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Movimente-se!
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
MOVIMENTE-SE!
Estudo Preliminar de parque esportivo para o bairro de Nova Parnamirim
Trabalho Final de Graduação (TFG)
apresentado como requisito parcial para a
conclusão do curso de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte no semestre letivo de
2017.2.
Autora: Anne Karolinne Nunes de Oliveira
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Amíria Bezerra Brasil
NATAL/RN
2017.2
AGRADECIMENTOS
Em todos os momentos da nossa vida existe a mão de Deus, até mesmo naqueles em
que achamos que não merecemos ou que estamos pedindo demais. Mas não é verdade, porque
o amor Dele é incrível. Obrigada por tudo, Deusinho!
Deste trabalho participaram muitas pessoas, desde aquelas que me jogaram para cima
quando eu achei que não passaria no vestibular mais uma vez até as que efetivamente
pegaram seus computadores para me ajudar a realizá-lo. Agradeço particularmente a Jai,
Nonô, Joycinha, Camis, Eve e Amanda por tanta coisa, que não caberia nos limites dessas
laudas. Obrigada por esses cinco (primeiros) anos, meninas!
Amíria, eu te agradeço por me aceitar como orientanda sem nem mesmo me conhecer.
Cheguei com a ideia de um parque lindo que todos utilizassem e fossem felizes e você foi me
moldando e me direcionando para o desenvolvimento de um prazeroso trabalho. Obrigada!
Meu amor, meu voinho e minha tia Cida, obrigada por serem anjos na minha vida e
por cuidarem de mim cada um do seu jeitinho e com seu amor.
E por último, a mais importante de todas. A mais linda de todas. A mais legal e amiga
de todas. A minha mamãe, a quem eu dedico esta conquista.
Mãe, obrigada por me escolher, me amar, me educar e me jogar para a vida. Amo
você!
RESUMO
Os parques alteram a configuração do espaço, contribuindo assim para a saúde física e mental
das pessoas e do lugar, além disso, esses equipamentos apresentam funções variadas, como
recreativa e educativa. Diante disso, o objetivo do presente trabalho é propor um parque
urbano em nível de estudo preliminar capaz de incentivar a interação e melhoria da qualidade
de vida dos usuários por meio da prática esportiva. Para o entorno da Avenida Maria Lacerda
em Nova Parnamirim, o parque apresenta-se como peça adicional de diversidade e também
como articulador das atividades existentes por meio da permeabilidade física por ele
proporcionada. A realização desse trabalho contou com análises de referências conceituais e
projetuais pertinentes aos parques, destacando a importância desses no meio urbano, assim
como estudos de referências e coleta de dados no site do IBGE e nas secretarias do município
de Parnamirim.
Palavras-chave: Parque Esportivo; Espaço Urbano; Interação Social.
ABSTRACT
The parks change the configuration of the space, contributing to the physical and mental
health of people and place, in addition, these equipment have many functions, such as
recreational and educational. Given that, the objective of the present paper is to propose a
preliminar study of urban park capable of encouraging the interaction and improvement of the
quality of life of users by exercising. For the vicinity of Maria Lacerda avenue in Nova
Parnamirim, the park presents itself as an additional piece of diversity as well as a link of
existing activities through the physical permeability it provides. The accomplishment of this
work counted on analyzes of conceptual and design references pertinent to the parks,
highlighting the importance of these to the urban environment as well as studies of references
and data collection in IBGE website and in Parnamirim city secretary.
Keywords: Sports Park; Urban Space; Social Interaction.
SUMÁRIO
Introdução ............................................................................................................................................... 7
1. Entendendo os espaços livres ........................................................................................................ 10
1.1. Área livre, praça e parque. ......................................................................................................... 10
1.2. Características e classificações dos parques ............................................................................... 12
1.3. Importância dos parques para as cidades contemporâneas......................................................... 14
2. Estudos de referência ........................................................................................................................ 18
2.1. Parque da Criança....................................................................................................................... 18
2.2. Centro de Esportes Radicais ....................................................................................................... 22
2.3. Klyde Warren Park ..................................................................................................................... 25
2.4. Quadro Resumo .......................................................................................................................... 28
3. Diagnóstico da área de intervenção ................................................................................................... 30
3.1. Nova Parnamirim: localização, breve histórico de ocupação e legislação vigente. ................... 30
3.2 Aspectos socioeconômicos .......................................................................................................... 35
3.3 Aspectos urbanísticos .................................................................................................................. 36
3.4. Equipamentos de lazer e esporte ................................................................................................ 43
3.5. Problemas e Potencialidades ...................................................................................................... 45
4. Movimente-se! .................................................................................................................................. 46
Considerações Finais ............................................................................................................................. 59
Referências ............................................................................................................................................ 60
Apêndices .............................................................................................................................................. 63
7
Introdução
Os parques são dedicados, em sua maioria à preservação e à integração entre o verde e
o ambiente construído e em alguns casos, revitalizam áreas não mais utilizadas ou degradadas.
Um exemplo é o Parque da Criança, em Campina Grande na Paraíba, situado no terreno do
antigo Curtume dos Mota, onde as instalações deram lugar a uma área de lazer e
entretenimento (ARAÚJO,2010).
Ana Rita Sá Carneiro e Liana de Barros Mesquita (2000) afirmam que “relacionar os
espaços livres com os espaços edificados é essencial para [...] a harmonia ambiental,
principalmente, em territórios notadamente urbanizados ou, em parte, desordenados”. Por
isso, as superfícies verdes devem ser compartilhadas com construções de uso comunitário
como parques, teatros, áreas de esporte e creches sempre tirando vantagem dos elementos
naturais quando existentes e atendendo à densidade populacional.
A área de estudo, no bairro de Nova Parnamirim, é uma zona de expansão imobiliária
com uma grande presença de condomínios residenciais, comércio e serviços. Entretanto,
verifica-se a limitada oferta de áreas livres públicas capazes de atender às demandas da
população, como parques e praças equipadas. Observa-se na região o uso das calçadas e de
algumas vias locais para o exercício de atividades físicas como corrida e caminhada, bem
como o grande número de academias de ginástica, que configuram espaços privados para
práticas esportivas.
A ideia de projetar um parque se justifica pelo desejo de criar um espaço público
destinado a atividades esportivas para os moradores das imediações da Avenida Maria
Lacerda. Aliado a isso, o terreno escolhido representa um grande vazio urbano com porções
de vegetação densa e falhas na cerca que o delimita, gerando assim insegurança para os que
transitam em suas calçadas.
Além disso, a escolha por projeto urbano no trabalho final representa a oportunidade
de explorar os conhecimentos estudados em uma proposta individual e utilizar no parque a
criatividade na aplicação das diretrizes urbanísticas como oferta adequada de equipamentos
urbanos e comunitários e proteção do meio ambiente natural.
8
O objetivo geral desse trabalho é propor um parque urbano, em nível de estudo
preliminar, capaz de incentivar a interação e melhoria da qualidade de vida dos usuários por
meio da prática esportiva. Como objetivos específicos, têm-se:
a) Analisar referências conceituais e projetuais pertinentes aos parques, destacando a
importância desses no meio urbano;
b) Investigar as ofertas e demandas por atividades esportivas ao ar livre no bairro e
incorporá-las à proposta;
c) Articular o parque ao entorno edificado;
d) Alcançar diferentes públicos.
Para alcançar os objetivos específicos, este trabalho, buscou nas ideias defendidas por
autores como Ana Rita Sá Carneiro, Liana de Barros Mesquita, Juan Luis Mascaró e Raquel
Tardin, a importância da correta utilização das áreas livres para as cidades contemporâneas e
os conceitos de praça, parque e áreas livres. O acesso a essas informações se deu via pesquisa
bibliográfica, documental e buscas na internet.
Além disso, foram realizados estudos de referências de parques urbanos e/ou
esportivos por meio de revisão bibliográfica e documental, pesquisas na internet, observação
in loco, levantamento fotográfico e auxílio do google maps. O objetivo dessa etapa foi buscar
tipos de parque, as soluções adotadas e as atividades desenvolvidas para posterior rebatimento
no projeto.
A análise do bairro se apoiou nos zoneamentos e leis do município de Parnamirim,
com foco no Plano Diretor, assim como no material cartográfico cedido pela prefeitura. Ainda
nessa fase, ocorreram visitas ao local para registro fotográfico, mapeamento da área e
observação do entorno com o intuito de identificar as demandas por atividades esportivas.
Para essa parte do trabalho, também foi necessária a coleta de dados junto às secretárias
municipais sobre os equipamentos de esporte e lazer do bairro, mapas com quadras, lotes,
topografia e vegetação, bem como a existência de projetos para os espaços públicos. Além
disso, informações sobre o perfil socioeconômico da população de Nova Parnamirim nas
bases censitárias do IBGE.
Em seguida ocorreu a sistematização, análise e síntese dos dados coletados por meio
de softwares, a fim de identificar os problemas e potencialidades da região trabalhada. Esse
estudo foi baseado na metodologia apresentada por de Vicente Del Rio (1990). Norteando-se
por essas informações, ocorreu a definição das diretrizes projetuais, posteriormente
especializadas na proposta do parque esportivo.
9
O presente trabalho final de graduação foi dividido em quatro capítulos: o primeiro
traz definições sobre áreas livres, com destaque para os parques, suas características,
classificações e a importância desses para as cidades contemporâneas. O segundo capítulo
analisa os estudos de referência e alguns pontos aplicáveis à proposta. O terceiro apresenta o
diagnóstico da área de estudo com aspectos históricos, socioeconômicos, urbanísticos e
indicando problemas e potencialidades relacionados à temática do trabalho. Por fim, o quarto
capítulo aborda as diretrizes e ações definidas a partir do estudo do bairro e expõe o
desenvolvimento do estudo preliminar do parque esportivo.
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1. Entendendo os espaços livres
Os espaços livres e suas funções na cidade são estudados por diversos autores que, a
partir da sua área de atuação, definem e classificam os seus principais elementos. Para o
desenvolvimento deste trabalho, a base teórica foi dividida em três subtópicos: o primeiro
aborda a conceituação de área livre com foco na distinção entre praça e parque; o segundo
apresenta um breve histórico da origem e evolução dos parques no mundo e no Brasil,
articulando as ideias dos autores sobre suas classificações; e o terceiro destaca a importância
desses equipamentos nas cidades contemporâneas, considerando a relação do natural com o
construído, a análise da paisagem e a saúde das pessoas e da cidade.
1.1. Área livre, praça e parque.
De maneira geral, os espaços livres se dividem em locais destinados à circulação,
como ruas e avenidas ou locais de permanência e interação social, como as praças. (LAMAS,
2004). Já na definição de Carneiro e Mesquita é levada em consideração a presença ou não de
elementos vegetais e construídos:
Área parcialmente edificada com nula ou mínima proporção de elementos
construídos e/ou de vegetação como avenidas, ruas, passeios, vielas, pátios,
largos, etc. ou com presença efetiva de vegetação como parques, praças,
jardins, etc. com funções primordiais de circulação, recreação, composição
paisagística e de equilíbrio ambiental (CARNEIRO E MESQUITA, 2000,
p.24).
Vale salientar que o termo espaço livre abrange áreas públicas que são de uso comum
da população e áreas particulares, referindo-se “tanto ao uso unifamiliar, como ao de uma
coletividade específica - quintais residenciais, clubes sociais, pátios de escolas, de hospitais
etc.” (CARNEIRO E MESQUITA, 2000, p.25).
No que diz respeito às funções dos espaços abertos públicos, há uma conformidade
entre os autores, quando indicam como primordiais as atividades de recreação, circulação e
conservação ou equilíbrio ambiental. O terreno escolhido para o parque apresenta
concentração arbustiva na parte posterior e árvores frutíferas - mangueiras, cajueiros e
coqueiros - espalhadas pelo terreno. Portanto, tais características vegetais não o classificam
como espaço livre de equilíbrio ambiental, considerando a ausência “de maciços vegetais [...]
remanescentes de ecossistemas naturais determinantes para o equilíbrio ecológico”
(CARNEIRO E MESQUITA, 2000, p.27). Entretanto, a partir da proposta final, a área passa a
ser classificada como local de recreação.
11
Juan Luis Mascaró, Lucia Mascaró e Ruskin Freitas (2008) caracterizam três escalas
de intervenção do paisagismo urbano: o jardim, a praça e o parque. É fundamental a
exposição do conceito desses dois últimos, porque a diferença básica entre eles fica a cargo
das dimensões consideradas pelos autores e das funções desses equipamentos. Genericamente,
as praças são elementos de ligação do entorno e de convivência e os parques comumente são
criados para proteção ambiental, além de ofertarem atividades de lazer e esporte.
Desse modo, Mascaró e Freitas (2008) definem praça como espaço aberto ajardinado,
pelo menos parcialmente, com tamanho de um ou, no máximo dois quarteirões, (1 ou 2 ha), e
que na maioria dos casos está rodeada de vias de circulação. Ana Rita Sá Carneiro e Liana de
Barros Mesquita (2000) adicionam na sua conceituação a função de convívio social e a
presença de bancos e elementos lúdicos.
Em relação ao parque, Carneiro e Mesquita (2000) afirmam que:
São espaços livres públicos com função predominante de recreação,
ocupando na malha urbana uma área em grau de equivalência superior à da
quadra típica urbana, em geral apresentando componentes da paisagem
natural - vegetação, topografia, elemento aquático - como também
edificações destinadas a atividades recreativas, culturais e/ou administrativas
(CARNEIRO E MESQUITA, 2000, p.28).
Parque na definição de Silvio Soares Macedo e Francine Gramacho Sakata (2002) é
“todo espaço de uso público destinado à recreação de massa, qualquer que seja o seu tipo,
capaz de incorporar intenções de conservação [...]” (MACEDO E SAKATA, 2002, p.14).
Por fim, adotando o Plano Diretor de Parnamirim, o parque é caracterizado como:
II - Parque Municipal - de domínio público - destina-se à proteção da fauna,
flora e belezas naturais, sendo permitida a utilização para fins recreativos,
educacionais e científicos, conciliada com a preservação dos ecossistemas
existentes, para o qual deverá ser aprovado um plano de manejo que
contenha zoneamento e normas de uso; (PARNAMIRIM, 2000, p.14).
A análise das definições expostas reforça a ideia de que as dimensões e a possibilidade
de execução de inúmeras atividades simultaneamente e por grupos diversos diferenciam os
parques das praças (MIRANDA, 2014). Ainda assim, alguns conceitos são imprecisos, uma
vez que falam genericamente de hectares, sem considerar o tipo, a função ou até mesmo a
localização do parque, por exemplo.
Entretanto, os espaços livres de permanência - praças e parques - assumem o papel de
estruturadores da paisagem, quando articulam os cheios e vazios no ambiente construído,
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promovendo a melhoria da qualidade de vida das populações citadinas. Portanto, para este
trabalho, a definição de parque defendida por Carneiro e Mesquita (2000) é a mais
consistente, visto que considera fatores como dimensões, funções e a presença de
componentes físicos e paisagísticos.
1.2. Características e classificações dos parques
Observando a evolução do que chamamos hoje de parque, é possível remeter sua
origem aos famosos jardins palacianos ingleses dos séculos XVIII e XIX. Inicialmente,
prevalecia a função estética, mas no decorrer dos séculos, foram incorporados modelos
urbanísticos que defendiam a presença efetiva de áreas livres no meio urbano.
Macklaine Miletho Silva Miranda (2014) identifica as principais correntes como: os
processos de higienização e estética, materializados nas reformas de Haussmann em Paris; a
criação do Central Park, na cidade de Nova York, com princípios de lazer, recreação,
democracia e liberdade; a proposta de Cidade-Jardim idealizada por Howard, defendendo a
proximidade campo-cidade; e já no Século 21, as discussões acerca dos problemas ambientais
e a sustentabilidade.
No Brasil, o desenvolvimento dos parques também ocorreu ao longo dos séculos,
seguindo as características externas, principalmente europeias. Miranda (2014) destaca a
mudança no programa dos parques, a partir do fim da segunda guerra:
O esporte passou a ser bastante valorizado e o lazer cultural integrou o
espaço dos parques através da criação de teatros de arena e áreas de múltiplo
uso. Em termos formais, (destaca-se) as inaugurações do Parque Ibirapuera
em São Paulo, em 1954, e o Parque do Flamengo no Rio de Janeiro, em
1962 [...]. Os anos 1970 consolidaram a figura do parque moderno, com
programas mistos integrando usos contemplativos, recreativos e esportivos,
com soluções projetuais diversificadas (MIRANDA, 2014, p.52).
No tocante à categorização dos parques, Lília Távora Pereira Pong (2010) limita-se a
dois grupos principais: o parque ecológico com foco na paisagem natural e atividades de
recreação, esporte e conscientização; e o parque temático que pode ser focado na paisagem
construída, como as instalações da Disney ou com ênfase em sítios históricos. Carneiro (2010)
detalha as funções da seguinte maneira:
A recreativa, relacionada à contemplação, à meditação e à prática de
esportes; a cultural, cujo foco, no mais das vezes, é a história anterior da
localidade; a estética, caracterizada pela oferta de cenários de beleza
paisagística; a social, que diz respeito à convivência entre os usuários; a
educativa e ecológica baseada nos benefícios que a proximidade com a
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natureza pode trazer à qualidade de vida; [...] e a econômica, relacionada ao
turismo e à valorização das edificações do entorno (CARNEIRO, 2010,
p.51).
Analisando as classificações de Carneiro, nota-se que elas são facilmente compiladas
em três principais: a recreativa e o consequente convívio social; a estética no que se refere à
contemplação paisagística e possível valorização econômica do entorno; e a educativa, sob as
perspectivas ecológica e histórica. Entretanto, a importância da conservação ambiental, seja
de cursos d’água, fauna ou flora, não aparece dentre as sete funções listadas.
Maria Isabel Sobral Escada (1992), Edson Leite Ribeiro (2016) e Mascaró e Freitas
(2008), classificam os parques seguindo três quesitos principais, a dimensão média, o nível de
complexidade das atividades e o raio de atuação ou proximidade das habitações. Os dois
primeiros autores utilizam os termos parque de vizinhança e parque de bairro, já os últimos
intitulam parque urbano ou suburbano. O quadro a seguir sintetiza essas classificações (ver
Figura 1).
Figura 1: Classificação dos parques
Seguindo as características acima mencionadas, o equipamento proposto neste
trabalho é um parque de bairro com dimensão média de cinco hectares capaz de promover
lazer e esporte para todas as faixas etárias. Além de articular o entorno edificado num raio de
Fonte: Produzido pela autora, 2017.
Nota: Baseado em ESCADA (1992), MASCARÓ E FREITAS (2008), RIBEIRO (2016).
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1000 metros, estimular a interação social e apresentar função paisagística e de conforto
ambiental.
1.3. Importância dos parques para as cidades contemporâneas
O crescimento populacional do bairro de Nova Parnamirim (localizado no município
de Parnamirim, vizinho à Natal) foi impulsionado principalmente pela introdução de
condomínios fechados de casas e blocos de apartamentos, ocasionando o fenômeno de
conurbação1 com o município de Natal e valorizando a área em questão. Pensando nisso, a
presença de terrenos vazios em especulação - aguardando a valorização imobiliária - é
significante, enquanto poderiam estar efetivamente ocupados e servindo à população. A
respeito da correta utilização de espaços vazios, Raquel Tardin (2008) defende:
[...] a inserção do sistema de espaços livres como uma diretriz da ordenação
territorial. [...] Além disso, existe a necessidade de transformação destes
espaços “vazios” em espaços cheios de significado, capazes de ser
reestruturadores do território, demonstrando que as infraestruturas ou as
pressões imobiliárias não são a única lógica possível para a urbanização
(TARDIN, 2008, p. 53-54).
Os espaços livres devem assumir o papel de regentes da ocupação territorial, ao invés
de derivarem dela como “sobras”, seja de vias, de loteamentos ou de reservas para o mercado
da construção civil. Pode-se aqui usar o exemplo do Copenhagen Finger Plan de 1947 (ver
Figura 2), projeto urbanístico que objetivava a reestruturação da cidade dinamarquesa por
meio de “um sistema contínuo de parques e lagos, integrados às áreas urbanas” (ORNSTEIN,
1999).
1 “A conurbação é um fenômeno urbano onde duas ou mais cidades constituem uma única malha urbana”
(FREITAS, 2017).
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Figura 2: Representação do Copenhagen Finger Plan
Essa relação do edificado e urbanizado com o natural e livre, constitui, em parte, a
paisagem urbana. Considerando que o significado de paisagem variou ao longo do tempo,
desde o entendimento como cenário e plano de fundo para obras de arte, passando pela ideia
de organização e interação dos elementos presentes no espaço urbano até a introdução da
subjetividade e vivências do observador na conceituação do termo.
Duas formas de interpretá-la são representadas pelos autores Gordon Cullen (1983) e
Kevin Lynch (1997): para o primeiro, a paisagem pode ser vista como “a arte de tornar
coerente e organizado, visualmente, o emaranhado de edifícios, ruas e espaços que constituem
o ambiente urbano.” (CULLEN, 1983, contracapa). O segundo defende que:
Nada é vivenciado em si mesmo, mas sempre em relação aos seus arredores,
à sequência de elementos que a ele conduzem, à lembrança de experiências
passadas. [...] Cada cidadão tem vastas associações com alguma parte de sua
cidade, e a imagem de cada um está impregnada de lembranças e
significados (LYNCH, 1997, p. 1).
Fonte: danishbusinessauthority.dk/sites/default/files/fp-eng_31_13052015.pdf.
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Nessa definição, a paisagem é tida como imagem construída na visão do observador,
admitindo assim, a subjetividade e valorizando a percepção humana no seu entendimento. A
introdução de um parque seja ele cultural, esportivo ou ambiental modifica a ambiência do
entorno, estimulando a relação pessoa-ambiente. Deste modo, pessoas diferentes em
momentos físicos e pessoais distintos convivem com o mesmo objeto, de maneiras singulares.
No âmbito do urbanismo, alguns mecanismos contribuem para a vivacidade da cidade
e das pessoas. Em relação aos parques de bairro, Jane Jacobs (2009) afirma que:
Os que têm sucesso nunca funcionam como barreira ou obstáculo ao
funcionamento complexo da cidade que os rodeia. Ao contrário, ajudam a
alinhavar as atividades vizinhas diversificadas, proporcionando-lhes um
local de confluência agradável; ao mesmo tempo, somam-se à diversidade
como um elemento novo e valorizado e prestam um serviço ao entorno
(JACOBS, 2009, p.110).
Ainda sobre o tema, Jan Gehl (2013), defende que “proporcionar oportunidades para
exercícios físicos e para algum tipo de autoexpressão é uma resposta lógica e valiosa aos
novos desafios” (GEHL, 2013, p. 112). Dito isso, percebemos que o crescimento das cidades
trouxe diversos problemas relacionados ao cotidiano citadino como ausência de equipamentos
públicos de lazer, esporte e cultura, por exemplo.
Entretanto, é possível modificar essa realidade a partir do planejamento e desenho
urbano, no que se refere, dentre outros, à busca por diversidade de usos nos bairros e a
proximidade com áreas livres adequadas à utilização da população. Portanto, “um ambiente
saneado, com microclima mais adequado, menos poluído, é item fundamental de saúde
pública, assim como oportunizar espaços livres voltados ao lazer e atividades físicas contribui
para a saúde física e mental” (QUEIROGA et al, 2011, p.20).
Pensando na paisagem do pedestre e nas oportunidades que a cidade pode oferecer,
Gehl (2013) define doze critérios de qualidade relacionados a fatores como proteção, conforto
e prazer que se assemelham às condições geradoras de diversidade urbana2 defendida por
Jacobs (2009) para a manutenção da vivacidade das cidades.
Em relação ao primeiro fator, Gehl sugere um ambiente público cheio de vida com boa
iluminação e sobreposição de funções de dia e à noite; para o segundo, recomenda espaço
para caminhar sem obstáculos e acessível a todos, bancos para descanso e convites para
2 No segundo capítulo de Morte e Vida de Grandes Cidades, Jacobs (2009) apresenta quatro condições para a
diversidade urbana: a necessidade de usos principais combinados, de quadras curtas, de prédios antigos e de
concentração de pessoas.
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criatividade, atividade física e jogos. E, no que diz respeito ao prazer, saber aproveitar os
aspectos positivos do clima, como sombra, brisa, água e vegetação (GEHL, 2013, p. 239).
Por fim, a adequada interação da comunidade com o meio ambiente está intimamente
ligada à qualidade de vida da população e, portanto, é resultado direto da combinação desses
fatores. Um parque, como representação de área livre pública bem aproveitada pode assumir
variados papéis no cotidiano das cidades, desde elemento de diversidade e destaque na
paisagem urbana até regente da ocupação territorial e articulador do entorno.
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2. Estudos de referência
Foram realizados estudos de referência a fim de auxiliar nas diretrizes projetuais e na
definição dos equipamentos do parque. Desse modo, foram escolhidos três parques: um
estudo direto no Parque da Criança e dois indiretos no Centro de Esportes Radicais e no
Parque Klyde Warren.
2.1. Parque da Criança
O Parque da Criança foi inaugurado em 12 de Outubro de 1993 em Campina Grande
na Paraíba, no terreno onde funcionou uma fábrica de beneficiamento de couros,
popularmente conhecido como Curtume dos Mota entre 1926 e 1981. Dotado de cinco
hectares de área total, o equipamento está localizado às margens do Açude Velho no bairro
Catolé com entorno apresentando usos variados, devido à proximidade com o centro da
cidade. Do projeto original do curtume, foram mantidos o pórtico de entrada e a chaminé.
O parque é aberto ao público todos os dias da semana com entrada gratuita de
segunda a sexta das 4h às 11h e das 15h às 20h30; sábados, domingos e feriados das 4h às
19h. Os equipamentos atendem a todas as faixas etárias com a presença de três quadras
poliesportivas com arquibancada descoberta e vestiário masculino e feminino entre elas; pista
de bicicross; estacionamento interno grátis para carro e moto; paraciclo; 1 km de pista de
corrida e caminhada; equipamentos de ginástica; academia para todos; campo de areia; três
parques infantis, sendo um de madeira, um de metal e outro de alvenaria; biblioteca do SESI;
rampa de skate; bebedouro; bancos; lixeiras; mesas de piquenique com cobertura; banheiros;
lanchonete; administração; espaço multiuso coberto e pátio central (ver Figura 3).
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Figura 3: Equipamentos e visitantes do Parque da Criança
(1) futebol de areia; (2) bicicross; (3) equipamentos de ginástica
(4) academia da melhor idade; (5) parque; (6) corrida e caminhada
Vale salientar que a pista principal de corrida e caminhada percorre grande parte do
terreno, interligando tanto esses equipamentos quanto quatro dos cinco acessos ao parque. A
circulação de bicicletas ocorre na ciclovia que o contorna pelo lado de fora, pois internamente
elas não são permitidas, devendo ser estacionadas no paraciclo. Além disso, a prefeitura
utiliza os espaços públicos da cidade como o parque da criança para o desenvolvimento do
programa “Mexe Campina” que objetiva promover qualidade de vida para a população por
meio de corridas, caminhadas, aulas de dança, entre outras atividades (ver Figura 4).
Fonte: Acervo Pessoal, 2017.
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Figura 4: Mapa do Parque
Somada à variedade de equipamentos, a arborização do parque contribui para seu uso
intensivo, uma vez que, em 2004 foram catalogadas 86 espécies diferentes, sendo 54 árboreas
e 32 ornamentais representando 659 unidades no total (LIRA et al, 2004). No tocante à
sinalização, foram encontradas placas de regras do parque e horário de funcionamento em
duas entradas. Na entrada principal, além dessas duas, há a única placa de localização da área
com setas indicativas dos equipamentos. A pista de corrida é compartilhada com a de
caminhada e a divisão das duas se dá por marcações no piso com a delimitação e identificação
da atividade. Ainda ao longo do percurso há placas com a distância percorrida (ver Figura 5).
Fonte: CARVALHO E LOPES, 2017, p.02.
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Figura 5: Sinalização do Parque da Criança
(1) regras do parque; (2) distância percorrida
Após a visita e análise do Parque da Criança é possível destacar alguns pontos
positivos e outros a melhorar. Como exemplos dos primeiros têm-se: limpeza satisfatória;
aproveitamento da parte inferior da rampa de skate para lanchonete, administração e
banheiros; mesas de piquenique, bancos e lixeiras espalhadas pelo parque; estacionamento
interno; poste com energia solar; arborização satisfatória; indicação de quilometragem nas
pistas e grafites nas paredes da rampa de skate. Já os pontos a melhorar são: bebedouros
apenas em um local do parque; falha na identificação, classificação etária e recomendação de
uso dos equipamentos; acessibilidade limitada em alguns ambientes (ver Figura 6).
Figura 6: Pontos positivos do Parque da Criança
(1) lanchonete; (2) mesas de piquenique; (3) lixeiras; (4) rampa de skate
Fonte: Acervo Pessoal, 2017.
Fonte: Acervo Pessoal, 2017.
22
2.2. Centro de Esportes Radicais
O Centro de Esportes Radicais foi inaugurado em Março de 2016, no bairro Bom
Retiro em São Paulo. O parque dispõe de 3,8 hectares nas proximidades do rio Tietê e está
situado em um terreno da prefeitura que antes abrigava dois barracões de escolas de samba. A
entrada é gratuita e o funcionamento é diário das 8h às 22h (ver Figura 7).
Figura 7: Mapa do Centro de Esportes Radicais
O foco do parque são as atividades radicais como paredes de escalada; área de parkour
com 650m²; mini rampa de skate para iniciantes com 480m²; street park - pista para skate,
bicicleta, patins e patinete que possui rampas e escadarias simulando a arquitetura da cidade;
três pump tracks - pistas asfaltadas com curvas e desníveis para skate, bicicleta, patins,
patinete e até cadeira de roda numa categoria específica. Esse complexo de pistas é o destaque
do parque, uma vez que apresentam três níveis de dificuldade: iniciante com 100 metros
lineares, intermediário 130 metros lineares e avançado com 220 metros lineares, atraindo
desde crianças e iniciantes a atletas profissionais (ver Figura 8).
Fonte: hypeness.com.br
23
Figura 8: Equipamentos Radicais do Centro de Esportes Radicais
(1) parkour; (2) pump track nível 01; (3) pump track nível 02;
(4) rampa de skate; (5) pista de skate; (6) grafites
Apesar da proposta de inovar com equipamentos menos usuais, o centro é destinado a
todos os públicos, por isso apresenta ainda ciclovias, pista de caminhada, área para shows,
playground para crianças de até 12 anos, brinquedos acessíveis, equipamentos de ginástica
para a terceira idade, áreas para piquenique e convivência, além de ginásio de sumô e campo
de beisebol que já existiam no terreno e foram incorporados ao projeto (ver Figura 9).
Fonte: hypeness.com.br (1 a 3)
capital.sp.gov.br (4 a 6)
Nota: modificado pela autora,2017
24
Figura 9: Equipamentos do Centro de Esportes Radicais
(1) brinquedos; (2) brinquedos adaptados; (3) campo de beisebol
(4) ciclovia; (5) ciclovia; (6) área de sumô
A iniciativa de criar um espaço público capaz de inovar na introdução de
equipamentos esportivos e recreativos é interessante tanto para os profissionais desses
esportes quanto para o público geral, considerando os vários níveis de pistas e rampas. Além
disso, é possível destacar como pontos positivos do projeto e funcionamento do parque: a
presença de instrutor no fim de semana, a obrigatoriedade do uso do capacete, a acessibilidade
física do parque, a instalação de banheiros, enfermaria e administração junto ao ginásio
existente e a separação física da pista de corrida/caminhada e ciclovia.
Fonte: hypeness.com.br (1 a 5)
esportividade.com.br (6)
Nota: modificado pela autora, 2017
25
2.3. Klyde Warren Park
O Klyde Warren Park foi inaugurado em Outubro de 2012 no centro de Dallas, no
Texas, Estados Unidos sobre o trecho rebaixado da autoestrada Woodall Rodgers entre as ruas
Pearl e St. Paul. Dotado de cerca de dois hectares de área total, o parque funciona todos os
dias das 6h às 23h com entrada gratuita, oferecendo atividades ao ar livre para todas as faixas
etárias. O entorno apresenta equipamentos culturais como museus, teatros, galerias de arte,
salas de orquestra e ópera, bem como igrejas, espaço de eventos e escola pública. Por isso, um
dos conceitos do parque é a conectividade da vizinhança (ver Figura 10).
Figura 10: Trecho rebaixado da autoestrada Woodall Rodgers antes e depois da implantação do Parque
Klyde Warren
Do ponto de vista projetual, “o parque foi concebido como uma série de salas ao ar
livre que estão em constante mudança e que são fascinantes para os visitantes” (BURNETT
apud DELAQUA, 2012). O paisagismo utiliza 322 árvores de 37 espécies nativas
responsáveis pelo conforto dos usuários e transeuntes nos dias mais quentes e contribuindo
para a ambiência do parque. Além disso, na implantação a seguir é perceptível a articulação
com o entorno, de modo que é possível cruzar o parque margeando a calçada externa ou
passando pelos ambientes centrais. (ver Figura 11).
Fonte: klydewarrenpark.org (1)
archdaily.com.br (2)
26
Figura 11: Implantação do Parque Klyde Warren
Fonte: klydewarrenpark.org
27
Em relação aos equipamentos têm-se: palco para espetáculos, restaurante, parque para
cães, parque infantil, fontes de água, jardins nativos, caminhos sombreados para pedestres,
área de jogos, setores de convivência e leitura. Além disso, o gramado é destinado a
atividades temporárias de acordo com a agenda do parque como yoga, Tai Chi, capoeira, aulas
de dança, exercícios funcionais, torneio de xadrez, cinema e concertos (ver Figura 12).
Figura 12: Equipamentos e atividades do Parque Klyde Warren
Após a análise do Parque Klyde Warren é possível destacar alguns pontos
interessantes e outros questionáveis. Como exemplos dos primeiros têm-se: variedade na
paginação do piso, circulações principais sombreadas, livre utilização do gramado para
atividades temporárias, presença do espaço canino, criatividade nos atrativos para o público
infantil e efetiva articulação com o entorno. Em relação aos pontos questionáveis, destaca-se a
interrupção do equipamento devido ao cruzamento de uma rua para carros, quebrando
visualmente a continuidade do parque, além de gerar um ponto de insegurança (ver Figura
13).
Fonte: archdaily.com.br
28
Figura 13: Trecho do parque interrompido à esquerda
com destaque para a variedade na paginação do piso.
2.4. Quadro Resumo
Após a análise dos três parques, destacam-se a seguir as informações mais relevantes
de cada projeto (ver Figura 14).
Figura 14: Resumo das Referências
Fonte: archdaily.com.br
Fonte: Produzido pela autora, 2017.
29
No que tange ao parque esportivo em questão é possível destacar dessas referências
alguns pontos aplicáveis à proposta como a satisfatória cobertura vegetal e a conectividade
entre as áreas encontradas no Parque da Criança; a introdução de equipamentos esportivos e
recreativos menos usuais e adaptados aos portadores de necessidades especiais destacados no
Centro de Esportes Radicais e a paginação de piso e a conexão com o entorno imediato
representados no Klyde Warren Park.
30
3. Diagnóstico da área de intervenção
Este capítulo apresenta o estudo da área de intervenção, considerando duas escalas: o
bairro de Nova Parnamirim e o entorno do terreno escolhido para o parque num raio de mil
metros. Em termos de bairro, foram abordados aspectos como localização, breve histórico de
ocupação e análise da legislação vigente, bem como, caracterização da população com base
nos dados do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010). Em outra
etapa, ocorreu a exposição dos equipamentos de lazer e das atividades desenvolvidas no
bairro, a partir das informações coletadas junto às secretarias municipais e das observações in
loco.
O estudo do entorno do terreno baseou-se na leitura dos mapas de traçado e
parcelamento; figura-fundo relacionando cheios e vazios; hierarquia de vias; usoS do solo;
gabarito e arborização. A análise desses produtos seguiu a metodologia descrita por Vicente
Del Rio (1990) e a adotada pelo diagnóstico da Prefeitura de Natal para a proposta de
regulamentação da ZPA-8 (2016) no que diz respeito à estruturação do documento e à
definição das informações relevantes para esse tipo de pesquisa.
Por fim, será apresentada a exposição dos problemas e potencialidades identificados a
partir da leitura do bairro e do entorno.
3.1. Nova Parnamirim: localização, breve histórico de ocupação e legislação vigente.
O bairro de Nova Parnamirim possui aproximadamente 120 km² e está localizado em
Parnamirim, município pertencente à Região Metropolitana de Natal, capital do Estado do Rio
Grande do Norte (ver Figura 15).
Figura 15: Localização do bairro de Nova Parnamirim
Fonte: commons.wikimedia.org (mapas)
csfotojornalismo.net (foto aérea)
Nota: modificado pela autora, 2017.
31
Nova Parnamirim comporta duas principais avenidas em sua totalidade, a Avenida
Abel Cabral e a Avenida Maria Lacerda Montenegro. Essas ligam a BR-101 Sul à Avenida
Ayrton Senna que pertence parcialmente ao bairro.
Inicialmente, a região era ocupada por granjas e fazendas caracterizadas como segunda
residência dos habitantes de Natal. A apropriação efetiva da área se deu a partir das décadas
de 1950/60 com criação de dois loteamentos, o Boa Esperança e o Parque Vale do Pitimbu
derivados da divisão das fazendas das famílias Machado e Montenegro (NICOLAU, 2008)
A fase seguinte da ocupação é resultante da introdução de conjuntos habitacionais na
década de 1980 financiados pelo IPE3 e por parcerias da Caixa Econômica Federal com o
Inocoop.4 Como exemplo dos primeiros tem-se o Conjunto do IPE para os servidores
estaduais de classe média baixa, entre as avenidas Abel Cabral e a Santa Luzia, e
posteriormente, o Parque dos Eucaliptos e o Serrambi V, implantados ao longo da Avenida
Ayrton Senna. Na Maria Lacerda Montenegro, o primeiro conjunto habitacional foi o
Alameda Boa Esperança II datado de 1988 (PAIVA, 2015).
A área teve seu crescimento impulsionado no fim da década de 1990 devido à
presença de condomínios horizontais - na Avenida Maria Lacerda - e verticais, na Av. Abel
Cabral e Av. Ayrton Senna, destinados à classe média com destaque para o Condomínio
Flórida Gardens:
“[...] popularmente conhecido como Plano 100 da Ayrton Senna foi o
primeiro condomínio vertical acima de quatro andares erguido na região
(1998) e entregue no ano 2000. O empreendimento da Construtora Ecocil,
composto de três torres de 15 andares, revolucionou o mercado imobiliário
potiguar, gerando intensa valorização às terras da região” (TRIBUNA DO
NORTE, 2011).
O plano diretor de Parnamirim zoneia o munícipio seguindo princípios ambientais e
funcionais. De acordo com o macrozoneamento ambiental, o bairro de Nova Parnamirim se
localiza em área adensável, portanto “aquela adequada à urbanização, efetivamente ocupada
ou destinada à expansão da cidade” (PARNAMIRIM, 2000, p. 09). Além disso, o bairro é
limitado ao Sul e Sudoeste pelo Rio Pitimbu, importante fonte de abastecimento de água da
região metropolitana. Suas margens são resguardadas pelas subzonas de proteção ambiental I
e II (SZI, SZII), totalizando 300 metros de restrição às ocupações e manutenção do
ecossistema ribeirinho (PARNAMIRIM, 2009). Ver as demarcações na Figura 16.
3 Instituto de Previdência do Estado
4 Instituto de Orientação às Cooperativas Habitacionais
32
Figura 16: Áreas adensáveis e áreas de proteção ambiental de Parnamirim
Fonte: parnamirim.rn.gov.br/legislacao.jsp
Nota: modificado pela autora, 2017.
33
O mapa do zoneamento funcional de Parnamirim define “porções do território do
Município com características que justifique a adição de normas complementares de uso e
ocupação do solo, incentivos à ocupação e desenvolvimento de alguma atividade específica”
(PARNAMIRIM, 2000, p. 10). Observando o mapa a seguir, nota-se que Nova Parnamirim
está predominantemente inserida na subzona II da área especial preferencial de adensamento
(SZII da AEPA). Esse setor é caracterizado por melhores condições de infraestrutura
instalada, sendo assim, destinado à intensificação do adensamento e essencial para conter o
crescimento urbano desordenado (PARNAMIRIM, 2000). Ver áreas especiais na Figura 17.
Figura 17: Áreas Especiais de Parnamirim
Fonte: parnamirim.rn.gov.br/legislacao.jsp
Nota: modificado pela autora, 2017.
34
Desse modo, o enquadramento do bairro em estudo como zona adensável é norteador
de alguns índices urbanísticos como uso, taxa de ocupação, dimensões dos lotes e potencial
construtivo: nessa área são permitidos todos os usos, desde que a taxa de ocupação não
ultrapasse 80% do total do terreno; o potencial máximo de aproveitamento, considerando a
concessão onerosa5 ou a transferência do potencial construtivo
6 equivale a três vezes a área do
lote e a área mínima da gleba corresponde à 200m², sendo frente mínima de 8 metros
(PARNAMIRIM, 2000).
5 “Permissão concedida, pelo Poder Executivo, para construir além da potencialidade básica que resulta em
obrigatoriedade de pagamento para uso do benefício, em dinheiro ou permuta de transferência de potencialidade
construtiva” (PARNAMIRIM, 2000, p. 38). 6 “O potencial construtivo do lote poderá ser transferido, total ou parcialmente, para outras áreas, como forma de
pagamento da concessão onerosa para aproveitamento do solo criado, quando o lote se localizar em porção do
território municipal que não apresenta condições de viabilizar o potencial construtivo básico” (PARNAMIRIM,
2000, p. 6-7).
35
3.2 Aspectos socioeconômicos
De acordo com dados do Censo do IBGE de 2010, o bairro de Nova Parnamirim
apresenta uma densidade populacional de aproximadamente 450 habitantes/km². Índice
representado por 54.076 habitantes - 29.090 mulheres e 24.986 homens - divididos em
crianças e adolescentes (0 a 14 anos), jovens e adultos (15 a 59 anos) e pessoas com mais de
60 anos. Os dados mostram que 73% da população do bairro é considerada economicamente
ativa, na faixa de 15 a 59 anos; seguido pelas crianças e adolescentes com 20% e por fim as
pessoas acima de 60 anos, representando 7% do total de 54.076 habitantes (ver Figura 18).
Ainda sobre esse universo, 94,7% dos moradores com cinco anos ou mais são alfabetizados
(47.971 pessoas).
Figura 18: Representação Demográfica
O bairro possui 17.448 domicílios permanentes, sendo 11.263 próprios, 5.714
alugados, 444 cedidos e 27 com outra condição de ocupação. Nessas residências, o
rendimento mensal domiciliar per capita pode ser dividido em três grupos: domicílios sem
rendimento a um salário mínimo por pessoa com 5.454 unidades (31%); mais de um salário
per capita a três mínimos por pessoa com 7.172 domicílios representando 41% e 4.820
residências com mais de três salários per capita equivalendo a 28% do total de habitações
(IBGE, 2010).
A partir dos dados socioeconômicos apresentados é possível caracterizar a maioria da
população de Nova Parnamirim como jovem alfabetizada, moradora de imóveis próprios e
com rendimento de mais de um a três salários mínimos por pessoa. Essas informações
auxiliam na definição do programa do parque que, além de atender ao grupo predominante,
Fonte: Produzido pela autora, 2017.
Nota: dados do Censo do IBGE de 2010.
36
também promove atividades para as demais faixas etárias e possibilita livre acesso a todos os
moradores do bairro.
3.3 Aspectos urbanísticos
Com o objetivo de facilitar a leitura dos mapas, de início é importante ilustrar a
localização do entorno estudado, do terreno escolhido para o parque e as avenidas principais
que serão mencionadas a seguir (ver Figura 19).
Figura 19: Identificação do entorno estudado
A partir da leitura do mapa de traçado e parcelamento é possível destacar um eixo
principal em “X” que cruza todo o entorno estudado. Além disso, outro fator que chama a
atenção é que algumas ruas são interrompidas no interior das quadras, sem atingir o lado
oposto e assim completar o cruzamento (ver Figura 20). Em algumas situações, essa
característica deve-se a existência de condomínios fechados de casas que, quando da sua
Fonte: Base Cartográfica da SEMUR, 2013.
Nota: modificado pela autora, 2017.
APP DO RIO PITIMBU
37
implantação, incorporaram as ruas e limitaram a circulação de veículos e pessoas. Outra
explicação é a presença de espaços vazios e de difícil acesso devido à topografia e ao tipo de
solo, limitando assim a ocupação e a continuidade da via.
Predomina no mapa a ortogonalidade com variações no desenho e tamanho das
quadras e lotes. Em alguns pontos, é possível observar o traçado sinuoso e em outros a
presença de grandes lotes representando blocos de apartamentos ou terrenos vazios (ver
Figura 20).
Figura 20: Traçado e parcelamento do entorno estudado
Fonte: Base Cartográfica da SEMUR, 2013.
Nota: modificado pela autora, 2017.
38
O mapa figura-fundo a seguir destaca os elementos construídos em relação às áreas
livres de edificação. Nele observamos uma ocupação mais densa na parte superior do raio de
estudo, nas proximidades da Avenida Abel Cabral, de onde se originou parte do bairro. É
perceptível também a interrupção da urbanização devido à presença da zona de proteção do
Rio Pitimbu, marcada como área livre. Por fim, nota-se uma concentração de vazios às
margens da Avenida Maria Lacerda: alguns são sobras privadas da ocupação e outros estão
em processo de especulação imobiliária (ver Figura 21).
Figura 21: Figura-fundo destacando as edificações do entorno estudado
Fonte: Base Cartográfica da SEMUR, 2013.
Nota: modificado pela autora, 2017.
39
De acordo com o Plano Diretor de Parnamirim (2010), a hierarquia viária do
município é dividida em estrutural, coletora e local. O mapa viário do entorno estudado
apresenta as três vias citadas e inclui a identificação daquelas fechadas ou criadas por
condomínios horizontais. A Avenida Maria Lacerda Montenegro, a Avenida Abel Cabral e a
Rua Adeodato José dos Reis - responsáveis pela articulação do bairro - são classificadas como
estruturais (ver Figura 22).
Figura 22: Hierarquia viária do entorno estudado
Fonte: Base Cartográfica da SEMUR, 2013.
Nota: modificado pela autora, 2017.
APP DO RIO PITIMBU
40
Analisando o mapa de uso do solo, observa-se a predominância do uso residencial com
destaque para os condomínios fechados: horizontais, verticais e um ou mais blocos de até
quatro pavimentos. As principais ofertas de comércio e serviço concentram-se ao longo das
Avenidas Maria Lacerda e Abel Cabral como supermercados, postos de gasolina, banco,
galeria comercial e salão de eventos. O uso institucional predominante são as igrejas e a
presença de uso misto ocorre com mais frequência nas quadras mais afastadas das vias
principais (ver Figura 23).
Figura 23: Uso do solo do entorno estudado
Fonte: Base Cartográfica da SEMUR, 2013.
Nota: modificado pela autora, 2017.
APP DO RIO PITIMBU
41
No mapa de gabarito predominam os imóveis com um pavimento, entretanto
destacam-se as edificações com três ou quatro andares, caracterizando os condomínios
residenciais que se distribuem pela área de estudo. É perceptível a concentração desses nas
proximidades da Avenida Maria Lacerda, ao passo que na Avenida Abel Cabral aparecem
com mais frequência as torres de apartamentos (mais de quatro andares). Ver Figura 24.
Figura 24: Gabarito do entorno estudado
Fonte: Base Cartográfica da SEMUR, 2013.
Nota: modificado pela autora, 2017.
APP DO RIO PITIMBU
42
O entorno estudado abrange parte da área de proteção do rio Pitimbu, por isso,
observa-se no mapa a massiva cobertura vegetal que protege as margens desse curso d’água.
Por outro lado, a arborização urbana mostra-se insatisfatória, uma vez que a maioria das
árvores indicadas está locada no interior das quadras, em terrenos fechados - cercados ou
murados - e nos canteiros das vias principais. De acordo com informações da SEMUR7, o
manual de arborização do município está em fase de discussão e a SEMSUR8 afirma existir
um projeto de adoção de canteiros por parte dos comerciantes locais, entretanto não foi
divulgada a localização dessas atividades.
O terreno escolhido para o parque apresenta considerável cobertura vegetal, com uma
maior densidade na parte posterior do lote e árvores frutíferas espaçadas na área restante (ver
Figura 25). O levantamento a seguir ocorreu com auxílio do Google Maps, nas vistas de
satélite e da rua.
Figura 25: Arborização do entorno estudado
7 Secretaria Municipal de Meio Ambiente e do Desenvolvimento Urbano
8 Secretaria Municipal de Serviços Urbanos
Fonte: Base Cartográfica da SEMUR, 2013.
Nota: modificado pela autora, 2017.
43
3.4. Equipamentos de lazer e esporte
Visando montar um panorama dos equipamentos de lazer e esporte do bairro de Nova
Parnamirim, foi feito um levantamento junto às secretarias do município referente à utilização
dos espaços livres públicos, como praças, parques e equipamentos esportivos. Bem como, a
existência de projetos para implantação de novos locais e/ou reforma dos existentes.
De acordo com a coordenação de esporte e lazer da SETEL9, o município dispõe de
cinco ginásios poliesportivos, sendo um localizado em Nova Parnamirim. O ginásio esportivo
Jorge Tavares de Morais localizado próximo a Avenida Abel Cabral funciona de segunda a
sexta das 7h às 22h com atividades de dança, futsal, vôlei e jiu jitsu. Aos finais de semana, ele
é disponibilizado para eventos da comunidade (ver Figura 26).
Equipamentos como praças, lagoas de captação de águas pluviais e academias da
melhor idade (AMI) são subordinados à SEMSUR que disponibilizou a quantidade e a
localização dessas estruturas baseando-se num levantamento de 2016. A inserção das lagoas
nesse estudo deve-se ao fato de que no perímetro de algumas delas são implantadas AMIs e
demarcados locais para corrida e caminhada. Ao todo são 22 praças no município, sendo
cinco em Nova Parnamirim; 13 lagoas de captação no total e cinco no bairro; 18 academias da
melhor idade e quatro delas no bairro, sendo duas às margens de lagoas e duas inseridas em
praças.
A partir do conhecimento da área foi possível listar outros equipamentos e locais
utilizados para a prática esportiva. Nesta etapa foram considerados também locais privados
como academias e clubes, devido à intensa utilização por parte da população que pode ter
acesso e ao grande número, sobretudo de academias.
No bairro foram encontrados dois clubes privados, sendo um deles o Clube dos
Empregados da Petrobras (CEPE), localizado no encontro das Avenidas Maria Lacerda e
Ayrton Senna; dois pontos principais de corrida e caminhada, um na Rua Petra Kelly e outro
na lateral do terreno escolhido, na Rua Adeodato José dos Reis; uma pista de skate; cinco
quadras de alvenaria ou campos de futebol formais e informais e por fim, doze academias de
ginástica (ver Figura 26).
9 Secretaria Municipal de Turismo, Esporte e Lazer.
44
Figura 26: Localização dos equipamentos de esporte e lazer de Nova Parnamirim
Fonte: Base Cartográfica da SEMUR, 2013.
Nota: modificado pela autora, 2017.
45
Em relação aos projetos e/ou revitalizações dos espaços existentes no bairro, a
SEMOP10
informou que recebe solicitações por meio das associações de moradores e da
câmara de vereadores do município. Além disso, citou a urbanização da praça situada entre as
ruas Serra dos Milagres, do Cunhaú, do Arapuã e do Mirador. A proposta visa à recuperação
da quadra existente, a introdução de uma quadra de vôlei, de equipamentos de ginástica,
estacionamento, paisagismo e coreto, visto que na praça encontra-se uma igreja católica.
Por fim, observando o entorno estudado verifica-se a presença de quatro academias
privadas de ginástica, três pontos de corrida e caminhada, duas academias da melhor idade e
duas quadras de alvenaria ou campos de futebol formais e informais. O parque esportivo
propõe um ambiente mais adequado e seguro para o desenvolvimento dessas e outras
atividades, de forma a atender as demandas acima mencionadas e promovendo a interação
social da comunidade por meio da prática esportiva.
3.5. Problemas e Potencialidades
O diagnóstico de Nova Parnamirim e do entorno do terreno escolhido resultou na
identificação de alguns problemas e potencialidades. Considerando a temática do trabalho,
destacam-se aqui os itens referentes à oferta e utilização dos espaços de lazer e esporte do
bairro (ver Figura 27).
Figura 27: Problemas e Potencialidades do bairro de Nova Parnamirim
PROBLEMAS POTENCIALIDADES
Atividades ao ar livre sem a proteção
da vegetação
Bairro em crescimento com boa
infraestrutura instalada
Corridas e caminhadas dividindo
espaço com pedestres na calçada da
Rua Adeodato José dos Reis e com os
carros na Av. Petra Kelly
Variedade na oferta de estruturas de
esporte e lazer
Ausência de estruturas de apoio como
banheiros, bebedouros, barras para
alongamento e bancos
Aproveitamento do entorno das
lagoas de captação para a implantação
de equipamentos
Equipamentos mal distribuídos pelo
bairro
Demanda por espaços adequados à
corrida e caminhada
10
Secretaria Municipal de Obras Públicas e Saneamento
Fonte: Produzido pela autora, 2017.
46
4. Movimente-se!
O presente capítulo apresentará as diretrizes e ações e o desenvolvimento do estudo
preliminar do parque esportivo intitulado “Movimente-se!”. Os documentos dessa proposta
baseiam-se nas condições da NBR 6492 para representação de projetos de arquitetura, tais
como situação, implantação, plantas e cortes, entre outros.
As diretrizes e ações assumem o papel de norteadores do processo de criação e são
fundamentais para o alcance dos objetivos do trabalho. Além disso, derivam das informações
obtidas a partir do diagnóstico da área de estudo e da exposição dos problemas e
potencialidades. Com isso, serão indicadas a seguir três diretrizes projetuais e suas respectivas
ações (ver Figura 28).
Figura 28: Diretrizes e Ações Projetuais
Conforme dito anteriormente, o terreno escolhido para o parque possui área de
aproximadamente quatro hectares (40.325m²) e localiza-se no cruzamento da Avenida Maria
Lacerda Montenegro com a Rua Adeodato José dos Reis, importantes vias de ligação do
bairro de Nova Parnamirim. O lote é margeado por calçadas em três faces e no lado leste é
limitado por muros, outros terrenos vazios e ruas sem saída (ver Figura 29).
Fonte: Produzido pela autora, 2017.
47
Figura 29: Planta de Situação
Em relação à topografia é importante destacar duas informações: o terreno apresenta
sete metros de desnível, entretanto, a inclinação é suavizada pela extensão do lote de
aproximadamente 430 metros e também devido ao espaçamento entre as curvas de nível (ver
Figura 30).
Fonte: Base Cartográfica da SEMUR, 2013.
Nota: modificado pela autora, 2017. (sem escala)
48
Figura 30: Planta topográfica e cortes esquemáticos
Além disso, os dados topográficos coletados junto a SEMUR são anteriores à criação
da Rua Adeodato José dos Reis e condomínios adjacentes. Por isso, o recorte da via não foi
identificado na topografia disponibilizada. Sendo assim, para a presente atividade acadêmica,
a rua em questão foi considerada no mesmo nível do parque (ver Figura 31).
Fonte: Base Cartográfica da SEMUR, 2013.
Nota: modificado pela autora, 2017. (sem escala)
49
Figura 31: Um dos trechos de desnível entre a Rua Adeodato José dos Reis e o terreno do parque
Para o entorno imediato, o parque se apresenta como peça adicional de diversidade e
também como articulador das atividades existentes por meio da permeabilidade física por ele
proporcionada. Pensando nisso, o conceito adotado para a proposta foi conexão, tanto de
pessoas quanto de lugares (ver Figura 32).
Figura 32: Imagens referência para o conceito
Objetivando promover essa conexão, a ideia inicial foi criar vias principais que
permitissem o cruzamento do parque. Esses caminhos foram desenhados ortogonalmente
partindo de duas das três ruas sem saída, da Avenida Maria Lacerda Montenegro e da Rua
Adeodato José dos Reis, somando-se assim seis acessos ao parque. A face Oeste do terreno
foi dividida em quatro partes de modo que as entradas ficassem distribuídas igualmente ao
longo dos 143 metros de extensão (ver Figura 33).
Fonte: Google.maps
Fonte: megandredge.com (01)
enlace.web (02)
50
Figura 33: Caminhos principais do parque
O desenho dos caminhos dividiu o parque em seis setores, os quais foram organizados
de acordo com os equipamentos estabelecidos no programa: o setor A ficou com esportes
radicais; o setor B com campos e quadras; o setor C com brinquedos infantis; o setor D
apresenta o núcleo administrativo e o estacionamento; o setor E possui equipamentos de
ginástica e um espaço multiuso coberto e por fim o setor F contempla um bosque (ver Figura
34).
Fonte: Base Cartográfica da SEMUR, 2013.
Nota: modificado pela autora, 2017. (sem escala)
51
Figura 34: Zoneamento do parque
Além dos setores mencionados, foi criada também uma praça central de convivência
com espelhos d’água e um quiosque. Também se encontram espalhados pelo parque bancos,
bebedouros, lixeiras e a pista principal de corridas e ciclismo contorna o perímetro do terreno.
O programa foi definido a partir dos equipamentos e atividades encontrados nos estudos de
referência. Veja a seguir o programa e a implantação do parque Movimente-se! (ver Figura 35
e Figura 36).
Fonte: Base Cartográfica da SEMUR, 2013.
Nota: modificado pela autora, 2017. (sem escala)
52
Figura 35: Programa de necessidades do parque
SETOR EQUIPAMENTOS ÁREA
SETOR A
PARKOUR
RAMPA DE SKATE
PAREDE DE ESCALADA
PISTA DE SKATE
PUMP TRACK
BANHEIROS
6.779 m²
SETOR B
CAMPO DE FUTEBOL SOCIETY
CAMPO DE FUTEBOL DE AREIA
QUADRA POLIESPORTIVA COBERTA
QUADRA DE VOLEI DE AREIA
VESTIÁRIOS
DEPÓSITOS
11.077m²
SETOR C
PARQUES INFANTIS
BRINQUEDOS ADAPTADOS
CICLOVIA SECUNDÁRIA
PISTA DE CORRIDA E CAMINHADA
5.442m²
SETOR D EQUIPAMENTOS DE GINÁSTICA
ESPAÇO COBERTO MULTIUSO 4.608m²
SETOR E
ADMINISTRAÇÃO
ENFERMARIA
ALUGUEL DE BICICLETAS
APOIO FUNCIONÁRIOS
INFORMAÇÕES
BANHEIROS
ESTACIONAMENTO
3.575m²
SETOR F BOSQUE 6.963m²
Fonte: Produzido pela autora, 2017.
53
Figura 36: Implantação do parque
Fonte: Base Cartográfica da SEMUR, 2013.
Nota: modificado pela autora, 2017. (sem escala)
54
O primeiro setor do parque a ser desenvolvido foi o setor B, uma vez que quadras
descobertas devem ser posicionadas no alinhamento Norte-Sul, evitando assim o ofuscamento
provocado pelos raios solares. Ainda nessa área, foi inserido um grande mural de arte urbana
no muro do condomínio vizinho e o espaço embaixo das arquibancadas da quadra
poliesportiva foi aproveitado para a instalação de vestiários masculino e feminino, sanitários
adaptados e depósitos (ver Figura 37).
Figura 37: Vista do setor B
O setor A foi o segundo desenvolvido, partindo da ideia de utilizar equipamentos
radicais já comuns a outros espaços públicos em geral, como a rampa e pista de skate.
Buscou-se também, introduzir novas atividades como a área de parkour, a pista de pump track
e a parede de escalada. O parkour é um esporte originalmente praticado utilizando-se os
obstáculos das cidades, como muros, grades e escadas, por exemplo. Entretanto, é possível
encontrar nos parques espaços destinados a essa atividade. Já a pista de pump track é uma
modalidade que permite ao ciclista fazer curvas inclinadas e vencer obstáculos proporcionais
ao tamanho da pista. Para o “Movimente-se!” foi escolhida uma pista com nível de
dificuldade iniciante, possibilitando assim a utilização por mais pessoas. Por fim, semelhante
ao que ocorreu no setor B, o espaço embaixo da rampa de skate foi aproveitado para a
instalação de banheiros feminino e masculino com sanitários adaptados (ver Figura 38).
Fonte: Produzido pela autora, 2017.
55
Figura 38: Vista do setor A
O setor infantil (C) é basicamente uma grande caixa de areia limitada pela ciclovia e
pela pista de corrida e caminhada secundárias apresentando brinquedos diversos como
escorregador, gangorra e casinha. Equipamentos como balanço e gira-gira já possuem versões
acessíveis, por isso foram implantados junto aos convencionais numa área de piso regular,
assim como um pequeno labirinto, onde crianças com ou sem limitação física podem brincar
igualmente (ver Figura 39).
Figura 39: Vista do setor C
Fonte: Produzido pela autora, 2017.
Fonte: Produzido pela autora, 2017.
56
O setor E possui equipamentos de ginástica como os encontrados nas academias ao ar
livre e alguns comuns às academias privadas, como esteiras e bicicletas confeccionadas em
material metálico e fixadas ao solo. A proposta é que não haja separação etária ou de pessoas
com mobilidade reduzida, por isso todos os equipamentos foram dispostos num grande pátio
regular e espaçados corretamente para oferecer livre acesso aos usuários. Nas proximidades
desse local, encontram-se objetos característicos da prática de treinamento funcional, como
cones, pneus e também balanços para adultos. Ainda no setor E foi inserido um espaço
coberto multiuso, destinado a aulas de dança, capoeira e outras semelhantes (ver Figura 40).
Figura 40: Vista do setor E
O setor D foi destinado ao núcleo administrativo e ao estacionamento que comporta
inicialmente 70 vagas, sendo uma para cadeirante e quatro para pessoas com mobilidade
reduzida de acordo com a NBR 9050/15. O valor total das vagas seguiu a definição do anexo
III do Código de Obras de Natal para zoológicos e parques de diversão11
com uma vaga a
cada 100m² de área de exposição. Ainda sobre o estacionamento, a Rua Adeodato José dos
Reis é duplicada e de baixo fluxo, sendo assim capaz de absorver maiores demandas por
vagas. Em relação ao núcleo administrativo, ele se apresenta como uma área coberta de fácil
expansão que abriga espaços individuais para aluguel de bicicletas e equipamentos,
11
A legislação de Parnamirim não define um índice para o cálculo das vagas desse tipo de empreendimento.
Devido à ausência do empreendimento parque na tabela de referência, essa classificação foi a que mais se
aproximou da proposta.
Fonte: Produzido pela autora, 2017.
57
informações, enfermaria, banheiros acessíveis masculino e feminino, administração e apoio
para funcionários (ver Figura 41).
Figura 41: Vista do núcleo administrativo (setor D)
O setor F contempla um bosque destinado a atividades mais livres como yoga e
meditação, além de possibilitar futuras ampliações do parque, sendo possível a criação de
mais vias de conexão com o entorno, se necessário. O perímetro desse setor e do parque como
um todo foi demarcado por grades e portões que permitem a permeabilidade visual,
controlando a física.
Por fim, a praça central propõe o encontro dos setores num ambiente de convivência e
circulação. Ela foi criada a partir do alargamento dos caminhos principais ortogonais com a
introdução da organicidade do desenho da mesma e da ligação dos espelhos d’água. Além
disso, pensando no conforto dos usuários foi introduzido um pequeno quiosque para
comercialização de água de coco e pequenos lanches (ver Figura 42).
Fonte: Produzido pela autora, 2017.
58
Figura 42: Vista da praça central
Os caminhos secundários que levam os usuários aos equipamentos de forma acessível
seguiram a organicidade da praça central. Em relação aos materiais foram utilizados estrutura
metálica, madeira e concreto. Este último possibilita superfícies planas e sem trepidação e
como os demais permite a utilização da cor contribuindo assim para a paginação.
No tocante à vegetação, optou-se pelo mínimo de intervenção paisagística.
Conservando as árvores, remanejando e/ou plantando espécies que não entrem em conflito
com as remanescentes, como definido nas diretrizes e ações. No terreno predominam árvores
frutíferas como mangueiras, cajueiros e coqueiros, esse último apresenta risco de acidente, por
isso deve estar distante dos equipamentos ou até mesmo ser removido quando necessário.
Vale salientar que a localização das árvores na implantação é representativa, a fim de facilitar
a visualização dos equipamentos do parque.
Considerando as espécies mencionadas, pode-se indicar o Pau-Brasil (Caesalpinia
echinata) como alternativa para o plantio no terreno. Assim como as mangueiras, eles podem
ultrapassar os 12 metros de altura, têm ciclo de vida perene e quanto à luminosidade são
plantas de sol pleno. Além disso, são amplamente utilizados no paisagismo urbano e em
parques públicos (PATRO, 2013).
Fonte: Produzido pela autora, 2017.
59
Considerações Finais
O desenvolvimento dessa atividade possibilitou a aplicação dos conhecimentos
adquiridos durante o curso de Arquitetura e Urbanismo. Para propor um parque esportivo foi
necessário o entendimento das etapas do trabalho e como elas se relacionaram durante o
processo, sendo este considerado o aspecto mais importante.
Tomando o referencial teórico como ponto de partida, observou-se que as ideias
analisadas em forma de conceitos, características e classificações contribuíram para a
validação do desejo inicial de se projetar um espaço público. O diagnóstico do bairro estudado
demonstrou aspectos quantitativos e qualitativos que aproximaram os fundamentos
apresentados no referencial ao que existe efetivamente no meio urbano. Já os estudos de
referência basearam-se no conceito de parque adotado, nas dimensões do terreno escolhido e
nos objetivos específicos de articular o entorno e alcançar diferentes públicos. Por fim, as
diretrizes atuaram como elo entre o que estava sendo pensando e analisado e a etapa de
concepção projetual.
Ao longo dessa trajetória ocorreram alguns contratempos como a dificuldade em
identificar pontos comuns aos conceitos adotados para praças e parques, bem como encontrar
referências projetuais que se aproximassem da proposta de espaço recreativo esportivo e da
metragem do terreno, considerado um parque de pequenas dimensões. Apesar disso, os
referenciais teórico e empírico foram de suma importância para o prosseguimento da proposta
e influenciaram diretamente no estudo preliminar.
De maneira geral, acredita-se que os objetivos estabelecidos nesse trabalho foram
alcançados. A proposta do parque é capaz de incentivar a interação e melhoria da qualidade
de vida dos usuários por meio da prática esportiva, ao passo que a variedade de espaços
ofertados alcança diferentes públicos etários e sociais.
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Apêndices