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EDUCAÇÃO E INCLUSÃO A exclusão tem predominado sobre a integração, e mesmo quando se fala desta, com frequência pretendemos iludir as múltiplas formas de segregação presentes nas práticas educativas

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Inclusão

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Page 1: Módulo i

EDUCAÇÃO E INCLUSÃO

A exclusão tem predominado sobre a integração, e mesmo quando se fala desta, com frequência pretendemos iludir as múltiplas formas de segregação presentes nas práticas educativas

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INCLUSÃO UM MODELO ÉTICO PARA A EDUCAÇÃO

Dificuldade na compreensão e definição consensual do conceito de inclusão

Pretende consubstanciar a simultaneidade do tempo e do espaço pedagógico para todas as crianças, por forma a concretizar os ideais educação obrigatória: Qualidade Eficiência Igualdade Equidade

A inclusão será melhor compreendida enquanto processo de transformação da escola, conduzido a partir do conceito de necessidades multidimensionais Todas as crianças passam a ser igualmente valorizadas, tratadas

com respeito e a ter iguais oportunidades na escola (Thomas, 1997)

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DECLARAÇÃO DE SALAMANCA 1994

“O princípio fundamental das escolas inclusivas consiste em todos os alunos aprenderem juntos, sempre que possível, independentemente das dificuldades e das diferenças que apresentem. Estas escolas devem reconhecer e satisfazer as necessidades diversas dos seus alunos, adaptando-se aos vários estilos e ritmos de aprendizagem, de modo a garantir um bom nível de educação para todos, através de currículos adequados, de uma boa organização escolar, de estratégias pedagógicas, de utilização de recursos e de uma cooperação com as várias comunidades. É preciso, portanto, um conjunto de apoios e serviços para satisfazer as necessidades especiais dentro da escola.”

“…as escolas devem acolher todas as crianças, independentemente das suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Devem incluir as crianças deficientes ou sobredotadas, as crianças de rua, e as que trabalham, as de populações nómadas ou remontas; as de minorias étnicas e linguísticas e as que pertencem a áreas ou grupos desfavorecidos ou marginalizados.”

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OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA Procurar atingir uma educação que garanta simultaneamente os

princípios da “equidade” e da “qualidade. Promover o desenvolvimento de projectos Educativos e

Curriculares baseados na inclusão, na equidade e na convivência democrática, envolvendo os professores, os alunos, as famílias e a comunidade social em que a escola se insere.

Desenvolver uma escola para todos em que o sistema de apoios, sejam eles internos ou externos à escola, aumente a sua competência para uma resposta eficaz à diversidade dos alunos.

Promover a participação de todos os alunos nas actividades da sala de aula e do âmbito extra-escolar, de modo a que se tenha em conta o conhecimento e a experiência por estes adquiridos fora da escola.

Potenciar os processos de ensino e de aprendizagem numa perspectiva activa, através da mobilização de todos os recursos da escola e da comunidade assim como as oportunidades oferecidas pelas tecnologias de informação e de comunicação.

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INCLUSÃO

«Se um sistema educativo está organizado para dar resposta à diversidade de necessidades de aprendizagem dos alunos , a inclusão de alunos NEE torna-se parte dessa diversidade e, portanto, não precisa de ser especificamente justificada» (Wedell, 1995, p.101).

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DIREITO À SALA DE AULA Incondicionalidade da colocação de todos os alunos no ensino

regular;

Os direitos constituem um bem inalienável inerente a todas as condições da natureza humana…

A Declaração de Salamanca consagra um conjunto de princípios, que reflectem as novas políticas educativas, consagrando os seguintes princípios:

a) O direito à educação é independente das diferenças individuais; b) as necessidades educativas especiais não abrangem apenas

algumas crianças com problemas, mas todas as que possuem dificuldades escolares;

c) a escola é que deve adaptar-se às especificidades dos alunos, e não o contrário;

d) o ensino deve ser diversificado e realizado num espaço comum a todas as crianças

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PRAGMÁTICA DA INCLUSÃO(SALAMANCA 1994)

Cada criança tem o direito fundamental à educação e deve ser-lhe dada a oportunidade de alcançar e manter um nível aceitável de aprendizagem;

Cada criança tem características, interesses, capacidades e necessidades de aprendizagem únicos;

Os sistemas e os programas educativos devem ser estruturados e implementados de forma ter em conta e dar resposta à grande diversidade das características e necessidades;

Os alunos com NEE devem ter acesso ao ensino regular, que os deve acomodar através de uma pedagogia centrada na criança capaz de responder às suas necessidades

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WHAT ARE 10 GOOD REASONS FOR INCLUSION?

HUMAN RIGHTS 1.All children have the right to learn together. 2.Children should not be devalued or discriminated against by being excluded or sent

away because of their disability or learning difficulty. 3.Disabled adults, describing themselves as special school survivors, are demanding

an end to segregation 4.There are no legitimate reasons to separate children for their education. Children

belong together -- with advantages and benefits for everyone. They do not need to be protected from each other.

EDUCATION 5.Research shows children do better, academically and socially, in inclusive settings. 6.There is no teaching or care in a segregated school which cannot take place in an

ordinary school. 7.Given commitment and support, inclusive education is a more efficient use of

educational resources. SOCIAL

8.Segregation teaches children to be fearful, ignorant and breeds prejudice. 9.All children need an education that will help them develop relationships and prepare

them for life in the mainstream. 10.Only inclusion has the potential to reduce fear and to build friendship, respect and

understanding.

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OPEN FILE ON INCLUSIVE EDUCATION, UNESCO, 2001

“O currículo deve ser acessível a todos os alunos e basear-se em modelos de aprendizagem, eles próprios, inclusivos e deve acomodar-se a uma diversidade de estilos de aprendizagem.”

“O currículo deve organizar-se de forma flexível, respondendo à diversidade das necessidades individuais dos alunos (linguísticas, étnicas, religiosas ou outras) e não ser rigidamente prescrito a nível nacional ou central.”

“Um currículo inclusivo coloca maiores desafios e exigências aos professores que devem ser apoiados nos seus esforços de planificação, organização e implementação dos contextos de aprendizagem que melhor asseguram a participação e sucesso dos alunos.”

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CONCEITO DE APOIO

“uma diversidade de recursos – materiais de ensino, equipamentos especiais, recursos humanos adicionais, metodologias de ensino ou outros organizadores da aprendizagem – que podem ajudar no acto de aprender. O apoio refere-se a todos estes recursos, mas particularmente àqueles que estão para além dos que o professor, só por si, pode proporcionar.” (Overcoming Exclusion, 2003, p. 26); o apoio é considerado, fundamentalmente, um factor de mudança e

melhoria das condições de aprendizagem e participação dos alunos, de todos os alunos, nas suas comunidades de aprendizagem, não apenas um conjunto de recursos que de alguma forma suplementam o que a classe regular proporciona aos seus alunos.

implica que os recursos mais importantes sejam os que têm um impacto directo na aprendizagem e participação dos alunos - alunos que não devem apenas estar juntos, mas que, acima de tudo, devem aprender juntos – e que consistem, essencialmente, em: Nos alunos (organização das relações de colaboração entre alunos…). Nos professores (colaboração entre professores…). Nos pais (como parceiros na educação dos seus filhos…). Na comunidade (como rede de apoio e suporte das escolas…).

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ESTRUTURAÇÃO E FLEXIBILIZAÇÃO CURRICULAR

Neste contexto, importa fundamentalmente salvaguardar estratégias de desenvolvimento tais como: As adaptações nos materiais e equipamentos. A planificação colaborativa das adaptações. A organização de tutorias pedagógicas. A reorganização das formas de interdependência social entre alunos. A aprendizagem activa e cooperativa. A flexibilização dos níveis de participação dos alunos em contexto de sala de aula. A alteração dos procedimentos avaliativos. As condições de matrícula e frequência. A adequação de classes ou turmas. A participação dos pais.

Podem ainda equacionar-se outras alterações, mais ou menos profundas, que envolvam mudanças a nível de: Modificações dos objectivos. Modificações dos conteúdos. Outras aprendizagens. Técnicas de ensino específicas e especializadas (Braille, mobilidade, formas alternativas de

comunicação, etc.). Aprendizagens noutros contextos. Reorganização dos tempos ou blocos. Reforço da aprendizagem em contextos naturais (funcionalidade e ambiente casa,

comunidade e lazer). Diversificação das experiências de aprendizagem na classe, na escola, na família e na

comunidade.

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APRENDER EM CENÁRIOS INCLUSIVOS

Conhecimento base (Reynolds, 1990) que os professores de educação especial deveriam dominar: Princípios éticos e legais Curriculum Teoria e sistemas educativos Organização da sala de aula Competências básicas de literacia Auto-regulação e comportamento estratégico Avaliação Tecnologia Interdependência positiva entre alunos com NEE e outros colegas Comunicação e consultadoria Trabalho com os pais Ensino interactivo para a mudança cognitiva

«Não é recomendável uma formação distinta em educação especial… Não há motivos fortes para que educação geral e especial permaneçam separadas na educação dos professores» (Reynolds et al., 1996).

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QUALIDADE NO ENSINO (ENGLERT ET AL., 1992)

Inserir situações de aprendizagem em actividades significativas

Promoção do diálogo na sala de aula de forma a favorecer condições para uma aprendizagem auto-regulada

Demonstração, por parte do professor, de responsividade instrucional face à realidade e necessidade dos alunos;

Estabelecimentos de comunidades de aprendizagem nas salas de aula

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RESPOSTAS ÀS NEE EM CONTEXTO EDUCATIVO (VAUGHN & SCHUMM, 1996) Não há evidencia que as NEE dos alunos estejam a

ser adequadamente respondidas nesses contextos; O ensino tende a ser dirigido ao grupo com

relativamente poucos períodos de monitorização do trabalho individual

Os processos de feedback são pouco observados Os alunos com NEE envolvem-se menos nas

actividades académicas De um modo geral os professores tem expectativas

baixas relativamente aos alunos com NEE O comportamento dos alunos com NEE é marcado

pelo selo da passividade