MOXATERAPIA CHINESA - MÉTODO INDIRETO - NÃO CICATRIZANTE 

TÉCNICA - ISOLAMENTO COM SAL

O ser humano possui uma verdadeira relação de amor com sal, sendo objeto de misticismo e longevidade, deste a antiguidade é utilizado na conservação dos alimentos e na culinária. Citado biblicamente como símbolo de cura e produtividade. No capítulo dois do livro de Reis narra-se a história de um milagre tendo o sal em seu desenvolvimento: “E disse ele: Ponha sal em uma tigela nova e tragam-na para mim”. Quando a levaram, ele foi à nascente, jogou o sal dele e disse: “Assim diz o Senhor: Purifiquei esta água. Não causará mais morte nem deixará a terra improdutiva. E até hoje a água permanece pura...” 

O isolamento com sal é freqüentemente realizado sobre o ponto SHENQUE, oitavo ponto do meridiano Vaso Concepção (VC , que significa Palácio do Espírito ou Meio do Umbigo. A técnica é descrita da seguinte forma: preenche-se o umbigo do paciente com sal até que ele seja coberto, sobre o sal é aplicado a moxa em forma de cone ou bastão. O procedimento é facilitado quando o umbigo apresenta uma forma côncava. Caso o umbigo apresente forma convexa, um anel de bambu, aplicado ao redor do umbigo, é freqüentemente utilizado como ferramenta de auxílio, assim como, uma camada de macarrão cozido pode ser colocada ao redor deste para que o centro seja preenchido com sal e a técnica seja empregada.

Este método é indicado no tratamento de dores abdominais, dor ao redor do umbigo, diarreia, vômitos, disenteria persistente, hérnia umbilical, hiperidrose, frio nas extremidades, falta de apetite, prolapso anal. Este ponto constitui a primeira cicatriz do ser humano e possui uma ligação direta com o "movimento água - representado pelos rins / bexiga" - atuando no seu reequilíbrio como órgão fonte - assim como na restauração da energia vital - fortalecimento do sistema imunológico e aumento da longevidade. Há textos que referem que a utilização desta técnica no tratamento de paralisia dos membros inferiores - como sequela de Acidente Vascular Encefálico - AVE - associado a outros pontos já conhecidos - apresenta melhores resultados que o tratamento com acupuntura. 

É importante mencionar que a punção e o sangramento do ponto SHENQUE são procedimentos proibidos.

Um amigo (Marcus Pergentino) também acupunturista - levantou uma questão interessante que estou compartilhando - pois pode ser a dúvida de outros - (Palavras do mesmo) - no caso da hiperidrose "apenas" na palma das mãos esse tratamento pode ser efetuado com eficácia??? A gente opta por aplicar quantas moxas no paciente? RESPOSTA - A hiperidrose geralmente se evidencia nas mãos e nos pés - mas independente - pode-se utilizar a técnica - isolamento com sal - pois como escrevi - há uma ligação direta nesta modalidade - do ponto shenque com o elemento água - os rins - o qual é responsável pela hidrogesene corporal - agindo de forma a reequilibrar o sistema termoregulador - em Moxaterapia assim como em Acupuntura - nada é absoluto - existe um relativismo em decorrência da individualidade do estado sindrômico de cada paciente - mas de forma geral - sempre se procura utilizar números ímpares - seria a trindade - um para mim - um para você e um para o universo - na primeira seção usa-se poucas unidades de moxa - ou seja - pode-se iniciar com 3 moxas e ir progredindo nas sessões subsequentes para 5 - 7 - de acordo com a necessidade do paciente - há uma linha de pensamento que diz que a parti de 9 moxas já se está tratando também a questão psicossomática - já que toda patologia de origem interna possui uma influência emocional

Método - MOXATERAPIA ARTICULAR

Esse MÉTODO será abordado detalhadamente no CURSO DE MOXATERAPIA CHINESA - a ser realizado nos DIAS 23 E 24 de NOVEMBRO - em Vitória de Santo Antão

INFORMAÇÕES - acesse o link abaixo -

http://www.cincoelementossaude.com.br/detTreinamento.php?id=33

- CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICO PRÁTICA - 

O método MOXATERAPIA ARTICULAR é designado para o tratamento das afecções que se regionalizam sobre os principais complexos articulares, apresentando potente ação analgésica e anti-inflamatória, que irá influenciar positivamente na melhora da mobilidade e funcionalidade articular e consequentemente elevará a qualidade de vida do paciente. Está técnica tem como alicerce a teoria do yin e do yang, cuja base é fundamentada na lei dos opostos - complementares e nos cinco movimentos da natureza.

Em uma contextualização anatômica; com a finalidade de homogeneizar a linguagem, posicionamento e localização das estruturas corpóreas, o ser humano deve ser visto em uma posição denominada: “posição anatômica” - onde o indivíduo encontra-se em pé, com uma postura ereta, olhando para frente ao horizonte, membros inferiores totalmente estendidos de forma paralela e membros superiores distribuídos ao lado do corpo com a face palmar das mãos voltada para região anterior. 

Com base neste posicionamento, o corpo humano é separado ao meio por uma linha horizontal imaginária que passa ao nível da cicatriz umbilical - a altura do acuponto Shenque, VC 8 - dividindo o ser em região superior e inferior, da mesma forma, outra linha reta parte do alto da cabeça - a parti do tsubo Baihui, VG 20 - segue entre os olhos - compondo a chamada linha média - que vai em direção descendente até dividi-lo em hemicorpo esquerdo e direito, por último, quando um corte incide sobre o plano frontal, surgindo no ápice da cabeça e finalizando na base dos pés, resulta em parte anterior e posterior. 

Respaldado na associação do raciocínio anatômico ao energético, afirma-se que: para tratar uma articulação alocada em uma região yin, aplica-se a moxa sobre a articulação correspondente localizada na região yang e vice-versa. Isso implica dizer que o superior é utilizado para beneficiar o inferior, o hemicorpo direito é estimulado para tratar o hemicorpo esquerdo, atue no anterior para obter resultado no posterior, assim como, quando a patologia for de ordem etiológica externa (exemplo: traumas mecânicos) empregue a moxaterapia na região interna correspondente, e vice - versa. A etiologia de ordem interna

se refere a um desequilíbrio direto nos cinco movimentos, neste caso a parte externa articular deve ser estimulada.

EXEMPLIFICAÇÃO PRÁTICA - Conforme se pode observar na foto anexada a esse artigo - o jovem que aparece sendo tratado com moxaterapia - técnica indireta com bastão de moxa - relata manifestações álgicas em joelho esquerdo - neste caso, com base neste método - MOXATERAPIA ARTICULAR - o complexo articular do cotovelo corresponde ao complexo articular do joelho - o ápice do osso olecrano é a localidade a ser aquecida para produzir os efeitos: analgésico e antiinflamatório no joelho acometido (tendo em mente as regras e teorias que regem essa metodologia), já para beneficiar o cotovelo - o ponto a ser estimulado está no centro da face anterior do osso patela.

Prof. Pedro Padilha - Fisioterapeuta - Especialista em Acupuntura e Terapias Orientais Integrativas / Pós - Graduado em Fisioterapia Traumato - Ortopédica com Ênfase em Terapias Manuais Integradas