modulo 11 - oratoria

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ORATÓRIA (SERMOLOGIA)-MÓDULO 11 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................. 02 Cap. 01 — A ARTE DE FALAR EM PÚBLICO ...................... 02 Cap. 02 — COMO PREPARAR SERMÕES BÍBLICOS................... 08 Cap. 03 — PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA MELHORAR SUA PREGAÇÃO .... 11 Cap. 04 — COMO PREGAR SERMÕES CAPAZES DE TRANSFORMAR ....... 13 Cap. 05 — COMO PREPARAR BONS SERMÕES........................ 17 Cap. 06 — A METODOLOGIA NA PREGAÇÃO......................... 19 Cap. 07 — COMO PREGAR A PALAVRA ............................ 24 Cap. 08 — O PREPARO DO PREGADOR ............................ 27 Cap. 09 — O EQUILÍBRIO NA PREGAÇÃO ......................... 30 Cap. 10 — FALANDO EM PÚBLICO SEM TRAUMAS ................... 34 CONCLUSÃO .................................................. 35

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Para o pregador da mensagem

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A ARTE DE FALAR EM PBLICO

ORATRIA (SERMOLOGIA)-MDULO 11SUMRIO

INTRODUO 02

Cap. 01 A ARTE DE FALAR EM PBLICO 02

Cap. 02 COMO PREPARAR SERMES BBLICOS 08Cap. 03 PRINCPIOS BSICOS PARA MELHORAR SUA PREGAO 11Cap. 04 COMO PREGAR SERMES CAPAZES DE TRANSFORMAR 13Cap. 05 COMO PREPARAR BONS SERMES 17Cap. 06 A METODOLOGIA NA PREGAO 19Cap. 07 COMO PREGAR A PALAVRA 24Cap. 08 O PREPARO DO PREGADOR 27Cap. 09 O EQUILBRIO NA PREGAO 30Cap. 10 FALANDO EM PBLICO SEM TRAUMAS 34CONCLUSO 35INTRODUO

Sermonologia ou homiltica arte de pregar sermes. O termo sermonologia um termo hbrido, resultado da juno do latino sermone, conversa ou sermo com o termo grego logia, estudo. Significa, literalmente, o estudo do sermo. J o termo homiltica derivado do grego homilos o que significa, multido assemblia do povo, derivando assim outro termo, homilia ou pequeno discurso do verbo omileu, conversar. Etikos, por sua vez, significa arte. Portanto, homiltica pode ser definida como a arte de pregar sermes".

A arte de falar em pblico nasceu na Grcia antiga com o nome de Retrica. O cristianismo passou a usar esta arte como meio da pregao, que no sculo 17 passou a ser chamada de homiltica.

Vejamos algumas definies que envolvem essa matria:

Captulo I

A ARTE DE FALAR EM PBLICO

Jones Ross

ORATRIA a expresso pblica das idias por meio de palavras com um fim de carter prtico.

I - DAS POSSIBILIDADES DE SER UM ORADOR:

Qualquer pessoa, fsica e mentalmente capacitada para falar, pode tornar-se orador eficiente sem que para isso, necessite de dotes de eloquncia. Basta aprender, pelo estudo e pela prtica, a desenvolver suas qualidades naturais e os recursos de saber e experincia. Oratria Eficiente de Hoje, pg. 24.

O orador eficiente no o que exibe qualidades de boa voz, facilidade de expresso e simpatia pessoal, apenas. O orador eficiente o que tendo em vista determinado objetivo, seja informar, persuadir ou deleitar, plenamente o consegue pela influncia que exerce no auditrio.

II - DO APERFEIOAMENTO PESSOAL:

O homem um ser que se aperfeioa. Pela instruo conhece a vida; pela educao adapta-se vida; pela cultura, eleva-se na vida... E a leitura, principalmente a leitura que oferece ao homem a preciosa oportunidade de se aprimorar: fsica, intelectual e moralmente. Oratria Sacra, pg. 24.

QUALIDADES DE UM BOM PREGADOR

1. CARTER

2. SATISFAO

3. CORAGEM

4. SADE

5. CONHECIMENTO DE:

a) Jesus

b) Bblia

c) Natureza Humana

O QUE O PREGADOR NO DEVE FAZER

1. No deve colocar as mos ou a mo nos bolsos das calas ou palet.

2. No deve ficar o tempo todo com o dedo indicador em forma acusadora.

3. No deve dar socos na mesa.

4. No deve ficar abotoando e desabotoando o palet.

5. No deve ficar arrumando a gravata.

6. No deve alisar os cabelos a todo instante.

7. No deve brincar nervosamente com a gola do palet.

8. No deve ficar pondo e tirando o relgio.

9. No jogar a Bblia sobre o plpito depois de lida.

A ESTRUTURA E DIVISO DO SERMO

As trs divises de um sermo so:

1. Introduo ou Exrdio

2. Corpo ou Exposio

3. Concluso ou Eplogo

I - A INTRODUO

Ccero definiu a introduo como sendo a orao que prepara o nimo do ouvinte para bem receber o restante do discurso. o carto de visitas do orador. Apresenta-o ao pblico, dizendo da sua competncia e pretenses. Oratria sacra, pg. 115.Na introduo o pregador prepara e desperta a mente dos ouvintes para o assunto a ser abordado e introduz o assunto.

Tipos de Introduo:

a) Direta

b) Indireta

c) Improviso

Evitar na Introduo:

a) Desculpas

b) Sensacionalismo

c) Excesso de Humor

d) Excesso de Humildade

e) Expresses Rotineiras

TIPOS DE SERMES

Os trs tipos so:

a) Sermo Temtico

b) Sermo Textual

c) Sermo Expositivo

a) Sermo Temtico:

1. aquele cuja diviso das idias extrada do tema. Ou aquele cuja forma ou estrutura resulta das palavras ou idias contidas no assunto.

2. o tipo de sermo mais usado por ser o de mais fcil diviso e mais fcil de ser preparado.

3. muito apropriado para a evangelizao, o ensino das doutrinas, o estudo bblico, discusso de temas ticos, etc.

4. A diviso est independente do texto.

a) Uma vez usado o texto, no tem que usar-se mais. A no ser que contenha a idia central.

5. o de mais lgica. O sermo temtico o que mais se presta observao da ordem e harmonia das partes.

6. o mais apropriado para os que esto iniciando no plpito.

7. Escolhe-se o tema e busca-se em qualquer pane da Bblia, textos que apoiem as idias selecionadas.

8. Exemplos de sermes temticos:

No podemos nos esconder de Deus:

a) J 34:21- Seus olhos esto sobre os caminhos dos homens.

b) l Samuel 16:7 - Deus olha o corao.

c) ll Crnicas 16;9 - Jeov contempla para fortalecer.

As quatro ressurreies por Jesus:

a) Ressurreio logo aps a morte - Marcos 5:21-23 e 35-43

b) Ressurreio aps 24 horas - Lucas 7:11-17

c) Ressurreio aps 4 dias - Joo 11;17; 38-45

d) Ressurreio aps vrios sculos - Joo 5:28-29; Apoc. 20: 6

Jesus chorou:

a) Por causa do homem - Joo 11:32.36

b) Por causa de uma cidade - Lucas 19:28; 41-44

c) Por causa do mundo - Mateus 26:36-38; Lucas 22:44

b) Sermo Textual:

1. aquele cuja diviso(idias principais) tirada do texto bblico.

a) As idias secundrias podem ser buscadas em outros textos bblicos.

2. Este gnero de trabalho para o plpito faz fixar a ateno numa parte das Escrituras.

3. profundamente bblico e ajuda a levar o ouvinte mais perto do corao da Bblia.

4. Obriga o pregador a estudar constantemente a Bblia.

5. muito apropriado para as pregaes sistemticas e consecutivas de livros da Bblia e de textos isolados.

6. Geralmente usa-se um ou dois versos.

7. Exemplos de sermes textuais:

Seleo das idias apenas:

O que Deus espera do cristo: Miquias 6:8

a) Que pratique a justia.

b) Que ame a beneficncia.

c) Que ande humildemente com o Senhor.

Passos para Deus nos ouvir: II Crnicas 7:18

a) Converso.

b) Busc-lo.

c) Humildade.

d) Orao.

Segredo para vitria: Filipenses 3:13 e 14

a) Uma coisa fao.

b) Esqueo-me do que para trs fica.

c) Prossigo para o alvo.

d) Busco o prmio em Jesus.

Reverncia para com Deus: Apocalipse 14:7

a) Temei a Deus.

b) Dai-lhe glria.

c) Adorai-o.

c. Sermo Expositivo

1. aquele que surge de uma passagem bblica com mais de dois ou trs versculos.Teoricamente este tipo de sermo difere do sermo textual, principalmente pela extenso da passagem bblica em que se baseia; na prtica ambos se sobrepem (A Pregao de Sermes, pg. 70).

2. o que se ocupa principalmente da exegese ou exposio completa de um texto, frases ou palavra das Escrituras.

3.A palavra chave exposio, que d uma idia de explicar, por diante de.

4.O pensamento bblico ou do escritor bblico que determina a essncia da pregao expositiva.

5.A pregao expositiva seria a forma mais autntica da pregao e segue a prtica dos grandes pregadores do passado, como: Santo Agostinho, Lutero, Calvino,etc.

6.A mensagem expositiva faz mais das Escrituras, contribuindo para um maior conhecimento bblico, criando maior interesse na Bblia e no nos assuntos. Isto honra as Escrituras e alimente os ouvintes.

7.Nos quatro Evangelhos quase todos os pargrafos contm material para um sermo expositivo, que pode no ser difcil de preparar. Especialmente as parbolas se prestam a isso, pois todas elas evidenciam a imaginao inspirada operando como os fatos da vida. A Pregao de Sermes, pg. 74.8.Exemplos de sermes expositivos:

Apenas sugerimos as idias que devero ser desenvolvidas pelos alunos do curso.

A importncia do cristo para o mundo:

a) Vs sois o sal da terra - v.13

b) Vs sois a luz do mundo v. 14

c) Resplandea a vossa luz- Em boas obras - v. 16

Atos gigantes em direo a Cristo: Marcos 10:46-52

a) Assentado junto do caminho (ato de humildade) - v.46

b) Comeou a clamar (ato de coragem) - v. 47

c) Levantou-se (ato de f) - v.50

d) Seguiu a Jesus (ato de perseverana) - v.52

Subamos a Betel:

a) Tirai os deuses estranhos do meio de vs - v.2

b) Purificai-vos - v.2

c) Mudai os vossos vestidos - v.2

d) E levantemo-nos - v.3

Quando um jovem vai igreja: Isaias 6:1-8

a) Tem ampla viso de Deus - v. 1-14

b) Reconhece o seu pecado - v. 5

c) Sente necessidade de purificao - v.7

d) Alista-se para o servio - v.8

PREPARO E APRESENTAO DO SERMO

1. SERMO s sermo, quando sai do corao, vai para a mente do pregador e dela para a mente do ouvinte e depois para o seu corao.

a) Sermo o extravasar do corao.

2. No pregue sobre a volta de Cristo se voc no est de todo corao querendo que Ele volte,

3. Por isso, desde o preparo do sermo at a sua apresentao, temos de ter absoluta conscincia da presena do Esprito Santo e de uma comunho com Cristo.

I. A escolha do assunto:

1.Quatro fatores devem ser levados em considerao para a escolha do assunto:

a) O interesse de pregador pelo assunto;

b) A competncia do pregador para desenvolv-lo;

c) O interesse do auditrio pelo assunto;

d) A oportunidade do fato (condio da poca).

2.Verificar a freqncia com que o assunto tem sido pregado naquela congregao; ou que ngulos do assunto tm sido abordados.

3.Buscar a aprovao de Deus para o assunto atravs da orao.

4.Defina o tema ou assunto.

O PREPARO DO SERMO

1.Ore e medite para que haja desenvoltura na pregao do sermo.

2.A primeira preocupao na estrutura do sermo em preparar o corpo, depois a concluso e por ltimo a introduo.

3.Defina a idia central do sermo.

4.Depois de definida a idia central, responda para voc mesmo as seguintes perguntas:

a) O que o autor quer dizer com este texto?

b) Que aplicao o autor queria dar ao povo dos seus dias?

c) Que aplicao tem o texto para a minha vida?

d) Que aplicao tem o texto para a congregao onde vou preg-lo?

5.Estabelecer as divises principais do sermo, que chamamos de o esqueleto do sermo.

6.Fazer um rascunho.

7.Descobrir um grupo de pensamentos que sejam teis no desenvolvimento do tema.

8.Acrescente as idias complementares que sero a carne no esqueleto, e que serviro de apoio as idias principais. Faa uso de uma chave bblica para facilitar a desenvoltura do corpo.

9.Veja algumas ilustraes que contribuam para a beleza do contedo.

a) Um sermo sem ilustraes como um edifcio sem janelas.

b) Deve-se evitar ilustraes longas, sarcsticas, histrias que ridicularizam ou piadas.

Os pregadores no se devem habituar a relatar anedotas importunas em conexo com seus sermes, pois isso redunda em detrimento da fora da verdade presente.A verdade deve ser revestida de linguagem casta e digna e as ilustraes empregadas precisam ser do mesmo carter. Obreiros Evanglicos, pg. 166...De seus lbios no sair palavra alguma leviana, frvola, pois no ele embaixador de Cristo, podador de uma mensagem divina para as almas que perecem? Toda pilhria e gracejo, toda leviandade e frivolidade dolorosa para o discpulo que carrega a cruz de Cristo. Atendei ordem: Sede santos como Eu tambm Sou santo. Evangelismo, pgs. 206, 207.

1. As ilustraes explicam e iluminam:

2. Despertam e aumentam o interesse.

3. Ajudam a relembrar a pane prtica do sermo.

4. Fortalecem a idia central do sermo.

5. Provm descanso mental.

6. Deleitam.

7. Comovem os sentimentos.

A APRESENTAO DO SERMO

O PREGADOR DIANTE DO AUDITRIO

a)Suba plataforma bem preparado, mas dependente do Esprito Santo.

b)Comece com calma.

c)Prossiga de modo modesto.

d)No trema.

e)Fale com clareza, sem declamar.

f)Empregue frases curtas e bem claras.

g)Evite monotonia.

h)Seja sempre senhor da situao.

i)No empregue sarcasmos, expresses maliciosas, nem provoque risos, pois o pregador representante de Deus e no de um circo.

j)No ataque hostilmente.

k)Ande na plataforma com a devida dignidade.

l)No ilustre com narraes longas.

m) No se elogie a si mesmo.

n)No se afaste do texto ou do tema.

o)No canse os ouvintes com discursos extensos.

p)Procure suscitar interesse.

q)Fale com autoridade, mas no em tom de mando.

r)Fixe o olhar nos ouvintes.

s)No crave os olhos nem no cho, nem no teto, nem tampouco em algum ouvinte particular.

t)Quando for citar um texto bblico, cite primeiro o livro, depois o captulo e por ltimo o verso.

u)Exalte a Cristo.

As pessoas no vm igreja para ouvir um sermo. Vm igreja esperando que o sermo chegue ao corao, satisfaa as suas necessidades e modifique a sua vida. As pessoas querem ser mudadas. Esto cansadas, to cansadas da vida de fracassos que vivem. No querem somente pregao, mas ajuda e se algum pode dar-lhes esta ajuda o povo vem. Para Voc Que Quer Ser Lder, pg. 206No se trata de algum que toma a hora ou ocupa o plpito. Isto no o que o povo quer. Necessitam de ajuda para viver vitoriosamente.

Necessitam de ajuda para a difcil viagem da vida. Necessitam de reprovao, encorajamento, advertncia e amor. Necessitam disto urgentemente, porque a hora avanada e suas necessidades so grandes..

O pregador que o povo mais ama aquele que lhes d ajuda para sua vida diria. Idem, pg. 207.

Capitulo IICOMO PREPARAR SERMES BBLICOS

Jones Ross

I. O QUE VOC PRECISA SABER

1. Sobre o Preparo do Sermo:

1.1. indispensvel possuir os seguintes materiais: uma Bblia, uma Concordncia (Chave Bblica) e um Dicionrio Bblico.

1.2.O estudo principal deve ser feito na Bblia, mas h um importante material de apoio nos livros do Esprito de Profecia e Comentrios Bblicos em geral.

1.3.O ideal montar seu prprio esboo evitando mensagens prontas; mais difcil, mas a mensagem de maior poder.

1.4.O sermo deve ser simples e claro para que todos compreendam a mensagem de Deus.

2. Sobre o Preparo Pessoal:

2.1.O fator mais importante no preparo do serto o preparo do pregador.

2.2.Conhecimento, tcnicas ou talentos naturais no podem substituir um corao fervoroso, humilde, consagrado e entregue direo de Cristo.

2.3.S quem est em comunho com Deus pode influenciar e inspirar os ouvintes e lev-los ao crescimento espiritual.

2.4.O Pregador deve ser uma pessoa de orao. O sermo deve ser resultado da influncia de Deus na mente do pregador em resposta s suas oraes.

2.5.Deve ser um habitual estudante da Bblia e no apenas us-la para preparar o sermo.

3. Sobre os Ouvintes:

3.1.A mensagem deve suprir a necessidade pessoal do ouvinte.

3.2.As pessoas esperam que a mensagem traga soluo para seus problemas.

3.3.Todos tem dificuldades, a mensagem deve trazer alento e sugerir solues. Eis alguns dos problemas que as pessoas enfrentam:a. Solido.

b. Sentimento de Culpa.

c. Dificuldades Financeiras.

d. Medo do Futuro.

e. Problemas Familiares .

II. A ESTRUTURA DO SERMO

1. Introduo

Seu objetivo despertar o interesse no assunto do sermo e esclarecer o propsito da mensagem.

2. Desenvolvimento do Assunto (Divises do Tema)

So as sees principais do sermo. a distribuio ordenada do assunto.

As divises:

2.1. Tomam as idias claras.

2.2. Promovem a unidade do assunto.

2.3. Enfatizam os ponto principais.

3. Aplicao

um dos elementos mais importantes do sermo, a apresentao prtica da mensagem e a explanao de como torn-la parte do modo de vida pessoal.

4. Concluso (Apelo)

o momento de falar ao corao, solicitando que o ouvinte aceite a mensagem e decida colocar sua vida em conformidade com a mesma.

4.1. Partes da Concluso:

a. Recapitulao - Ressalta as idias principais.

b. Ilustrao - Alcana o corao do ouvinte.

c. Apelo - Convite para mudar.

d. Motivao - ocomo obter a mudana que o apelo sugere.

5. O que ?

5.1.Ttulo do sermo - a expresso do assunto que ser pregado.

5.2.Propsito do Sermo - a frase que resume toda a idia que o sermo vai apresentar.

5.3.Ilustrao - um recurso que toma a mensagem mais clara e o ouvinte mais suscetvel ao sermo. Ela est para o sermo assim como a janela est para casa.

A janela permite a entrada de luz, a ilustrao possibilita o esclarecimento da mensagem.

Ilustrar significa lanar luz.

III. PRINCIPAIS TIPOS DE SERMO

1 . Temtico

aquele que apresenta um assunto, doutrina ou verdade Bblica independente dos textos usados.Seu contedo totalmente bblico um assunto Bblico apoiado por vrias passagens da Bblia.

Exemplo de Sermo Temtico:

Causas das Oraes no Respondidas

I. Pedir Mal - Tiago4:3.

II. Pecado no Corao - Salmo 66:18.

III. Duvidar da Palavra de Deus - Tiago 1:6, 7.

IV. Vs Repeties - Mateus 6:7.

V. Desobedincia - Provrbios 28:9.

2. Textual

aquele que apresenta um texto ou pequena poro da Bblia. Cada frase oferece um argumento que aponta para o assunto principal do texto.

Exemplo de Sermo Textual:

Dando Prioridade s Coisas ImportantesTexto: Esdras 7:10.

Assunto: O propsito do corao de um homem de Deus.

l. Disposio de Conhecer a Palavra de Deus.

Esdras tinha disposto o corao para buscar a lei do Senhor.

1. Numa corte pag.

2. De maneira completa,

II. Disposio de Obedecer a Palavra de Deus.

e para a cumprir.

1. Prestar obedincia imediata.

2. Prestar obedincia completa.

3. Prestar obedincia contnua.

III. Disposio para Ensinar a Palavra de Deus.

e para ensinar em Israel os Seus estatutos e os seus juzos.

1. Com Clareza.

2. Ao Povo de Deus.

Observao - As subdivises foram extradas do contexto do livro de Esdras e de passagens que ele conhecia como escriba: Esdras 7:6,11,12,14,21 e 25; Esdras cap. 9 e 10; Josu 1:8; Provrbios 8:34,35; Jeremias 29:13 e Neemias 8:5-12.

3. Expositivo

aquele que apresenta o assunto de uma poro maior da Bblia. A maior parte do contedo provm diretamente da passagem. O esboo consiste em uma srie de idias que giram em tomo do assunto principal.

Exemplo de Sermo Expositivo:

A Luta da F e a Condio para a Vitria

Texto: Efsios 6: 10-18.

Assunto: Aspectos relacionados com a batalha espiritual do cristo.

l. A Moral do Cristo. v 10 -14a.

1. Deve ser elevada. v 10.

2. Deve ser time. v 11-14a.

ll. A Armadura do Cristo. v 14-17

1. Armas de defesa. v 14-17a.

2. Armas de ataque. v 17b.

lll. A Vida de orao do Cristo. v 18.

1. Deve ser persistente. v 18.

2. Deve ser intercessora. v 18b.

IV. PREPARANDO O ESBOO

1. Escolher a Passagem Bblica.

Ao escolher a passagem tenha em mente as necessidades espirituais e temporais da congregao, dificuldades, tenses ou ocasies especiais.

O texto deve ser apropriado para a ocasio e precisa-se confiar na direo do Esprito Santo.

2. Estudar o Assunto.

Pesquisar a passagem para no aplica-la fora do contexto.

3. Descobrir o Ponto Principal da Mensagem.

Descobrir o princpio bblico da mensagem que se aplique a todas as pocas e a todas as pessoas.

Estabelecer o relacionamento da mensagem com a vida dos ouvintes.

4. Construir do Esboo.

Depois do estudo do assunto, estabelecer as divises do tema de forma progressiva, do mais simples para o mais amplo esclarecimento da verdade bblica.

5. Preencher o Esboo.

Acrescentar subdivises para que o assunto seja bem esclarecido. Onde for prprio ilustrar o assunto, usar a ilustrao de forma apropriada para ajudar no esclarecimento do tema.

6. Preparar a Concluso, Introduo e Ttulo.

Enquanto os pensamentos da mensagem esto claros na mente, preparar a concluso. A concluso no deve ser longa, pois a ateno da maioria dos ouvintes limitada.

A introduo e o ttulo so feitos por ltimo. Depois de tudo pronto a viso do assunto mais clara e mais fcil preparar estas partes que despertam o interesse no sermo.

V. CUIDADOS A TOMAR

1. No Usar Ttulos Imprprios.

O ttulo deve estar de acordo com a dignidade do plpito, no deve ser sensacionalista ou extravagante.

2. No Usar Textos fora do Contexto.

No fazer uma aplicao indevida do texto bblico, dizendo o que a Bblia no diz.

3. No Preparar Sermes Longos.

4. No Fugir do Assunto.

5. No Usar Passagens Bblicas em Excesso.

6. No Usar Temos Imprprios para o Plpito.

O plpito no um lugar para contar anedotas.

Captulo III

PRINCPIOS BSICOS PARA MELHORAR SUA PREGAO

Alejandro Bulln

Esta parte do mdulo ser apresentada em forma de avaliao. Coloque sua opinio e depois analisaremos a opo correta.

1. Para que seu sermo seja compreendido em pblico, em primeiro lugar:

[ ] A mensagem deve estar clara para voc.

[ ] O sermo deve estar bem esboado.

[ ] O sermo deve ter boas ilustraes.

2. O que o povo pensa quando voc est pregando?

[ ] O que mais gosto neste pregador?

[ ] O que h nesta mensagem para mim?

[ ] Preciso aprender alguma coisa deste sermo?

3. Qual deve ser seu primeiro objetivo ao pregar?

[ ] Convencer e persuadir as pessoas.

[ ] Provar que a mensagem est baseada na Bblia.

[ ] Ser Compreendido.

4. O que motiva as pessoas ao ouvirem o sermo?

[ ] Voc as convenceu com seus argumentos.

[ ] Elas serem beneficiadas.

[ ] O fato de ouvirem um pregador eloqente.

5. A Diferena entre o discurso e o sermo :

[ ]O Discurso a exposio de um tema, enquanto o sermo persuade e leva pessoas ao.

[ ]O discurso mais didtico, o sermo espiritual.

[ ]O sermo usa ilustraes, o discurso no.

6. Quando voc cresce como pregador?

[ ]Quando grava o sermo em vdeo para assisti-lo.

[ ]Quando observa a reao do povo ao pregar.

[ ]Quando grava o sermo para observar o tom de voz que usou para apresentar o tema.

7. Como pregar com esboo?

[ ]Usar s palavras chaves que destaquem os pontos principais.

[ ]Escrever todo o sermo e sublinhar as bases chaves.

[ ]Digitar o esboo no computador e ter uma cpia impressa para facilitar a leitura.

8. Como envolver o auditrio?

[ ]Fazer muitas perguntas.

[ ]Usar ilustraes visuais envolvendo o pblico. (Segurando faixas, cartazes, etc.)

[ ]Usar palavras que tornem a mensagem pessoal. (Tcnica voc e Eu)

9. As melhores ilustraes so adquiridas:

[ ] Nos livros.

[ ] Na observao da vida das pessoas e das circunstncias.

[ ] Nos jornais, revistas e noticirios.

10. A Msica importante para:

[ ] Que o pblico tenha a oportunidade de ouvir um canto sacro.

[ ] Reforar a mensagem do sermo.

[ ] Alcanar partes do corao onde a palavra falada no consegue atingir.

11. O apelo eficaz o que apela:

[ ] S para a razo.

[ ] S para a emoo.

[ ] Para ambas.

Dicas1. Movimento das mos

1.1 Abertas: Convite.

1.2 Fechadas: Poder.

1.3. Indicador em riste: Toque ao corao, enderear.

2. Naturalidade

O pblico o aceitar mais se for natural, desta forma voc passar credibilidade s pessoas.

3. Avaliao

Pea para sua esposa criticar sua pregao.

4. Estilo

Use seu prprio estilo, no tente imitar algum.

5. Preparo

Pregar sem esboo no significa pregar sem estudo e preparo.

6. Diversas informaes importantes

6.1.Leve a pessoa a comprometer-se com o tema.

6.2.Observe o brilho dos olhos.

6.3.Se uma criana de 6 a 9 anos entender o sermo, todos entendero.

6.4.Nenhum sermo deve ser terminado sem um apelo.

Captulo IV

COMO PREGAR SERMES CAPAZES DE TRANSFORMAR VIDAS

O sermo no deve ser pregado apenas para informar, mas tambm para mudar. Mudana o inicio do crescimento em todos os nveis.Tiago, inspirado pelo poder do Esprito Santo, escreveu: E lembrem-se: esta mensagem para obedecer, e no apenas para ouvir.Tiago 1:22.BV. O pregador tem de ter em mente que seu sermo deve levar os seus ouvintes a mudarem de atitudes, precisam obedecer no somente ouvir a Palavra do Senhor.

Salomo tambm tinha isto em mente quando escreveu: As palavras do homem sbio nos foram a tomar uma atitude. Elas explicam claramente verdades muito importantes. Os Alunos que aprendem bem o que os professores ensinam sero sbios. EM. 12:11 BV. Tomar atitude de mudar, de permitir ser transformado pelo poder da Palavra de Deus.

Duas perguntas quanto ao

contedo do sermo

1. A quem vamos estar pregando?

H muita sabedoria no que o Apstolo Paulo diz:Quando estou com aqueles cuja conscincia facilmente os inquieta,no ajo como se eu soubesse tudo e no digo que eles so tolos; o resultado que assim eles esto dispostos a me deixar ajud-los. Sim, qualquer que seja o tipo de pessoa, eu procuro achar um terreno comum com ela, para que me permita falar-lhe de Cristo e permita a Cristo salv-la. Fao isto para levar o Evangelho a eles e tambm pela bno que eu prprio recebo, quando os vejo ir a Cristo. I Cr. 9:22-23. BV.

Precisamos perguntar antes de preparar o sermo:Quais so as necessidades de meu auditrio? Quais suas preocupaes? Quais so suas feridas emocionais? Ento procurar apresentar a Cristo como soluo para suas necessidades. Paulo orienta: ... Digam s o que bom e til queles com quem vocs estiverem falando, e o que resulte em bnos para eles. Ef. 4:29. BV.

Na base de nosso crebro h uma glndula denominada de RAS (Sistema Ativante Reticular), que faz com que focalizemos uma coisa por vez. Ou seja, prestamos ateno em uma coisa por vez. Quando pregamos, bom entendermos que as pessoas que esto nos ouvindo, prestam ateno em um assunto por vez. Ento, se falamos aquilo que as interessam faz com que focalizem sua ateno para o assunto e o entenda; pois sabem que iremos falar aquilo que preencher suas necessidades.

Os cientistas dizem que a pessoa focaliza trs coisas:

1. Coisas que possuam valor - Aquilo que de valor para ela.

2. Coisas fora do comum - Aquilo que extraordinrio, espetacular.

3. Coisas que ameaam - Aquilo que ameaa sua vida.

O sermo tem de iniciar onde o povo est, para lev-lo onde deveriam estar. Deus sabe as necessidades do povo e Ele dar ao pregador a mensagem para suprir as necessidades do povo. A necessidade do povo freqentemente a chave, para o que Deus quer que falemos.

2. O que a Bblia diz sobre suas necessidades?

Jesus, estando em uma sinagoga em Nazar, deixou claro a misso do Messias ao ler estas palavras: O Esprito do Senhor est sobre Mim; Ele Me nomeou para pregar a Boa Nova aos pobres; mandou-me anunciar que os presos sero libertados e os cegos vero; que os oprimidos sero libertados de seus opressores, e que Deus est pronto a abenoar todos aqueles que vm a Ele. Luc. 4:18-19 BV. No seria tambm nossa misso? No somos embaixadores de Cristo para pregarmos Sua mensagem ao povo? Que tipo de necessidades Jesus quer atender atravs de nossa voz? Que necessidades nossos sermes tm suprido?

Paulo ao escrever ao ministro da Palavra, Timteo, diz: A Bblia inteira nos foi dada por inspirao de Deus,e til para ensinar o que verdadeiro,e nos fazer compreender o que est errado em nossas vidas; ela nos endireita e nos ajuda a fazer o que correto. II Tm. 3:16 BV.

Se aproveitssemos mais as riquezas contidas na Palavra de Deus para instruirmos e mostramos ao povo o caminho a seguir, teramos mais sucesso em ver pessoas rendidas aos ps de Jesus e serem transformadas pelo poder da Palavra. A Palavra de Deus est repleta de princpios gerais para a formao de hbitos corretos de vida, e os testemunhos, tanto gerais como individuais, visam chamar a sua ateno particularmente para esses princpios. Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, Vol. III, pg. 31.

O propsito da vida transformar o carter, no ensinar doutrinas. urgente a necessidade de pregarmos de forma que coloquemos diante do povo, o que a Palavra de Deus diz a respeito de seus problemas. Como ele pode encontrar em Deus e na Sua Palavra, conforto, esperana, luz e solues para suas apreenses e insegurana. Como pregadores, ensinamos as pessoas que elas precisam melhorar seu relacionamento com Deus. Que precisam confiar nEle. Mas o grande dilema : como? Esta a pergunta que vai na mente de nossos ouvintes. Como posso ser melhor? Como posso encontrar solues para meus problemas? Como ser fiel a Deus? Como conduzir minha famlia nos caminhos do Senhor? Sim, ser bom cristo, mas como? Precisamos responder estas perguntas com o Assim diz o Senhor.

CINCO PERGUNTAS ANTES DE APRESENTAR O SERMO

I - Qual a maneira mais prtica de apresenta-lo?

Se o alvo da pregao transformar vidas, a primeira preocupao do pregador deve ser com a aplicao.

a) Um sermo sem aplicao, um aborto. Paulo ao escrever Tito, diz: Mas quanto a voc, defenda a vida decente que acompanha (ensina viver) o verdadeiro cristianismo. Tito 2:1, BV.A Bblia um conjunto de aplicaes para a vida. O livro de Tiago 100% aplicao. Romanos 50% aplicao. Efsios tambm contm 50% de seu contedo de ensinamentos para a aplicao prtica. O que dizer do sermo da montanha? No ele 100% aplicao vida diria do cristo? E a sua concluso apela para que o homem sbio construa sua casa sobre a rocha e no sobre a areia.

a) Como tomar o sermo prtico?

1. Sempre tenha como alvo uma ao especfica. Nada se torna dinmico antes que se torne especfico. O que queremos que a congregao se torne?

2. Sempre dizer-lhes por qu? Explicar-lhes porque precisam fazer mudana. Quais os benefcios para eles, para suas famlias, para a igreja, para a sociedade, em fazer a mudana. As pessoas secularizadas querem saber como que a mensagem poder ajud-las a mudar a vida para melhor.

3. Mostre para eles, como? Sim, ser um bom cristo, mas como? Como eles devem fazer para colocar em prtica aqueles conceitos que esto ouvindo? No podemos dar s o diagnstico, mas temos que ministrar o medicamento.

II - Qual a maneira mais positiva de apresent-lo?

O sbio Salomo inspirado pelo Senhor, diz: O homem sbio se toma famoso pelo seu bom senso; um professor que fala com delicadeza e interesse ensina muito melhor que qualquer outro, Pv.16:21 BV.

Devemos pregar de modo agradvel e no com raiva. O sermo no pode dar a idia de negativismo. Devemos dar uma mensagem positiva, que possa ajudar o membro a adorar. No condenar mas mostrar o caminho da salvao.

Devemos fazer duas perguntas ao prepararmos um sermo:

1. esta mensagem Boas Novas?

2. O ttulo do meu sermo sugere Boas Novas?

Efsios 4:19, diz: ....transmita graa aos que ouvem. Ao pregarmos sobre o 7 mandamento, a nfase deve ser a fidelidade conjugal e no o adultrio.A bno da fidelidade para o lar, etc.

II - Qual a maneira mais encorajadora de apresent-lo?

Vejamos o que a Palavra do Senhor nos diz: Um corao ansioso deixa o homem frustrado e derrotado mas uma palavra amiga de nimo e simpatia renova as foras. Prov. 12:25 BV. Estas coisas que foram registradas nas Escrituras h tanto tempo servem para nos ensinar a pacincia e para nos animar, a fim de que aguardemos esperanosamente o tempo em que Deus vencer o pecado e a morte. Rom. 15:4 BV.

As pessoas que vo a igreja tm trs necessidades bsicas:

1. Renovar a f.

2. Renovar a esperana.

3. Restaurar o amor.

Se queremos transformar a vida de pessoas que esto com problemas, precisamos dizer como podem fazer isto. Mostrar o lado positivo. Dar nimo e esperana para seus problemas. As pessoas precisam saber que Jesus pode ajud-las; que no esto longe demais que Deus no as possa alcanar.

H mais pessoas do que pensamos ansiando por encontrar o carinho para Cristo. Os que pregam a derradeira mensagem de misericrdia, devem ter em mente que Cristo tem de ser exaltado como refgio do pecador. Ellen G. White, Obreiros Evanglicos, pg. 158.

As pessoas vivem na expectativa de auto realizao (efeito Rozental). Nossa funo como pregadores cumprir as orientaes contidas na Palavra do Senhor: Entretanto, aquele que profetiza, pregando as mensagens de Deus, est ajudando os outros a crescer no Senhor, animando-os e confortando-os. I Cr. 14:3 BV.

IV - Qual a maneira mais simples de apresent-lo?

O Apstolo Paulo sabia o que era pregar com simplicidade, ele escreveu:Queridos irmos, mesmo quando estive com vocs pela primeira vez, no usei palavras empoladas nem idias pomposas para lhes apresentar a mensagem de Deus. Decidi-me a falar s de Jesus Cristo e de Sua morte na cruz. Fui at a vocs em fraqueza - temeroso e trmulo,e a minha pregao foi muito simples, no com abundante oratria e sabedoria humana; entretanto, o poder do Esprito Santo estava em minhas palavras, provando a todos quantos as ouviram que a mensagem vinha de Deus. Fiz isso, porque desejava que vocs tivessem uma f firmemente baseada em Deus, e no em grandes idias de algum homem. l Cr. 2:1-5 BV. O mesmo Paulo ao escrever Tito, diz: Sua linguagem deve ser to sensata e equilibrada que algum que quiser questionar, sinta vergonha de si mesmo, porque no haver nada a censurar em tudo o que voc diz. Tito 2:8 BV.

Como tomar o sermo simples? Temos algumas formas de tomar nossos sermes simples, de tal forma que as pessoas possam entend-lo sem perder o contedo.

1. Condensar a mensagem em uma nica sentena.

2. Evite os termos teolgicos. Ex: soteriologia, hamartiologia, natureza teantrpica etc.

3. Conserve simples o esboo.

4. Faa de suas aplicaes os pontos fortes de seu sermo.

Aqui est a chave para pregar de forma que se transforme vidas. O que mais uma pessoa se lembra de um sermo, so suas principais divises. Torne-as passos para a ao.

Como se faz isto?

Inclua um verbo nas divises. Procure mostrar o que as pessoas devem fazer para melhorar ou mudar de vida.

Vejamos um exemplo em Tiago 3:13-18.

Idia Textual: Sabedoria.

Idia do Sermo: Relacionando-se sabiamente com os outros.

Interrogativa: Como relacionar-se sabiamente com os outros?Idia Central: O cristo pode relacionar-se sabiamente uns com os outros seguindo os passos da sabedoria.

I - Se eu sou sbio- no comprometo minha integridade. v 17.

II - Se eu sou sbio - sou pacificador, no vou provocar sua ira. v 17.

III - Se eu sou sbio - no serei indulgente, no vou minimizar seus sentimentos. v 17.

IV - Se eu sou sbio- eu no vou criticar suas sugestes. v 17.V - Se eu sou sbio - eu no darei nfase ao seus erros. v 17.

VI - Se eu sou sbio - eu no vou encobrir minhas fraquezas. v 17.VIl - Seu eu sou sbio - em Jesus encontro toda fonte de sabedoria. Col.2:3

Outro exemplo:

Texto: Mt 4 :1.1 1.

Idia Textual: Tentao.

Idia do Sermo: A tentao para pecar nossa sorte comum.

Sentena: A tentao, que se resiste vitoriosamente, pode ser um meio para bno espiritual.

Tese: Pode-se resistir vitoriosamente tentao.

Interrogativa : Como pode-se resistir a tentao?Transio: semelhana de Cristo, devemos preencher certas condies. (palavra chave: Condies)I - Temos que conhecer a Palavra de Deus. (Est Escrito)

II - Temos que crer na Palavra de Deus. ( Est Escrito)

III - Temos de obedecer a Palavra de Deus. ( Est Escrito)

Concluso: Se ns, como Cristo no deserto, conhecermos.., crermos... obedecermos..., tambm nos ergueremos em triunfo.

V - Qual a maneira mais pessoal de apresent-lo?

As idias precisam ser pessoais para que se tornem em ao. muito importante sabermos como transmiti uma mensagem na qual estamos comprometidos com nossos ouvintes.

Temos trs classes de pregadores:

1. Pregadores que manipulam por meio de monlogo.

2. Pregadores que transmitem informaes.

3. Pregadores que comunicam relacionamento.

Como pregadores precisamos ser Bblias vivas. Nossa voz deve ser a voz de Deus comunicando o relacionamento que Deus deseja ter com o pecador, Somos portadores de Boas Novas de salvao, e as pessoas esperam ver qual o caminho pelo qual se salvar. Ao transmitirmos a mensagem de Deus, no podemos deixar dvidas na mente de nossos ouvintes, pois aquela pode ser a ltima vez que algum poder estar ouvindo a advertncia divina. No basta gostar de pregar, precisamos amar os ouvintes.

Captulo V

COMO PREPARAR BONS SERMES

1. Junte dados. A fonte de pesquisa a Bblia. Mas necessrio uma Bblia com referncias e notas marginais. Ter uma boa concordncia, Dicionrio da Bblia, Atlas bblico e Comentrio. Anote tudo o que encontrar sobre o assunto que est sendo pesquisado.

2. Faa uma breve, mas inteligente anlise do texto. Isto dar segurana ao pregador ao transmitir sua mensagem.

3.Faa um esboo procurando responder as seguintes perguntas:

Que lies esto contidas no texto? Qual a palavra chave? Sobre o que o autor est falando? Qual era o contexto histrico? Em que este sermo ajudar meus membros?

4. Ore pedindo ao Esprito Santo iluminao para entender a passagem escolhida e que a mensagem possa ser transmitida de tal forma, que as necessidades dos ouvintes sejam atendidas.

Um sermo sem propsito e progresso reconhecvel pode levar confuso, e no convico e deciso. Charles W. Koller, Pregao Expositiva Sem Anotaes, pg.71.

Um sermo para que possa ser entendido deve ter bem definido os seguintes passos:

1. Ttulo ou Tema.a) Este Ttulo ou Tema deve ser breve. A brevidade tem a capacidade de prender a ateno.

b) Deve ser atraente. O ttulo de um livro quando sugestivo, atrai o leitor levando-o a compr-lo e se interessar de l-lo.

c) Deve estar em harmonia com todo o sermo.

d) Deve ser reverente e sacro.

e) Deve estar relacionado com as necessidades da congregao.

2. A introduo.a)Deve preparar a congregao para ouvir a Palavra do Senhor e deixar claro a importncia desta mensagem. Se quiser-mos ateno durante todo o sermo, precisamos criar interesse j na introduo.

b)Deve se deixar claro a idia central do sermo. Qual o objetivo do sermo?

3. O Pontos Principais ou Corpo do Sermo (em algarismos romanos).a)Deve ser em forma de uma sentena.

b)Deve ser tirado da idia central do sermo.

c)Deve ter uma seqncia lgica.

d)Deve ter um crescimento de idias para chegar a um final glorioso.

e)Deve ter como base e ser fortalecidos pela Palavra de Deus.

4. Subdvises. (em algarismos arbicos).

5. Ilustraes.As ilustraes so consideradas as janelas do sermo. Mas cuidado para que seus ouvintes no saiam por estas janelas e no voltem mais. Cuidados que devemos ter com as ilustraes:

a)As ilustraes devem estar de acordo com o assunto do sermo.

b)Devem ser verdicas.

c)Que sejam razoveis.

d)De bom gosto.

6. Concluso.A concluso deve responder a pergunta da congregao: Que faremos? Esta pergunta deve ser provocada pelo sermo. Os nossos ouvintes precisam saber como mudar de vida. E agora perguntam: Sim, mas como? Que faremos para colocar estes conceitos bblicos em prtica?

A concluso deve refletir a nossa proposta para o sermo. Devemos levar a mente de nossos ouvintes para o objetivo, o alvo proposto durante o sermo. A concluso precisa levar as pessoas a um compromisso de mudana de atitude, de comportamento, de vida.

ESBOOS PARA IDIAS DE SERMES

Estes esboos so apenas esqueletos que precisaro ser completados, enxertados com contedo e isto deixaremos que cada um faa conforme sua criatividade e entendimento do texto.

Esboo I

Texto: I Cr. 10:13Idia do Sermo: Deus Fiel Quando Voc TentadoPergunta: Como Deus fiel quando voc tentado?Divises:

I - Deus fiel tomando a tentao previsvel.

II - Deus fiel em manter a tentao dentro de limites.

III - Deus fiel em prover uma maneira para sairmos da tentao.

Esboo II

Texto: Lc 1 8:1.8Idia do Sermo: O Poder da OraoDivises:

I . A orao poderosa perseverante (v 3-5)II - A orao poderosa pblica (v 3-6)III A orao poderosa oportuna (v 3)IV - A orao poderosa comovente (v 3-7)V - A orao poderosa persistente (v 5.8)

Esboo III

Texto: I Jo 4:1 1Idia do Sermo: A Verdade Sobre o AmorDivises:

I - Fonte do Amor

II - Manifestao do Amor

III - Reproduo do Amor

VI - Aperfeioamento do Amor

Esboo IV

Texto: 1Co 13Idia do Sermo: A Excelncia do AmorDivises:

I - O Amor Toma os Dons da Vida teis

II - O Amor Toma as Relaes da Vida Bela

III - O Amor Toma as Contribuies da Vida Eterna

Esboo V

Texto: Col 1 :9-13Idia do Sermo: Crescimento na GraaDivises:

I - Conhecendo a Vontade de Deus

II - Na Obedincia aos Seus Mandamentos

lll - Alegria de Sua Presena

lV - Submisso a Sua Dispensao

V - Gratido por Suas Misericrdias

CONCLUSO

Como pregadores, somos os porta-vozes de Deus diante dos homens. E como tais, devemos ter a preocupao de representar a Voz Original, ou seja, a Voz de Deus. Devemos pregar apenas aquilo que o Senhor disse. Nossa pregao no pode possuir aquilo que o Senhor no disse.

Fomos chamados como pregadores, para ajudarmos as pessoas a mudarem de vida. Era isto que Jesus procurava fazer. Via em cada pessoa um potencial, algum que poderia ser uma bno. As palavras de Jesus davam alento s pessoas, mostrando-lhes que Deus as amava.

Ao nos preocuparmos em preparar e pregar sermes capazes de transformar vidas, passaremos a amar as pessoas e nos identificar com seus problemas. Este tipo de mensagem s pode sair de uma mente em comunho constante com Deus e Sua Palavra. Se quisermos ajudar as pessoas a mudarem de vida, primeiro teremos que ir Fonte das solues dos problemas da vida - Jesus Cristo. A Sua Palavra vida. Nela encontramos o lenitivo para as almas que clamam por um Deus real e que atende suas necessidades.

Que sejamos homens de orao em busca de poder, homens da Palavra, para podermos representar bem a Deus e seu carter diante de nossos ouvintes.

Captulo VI

A METODOLOGIA NA PREGAOBryan Aalborg

"Jesus, aproximando-Se, falhou-lhes, dizendo: Toda a autoridade Me foi dada no Cu e na Terra. Ide, portanto, fazei discpulos de todas as naes, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Esprito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias at consumao do sculo." (Mat. 28:18-20).

Embora a grande comisso evanglica enunciada por Cristo, no texto acima, no identifique como o evangelho deveria ser pregado, ela estabelece muito claramente o objetivo ltimo do ministrio cristo: fazer discpulos atravs da efetiva proclamao da mensagem de Cristo. Assim, toda pregao deve apontar para a conquista do objetivo de fazer discpulos cristos.

A pregao evangelstica a porta de entrada para essa qualidade de discipulado. A pregao pastoral busca amadurecer os ouvintes na "justia, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra" (II Tim. 3:16 e 17). Nos dois casos, a pregao deve convidar os ouvintes a experimentar vida em toda a sua plenitude: "O ladro vem somente para roubar, matar, e destruir; Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundncia." (Joo 10:10); "Ide e, apresentando-vos no templo, dizei ao povo todas as palavras desta Vida." (Atos 5:20).

Indubitavelmente, esse deve ser o desejo e objetivo de todo pregador cristo autntico. Mas somente desejar no alcana o propsito. A metodologia a respeito de como construir o sermo, como executar a pregao, desempenha um papel vital na apresentao de uma mensagem efetiva. O pregador deve ter um domnio dos elementos metodolgicos vitais envolvidos no desenvolvimento e apresentao de um sermo. Esses elementos incluem tanto componentes objetivos como subjetivos. Os componentes objetivos so o alvo homiltico, o fundamento bblico e cristocntrico do sermo, e um balanceado cardpio de sermes durante determinado perodo, seis meses, um ano, ou mais, por exemplo. A dimenso subjetiva inclui a experincia do pregador.

PROPSITO HOMILTICO

Um professor de homiltica poderia dizer que "a exegese enfatiza uma poro, s vezes muito pequena, selecionada do texto; a teologia traa os fios de pensamento atravs de toda a Escritura; e a homiltica busca fabricar, tal como faz um alfaiate, as roupa e os adornos que caibam particularmente em cada ouvinte, no tempo e no cenrio onde vivem."

O modo como Deus procurou tornar-Se conhecido, nas Escrituras Sagradas, mostra que Ele Se revelou geralmente de um modo homiltico, ao contrrio da maneira exegtica ou teolgica, muito embora o significado teolgico jamais estivesse ausente. Em outras palavras, Deus revelou informaes a respeito de Si mesmo que foram mais necessrias naquele tempo particular. Por exemplo, o Senhor no enviou a mesma mensagem de Ams para Ado e Eva; Ele revelou apenas aquela dimenso de Sua natureza e Seu carter que era pertinente ao primeiro casal em seu ambiente. O livro de xodo no contm a mesma nfase de Jeremias. O ponto a ser destacado o seguinte: atravs da Histria, Deus tem sido sensvel aos Seus ouvintes.

O pregador cristo de hoje tem recebido sculos de revelao divina com vantagens e desafios. A vantagem que ele possui um vasto cabedal de instrumentos exegticos e teolgicos. O desafio reside em tomar esse material e confeccionar uma mensagem que caiba no ouvinte. Dessa forma, os propsitos homilticos afetam vitalmente a metodologia do pregador e a efetividade de sua pregao.

Entretanto, nada disso nega a importncia crucial da exegese e da teologia. A homiltica sem exegese e sem teologia falhar no cumprimento do seu objetivo ltimo que, como j vimos, o de fazer discpulos. Para compreender a ligao ntima existente entre exegese, teologia e homiltica, podemos considerar o exemplo do preparo de uma receita culinria e o oferecimento da comida dela resultante. O preparo comea com a escolha, a lavagem, o ato de descascar, o corte de todos os ingredientes necessrios para se fazer o respectivo prato. Esse o trabalho do exegeta.

O homiltico o garom que considera a individualidade do fregus e diz: "experimente este prato; muito gostoso, nutritivo, e apropriado para voc." A homiltica serve o que foi preparado anteriormente. Desse modo, o ministro deve ser um exegeta e um telogo; mas, como um homiltico, seu objetivo deve ser avaliar a situao dos ouvintes e ento partilhar os recursos, provises e propsitos de Deus para eles, da maneira mais apropriada possvel.

MENSAGEM BBLICA

Embora a homiltica necessite ser sensvel aos ouvintes, o pregador cristo sempre deve estar fundamentado na Bblia. Isso quer dizer que um sermo sempre deve ter sua nfase derivada das Escrituras. Essa nfase demanda que todo o sermo harmonize com a compreensiva revelao do carter e natureza de Deus, como evidenciados na Bblia. Uma coleo de textos sem que estejam em conexo mtua no compreende necessariamente um sermo. As trs conhecidas frases: "E Judas foi e enforcou-se"; "vai tu e faze o mesmo"; e "o que tens para fazer, faze-o depressa"; arranjadas dessa maneira contradizem o intento da mensagem do evangelho, embora as trs compartilhem a mesma origem bblica.

Assim, a mensagem bblica deve ser apropriadamente enraizada no texto imediato e no contexto mais amplo das Escrituras, desenvolvendo uma nfase que represente autenticamente as qualidades de Deus.

Uma mensagem bblica, entretanto, pode no requerer referncias repetidas e explcitas sua fonte escriturstica. A pregao de Jesus Cristo, particularmente Suas parbolas, um bom exemplo disso. Jesus foi contemporneo e sensvel aos Seus ouvintes. Quando Ele pregava, Seus ouvintes no tinham cpias das Escrituras em suas mos. O Mestre simplesmente contava histrias para iluminar os princpios do carter de Deus e Seus propsitos para a vida daquelas pessoas. Nessa prtica, encontramos uma ilustrao de pregao bblica que pode no utilizar diretamente uma relao de textos bblicos.

Assim sendo, enquanto os pregadores consideram o propsito e o contexto do evento da pregao, eles devem enfrentar a seguinte questo: "O que necessrio nesta ocasio, para alcanar os ouvintes com a mensagem de Deus, que biblicamente e autenticamente represente Seu carter e propsito para suas vidas?"

Freqentemente, os pregadores consideram, em primeiro lugar, a dimenso instrutiva de uma passagem ou de um tpico. Mas a melhor maneira de alcanar um objetivo instrutivo uma aproximao indireta que focalize mais sobre os elementos afetivos dos ouvintes do que sobre os seus elementos cognitivos. Em outras palavras, permita que o sermo seja uma oportunidade na qual o pregador ajuda o ouvinte no apenas a conhecer o que Deus lhe diz, cognitivamente, mas tambm a experimentar emocionalmente a presena e o poder de Deus.1

Tal sermo pode ter elementos instrutivos (repreenso, encorajamento, celebrao, etc.), mas o principal objetivo deveria ser facilitar um aspecto do Ser divino apropriado ocasio.

Uma mensagem relevante, biblicamente fundamentada, dirige a mentalidade homiltica a ter em mente seus ouvintes, durante o processo de desenvolvimento do sermo. Bryan Chapell oferece um valioso instrumento homiltico ao qual ele chama de "foco induzido". Esse instrumento consiste de trs perguntas que o pregador apresenta ao texto e pregao: 1) O que este texto est dizendo? 2) Que preocupaes ou inquietaes ele est abordando em seu contexto? 3) O que tm em comum os ouvintes atuais com aqueles ouvintes para quem, a respeito de quem, ou por quem o texto foi escrito?2

O "foco induzido" livra o pregador de tornar-se excessivamente focalizado sobre a exegese e a teologia. Assim, quando o pregador fala, estar inclinado a apresentar um sermo em lugar de uma coleo de notas de comentrios ou uma leitura de alguns aspectos de teologia sistemtica.

Relacionado com o "foco induzido" est o paradigma de como a passagem bblica, ou o tema, apresenta o status ou condio do ouvinte original e do contemporneo. O contexto da situao bblica pode olhar o ouvinte original como um rebelde, uma vtima, um ignorante, um inalcanvel, um desiludido, ou como afetado por outros aspectos da condio humana. O sermo bblico, dessa forma, aborda o ouvinte no apenas com informao apropriada sua condio, mas de modo e tons harmoniosos com carter e propsitos de Deus num contexto antigo e contemporneo.3

MENSAGEM CRISTOCNTRICA

Os comentrios de Chapell concernentes estrutura cristocntrica e ao foco do sermo so dignos de nota: "Entretanto, por mais bem-intencionado e biblicamente fundamentado que possa ser um sermo instrutivo, se sua mensagem no incorpora a motivao e capacitao inerente numa peculiar percepo da obra de Cristo, o pregador proclama mero farisasmo."4

Novamente, indispensvel lembrar que assim como uma coleo de textos estanques no necessariamente compreende uma mensagem bblica, uma coleo de palavras isoladas de Jesus, ou retalhos de Sua vida e ministrio, no faz necessariamente uma mensagem cristocntrica. O contedo e o tom daquilo que focaliza sobre Jesus Cristo deve harmonizar com o Seu carter manifestado em aceitao, perdo, f, capacitao, compromisso, pacincia, servio e amor.

Chapell nota que toda passagem bblica deve ser vista de pelo menos quatro perspectivas redentoras, relacionadas pessoa e/ou proviso de Cristo. Nesse sentido, a passagem bblica deve ser: 1) proftica, 2) preparatria, 3) reflexiva, ou 4) resultante da pessoa e do ministrio de Cristo.5 Com essas perspectivas redentoras e contextuais em mente, o pregador pode desenvolver mensagens que so bblicas e cristocntricas, as quais finalmente focalizaro sobre a graa perdoadora e restauradora de Deus.

NUTRIO EQUILIBRADA

O apstolo Paulo escreveu que "toda Escritura inspirada por Deus e til para o ensino, para a repreenso, para a correo, para a educao na justia" (II Tim. 3:16). Por sua vez, Tiago afirmou que a Palavra de Deus " poderosa para salvar as vossas almas" (Tia. 1:21). Essas declaraes sublinham os mltiplos propsitos da Escritura, complementando a grande comisso que nos ordena ir e fazer discpulos.

A tarefa do pregador servir um bem equilibrado cardpio escriturstico, providenciando repetidos convites para aceitao do senhorio de Jesus e contnuos encorajamento, instruo e celebrao de um discipulado amadurecido. Isso requer que o pregador considere o imediato e longo alcance sentido e as necessidades educacionais da congregao. Tambm significa que o pregador deveria buscar uma nfase equilibrada atravs de um calendrio homiltico. Por exemplo, o pregador poderia apresentar uma exposio progressiva de um determinado livro da Bblia, balanceando-a com uma abordagem temtica ou de tpico.

Outra forma de aproximao considerar como as Escrituras referem-se aos temas contemporneos. Ao apresentar uma dieta de sermes que abrange todo o conselho de Deus, o pregador pode buscar a colaborao de um grupo apropriado (representando uma parte da congregao) que possa ajud-lo a avaliar as necessidades e tendncias comuns da sua comunidade. Reunies peridicas com esse grupo para troca de experincias e planejamento ajudam o pregador a permanecer em sintonia com as carncias dos seus ouvintes e como elas podem ser satisfeitas atravs do evento da pregao.

Ser sensvel aos ouvintes vital tarefa de proclamao crist.

Embora a Bblia deva ser sempre o fundamento do sermo, isso no exclui o pregador do trabalho de ler muito. A percepo e experincia de outros, em seu estudo e trabalho de proclamao da Palavra de Deus, pode ajudar a conhecer quantas mentalidades diferentes tm lutado com a compreenso dos propsitos de Deus. No entanto, os pregadores devem experimentar, primeiramente, a concepo da idia central, planejar, esboar, analisar e viver com o texto bblico, com fervente orao, antes de se dar ao trabalho de consultar outros autores e obras.

O pregador deveria tambm estar desperto para os acontecimentos e tendncias correntes, e ser capaz de mencion-los direta ou indiretamente, de um modo relevante, conforme a demanda do tpico e da ocasio. Muito embora, freqentemente, as melhores ilustraes sejam aquelas tiradas da prpria experincia e da observao da vida, ilustraes efetivas tambm podem ainda ser captadas de histrias e da experincia de outras pessoas. Aqui, o equilbrio tambm muito importante.

A apresentao do sermo deveria tambm ter como alvo conservar o ouvinte no propsito ou alvo ltimo da mensagem. Essa uma tarefa que requer sabedoria e prudncia. Porque embora o pregador deva reconhecer as contribuies alheias sua mensagem, a pregao no a oportunidade para engrandecer a inteligncia inata, a escolaridade ou a habilidade de pesquisador de algum. Deixe o sermo ser autntico em seu fundamento bblico.

TINTA E SANGUE

As estratgias metodolgicas que at aqui foram consideradas tm focalizado primariamente sobre os elementos objetivos da preparao do sermo. Mas a pregao efetiva tambm possui uma dimenso subjetiva: a experincia do pregador. T. S. Eliot uma vez falou de algo como "transformar sangue em tinta" e "tinta em sangue".6 A Bblia um relatrio de Deus causando impacto na experincia humana. sangue registrado em tinta. O pregador chamado para fazer com que a tinta, o relatrio dos atos de Deus, seja transformada em sangue na vida dos ouvintes, de tal maneira que eles experimentem o impacto da presena divina e uma ao renovada.

Para que isso acontea, a tinta do texto tem de ser primeiro transformada em sangue na vida do pregador, a fim de que ele possa ser um agente para a renovao da vida, atravs do sangue, para os ouvintes.

Warren Wiersbe comenta: "Ns partilhamos o que pessoal e real para ns. O mensageiro parte da mensagem porque ele uma testemunha."7 Para mim, essa experincia transformadora ocorre mais freqentemente quando eu priorizo e mantenho inalterada a hora da leitura devocional pessoal, reflexo, orao e preparao de sermo. Em minha compreenso, a tinta torna-se sangue quando as duas coisas so vistas como separadas, todavia relacionadas. O focus distinto de cada um pode nutrir e elevar a outra.

A tinta torna-se sangue quando ao Esprito Santo permitido acender o fogo do corao, como disse Jeremias: "Quem pensei: no me lembrarei dEle e no falarei no Seu nome, ento isso me foi no corao como fogo ardente, encerrado nos meus ossos, j desfaleo de sofrer, e no posso mais." (Jer. 20:9). Isso pode ocorrer em todos os estgios do processo de um sermo - concepo da sua idia, desenvolvimento do sermo, cristalizao de uma ilustrao, ato de escrever o sermo, e por todos os meios durante a apresentao da mensagem como um ato de louvor e ministrio.

Mas a transformao da tinta em sangue requer mais que uma moldura de tempo. Demanda atitude. Paulo aconselhou Timteo a dar-se inteiramente ao chamado, fonte, tarefa e s habilidades do ministrio: "Medita estas coisas, e nelas s diligente, para que o teu progresso a todos seja manifesto." (I Tim. 4:15). A fim de que a tinta das Escrituras seja transformada em sangue atravs de nossa vida e ministrio, temos de dar muito mais do que aquilo que temos oferecido, na pregao da Palavra.

Alm disso, a transformao ocorre atravs do ministrio do Esprito Santo na vida do pregador, no estudo, preparao e apresentao do sermo. Jesus declarou que a presena e capacitao do Esprito Santo um dom (Luc. 11:13). O Esprito Santo capacita a proclamao a respeito de Jesus (Atos 2). O Esprito Santo produz convico e converso na vida do pregador e seus ouvintes (Joo 16:8). Sem a capacitao do Esprito Santo, a metodologia pode ser perfeitamente amoldada pela excelncia humana, mas resultar pouco ou nada na tarefa de fazer ou amadurecer discpulos.

EXCELNCIA NO ESPRITO

Atravs da histria crist, o efetivo cumprimento da grande comisso tem sido acompanhado pela pregao poderosa. E, em muitos daqueles notveis perodos, o impacto do evangelho foi percebido porque os pregadores, sob a direo e na capacitao do Esprito Santo, perseguiram a excelncia em sua prtica (metodologia) de apresentao da palavra de Deus correspondente gerao.

Ao identificar objetivos homilticos e fundamentar sua mensagem na Bblia; atravs de um ministrio orientado pela graa de Cristo, por usar efetivamente a erudio e experincia de outros, e por depender humildemente da liderana do Esprito Santo na vida pessoal, pastoral e no plpito, os pregadores de hoje podem experimentar a plenitude da realizao vocacional, sabendo que foram chamados por Jesus e esto envolvidos na sagrada tarefa de fazer e amadurecer discpulos.

Referncias:

1 Henry Mitchell, Celebration and Experience in Preaching, Nashville; Abingdon Press, 1991.

2 Bryan Chapell, Christ-Centered Preaching: Redeeming the Expository Sermon, Grand Rapids; Baker Book House, 1994, pg. 43.

3 Mike Grave, The Sermon as Symphony: Preaching the Literary Forms of the New Testment, Valey Forge, Penn; The Judson Press, 1997.

4 Bryan Chapell, Op. Cit., pg. 12.

5 Ibidem, pg. 275.

6 Charles Bartow, God's Human Speech, Grand Rapids; Eerdmans Publishing, 1997, pgs. 63 e 64.

7 Warren Wiersbe, "Your preacing is unique", in Changing Lives Through Preaching and Worship, editado por Marshall Shelley, Nashville; Leadership/Christianity Today, Random House, Inc. 1995, pg. 7.

Captulo VII

COMO PREGAR A PALAVRA

George R. Knight

"Se o protestantismo morrer um dia com um punhal nas costas, esse punhal ser o sermo." Nessa afirmao meio jocosa, Donald Miller coloca o dedo num desafiante problema para o protestantismo em geral e o adventismo em particular. Muitos pregadores aparentemente tm agido como se o conselho de Jesus aos discpulos em Mateus 10:23 fosse nos seguintes termos: "Quando perseguidos por um texto, fujam para o prximo."

Na maioria dos plpitos, h muita fuga de um texto para outro ou fuga total do texto bblico. Lembro-me de um pastor que pregava para a mesma congregao quase todas as semanas, mas tinha apenas trs sermes. Quero dizer, ele tinha trs tpicos e trabalhava com um deles durante um ms. Produzia variaes e mutaes em seu limitado repertrio de assuntos, mas tudo era a mesma coisa para ns que estvamos nos bancos da igreja. Era tudo muito previsvel, exceto algumas vezes quando, aparentemente em frustrao, ele acrescentava um pequeno tempero sua receita homiltica para dar uma sova na congregao.

Seus trs sermes, quanto eu me recorde, focalizavam sobre a segunda vinda de Cristo, o sbado e a mordomia. Assim, voc pode ver que ele era um bom adventista, mesmo que seu rebanho recebesse alimento espiritual pobre.

A PALAVRA E O PREGADOR

Inmeras vezes ns os ouvintes estivemos esperando que nosso obviamente sincero pregador seguisse a injuno de Paulo no sentido de pregar a Palavra, "a tempo e fora de tempo (II Tim. 4:2), em vez de ficar pulando de um texto para outro, nas poucas passagens que usava para provar suas idias. Porventura, no nos deu o Senhor alguma palavra?

claro que a pregao de tpico ou assunto ocasionalmente tem o seu lugar; porm, muito freqentemente ela tem pouco a fazer como a pregao da Palavra. Muitos de ns pregamos para ns mesmos; pregamos sobre os problemas que ns tememos ou os assuntos que nos desafiam. Na verdade, coamos onde est coando em ns. Nesse processo, a congregao inteira fica contagiada pela coceira do pastor, quando sua real necessidade ser alimentada com uma bem equilibrada dieta bblica, fornecida pela pregao expositiva.

A soluo para a doena homiltica pregar a Palavra. Necessitamos mudar do que queremos que o povo oua, para o que Deus quer dizer-lhe. Isso significa pregao bblica no sentido expositivo. A grande necessidade deixarmos que Deus fale como Ele o faz em Suas mensagens atravs dos vrios livros da Bblia. As Escrituras apresentam uma vasta disposio de tpicos em vrios formatos. Quando ns pregamos de forma expositiva, da Bblia, livramo-nos das nossas predilees pessoais e, mais positivamente, pregamos todos os assuntos sobre os quais Deus quer que falemos. No nos preocuparemos sobre temas como mordomia, justificao, f e obras, ou guarda do sbado. Eles esto todos embutidos repetidamente em passagens que esto esperando para ser expostas.

Infelizmente, no h muitos modelos disponveis de apoio pregao expositiva. As lies da Escola Sabatina geralmente seguem o costume de fugir de um texto para o prximo, dando a idia de que seu propsito servir aos leitores uma agenda extra-bblica, em lugar de prover uma compreenso do que Deus tem a dizer a Seu povo.

Essa tendncia est presente mesmo quando o tema da lio um livro da Bblia. Poucos anos atrs, encontramos o conceito de obras sendo inserido numa lio sobre Romanos 4, onde ele era muito estranho e no se encaixava. Paulo, de fato, expe energicamente o assunto, comeando no captulo seis e chegando ao clmax nos captulos 13 e 14. Na realidade, todo o livro aos Romanos calcado na afirmao de que Paulo foi capacitado para levar "a obedincia por f" aos gentios (Rom. 1:5; 16:26). H equilbrio na totalidade do livro. Se deixarmos Deus falar em Seu prprio tempo atravs de Sua palavra, Ele dir o que deseja que conheamos em seu contexto.

Se voc nunca pensou nisto at agora, tempo de buscar o crescimento na pregao bblica, expositiva, e menos fuga de um texto para o outro.

PRIORIDADES

Mas, voc pode estar pensando: "como posso pregar a Palavra a tempo e fora de tempo, quando tenho to pouco tempo para um estudo mais aprofundado das Escrituras?" uma boa pergunta. Por um pouco, cheguei a pensar que no chegaramos a ela. Lembre-se de que estamos tratando com um assunto que envolve prioridades. Necessitamos perguntar-nos qual a funo primria de um pastor. Essa a mais importante questo a respeito do nosso chamado. Desafortunadamente, muitos de ns temos nossa compreenso errada sobre esse ponto, e a pregao bblica acaba sendo uma casualidade.

Eu no me lembro onde colhi este conceito, mas de certa forma, no incio do meu ministrio, captei a idia de que a essncia de um pastorado bem-sucedido deveria ser batizar um certo nmero de pessoas, o mximo possvel, e alcanar os alvos financeiros, novamente o mximo possvel. Com tal agenda, eu no conseguia encontrar muito tempo para a pregao bblica, e descobri que o trabalho pastoral era menos que gratificante. Na verdade, tornei-me um pouco desiludido, embora eu alcanasse a maior parte dos alvos.

S depois cheguei concluso de que o aborrecimento na vida de muitas denominaes, congregaes, e na de muitos pastores, comea quando eles aprendem a contar. Contabilizamos batismos, nmero de membros, contribuies, instituies, como se tudo isso fosse o objetivo primordial. Eu no estou dizendo que Deus seja contra alvos, nmero de membros, ou mesmo o ato de contabilizar conquistas, desde que tudo isso seja colocado em seu verdadeiro lugar. Parte do problema que essas coisas acabam se tornando o centro e objetivo da vida de muitos indivduos, pastores e lderes. Em tais casos, os alvos tornam-se o centro do ministrio, que, em conseqncia, tende a se tornar uma mquina empresarial.

Cheguei concluso de que muitos de ns temos de dar meia-volta no rumo seguido at ento. Necessitamos "esquecer" os alvos e movimentar-nos em direo ao ministrio. Um pastor tem duas funes primrias: amar o povo de Deus e alimentar as ovelhas de Deus. H muito tempo temos visto pessoas interessadas na igreja, primariamente como potenciais candidatas ao batismo (nmeros, estatsticas). Os membros antigos so vistos apenas como "vacas evanglicas" que precisam ser ordenhadas regularmente. Assim, visitamos o povo com uma agenda. De certo modo, o sermo torna-se um instrumento para cumpri-la.

Necessitamos rever nossas prioridades. Pastores so chamados para amar o povo e pregar a Palavra. Noutras palavras, so pagos para amar o povo, estudar a Bblia e apresentar a mensagem de Deus para Seus filhos. Que privilgio! Que deleite!

Estou firmemente seguro de que quando estabelecemos as prioridades corretas, os alvos e nmeros sero naturalmente alcanados e cumpridos. Muitos membros esto cansados de ser tratados como "vacas evanglicas" na leiteria eclesistica, e esto frustrados com uma pregao que no essencialmente bblica. E a maioria dos que se sentem dessa maneira certamente no tem o desejo ardente de expor a seus amigos e vizinhos algo que lhes menos que satisfatrio. O povo est faminto por genuna pregao bblica e genuno cuidado interpessoal. Os membros levaro seus amigos igreja se eles ouvirem consistentemente a Palavra de Deus habilidosamente proclamada, e se eles tiverem a certeza de que, juntamente com seus familiares e amigos, sero tratados como pessoas e no simplesmente como alvos ou nmeros.

Isso significa que os pastores necessitam visitar membros e interessados, motivados pelo senso de cuidado pastoral, no porque tenham de cumprir algum item de agenda. Para cumprir bem essa tarefa, os pastores tambm necessitam tornar-se no apenas amantes do povo, mas tambm da Bblia a fim de que possam ajudar as pessoas a alegrar-se na jornada atravs da palavra de Deus. As pessoas viro igreja onde se sentem genuinamente cuidadas. Apoiaro os programas, levaro os amigos para ouvirem a palavra de Deus e partilhar Sua bondade.

Pregao expositiva envolve estudo bblico srio e regular. Mas mesmo no estudo, eu temo que muitos de ns muito freqentemente pulemos de um texto para outro, e nos acomodemos com alguma coisa menos que uma profunda compreenso contextual do texto bblico. Essa fuga e sua resultante superficialidade sero vistas no plpito.

A verdade que, sem um estudo exegtico profundo, impossvel apresentar de maneira consistente uma exposio bblica em nossos sermes. E acabamos correndo "nos cascos". Quando perseguidos por um texto, no temos escolha seno fugir para o prximo. Em suma, no podemos pregar a Palavra se no a conhecemos. Embora o processo de conhecer a Palavra tome tempo e esforo, ele o corao do genuno ministrio.

MEU ESTUDO

Nossa grande necessidade fugir para a Palavra; pois somente assim poderemos ser pregadores mais efetivos. Alguns anos atrs, eu tomei essa deciso em meu corao, para o bem da minha prpria vida espiritual e de meu trabalho. Em 1980, iniciei um estudo intensivo da Bblia, verso por verso, que imaginei levaria 30 anos para completar. Meu primeiro objetivo foi o Evangelho de Mateus, ao qual devotei uma hora por dia, durante um ano completo. Ento, seguiram-se onze meses com Gnesis, quatro com Eclesiastes, e assim por diante.

Meu mtodo era muito simples. No apenas tinha s mos vrias tradues e material auxiliar ao estudo do texto, mas tambm selecionei trs excelentes comentrios para cada livro da Bblia. Eu consultava cada um daqueles comentrios, diariamente, durante o estudo, no porque eles tivessem a verdade completa, mas porque a competncia e sabedoria de seus autores ajudavam-me a desembrulhar o texto de uma maneira sistemtica. Eles ajudavam-me a ver coisas que eu freqentemente passava por alto quando estudava minha prpria maneira. Era algo como sentar com trs amigos bem articulados que tinham opinies diferentes.

Alguns dias manejei o trabalho atravs de quatro ou cinco versos, mas com outros versos eu gastava dois ou trs dias, sempre estudando o contexto e em relao a cada propsito do livro da Bblia. Enquanto eu fugi "para", em vez de fugir "de", o texto, os meses passaram, e eu comecei a pensar sobre a Bblia de novas maneiras. Meu caminhar dirio com Deus no texto comeou a afetar minha pregao e meus escritos.

Nesta altura, eu poderia dizer que meu mtodo apenas uma das muitas maneiras de procurar compreender a Bblia. Todavia, no tanto o mtodo que conta, mas quo fiel e consistentemente damos uma poro de nosso tempo ao estudo sistemtico das Escrituras.

Em meu estudo, selecionei cuidadosamente obras que eram altamente recomendveis por seu aprofundamento textual. Assim, eu levantava algumas questes, pesquisava um pouco sobre elas, enquanto movimentava-me de um livro para outro. Procurei volumes que eram compreensveis, geralmente fiis ao texto, de leitura agradvel, e no excessivamente grandes (muitos comentrios atualmente tm dois ou trs grandes volumes por livro bblico). Pois eu fui atrs do mais individual que pudesse encontrar. E achei vrios; alguns me fizeram ver aplicaes prticas que muitas obras eruditas nunca exploraram.

Em um nvel mais homiltico, encontrei vrias obras expositivas que trabalham o texto a partir de um ponto de vista mais pastoral.

O DEVER DE ESTUDAR

No importa qual seja o nosso mtodo, estudo consistente da Bblia um dever pessoal e pastoral. algo essencial e no apenas um luxo. Em meu caso particular, essa prtica literalmente transformou minha pregao. Quer tenha resultado em uma srie de sermes sobre as parbolas de Cristo ou noutra srie de 14 semanas sobre o livro de Mateus, tenho desfrutado uma alegria intensa em apresentar a Palavra de Deus. Alm disso, as pessoas so alimentadas de uma forma que elas muito desejavam e que no completa quando simplesmente fugimos de um texto para o outro.

Alm dos benefcios sobre a pregao, o estudo sistemtico da Bblia tem influenciado muito os meus escritos.

Eu gostaria muito de me sentar numa congregao, cujo pastor gastasse alguns meses levando-nos, por exemplo, atravs do livro de Romanos. Mas tal pastor deve ter andado antes, privadamente, com Paulo e seu Senhor, no texto, antes de conduzir-nos em refrigrio atravs dele. O esforo, no entanto, pode ser muitssimo compensador, para o pastor e sua congregao.

Captulo VIII

O PREPARO DO PREGADOR

Emilson dos Reis

A pregao um reflexo do carter do pregador. Querendo ou no, quando o pastor apresenta um sermo, a sua vida vai junto. Ele expressa seus pensamentos, sentimentos e atitudes sobre Deus, a Bblia, a orao, a obedincia, as pessoas, enfim, sobre sua vida em seus mais variados aspectos. por isso que mais importante que o preparo da mensagem o preparo do prprio mensageiro. Em certo sentido, ele vive sempre se preparando. "Devido natureza e ao carter de seu chamamento... tudo quanto ele faz, bem como tudo quanto lhe acontece, ele descobre ser relevante para essa grande obra; e... faz parte de seu preparo."1

Contudo, o pregador deve ter certos cuidados e desenvolver determinados hbitos que o mantero em contnuo crescimento espiritual e o ajudaro a formar um carter cada vez mais semelhante ao de Jesus, o que ser reproduzido em seus sermes. Assim, como parte do preparo de sua vida, o pastor dever atentar para os aspectos relacionados a seguir.

USO DO TEMPO

Diferentemente de outros profissionais, o pastor no est limitado a horrios, marcao de ponto e outras obrigaes semelhantes. Conquanto isso lhe traga algumas vantagens que facilitam o seu trabalho, tambm apresenta perigos e tentaes. Um desses perigos a tendncia de deixar o tempo dissipar-se toa, especialmente as manhs.2 Por isso, o pastor deve fazer um programa de uso adequado do tempo e, ento, esforar-se para cumpri-lo.

ESTUDO DA BBLIA

indispensvel que o pastor leia a Bblia regularmente, todos os dias. O objetivo primordial dessa atividade no apenas descobrir bons textos para sermes, embora isso acabe acontecendo, mas alimentar sua prpria alma com o po espiritual servido por Deus, para que possa crescer espiritualmente, conhecendo-O e amando-O cada vez mais.

No entanto, se estiver lendo a Bblia dessa maneira, e algum texto se destacar prendendo sua ateno, no deve seguir em frente. Concentre-se nele. Continue meditando e analisando at que brote o esboo de um sermo. No deixe para fazer isso em outra ocasio. Talvez, no consiga mais recapturar a mensagem. Procedendo assim, o pregador pode armazenar bons esboos para usar oportunamente.3

O pregador tambm precisa estudar com profundidade determinadas pores especficas das Escrituras, tais como alguns dos seus grandes captulos e mesmo livros inteiros, fazendo uso de todas as ferramentas que esto sua disposio. Essa prtica o tornar espiritualmente forte e, conseqentemente, fortalecer sua congregao.

PRTICA DA ORAO

Essa foi a caracterstica marcante dos maiores pregadores de todos os tempos.4 Sua pregao era poderosa porque primeiramente se haviam abastecido na fonte do poder celestial. Conduziam os homens salvao porque haviam estado com o Salvador. No h substituto para a comunho com Deus. nela que o pastor encontrar sabedoria, nimo, conforto, sade e poder para cumprir sua misso.

Quando Jesus esteve na Terra, durante os anos do Seu ministrio, havia muito trabalho por fazer. Precisava anunciar o evangelho, curar os enfermos e libertar os oprimidos pelas foras do mal. Precisava confortar, esclarecer e animar, assim como repreender e exortar. Tinha que viajar a p de um lado para outro, nas precrias e empoeiradas estradas da Palestina, a fim de alcanar muitas de suas vilas e cidades. Freqentemente via-Se rodeado pelas multides com suas mltiplas necessidades. Era tamanha a sua atividade, que aqueles que Lhe eram ntimos receavam por Sua vida.5 Mas Ele nunca permitiu que os muitos e importantes afazeres se tornassem a prioridade de Sua existncia. Para Jesus Cristo, o mais importante, na verdade a base de Seu ministrio, era o tempo dirio dedicado comunho com o Pai. E "ao voltar das horas de orao que encerravam o atarefado dia, notavam-Lhe o aspecto sereno do rosto, o vigor, a vida e o poder de que todo o Seu ser parecia possudo. Das horas passadas a ss com Deus, Ele saa... para levar aos homens a luz do Cu".6

O pregador, a exemplo de seu Mestre, precisa de tal preparo. Ao fazer assim, "receber nova doao de resistncia fsica e mental. Sua vida recender uma fragrncia e revelar um poder divino que tocaro o corao dos homens".7 Portanto, todos os que esto incumbidos de pregar o evangelho devem dedicar tempo considervel orao.

CORAO AQUECIDO

A obra do pregador grandiosa; e, para realiz-la cabalmente, ele precisa manter-se motivado. Uma das melhores maneiras pelas quais ele pode fazer isso atravs de leituras inspiradoras que o estimulem a ser mais fiel, mais operoso, mais semelhante a Jesus. Destacamos aquela literatura que trata da biografia de grandes homens aos quais Deus usou poderosamente em Sua causa. So livros sobre a vida do prprio Cristo e outras personalidades das Escrituras; livros que contam a histria dos grandes reformadores, missionrios e pioneiros. Tambm so teis, aqueles livros que apresentam a vida de grandes estadistas e benfeitores da humanidade.

Alm disso, h alguns que se mantm aquecidos espiritualmente ouvindo boa msica.

AUTO-AVALIAO

Ser muito proveitoso efetuar, ao final de cada dia, uma breve reviso de nosso comportamento e nossas atitudes durante as horas anteriores. Isso nos ajuda a descobrir os motivos que nos levaram a agir de uma ou de outra maneira, e a perceber, com mais clareza, onde falhamos e onde acertamos. O resultado desse hbito que acabaremos conhecendo melhor a ns mesmos. Com base nesse autoconhecimento, poderemos planejar e executar um relacionamento de melhor qualidade com Deus e com os homens.8

CUIDADO DO CORPO

A fim de bem servir a Deus, o pregador necessita estar em boas condies fsicas. Uma vez que somos o que comemos, necessrio ter cuidado com a alimentao, no somente ingerindo alimento saudvel, e a intervalos regulares, mas tambm em quantidades moderadas. Nunca devemos nos esquecer que a temperana e o domnio prprio so parte do fruto do Esprito de Deus na vida do cristo (Gl. 5:22 e 23), e que essas virtudes exigem o abandono de tudo o que prejudicial e o uso comedido daquilo que salutar.

Outro ingrediente indispensvel boa sade o exerccio fsico. Todos os rgos do corpo esto interligados, sendo dependentes um do outro, e necessitam de adequado exerccio a fim de que, no conjunto, tenhamos disposio e boa sade.

Uma vez que o trabalho do pastor , em grande parte, um trabalho mental, precisa dedicar um perodo regular de tempo atividade corporal, para obter o devido equilbrio entre o fsico e o intelecto. Isso pode ser feito de vrias maneiras, de acordo com as condies, preferncias e oportunidades de cada um. Pode-se, por exemplo, lidar com a terra cultivando uma horta ou um jardim; ou praticar um determinado esporte. Alguns possuem um hobby que exige considervel esforo fsico, como o caso da marcenaria. Valem at uma corrida ou uma boa caminhada. Cada um deve decidir pelo que lhe for mais conveniente e prazeroso.

Tambm precisamos de perodos de repouso e de lazer, onde a mente e o corpo relaxem, de modo que a natureza se encarregue de restaurar as foras e o bom nimo para a posterior continuao dos afazeres. No sbio viver o tempo todo sobrecarregado, numa correria sem fim, abusando dos limites a que, como seres humanos, estamos sujeitos. Noites bem dormidas e ocasionais atividades recreativas contribuiro muito para prolongar a vida, a sade e o bom nimo, tendo em vista mais eficiente trabalho para Deus.

melhor servir a Deus e ser produtivo por toda uma vida do que, nos anos iniciais do ministrio, trabalhar exaustivamente como que fazendo a tarefa de duas ou trs pessoas e, depois, ser vitimado por estafa ou alguma doena, de tal modo que seja impossvel uma restaurao.

Preparando bem os seus sermes, mas, acima disso, preparando-se bem, o pregador estar obedecendo orientao de Paulo a Timteo: "Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina" (I Tim. 4:16).

Referncias:

1 D. Martin Lloyd, Pregao e Pregadores, 2 ed., So Paulo: Fiel, 1986; pg. 120.

2 Idem, pg. 121.

3 Idem, pgs. 125 e 126.

4 Idem, pg. 123.

5 Ellen G. White, A Cincia do Bom Viver, 3 ed., Santo Andr, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1977; pg. 55.

6 Idem, pg. 56.

7 Idem, pg. 58.

8 Ellen G. White, Obreiros Evanglicos, 4 ed., Santo Andr, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1969; pg. 275.

Captulo IX O EQUILBRIO NA PREGAO

Alejandro BullnEu havia acabado de falar para 20 mil pessoas na praa da apoteose, no sambdromo do Rio de Janeiro. Ao chegar ao hotel, tirei dos bolsos as cartas e os bilhetes que algumas pessoas me entregaram, como acontece sempre em reunies desse tipo. Um dos bilhetes marcou profundamente a minha vida. Seu autor dizia: "Esta noite, eu ia acabar com a minha existncia, porque descobri h 15 dias que estou com Aids. Fui ouvi-lo pregar, esperando um milagre; e, pela graa de Deus, aconteceu. No fui curado, mas algo ocorreu em meu corao, porque no tenho mais medo da morte. O senhor descreveu a minha vida, at a roupa que eu vestia. Depois disse: 'Acontea o que acontecer, voc nunca mais estar s, se entregar hoje seu corao a Jesus.'"

Ajoelhado, naquele momento, eu disse a Cristo em orao: "Senhor, no sei se preguei um grande sermo, mas sei que de alguma maneira usaste este sermo para encontrar uma vida desfeita e transform-la."

EFICINCIA OU GRANDEZA

Todos ns, pregadores, queremos ser usados por Deus; queremos pregar eficientemente e sentir que o sermo fez bem s pessoas. O problema que, s vezes, confundimos eficincia com grandeza. Uma coisa ser um pregador eficiente; e outra coisa ser um grande pregador. Fomos chamados para ser pregadores eficientes. A grandeza uma prerrogativa divina. Quando o pregador procura grandeza, corre o risco de cair no terreno do orgulho, da autopromoo ou da auto-afirmao, e nada pode ser mais fatal do que isso para a eficincia da pregao. Essa eficincia, por sua vez, encontra-se no resultado verificado na vida das pessoas. Voc no eficiente quando sente que um grande pregador, mas quando o propsito divino para a vida das pessoas se torna realidade.

Uma pregao eficiente, portanto, uma pregao que transforma. Mas, o que fazer para que a nossa mensagem transforme vidas? Como pregar de modo que as pessoas sintam que foram beneficiadas pela pregao? Para atingir o corao das pessoas e deixar que o Esprito Santo as transforme, preciso entender, em primeiro lugar, que todo mundo vai a algum lugar em busca de benefcio. Essa uma lei da vida. Quando algum entra numa loja de sapatos, por exemplo, no quer saber qual o processo da fabricao do couro. Deseja simplesmente conseguir o melhor sapato, ao menor preo.

O problema que ns enfrentamos, como pregadores, que, s vezes, estamos mais preocupados com o nosso sermo do que com as pessoas. Nossos sermes podem ser obras mestras de homiltica, mas se no responderem s inquietudes do corao humano, no passaro de uma teoria maravilhosa, mas que no produz efeito transformador.

Se algum vai a uma padaria comprar po e lhe do pedra, com certeza, jamais voltar quele lugar. Isso prova que as pessoas vo a qualquer lugar, inclusive igreja, porque esperam encontrar ali algo que lhes traga benefcios.

Observe, por exemplo, quando uma loja anuncia pela televiso que no dia seguinte estar fechada, na parte da manh, mas que abrir ao meio-dia com ofertas tentadoras. Geralmente, formam-se enormes filas de pessoas esperando a abertura do estabelecimento, porque ali existe algo que lhes interessa muito. Os proprietrios da loja souberam despertar o interesse, mostrando as vantagens dos descontos "fabulosos" que as pessoas tero apenas naquele dia.

INTERPRETAO E APLICAO

Um princpio basilar da pregao que ela deve estar fundamentada na Bblia, a Palavra de Deus. Por isso, o pregador necessitar ser um homem familiarizado com as Escrituras Sagradas. Entretanto, mesmo a pregao bblica pode se tornar rida, vazia, se no houver o devido equilbrio entre a interpretao da mensagem e sua aplicao s necessidades dos ouvintes. As pessoas vo igreja esperando solues divinas para suas tristezas, dificuldades e lutas, e o pregador tem a oportunidade de apresentar a verdade racional, teolgica, mostrando como Deus, atravs dessas verdades, est preocupado e ocupado em ajudar Seus filhos a serem felizes.

"De uma maneira ou de outra, toda empresa que lida com o pblico comea suas atividades a partir das necessidades do povo. S os pregadores agem supondo que as pessoas vo igreja ansiosas por descobrirem o que aconteceu com os amorreus", afirma Harry Fosdick.

Quando Jesus andou na Terra, preocupou-Se pelas necessidades do povo e dirigiu-Se a cada pessoa, tocando o ponto nevrlgico da sua vida. A Zaqueu, um homem rejeitado e desprezado por todos, mostrou os braos abertos da aceitao e do perdo. mulher samaritana, vazia e sedenta no corao, ofereceu gua que realmente satisfaz. Ele nunca falava para o ar. Tocava nas necessidades especficas do ser humano. Por isso, multides O seguiam aonde quer que Ele fosse e eram transformadas por Sua pregao.

Multides assim, carentes, continuam vivas ainda hoje. Esto sedentas todos os dias de culto em nossas igrejas. So formadas de pessoas vazias, desesperadas, angustiadas, aflitas, sentindo-se solitrias, rejeitadas, tradas e injustiadas. Pessoas que choram em silncio, tentando esconder a dor ntima. Sorriem, fingem que tudo est bem, mas o corao est dolorido; no sabem mais para onde ir, no tm mais foras para resistir e, no sbado, no domingo ou na quarta-feira, vo igreja esperanosas de que Deus tenha alguma resposta para as inquietudes de seu corao, atravs do pregador.

Na prxima vez, quando voc se levantar para pregar, lembre-se de que ali, entre as 30, 50, 100, 200, 300 ou mais pessoas diante de voc existe igual nmero de pequenos universos. Cada pessoa tem suas prprias lutas, seus sonhos e dificuldades. Ali estar, por exemplo, uma garota de 14 anos que foi abandonada durante a semana pelo namorado. Seus pais esto felizes, porque no concordavam com aquele relacionamento, mas a garota est sofrendo por dentro, pensando que a vida no tem mais sentido, cor ou alegria. Todos a contemplam sentada no banco da igreja, mas ningum compreende o vulco de tristeza que est prestes a explodir em seu corao. Ela se sente sozinha, incompreendida pelos pais, trada pelo namorado, injustiada pela vida. E Deus tem um instrumento - voc - para dizer quela menina: "Filha, voc no est sozinha. Eu estou aqui com voc, embora no possa Me ver ou Me tocar."

E aquela garota no ser a nica pessoa magoada na congregao. Ali tambm haver algum que traiu a esposa e levou uma mulher estranha para um motel. Veio igreja, sim, mas est perturbado pela voz insistente da conscincia. No tem paz, no conseguiu dormir, sente-se imundo e perdido. No fundo do corao, pergunta: "H perdo para mim?" E voc o instrumento que Deus tem para dizer quele homem: "Sim, existe blsamo em Gileade."

Da prxima vez que voc se levantar para pregar, pense no pai de famlia desempregado que sofrer uma ao de despejo se no pagar o aluguel atrasado. Lembre-se da me aflita, que luta para manter os filhos na igreja contra a vontade do marido incrdulo. No se esquea do jovem que foi mal no exame vestibular e est desanimado. Enfim, lembre-se de que voc prega para seres humanos que esto buscando soluo para seus problemas.

PENSANDO NAS PESSOAS

Minha pergunta a seguinte: Na vspera do dia de culto, quando voc d os ltimos retoques no sermo, verifica o ttulo, as ilustraes e as frases de impacto, lembra-se das pessoas? O que voc tem para dizer a cada uma delas? Uma coisa dizer: "Irmos, aqui o Senhor afirma que Ele nos ama e nunca nos abandonar." Outra coisa dizer: "Est voc sentindo-se sozinha e trada porque o marido a abandonou? Est voc angustiado porque no sabe onde vai conseguir o dinheiro para pagar o aluguel? Porventura h algum aqui que falhou com Jesus e entrou num lugar imundo, onde um filho de Deus nunca deveria entrar?

"O fogo da conscincia culpada est queimando seu corao e deixando-o sem paz? Quero lhe dizer, em nome do Senhor, o que a Escritura afirma nesta manh: voc no est s. As lgrimas de tristeza podem impedir-lhe de ver a Cristo, o grito da conscincia pode estar dizendo que voc se encontra perdido, sem perdo, mas a Palavra de Deus garante que Ele no o abandonou. Ele compreende sua dor. Quando voc deita na cama e sente que no existe sada, acredite, Jesus est perto de voc pronto a ajud-Lo e dar-lhe poder para viver uma vida vitoriosa."

No momento em que deixamos de generalizar as coisas e vaguear pelos meandros da interpretao teolgica e da exegese, e comeamos a particularizar a aplicao da mensagem, vemos que a menina distrada, porque estava pensando na traio do namorado, abrir os olhos e os ouvidos e passar a prestar ateno ao sermo. O mesmo acontecer com as outras pessoas. E quando o culto acabar, certamente ningum dir apenas que aquele foi um sermo extraordinrio, ou elogiar simplesmente o conhecimento que tem o pregador. As pessoas apertaro nossas mos, silenciosas, e veremos o brilho da alegria, da gratido e da esperana em seus olhos. So pessoas que entraram destroadas na igreja, e voltam para casa reconstitudas pelo poder divino, atravs da pregao.

Hoje, os mestres da homiltica falam de "pregao experiencial, encarnacional, teraputica, bipolar ou bifocal". Todos esses termos se referem apenas ao estilo de pregao que se fundamenta na Bblia, mas que tem como propsito mostrar a soluo divina para os problemas humanos. Halford E. Luccock, em seu tra