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PARTE 6-2 Modelos Atmosféricos – Caraterísticas e Aplicações Referência: “Summer school on mathematic modeling of atmospheric chemistry 2015”, prof. Guy Brasseur TÉCNICAS EM CLIMATOLOGIA PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA FÍSICA USP FEVEREIRO 2017

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  • PARTE 6-2Modelos Atmosféricos – Caraterísticas e

    Aplicações

    Referência: “Summer school on mathematic modeling of atmospheric chemistry 2015”, prof. Guy Brasseur

    TÉCNICAS EM CLIMATOLOGIAPROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA FÍSICA USP

    FEVEREIRO 2017

  • *Espectrais

    Características dos modelos atmosféricos

    *Diferenças Finitas

    Apropriado para a escala global

    Requer menos poder computacional

    Modelo global utilizado pelo CPTEC/INPE

    Apropriado para qualquer escala

    É possível ajustar o poder computacionalnecessário

    Diversos outros modelos – WRF, RegCM, BRAMS

  • *Hidrostático

    Características dos modelos atmosféricos

    *Não-hidrostático

    Utilizam a aproximação hidrostática para descrever o movimento vertical do ar:

    Requerem menos poder computacional

    Podem ser utilizados quando o fenômeno atmosférico possuir maiorcomprimento horizontal do que vertical:- brisa marítima, circulação frontal, relevo simples, etc.

    Calcula o movimento vertical do ar diretamente a partir dos pontos de gradeadjacentes. Não usa a aproximaçãohidrostática

    Requer maior poder computacional

    Necessário para calcular movimento vertical significativo:Formação de células convectivas profundas, altura da camada limite, relevo complexo,etc

    Ԧ𝐺 ≅ 𝛻𝑣𝑃

  • Força devido à 𝑮𝒓𝒂𝒗𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 =𝑭𝒐𝒓ç𝒂 𝒅𝒆𝒗𝒊𝒅𝒐 𝒂𝒐 𝒈𝒓𝒂𝒅𝒊𝒆𝒏𝒕𝒆 𝒗𝒆𝒓𝒕𝒊𝒄𝒂𝒍 𝒅𝒆 𝒑𝒓𝒆𝒔𝒔ã𝒐

    Ԧ𝐺 ≅ 𝛻𝑣𝑃

    ∂p

    ∂z = − gρ

    G

    grad pressão vertical

    Superfície terrestre

    EQUILÍBIO HIDROSTÁTICO

  • *Globais e regionais

    Características dos modelos atmosféricos

    *Urbanos

    Apropriados para escalas de análise globais e regionais, da ordem de dezenas de km até o globo todo

    Apropriados para escalas de análise locais, menores do que dezenas de km

  • *Lagrangianos

    Características dos modelos atmosféricos

    *Eulerianos

    Método no qual o observador se move com o fluido (parcela de ar, partículas) escolhido para a observação, através do tempo e do espaço.

    Ex: rastrear a origem de massas de ar,identificar fontes de poluição, etc

    Tempo e espaço são referenciais fixos;observa-se o movimento do fluído atravésdeles. A localização é importante.

    Ex: verificar impacto da TSM na precipitaçãoem uma dada área, ilhas de calor, etc

  • Modelos Numéricos de Previsão: Condições Iniciais

    Dados disponíveis em http://daac.ornl.gov/cgi-bin/dsviewer.pl?ds_id=220

  • Observations used in ARPEGE

    radiosondagens - P,T,UR,ventoRadiâncias ATOVS NOAA

    Satélites Geostacionário - ventosBóias na superfície - P,T,UR,vento

    SYNOP e navios - superfície P,T,UR,vento avião - T,vento

  • Observações de Satélite são vitais para a utilização e avaliação de modelos atmosféricos

  • Resolução espacial, temporal e vertical

    • Modelos Regionais ou urbanos : 500 m ou -

    • Menor resolução espacial = melhor representação de superfície eatmosfera

    • Resolução temporal deve evoluir juntamente com a espacial. Para cadapasso de tempo, o modelo calcula o movimento da atmosfera. Por isso,resoluções espacialmente mais detalhadas requerem mais tempo decálculo.

    • Resolução vertical = quantas ‘camadas’ de altitude serão usadas para secalcular movimentos verticais no modelo (ex: precipitação).Modelos globais: cerca de 30-80 camadas.

  • Estudo japonês sobre Fukushima: melhor resolução de topografia interfere na

    modelagem da dispersão dos poluentes

  • Processos normalmente parametrizados

    Processos muito complexos, ou que ocorrem em escalas temporais e espaciais muito pequenas para serem capturados pelo modelo são representados através de parametrizações(aproximações numéricas utilizadas para se representar tais processos)

  • Exemplos de parametrizações Convecção Cumulus

    • Formação de nuvens cumulus: Grell (1993) (América do Sul tropical) e Kuo (1974) (monções indianas)

    • Grell-Freitas (2014): convecção/integração da modelagem atmosférica com a modelagem de qualidade do ar

    • Goddard (Tao et al., 2009): radiação (interação com vapor de água, CO2 e outras substâncias)

  • Condições iniciais (CI) e de fronteira (CF)

    • Conjuntos (ensembles) de simulações são elaborados para se levarem conta a variabilidade interna de cada modelo e da atmosfera. O aspecto não-linear da atmosfera leva a incertezas inerentes nassimulações e previsões.

    • Previsão de Tempo: para tentar remover (ou diminuir) estaincerteza, cada modelo pode ser executado várias vezes, com diferentes CI. Assim, tem-se uma estatística do estado maisprovável da atmosfera no tempo futuro

    • Previsão Climática: os modelos climáticos são executados váriasvezes com diferentes CF (temperatura da superfície do mar, porexemplo) para se construir uma resposta média mais confiávelquanto a incerteza inerente ao longo do tempo..

  • Previsão Climática Sazonal

    Condição FinalCondição Fronteira

    Tempo

    meses

    Alta Previsibilidade Baixa Previsibilidade

    Condição FinalCondição Fronteira

    Tempo

    meses

  • Ensemble (conjunto) de previsões de precipitação no

    inverno na Europa 2015

  • Avaliando o resultado de modelos

    • Visão Moderna: Nem todos os aspectos do mundo natural e do comportamento social são previsíveis, e novas abordagens devemser desenvolvidas:

    – A previsão do tempo tem um limite de confiabilidade (10-15 dias para latitudes temperadas, por exemplo (Lorenz, 1963)

    – O clima (estado médio da atmosfera) é mais facilmente previsto para as latitudes tropicais, enquanto o tempo é mais facilmente previstopara as latitudes temperadas.

    – A interferência humana no clima deriva de complexos fatores sócio-econômicos que ainda necessitam ser melhor incorporados nosmodelos - INTERDISCIPLINARIDADE

  • APLICAÇÕES

    MODELAGEM ATMOSFÉRICA

  • RegCM3 Modelagem ClimáticaDESMATAMENTO NA AMAZÔNIA

    EXPERIMENTO CONTROLE EXPERIMENTO SENSIBILIDADE

    SILVA et al. (2015)

    DESMATAMENTO EXTRAPOLADO 2050

  • RegCM3 e CRUHABILIDADE DO MODELO

    Figure 2 (a,d) Mean surface air

    temperature (oC) and precipitation (mm

    day-1) for the rainy season from 2001 to

    2006 as simulated by RegCM3; (b,e)

    same as (a,d), but for CRU observed

    data; (c,f) air temperature and

    precipitation differences between

    simulated and observed data.

  • RegCM3 Modelagem ClimáticaHABILIDADE DO MODELO

    Figure 4 (a) Observed and simulated maximum (orange and green colors) and minimum (blue

    and magenta colors) daily air temperature for the rainy seasons (Oct-Mar) from 2000-2001 to

    2006 -2007. The observed data were obtained at the micrometeorological tower in the

    northeastern part of Sao Paulo state, in a cerrado vegetation conservation region, for the same

    period.

    TORRE MICROMETEOROLÓGICA X RegCM3

  • RegCM3 Modelagem ClimáticaDESMATAMENTO NA AMAZÔNIA

    ?

  • RegCM3 Modelagem ClimáticaDESMATAMENTO NA AMAZÔNIA

    u

    u

    v

    v geop

  • CAM-chem at 0.5° - Surface Ozone

    Strong diurnal variation, particularly evident in Northern Hemisphere

    From Louisa Emmons, NCAR

  • Weather Research and Forecast – WRF(modelo para previsão de tempo e pesquisa)

    0.01”

    Vento 10 m e PNM 28-02-2012 Precipitação 09-01-2012

  • Características Principais do WRF

    • Modelo de mesoescala não-hidrostático e muito versátil

    resolução: dezenas de metros a milhares de km

    • Software livre desenvolvido em parceria NCAR-NCEP

    mais de 25000 usuários registrados

    • Diversos módulos complementares:

    WRF/Chem - poluição atmosférica

    WRF/Urban – urbano

    WRF/Fire - queimadas

    H-WRF - furacões

  • Pré-processamento

    Dados Meteorológicos

  • Passos para a execução do modelo

    Pré-processamento Execução

  • Arquivo de controle: namelist.wps

  • Usando o WRF – minha colinha

    -PRÉ-PROCESSAMENTO

    nedit namelist.wps (controla os arquivos estáticos – terreno, solo, lat/lon, etc)./geogrid.exe (executa o pré-processamento dos arquivos estáticos)

    ./link_grib.csh ../GFS/*

    ln -sf ungrib/Variable_Tables/Vtable.GFS Vtable

    ./ungrib.exe (descompacta dados atmosféricos)

    ./metgrid.exe (interpola espacialmente os dados)

    ln -s ../../../WPS/met_em* .

    -EXECUÇÃO

    nedit namelist.input (controla diversos parâmetros da parte física, dinâmica e química da rodagem)

    ./real.exe (Integra verticalmente todas as etapas anteriores)

    rm rsl.out.0000

    rm rsl.error.0000

    mpirun -np 8 ./wrf.exe& (execução do modelo)

    tail rsl.error.0000 (verifica o andamento da rodagem)

    -PÓS-PROCESSAMENTO

    nedit namelist.ARWpost (pós-processamento da rodagem: modifica variáveis no .ctl)

    ./ARWpost.exe (gera o .ctl e o .dat para uso no grads)

  • WRF/CHEM: poluição atmosférica

    Modificação da emissão de poluentes na RMSP

    Concentração e transportede ozônio troposférico (ppb)

  • Simulação de um evento extremo de

    precipitação no estado de SP

    Campo da distribuição espacial

    da precipitação simulada pelo

    WRF para a mesma data.

    Bender et al. (2011)

  • WRF/Chem acoplado a um UCM

    Silva Júnior (2009)

    Melhor representação

    das interferências da área

    urbana no clima local

    (rugosidade, interferência na

    circulação de ventos locais,

    cobertura do solo, maior

    absorção e geração de calor,

    etc)

    SEM UCM COM UCM

    (urban canopy model)

  • Algumas referências:

    *http://www2.mmm.ucar.edu/wrf/users/

    *BENDER, F. D. ; SANTOS, M. J. ; YNOUE, R. Y. .Análise da ocorrência de um evento de precipitação extrema em São Paulo com o Modelo Operacional WRF em três grades aninhadas. In: IV Simpósio Internacional de Climatologia, 2011, João Pessoa. Anais do IV Simpósio Internacional de Climatologia, 2011.

    *SILVA, R. S. J., Sensibilidade na Estimativa de Concentração de Poluentes Fotoquímicos com a Aplicação de Diferentes Parametrizações de Camada Limite Planetária Utilizando o Modelo de Qualidade do ar WRF/Chem, Tese de Doutoramento apresentada ao Departamento de Ciências Atmosféricas do IAG, USP, São Paulo, 2009.

    *SEKIYAMA ,T. T.; Spatial resolution dependence of Fukushima radionuclide simulations using 15-km, 3-km, and 500-m grid models, 94th American Meteorological Society Meeting, Atlanta, 2014.

    https://ams.confex.com/ams/94Annual/webprogram/Paper236709.html

    *TAO, W. K. et al.. The Goddard multi-scale modeling system with unified physics. In Annales Geophysicae (Vol. 27, No. 8, pp. 3055-3064). Copernicus GmbH, 2009.

    •GRELL, Georg A.; FREITAS, Saulo R. A scale and aerosol aware stochastic convective parameterization for weather and air quality modeling. Atmos. Chem. Phys. Discuss, v. 13, n. 23, p. 845-23, 2013.

    •CHIQUETTO, Julio Barboza. A distribuição espacial da concentração de ozônio troposférico associada ao uso do solo na região metropolitana de São Paulo. 2016. Tese (Doutorado em Geografia Física) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016. Disponível em: .

    •SILVA, Maria Elisa Siqueira; PEREIRA, Gabriel; DA ROCHA, Rosmeri Porfírio. Local and remote climatic impacts due to land use degradation in the Amazon “Arc of Deforestation”. Theoretical and Applied Climatology, v. 125, n. 3-4, p. 609-623, 2016.

    Obrigado pela atenção