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MODELOS PARA DECISÃO DE MIX DE PRODUTOS: ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE TOC, ABC E MODELO GERAL Abraao Freires Saraiva Junior (USP) [email protected] Paulo Jorge Miranda Panarella (USP) [email protected] Reinaldo Pacheco da Costa (USP) [email protected] Em uma visão de Gestão de Produção e Operações, entende-se como mix de produtos a quantidade ideal a ser produzida e vendida de cada tipo de produto, considerando que estes competem por um número limitado de recursos, de forma a maximizar oo resultado econômico da firma produtora. Os modelos de apoio à decisão de mix de produtos são baseados em métodos matemáticos e heurísticos, tendo como base teórica os métodos de custeio, tais como o custeio baseado em atividades e abordagens de gestão da capacidade produtiva, tais como a Teoria das Restrições. Um dos modelos de maior destaque é o denominado “modelo geral para decisão de mix de produtos” desenvolvido pelos pesquisadores norte-americanos Robert Kee e Charles Schimdt, divulgado através do artigo intitulado “a comparative analysis of utilizing activity-based costing and the theory of constraints for making product-mix decisions” que foi publicado no periódico International Journal of Production Economics. A superioridade do seu modelo geral em relação a outros modelos para decisão de mix de produtos foi comprovada pelos através de um exemplo didático, não havendo prova matemática para tal. Neste contexto, o corrente estudo visa demonstrar algebricamente a superioridade do modelo geral em relação a outros modelos baseados na Teoria das Restrições e no Custeio Baseado em Atividades. Palavras-chaves: Modelo geral para decisão de mix de produtos, custeio baseado em atividades, teoria das restrições, demonstração matemática XXXII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social: As Contribuições da Engenharia de Produção Bento Gonçalves, RS, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2012.

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MODELOS PARA DECISÃO DE MIX DE

PRODUTOS: ANÁLISE COMPARATIVA

ENTRE TOC, ABC E MODELO GERAL

Abraao Freires Saraiva Junior (USP)

[email protected]

Paulo Jorge Miranda Panarella (USP)

[email protected]

Reinaldo Pacheco da Costa (USP)

[email protected]

Em uma visão de Gestão de Produção e Operações, entende-se como

mix de produtos a quantidade ideal a ser produzida e vendida de cada

tipo de produto, considerando que estes competem por um número

limitado de recursos, de forma a maximizar oo resultado econômico da

firma produtora. Os modelos de apoio à decisão de mix de produtos

são baseados em métodos matemáticos e heurísticos, tendo como base

teórica os métodos de custeio, tais como o custeio baseado em

atividades e abordagens de gestão da capacidade produtiva, tais como

a Teoria das Restrições. Um dos modelos de maior destaque é o

denominado “modelo geral para decisão de mix de produtos”

desenvolvido pelos pesquisadores norte-americanos Robert Kee e

Charles Schimdt, divulgado através do artigo intitulado “a

comparative analysis of utilizing activity-based costing and the theory

of constraints for making product-mix decisions” que foi publicado no

periódico International Journal of Production Economics. A

superioridade do seu modelo geral em relação a outros modelos para

decisão de mix de produtos foi comprovada pelos através de um

exemplo didático, não havendo prova matemática para tal. Neste

contexto, o corrente estudo visa demonstrar algebricamente a

superioridade do modelo geral em relação a outros modelos baseados

na Teoria das Restrições e no Custeio Baseado em Atividades.

Palavras-chaves: Modelo geral para decisão de mix de produtos,

custeio baseado em atividades, teoria das restrições, demonstração

matemática

XXXII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social: As Contribuições da Engenharia de Produção

Bento Gonçalves, RS, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2012.

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1. Introdução

Este estudo versa sobre o tema “decisão de mix de produtos”. Em uma visão de marketing,

entende-se como mix de produtos o conjunto de todos os tipos que um determinado vendedor

coloca à venda para os compradores (KOTLER, 1984). Em uma visão de Gestão de Produção

e Operações, visão esta que é compartilhada pela corrente pesquisa, entende-se como mix de

produtos a quantidade ideal a ser produzida de cada tipo de produto em um determinado

período, considerando que estes competem por um número limitado de recursos de forma a

maximizar o resultado econômico da empresa produtora (FREDENDALL; LEA, 1997).

Os modelos de decisão (ex: TSAI et al., 2007), seleção (ex: VASANT; BARSOUM, 2006),

otimização (ex: WANG et al., 2009) ou determinação (ex: KASILINGAM, 1992) de mix de

produtos são dedicados ao tratamento da mesma problemática: como definir o mix ideal de

produção e venda de produtos para um determinado período de forma a maximizar o resultado

econômico (ex: lucro líquido) da empresa? Em outras palavras, tal como pontuam Mabin e

Davies (2003, p. 669), “subjacente ao problema de decisão de mix de produtos está o dilema:

quais produtos devem ter prioridade de produção e venda?” Esse tipo de questionamento está

presente no pensamento de gestores de empresas, independente da estrutura de mercado

(monopólio, oligopólio, concorrência perfeita, etc.) de inserção, pois saber “o quê” e “quanto”

produzir são perguntas-chave para qualquer tipo de negócio, seja este de bens manufaturados

ou de serviços. Desta forma, problemas de decisão de mix de produtos verificam-se como uma

das questões mais fundamentais na manufatura (WANG, et al., 2009), tendo um papel

importante na predição de retornos futuros e na viabilidade econômica das empresas

(HASUIKE; ISHII, 2009).

Historicamente, a evolução da pesquisa sobre decisão de mix de produtos tem relação direta

com o desenvolvimento de duas vertentes:

1. Técnicas matemáticas e algoritmos. Tal afirmação pode ser constatada a partir da análise

dos trabalhos de: (1a) Byrd Jr. e Moore (1978) que utilizaram programação linear para

construir um modelo de mix de produtos; (1b) Onwubolu e Muting (2001) que

trabalharam a seleção de mix de produtos a partir do uso de algoritmos genéticos; (1c)

Onwubolu (2001) que propôs um modelo de decisão de mix de produtos a partir do uso

de algoritmos tabu search-based; (1d) Vasante e Barsoum (2006) que abordaram a

decisão de mix de produtos a partir do uso de programação linear fuzzy; e (1e) Wu, Chang

e Chiou (2006) que fizeram o uso de um algoritmo psyco-clonal para construir um

modelo de seleção de mix de produtos; e

2. Novas formas de custear produtos. Tal afirmação pode ser constatada a partir da análise

dos trabalhos de: (2a) Grinnell (1976) que comparou um modelo de decisão de mix de

produtos baseado no método de custeio por absorção com outro baseado no método de

custeio direto; (2b) Patterson (1992) que comparou um modelo de decisão de mix de

produtos baseado no método de custeio proposto pela Teoria das Restrições (do inglês

Theory of Constraints - TOC) com outro baseado no método de custeio direto; (2c) Kee

(1995) e Kee e Schmidt (2000) que compararam modelos de decisão de mix de produtos

baseado no método de custeio proposto pela TOC com modelos fundamentados no ABC,

propondo um modelo de decisão superior denominado de modelo geral de decisão de mix

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de produtos, na perspectiva de operações com múltiplas restrições no processo produtivo;

(2d) Kee (2001) que comparou a decisão de mix de produtos pela ótica de três modelos

baseados no Custeio Baseado em Atividade (do inglês Activity-Based Costing – ABC) na

perspectiva de operações com uma única restrição no processo produtivo; e (2e) Saraiva

Jr. (2010) propôs um modelo de decisão de mix de produtos sob a perspectiva do Custeio

Baseado em Atividades e Tempo (do inglês Time-Driven Activity-Based Costing -

TDABC).

Dentre os modelos de apoio à decisão de mix de produtos, pode ser destacado o modelo geral

desenvolvido por Kee e Schmidt (2000) aplicado a operações com múltiplas restrições no

processo produtivo. O modelo geral proposto é comparado com outros dois modelos de

decisão baseados exclusivamente na TOC e no ABC. A superioridade do modelo geral foi

comprovada por Kee e Schmidt (2000) através de um exemplo didático e gráfico, não

havendo prova matemática para tal.

Neste contexto, o corrente artigo objetiva demonstrar matematicamente como o modelo geral

para decisão de mix de produtos de Kee e Schmidt (2000), do ponto de vista do lucro

resultante e considerando múltiplas restrições do processo produtivo, sobrepuja os modelos de

decisão de mix de produtos baseados exclusivamente na Teoria das Restrições e no Custeio

Baseado em Atividades.

Além da corrente introdução, o artigo é estruturado a partir da exposição da metodologia

utilizada no estudo. Em seguida, é exposta uma seção de fundamentação teórica em que são

abordados os modelos para decisão mix de produtos, com destaque ao modelo geral de Kee e

Schmidt (2000). Na sequência, é apresentada a demonstração matemática da superioridade do

modelo geral em relação a outros dois modelos baseados na TOC e no ABC. Finalmente, são

expostas as conclusões dos autores, as limitações do estudo e as recomendações para

trabalhos futuros.

2. Metodologia

A primeira parte do estudo consistiu na realização de uma pesquisa bibliográfica que, no

entendimento de Gil (2002, p.44), pode ser “desenvolvida com base em material já elaborado,

constituído principalmente de livros e artigos”. A pesquisa bibliográfica realizada no corrente

estudo envolveu a busca de publicações acadêmicas, dos campos da Contabilidade Gerencial

e da Engenharia de Produção, que abordassem o tema “decisão de mix de produtos” no

contexto da modelagem econômica de operações industriais com múltiplas restrições no

processo produtivo. Ressalta-se que as publicações acadêmicas levantadas e analisadas foram,

principalmente, artigos constantes em periódicos internacionais, com destaque ao trabalho de

Kee e Schmidt (2000).

De posse do arcabouço teórico prospectado, utilizou-se o método comparativo analítico em

relação aos três modelos para decisão de mix de produtos propostos por Kee e Schmidt (2000)

com vistas ao desenvolvimento de uma demonstração matemática, através de álgebra aplicada

à programação linear, para provar como o modelo geral sobrepuja os outros dois modelos de

decisão de mix de produtos baseados exclusivamente na TOC e no ABC, prova esta realizada

por Kee e Schmidt (2000) apenas através de exemplos didáticos e graficamente.

3. Fundamentação teórica

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Para uma melhor compreensão do estudo realizado, são abordadas as proposições de Kee e

Schmidt (2000), com ênfase no modelo geral para decisão de mix de produtos.

3.1 O modelo geral para decisão de mix de produtos de Kee e Schimidt (2000)

A partir dos anos 90, após a publicação de Goldratt (1990), vários autores tais como Spoede et

al. (1994), Kee (1995), Yahya-Zadeh (1998) e Kee e Schmidt (2000) realizam estudos

comparativos entre o ABC e a TOC com o intuito de formular modelos para determinar o mix

ótimo de produtos. Dentre os trabalhos supracitados, destaca-se o desenvolvido e publicado

por Kee e Schmidt (2000). A partir da realização de uma análise bibliométrica e análise de

citações, Saraiva Jr. e Costa (2010) concluem que o trabalho de Kee e Schmidt (2000) é o

artigo mais atual considerado como um destaque, ocupando a sexta posição no ranking de

frequência de citações em publicações acadêmicas internacionais sobre decisão de mix de

produtos. Os cinco primeiros ranqueados são publicações, principalmente, datadas da primeira

metade da década de 1990.

Kee e Schmidt (2000) definem e apresentam três modelos para apoiar a decisão de mix de

produtos expressos na forma de programação matemática, sendo um baseado exclusivamente

nas premissas do ABC, outro baseado exclusivamente nas premissas da TOC e um terceiro

baseado na integração do ABC e da TOC. Nos três modelos para decisão de mix de produtos,

é utilizada a seguinte notação:

O modelo 1, proposto por Kee e Schmidt (2000), corresponde ao modelo baseado

exclusivamente nas premissas do ABC, tendo a seguinte formulação:

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Função Objetivo: kji

ABC

ikijkjk

ABC

i

I

ioiABC XqCXcpZ,,

1

Sujeito a: i

jkijk

ABC

iK QqX kj ,

(1)

21 iii XDX

i

01 iX i

02 iX ou 1 i

A função objetivo corresponde ao cálculo da maximização do lucro antes dos impostos

incidentes sobre renda (LLAIR) total do período, ou seja, considera o resultado do preço

líquido de venda menos os custos dos materiais diretos (margem de contribuição) menos os

custos das atividades necessárias à elaboração de cada produto, multiplicado pela quantidade

a ser produzida de cada tipo de produto. Os custos da capacidade estão embutidos no cálculo

do LLAIR. A funçao objetivo faz iteração tanto com os recursos limitativos, como também os

não limitativos. O modelo tem como premissa que todos os custos são discricionários.

O modelo 2, desenvolvido por Kee e Schmidt (2000) e baseado exclusivamente nas premissas

da TOC, é apresentado a seguir:

kj,i,

TOC

i1jkjk

TOC

i1

I

ioiTOC XQCXcpZ

Sujeito a: jkijk

i

ik QQX kj, ; (2)

Xi1 DiXik i ;

Xi1 0 i ;

Xi2 = 0 ou 1 i .

A função objetivo do modelo 2 corresponde, também, à maximização do LLAIR. Este modelo

diverge do modelo baseado no ABC por considerar todos os custos como não discricionários,

com exceção dos custos de material direto. Além disso, as restrições do modelo baseado na

TOC desprezam os recursos não-limitativos.

O modelo 3 expõe o modelo de programação matemática mista determinística e linear

desenvolvido por Kee e Shimidt (2000) que integra variáveis e premissas provindas do ABC e

da TOC:

Função Objetivo i kj

jkjkjk

MG

iioiMG RNcXcpZ,

*

1

Sujeito a:

i

jkjkikqijk RNX 0** kj, ; (3)

jkjk NN * kj, ;

jkjk RR * kj, ;

21 iii XDX i;

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01 iX ou 1 i;

02 iX ou 1 i;

No modelo geral, as restrições contemplam os recursos limitativos e não limitativos. Além

disso, o conceito de recursos discricionários é inserido na função objetivo. O modelo geral

considera o método de custeio direto para avaliar os custos dos produtos. Em suma, no

modelo geral, a função objetivo é similar à da TOC, enquanto as restrições são similares às do

modelo baseado no ABC (restrições das atividades). O modelo geral difere da TOC e do ABC

ao considerar que os gerentes têm poder discricionários sob os recursos de mão de obra e de

overhead. O modelo foi denominado por Kee e Schmidt (2000) como “modelo geral para

decisão de mix de produtos” por considerá-lo superior aos modelos exclusivamente baseados

na TOC ou no ABC. Este modelo considera que os gestores dispõem de informações

relacionadas à elaboração de cada produto (daí o termo determinístico), a saber: quantidade de

material direto (bill of materials), tempo de execução de cada processo ou atividade, tipo e

capacidade das atividades, níveis de ociosidade, demanda por produtos, entre outros.

O poder discricionário refere-se à condição do gestor de decidir sob as quantidades de

recursos ou os níveis de capacidade a serem mantidos na empresa. Atkinson et al. (2000, p.

214) abordam o conceito de custos discricionários e consideram que:

“O uso dos recursos discricionários não está diretamente relacionado ao

volume de produção. Tais custos discricionários resultam de decisões táticas

e estratégicas dos gerentes e incluem, por exemplo, as despesas feitas com

propaganda, publicidade e pesquisa e desenvolvimento. Nestes casos, as

despesas com os recursos de atividades influenciam o nível de produção no

longo prazo ao invés de este influenciar o consumo dos recursos da

atividade. Os custos das atividades não discricionárias são considerados

fixos em relação ao volume de produção”.

Para Kee e Schmidt (2000), os recursos não discricionários não são distribuídos para outras

áreas, ou seja, são recursos à disposição da produção. Os discricionários podem ser

redistribuídos para outras áreas da firma e não são deduzidos como custos fixos. Kee e

Schmidt (2000, p. 15) afirmam que:

“[...] quando a empresa possui graus variados de controle sobre os recursos

de mão de obra e overhead, nem o modelo da TOC e nem o baseado no ABC

podem levar ao mix ótimo de produtos. Um modelo mais geral foi

desenvolvido que sobrepuja os rigorosos requisitos dos modelos baseados na

TOC e no ABC.”

Kee e Schmidt (2000) consideram o ABC e a TOC como modelos alternativos para avaliar as

consequências econômicas quando a empresa usa sistemas tradicionais de custeio, sendo

casos especiais de aplicação do modelo geral. A TOC e o ABC podem conduzir a mix de

produtos ótimos quando a empresa utiliza o método de custeio tradicional, embora os autores

não definam o que são os métodos tradicionais. Por outro lado, à medida que a gerência tem

poder discricionário sob os recursos de mão de obra e overhead, o modelo geral origina o

melhor mix de produto explorando o máximo os recursos limitativos.

Vale ressaltar que o modelo geral proposto por Kee e Schimdt (2000) verifica-se como um

dos mais proeminentes da área em termos de citações (SARAIVA JR.; COSTA, 2010), apesar

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de as variáveis envolvidas com a decisão de mix de produtos (ex: custos, preços e consumo de

recursos) serem tratadas apenas de forma determinística. A superioridade do modelo geral em

relação aos dois outros modelos baseados estritamente no ABC e na TOC foi comprovada por

Kee e Schmidt (2000) através de um exemplo numérico ilustrativo e graficamente, como pode

ser visto na Figura 1.

Figura 1: Lucro gerado pelo ABC, pela TOC e pelo modelo geral

Fonte: Kee e Schmidt (2000, p.15)

No entanto, Kee e Schmidt (2000) não apresentaram prova matemática para comprovar a

superioridade do modelo geral, prova esta que o corrente artigo se propõe a realizar a seguir.

4. Demonstração matemática do modelo geral para decisão de mix de produtos

Esta parte do artigo está dividida em três proposições que serão trabalhadas matematicamente

com vistas à obtenção de uma comprovação algébrica da superioridade do modelo geral em

relação aos modelos de decisão exclusivamente baseados na ABC e na TOC para decisão de

mix de produtos. Ressalta-se que variável de desempenho da função objetivo dos três modelos

a serem comparados é o LLAIR total do período, doravante denominado apenas de “lucro”

gerado pelos mix de produtos resultantes de cada um dos modelos de decisão.

4.1 Proposição 1 - o lucro gerado pelo ABC é maior ou igual ao lucro da TOC

Demonstração:

Sejam ik

i kj

jkjkiiiABC XqcXcpZ .

10 )( e i kj

jkjkiiiTOC QcXcpZ.

10 )( as

funções-objetivo (lucro total) associadas ao ABC e à TOC, respectivamente. Então, a

diferença entre ambas é dada por:

ik

kj kj

jkjkjkjkTOCABC XqcQcZZ , .

, isto é,

)(,

ik

kj i

jkjkjkTOCABC XqQcZZ

Tomando-se ),( 21 ii XX admissível para todo i, isto é, somente os pontos que satisfazem todas

as restrições em ambos os modelos (ABC e TOC), então temos que

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jk

i

ikijk QXq para todo j, k, isto é,

0i

ikijkjk XqQ para todo j, k

Sendo jkc o custo unitário de cada atividade j, então 0jkc para todo j, k.

Logo, de (4) e (5), segue que

0)(,

ik

kj i

jkjkjkTOCABC XqQcZZ para todo j, k

Portanto,

TOCABC ZZ para todo j, k, isto é,

a lucratividade associada ao ABC é maior ou igual à lucratividade associada à TOC.

4.2 Proposição 2 - o lucro gerado pelo modelo geral é maior ou igual ao lucro da TOC

Sejam 0* jkR , ],0], jkjkjk QNR tais que jkjk RR * e jkjkjk QNR kj, . Então:

a) jkjkTOCMG RRZZ * para algum j, k.

b) jkjkTOCMG RRZZ *, kj,

Demonstração:

Sejam i kj

jkjkjkiiiMG RNcXcpZ,

*

10 )()( e i kj

jkjkiiiTOC QcXcpZ.

10 )( as

funções-objetivo (lucro total) associadas ao MG e à TOC, respectivamente. Então, a diferença

entre ambas é dada por:

kj

jkjkjkjkTOCMG RNQcZZ,

* ])[(

Sendo jkjkjk QNR kj, , a expressão acima é reescrita como:

kj

jkjkjkTOCMG RRcZZ,

* )(

Como 0jkc (por ser custo unitário) e jkjk RR * kj, (por hipótese), segue que

a) jkjkTOCMG RRZZ * para algum j, k.

b) jkjkTOCMG RRZZ *, kj,

Conforme a parte (a) da proposição 2, sempre que algum recurso for discricionário e a parcela

discricionária deste recurso é utilizada apenas parcialmente ( ],0] jkjk QR para algum j, k e

jkjk RR *), o lucro total aparente (função objetivo associada à TOC) será estritamente menor

que o lucro total efetivo (função objetivo associada ao MG), para todo mix de produtos

admissível (que satisfaz todas as restrições). Em outras palavras, quando as premissas da TOC

são violadas (ao menos um recurso é discricionário), o mix ótimo de produtos determinado

(4)

(5)

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pela TOC pode ser sub-ótimo (o que de fato pode ocorrer quando a parcela discricionária de

algum recurso é utilizada apenas parcialmente).

De acordo com a parte (b) da proposição 2, para que ocorra igualdade entre o lucro total

aparente (função objetivo associada à TOC) e o lucro total efetivo (função objetivo associada

ao MG), isto é, o mix determinado pela TOC seja efetivamente ótimo, é necessário e

suficiente que:

i. As premissas da TOC sejam verdadeiras, isto é, nenhum recurso seja discricionário, ou

seja, jkjk RR *0 ( jkjk QN ) kj, , ou, alternativamente,

ii. Se algum recurso for discricionário ( ],0] jkjk QR para algum j, k), a parcela

discricionária deste recurso é usada em sua totalidade ( jkjk RR *).

Assim, pela Proposição 2, quando as premissas da TOC são violadas ( ],0] jkjk QR para

algum j, k, isto é, ao menos um recurso é discricionário), a única situação em que o uso da

TOC conduz efetivamente a escolha do mix ótimo de produtos ocorre quando toda a parcela

discricionária do recurso é utilizada (condição ii). Caso a parcela discricionária do recurso

seja utilizada apenas parcialmente, o mix determinado pela TOC poderá não ser ótimo.

4.3 Proposição 3 - o lucro gerado pelo modelo geral é maior ou igual ao lucro do ABC

Sejam 0* jkN e [,0] jkjk QN tais que jkjk NN * kj, . Então:

a) jkjkABCMG NNZZ *, kj,

b) jkjkABCMG NNZZ *, para algum kj,

Demonstração:

Sejamik

i kj

jkjkiiiABC XqcXcpZ .

10 )( e i kj

jkjkjkiiiMG RNcXcpZ,

*

10 )()( as

funções-objetivo (lucro total) associadas ao ABC e ao MG, respectivamente. Então, a

diferença entre ambas é dada por:

kj i

ikijkjkjkjkMGABC XqRNcZZ,

* )(

Como i

jkjkikijk NRXq 0** kj, (premissas do MG), a expressão acima é reescrita

como:

kj

jkjkjkMGABC NNcZZ,

* )(

Sendo 0jkc (por ser custo unitário) e jkjk NN * kj, (por hipótese), segue que

Para que ocorra igualdade entre o lucro total aparente (função objetivo associada ao ABC) e o

lucro total efetivo (função objetivo associada ao MG), isto é, o mix determinado pelo ABC

seja efetivamente ótimo, é necessário e suficiente que:

i. As premissas do ABC sejam verdadeiras, isto é, todo recurso é perfeitamente

discricionário, ou seja, jkjk NN *0 ( jkjk QR ) kj, , ou, alternativamente,

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ii. Se algum recurso não for perfeitamente discricionário ( ],0] jkjk QN para algum j, k),

então a parcela não discricionária deste recurso é usada em sua totalidade ( jkjk NN *)

Assim, pela parte (a) da Proposição 3, quando as premissas do ABC são violadas (ao menos

um recurso não é perfeitamente discricionário, isto é, ],0] jkjk QN para algum j, k), o mix

determinado pelo ABC será ótimo desde que toda parcela não discricionária seja utilizada

integralmente. Caso contrário, o mix determinado pelo ABC poderá não ser ótimo (dado que

o custo da parcela não discricionária que permanece ociosa não é considerado na função

objetivo associada ao ABC). Isso é mostrado a seguir.

b) jkjkABCMG NNZZ *, kj,

Seja ABCX tal que max)( ABC

ABC

ABC ZXZ . Se [,0] jkjk QN para algum j, k, então

max*max )( MGjk

ABC

jkjkABC ZNNcZ .

Demonstração:

Se [,0] jkjk QN para algum j, k, então )( *

jkjkjkABCMG NNcZZ ; logo,

)()( *max

jk

ABC

jkjkABC

ABC

MG NNcZXZ

Sendo max)( MGMG ZXZ X factível, max*max )()( MGjk

ABC

jkjkABC

ABC

MG ZNNcZXZ

Dessa maneira, havendo recurso com parcela não discricionária, o ponto ótimo determinado

pelo ABC pode ser subótimo à luz do modelo geral, tendo em vista o custo da parcela não

discricionária do recurso que é suprida, porém não totalmente utilizada na produção. Em

outras palavras, o resultado subótimo decorre do fato de a função objetivo do ABC considerar

nulo o custo da parcela não discricionária que não é utilizada. Com isso, quando a hipótese de

discricionariedade perfeita dos recursos é violada (ao menos um recurso não é perfeitamente

discricionário), o modelo geral para decisão do mix ótimo de produtos gera resultados

superiores (lucro) aos do modelo de decisão exclusivamente baseado no ABC.

5. Considerações finais

Subjacente ao problema de decisão de mix de produtos está o questionamento: quais produtos

devem ter prioridade de produção e venda? Esse tipo de questionamento está presente tomada

de decisões empresariais, pois estes precisam definir o mix de produtos que proporciona a

melhor utilização dos recursos produtivos e que maximize o lucro empresarial, principalmente

em contexto em que a demanda ultrapasse a capacidade produtiva de determinada empresa.

Tendo em vista a relevância do tema abordado neste estudo, a principal contribuição deste

artigo reside na demonstração algébrica de como o modelo geral para decisão de mix de

produtos de Kee e Schmidt (2000), do ponto de vista do lucro resultante e considerando

múltiplas restrições do processo produtivo, sobrepuja os modelos de decisão de mix de

produtos baseados exclusivamente no ABC e na TOC. Desta forma, o objetivo do estudo foi

alcançado.

Dentre as limitações do estudo, em especial ao modelo geral trabalhado, destaca-se a falta de

análise com relação a aspectos de qualidade dos produtos no contexto de decisão de mix de

produtos em ambientes com limitação de capacidade produtiva. A qualidade percebida pelos

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XXXII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social: As Contribuições da Engenharia de Produção

Bento Gonçalves, RS, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2012.

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clientes pode fazer com que preço cobrado eleve-se e com que o gap entre a demanda e a

necessidade de produção seja diminuído, por exemplo. Estas limitações permitem recomendar

que o modelo geral para decisão de mix de produtos não seja utilizado sozinho, mas em

conjunto com outras ferramentas e informações, tendo em vista o pleno conhecimento das

condições dos clientes e dos concorrentes da empresa em análise. Desta limitação, outras

possibilidades de pesquisa emergem na perspectiva da integração de aspectos econômico-

financeiros (custos, preços e lucros) com outros aspectos de caráter mais subjetivo, tais como

os relacionados com a qualidade dos produtos percebida pelos clientes.

Finalmente, idealiza-se que este estudo contribua como um referencial para outras pesquisas

sobre decisão de mix de produtos sob a égide da Gestão de Produção e Operações,

principalmente no que tange a interface com a modelagem econômico-financeira de operações

de manufatura.

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