mogi das cruzes luta contra pl 4330 precisa ser intensificada · somente pt, pcdob e psol, além da...

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Mogi das Cruzes Maio / 2015 Edição 288 Informativo do Sindicato dos Bancários e Financiários de Mogi das Cruzes, Suzano, Poá, Biritiba Mirim e Salesópolis Emenda que libera terceirização aprovada pela Câmara significa fim de direitos como PLR, jornada maior e salário até 70% menor Diretores do Sindicato e o vereador Clodoaldo Moraes foram a Brasilia no dia da votação LUTA CONTRA PL 4330 precisa ser intensificada E m um golpe contra os trabalhores a Câmara dos Deputados aprovou por 230 votos a favor e 203 contrários a emenda aglutinativa ao Projeto de Lei 4330/2004 que abre as portas para que as empresas possam terceirizar todas as suas atividades. A nova legislação que segue agora para o Senado é um ataque contra os direitos trabalhistas. Para os bancários, significará o fim da PLR, do auxílio-creche e da jornada de seis horas, além de um salário que chega a ser 70% menor. Votaram contra os trabalha- dores parlamentares do PMDB, PSDB, PSD, PRB, PR, DEM, PPS, PV, PHS, PSB, Pros, PDT e Solidariedade, da Força Sindical. Somente PT, PCdoB e Psol, além da bancada do governo federal, cerraram forças contra o PL da terceirização. Outra afronta foi que os tra- balhadores foram impedidos de ocupar as galerias do plenário durante a votação. Diretores do Sindicato dos Bancários de Mogi e o vereador Clodoaldo Moraes (PT) foram a Brasilia no dia 8 de abril, quando foi votado o texto-base do PL. Caso seja aprovado em todas as instâncias, o projeto representará um retrocesso para a sociedade. O movimento sindical está engajado nesta luta e intensifi- cará a mobilização para barrar a medida. Os bancários estão unidos e organizados para seguir até o fim desta batalha contra o PL 4330, que embora desco- nhecido da maioria tem mais de dez anos. Luta antiga De autoria do ex-deputado federal e empresário Sandro Mabel (PMDB-GO), o PL 4330 tramita no Legislativo desde 2004. Um dos pontos polêmicos do texto e que foi aprovado pela Câmara é a li- beração de terceirizados para executar atividades-fim. Atual- mente, só é permitido delegar a outras empresas o que não é atividade-fim, como serviços de limpeza, segurança, manutenção de máquinas e alimentação. No setor financeiro, a luta contra a terceirização teve início nos anos 1990, quando as insti- tuições começaram a terceirizar serviços tipicamente bancários. Desde então, o sindicato vem combatendo esta prática e con- seguiu muitas vitórias. POR QUE DIZER NÃO À TERCEIRIZAÇÃO O salário dos terceiri- zados é 24% menor do que o dos empregados formais. No setor bancá- rio, a diferença é ainda maior: eles ganham em média um terço do salá- rio dos contratados, não têm PLR, auxílio-creche e jornada de seis horas Terceirizados trabalham, em média, três horas a mais por semana. Isso pode reduzir o número de vagas de trabalho Terceirizados são os empregados que mais sofrem acidentes. Com- panhias de menor porte são menos cobradas Terceirizados que tra- balham em um mesmo local têm patrões diferen- tes e são representados por sindicatos distintos, o que afeta a capacida- de de pressionarem por benefícios, negociar ou fazer ações como greves O uso de empresas terceirizadas é um meio para fugir das respon- sabilidades trabalhistas. Isso favorece o trabalho escravo Como empresas menores pagam menos impostos, isso diminuiria a arre- cadação do Estado e ao mesmo tempo sobrecar- regaria o SUS e o INSS, já que terceirizados são vítimas de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais com maior frequência

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Page 1: Mogi das Cruzes LUTA CONTRA PL 4330 precisa ser intensificada · Somente PT, PCdoB e Psol, além da bancada do governo federal, cerraram forças contra o PL da terceirização. Outra

Mogi das Cruzes

Maio / 2015 Edição 288

Informativo do Sindicato dos Bancários e Financiários de Mogi das Cruzes, Suzano, Poá, Biritiba Mirim e Salesópolis

Emenda que libera terceirização aprovada pela Câmara significa fim de direitos como PLR, jornada maior e salário até 70% menor

Diretores do Sindicato e o vereador Clodoaldo Moraes foram a Brasilia no dia da votação

LUTA CONTRA PL 4330 precisa ser intensificada

Em um golpe contra os trabalhores a Câmara dos

Deputados aprovou por 230 votos a favor e 203 contrários a emenda aglutinativa ao Projeto de Lei 4330/2004 que abre as portas para que as empresas possam terceirizar todas as suas atividades. A nova legislação que segue agora para o Senado é um ataque contra os direitos trabalhistas. Para os bancários, signifi cará o fi m da PLR, do auxílio-creche e da jornada de seis horas, além de um salário que chega a ser 70% menor.

Votaram contra os trabalha-dores parlamentares do PMDB, PSDB, PSD, PRB, PR, DEM, PPS, PV, PHS, PSB, Pros, PDT e Solidariedade, da Força Sindical. Somente PT, PCdoB e Psol, além da bancada do governo federal, cerraram forças contra

o PL da terceirização.

Outra afronta foi que os tra-balhadores foram impedidos de ocupar as galerias do plenário durante a votação. Diretores do Sindicato dos Bancários de Mogi e o vereador Clodoaldo Moraes (PT) foram a Brasilia no dia 8 de abril, quando foi votado o texto-base do PL. Caso seja aprovado em todas as instâncias, o projeto representará um retrocesso para a sociedade.

O movimento sindical está engajado nesta luta e intensifi -cará a mobilização para barrar a medida. Os bancários estão unidos e organizados para seguir até o fi m desta batalha contra o PL 4330, que embora desco-nhecido da maioria tem mais de dez anos.

Luta antigaDe autoria do ex-deputado

federal e empresário Sandro Mabel (PMDB-GO), o PL 4330 tramita no Legislativo desde 2004. Um dos pontos polêmicos do texto e que foi aprovado pela Câmara é a li-beração de terceirizados para executar atividades-fi m. Atual-mente, só é permitido delegar a outras empresas o que não é atividade-fi m, como serviços de limpeza, segurança, manutenção de máquinas e alimentação.

No setor fi nanceiro, a luta contra a terceirização teve início nos anos 1990, quando as insti-tuições começaram a terceirizar serviços tipicamente bancários. Desde então, o sindicato vem combatendo esta prática e con-seguiu muitas vitórias.

POR QUE DIZER NÃO À TERCEIRIZAÇÃO

O salário dos terceiri-zados é 24% menor do que o dos empregados formais. No setor bancá-rio, a diferença é ainda maior: eles ganham em média um terço do salá-rio dos contratados, não têm PLR, auxílio-creche e jornada de seis horas

Terceirizados trabalham, em média, três horas a mais por semana. Isso pode reduzir o número de vagas de trabalho

Terceirizados são os empregados que mais sofrem acidentes. Com-panhias de menor porte são menos cobradas

Terceirizados que tra-balham em um mesmo local têm patrões diferen-tes e são representados por sindicatos distintos, o que afeta a capacida-de de pressionarem por benefícios, negociar ou fazer ações como greves

O uso de empresas terceirizadas é um meio para fugir das respon-sabilidades trabalhistas. Isso favorece o trabalho escravo

Como empresas menores pagam menos impostos, isso diminuiria a arre-cadação do Estado e ao mesmo tempo sobrecar-regaria o SUS e o INSS, já que terceirizados são vítimas de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais com maior frequência

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Maio / 2015Página 2 Alerta Bancários

Sindicato marcou presença na atividade promovida pela CUT e que reuniu mais de 600 dirigentes de todo o País

MULHER

A dirigente do Sindicato dos Bancários de Mogi, Josueli Keler de Almeida,

que responde pela Secretaria de Saúde e Condições de Trabalho, foi uma das delegadas que participou do 8º Encontro Nacional de Mulheres da CUT, represen-tando a entidade mogiana. A atividade foi realizada entre os dias 27 e 29 de março, em Brasília, e reuniu mais de 600 sindi-calistas de todos os estados brasileiros e de diversas categorias. O Encontro debateu temas como paridade, reforma política e democratização dos meios de comunicação, além de lutas históricas da pauta feminista.

A união e o engajamento

dos bancários na luta contra a apro-vação do Projeto de Lei 4330/2004, que abre as portas para que as empresas possam terceirizar todas as suas ativi-

dades, é a maior resposta que podemos dar à ofensiva do Congresso Nacional em aprovar uma medida tão nociva para os trabalhadores e para toda a sociedade.

Felizmente, não estamos sozinhos nesta luta. A presidenta Dilma Rousseff (PT) já sinalizou seu apoio ao movimento da classe trabalhadora, bem como os depu-tados da bancada do governo federal e outros partidos de esquerda.

Mesmo assim, a compreensão e dispo-sição da nossa presidenta em vetar o PL 4330 não são suficientes para impedir que o País passe por esse retrocesso que é o que representa a terceirização.

Quando se vive uma democracia, a força da pressão popular é fundamental para conquistar avanços sociais. Este é o momento de nos unirmos e lutar para impedir que o projeto seja aprovado no Senado e afastar de vez o fantasma da terceirização, que assusta a classe traba-lhadora há mais de dez anos. Precisamos de todos vocês nesta luta!

FALA PRESIDENTE!NÃO À TERCEIRIZAÇÃO!

FRANCISCO CANDIDO É PRESIDENTE DO SINDICATO DOS BANCÁRIOS DE MOGI DAS CRUZES, SUZANO, POÁ, BIRITIBA MIRIM E SALESÓPOLIS

Excursão: Mo-mentos de diver-são e lazer foram garantidos durante a excursão que levou bancários da base do Sindicato de Mogi ao parque aquático Wet’n Wild. Organizado pela entidade, o passeio foi reali-zado no dia 28 de março

WET’N WILD

Encontro destaca prioridadesna luta por igualdade

» Sensibilização sobre a paridade

» Cursos de formação para mulheres

» Paridade nas delegações da CUT

» Mapeamento da quantidade de mulheres na CUT

» Política de enfretamento contra o assédio moral e sexual no movi-mento sindical e no trabalho

» Estruturar curso de formação na CUT sobre a luta feminista

» Implementação do Plano Nacional de Saúde Integral da Mulher

PRINCIPAIS RESOLUÇÕES

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Maio / 2015 Página 3Alerta Bancários

AVANÇO

BANCÁRIOS CONQUISTAM reembolso maior no combustívelApós forte pressão, devolução para quem usa veículo próprio para visitar clientes foi reajustada em 10,77%

O Bradesco reajustou em 10,77% o valor do re-

embolso para quem utiliza veículo próprio para visitar clientes. Antes, a instituição

pagava R$ 0,65 por quilômetro rodado e, a partir do dia 24 de março, passou a pagar R$ 0,72. A pressão dos trabalhadores e do movimento sindical foi fundamental no processo.

Reivindicação antiga dos funcionários da instituição, o valor não subia há bas-tante tempo e é baseado em pesquisa de

Depois de tanta luta dos trabalhadores, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e a presidenta da Caixa, Miriam Belchior, anunciaram no início de abril que a Caixa Econômica Federal continuará sendo um banco 100% público. Desde o final de 2014, diante de informações veiculadas pela imprensa de que o banco federal poderia ser privatizado, bancários e Sindicato mobilizaram-se pela manutenção do banco 100% pú-blico. O movimento sindical fez várias manifestações nas agências de sua base. Apesar da conquista, continua a luta para o fortalecimento do banco, com mais contratações e melhores condições de trabalho.

mercado que leva em consideração o des-gaste do veículo. A conquista foi um passo importante para a correção de distorções, principalmente com a alta no preço dos combustíveis.

vai continuar 100% pública

O Comitê de Relações Tra-balhistas (CRT), integrado por representantes dos funcionários e da direção do Santander,

retomou as discussões sobre condições de trabalho nas agências e departamentos e isenção da cobrança de tarifas para os funcionários, entre outras questões. Um dos pontos fortes da discussão foram as críticas feitas por dirigentes sindicais à redução dos postos de trabalho e a alta rotatividade no Santander, que tem atingido principalmente funcionários com mais tempo de casa e ou próximos à estabilidade pré-aposentadoria.

Os sindicalistas expuseram números do balanço do Santander, no qual verifica-se que na comparação de 2013 com 2014 o número de funcionários passou de 49.621 para 45.309, redução de 8,7%, e o fecha-mento de agências que caíram de 2.313 para 2.252, diminuição de 6,4%. No mesmo período houve crescimento no número de contas correntes, de 29 milhões para 31 milhões. Já as despesas com pessoal tiveram aumento de 1,2%, em que pese a categoria ter conquistado o reajuste de 8,5% na Campanha Nacional 2014.

O Banco do Brasil extinguiu a vice-presidência de Gestão de Pessoas, que era responsável pelas negociações com os representantes

dos trabalhadores e, no seu lugar, criou uma nova vice-presidência, a de Serviços, Infraestrutura e Operações. A mudança coloca uma barreira no diálogo com o funcionalismo e representa um desrespeito com os trabalhadores.

Diferente do que foi prometido pelo HSBC no final do ano passado,

de que iria rever as demissões injustas e continuaria “investindo” no País, o banco voltou a demitir funcionários. Nem mesmo portadores de LER/Dort são poupados, sendo desligados sem nenhuma justificativa plausível. Caso isso também esteja ocor-rendo em sua agência, denuncie!

Demissões e alta rotatividade pautam reunião com Santander

A demissão de bancários próximos à estabilidade pré-aposentadoria tem sido recorrente no Itaú. O banco

tem feito desligamentos alegando per-formance, produtividade, perfil, eixo etc. Um agravante para a situação é que por conta da idade esses bancários encon-tram grande dificuldade para completar a contribuição à Previdência.

A Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria garante a estabilidade no período de pré-aposentadoria. Ela se aplica por 12 meses imediatamente anteriores à complementação do tempo para aposentadoria proporcional ou integral aos que tiverem no mínimo cinco anos de vínculo empregatício com o banco. Para os que possuem mínimo de 28 anos de vínculo a estabilidade se inicia 24 meses antes. Para as bancárias, os 24 meses se aplicam com o mínimo de 23 anos de vínculo ininterrupto com o mesmo banco.

Banco demitefuncionários próximos à estabilidade pré-aposentadoria

BB promove mudanças para dificultar diálogo

HSBC quebra promessa e volta a demitir

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Maio / 2015Página 4 Alerta Bancários

Alerta Bancários é o informativo do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Financiários de Mogi das Cruzes e Região. Sede: Rua Engenheiro Eugênio Motta, 102 – Jardim Santista – Mogi das Cruzes. Contato: (11) 4724-9117

E-mail: [email protected] Site: www.bancariosmogi.com.br Presidente: Francisco Carlos Candido Secretária de Imprensa: Regina Cardoso de Siqueira Jornalista responsável: Gisleine Zarbietti (MTB:39.294)

Com informações da Fetec, CONTRAF e Sindicato dos Bancários de São Paulo.Mogi das Cruzes

FORMAÇÃO SINDICAL RETROCESSO

VEM AÍVEM AÍ

Aguarde mais informações

5o CAMPEONATO DE FUTEBOL SOCIETY

Mobilização: A diretoria do Sindicato, representada pelo diretor Clayton Teixeira Pereira, marcou presença na plenária organizada pela CUT com outros movimentos populares “Por Mais Democracia, Mais Direitos e Combate à Corrupção”. Realizado no dia 31 de março na quadra dos Bancários, em São Paulo, o encontrou discutiu a luta pelo fortalecimento da democracia, a defesa da Petrobras e dos direitos da classe trabalhadora, o combate ao retrocesso - político, econômico, social e trabalhista -, e a implementação do projeto de desenvolvimento econômico com justiça e inclusão.

DIREITOS

Promovida pela Fetec/CUT, atividade teve o objetivo de instruir os presentes sobre o papel do dirigente sindical

Em busca de uma atualização de méto-dos e conhecimentos, os 37 diretores

do Sindicato dos Bancários de Mogi e Região participaram, entre os dias 24 e 25 de março, do curso de Formação Sindical ministrado pela Fetec/CUT (Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito).

Realizada em Mogi, a atividade teve por objetivo capacitar os presentes visando a aprimoração do trabalho dos dirigentes sindicais. Temas como a história do mo-vimento sindical, fundação da CUT e os Golpes Civil e Militar de 1964 foram abordados no encontro.

Encontro reuniu os 37 diretores do Sindicato de Mogi em dois dias de curso

A cada 15 segundos, um trabalhador no mundo morre vítima das condições inadequadas no ambiente de trabalho. Anualmente, são 2 milhões de mortos por conta de doenças ocupacionais e 321 mil, em decorrência dos acidentes laborais. Essa realidade, que já é preocupante, tende a fi car ainda pior se for aprovado o PL 4330, que legaliza a terceirização no País.

No setor fi nanceiro, a pressão pelo cumprimento de metas, o ritmo intenso, os desrespeitos constantes da jornada e desvios de funções fazem parte do dia a dia dos bancários, contribuindo com o agravo à saúde.

Apesar de a CCT (Convenção Coletiva do Trabalho) incluir regras que coibem práticas abusivas dos bancos, com a lei da terceirização os trabalhadores fi carão mais vulneráveis a esses desmandos. Por tudo isso o movimento sindical está mobilizado contra o PL 4330.

PL 4330 impõe risco à saúde do trabalhador

Dirigentes sindicais passam por CAPACITAÇÃO

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