CNTL, 2005.

    Com base nas causas de gerao de resduos j descritas, so possveis modificaes em vrios nveis de atuao e aplicao de estratgias visando aes de Produo mais Limpa (FIG. 9).

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    FIG. 9 - Fluxograma da gerao de opes de Produo mais Limpa Fonte: SENAI. RS. CNTL, 2005.

    A Produo mais Limpa caracterizada por aes que privilegiam o Nvel 1 como prioritrias, seguidas do Nvel 2 e Nvel 3, nesta ordem.

    Deve ser dada prioridade a medidas que busquem eliminar ou minimizar resduos, efluentes e emisses no processo produtivo onde so gerados.

    A principal meta encontrar medidas que evitem a gerao de resduos na fonte (nvel 1). Estas podem incluir modificaes tanto no processo

    de produo quanto no prprio produto.

    Sob o ponto de vista de resduos, efluentes e emisses e, levando-se em considerao os nveis e as estratgias de aplicao, a abordagem de Produo mais Limpa pode se dar de duas formas: atravs da minimizao (reduo na fonte) de resduos, efluentes e emisses ou atravs da reutilizao (reciclagem interna e externa) de resduos, efluentes e emisses.

    As medidas relacionadas aos nveis 1 e 2 devem ser adotas preferencialmente quando da implementao de um Programa de Produo mais Limpa. Somente quando tecnicamente descartadas deve-se optar por medidas de reciclagem de resduos, efluentes e emisses fora da empresa (nvel 3).

    A ETAPA 4 constitui-se da avaliao tcnica, econmica e ambiental e da seleo de oportunidades viveis. A primeira atividade desta etapa a avaliao tcnica, ambiental e econmica das opes de Produo mais Limpa levantadas, sempre visando o aproveitamento eficiente das matrias-primas, gua, energia e outros insumos atravs da no-gerao, minimizao, reciclagem interna e externa, conforme visto anteriormente.

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    Na avaliao tcnica importante considerar:

    impacto da medida proposta sobre o processo, produtividade, segurana, etc.;

    testes de laboratrio ou ensaios quando a opo estiver mudando significativamente o processo existente;

    experincias de outras companhias com a opo que est sendo estudada;

    todos os funcionrios e departamentos atingidos pela implementao das opes;

    necessidades de mudanas de pessoal, operaes adicionais e pessoal de manuteno, alm do treinamento adicional dos tcnicos e de outras pessoas envolvidas.

    Na avaliao ambiental importante considerar:

    a quantidade de resduos, efluentes e emisses que ser reduzida; a qualidade dos resduos, efluentes e emisses que tenham sido eliminados verificar se

    estes contm menos substncias txicas e componentes reutilizveis; a reduo na utilizao de recursos naturais.

    Na avaliao econmica importante considerar:

    os investimentos necessrios; os custos operacionais e receitas do processo existente e os custos operacionais e

    receitas projetadas das aes a serem implantadas; a economia da empresa com a reduo/eliminao de multas.

    Os resultados encontrados durante as atividades de avaliao tcnica, ambiental e econmica possibilitaro a seleo das medidas viveis de acordo com os critrios estabelecidos pelo Ecotime, gerando os estudos de caso.

    A 5 e ltima ETAPA constitui-se do plano de implementao e monitoramento e do plano de continuidade. Aps a seleo das opes de Produo mais Limpa viveis traada a estratgia para implementao das mesmas. Nesta etapa importante considerar:

    as especificaes tcnicas detalhadas; plano adequado para reduzir tempo de instalao; os itens de dispndio para evitar ultrapassar o oramento previsto; a instalao cuidadosa de equipamentos; a realizao do controle adequado sobre a instalao; a preparao da equipe e a instalao para o incio de operao.

    Juntamente com o Plano de Implementao deve ser planejado o Sistema de Monitoramento das Medidas a serem implantadas. Nesta etapa essencial considerar:

    quando devem acontecer as atividades determinadas; quem o responsvel por estas atividades; quando sero apresentados os resultados; quando e por quanto tempo monitorar as mudanas; quando avaliar o progresso;

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    quando devem ser assegurados os recursos financeiros; quando a gerncia deve tomar uma deciso; quando a opo deve ser implantada; quanto tempo deve durar o perodo de testes; qual a data de concluso da implementao.

    O plano de monitoramento (FIG. 10) pode ser dividido em quatro estgios: planejamento, preparao, implementao, registros e anlise de dados.

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    FIG. 10 - Estgios da implementao do plano de monitoramento Fonte: SENAI. RS. CNTL, 2005.

    Aps a aplicao das etapas e atividades descritas no Plano de Monitoramento, o Programa de Produo mais Limpa pode ser considerado como implementado. Neste momento importante no somente avaliar os resultados obtidos mas, sobretudo, criar condies para que o Programa tenha sua continuidade assegurada atravs da aplicao da metodologia de trabalho e da criao de ferramentas que possibilitem a manuteno da cultura estabelecida, bem como sua evoluo em conjunto com as atividades futuras da empresa.

    3.2 Exemplo de implementao de produo mais limpa no setor de construo civil processo de construo de um edifcio residencial

    Dados da Empresa N. de funcionrios: 17 Principais Produtos: Edificaes residenciais e comerciais Mercado: Porto Alegre Produo Anual: 17.000 m2/ano

    A obra em questo foi considerada como plano-piloto para a execuo de um Programa de Gerenciamento de Resduos Slidos (PGRS), visando atender a resoluo CONAMA 307/2002 quando de sua entrada em vigor. A Resoluo CONAMA 307/02 estabelece diretrizes, critrios e procedimentos para a gesto dos resduos da Construo Civil e melhor abordada no item Legislao deste dossi.

    Descrio do Processo Trata-se de um empreendimento com 2 torres (Quadros 1 e 2), sendo a torre A com 55 apartamentos e a torre B com 54 apartamentos, o que totaliza 109 apartamentos. O empreendimento possui ainda 2 sales de festas, fitness, vestirios, piscinas e 144 vagas de estacionamento. Tudo isso est disposto em 17 pavimentos. Quando da execuo da obra, havia muita gua que vertia do terreno, sendo necessrio a instalao de bombas submersas nos poos dos elevadores para manter o terreno mais seco. A obra foi executada em um terreno que antes havia um posto de gasolina e, portanto, foi realizada a descontaminao total do terreno. O projeto e a execuo da descontaminao seguem algumas etapas:

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    implantao de dois pontos de monitoramento e anlise de amostras - definio pluma de contaminao e a extenso trincheira;

    implantao, operao e monitoramento da eficincia do sistema de remediao - parmetros de referncia da lista Holandesa;

    tcnica construtiva da fundao pr-presso interna maior ou igual existente no terreno; manuteno do sistema pelo perodo de dezoito meses, avaliao da eficincia, propondo

    continuidade ou alternativa.

    QUADRO 1- Entradas e sadas do processo

    Entradas

    Empresa

    Sadas (resduos e efluentes) Processo de montagem

    de um edifcio residencial com 2 torres e com 17

    pavimentos

    gua; Energia eltrica; Madeira; Prego; Telha; Arame; Tinta; Tubos e conexes; Fios; Lmpadas; Areia; Brita; Cimento;

    Ferros; Concreto; Estacas pr-moldadas; Eletrodutos; Tijolo; Argamassa;

    Alvenarite; Sikadur; Bianco; Massa expansiva; Esquadrias de madeira,

    alumnio e ferro; Fechaduras; Parafusos; Dobradias; Vidro; Massa vidreiro; Borracha; Telhas de fibro-cimento;

    Ganchos; Calhas e rufos; Isolamento trmico; Primer; Manta asfltica; Azulejo;

    Rejunte; Argamassa colante; Tarucel; Silicone; Fita crepe; Gesso; Lixa; Sisal;

    Massa corrida; Solvente; Cermica; Carpete; Isopor; Basalto; Granito;

    Decorflex; Cola; Interruptores e tomadas; Fio de cobre; Luminrias; Tubo de cobre e galvanizado; Loua; Metais; Bombas;

    Ventiladores; Grelhas; Soluo limpadora; Elevadores; Cubas de inox; Tampos de

    granito; Assentos plsticos; Grama; Terra preta; Folhagens

    Condomnio Residencial

    Efluente; Papel; Plstico; Restos de madeira; Latas; Sucata de telhas; Aterro; Calia; Pedaos de arame; Pedaos de fio; Pedaos de canos; Lixo orgnico; Restos de concreto; Restos de areia e

    brita; Etiquetas; Pedaos de eletrodutos; Lmpadas gastas; Embalagens plsticas; Restos de espuma expansiva; Sucata de ferro; Restos de fita; Serragem; Vidros

    quebrados; Sobras de massa de vidraceiro e borracha; Pedaos de chapas

    galvanizadas; Pedaos do isolamento trmico; Restos da manta asfltica;

    Restos de azulejo e pastilha; Restos de fitas; Restos de gesso; Restos de sisal;

    Lixas; Resduo de tinta; Isopor; Retalho de basalto e do granito; Placas de decorflex;

    Retalhos de carpete

    Fonte: SENAI. RS. CNTL, 2005.

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    QUADRO 2 Fluxograma do processo Entradas Operaes - etapas Sadas

    1. Despesas Iniciais cpias e documentos Papel, projetos, energia eltrica

    Projetos Papel, plstico

    2. Instalaes Provisrias

    gua, compensado, energia eltrica, prego, telha, madeira,

    arame, tinta, tubos e conexes, fios, lmpadas, areia, brita, cimento

    Instalaes provisrias

    Resto de compensado, saco plstico, madeira, lata de tinta, sucata de telha, calia, aterro,

    pedaos de arame, pedaos de fios, pedaos de canos, sacos de

    papelo, lixo orgnico

    3. Infra-estrutura

    Energia, bomba submersa, madeira, ferro, concreto, estacas

    pr-moldadas, cimento, areia, brita, gua

    Infra-estrutura pronta

    Efluente, aterro, sucata de madeira e ferro, resto de concreto, pedaos de estaca, restos de areia e brita,

    saco de papelo, placa de identificao do ferro

    4. Supra-estrutura

    Ferro, compensado, madeira, concreto, arame, cimento, tubos e

    conexes, eletrodutos, energia eltrica, gua

    Lajes e pilares

    Efluente, sucata de ferro, restos de compensado, restos de concreto, etiqueta plstica, restos de arame, eletrodutos em pedaos, pedaos de tubos, sacos de papelo, saco

    plstico

    5. Alvenaria

    Energia eltrica, gua, tijolo, argamassa, areia, cimento,

    alvenarite, arame, sikadur, bianco, massa expansiva

    Paredes

    Efluente, calia, sacos de papelo, recipientes de plstico, pedaos de

    arame

    6. Esquadrias

    Portas de madeira, energia eltrica, fechaduras, esquadrias de alumnio e ferro, corrimo, escadas, eletrodo

    Portas e janelas

    Embalagens de papelo, espuma expansiva, restos de madeira,

    sucata de ferro, embalagens de madeira, fitas, serragem

    7. Ferragens

    Fechaduras, parafusos, dobradias, energia eltrica

    Ferragens prontas

    Embalagem de papelo, embalagem plstica, serragem,

    pedaos de madeira

    8. Vidros

    Vidro, massa de vidraceiro, borracha

    Vidros colocados

    Vidros quebrados, restos de massa de vidraceiro e pedaos de

    borracha

    9. Telhado

    Telhas de fibro-cimento, ganchos, madeiramento, prego, calhas e

    rufos, isolamento trmico

    telhado

    Restos de telhas, ganchos, resduos de madeira, pregos, cx.de papelo, saco plstico, restos de chapa galvanizada, restos do isolamento trmico

    10. Impermeabilizao

    Primer, manta asfltica, agua de teste, maarico Obra impermeabilizada

    Embalagem plstica com asfalto , restos de manta asfltica, efluente

    11. Revestimento interno e externo

    Cimento, areia, gua, energia, aditivo, azulejo, rejunte, argamassa colante, pastilha, tarucel, silicone,

    fita crepe

    Revestimento

    Sacos de papelo, calia, restos de azulejo e pastilhas, embalagem plstica, cx. de papelo, restos de

    tarucel, restos de fita crepe

    ... ...

    (continua)

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    (continuao) Placa de gesso, gesso em p, sisal,

    gua, arame 12. Forros

    Forros prontos

    Sacos plstico, retos de gesso, restos de sisal, restos de arame,

    saco de papelo

    Lixa, gua, massa corrida, tinta, solvente

    13. Pintura

    Obra pintada

    Lixas, embalagem de papelo, lata com tinta, efluente, balde plstico,

    galo

    Cermicas, argamassa colante, gua, energia, rejunte, carpete,

    concreto, isopor, ferro, brita, basalto, granito, decorflex, cola

    14. Pavimentao

    Pisos prontos

    Restos de cermica, embalagem plstica, sobras de carpete, restos concreto, isopor, sucata de ferro, calia, retalho de basalto, retalho de granito, placas de decorflex,

    lata de cola, cx. de papelo

    Eletrodutos, fios, interruptores e tomadas, fio de cobre, luminrias,

    lmpadas, tubos e conexes, tubos de cobre, tubo galvanizado, loua,

    metais, bombas, ventiladores, grelhas, cola, soluo limpadora,

    zarco

    15. Instalaes e Aparelhos Mecnicos

    Equipamentos instalados

    Restos dos eletrodutos, pedaos de fios, papelo, saco plstico,

    pedaos de canos, tubo de cola, latas com zarco

    Motores, portas,, guias, acabamento, espelho

    16. Elevadores

    Elevadores instalados

    Embalagem de madeira, isopor, plstico e papelo

    Louas, cuba inox, tampos de

    granito, metais, assento plstico 17. Aparelhos

    Aparelhos Instalados

    Embalagem de papelo, ralo plstico, restos de granito

    Grama, gua, terra preta, folhagens, porteiro/CFTV,

    churrasqueiras

    18. Diversos

    Obra pronta

    Matria orgnica, restos de fios, saco plstico, aterro, entulho,

    embalagem de madeira, restos de concreto, restos de chapa

    galvanizada

    Fonte: SENAI. RS. CNTL, 2005.

    Sero apresentados a seguir os estudos de caso referentes reduo do consumo de matrias-primas bem como a reduo de resduos na construo, utilizando-se a metodologia de Produo mais Limpa.

    3.2.1 Estudo de Caso n 1: Reduo do desperdcio de madeira na etapa de estrutura forma e desforma das lajes

    Descrio Na obra no havia nenhum tipo de controle em relao quantidade de madeira utilizada pelo empreiteiro tanto na forma quanto na desforma das lajes. Essa madeira utilizada era fornecida pela prpria empreiteira. Como alternativas de melhoria, buscou-se uma padronizao no projeto das formas, alm de um detalhamento maior no prprio projeto. Em seguida criou-se um procedimento padro para seguir o projeto e executar as formas e a desforma. As sobras de madeira, que so resduos do processo, deveriam ser reusadas na prpria obra, como protees, bandejas, caixas de passagem, etc. Se ainda sobrasse algum material, esse resduo deveria ser armazenado separadamente para uma posterior destinao apropriada. O resduo de serragem de madeira gerado no processo tambm deveria ser separado e buscaram-se alternativas internas e externas de utilizao do mesmo. Alm disso, os resduos de pregos gerados no processo para buscar uma posterior destinao. O estudo foi realizado

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    durante a execuo de uma laje de pavimento tipo da obra em questo. O engenheiro da obra elaborou um projeto mais detalhado e padronizado das formas. Em seguida, repassou-se o projeto ao mestre e ao contra-mestre da empreiteira o projeto e todos elaboraram um procedimento padro para essa etapa do processo, segundo o novo projeto. Tambm criou-se uma planilha de check-list para verificar a execuo de cada etapa do projeto. O tempo para a execuo da laje tambm foi avaliado. As medies na entrada do processo foram realizadas com a quantidade prevista no projeto mais as solicitaes de material dos funcionrios para a execuo das formas. As medies de sada foram realizadas com resduos de madeira no final da desforma, por meio do volume gerado. A Tabela 1 apresenta os principais indicadores antes e aps a implementao do estudo de caso e a FIG. 11 apresenta a reutilizao das sobras de madeira.

    TAB. 1 Principais indicadores antes e aps a implementao do estudo de caso. Antes da implantao do estudo

    de caso Aps a implantao do estudo

    de caso Indicadores ndice Unidade ndice Unidade

    Consumo de madeira e compensado por produo de forma 0,12 m

    3/m2 0,11 m3/m2 Gerao de resduo de madeira e compensado por produo de forma 0,03 m

    3/m2 0,02 m3/m2 Gerao de resduos de madeira e compensado destinado reciclagem por consumo de madeira e compensado

    0 m3/m3 0,14 m3/m3

    Gerao de resduos de madeira e compensado sem reaproveitamento por gerao total de resduos de madeira e compensado

    0,28 m3/m3 0,14 m3/m3

    Consumo de tempo por produo de rea laje. 1,68 hh/m2 1,62 hh/m2 Custo de madeira e compensado por produo de forma 22,41 R$/m

    2 21,22 R$/m2 Custo com resduos por produo de forma 0,38 R$/m2 0,19 R$/m2 Fonte: SENAI. RS. CNTL, 2005.

    FIG. 11 - Fotos antes e depois da implementao do estudo de caso Fonte: SENAI. RS. CNTL, 2005.

    Benefcios Ambientais Houve reduo no consumo de matrias-primas (madeira) tem 20 chapas de compensado por laje o que corresponde a 1.344 m2 de chapa de compensado para toda a obra. Tambm houve reduo da quantidade de resduo gerado, da quantidade de combustvel consumido para os transportes e do espao ocupado na obra.

    Benefcios Econmicos Houve uma reduo de R$ 492,50 no custo da produo de cada laje, sendo que para todo o

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    empreendimento esse valor foi de R$ 15.760,00. Benefcios Tecnolgicos Avano no aproveitamento das chapas de compensado. Sade Ocupacional Diminuio dos riscos de exposio serra, poeira e rudo.

    Outros Benefcios A empresa obteve uma diminuio considervel no valor do contrato com o empreiteiro para o prximo empreendimento.

    3.2.2 Estudo de Caso n.2: Reduo do desperdcio de tijolos na etapa de alvenaria

    Descrio Na obra no havia nenhum tipo de controle em relao quantidade de tijolos utilizada pelo empreiteiro na execuo da alvenaria. Primeiramente buscou-se localizar, no processo, as etapas onde ocorrem as perdas e medi-las. Em um segundo momento, buscaram-se alternativas para minimizar estas perdas, como por exemplo, a modificao do transporte, junto com o fornecedor ou na hora da execuo. O estudo foi realizado durante a execuo de 125 m2 de alvenaria (parede), uma vez que essa a rea que se pode executar com uma carga de 4.000 tijolos. O engenheiro da obra elaborou uma planilha para o controle das medies que foram executadas. O estudo ainda buscou alternativas para reuso desse resduo de tijolo, bem como alternativas de reciclagem externa, se ainda restasse resduo. A Tabela 2 apresenta os principais indicadores antes e aps a implementao do estudo de caso e a FIG. 12 apresenta a reduo no desperdcio de tijolos.

    TAB. 2 Principais indicadores antes e aps a implementao do estudo de caso. Antes da implantao do estudo

    de caso Aps a implantao do estudo

    de caso Indicadores ndice Unidade ndice Unidade

    Consumo de tijolos por rea executada 34,24 un/m2 33,88 un/m2 Gerao de resduo por rea executada 0,74 m3/m2 0,62 m3/m2 Consumo de tempo por rea executada 0,1500 hh/m2 0,148 hh/m2 Custo de material por rea executada 7,19 R$/m2 7,12 R$/m2 Custo da gerao de resduos por produo de rea 0,07 R$/m2 0,05 R$/m2 Fonte: SENAI. RS. CNTL, 2005.

    FIG. 12 - Fotos antes e depois da implementao do estudo de caso Fonte: SENAI. RS. CNTL, 2005.

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    Benefcios Ambientais Houve uma reduo na gerao de resduo de tijolo em 1,1 pontos percentuais at a primeira medio, o que representa uma reduo de 34,24 tijolos por m2 para 33,88 tijolos por m2, sendo a situao ideal de 32 tijolos por m2. O consumo total de 963.000 tijolos foi reduzido para 953.100, representando uma reduo total de 9.900 de consumo de tijolos e uma reduo de resduo da ordem de 27 m3 para toda a obra. Isto representou uma diminuio na rea para estocar esse resduo e reduo de quase 7 caambas para transporte do resduo, que representa reduo de combustvel e de rea para a disposio final, alm de diminuir a poeira e a emisso de rudos durante a obra. Do ponto de vista da matria prima, o estudo representou uma reduo de quase 3 caminhes que transportavam os tijolos para a obra.

    Benefcios Econmicos Houve um ganho econmico de R$ 2.097,02, considerando a economia de matria-prima e a reduo da gerao de resduos.

    Benefcios Tecnolgicos A busca por um processo mais eficiente, tanto no transporte interno quanto na prpria execuo da alvenaria.

    Outros Benefcios A busca da melhoria contnua do processo, de forma a obter um valor mnimo aceitvel de perdas. O procedimento j foi adotado nas outras obras da empresa.

    3.2.3 Estudo de Caso n.3: Gesto dos resduos provenientes de pintura por meio da parceria fornecedor-executor da edificao

    Descrio Antes da parceria entre a empresa construtora e a fabricante de tintas no havia uma destinao definida dos efluentes e dos resduos gerados durante a fase de pintura predial. Da mesma forma, o descarte das latas tambm permanecia a cargo exclusivo do executor da edificao e acabavam por ser misturadas junto a outros resduos das obras. A gesto integrada entre fornecedor/construtor permitiu que todas as fases da etapa de pintura pudessem ter seus resduos controlados, auxiliando na minimizao dos mesmos e possibilitando o controle das sadas de fim de tubo, bem como o reaproveitamento das embalagens (latas) utilizadas. O estudo avaliou o impacto de aes especficas de controle dos resduos na fase de pintura. Para tanto, implementaram-se aes em duas frentes. Primeiramente, na criao de uma estrutura na obra para limpeza dos equipamentos (pincis, rolos) e no controle do consumo dos diferentes insumos (tintas, solventes, lixas). Em seguida, a limpeza e devoluo das latas de tinta ao fabricante tambm foi estudada, buscando avaliar os custos e benefcios de tal rotina. A Tabela 3 apresenta os principais indicadores antes e aps a implementao do estudo de caso e a FIG. 13 apresenta a otimizao da limpeza dos equipamentos de pintura.

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    TAB. 3 Principais indicadores antes e aps a implementao do estudo de caso Antes da implantao do estudo

    de caso Aps a implantao do estudo

    de caso Indicadores ndice Unidade ndice Unidade

    1. Consumo de tinta antes da execuo por rea de pintura 30 m/demo.gl 32 m/demo.gl

    2. Custo total com MP por rea pintada 1,699 R$/m2 1,586 R$/m2 3. Custo associado aos resduos gerados por rea

    pintada NA R$/m2 NA R$/m2

    4. Quantidade total de lixas utilizadas 377 Un 377 Un 5. Mo-de-obra mobilizada para limpeza das latas 0 HH/un 0,05 HH/un 6. Gerao de latas por rea pintada 0,226 un/m2 0,221 un/m2 7. Quantidade de latas efetivamente devolvidas ao

    fabricante 45 % 100 un 8. Volume total de tinta recuperada N/A L N/A L

    Fonte: SENAI. RS. CNTL, 2005.

    FIG. 13 - Limpeza dos equipamentos de pintura e lavagem das embalagens Fonte: SENAI. RS. CNTL, 2005.

    Benefcios Ambientais Reduo na gerao de entulhos; Reduo de riscos ambientais (resduo Classe A); Maior conscientizao do colaborador no manuseio e no gerenciamento dos resduos Central de tratamento de resduos de pintura no canteiro de obras.

    Benefcios Econmicos R$ 1.151,76, proveniente da venda das embalagens de tinta. Deixou de gastar-se em frete para levar as embalagens embora do canteiro, equivalente a R$ 45,00 para 200 latas de tinta.

    Benefcios Tecnolgicos Sistematizao do sistema de Central de Limpeza e Lavagem no Canteiro de Obras. Sade Ocupacional Reduo de riscos ambientais (resduo Classe A); Maior conscientizao do colaborador no manuseio e no gerenciamento dos resduos

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    3.2.4 Estudo de Caso n.4: Balano de Materiais no Sistema de Gesso Acartonado

    Descrio Embora os sistemas de dry-wall sejam considerados mais eficientes do que outros mtodos convencionais de vedao e acabamento de ambientes internos de edificaes, no havia na empresa uma avaliao do impacto deste subsistema, quanto ao desperdcio de materiais (caractersticos da tcnica) e ao volume de resduos gerado. No caso especfico da obra estudada, o gesso acartonado estava presente na construo das paredes dos banheiros, bem como no acabamento dos tetos. O estudo de caso no visava alteraes de tecnologia na obra estudada. O mesmo serviria prioritariamente como gerador de informaes sobre o sistema construtivo para otimizao do mesmo em obras futuras. Alm disso, seus resultados serviriam para a criao de indicadores de desempenho e de gerao de resduos, que seriam utilizados como elementos de barganha junto ao fornecedor/executor das paredes (por exemplo, com a reduo dos custos atravs da reutilizao das sobras de placas aproveitveis em outras obras da empresa). O procedimento base do estudo estava em realizar um balano das matrias-primas que entram e os resduos resultantes das perdas durante todo o processo (armazenamento, transporte, converso, inspeo, re-trabalho, descarte dos resduos). Para tal, a empresa optou em realizar um controle das matrias-primas armazenadas, as efetivamente incorporadas atravs das atividades de converso e a segregao dos resduos gerados e sua conseqente mensurao em volume e/ou peso. A Tabela 4 exibe os principais indicadores aps a implementao do estudo de caso.

    TAB. 4 Principais indicadores antes e aps a implementao do estudo de caso. Antes da implantao do estudo de caso

    Aps a implantao do estudo de caso Indicadores

    ndice Unidade ndice Unidade Consumo de placas de gesso por andar 447 m/andar 444 m/andar Consumo de gesso-cola por andar 140 Kg/andar 140 Kg/andar Consumo de fibras de sisal 5 Kg/andar 5 Kg/andar Gerao de Resduos de placas de gesso 23,01 m/andar 20 m/andar Gerao de Resduos de gesso-cola 10 Kg/andar 10 Kg/andar Gerao de Resduos de sisal zero Kg/andar zero Kg/andar Fonte: SENAI. RS. CNTL, 2005.

    Benefcios Econmicos Como no houve alteraes significativas dos consumos de gesso-cola e sisal, segundo as medies efetuadas pela empresa, a anlise concentrou-se na economia potencial de placas de gesso atravs da mudana proposta. Estes valores poderiam servir como elemento de barganha junto ao executor terceirizado do servio, quando da discusso dos valores globais pagos para insumos + execuo de sistemas de dry-wall. O benefcio econmico para o estudo de caso foi de R$ 1.120,00

    Benefcios Ambientais Foi modificada a forma com que eram dispostas as placas de gesso acartonado nos forros dos tetos dos corredores, gerando um reaproveitamento das placas 10% superior situao anterior. O processo de coleta da informao fez parte do processo de capacitao do pessoal da empresa, gerando possibilidades de reproduo do estudo em outros cenrios.

    Benefcios Tecnolgicos Pode-se verificar as condies de desperdcio dos materiais frente falta de projeto especfico de paginao, fruto da mudana de tecnologia durante a fase de execuo da obra (substituio de gesso convencional por acartonado nos tetos). Este feedback pode ser til para futuros empreendimentos da empresa, caso a mesma opte por realizar estudos

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    comparativos entre os diferentes sistemas de revestimento de tetos utilizados.

    Outros benefcios O processo de coleta da informao fez parte do processo de capacitao do pessoal da empresa, gerando possibilidades de reproduo do estudo em outros cenrios.

    3.2.5 Estudo de Caso n.5: Reduo da gerao de resduo cermico atravs da melhoria do processo

    Descrio A construtora utilizava blocos cermicos como elemento da alvenaria de vedao. Estes blocos cermicos so comprados em unidades e entregues pelo fornecedor em pallets. Os pallets so acomodados em um piso nivelado de concreto armado debaixo de uma laje, protegidos contra intempries. Para a execuo das alvenarias, os blocos so transportados horizontalmente at o guincho, que leva o material at o andar, onde novamente, ocorre o transporte para o local de aplicao. Foi constatado, atravs de observaes do corpo tcnico da empresa, que uma grande quantidade de blocos era perdida durante este processo, gerando resduos e transtorno para o servio. Decidiu-se ento medir a quantidade e o local de quebra deste material, para atravs de treinamento de mo-de-obra, melhoria de equipamentos e parceria com o fornecedor, se diminusse esta perda. importante salientar que o fornecedor arcava com o material que era quebrado durante o transporte at a obra. As alternativas de melhoria implementadas foram treinamento da mo-de-obra, melhoria de equipamentos de transporte e parceria com o fornecedor. A medio foi realizada com dois pallets de dois tipos diferentes de blocos entregues em obra. Foi contado o nmero de blocos e acompanhado todo o processo, anotando quantas unidades quebravam em cada etapa, desde a chegada na obra at a colocao definitiva na parede. Assim, foi determinado, exatamente qual ou quais as etapas crticas que deveriam ser melhoradas. A Tabela 5 exibe os principais indicadores antes e aps a implementao do estudo de caso.

    TAB. 5 Principais indicadores antes e aps a implementao do estudo de caso. Antes da implantao do estudo

    de caso Aps a implantao do estudo

    de caso Indicadores ndice Unidade ndice Unidade

    1. Quantidade de blocos que quebram quando chegam na obra 8,2 % 4,9 %

    2. Quantidade de blocos que quebram at o local de aplicao 6,0

    % 3,6 %

    3. Quantidade de blocos que quebram durante o assentamento 7,5

    % 4,5 %

    Fonte: SENAI. RS. CNTL, 2005.

    Benefcios Ambientais Houve uma reduo de 52 m3 na quantidade de resduo de bloco gerado, repercutindo na reduo do transporte e tambm da rea de disposio desse resduo, alm da reduo na quantidade de matria-prima necessria para a mesma metragem quadrada.

    Benefcio Econmico: R$ 6.093,77

    3.2.6 Estudo de Caso n.6: Anlise da gerao de resduos que ocorre durante a execuo da argamassa para o reboco interno

    Descrio A construtora utilizava argamassa industrializada para a execuo do reboco interno. A argamassa chega na obra em sacos plsticos e armazenada no piso trreo, prxima a um guincho. Em seguida, os sacos so acomodados em pallets, com uma quantidade pr-estabelecida para executar a metragem prevista, e sobem para o andar no guincho. No andar

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    se encontra a betoneira que ir virar a argamassa. Depois, a argamassa pronta para a aplicao retirada e aplicada na parede, pelo profissional habilitado. Foi constatado, atravs de observaes do corpo tcnico da empresa, que existiam vrios pontos de gerao de resduos durante este processo. Foi realizada a medio da quantidade e o local de gerao desses resduos. Alternativas de melhoria: treinamento da mo-de-obra, melhoria de equipamentos de transporte e parceria com o fornecedor. A medio foi realizada em uma rea padronizada a ser rebocada. Foram contados os sacos de argamassa utilizados e acompanhado todo o processo, anotando quantos sacos de resduo eram gerados em cada etapa, desde a chegada na obra at a aplicao definitiva na parede. Assim, foi determinado exatamente qual ou quais as etapas crticas que deveriam ser melhoradas. Tambm foi foco desse estudo a busca por locais apropriados para a destinao dos resduos gerados. A Tabela 6 exibe os principais indicadores antes e aps a implementao do estudo de caso.

    TAB. 6 Principais indicadores antes e aps a implementao do estudo de caso. Antes da implantao do estudo

    de caso Aps a implantao do estudo

    de caso Indicadores ndice Unidade ndice Unidade

    Consumo de argamassa por rea de parede 19,88 kg/m2 14,79 kg/m2 Custo da argamassa por rea de parede 3,3 R$/m2 2,45 R$/m2 Gerao de resduos por rea de parede 0,8 kg/m2 0,6 kg/m2 Custo associado a gerao de resduos slidos 0,26 R$/kg 0,19 R$/kg

    Fonte: SENAI. RS. CNTL, 2005.

    Benefcios Ambientais Haveria uma Reduo na quantidade de resduo de argamassa, portanto reduo de areia, cimento, gua, etc., alm da reduo da quantidade a ser transportada e disposta.

    Benefcios Econmicos R$ 7.194,68, no caso de se reduzir as perdas no processo.

    Benefcios Tecnolgicos Melhoria nas etapas do processo, tornando-o mais eficaz

    Outros Benefcios Venda dos sacos plsticos para uma cooperativa que far a reciclagem do resduo.

    3.3 Oportunidades de produo mais limpa na construo civil

    O quadro 3 exibe algumas oportunidades de Produo mais Limpa na indstria da Construo Civil, e as estratgias a serem adotadas para atingi-las.

    QUADRO 3 Oportunidades e estratgias para implementao de PmaisL. Oportunidades de PmaisL Estratgias

    Matria Prima Falta de controle e inspeo na chegada da

    MP, Armazenagem (perdas de material por

    armazenamento eficiente),

    Introduzir controles para recepo de MP para evitar perdas, Criao de procedimentos, Melhorar o projeto das baias e o lay out do canteiro.

    Pregos Desperdcios Falta de padronizao

    Projeto, treinamento e padronizao dos tamanhos dos pregos.

    Desperdcio de Materiais Treinamento do instalador, melhorar a quantificao, melhorar o projeto e ajustar as embalagens com o fornecedor. Induzir controle central no almoxarifado.

    Energia Eltrica Projeto luminotcnico para a fase de obra, evitando-se eventuais desperdcios e uso inadequado da energia eltrica

    (continua)

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    (continuao) Reaproveitamento de gua Implantao de cisternas coletoras de gua de chuva, para

    reaproveitamento em reas condominiais e nas descargas dos apartamentos. Necessrio anlise de viabilidade econmica e ambiental do sistema

    Aditivos para argamassas Aproveitamento dos tonis das embalagens para venda, estudo para solucionar o problema de sobra de ativos nos tonis

    Pintura Perdas de massa corrida na aplicao

    convencional ou texturizada Gerao de efluentes de lavagem dos utenslios

    usados na pintura

    Padronizar o procedimento de aplicao da massa corrida e treinar o pessoal envolvido, faz necessrio controle nessa padronizao. Treinar os pintores e centralizar as lavagens em um tanque com possibilidade de controle de consumo de gua e descarte de efluentes.

    Cermicas, louas e metais Resduos de embalagens / resduos do

    processo de transformao da matria prima

    Paginao / minimizao do resduo, segregao das embalagens, estudo das alternativas de aproveitamento ou descarte dos resduos

    Fonte: SENAI. RS. CNTL, 2005.

    4 PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESDUOS SLIDOS (PGRS)

    Um PGRS visa assegurar que todos os resduos sejam gerenciados de forma apropriada e segura, desde a gerao at a disposio final (do bero ao tmulo) envolvendo as etapas de gerao, caracterizao, manuseio, coleta, armazenamento, acondicionamento, transporte, tratamento e/ou disposio final. As informaes necessrias para implantar o PGRS referem-se a composio tpica, fonte geradora, contaminantes, classificao, quantidade anual, forma de acondicionamento, forma de estocagem, tipo de transporte interno, tipo de transporte externo, freqncia de retirada, tipo de tratamento utilizado e destinao final. A relao do PGRS com a PmaisL est ligada s alternativas de aproveitamento e alternativas de minimizao de resduos, uma vez que a PmaisL j contempla um levantamento real dos resduos tanto em quantidade como em qualidade, facilitando a implementao do PGRS. A estrutura descrita a seguir contempla um exemplo de um Plano de gerenciamento de Resduos Slidos (PGRS), podendo ser acrescido de informaes de acordo com as caractersticas do empreendimento.

    Identificao da empresa

    Razo social, endereo completo, CNPJ, inscrio estadual, ramo de atividade, principais produtos ou servios, nome de contato na empresa, responsveis pelo PGRS, endereo da obra, tipo de obra, nome da obra, CNPJ da obra.

    Objetivo

    O Plano de Gerenciamento de Resduos Slidos (PGRS) tem por objetivo organizar e atender as questes legais de forma institucional, desde a gerao do resduo, envolvendo a segregao, acondicionamento, armazenamento, transporte e tratamento at a destinao final de acordo com as normas e legislao aplicveis. O PGRS visa atender as exigncias da resoluo do CONAMA n 307/2002.

    Normas e legislao de referncia para o PGRS

    NBR 10.004/2004 Resduos Slidos NBR 10.005/2004 Resduos Slidos NBR 10.006/2004 Resduos Slidos NBR 10.007/2004 Resduos Slidos NBR 11.174 Armazenamento de Resduos No Perigosos; NBR 12.235 Armazenamento de Resduos Perigosos Procedimentos; NBR 15.112 Resduos da Construo Civil e Resduos Volumosos reas de

    Transbordo e Triagem Diretrizes para Projeto, Implantao e Operao;

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    NBR 15.113 Resduos Slidos da Construo Civil e Resduos Inertes Aterros Diretrizes para Projeto, Implantao e Operao

    NBR 15.114 Resduos Slidos da Construo Civil reas de Reciclagem Diretrizes para Projeto, Implantao e Operao

    NBR 15.115 Agregados Reciclados de Resduos Slidos da Construo Civil Execuo de camadas de pavimentao Procedimentos

    Resoluo CONAMA n 307/2002 - Estabelece diretrizes, critrios e procedimentos para a gesto dos resduos da Construo Civil

    Resoluo CONAMA n 275/01 Estabelece o cdigo de cores para adoo em campanhas de coleta seletiva

    Responsabilidades

    Para a manuteno dos procedimentos estipulados no Plano de Gerenciamento de Resduos devero ser observadas as seguintes responsabilidades:

    Responsvel tcnico pelo PGRS: responsvel pela elaborao do PGRS, pela atualizao, treinamentos de alunos-fiscais e de operadores, busca de alternativas de minimizao, tratamento e disposio final dos resduos slidos, exercendo responsabilidade tcnica com a emisso da ART Anotao de Responsabilidade tcnica;

    Departamento de Manuteno: responsvel pela seleo e contratao das empresas terceirizadas e pela fiscalizao das responsabilidades dos demais departamentos ou setores da empresa envolvidos no gerenciamento dos resduos. Responsabilidade pela execuo das atividades previstas no PGRS;

    Escritrio de Gesto: Responsvel pela fiscalizao da implantao do PGRS, treinamento de pessoal, elaborao do material de divulgao. Responsvel pela troca de informaes com os rgos Ambientais, pela elaborao e preenchimento das planilhas de monitoramento interno, das planilhas trimestrais de resduos slidos e do formulrio MTR Manifesto de Transportes de Resduos;

    Operador do PGRS: responsvel pela execuo do PGRS, incluindo a coleta, seleo, acondicionamento, segregao, armazenamento temporrio e transporte dos resduos.

    Empresas Terceirizadas: responsvel pela coleta, acondicionamento, armazenamento temporrio e transporte interno dos resduos slidos. Tambm responsvel pelo transporte externo e destinao final dos resduos.

    Equipamentos de Segurana

    Os operadores responsveis pelos procedimentos de coleta, transporte interno e triagem de resduos devero utilizar os seguintes EPIs:

    Uniforme; Luvas de couro ou PVC; Capacete; Avental de PVC; culos de segurana; Botina de segurana; Protetor auricular; Mscara para poeiras.

    Definies

    Conceito de resduos slidos Segundo a NBR 10.004/2004, os resduos slidos so definidos como resduos nos estados slidos e semi-slidos, que resultam da atividade da comunidade de origem: indstrial,

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    domstica, hospitalar, comercial, agrcola, de servios e de varrio. Ficam includos nesta definio os lodos provenientes de sistemas de tratamento de gua, gerados em equipamentos e instalaes de controle de poluio, bem como determinados lquidos cujas particularidades tornem invivel o seu lanamento na rede pblica de esgotos ou corpos d'gua, ou exijam para isso, solues tcnicas e economicamente inviveis em face melhor tecnologia disponvel. Os resduos slidos so classificados como: Classe I - Perigosos: so aqueles que, em funo de suas propriedades fsicas, qumicas ou infecto-contagiosas, podem apresentar riscos sade pblica ou ao meio ambiente, ou ainda os inflamveis, corrosivos, reativos, txicos ou patognicos; Classe IIA No Perigosos E No Inertes: so aqueles que no se enquadram nas classe I e II, e que podem ser combustveis, biodegradveis ou solveis em gua; Classe II B - No Perigosos e Inertes: so aqueles que no apresentam qualquer de seus constituintes solubilizados em concentraes superiores aos padres de potabilidade da gua, excetuando-se os padres de cor, turbidez, sabor e aspecto. Resduos Slidos da Construo Civil - Resoluo CONAMA 307/02 Considerando que os geradores de resduos da Construo Civil devem ser responsveis pelos resduos das atividades de construo, reforma, reparos e demolies de estruturas e estradas, bem como por aqueles resultantes da remoo de vegetao e escavao de solos; Considerando a viabilidade tcnica e econmica de produo e uso de materiais provenientes da reciclagem de resduos da Construo Civil; Considerando que a gesto integrada de resduos da Construo Civil dever proporcionar benefcios de ordem social, econmica e ambiental, resolve: Art. 1 Estabelecer diretrizes, critrios e procedimentos para a gesto dos resduos da Construo Civil, disciplinando as aes necessrias de forma a minimizar os impactos ambientais. Art. 2 Para efeito desta Resoluo, so adotadas as seguintes definies: I - Resduos da Construo Civil: so os provenientes de construes, reformas, reparos e demolies de obras de Construo Civil, e os resultantes da preparao e da escavao de terrenos, tais como: tijolos, blocos cermicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfltico, vidros, plsticos, tubulaes, fiao eltrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, calia ou metralha. II - Geradores: so pessoas, fsicas ou jurdicas, pblicas ou privadas, responsveis por atividades ou empreendimentos que gerem os resduos definidos nesta Resoluo; III - Transportadores: so as pessoas, fsicas ou jurdicas, encarregadas da coleta e do transporte dos resduos entre as fontes geradoras e as reas de destinao; IV - Agregado reciclado: o material granular proveniente do beneficiamento de resduos de construo que apresentem caractersticas tcnicas para a aplicao em obras de edificao, de infra-estrutura, em aterros sanitrios ou outras obras de engenharia; V - Gerenciamento de resduos: o sistema de gesto que visa reduzir, reutilizar ou reciclar resduos, incluindo planejamento, responsabilidades, prticas, procedimentos e recursos para desenvolver e implementar as aes necessrias ao cumprimento das etapas previstas em programas e planos; VI - Reutilizao: o processo de reaplicao de um resduo, sem transformao do mesmo; VII - Reciclagem: o processo de reaproveitamento de um resduo, aps ter sido submetido transformao; VIII - Beneficiamento: o ato de submeter um resduo operaes e/ou processos que tenham por objetivo dot-los de condies que permitam que sejam utilizados como matria-prima ou produto; IX - Aterro de resduos da Construo Civil: a rea onde sero empregadas tcnicas de disposio de resduos da Construo Civil Classe "A" no solo, visando a reservao de materiais segregados de forma a possibilitar seu uso futuro e/ou futura utilizao da rea, utilizando princpios de engenharia para confin-los ao menor volume possvel, sem causar danos sade pblica e ao meio ambiente; X - reas de destinao de resduos: so reas destinadas ao beneficiamento ou disposio

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    final de resduos. Classificao Art. 3 Os resduos da Construo Civil devero ser classificados, para efeito desta Resoluo, da seguinte forma: I - Classe A - so os resduos reutilizveis ou reciclveis como agregados, tais como: a) de construo, demolio, reformas e reparos de pavimentao e de outras obras de infra-estrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; b) de construo, demolio, reformas e reparos de edificaes: componentes cermicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto; c) de processo de fabricao e/ou demolio de peas pr-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras; II - Classe B - so os resduos reciclveis para outras destinaes, tais como: plsticos, papel/papelo, metais, vidros, madeiras e outros; III - Classe C - so os resduos para os quais no foram desenvolvidas tecnologias ou aplicaes economicamente viveis que permitam a sua reciclagem/recuperao, tais como os produtos oriundos do gesso; IV - Classe D - so os resduos perigosos oriundos do processo de construo, tais como: tintas, solventes, leos e outros, ou aqueles contaminados oriundos de demolies, reformas e reparos de clnicas radiolgicas, instalaes industriais e outros.

    Segregao

    Segundo a resoluo 33/2003 da ANVISA entende-se por segregao o ato de separar os resduos em classes ou em categorias, de forma a facilitar seu reaproveitamento, tratamento ou disposio final. Consiste na separao do resduo no momento e local de sua gerao, de acordo com as caractersticas fsicas, qumicas, biolgicas, a sua espcie, estado fsico e classificao. A segregao trs como benefcios, a melhoria da qualidade dos resduos que podem ser recuperados ou reciclados, evita a mistura de resduos incompatveis auxilia na identificao dos custos relacionados aos mesmos, gerando a informao necessria para identificar os resduos junto fonte geradora, e para implantar o Programa de PmaisL. reduo o volume de resduos perigosos a serem tratados. A FIG. 14 mostra um exemplo de segregao dentro de uma indstria de Construo Civil.

    FIG. 14 - Plano de gerenciamento de resduos Fonte: SENAI. RS. CNTL, 2005.

    Manuseio

    O manuseio dos resduos so geralmente realizado por pessoal desqualificado, podendo gerar problemas de ordem tcnica, econmica e de segurana. O correto manuseio dos resduos, apesar de implicar em custos, no pode ser desconsiderado, pois representa grave risco ao homem e ao meio ambiente, alm de ser menos oneroso do que a recuperao de recursos naturais contaminados. As pessoas envolvidas com o manuseio de resduos devem ter conhecimento dos aspectos ambientais de suas atividades. Muitas vezes os resduos no apresentam efeitos imediatos, como intoxicao aguda ou queimaduras, porm, ao longo do tempo, podem ser observados efeitos crnicos, distrbios irreversveis no organismo ou mesmo danos genticos ou teratognicos. Para ser aplicado de modo eficiente, deve haver um

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    treinamento. O contedo bsico do treinamento abrange: informaes quanto s caractersticas e os riscos inerentes ao trato de cada tipo de resduo, orientao quanto execuo das tarefas de coleta, transporte e armazenamento, utilizao adequada de EPIs necessrios s suas atividades, procedimentos de emergncia em caso de contato ou contaminao com o resduo, tanto individual, quanto ambiental.

    Acondicionamento

    Segundo a ABNT/NBR 12.980, o acondicionamento o ato ou efeito de embalar os resduos slidos para o seu transporte, conteno temporria de resduos, em rea licenciada ou autorizada pelo rgo ambiental, a espera de reciclagem, recuperao, tratamento ou disposio final, observando as condies de segurana. Paralelamente devem ser tomadas medidas que permitam o reconhecimento dos resduos contidos nos sacos e recipientes, fornecendo informaes corretas ao manejo dos RSS. O acondicionamento deve obedecer caractersticas mnimas: Informaes bsicas sobre o resduo (caractersticas, quantidade gerada, periodicidade de gerao e retirada, tipo de transporte utilizado,tratamento ou forma de disposio), material de construo compatvel com os resduos, estanqueidade, resistncia fsica a pequenos choques, durabilidade e compatibilidade com transporte. No acondicionamento usual a utilizao de dois tipos de recipientes: pequena capacidade, utilizado junto ao ponto de gerao, e de maior capacidade na rea de armazenagem da empresa. Os tipos de acondicionamento mais usuais so: tambores de 200 litros, continer para lquidos, a granel, caamba estacionria (continer), tanque, tambores de outros tamanhos e bombonas, fardos, sacos de papel e de plstico, big bags e baias de resduos (acondicionamento e armazenamento).

    Armazenamento Temporrio

    Segundo a resoluo 33/2003 da ANVISA armazenamento temporrio consiste na guarda temporria dos recipientes contendo os resduos j acondicionados, em local prximo aos pontos de gerao, visando agilizar a coleta dentro do estabelecimento e otimizar o traslado entre os pontos geradores e o ponto destinado apresentao para coleta externa. No poder ser feito armazenamento temporrio com disposio direta dos sacos sobre o piso. Caso o volume de resduos gerados e a distncia entre o ponto de gerao e o armazenamento final justifiquem, o armazenamento temporrio poder ser dispensado. Os resduos comuns e o reciclveis podem utilizar sistemas simplificados de armazenamento temporrio. A FIG. 15 exibe um exemplo tpico de armazenamento temporrio.

    FIG. 15 - Armazenamento temporrio Fonte: SENAI. RS. CNTL, 2005.

    Armazenamento Externo

    Segundo a resoluo 33/2003 da ANVISA, armazenamento externo consiste na guarda dos recipientes de resduos at a realizao da coleta externa, em ambiente exclusivo com acesso facilitado para os veculos coletores.

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    Os resduos reciclveis podero ser armazenados em local que permita a segregao dos mesmos, que facilite o acesso dos operadores e a retirada do material para comercializao. A FIG. 16 um exemplo tpico de armazenamento extermo.

    FIG. 16 - Armazenamento Fonte: SENAI. RS. CNTL, 2005.

    Movimentao

    Para a movimentao interna dos resduos, deve-se considerar os seguintes aspectos: necessidade de rotas preestabelecidas, equipamentos compatveis com o volume, peso e forma do resduo a ser manuseado, pessoal familiarizado com esses equipamentos e determinao das reas de risco para equipamentos especiais. Os tipos de equipamentos usuais na Construo Civil so: carrinho de mo, empilhadeiras, vagonetes / zorra, caminhonetes, etc.

    Tratamento

    Consiste de tcnicas de tratamento e reciclagem que visam a introduo dos resduos a novo ciclo produtivo, transformando-o em novo produto ou o isolamento deste, visando futuro aproveitamento. Destinao Final

    Consiste na disposio de resduos no solo, previamente preparado para receb-los, obedecendo a critrios tcnicos de construo e operao, e licenciamento em rgo ambiental competente.

    Descrio do Plano de Gerenciamento de Resduos Slidos

    Gerao de resduos Nas diversas reas da obra da empresa, so gerados resduos, que so compostos basicamente por restos de matrias-primas, entulhos, embalagens vazias e calias. Relao dos principais tipos de resduos da obra: Instalao do canteiro de obras: resto de chapas de compensado, sacos plsticos, restos de madeira , latas de tinta, sucata de telhas, calia, aterro, pedaos de arame e fios, pedaos de tubos, sacos de papelo e lixo orgnico. Execuo da infra-estrutura: efluente, aterro, sucata de madeira e ferro, restos de concreto, pedaos de estacas, restos de areia e brita, sacos de papelo, placa de identificao do ferro. Execuo da Superestrutura: efluente, sucatas de ferro, restos de chapas de compensado, restos de concreto, etiquetas e embalagens plsticas, restos de arames, pedaos de tubos e de eletrodutos, sacos de papelo. Execuo da Alvenaria:efluente, calia, restos de tijolos, sacos de papelo, embalagens plsticas, pedaos de arame. Instalao de esquadrias: embalagens de papelo, serragem, restos de madeira, embalagens

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    de madeira, restos de espuma expansiva, sucata de ferro, fitas. Instalao de ferragens (dobradias, fechaduras, etc): embalagens plsticas e de papelo, serragem, restos de madeira. Colocao de vidros: vidros quebrados, restos de massa de vidraceiro, restos de borracha. Telhado: restos de telhas, ganchos, resduos de madeira, pregos usados, embalagens plsticas, restos de chapa galvanizada, restos de isolamento trmico.

    Segregao

    Os resduos gerados nos diversos setores da empresa so segregados na fonte geradora para, posteriormente, serem enviados ao local de armazenamento temporrio. Os resduos so depositados em coletores que variam de formato, volume e cor, conforme o tipo de resduo que recebem. Atualmente, os resduos so classificados nas categorias listadas no Quadro 4.

    QUADRO 4 Classificao dos principais resduos gerados na obra da Empresa. Categoria conforme CONAMA 307/2002 Classificao NBR 10004/2004

    Classe A - so os resduos reutilizveis ou reciclveis como agregados, tais como:

    a) de construo, demolio, reformas e reparos de pavimentao e de outras obras de infra-estrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem;

    Classe IIA e IIB

    b) de construo, demolio, reformas e reparos de edificaes: componentes cermicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto;

    Classe IIA e IIB

    c) de processo de fabricao e/ou demolio de peas pr-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras;

    Classe IIA e IIB

    Classe B - so os resduos reciclveis para outras destinaes, tais como: plsticos, papel/papelo, metais, vidros, madeiras e outros Classe IIA e IIB

    Classe C - so os resduos para os quais no foram desenvolvidas tecnologias ou aplicaes economicamente viveis que permitam a sua reciclagem/recuperao, tais como:

    Produtos oriundos do gesso; Classe IIA e IIB Classe D - so os resduos perigosos oriundos do processo de construo, tais como:

    tintas, solventes, leos e outros, ou aqueles contaminados oriundos de demolies, reformas e reparos de clnicas radiolgicas, instalaes industriais e outros.

    Classe I

    Nota: Conforme NBR 10.004/2004; conforme Resoluo CONAMA 307/2002. Fonte: SENAI. RS. CNTL, 2005.

    O quadro 5 mostra o cdigo de cores para a coleta seletiva, de acordo com a resoluo CONAMA 275/01.

    QUADRO 5 Cdigo de cores para coleta seletiva segundo a resoluo do CONAMA 275/01. Cor Resduo Exemplos

    AZUL Papel e papelo Caixas de papelo, folha de ofcio, papel toalha, jornal, papel timbrado, rtulos, embalagens, etc.

    VERMELHO Plstico Garrafas plsticas, filme ou embalagens plsticas. VERDE Vidro Embalagens de vidro

    AMARELO Metais Embalagens metlicas no contaminadas, latas de alumnio, chapas metlicas, anis de vedao dos produtos, etc.

    PRETO Madeira Resduos derivados de madeira, tbuas, cadeiras, classes etc.

    LARANJA Resduo perigoso Resduo contaminado com leo, lmpadas fluorescentes, pilhas e baterias, embalagens contaminadas, resduos do ambulatrio, etc. BRANCO Resduos ambulatoriais e de servios de sade Seringas, agulhas, gases, algodo etc. ROXO Resduos radioativos Raio-X, baterias, etc. MARROM Orgnico Guardanapos usados, restos de comida e frutas, resduos de podas,

    meios de cultura descontaminadas, etc.

    CINZA Resduo geral no reciclvel ou misturado, ou contaminado no passvel de separao

    Fonte: SENAI. RS. CNTL, 2005.

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    Na empresa so utilizadas duas formas de acondicionamento: primrio e secundrio. Os resduos coletados no ponto de gerao so acondicionados normalmente em sacos ou a granel, considerados materiais de acondicionamento primrio. Estes resduos so transportados rea de armazenamento e colocados em contineres ou dispostos a granel. Os resduos podem ser depositados nos recipientes para acondicionamento secundrio com ou sem o material de acondicionamento primrio. Os resduos reciclveis so encaminhados rea especfica, onde podero ser segregados e acondicionados por categoria, visando uma melhor comercializao.

    O quadro 6 mostra as formas de acondicionamento dos resduos da empresa conforme sua classificao.

    QUADRO 6 Formas de acondicionamento dos resduos da empresa.

    Fonte: SENAI. RS. CNTL, 2005.

    Coleta e transporte interno

    a coleta que ocorre dentro das dependncias do estabelecimento, feita por pessoas treinadas, e que concentra, num ponto, os resduos de cada unidade. Cada tipo de resduo transportado para os locais selecionados, onde ser definida sua destinao final. Os resduos so recolhidos do ponto de gerao com freqncia varivel conforme a quantidade gerada. So transportados individualmente rea de armazenamento temporrio. A frao reciclvel dos resduos transportada por uma zorra ou carrinho at o local de armazenamento e triagem.

    Armazenamento temporrio

    O local destinado ao armazenamento temporrio de resduos no reciclveis e reciclveis compreende uma rea aberta, que foi adaptada para tal fim, localizada na rea da obra. Os resduos sero armazenados separadamente em contineres, com placas de identificao nas cores correspondentes. O container na cor branca abriga os resduos especiais, o coletor verde o material reciclvel e o coletor laranja os resduos orgnicos. O coletor cinza abriga os resduos que no podem ser encaminhados para reciclagem e no so orgnicos.

    Transporte

    Os resduos permanecem armazenados na empresa por um perodo determinado, sendo coletados por empresa terceirizada licenciada para a atividade de transporte de fontes mveis poluidoras, tratamento e triturao de resduos. Alm dos veculos convencionais, preparados para transporte de resduos, outros tipos de veculos so tambm utilizados para o transporte de resduos industriais: Caminhes tipo poliguindaste para resduos a granel, no corrosivos e de toxidade moderada a baixa, caminhes tipo basculante para resduos a granel, no corrosivos e de toxidade moderada a baixa, caminho-tanque para resduos lquidos ou pastosos bastante fludos. Para o transporte de resduos deve-se considerar a habilidade e treinamento dos motoristas, o licenciamento ambiental da empresa transportadora, a adequao do equipamento de transporte ao peso, volume, forma e estado fsico da carga, estado de conservao do veculo, reatividade do resduo e compatibilidade com o compartimento de carga, kits de emergncia

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    especficos para a carga a ser transportada.

    Tratamento e disposio final

    O Quadro 7 apresenta resumidamente a destinao final dos principais resduos gerados na empresa, bem como as tcnicas de tratamento.

    QUADRO 7 Destinao final dos principais resduos. Tipo de resduo Destinao final ou tratamento

    Papel e papelo Reciclagem externa

    Resduo plstico (bombona) Reciclagem externa Resduo plstico (filmes e pequenas embalagens) Reciclagem externa Lmpadas fluorescentes (vapor de mercrio ou sdio) embaladas

    Armazenado em rea prpria e destinada para descontaminao

    Resduos orgnicos em geral Aterro Controlado Municipal

    Resduos de vidros Reciclagem externa ou descontaminao em autoclave

    Tonis metlicos Reciclagem externa

    Calia - abrir Aproveitado internamente ou destinado a reciclagem externa

    Sucatas metlicas Reciclagem externa

    Latas metlicas Reciclagem externa

    Fonte: SENAI. RS. CNTL, 2005.

    5 RECICLAGEM

    A reciclagem de resduos pela indstria da Construo Civil vem se consolidando como uma prtica importante para a sustentabilidade, seja atenuando o impacto ambiental gerado pelo setor ou reduzindo os custos. O processo de P&D de novos materiais reciclados precisa ser feito de forma cautelosa e criteriosa para garantir o sucesso destes produtos no mercado. No modelo atual de produo, os resduos sempre so gerados seja para bens de consumo durveis (edifcios, pontes e estradas) ou no-durveis (embalagens descartveis). Neste processo, a produo quase sempre utiliza matrias-primas no-renovveis de origem natural. Este modelo no apresentava problemas at recentemente, em razo da abundncia de recursos naturais e menor quantidade de pessoas incorporadas sociedade de consumo. Com a intensa industrializao, advento de novas tecnologias, crescimento populacional, aumento de pessoas em centros urbanos e diversificao do consumo de bens e servios, os resduos se transformaram em graves problemas urbanos com um gerenciamento oneroso e complexo, considerando o volume e massa acumulados, principalmente aps 1980. Os problemas se caracterizavam por escassez de rea de deposio de resduos causada pela ocupao e valorizao de reas urbanas, altos custos sociais no gerenciamento de resduos, problemas de saneamento pblico e contaminao. Desta forma, a reciclagem na Construo Civil pode gerar inmeros benefcios. Alguns esto citados abaixo:

    Reduo no consumo de recursos naturais no-renovveis, quando substitudos por resduos reciclados;

    Reduo de reas necessrias para aterro, pela minimizao de volume de resduos atravs da reciclagem. Destaca-se aqui a necessidade da prpria reciclagem dos resduos de construo e demolio, que representam mais de 50% da massa dos resduos slidos urbanos;

    Reduo do consumo de energia durante o processo de produo. Destaca-se a indstria do cimento, que usa resduos de bom poder calorfico para a obteno de sua matria-prima (co-incinerao) ou a escria de alto-forno, resduo com composio semelhante ao

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    cimento; Reduo da poluio, por exemplo, para a indstria de cimento, que reduz a emisso de

    gs carbnico utilizando escria de alto-forno em substituio ao cimento portland

    A reciclagem de resduos, assim como qualquer atividade humana, tambm pode causar impactos ao meio ambiente. Variveis como o tipo de resduo, a tecnologia empregada e a utilizao proposta para o material reciclado, podem tornar o processo de reciclagem ainda mais impactante do que o prprio resduo antes de ser reciclado. Desta forma, o processo de reciclagem acarreta riscos ambientais que precisam ser adequadamente gerenciados. Citam-se como parmetros a serem considerados antes do processo de reciclagem:

    Energia utilizada no processo; Necessidade de outras matrias-primas para modificar os resduos, fsica e/ou

    quimicamente; A reciclagem tambm pode gerar resduos, cuja quantidade e caractersticas tambm vo

    depender do tipo de reciclagem escolhida.

    A maior experincia brasileira na rea de reciclagem de produtos gerados por outras indstrias na produo de materiais de Construo Civil a conduzida pela indstria cimenteira, que recicla principalmente escrias de alto-forno bsica e cinzas volantes.

    Exemplos de reciclagem na indstria da construo

    Reciclagem de resduos de construo e demolio (RCD) Reciclagem de escria de alto-forno Reciclagem de sucata de ao Reciclagem de cinzas volantes

    Em muitas cidades, como por exemplo, Belo Horizonte, o resduo resultante das obras de Construo Civil tm destino certo: a reciclagem. Desde 1993, a capital mineira conta com um Programa de Correo das Deposies Clandestinas e Reciclagem do Entulho, cujo objetivo promover a correo dos problemas ambientais gerados pelo depsito inadequado. O material reciclado serve para aplicaes na Construo Civil, em substituio areia e brita, ou ao minrio de ferro, na execuo de base e sub-base de vias. Essas medidas representam grandes ganhos ao meio ambiente: reduzem a necessidade de criao de reas pblicas para depsito desses entulhos, minimizam tambm a necessidade de extrao de matria-prima em estado bruto, alm de diminuir o depsito de materiais em locais inadequados, o que pode resultar em maior incidncia de animais transmissores de doenas. Representam tambm economia para a administrao municipal, com menos depsitos clandestinos de resduos e reduo de doenas transmitidas pelos animais que vivem neles. Os empreiteiros so uma outra vertente favorecida, pois a reciclagem de resduos resulta em economia nas obras, sem comprometimento da qualidade.

    Os estudos realizados com vistas ao emprego de agregados de entulho na fabricao de elementos de concreto dentro das condies de fabricao (traos) j utilizados na prefeitura, da Universidade de So Paulo, permitiram as seguintes concluses, para as amostras ensaiadas:

    a reciclagem de entulho para os fins visualizados vivel; os parmetros de resistncia trao e flexo dos elementos de concreto com entulho

    so semelhantes e chegam a superar aqueles obtidos para elementos de concreto feitos com agregado primrio;

    os parmetros de resistncia compresso do concreto de entulho podem atingir valores compatveis ao concreto com agregado primrio.

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    Apesar de causar tantos problemas, o entulho deve ser visto como fonte de materiais de grande utilidade para a Construo Civil. Seu uso mais tradicional - em aterros normalmente no o mais racional, pois ele serve tambm para substituir materiais normalmente extrados de jazidas ou pode se transformar em matria-prima para componentes de construo, de qualidade comparvel aos materiais tradicionais. possvel produzir agregados - areia, brita e bica corrida para uso em pavimentao, conteno de encostas, canalizao de crregos, e uso em argamassas e concreto. Da mesma maneira, pode-se fabricar componentes de construo - blocos, briquetes, tubos para drenagem, placas. A reciclagem de entulho pode ser realizada com instalaes e equipamentos de baixo custo, apesar de existirem opes mais sofisticadas tecnologicamente. Havendo condies, pode ser realizado na prpria obra que gera o resduo, elimin