monografia samuel enfermagem 2012

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CAMPUS VII BACHARELADO EM ENFERMAGEM SAMUEL OLIVEIRA GONÇALVES AVALIAÇÃO DO CONSUMO DE MEDICAMENTOS ENTRE OS IDOSOS ATENDIDOS NO HOSPITAL DOM ANTÔNIO MONTEIRO EM SENHOR DO BONFIM-BA SENHOR DO BONFIM 2012

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Enfermagem 2012

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Page 1: Monografia Samuel Enfermagem 2012

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII

BACHARELADO EM ENFERMAGEM

SAMUEL OLIVEIRA GONÇALVES

AVALIAÇÃO DO CONSUMO DE MEDICAMENTOS ENTRE OS IDOSOS ATENDIDOS NO HOSPITAL DOM ANTÔNIO MONTEIRO EM

SENHOR DO BONFIM-BA

SENHOR DO BONFIM 2012

Page 2: Monografia Samuel Enfermagem 2012

SAMUEL OLIVEIRA GONÇALVES

AVALIAÇÃO DO CONSUMO DE MEDICAMENTOS ENTRE OS IDOSOS ATENDIDOS NO HOSPITAL DOM ANTÔNIO MONTEIRO EM

SENHOR DO BONFIM-BA

Monografia apresentada como pré-requisito para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem pela Universidade do Estado da Bahia. Orientado pela Enfermeira Especialista Thaisy Luzia Campos Fernandes e co-orientado pelo Drª. Artur Gomes Dias Lima.

SENHOR DO BONFIM 2012

Page 3: Monografia Samuel Enfermagem 2012

Samuel Oliveira Gonçalves. Avaliação do consumo de medicamentos entre os idosos atendidos

no Hospital Dom Antônio Monteiro em Senhor do Bonfim-Ba.

Trabalho de conclusão de curso para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem.

_____/_____/_____

Data da aprovação

Banca Examinadora

______________________________________________________ Enfermeira Especialista Thaisy Luzia Campos Fernandes

Orientadora

______________________________________________________ Enfermeira Especialista Gláucia Sá Brandão

Membro da Banca

______________________________________________________ Drª. Maria de Fátima Brazil dos Santos Souto

Membro da Banca

Senhor do Bonfim 2012

Page 4: Monografia Samuel Enfermagem 2012

“Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória

é o desejo de vencer.” Mahatma Gandhi

Page 5: Monografia Samuel Enfermagem 2012

Dedico esta conquista à toda minha familia Meus avôs Cornélio e Manoel “In memoriam”

Aos meus amados pais Raimundo e Rosinete e ao meu irmão e afilhado amado Rafael.

Page 6: Monografia Samuel Enfermagem 2012

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter iluminado e conduzido meu caminho

com clareza e perseverança.

Dedico essa conquista aos meus queridos avôs Cornélio e Manoel que

‘partiram’ com a benção de Deus;

Agradeço especialmente ao meu Pai, minha Mãe e meu Irmão que sempre

formam meu refúgio, meu alicerce e meu porto seguro. A eles também sou grato

pelos puxões de orelha, pela confiança e amor absoluto. Obrigado por terem

acreditado em mim e por terem me apoiado nas minhas decisões. Agradeço ainda,

pela luta constante na vida, pelo esforço econômico e por terem feito o possível e o

impossível para me darem a oportunidade de estudar na universidade e numa

cidade longe de casa. Fico eternamente grato. Devo a vocês tudo e com e por vocês

compartilho nossa conquista. Amo vocês.

A toda minha amada, querida e maravilhosa família (Vó Áurea, tios, tias,

primos e primas) por compreender minha ausência, pelo apoio e carinho

incondicional, além de toda a confiança que sempre depositaram em mim.

À minha amada companheira Vania, sempre amiga e conselheira. Pela sua

paciência, motivação e compreensão nos momentos mais complicados, pelo

constante apoio e por compreender a importância desta conquista e aceitar a minha

ausência quando necessário. O meu muito obrigado por ser a pessoa que é e por

sempre estar comigo em todas as fases pelas quais passei.

Sou grato também aos professores Marcos Fábio e Andréa Cristina pela

ajuda na elaboração deste projeto.

A professora e amiga Thaisy Luzia Campos Fernandes pelo apoio, incentivo e

confiança. Bem como pela paciência nestes anos.

Ao professor e amigo Artur Gomes Dias Lima por me apresentar o tema e ser

um dos meus maiores incentivadores.

Um obrigado peculiar à amiga, conselheira e protetora professora Maria de

Fátima Brasil Santos Souto pela preocupação, paciência e dedicação ao me atender

e nortear na execução deste trabalho. Uffa! Deu tudo certo Pró!

Page 7: Monografia Samuel Enfermagem 2012

Aos irmãos que ganhei nesta trajetória Gilson, Poliana, Ubiratan e Angelita:

vocês fizeram cada dia na universidade mais divertido e especial. Valeu mesmo à

pena!

A todos meus professores e colegas, aos meus amigos de ontem e de hoje,

fico imensamente grato pela a amizade, companheirismo e transmissão de

conhecimentos.

Compartilho com todos a imensa felicidade que não cabe em palavras...!!

Enfim, mais um projeto na vida realizado. Porém, um novo se inicia. E o

futuro... ahh o futuro... ele que me aguarde!

O sabor desta conquista e de estar vivo alavanca minha fé e ousadia em

prosseguir.

“[...] Mil poderão cair ao teu lado, e dez mil à tua direita; mas tu não serás atingido [...]”

Salmo 91:7

Page 8: Monografia Samuel Enfermagem 2012

RESUMO

O crescente número da população idosa no Brasil traz, cada vez mais, desafios aos serviços e aos profissionais de saúde, principalmente ao alto e muitas vezes indiscriminado consumo de medicamentos, onde este grupo pode apresentar reações adversas mais freqüentes e mais graves. Porém, cabe uma reflexão importante: os idosos consomem remédios por conta própria ou apenas com prescrição médica? Este questionamento resultou na execução deste estudo entre idosos em um hospital no interior da Bahia, que teve como objetivo verificar a prática da automedicação entre os idosos atendidos no ambulatório do Hospital Dom Antonio Monteiro em Senhor do Bonfim-BA. Realizou-se uma pesquisa descritiva de natureza quantiqualitativa, tipo inquérito populacional através de entrevista estruturada com perguntas objetivas aos idosos presentes no ambulatório do hospital. Verificou-se que existe a prática da automedicação entre os idosos, sendo comprovado que 73,3% dos entrevistados se automedicam, destes 90,9% possuem renda familiar mensal de até três salários mínimos e 60% citaram os analgésicos como os medicamentos mais consumidos sem receita médica.

DESCRITORES: Medicamentos, Consumo, Automedicação, Idosos.

Page 9: Monografia Samuel Enfermagem 2012

ABSTRACT

The crescent number of elderly population in Brazil brings, increasingly, challenges to health services and professionals, especially the loud and often indiscriminate use of medicines, where, this group, can have adverse effects more frequent and more severe. However, there is an important consideration: the elderly consume drugs on their own or only with a doctor’s prescription? This inquiry resulted in the execution of this study among elderly in a hospital in Bahia, which aimed to verify self-medication among the elderly seen at the Dom Antonio Monteiro Hospital, in Senhor do Bonfim, BA. We conducted a descriptive, of nature quantiqualitative, type population survey, using a structured interview with objective questions to the elderly present in the ambulatory. It was found that there is self-medication among the elderly, demonstrated that 73.3% of respondents self-medicate, of these 90.9% have a monthly income of up to three minimum wages, and 60% cited that analgesics are the most frequently consumed drugs without a prescription.

KEYWORDS: Drugs, Consumption, Self Medication, the Elderly.

Page 10: Monografia Samuel Enfermagem 2012

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 – Frequência de idosos entrevistados no HDAM. Distribuição por idade. Senhor do Bonfim-Ba, out/dez 2011.

24

Tabela 02 – Frequência dos idosos entrevistados no HDAM. Distribuição por grau de escolaridade. Senhor do Bonfim-Ba, out/dez 2011.

25

Tabela 03 – Frequência dos idosos entrevistados no HDAM. Distribuição por escolaridade e sexo. Senhor do Bonfim-Ba, out/dez 2011.

26

Tabela 04 – Frequência de idosos entrevistados no HDAM. Distribuição por sexo e prática da automedicação. Senhor do Bonfim-Ba, out/dez 2011.

29

Tabela 05 – Frequência de idosos entrevistados no HDAM. Distribuição por idade e prática da automedicação. Senhor do Bonfim-Ba, out/dez 2011.

29

Tabela 06 – Frequência de idosos entrevistados no HDAM. Distribuição por escolaridade e prática da automedicação. Senhor do Bonfim-Ba, out/dez 2011.

30

Tabela 07 – Frequência de idosos entrevistados no HDAM. Distribuição por renda mensal e prática da automedicação. Senhor do Bonfim-Ba, out/dez 2011.

31

Tabela 08 –

Frequência de idosos entrevistados no HDAM. Distribuição por consultas realizadas no último ano e prática da automedicação. Senhor do Bonfim-Ba, out/dez 2011.

35

Tabela 09 – Frequência de idosos entrevistados no HDAM. Distribuição por leitura das bulas de medicamentos. Senhor do Bonfim-Ba, out/dez 2011.

36

Page 11: Monografia Samuel Enfermagem 2012

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01 – Frequência de idosos entrevistados no HDAM. Distribuição por sexo. Senhor do Bonfim-Ba, out/dez 2011.

24

Gráfico 02 – Frequência dos idosos entrevistados no HDAM. Distribuição por estado civil. Senhor do Bonfim-Ba, out/dez 2011.

25

Gráfico 03 – Frequência dos idosos entrevistados no HDAM. Distribuição por renda familiar. Senhor do Bonfim-Ba, out/dez 2011.

27

Gráfico 04 – Frequência dos idosos entrevistados no HDAM. Distribuição por prática da automedicação. Senhor do Bonfim-Ba, out/dez 2011.

27

Gráfico 05 – Frequência de medicamentos mais utilizados entre os idosos entrevistados no HDAM. Distribuição por classe farmacêutica. Senhor do Bonfim-Ba, out/dez 2011.

33

Gráfico 06 – Frequência de idosos entrevistados no HDAM. Distribuição por influência de propagandas de medicamentos. Senhor do Bonfim-Ba, out/dez 2011.

37

Page 12: Monografia Samuel Enfermagem 2012

SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO 12

2 REVISÃO DE LITERATURA 13

3 METODOLOGIA 21

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 23

5 CONCLUSÃO 40

6 RECOMENDAÇÕES 42

REFERÊNCIAS 43

APÊNDICES 50

ANEXO 56

Page 13: Monografia Samuel Enfermagem 2012

12

1 APRESENTAÇÃO

As mudanças tecnológicas que ocorreram no século XX levaram ao

desenvolvimento das indústrias e como um todo e proporcionou um grande

proporcionou um grande avanço na indústria farmacêutica favorecendo a síntese de

novos compostos para diversos fins e a expansão de seu mercado, trazendo

consigo um arsenal de novos produtos e transformações importantes no perfil de

utilização de medicamentos em todo o mundo (MARGONATO et al., 2008).

Neste contexto, deve-se analisar especialmente os idosos, pois apresentam

restrições fisiológicas que ocasionam alterações na farmacocinética clínica

interferindo diretamente nos processos de absorção, distribuição, metabolização e

eliminação dos medicamentos (KATZUNG, 2002), que associado a problemas

crônicos de saúde consomem grande número de medicamentos, que quando mal

utilizados ou consumidos de forma indiscriminada e irracional podem desencadear

complicações sérias (BARROS, 2002 apud MARIN et al., 2008).

Para tanto, considerando a importância do uso correto dos fármacos, este

estudo avalia pela primeira vez o perfil do consumo de medicamentos dos idosos de

Senhor do Bonfim, sob o ponto de vista da Enfermagem, na tentativa de contribuir

para o conhecimento do perfil do consumo de medicamentos dos idosos,

possibilitando o planejamento de estratégias e ações significativas ao combate à

pratica da automedicação, visando reduzir ou até eliminá-la.

Page 14: Monografia Samuel Enfermagem 2012

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2 REVISÃO DE LITERATURA

No início do século XX, os primeiros passos da química sintética começaram

a revolucionar a indústria farmacêutica e, com ela, a ciência da farmacologia (RANG,

RITTER, FLOWER, 2007).

Tourinho (2008) argumenta que foi a partir da década de 1920 que a indústria

farmacêutica teve seu maior desenvolvimento e contribuição com fármacos na

melhora dos indicadores de saúde, e hoje, em pleno século XXI, observa-se a

interferência na história natural de diversas doenças, principalmente, com a

introdução dos antibióticos, das vacinas e dos medicamentos anti-hipertensivos. O

autor afirma ainda, que a introdução maciça e progressiva de novos fármacos impôs

à população mundial outro problema, das enfermidades associadas à

farmacoterapia, muitas vezes atribuída ao uso irracional dos medicamentos.

A ausência de iniciativas para formação de profissionais de saúde capazes de

orientar adequadamente sobre o uso correto de medicamentos contribui com a

manutenção de índices elevados de intoxicações medicamentosas no Brasil.

Técnicas de marketing que atraem prescritores e usuários de medicamentos

também favorecem a utilização inadequada desses produtos por uma parcela

considerável da população (MARGONATO, et al., 2008).

De 1993 a 1996, foram registrados no Brasil pelo Sistema Nacional de

Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX), 217.512 casos de intoxicação

humana, sendo que os medicamentos ocuparam o primeiro lugar nas estatísticas

entre os agentes tóxicos com 27% dos casos registrados e responderam por 62%

das tentativas de suicídio registradas no período e correspondendo ao segundo

lugar em número de óbitos (BORTOLETTO, BOCHNER, 1999).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define como utilização de

medicamentos: a comercialização, distribuição, prescrição e uso de medicamentos

em uma sociedade, com ênfase especial sobre as conseqüências médicas, sociais e

econômicas resultantes. Nesta linha, o estudo dos medicamentos como

determinantes de saúde e doença na população é denominado como

Page 15: Monografia Samuel Enfermagem 2012

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Farmacoepidemiologia, que tem como atribuições explorar os efeitos e usos dos

tratamentos farmacológicos em tempo, espaço e população definidos (TOURINHO,

2008).

Esta é uma prática comum, vivenciada por civilizações de todos os tempos,

com características peculiares a cada época e a cada região, sendo muitas vezes

influenciada com a prescrição (ou indicação) de medicamentos por pessoas não

habilitadas, como amigos, familiares ou balconistas da farmácia (BORTOLETTO,

BOCHNER, 1999).

De acordo com Paulo e Zanine (1988, p. 69):

A automedicação é um procedimento caracterizado fundamentalmente pela iniciativa de um doente, ou de seu responsável, em obter ou produzir e utilizar um produto que acredita lhe trará benefícios no tratamento de doenças ou alívio de sintomas. A automedicação inadequada, tal como a prescrição errônea, pode ter como conseqüência efeitos indesejáveis, enfermidades iatrogênicas e mascaramento de doenças evolutivas, representando, portanto, problema a ser prevenido.

Para Lefèvre (1983), os medicamentos conseguem iludir e funcionam como

paliativos dos sofrimentos de milhares de indivíduos, não como aparência, mas com

a realidade da sua eficácia científica.

A proposta de alívio imediato do sofrimento como em um passe de mágica é

um apelo atraente, mas tem seu preço, o qual nem sempre se restringe ao

desembolso financeiro e pode ser descontado na própria saúde (AQUINO, 2008).

O uso indevido de substâncias podem acarretar diversas conseqüências

como resistência bacteriana, reações de hipersensibilidade, dependência,

sangramento digestivo, sintomas de retirada e ainda aumentar o risco para

determinadas neoplasias (BORTOLETTO, BOCHNER, 1999).

O risco dessa prática pode estar correlacionado com o grau de instrução e

informação dos usuários sobre medicamentos, bem como com a acessibilidade dos

mesmos ao sistema de saúde e a eficiência do trabalho das várias instâncias que

controlam este mercado também exercem papel de grande relevância nos riscos

implícitos na automedicação (ARRAIS et al., 1997).

Page 16: Monografia Samuel Enfermagem 2012

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Segundo a OMS: O uso inadequado de medicamentos é um

problema de Saúde Pública prevalente em todo o mundo. Dados da OMS

revelam que (AQUINO, 2008; ANVISA, 2006):

15% da população mundial consome mais de

90% da produção farmacêutica;

25 a 70% do gasto em saúde nos países em

desenvolvimento correspondem a medicamentos, naqueles

desenvolvidos, esse porcentual é de 15%;

50 a 70% das consultas médicas geram

prescrição medicamentosa;

50% de todos os medicamentos são prescritos,

dispensados ou usados inadequadamente;

Somente 50 % dos pacientes, em média, tomam

corretamente seus medicamentos;

Os hospitais gastam de 15% a 20% de seus

orçamentos para lidar com as complicações causadas pelo

mau uso de medicamentos;

De todos os pacientes que dão entrada em

prontos-socorros com intoxicação, 40% são vítimas dos

medicamentos.

O que tem sido observado no Brasil se contrapõe à proposta da OMS.

Segundo Barros (1989), pelo menos 35% dos medicamentos adquiridos no Brasil

são utilizados através de automedicação. Estatísticas da Fundação Oswaldo Cruz

(Fiocruz) revelam que no Brasil 16% dos casos de morte por intoxicações são

causados por medicamentos (AQUINO, 2008).

Dados levantados pela Comissão Parlamentar de Inquérito sobre os

Medicamentos em 2002 mostraram que 15% da população consome 50% do que se

produz de medicamentos, enquanto 51% entre os que ganham até quatro salários-

mínimos consomem 16% (ANVISA, 2006).

Page 17: Monografia Samuel Enfermagem 2012

16

Arrais (1997) argumenta que em países desenvolvidos, o número de

medicamentos de venda livre tem crescido nos últimos tempos, assim como a

disponibilidade desses medicamentos em estabelecimentos não farmacêuticos, o

que favorece a automedicação.

Enquanto que no Brasil, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias

Farmacêuticas (ABIFARMA), cerca de 80 milhões de pessoas são adeptas da

automedicação, a má qualidade da oferta de medicamentos, o não-cumprimento da

obrigatoriedade da apresentação da receita médica e a carência de informação e

instrução na população em geral justificam a preocupação com a qualidade da

automedicação praticada no país (ARRAIS et al., 1997).

Entretanto, se o brasileiro tende a se automedicar, pode ser porque não

encontra disponibilidade dos serviços de saúde mais acessíveis, precisa ficar horas

em uma fila e, às vezes, esperar dias e até meses para ser atendido por um médico.

O consumo impróprio de medicamentos é realidade também nas camadas

mais favorecidas da sociedade, onde o alto consumo de forma inadequada de

medicamentos é uma realidade também observada, sendo também em

conseqüência do legado cultural (AQUINO, 2008).

Estudos realizados em países desenvolvidos e em países em

desenvolvimento têm mostrado que o hábito da automedicação está associado à

presença de sinais e sintomas menores de características agudas (dor e febre, por

exemplo).

Entre os fatores que favorecem a automedicação Nascimento (2009) afirma

que as propagandas de medicamentos no Brasil têm participação peculiar, pois se

verifica:

Multas arrecadadas irrisórias comparados aos gastos com publicidade;

As multas são repassadas aos preços;

A punição das irregularidades são realizadas após a infração (quando

a população já foi exposta ao risco).

A frase “Ao persistirem os sintomas o médico deverá ser consultado” em vez

de alertar para os riscos da automedicação estimula o uso pelo menos do primeiro

medicamento sem receita, indicando a busca de um médico só no caso da

permanência dos sintomas (NASCIMENTO, 2009).

Page 18: Monografia Samuel Enfermagem 2012

17

Nascimento (2009) ainda conclui que, do ponto de vista publicitário, veicular

informações sobre riscos e possíveis agravos é visto pelo marketing medicamentoso

como uma contrapropaganda do produto. Estas 1uando surgem, são exibidas em

letras minúsculas aparecendo ligeiramente e com poucas informações, evitando-se

determinar quais os grupos populacionais que não devem tomar o medicamento,

como idosos, crianças, diabéticos, hipertensos e outros.

Ainda ao que se refere à propaganda de medicamentos, pode-se dirigir o

termo manipulação (social) definido por Bobbio (2000): na manipulação social, o

sujeito manipulado não sabe que o é e crê tomar sua decisão de modo livre,

enquanto que o seu comportamento é, na realidade, manobrado pelo manipulador.

Observa-se também que os medicamentos são alvos de medidas que

estimulam o seu consumo como: propagandas, descontos e promoções, tendo na

maioria das vezes o idoso como público alvo (ANDRADE, SILVA, FREITAS, 2004).

Em 1985 a idade de 65 anos foi estabelecida pela Organização das Nações

Unidas (ONU) para determinar uma pessoa idosa nos países desenvolvidos ao

passo que nos países em desenvolvimento devido a estimativa de vida ser menor

considera-se 60 anos como parâmetro (SILVA, et al., 2010), a exemplo do Brasil

conforme o Estatuto do Idoso que entrou em vigor em 1º de janeiro de 2004

(BRASIL, 2003).

Existe relativamente no Brasil pouco trabalho abordando o risco do consumo

inadequado de medicamentos, essa falta de informação eleva a percentagem no

país de pessoas que praticam a automedicação, seja de interesse próprio, por

indicação de leigos e utilização de receitas antigas (BORTOLETTO e BOCHNER,

1999).

Em estudo realizado por Haak (1989), junto a núcleos familiares em dois

povoados baianos, revelou que os medicamentos modernos são amplamente

utilizados no contexto da automedicação. A atitude da população em relação a

esses medicamentos foi de ampla aceitação. Fatores agravantes nesse quadro

foram: 1) a preferência pela aplicação de medicamentos a recém-nascidos; 2) o alto

custo financeiro envolvido na compra de medicamentos; 3) o exagerado nível de

expectativa em relação aos antibióticos, analgésicos e vitaminas.

Page 19: Monografia Samuel Enfermagem 2012

18

Arrais et al. (1997) concluiu que a automedicação no Brasil reflete as

carências e hábitos da população, e que é consideravelmente influenciada pela

prescrição médica e tem a sua qualidade prejudicada pela baixa seletividade do

mercado farmacêutico.

Em estudo realizado pelo professor Artur Gomes Dias Lima, foi constatado

que 90% dos 455 entrevistados afirmaram fazer uso de medicamentos sem

prescrição médica, e também, que a automedicação é uma questão cultural, onde

91% dos entrevistados afirmaram que seus pais ou responsáveis tinham hábito de

administrar medicamentos sem indicação médica (REBOUÇAS, 2008). Esse mesmo

estudo refere que a automedicação poderia ser evitada se a venda de

medicamentos fracionados fosse disseminada e incentivada, sendo essa uma

responsabilidade também das farmácias.

Vitor (2008), após pesquisa em Porto Alegre – RS descreveu o padrão de

consumo de medicamentos, e apoiou a hipótese da ingênua e excessiva crença da

sociedade atual no poder dos medicamentos, o que contribui para a crescente

demanda de produtos farmacêuticos para qualquer tipo de transtorno, por mais

banal e autolimitado que seja. Dessa forma, o medicamento foi incorporado à

dinâmica da sociedade de consumo e, portanto, está sujeito às mesmas tensões,

interesses e dura competição de qualquer setor do mercado, afastando-se de sua

finalidade precípua na prevenção, diagnóstico e tratamento das enfermidades.

Entre os idosos, a fatia dos desassistidos cresce. Mesmo aqueles sem

dificuldades de aquisição nem sempre são adequadamente tratados, pois há

distorções nos campos da fabricação, da prescrição e do uso de medicamentos

(ROZENFELD, 2003).

Os medicamentos representam um dos itens mais importantes da atenção à

saúde do idoso. Conhecer os perfis da população geriátrica e de utilização de

medicamentos é essencial para estratégias de prescrição racional e utilização de

fármacos entre os idosos (FILHO, MARCOPITO, CASTELO, 2004).

Existem evidências que grande percentual da renda dos idosos são gastos

com o uso de remédios, comprometendo essa parcela da população

financeiramente, e, predispondo a outros problemas de saúde em função do

consumo indiscriminado de medicamento, a exemplo das reações adversas que são

Page 20: Monografia Samuel Enfermagem 2012

19

responsáveis por cerca de 10% a 20% das internações hospitalares (SILVA, et al.,

2010).

Estudos populacionais sobre o consumo de medicamentos comprovam o uso

crescente com a idade, tanto em pequenos povoados do interior (HAAK, 1989),

como em grandes centros urbanos (BARROS, 1983; FRANCO et al., 1986/1987

apud ROZENFELD, 2003).

Em estudo realizado no Rio de Janeiro constatou que quase 30% dos

integrantes da pesquisa consumiam medicamentos não-prescritos, sendo que a

maioria dos consumidores possuía idade entre 60 a 69 anos (VERAS, 1994 apud

ROZENFELD, 2003).

Flores e Mengue (2005) em pesquisa na cidade de Porto Alegre, constatou

que 33% dos idosos usavam medicamentos sem consultar um médico, sendo a dor

inespecífica a principal causa de 53%, e 16% utilizavam receitas antigas para

adquirir medicamentos prescritos anteriormente.

Outra pesquisa realizada entre idosos em outro município do Rio Grande de

Sul constatou que o uso de medicamentos não prescritos foi de apenas 3,8% entre

as mulheres e 4,3% entre os homens (FLORES, V. B., BENVEGNÚ, 2008).

O aumento da população idosa no Brasil segue uma tendência já ocorrida em

países desenvolvidos, trazendo cada vez mais desafios aos serviços e aos

profissionais de saúde (FLORES, BENVEGNÚ, 2008), principalmente quanto a

peculiaridades distintas de um grupo no mesmo estado, exigindo então uma

assistência de saúde distinta e adequações das estratégias de saúde para cada

região.

Desta forma, não ocorre uniformidade no tipo de comportamento e padrão de

consumo de medicamentos numa determinada população, sendo significante a

realização de estudos nas mais diversas regiões para estabelecer o consumo de

medicamentos na sua própria população e subsidiar os gestores públicos na

programação de serviços e assistência farmacêutica para idosos (LOYOLA FILHO,

UCHOA, LIMA-COSTA, 2006).

Estudos estatísticos apontam para um grande crescimento da população

idosa nos próximos anos, atingindo cerca de 32 a 33 milhões de pessoas com a

faixa etária maior que 60 (CASTRO, VARGAS, 2005).

Page 21: Monografia Samuel Enfermagem 2012

20

Cerca de 650 mil novos idosos são agrupados à população por ano, sendo

um total de três milhões em 1960, sete milhões em 1975 e 17 milhões em 2006, o

que resulta crescimento de 600% em menos de 50 anos (GIACOMIN et al., 2005).

Estima-se que em 2020 o Brasil alcance o sexto lugar com maior população de

idosos no mundo com 32 milhões (LIMA-COSTA, VERAS, 2003).

Tais números reforçam uma baixa progressiva da taxa de mortalidade,

evidenciando que, atualmente, a sociedade brasileira atravessa um período de

transição, onde a melhoria da qualidade de vida e a consequente elevação da

expectativa de vida é responsável pelo aumento considerável da população idosa.

Neste sentido, é necessário que as atividades dos profissionais de saúde estejam

consoantes com essa realidade, entendendo que o idoso possui peculiaridades

inerentes ao seu contexto familiar e social, respeitando sua autonomia e

independência (CASTRO, VARGAS, 2005).

Não apenas os profissionais sentirão o impacto desse novo fenômeno, mas,

inclusive, ocorrerá reflexo nos gastos com saúde no Brasil, levando a novas

estratégias e mudanças nas estruturas econômicas governamentais que visem

oferecer recursos e garantir atendimento a camada mais envelhecida que acabam

tendo mais problemas de saúde, que acabam levando à população idosa a um

consumo significativo de medicamentos.

Page 22: Monografia Samuel Enfermagem 2012

21

3 METODOLOGIA

Tratou-se de uma pesquisa descritiva de natureza quantiqualitativa, tipo

inquérito populacional através de entrevista estruturada (Apêndice A) sendo

apresentado termo de consentimento livre e esclarecido (Apêndice B).

A pesquisa foi desenvolvida no Hospital Dom Antônio Monteiro (HDAM) na

cidade de Senhor do Bonfim – BA. Esta unidade hospitalar foi selecionada por ser a

única unidade hospitalar pública do município e por estar situada no centro da

cidade, atendendo grande número de usuários diariamente dos mais diversos

bairros, localidades e grupos sociais, permitindo assim uma amostra diversificada.

Este estudo guiou-se pelos princípios éticos de pesquisa, seguindo a

orientação da resolução do Conselho Nacional de Saúde nº 196 (BRASIL, 1996). A

coleta de dados foi permitida após aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em

Pesquisa da Universidade do Estado da Bahia, através do Parecer de processo nº

0603090217743 (Anexo I).

O usuário foi informado quanto à garantia do anonimato e confidencialidade

do estudo e ao aceitar participar da entrevista foi solicitada a assinatura do Termo de

Consentimento Livre Esclarecido – TCLE (Apêndice B), indicando que não haveria

ônus ou bônus aos participantes da pesquisa.

A amostra se fez de forma não-probabilística, de seleção a esmo ou sem

norma. Sendo, em muitas ocasiões, constituída apenas pelos mais acessíveis

(PEREIRA, 1995).

O estudo foi realizado entre os meses de Outubro a Dezembro de 2011, em

dias aleatórios no turno matutino das 08 às 12hs, totalizando oito coletas por mês.

Utilizou-se como elementos de inclusão da pesquisa os usuários de ambos os

sexos que estiveram presentes no horário com idade de 60 anos ou mais de acordo

com a Lei n.º 10.741, de 1.º de Outubro de 2003 (BRASIL, 2003), acamados ou não,

conscientes e com capacidade de se comunicar e os residentes no território (zona

urbana ou rural) do município de Senhor do Bonfim.

Page 23: Monografia Samuel Enfermagem 2012

22

Foram excluídos do estudo os entrevistados que não possuíam idade igual ou

superior a 60 anos, indivíduos com patologias ou necessidades psiquiátricas, além

daqueles que não residam no município de Senhor do Bonfim.

Os sujeitos foram recrutados na sala de espera de atendimento ambulatorial

do HDAM antes ou após a consulta médica, onde se explicou o tema e o objetivo da

pesquisa. As entrevistas foram realizadas em locais privados, após a assinatura do

termo de consentimento, para que a confidencialidade do participante fosse

preservada.

Para apreciação dos dados utilizou-se o software Epi Info 3.5.1, sendo os

resultados expressos em tabelas e gráficos confeccionados através dos softwares

Microsoft Word 2007 e Microsoft Exel 2007, o que facilitou a visualização e análise

dos resultados.

Page 24: Monografia Samuel Enfermagem 2012

23

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O Hospital Dom Antônio Monteiro - HDAM consiste em uma unidade

hospitalar de médio porte, onde seus 150 leitos são distribuídos entre os serviços de

ginecologia e neonatologia, clínica geral, obstetrícia, pediatria e para cirurgia destas

mesmas especialidades (BRASIL, 2011a). De acordo com Balbueno e Nozawa,

(2004) este total de leitos é suficiente para classificar um hospital como de médio

porte.

Trata-se de uma entidade com esfera administrativa privada, de natureza

beneficente sem fins lucrativos, atualmente sobre intervenção e gestão pública

municipal com atendimento a clientela diferenciada em atendimentos ambulatoriais,

urgência e emergência, internação, cirurgias ortopédicas, vasculares,

gastrointestinais, urológicas e eletivas (BRASIL, 2011a).

O envelhecimento da população é observado por diversos ângulos, dentre

eles o econômico e social, e também, das políticas de saúde específicas para

atender as necessidades desta população (LIMA et al., 2007). Há um ritmo de

crescimento da população idosa que já é maior que o número de nascimentos. Em

2009, o Brasil contava com uma população de cerca de 21 milhões de pessoas de

60 anos ou mais de idade, saltando de um índice de 9,1% em 1999 para 11,3% em

2009 de idosos no país (IBGE, 2010).

A região Nordeste apesar de ainda possuir uma população

predominantemente jovem, há uma crescente proporção no índice dos idosos, que

passou de 5,1% no ano de 1991, 5,8% em 2000 e para 7,2% em 2010 (IBGE,

2011b).

A Bahia é o quarto estado mais populoso do país, com uma população

residente de 14.016.906 milhões de pessoas, a população idosa corresponde a

10,35% ou 1.451.206 milhão de pessoas (IBGE, 2012a). Enquanto que Senhor do

Bonfim soma 11,51% (8.567 pessoas) da população com mais de 60 anos de idade

(IBGE, 2012b).

No estudo desenvolvido com idosos no HDAM em Senhor do Bonfim, o

resultado do estudo concretizado entre os meses de outubro a novembro de 2011

Page 25: Monografia Samuel Enfermagem 2012

24

envolveu uma amostra de apenas 15 indivíduos entrevistados que atenderam aos

critérios de inclusão da pesquisa e período estabelecido, devido a dificuldades

operacionais que o hospital enfrentou no período da coleta. O perfil da população

estudada obteve uma idade que variou entre 60 a 90 anos de idade, sendo em sua

maioria na faixa etária de 60 e 65 anos (Tabela 01).

TABELA 01 – Frequência de idosos entrevistados no HDAM. Distribuição por idade. Senhor do Bonfim-Ba, out/dez 2011.

Anos de idade

%

60 26,7

61 6,7

62 6,7

65 13,3

70 6,7

71 6,7

72 6,7

74 6,7

75 6,7

79 6,7

90 6,7 TABELA 01 - Percentual dos participantes por idade.

Quanto ao gênero dos entrevistados 53,3% pertenciam ao sexo feminino e

46,7% ao sexo masculino de acordo com o observado no Gráfico 01.

GRÁFICO 01 – Distribuição por sexo.

42

44

46

48

50

52

54

Masculino Feminino

%

Sexo

Gráfico 01 - Frequência de idosos entrevistados no HDAM. Distribuição por sexo. Senhor do Bonfim-Ba, out/dez 2011.

Feminino

Masculino

Page 26: Monografia Samuel Enfermagem 2012

25

O Gráfico 02 exibe que a maioria entre os entrevistados alegaram o estado

civil como casados totalizando 53,3%.

GRÁFICO 02 – Distribuição por estado civil.

Em relação ao grau de escolaridade foi notória a predominância de

analfabetos, constituindo um total de 53,0% dos entrevistados conforme análise da

Tabela 02.

Tabela 02 - Frequência dos idosos entrevistados no HDAM. Distribuição por grau de escolaridade. Senhor do Bonfim-Ba, out/dez 2011.

Grau de escolaridade %

Não alfabetizado 53,3

Primeiro incompleto 20,0

Segundo completo 20,0

Segundo incompleto 6,7

TABELA 02 – Percentual por grau de escolaridade dos entrevistados.

0

10

20

30

40

50

60

Casados Viúvos Divorciados

%

Estado civil

Gráfico 02 - Frequência dos idosos entrevistados no HDAM. Distribuição por estado civil. Senhor do Bonfim-Ba, out/dez 2011.

Casados

Viúvos

Divorciados

Page 27: Monografia Samuel Enfermagem 2012

26

Quando analisado sexo e escolaridade na Tabela 03, observa-se que as

mulheres constituíram maior percentual de baixa escolaridade com 62,5% de não

alfabetizadas.

Tabela 03 – Frequência dos idosos entrevistados no HDAM. Distribuição por escolaridade e sexo. Senhor do Bonfim-Ba, out/dez 2011.

Grau de escolaridade

Feminino (%) Masculino (%)

Não alfabetizado 62,5 42,9

Primeiro incompleto

12,5 28,6

Segundo completo 12,5 28,6

Segundo incompleto

12,5 0,0

TABELA 3 - Distribuição por escolaridade e sexo.

Ao se comparar estes dados com estudos desenvolvidos em outras regiões

do país verifica-se similaridade, como apresentado por Silva et al., (2010) em uma

amostra de 211 idosos em Montes Claros-MG, onde apresentou 61,7% da

população feminina com analfabetismo. O autor afirma que entre os fatores

determinantes para este alto percentual, está a sobrecarga de funções das mulheres

no núcleo familiar, que além das funções domésticas exercem atividades externas

ao domicílio e, dessa forma, não demanda tempo ou oportunidade para o empenho

em atividades escolares.

O Gráfico 03 demonstra que em relação à renda familiar mensal 93,3%

possuem renda de até três salários mínimos.

Page 28: Monografia Samuel Enfermagem 2012

27

GRÁFICO 03 – Distribuição por renda familiar mensal.

Em relação ao consumo de medicamentos entre os idosos no HDAM, o

estudo constatou que 73,3% dos entrevistados afirmaram praticar a automedicação

como indica o Gráfico 04, ou seja, usam medicamentos sem prescrição médica,

onde eles mesmos decidem qual fármaco utilizar (VILARINO et al., 1998).

GRÁFICO 04 - Distribuição por prática da automedicação.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

%

Renda mensal da família

Gráfico 03 - Frequência dos idosos entrevistados no HDAM. Distribuição por renda familiar. Senhor do Bonfim-Ba, out/dez 2011.

1 a 3 salários-mínimos

1 salário-mínimo

73%

27%

Gráfico 04 - Frequência dos idosos entrevistados no HDAM. Distribuição por prática da automedicação. Senhor do Bonfim-Ba, out/dez 2011.

Pratica Não pratica

Page 29: Monografia Samuel Enfermagem 2012

28

Foram encontrados estudos na literatura com dados semelhantes, mas

também, que contrariam o alto índice analisado no HDAM em Senhor do Bonfim, a

exemplo do trabalho realizado por Loyola Filho et al., (2002) na cidade de Bambuí,

em Minas Gerais, onde se obteve um percentual de somente 46% de idosos que

referiram utilizar medicamentos não prescritos. Em Marília interior de São Paulo,

Marin et al., (2008) constatou através de estudo desenvolvido com uma população

de 301 idosos, que 36,9% utilizaram algum tipo de fármaco sem indicação médica.

No interior do estado de Pernambuco, foi demonstrada alta taxa (60%) de

automedicação entre os idosos (BARROS E SÁ, BARROS, SÁ, 2007). Taxas

elevadas sobre automedicação foram observadas no Rio Grande do Sul por

Cascaes, Falchetti e Galato (2008), onde se encontrou uma alta freqüência (80,5%)

de automedicação entre os idosos. Em outro estudo também desenvolvido no Rio

Grande do Sul, na cidade de Santa Maria se verificou na população de idade entre 0

a 89 anos, que 76,1% dos participantes da pesquisa se automedicaram ou eram

automedicados (VILARINO et al., 1998).

Quando a automedicação é analisada e relacionada com o gênero alguns

estudos revelaram que as mulheres constituem o grupo que mais utiliza

medicamentos sem prescrição, como no estudo realizado por Bortolon et al., (2008)

que mostrou que apenas 30,8% das idosas praticavam a automedicação. Em meio

as idosas entrevistadas no HDAM, o resultado prevalente foi mais que o dobro

deste, consistindo em 62,5% de uso de medicamentos sem prescrição. Valor menor

que entre os homens, onde se constatou prevalência maior com 85,7% de

automedicação entre os homens conforme a Tabela 04.

Page 30: Monografia Samuel Enfermagem 2012

29

Tabela 04 - Frequência de idosos entrevistados no HDAM. Distribuição por sexo e prática da automedicação. Senhor do Bonfim-Ba, out/dez 2011.

Sexo Pratica (%) Não Pratica (%)

Feminino 62,5 37,5

Masculino 85,7 14,3

TABELA 04 – Distribuição por sexo e prática da automedicação.

Este índice entre os homens é muito superior quando comparado com o

estudo de Loyola Filho et al., (2002), onde somente 52,5% dos homens faziam uso

exclusivo de medicamentos não prescritos

Entretanto, em trabalho desenvolvido por Barros e Sá, Barros, Sá, (2007) a

prática da automedicação foi predominante entre idosos do sexo feminino. Os

autores atribuem este percentual ao fato de as mulheres serem mais submetidas à

medicalização, se cuidarem mais e frequentarem com mais frequência os serviços

de saúde.

Observou-se na população entrevistada a predominância entre a faixa etária

de 60 a 65 anos de idade incidindo um total de 46,7% entre os que se automedicam,

onde 26,6% possuem entre 70 e 79 anos de idade como indica a Tabela 05,

demonstrando que é na primeira década da terceira idade que os indivíduos tendem

a se automedicar.

Tabela 05 - Frequência de idosos entrevistados no HDAM. Distribuição por idade e automedicação. Senhor do Bonfim-Ba, out/dez 2011.

Anos de Idade %

60 a 65 46,7

70 a 79 26,6

TABELA 05 - Distribuição por idade e automedicação.

Page 31: Monografia Samuel Enfermagem 2012

30

De acordo com Rozenfeld (2003), a idade é uma variável preditora do uso de

medicamentos, e seus efeitos se produzem mesmo antes dos 60 anos. Nesta fase é

comum o surgimento de doenças crônicas, aumento da incidência de afecções

agudas, redução das condições socioeconômicas e o consumo de quantidades

elevadas de medicamentos (OLIVEIRA, et al., 2009).

Na maioria das vezes o consumo simultâneo de um maior número de

fármacos prescritos, associados aos não prescritos aumenta a probabilidade de

ocorrência de reações adversas e interações medicamentosas (ROZENFELD,

2003).

Verificou-se que a maioria dos entrevistados que praticam a automedicação

possuem baixo grau de escolaridade. Sendo os analfabetos que compõem 36,4%

entre aqueles que utilizam medicamento por vontade própria e 27,3% possuem

primeiro grau incompletos conforme a Tabela 06, e juntos sinalizam 63,7% entre

aqueles que se automedicam.

Tabela 06 - Frequência de idosos entrevistados no HDAM. Distribuição por escolaridade e prática da automedicação. Senhor do Bonfim-Ba, out/dez 2011.

Grau de escolaridade Pratica (%)

Não alfabetizado 36,4

Primeiro incompleto 27,3

Segundo completo 27,3

Segundo incompleto 9,1

TABELA 06 – Distribuição por grau de escolaridade e prática da automedicação.

Existem, portanto, pesquisas com a população idosa, mas que não

correlacionam a escolaridade com o uso irracional de medicamentos. Como,

exemplo, Loyola Filho et al., (2002) comprovou que 19,7% consumiam

medicamentos exclusivamente não prescritos possuíam menos de 4 anos de estudo,

e os que possuíam de quatro a sete anos de escolaridade 44% faziam uso exclusivo

da automedicação. Na região sul do Brasil Flores e Mengue (2005) obtiveram em no

Page 32: Monografia Samuel Enfermagem 2012

31

estudo 78% da população idosa com baixa escolaridade que consumiam 78,2% dos

medicamentos relatados que incluíram prescritos e não prescritos.

Entretanto, contrastando estas taxas, no trabalho de Vilarino et al., (1998)

houve correlação entre os anos de estudo e automedicação. Entre os que nunca

tiveram educação formal em escola 66,1% se automedicaram, entre os que tiveram

8 anos de educação o percentual subiu para 71,8% e dos com 12 anos ou mais de

estudo 87,9% utilizaram medicamentos sem prescrição médica. Ao passo que

Cascaes, Falchetti e Galato (2008) não observaram associações significantes entre

a prática da automedicação com gênero, idade e escolaridade.

Dentre as variáveis analisadas, observa-se na Tabela 07 que a renda mensal

da família contribui no padrão de utilização de medicamentos na população em

questão, pois 90,9% dos entrevistados que utilizam medicamentos sem indicação

médica possuem renda mensal de até três salários mínimos, e apenas 9,1% possui

renda de um salário mínimo.

Tabela 07 - Frequência de idosos entrevistados no HDAM. Distribuição por renda mensal e prática da automedicação. Senhor do Bonfim-Ba, out/dez 2011.

Renda mensal da família Pratica (%)

1 a 3 salários-mínimos 90,9

1 salário-mínimo 9,1

TABELA 07 – Distribuição por renda mensal e prática da automedicação.

Deve-se levar em consideração que a senilidade acarreta problemas de

saúde e consequente elevação dos gastos com medicamentos em comparação ao

observado nas demais faixas etárias (METGE, et al., 1999; MUELLER, SCHUR,

O’CONNELL, 1997 apud LIMA, et al., 2007).

Além disso, é importante lembrar que este alto índice de automedicação em

relação com a renda mensal está diretamente relacionado com o processo de

transferência de renda e ganho de produtividade nesta faixa etária, afetadas

Page 33: Monografia Samuel Enfermagem 2012

32

diretamente por políticas sociais de forma mais determinante nos campos da saúde

pública (NERI, SOARES, SIMAS, 2007). Esta é a situação que a população idosa

brasileira vem passando nos últimos anos, que associado a ações assistenciais do

governo vêm resultando em maior acesso aos bens e serviços de saúde (VERAS,

2007).

De acordo com Lima-Costa, Barreto e Giatti (2003), o consumo médio mensal

com medicamentos empenha em média 23% da aposentadoria da população idosa

brasileira. Sendo os custos com medicamentos e os índices de automedicação

elevados, tornam-se necessárias políticas neste país para melhorar o controle e o

acesso dos idosos aos medicamentos (LIMA-COSTA, BARRETO, GIATTI, 2003).

Diante da tamanha diversidade, a utilização de medicamentos nem sempre se

constitui numa prática saudável, pois atualmente circulam no mercado nacional

cerca de 1.500 fármacos com aproximadamente 5.000 nomes comerciais,

apresentados sob cerca de 20.000 formas farmacêuticas e embalagens diferentes

(SECOLI, 2001).

Os resultados do presente estudo também demonstram os tipos de

medicamentos mais utilizados entre os entrevistados, onde foram citados os

analgésicos, antialérgicos, antibióticos, antiinflamatórios, antitérmicos,

antitussígenos e gástricos como ilustra o Gráfico 05. Os analgésicos foram citados

por 60% dos participantes, sendo, portanto, o medicamento mais utilizado sem

prévia indicação médica entre a amostra estudada, seguindo uma tendência

observada em vários estudos.

Page 34: Monografia Samuel Enfermagem 2012

33

GRÁFICO 05 – Medicamentos mais utilizados distribuição por classe farmacêutica

Em uma pesquisa de proporção nacional sobre o perfil da automedicação no

Brasil, Arrais et al., (1997) analisou um total de 4.174 questionários onde foram

citados 5.332 nomes de especialidades farmacêuticas, sendo principalmente o

subgrupo dos analgésicos com 17,3% da freqüência geral entre os questionários.

Vilarino et al., (1998) constatou que dentre os grupos farmacológicos 49,2%

dos entrevistados utilizavam analgésicos, antitérmicos e antiinflamatórios quando se

automedicavam. Em Bambuí, Minas Gerais, os remédios mais consumidos foram

analgésicos e antipiréticos (47,6%), em seguida os antiespasmódicos, antiácidos e

antidiarréicos – (8,5%), antibióticos ou quimioterápicos (Loyola Filho et al, 2002).

Flores e Mengue (2005) também observaram elevado consumo de

analgésicos e de medicamentos envolvendo o aparelho digestivo, revelando o

desconforto eminente dos idosos e sua tentativa em aliviar ou eliminar suas dores

agudas

Outro fator relevante encontrado no estudo é o uso de antimicrobianos sem

prescrição médica, sendo evidenciado que 13,3% dos entrevistados afirmaram

utilizar antibióticos sem a obrigatória receita médica.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) publicou a Portaria nº

1.524 em 27 de outubro de 2010 estabelecendo critérios na tentativa de controlar o

acesso a estes medicamentos por parte da população, com a retenção da primeira

0

10

20

30

40

50

60

70

%

Medicamentos utilizados

Gráfico 05 - Frequência de medicamentos mais utilizados entre os idosos entrevistados no HDAM. Distribuição por classe farmacêutica. Senhor do Bonfim-Ba, out/dez 2011.

Analgésicos

Antialérgicos

Antibióticos

Antiinflamatórios

Antitérmicos

Antitussígenos

Gástricos

Page 35: Monografia Samuel Enfermagem 2012

34

via da receita nas farmácias e a segunda entregue aos pacientes (BRASIL, 2010).

Os dados encontrados revelam que após mais de um ano de vigência desta

resolução, em Senhor do Bonfim há o descumprimento desta obrigatoriedade na

compra ou aquisição de antibióticos.

Outro achado significante sucedeu sobre o consumo de chás como

substâncias farmacológicas. Constatou-se que 72,8% dos entrevistados afirmaram

utilizar os chás para fins farmacológicos.

Outros trabalhos em outras regiões do país que abordam o tema

automedicação, que diante de suas tradições e características indicam resultados

diversos, que registram o consumo de chás entre os participantes.

Na cidade de Tubarão, no estado de Santa Catarina, evidenciou-se que a

alternativa mais adotada pelos entrevistados foram as plantas medicinais no preparo

de chás, sendo citado por 55,4% dos envolvidos (CASCAES, FALCHETTI, GALATO,

2008). Em Porto Alegre foi apurado que 56% dos idosos utilizavam chás como

medicamentos (FLORES, MENGUE, 2005).

Já em estudo na cidade de Fortaleza, capital do estado do Ceará, realizado

com idosos encontrou-se o uso de chás e lambedores com representação de 8,1%

dos itens em uso pelos entrevistados (COELHO FILHO, MARCOPITO, CASTELO,

2004).

Neste estudo os participantes também foram indagados sobre o uso de

remédios por conta própria antes de ir ao HDAM, sendo observada uma prevalência

de 40% entre àqueles que praticaram a automedicação procurar assistência médica

na unidade.

Neste contexto, torna-se importante analisar o fato de que as demandas por

atenção à saúde não são plenamente atendidas (NAVES et al., 2010), favorecendo

com que as farmácias sirvam como estabelecimento de saúde mais acessível à

população e constituindo um importante local de busca por atendimento primário de

saúde (W.H.O., 1997 apud NAVES et al., 2010).

No tocante à procura por serviços de saúde, o presente estudo avaliou o

comportamento dos entrevistados frente quantidade de consultas médicas

realizadas conforme a Tabela 08. Entre os que realizam a automedicação 54,6%

foram ao médico ao menos duas vezes no último ano. Entre as mulheres (87,5%) e

Page 36: Monografia Samuel Enfermagem 2012

35

homens (71,4%) a maioria foi ao médico pelo menos uma vez nos últimos doze

meses.

Tabela 08 - Frequência de idosos entrevistados no HDAM. Distribuição por consultas realizadas no último ano e prática da automedicação. Senhor do Bonfim-Ba, out/dez 2011.

Quantas consultas com médico fez no último ano?

%

Duas ou três 27,3

Mais de três 27,3

Não se lembra 9,1

Nenhuma 18,2

Uma 18,2

TABELA 08 - Distribuição por consultas realizadas no último ano e prática automedicação.

No entanto, possuem estudos em que a relação entre consultas e

automedicação não possuem ligação proporcionais. Loyola Filho et al., (2002)

constatou que 61% dos entrevistados não fizeram nenhuma consulta médica no

último ano, ao passo que somente 25,6% foram ao menos uma única vez ao

médico, enquanto apenas 13,4% fizeram duas ou mais consultas no último ano.

O elo entre o aumento do consumo de medicamentos sem prescrição

relacionadas com as consultas médicas realizadas pode decorrer das próprias

consultas, como demonstrou Vilarino (1998) em pesquisa feita em Santa Maria-RS,

onde os fármacos utilizados na automedicação 51,7% eram provenientes de

prescrições médicas emitidas em consultas anteriores, através da reutilização de

receitas antigas.

A análise deste comportamento foi realizada neste estudo, onde se constatou

que 80% dos entrevistados não utilizam receitas antigas para adquirir

medicamentos. Ressalta-se que somente 27,3% que praticam a automedicação

Page 37: Monografia Samuel Enfermagem 2012

36

utilizam receitas antigas para obter medicamentos, reforçando que a maioria dos

remédios utilizados por conta própria são adquiridos sem receitas.

Os entrevistados assinalaram, também, questões referentes ao acesso dos

serviços de saúde de Senhor do Bonfim, observando-se que 73,3% afirmaram não

possuírem dificuldades (filas, custos, atendimento precário, medo) para ir ao posto

de saúde ou hospital, ao passo que 26,7% alegaram não gostar de buscar

assistência médica.

Um dos meios mais importantes de obter orientações quanto ao medicamento

utilizado é a leitura da bula dos medicamentos adquiridos com ou sem receita

médica. Neste estudo, observou-se que 73,3% dos indivíduos entrevistados não

possuem o hábito de ler as bulas dos remédios utilizados como observa-se na

Tabela 09.

Tabela 09 - Frequência de idosos entrevistados no HDAM. Distribuição por leitura das bulas de medicamentos. Senhor do Bonfim-Ba, out/dez 2011.

Você lê a bula dos medicamentos que utiliza?

%

As vezes 6,7

Não 73,3

Sim 20,0

TABELA 09 - Distribuição por leitura das bulas de medicamentos

Além de a automedicação possuir origens de herança cultural e folclórica, em

orientações profissionais prévias ou ainda ser simplesmente instintiva sem qualquer

base racional, pode receber influência principalmente de campanhas publicitárias

(OLIVEIRA, 1998 apud SÁ, 2004).

No entanto, os indivíduos entrevistados não são influenciados por comerciais

ou anúncios de medicamentos em rádio, televisão ou internet, onde se comprovou

que 80,0% nunca foram influenciados na compra de medicamentos por publicidades

nestes meios de comunicação (Gráfico 06).

Page 38: Monografia Samuel Enfermagem 2012

37

GRÁFICO 06 - Distribuição por influência de propagandas de medicamentos.

Dentre àqueles que se automedicam 27,3% afirmaram que anúncios

publicitários já os influenciaram na escolha ou compra de medicamentos. Na cidade

de Salgueiro, em Pernambuco, 49% dos senis informaram ter praticado a

automedicação, haviam obtido informação através de propaganda veiculada em

cartazes (BARROS E SÁ, BARROS, SÁ, 2007). De tal forma, o consumo pode ser

influenciado negativamente pelo acesso sem barreiras e pela promoção e

publicidade de medicamentos (NAVES et al., 2010)

A sociedade brasileira encontra-se excessivamente exposta à propaganda de

medicamentos, sem ter o devido esclarecimento sobre os riscos associados ao seu

uso (OLIVEIRA et al., 2009).

A principal tarefa do marketing é atrair novos clientes e manter os atuais,

alcançando o crescimento lucrativo para a empresa (SIMON, KOTLER, 2004;

KOTLER, ARMSTRONG, 2005 apud NASCIMENTO, 2009).

Dessa forma, a publicidade influencia o julgamento de usuários e prescritores,

com a finalidade de convencer e estimular o consumo do produto, desde o

prescritor, passando pelo dispensador até o usuário (BRASIL, 2005).

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

%

Propagandas ajudou na escolha de um medicamento?

Gráfico 06 - Frequência de idosos entrevistados no HDAM. Distribuição por influência de propagandas de medicamentos. Senhor do Bonfim-Ba, out/dez 2011.

Sim

Não

Page 39: Monografia Samuel Enfermagem 2012

38

No Brasil, as estratégias utilizadas pelas indústrias farmacêuticas em

anúncios demonstram descumprimento das normas da Resolução de Diretoria

Colegiada (RDC) 102/2000 da Anvisa (BRASIL, 2000), que deveria impor limites ao

setor de publicidade farmacêutica, principalmente quando é investido em média 35%

do valor das vendas com a chamada promoção farmacêutica, publicidade e

marketing de seus produtos (SOARES, 2008 apud JÚNIOR et al., 2010).

Nascimento (2009) demonstrou em cem publicidades analisadas que todas

desobedeciam ao menos um artigo da resolução. Além disso, dados da própria

Anvisa mostram que mais de 90% das publicidades de medicamentos apresentam

informações irregulares, o que contribui para desinformação de profissionais e

consumidores (ANVISA, 2005).

Em estudo de Júnior et al., (2010) foi analisado que o grupo de idosos que

consome medicamentos influenciado pela propaganda não leva em consideração os

riscos. O mesmo autor sugere maior aprofundamento no debate sobre a propaganda

envolvendo tanto a população quanto profissionais de saúde e órgão reguladores, a

fim de avaliar os riscos e benefícios provenientes do marketing de medicamentos.

Para evitar tal situação, o acesso a informações adequadas e orientações são

fundamentais para o uso consciente e responsável desses produtos (SOARES,

2008).

Todos os entrevistados (100%) afirmaram não conhecer os efeitos colaterais

dos medicamentos que utilizam e 60% não procuram informações quando adquirem

medicamentos.

A automedicação possui como risco e uma de suas principais desvantagens é

o agravamento de problemas de saúde, já que os usuários que se automedicam não

recebem orientação e tratamento correto, restando apenas à sensação de melhora

ao usar medicamentos (NAVES et al., 2010).

Nesta ótica, se pode afirmar que os medicamentos servem quase sempre

para iludir com a aparência da eficácia científica, mas que na verdade, garante o

acúmulo de valor de um dos segmentos mais lucrativos do capital industrial, a

indústria farmacêutica (CORDEIRO, 1980 apud SÁ, 2004/2005).

Além das características notadas ao buscar remédios em farmácias ou nos

postos de saúde, outro ponto considerado no trabalho foi o hábito de possuir mini-

Page 40: Monografia Samuel Enfermagem 2012

39

farmácias, ou seja, medicamentos armazenados em casa, onde 46,7% dos

indivíduos alegaram empregar tal prática e todos (100%) se automedicam. Verificou-

se que a maioria dos homens (57,1%) possui medicamentos armazenados em casa,

enquanto que entre as mulheres são minoria (37,5%).

As informações obtidas sobre os medicamentos nem sempre são

esclarecedoras. Naves et al., (2008) observou em seu trabalho que a maioria dos

participantes se manifestou insatisfeita com a qualidade das orientações recebidas

durante o atendimento de saúde, inclusive na rede particular. O autor menciona que

a percepção do profissional médico é que a consulta se resume a ouvir os sintomas

e identificar o medicamento mais adequado para aquela queixa.

O presente estudo identificou que todos os participantes (100%) julgaram

necessárias orientações feitas por um profissional de saúde, sobre como e cuidados

necessários ao utilizar medicamentos.

Cabe ressaltar que a utilização criteriosa e cautelosa dos medicamentos, seu

uso correto – dose, tipo e intervalos – e a orientação adequada são alguns dos

elementos essenciais para a prevenção de iatrogenia medicamentosa (PAZ,

SANTOS, 2006 apud SILVA et al., 2010).

Em pesquisa onde a maioria dos idosos (75%) referiu ter recebido orientações

no serviço de saúde sobre a medicação, verificou-se associação significante para

ausência de dificuldades no uso do medicamento (SILVA et al., 2010).

No entanto, ocorrem situações onde as orientações parecem ser insuficientes

quanto ao uso dos medicamentos, pois 81,7% dos idosos afirmaram que sabem a

indicação do mesmo, enquanto apenas 27,2% alegaram estar informados sobre os

efeitos adversos (MARIN et al., 2008).

Cascaes, Falchetti e Galato (2008) afirmam que os idosos se automedicam

apenas por ser mais prático para o manejo dos problemas de saúde que identificam

como simples e, ainda defende, que é dever dos profissionais da área da saúde,

orientar a população no uso racional dos medicamentos, capacitando o idoso para

lidar com os possíveis efeitos colaterais e interações medicamentosas.

Page 41: Monografia Samuel Enfermagem 2012

40

5 CONCLUSÃO

Diante dos achados neste trabalho, conclui-se que os objetivos propostos

foram alcançados. Sendo possível comprovar um alto e significativo percentual

(73%) entre os idosos atendidos no Hospital Dom Antônio Monteiro que praticam a

automedicação, sendo que os homens prevaleceram com maior percentual que as

mulheres. Entre as classes farmacêuticas, a mais utilizada sem prescrição (60%)

são os analgésicos.

Entre os fatores relevantes que contribuem para a automedicação encontrou-

se a renda mensal da família e o baixo grau de escolaridade. Foi possível verificar

que é nos primeiros dez anos de senilidade (60 a 70 anos) que os indivíduos tendem

a consumir remédios por conta própria. Além disso, demonstrou-se também a

utilização de receitas antigas para a aquisição de medicamentos e o costume de

manter mini-farmácias em casa.

Os resultados sugerem que a população de idosos de Senhor do Bonfim

tende a se automedicar e se expor a riscos que desconhecem, como demonstrado

no estudo que (100%) todos os indivíduos alegaram desconhecer sobre os efeitos

colaterais que os medicamentos podem produzir. E, diante da alta prevalência

encontrada, (73,3%) utilizam chás de ervas e plantas medicinais para fins

farmacêuticos.

O poder aquisitivo da população poderia inferir em fácil acesso aos serviços

de saúde para o tratamento farmacológico correto e orientado. Mas contrastam

significativamente com a facilidade de se obter medicamentos, pois sem pagamento

de consulta e sem a obrigatoriedade da receita médica, acabam recorrendo

primeiramente aos medicamentos em busca do alívio imediato.

Dessa maneira a maior efetivação das políticas educativas, assim como,

políticas de controle e fiscalização nos processos de prescrição, venda e

dispensação de medicamentos torna-se indispensável no combate desta prática.

Diante isso, é imprescindível salientar a importância que a orientação dos

profissionais da saúde possuem no contexto quanto à utilização e os cuidados ao se

utilizar medicamentos, já que esta questão foi citada pela (100%) unanimidade dos

Page 42: Monografia Samuel Enfermagem 2012

41

indivíduos, evidenciando que ainda há uma lacuna a ser preenchida entre o acesso

à informação e orientação sobre medicamentos e os profissionais da área da saúde.

Esta situação abre espaço para a inserção do profissional enfermeiro tanto da

atenção básica, quanto da assistência hospitalar, sendo este profissional o principal

agente de educação em saúde nos dois ambientes e possui uma arma

importantíssima: o maior tempo de contato e permanência com os usuários dos

serviços de saúde. Podendo ser utilizada de maneira oportuna e eficaz no combate

destas taxas e consequentemente reduzir à exposição da população, principalmente

a idosa aos riscos inerentes ao uso indiscriminado de medicamentos.

Além das ações da enfermagem com estratégias educativas, a assistência

multidisciplinar de profissionais de saúde torna-se indispensável, com o objetivo de

evitar intoxicações e supressão de patologias e alterações fisiológicas que possam

resultar em dano, agravamento e até mesmo morte de idosos por uso inadequado

de medicamentos.

Page 43: Monografia Samuel Enfermagem 2012

42

6 RECOMENDAÇÕES

Recomenda-se outro estudo a ser desenvolvido sobre o olhar da área da

saúde, sobre as ervas e plantas medicinais utilizadas para fins farmacêuticos.

Analisando a influência do uso dos chás, bem como seus tipos, formas de preparo e

quando e como são utilizados. Podendo ser por se entender que esta variável deva

ser analisada de forma mais aprofundada.

Bem como, é imprescindível que um estudo populacional dentro desta faixa

etária com uma amostra maior e posteriormente com outras faixas etárias, para o

conhecimento de forma ampla e diversificada do perfil e padrão do uso de

medicamentos. Para que se possibilite uma atuação mais abrangente no combate à

automedicação na terceira idade, que demande planejamento de campanhas e

atividades intensificadas em todo município visando à conscientização e uso racional

de medicamentos pela população idosa de Senhor do Bonfim.

Page 44: Monografia Samuel Enfermagem 2012

43

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Page 51: Monografia Samuel Enfermagem 2012

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APÊNDICES

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NOME: SEXO: IDADE:

OCUPAÇÃO:

CIDADE:

1. Qual o seu estado civil? ( ) Solteiro(a) ( ) Casado(a) ( ) Separado(a)/desquitado(a)/divorciado(a) ( ) Viúvo(a) ( ) Outro.

2. Com quem você mora atualmente? ( ) Com os pais e/ou outros parentes ( ) Com esposo(a) e/ou filho(s) ( ) Com amigos (compartilhando despesas ou de favor) ( ) Com colegas em alojamento universitário ( ) Sozinho(a)

3. Com quantas pessoas você mora? ( ) Ninguém ( ) Um ou dois ( ) Três ou quatro ( ) Cinco ou seis ( ) Três ou mais

4. Qual a faixa de renda mensal de sua família (conjugue, filhos e irmãos)? ( ) Até 1 salário-mínimo ( ) De 1 a 3 salários-mínimos ( ) De 4 a 10 salários-mínimos ( ) De 10 a 30 salários-mínimos

5. Qual seu grau de escolaridade? ( ) Não alfabetizado Primeiro grau ( ) Completo ( ) Incompleto Segundo grau ( ) Completo ( ) Incompleto Superior ( ) Completo ( ) Incompleto

6. Você trabalha? ( ) Sim ( ) Não

7. Se sim, quantas horas por dia? ( ) 2 a 4 horas ( ) 5 a 8 horas ( ) 9 a 12 horas ( ) Mais de 12 horas

APÊNDICE A – Entrevista estruturada.

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB

CAMPUS VII – SENHOR DO BONFIM

COLEGIADO DE ENFERMAGEM

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8. Você se automedica (toma remédio por conta própria e/ou sem prescrição médica)? Sim ( ) Não ( )

9. Se sim, marque os tipos medicamento que mais utiliza: ( ) Estimulante Sexuais (Pramil®, Viagra® )

( ) Antibióticos/Antimicóticos/Antiviral/Anti-parasitários (Beta-lactâmicos, Penicilinas, Albendazol, Mebendazol, Metronidazol, Zentel®,

Pantelmin®Ampicilina, Amoxicilina, Oxacilina, Piperacilina, Gentamicina, Tetraciclinas, Cloranfenicol, Vancomicina, Ceftazidina, Cefalexina,

Espiramicina, Claritromicina)

( ) Tranqüilizantes (Valium®, Diazepam, Tensil®, Relaxil®, Relax®, Lexotan®)

( ) Analgésico, Antitérmico e Antiinflamatório (Tylenol, AAS, Dipirona, Paracetamol, Aspirina®, Anador®, Doril®, Dorflex®, Alivium®,

Advil®, Flanax®, Voltaren®, Cataflan®, Ponstan®, Celebra®, Gelol®, Salonpas®)

( ) Anti-espamódico (Buscopan®)

( ) Antidepressivo/ansiolítico ( Rivotril®, Amitriptilina®)

( ) Gástricos (Cimetitina, Cimetilab®, Ranitidina, Antak®, Omeprazol, Losaprol®, Omeprotec®, Cytotec®, Mylanta Plus®, Gastrol®,

Pepsamar®, Magnésia Bisurada®, Sonrisal®, Eno®, Estomazil®)

( ) Antitussígenos (Silomat®, Sobrerol®, Sobrepin®, Ambroxol®, Fluidin®, Mucolin®, Ambroten®, Fluibron®, Mucibron®, Mucofan®,

Mucocetil®, Notuss®, Broncfin®, Lisomucin®, Xarope Vick®, Antux®)

( ) Descongestionante Nasal (Adnax®, Afrin®, Conidrin®, Nasalin®, Nasoflux®, Rinosoro®, Rinisone®, Rinatrol®, Sorine®,

Sorinal®,Coristina®, Resprin®)

( ) Antialérgicos/Corticóides (Atarax®, Coraphene®, Tavist®, Alertrin®, Histadin®, Claritine®, Allegra®, Polaramine®, Decadron®, Metilpren®,

Livostin®)

( ) Outro (s) ..........................................................................................................................................................................................................

10. Tomou algum medicamento sem prescrição antes de vir à unidade? ( ) Sim ( ) Não Qual:.................................

11. Qual a principal causa para o uso do medicamento?

( ) Dor ( ) Tosse ( ) Mal estar geral ( ) Gripe ( ) Febre ( ) Diarréia ( ) Nervoso/ansiedade ( ) Alergia ( ) Inflamação ( ) Outro O que:

12. Quantas consultas com médico fez no último ano?

Nenhuma ( ) Uma ( ) Duas ou três ( ) Mais de três ( ) Não se lembra ( )

13. Qual ou quais as suas dificuldades para ir ao Hospital e/ou Posto de Saúde:

Não tenho dificuldades ( ) Não gosto ( ) Dificuldades de acesso (filas, custos, atendimento precário, medo) ( )

14. Você conhece os possíveis efeitos colaterais dos medicamentos utilizados? Sim ( ) Não ( ) em parte ( )

15. Você possui uma “mini-farmácia” em casa? Sim ( ) Não ( )

16. Que medicamentos não podem faltar nela?

17. Quando pega em posto ou compra um medicamento, você procura informações sobre o mesmo? Sim ( ) Não ( )

18. Você lê a bula dos medicamentos que utiliza? Sim ( ) Não ( ) Às vezes ( )

19. O que acha da bula? Não ajuda ( ) Ajuda ( ) Difícil de entender ( )

20. Se um profissional lhe orientasse sobre como usar o medicamento, ou sobre os cuidados ao utilizar o medicamento: Seria bom ( ) Não faria diferença ( ) Não precisa ( )

21. Propagandas em televisão, rádio ou Internet já lhe ajudaram na escolha de um medicamento? Sim ( ) Não ( )

22. Algum funcionário de farmácia já lhe indicou algum medicamento? Sim ( ) Não ( )

23. Você utiliza ou utilizou receita antiga para adquirir medicamento? Sim ( ) Não ( )

24. Você já indicou um medicamento para alguém (vizinho, amigo, parente)? Sim ( ) Não ( )

25. Tomar medicamento sem indicação médica? Não acho arriscado ( ) Acho arriscado ( )

26. “Já tomei medicamento indicado por alguém” Sim ( ) Não ( )

27. Já teve alguma reação adversa a medicamento que tomou sem prescrição? Sim ( ) Não ( )

28. Se sim, quais das descritas abaixo:

Náuseas ( ) Vômitos ( ) Dor de cabeça ( ) Manchas na pele ( ) Sudorese ( ) Irritabilidade ( ) Inquietude ( ) Diarréia ( ) Distúrbios Cardíacos ( ) Sonolência ( ) Distúrbios Respiratórios ( ) Outros:.( )...........................................................

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

Departamento de Educação Campus VII: Rodovia Lomanto Jr. BR 407 km 127 –

Senhor do Bonfim – BA. Tel.: 74 – 3541 – 4071. www.uneb.br/senhor-do-

bonfim/dedc

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

O (a) Sr (a) está sendo convidado (a) para participar da pesquisa sobre a

Avaliação do consumo de medicamentos por idosos do município de senhor

do Bonfim, que tem como objetivo, analisar a prática da automedicação por idosos

da população de Senhor do Bonfim. Onde a pesquisadora responsável pelo projeto

compromete-se a cumprir rigorosamente a Resolução do CNS 196/96 em todas as

etapas do estudo.

Estudante: Samuel Oliveira Gonçalves

Pesquisador/Orientador: Thaisy Luzia Campos Fernandes

Suas respostas serão tratadas de forma anônima e confidencial, isto é, em

nenhum momento será divulgado o seu nome em qualquer fase do estudo. A

pesquisa poderá servir de instrumento teórico para os funcionários de saúde e

gestores, basearem os setores que mais necessitam de sua atuação. Este estudo

não oferece risco ao seu participante de maneira psicológica ou física, o

participante estará aceitando participar sem qualquer ônus ou bônus, por

contrapartida fica seu nome ou quaisquer informações que possam identificá-lo não

serão divulgados. Você tem o direito de retirar seu consentimento e a sua

participação da pesquisa a qualquer momento, não havendo nenhuma forma de

penalização.

Eu, DECLARO, para devidos fins, que após convenientemente esclarecido pelo

pesquisador e ter entendido o que me foi explicado, consinto voluntariamente em

APÊNDICE B – Termo de consentimento livre e esclarecido.

Page 55: Monografia Samuel Enfermagem 2012

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participar desta pesquisa, declarando ainda que o termo foi assinado em duas

vias, uma ficando comigo e outra com o responsável pela entrevista.

Senhor do Bonfim, _____ de ____________________ de 20____

Nome do pesquisador:

Samuel Oliveira Gonçalves ____________________________

(estudante)

Nome do (a) participante:

_______________________________

(participante)

Pesquisador/Orientador:

Thaisy Luzia Campos Fernandes _______________________________

(orientador)

Nome da testemunha:

_______________________________

(testemunha)

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Contato do estudante: Samuel Oliveira Gonçalves, Cel.: (74) 9135-8871 e (75)

9190 0911 ou de forma virtual através do email: [email protected].

Contato da pesquisadora/orientadora responsável: Thaisy Luzia Campos

Fernandes, Cel.: (74) 9121-6435 ou de forma virtual através do email:

[email protected].

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ANEXO

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ANEXO I DECLARAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA

DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA