módulo a3.1 transporte nas plantas

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Biologia módulo A3 Transporte nas plantas Página 1 Profª Leonor Vaz Pereira BIOLOGIA Módulo A3 Utilização da Matéria 1. Transporte nas plantas Plantas não vasculares: São pouco diferenciadas e não apresentam sistemas de transporte de seivas nem tecidos condutores. Vivem em zonas húmidas, o movimento da água efetua-se por osmose e a matéria movimenta-se por difusão de célula a célula. Ex: musgos. Plantas vasculares: Dividem-se em dois grupos: as plantas sem sementes e as plantas com sementes. Têm um duplo sistema de condução de água e solutos, constituído por tecidos especializados (xilema e floema) que estão organizados em feixes condutores e existem em todos os órgãos da planta. Ex: fetos, angiospérmicas e gimnospérmicas. Seiva Bruta ou Xilémica Água e substâncias minerais dissolvidas Xilema Sentido Ascendente Seiva Elaborada ou Floémica Compostos orgânicos Floema Sentido Descendente Localização dos Sistemas de Transporte Folhas: Os feixes condutores de xilema e floema localizam-se ao nível das nervuras das folhas. Estas são mais salientes na página inferior da folha. Os feixes condutores são duplos e colaterais, isto é, cada feixe tem xilema e floema, estando colocados lado a lado. O xilema está mais próximo da página superior e o floema está mais próximo da página inferior. Caule: Nos caules os feixes também são duplos e colaterais. O xilema está voltado para o centro do órgão e o floema está voltado para fora. Raiz: Na raiz os feixes condutores são simples e alternos, isto é, cada feixe tem somente xilema ou floema, os quais alternam. Estrutura dos Tecidos Condutores Xilema: Os seus elementos condutores são os vasos xilémicos, constituídos por células mortas, cujas paredes laterais possuem anéis de lenhina (substância impermeável). Floema: Os seus elementos condutores são os tubos crivosos, constituídos por células vivas, cujas paredes transversais, providas de orifícios, constituem as placas crivosas. Existem ainda, no floema, células de companhia, células vivas com a função de fornecer energia aos tubos crivosos.

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Biologia – módulo A3 – Transporte nas plantas Página 1 Profª Leonor Vaz Pereira

BIOLOGIA – Módulo A3 – Utilização da Matéria

1. Transporte nas plantas

Plantas não vasculares: São pouco diferenciadas e não apresentam sistemas de transporte de

seivas nem tecidos condutores. Vivem em zonas húmidas, o movimento da água efetua-se por

osmose e a matéria movimenta-se por difusão de célula a célula.

Ex: musgos.

Plantas vasculares: Dividem-se em dois grupos: as plantas sem

sementes e as plantas com sementes. Têm um duplo sistema de

condução de água e solutos, constituído por tecidos especializados

(xilema e floema) que estão organizados em feixes condutores e

existem em todos os órgãos da planta.

Ex: fetos, angiospérmicas e gimnospérmicas.

Seiva Bruta ou Xilémica → Água e substâncias minerais dissolvidas → Xilema → Sentido Ascendente

Seiva Elaborada ou Floémica → Compostos orgânicos → Floema → Sentido Descendente

Localização dos Sistemas de Transporte

Folhas: Os feixes condutores de xilema e floema

localizam-se ao nível das nervuras das folhas. Estas

são mais salientes na página inferior da folha. Os

feixes condutores são duplos e colaterais, isto é,

cada feixe tem xilema e floema, estando colocados

lado a lado. O xilema está mais próximo da página

superior e o floema está mais próximo da página

inferior.

Caule: Nos caules os feixes também são

duplos e colaterais. O xilema está voltado

para o centro do órgão e o floema está

voltado para fora.

Raiz: Na raiz os feixes condutores são

simples e alternos, isto é, cada feixe

tem somente xilema ou floema, os

quais alternam.

Estrutura dos Tecidos Condutores

Xilema: Os seus elementos condutores são os vasos xilémicos, constituídos por células mortas,

cujas paredes laterais possuem anéis de lenhina (substância impermeável).

Floema: Os seus elementos condutores são os tubos crivosos, constituídos por células vivas, cujas

paredes transversais, providas de orifícios, constituem as placas crivosas. Existem ainda, no

floema, células de companhia, células vivas com a função de fornecer energia aos tubos crivosos.

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Biologia – módulo A3 – Transporte nas plantas Página 2 Profª Leonor Vaz Pereira

Absorção de água e de solutos pelas plantas

A maior parte da água e dos solutos necessários para as atividades da planta são absorvidos pelo

sistema radicular da planta. A eficiência deste processo deve-se à presença de pelos radiculares que

aumentam a área da superfície da raiz em contacto com o solo.

A absorção de água é feita por osmose: Solo (meio hipotónico) → Raiz (meio hipertónico)

A absorção de solutos (iões) é feita por transporte ativo: Solo (meio hipotónico) → Raiz (meio

hipertónico)

Transporte no Xilema

Hipótese da pressão radicular

A pressão que se exerce na raiz (pressão radicular) pode explicar a ascensão de água no xilema em

algumas situações uma vez que se trata do fenómeno causado pela acumulação de iões nas células

da raiz que aumenta a concentração de soluto e provoca a entrada de água por osmose para o

interior da planta.

Gutação: Quando a pressão radicular é muito

elevada e faz com que a água ascenda até às

folhas onde é libertada nas margens sob a forma

de gotas.

Exsudação: Quando se procede a uma poda

tardia de certas plantas e a água sai através do

caule.

Experimentalmente: Quando é possível

observar a subida de água num tubo colocado no

corte de uma planta envasada.

Porém, os valores de pressão radicular não são suficientes para explicar a ascensão da água até ao

cimo de certas árvores e por vezes nem se verificam e, por isso, é possível afirmar que existem

outros fatores responsáveis pela ascensão de água no xilema.

Hipótese da tensão-adesão-coesão

Transpiração: A água chega às folhas através dos vasos de xilema, depois sai destes vasos por

osmose para as células do mesofilo e posteriormente difunde-se para os espaços intercelulares e

para a câmara estomática. Através da transpiração o vapor de água é libertado pelo ostíolo para o

exterior, também por difusão. Este fenómeno cria uma tensão (pressão negativa) e a água passa do

xilema para o mesófilo, onde a pressão osmótica aumentou, por osmose.

Coesão e Adesão no xilema: As moléculas de água mantêm-se unidas devido a forças de coesão e

aderem às paredes dos vasos devido a forças de adesão, formando uma coluna contínua ascendente

(corrente de transpiração).

Absorção de água do solo: A ascensão de água cria um défice da mesma no xilema da raiz fazendo

com que novas moléculas de água passem para o xilema, o que determina a absorção ao nível da

raiz por osmose uma vez que o potencial de água no solo é elevado.

A transpiração acaba por ser o “motor” que faz ascender a seiva xilémica e por isso quando a

transpiração aumenta, a absorção também aumenta e a ascensão de seiva torna-se mais rápida.

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Biologia – módulo A3 – Transporte nas plantas Página 3 Profª Leonor Vaz Pereira

Controlo da Transpiração: Os estomas são responsáveis por controlar a quantidade de água perdida

por transpiração.

Estrutura do Estoma

Nas células-guarda as paredes celulares que rodeiam o ostíolo são mais espessas do que as paredes

que contactam com as outras células da epiderme. As zonas mais finas das paredes celulares têm

maior elasticidade do que as zonas de maior espessura.

Quando há entrada de água, esta exerce uma pressão de turgescência sobre a parede celular o que

provoca a deformação da região mais fina da mesma e leva à abertura dos estomas (meio pobre em

iões K+).

Quando a célula perde água e a pressão de turgescência diminui, o estoma volta à sua forma

normal, aproximando-se das células-guarda, o que provoca o fecho dos estomas (obscuridade).

Fatores que fazem variar a pressão de turgescência das células-guarda:

Intensidade Luminosa;

Concentração em CO2;

Valores de pH;

Concentração de iões.

Transporte no Floema

Hipótese do Fluxo de Massa

1. A glicose elaborada nos órgãos fotossintéticos é convertida em sacarose e passa para o

floema por transporte ativo.

2. À medida que aumenta a concentração de sacarose nos tubos crivosos, a pressão osmótica

aumenta e a água sai do xilema para o floema por osmose.

3. Aumenta a pressão de turgescência, o que faz com que o conteúdo dos tubos crivosos

atravesse as placas crivosas por difusão simples.

4. A sacarose passa do floema para locais de consumo ou reserva por transporte ativo.

5. À medida que diminui a concentração de sacarose nos tubos crivosos, a pressão osmótica

diminui e a água sai do floema para o xilema por osmose.

Evidências

• A saída de seiva sob pressão quando se corta pelo estilete

um afídio inserido no floema.

• Os diferentes gradientes de concentração de sacarose ao

longo do floema.

Células-Guarda

Ostíolo