módulo 11: estudo de caso: análise de riscos de dutos · um aumento significativo da sua rede de...

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_________________________________ _______________________________ APOSTILA DO CURSO SOBRE ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS E PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RISCOS _______________________________________________________________________________ Relatório: Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Revisão N: 2 Módulo 11: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Dutos Preparado para: Ministério do Meio Ambiente Secretaria de Qualidade Ambiental DET NORSKE VERITAS

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_________________________________ _______________________________

APOSTILA DO CURSO SOBRE ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS E

PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RISCOS

_______________________________________________________________________________

Relatório: Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Revisão N: 2

Módulo 11:

Estudo de Caso: Análise de Riscos de Dutos

Preparado para:

Ministério do Meio Ambiente Secretaria de Qualidade Ambiental

DET NORSKE VERITAS

RELATÓRIO TÉCNICO

DET NORSKE VERITAS REGION SOUTH AMERICA Rua Sete de Setembro 111, 12º / 14º andares - Centro CEP: 20050-006 - Rio de Janeiro RJ, Brasil Caixa Postal 286 Tel:+55 21 2517-7232 Fax:+55 21 2252 1695 http://www.dnv.com

Data primeira edição: Projeto Nº:

20/07/2006 WO53706056 Aprovado por: Unidade Organizacional:

Luiz Fernando Seixas de Oliveira DNV Principia

Cliente: Atenção a: Ministério do Meio Ambiente - Secretaria de Qualidade Industrial

Marcus Bruno Malaquias Ferreira e Rita Lima de Almeida

Apostila fornecida aos participantes dos cursos de Estudo de Análise de Riscos e Programa de Gerenciamento de Riscos para técnicos do Ministério do Meio Ambiente, IBAMA e OEMAs. A apostila é constituída de 14 módulos, correspondentes aos módulos de 0 a 13 do Curso. Uma relação com algumas das referências bibliográficas mais relevantes sobre os assuntos abordados nos módulos é apresentada no Módulo 0. Neste Módulo 11 são apresentados os seguintes tópicos:

• Apresentar os principais passos para a avaliação de riscos de dutos • Identificar os principais perigos associados a oleodutos e gasodutos • Apresentar as principais causas acidentes em dutos • Descrever os passos para realização de análises de riscos de dutos • Apresentar os indicadores de riscos avaliados • Discutir a questão dos critérios de aceitabilidade de riscos para dutos • Comentários Finais

Relatório Nº Grupo de

Assunto:

Apostila do Curso de Análise de Risco/2006

Indexing terms

Título Relatório: Palavras chaves: Área de serviço:

ISA 1

Setor de Vendas:

Módulo 11: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Dutos

Curso APP AQR Risco

Trabalho executado por:

Flávio Luiz Barros Diniz, Luiz Fernando Seixas de Oliveira, Mariana Bahadian Bardy e Nilda Visco Vieira

Trabalho verificado por:

Cássia Oliveira Cardoso, Felipe Sodré e Tobias Vieira Alvarenga

Data desta edição: Rev. Nº.: Número de páginas:

03/04/2007 0 19

Não distribuir sem a permissão do cliente ou responsável da uinidade organizacional

Livre distribuição dentro da DNV após 3 anos

Estritamente confidencial

Distribuição irrestrita

© 2005 Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Esta publicação ou parte dela não podem ser reproduzidas ou transmitidas em qualquer forma ou qualquer meio, incluindo fotocópias ou gravações sem o consentimento por escrito da Det Norske Veritas Ltda.

Módulo 11: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Dutos – WO 53705093

Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco

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ÍNDICE

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................................1

2 PRINCIPAIS PERIGOS DE OLEODUTOS E GASODUTOS...........................................................................2

2.1 Para Oleodutos ................................................................................................................................................2

2.2 Para Gasodutos ...............................................................................................................................................2

2.3 Comparação Oleodutos vs Gasodutos .............................................................................................................2

3 CAUSAS DE ACIDENTES EM DUTOS ..............................................................................................................3

4 PASSOS PARA A REALIZAÇÃO DE ANÁLISES DE RISCO DE DUTOS ...................................................4

4.1 Estrutura Geral do Procedimento de Avaliação de Riscos..............................................................................4

4.2 Identificação dos Cenários ..............................................................................................................................5

4.3 Avaliação das Freqüências..............................................................................................................................6

4.4 Avaliação das Conseqüências..........................................................................................................................9

4.5 Avaliação dos Riscos .....................................................................................................................................10

5 INDICADORES DE RISCO PARA DUTOS......................................................................................................11

5.1 Riscos Individuais ..........................................................................................................................................11

5.2 Riscos Sociais.................................................................................................................................................12

6 CRITÉRIOS DE ACEITABILIDADE PARA RISCOS DE DUTOS ... ............................................................14

7 AVALIAÇÃO DO RISCO AMBIENTAL DE DUTOS .............. .......................................................................16

8 COMENTÁRIOS FINAIS ....................................................................................................................................19

Módulo 11: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Dutos – WO 53705093

Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco

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1 INTRODUÇÃO A análise de riscos de oleodutos e gasodutos é um dos temas de grande atualidade em todo o mundo, sendo de particular interesse no caso do Brasil, no momento em que o país se prepara para um aumento significativo da sua rede de dutos de transporte e distribuição de gás natural.

Neste Módulo 11 são apresentados os seguintes tópicos:

Os principais perigos associados a oleodutos e gasodutos; As principais causas acidentes em dutos; Os passos para realização de análises de riscos de dutos; Os indicadores de riscos avaliados para o caso de dutos; A questão dos critérios de aceitabilidade de riscos para dutos; Comentários finais.

Módulo 11: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Dutos – WO 53705093

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2 PRINCIPAIS PERIGOS DE OLEODUTOS E GASODUTOS

2.1 Para Oleodutos

Para os oleodutos, o principal perigo consiste na ocorrência de um derrame do líquido no meio ambiente decorrente de uma ruptura catastrófica ou de um vazamento em qualquer um dos seus componentes (duto, válvula, bomba, etc).

As conseqüências dependem do tipo de líquido conduzido pelo oleoduto. Em se tratando de petróleo ou óleos combustíveis pesados, a principal conseqüência é a contaminação ambiental, que se agrava se ocorrer em áreas ambientalmente sensíveis ou se atingir os recursos hídricos da região. Mesmo neste caso, também pode ocorrer incêndio do óleo derramado, embora a probabilidade seja baixa em vista da pouca volatilidade deste tipo de líquido.

Em se tratando de hidrocarbonetos líquidos não tão pesados, como a gasolina, ou mesmo óleo diesel, além da contaminação ambiental, existe uma maior probabilidade de ocorrência de incên-dios, os quais sob determinadas circunstâncias, podem ser catastróficos (vide o caso de Vila Socó).

2.2 Para Gasodutos

Para os gasodutos, o principal perigo consiste na liberação do gás decorrente de uma ruptura catastrófica ou de um vazamento em qualquer um dos seus componentes (duto, válvula, compres-sor, etc).

Em se tratando de um gás inflamável, as conseqüências decorrem da possível ignição da massa de gás liberada para o meio ambiente, a qual poderia causar a morte de grande número de pessoas situadas na área afetada pela liberação dos gás.

Em se tratando de um gás tóxico, o vazamento levaria à formação de uma nuvem tóxica que, em atingindo algum centro populacional, poderia também causar a morte de grande número de pessoas.

2.3 Comparação Oleodutos vs Gasodutos

Vê-se, portanto, no caso de oleodutos, a principal preocupação refere-se à possibilidade de contaminação ambiental (risco ambiental), enquanto que para os gasodutos, a principal preocupação está relacionada às conseqüências para as pessoas (risco para a segurança das pessoas).

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3 CAUSAS DE ACIDENTES EM DUTOS

Como visto na seção anterior, os acidentes dos dutos são devidos à ocorrência de rupturas ou vazamentos em seus componentes, que possibilitam a liberação do produto transportado. As principais causas de rupturas e vazamentos em dutos são classificada nos seguintes tipos pelo European Gas Industry Group (EGIG):

• Interferência externa Danos causados ao duto por excavações ou outros tipos de atividades de agentes

externos à companhia operadora do duto.

• Defeito de construção Defeitos introduzidos no duto durante os processos de fabricação, construção e

montagem do duto.

• Corrosão Redução da espessura da parede do duto devido a processo corrosivo passível de

ocorrer durante a operação do duto, causando a redução da sua resistência.

• Deslizamento do terreno Dano causado ao duto por conta de eventual deslizamento do terreno onde está

assentado.

• Alinhamento ou conexão errada Erro humano de alinhamento ou

conexão para reparo.

No 6º Relatório do EGIG (“European Gas Industry Group”), com base em dados de vazamentos em gasodutos operados por treze companhias euro-peias no período de 1970 a 2002, os percentuais relatados para as causas de vazamentos são os mostrados no quadro ao lado. Daí, vê-se que a

“interferência externa” é a causa res-ponsável por cerca da metade de todos os vazamentos ocorridos, enquanto “defeito de construção” e “corrosão” aparecem mais ou menos empatados em segundo lugar com cerca de 16% cada.

6,7%Outros e desconhecidos

4,6%Alinhamento ou Conexão Errada

7,1%Deslizamento de Terra

15,1%Corrosão

16,7%Defeito de Construção

49,9%Interferência Externa

PercentualCausa

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4 PASSOS PARA A REALIZAÇÃO DE ANÁLISES DE RISCO DE DUTOS

4.1 Estrutura Geral do Procedimento de Avaliação de Riscos

A estrutura geral de uma avaliação de riscos de dutos é a mesma que a da avaliação de riscos de qualquer outro tipo de instalação. Os passos necessários para a sua realização estão indicados no quadro abaixo, os quais passam pela identificação dos cenários de acidente, pelo cálculo das suas freqüências e conseqüências associadas, e, finalmente, pela avaliação dos indicadores de risco, através da combinação das freqüências e conseqüências de todos os cenários.

Após a avaliação dos indicadores de risco vem a questão da aceitabilidade dos valores obtidos, questão esta que pode ser respondida através da comparação com os limites estabelecidos nos critérios de aceitabilidade de risco. Caso os valores estejam acima dos critérios e, portanto, os riscos sejam considerados inaceitáveis, devem ser propostas medidas de redução de riscos e feita a reavaliação dos mesmos, até que se obtenha valores considerados aceitáveis.

Com os riscos em níveis considerados aceitáveis ou toleráveis, devem ser estabelecidos o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) e o Plano de Ação de Emergência (PAE).

Version Slide 1027 October 2006

Meteorologia,população,

propriedadesDados defalhas e de reparo,

manutenção

Informações sobre o sistema

AQR de Dutos: Estrutura Geral

Definição do Sistema,Fronteiras, Objetivos e

Abrangência do Estudo

Identificaçãodos Perigos

Avaliaçãodas

Frequências

Avaliaçãodas

Consequências

Avaliaçãodos Riscos

RiscosAceitáveis?

NãoSim

PGR/PAE

Sugerir medidasmitigadoras de

Risco

Reavaliar

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4.2 Identificação dos Cenários Devido à simplicidade dos dutos em comparação a plantas de processo em geral, a identifi-cação dos cenários de acidente nesses casos é bastante simplificada. Como já foi visto, os cenários de acidente estão relacionadas às liberações do produto que podem ocorrer em decorrência de vazamentos ou rupturas dos componentes do duto, cujas causas estão indicadas na seção 3.0. Na DNV trabalha-se com três eventos iniciadores: pequeno vazamento, médio vazamento e grande va-zamento (este último também denominado ruptura ou ruptura catastrófica).

Em consonância com as definições adotadas pela FEEMA/RJ:

• Pequeno vazamento corresponde a um furo com diâmetro equivalente a 5% do diâmetro do duto;

• Médio vazamento corresponde a um furo com diâmetro equivalente a 20% do diâmetro do duto, e

• Ruptura corresponde a um furo com diâmetro equivalente a 100% do diâmetro do duto.

Em um duto, os vazamentos podem ocorrer em qualquer ponto do mesmo e, portanto, na avaliação de riscos, os cenários de acidente devem ser formados a partir de eventos iniciadores espaçados de uma certa quantidade de metros, o que corresponde a uma discretização do problema contí-nuo real. Na DNV utiliza-se valores de espaçamento dos pontos de liberação que podem ser desde 10 a 100 metros depende das condições de cada proble-ma.

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4.3 Avaliação das Freqüências Existem apenas alguns poucos bancos de dados confiáveis de dados históricos de freqüência de vazamentos em dutos em todo o mundo, os quais podem ser utilizadas como fontes em avalia-ções quantitativas de risco de dutos.

Dentre os principais bancos de dados internacionais, pode-se citar o do EGIG (European Gas Industry Group), o do CONCAWE (The Oil Companies European Association for Environmental, Health and Safety in Refining and Distribution) e o do OPS (Office of Pipeline Safety – US Department of Transportation). O do EGIG contém dados de acidentes em dutos de transmissão de gás natural de treze das maiores transportadoras européira, o do CONCAWE armazena dados de acidentes em oleodutos na Europa e o do OPS contém dados de acidentes em oleodutos e gasodutos (tanto de transmissão como de distribuição) nos Estados Unidos.

O quadro mostra o comprimento total dos gasodutos cujos dados fazem parte do banco de dados do EGIG. Vê-se que desde o seu início em 1970, esta base de dados vem aumentando significativamente a cada ano, com a associação de maior número de operadoras e inclusão de novos gasodutos. No ano de 2004, os dados armazenados referiam-se a uma malha de mais de 120.000 km. Junte-se a isso, o fato de conter dados sistematicamente coletados desde 1970 e tem-se aí um dos bancos de dados mais completos e confiáveis do mundo.

Version Slide 1229 October 2006

Avaliação de Frequência: Análise Histórica

� Europeam Gas Industry Group – EGIG 6th Report 1970-2004

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No seu 6º Relatório, o EGIG mostra a evolução do valor médio da freqüência de ocorrência de vazamentos (todos os tamanhos) desde 1970 a 2004. Considerando-se a média móvel nos últimos cinco anos como o parâmetro mais representativo, vê-se que a freqüência de vazamentos teve uma redução da ordem de 4 a 5 vezes no últimos 30 anos e que continua a apresentar uma taxa descendente com o tempo.

Version Slide 1429 October 2006

Avaliação de Frequência: Análise Histórica

� EGIG 6th Report

No quadro abaixo estão indicados os valores médios da freqüência de vazamentos extraídos do 6º Relatório do EGIG. O primeiro valor foi obtido a partir dos vazamentos ocorridos unicamente no ano de 2004, o segundo refere-se à média dos vazamentos nos últimos cinco anos e o terceiro a média dos vazamentos desde 1970 a 2004.

Como visto anteriormente, os vazamentos podem ser de vários tamanhos, desde pequenos furos até a ruptura total do duto. É muito importante que a Análise de Riscos leve em conta a

Em 2004:Frequência de vazamento/ruptura = 1.9 x 10 -4 km/ano

Nos últimos 5 anos:Frequência de vazamento/ruptura = 1.7 x 10 -4 km/ano

Em todo o período 1970-2004:Frequência de vazamento/ruptura = 4.1 x 10 -4 km/ano

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distribuição de tamanhos dos vazamentos, pois as consequências de um pequeno vazamento são, geralmente, bem menores do que as médio vazamento, e as destes são menores do que as de uma ruptura do duto.

Tipicamente, na DNV utilizamos três tamanhos de furos (mesma classificação feita pelo EGIG):

- Pequeno vazamento

- Médio vazamento e

- Ruptura

Os percentuais fornecidos pelo EGIG para a ocorrência de cada um dos três tamanhos de furos estão indicados no quadro abaixo, onde também estão indicados os valores correspondentes da freqüência média de ocorrência no período de 1970-2004.

No caso de dutos, as liberações causadas por vazamentos ou rupturas podem ocorrer a partir de qualquer ponto ao longo de toda a extensão do duto. Para fins de cálculo dos riscos ao longo do duto é preciso se determinar claramente a localização dos pontos de liberação. A distância entre dois pontos de liberação consecutivos é um parâmetro a ser fixado pelo analista. Se o espaçamento entre os pontos de liberação for muito grande, haverá pontos que não serão alcançados pelos efeitos dos acidentes.

Considere o caso mostrado na figura abaixo: se R é o alcance dos efeitos danosos dos aciden-tes no duto, então se a distância entre dois pontos de liberação consecutivos for maior que 2R, uma área significativa não será atingida pelos efeitos das liberações em ambos os pontos, conforme indi-cado pelo retângulo amarelo na figura.

2,01x10-449%Pequeno vazamento

1,48x10-436%Médio vazamento

6,15x10-515%Ruptura

Frequência (/km-ano)% OcorrênciaTamanho

4,10x10-4100%Total

2,01x10-449%Pequeno vazamento

1,48x10-436%Médio vazamento

6,15x10-515%Ruptura

Frequência (/km-ano)% OcorrênciaTamanho

4,10x10-4100%Total

RR

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Para se evitar este tipo de problema, na DNV trabalha-se com um grande número de pontos de liberação igualmente espaçados, tipicamente com um espaçamento de 25 metros. Esse grau de precisão pode ser conseguido graças ao “Long Pipeline Model” implementado no Programa SAFETI da DNV.

A freqüência de ocorrência dos eventos iniciadores em cada ponto de liberação é então obtida tomando-se o valor da freqüência obtida do EGIG (dada em eventos/km-ano) e multiplicando pelo espaçamento expresso em km, conforme indicado no quadro abaixo. Este procedimento é repetido para pequeno e médio vazamentos e para ruptura.

Version Slide 2029 October 2006

Avaliação da Frequência de Cada Evento Iniciador

� Quantos pontos de liberação ao longo do duto?

A DNV trabalha com um número muito grande: de 25 em 25 m ou menos

ABkmvaz dfF ×=A B

025,0 ×= kmvaz fF

4.4 Avaliação das Conseqüências

Os efeitos de um vazamento em um duto dependem da natureza do produto transportado e do tamanho do vazamento, conforme indicado abaixo (vide também o quadro abaixo).

� Um vazamento em duto de gás inflamável pode dar origem a:

- Jato de fogo – em caso de ignição imediata

- Incêndio ou explosão de nuvem – em caso de ignição retardada

� Uma ruptura de duto de gás inflamável pode dar origem a:

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- Bola de fogo ou jato de fogo – em caso de ignição imediata

- Incêndio ou explosão de nuvem – em caso de ignição retardada

� Um vazamento em duto de líquido inflamável pode dar origem a:

- Jato de fogo ou Incêndio em poça – em caso de ignição imediata

- Incêndio ou explosão de nuvem – em caso de ignição retardada

- Contaminação ambiental do solo – em caso de não ignição (também em caso de ignição, se houver resíduo)

� Um vazamento em duto de líquido contaminante

- Contaminação do solo

- Contaminação de cursos d´água

Version Slide 2327 October 2006

Avaliação das Consequências

� Liberações acidentais a partir de dutos podem resultar nos seguintes tipos de cenários

Bola de fogo

Jato de fogo

Incêndio em poça

Incêndio em nuvem

Explosão de nuvem

Nuvem tóxica

Vazamento deContaminante

Liberação(Vazamentoou ruptura)

Tipologia

Radiação Térmica

Radiação Térmica

Radiação Térmica

Radiação Térmica

Sobrepressão

Toxicidade

ContaminaçãoAmbiental

Efeito Físico

Os modelos utilizados para as avaliações quantitativas das conseqüências indicadas acima são os mesmos já mostrados no Módulo 5 – Análise de Conseqüências.

4.5 Avaliação dos Riscos

A avaliação dos riscos de dutos é feita utilizando-se o mesmo procedimento empregado para as instalações fixas, ou seja, através da combinação freqüências e conseqüências de cada um dos cenários de acidente utilizando-se a técnica de árvores de eventos. Para tanto, faz-se necessário o conhecimento dos dados meteorológicos ao longo do duto (pelo menos para os trechos habitados), bem como a distribuição populacional em torno do duto.

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5 INDICADORES DE RISCO PARA DUTOS

Tal qual para instalações fixas, os indicadores de risco para dutos são também os riscos individuais (RI) e os riscos sociais.

5.1 Riscos Individuais Os riscos individuais para dutos são normalmente mostrados de duas formas: os contornos de isso-risco individual ao longo do duto e os perfis de risco individual (RI) em determinados seções de interesse do duto. Essas duas formas estão mostradas no quadro abaixo. De uma forma geral, os riscos individuais independem da densidade populacional nos pontos avaliados, sendo, basicamente, expresso pela freqüência esperada de morte de uma pessoa que estivesse em um dado ponto nas proximidades do duto durante as 24 horas do dia.

O perfil de risco individual (chamado de “risk transect” em inglês) dá uma visão mais explícita da variação dos níveis de risco individual em função da distância ao duto.

Version Slide 2527 October 2006

Avaliação dos Riscos

� Riscos Individuais (praticamente independem da população)- Contornos de Risco Individual

- Perfil de risco individual em uma dada seção ao longo do duto

Gasoduto

10-510-6

10-5 10-6

Contornos de R.I.Exemplo

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5.2 Riscos Sociais

Por sua vez, os Riscos Sociais (RS) aumentam com a densidade população, fornecendo assim uma clara indicação dos riscos devidos a passagem de dutos através de centros populacionais.

Da mesma forma que para instalações fixas, os riscos sociais de dutos podem também ser indi-cados através de curvas FN. No entanto, enquanto para as primeiras não há qualquer ambigüidade quanto à maneira de se obter as curvas FN, estas podem ser obtidas de várias formas no caso de dutos. Não há um consenso internacional quanto à maneira de se calcular as curavas FN para dutos.

� Como calcular as curvas FN para dutos?

1ª forma: considerar conjuntamente todas as aglomerações urbanas ao longo de toda a extensão do duto?

2ª forma: considerar cada aglomeração urbana em separado, avaliando uma curva FN para cada uma?

3ª forma: avaliar uma curva FN por quilômetro de duto, tomando o km mais crítico como parâmetro de comparação?

De acordo com o Termo de Referência do IBAMA para Análise Quantitativa de Riscos de Gasodutos: “o Risco Social deve ser calculado para o trecho com a maior densidade populacional, considerando a respectiva extensão deste trecho”. No entanto, o documento não especifica o que considerar como “trecho”, ou seja, qual o comprimento do trecho a ser avaliado. Uma interpretação é que o trecho tenha um comprimento que abranja toda a extensão do aglomerado urbano que apresenta a maior densidade populacional. Neste caso, esta forma é igual à 2ª forma indicada acima, apenas que, em princípio, somente o aglomerado urbano de maior densidade populacional estaria sendo avaliado. Se o RS para esse segmento for aceitável, tudo bem, a análise pararia aí. No entanto, caso não seja aceitável, após a elaboração de medidas específicas de redução de risco para esse segmento, a mesma análise deve ser feita para o segmento com a segunda maior densidade populacional. E assim por diante.

A atual versão (agosto 2006) do Termo de Referência do IBAMA manda calcular o Risco Social mas menciona explicitamente que o mesmo não será usado para fins de licenciamento. Em princípio seria apenas para dar uma visão complementar. Nesse caso, mesmo que estivesse acima do limite de aceitabilidade, não seriam formalmente exigidas medidas de redução desse risco para a

Módulo 11: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Dutos – WO 53705093

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concessão da licença ambiental do duto. O TR menciona ainda que a razão para a não utilização do RS no licenciamento seria em função de não haver consenso internacional em relação ao assunto.

Em trabalho recente realizado pela DNV para uma empresa do estado do Rio de Janeiro, submetido à FEEMA, foi acordado que o Risco Social seria calculado para um trecho igual àquele utilizado na definição de classe de locação, conforme a Norma ABNT NBR-1272, ou seja:

• Comprimento igual a 1600 metros (uma milha) mais 200 metros de cada lado, totalizando 2000 metros

• Largura igual a 200 metros

As curvas FN assim obtidas foram comparadas com as curvas limites de risco social para dutos adotadas pela FEEMA-RJ (ver seção seguinte).

5.3 Sobre Riscos Sociais de Dutos

Na opinião da DNV, de uma forma ou de outra, o risco social dos dutos deve ser um critério de licenciamento dos mesmos, pois:

� O Risco Social é um indicador fundamental para a indicação do nível de risco de um duto, porque permite avaliar a influência da densidade populacional sobre os riscos do duto.

� Trata-se, portanto, do único indicador que realmente permite diferenciar os riscos de rotas alternativas de um duto.

O fato de não se ter um consenso internacional sobre o assunto não é justificativa para não se utilizar esse indicador. Cabe a cada órgão responsável pela segurança do público adotar um procedi-mento razoável para a sua avaliação e estabelecer os critérios de aceitabilidade de forma adequada ao procedimento adotado.

Essa combinação deve ser tal que fique clara a impossibilidade de passagem de gasodutos de transmissão com grandes diâmetros e/ou pressões através de zonas urbanas altamente povoadas (classe de locação 4), a menos que sejam tomadas medidas absolutamente extremas de segurança, capazes de colocar o risco do gasoduto em níveis aceitáveis.

1600 m

200

m20

0 m

200 m 200 m Duto

1600 m

200

m20

0 m

200 m 200 m Duto

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6 CRITÉRIOS DE ACEITABILIDADE PARA RISCOS DE DUTOS Com a inclusão da exigência de realização de análises de riscos para dutos de transporte de produtos perigosos, alguns órgãos de controle ambiental adotaram também critérios de aceitabilidade (ou de tolerabilidade) para os riscos dos dutos para a população localizada nas proximidade dos mesmos. Notadamente, a FEEMA-RJ, a CETESB-SP e o IBAMA já tornaram públicos seus critérios de aceitabilidade de riscos específicos para dutos, conforme mostrados nos quadros abaixo. O valor de risco individual adotado pela CETESB-SP é dez vezes maior que aquele adotado pela FEEMA-RJ para os dutos existentes, o qual, por sua vez, já é dez vezes superior ao exigido para o licenciamento de um duto novo no estado do Rio de Janeiro. Assim, um duto novo pode ser licenciado no estado de São Paulo com um risco individual até cem vezes maior que o que seria aceitável no estado do Rio de Janeiro, sendo esta uma diferença extremamente grande de critérios de aceitabilidade de risco. O fato é que o limite superior de 10-4/ano adotado para o risco individual no estado de São Paulo pode ser atendido por qualquer duto de transmissão de hidrocarbonetos, mesmo para os de maiores diâmetros e pressões. Um valor de risco individual de 10-5/ano seria mais apropriado. Embora o Manual de Orientação para Análise de Riscos da CETESB-SP mencione apenas a exigência de avaliação de risco individual para dutos, na prática aquele órgão vem exigindo também a avaliação de riscos sociais para dutos. Para os correspondentes critérios de aceitabilidade, são adotadas as mesmas curvas do critério de aceitabilidade de instalações industriais em geral. Esta prática, muito mais do que o critério de risco individual adotado pela CETESB-SP é que tem sido responsável pela exigência de medidas de redução de risco em determinados dutos licenciados naquele estado. Até o momento, pelo menos, o IBAMA adotou o mesmo critério de risco individual previa-mente adotado pela CETESB-SP, exigindo que seja também avaliado o risco social, mas com a ressalva da sua não utilização no processo de licenciamento, conforme indicado na seção anterior.

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Critérios de Aceitabilidade: Riscos Sociais

� Curvas F-N limites para os dois órgãos

CETESB - SP FEEMA - RJ

Dutos Novos

Dutos ExistentesDutos Novos

ALARP

Manual da CETESB fornece apenas critérios para R.I. de dutos. Portanto, em princípio, o cálculo do RS não seria necessário.

Na prática é exigido e o critério é o mesmo que para instalações fixas.

Version Slide 2827 October 2006

Critérios de Aceitabilidade: Riscos Individuais

10-5 /ano

Holanda :

10-6 /ano

10-4 /anoCETESB

Para dutos (População em Geral)

FEEMAExistentes

(Inglaterra)

10-6 /anoFEEMANovos

TR do IBAMA: Adota os mesmos valores da CETESB

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7 AVALIAÇÃO DO RISCO AMBIENTAL DE DUTOS O passado recente está cheio de episódios de grande poluição ambiental decorrentes de rupturas em duto:

13 de outubro de 1998 - rachadura de cerca de um metro no duto que liga a refinaria REVAP ao Terminal de Guararema causa o vazamento de 1,5 milhão de litros de óleo combustível no rio Alambari.

6 de agosto de 1999 - Vazamento de 3 mil litros de óleo no oleoduto da refinaria da Petrobrás REMAN que abastece a Manaus Energia atinge o Igarapé do Cururu (AM) e o Rio Negro.

18 de janeiro de 2000 - O rompimento de um duto da Petrobrás que liga a Refinaria REDUC ao terminal da Ilha d'Água provocou o vazamento de 1,3 milhão de óleo combustível na Baía de Guanabara. A mancha se espalhou por 40 quilômetros quadrados.

16 de julho de 2000 - Quatro milhões de litros de óleo foram despejados nos rios Barigüi e Iguaçu, no Paraná, por causa de ruptura em um duto na chegada da Refinaria Presidente REPAR. O acidente levou duas horas para ser detectado, tornando-se o maior desastre ambiental provocado pela Petrobras em 25 anos.

30 de maio de 2001 - O rompimento de um duto da Petrobrás em Barueri em São Paulo, ocasionou o vazamento de 200 mil litros de óleo que se espalharam por três residências de luxo do Condomínio Tamboré 1 e atingiram as águas do Rio Tietê e do Córrego Cachoeirinha.

O Risco Ambiental é muito difícil de ser avaliado quantitativamente, principalmente em função da grande diversidade de suas conseqüências. Existem alguns modelos de avaliação mas ainda não há um consenso sobre os indicadores quantitativos de risco a serem avaliados. No Brasil, esse tipo de avaliação de risco somente tem sido feito em casos especiais. Tampouco há critérios de aceitabilidade quantitativos estabelecidos, seja no Brasil ou no exterior.

� O que tem sido feito no Brasil em relação à avaliação do risco ambiental de dutos?

- Avaliação qualitativa através de matrizes de risco ambiental

- Cálculo da quantidade vazada (QV)

- QV utilizada como indicador de risco

- Normalmente o dano é proporcional a QV

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- Custo de recuperação calculado em função de QV

- Estudo de sensibilidade da área afetada

- Identificação dos elementos ambientais

- Determinação de pontos críticos (áreas sensíveis, cursos e corpos d´água, etc.)

- Mapeamento dos elementos ambientais passíveis de impacto por vazamento

- Termo de Referência do IBAMA apresenta um esquema para Classificação da Sensibilidade Ambiental das áreas passíveis de serem atingidas por líquidos contaminantes.

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8 RISCO DE UMA FAIXA DE DUTOS

Quando do licenciamento de um determinado duto, o Termo de Referência do IBAMA para AQR de dutos requer que seja calculado o risco para a faixa de duto e não apenas para o duto em licenciamento. Assim, caso ocorram trechos da faixa que tenham outros dutos além do que está sendo licenciado, deverá ser calculado o risco combinado de todos os dutos na faixa no referido trecho. O resultado combinado (risco da faixa) é que deve ser comparado com os critérios de Risco Individual.

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9 COMENTÁRIOS FINAIS

Para o caso de um único duto em uma faixa, o Risco Individual não chega a causar limitações para os dutos em geral, mesmo para gasodutos de alta pressão e grandes diâmetros, particularmente para os valores adotados pela CETESB e pelo IBAMA, ou seja, R.I. entre 10-4/ano e 10-5/ano.

Para o caso de uma faixa de dutos, com vários dutos, o resultado combinado (risco da faixa) é que deve ser comparado com os critérios de Risco Individual. Isso, poderá, em alguns casos, au-mentar significativamente o R.I. nos trechos com outros dutos, podendo fazer com que determina-dos trechos de faixas mais congestionados resultem inaceitáveis com o critério risco individual máximo de 10-5/ano, mas dificilmente alcançarão o critério de 10-4/ano adotado no Termo de Referência do IBAMA para avaliação quantitativa de riscos de dutos. Como ainda não temos uma experiência significativa com avaliações de risco de faixas de dutos, essa afirmação ainda depende de confirmação prática.

Na opinião da DNV, de uma forma ou de outra, o risco social dos dutos deve ser um critério de licenciamento dos mesmos, pois:

� O Risco Social é um indicador fundamental para a indicação do nível de risco de um duto, porque permite avaliar a influência da densidade populacional sobre os riscos do duto.

� Trata-se, portanto, do único indicador que realmente permite diferenciar os riscos de rotas alternativas de um duto.

O fato de não se ter um consenso internacional sobre o assunto não é justificativa para não se utilizar esse indicador. Cabe a cada órgão responsável pela segurança do público adotar um procedi-mento razoável para a sua avaliação e estabelecer os critérios de aceitabilidade de forma adequada ao procedimento adotado.

Essa combinação deve ser tal que fique clara a impossibilidade de passagem de gasodutos de transmissão com grandes diâmetros e/ou pressões através de zonas urbanas altamente povoadas (classe de locação 4), a menos que sejam tomadas medidas absolutamente extremas de segurança, capazes de colocar o risco do gasoduto em níveis aceitáveis.