monografia - hans müller - maio - 2009 pronta

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE IPAMERI CURSO DE AGRONOMIA MANEJO DA FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA HANS MÜLLER MORAIS BORGES ARAÚJO

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Page 1: monografia - Hans Müller - maio - 2009 pronta

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁSUNIDADE UNIVERSITÁRIA DE IPAMERI

CURSO DE AGRONOMIA

MANEJO DA FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA

HANS MÜLLER MORAIS BORGES ARAÚJO

Ipameri – GO2009

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HANS MÜLLER MORAIS BORGES ARAÚJO

MANEJO DA FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA

Relatório do Estágio Supervisionado apresentado à Universidade Estadual de Goiás – UEG, Unidade Universitária de Ipameri como parte das exigências para obtenção do título de Engenheiro Agrônomo.

Orientador: Prof. Dr. Adilson Pelá Co-orientador: Eng. Juliano de S. Santos

Ipameri – GO2009

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Manejo da ferrugem asiática da soja

PorHans Müller Morais Borges Araújo

Relatório do Estágio Supervisionado apresentado como parte das exigências para obtenção do título de Agrônomo

Aprovado em: __/__/__

_________________________ ___________________________ Prof. Dr. Adilson Pelá Prof. Esp. Helio Gomes F. Filho Orientador Supervisor de Estágio UEG / UnU Ipameri UEG / UnU Ipameri

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Dedico,

Aos meus pais, Jozelito Morais de

Araújo e Sebastiana Maria Borges

Araújo, e, em memória de meu

avô Ranulfo José Borges.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pela minha vida.

Ao meu pai, Jozelito Morais de Araújo, pelo apoio e ajuda durante todo o

período acadêmico.

À minha mãe, Sebastiana Maria Borges Araújo, que sempre fez de tudo para

que seus filhos tivessem condições de realizar um curso superior.

Ao meu irmão, Jozelito Morais Borges Araújo, que sempre me motivou a

estudar e sempre me lembrou o que era o correto a fazer.

Aos meus avôs João Luis, Zenilda, Ranulfo e Delmira, que sempre me

deram amor e carinho, nunca serão esquecidos.

A todos os meus tios, tias e primos que sempre foram tão importantes na

minha vida e que sempre me ajudaram nos tempos de crise.

À minha namorada Rafaella, que sempre esteve disposta a me ajudar na

realização deste trabalho, dando suas opiniões e considerações.

A todos os companheiros e amigos de República que tive durante todo o

período acadêmico: Carlos, Edgar, Felipe, Guilherme, Guilherme Henrique, Thiago

Correia e Valter.

A todos os amigos que cultivei em Ipameri e na UEG durantes estes quatro

anos.

Aos meus grandes amigos: Antônio Leonardo (Tonim), Carol, Douglas

(Bobrinha), Elder (Mano), Fabrício (Rosinha), Gabriel (Frango), Henrique, João

Francisco (Tisco), Lorena, Pedro Vítor (CC), Rodrigo (Cuaiada), Rui (DJ JUNIOR),

Thiago Tupacity e tantos outros cujos nomes deixei de citar, mas que não foram

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esquecidos.

A todos os amigos da 10ª turma de agronomia da UEG de Ipameri.

Ao meu orientador o professor Adilson Pelá, pela paciência e ajuda na

realização deste trabalho e ao meu co-orientador Juliano de Sousa Santos pelos

ensinamentos e amizade.

A empresa concedente do estágio, Cooperativa dos agricultores da Região

de Orlândia (CAROL), e aos seus funcionários que tanto me ajudaram e ensinaram:

Fernando, Fabiano, Juliano, Marcelo e Marra.

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"A sabedoria não nos é dada. É preciso descobri-la por nós mesmos, depois de uma viagem que ninguém nos pode poupar ou fazer por nós".

(Marcel Proust)

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RESUMO

O presente trabalho relata as atividades realizadas na empresa CAROL

(Cooperativa dos agricultores da região de Orlândia), no município de Catalão- GO,

nos meses de janeiro e fevereiro de 2009 e também apresenta uma revisão de

literatura sobre a ferrugem asiática da soja. As áreas de atuação foram nas culturas

de soja, milho e feijão, mas com ênfase na cultura da soja no monitoramento e as

práticas de controle da ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi). Foram realizadas

visitas técnicas acompanhadas dos engenheiros agrônomos da empresa, que

realiza a assistência técnica aos seus clientes e cooperados, na região de Catalão e

cidades vizinhas. Foram também realizadas outras atividades, como o

monitoramento de pragas, doenças, presença e sintomas de deficiência nutricional.

O objetivo deste trabalho foi alcançado permitindo a identificação de doenças, dando

maior ênfase à ferrugem asiática da soja neste trabalho, assim como os danos

causados e as respectivas medidas de controle, como a integração das medidas de

controle possíveis.

Palavras Chave: Phakopsora pachyrhizi, doença da soja, integração de medidas de

controle.

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SUMÁRIO

Página

1.0. INTRODUÇÃO 11

2.0. REVISÃO DE LITERATURA 13

2.1. A cultura da soja....................................................................... 13

2.2. Aspectos botânicos.................................................................. 15

2.3. A ferrugem asiática da soja...................................................... 16

2.4. Disseminação da doença......................................................... 18

2.5. Ciclo de vida............................................................................. 19

2.6. Sintomas................................................................................... 21

2.7. Perdas ocasionadas pela ferrugem asiática............................. 23

2.8. Manejo da doença e medidas de controle integrado............... 24

2.8.1. Controle químico...................................................................... 24

2.8.2. Rotação de culturas.................................................................. 26

2.8.3. Adubação equilibrada............................................................... 27

2.8.4. Cultivar a ser semeada............................................................. 27

2.8.5. Época e período de cultivo....................................................... 28

2.8.6. Vazio sanitário.......................................................................... 29

2.8.7. Populações e espaçamento entre linhas.................................. 31

2.8.8. Cultivares com resistência........................................................ 31

2.9. Ferrugem asiática – perspectivas futuras................................. 32

3.0. ATIVIDADES DESENOVOLVIDAS 34

3.1. Informações gerais................................................................... 34

Page 10: monografia - Hans Müller - maio - 2009 pronta

3.2. Descrição da empresa – objeto de estágio.............................. 34

3.3. Atividades desenvolvidas......................................................... 35

3.3.1. Monitoramento da ferrugem asiática da soja........................... 36

3.3.2. Determinação da época e número de aplicações de

fungicidas.................................................................................

38

3.3.3. Monitoramento de lagartas...................................................... 39

3.3.4. Regulagem de pulverizadores................................................. 40

3.3.5. Ensaios demonstrativos.......................................................... 41

4.0. CONSIDERAÇÕES FINAIS 43

5.0. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 45

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1.0. INTRODUÇÃO

A soja (Glycine max (L) Merril) é uma espécie originária da Ásia, onde é

cultivada há milhares de anos. Devido suas características adaptativas, valores

nutritivos, utilizações industriais, bem como adaptações a diversas condições

climáticas, o seu cultivo se expandiu pelo mundo tornando-se a soja uma das

plantas mais cultivadas.

O consumo mundial de soja e seus derivados têm apresentado crescimentos

expressivos, sendo o grão utilizado para produção do óleo vegetal, na alimentação

humana e animal. Portanto, a soja e os seus derivados estão presentes em vários

produtos utilizados no comércio mundial, sendo que foi o grão que mais cresceu em

produção nos últimos 35 anos (DALL’’ AGNOL, 2002).

O Brasil é o segundo maior produtor mundial, perdendo apenas para os

Estados Unidos, apresentando uma produção aproximada de58milhões de

toneladas para a safra 2008/2009 (CONAB, 2009). Mesmo com o grande do

aumento de produção da soja e o expressivo desenvolvimento de sua tecnologia de

produção, existem ainda os fatores limitantes que diminuem o rendimento e a

lucratividade da lavoura. Entre estes fatores as doenças estão entre os mais

importantes. São conhecidas mais de cem doenças que atacam a soja em todo o

mundo (HARTMAN et al., 1994), sendo que algumas não necessitam ser

controladas por não atingirem os níveis de dano econômico ou por passarem

despercebidas. Entre essas doenças, aproximadamente 40, causadas por fungos,

bactérias, nematóides ou vírus, já foram identificadas no Brasil, sendo que este

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número continua a aumentar, com a expansão da soja para novas áreas e com a

utilização do monocultivo (YORINORI e PAIVA, 2002).

Dentre as doenças identificadas no país, destaca-se a Ferrugem asiática da

soja, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi Syd. & P. Syd. (JULIATTI et al.,

2005), que já causou grandes perdas na produtividade da soja desde o seu

aparecimento. O primeiro relato da doença foi feito em 1902, no Japão. A doença,

desde então, causa grandes perdas em diversos países do continente asiático

(BROMFIELD, 1984). Em 2001, na América do Sul, foram observadas epidemias em

campos de produção de soja safrinha e em plantas voluntárias de soja (guaxa ou

tigüera) em lavouras no Paraguai e no Brasil (YORINORI e PAIVA, 2002; YORINORI

et al., 2005). Até a safra 2005/06 praticamente todas as áreas produtoras de soja no

Brasil apresentaram focos da doença. A rápida expansão e o grande potencial de

perdas fazem da ferrugem asiática uma das mais importantes doenças da cultura da

soja, com perdas de 10 a 80% da produtividade (YORINORI et al., 2005).

O controle da ferrugem asiática deve compreender diversas medidas conjuntas.

Quando a doença já está presente na área, o controle químico com fungicidas é,

até o momento, o principal método de controle.

Este trabalho teve como objetivo relatar as práticas de estágio, correlacionando-

as com a revisão de literatura, relacionada ao monitoramento e controle da

ferrugem em lavouras de soja.

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2.0. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. A cultura da soja

A soja (Glycine max (L.) Merrill) é originária do continente asiático, mais

precisamente da China, onde foi adaptada, sendo bastante cultivada em regiões da

Europa, Estados Unidos e, mais recentemente, no Brasil. É considerada uma planta

exótica em nosso país. Sua importância na alimentação chinesa, segundo relatos,

data de épocas remotas, podendo chegar a 5.000 aC.

O cultivo da soja na América foi registrado pela primeira vez nos Estados

Unidos, no ano de 1804, no estado da Pensilvânia. Após várias experiências

realizadas neste país, foram reconhecidos o seu potencial produtivo, e, o seu cultivo

recomendado a partir de 1880, mas sua grande expansão como cultura produtora de

grãos somente ocorreu a partir de 1930 (MYSAKA e MEDINA, 1981).

No Brasil a soja foi introduzida somente em 1882 no estado da Bahia por

Gustavo Dutra, mas seu cultivo não teve sucesso. No estado de são Paulo, foi

cultivada pela primeira vez pelo Instituto Agronômico de Campinas no ano de 1892.

Mas os melhores resultados obtidos desta época foram nos cultivos dos imigrantes

japoneses, a partir de 1908, e em 1923, quando Henrique Lobbe trouxe cerca de

cinqüenta variedades norte-americanas (BONATO e BONATO, 1987).

Mas, foi no estado do Rio Grande do Sul, que a cultura apresentou uma

evolução consistente, sendo deste estado, que ocorreu a primeira exportação de

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soja produzida no Brasil. Em 1949 foi exportado 18 mil toneladas do grão

(MYASACA e MEDINA, 1981).

Segundo o mesmo autor, quando foram constatadas as boas possibilidades

de produção no sul do país, as pesquisas foram intensificadas, onde observou-se o

crescimento de participação brasileira na produção mundial, que saltou de 0,5%

1954/58 para 16% em 1976. Este salto na produção somente foi possível pelo

elevado valor da soja no mercado internacional da época e pelo grande trabalho de

pesquisa realizado por instituições nacionais para tornar a cultura competitiva,

equiparando a produtividade da soja brasileira dos países de maior tradição no seu

cultivo.

A partir do início dos anos 1970, a medida que foram descobrindo-se novas

utilizações para a soja, os bons preços e sua adaptação às mais variadas regiões

brasileiras, associando a boas cotações no mercado,a soja começou a expandir-se

pelo Centro-Oeste. Pouco a pouco, foi tomando áreas de cultivos comerciais já

existentes, como o do arroz, substituindo as lavouras de subsistência, a pecuária

extensiva e incorporando espaços até então não utilizados ou pouco utilizados para

o uso agrícola. Essa expansão, em sua maioria, foi realizada por experientes

empresários do Centro-Sul do Brasil, entre eles se destacavam a presença dos

gaúchos (BONATO e BONATO, 1987).

Os baixos preços das terras no Centro-Oeste e as linhas de crédito criadas

pelo governo federal facilitaram o processo de expansão nessa região. Juntamente a

isso devemos ressaltar as excelentes condições naturais do cerrado, com sua

topografia plana, que facilita o uso da mecanização e as boas condições climáticas,

em que se destaca a intensa insolação (ARANTES e MIRANDA, 1993).

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Atualmente, o Mato Grosso é o estado maior produtor de soja, com 17

milhões de toneladas, o que equivale aproximadamente a 30% da produção

brasileira, na safra 2008/2009. O estado de Goiás vem na quarta colocação atrás

dos estados do Paraná e do Rio Grande do Sul, com uma produção de 6,5 milhões

de toneladas (CONAB, 2009).

2.2. Aspectos botânicos

A soja cultivada comercialmente hoje (Glycine max (L) Merrill) é uma planta

herbácea, incluída na classe Dicotyledoneae, ordem Rosales, família Leguminosae,

subfamília das Papilionoideae, gênero Glycine L.. É uma planta com grande

variabilidade genética, tanto no ciclo vegetativo (período compreendido da

emergência da plântula até a abertura das primeiras flores), como no reprodutivo

(período do início da floração até o fim do ciclo da cultura), sendo também

influenciada pelo meio ambiente (GOMES, 1990).

Há grande diversidade de ciclo. De modo geral, os cultivares brasileiros têm

ciclos entre 100 e 160 dias, e podem ser classificados em grupos de maturação

precoce, semiprecoce, médio, semitardio e tardio, dependendo da região. A altura da

planta depende da interação da região (condições ambientais) e do cultivar

(genótipo) (BORÉM, 2005).

Segundo Borém (2005), como acontece com outras leguminosas, por

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exemplo o feijão-comum, a soja pode apresentar três tipos de crescimento,

diretamente correlacionados com o porte da planta: indeterminado, semideterminado

e determinado. A planta de soja é fortemente influenciada pelo comprimento do dia

(período de iluminação). Em regiões ou épocas de fotoperíodo mais curto, durante a

fase vegetativa da planta, ela tende a induzir o florescimento precoce, e apresentar

conseqüentemente decréscimo da produção. Para controlar este problema, alguns

melhoristas utilizam o artifício do uso do período juvenil longo para retardar o

florescimento em dias curtos. Pois, na fase juvenil, a soja não floresce, mesmo

quando submetida ao fotoperíodo indutivo, permitindo assim maior crescimento

vegetativo e evitando quebra na produção.

2.3. A ferrugem asiática da soja

O primeiro relato da ferrugem da soja deu-se no Japão, em 1902 e, por volta

do ano de 1934, o patógeno já era encontrado em vários outros países asiáticos

(BROMFIELD e HARTWIG, 1980).

No Brasil, a ferrugem na cultura da soja foi relatada, pela primeira vez, em

1979, em Lavras, Minas Gerais (DESLANDES, 1979). Na época, por não haver

conhecimento da existência de duas espécies de Phakopsora, o relato foi

erroneamente feito como P. pachyrhizi, o que foi motivo de preocupação por uma

década, pelo seu alto potencial de danos nos países asiáticos. Somente em 1992

ficou evidenciada a presença de duas espécies de Phakopsora: a Phakopsora

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pachyrhizi, proveniente das regiões da Ásia e Austrália, hoje denominada ferrugem

asiática e Phakopsora meibomiae, proveniente dos Estados Unidos, conhecida

como ferrugem americana (ONO et al., 1992).

O fungo P. pachyrhizi A. Sydow & R. Sydow, pertence ao filo Basidiomicetes,

Ordem Uredinales e família Phakopsoraceae. Essa doença tem como agentes

etiológicos duas espécies de fungo do gênero Phakopsora: 1- a Phakopsora

meibomiae (Arth) Arth., que causa a ferrugem “americana” e ocorre naturalmente em

diversas leguminosas desde Porto Rico, no Caribe, ao sul do Paraná (Ponta

Grossa). 2- a Phakopsora pachyrhizi causadora da ferrugem “asiática”, presente na

maioria dos países que cultivam a soja (YORINORI e LAZARROTO, 2004).

Entre essas duas doenças, a ferrugem asiática apresenta um dano maior,

sendo considerada uma doença muito importante. Essa doença, que era comumente

encontrada em países asiáticos e na Austrália até a safra de 1999/00, onde causou

sérios problemas, chegou ao sul do continente americano, em 2002, Brasil e

Paraguai, em 2001 pela Argentina. Rapidamente, espalhou-se por quase toda a área

de plantio do Paraguai e em cerca de 80% de toda área de soja plantada nas

lavouras brasileiras (YORINORI, 2003).

No continente americano, a ferrugem asiática teve sua primeira identificação

em março de 2001, na localidade de Pirapó, em Itapúa, Paraguai. Já no Brasil, o

primeiro foco foi detectado na fazenda Não-Me-Toque, no município de Bom Jesus

do Piauí. A ferrugem da soja foi constatada, inicialmente, nos estados do Rio Grande

do Sul, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás, Mato Grosso e Bahia

(JULLIATTI, 2002).

Até a safra de 2003/04, o único país produtor de soja no mundo onde a

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ferrugem ainda não havia sido detectada era os Estados Unidos (MOREL e

YORINORI, 2002), mas, na safra de 2004/05 já foi relatada no estado de Louisiana

(SOUZA, 2005).

A única região brasileira produtora de soja, onde essa doença ainda não foi

relatada é em Boa Vista, em Roraima. Nessa região, ao norte do Equador, o cultivo

da soja é feito entre abril e o final de maio. Essa doença é uma ameaça constante

ao cultivo de soja no Brasil e no mundo e exige uma atenção redobrada da

pesquisa, assistência técnica e dos produtores (YORINORI, et al., 2004).

2.4. Disseminação da doença

Os uredosporos (esporos) desse fungo são facilmente e rapidamente

disseminados, principalmente pelo vento, sendo levados a grandes distâncias, em

curto espaço de tempo (YORINORI e LAZZAROTO, 2004).

Imagina-se que os primeiros focos de ferrugem registrados na América do

Sul, em 2001, tenham sido provenientes de esporos que tenham atravessando o

Oceano Atlântico ou o Pacífico, vindo de países do sul da África, como Zimbabwe e

Zâmbia, em meados de 1998. Ou da África do Sul, por volta de 2001, onde causou

perdas severas, ou ainda da Austrália, onde a ferrugem ocorre a várias décadas

(YORINORI et al., 2003).

Comparações das reações efetuadas no Brasil pela EMBRAPA Soja e no

Paraguai, por meio de isolados do fungo da safra 2002, através da inoculação em

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quatro tipos de germoplasmas de maior resistência, mostraram que estes são muito

semelhantes, comportando-se resistentes. No entanto, em comparação a quando

foram inoculados com isolados do Cerrado, mostraram-se susceptíveis, um

comportamento idêntico ao alcançado em testes nos Estados Unidos com um

isolado do Zimbabwe. Isso reforça mais ainda a provável hipótese de que a doença

tenha vindo da África, por meio do vento, cruzando o Oceano Atlântico (YORINORI

et al., 2004).

Na safra brasileira de 2003/04 a ferrugem asiática da soja foi encontrada em

cerca de 90% da área plantada, o que equivale aproximadamente a mais de 16

milhões de hectares atingidos. Os estados mais afetados foram o MT, GO e BA. Na

Bahia, quase 100% das lavouras foram infectados pela ferrugem e a quebra de

rendimento foi de 25%. Mas atualmente com a ajuda nas pesquisas, monitoramento,

assistência técnica mais preparada e com a utilização de fungicidas mais eficientes,

o prejuízo causado pela doença vem diminuindo gradativamente com o decorrer dos

anos (EMBRAPA, 2006).

2.5. Ciclo de vida

De acordo com Del Ponte (2007) a infecção se inicia quando esporos

(uredinósporos) germinam e produzem um tubo germinativo, que cresce na

superfície da folha até que se forma um apressório, a penetração e a infecção

ocorrem em um período de 10 a 12 horas. Esta ferrugem é única por ter a habilidade

Page 20: monografia - Hans Müller - maio - 2009 pronta

de também penetrar diretamente através da epiderme, ao contrário das outras

ferrugens que penetram através dos estômatos. Urédias (pústulas) podem se

desenvolver de 5 a 10 dias após a infecção e os esporos do fungo podem ser

produzidos por até 4 semanas. Em uma infecção inicial, estima-se que uma primeira

geração de pústulas pode manter a esporulação por até 15 semanas, mesmo sob

condições de baixa umidade. Se as condições para re-infecção são esporádicas

durante a estação, pode haver potencial de inóculo suficiente para restabelecer a

epidemia.

A ferrugem-asiática possui diversos hospedeiros alternativos e assim há uma

grande quantidade de fontes de inóculo. Os esporos são disseminados pelo vento,

podendo viajar grandes distâncias. Por serem sensíveis à radiação ultravioleta,

provavelmente estas viagens ocorrem em sistemas de tempestade, aonde as

nuvens protegem os esporos do sol (suspeita-se que a ferrugem-asiática foi

introduzida nos EUA pelo furacão Ivan) (REIS, 2006).

O sucesso da infecção é dependente da disponibilidade de molhamento na

superfície da folha. Pelo menos 6 horas de água livre parece ser necessária para

promover a infeccção. O fungo pode infectar a planta em temperatura variando de

15 e 28°C, com ótimo de 22 a 24°C. Chuvas abundantes e freqüentes durante o

desenvolvimento da doença têm sido associadas com epidemias mais severas. Após

a infecção, as primeiros pústulas com esporos maduros surgem em 7 a 8 dias e este

curto ciclo de vida da doença significa que, sob condições favoráveis, epidemias de

ferrugem-asiática podem progredir de baixos níveis de detecção para desfolhações

dentro de um mês, lembrando também que a ferrugem é uma doença policíclica ou

de ciclo secundário que significa a secessão do ciclo primário e se desenvolve a

Page 21: monografia - Hans Müller - maio - 2009 pronta

partir do inóculo nele produzido, sem a interposição de uma fase de repouso ou

dormência entre eles (DEL PONTE, 2007).

O fungo causador da ferrugem é  parasita obrigatório ou biotrófico porque vive

apenas em hospedeiros vivos. Portanto, para sobreviver, depende de hospedeiros

alternativos ou da própria soja, através das plantas voluntárias, guaxas ou tigüeras.

2.6. Sintomas

Os primeiros sintomas da ferrugem asiática podem ser confundidos com

sintomas de outras doenças, como a septoriose ou a cercosporiose. A diferença

básica entre elas é a presença de um halo amarelado, ao redor das pontuações, que

está presente nas duas doenças e ausente na ferrugem (KIMATI, 1995). Essas

pontuações são visíveis na face inferior da folha com o auxílio de uma lupa de bolso,

quando colocada contra uma superfície clara, como o céu. Esses pontos

minúsculos, de até 1 mm de diâmetro, são as pústulas do fungo. As lesões podem

ser mais facilmente visualizadas quando formam pústulas de cor castanha a

marrom-escura, na parte inferior da folha, nas quais observaram-se as urédias

(pústulas), caracterizadas por elevações que se rompem, liberando os uredosporos

(esporos). Nesse estágio, o fungo já infectou a planta, está se reproduzindo e

disseminando seus esporos, pelo vento, para outras plantas (YORINORI et al.,

2003).

Segundo Yang citado por Juliatti, Silva e Silva (2007) o monitoramento

Page 22: monografia - Hans Müller - maio - 2009 pronta

constante da lavoura constitui-se num método preventivo que identifica

precocemente a ferrugem, pelo fato de os sintomas aparecerem em qualquer fase

do desenvolvimento da planta. Caso a doença ocorra nos primeiros estádios de

desenvolvimento, maiores serão os danos. Sua presença está condicionada em

folhas com molhamento de, no mínimo, seis horas, o que pode ser encontrado em

dias nublados, chuvas finas e ar com umidade relativa alta, associada à temperatura

média em torno de 18°C a 26°C.

Uma forma de observar os sintomas da ferrugem é coletar as folhas da parte

inferior da planta e colocá-las contra um fundo claro. A folha infectada contém

pequenas manchas, lesões em forma de pontos escuros pequenos e salientes

(YORINORI et. al., 2003).

As lesões têm tendência a aparecer com formato angular de 2 a 5 mm de

diâmetro, podendo ocorrer também em pecíolos e caules (OLIVEIRA et al., 2005).

Com o aumento das lesões, as folhas ficam amareladas e, conseqüentemente, em

condições favoráveis para seu desenvolvimento, ocorre uma desfolha prematura

acelerada. Como reflexo, teremos uma redução na produção de fotoassimilados,

prejudicando o número de vagens, o número de sementes por vagem e o

enchimento de grãos, causando uma redução no peso de sementes por planta,

interferindo diretamente na produtividade, prejudicando o rendimento e a qualidade

dos grãos (YORINORI et al., 2004).

2.7. Perdas ocasionadas pela a ferrugem asiática

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Há registros de perdas no Paraguai tão severas que puderam chegar a mais

de 1.100 kg/ha, no ano agrícola de 2000/01. Na safra de 2001/02, a forte estiagem

que atingiu o país na segunda metade do ciclo impediu maiores perdas. No Brasil,

as perdas em rendimento variaram de 30% a 75% no mesmo ano, em estados como

Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul (YORINORI

et al., 2004).

Essas variações podem acontecer por influência da intensidade da doença de

modo geral, como também da fase de desenvolvimento da cultura em que ocorre a

infecção da doença (OLIVEIRA et al., 2005).

As perdas ocasionadas pela ferrugem asiática podem ser bastante elevadas,

percebendo-se deste modo que o controle desta doença é muito importante para

que a produtividade e conseqüentemente a lucratividade se mantenham em um

patamar considerável para que os produtores possam continuar a produzir, e para

que possam prosseguir com o manejo de suas lavouras, ou seja, manter o cultivo da

soja viável. As perdas provocadas pela ferrugem da soja no Brasil, desde a safra de

2001/02 até a safra de 2007/08, chegam ao número de 10 bilhões (considerando o

custo médio dos produtos e da operação de aplicação, somados à perda em grãos e

arrecadação) de dólares aproximadamente (EMBRAPA, 2008).

2.8. Manejo da doença e medidas de controle integrado

Page 24: monografia - Hans Müller - maio - 2009 pronta

O manejo de doenças envolve uma integração de várias medidas de controle,

que devem ser realizadas de forma correta e ordenada, para que sua realização

tenha o efeito desejado. Doenças complexas, como a ferrugem asiática da soja,

necessitam de alternativas para o seu combate, diferentes doenças mais simples,

além do manejo correto (ZAMBOLIM, 2006).

A utilização do controle químico de forma isolada não é suficiente para

garantir o potencial produtivo da lavoura, ainda levando em conta que o excesso de

sua utilização poderá ocasionar resistência ao fungicida, e, também poderá provocar

danos ambientais, por isso devem ser adotadas estratégias de controle combinadas

(controle integrado) de manejo cultural, adubações equilibradas, escolha de cultivar,

época de plantio, população e espaçamento entre linhas, vazio sanitário, entre

outros (SILVA, CAMPOS e SILVA, 2008).

2.8.1. Controle químico

Por se tornar a única ferramenta para combater a ferrugem depois de seu

estabelecimento na lavoura, o uso de fungicidas têm sido cada vez mais

intensificado. O conhecimento da eficiência de produtos utilizados no controle das

diferentes doenças é cada vez mais necessário para assim, permitir seu correto

manejo e utilização no campo (BALARDIN, 2003).

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Atualmente, existem apenas dois grupos químicos registrados junto ao

ministério da agricultura, pecuária e abastecimento (Mapa) para o controle da

doença, os triazóis e as estrobilurinas, sendo usados puros ou em misturas. O uso

de misturas contendo grupos químicos diferentes apresenta vantagens importantes

para o agricultor, como, o amplo espectro de ação, economia nas aplicações e

redução no risco de resistência dos fungos aos fungicidas, pelo fato de que com a

mistura os fungicidas podem atacar sítios de ação diferentes (GODOY e CANTERI,

2004).

Ainda segundo os autores a utilização das misturas entre os triazóis e as

estrobilurinas nas primeiras aplicações, realizadas na forma preventiva, pode

aumentar a efetividade do controle químico, pelo fato de que o as estrobilurinas

agem inibindo a germinação dos esporos, e, os triazóis nas fases iniciais de

desenvolvimento das hifas de eventuais esporos não controlados pelas

estrobilurinas.

Eventualmente ocorrem falhas no controle químico, mas no caso da ferrugem

tais falhas são normalmente provenientes do manejo inadequado, como por

exemplo: perda do momento de aplicação, de aplicações com a presença da doença

já verificada (aplicações curativas), sob alta pressão do patógeno, tecnologia de

aplicação inadequada, utilização de sub doses, problemas oriundos da aplicação

sob chuva ou logo depois de sua ocorrência (SILVA et al., 2008).

O momento de aplicação do fungicida é algo controverso, mas a maioria das

instituições recomenda as aplicações de forma preventiva. Deve-se considerar o

estágio fenológico da planta, mas não deixando o monitoramento de lado, pois a

verificação da época em que a doença atingiu a lavoura é muito importante. As

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aplicações após a constatação dos primeiros sintomas representam um risco muito

elevado, pelos problemas que podem surgir para o agricultor no controle desta

doença, como dificuldade de aplicação em toda área e a impossibilidade de

pulverização devido às condições ambientais, principalmente nos períodos de chuva

(SILVA et al., 2008).

Deve se realizar o monitoramento da lavoura e realizar aplicações preventivas

nos estágios R1 (Início da floração) e ou R2 (Floração plena), deste modo, agindo

antes do período onde a ocorrência da doença ocorre em maior pressão, que é na

fase R5 (Enchimento dos grãos). No caso de constatação da doença antes desses

estágios realizar as aplicações o mais rápido possível. Já que em trabalhos

realizados, ficou demonstrado que a perda causada pela ferrugem, podem chegar a

1,37 sacos por hectare (um saco igual a 60 kg) por dia de atraso na aplicação,

(SILVA et al., 2008).

Diante desse quadro, pode-se observar que o controle da ferrugem asiática

tornou-se uma das mais importantes práticas de manejo da lavoura de soja.

2.8.2. Rotação de culturas

A rotação de culturas não apresenta efeito direto no controle da ferrugem,

uma vez que o fungo apenas sobrevive em tecidos vegetais vivos, ou seja, é um

ser biotrófico. Por outro lado a rotação de culturas pode contribuir no manejo da

doença de forma indireta, proporcionando melhorias nas qualidades químicas,

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físicas e biológicas do solo. Deste modo a planta se desenvolve em condições

melhores do solo, se tornando menos suscetível ao ataque das doenças (SILVA et

al., 2008).

2.8.3. Adubação equilibrada

A adubação equilibrada fornece os nutrientes necessários para o bom

desenvolvimento da planta e torna-a naturalmente mais resistente a doenças.

Levando em consideração a teoria da Trofobiose, que mostra que a suscetibilidade

da planta ao ataque de pragas e doenças é uma questão de nutrição ou de

intoxicação, considerando que uma planta bem alimentada e saudável, apresenta

uma composição equilibrada, formando uma estrutura compacta que dificilmente

será atacada por pragas e doenças. O efeito da adubação equilibrada no manejo de

doenças apresenta maior efeito perceptível em áreas novas (CHABOUSSOU, 1999).

2.8.4. Cultivar a ser semeada

A escolha da cultivar a ser usada pode ser um dos mais importantes passos

para o bom estabelecimento da cultura contra a ferrugem asiática. Cultivares de

ciclo muito longo permanecem muito tempo expostas ao possível ataque do

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patógeno, e com isso são mais suscetíveis ao ataque da doença e

conseqüentemente a perdas de produtividade causas por ela (ANDRADE e

ANDRADE, 2002). O porte e arquitetura da cultivar também são importantes para o

manejo da doença, pois cultivares de porte alto, estão sujeitas ao acamamento e as

que apresentam folhas largas e grandes contribuem para a formação de um micro

clima favorável ao desenvolvimento do patógeno. Além disso, cultivares altas com

grande quantidade de folhas dificultam o molhamento das folhas mais baixas no

processo de pulverização, dificultando a entrada da calda do fungicida pode ficar

comprometida (SILVA et al., 2008).

Portanto é aconselhável o uso de cultivares de ciclo precoce, porte baixo e

folhas eretas para auxiliar no bom manejo da ferrugem.

2.8.5. Época e período de cultivo

A escolha da época do início do cultivo é muito importante para evitar o

período de alta pressão do patógeno, normalmente verificado no final da safra. A

semeadura é indicada logo que as condições ambientais permitirem, respeitando o

período do vazio sanitário (ANDRADE e ANDRADE, 2002).

Segundo ainda os autores, o mau manejo da ferrugem em cultivares precoces

vem trazendo o aumento do inóculo da doença nas variedades de ciclos médios e

longos. Tem se verificado que os produtores usuários das sojas de ciclo precoce

vem atrasando o momento da aplicação com o propósito de realizar uma única

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aplicação. A utilização de apenas uma aplicação de fungicida seria interessante

tanto do ponto de vista financeiro como ambiental, se não fossem os problemas

verificados com o aumento da ocorrência da ferrugem nos estados fenológicos mais

tardios da cultura R6 (Vagens com 100% de granação) e R7 (Amarelecimento de

folhas e vagens). Embora o aumento da presença da ferrugem não cause perdas

significantes nos estados fenológicos mencionados, as cultivares de ciclo médios e

tardios estarão sujeitas ao maior ataque do patógeno, pelo fato de que o fungo não

foi controlado corretamente, dificultando o controle da doença nestas cultivares de

ciclos mais longos. Isso acaba por aumentar o custo de produção pela necessidade

de mais aplicações de fungicidas, além de comprometer o manejo de outras

doenças eficientemente controladas pelos fungicidas utilizados no controle da

ferrugem, como a septoriose, o crestamento de cercospora, a antracnose e a

mancha alvo.

2.8.6. Vazio sanitário

O vazio sanitário consiste principalmente em duas medidas, a eliminação da

soja tigüera e a regulamentação de um período sem cultivo de soja no país. A

eliminação da soja voluntária ou tigüera é muito importante para que a prática do

vazio sanitário funcione, porque muitos agricultores não realizam a eliminação

destas plantas, principalmente as situadas perto de matas, córregos e represas. As

plantas de soja das margens de estradas também devem ser eliminadas. A presença

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destas plantas representa um grande risco para a produção das próximas safras,

pelo fato de que elas são hospedeiras do fungo, perpetuando o patógeno próximo da

área a ser cultivada (SILVA, et al., 2008).

O período em que cada região está proibida de cultivar a soja é determinado

por cada estado, e tem o objetivo de reduzir o inóculo do fungo Phakopsora

pachyrhizi nos primeiros cultivos. Desta forma, é possível diminuir a possibilidade de

incidência da doença no período vegetativo e, conseqüentemente, reduzir o número

de aplicações de fungicidas para o controle (EMBRAPA, 2007).

De acordo com a Embrapa (2007), a realização de um vazio sanitário total

para a ferrugem é impossível, uma vez que outros países do continente cultivam

soja em épocas diferentes do Brasil, a chamada ‘ponte-verde’ presente entre os

paises vizinhos, já que o fungo não respeita as fronteiras. Além disso, o fungo

causador da ferrugem apresenta ampla gama de hospedeiros que permanecem no

campo multiplicando-o. A fiscalização do vazio sanitário é realizada pelas agências

da Agrodesfesa de cada estado participante. Os estados que realizam o vazio

sanitário é Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, Tocantins, São Paulo, Minas

Gerais, Maranhão, Bahia e Paraná.

Período do vazio sanitário é definido por estado. Em Mato Grosso vai de

15/06 a 15/09; em Goiás de 01/07 a 30/09; em Mato Grosso do Sul de 01/07 a

30/09; em Tocantins de 01/07 a 30/09; em São Paulo de 01/07 a 30/09; em Minas

Gerais de 01/07 30/09; no Maranhão de 15/08 a 15/10; na Bahia de 15/08 a 15/10; e

no Paraná de 15/06 a 15/09 (EMBRAPA, 2008).

2.8.7. População e espaçamento entre linhas

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O microclima proporcionado pela maior população e pela redução do

espaçamento entrelinhas favorece a incidência prematura da ferrugem asiática. A

condição de maior adensamento é responsável por dificultar a passagem de vento,

mantendo o molhamento foliar por um período de tempo maior, proporcionando

maior favorecimento das condições ambientais para infecção. Além de o maior

adensamento, principalmente no espaçamento entre linhas, dificultar a penetração

da calda fungicida desde as fases iniciais de aplicação (ELMORE, 2004).

Como não existe espaçamento ideal entre linhas, deve-se respeitar a

população de plantas recomendada pela empresa de sementes para a região.

2.8.8. Cultivares com resistência

A utilização de cultivares resistentes, mesmo as cultivares que apresentem

uma resistência parcial, representa uma das principais medidas de controle em

patossistema. Mas a utilização de cultivares com esta característica não deve ser a

única media de controle, ela deve estar estabelecida juntamente com outras

técnicas, inclusive para manter a resistência de tais cultivares (SILVA et al., 2008).

A introdução do gene de resistência à ferrugem em uma cultivar, confere à

planta melhores condições para conviver com a doença no campo. Caso o controle

cultural e o químico “escapem das mãos” a planta estará protegida pelo gene. Esta

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proteção extra é o que proporciona maior tranqüilidade e segurança ao produtor

(FUNDAÇÃO MT, 2009).

Conforme vem sendo apresentado pela Fundação Mato Grosso e pela

Embrapa, a resistência genética à ferrugem asiática irá contribuir essencialmente no

manejo da doença, embora não descarte a necessidade das aplicações de

fungicidas. O grande benefício das cultivares será a possível redução do número de

aplicações de fungicidas, minimizarem o risco de perda de momento de aplicação e

diminuir o risco de epidemias da doença.

A Fundação Mato Grosso irá disponibilizar comercialmente para a safra

2009/10 cultivares com a tecnologia INOX®, apresentando resistência à ferrugem

sem perda de produtividade, o que irá possivelmente proporcionar ao produtor maior

segurança em relação ao manejo, pois caso ocorram problemas no controle

químico, o controle genético protegerá a planta de possíveis danos (FUNDAÇÃO

MATO GROSSO, 2009).

2.9. Ferrugem asiática - perspectivas futuras

A ferrugem asiática é uma doença cuja ocorrência inicial apresenta maior ou

menor severidade de acordo com as condições climáticas, e com a proximidade da

fonte de inóculo, podendo apresentar variação de ano para ano. Portanto é uma

doença imprevisível. Por isso é fundamental que a assistência técnica e produtores,

estejam atentos, realizando um bom manejo da lavoura, utilizando todas as medidas

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possíveis de controle à ferrugem, realizando monitoramento constante para que

com a detecção da presença da doença ela já seja combatida (YORINORI e

LAZZAROTTO, 2004).

Ainda segundo os autores com o aumento do número de pesquisas sobre o

controle da ferrugem e utilizando-se de forma integrada todas as estratégias de

manejo que visam retardar ou conter o progresso da doença, como a utilização de

variedades resistentes e produtos químicos, a tendência é que os prejuízos

causados pela a ferrugem asiática diminuam, mas a doença continuará em foco,

sendo mantendo-se como a doença mais importante da sojicultura mundial.

3.0 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

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3.1. Informações gerais

O estágio curricular obrigatório que deu origem a este trabalho foi realizado

no município de Catalão-GO, no período de 05/01/2009 à 20/02/2009. O estágio foi

conduzido sob a supervisão do engenheiro agrônomo Juliano de Sousa Santos,

responsável pela administração da filial da Cooperativa dos agricultores da região de

Orlândia (CAROL), na divisão de insumos agrícolas da cidade de Catalão, que atua

prestando assistência técnica aos cliente e cooperados nas propriedades presentes

nos municípios de Catalão, sede da filial, Goiandria-GO, Campo Alegre-GO,

Ouvidor-GO, Três Ranchos-GO, Paracatu-MG e Guarda-Mor-MG, e pela

coordenação da equipe técnica da empresa na filial de Catalão, constituída pelos

engenheiros agrônomos Marcelo Moraes e Fabiano Adorno.

3.2. Descrição da empresa – objeto do estágio

A empresa CAROL é uma cooperativa formada pelos agricultores da região

de Orlândia-SP, fundada em 28 de fevereiro de 1963 por um grupo de 59 produtores

da região. A empresa foi fundada com o objetivo de ajudar os cooperados na área de

assistência técnica e serviços agrícolas. Após anos de mercado, com a empresa

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passando por um bom momento financeiro e bem estruturado, na década de 90 deu-

se início a um programa de expansão, da empresa aonde ela começou a abrir novas

fronteiras saindo do estado de origem, e estabelecendo inicialmente filias em outros

estados como em Mina Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul e, posteriormente no

início deste século, se estabelecendo também nos estados do Mato Grosso e

Tocantins. Além da expansão nacional a empresa também se expandiu nas áreas de

atuação, com a criação de novos centros de distribuição, lojas estruturas de

armazenagem entre outras. A CAROL se tornou uma grande empresa no ramo de

comercialização de produtos como: defensivos, farelo de soja, fertilizantes e

corretivos, forrageiras, produtos industrializados ligados a agricultura e pecuária,

lojas, nutrição animal e sementes.

A metodologia empregada no estágio foi baseada nos trabalhos práticos

juntamente com a parte teórica transmitida pelo co-orientador e outros

colaboradores da empresa.

3.3. Atividades desenvolvidas

As práticas realizadas no período de estágio foram principalmente

direcionadas à assistência técnica aos cooperados e clientes da empresa na região

de abrangência da filial de Catalão, sendo realizadas visitas às propriedades rurais,

sempre com a presença de algum engenheiro agrônomo da empresa.

3.3.1. Monitoramento da ferrugem asiática da soja

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A ferrugem asiática da soja constitui-se numa das maiores preocupações

atuais dos produtores de soja de todo o país, o seu monitoramento é muito

importante para evitar perdas e orientar a tomada de decisão quanto ao seu

controle.

O monitoramento foi realizado nas propriedades dos clientes e cooperados da

empresa, da seguinte forma: as áreas das propriedades foram divididas por talhões

de acordo com sua geografia, para auxiliar a identificação das pústulas foram

utilizadas lupas de bolso de capacidade de aumento de 20 a 30 vezes. É sabido que

é difícil encontrar as primeiras pústulas, mas identificá-las com a lupa é fácil, pois

ainda apresentam minúsculos pontos, com correspondente protuberância (urédia) na

parte abaxial da folha.

As amostras de folhas foram coletadas na região do terço inferior das plantas,

onde a doença costuma atacar inicialmente. Após isto, com o auxílio da lupa e com a

folha depositada sobre algum fundo claro, no caso podendo se utilizar a luz solar,

era observado a parte abaxial da folha para verificar a presença de alguma urédia ou

pústulas, uma peque protuberância semelhante a uma ferida. Esta protuberância

(urédia ou pústula) adquire coloração castanho-escura, com um minúsculo poro

expelindo os uredosporos, isso no estágio mais avançado de ação do patógeno.

Mesmo com estes métodos de identificação citados, ocorriam situações onde

a determinação da presença do patógeno era duvidosa, nos casos onde o patógeno

estava em estágio inicial ou pelo fato da doença se assemelhar a doenças de final

de ciclo, como mancha parda ou pústula bacteriana, entre outras. Nestes casos

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foram utilizados produtos novos para a confirmação da presença do patógeno como,

por exemplo, o Conjunto de Diagnóstico para Ferrugem da Soja “Kit Quick Stix’

produzido pela EnviroLogix, fabricado para a Milenia Agrociências S/A. O Kit

EnviroLoxis QuickStix para ferrugem em soja diagnostica a presença em campo da

ferrugem asiática em folhas de soja. As tiras presentes no kit junto com a solução

tampão de extração EB6, são capazes de detectar a presença do patógeno

precocemente nos estágios iniciais da infecção, que vão desde lesões cloróticas

(antes da formação das pústulas) até a formação de pústulas imaturas (sem

liberação de esporos). Durante este período é muito difícil a diferenciação dos

sintomas da ferrugem de outras doenças causadas por outros patógeno, como já foi

dito anteriormente, podendo também ser utilizado para a detecção de sintomas

avançados da doença (urédias e teliosporos) sendo dessa forma um complemento

para as inspeções visuais.

Mesmo com a aplicação de todos os métodos citados não foram dispensados

as análises laboratoriais, que no caso foram realizadas pelo departamento de

fitopatologia da Universidade Federal de Uberlândia.

Após a confirmação de alguma área com a presença do patógeno, o

monitoramento era realizado de forma mais criteriosa, com o objetivo de manter o

controle da doença, sabendo-se assim o momento correto para a aplicação do

controle químico com fungicidas, que é o método de maior eficácia no controle da

doença.

3.3.2. Determinação de época e número de aplicações de fungicidas

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De acordo com o ciclo das cultivares escolhidas e com a época da primeira

aplicação, surge a possibilidade de se realizar apenas uma aplicação de fungicida

para o controle da ferrugem. Foi constatado que cultivares que apresentam ciclo

precoce e com a semeadura realizada no início do período da safra, final de

setembro início de outubro, podem ter menor necessidade de aplicação de

fungicidas, pois as variedades precoces quando semeadas mais cedo, sofrem

menor pressão da doença, podendo desse modo ter menor necessidade do controle

químico, ocorreram casos em que as lavouras completaram o ciclo com apenas uma

aplicação. Mas para a maioria das áreas avaliadas foram utilizadas duas aplicações

com fungicidas e em cultivares de ciclo longo ou com semeadura tardia foram feitas

em média três aplicações.

Mesmo não sabendo como o fungo da ferrugem irá se comportar em cada

safra observou-se que os agricultores devem estar atentos e terem ao seu lado uma

boa assistência técnica, para que sua lavoura seja monitorada de forma correta para

uma melhor efetividade do controle. No controle químico o recomendável é agir

preventivamente, principalmente nas fases R1 (Início da floração) e R2 (Floração

plena).

3.3.3. Monitoramento de lagartas

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O monitoramento das lagartas foram feitos constantemente durante todas as

fases da cultura da soja, onde foram detectas com mais freqüência a presença das

lagartas da soja (Anticarsia gemmatalis) e falsa-medideira (Pseudoplusia includens).

Observou-se que nesta safra a lagarta falsa-medideira foi a principal praga da

cultura onde sua presença foi detectada em praticamente todas as lavouras da

região, e constatando-se sua presença desde o início, até o final do ciclo da planta.

Em algumas regiões o ataque da falsa-medideira ocorreu de forma severa,

com dificuldade para seu controle químico, principalmente nas lavouras que estavam

no estágio reprodutivo, por apresentarem maior estatura, engalhamento e

quantidade de folhas, o que dificultam a penetração do inseticida, uma vez que elas

atacam o terço médio da planta, dificultando o controle.

Os monitoramentos foram feitos com a utilização do pano de batida, realizado

de forma aleatória nos talhões, sendo verificado por ponto amostral 1 metro linear,

batendo-se apenas uma linha. Foram observados a quantidade de lagartas

presentes no pano, o tamanho e a espécie, para que posteriormente fosse

determinada a medida de controle.

3.3.4. Regulagem de pulverizadores

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Foi necessário em algumas propriedades rurais a realização da regulagem

dos pulverizadores.

A regulagem dos pulverizadores foi realizada da seguinte maneira:

conhecendo-se uma determinada área a ser percorrida e a largura da barra de

pulverização, aplicou-se uma fórmula pré-estabelecida. O pulverizador deve estar

em funcionamento pleno e com a velocidade já determinada para a aplicação.

A fórmula utilizada para a determinação da velocidade real é:

Velocidade (km/h) = distância percorrida (m) X 3,6

Tempo (seg)

Após a determinação da velocidade real determinar a vazão do bico em l/min.

Utilizando-se da seguinte fórmula:

l/min = l/ha X km/h x W =

60000

Aonde:

W – espaçamento entre bicos

60000 – constante da fórmula

Após estes procedimentos é realizada a verificação da vazão por bicos bem

com a uniformidade de vazão dos bicos. É coletado o volume de pulverização no

bico por minuto na jarra coletora, os ajustes são realizados até que consiga uma

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média com a vazão desejada entre os bicos por minuto. Desta forma o pulverizador

estará nas condições necessárias para começar o trabalho.

A medição da vazão dos bicos são realizadas com os copos dosadores que já

apresentam as medidas corretas para a regulagem.

3.3.5. Ensaios demonstrativos

Foram realizados ensaios demonstrativos de fungicidas e inseticidas,

acompanhados dos representantes técnicos das empresas fabricantes dos produtos.

Fungicidas – DuPont e Basf avaliando os produtos Aproach®Prima (principio ativo:

picoxistrobina + ciproconazol) e Opera® (principio ativo: pyraclostrobin + epoxiconazole)

respectivamente. Os ensaios demonstrativos foram realizados nas propriedades

rurais com a utilização dos produtos adquiridos pelos próprios produtores. As

avaliações foram realizadas após a colheita comparando-se a produtividade de cada

campo estabelecido lado a lado.

Inseticidas – os ensaios demonstrativos como inseticidas foi promovido, com

o objetivo de divulgação de um produto novo no mercado. Foram realizados campos

experimentais para a determinação da eficácia do produto e para a sua divulgação

junto aos produtores antes do seu lançamento no mercado. O produto é registrado

pela Dupont com o nome comercial de Prêmio, ainda não-disponível para

comercialização. O inseticida foi desenvolvido com base em uma molécula de última

geração, chamada Rynaxypyr®, e está sendo aplicado em áreas específicas para

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testes.

Os ensaios demonstrativos foram montados nas lavouras dos produtores da

região, os ensaios do produto foram realizados em todas as regiões do país. O

fabricante recomenda a dose de 50 ml/ha. Foram usadas para essa finalidade, áreas

de 3 hectares por propriedade, sendo realizadas duas aplicações do produto durante

o ciclo da cultura, com o produto fornecido pela empresa fabricante. As avaliações

do produto foram feitas antes e após a aplicação, num ensaio demonstrativo lado a

lado com outro inseticida para comparação. Foram avaliados 5 pontos amostrais por

hectare e as avaliação foram realizadas no dia da aplicação, um dia após a

aplicação e em 5 dias após a aplicação. Nas avaliações foram levadas em

consideração as quantidades de lagartas, a espécie das lagartas encontradas,

tamanho das lagartas e se os insetos apresentaram algum tipo de reação pertinente

à ação do produto.

O produto começará a ser comercializado na safra 2009/2010.

4.0. CONSIDERAÇÕES FINAIS

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As informações obtidas no estágio, assim como as atividades realizadas,

foram de grande importância para a minha formação de engenheiro agrônomo, pelo

fato de relacionar a teoria, presente nas aulas, com a prática presente no dia a dia

do exercício da profissão.

Com este estágio conclui-se que para um engenheiro agrônomo estar

preparado para o mercado de trabalho a parte prática é essencial em sua formação,

tornando os estágios de grande importância para a possibilidade de conseguir o

primeiro emprego, que é o grande desafio presente da vida de todos os recém

formados.

A cultura da soja, de grande importância mundial, apresenta manejo

complexo, sendo necessária uma boa formação teórica e prática para realizar seu

manejo correto. Além disso, o estudo das novidades sempre presentes na cultura é

de grande importância para o profissional se manter atualizado. O conhecimento

sobre as pragas e as doenças presentes no cultivo da soja é essencial para poder

realizar a assistência técnica de forma correta.

O objetivo principal deste trabalho foi mostrar que o monitoramento e o controle

da ferrugem asiática são extremamente importantes para que a produtividade da

lavoura de soja não sofra decréscimo. As práticas para evitar o estabelecimento

da doença nas lavouras e o uso de produtos químicos quando for detectada a

doença, são os melhores métodos de controle para a ferrugem asiática da soja.

Os conhecimentos adquiridos foram de grande importância para minha formação

como profissional da área.

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No término deste estágio percebi que na área da assistência técnica

trabalhar-se de forma ativa e em contato direto com o campo, tornando o trabalho

prazeroso de ser realizado. Estar aberto às novidades presentes a cada dia, não

esquecer dos ensinamentos transmitidos pelos professores, saber respeitar a

opinião dos produtores, ser educado, justo, ser humilde e ao mesmo tempo

transmitir confiança, são algumas das características que um engenheiro agrônomo

deve apresentar para se tornar um bom profissional.

5.0. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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