monumento da luz, o luminoso cÉu do brasil · 2018-06-22 · na área do mirante foram previstos...

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1\ \/ Formato\ A1:\ 841mmx594 PRANCHA Nº 3 Optamos por ulizar a área A, atualmente um estacionamento junto à margem esquerda do rio Acaraú. O primeiro aspecto que nos atraiu foi justamente o fato de a área não estar dentro de algum parque ou ser apenas um fragmento em um eixo viário importante - apesar de muito próxima ao conjunto arquitetônico tombado, e de edicios com usos culturais como o Museu Madi e a Biblioteca, a área em si não possui hoje valor ambiental, urbanisco ou cultural. Assim acreditamos que inserir o monumento ali – desnando o invesmento previsto a este terreno específico, será a opção que mais agregará valor e qualidade ao município. Além disso, trata-se da maior área dentre as opções disponíveis, com uma paisagem marcante no entorno, uma relação direta com o rio Acaraú e fora da área de aproximação do aeroporto e portanto sem o limite de altura de 12m. Um úlmo aspecto que consideramos muito relevante é o fato de a área estar inserida na região onde a cidade iniciou seu desenvolvimento, implantar neste núcleo o monumento que irá celebrar o centenário do eclipse de 1919, fará com que este se integre ao circuito cultural já existente e reurbanizado - complementando a rota de lazer e cultura existente e ampliando a narrava histórica que se desfia na região. UMA PRAÇA-MONUMENTO Para registrar a importância da cidade neste marco histórico – não só pela localização, mas também pelo apoio logsíco que viabilizou o sucesso da missão de demonstração da deflexão da luz e comprovação da Teoria da relavidade, a proposta prevê que o conjunto dos elementos criados para ocupação do espaço se tornem um monumento de referência na paisagem, fazendo parte da vivência das pessoas com a cidade. Sua implantação e eixos foi definida de forma a rar o melhor pardo possível da paisagem local como plano de fundo, enriquecendo a paisagem sem agredi-la, marcando o olhar de quem passa, criando referência e ao mesmo tempo se mimezando de forma leve e harmônica com o skyline de Sobral. A praça reproduz o céu de Sobral, o luminoso céu do Brasil, durante o eclipse. Um grande espelho d'água revesdo com granito cinza, medindo 12m de diâmetro, representa a Lua se sobrepondo ao Sol – que tem sua aureola de luz representada por uma faixa de pedras de mosaico português soltas, seguidas do piso, em um círculo e faixas radiais – ambos na cor vermelho/terracota – criando um marcante contraste de cores e texturas; o frio da lua e da água, contraposto ao calor do sol e dos tons avermelhados. O que tornou o eclipse de Sobral único e especial foi a possibilidade de fotografar e medir 12 estrelas no céu diurno daquele dia histórico e é com base nisso que a proposta elege as estrelas como elementos de destaque no conjunto monumental. Por trás do eclipse-espelho d'água, despontam 12 totens, com alturas variadas de 10m, 13m e 16m de altura, representando as estrelas fotografadas no dia do eclipse. As esculturas são executadas em aço e as diferentes alturas dos postes que compõem cada estrutura remetem aos feixes de luz de uma estrela - o desenho leve e trabalhado de forma desfragmentada formado pelas chapas que fazem o travamento dos postes, traz nas sombras da escultura a distorção ocorrida ao medir a localização feita durante o dia e a medição feita a noite que comprovou a deflexão. As estrelas e o eclipse estão 1,25m mais baixos que o nível da rua, este desnível é marcado por talude em forma de elipse, representando a distorção do tempo e do espaço sendo observado da Terra. Considerando as elevadas temperaturas ao longo de todo o ano em Sobral, a proposta prevê o máximo de área ajardinada possível. O visitante poderá circular ao redor do espelho d'água, visualizar as esculturas de perto e senr o espaço. Para vencer o desnível entre o monumento e o acesso, foram desenhados três caminhos que partem radialmente do eclipse, fortalecendo a representação do sol, onde a paginação cresce criando os acesso ao patamar superior da praça. O caminho central, mais longo, é uma rampa suave com inclinação de 5% e portanto atendendo a NBR 9050 de acessibilidade, e os dois caminhos laterais são escadas- rampa. Na parte mais alta de cada acesso é disposto um patamar criando um observatório, com bancos para observação da obra, do céu e vivência da área. Esse desnível criado setoriza a área em três: 1) Área baixa: onde acontece o monumento, com a representação do eclipse e as estrelas 2) Acessos e Taludes 3) Patamar de acesso: onde se cria um mirante praça. Na área do Mirante foram previstos rasgos no piso para plano de árvores que irão trazer o sombreamento para quem passa e permanece no local, criando ambientes de estar sob as copas destas árvores. Estão previstos alguns estares compostos por bancos e poltronas e também mesas para se alimentar, jogar e conviver, de forma que os usuários encontrem oportunidade para criar uma relação de afeto com o ambiente construído, o que fará com que o mesmo seja melhor mando e preservado pela própria população. As árvores dispostas no Mirante, além de minimizar a aridez, fazem parte do conceito do projeto como uma espécie de filtro, para que as pessoas circulando na rua não consigam visualizar completamente o monumento, despertando a curiosidade e a sensação de surpresa ao caminhar para dentro da praça. MONUMENTO DA LUZ, O LUMINOSO CÉU DO BRASIL SOL MOSAICO PORTUGUÊS SOLTO RAIOS DE LUZ DO SOL ACESSOS EM PISO INTERTRAVADO COR TERRACOTA LUA ESPELHO D’ÁGUA ESTRELAS FOTOGRAFADAS ESCULTURAS DE AÇO COM PINTURA ELETROSTÁTICA NA COR COBRE SOBRAL PRAÇA E CIRCULAÇÃO PARA OBSERVAR O MONUMENTO PISO INTERTRAVADO COR CINZA L O escala 1:1000

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Formato\ A1:\ 841mmx594

PRANCHA Nº

3

Optamos por u�lizar a área A, atualmente um estacionamento junto à margem esquerda do rio Acaraú. O primeiro aspecto que nos atraiu foi justamente o fato de a área não estar dentro de algum parque ou ser apenas um fragmento em um eixo viário importante - apesar de muito próxima ao conjunto arquitetônico tombado, e de edi�cios com usos culturais como o Museu Madi e a Biblioteca, a área em si não possui hoje valor ambiental, urbanis�co ou cultural. Assim acreditamos que inserir o monumento ali – des�nando o inves�mento previsto a este terreno específico, será a opção que mais agregará valor e qualidade ao município.

Além disso, trata-se da maior área dentre as opções disponíveis, com uma paisagem marcante no entorno, uma relação direta com o rio Acaraú e fora da área de aproximação do aeroporto e portanto sem o limite de altura de 12m. Um úl�mo aspecto que consideramos muito relevante é o fato de a área estar inserida na região onde a cidade iniciou seu desenvolvimento, implantar neste núcleo o monumento que irá celebrar o centenário do eclipse de 1919, fará com que este se integre ao circuito cultural já existente e reurbanizado - complementando a rota de lazer e cultura existente e ampliando a narra�va histórica que se desfia na região.

UMA PRAÇA-MONUMENTO

Para registrar a importância da cidade neste marco histórico – não só pela localização, mas também pelo apoio logsí�co que viabilizou o sucesso da missão de demonstração da deflexão da luz e comprovação da Teoria da rela�vidade, a proposta prevê que o conjunto dos elementos criados para ocupação do espaço se tornem um monumento de referência na paisagem, fazendo parte da vivência das pessoas com a cidade. Sua implantação e eixos foi definida de forma a �rar o melhor par�do possível da paisagem local como plano de fundo, enriquecendo a paisagem sem agredi-la, marcando o olhar de quem passa, criando referência e ao mesmo tempo se mime�zando de forma leve e harmônica com o skyline de Sobral.

A praça reproduz o céu de Sobral, o luminoso céu do Brasil, durante o eclipse. Um grande espelho d'água reves�do com granito cinza, medindo 12m de diâmetro, representa a Lua se sobrepondo ao Sol – que tem sua aureola de luz representada por uma faixa de pedras de mosaico português soltas, seguidas do piso, em um círculo e faixas radiais – ambos na cor vermelho/terracota – criando um marcante contraste de cores e texturas; o frio da lua e da água, contraposto ao calor do sol e dos tons avermelhados.

O que tornou o eclipse de Sobral único e especial foi a possibilidade de fotografar e medir 12 estrelas no céu diurno daquele dia histórico e é com base nisso que a proposta elege as estrelas como elementos de destaque no conjunto monumental.

Por trás do eclipse-espelho d'água, despontam 12 totens, com alturas variadas de 10m, 13m e 16m de altura, representando as estrelas fotografadas no dia do eclipse. As esculturas são executadas em aço e as diferentes alturas dos postes que compõem cada estrutura remetem aos feixes de luz de uma estrela - o desenho leve e trabalhado de forma desfragmentada formado pelas chapas que fazem o travamento dos postes, traz nas sombras da escultura a distorção ocorrida ao medir a localização feita durante o dia e a medição feita a noite que comprovou a deflexão.

As estrelas e o eclipse estão 1,25m mais baixos que o nível da rua, este desnível é marcado por talude em forma de elipse, representando a distorção do tempo e do espaço sendo observado da Terra.

Considerando as elevadas temperaturas ao longo de todo o ano em Sobral, a proposta prevê o máximo de área ajardinada possível. O visitante poderá circular ao redor do espelho d'água, visualizar as esculturas de perto e sen�r o espaço. Para vencer o desnível entre o monumento e o acesso, foram desenhados três caminhos que partem radialmente do eclipse, fortalecendo a representação do sol, onde a paginação cresce criando os acesso ao patamar superior da praça. O caminho central, mais longo, é uma rampa suave com inclinação de 5% e portanto atendendo a NBR 9050 de acessibilidade, e os dois caminhos laterais são escadas-rampa. Na parte mais alta de cada acesso é disposto um patamar criando um observatório, com bancos para observação da obra, do céu e vivência da área.

Esse desnível criado setoriza a área em três:

1) Área baixa: onde acontece o monumento, com a representação do eclipse e as estrelas

2) Acessos e Taludes

3) Patamar de acesso: onde se cria um mirante praça.

Na área do Mirante foram previstos rasgos no piso para plan�o de árvores que irão trazer o sombreamento para quem passa e permanece no local, criando ambientes de estar sob as copas destas árvores. Estão previstos alguns estares compostos por bancos e poltronas e também mesas para se alimentar, jogar e conviver, de forma que os usuários encontrem oportunidade para criar uma relação de afeto com o ambiente construído, o que fará com que o mesmo seja melhor man�do e preservado pela própria população.

As árvores dispostas no Mirante, além de minimizar a aridez, fazem parte do conceito do projeto como uma espécie de filtro, para que as pessoas circulando na rua não consigam visualizar completamente o monumento, despertando a curiosidade e a sensação de surpresa ao caminhar para dentro da praça.

MONUMENTO DA LUZ, O LUMINOSO CÉU DO BRASIL

SOLMOSAICO PORTUGUÊS SOLTO

RAIOS DE LUZ DO SOLACESSOS EM PISO INTERTRAVADOCOR TERRACOTA

LUAESPELHO D’ÁGUA

ESTRELAS FOTOGRAFADASESCULTURAS DE AÇOCOM PINTURA ELETROSTÁTICANA COR COBRE

SOBRALPRAÇA E CIRCULAÇÃOPARA OBSERVAR O MONUMENTOPISO INTERTRAVADO COR CINZA

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O

escala 1:1000

35$1&+$1�

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Formato\ A1:\ 841mmx594

PRANCHA Nº

3

L

O

escala 1:200

ESTRUTURA EM AÇO COM PINTURA

ELETROSTÁTICANA COR «COBRE»

GRANITO CINZA DE JAZIDA CEARENSE

INTERTRAVADO CIMENTICIONA COR TERRACOTA

GRAMADO NATURAL

INTERTRAVADO CIMENTICIONA COR CINZA

PEDRAS DEMOSAICO

PORTUGUÊSSOLTAS

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PRANCHA Nº

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16m4 UNIDADES

13m4 UNIDADES

10m4 UNIDADES

12 ESTRELAS FOTOGRAFADASPLANTA BAIXA - Ø1,00m

ALTURA DAS ESCULTURAS

CÁSSIA-DO-NORDESTESenna spectabilis var. excelsa

COCO-BABÃOSyagrus cearensis

CARNAÚBACopernicia prunifera

PITOMBEIRATalisia esculenta

JUAZEIROZiziphus joazeiro

VEGETAÇÃO

O paisagismo é definindo por vegetação de grande porte – a proposta prevê o plan�o de árvores e palmeiras na�vas com folhagem marcante, floração reluzente e frutos atra�vos para os pássaros, respeitando e enriquecendo a flora e fauna locais.

Junto às esculturas serão plantadas palmeiras na�vas Coco-babão (Syagrus cearensis) que representam as outras milhares de estrelas que brilham em nosso céu e durante o dia são ofuscadas pela luz do sol. Esse conjunto de palmeiras entouceiradas cria um fundo de maior contraste e assim destaca as esculturas para quem as observa de perto, de dentro da praça.

O restante do plan�o é feito de forma a criar maciços em pontos estratégicos, definindo aberturas e fechamentos, de forma que a paisagem não seja monótona para quem passe pela região. Para compor esses maciços estão previstas algumas Carnaúbas (Copernicia prunifera) – palmeira símbolo do Ceará, que se misturam em um pequeno bosque composto por Juazeiros (Ziziphus joazeiro), Pitombeiras (Talisia esculenta) e Cássias-do-nordeste (Senna spectabilis).

Optamos por não u�lizar arbustos e forrações, prevendo grandes áreas gramadas, proporcionando para as pessoas oportunidades de maior reconexão com a natureza em um jardim feito para pisar e não para observar. A expecta�va é que a população u�lize o espaço deixado abaixo das árvores com grama, para se sentar, contemplar, fazer piqueniques, brincar.

ILUMINAÇÃO

A poluição luminosa é um mal silencioso que vem ameaçando a saúde de nosso planeta. Diversos estudos já iden�ficaram prejuízos do excesso de luz à saúde dos animais e até mesmo no metabolismo das plantas.

Diante disso e considerando o agravante de estarmos em uma área à beira do rio Acaraú propomos que não seja u�lizado nenhum �po de “up light” – evitando o desperdício luminoso e a poluição luminosa. Previmos a instalação de postes mais baixos no trecho alto da praça (mirante e circulação até os acessos) e no topo dos taludes, postes mais altos, que possam prover boa luminosidade para as rampas de acesso e área do eclipse, mas sempre jogando luz de cima para baixo.

Para as esculturas previmos projetores instalados ao longo dos totens, jogando luz de cima para baixo, sendo em maior quan�dade na base e menor quan�dade no topo – de forma que a luz fique mais fraca nas pontas, porém, mais uma vez – sem projetar luz para cima, para o céu.

EDUCAÇÃO

A natureza, e a interação da humanidade com a mesma, são uma chave muito importante do evento centenário. Com a tecnologia e as ro�nas cada vez mais atribuladas temos nos desconectado da natureza e nos distanciado desse aspecto da ciência. Nossa proposta de jardim para pisar e não observar, vem com o intuito de ques�onar e provocar uma mudança nessa realidade.

Ao mesmo tempo a tecnologia atual não deixa de ser uma ferramenta indispensável e ao celebrar o centenário do eclipse propomos que o monumento seja um território de acessibilidade ao conhecimento digital.

Previmos infraestrutura para instalação de internet wi-fi gratuita, e instalação de comunicação visual contendo códigos QR (Quick Response) que direcionarão para portais digitais de conhecimento onde todos os elementos da Praça Monumento possam ser explorados. Desde a proposta-conceito do monumento, bem como o eclipse de Sobral, a Teoria da Rela�vidade, a história da Cidade, informações sobre as espécies vegetais u�lizadas, a fauna presente e/ou pre-existente no local, entre outros temas que possam ser relevantes em pesquisa a ser desenvolvida junto á Secretaria de educação do Município.