módulo ii

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03/11/2014 Ética em contexto http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18494 1/26 Ética em contexto MÓDULO II - Ética em contexto Site: Instituto Legislativo Brasileiro - ILB Curso: Ética e Administração Pública - Turma 07 Livro: Ética em contexto Impresso por: EDNALDO SILVA GOMES Data: segunda, 3 novembro 2014, 09:50

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Módulo II

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    tica em contexto

    MDULO II - tica em contexto

    Site: Instituto Legislativo Brasileiro - ILB

    Curso: tica e Administrao Pblica - Turma 07

    Livro: tica em contexto

    Impresso por: EDNALDO SILVA GOMES

    Data: segunda, 3 novembro 2014, 09:50

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    Sumrio

    Mdulo II - tica em contexto

    Unidade 1 - A tica, eu e o outroPg. 2

    Pg. 3

    Unidade 2 - tica e sociedadePg. 2

    Pg. 3

    Unidade 3 - tica, imprensa e novas mdiasPg. 2

    Pg. 3

    Unidade 4 - tica e leiPg. 2

    Unidade 5 - tica e EstadoPg. 2Pg. 3

    Unidade 6 - tica, vida e natureza

    Pg. 2Pg. 3Exerccios de Fixao - Mdulo II

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    Mdulo II - tica em contexto

    Ao final deste Mdulo II, voc ser capaz de compreender o papel e

    a importncia da tica em relao a outros sujeitos sociais.

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    Unidade 1 - A tica, eu e o outro

    Nesta unidade, vamos tratar dos princpios ticos de um indivduo em

    relao a si prprio e em relao a seu semelhante.

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    Pg. 2

    O que podemos compreender dos conceitos e informaes apresentadas que o ser humano dotado

    de razo e por isso pode, sim, tomar a iniciativa de seus atos com vista a buscar o bom e o justo ou,

    por outro lado, a maldade e a injustia.

    Claro, estes conceitos bom, mau, justo e injusto no chegam a ser universais, diferindo de acordo

    com a cultura, a poca, o grupo social e muitas outras variveis.

    Porm, h dois valores que, de fato, so universais: a vida humana e, decorrente desta, a importncia

    do outro.

    Este princpio, o da alteridade (alter, em latim, significa outro), implica dizer que o ser humano, por

    ser gregrio, necessita viver em grupo, tem no seu semelhante um igual, com os mesmos direitos

    bsicos que ele prprio.

    Existem algumas mximas populares e religiosas que ecoam essa verdade:

    "No faz ao outro o que no queres que faam a ti."

    "Ama ao prximo como a ti mesmo."

    Existem tambm aquelas que contrariam o preceito:

    "O inferno so os outros."

    (Jean-Paul Sartre)

    Para o bem ou para o mal pelo contato com o outro e pela viso do outro que me reconheo como

    integrante dessa categoria chamada humanidade.

    Para referendar o que acabamos de ver, o imaginrio popular e a indstria cultural criaram personagens

    esplndidos para ilustrar o que acontece com uma pessoa criada longe de qualquer ser humano. Alguns

    deles:

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    Rmulo e Remo: Os irmos gmeos mitolgicos

    teriam sido amamentados e criados por uma loba e

    posteriormente sido os responsveis pela fundao

    de Roma na Antiguidade.

    Tarzan: O filho das selvas, personagem do escritor Edgar Rice

    Burroughs, que aparece pela primeira vez em 1912, no livro

    Tarzan of the Apes. O garoto europeu, perdido na frica e

    criado por macacos de uma espcie fictcia denominada

    mangani, protagonizou dezenas de livros, histrias em

    quadrinhos, animaes e filmes. (Na foto, um dos muitos

    Tarzans do cinema, com sua inseparvel amiga Cheetah em

    portugus, Chita.)

    Mogli: Criado originalmente pelo escritor indo-

    britnico Rudyard Kipling num conto chamado O livro

    da selva, foi imortalizado por Walt Disney em uma

    de suas memorveis animaes. Narra tambm a

    histria de um garoto criado na selva, cujos

    melhores amigos so um urso e uma pantera, tendo

    por inimigos uma serpente e um violento tigre.

    Nell: No filme estrelado pela atriz Jodie Foster, uma garota

    cresce na floresta sem a presena de humanos, aps a morte do

    pai. No desenvolve a capacidade de comunicao lingustica

    humana e sofre muito na tentativa de socializar-se, aps ser

    retirada do isolamento selvagem.

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    Pg. 3

    O vdeo abaixo, conduzido por Viviane Mos, mostra-nos a condio de alheamento

    em relao ao outro, sem dvida um dos piores males da sociedade moderna.

    (Durao: 9min25)

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    Unidade 2 - tica e sociedade

    Nesta unidade, veremos a tica quando aplicada no mais ao indivduo,

    mas entre os diversos integrantes de um grupo.

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    Pg. 2

    Se a tica est intrinsecamente ligada ao outro, ento ela se aplica igualmente sociedade como um

    todo, visto ser esta composta de muitos outros a relacionar-se com determinado indivduo.

    Dessa forma, temos que, ainda aqui, reconhecer a existncia de princpios ticos a serem respeitados,

    sob pena de o grupo humano fragmentar-se sob ideias e atividades danosas aos indivduos e, portanto,

    ao prprio grupo.

    Exemplo disso pode ser encontrado na prtica do trabalho escravo. H pouco mais de dois sculos, ou

    menos ainda, era comum o trabalho de escravos ou o trabalho em troca de comida pura e

    simplesmente. Mesmo crianas de at cinco anos de idade eram empregadas nas fbricas inglesas, em

    plena Revoluo Industrial.

    Na cidade de Ouro Preto, do Ciclo do Ouro, no sculo XVIII, crianas tambm eram amarradas a cordas

    e descidas por buracos escuros, para trazerem de l o minrio.

    J no sculo XX, era frequente no Brasil a ao dos "gatos", aliciadores de pessoas para trabalhar em

    regies pouco habitadas ou latifndios, cujo salrio aviltado deveria ser trocado por comida, o que

    acabava convertendo-se em dvida e escravido.

    Submeter o ser humano a condies degradantes de trabalho hoje crime reconhecido em todo o

    planeta, embora ainda praticado em diversos pases.

    Porm, fora de dvida a razo tica primordial que condena tais atos: valorizar o indivduo em sua

    condio humana.

    Exercitando a tica

    Este vdeo contrasta, em linguagem simples e potica, os maiores erros e os melhores

    princpios ticos. Vale a pena acompanh-lo. (Durao: 2min10)

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    Pg. 3

    Algum, contudo, poderia afirmar:

    Ora, mas ento a tica evolui? Ela se transforma ao sabor das culturas, povos e civilizaes? No

    passado, o trabalho escravo e infantil era corriqueiro; hoje condenado.

    Tal afirmao, apesar de merecer reflexo de nossa parte, desconsidera que hoje ou h milnios, a vida

    humana era e uma ddiva a ser preservada. Ocorre que o conhecimento e o processo civilizatrio

    evoluram, sim a despeito do que dizem os pessimistas de ontem e sempre. Nesse sentido, seria como

    se a tica mais profunda e duradoura estivesse progressivamente sendo "descoberta" pela humanidade,

    quando esta, ao olhar para trs, visse claramente os erros cometidos e, mediante reflexo,

    considerasse que pudesse adotar universalmente novas prticas, voltadas ao bem comum e em todos

    os tempos.

    O cuidado, de novo, para no confundir tica e Moral.

    Compare o tema do trabalho escravo com o caso a seguir.

    Andar nu, em pblico, considerado ilegal e

    inadmissvel.

    Mas essa proibio no um valor aplicvel a vrias

    tribos indgenas.

    E em Tambaba, uma praia na Paraba, onde se pratica o

    naturismo, a situao pode at se inverter. Existe um

    espao especfico em que proibido entrar com roupas.

    O nu a regra.

    O exemplo acima no nos deve confundir. Trata-se no de questo tica, mas sim moral.

    A moral pode ser relativizada pelos costumes e frequentemente muda de pas para pas, de um

    momento histrico para outro. Muda mesmo, como no caso acima, de uma praia para outra.

    J a tica possui alicerces bem mais firmes e se pretende mesmo vlida para todos os indivduos, em

    qualquer regio e em qualquer poca.

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    Unidade 3 - tica, imprensa e novas mdias

    Nesta unidade, vamos estabelecer a distino entre os dois conceitos, de

    forma a prosseguir nossos estudos com maior segurana quando ao uso

    dessas expresses, bem como elencar os desafios ticos que se apresentam

    s mdias convencional e digital.

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    Pg. 2

    O pensador da comunicao Marshall McLuhan, na dcada de 60 do sculo XX, j apontava que o

    mundo se tornaria uma imensa "aldeia global", ou seja, com o incremento da tecnologia de informao e

    comunicao, haveria maior, mais eficiente e mais rpida integrao entre indivduos, grupos sociais e

    naes.

    Mais recentemente, na dcada de 90 passada, o jornalista norte-americano Thomas Friedman lana o

    livro "O Mundo Plano", em que demonstra indubitavelmente que a previso de McLuhan se confirmara:

    o mundo se tornara no apenas unificado, mas ideias, criaes, servios e mercadorias eram criados ou

    prestados por grupos de pessoas e empresas que frequentemente no estavam num mesmo espao

    fsico e nem no mesmo pas, e tais artigos circulavam pelo planeta com velocidade antes nunca vista e

    crescente.

    Num mundo sabidamente integrado em tempo real, a questo tica vem tona com relevncia ainda

    maior.

    Sim, pois, se antes histria e reputaes eram criadas ou destrudas ao longo de dcadas, anos, meses

    ou dias, na era da comunicao em que vivemos isso ocorre no curto perodo de horas ou minutos.

    O papel das mdias convencionais e virtuais aparece maximizado, pois as informaes e opinies

    veiculadas atingem milhes, s vezes bilhes de pessoas.

    Nesse contexto, o rigor na apurao das informaes e a responsabilidade na veiculao da notcia

    aparecem como destaque para a prtica tica do jornalismo e da prestao de servios via mdia.

    Uma das formas de faz-lo quando da emisso de juzos de valor por parte de um veculo de

    comunicao. Tanto a posio pr ou contra sobre determinado tema poder ser considerada tica, se

    ficar explcito ao ouvinte, telespectador, leitor ou internauta que aquela a opinio daquele veculo de

    mdia, ou seja, a verdade "para ele".

    Outra modalidade que, expressando ponto de vista, coloca o destinatrio da informao vontade

    para criar seu prprio entendimento a prtica da imprensa de, aps artigo assinado, explicitar a

    expresso:

    "O artigo no expressa necessariamente a opinio deste peridico."

    Assim, a revista ou jornal mantm postura de transparncia sobre a opinio do articulista (autor do

    artigo).

    Em geral, os peridicos se utilizam de uma coluna denominada Editorial, cujo contedo expressa o

    pensamento daquele veculo de comunicao.

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    Pg. 3

    Wikileaks

    O site Wikikeaks conseguiu, com um informante, documentos contendo

    conversas ocorridas no mbito do governo norte-americano e tambm de

    outros, causando mal-estar diplomtico e acusaes de que o site cometera

    ilegalidade ao divulg-las.

    Ora, o sigilo de fonte de jornalistas garantido, por isso o site veiculou os

    documentos, inclusive em parceria com grandes peridicos da Inglaterra e da

    Alemanha. Por outro lado, os documentos pertencem ao governo dos EUA, que

    os guardava sob o status de segredo de estado, com vista a garantir a

    segurana do pas. Por isso, ele resolveu retaliar o site e seu fundador.

    Quer relembrar ou saber um pouco mais sobre o caso? Clique no link abaixo.

    E ento, quem est sendo mais e quem est sendo menos tico?

    http://www1.folha.uol.com.br/especial/2010/wikileaks/

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    Unidade 4 - tica e lei

    Nesta unidade, vamos compreender as justas oposies, intersees

    e limites entre tica e Lei.

  • 03/11/2014 tica em contexto

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    Pg. 2

    A lei , geralmente, preceito de ordem moral e, portanto, costuma se modificar bastante de acordo

    com o povo que a cria e para a qual ela orientada. Assim, da natureza das leis que procurem

    refletir a tica, mas elas no so a "tica em si".

    Vejamos os seguintes exemplos:

    H poucas dcadas, era comum os pais

    fumarem, ansiosos, na sala de espera da

    maternidade, esperando o nascimento do

    filho.

    Na poca, era legal e admissvel; hoje,

    ilegal e antitico.

    Valor tico: Devemos preservar tanto a

    nossa sade fsica quanto a dos outros,

    em especial daqueles que no podem se

    defender (as parturientes e os bebs da

    maternidade).

    Em boa parte dos pases islmicos, em

    especial nos estados teocrticos, a

    esposa, oficial e declaradamente,

    subordinada ao marido.

    L, legal e admissvel; aqui, ilegal e

    antitico.

    Valor tico: Os seres humanos no

    podem ser considerados superiores

    uns aos outros e devem ter os

    mesmos direitos de cidadania.

    Existem pessoas que, consternadas pela situao do outro, do esmola a mendigos nas ruas e

    a pedintes nos semforos; mas tambm existem as que se negam a dar esmolas, por

    considerar que este ato alimenta a preguia, a explorao infantil e mesmo o trfico e

    consumo de drogas.

    Para uns, a doao legal e admissvel; para outros, deveria ser ilegal e antitica.

    Valor tico: Os seres humanos no podem ser abandonados condio de fome e

    mendicncia.

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    http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18494 18/26

    .Como vimos, existem situaes na experincia humana que podem nos colocar em dilema: qual a

    conduta tica a praticar numa ou noutra situao?

  • 03/11/2014 tica em contexto

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    Unidade 5 - tica e Estado

    Nesta unidade, vamos adentrar a relao entre a tica e o Estado constitudo, de

    maneira a compreendermos a importncia desse relacionamento. Esta parte

    servir tambm para fundamentar, na sequncia, o papel da tica na

    Administrao Pblica.

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    Pg. 2

    O Estado um organismo criado e mantido pela sociedade. Assim, em geral ocorre que suas leis,

    aperfeioadas e atualizadas ao longo do tempo, reflitam a preocupao tica.

    No caso do Brasil, temos o primeiro grande exemplo em nossa prpria Constituio Federal, a lei maior

    do Pas.

    Observe o art. 1 de nossa Carta Magna, que estipula os fundamentos da nao-Brasil e no qual

    colorimos alguns trechos:

    TTULO I

    Dos Princpios Fundamentais

    Art. 1 A Repblica Federativa do Brasil, formada pela unio indissolvel dos Estados e Municpios e do

    Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrtico de Direito e tem como fundamentos:

    I - a soberania;

    II - a cidadania;

    III - a dignidade da pessoa humana;

    IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

    V - o pluralismo poltico.

    Pargrafo nico. Todo o poder emana do povo, que o

    exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente,

    nos termos desta Constituio.

    Art. 2 So Poderes da Unio, independentes e harmnicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o

    Judicirio.

    Art. 3 Constituem objetivos fundamentais da Repblica Federativa do Brasil:

    I - construir uma sociedade livre, justa e solidria;

    II - garantir o desenvolvimento nacional;

    III - erradicar a pobreza e a marginalizao e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

    IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raa, sexo, cor, idade e

    quaisquer outras formas de discriminao.

    Note que os itens em verde tm inegvel fundamentao tica. Em outras palavras, os pilares legais do

    Estado brasileiro so marcadamente ticos.

    Por favor, releia-os e lembre-se: toda a legislao brasileira deve se pautar pela Constituio, e todo o

    texto constitucional est, em tese, de acordo com os princpios acima.

  • 03/11/2014 tica em contexto

    http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18494 21/26

    Pg. 3

    Se no plano interno h essa preocupao, a Constituio Federal tambm prev que no relacionamento

    com os outros pases o Brasil deve comportar-se de acordo com princpios ticos. Mais uma vez,

    colorimos os trechos que exemplificam isso:

    Art. 4 A Repblica Federativa do Brasil rege-se nas suas relaes internacionais pelos

    seguintes princpios:

    I - independncia nacional;

    II - prevalncia dos direitos humanos;

    III - autodeterminao dos povos;

    IV - no-interveno;

    V - igualdade entre os Estados;

    VI - defesa da paz;

    VII - soluo pacfica dos conflitos;

    VIII - repdio ao terrorismo e ao racismo;

    IX - cooperao entre os povos para o progresso da humanidade;

    X - concesso de asilo poltico.

    Pargrafo nico. A Repblica Federativa do Brasil buscar a integrao econmica, poltica,

    social e cultural dos povos da Amrica Latina, visando formao de uma comunidade latino-

    americana de naes.

    Essa preocupao se estende por toda a Constituio brasileira. Basta notarmos que h partes inteiras

    dedicadas Educao, ao atendimento mdico e segurana da populao. Existem tambm captulos

    dedicados proteo dos ndios e do meio ambiente, segurana jurdica dos cidados e diversos

    outros itens que, vistos em bloco, constituem ntida preocupao tica.

    Assim, o Estado reproduz, em ampla escala, o que o cidado, as comunidades, as cidades, enfim, toda

    a sociedade busca: a tica. Para voc se aprofundar nas relaes entre participao e representao

    polticas, especificamente considerando os aspectos ticos, sugerimos a leitura do texto 'Para um

    modelo das relaes entre eticidade universalista e sociedade poltica democrtica no Brasil', do

    Professor Eurico Gonzales Cursino dos Santos, disponvel na Biblioteca deste curso, em 'Textos

    complementares'.

    Frum - Conflitos ticos: voc decide

    PENA DE MORTE

  • 03/11/2014 tica em contexto

    http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18494 22/26

    A Constituio brasileira prev

    apenas um caso para a admisso da

    pena de morte:

    a guerra.

    Art. 5 Todos so iguais

    perante a lei, sem distino de

    qualquer natureza, garantindo-se

    aos brasileiros e aos estrangeiros

    residentes no Pas a inviolabilidade

    do direito vida, liberdade,

    igualdade, segurana e

    propriedade, nos termos seguintes:

    XLVII - no haver penas:

    a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;

    Considerando sob o prisma tico, por um lado podemos dizer que o princpio embutido naquela

    norma que o inimigo, numa guerra, pode causar um mal muito maior do que o de sua

    eliminao, e que a prpria guerra um cenrio to atpico, delicado e fora dos padres

    convencionais, que isso justificaria a pena de morte para ele.

    Por outro lado, considerando a vida como intocvel, talvez o bem maior a ser defendido pela

    tica, pode-se alegar que o dispositivo constitucional torna-se incoerente: preserva a vida

    discutvel.

    Discuta esta questo no Frum, com seus colegas.

  • 03/11/2014 tica em contexto

    http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18494 23/26

    Unidade 6 - tica, vida e natureza

    Nesta unidade, abordaremos um dos mais comentados temas da

    atualidade, mas que constitui um debate ainda novo em termos

    histricos: os princpios baseados na vida e na natureza.

  • 03/11/2014 tica em contexto

    http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18494 24/26

    Pg. 2

    Uma das mais recentes preocupaes ticas da humanidade a

    questo ambiental.

    H cerca de 30, 40 anos, o ser humano pouco se importava com a

    emisso de poluentes, tambm pouqussimo conhecimento tinha do

    aquecimento global, dos buracos na camada de oznio causados por

    CFC (clorofluorcarbonos) e da extino de diversas espcies

    terrestres, areas ou aquticas.

    Tambm se considerava que recursos como a gua doce e os

    minrios, incluindo a os hidrocarbonetos (dentre os quais destaca-

    se o petrleo), eram quase infinitos e que, portanto, sua explorao poderia ocorrer de forma

    indiscriminada, no ritmo mais forte possvel, buscando o mximo de eficincia em sua retirada. No

    havia, ou eram escamoteados, dados cientficos e governamentais alertando para a gravidade da

    situao que se aproximava.

    Apenas na dcada de 80 do sculo XX, os partidos verdes europeus comearam a conquistar nmero

    significativo de votos a serem respeitados, desfazendo, assim, junto sociedade, a sua imagem de

    "novos hippies" ou de "um bando de vegetarianos" querendo fazer poltica partidria.

    A partir da que as questes ambientais alcanaram outro nvel de debate.

    Os cientistas que j se dedicavam ao estudo do planeta em suas variaes climticas comearam a ser

    procurados pelos governos, para se manifestarem sobre os problemas ambientais.

    Organizaes no governamentais, as ONGs, surgiram ou se fortaleceram nos mais diversos pases, em

    todos os continentes. Tambm houve a internacionalizao de algumas dessas instituies, como o

    Greenpeace e a WWF, e a criao no Brasil de importantes organizaes voltadas ecologia, como a

    SOS Mata Atlntica.

    O que h em comum entre essas aes e associaes a preocupao com a vida na face da Terra?

    Proteger os animais, as florestas, os mares, a qualidade da gua e do ar, entre outros itens da pauta

    ambiental, harmoniza-se, portanto, com a questo tica maior, que a da preservao da vida.

  • 03/11/2014 tica em contexto

    http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18494 25/26

    Pg. 3

    Aqui nos deparamos com um conceito, que um verdadeiro novo ramo de estudos: a chamada

    Biotica.

    A Biotica surgiu para que a humanidade reflita sobre as fronteiras de sua atuao no que concerne

    vida.

    Assim, pertencem ao campo de estudos da Biotica temas como o aborto, a eutansia, as experincias

    genticas, a pena de morte e vrios outros assuntos que tm a vida como centro da discusso e da

    deciso sobre como se deve e como no se deve agir.

    Mais um pouco de tica...

    Entrevistado, Mrio Srgio Cortella explora um pouco mais as questes ticas,

    trazendo, inclusive, uma proposta polmica: erotizar a natureza.

  • 03/11/2014 tica em contexto

    http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18494 26/26

    Exerccios de Fixao - Mdulo II

    Parabns! Voc chegou ao final do Mdulo II de estudo do curso tica e Administrao Pblica.

    Como parte do processo de aprendizagem, sugerimos que voc faa uma releitura do mesmo e

    responda aos Exerccios de Fixao, que o resultado no influenciar na sua nota final, mas servir

    como oportunidade de avaliar o seu domnio do contedo. Lembramos ainda que a plataforma de ensino

    faz a correo imediata das suas respostas!

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