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Modelos de Administração Pública A evolução histórica Aula 3

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Page 1: Modelos de Administração Pública A evolução histórica Aula 3

Modelos de Administração PúblicaA evolução histórica

Aula 3

Page 2: Modelos de Administração Pública A evolução histórica Aula 3

Administração PúblicaWALDO (1971, p. 6):A administração pública são a organização e a gerência de homens e materiais para a consecução dos propósitos de um governo.

HARMON E MAYER (1999, p.34):A administração pública é a ocupação de todos aqueles, que atuam em nome do povo e em nome da sociedade que delega de forma legal, cujas ações têm consequências para os indivíduos e grupos sociais.

Wikipédia:Administração pública é, em sentido prático ou subjetivo, o conjunto de órgãos, serviços e agentes do Estado, bem como das demais pessoas coletivas públicas (tais como as autarquias locais) que asseguram a satisfação das necessidades coletivas variadas, tais como a segurança, a cultura, a saúde e o bem estar das populações.

Definição relacionada aos Princípio Constitucionais:A Administração Pública tem como principal objetivo o interesse público, seguindo os princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

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Evolução dos modelos

• Administração Patrimonialista

• Administração Burocrática

• Administração Gerencial

Obs: 1.Muito embora queiramos caracterizar um modelo predominante no tempo, nas diversas fases da Administração Pública no Brasil, encontramos traços dos três modelos nos dias de hoje.2.Pode-se afirmar, existirem traços de todas as demais Teorias da Administração nas entidades públicas.

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O modelo Patrimonialista• Primeiro modelo de administração de Estado, perpetuando-se até meados do

século XIX;• Contexto: poder absoluto do soberano, forte aparato administrativo direcionado

à arrecadação de impostos, força militar para defesa do território e intimidação e julgamento de opositores ao regime;

• Estado como propriedade do soberano; res publica = res principis; • Luís XIV / França: “L’etat c’est moi”• Patrimonialismo = “incapacidade ou relutância de o príncipe distinguir entre o

patrimônio público e seus bens privados”; Bresser-Pereira, 2001

• Cargos públicos denominados de prebendas ou sinecuras;• Cargos de livre nomeação;• Corrupção e nepotismo.

Nota: prebendas / sinecura = ocupação rendosa de pouco ou nenhum trabalho

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O modelo Burocrático• Surge em meados / final do século XIX;• Combate às práticas do Patrimonialismo, principalmente à corrupção e ao

nepotismo;• Preceitos de T. da Burocracia: hierarquia funcional, divisão e rotina do trabalho

restrita ao cargo, autoridade limitada no cargo, impessoalidade nas relações, formalismo, conhecimento técnico, meritocracia, forte controle a priori;

• Rigidez e falta de agilidade na forma de administrar• “Poder racional-legal” conceito associado às normas criadas de forma racional e

legal com relação ao uso dos recursos;• Efetividade no controle, a priori, contra os abusos administrativos;• No Brasil, caracterizado pela criação do DASP na era Getúlio Vargas

Obs: DASP (Depto Administrativo do Serviço Público) previsto na CF/37 e criado em 1938

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As disfunções da burocracia e o paradigma pós-burocrático:Normas rígidas

Inflexibilidade

Ineficiência

Não atendimento das demandas sociais

Necessidade de corrigir os excessos

• Princípio da confiança (reestabelecer o conceito de confiança para além dos controle a priori)

• Orientação para o cidadão-cliente• Foco no controle por resultado(eficácia, com controle a posteriori)

Page 7: Modelos de Administração Pública A evolução histórica Aula 3

O modelo Gerencial• Surge a partir das mudanças tecnológicas, da globalização dos mercados e da

competitividade entre os Estados;• Inspira-se em conceitos da administração privada contemporânea sem contudo

confundir-se com ela; • Buscar maior eficiência com definição precisa dos objetivos e foco em resultados;• Observância e manutenção de algumas características válidas da Burocracia;• Oferecer qualidade nos serviços, orientados ao cidadão-usuário;• Mudança: controle a priori dos meios controle a posteriori dos resultados;• Descentralização das competências;• Redução dos níveis hierárquicos;• Planejamento estratégico participativo e democrático;• Sociedade = “contribuinte de impostos e usuário de serviços públicos”;• Adequação do modelo às teorias administrativas mais modernas;• Dá origem à nova ordem mundial de gestão pública – New Public Management

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Contexto:• Crises do petróleo (1973 e 1979)

• Endividamento do Estado

• Crise fiscal do Estado

• Consenso de Washington / novembro de 1989: Ideias neoliberais de instituições financeiras de Washington DC Receituário de ajuste macroeconômico do FMI aos países em desenvolvimento

OBS:10 Regras do Consenso de Washington: Disciplina fiscal; Redução dos gastos públicos; Reforma tributária; Juros de mercado; Câmbio de mercado; Abertura comercial; Investimento estrangeiro direto, com eliminação de restrições; Privatização das estatais; Desregulamentação (afrouxamento das leis econômicas e trabalhistas); Direito à propriedade intelectual

O Novo Gerencialismo Público / Nova Gestão Pública

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O Gerencialismo Público / Nova Gestão Pública Estágios:1. Gerencialismo puro / managerialism: redução de custos e

enxugamento da máquina estatal a qualquer preço; aumento da eficiência dos recursos públicos; a sociedade como “financiadora” / “contribuinte” do Sistema;

2. Consumidor / Consumerism: caracterizado pela introdução da perspectiva da qualidade dos serviços; descentralização e competitividade dentro da Administração; o “cliente-usuário” que demanda qualidade e satisfação;

3. Orientado ao Serviço Público / Public Service Orientation (PSO): início da década de 90; Grã-Bretanha e EUA criam conceito de accountability (a cobrança de responsabilidade); a transparência e a participação popular na discussão das políticas públicas; “cliente-usuário” ; isonomia; ênfase no bem comum / coletividade;

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Evolução do modelo Gerencial:Gerencial Puro (managerialism)

Consumidor (consumerism)

Orientado ao Serviço Público (PSO)

EficiênciaRedução de custos

Foco no clienteMelhoria da qualidade dos serviços

CidadaniaResponsabilidade (accountability)Equidade no tratamento

Tax payers (contribuintes de impostos)

Clientes/consumidores Cidadãos

Caderno 10 Enap, 1997, Abrucio, Fernando

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Gestão Pública no Brasilbreve histórico da evolução e das reformas administrativas: 1808Chegada da Corte portuguesa ao Brasil: colônia parte integrante do Reino Unido de PortugalDados oficiosos: 5.000 – 10.000 desembarcam como parte da CorteDesalojamento dos locais e outros favores dão início às práticas patrimonialistas Poder compartilhado pela burguesia rural, políticos patrimonialistas, juristas e militaresCaos administrativo

1889 / 1891Proclamação da República Segunda Constituição do Brasil introduz a tripartite dos Poderes e cria o Tribunal de Contas

1891 – 1930Falta de estrutura administrativa transparente e objetiva / “mercado de trocas”Influência do coronelismo para atender a burguesia ruralNecessidades sociais não atendidas ou relegadas ao apoio de instituições religiosas

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1930 Brasil: agrário industrial O Estado assume papel decisivo na aceleração da industrialização Era Vargas introduz a Burocracia como forma organizada e moralizada de

administração pública; tentativa de sanear as finanças públicas e racionalização da administração

Aparecimento dos grupos oligárquicos industriais enfraquecimento da burguesia rural

Crise de 1929 Queda radical das exportações (café); motivo para incentivar a produção nacional e desenvolver a economia / mercado interno

Concentração de poder pelo Executivo a fim de promover as mudanças administrativas lideradas pelo Estado “Estado Administrativo”

Criação do DASP – Departamento de Administração do Serviço Público: tentativa de modernizar o Estado centralizar e organizar a Administração Pública baseado em conceito da burocracia de Max Weber

Gestão Públicabreve histórico da evolução e das reformas administrativas:

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A necessidade de adequação ao modelo Burocrático 1945 : deposição de Vargas; DASP perde influência nos ditames da

Administração 1950 – 1954 : Vargas tem poderes limitados pela CF/46 mas ainda

assim elabora um Projeto de redistribuição dos órgãos da Administração Federal

1956 : Governo JK cria estruturas paralelas à Administração Direta (Administração Indireta); programa de industrialização acelerada com plano de metas “50 anos em cinco”; “o Estado Desenvolvimentista”;

1967 : Decreto-Lei 200: traz o conceito de Administração Gerencial; necessidade de melhor atuação por meio da Administração Indireta dada a centralização excessiva do P. Executivo; ausência de coordenação nas ações do Governo (ver Art 6º DL 200/67)

Nota: Devido à crise política do regime militar e as crise econômicas na década de 70 (1973 e 1979), o DL 200/67 não é implementado em sua plenitude.

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As tentativas de Gestão Gerencial 1970 – 1979 : Ações de desestatização e desburocratização (PrND) como

tentativa de frear a expansão excessiva da Administração Indireta; 1985 : Retorno à democracia promove maior descentralização política;

retomada de poder pelos governos estaduais e maior autonomia aos municípios;

1986 : Extinção do DASP e criação da Sedap – Secretaria de Administração Pública da Presidência da República com os objetivos: a)nova política de RH, b)racionalização da estrutura administrativa e c) conter gastos públicos;

1988 : Nova Constituição, considerada como fator de engessamento da Administração; retoma o binômio da Centralização Administrativa - Descentralização Política loteamento dos cargos público da Administração Indireta e das Delegacias dos Ministérios nos Estados; fracassos de vários planos econômicos contra a hiperinflação na década de 80 / gestão fiscal.

Nota: Problemas relacionados à ingovernabilidade e situação econômico-financeira associada aos surtos inflacionários frustram a reforma administrativa promovida pelo Governo Sarney.

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Os anos 90sGoverno Collor posse em 1990 – impeachment em 92 adota modelo neoliberal Estado mínimo em oposição ao Estado Desenvolvimentista desmantela a Administração Pública Federal por meio de reforma administrativa Abertura às importações e privatizações Destrutivo pela desorganização administrativa e marcado pela corrupção Itamar Franco assume após processo de impeachment e continua o programa de

desestatização das empresas estatais

Governo Fernando Henrique posse em 1995 Propósito de apenas coordenar e regular a economia Nova reforma administrativa rumo ao modelo Gerencial / MARE Min. Adm. Reforma Estado Escassez de recursos e fortes demandas sociais favorecem o pacto entre o público e o

privado Mecanismos de parcerias com o setor privado, governos estaduais e municipais e

organismos internacionais Programa de privatizações e ataque ao monopólio de s serviços públicos

Page 16: Modelos de Administração Pública A evolução histórica Aula 3

Plano Diretor de Reforma do Aparelho do EstadoPdrae – 1995

Bresser Pereira, L.CarlosMARE / Min. Adm. e Reforma do Estado

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REDESENHO DO

APARELHO DO ESTADO

ATIVIDADES

EXCLUSIVAS DO ESTADO

ATIVIDADES NÃO-

EXCLUSIVAS

PRESSUPÕEM O EXERCÍCIO DE PODER DO ESTADO DE REGULAMENTAR, FISCALIZAR E FOMENTAR

Arrecadação Tributária Segurança Pública Controle Ambiental, etc

SÃO DE INTERESSE PÚBLICO, MAS PODEM SER DELEGADAS OU PRODUZIDAS POR TERCEIROS COM O APOIO E SUPERVISÃO DO ESTADO

Educação,Saúde,

Meio Ambiente,Desenvolvimento

Agências Executivas

Organizações Sociais

Agências Reguladoras

Mandato de Diretores e Independência do Governo

Contrato de Gestão

Carlos H. L. Borges, ppt material FTC

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A Emenda Constitucional n° 19

Desdobramentos na Adm. Pública

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