módulo 7 o discurso expositivo

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  • 7/29/2019 Mdulo 7 O discurso expositivo

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    ngela Maria da Silva SoutoVilma de Sousa

    Construindo explicaes:o discurso expositivo

    Nvel: Ensino Mdio Sries: 2 e 3

    Eixo temtico I: Compreenso e produo de textos

    Tema I: Gneros

    Competncia: Compreender e produzir textos, orais ou escritos, dediferentes gneros estruturados com discurso expositivo

    Subtemas: Operaes de contextualizao, tematizao,enunciao e textualizao do discurso expositivo

    Tpicos de contedo da proposta curricular:

    1. Contexto de produo, circulao e recepo dos discursos

    2. Referenciao bibliogrfica

    3. Organizao temtica

    4. Seleo lexical e efeitos de sentido

    5. Signos no verbais

    6. Vozes do discurso

    11. Textualizao do discurso expositivo

    SEEMG

    2009

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    Para que serve o discurso expositivo?

    A exposio o tipo de discurso em que olocutor explica um tema de formacompreensvel a seu interlocutor, com oobjetivo de modificar seu conhecimento.Usamos esse tipo de discurso paraesclarecer um conceito, apresentar umproblema e suas possibilidades de soluo,analisar diferentes explicaes eimplicaes de um fenmeno.

    Palestras e conferncias, aulasexpositivas, matrias jornalsticas dedivulgao cientfica, verbetes deenciclopdias, monografias, dissertaes,teses e textos didticos so exemplos degneros textuais predominantementeexpositivos. Muitas questes discursivas

    que so propostas aos estudantes na escola exigem a produo de respostas expositivas. o que acontece quando voc solicitado a definir, classificar, comparar, distinguir,analisar, relacionar causas e conseqncias de um fato ou fenmeno, e avaliar suasrepercusses.

    O contrato comunicativo do discurso expositivo se baseia no valor de verdade e navalidade das explicaes apresentadas, considerando o mundo real compartilhado pelosinterlocutores. As operaes que realizamos ao produzi-lo so tpicas do pensamentolgico-cientfico: recortamos um fato ou fenmeno por meio de sua definio oucaracterizao; analisamos esse fato ou fenmeno, decompondo-o em dimenses,partes, fases ou perspectivas de abordagem; inter-relacionamos todos esses elementosbuscando explicar por que o objeto funciona de determinada forma ou quais so as

    decorrncias desse modo de funcionar. Como o objetivo do discurso expositivo demonstrar a validade do que dito, as proposies obedecem ao princpio da no-contradio e devem ser demonstradas por evidncias empricas ou lgicas. O discursoexpositivo lida mais com idias e modelos da realidade do que com o mundo sensvel. Porisso, h autores que o chamam de discurso terico.

    Neste mdulo, voc vai estudar o discurso expositivo. Espera-se que, ao final do mdulo,voc tenha aprendido a

    identificar situaes comunicativas e gneros em que o discurso expositivo empregado;

    reconhecer o objetivo comunicativo e a organizao do discurso expositivo emtextos apresentados;

    avaliar a pertinncia, a suficincia e a ordenao das etapas de um texto ouseqncia textual expositiva;

    interpretar textos expositivos, fazendo inferncias a partir de seus conhecimentosde mundo e de textos;

    reconhecer interlocutores e vozes sociais em textos expositivos, suas formas derepresentao e os efeitos de sentido dessas representaes;

    interpretar efeitos de sentido decorrentes de variedades lingusticas e estilsticasem textos expositivos apresentados;

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    reconhecer e utilizar, em textos expositivos, estratgias para prender a ateno dointerlocutor;

    reconhecer e usar marcas lingsticas do discurso expositivo;

    integrar informao verbal e no verbal na compreenso e na produo de textosexpositivos;

    produzir textos expositivos adequados ao gnero, ao suporte, ao destinatrio e aoobjetivo da interao.

    reconhecer e usar, produtiva e autonomamente, estratgias de textualizao dodiscurso expositivo, na compreenso e na produo de textos.

    Distinguindo os tipos de discurso

    O discurso expositivo responde basicamente s seguintes perguntas: O que isso?Como funciona? Por que funciona dessa forma?Quais so as decorrncias desse modode funcionar? Enquanto a descrio, o relato e a narrao se referem a seres eacontecimentos particulares, o discurso expositivo se desenrola na dimenso das idias eexplicaes de carter geral.

    Bastante prximo do discurso argumentativo quanto organizao, o discurso expositivodele se distingue pela busca do efeito de objetividade: as informaes so apresentadascomo fatos no polmicos, como verdades comprovadas do ponto de vista emprico(pragmtico, experimental) ou cientfico. O expositor explica e demonstra a partir depressupostos considerados inquestionveis; j o argumentador defende pontos de vista econvence a partir de sua interpretao pessoal de um tema polmico.

    At ividade 1

    1. Os fragmentos apresentados nas alternativas foram transcritos ou adaptados de textosde diferentes gneros publicados em revistas. Identifique o tipo de discurso de cada

    um deles, escrevendo entre parnteses o nmero correspondente:(1) para o discurso descritivo;

    (2) para o discurso de relato;

    (3) para o discurso expositivo;

    (4) para o discurso argumentativo;

    (5) para o discurso injuntivo.

    a) ( )

    Mintu Ram trocou seu vilarejo no interior do estado de Bihar, um dos mais pobres da ndia,por Calcut, h uma dcada. Naquela poca, aos 25 anos, Mintu no encontrava emprego.Membro de uma casta baixa e sem ter estudado, ele estava destinado a ser um agricultor,como seus ancestrais. Em Calcut, tentou mudar a sorte. S conseguiu lugar em uma fbricade couros, um emprego evitado pelos hindus. Para eles, tocar a pele de animais comopraticar um pecado.

    SUPER INTERESSANTE. Diferentes de todos. So Paulo, Abril, ed.266, p.52-59, jun. 2009.(Adaptao)

    b) ( )

    A sociedade indiana est organizada com base em um rgido sistema de castas, de carterhereditrio e imutvel. Cada pessoa, ao nascer, includa em uma casta, que define suapossibilidade de acesso educao e a determinadas ocupaes. Trabalhos considerados

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    impuros ou indignos pelos hindus, como manipular restos de animais mortos, so reservadospara os membros das castas inferiores.

    SUPER INTERESSANTE. Diferentes de todos. So Paulo, Abril, ed.266, p.52-59, jun. 2009.(Adaptao)

    c) ( )

    Sou absolutamente contrrio ao sistema de castas, que ainda vigora na ndia e em muitospases. No se pode aceitar que, na era da democracia e dos direitos humanos, alguns

    indivduos j tenham o destino traado desde o nascimento. A crena de que existe umaordem divina imutvel regulando a organizao social apenas um disfarce para sustentar amanuteno dos privilgios de alguns grupos sociais em detrimento de outros.

    d) ( )

    No h mais como nos omitirmos. Preservar o que ainda resta da natureza no uma guerrada sociedade. , essencialmente, uma guerra de cada um de ns. Uma batalha individualcontra ns mesmos. Se cada um no se conscientizar, no assumir atitudes de mudana dehbitos, restaro poucas esperanas para a humanidade.

    ENCONTRO AMBIE NTAL. Belo Horizonte, Encontro Importante, n.2, p.4, jan. 2008. (Fragmento)

    e) ( )

    Fernando Gabeira, 66 anos, um ambientalista por natureza. Mineiro de Juiz de Fora, naZona da mata, e carioca por opo, como ele mesmo diz, este jornalista, escritor e deputadofederal, pelo Partido Verde do Rio de Janeiro, sempre esteve frente do debate dos temasambientais brasileiros. Por isso mesmo, projetos que tratam de questes como aquecimentoglobal, desmatamento da Amaznia, recuperao das guas e despoluio despertam seuinteresse.

    ENCONTRO AMBIENTAL, Belo Horizonte, Encontro Importante, n.2, p.46-47, jan. 2008. (Fragmento)

    f) ( )

    Para manter as unhas saudveis e bonitas, evite levar as mos boca, no deixe acumularresduos de sabo, hidrate-as com leo de amndoas, uria ou lactato de amnia, e usecosmticos base de ativos como pantotenato de clcio e pool de aminocidos.

    VIVASADE. So Paulo, Escala, n.79, p. 10, s/d.

    2. J ustifique suas respostas questo anterior.

    3. Considerando o tema, objetivo do fragmento e a fonte, quando houver, levantehipteses sobre o gnero de texto em que os fragmentos foram utilizados.

    Respostas e comentrios

    1. a) (2) b) (3) c) (4) d) (5) e) (1) f) (5)

    2. Em a, o objetivo do locutor relatar o caso particular de um indiano: cita seu nome, cidade de origem, aidade que tinha quando decidiu abandonar o campo e ir para a cidade em busca de melhores condiesde vida. Relata ainda o tipo de emprego que ele conseguiu e apresenta uma explicao para esse fato.O texto exemplifica, portanto, o discurso narrativo de relato.No texto apresentado emb,o objetivo dolocutor explicar um princpio de organizao da sociedade indiana. Enunciados de carter geral eabstrato passaram a constituir o primeiro plano do texto. O exemplo apresentado (manipular restos deanimais mortos) tem a funo de esclarecer uma idia geral (no caso, a concepo de ocupao impuraou indigna). O texto exemplifica, portanto, o discurso expositivo.No texto apresentado na alternativa c,o locutor se representa no texto como primeira pessoa (sou), manifesta seu ponto de vista contrrio aosistema de castas (tema ou tpico discursivo), apresenta razes para esse ponto de vista (o sistema decastas incompatvel com a democracia e os direitos humanos). Alm disso, formula uma tese pessoalpara explicar o motivo para a manuteno do sistema de castas (disfarce para privilegiar uns emdetrimento de outros). O locutor se posiciona frente ao que diz; no se mantm neutro, como o locutordo texto 2. O texto exemplifica o discurso argumentativo. No texto apresentado em d, o locutor buscafazer o interlocutor-leitor agir em defesa da natureza: trata-se de um discurso injuntivo, de incitao ao, construdo com base em expresses modalizadoras indicativas de conselhos, palavras de ordem:

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    no hcomo nos omitirmos (=no nos omitamos); preservar uma guerra de cada um (= preserve); secada um no se conscientizar(=conscientize-se); assumir atitudes de mudanas de hbitos (=assumaatitudes de mudanas de hbitos). Em e, o texto exemplifica o discurso descritivo: o locutor traa o perfilde Fernando Gabeira, apresentando suas caractersticas: idade, naturalidade, partido poltico, cargoeletivo que ocupa, seu posicionamento de defesa das causas ambientais. Em f, o texto nitidamente deaconselhamento e exemplifica o discurso injuntivo.

    3. O fragmento da alternativa a, por seu carter de relato, poderia ser parte de uma reportagem; o daalternativa b, por seu carter expositivo, poderia integrar uma reportagem ou um artigo de divulgao

    cientfica; o da alternativa c, texto de comentrio e enunciao de opinio, poderia ser parte de umacarta de leitor ou de uma entrevista. O fragmento da alternativa d, que tambm pertence ao mundocomentado, pode ser parte de um editorial ou de um artigo de opinio. O fragmento da alternativa epoderia integrar um texto do gnero perfil ou ser a sequncia introdutria de entrevista com FernandoGabeira. O da alternativa f pertence a gneros de aconselhamento, muito comuns em revistasfemininas. Observe que a reportagem um gnero misto, que pode combinar sequncias de vriosos tipos de discurso.

    Etapas do discurso expositivo

    Ao produzir um discurso expositivo, realizamos pelo menos trs operaes: a constataode um fato ou fenmeno, sua anlise e a concluso dessa anlise.

    A primeira dessas operaes corresponde ao que se denomina introduo . Nela, olocutor busca responder seguinte questo: o que isso? Identifica o tpico discursivo outema por meio de um sintagma nominal ou de uma declarao de fato; enuncia umaconstatao a respeito desse tpico; delimita e contextualiza o tpico; marca o campo devalidade das explicaes a serem apresentadas. Por exemplo:

    H muito existe a idia de que a adolescncia um perodo de instabilidade emocional.Segundo as pesquisas neurobiolgicas atuais, essa instabilidade est associada s profundasmodificaes cerebrais prprias dessa fase de desenvolvimento humano.

    O tpico discursivo do pargrafo acima a reafirmao (constatao) da instabilidadeemocional dos/as adolescentes. A expresso segundo as pesquisas neurobiolgicas

    atuais marca que as explicaes sobre o tpico se baseiam em uma rea especfica doconhecimento, a neurobiologia. Na continuidade do texto, devero ser apresentadosdados e explicaes relacionados a pesquisas no campo dessa cincia, e no, porexemplo, explicaes sociolgicas ou psicolgicas para a instabilidade emocional dosadolescentes.

    Para contextualizar o tpico e aproximar o conceito de instabilidade emocional dacompreenso do leitor, o locutor-expositor pode, por exemplo, iniciar o texto descrevendoou relatando as manifestaes de instabilidade de um ou uma adolescente em particular. importante que a descrio ou o relato do caso particular exemplifique a idia geralcontida na constatao inicial. Observe:

    Perodos de depresso e isolamento alternam-se com perodos de euforia e agitao.Exploses de raiva aparentemente injustificadas. assim que os pais descrevem ocomportamento de F., o filho de 14 anos. A idia de que a adolescncia um perodo deinstabilidade emocional no nova, mas so novas as explicaes da neurobiologia para essefenmeno. Segundo as pesquisas atuais, a instabilidade emocional da adolescncia produtodas profundas modificaes cerebrais que ocorrem nessa fase de desenvolvimento.

    A segunda operao do discurso expositivo, que corresponde ao desenvolvimento daexposio, consiste na anlise do fato ou fenmeno, isto , na sua decomposio emelementos (dimenses, partes, fases), no esclarecimento das relaes entre esseselementos e na explicao do fato ou fenmeno luz de uma teoria ou hiptese. ,

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    portanto, no desenvolvimento que o locutor procura responder a questes relativas aomodo de ocorrncia do fato ou fenmeno (Como isso funciona ou se manifesta?), scausas (Por que funciona assim?) e s decorrncias (Quais so os efeitos ourepercusses do fato ou fenmeno?).

    H muitas formas de construir o desenvolvimento: dividindo o tpico em subtpicos eexplicando ordenadamente cada um deles; problematizando um modelo explicativo

    inicialmente apresentado e substituindo-o por outro; analisando as causas, conseqnciasou repercusses de um fato ou fenmeno. Qualquer que seja o caminho escolhido, cabeao locutor do texto construir uma cadeia ordenada de conceitos, classificaes,explicaes, justificativas, causas e conseqncias.

    A terceira operao do discurso expositivo, que corresponde concluso , consiste emfazer um balano das idias expostas, resumindo o que foi dito e/ou fazendo uma reflexofinal sobre o tema.

    At ividade 2

    Leia o texto a seguir e responda s questes propostas.

    Turismo Cultural

    Diante da abrangncia dos termos turismo e cultura, o MTur, emparceria com o Ministrio da Cultura e o IPHAN, e com base narepresentatividade da Cmara Temtica de Segmentao doConselho Nacional de Turismo, estabeleceu um recorte nesseuniverso e dimensionou o segmento na seguinte definio:

    Turismo Cultural compreende as atividades tursticas relacionadas vivncia do conjunto de elementos significativos do patrimniohistrico e cultural e dos eventos culturais, valorizando epromovendo os bens materiais e imateriais da cultura.

    A compreenso do significado dos termos empregados neste conceito permite visualizar ascaractersticas bsicas e o dimensionamento atribudo ao Turismo Cultural no pas.

    A definio de Turismo Cultural est relacionada motivao do turista, especificamente a devivenciar o patrimnio histrico e cultural e determinados eventos culturais, de modo aexperienci-los e preservar a sua integridade. Vivenciar implica, essencialmente, em duasformas de relao do turista com a cultura ou algum aspecto cultural: a primeira refere-se aoconhecimento, aqui entendido como a busca em aprender e entender o objeto da visitao; asegunda corresponde a experincias participativas, contemplativas e de entretenimento, queocorrem em funo do objeto de visitao.

    Patrimnio histrico e cultural e eventos culturaisConsidera-se patrimnio histrico e cultural os bensde natureza material e imaterial que expressam ourevelam a memria e a identidade das populaes ecomunidades. So bens culturais de valor histrico,

    artstico, cientfico, simblico, passveis de tornarem-se atraes tursticas: arquivos, edificaes,conjuntos urbansticos, stios arqueolgicos, runas;museus e outros espaos destinados apresentaoou contemplao de bens materiais e imateriais;manifestaes como msica, gastronomia, artesvisuais e cnicas, festas e celebraes. Os eventosculturais englobam as manifestaes temporrias,enquadradas ou no na definio de patrimnio,incluindo-se nesta categoria os eventos gastronmicos, religiosos, musicais, de dana, de teatro,de cinema, exposies de arte, de artesanato e outros.

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    Valorizao e promoo dosbens materiais e imateriaisda culturaA utilizao turstica dos bensculturais pressupe suavalorizao, promoo e amanuteno de sua dinmica e

    permanncia no tempo comosmbolos de memria e deidentidade. Valorizar e promoversignifica difundir o conhecimentosobre esses bens e facilitar seuacesso e usufruto a moradores eturistas. Significa tambm reconhecer a importncia da cultura na relao turista e comunidadelocal, aportando os meios para que tal relao ocorra de forma harmnica e em benefcio deambos.FONTE: Ministrio do TurismoDisponvel em Acesso em: 23 fev. 2009.

    1. O locutor do texto porta-voz de que tipo de enunciador? J ustifique sua resposta com

    elementos do texto.2. Por que o locutor considera necessrio conceituar a expresso turismo cultural?

    3. Qual o efeito de sentido de se explicitar no texto a origem do conceito da definiode turismo cultural apresentada?

    4. Depois de conceituar turismo cultural, o locutor anuncia que esse tipo de turismo deveser compreendido a partir do significado dos termos que o compem. Passa ento aexplicar o significado do termo vivenciar.

    a) Identifique, no quarto pargrafo do texto, as palavras-chave correspondentes sduas idias contidas no termo vivenciar.

    b) Delimite, com colchetes, as passagens que parafraseiam, isto , traduzem comoutras palavras o sentido dessas palavras-chave.

    5. O tpico discursivo do texto est referido pela expresso-ttulo Turismo Cultural. Odesenvolvimento desse tpico feito pela explicao dos termos-chave da definiode turismo cultural, retomados, ordenadamente, e desenvolvidos por meio dasestratgias desubdiviso , definio, predicao e enumerao.

    Subdividir separar os fenmenos, de acordo com algum critrio; definir ouconceituar implica incluir um ser ou fenmeno em uma categoria ou classe; predicarou caracterizar atribuir qualidades aos seres ou fenmenos; enumerar listarsucessivos exemplos de seres ou fenmenos de determinada categoria ou classe.

    a) Identifique, no quinto pargrafo do texto, as passagens correspondentes sdefinies de patrimnio histrico e cultural e de eventos culturais,respectivamente.

    b) Segundo o texto, que qualidades ou predicados devem ter os bens para que sejamconsiderados patrimnio histrico e cultural?

    c) Transcrevemos a seguir os itens enumerados no quinto pargrafo. Distribua-os noquadro, conforme as categorias bens materiais e bens imateriais.

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    artes cnicas arquivos edificaes celebraes conjuntos urbansticos gastronomia museus stios arqueolgicos runas msica festas

    Bens materiais Bens imateriais

    6. Que aspectos ou termos da definio de turismo cultural so retomados e explicadosna parte correspondente ao ltimo subttulo?

    7. Para o locutor do texto, o que significa valorizar e promover o turismo cultural?

    8. O texto que voc acabou de interpretar um exemplo de exposio que se estruturapor meio de definies e sucessivas explicaes dos termos da definio. Produziresquemas a partir de textos expositivos uma boa forma de observar como devemser distribudas, ordenadas e hierarquizadas as informaes no discurso expositivo.

    O esquema vago a seguir evidencia a superestrutura (esqueleto) do texto. Complete

    a coluna da direita com tpicos nominais que sintetizem a macroestrutra (recheiotemtico) de cada parte. Ao terminar o trabalho, voc ter uma idia geral daorganizao e do contedo do texto.

    Tpico discursivo: Turismo cultural

    Superestrutura (esqueleto) Macroestrutura (recheio)

    INTRODUO: definio de turismocultural (o que turismo cultural).

    DESENVOLVIMENTO: retomada de

    termos-chave da definio eapresentao de novas definies eexplicaes sobre cada um deles.

    Primeiro subtpico discursivo:o que vivenciar

    o patrimnio histrico cultural

    eventos culturais

    Segundo subtpico discursivo:

    o que patrimnio histricocultural

    o que so eventos culturais

    Terceiro subtpico discursivo: oque significavalorizao e promoo dos bens

    culturais

    9. Crie um pargrafo de concluso para o texto, comentando a importncia do turismocultural.

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    Respostas e comentrios

    1. O locutor porta-voz de um enunciador institucional: ele fala em nome dos rgos do Governo Federalque detm o poder para regulamentar o turismo cultural: o Ministrio do Turismo, o Ministrio daCultura, o IPHAN e a Cmara Temtica de Segmentao do Conselho Nacional de Turismo.

    2. O locutor considera necessrio definir a expresso turismo cultural por consider-la constituda por duaspalavras de sentido abrangente. Confira: Diante da abrangncia dos termos turismo e cultura...

    3. Ao explicitar a fonte da definio, o locutor assegura ao leitor sua validade, seu valor de verdade.4. a) As palavras-chave so conhecimento e experincias, que aparecem, depois dos dois pontos,

    referidas pelas expresses a primeira e a segunda. b) Devem ser delimitadas por colchetes aspassagens [aqui entendido como a busca em apreender e entender o objeto da visitao] e [queocorrem em funo do objeto de visitao].

    5. a) Consideram-se patrimnio histrico e cultural os bens de natureza material e imaterial queexpressam ou revelam a memria e a identidade das populaes e comunidades. Os eventos culturaisenglobam as manifestaes temporrias, enquadradas ou no na definio de patrimnio. b) Os bensdevem expressar ou revelar a memria e a identidade das populaes e comunidades. c) Bensmateriais: artes cnicas arquivos edificaes conjuntos urbansticos museus stiosarqueolgicos runas. Bens imateriais: celebraes gastronomia msica festas.

    6. So retomados e explicados os termos promoo e valorizao dos bens culturais, elementos que

    motivam o turismo cultural.7. Valorizar e promover significa difundir o conhecimento sobre os bens culturais, facilitar a moradores e

    turistas o acesso a eles e seu usufruto, e reconhecer a importncia da cultura na relao harmnicaentre turista e comunidade local.

    8.

    Tpico discursivo: Turismo cultural

    Superestrutura (esqueleto) Macroestrutura (recheio)

    INTRODUO: definio de turismocultural (o que turismo cultural).

    Atividades tursticas relacionadas vivncia,valorizao e promoo do patrimnio histrico ecultural e dos eventos culturais

    DESENVOLVIMENTO: retomada determos-chave da definio eapresentao de novas definies eexplicaes sobre cada um deles.

    Ter conhecimentos do patrimnio e cultural visitado

    Primeiro subtpico discursivo: oque vivenciar

    o patrimnio histrico cultural

    eventos culturais Ter experincias participativas, contemplativas e de

    entretenimento em funo do objeto de visitao

    Segundo subtpico discursivo: Bens de natureza material e imaterial queexpressam ou revelam a memria e a identidadedas populaes e comunidades

    o que patrimnio histricocultural

    o que so eventos culturais Manifestaes temporrias, enquadradas ou no nadefinio de patrimnio

    Terceiro subtpico discursivo: oque significavalorizao e promoo dos bens

    culturais

    Difuso do conhecimento sobre o patrimnio e oseventos culturais e facilitao do acesso e usufrutoa moradores e turistas.

    9. Resposta pessoal. Observe se seu pargrafo decorre do que foi dito no texto e est consistente com aintencionalidade de valorizar o turismo cultural.

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    Estratgias de organizao do discurso expositivo

    Ao produzir enunciados expositivos, usamos diferentes estratgias: a definio analticaou a explicao de termos que consideramos difceis ou desconhecidos para nossointerlocutor; a classificao, incluso de um ser ou fenmeno em uma categoriaconstituda de elementos afins; a enumerao e a exemplificao para tornar as idiasgerais mais claras e acessveis ao leitor; o estabelecimento de relaes de causa-e-efeito entre os fatos ou fenmenos apresentados; a retomada e resumo dos pontos maisimportantes da informao.

    O locutor escolhe as estratgias de acordo com seu objetivo comunicativo, com ointerlocutor (seus conhecimentos prvios, suas expectativas), com o gnero do texto. Se,por exemplo, o locutor calcula que o sentido de um termo no evidente para ointerlocutor, ele o traduz por sinnimos ou o explica por meio de uma parfrase; se umfenmeno complexo ou abstrato, ele o compara com eventos do cotidiano ou cria umametfora para explic-lo por analogia. Nas sequncias de discurso expositivo, aexplicitao das relaes lgicas entre os enunciados especialmente importante, j queo objetivo do locutor esclarecer um fato ou fenmeno, tornando-o compreensvel aointerlocutor.

    At ividade 3

    Veja, no quadro a seguir, a caracterizao de algumas das estratgias de uso comum nodiscurso expositivo. Em seguida, leia os textos apresentados nas alternativas e identifiquea estratgia ou as estratgias utilizadas em cada um deles. J ustifique sua resposta,comentando as caractersticas dos textos.

    Definio ou conceituao e parfrase

    Definir incluir um ser ou fenmeno em uma categoria ou classe (generalizao) e, aomesmo tempo, distinguir esse ser de outros da mesma classe (apresentao de diferenaespecifica).

    Parafrasear traduzir termos ou expresses por meio de sinnimos, hipernimos ouhipnimos. As explicaes podem aparecer entre parnteses ou travesses duplos, aps doispontos, sob a forma de apostos, introduzidos ou no por articuladores ou operadoresargumentativos, como isto , ou seja, ou, querdizer.

    Enumerao

    Citao de uma srie de seres ou fenmenos que se incluem em determinada classe. Aenumerao pode ser uma listagem de exemplos que se adicionam uns aos outros.

    Causa-e-efeito

    Encadeamento de informaes por meio do estabelecimento de relaes de causas e efeitos(consequncias) de um fato ou fenmeno. As relaes de causa so explicitadas por meio

    de articuladores como porque, j que, posto que, devido a, por isso; as de consequncia,por articuladores do tipopor conseguinte, consequentemente, assim, logo, de tal modo que.A seleo de substantivos e verbos do campo semntico de causa ou de consequnciatambm pode marcar essas relaes.

    Comparao e analogia

    Aproximao entre seres ou fenmenos para destacar semelhanas entre eles. Pode sermarcada sintaticamente por articuladores e operadores argumentativos: como, mais que,menos que, tanto quanto, igual a, do mesmo modoque, de forma anloga, entre outros.Muitas vezes, a comparao se faz a partir do eixo temporal: antes e depois; no passado eno presente, por exemplo. Quando a identificao dos elementos comparados completa, o

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    elemento anlogo pode passar a representar o outro, figuradamente.

    Contraste ou distino

    A estratgia de contraste ou distino uma modalidade de comparao: aproximamos doisfatos ou fenmenos para ressaltar diferenas ou oposies. Articuladores e operadores dotipo mas, entretanto, ao contrrio, enquanto um... o outro, podem ser marcas sintticas docontraste.

    a) Diversos fatores podem tornar as unhas quebradias: o hipertireoidismo (doena relacionadaaos baixos nveis de hormnio tireoidiano); doenas de pele (psorase, dermatite atpica eeczemas em geral); desnutrio, ocasionada muitas vezes por dietas radicais; exposioprolongada a produtos qumicos, como removedor de esmalte, entre outros.

    VIVASADE. So Paulo, Escala, n. 79, p. 10, s/d. (Adaptao)

    b) Um exame de sangue diferente promete mais agilidade e eficcia no diagnstico de doenasdurante o pr-natal. o teste em papel filtro, padronizado pelo Laboratrio de Pesquisas deMarcadores Biolgicos do Instituto Vital Brasil (IVB), no Rio de Janeiro. O exameconvencional, feito com a retirada do sangue da veia da paciente, exige jejum e precisa deum extenso aparato que inclui materiais como seringa, agulha, tubos de ensaio eanticoagulante, alm de condies especiais de armazenagem e transporte da amostra. J o

    exame em papel filtro dispensa o jejum, realizado com apenas seis gotas de sangue dapaciente, e o resultado sai em at 10 dias. Alm disso, a amostra do sangue seca, o quefacilita a conservao e o transporte: ela pode ser enviada at pelo correio.

    CINCIA HOJ E. Rio de J aneiro, SBPC, n. 264, v. 44, p. 60, out. 2009. (Adaptao).

    c) O provrbio, tambm conhecido como dito popular, ditado, rifo, mxima, uma fraseconcisa, que expressa, por meio de figuras e termos concretos, um tema abstrato,geralmente um ensinamento prtico de carter tico ou moral. Annimos, os provrbioscristalizam conceitos e preconceitos populares.

    LNGUA PORTUGUESA. So Paulo, ano 4, n. 4, dez. 2009, p. 26-28 (Adaptao)

    d) Tambm conhecida como gripe, a influenza uma infeco do sistema respiratrio, que se

    inicia com febre alta, em geral acima de 38C, seguida de dor muscular, dor de garganta,dor de cabea e tosse seca. So conhecidos 3 tipos de vrus da influenza: A, B e C. Essesvrus so altamente transmissveis e podem sofrer mutaes (transformaes em suaestrutura gentica).A influenza A(H1N1), antes conhecida como influenza (gripe) suna, uma gripe causada por um novo tipo de vrus identificado laboratorialmente no estado daCalifrnia, Estados Unidos da Amrica, em 2009. Os testes de laboratrio indicam que essevrus o resultado da combinao de vrus da influenza de origem humana, suna e aviria.

    Influenza a (h1n1) ex-gripe suna; perguntas e respostas. Disponvel emAcesso em10 set. 2010 (Adaptao).

    e) No sculo XVII, o crebro era visto como uma mquina, que abrigaria em seu pequenocentro geomtrico (a glndula pineal) a sede da alma, o fantasma da mquina. Tal qual umrelgio que sincronizava nossas engrenagens como funes superiores independentes, o

    crebro cartesiano refletia e traduzia o mundo mecanicista e determinista do homemocidental. No sculo XIX, o crebro era o centro de comando de uma linha de montagemindustrial, cujas regies, umas executivas e outras subalternas, se interligavam por conexesfixas. Com o advento dos computadores, o crebro passou a ser descrito como um grande epotente gerenciador ciberntico. Atualmente, depois do intenso desenvolvimento daneurocincia e da cincia cognitiva, o crebro considerado um ecossistema.

    VIVER MENTE & CREBRO. So Paulo, Ediouro-Duetto, n. 8, p. 41-42. Edio especial. (Adaptao)

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    Respostas e comentrios

    a) A estratgia principal a de relacionamento de causa-e-efeito. Para apontar os fatores ou causas doenfraquecimento das unhas, foi utilizada a enumerao. Encaixados na enumerao foram usados osseguintes processos: parfrase para explicar o termo hipotireoidismo; enumerao para especificar aexpressodoenas da pele;causa-e-efeito para marcar as dietas radicais como causa mais comum dadesnutrio; exemplificao para explicar a expresso produtos qumicos. b) A estratgia bsica deorganizao do fragmento o contraste: logo na primeira frase do texto, a expresso um exame de sangue

    caracterizada pelo o adjetivo diferente e pela expresso mais agilidade e eficcia. O vocbulo mais indicaque se vai comparar o novo exame de sangue com o exame de sangue convencional, com o objetivo deprovar vantagens do primeiro. O operador argumentativo j marca o contraste entre as caractersticas donovo exame enumeradas nas duas ltimas frases do texto e as caractersticas do exame convencional,enumeradas na frase que antecede oj. c) A estratgia bsica de organizao do pargrafo a definio(ou conceituao), dentro da qual se encaixa a parfrase. A passagem o provrbio uma fraseconcisainclui o elemento a ser definido, provrbio, em uma classe ou categoria, a das frases concisas; paradiferenci-lo de outras frases concisas so feitas sucessivas especificaes relativas ao tema, intencionalidade, origem e ao efeito de sentido dos provrbios. d) A estratgia principal a definio,dentro da qual se encaixam as estratgias de enumerao e de causa-e-efeito . e) As estratgias bsicasso a comparao e a analogia, organizadas a partir da ordenao temporal. As expresses vistocomo,tal qual, considerado como so marcas sintticas de comparao. Em algumas passagens, h umaidentificao completa entre os elementos comparados, e a imagem analgica toma o lugar do elementoque est sendo definido (cf. : ...o crebro era o centro de comando de uma linha de montagem... )

    At ividade 4

    Considerando o que voc aprendeu sobre as estratgias de exposio, elabore, junto comum colega, um pargrafo expositivo, usando as estratgias indicadas nas alternativas. Senecessrio, consulte um dicionrio, uma enciclopdia ou a Internet.

    a) Definio dos termos epidemia, endemia e pandemia;

    b) explicao do significado etimolgico de cada uma dessas palavras;

    c) exemplos desses fenmenos.

    Respostas e comentriosRedao pessoal de um texto expositivo.

    At ividade 5

    O infogrfico reproduzido a seguir apresenta as informaes necessrias para acomposio de um texto expositivo. Observe que essas informaes j esto atdistribudas de acordo com perguntas bsicas a que um texto expositivo deve responder.

    Produza um texto expositivo, a partir das informaes, fazendo as adaptaesnecessrias. Voc ter que compor enunciados suficientes para tornar as explicaesclaras e encade-las de modo a formar um texto coeso e coerente.

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    Respostas e comentrios

    Produo de texto expositivo.

    O efeito de objetividade

    Voc deve ter observado que, nos textos expositivos apresentados at aqui, o locutor nose representa como um eu ou um ns (primeira pessoa do discurso) nem representa seuinterlocutor como tu ou voc (segunda pessoa do discurso). No interage com o leitor pormeio de perguntas, ordens ou conselhos. Por vezes, o que dito parece existir por simesmo, como se as prprias coisas falassem para revelar a realidade. Essesprocedimentos, muito comuns na exposio cannica ou modelar, buscam produzir oefeito de objetividade. Alm de no se representar no texto nem a seu interlocutor, olocutor-expositor usa predominantemente

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    enunciados declarativos estruturados por verbos na terceira pessoa (as perguntas,quando aparecem, so muitas vezes retricas ou organizadoras das explicaes);

    omite o agente das aes, usando os fenmenos a serem explicados como o sujeitodos enunciados;

    omite avaliaes pessoais sobre o que est sendo dito (as avaliaes, quandoaparecem so atribudas a outros locutores ou enunciadores);

    usa predominantemente o presente do indicativo de valor permansivo (os processosso apresentados como permanentes, atemporais) ou habitual (fatos que se repetemcom certa regularidade);

    busca a preciso e a sinalizao clara das relaes lgicas entre as idias e seuencadeamento, de forma que o conjunto de informaes seja consistente (no hinformaes contraditrias) relevante e suficiente para o que se quer demonstrar.

    Todas essas estratgias visam a apagar do discurso as marcas de subjetividade: osenunciados do discurso expositivo devem soar como verdades, que podem serdemonstradas por evidncias empricas e pela lgica do pensamento formal. essa aimpresso que temos quando lemos um enunciado do tipoA Terra gira em torno do Sol.

    Um enunciador, que no se representa na frase, declara uma verdade da Cincia, queparece incontestvel.

    Quando o locutor polemiza e assume uma posio contrria ou favorvel em relao aalgum fato ou teoria, estamos saindo do discurso expositivo e caminhando em direo aodiscurso argumentativo, cujo objetivo defender um ponto de vista em relao a um temasobre o qual no h consenso.

    Outro aspecto importante: o expositor busca ser claro e preciso, utilizando-se para isso dediferentes estratgias. Por exemplo: delimita o campo de validade das proposies,esclarece o sentido de termos que admitam mais de uma interpretao, aponta a origemterica de seu modelo explicativo, assinala com aspas os termos que esto sendo usadossem o rigor exigido pela rea de conhecimento associada s explicaes.

    Esse modelo, digamos, ideal assume uma enorme variedade de formas nos textos reais.A necessidade de adaptar o tema ao interlocutor, situao comunicativa e ao gneroleva ao uso de variedades menos ou mais formais de lngua, busca de recursos defacilitao e de aproximao com o interlocutor. Um especialista, por exemplo, usarestratgias diferentes para expor um tema para seus pares e para os leitores de umarevista cientfica destinada aos jovens.

    At ividade 6

    Leia os textos apresentados em cada alternativa e responda s questes propostas.

    Texto 1

    As pessoas se alimentam, se vestem, moram, se comunicam, se divertem, por meio debens e servios mundiais, utilizando mercadorias produzidas pelo capitalismo mundial,globalizado.

    Suponhamos que voc v com seus amigos comer Big Mac e tomar Coca-Cola no McDonalds. Em seguida assiste a um filme de Steven Spielberg e volta para casa num nibus damarca Mercedes.

    Ao chegar em casa, liga seu aparelho de TV Philips para ver o videoclipe de MichaelJackson e, em seguida, deve ouvir um CD do grupo Simply Red, gravado pela BMG AriolaDiscos em seu equipamento AIWA.

    Veja quantas empresas transnacionais estiveram presentes nesse seu curto programa dealgumas horas.

    PRAXEDES et al. O Mercosul. So Paulo: tica, 1997 (Adaptao)

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    1. O objetivo bsico do locutor do texto

    a) evidenciar a presena do capitalismo globalizado no cotidiano.

    b) enumerar as atividades tpicas de quem vive na modernidade urbana globalizada.

    c) comprovar a variedade de produtos e marcas que circulam no mercado global.

    d) criticar o domnio da mercadoria na vida do homem contemporneo.

    2. Que estratgias so usadas pelo locutor para

    a) facilitar a compreenso do tema pelo leitor?

    b) aproximar-se do leitor?

    3. Em relao ao tipo de discurso e ao gnero, CORRETO afirmar que o texto

    a) uma exposio didtica.

    b) um relato cientfico.

    c) uma dissertao argumentativa.

    d) uma descrio subjetiva.Texto 2

    O modelo de desenvolvimento adotado a partir da globalizao final dos anos 80 ,alm de acelerar em ritmo vertiginoso a destruio do planeta, tambm est multiplicando apobreza e aumentando as desigualdades mundo afora. Os expulsos da terra pela exploraomecanizada e pela grande concentrao de terras em mos do agronegcio vo para aperiferia das cidades engrossar os enormes contingentes humanos que constituem a populaodos sem-teto, dos sem trabalho, dos camels, aumentando a porcentagem dos quesobrevivem na economia informal. So esses os principais insatisfeitos com a globalizao.Esse movimento dos sem um resultado da globalizao. Essas pessoas comeam a seapropriar do que lhes foi expropriado. Algum tem que falar disso.

    SANTOS, Milton. Entrevista concedida a Silvio Tendler, diretor do filme Encontro com Milton Santos ou O Mundo Global

    Visto do Lado de C. Disponvel em Acesso em 20 dez.2010. (Adaptao)

    4. O objetivobsico do locutor do texto

    a) criticar o agronegcio e o uso de mquinas na agricultura em substituio ao usodo trabalho humano.

    b) identificar os grupos sociais que esto insatisfeitos com o modelo dedesenvolvimento baseado na globalizao.

    c) criticar os efeitos negativos da globalizao sobre o meio ambiente e sobre oequilbrio do planeta.

    d) defender o ponto de vista de que a globalizao tem aumentado a pobreza eprovocado a reao dos excludos.

    5. Que estratgia bsica usada pelo locutor para desenvolver e encadear as idias deseu discurso?

    a) Enumerao de exemplos.

    b) Ordenao temporal dos fatos.

    c) Comparao entre passado e presente.

    d) Estabelecimento de relaes de causa-e-efeito entre fatos.

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    6. Qual das alternativas J USTIFICA a classificao do texto como discursoargumentativo?

    a) O fato de expressar uma tese do entrevistado sobre os efeitos da globalizao, e afrase final, indicativa de seu posicionamento pessoal.

    b) A no-representao do locutor pelo paradigma do eu e o uso de frasesdeclarativas, que expressam constataes de fatos.

    c) A apresentao de evidncias empricas de que a globalizao est aumentando apobreza e as desigualdades.

    d) O uso de palavras e expresses que indicam a avaliao subjetiva do locutor frenteao tema.

    Respostas e comentrios

    1. a

    2. a) Em lugar de apresentar uma definio abstrata de capitalismo globalizado ou de globalizaoeconmica, o locutor enumera produtos e marcas de empresas multinacionais que participam docotidiano dos jovens das sociedades urbanas de qualquer pas do mundo. b) Alm dos exemplos desituaes familiares ao leitor, o locutor interage diretamente com ele, usando o tratamento voc everbos no imperativo: em lugar da exposio impessoal, cria uma exposio interativa.

    3. a

    4. d

    5. d

    6. a

    At ividade 7

    1. O vcio da paixo. Imagine que esse seja o ttulo de uma reportagem publicada emuma revista de atualidades de circulao nacional, destinada ao pblico adulto deambos os sexos. Que idias voc esperaria encontrar no texto e que tratamento seriadado a elas? J ustifique suas hipteses.

    2. Voc faria outras previses se esse mesmo ttulo aparecesse na capa de uma revistapublicada por um grupo religioso? J ustifique sua resposta.

    3. Diferentes pistas lingsticas nos mostram em que ordem possvel encadear asfrases de um texto: repeties, retomadas de palavras por meio de sinnimos ou depronomes, elipses, valor semntico de palavras, operadores discursivos eargumentativos, etc. As frases a seguir, em outra ordem que no a apresentada,constituem o primeiro pargrafo de uma matria efetivamente publicada por umarevista de circulao nacional com o ttulo O vcio da paixo.

    a) Numere-as na ordem em que voc acha que elas devem ter aparecido no texto.b) Identifique as pistas lingsticas que orientaram a ordenao feita e explique de

    que modo voc as interpretou.

    O vcio da paixo

    No brincadeira: atrao mesmo uma questo de qumica

    ( ) Mais: para alguns visionrios, chegar o dia em que a incapacidade de sentir paixo(ou a propenso excessiva a se apaixonar) poder ser tratada por remdios, como uma dor

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    de cabea ou uma bursite. ( ) A paixo, sugerem esses pesquisadores, um tipo dedependncia qumica mais potente que o vcio da herona e capaz de causar tanto ou maisestrago do que este na paz de nossa vidinha diria. ( ) O sentimento mais sublime, e omais exaltado pela arte e pela poesia desde que a arte e a poesia existem, tornou-se agoraa fixao de categorias profissionais bem diversas: os antroplogos, os bioqumicos e osneurocientistas que se vm dedicando a descobrir como, e por qu, o mundo s parecefazer sentido para ns se aquela determinada pessoa estiver olhando nos nossos olhos. ( )As concluses so no mnimo intrigantes.

    4. Ao ler, fazemos previses ou predies sobre o que vir a seguir em um texto, combase em nossos conhecimentos de mundo e nos usos sociais da linguagem. medidaque avanamos na leitura do texto, vamos confirmando ou corrigindo as previsesinicialmente feitas.

    Com base no ttulo, subttulo e primeiro pargrafo, que predies voc faz sobre odesenvolvimento do texto O vcio da paixo? J ustifique sua resposta.

    Instruo

    O texto O vcio da paixo, publicado como boxe de uma reportagem sobre a escritoraLya Luft, pode ser considerado um relato expositivo, tipo de discurso muito comum nas

    matrias jornalsticas do gnero reportagem. Em reportagens, a exposio est a servioda divulgao de informaes atualizadas sobre temas de interesse social; em textosdidticos, busca explicitar conceitos, princpios e fenmenos da disciplina em foco.Mesmo em artigos de opinio, em que o locutor defende pontos de vista polmicos, aexposio servir de base para sua argumentao. Isso significa que os enunciadosexpositivos podem participar de diferentes atos de linguagem e aparecer em diversosgneros de textos orais e escritos.

    Leia agora todo o texto O vcio da paixo e responda s questes de 5 a 11.

    O vcio da paixo

    No brincadeira: atrao mesmo uma questo de qumicaO sentimento mais sublime, e o mais exaltado pela arte e pela poesia desde que a arte e a

    poesia existem, tornou-se agora a fixao de categorias profissionais bem diversas: osantroplogos, os bioqumicos e os neurocientistas que se vm dedicando a descobrir como, epor qu, o mundo s parece fazer sentido para ns se aquela determinada pessoa estiverolhando nos nossos olhos. As concluses so no mnimo intrigantes. A paixo, sugerem essespesquisadores, um tipo de dependncia qumica mais potente que o vcio da herona e capazde causar tanto ou mais estrago do que este na paz de nossa vidinha diria. Mais: para algunsvisionrios, chegar o dia em que a incapacidade de sentir paixo (ou a propenso excessiva ase apaixonar) poder ser tratada por remdios, como uma dor de cabea ou uma bursite.

    H quatro anos, dois cientistas do University College de Londres fizeram um experimentocurioso. Selecionaram estudantes que declaravam estar loucamente apaixonados e mapearam

    sua atividade cerebral. Surpresa: o amor romntico ativa uma rea do crebro muito menor doque a envolvida, por exemplo, na amizade. Trata-se tambm de uma regio diferente daquelaque se acende quando somos presas de outras emoes, como o medo ou a raiva. Osmecanismos neurais postos em marcha pela paixo so os mesmos que respondem pelassensaes de euforia que nos invadem ao consumir drogas. "Somos literalmente viciados emamor", disse Larry Young, pesquisador americano da Universidade Emory, num artigo sobre otema na revista inglesa The Economist. Essa parte do crebro chamada de reptiliana porter comeado a se desenvolver h cerca de 65 milhes de anos, muito antes que os mamferosse propagassem sobre o planeta. Essa regio neuronal est associada a nosso sistema de"recompensa". Young explica que, sem ele, os seres vivos poderiam se esquecer de comer,beber e fazer sexo, o que obviamente traria pssimos resultados para a sobrevivncia das

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    espcies. A razo pela qual sempre nos lembramos de fazer essas coisas que elas nosproporcionam prazer e queremos voltar a esse prazer em todas as oportunidades possveis.

    Os mecanismos bioqumicos envolvidos nessas operaes so, claro, incrivelmentecomplexos e esto longe de ser desvendados em sua totalidade. Tambm variam no s deespcie para espcie, mas de indivduo para indivduo. Isso sem falar nos fatores culturaisimponderveis que agem sobre o ser humano. Mas, de forma geral, o sexo libera noorganismo fartas quantidades de uma substncia neurotransmissora chamada dopamina ea sentimos prazer. No nosso caso, outras substncias tm tambm papel preponderante naqumica da paixo, como a oxitocina e a vasopressina. Entre outras coisas, a oxitocina nosajuda a identificar caractersticas individuais de um parceiro de forma que tambm elas setornem fontes de prazer. Mulheres que acabam de dar luz tm seu organismo inundado pelaoxitocina. Ela ajuda a promover a formao dos laos de ternura entre me e filho. De certaforma, pode-se dizer que a oxitocina ainda o hormnio do instinto maternal. Talvez atue como mesmo poder agregador na unio que se forma entre os parceiros sexuais. Esse coquetelqumico, acredita-se, o que nos faz sentir tomados por uma energia extraordinria, umamotivao quase obsessiva em obter a recompensa desejada, e sentimentos de elao outragdia conforme nos julguemos mais prximos ou mais distantes dessa recompensa.Flechados por esse Cupido neuroqumico, enfim, comportamo-nos todos mais ou menos comoa Scarlett O'Hara de ...E o Vento Levou: somos incapazes de tirar Rhett Butler da cabea, noaceitamos "no" como resposta e movemos montanhas, se necessrio, para estar nos braosdele mais uma vez.

    A pesquisadora Helen Fisher, da universidade americana Rutgers, acaba de lanar um livro Why We Love: the Nature and Chemistry of Romantic Love, ou Por que Amamos: a Naturezae a Qumica do AmorRomntico que ilumina consideravelmente esse cenrio. Helen acreditaque o amor ocorre em trs diferentes essncias: desejo, amor romntico e ligao duradoura.Elas se manifestariam conforme o efeito pretendido por nossa natureza respectivamente, osexo, a formao de pares ou a criao da prole. Apesar de compartilharem algunsmecanismos, essas essncias so produzidas por sistemas independentes entre si. a quemora o problema: mesmo sendo independentes, elas freqentemente trabalham nas maisvariadas combinaes. Pode-se sentir, simultaneamente, uma ligao profunda com umparceiro estvel, paixo por uma segunda pessoa e desejo sexual por uma terceira ouquarta, ou quantas forem. Em sociedade, esses impulsos costumam ganhar o nome de traioe promiscuidade, fonte de infindveis dores de cabea e, em caso de descuido, de filhosinesperados. [...]

    VEJ A. So Paulo: Abril, ed. 1843, ano 37, n.9, p. 75, 3 mar. 200O.

    5. Quais das previses que voc registrou anteriormente foram confirmadas pelo texto?Se alguma ou algumas delas no foram, voc acha que poderiam ter sido? J ustifiquesua resposta.

    6. No texto O vcio da paixo, a constatao corresponde ao ttulo, subttulo e primeiropargrafo. Observe que, ao mesmo tempo em que contrasta diferentes pontos de vistasobre o que seja a paixo, o locutor anuncia sobre qual dos pontos de vista vaidiscorrer no restante do texto.

    Transcreva dessa parte do texto, expresses representativas dos pontos de vista dosseguintes enunciadores:

    a) Arte e literatura

    b) Senso comum

    c) Bioqumica e neurocincias

    7. O problema proposto ao leitor e classificado pelo locutor como no mnimo intrigantecorresponde constatao de que a paixo um fenmeno bioqumico eneurofisiolgico. Quase at o final do texto, o locutor vai se ocupar em comprovar essaconstatao, apresentando os resultados de trs pesquisas cientficas.

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    Qual ou quais das interpretaes apresentadas nas alternativas correspondem aleituras aceitveis do texto?

    I. A palavra paixo foi usada no texto com o sentido de amor exaltado, de atraocompulsiva por uma pessoa que se torna intenso objeto de desejo.

    II. O que chamamos amor inclui diferentes impulsos, que podem se manifestarsimultaneamente e em relao a um mesmo objeto de desejo ou,

    independentemente, em relao a objetos de desejo distintos.III. O desencontro entre atrao sexual, amor romntico e afinidade afetiva tem bases

    neurofisiolgicas e pode levar a conflitos com as regras de comportamento moralestabelecidas pela sociedade.

    IV. As normas sociais e culturais provocam problemas neurofisiolgicos ao reprimir aatividade cerebral responsvel pelo prazer e pela busca repetida daquilo queprovoca prazer.

    a) Apenas I, II e III.

    b) Apenas II, III e IV

    c) Apenas I e III.

    d) I, II, III e IV.

    8. Todas as estratgias indicadas nas alternativas foram corretamente exemplificadaspor passagens do texto, EXCETO

    a) Explicao por meio de comparaes e contrastes:

    Surpresa: o amor romntico ativa uma rea do crebro muito menor do que aenvolvida, por exemplo, na amizade. Trata-se tambm de uma regio diferente daquelaque se acende quando somos presas de outras emoes, como o medo ou a raiva. Osmecanismos neurais postos em marcha pela paixo so os mesmos que respondempelas sensaes de euforia que nos invadem ao consumir drogas.

    b) Reproduo em discurso indireto de palavras de especialistas no assunto.

    "Somos literalmente viciados em amor", disse Larry Young, pesquisador americano daUniversidade Emory, num artigo sobre o tema na revista inglesa The Economist.

    c) Esclarecimento por meio de explicaes e parfrases amplificadoras do sentido.

    Essa parte do crebro chamada de reptiliana por ter comeado a se desenvolver hcerca de 65 milhes de anos, muito antes que os mamferos se propagassem sobre oplaneta. Essa regio neuronal est associada a nosso sistema de "recompensa". Youngexplica que, sem ele, os seres vivos poderiam se esquecer de comer, beber e fazersexo, o que obviamente traria pssimos resultados para a sobrevivncia das espcies. Arazo pela qual sempre nos lembramos de fazer essas coisas que elas nosproporcionam prazer e queremos voltar a esse prazer em todas as oportunidadespossveis.

    d) Explicitao por meio de classificao e enumerao.

    Helen acredita que o amor ocorre em trs diferentes essncias: desejo, amor romnticoe ligao duradoura. Elas se manifestariam conforme o efeito pretendido por nossanatureza respectivamente, o sexo, a formao de pares ou a criao da prole.

    9. Em qual das passagens das alternativas o locutor avalia o que est sendo dito?

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    a) Somos literalmente viciados em amor, disse Larry Young, pesquisador americano daUniversidade Emory, num artigo sobre o tema na revista The Economist.

    b) Esse coquetel qumico, acredita-se, o que nos faz sentir tomados por uma energiaextraordinria, uma motivao quase obsessiva em obter a recompensa deseja[...]

    c) Talvez atue com o mesmo poder agregador na unio que se forma entre os parceirossexuais.

    d) d) Os mecanismos bioqumicos envolvidos nessas operaes so, claro, incrivelmentecomplexos e esto longe de ser desvendados em sua totalidade

    10. Em todas as alternativas, as expresses em destaque tm a funo de delimitar ovalor de verdade do que est sendo declarado pelo locutor ou por terceiros, EXCETO

    a) A paixo, sugerem esses pesquisadores, um tipo de dependncia qumica maispotente que o vcio da herona e capaz de causar tanto ou mais estrago do que este napaz de nossa vidinha diria.

    b) Mas, de forma geral, o sexo libera no organismo fartas quantidades de uma substncianeurotransmissora chamada dopamina e a sentimos prazer.

    c) De certa forma, pode-se dizer que a oxitocina ainda o hormnio do instinto maternal.

    Talvez atue com o mesmo poder agregador na unio que se forma entre os parceirossexuais.

    d) Pode-se sentir, simultaneamente, uma ligao profunda com um parceiro estvel,paixo por uma segunda pessoa e desejo sexual por uma terceira ou quarta, ouquantas forem.

    Respostas e comentrios

    1. A questo aberta e tem como objetivo levar voc a usar seus conhecimentos prvios sobre suportes,gneros textuais e ttulos para formular hipteses sobre o texto. Espera-se que, tendo em menterevistas como Veja, Isto, poca, voc tenha levado em conta as caractersticas dos leitores previstos pessoas de ambos os sexos, de classe mdia e alta, com nvel de instruo secundria e superior.Lembre-se de que revistas desse tipo so relativamente caras e desenvolvem temas de interesse

    poltico, social e cultural, evitando avaliaes morais unilaterais. Com base no conhecimento do suporte(revistas de variedades de circulao nacional) e no domnio discursivo (jornalismo), espera-se quevoc tenha previsto que o tema seria tratado com seriedade e de forma ampla, com base em pontos devista de especialistas (mdicos, psiclogos, socilogos, etc), em depoimentos de pessoas que tenhamvivido situaes de dependncia incomum em relao a um parceiro ou parceira sexual (ou tenham sidoalvo dessa dependncia). A reportagem poderia falar, por exemplo, de homens e mulheres que, emnome da paixo, cometeram atos insanos, abordando o tema como um problema psicolgico oupsiquitrico. No se apegue, porm, apenas s sugestes dadas aqui. Suas respostas podem ter sidodiferentes: o importante que voc justifique de forma consistente suas hipteses. Saiba tambm quefazer previses sobre um texto, a partir de pistas como o ttulo, a fonte, o suporte, uma atitude quecontribui para a leitura eficiente, desde, claro, que voc tenha abertura e flexibilidade para irmodificando as previses inicialmente feitas, quando necessrio. Considere tambm que muitos ttulosorientam propositalmente o leitor em certa direo e, em seguida, desfazem essa expectativa,exatamente para surpreender e causar impacto.

    2. Espera-se que voc tenha respondido que o tema seria tratado luz de uma doutrina e conteriaaconselhamentos morais e religiosos.

    3. a) Compare a seguir a ordem em que as frases apareceram na questo e na matria original. Paraordenar as frases, voc teria de estar atento aos procedimentos de retomada progresso.

    O vcio da paixoNo brincadeira: atrao mesmo uma questo de qumica

    (4) Mais: para alguns visionrios, chegar o dia em que a incapacidade de sentir paixo(ou a propenso excessiva a se apaixonar) poder ser tratada por remdios, como uma dorde cabea ou uma bursite. (3) A paixo, sugerem esses pesquisadores, um tipo de

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    dependncia qumica mais potente que o vcio da herona e capaz de causar tanto ou maisestrago do que este na paz de nossa vidinha diria. (1) O sentimento mais sublime, e omais exaltado pela arte e pela poesia desde que a arte e a poesia existem, tornou-se agoraa fixao de categorias profissionais bem diversas: os antroplogos, os bioqumicos e osneurocientistas que se vm dedicando a descobrir como, e por qu, o mundo s parecefazer sentido para ns se aquela determinada pessoa estiver olhando nos nossos olhos. (2)As concluses so no mnimo intrigantes.

    b) A palavra mais est acrescentando uma informao a algo que foi dito antes; portanto no pode sera frase inicial do texto. Observe que a expresso esses pesquisadores anafrica, isto , retoma algumtermo da frase anterior. Observe que a terceira frase a que anuncia o tpico discursivo do texto e nosleva a reinterpretar o subttulo (a paixo uma questo de qumica), no no sentido que lhe d o sensocomum, mas como um conhecimento derivado da cincia. Observe que o artigo definido a, quedetermina o substantivo concluso, tem valor frico, ou seja, funciona como um demonstrativo queretoma algo que j foi dito ou aponta para algo que ser dito a seguir na frase. No texto, essa fraseparece ser a nica a admitir duas posies: como segunda frase, tal como aparece no original, ou comopenltima, equivalendo a essas concluses.

    4. As previses so pessoais, mas devem estar de acordo com as indicaes que aparecem no ttulo,subttulo e primeiro pargrafo do texto. Observe que o fato considerado surpreendente pelo locutor aexplicao dos bioqumicos e dos neurocientistas. Portanto, lcito esperar que o texto exponha osresultados e interpretaes dessas reas de conhecimento para a paixo.

    5.Esta resposta tambm varivel. Compare as previses que voc fez com o que o texto diz.

    6. a)Arte e li teratura: ...o sentimento mais sublime, e o mais exaltado pela arte e pela poesia desde que aarte e a poesia existem. b) Senso comum: o mundo s parece fazer sentido para ns se aqueladeterminada pessoa estiver olhando nos nossos olhos. c) Bioqumica e neurocincias: tipo dedependncia qumica mais potente que o vcio da herona e capaz de causar tanto ou mais estrago doque este na paz de nossa vidinha diria.

    7. a

    8. b

    9. d

    10. d

    MetacognioEm que medida o que voc estudou neste captulo contribuiu para ampliar suacompetncia de ler e produzir textos expositivos?

    Redija um pargrafo respondendo a esta pergunta.