morfologia externa do caule

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Prof. Ms. Dorival José Coral TERMOS USADOS NA IDENTIFICAÇÃO DOS ORGÃOS VEGETAIS - ÓRGÃOS VEGETATIVOS - 2 - CAULES: O caule é a estrutura da plantas que suporta as folhas, flores e frutos. É responsável pela condução da água e açúcar para todas as partes da planta; pode acumular reserva (água e carboidratos) e atuar na propagação vegetativa (reprodução assexuada) das espécies. Em geral crescem buscando a luz (fototropismo positivo) e podem ser fotossintetizantes ou não. Sua estrutura externa é composta por nó, entrenó, gemas terminais e laterais. As gemas laterais localizam-se nas axilas de folhas, inseridas nos nós. As gemas são responsáveis pela formação do sistema de ramificação caulinar formando plantas monopodiais (copa com forma de cone) e simpodiais (copas arredondadas). Assim como as raízes, os caules se formam acima do solo (aéreos), embaixo da terra (subterrâneos) e na água. Os principais tipos morfológicos de caule com ênfase para arquitetura são: Tipos de caules AÉREOS: Tronco: lenhoso, resistente, cilíndrico ou cônico, ramificado. Ocorrem em árvores, arbustos e subarbustos. Ex.: Magnólia (Michelia champaca L.). Haste: herbáceo ou fracamente lignificado, pouco resistente. Ocorre nas ervas e subarbustos. Ex.: serralha, mil folhas, etc. Estipe: também chamado espique ou estipe, lenhoso, resistente, cilíndrico, longo, em geral não ramificado, com capitel de folhas na extremidade. É o caule das palmeiras, correndo raramente entre dicotiledôneas como o mamão.

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Page 1: Morfologia Externa Do Caule

Prof. Ms. Dorival José Coral TERMOS USADOS NA IDENTIFICAÇÃO DOS ORGÃOS VEGETAIS

- ÓRGÃOS VEGETATIVOS -

2 - CAULES: O caule é a estrutura da plantas que suporta as folhas, flores e frutos. É responsável pela

condução da água e açúcar para todas as partes da planta; pode acumular reserva (água e carboidratos) e atuar na propagação vegetativa (reprodução assexuada) das espécies. Em geral crescem buscando a luz (fototropismo positivo) e podem ser fotossintetizantes ou não.

Sua estrutura externa é composta por nó, entrenó, gemas terminais e laterais. As gemas laterais localizam-se nas axilas de folhas, inseridas nos nós. As gemas são responsáveis pela formação do sistema de ramificação caulinar formando plantas monopodiais (copa com forma de cone) e simpodiais (copas arredondadas). Assim como as raízes, os caules se formam acima do solo (aéreos), embaixo da terra (subterrâneos) e na água. Os principais tipos morfológicos de caule com ênfase para arquitetura são: Tipos de caules AÉREOS: Tronco: lenhoso, resistente, cilíndrico ou cônico,

ramificado. Ocorrem em árvores, arbustos e subarbustos. Ex.: Magnólia (Michelia champaca L.).

Haste: herbáceo ou fracamente lignificado, pouco resistente. Ocorre nas ervas e subarbustos.

Ex.: serralha, mil folhas, etc.

Estipe: também chamado espique ou estipe, lenhoso, resistente, cilíndrico, longo, em geral não ramificado, com capitel de folhas na extremidade. É o caule das palmeiras, correndo raramente entre dicotiledôneas como o mamão.

Page 2: Morfologia Externa Do Caule

Colmo: Caule cilíndrico e sem ramificações (por isso chamado de indiviso). Possui nó e entrenó bem marcante. Podem ser cheios e ocos ou cheios (fistulosos). Ex.: Gramínea: milho, bambu, cana-de-açúcar.

Escapo: o que sai de rizoma, bulbo, etc., não ramificado, afilo e

sustente flores na extremidade. Ocorre nas plantas acaules: margarida, falsa tiririca;

Trepadores: São os tipos de caules que crescem sobre um suporte. Aqueles que apresentam elementos de fixação, ou a ele se enroscam pôr meio de raízes adventícias são denominados trepadores escandentes (como a uva e o chuchu que possuem gavinhas). Também podem ser volúveis, ou seja, enroscam-se enrolando no hospedeiro e por isso chamados trepadores sinistrorsos e ou dextrorsos, ao passar por traz do hospedeiro dirigem-se para a esquerda ou para a direita respectivamente.

Rastejantes: são apoiados e paralelos ao solo, com ousem raízes, de trechos em trechos. Ex.:

abóbora;

Page 3: Morfologia Externa Do Caule

Estolho: É o tipo de caule que cresce rente ao solo e que nas regiões do entrenó emitem raízes adventícias aumenta sua capacidade de fixação e absorção de nutrientes. É o tipo de caule encontrado em plantas que ocorrem em dunas. O exemplo mais comum é o morango.

Tipos de caules SUBTERRÂNEOS: Rizoma: Caule com crescimento horizontal, emitindo, de espaços a espaços, brotos aéreos com

folhas e ou flores. Também emitem raízes. Ex.: bambu, bananeira, espada-de-são-jorge. Tubérculo: Caule geralmente ovóide, com gemas latentes. É dotado de reservas nutritivas como

amido, inulina, etc. Ex.: batata-inglesa. Bulbo: formado pôr catafilos, em geral com acúmulo de reservas, tendo na base raízes

fasciculadas.

Page 4: Morfologia Externa Do Caule

Tipos de caules MODIFICADOS: Espinhos: órgãos caulinares, endurecidos e pontiagudos. Ex.: limão, laranja; Gavinhas: são ramos filamentosos, em geral nas axilas das folhas,

aptos a se enroscar em hélice, em torno de suportes. Ex.: maracujá, uva;

Acúleos: são tricomas rígidos e pontudos, de origem puramente epidérmica, ao contrário dos

espinhos que são lignificados e dotados de tecido vascular. Ex.: roseira; Cladódios: ou filocládios, são caules carnudos, verdes, achatados ou até laminares. Ex. Cactos

Page 5: Morfologia Externa Do Caule

Quanto ao desenvolvimento, os caules podem ser classificados em: ERVAS: pouco desenvolvida, pequena consistência, em virtude da pequena ou nenhuma

lignificação. Ex.: crista-de-galo, botão-de-ouro; SUBARBUSTO: arbusto pequeno, até 1m de altura (base lenhosa e o restante herbáceo), ramos

tenros; ARBUSTO: tamanho médio inferior a 5m, resistente e lenhoso inferiormente, tenro e suculento

superiormente, sem um tronco predominante, porque ramifica a partir da base; ÁRVORE: grande tamanho, superior a 5m, geralmente com tronco nítido e despido de ramos,

na parte inferior; a parte ramificada constitui a copa; LIANA: cipó trepador sarmentoso, pôr vezes atingindo muitos metros de comprimento. Ex.:

cipó-de-são-joão.

Quanto à ramificação podem ser classificados em: INDIVISOS: não ramificados. Ex.: estipes (nas palmeiras) RAMIFICADOS: com ramos laterais. Ex.: maioria dos caules (árvores e arbustos em geral). Monopodial: gema terminal persistente, logo há predomínio do eixo principal sobre os ramos

laterais que surgem abaixo da extremidade. O eixo principal é formado pela mesma gema terminal. Ex.: Casearia, pinheiro.

Simpodial: gema terminal de curta duração, substituída pôr um terminal que passa a ser

principal; logo depois esta também é substituída pôr outra lateral, e assim pôr diante. Desse modo, a gema principal atrasa seu crescimento e uma gema lateral, que cresce mais, coloca-se no eixo da planta, deixando para o lado a primeira, e assim pôr diante. O eixo principal da planta é formado pôr tecidos originados das diversas gemas que substituíram paulatinamente. Ex.: árvores em geral, com Ficus sp.

Em Dicásio: duas gemas laterais do caule principal crescem mais do que a sua gema terminal,

formando ramos; depois, duas gemas em cada um desses ramos, e assim pôr diante. Ex.: típico de plantas mais simples como as pteridófitas (algumas samambaias)

Quanto à consistência podem ser classificados em:

HERBÁCEO: que tem aspecto de erva, principalmente pôr não ser lenhoso. Ex.: serralha,

botão-de-ouro, maria-sem-vergonha. SUBLENHOSO: duro na base que é lignificada, e tenro, não lignificado, no ápice. Ex.: crista-

de-galo. LENHOSO: consistente e resistente, pôr causa da lignina e de considerável crescimento em

diâmetros transversais. Ex.: árvores.

Bibliografia utilizada: VIDAL; W. N.; VIDAL, M. R. R. Botânica – Organografia; quadros sinóticos ilustrados de fanerógamos. Viçosa: UFV, 124 p. 2000.