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Módulo: Assistência Social Isis Silva Roza Assistente Social Mestre em Serviço Social Professora UFOP

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Page 1: Módulo: Assistência Social Isis Silva Roza Assistente Social Mestre em Serviço Social Professora UFOP

Módulo:

Assistência Social

Isis Silva RozaAssistente Social

Mestre em Serviço SocialProfessora UFOP

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SERVIÇO SOCIAL, INSTITUIÇÃO E INTERDISCIPLINARIDADE

Trabalho Interdisciplinar: • Abertura recíproca e comunicação entre conhecimentos.• Sua necessidade decorre da própria forma do homem produzir-se enquanto ser social e enquanto sujeito e objeto do conhecimento social.• ‘Totalidade’ - é imprescindível para entendermos a interdisciplinaridade como necessidade imperativa na construção do conhecimento social.

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• Contradição entre a necessidade de delimitação nas ciências sociais na construção dos seus objetos e problemáticas e o caráter unitário do conhecimento (dimensões biológicas, psíquicas, intelectuais, culturais, estéticas etc.).

Podemos delimitar uma dimensão, mas sem perder de vista que é preciso analisá-la na sua necessária relação com as demais dimensões.

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Problematizações:

- O conhecimento não tem como ser produzido de forma neutra tendo em vista que as relações que ele tenta apreender não são neutras.- Os limites do sujeito e a complexidade dos fatos históricos.- O plano material-histórico e cultural como problema para o trabalho interdisciplinar na produção do conhecimento social.

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- Interdisciplinaridade dentro de uma ótica abstrata e arbitrária. Aparece como sendo um recurso didático capaz de integrar as dimensões particulares dos diferentes campos científicos numa totalidade harmônica.

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No plano da interdisciplinaridade iremos perceber a complexidade do desafio a enfrentar quando temos como convicção ético-política a necessidade de lutarmos em todos os planos para suplantar as relações sociais de alienação e exclusão.

Busca-se escamotear os conflitos e as crises, embora a sociedade viva em profundo conflito e crise. Dilui-se o conflito capital-trabalho mediante estratégias paternalistas. Faz-se apologia ao consenso, à conciliação e à harmonia.

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No plano político esta cultura da harmonia explicita-se nas estratégias da conciliação pelo alto das elites; no plano intelectual, por uma postura de ecletismo e de desenraizamento.

É na e pela práxis que podemos, sem abandonar a radicalidade teórica e mesmo política, e sem concessões ao ecletismo, dialogar criticamente com análises que se fundam em outras concepções da realidade.

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A condição prévia para o trabalho interdisciplinar é de que as concepções de realidade, conhecimento e os pressupostos e categorias de análise sejam criticamente explicitados.

Se esta não for a direção, temos que a interdisciplinaridade seja confundida com justaposição arbitrária de disciplinas e conteúdos.

Interdisciplinaridade como espaço contra-hegemônico.

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A vivência interdisciplinar

A lógica da descoberta é elemento nuclear, estar disponível para entender o discurso das outras disciplinas, despojar de atitudes e metodologias quase sempre corporativas e refratárias a um tipo de convívio no qual tem espaço a comunicação aberta e democrática.

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Prática tradicional: é reproduzido o conhecimento formalmente adquirido, ainda de uma forma isolada, com comunicação restrita entre os pares e acentuado formalismo entre as profissões.

Ainda perdura a justaposição de disciplinas sem integração conceitual entre elas, em que cada uma reproduz apenas sua especificidade, com total ausência de comunicação.

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A interdisciplinaridade como pólo conceitual: comunicação de idéias, integração de conceitos e construção em conjunto dos objetos de investigações; como pólo metodológico: referencia-se no direcionamento dado às demandas postas pela comunidade.

A complementaridade e a contradição, elementos da dialética devem integrar o cotidiano da formação do trabalho em equipe.

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A realidade de pobreza e exclusão de nosso país exige o entendimento ampliado com expressivo quantitativo de profissionais, redimensionando o atendimento.

A interdisciplinaridade quer dar nova vida à disciplina, retirando-a de seu gueto, da sua circunscrição confinada e visivelmente estressada para trazê-la para o campo aberto e livre das novas convivências críticas.

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A interdisciplinaridade jamais deve ser a destruição do limite; ela deve ser a valorização da linha divisória enquanto enlace, de parceria.

Realizar pesquisas em conjunto, trocar metodologias, entender a interpretação dos sentidos, valorizar a cultura e a história, analisar a conjuntura política, predispor-se a realizar leitura das diferentes linguagens complementares.

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A dimensão interventiva no trabalho interdisciplinar necessita começar por identificar a cultura, o contexto, a ideologia que conforma o núcleo de cada disciplina, para tornar mais fácil as novas propostas de trabalho.

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A complementaridade entre conceitos semelhantes ou divergentes permite que, num processo de diálogo, estes se corrijam reciprocamente e se integrem na descrição de um problema, justificando o interesse em colocar ideias em confronto, para delas abstrair o projeto a ser definido quanto ao trabalho.

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LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL

CÓDIGO DE ÉTICA

LEI QUE REGULAMENTA A PROFISSÃO

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O trabalho é, antes de tudo, o ponto de partida da humanização do homem, do refinamento de suas faculdades, pressuposto da existência humana e forma privilegiada de práxis. O trabalho é a gênese da sociabilidade, da consciência, da universalidade, da liberdade dos homens, da ética.

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Pressupostos para existência da ética (Marilena Chauí):

- Ser consciente de si e dos outros;-Ser dotado de vontade (para controlar desejos, tendências, sentimentos)- Ser responsável- Ser livre

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Modo de produção capitalista:

-Grande avanço histórico para desenvolvimento do ser social.

-Desenvolvimento inédito das forças produtivas.

- Contradição entre o maior desenvolvimento do ser social e o maior grau de alienação (em relação às sociedades precedentes), dando lugar a outras formas de alienação: o fetiche ou a coisificação das relações sociais.

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-Alienação do trabalho se apresenta sob a forma de um estranhamento em relação ao produto do trabalho e ao próprio trabalhador; o trabalho e seu produto aparecem ao operário como algo que existe independente dele.

- Os sentidos físicos e intelectuais foram substituídos pela simples alienação de todos os sentidos, pelo sentido de ter.

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-Sociabilidade regida pela mercadoria, produtora de comportamentos coisificados, na competitividade e no individualismo, um modo de ser dirigido a atender às necessidades desencadeadas pelo mercado.

- Utilitarismo moral: as relações humanas são valorizadas segundo sua utilidade.

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- O outro é tratado como um objeto descartável, não existe espaço para uma ética fundada em uma cumplicidade entre pares que têm um mesmo projeto e compartilham de valores comuns.

- Ética impessoal, fundadas em relações superficiais e fragmentadas, que não existem grandes compromissos.

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-O consumo como exigência de integração social que fornece identidade social, dá prazer, ocupa o lugar do lazer e satisfaz carências afetivas e emocionais.

- A moral, a ética, a filosofia, as artes, são vividas e concebidas como instâncias abstratas, desvinculadas das relações de poder, de classe, de trabalho.

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-Idéia de que todos têm oportunidades iguais para ascender socialmente e competir no mercado para se tornar proprietários.

- Através do senso comum, constroem-se estereótipos que mecanicamente funcionam como juízes de valor sobre a realidade; a desigualdade, tratada como determinação natural, possibilita a culpabilização dos indivíduos por sua condição social.

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Ética e Serviço Social

Contexto – anos 1990: processo de globalização neoliberal, em que as consequências da lógica excludente e destrutiva do capitalismo são visíveis.

Atinge duplamente o Serviço Social: seus agentes são atingidos como cidadãos e trabalhadores assalariados e como profissionais viabilizadores de direitos sociais.

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A questão ética se põe como tema emergente no debate profissional, entre 1992/93. A questão ética se populariza, passando a se constituir em tema privilegiado de encontros, cursos, publicações.

Por outro lado, as consequências da opção neoliberal já se tornam evidentes, colocando questões de ordem teórico-práticas e ético-políticas: como viabilizar o compromisso profissional em condições tão adversas?

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Apreensão da centralidade do trabalho no processo de constituição do ser social contribui para a compreensão de questões emergentes no âmbito das transformações que marcam os anos 1990.

Possibilidade de enfrentamento da discussão ética no marxismo.

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Código de Ética de 1993: uma das referências dos encaminhamentos práticos e do posicionamento político dos Assistentes Sociais em face da política neoliberal.

Código: construção de uma nova moralidade profissional direcionada para a ruptura com o conservadorismo e construção de uma nova cultura profissional democrática que colide com a hegemonia política do capital.

Está longe de significar uma hegemonia indiscutível.

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Os valores eticamente legitimados expressam conquistas sócio-históricas fundamentais, que não dependem somente da categoria profissional, mas do conjunto das forças sociais democrático-populares.

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CÓDIGO DE ÉTICA DO ASSISTENTE SOCIAL / 1993

Princípios fundamentais:

- liberdade; - defesa dos direitos humanos e recusa do autoritarismo; - consolidação da cidadania; - defesa da democracia; - posicionamento em favor da equidade e da justiça social;

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- empenho na eliminação de todas as formas de preconceito; - garantia do pluralismo; - opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária; - articulação com os movimentos de outras categorias profissionais; - compromisso com a qualidade dos serviços prestados; - exercício do Serviço Social sem discriminar e sem ser discriminado.

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Dos direitos e das responsabilidades gerais do Assistente Social; Das relações profissionais: com os usuários / com as instituições empregadoras e outras / com Assistentes Sociais e outros profissionais / com entidades da categoria e demais organizações da sociedade civil; Do sigilo profissional; Das relações do Assistente Social com a justiça; Da observância, penalidades, aplicação e cumprimento deste código; Das penalidades.

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LEI QUE REGULAMENTA A PROFISSÃO - Lei 8662/93

Constituem competências do Assistente Social:

I - elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais junto a órgãos da administração pública, direta ou indireta, empresas, entidades e organizações populares;

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II - elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que sejam do âmbito de atuação do Serviço Social com participação da sociedade civil;

III - encaminhar providências, e prestar orientação social a indivíduos, grupos e à população;

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V - orientar indivíduos e grupos de diferentes segmentos sociais no sentido de identificar recursos e de fazer uso dos mesmos no atendimento e na defesa de seus direitos;

VI - planejar, organizar e administrar benefícios e Serviços Sociais;

VII - planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para a análise da realidade social e para subsidiar ações profissionais;

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VIII - prestar assessoria e consultoria a órgãos da administração pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades, com relação às matérias relacionadas no inciso II deste artigo;

IX - prestar assessoria e apoio aos movimentos sociais em matéria relacionada às políticas sociais, no exercício e na defesa dos direitos civis, políticos e sociais da coletividade;

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X - planejamento, organização e administração de Serviços Sociais e de Unidade de Serviço Social;

XI - realizar estudos sócio-econômicos com os usuários para fins de benefícios e serviços sociais junto a órgãos da administração pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades.

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PROJETO ÉTICO-POLÍTICO DO SERVIÇO SOCIAL

Os projetos profissionais apresentam auto-imagem de uma profissão, elegem os valores que as legitimam socialmente, delimitam e priorizam os seus objetivos e funções, formulam os requisitos (teóricos, institucionais e práticos) para o seu exercício, prescrevem as balizas da sua relação com os usuários de seus serviços, com as outras profissões e com as organizações e instituições sociais, privadas e públicas (...).

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Pensar o projeto profissional significa articular: as condições macrosocietárias; as respostas técnico-profissionais e ético-políticas dos agentes profissionais.

Os projetos profissionais são: indissociáveis dos projetos societários; estruturas dinâmicas que expressam lutas pela hegemonia entre as forças sociais; expressam o desenvolvimento teórico e prático da profissão.

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O entendimento dos elementos que materializam o projeto pode se dar a partir de três dimensões:

- Dimensão da produção do conhecimento no interior do Serviço Social: esfera da sistematização das modalidades práticas; reflexão sobre o fazer profissional; dimensão investigativa com tendência teórico-crítica do pensamento social.

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- Dimensão político-organizativa da profissão: fóruns de deliberação e consultivos; CFESS/CRESS; ABEPSS; Movimento estudantil.

- Dimensão jurídico-política da profissão: aparato jurídico-político e institucional da profissão; leis, resoluções, documentos e textos consagrados; Código de Ética; Lei que Regulamenta a Profissão; Diretrizes Curriculares; Ordem Social da CF.

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Desafio: tornar esse projeto um guia efetivo para o exercício profissional, consolidá-lo de forma efetiva. Para tanto, é necessário articular as dimensões profissionais a realidade do trabalho profissional.

Não se pode esquecer que o projeto é uma construção histórica que se dá no embate entre distintos projetos sociais que se refratam no interior da profissão.

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CONCEITO DE FAMÍLIA E ARRANJOS FAMILIARES

Família: -Representa a sede de vivências e experiências significativas na vida do ser humano.

- É nela que se inicia a história de cada um, a construção de significados, a aprendizagem afetiva, o reconhecimento da identidade individual e coletiva, preparando o indivíduo tanto para experiências pessoais como para o processo de socialização.

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-Base de apoio para o enfrentamento de conflitos e desenvolvimento humano, representando a responsabilidade de uma geração no cuidado e preparação da outra.

-Instância mais básica da sociedade, na qual se desenvolve o sentimento de pertencimento e de identidade social das pessoas e se transmitem os valores e as práticas culturais. - Grupo social que cuida e torna possível o acesso de seus membros aos direitos garantidos pelas demais instituições sociais.

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Família moderna:Com a possibilidade de igualdade de gênero, o casamento ficou mais vulnerável em sua estabilidade, família e casamento passaram a ser submetidos à satisfação pessoal.

Declínio do casamento como projeto principal das mulheres, dando lugar a projetos individuais diferentes e complementares ao casamento.

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Mudança de valores: sexualidade independente da reprodução; presença da mulher na esfera pública; possibilidade de separação em caso de conflito no casamento; maternidade solteira; divisão igualitária das tarefas domésticas entre homens e mulheres; menor tempo dispensado à criação dos filhos. Aborto e casamento homossexual.

A família constituída de mulher e homem, vivendo na mesma casa e criando seus filhos juntos, ainda é o padrão normativo que orienta as ações.

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Constituição Federal de 1988:

‘Capítulo VII – Da família, da criança, do adolescente e do idoso’. Traz importantes mudanças no que diz respeito aos direitos e deveres. Art. 226: “A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado”. Idéia reforçada pelos artigos 203, 204 e 227, entendendo que a sociedade e o Estado devem ajudá-la a cumprir esse dever quando riscos de manejo e dificuldades de superação de problemas.

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Existe ainda uma grande distância na aplicação das leis em relação à realidade vivenciada em nossa sociedade. O avanço nas leis não garante mudança nas ações se estas não forem fortemente embasadas em um compromisso de atender às famílias nas suas reais necessidades.

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Família e pobreza:

Representações que se tem dos pobres: há uma polarização entre ‘nós’ e ‘eles’, pensados como duas categorias, em que há pobres desqualificados e pobres glorificados.

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Há dois paradigmas dominantes: o da produção e o da cultura. No paradigma da produção a ênfase é política ou econômica – o pobre é definido a partir do seu lugar na produção, a pobreza se relaciona à produção econômica. No paradigma da cultura, há uma desatenção para a vida social e simbólica dos pobres, para como o pobre se vê, qual sua visão de mundo e qual sua colocação nele.

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Numa visão descontextualizada, avalia-se as famílias pobres como incapazes de cumprir suas funções no processo de socialização das crianças e adolescentes.

Em qualquer classe social, encontramos pais negligentes, que não cumprem suas funções.

A situação de pobreza, porém, torna as famílias mais afetadas e sujeitas às instabilidades psicossociais, tornando mais visíveis suas dificuldades.

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A pobreza estrutural, muitas vezes, traz não somente privação e dificuldade de acesso aos bens e serviços, mas também fragiliza o grupo familiar e suas subjetividades.

Os domicílios pobres são os mais frequentemente constituídos por casais jovens com filhos, idosos sós, famílias múltiplas e, mulheres sem cônjuge e com filhos. Há precariedade de emprego, desemprego, baixa capacitação para o trabalho, crianças e adolescentes deixando a escola para trabalhar e sendo mal remunerados.

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Para que a família possa cumprir o papel que lhe é atribuído, social e legalmente, é necessário que tenha condições mínimas de sobrevivência. Que ela seja respeitada em seus diferentes arranjos, em seus direitos civis e sociais.

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Trabalho com famílias

As famílias pobres precisam ser compreendidas, articulando variáveis econômicas, sociais e culturais com o momento do ciclo de vida familiar e as condições de vida e sobrevivência às quais estão submetidas, levando os seus membros a recorrer aos recursos e bens sociais, para poder atender a seus direitos, na busca pela cidadania.

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A família é um fato cultural, não natural, historicamente condicionado, que não se constitui, a priori, como um lugar de felicidade. Os profissionais, muitas vezes, embora compartilhando da idéia de que a família não é um grupo natural, naturaliza as suas relações e, com isso, trabalha com estereótipos.

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A PNAS reconhece às famílias o direito de acesso às condições para responder ao dever de sustento, guarda e educação de seus membros, devendo para tal receber o apoio de políticas sociais.

Apoiada, a família poderá desempenhar melhor as suas funções de socializar, cuidar e proteger. A família deve ser vista como parceira do Estado e da sociedade na construção da cidadania.

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Ao mesmo tempo, é fundamental o reconhecimento da pluralidade de arranjos familiares na sociedade, respeitando suas diferenças e peculiaridades.

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Os vínculos familiares têm uma dimensão legal, sócio-cultural e afetivo-relacional. - A dimensão legal implica obrigações e direitos mútuos, regulados por lei. - Em dimensão sócio-cultural, as pessoas possam atribuir sentido aos papéis que desempenham na família, que valores estão associados. - Por fim, a dimensão afetivo-relacional do vínculo, pela qual são abordadas as relações de cuidado, afeto e comunicação nesse grupo.

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O trabalho psicossocial com famílias deve buscar analisar as relações de influência mútua entre a sociedade, instituições e pessoas. Procura compreender como a sociedade forma os sujeitos, mas também como estes, por sua vez, contribuem para a construção da sociedade.

É importante enfatizar a transmissão de informações, a discussão de crenças e valores, a criação de novas relações e de novas práticas, para lhe dar com as situações que os sujeitos enfrentam em seu cotidiano.

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Os problemas vividos pelas famílias têm, na grande maioria das vezes, diversas dimensões entrelaçadas, que dizem respeito às condições econômicas, sociais e culturais, relacionais e afetivas. Trabalhar apenas uma destas dimensões pode ser um esforço perdido. Uma precisa da outra de forma estreitamente articulada.

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Torna-se importante:

-potencializar a rede de serviços e o acesso aos direitos;

-embasar as ações socioeducativas na realidade socioeconômica e cultural das famílias;

-respeitar e valorizar as famílias em sua diversidade sociocultural, suas demandas e potencialidades;

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-adotar metodologias participativas e dialógicas, com abertura para o trabalho interdisciplinar;

- articular o trabalho com a definição de critérios e indicadores que ofereçam referências para a ação e para a avaliação das ações desenvolvidas.

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Uma ação de intervenção nas famílias deve ser planejada, elegendo critérios de inclusão, acompanhamento e desligamento que orientem a ação técnica.

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CRAS / CREAS E SEUS INSTRUMENTOS DE ATENDIMENTO/INTERVENÇÃO

O SUAS é um sistema público não-contributivo, descentralizado e participativo que tem por função a gestão do conteúdo específico da Assistência Social no campo da proteção social brasileira.

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Tem como objetivo:

regular e organizar os serviços, programas, projetos e benefícios na lógica de um sistema, de forma articulada entre os diferentes entes federados, tendo os mesmos princípios e diretrizes como fundamento, mas respeitando as especificidades próprias do país.

Estabelece que as famílias, seus membros e indivíduos, são o foco prioritário para o atendimento, e este deve ter o território como base de organização.

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Proteção social básica: foco é prevenir situações de risco por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários.

Destina-se aos segmentos da população que vivem em situação de vulnerabilidade social, decorrentes da pobreza, ausência de renda, fragilização dos vínculos afetivos – relacionais e de pertencimento social.

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A proteção social especial é constituída por um conjunto de ações socioassistenciais a famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal e social, por ocorrência de, entre outras causas, abandono, maus-tratos físicos e/ou psíquicos, abuso sexual, uso de substâncias psicoativas, cumprimento de medidas socioeducativas, situação de rua e de trabalho infantil.

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-A proteção especial de média complexidade destina-se a famílias com direitos violados, cujos vínculos familiares e comunitários não foram rompidos, através de programas de orientação, apoio e proteção no seu contexto familiar e comunitário.

A realidade do grupo familiar é trabalhada em suas diversas facetas para promover a superação da violação de direitos e das condições que levaram a esta violação.

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-A proteção especial de alta complexidade trabalha com famílias ou indivíduos com vínculos familiares rompidos ou em situação de ameaça grave no contexto familiar e/ou comunitário.

Deve buscar garantir o direito a ter vínculos, seja em outros grupos familiares que não o de origem, seja através do resgate dos vínculos da origem.

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Centro de Referência de Assistência Social – CRAS

É uma unidade pública estatal descentralizada da política de assistência social, responsável pela organização e oferta de serviços da proteção social básica do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) nas áreas de vulnerabilidade e risco social.

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Se caracteriza como a principal porta de entrada do SUAS, ou seja, é uma unidade que possibilita o acesso das famílias à rede de proteção social de assistência social.

Tem por objetivo prevenir a ocorrência de situações de vulnerabilidades e riscos sociais nos territórios, por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, e da ampliação do acesso aos direitos de cidadania.

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O Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (Paif) é um trabalho de caráter continuado que visa a fortalecer a função de proteção das famílias, prevenindo a ruptura de laços, promovendo o acesso e usufruto de direitos e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida.

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Dentre os objetivos do Paif, destacam-se:

-fortalecimento da função protetiva da família; -prevenção da ruptura dos vínculos familiares e comunitários; - promoção de ganhos sociais e materiais às famílias; -promoção do acesso a benefícios, programas de transferência de renda e serviços socioassistenciais; -apoio às famílias que necessitam de cuidados, por meio da promoção de espaços coletivos de escuta e troca de vivências familiares.

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O Paif tem como público famílias em situação de vulnerabilidade social. São prioritários no atendimento os beneficiários que atendem aos critérios de participação de programas de transferência de renda e benefícios assistenciais e pessoas com deficiência e/ou pessoas idosas que vivenciam situações de fragilidade.

Ao afirmar-se como unidade de acesso aos direitos socioassistenciais, o CRAS efetiva a referência e a contrarreferência do usuário na rede socioassistencial do SUAS:

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O CRAS assume como fatores identitários dois grandes eixos estruturantes do Sistema Único de Assistência Social - SUAS: a matricialidade sociofamiliar e a territorialização.

O efetivo funcionamento pressupõe o planejamento das atividades, organização do trabalho em equipe, bem como definição das informações a serem coletadas (instrumentos, frequência de registro e responsáveis).

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A organização do trabalho em equipe envolve reuniões de planejamento da equipe de cada CRAS, bem como da Secretaria com todos os CRAS. A equipe de cada CRAS deverá definir, a partir do planejamento geral, as ações rotineiras de organização da unidade, fundamentais para o cumprimento de suas funções, bem como seu gradual aperfeiçoamento.

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A partir da escolha da concepção de trabalho social com famílias do PAIF que será adotada, é importante que se desenhe a(s) metodologia(s) a serem implantada(s), de acordo com as características dos territórios, planeje a organização do espaço físico, defina os equipamentos necessários, os processos de trabalho, a carga horária, e a rotina de planejamento das atividades semanais.

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Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS

Unidade pública estatal, de prestação de serviços especializados e continuados a indivíduos e famílias com seus direitos violados, promovendo a integração de esforços, recursos e meios para enfrentar a dispersão dos serviços e potencializar a ação para os seus usuários, envolvendo um conjunto de profissionais e processos de trabalhos que devem ofertar apoio e acompanhamento individualizado especializado.

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O CREAS deve articular os serviços de média complexidade e operar a referência e a contra-referência com a rede de serviços socioassistenciais, com as demais políticas públicas e demais instituições que compõem o Sistema de Garantia de Direitos.

É importante estabelecer mecanismos de articulação permanente, como reuniões, encontros ou outras instâncias para discussão, acompanhamento e avaliação das ações, inclusive as intersetoriais.

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O CREAS prestará atendimento às situações de risco e violação de direitos de crianças e adolescentes e atendimento a adolescentes em cumprimento de medida sócio-educativa em meio aberto (L.A e PSC), direcionando o foco das ações para a família, na perspectiva de potencializar sua capacidade de proteção a suas crianças e adolescentes.

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Cada município verificará a possibilidade de ampliação gradual dos serviços, de modo a abarcar outras situações de risco ou violação de direitos (com relação às pessoas idosas, pessoas com deficiência, mulheres vítimas de violência, população de rua, entre outras).

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O CREAS deve ofertar atenções na ocorrência de situações de risco pessoal e social por ocorrência de negligência, abandono, ameaças, maus tratos, violência física/psicológica/sexual, discriminações sociais e restrições a plena vida com autonomia e exercício de capacidades, prestando atendimento prioritário a crianças, adolescentes e suas famílias nas seguintes situações:

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-crianças e adolescentes vítimas de abuso e exploração sexual;

- crianças e adolescentes vítimas de violência doméstica (violência física, psicológica, sexual, negligência);

-famílias inseridas no Programa de Erradicação do Trabalho Infantil que apresentem dificuldades no cumprimento das condicionalidades;

-crianças e adolescentes em situação de mendicância;

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-crianças e adolescentes que estejam sob “medida de proteção” ou “medida pertinente aos pais ou responsáveis”;

- crianças e adolescentes em cumprimento da medida de proteção em abrigo ou família acolhedora, e após o cumprimento da medida, quando necessário suporte à reinserção sócio-familiar;

-adolescentes em cumprimento de medida sócio-educativa de Liberdade Assistida e de Prestação de Serviços à Comunidade;

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-adolescentes e jovens após cumprimento de medida sócio-educativa de Internação Estrita, quando necessário suporte à reinserção sócio-familiar.

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Os serviços previstos no CREAS são:

Serviço de Enfrentamento à violência, abuso e exploração sexual contra crianças, adolescentes;

Serviço de Orientação e Apoio Especializado a Indivíduos e Famílias com seus Direitos Violados;

Serviço de Orientação e Acompanhamento a Adolescentes em Cumprimento de Medida Sócio-Educativa de Liberdade Assistida e de Prestação de Serviços à Comunidade.

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Instrumentos e técnicas:- Entrevista: procedimento que serve para acolher, conhecer, coletar dados, orientar, acompanhar e avaliar a família em seu processo de mudança. A entrevista deve ser baseada em um roteiro, (semi-estruturado) que deve estar relacionado a um conjunto de indicadores relacionados com o objetivo do programa. Durante a entrevista, é importante ouvir a família, entender sua percepção das dificuldades que enfrenta e distinguir suas potencialidades.

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- Visita domiciliar: é uma modalidade de atendimento voltada para objetivos – localizar famílias potenciais usuárias do serviço, identificadas previamente ou não; compreender melhor sua realidade, seja daquelas que já participam do serviço de atendimento sócio-familiar ou na tentativa de levar possibilidades de atendimento; conhecer uma família contra a qual há denúncia de violação de direitos; compreender a realidade do grupo familiar, suas demandas e necessidades, recursos e vulnerabilidades.

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A visita domiciliar deve pautar-se nos princípios de respeito à privacidade da família, ao diálogo e ao protagonismo. A família deve sempre ser informada sobre a razão da visita.

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Acompanhamento individual da família: trata-se de trabalho a ser aprimorado, que exige acolhimento, escuta, orientação e reflexão com as famílias e/ou com seus membros, individualmente. O estudo de caso com os indivíduos e famílias com vínculos fragilizados ou rompidos precisa avançar dentro de uma concepção interdisciplinar.

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Grupos: conjunto de pessoas ligadas por objetivos comuns e pelo reconhecimento mútuo, que se organiza para buscar realizar os seus objetivos. A experiência pode ser comunicada e receber novos sentidos, as atitudes de cada participante podem ser repensadas e relações novas podem trazer a possibilidade de rever e superar o que foi vivido.

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Nos grupos, três dimensões básicas precisam ser trabalhadas: convivência, reflexão e ação. Os princípios da participação e do diálogo devem ser seguidos. As técnicas lúdicas podem ser utilizadas, desde que sejam tomadas como meios e não como fins para expandir o conhecimento no grupo e abrir possibilidades de ação e interação.

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Bibliografia:- A interdisciplinaridade e o trabalho coletivo em saúde – Auta Stephan Souza(NATES: Núcleo de Assessoria, Treinamento e Estudos em Saúde)- Cadernos de Assistência Social. Trabalhador. Projeto CAPTAS – Capacitação dos Trabalhadores da Assistência Social. Belo Horizonte, 2006.- Convite à filosofia. Marilena Chauí. São Paulo: Editora Ática, 1997.- Ética: fundamentos sócio-históricos – Maria Lúcia Silva Barroco- Ética e Serviço Social: fundamentos ontológicos – Maria Lúcia Silva Barroco- A interdisciplinaridade como necessidade e como problema nas ciências sociais. Gaudêncio Frigotto. Revista do Centro de Educação e Letras da Unioeste – Campus Foz do Iguaçu. Vol 10, N° 01, 1° semestre de 2008.- Abordagens psicossociais da família. Sônia Vieira Coelho.- Família e Serviço Social: contribuições para o debate. Regina Célia Tamaso Mioto. Revista Serviço Social e Sociedade 55.- Uma reflexão sobre o acolhimento familiar no Brasil. Janete Aparecida Giorgetti Valente. Revista Serviço Social e Sociedade 92.- www.mds.gov.br- Notas sobre o projeto ético-político do Serviço Social. Marcelo Braz Reis. In: Coletânea de Leis. BH: CRESS, 2003