movimento de fundos nas contas bancÁrias ... - … · movimenta quer a arrecadação e cobrança...

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. Índice . .................................................................................................................................................... 0 VIII MOVIMENTO DE FUNDOS ...................................................................................... 1 8.1 Enquadramento Legal ..................................................................................................... 1 8.2 Considerações Gerais ..................................................................................................... 1 8.3 Apuramento e Análise da Variação do Saldo Existente em 31/12/2014 ........................ 2 8.4 Resultados das Auditorias .............................................................................................. 5 8.4.1 Conta Única do Tesouro .............................................................................................. 5 8.4.1.1 Conta n.º 004102510015 Conta Única do Tesouro em Meticais........................... 7 8.4.2 Outras Contas do Tesouro ........................................................................................... 8 8.4.2.1 - Conta n.º 000520511017 MF Direcção Nacional do Tesouro .......................... 10 8.4.2.2 - Conta n.º 003342519011 MPF DNT Conta Transitória Específica ............... 11 8.4.2.3 - Conta n.º 004356601007 MF DNT - Taxa de Concessão ................................. 13 8.4.2.4 Conta n.º 001748519015 - MPF Receitas de Capital .......................................... 14 8.4.2.5 Conta n.º 002141570015 MPF Banco Mundial EMRO/99 ........................... 16 8.4.2.6 Conta n.º 002606519019 - MPF - JAPÃO-NON PR GRANT AID/OF/2001 ....... 18 8.4.2.7 - Conta n.º 241889010001- MPF/USAID/TITLE I 2001 .......................................... 19 8.4.2.8 - Conta n.º 003692519017- MPF-URD ..................................................................... 19 8.4.3 Outras Contas do Estado............................................................................................ 20 8.4.3.1 Conta n.º 004210519012 Privatizações ............................................................... 20 8.4.3.2 Conta n.º 221.00000622.601.000.0 Privatizações (Em USD) ............................. 22 8.4.3.3 Conta 21.00000473.519.011 Alienação de Imóveis ............................................ 22 8.4.3.4 Conta n.º 2.109.513.011 Aquisição de Veículos ................................................. 25 8.4.3.5 - Conta Bancária n.º 004224519002 - MF-DNPE - Abates....................................... 27

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Índice

. .................................................................................................................................................... 0 VIII – MOVIMENTO DE FUNDOS ...................................................................................... 1 8.1 – Enquadramento Legal ..................................................................................................... 1 8.2 – Considerações Gerais ..................................................................................................... 1 8.3 – Apuramento e Análise da Variação do Saldo Existente em 31/12/2014 ........................ 2

8.4 – Resultados das Auditorias .............................................................................................. 5 8.4.1 – Conta Única do Tesouro .............................................................................................. 5 8.4.1.1 – Conta n.º 004102510015 – Conta Única do Tesouro em Meticais........................... 7

8.4.2 – Outras Contas do Tesouro ........................................................................................... 8 8.4.2.1 - Conta n.º 000520511017 – MF – Direcção Nacional do Tesouro .......................... 10 8.4.2.2 - Conta n.º 003342519011 – MPF – DNT – Conta Transitória Específica ............... 11

8.4.2.3 - Conta n.º 004356601007 – MF – DNT - Taxa de Concessão ................................. 13 8.4.2.4 – Conta n.º 001748519015 - MPF – Receitas de Capital .......................................... 14 8.4.2.5 – Conta n.º 002141570015 – MPF – Banco Mundial – EMRO/99 ........................... 16

8.4.2.6 – Conta n.º 002606519019 - MPF - JAPÃO-NON PR GRANT AID/OF/2001 ....... 18 8.4.2.7 - Conta n.º 241889010001- MPF/USAID/TITLE I 2001 .......................................... 19

8.4.2.8 - Conta n.º 003692519017- MPF-URD ..................................................................... 19 8.4.3 – Outras Contas do Estado ............................................................................................ 20 8.4.3.1 – Conta n.º 004210519012 – Privatizações ............................................................... 20

8.4.3.2 – Conta n.º 221.00000622.601.000.0 – Privatizações (Em USD) ............................. 22 8.4.3.3 – Conta 21.00000473.519.011 – Alienação de Imóveis ............................................ 22

8.4.3.4 – Conta n.º 2.109.513.011 – Aquisição de Veículos ................................................. 25 8.4.3.5 - Conta Bancária n.º 004224519002 - MF-DNPE - Abates....................................... 27

Novembro de 2015

TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2014

VIII-1

VIII – MOVIMENTO DE FUNDOS

8.1 – Enquadramento Legal

A Constituição da República estabelece, nas alíneas c) e d) do número 2 do artigo 230, que

compete ao Tribunal Administrativo “fiscalizar a aplicação dos recursos financeiros obtidos no

estrangeiro, nomeadamente, através de empréstimos, subsídios, avales e donativos, bem como

fiscalizar, sucessiva e concomitantemente os dinheiros públicos”.

Por sua vez, a alínea a) do número 1 do artigo 54 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que

cria o Sistema de Administração Financeira do Estado, estipula que a administração do

Tesouro Público rege-se pelo princípio da Unidade de Tesouraria, segundo o qual todos os

recursos públicos devem ser centralizados com vista a uma maior capacidade de gestão, dentro

dos princípios de eficácia, eficiência e economicidade. Preceituam, os números 2 e 3 do

mesmo artigo, que “A cobrança de todas as receitas deve ser realizada em estrita observância

do princípio da unidade de tesouraria” e “A unidade de tesouraria abrange todos os fundos de

origem fiscal e extra-fiscal e os provenientes de operações de crédito legalmente autorizadas”.

Os números 1 e 2 do artigo 55 da lei acima citada estabelecem, respectivamente, que a “Conta

Única é uma conta bancária tipo piramidal com as necessárias sub-contas, através da qual se

movimenta quer a arrecadação e cobrança de receitas quer o pagamento de despesas, seja qual

for a sua proveniência ou natureza” e “É vedada a abertura de contas bancárias de que seja

unicamente titular qualquer órgão ou instituição do Estado”.

A Circular n.º 1/GAB-MF/2010, de 6 de Maio, do Ministro das Finanças, define os conceitos e

procedimentos relativos à inscrição, no Orçamento do Estado, cobrança, contabilização e

recolha de receitas consignadas e próprias.

Por seu turno, a Circular n.º 05/GAB-MF/2013, de 27 de Dezembro, do Ministro das Finanças,

define os procedimentos a serem observados na administração e execução do Orçamento do

Estado para 2014.

Os procedimentos para o encerramento do exercício económico de 2014 encontram-se

estabelecidos na Circular n.º 03/GAB-MF/2014, de 31 de Outubro, do Ministro das Finanças.

8.2 – Considerações Gerais

A Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o Sistema de Administração Financeira do

Estado (SISTAFE), consagra cinco subsistemas, dentre os quais o Subsistema do Tesouro

Público, responsável, essencialmente, pela gestão da Conta Única do Tesouro (CUT).

A expansão da Conta Única do Tesouro (CUT) continua a ser implementada em fases, nos

moldes preconizados no SISTAFE, por intermédio das Unidades Gestoras Executoras

Especiais (Direcção Nacional de Contabilidade Pública e Direcções Provinciais do Plano e

Finanças).

De acordo com as regras de movimentação desta conta, os seus ingressos de receitas são feitos

por transferências de contas bancárias previamente identificadas e parametrizadas no sistema

como sendo de “Natureza de Receita”.

Assim, todas as contas bancárias das Direcções de Áreas Fiscais e as Contas do Tesouro que

têm por finalidade acolher as receitas do Estado (Correntes e de Capital) e as destinadas a

Novembro de 2015

TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2014

VIII-2

receber financiamento (Donativos e Créditos), bem como de outra natureza, foram

classificadas como de “Natureza de Receita”.

Para receber recursos provenientes de outras fontes que não sejam receitas do Estado nem

donativos e créditos, foi criada em cada Gestão (DNT e extintas DPPF´s) uma conta de

“Natureza de Receita”. Os valores nelas recebidos são, depois, transferidos para a CUT.

O pagamento das despesas, no exercício em apreço, foi efectuado, em regra, através de

transferências directas da Conta Única do Tesouro para as contas dos fornecedores dos bens e

dos prestadores de serviços, pelos órgãos e instituições do Estado com a capacidade

administrativa de executar os procedimentos estabelecidos nos macro-processos do Sistema de

Administração Financeira do Estado, conforme estabelecido no número 1 do artigo 18, da

Secção I, da Circular n.º 05/GAB-MF/2013, de 27 de Dezembro, do Ministro das Finanças,

referente à administração e execução do Orçamento do Estado de 2014.

Porém, algumas unidades orçamentais, particularmente os distritos, não estão incorporadas no

e-SISTAFE, pelo que continuam a depender de procedimentos manuais e de um fundo de

maneio, providenciado através de adiantamento de fundos.

8.3 – Apuramento e Análise da Variação do Saldo Existente em 31/12/2014

A Conta Geral do Estado apresenta o Balanço Global de Caixa, o qual indica os saldos

transitados de 2013, os recursos colocados à disposição do Estado em 2014, o total das

despesas realizadas e o saldo final do ano, como ilustra o Quadro n.º VIII.1, a seguir.

Quadro n.º VIII.1 – Balanço Global de Caixa

Designação 2013 2014Peso

(%)

Var.

(%)

Saldo de Caixa do Ano Anterior 33.246.436 70.045.686 22,8 110,7

Receitas do Estado 126.318.714 156.336.108 51,0 23,8

Donativos Externos 30.233.385 24.106.479 7,9 -20,3

Empréstimos Externos 29.300.008 50.396.280 16,4 72,0

Empréstimos Internos 3.158.000 5.715.091 1,9 81,0

Sub-Total 189.010.107 236.553.958 77,2 25,2

Total de Recursos 222.256.543 306.599.644 100,0 37,9

Despesas de Funcionamento 95.654.687 118.469.864 52,2 23,9

Despesas de Investimento 72.300.643 87.036.196 38,3 20,4

Operações Financeiras 14.235.323 21.543.136 9,5 51,3

Total de Despesas 182.190.653 227.049.196 100,0 24,6

O utras Instituições do Estado* 29.979.796 8.028.560 - -

Saldo de Caixa Para o Ano Seguinte 70.045.686 71.521.888 - 2,1

Fonte : Mapa I da CGE (2013 - 2014).

* Institutos, Fundos, Autarquias, etc.

(Em mil Meticais)

Consta da CGE e alcança-se do quadro supra que o saldo final de caixa de 2013 foi de

70.045.686 mil Meticais, valores que adicionado aos recursos postos à disposição do Estado,

em 2014, a saber, as Receitas do Estado (156.336.108 mil Meticais), os Donativos Externos

(24.106.479 mil Meticais), os Empréstimos Externos e Internos (50.396.280 mil Meticais e

5.715.091 mil Meticais, respectivamente), perfaz o total de recursos do Estado em 2014, de

306.599.644 mil Meticais. Deduzindo as despesas pagas, de 227.049.196 mil Meticais, e o

valor líquido de Outras Instituições do Estado (8.028.560 mil Meticais), resulta o saldo final

de 71.521.888 mil Meticais.

Novembro de 2015

TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2014

VIII-3

Em termos de peso, as Receitas do Estado correspondem a 51,0% dos recursos mobilizados, os

Saldos Transitados de exercícios anteriores, 22,8%, os Empréstimos Externos, 16,4%, os

Donativos Externos, 7,9% e os Empréstimos Internos, 1,9%.

Observa-se, no Quadro n.º VIII.1, que no ano em apreço, houve um incremento de 37,9% dos

recursos postos à disposição do Estado, relativamente ao exercício anterior, destacando-se o

aumento dos Empréstimos Internos e Externos, em 81,0% e 72,0%, respectivamente.

Por outro lado, constata-se que as despesas registaram um aumento global de 24,6%, com

maior destaque para o incremento das Operações Financeiras, em 51,3%, como resultado de

maior disponibilidade de fundos externos.

O saldo de caixa, a 31/12/2014, tem um peso de 30,2%, em relação aos recursos colocados à

disposição do Estado, nesse mesmo ano, 96,0% dos recursos externos e 44,1% dos internos,

como se dá conta no Quadro n.º VIII.2.

Quadro n.º VIII.2 – Peso do Saldo em 31/12/2014 sobre as Receitas

1 Saldo em 31 de Dezembro 71.521.888

2 Recursos Internos 162.051.199

3 Receitas do Estado 156.336.108

4 Empréstimos Internos 5.715.091

5 Peso (%) (1/2) 44,1

6 Recursos Externos 74.502.759

7 Donativos Externos 24.106.479

8 Empréstimos Externos 50.396.280

9 Peso (%) (1/6) 96,0

10 Total de Recursos (2+6) 236.553.958

11 Peso (%) (1/10) 30,2

(Em mil Meticais)

Fonte: Mapa I da CGE de 2014.

No quadro e gráfico a seguir, mostra-se a evolução dos Saldos de Caixa no quinquénio 2010-

2014.

Em 2011 e 2012, assistiu-se a um decréscimo nominal do valor transitado em saldo, de 8,2% e

2,9%, respectivamente, verificando-se, nos exercícios de 2013 e 2014, aumentos sucessivos de

223,2%1 e 2,1%, respectivamente.

Quadro n.º VIII.3 - Evolução do Saldo Final de Caixa

Ano SaldoVariação

(%)

2010 24.331.137 -

2011 22.327.919 -8,2

2012 21.672.533 -2,9

2013 70.045.687 223,2

2014 71.521.888 2,1

2010-2014 194,0

(Em mil Meticais)

Fonte: Mapa I da CGE (2010 - 2014).

1 A variação significativa ocorrida em 2013 deve-se à inclusão, no Mapa I, do saldo das instituições não cobertas

pelo OE, designadas como “Outras instituições do Estado (Institutos, Fundos, Autarquias, etc.) ”.

Novembro de 2015

TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2014

VIII-4

Gráfico n.º VIII.1 – Evolução do Saldo Final de Caixa

Fonte: Mapa I da CGE (2010 – 2014).

Com base no Mapa I da CGE de 2014, foi elaborado o quadro que se segue, em que se mostra

a composição dos Saldos de Caixa transitados em 2013 e 2014.

Quadro n.º VIII.4 – Composição dos Saldos Transitados

2013 2014 Valor (%)

Conta Única do Tesouro 13.618.200 10.634.970 14,9 -2.983.230 -21,9

Recebedorias 4.063.311 6.867.213 9,6 2.803.902 69,0

Outras Contas do Tesouro 7.289.343 7.698.634 10,8 409.291 5,6

Outras Contas do Estado 45.074.833 46.321.071 64,8 1.246.238 2,8

Total 70.045.687 71.521.888 100,0 1.476.201 2,1

Fonte: Mapa I da CGE de 2014.

DesignaçãoSaldo Peso

2014

(%)

Variação

(Em mil Meticais)

Verificou-se, em 2014, um aumento de 2,1% do saldo de caixa, influenciado, principalmente

pelos valores transitados das Recebedorias, com incremento de 69,0%, e de Outras Contas do

Estado, que cresceram 2,8%.

Como se pode ver no gráfico que se segue, parte significativa dos saldos de 2013 e 2014,

permanece nas Outras Contas do Estado, constituindo 64,4% e 64,8%, respectivamente.

0

10.000.000

20.000.000

30.000.000

40.000.000

50.000.000

60.000.000

70.000.000

80.000.000

2010 2011 2012 2013 2014

24.331.13722.327.919 21.672.533

70.045.687 71.521.888

Em

mil

Meti

cais

Novembro de 2015

TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2014

VIII-5

Gráfico n.º VIII.2 – Composição dos Saldos Transitados

2013 2013

Conta Única do Tesouro 13.618.200 10.634.970 14,9 -21,9

Recebedorias 4.063.311 6.867.213 9,6 69,0

Outras Contas do Tesouro 7.289.343 7.698.634 10,8 5,6

Outras Contas do Estado 45.074.833 46.321.071 64,8 2,8

Total 70.045.687 71.521.888 100,0 2,1

Fonte: Mapa I da CGE (2008 - 2012)

Var.

(%)Designação

Saldo Peso

2012

(%)

(Em mil Meticais)

Conta Única

do Tesouro

19,4%

Recebedorias

5,8%

Outras Contas

do Tesouro

10,4%

Outras Contas

do Estado

64,4%

2013 Conta Única

do Tesouro

14,9%

Recebedorias

9,6%

Outras Contas

do Tesouro

10,8%

Outras Contas

do Estado

64,8%

2014

Fonte: Mapa I da CGE de 2014.

Reitera-se a recomendação já formulada em anos anteriores, de que é na CUT que devem estar

centralizadas as receitas arrecadadas, tanto internas como externas, bem como o pagamento

das despesas públicas, independentemente da sua natureza, em estrita observância do princípio

da unidade de tesouraria, já anteriormente enunciado, estabelecido na alínea a) do número 1 do

artigo 54 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro (SISTAFE).

8.4 – Resultados das Auditorias

Tendo por base os extractos bancários facultados pela Direcção Nacional do Tesouro, foram

aferidos os movimentos a débito e a crédito das contas bancárias seleccionadas, as quais se

indicam mais adiante. Os resultados são apresentados a seguir.

8.4.1 – Conta Única do Tesouro

A reforma do sistema da administração financeira do Estado preconizada na Lei n.º 9/2002, de

12 de Fevereiro, que cria o Sistema de Administração Financeira do Estado, e no seu

Regulamento, aprovado pelo Decreto n.º 23/2004, de 20 de Agosto, estatui a integração, no

Orçamento do Estado, de todos os recursos, seja qual for a sua fonte ou natureza, postos à

disposição do Estado, através da sua inscrição no Orçamento do Estado. Quanto às receitas

cobradas, preceitua-se a sua recolha às Direcções das Áreas Fiscais e Unidades de Grandes

Contribuintes e a sua transferência ao Tesouro Público. Por forma a garantir a legalidade da

sua cobrança, a transparência no seu uso e o controlo dos actos de gestão, as receitas públicas

devem ter tratamento uniforme no sistema informático do SISTAFE.

A fim de centralizar as disponibilidades financeiras do Estado, o Governo criou a Conta Única

do Tesouro (CUT) em Meticais. Desde 2009, funcionam, paralelamente, CUT’s em moeda

estrangeira, designadamente, Dólar norte-americano (USD), Euro (EUR) e Rand (ZAR), para

operações específicas.

As regras para a movimentação das contas em moeda estrangeira constam do Diploma

Ministerial n.º 62/2008, de 16 de Julho, do Ministro das Finanças.

A seguir, é apresentado o resumo dos movimentos das CUT’s em Meticais e em moeda

estrangeira.

Novembro de 2015

TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2014

VIII-6

Quadro n.º VIII.5 - Movimento Anual da CUT

ValorTaxa de

Câmbio¹Valores em mil

MeticaisValor

Taxa de

Câmbio²

Valores em mil

Meticais

(1) (2) (3) (4)=(2*3)/1000 (5) (6) (7)=(2+5-6) (8) (9)=(7*8)/1000

CUT em MZM 13.020.409.673 - 13.020.410 193.430.847.037 196.589.222.581 9.862.034.129 - 9.862.034

CUT em USD 9.275.461,33 29,85 276.873 114.467.941,48 105.183.994,09 18.559.408,72 31,5 584.621

CUT em ZAR 162.282,20 2,83 459 38.799,21 32.148,00 168.933,41 2,72 459

CUT em EUR 7.795.144,53 41,11 320.458 31.707.317,66 34.595.067,71 4.907.394,48 38,28 187.855

13.618.200 10.634.970Total

¹ Boletim cambial n.º 001/14, de 31 Dezembro de 2013 (Banco de Moçambique).

² Boletim cambial n.º 001/15 de 31 Dezembro de 2014(Banco de Moçambique).

Saldo Inicial Saldo Final

CUT Créditos Débitos

Fonte: Extractos Bancários de 2014.

Como consta do quadro supra, os saldos das diversas CUT’s transitados para 2014 e para

2015, foram de, respectivamente, 13.618.200 mil Meticais e 10.634.970 mil Meticais, valores

que coincidem com os apresentados na CGE de 2014.

As Contas Únicas do Tesouro em Moeda Estrangeira (CUT-ME), domiciliadas no Banco de

Moçambique, têm por finalidade movimentar as disponibilidades financeiras, naquelas

moedas, relativas à execução do Orçamento do Estado.

Os movimentos a crédito das CUT-ME têm origem em:

a) Contas do Estado tipificadas com a natureza de receita;

b) Transferências provenientes de outras CUT-ME;

c) Devoluções de pagamentos efectuados pela mesma CUT-ME, devendo ser indicado o

número da Ordem de Pagamento e o código identificador de transacção.

No âmbito do e-SISTAFE, são efectuados débitos para:

a) Contas do Estado;

b) Pagamento de bens e serviços no estrangeiro;

c) Pagamento de bens e serviços no País, cujos contratos tenham sido firmados em moeda

estrangeira, até à entrada em vigor do Diploma Ministerial n.º 62/2008, de 16 de Julho,

do Ministro das Finanças, que aprova as regras para a movimentação das Contas

Únicas do Tesouro em Moeda Estrangeira;

d) Pagamento de ajudas de custo a funcionários públicos que se desloquem em missão de

serviço ao estrangeiro;

e) Transferências efectuadas com destino a outras CUT-ME.

Os procedimentos operacionais da CUT-ME encontram-se plasmados nos artigos 35 e 36 da

Circular n.º 05/GAB-MF/2013, de 27 de Dezembro, do Ministro das Finanças, atinente à

administração e execução do Orçamento do Estado para 2014.

Relativamente ao exercício em consideração, o Tribunal focalizou a sua análise nas operações

realizadas através da Conta Única do Tesouro em Meticais, apresentando-se, a seguir, as

constatações das verificações efectuadas.

Novembro de 2015

TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2014

VIII-7

8.4.1.1 – Conta n.º 004102510015 – Conta Única do Tesouro em Meticais

Esta conta foi criada com vista à implementação do princípio da unidade de tesouraria e

centralização dos recursos financeiros do Estado, para uma maior capacidade de gestão, dentro

dos princípios de economicidade, eficiência e eficácia, segundo o disposto na alínea a) do n.º 1

do artigo 54 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o Sistema de Administração

Financeira do Estado.

Continua a verificar-se o incumprimento do princípio da unidade de tesouraria, atrás referido,

como a seguir se relata:

a) Não foram devolvidos os saldos de adiantamentos de fundos não utilizados no

exercício em apreço, por parte de algumas instituições auditadas, em preterição do

estipulado no n.º 1 do artigo 7 das Circulares n.ºs 03/GAB-MF/2013, de 16 de Outubro

e 03/GAB-MF/2014, de 31 de Outubro, ambas do Ministro das Finanças;

Em sede do contraditório do relatório preliminar de auditoria, a DNT referiu que os

gestores financeiros dos orgãos e instituições do Estado que cometeram irregularidades

na prestação de contas foram inscritos em “Responsabilidades Diversas” no Anexo

Informativo 5-b da CGE em análise.

b) Algumas entidades auditadas procederam a devolução dos saldos dos adiantamentos de

fundos concedidos em 2013 e 2014, fora do período estatuído nas respectivas

circulares de encerramento dos exercícios, em violação do princípio da regularidade

financeira, consagrado na alínea a) do artigo 4 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro,

segundo o qual, “a execução do orçamento do Estado deve ser feita em harmonia com

as normas vigentes e mediante o cumprimento dos prazos estabelecidos”.

c) Não foi canalizada, aos cofres do Estado, a receita de alienação de imóveis que cabe ao

Estado, cobrada no período de 7 de Outubro a 31 de Dezembro, em preterição do

estabelecido no artigo 17 do Decreto n.º 2/91, de 16 de Janeiro2, conjugado com o

artigo 11 do Decreto n.º 24/953, de 6 de Junho.

d) Nem todas as instituições que arrecadaram receitas próprias e consignadas as

canalizaram às DAF´s das suas áreas de jurisdição e destas para a CUT, violando o

estatuído no n.º 1 do artigo 12 da Circular n.º 1/GAB-MF/2010, de 6 de Maio, do

Ministro das Finanças, que define os conceitos e procedimentos relativos à inscrição,

no Orçamento do Estado, cobrança, contabilização e recolha de receitas consignadas e

próprias, segundo o qual “Os órgãos e instituições do Estado a nível Central, Provincial

e Distrital devem proceder à entrega das receitas próprias e consignadas cobradas até

ao dia 10 do mês seguinte ao da cobrança, ou no dia útil seguinte”.

Quanto às situações apresentadas nas alíneas b), c) e d), a DNT referiu, essencialmente, que o

Ministério das Finanças, através da DNCP, da DNPE e da IGF4, tem levado a cabo acções de

monitoria e sensibilização junto dos órgãos e instituições do Estado com vista à correcção das

irregularidades.

2 Determina os procedimentos concernentes à alienação de imóveis a favor de inquilinos, em conformidade com o

disposto na Lei n.º 5/91, de 9 de Janeiro. 3 Cria o Fundo para o Fomento de Habitação. 4 Inspecção Geral de Finanças.

Novembro de 2015

TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2014

VIII-8

A omissão dos movimentos acima mencionados, na Conta Única do Tesouro, que é recorrente,

prejudica a fidedignidade e correcção dos dados sobre a situação financeira do Estado e a

observância do princípio da unidade de tesouraria.

Seguidamente, apresenta-se o resumo dos movimentos desta conta, em 2014.

Quadro n.º VIII.6 – Movimento Anual da Conta Única do Tesouro em Meticais

Saldo Inicial 13.020.410

Créditos 193.430.847

Débitos 196.589.223

Saldo Final 9.862.034

Fonte: Extractos Bancários de 2014.

(Em mil Meticais)

A conta em referência apresentou o saldo inicial de 13.020.410 mil Meticais. Os movimentos a

crédito totalizaram 193.430.847 mil Meticais e a débito, 196.589.223 mil Meticais, resultando

o saldo a transitar, no final de 2014, de 9.862.034 mil Meticais.

Entretanto, relativamente às contas bancárias, sob gestão da Direcção Nacional do Tesouro,

através das quais são canalizados fundos para a CUT, em Meticais, foram seleccionadas, para

a verificação, as que se indicam a seguir.

Quadro n.º VIII.7 – Detalhe de Alguns Créditos

N.º da Conta Designação ValorPeso

(%)

00.1748519015 MPF - Receitas de Capital 2.690.689 1,4

00.3342519011 MPF - DNT- Conta Transitória Específica 11.419.653 5,9

00.4104519011 MPF - Receitas de Terceiros (Central) 22.279.265 11,5

10.000520511017 MF - Direcção Nacional do Tesouro 428.671 0,2

002567519014 MPF-Obrigações do Tesouro 5.715.000 3,0

004171513018 MF-Fundos Comuns 7.787.982 4,0

50.321.260 26,0

193.430.847Fonte: Extractos Bancários de 2014.

Total

Fundos Ingressados na CUT

(Em mil Meticais)

Do total dos créditos da CUT, em MZM (193.430.847 mil Meticais), 26,0% provém da

amostra seleccionada, de que se destaca a conta MPF - Receitas de Terceiros (Central), com

um peso de 11,5%.

8.4.2 – Outras Contas do Tesouro

Segundo consta do Mapa I da CGE do exercício em apreço, esta rubrica apresenta os saldos

inicial e final de 7.289.343 mil Meticais e 7.698.634 mil Meticais, respectivamente.

No Quadro n.º VIII.8, a seguir, elaborado com base na informação obtida na auditoria

realizada à Direcção Nacional do Tesouro, apresentam-se os saldos das Outras Contas do

Tesouro, objecto de verificação.

Novembro de 2015

TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2014

VIII-9

Quadro n.º VIII.8 – Saldos em 31/12/2014 das Outras Contas do Tesouro - Amostra

OrdemBanco N.º da Conta Designação Moeda

Valor

(em

milhares)

Taxa de

Câmbio

Valor

(em mil

Meticais)

Peso (%)

1 BM 00520.511.01.7 MF - Direcção Nacional do Tesouro MZM 12.710 0,2

2 BM 03342.519.01.1MPF - DNT - Conta Transitória

Específica/2002MZM 4.018 0,1

3 BM 001748519015 MPF - Receitas de Capital MZM 180.952 2,4

4 BM 02448.601.01.1MPF - DNT - Programa Emergência

USD/2000USD 5.371 31,50 169.197 2,2

5 BM 2606519019MPF - Japão Non Project Grant

Aid/OF/2001MZM 403.108 5,2

6 BM 4356601007 MF - DNT - Taxa de Concessão ZAR 32.920 2,72 89.543 1,2

7 BM 004072510010 MPF - Saldos Bancários 2002 MZM 24.329 0,3

8 BM 00.404860.010.17 MPF - URD-USD/03 USD 766 31,50 24.115 0,3

9 BM 00104.519.01.1 MPF - Receitas de Terceiros MZM 46.201 0,6

10 BM 4132510017 MPF - DNT - Encargos Bancários MZM 9.170 0,1

11 BM 003692519017 MPF - URD MZM 156.935 2,0

12 BM 00.4171513018 MF - Fundo Comum MZM 1.599 0,0

13 BM 4037601011MF - Direcção Nacional do Tesouro

(USD)USD 1.601 31,50 50.443 0,7

14 BCI 2638.11010001 MPF - Japão Non Project Aid II MZM 118 0,0

15 BCI 241889.10.001 MPF/USAID/Title I 2001 MZM 259.983 3,4

16 BCI 1,69452E+12 MF - G.R.M/USAID-Title III FY 2000 MZM 36.446 0,5

17 BM 00.4582.601009 MPF - Receitas de Terceiros EUR 19 38,28 745 0,0

18 BM 0045.8360.1007 MPF - Receitas de Terceiros USD 39 31,50 1.214 0,0

1.470.826 19,1

7.698.634 100,0

Fonte: Extractos Bancários de 2014 e Mapa I da CGE de 2014.

Sub-Total

Total dos saldos das Outras Contas do Tesouro

A amostra recolhida representa 19,1% do saldo final de 2014, deste grupo de contas.

Quanto ao peso, a Conta Bancária MPF - Japão Non Project Grant Aid/OF/2001 é a que

apresenta a maior expressão, com 5,2%, seguida da conta MPF/USAID/Title I 2001, com

3,4%. As restantes situaram-se abaixo de 2,5%.

Seguidamente, são apresentados os resultados da verificação da documentação e movimentos

das contas bancárias que foram objecto de análise.

Novembro de 2015

TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2014

VIII-10

8.4.2.1 - Conta n.º 000520511017 – MF – Direcção Nacional do Tesouro

Nesta conta, são depositados os reembolsos de empréstimos outorgados pelo Estado,

nomeadamente, Créditos do Tesouro e Acordos de Retrocessão.

O quadro a seguir, elaborado com base nos extractos bancários, evidencia o resumo dos

movimentos da conta.

Quadro n.º VIII.9 – Movimento Anual da Conta MF – Direcção Nacional do Tesouro

Saldo Inicial 25.000

Créditos 452.716

Débitos 465.006

Saldo Final 12.710

Fonte: Extractos Bancários de 2014.

(Em mil Meticais)

A conta apresentou um saldo inicial de 25.000 mil Meticais. Os movimentos a crédito

totalizaram 452.716 mil Meticais e a débito 465.006 mil Meticais, resultando num saldo final

de 12.710 mil Meticais.

No quadro a seguir, são apresentados os movimentos nesta conta bancária, provenientes das

fontes anteriormente referidas.

Quadro n.º VIII.10 – Reembolso dos Créditos/Acordos de Retrocessão

Designação

Saldo em

31/12/13

(1)

Desem-

bolso

(2)

Dívida

Acumulada

em 2014

(3) = (2)+(1)

Amortização

Valor em

Dívida em

31/12/14

(6)=(3)-(4)

Créditos do Tesouro (1) 177.754 0 177.754 2.775 174.979

Comunidade Mahometana 175.203 0 175.203 2.520 172.683

Sociedade Algodoeira do Niassa (SAN) 2.551 0 2.551 255 2.296

Acordos de Retrocessão (2) 20.853.601 1.751.184 22.604.785 449.941 22.154.844

Caminhos de Ferro de Mocambique (CFM) 4.254.790 0 4.254.790 79.769 4.175.021

Electricidade de Moçambique (EDM) 10.816.129 1.160.942 11.977.071 125.000 11.852.071

Fundo de Investimento e Património de

Abastecimento de Água (FIPAG)5.365.413 590.242 5.955.655 230.433 5.725.222

Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) 417.269 0 417.269 14.739 402.530

Total (3)=(1)+(2) 21.031.355 1.751.184 22.782.539 452.716 22.329.823

Fonte :Extractos Bancários de 2014 e Anexo Informativo 5 da CGE de 2014.

(Em mil Meticais)

Em 2014, o Estado outorgou empréstimos a favor da Electricidade de Moçambique (EDM) e

do Fundo de Investimento e Património de Abastecimento de Água (FIPAG), totalizando

1.751.184 mil Meticais. Estas entidades e as outras mencionadas no quadro, reembolsaram

452.716 mil Meticais, tendo resultado um saldo final de 22.329.823 mil Meticais, que significa

um incremento de 6,2%, em relação ao valor em dívida no início do ano.

Os débitos desta conta, contrariamente ao que se verificou em anos anteriores, em que os

mesmos foram receitados na totalidade, a título de receitas de capital, no exercício em apreço,

o foram em 92,2%.

O remanescente de 36.335 mil Meticais (7,8%) foi canalizado à Conta Bancária de Receitas de

Terceiros e, posteriormente, recolhido à CUT, a título de receita extra-orçamental (Operações

de Tesouraria), tendo o registo ocorrido na Epígrafe 6. d) C.T.R - Valores Não Especificados

Recebidos em Depósito.

Novembro de 2015

TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2014

VIII-11

8.4.2.2 - Conta n.º 003342519011 – MPF – DNT – Conta Transitória Específica

Esta conta é debitada pela saída de fundos para a CUT e creditada pela entrada de fundos

provenientes de uma conta bancária aberta em Frankfurt, na Alemanha, que regista, em moeda

externa, os fluxos financeiros do grupo de países parceiros de cooperação com Moçambique,

em apoio directo ao OE, por via de donativos e empréstimos, não passando por esta conta os

restantes empréstimos e donativos que não revestem a forma de apoio directo ao Orçamento.

Seguidamente, apresenta-se o resumo dos movimentos desta conta, em 2014.

Quadro n.º VIII.11 – Movimento Anual da Conta Transitória Específica

Saldo Inicial 3.372.995

Créditos 12.064.203

Débitos 11.419.653

Saldo Final 4.017.545

Fonte: Extractos Bancários de 2014.

(Em mil Meticais)

Durante o exercício de 2014, registaram-se créditos que totalizaram 12.064.203 mil Meticais e

débitos de 11.419.653 mil Meticais, de que resultou o saldo final de 4.017.545 mil Meticais,

considerando o saldo inicial de 3.372.995 mil Meticais.

No quadro a seguir, indicam-se os montantes dos desembolsos, para esta conta, efectuados

pelos diferentes países e organizações, no decorrer de 2014, subdivididos em donativos e

empréstimos.

Quadro n.º VIII.12 - Conta Transitória Específica

Donativos Empréstimos

Alemanha 655.873 655.873

Áustria 62.353 62.353

Canadá 286.920 286.920

União Europeia 2.199.105 2.199.105

Finlândia 232.260 232.260

França 78.360 78.360

Irlanda 376.739 376.739

Itália 208.050 208.050

Noruega 373.671 373.671

Reino Unido 1.599.418 1.599.418

Suécia 1.433.790 1.433.790

Suíça 235.008 235.008

Portugal 16.624 16.624

BAD 897.410 897.410

Banco Mundial 1.704.311 1.704.311 3.408.622

Total 10.359.892 1.704.311 12.064.203

(Em mil Meticais)

País/ O rganizaçãoValor

Total

Fonte : Extractos Bancários de 2014 e Mapa II-6 da CGE 2014.

Da verificação da documentação atinente a esta conta, apurou-se que as contribuições em

forma de donativos foram de 10.359.892 mil Meticais, enquanto os empréstimos atingiram

1.704.311 mil Meticais, totalizando 12.064.203 mil Meticais.

No Quadro n.º VIII.13 apresentam-se, por país/organização, os desembolsos efectuados no

quinquénio.

Novembro de 2015

TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2014

VIII-12

Quadro n.º VIII.13 – Variação do Apoio Directo ao Orçamento do Estado

2010Peso

(%)2011

Peso

(%)2012

Peso

(%)2013

Peso

(%)2014

Peso

(%)% Valor

Donativos 10.988.508 73,3 10.707.634 75,0 9.695.793 71,5 6.926.322 49,0 10.359.891 85,9 49,6 3.433.569

Alemanha 640.650 4,3 533.780 3,7 324.446 2,4 0 0,0 655.873 5,4 - 655.873

Áustria 131.552 0,9 136.576 1,0 86.623 0,6 58.588 0,4 62.353 0,5 6,4 3.765

Canadá 479.459 3,2 473.236 3,3 414.525 3,1 422.059 3,0 286.920 2,4 -32,0 -135.139

Dinamarca 247.729 1,7 382.732 2,7 298.574 2,2 301.309 2,1 0,00 0,0 -100,0 -301.309

União Europeia 2.803.350 18,7 2.123.500 14,9 2.090.270 15,4 1.579.138 11,2 2.199.105 18,2 39,3 619.967

Espanha 327.740 2,2 279.720 2,0 - - - - - - - -

Finlândia 284.550 1,9 304.570 2,1 259.000 1,9 276.290 2,0 232.260 1,9 -15,9 -44.030

França 91.700 0,6 85.700 0,6 70.320 0,5 82.140 0,6 78.360 0,6 -4,6 -3.780

Holanda 731.700 4,9 762.840 5,3 313.919 2,3 0 0,0 0,00 0,0 - 0

Irlanda 496.650 3,3 475.970 3,3 322.470 2,4 350.460 2,5 376.739 3,1 7,5 26.279

Itália 191.760 1,3 155.920 1,1 143.436 1,1 0 0,0 208.050 1,7 - 208.050

Noruega 936.249 6,2 873.517 6,1 654.676 4,8 0 0,0 373.671 3,1 - 373.671

Portugal 65.205 0,4 0 0,0 108.817 0,8 41.076 0,3 16.624 0,1 -59,5 -24.452

Reino Unido 1.827.896 12,2 2.479.858 17,4 3.192.851 23,5 2.041.585 14,4 1.599.418 13,3 -21,7 -442.167

Suécia 1.499.268 10,0 1.516.384 10,6 1.212.054 8,9 1.511.464 10,7 1.433.790 11,9 -5,1 -77.674

Suiça 233.050 1,6 123.331 0,9 203.812 1,5 262.213 1,9 235.008 1,9 -10,4 -27.205

Banco Mundial/ IDA 1.704.311

BAD 897.410

Empréstimos 4.010.064 26,7 3.576.039 25,0 3.865.182 28,5 7.203.503 51,0 1.704.311 14,1 -76,3 -5.499.192

Banco Mundial/ IDA 2.995.976 20,0 2.743.344 19,2 3.018.289 22,3 6.319.175 44,7 1.704.311 14,1 -73,0 -4.614.864

BAD 1.014.087 6,8 832.695 5,8 846.893 6,2 884.328 6,3 0 0,0 -100,0 -884.328

Total 14.998.571 100,0 14.283.673 100,0 13.560.975 100,0 14.129.825 100,0 12.064.202 100,0 -14,6 -2.065.623

País/Organização

Variação 2013/14

Fonte: Extractos bancários de 2014 e Relatórios sobre a CGE (2010-2014).

Anos

Gráfico n.º VIII.3 – Variação do apoio directo ao Orçamento do Estado

Fonte: Extractos bancários de 2014 e Relatórios sobre a CGE (2010-2014).

No quadro e gráfico supra, que evidencia o apoio directo ao OE, mostra-se que, em termos

globais, houve uma diminuição de 14,6%, quando comparado com o exercício anterior, como

10.988.508

10.707.634

9.695.793

6.926.322

10.359.891

4.010.064

3.576.039

3.865.182

7.203.503

1.704.311

14.998.571

14.283.673

13.560.97514.129.825

12.064.202

0

2.000.000

4.000.000

6.000.000

8.000.000

10.000.000

12.000.000

14.000.000

16.000.000

2 0 1 0 2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4

(Em

mil

Me

tica

is)

Donativos

Empréstimos

Total

Novembro de 2015

TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2014

VIII-13

consequência da redução de 76,3% registada nos Empréstimos, tendo, por outro lado, os

Donativos registado uma acréscimo de 49,6%.

Em termos nominais, o ano de 2010, com 14.998.571 mil Meticais, é o que teve o apoio mais

elevado, seguindo-se os anos de 2011 e 2013, com 14.283.673 mil Meticais e 14.129.825 mil

Meticais, respectivamente.

Em termos percentuais, a participação dos Donativos no total do apoio directo ao Orçamento

tem oscilado ao longo do quinquénio, passando de 73,3%, em 2010 para 75,0%, em 2011,

71,5%, em 2012, 49,0%, em 2013, e situando-se, no ano de 2014, em 85,9%, a maior

percentagem de apoio directo ao OE registada no quinquénio.

De 2013 para 2014, os Empréstimos decresceram de 7.203.503 mil Meticais para 1.704.311

mil Meticais, o que significou uma redução de 76,3%, representando a fatia dos empréstimos,

em 2014, o valor mais baixo do período em consideração (14,1%), no que toca ao apoio

directo ao Orçamento.

8.4.2.3 - Conta n.º 004356601007 – MF – DNT - Taxa de Concessão

Esta conta, sediada no Banco de Moçambique, foi aberta no âmbito da reversão da Barragem

Hidroeléctrica de Cahora Bassa a favor do Estado Moçambicano, para depósito dos valores da

taxa de concessão, antes do seu ingresso na CUT.

O Decreto n.º 3/2009, de 23 de Março, concernente à consignação do valor da taxa de

concessão, paga pela HCB, estabelece a seguinte distribuição:

a) 60%, para o Orçamento do Estado;

b) 35%, para o Fundo de Energia (FUNAE);

c) 2,5%, para o Gabinete do Plano de Desenvolvimento do Zambeze (GPZ)5;

d) 2,5%, para o Conselho Nacional de Electricidade (CNELEC), até ao limite do seu

Orçamento de Funcionamento. Caso exista um valor remanescente, o mesmo reverte a

favor do Orçamento do Estado.

No quadro a seguir, apresenta-se o resumo dos movimentos efectuados durante o ano, nesta

conta.

Quadro n.º VIII.14 – Movimento Anual da Conta Taxa de Concessão

Saldo Inicial 31.138.546,03

Créditos 265.762.912,18

Débitos 263.981.202,76

Saldo Final 32.920.255,45

Fonte: Extractos Bancários de 2014.

(Em ZAR)

5O Gabinete do Plano de Desenvolvimento do Zambeze foi extinto pelo Decreto n.º 22/2010, de 30 de Junho, competindo aos

Ministros que superintendem as áreas de planificação e das finanças decidir sobre os bens, direitos e obrigações do GPZ,

nomear a sua comissão liquidatária, bem como definir as suas responsabilidades e o prazo a observar no respectivo processo

de liquidação.

Novembro de 2015

TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2014

VIII-14

Da Conta Bancária n.º 004356601007 – MF – DNT - Taxa de Concessão, transitaram para

2014, ZAR 31.138.546,03, tendo-se registado, nesse ano, movimentos a crédito e a débito de

ZAR 265.762.912,18 e ZAR 263.981.202,76, respectivamente, de que resultou o saldo final de

ZAR 32.920.255,45.

No exercício em consideração, o valor atribuído ao extinto Gabinete do Plano de

Desenvolvimento do Zambeze destinou-se ao pagamento da dívida contraída por este, no

âmbito da construção e reabilitação de infra-estruturas próprias, conforme o despacho do

Ministro das Finanças, datado de 6/8/2012, recaído sobre a Informação Proposta n.º

165/DAJEF/2012, de 24 de Julho.

Entretanto, foi apurado que o valor de ZAR 28.677.706,55, correspondente ao valor da taxa de

concessão, creditado na conta, no dia 22/12/2014, por razões não justificadas, não foi

canalizado como receita à CUT6.

No exercício do direito do contraditório em relação ao relatório preliminar de auditoria, a DNT

informou que aquele valor não foi receitado porque até ao fecho do exercício económico não

se tinha a confirmação do valor creditado, o que veio a ser reiterado pelo Governo, em sede do

contraditório.

Conforme foi referido nos relatórios anteriores, a DNT, deve adoptar mecanismos de

comunicação entre ela e os ordenadores, a fim de permitir a identificação atempada dos

créditos, nas contas bancárias, de modo a proceder-se à receitação dos ingressos e canalização

à CUT, em tempo útil.

A aferição dos movimentos a débito permitiu concluir que todos os valores foram transferidos

para a conta Receitas de Capital e desta para a CUT.

8.4.2.4 – Conta n.º 001748519015 - MPF – Receitas de Capital

Nesta conta, são depositados:

Os dividendos das empresas públicas e das participadas pelo Estado;

As taxas de concessão;

As receitas provenientes das privatizações;

As taxas de licença de exploração;

Outras receitas de capital.

A receita proveniente dos dividendos das empresas participadas pelo Estado é repartida na

proporção de 75,0% para o OE e 25,0% para o IGEPE, conforme consta do Despacho do

Ministro das Finanças, datado de 14 de Agosto de 2012.

Os movimentos, nesta conta, totalizaram os valores que se indicam no quadro a seguir.

6 Refira-se que para o exercício de 2014, a data limite de receitação de fundos é 24-12-2014.

Novembro de 2015

TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2014

VIII-15

Quadro n.º VIII.15 – Movimento Anual da Conta Receitas de Capital

Saldo Inicial 181.353

Créditos 2.952.012

Débitos 2.952.414

Saldo Final 180.951

Fonte: Extractos Bancários de 2014.

(Em mil Meticais)

O saldo inicial foi de 181.353 mil Meticais, os movimentos a crédito totalizaram 2.952.012

mil Meticais e os débitos, 2.952.414 mil Meticais, resultando o saldo final de 180.951 mil

Meticais.

No quadro e gráfico seguintes, apresenta-se o detalhe dos créditos registados nesta conta,

divididos pelos grupos de empresas públicas, empresas participadas pelo Estado, outras

instituições públicas, operadores privados e outros.

Quadro n.º VIII.16 – Créditos da Conta de Receitas de Capital

Dividendos Taxas de

Concessão

Licenças de

Exploração Outros Total Dividendos Outros

Empresas Públicas 551.232 747.112 1.298.344 44,0 515.408 463.214

Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) 385.630 385.630 13,1 346.951

Empresa Moçambicana de Dragagem 0,0 2.855

Electricidade de Moçambique (EDM) 10.452 10.452 10.452

Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) 155.150 747.112 902.262 30,6 155.150 463.214

Empresas Participadas pelo Estado 330.097 212.574 8.945 551.616 18,7 131.382 238.815

Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos (CMH) 73.500 73.500 2,5 84.567

Moçambique Celular (mCel) 8.945 8.945 0,3 17.835 4.920

Domus 405 405 0,0 405

Soares da Costa 4.464 4.464 4.464

Mozambique Community Network, SA (Mcnet) 34.115 33.641 67.756 2,3 15.635 54.962

Cimentos de Moçambique 10.830 10.830 0,4

MPDC 178.933 178.933 6,1 178.933

STEMA - Silos e Terminal de Graneleiro da Matola, SA 1.591 1.591 0,1 1.193

Hotel Cardoso 2.508 2.508 0,1 2.508

Banco Internacional de Moçambique (mBIM) 197.909 197.909 6,7

Açucareira de Xinavane 4.775 4.775 0,2 4.775

Outras Instituições Públicas 836.624 836.624 28,3 836.624

Banco de Moçambique (BM) 688.491 688.491 23,3 688.491

Instituto Nacional do Petróleo 148.133 148.133 148.133

Operadores Privados 49.313 152.300 201.613 6,8 201.613

ITD (Italian Thai Developement Company Limited) 152.300 152.300 5,2 152.300

Corredor do Desenvolvimento do Norte (CDN) 49.313 49.313 1,7 49.313

Outros 0 63.815 63.815 2,2 428.671

Regularizações 63.815 63.815

Reembolso dos Acordos de Retrocessão 428.671

Total 1.717.953 1.008.999 8.945 216.115 2.952.012 100,0 1.483.414 1.332.313

Peso (%) 58,2 34,2 0,3 7,3 100,0

Fonte: Extractos Bancários de 2014 e CGE-2014.

Entidade

Natureza dos Créditos

Peso

Valor Receitado (CGE)

(Em mil Meticais)

Novembro de 2015

TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2014

VIII-16

Gráfico n.º VIII.4 – Natureza dos Créditos

Fonte: Extractos bancários de 2014.

No que toca ao total de 2.952.012 mil Meticais dos créditos na conta Receitas de Capital,

1.298.344 mil Meticais (44,0%) provêm das Empresas Públicas, 836.624 mil Meticais

(28,3%), de outras instituições públicas7, 551.616 mil Meticais (18,7%), das Empresas

Participadas pelo Estado, e 201.613 mil Meticais (6,8%), de operadores privados.

Os restantes 63.815 mil Meticais (2,2%) correspondem à amortização dos empréstimos

concedidos por acordos de retrocessão repassados à empresa CFM, que por lapso foram

creditados na conta bancária em apreço, nos dias 7/01/2014 e 16/04/2014, em parcelas de

31.218 mil Meticais e 32.597 mil Meticais, respectivamente, cuja regularização ocorreu no dia

14/05/2014, na conta bancária apropriada8.

Quanto à sua natureza, os créditos desta conta provêm de dividendos das Empresas Públicas,

Empresas Participadas pelo Estado, Banco de Moçambique e Instituto Nacional do Petróleo,

no montante de 1.717.953 mil Meticais (58,2%), de taxas de concessão, 1.008.999 mil

Meticais (34,2%) e de licenças de exploração, 8.945 mil Meticais (0,3%).

Do montante remanescente de 216.115 mil Meticais (7,3%), 152.300 mil Meticais9 respeitam

a 50% do prémio de assinatura dos contratos de concessão das infra-estruturas do terminal

portuário de Macuse e da linha Ferroviária Moatize-Macuse, devendo, os restantes 50%, ser

utilizados em programas de desenvolvimento humano e formação de quadros nacionais desde

o arranque do projecto.

8.4.2.5 – Conta n.º 002141570015 – MPF – Banco Mundial – EMRO/99

Esta conta serve de mera intermediária da CUT nas operações de venda, resgate e pagamento

de encargos dos BT´s. Especificamente, ela acolhe o produto da venda de BT´s, que

posteriormente é transferido para a CUT, e dela saem os valores destinados ao resgate e

7 Banco de Moçambique e Instituto Nacional do Petróleo. 8 Conta n.º 000520511017 – MF – Direcção Nacional do Tesouro. 9 Equivalente a USD 5.000.000 ao câmbio de 30,46Mt/USD.

Dividendos

58,2%

Taxas de

Concessão

34,2%

Licenças de

Exploração

0,3%

Outros

7,3%

Novembro de 2015

TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2014

VIII-17

pagamento de juros dos mencionados títulos, previamente transferidos da CUT. Assim, uma

operação de venda de BT´s pode dar origem a um registo a crédito da conta, pelo encaixe e,

posteriormente, a débito, pela transferência do produto da venda para a CUT. No caso do

resgate e pagamento de juros de BT´s, verifica-se, exactamente, o fluxo inverso: a CUT

transfere para a conta bancária em apreço os montantes necessários (lançamento a crédito), os

quais são depois pagos aos respectivos beneficiários (lançamento a débito).

Os BT´s são instrumentos de curto prazo a que o Governo recorre para cobrir o défice

temporário da tesouraria. O Banco de Moçambique credita directamente na conta em apreço os

valores do produto da emissão dos BT´s, transferindo-os, depois, para a conta Receitas de

Terceiros, para efeitos de reclassificação e, posteriormente, para a CUT.

Assim, esta conta é creditada: (i) pela emissão de Notas de Pagamento dos juros a pagar

inscritos no Orçamento de Estado (débito da CUT) e (ii) pelo valor do capital a reembolsar,

através da emissão de Notas de Pagamento por Operações de Tesouraria (débito da CUT). Os

débitos são efectuados pelo Banco de Moçambique, no momento do resgate dos Bilhetes do

Tesouro (BT´s) e pagamento dos respectivos juros.

Nesta conta, registaram-se movimentos que totalizaram os valores que se indicam no quadro a

seguir.

Quadro n.º VIII.17 – Movimento Anual da Conta Banco Mundial –EMRO/99

Saldo Inicial 0

Créditos 42.569.820

Débitos 42.569.820

Saldo Final 0

Fonte: Extractos Bancários de 2014.

(Em mil Meticais)

De acordo com os movimentos dos extractos bancários, esta conta foi creditada e debitada em

42.569.820 mil Meticais, tendo registado um saldo final nulo.

No quadro a seguir, são indicados os resgates de BT’s efectuados, em 2014, agrupados pelos

meses em que ocorreram.

Quadro n.º VIII.18 – Resgate de BT´s

Meses Valor

Março 1.000.000

Abril 3.000.000

Maio 3.400.000

Julho 1.000.000

Agosto 3.000.000

Setembro 1.000.000

Outubro 5.400.000

Novembro 2.000.000

Total de Resgates na Conta 19.800.000

Total dos Resgates Efectuados 22.200.000

Diferença 2.400.000

(Em mil Meticais)

Fonte: DNT.

Observa-se, no quadro, que existe uma diferença de 2.400.000 mil Meticais entre o montante

debitado na conta em análise, para efeitos de resgate dos BT´s, e o valor efectivamente pago.

Novembro de 2015

TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2014

VIII-18

Conforme esclarecimentos da DNT e apurado nos respectivos processos, a diferença resultou

de um débito indevido, na CUT, feito pelo Banco de Moçambique, pelo resgate de BT´s, e não

na conta n.º 002141570015 – MPF – Banco Mundial – EMRO/99, o que contraria o plasmado

no artigo 7, Capítulo II, das Regras de Abertura, Movimentação e Encerramento de Contas

Bancárias do Estado, aprovadas pelo Diploma Ministerial n.º 260/2004, de 20 de Dezembro,

do Ministro do Plano e Finanças, segundo o qual, “A CUT é movimentada a débito, só para

contas do Estado ou seus credores, apenas por instrução e-SISTAFE”.

A conta bancária utilizada nas entradas e saídas de fundos relativos às operações dos BT´s

apresenta um total de 42.569.820 mil Meticais de créditos, conforme se indica no quadro que

se segue – Resumo dos Créditos.

Quadro n.º VIII.19 – Resumo dos Créditos

Descrição Valor

Emissão de BT´s 22.200.000

Resgate de BT´s 19.800.000

Juros 569.820

Total 42.569.820

(Em mil Meticais)

Fonte: Extractos bancários de 2014 e Notas de

Pagamento por OT´s.

O total de 42.569.820 mil Meticais, inclui 22.200.000 mil Meticais de crédito pela emissão dos

BT´s, 19.800.000 mil Meticais de créditos na conta, por transferência da CUT, para o resgate

dos BT´s, e 569.820 mil Meticais de juros de BT´s.

8.4.2.6 – Conta n.º 002606519019 - MPF - JAPÃO-NON PR GRANT AID/OF/2001

Esta conta, domiciliada no Banco de Moçambique, titulada pela Direcção Nacional do

Tesouro, é utilizada para o ingresso de fundos provenientes de duas fontes, a saber:

a) Contravalores resultantes da comercialização da ajuda alimentar do Japão, da conta n.º

263811010001 – MPF - JAPÃO NON PROJECT AID II, no BCI; e

b) Reembolsos dos créditos concedidos, em 2002, com donativos do Japão, através do

Tesouro, outorgados a empresas, que totalizaram USD 12.250.000.

O movimento global desta conta, em 2014, foi o seguinte:

Quadro n.º VIII.20 – Movimento Anual da Conta JAPÃO-NON PR GRANT

AID/OF/2001

Saldo Inicial 406.662

Créditos 646

Débitos 4.200

Saldo Final 403.108

(Em mil Meticais)

Fonte: Extractos Bancários de 2014.

No exercício de 2014, a mesma apresentava, como saldo inicial, 406.662 mil Meticais, tendo

registado movimentos a crédito, no valor de 646 mil Meticais, e a débito, no montante de

4.200 mil Meticais, de que resultou o saldo final de 403.108 mil Meticais.

Novembro de 2015

TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2014

VIII-19

Do total creditado (646 mil Meticais), 246 mil Meticais respeitam ao reembolso de parte do

valor do seguro da ajuda alimentar, cujas quantidades previstas não se efectivaram, e 400 mil

Meticais, referem-se ao reembolso do crédito contraído pelo Colégio Alvor. Estes montantes

correspondem aos registados no Mapa II-6 e no Anexo Informativo 5, ambos da CGE 2014.

O total dos Débitos (4.200 mil Meticais) destinou-se ao Instituto Nacional de Desminagem,

conforme a carta com referência n.º 104/A/14, de 2 de Junho de 2014, da Embaixada do Japão

em Moçambique, no âmbito da conferência de Revisão do Tratado sobre o Banimento de

Minas Anti-Pessoal.

Refira-se que o valor aprovado para o efeito é de USD 150.000, o que equivaleria, à data da

transferência, a 4.608 mil Meticais10, valor superior, em 408 mil Meticais, ao efectivamente

transferido àquele instituto.

8.4.2.7 - Conta n.º 241889010001- MPF/USAID/TITLE I 2001

No quadro do programa de ajuda em bens alimentares para venda às populações, através da

rede comercial, estabelecido entre os governos de Moçambique e dos Estados Unidos, o País

recebe, anualmente, donativos em espécie, de que se destaca o óleo cru de soja destinado às

indústrias de refinação. Segundo as condições contratuais, as empresas seleccionadas devem

efectuar o pagamento, através de depósitos bancários nesta conta, sediada no BCI e titulada

pelo Ministério das Finanças.

Esta conta, conforme o quadro a seguir, transitou para 2014 com o saldo de 256.583 mil

Meticais, tendo registado, no decorrer do exercício de 2014, movimentos a crédito, no

montante de 3.401 mil Meticais, de que resultou o saldo final de 259.984 mil Meticais.

Quadro n.º VIII.21 – Movimento Anual da Conta USAID/TITLE I 2001

Saldo Inicial 256.583

Créditos 3.401

Débitos 0

Saldo Final 259.984

(Em mil Meticais)

Fonte: Extractos Bancários de 2014.

Os créditos desta conta, no valor de 3.401 mil Meticais, respeitam a juros credores dos

depósitos à ordem, de Janeiro a Dezembro de 2014.

Para além dos juros ingressados na conta bancária em apreço, foram igualmente creditados

2.591 mil Meticais de juros, na conta bancária n.º 16945222210001 – MF-G.R.M/USAID-

TITLE III FY 2000, totalizando 5.992 mil Meticais, montante que coincide com o apresentado

na rubrica de “juros de ajuda alimentar” do Anexo Informativo 5 da CGE em apreço.

8.4.2.8 - Conta n.º 003692519017- MPF-URD

Segundo a DNT, esta conta, sediada no Banco de Moçambique, é usada para receber valores

resultantes da cobrança de créditos mal parados provisionados do ex-Banco Austral e é

debitada pelo pagamento de despesas inerentes ao processo de cobrança dos referidos créditos.

10 4.608.000,00 MT = USD 150.000*30,72 Mt/USD (Boletim cambial do BM Ref. 106/14, de 20 de Junho de

2014).

Novembro de 2015

TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2014

VIII-20

Este procedimento faz com que esses valores não transitem pela CUT, e consequentemente,

não sejam apresentados na Conta Geral do Estado, em violação dos princípios e regras

especificas estatuidos no n.º 3 do artigo 54 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, segundo o

qual "a unidade de tesouraria abrange todos os fundos de origem fiscal e extra-fiscal”.

A DNT, no exercício do direito do contraditório do relatório preliminar, reconheceu o facto e

afirmou que para corrigir esta situação, serão accionados mecanismos ao nível do sistema para

viabilizar o seu registo na CUT e consequente contabilização na CGE.

No quadro seguinte, apresenta-se o resumo dos movimentos efectuados durante o ano, nesta

conta.

Quadro n.º VIII.22 – Movimento Anual da Conta MPF-URD

Saldo Inicial 133.924

Créditos 28.315

Débitos 6.134

Saldo Final 156.105

(Em mil Meticais)

Fonte: Extractos Bancários de 2014.

Relativamente aos créditos mal parados, foi recebido na conta o montante de 28.315 mil

Meticais. Os débitos, no valor de 6.134 mil Meticais, destinaram-se ao pagamento à empresa

SAL & Caldeira, pelos serviços de assessoria jurídica prestados ao Estado, no âmbito da

cobrança dos créditos anteriormente referidos, tendo resultado o saldo final de 156.105 mil

Meticais.

8.4.3 – Outras Contas do Estado

Neste ponto, centra-se a análise nas contas bancárias tituladas pela Direcção Nacional do

Património do Estado, respeitantes às Privatizações, Alienação de Imóveis, Aquisição de

Veículos e Abates.

8.4.3.1 – Conta n.º 004210519012 – Privatizações

Esta conta bancária é creditada pelas receitas de alienação de empresas, participações do

Estado no capital social de empresas, taxas de concessão de exploração e pelos pagamentos

efectuados pelos adjudicatários das empresas privatizadas, de acordo com as modalidades

acordadas contratualmente. É debitada por pagamentos de passivos laborais, salários em

atraso, indemnizações dos trabalhadores, comissões dos intervenientes no processo de

privatização, anúncios publicitários e aquisição de material diverso.

O resumo dos movimentos da conta é apresentado a seguir.

Quadro n.º VIII.23 – Movimento Anual da Conta Privatizações

Saldo Inicial 40.932

Créditos 224.444

Débitos 156.162

Saldo Final 109.214

(Em mil Meticais)

Fonte: Extractos Bancários de 2014.

Novembro de 2015

TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2014

VIII-21

Com um saldo inicial de 40.932 mil Meticais, foram creditados e debitados 224.444 mil

Meticais e 156.162 mil Meticais, respectivamente, resultando o saldo final de 109.214 mil

Meticais.

Dos movimentos a crédito, destacam-se as receitas de alienação de empresas e participações

do Estado, com 71.867 mil Meticais (32,0%), e as receitas relativas à taxa de Cessão de

Exploração, 5.566 mil Meticais (2,5%). Os restantes créditos (145.888 mil Meticais)

correspondem a valores que ingressaram indevidamente e foram estornados.

Porém, apesar de solicitados, não foram facultados ao Tribunal Administrativo os

justificativos de 1.123 mil Meticais (0,5%) de créditos. No decorrer da auditoria, os

responsáveis pela gerência justificaram que tal facto prende-se com a falta de encaminhamento

dos talões de depósito à DNPE, por parte de alguns adjudicatários.

Em relatórios anteriores, o TA pronunciou-se sobre este facto, no sentido de a DNPE

encontrar mecanismos de comunicação com os adjudicatários das empresas privatizadas, de

modo a permitir a identificação atempada, nas contas bancárias, dos ordenadores, por forma a

proceder-se à receitação dos ingressos, em tempo útil.

No exercício económico de 2014, esta conta bancária registou movimentos a débito no valor

total de 156.161 mil Meticais, dos quais 145.888 mil Meticais correspondem a estornos e

1.265 mil Meticais, a devolução de cheques.

Os restantes 9.008 mil Meticais foram utilizados para o pagamento de despesas não

orçamentadas, como a seguir se detalha:

8.580 mil Meticais, no saneamento financeiro, através do pagamento de passivos

laborais de várias empresas;

427 mil Meticais, no pagamento de despesas de viagens dos membros das comissões

nacionais de avaliação e alienação e mil Meticais de despesas bancárias.

A utilização desta conta para pagar despesas constitui uma violação do princípio da unidade de

tesouraria estabelecido na alínea a) do número 1 do artigo 54 da Lei n.º 9/2002, de 12 de

Fevereiro, segundo o qual todos os recursos públicos devem ser centralizados com vista a uma

maior capacidade de gestão, dentro dos princípios de eficácia, eficiência e economicidade.

Este facto constitui preterição das normas sobre a elaboração e execução dos orçamentos, bem

como da assunção, autorização ou pagamento de despesas públicas ou compromissos, sendo

passível de eventual responsabilidade financeira sancionatória, à luz do disposto na alínea b)

do n.º 3 do artigo 93 da Lei n.º 26/2009, de 29 de Setembro, atinente ao regime relativo à

organização, funcionamento e processo da 3.ª Secção do Tribunal Administrativo.

O n.º 2 do artigo 15 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, prescreve que “Nenhuma despesa

pode ser assumida, ordenada ou realizada sem que, sendo legal, se encontre inscrita

devidamente no Orçamento do Estado aprovado, tenha cabimento na correspondente verba

orçamental e seja justificada quanto à sua economicidade, eficiência e eficácia”.

Relativamente a esta questão, a DNPE afirmou, no exercício do direito do contraditório do

relatório preliminar de auditoria, que está em curso um trabalho para a canalização dos fundos

à CUT, como medida correctiva, a fim de se evitar que os mesmos fiquem acumulados na

conta bancária.

Novembro de 2015

TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2014

VIII-22

8.4.3.2 – Conta n.º 221.00000622.601.000.0 – Privatizações (Em USD)

À semelhança da conta privatizações, em Meticais, a aberta em USD está sendo creditada

pelos pagamentos efectuados pelos adjudicatários das empresas privatizadas e debitada pelos

pagamentos dos passivos (salários e indemnizações dos trabalhadores), comissões dos

intervenientes no processo de privatização, anúncios e material diverso.

Com um saldo inicial de USD 1.735.656,46, foram creditados USD 211.506,00, resultando o

saldo final de USD 1.947.162,46, não se tendo registado movimentos a débito.

Quadro n.º VIII.24 – Movimento Anual da Conta Privatizações

Saldo Inicial 1.735.656,46

Créditos 211.506,00

Débitos 0,00

Saldo Final 1.947.162,46

(Em Dólares Americanos)

Fonte: Extractos Bancários de 2014.

Da aferição dos processos, não foi identificada a origem dos créditos desta conta, nem o saldo

foi canalizado à CUT, como impõe o princípio da unidade de tesouraria já citado.

8.4.3.3 – Conta 21.00000473.519.011 – Alienação de Imóveis

Segundo o estatuído no artigo 17 do Decreto n.º 2/91, de 16 de Janeiro, conjugado com a

alínea b) do artigo 11 do Decreto n.º 24/95, de 6 de Junho, do produto da alienação de imóveis

canalizado para a DNPE, 50% é transferido para o Fundo para o Fomento da Habitação, 30% é

destinado ao pagamento das indemnizações, constituindo, os restantes 20%, receita do Estado.

No quadro seguinte é apresentado o resumo dos movimentos ocorridos no exercício em

consideração.

Quadro n.º VIII.25 – Movimento Anual da Conta Alienação de Imóveis

(Em mil Meticais)

Saldo Inicial 12.454

Créditos 102.361

Débitos 57.554

Saldo Final 57.261

Fonte : Extractos Bancários de 2014.

O saldo inicial foi de 12.454 mil Meticais, tendo os movimentos a crédito totalizado 102.361

mil Meticais e os a débito 57.554 mil Meticais, resultando o saldo final de 57.261 mil

Meticais.

Da verificação dos documentos de suporte dos créditos, apurou-se que 66,0% respeitam às

receitas de alienações a nível central e 20,7% provêm das DPPF´s, conforme ilustra o quadro

seguinte.

Novembro de 2015

TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2014

VIII-23

Quadro n.º VIII.26 - Receitas de Alienação de Imóveis

O rigem ValorPeso

(%)

Cabo Delgado 1.284 1,3

Inhambane 302 0,3

Maputo 2.047 2,0

Nampula 5.330 5,2

Niassa 1.050 1,0

Sofala 5.922 5,8

Zambézia 5.257 5,1

Subtotal Âmbito Provincial 21.192 20,7

Comissão da Cidade de Avaliação e

Alienação de Imóveis de Habitação do

Estado

21.847 21,3

Vivre (Pedra Silva Arquitectos Moçambique) 45.720 44,7

Subtotal Âmbito Central 67.567 66,0

Créditos s/ identificação da origem 13.602 13,3

Total 102.361 100,0

Fonte : DNPE

(Em mil Meticais)

Quanto aos restantes 13,3% dos créditos, apesar de solicitados, os responsáveis pela gerência

não disponibilizaram os correspondentes comprovativos, afirmando que os mesmos resultam

de depósitos efectuados pelos adjudicatários dos imóveis, sem o devido encaminhamento dos

respectivos comprovativos a esta Direcção Nacional.

Pronunciando-se no exercício do contraditório do relatório de auditoria, a DNPE reconheceu o

facto e informou, essencialmente, que tem levado a cabo um trabalho de persuasão às DPPF´s,

assim como aos próprios adjudicatários, para que procedam à entrega dos comprovativos que

permitam a identificação da origem dos montantes.

O documento adita, ainda, que medidas internas estão sendo tomadas com vista à obtenção de

informações sobre os movimentos, através do envio de circulares às DPPF´s para que estas

identifiquem a proveniência dos valores constantes dos extractos bancários.

Conclui-se, assim, da existência de deficiências na identificação da origem das receitas,

impondo-se a necessidade de adopção de mecanismos com vista a conferir à DNPE a

requerida capacidade de controlo e receitação dos ingressos e canalização às entidades

competentes, em tempo útil.

As receitas canalizadas pelas DPPF´s devem corresponder a 80% dos valores cobrados, sendo

que os remanescentes 20% devem ser canalizados à Direcção da Área Fiscal competente, em

estrito cumprimento das disposições da Circular n.º 05/DNPE/DCR/04-042.3/2011, de 5 de

Julho, do Director Nacional do Património do Estado.

Ainda da verificação dos processos, foi apurado um crédito datado de 21/07/2014, no

montante de 45.720.000,00 Meticais, ordenado pela empresa Vivre (Pedra Silva Arquitectos

Moçambique), correspondente à receita de alienação de um complexo residencial localizado

na Cidade de Maputo.

Relativamente aos débitos da conta em apreço, num total de 57.554 mil Meticais, 35.838 mil

foram transferidos para o FFH, sendo os remanescentes 21.716 mil canalizados à Direcção da

Área Fiscal do 1.º Bairro, a título de receita de alienação do património do Estado, em

Novembro de 2015

TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2014

VIII-24

observância do estatuído no artigo 17 do Decreto n.º 2/91, de 16 de Janeiro, conjugado com a

alínea b) do artigo 11 do Decreto n.º 24/95, de 6 de Junho, atrás referidos.

Da verificação dos respectivos comprovativos dos débitos, foi apurado o seguinte:

a) A repartição dos montantes que cabem ao FFH e ao Estado, conforme atesta o

quadro seguinte, foi realizada tendo como base o saldo disponível na conta

bancária, ao invés da informação respeitante à receita efectivamente reconhecida,

uma vez constatada a existência de entradas de fundos cujos ordenadores não

foram identificados.

Quadro n.º VIII.27 – Repartição das Receitas de Alienação de Imóveis

FFH (50%) O E (20%)

28-01-2014 17.122 8.561 3.424

25-03-2014 12.055 6.028 2.411

20-05-2014 10.783 5.392 2.157

09-07-2014 13.108 6.554 2.622

05-09-2014* 55.512 9.304 11.102

Total 108.580 35.838 21.716

*Remanescente do valor do FFH previsto no Contrato-Programa.

Data Saldo do ExtractoRepartição

(Em mil Meticais)

b) No quadro seguinte, apresentam-se as Receitas de Alienação que não foram

canalizadas ao FFH e OE, no montante de 8.850 mil Meticais e 3.540 mil Meticais,

respectivamente, cobradas no período compreendido entre 7 de Outubro e 31 de

Dezembro, apesar de identificados, parcialmente, os respectivos ordenadores, em

preterição do estatuído no artigo 17 do Decreto n.º 2/91, de 16 de Janeiro,

conjugado com a alínea b) do artigo 11 do Decreto n.º 24/95, de 6 de Junho, já

citados.

Quadro n.º VIII.28 – Receitas não Canalizadas

(Em mil Meticais)

FFH (50%) O E (20%)

22-10-2014 92 46 18 DPPF - Inhambane

11-11-2014 517 259 103 DPPF - Sofala

19-11-2014 921 461 184 DPPF - Sofala

26-11-2014 629 315 126 DPPF - Sofala

28-11-2014 284 142 57 DPPF - Sofala

17-10-2014 941 471 188

11-12-2014 4.265 2.133 853

Subtotal 7.649 3.825 1.530

07-10-2014 479 240 96

14-11-2014 3.122 1.561 624

14-11-2014 3.222 1.611 644

24-11-2014 2.616 1.308 523

24-11-2014 612 306 122

Subtotal 10.051 5.026 2.010

Total 17.700 8.850 3.540

Fonte : DNPE.

Ordenador Desconhecido

Data ValorRepartição

O rdenador

Comissão da Cidade de Avaliação e

Alienação de Imóveis de Habitação do

Em sede do contraditório do relatório preliminar, a DNPE reconheceu o facto e

informou que o mesmo se deveu a um erro.

Novembro de 2015

TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2014

VIII-25

Esta situação revela falhas nos procedimentos de controlo interno instituídos,

traduzindo-se na omissão da transferência atempada do valor devido ao FFH e da

transferência para CUT do valor a ser repartido a favor do OE, não permitindo que tais

receitas de capital fiquem reflectidas na Conta Geral do Estado.

8.4.3.4 – Conta n.º 2.109.513.011 – Aquisição de Veículos

Esta conta é creditada pelos fundos do Orçamento do Estado disponibilizados pela Direcção

Nacional de Contabilidade Pública e debitada pelas despesas referentes à aquisição de meios

circulantes/equipamentos (viaturas e motorizadas), destinados aos organismos do Estado a

nível nacional, assim como ao pagamento dos despachantes aduaneiros.

No exercício económico de 2014, os pagamentos efectuados aos despachantes aduaneiros

destinaram-se à restituição dos pagamentos efectuados por estes, ao INATER e Mcnet.

A conta apresentou um saldo inicial de 8.526 mil Meticais. Os movimentos a crédito

totalizaram 468.541 mil Meticais e a débito, 467.974 mil Meticais, resultando um saldo a

transitar, no final de 2014, de 9.093 mil Meticais, conforme consta do resumo que se segue.

Quadro n.º VIII.29 – Movimento Anual da Conta Veículos

Saldo Inicial 8.526

Crédito 468.541

Débito 467.974

Saldo Final 9.093

Fonte : Extractos Bancários de 2014.

(Em mil Meticais)

O saldo inicial é constituído por:

a) 6.378 mil Meticais (74,8%) não utilizados em 2013, cuja devolução ocorreu no dia 30-

01-2014, portanto fora do período fixado no Anexo E da Circular n.º 03/GAB-

MF/2013, de 16 de Outubro, segundo a qual a anulação dos saldos não utilizados deve

ocorrer até 10 de Janeiro de 2014.

O princípio de regularidade financeira estatuído na alínea a) do artigo 4 da Lei n.º

9/2002, de 12 de Fevereiro, determina que “a execução do orçamento do Estado deve

ser feita em harmonia com as normas vigentes e mediante o cumprimento dos prazos

estabelecidos”;

b) 2.043 mil Meticais (24,0%), transferidos da componente de investimento do

Orçamento de 2013, e posteriormente canalizados à conta bancária n.º 004045513012

– Projecto Cadastro e Inventário, no dia 16/01/2014, para o pagamento de serviços de

consultoria a uma empresa sediada no estrangeiro.

Há a referir que as contas bancárias devem ser movimentadas dentro dos objectivos

para as quais foram constituídas e não, como foi o caso, para finalidades distintas, o

que não permite um eficiente controlo e acompanhamento da movimentação das

mesmas;

c) 105 mil Meticais (1,2%) respeitantes a cheques emitidos em 2013, para o pagamento

de despesas com despachantes aduaneiros, cujo desconto ocorreu no dia 9/01/2014.

Novembro de 2015

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VIII-26

Na aferição dos movimentos a crédito, verificou-se que o montante de 1.044 mil Meticais foi

transferido indevidamente pela DNPE, cuja regularização ocorreu a favor da conta bancária n.º

004045513012 – Projecto Cadastro e Inventário.

Do total dos débitos, 458.404 mil Meticais, correspondem à aquisição de veículos para o

Estado, cujos fornecedores são apresentados no quadro que se segue.

Quadro n.º VIII.30 – Fornecedores dos Veículos Adquiridos

Beneficiário Valor

Consulado de Moçambique na África

do Sul (Imperial Toyota Parktown)6.081

Consulado de Moçambique na África

do Sul (Mercedes Benz East Rand)4.669

Élia dos Reis Manhiça 1.198

Entreposto Comercial 14.544

Frexpo Auto 2.224

Inter Auto 324.593

Jac Auto Mobile 4

José Mateus Manuel 61

Moçambique Holdings, Lda. 42.037

Motor Care, Lda. 1.370

Somotor 3.736

Tata de Moçambique 1.331

Tecnicar 2.250

Toyota de Moçambique 53.234

Winner Services 1.065

Despesas Bancárias 7

Total 458.404

Fonte : DNPE.

(Em mil Meticais)

Não é clara a razão da opção pela via de adiantamento de fundos para a conta bancária da

DNPE e não pela emissão de ordem de pagamento directo ao fornecedor pela CUT (via

directa), conforme dispõe a Circular n.º 05/GAB-MF/2013, de 27 de Dezembro, não se

enquadrando a presente situação nas excepções descritas no número 3 do artigo 18 da referida

Circular.

É de referir que o saldo de Adiantamento de Fundos não utilizado em 201411 foi canalizado

tardiamente, à Conta Bancária de Receitas de Terceiros (CBRT), no dia 28/01/2015, o que

contraria o prazo mencionado no Anexo E da Circular n.º 03/GAB-MF/2014, de 31 de

Outubro, segundo o qual a anulação do saldo não utilizado deve ocorrer até 9 de Janeiro de

2015.

Outrossim, a situação descrita anteriormente contraria o princípio da regularidade financeira

estabelecido na alínea a) do artigo 4 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, segundo o qual “a

execução do orçamento do Estado deve ser feita em harmonia com as normas vigentes e

mediante o cumprimento dos prazos estabelecidos”.

11 Entretanto, foi feito um pagamento parcial de compra de 8 viaturas, através da transferência datada de 05-01-

2015, ficando, à data, o saldo remanescente de 722 mil Meticais.

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VIII-27

8.4.3.5 - Conta Bancária n.º 004224519002 - MF-DNPE - Abates

Esta conta é creditada pelo produto da venda de bens abatidos em hasta pública e de

documentos de concurso e debitada pelo pagamento de despesas relativas à preparação e

realização de concursos, gratificação dos membros da Comissão de Avaliação e Venda de

Bens Abatidos12, bem como pela canalização de fundos a uma direcção de área fiscal.

De acordo com o estabelecido no n.º 4 do artigo 54 do Regulamento do Património do Estado,

aprovado pelo Decreto n.º 23/2007, de 9 de Agosto, o produto da venda de bens abatidos

constitui receita do Estado, devendo ser entregue na Direcção de Finanças da respectiva área

fiscal.

O resumo dos movimentos ocorridos no exercício em consideração é apresentado

seguidamente.

Quadro n.º VIII.31 – Movimento Anual da Conta Abates

(Em mil Meticais)

Saldo Inicial 2.057

Créditos 4.002

Débitos 386

Saldo Final 5.673

Fonte : Extractos Bancários de 2014.

A conta iniciou o exercício com um saldo de 2.057 mil Meticais, tendo os movimentos a

crédito totalizados 4.002 mil Meticais e, a débito, 386 mil Meticais, resultando um saldo a

transitar, no final de 2014, de 5.673 mil Meticais.

Do total creditado na conta bancária, a DNPE apenas reconheceu o montante de 2.191 mil

Meticais, conforme é apresentado no quadro que se segue.

Quadro n.º VIII.32 – Origem dos Créditos da Conta

Abate de

Bens

Caderno de

Encargos

Cedência de

EspaçosAcréscimo¹

Fevereiro 5 5

Março 333 333

Abril 81 35 116

Maio 84 84

Junho 1 1

Julho 763 763

Agosto 55 55

Setembro 461 461

Outubro 0

Novembro 106 32 138

Dezembro 235 235

Total 2.118 6 35 32 2.191

Fonte : DNPE

¹ Acréscimo de 5% sobre o valor da arrematação, pago pelos adjudicatários.

Período

O rigem

Total

(Em mil Meticais)

12 Estas despesas são suportadas pelo acréscimo de 5% pago pelos adjudicatários, conforme consta do n.º 4 do

artigo 60 do referido Regulamento do Património do Estado.

Novembro de 2015

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VIII-28

Nota-se, no quadro, que, para além das receitas de abates, ingressam igualmente nesta, outros

tipos de receitas, nomeadamente as resultantes da venda de cadernos de encargos e da

utilização de espaços da DNPE.

Deste modo, resulta que do total creditado na conta bancária (4.002 mil Meticais), a DNPE

apenas apurou a origem da receita, de 2.191 mil Meticais, desconhecendo a origem do

remanescente, no montante de 1.811 mil Meticais.

No exercício anterior, não fora esclarecida a origem de 317 mil Meticais, de créditos que

adicionados ao valor de 2014, totalizam 2.128 mil Meticais.

A DNPE, exercendo o direito do contraditório do relatório de auditoria, informou ter sido

possível identificar a origem de 511 mil Meticais adicionais, dos quais 414 mil Meticais foram

depositados indevidamente pelo Ministério do Interior, relativamente a descontos efectuados

aos funcionários na venda de bens abatidos, e 97 mil Meticais, igualmente depositados por

lapso, relativos à alienação de 2 viaturas a funcionários do ISAP.

O documento adita, ainda, que quanto ao remanescente de 1.617 mil Meticais, a direcção da

entidade está a trabalhar no sentido de identificar a sua origem.

Conforme foi referido anteriormente, a DNPE deve adoptar mecanismos de comunicação entre

ela e as entidades adjudicatárias dos bens abatidos, o que permitiria a identificação atempada,

tanto dos créditos, nas contas bancárias, como dos ordenadores, de modo a proceder-se à

receitação dos ingressos e canalização às entidades competentes, em tempo útil.

O resumo das saídas desta conta encontra-se no quadro que se segue.

Quadro n.º VIII.33 – Resumo dos Débitos da Conta

Finalidade Valor

Transferência a favor da Comissão de

Avaliação e Venda de Bens Abatidos e

outros intervenientes

277

Direcção da Área Fiscal 16

Despesas Correntes 53

Regularização de recebimentos indevidos 40

Total 386

Fonte : DNPE.

(Em mil Meticais)

Na verificação efectuada aos movimentos a débito desta conta, foram constatadas as seguintes

situações:

a) Não foram canalizados à Direcção da Área Fiscal competente, 2.118 mil Meticais,

embora tenha sido identificada a origem da receita, o que contraria o preceituado no n.º

4 do artigo 54 do Regulamento do Património do Estado, aprovado pelo Decreto n.º

23/2007, de 9 de Agosto, segundo o qual o produto da venda de bens abatidos constitui

receita do Estado, devendo ser entregue na Direcção de Finanças da respectiva área

fiscal.

Em sede do contraditório, do relatório de auditoria, os gestores apresentaram o

comprovativo da transferência do montante efectuada no dia 15/04/2015, data posterior

à do encerramento do exercício, pondo em causa o princípio da regularidade financeira,

Novembro de 2015

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VIII-29

consagrado na alínea a) do número 4 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que temos

estado a citar.

b) Através dos fundos provenientes do abate de bens, foram pagas despesas que, pela sua

natureza, devem ser suportadas por verbas do orçamento do Estado, entre as quais,

despesas de condomínio, emolumentos ao TA e aquisição de bens para manutenção e

reparação de imóveis.

Esses pagamentos foram feitos sem observância do disposto no n.º 2 do artigo 15 da

Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o Sistema de Administração Financeira do

Estado, segundo o qual “Nenhuma despesa pode ser assumida, ordenada ou realizada,

sem que, sendo legal, se encontre inscrita devidamente no Orçamento do Estado

aprovado, tenha cabimento na correspondente verba orçamental e seja justificada

quanto a sua economicidade, eficiência e eficácia”.

A DNPE é um órgão que faz parte do Ministério das Finanças, nos termos da alínea e) do

artigo 4 da Resolução n.º 18/11, de 16 de Novembro, da Comissão Interministerial da Função

Pública. Compete-lhe a coordenação e supervisão da contratação pública, utilização e gestão

de bens patrimoniais do Estado, bem como a sua normação e fiscalização, não se inserindo no

âmbito das suas competências, legalmente instituídas, o pagamento das despesas atrás

aludidas.

A Conta Única do Tesouro foi criada para o efeito, e é nela que devem ser centralizadas as

receitas, tanto internas como externas, bem como o pagamento das despesas públicas,

independentemente da sua natureza.

Importa referir que as contas da DNPE são transitórias para a CUT, e não para executar

despesas extra-orçamentais, como é o caso, em violação do princípio da unidade de tesouraria

do Estado.