modelo para gestÃo de tic orientada À polÍtica de … · tereza cristina melo de brito carvalho...

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1 TEREZA CRISTINA MELO DE BRITO CARVALHO MODELO PARA GESTÃO DE TIC ORIENTADA À POLÍTICA DE SUSTENTABILIDADE Tese apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo como requisito para obtenção do Título de Professor Livre- -Docente, junto ao Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais São Paulo 2012

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TEREZACRISTINAMELODEBRITOCARVALHO

MODELOPARAGESTÃODETICORIENTADAÀPOLÍTICADE

SUSTENTABILIDADE

TeseapresentadaàEscolaPolitécnicadaUniversidadedeSãoPaulocomorequisitoparaobtençãodoTítulodeProfessorLivre--Docente,juntoaoDepartamentodeEngenhariadeComputaçãoeSistemasDigitais

SãoPaulo2012

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TEREZACRISTINAMELODEBRITOCARVALHO

MODELOPARAGESTÃODETICORIENTADAÀPOLÍTICADE

SUSTENTABILIDADE

TeseapresentadaàEscolaPolitécnicadaUniversidadedeSãoPaulocomorequisitoparaobtençãodoTítulodeProfessorLivre--Docente,juntoaoDepartamentodeEngenhariadeComputaçãoeSistemasDigitaisÁreadeConcentração:SistemasDigitais

SãoPaulo2012

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FICHA CATALOGRÁFICA

Carvalho, Tereza Cristina Melo de Brito

Modelo para gestão de TIC orientada à política de sustenta- bilidade / T.C.M.B. Carvalho. -- São Paulo, 2012.

272 p.

Tese (Livre-Docência) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais.

1. Gestão da informação 2. Sustentabilidade 3. Governança corporativa 4. Redes de computadores 5. Tecnologia da infor-mação I.Universidade de São Paulo. Escola Politécnica. Depar-tamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais II. t.

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“OEspíritosopraondequer,etuouvesatuavoz,mas

nãosabesdeondevem,nemparaondevai.Assimétodo

aquelequeénascidodoEspírito.”

João,III,1-12

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AGRADECIMENTOS

Acredito que a livre-docência seja o resultadodeum trabalho emequipe, envolvendo

professores,pesquisadores,alunosdepós-doc,doutorado,mestrado,iniciaçãocientífica,

alémdovaliososuportedaspessoasdaáreaadministrativa...Sendoassim,possodizer

quetenhomuitaspessoasaagradecer.

Emprimeiro lugar,gostariadeagradeceraoProf.WilsonVicenteRuggiero,comquem

trabalho desde 1980. Estivemos juntos em muitos projetos e muitas iniciativas

pioneiras.Delerecebierecebomuito incentivoeapoio, inclusiveparafazeresta livre-

docência.ComeleagradeçoatodaaequipedoLARC,professoresepesquisadores,que

considero“minhaprimeiracasa”dentrodaUSP.

Outros professores que têm estado comigo desde o meu início de carreira são Prof.

AntonioMarcos AguirraMassola, Profa. Edith Ranzini, Prof. MoacyrMartucci Junior,

Profa.SelmaShimizuMelknikofeProf.SidneiColomboMartini,presentesemmomentos

importantes da minha carreira. A eles o meu “obrigada!”.... O meu agradecimento

especial ao Prof. Antonio Helio Guerra, um permanente inspirador de novas ideias e

projetos. E a todos os professores do PCS (Departamento de Computação e Sistemas

Digitais):muitoobrigadapelocompanheirismoeapoiocontínuo.

Maisrecentemente,naáreadesustentabilidade,tiveaoportunidadedeconheceroutros

professores, comoosProfs.MariaCecília Loschiavo, SylmaraLopes e JorgeTenório, e

todososprofessoresdoMBAUSPSustentabilidadeemTIC.Aelesmeuagradecimento

pela presença constante e palavra de contínuo incentivo para esta nova área de

pesquisa,ensinoeextensãoqueseabreemminhacarreira.

Aosmeusalunosdepós-doc,doutorado,mestradoeiniciaçãocientíficacomquemtenho

construído aminha estrada. Nestemomento especial, gostaria de agradecer aMarco

Roja,RonySakuragui eFernandoRedigolo,que tiveramumpapel importantíssimona

liderança do trabalho de montar meu memorial. Meus agradecimentos a todos que

colaboraram, incluindo Marcos Simplício, Lúcia Xavier, Charles Miers, Walter Akio,

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Marco Schwarz, Leonardo Iwaya, Ana Carolina Riekstin, Leandro Malandrin, Nelson

Nimura, PedroEvangelista, Guilherme Januário eEmanueleNeves.Umagradecimento

especial a Carlos Costa, Cristina Dominicini e Marcelo Amaral, por me ajudarem a

desvendarosmistériosdepolíticasderedesealinguagemPonder.

Alémdisso,gostariadeagradeceraoProf.GildaCostaMarquezpelasoportunidadesde

inovar,pelosconstantesdesafioseapoionasminhasatividadesnaCTI(Coordenadoria

deTecnologiadaInformação)equandodiretoradoCCE.Agradeçotambématodosda

CTI.

UmagradecimentoespecialàdiretoriaeaosfuncionáriosdoCCE,quemepossibilitaram

desenvolver um trabalho fantástico, cujos resultados inspiraram o desenvolvimento

destatese.

ÀequipedoCEDIR(CentrodeDescarteeReúsodeResíduosdeInformática),meumuito

obrigada pela constante motivação e seriedade com que tem se dedicado às suas

atividades e divulgação da importância da correta destinação dos resíduos de

informáticaetelecomunicações.

Aos pesquisadores da Ericsson Research, incluindo Mats Näslund, Makan Pouzandi,

CatalinMeirosu, Jan-Erik, Victor Souza, Per Karlson, e da Ericsson do Brasil, Eduardo

OlivaeMariaValériaMarquezini,peloapoiodesempreepelasgrandesoportunidades

depesquisadepontaproporcionadaspelosprojetospatrocinadospelaEricsson,umdos

quaiséobjetodestatese.

Aos professores e pesquisadores da área de redes de computadores externos, em

especial Michael Stanton, Iara Machado, Artur Serra e Luis Lopez, pelo incentivo

constanteeoportunidadescriadasemváriosprojetosnacionaise internacionais,meus

sincerosagradecimentos...

Aos professores e pesquisadores doMIT, incluindoPeterWeill,mentor domodelo de

Governança de TI que adotei nesta tese; Peter Senge, Wanda Orlikowski e Sinead

O'Flanagan, da área de sustentabilidade; Amy Smith, Leo Burd e Libby McDonald,

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grandes parceiros na disseminação de tecnologias apropriadas junto à comunidade

USPiana,meu“muitoobrigada”.

Aosmeus amigos, em especial a Ilse Guimarães, grande incentivadora de projetos de

sustentabilidadeeatodaaequipedaAssintecal.AMariaLuciaDinizeAuliaEsperpelo

fundamentalsuporteemmomentosdecisivos...meusinceroagradecimento!

Tambémsougrataaosamigosefuncionáriosdaáreaadministrativapeloimprescindível

suporte àsminhas iniciativas e, em especial, no levantamento de documentos para o

memorial, como Ana Coracini, Valdete Garcei, Selma Pereira, Ângela Gilisk, Edilaine

Lemos,LéiaSicília,eTâniadaSilva.

À jornalista IsabelRaposo,pelodedicadoe incansável trabalhode revisãodesta tese...

muitoobrigada!

À equipe do LASSU (Laboratório de Sustentabilidade em TIC), professores, alunos do

MBA, parceiros de projeto, meu muito obrigada pelo incentivo, por acreditarem e

apostaremnestenovograndeprojeto.

Porúltimo,aosmeusqueridosmestresdevida,meuspais,omeuagradecimentoeterno

porserematéhojefontecontínuainspiraçãoeincentivo,portudooquedepreciosome

ensinaram...Aminhafamília,meusirmãos,meuscunhados,sobrinhosetias...meusex-

sogros,meu“muitoobrigada”,comenormecarinhoportodosvocês!

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RESUMO

Esta tese apresenta um Modelo de Gestão de TIC orientada à Política de

Sustentabilidade.EsteModeloéorganizadoemcinconíveisdepolítica,asaber:Negócio,

Sistema, Infraestrutura, Dispositivo e Instância. Para cada nível, são especificadas

políticas, metas, ações, indicadores ou métricas de sustentabilidade e desempenho.

Nestemodelo,oSistemadeGovernançadeTICéresponsávelpelaaplicaçãodepolíticas

nos níveis de Negócio e Sistema, enquanto os Sistemas de Gerenciamento de

Infraestrutura de TIC são responsáveis pela aplicação de políticas nos níveis de

Infraestrutura,DispositivoeInstância.

Decorre,então,queumapolíticaestabelecidanoníveldeNegóciopodeterimpactonas

políticas definidas para os demais níveis. Desta forma, é importante que haja

mecanismos de tradução de políticas de um nível para outro. Neste trabalho é

apresentado um exemplo de política de eficiência energética que permeia todos os

níveis.Damesmaforma,éimportantequepolíticasdesustentabilidadecontemplemas

atividadesdesuporteeprimáriasdacadeiadevalordaorganização.Estaabrangência

vertical(níveisdepolítica)ehorizontal(cadeiadevalor)garantequesustentabilidade

seja uma prática da organização, levando-a à vantagem competitiva por redução de

custos,pelainovaçãoinerente,integraçãodasações,pelapercepçãodomercadoepela

possibilidadedeatrairtalentoscadavezmaissensibilizadoscomotema.

Palavras-chaves: Governança de TIC, Gerenciamento de Infraestrutura, Redes de

Comunicação,GerenciamentodeRedesorientadoaPolítica,Sustentabilidade.

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ABSTRACT

This thesis presents a Model for Sustainability Policy-Based ITC Management. This

model is organized into five policy levels, such as: Business, System, Infrastructure,

Device and Instance. For each level, it were specified sustainability and performance

policies,goals,actions,indicatorsormetrics.Inthismodel,theITCGovernanceSystem

isresponsibleforthepolicyenforcementintheBusinessandSystemlevels.Inaddition,

the Infrastructure Management System is responsible for the policy enforcement in

Infrastructure,deviceandinstancelevels.

AsconsequenceapolicysetattheBusinesslevelcanimpactthepoliciesdefinedinother

levels. Thus it is very important to create mechanisms for translating policies from

different levels. In thiswork, it is given an example of a energy efficiency policy that

embracedallthelevels.Similarly,itisimportanttodeploysustainabilitypoliciesinthe

support and primary activities of the organization value chain. This vertical (policy

levels) andhorizontal(valuechain)policycomprehensiveness assurethatsustainability

will reach the whole company, bringing as result: competitive advantage, innovation,

marketperceptionandtalentattractiveness.

KeyWords: ITCGovernance, ITCManagement, CommunicationNetwork, Policy-Based

NetworkManagement,Sustainability.

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LISTADEILUSTRAÇÕES

Figura1.1-EstimativadeEmissãodeCO2segundoprevisãodeGeSI,considerando-se

computadores,equipamentosderede,impressoraseDataCenters.Fonte:(GLOBAL

E-SUSTAINIBILITYINITIATIVE,2010).........................................................................................29

Figura1.2-EstimativadeEmissõesdeCO2(GLOBALE-SUSTAINIBILITYINITIATIVE,

2010)...........................................................................................................................................................30

Figura2.1–ModeloSimplificadodeRegradePolítica...................................................................38

Figura2.2–ExemplodeUsode“papéis”associadosaentidadesderede.............................39

Figura2.3–NíveisdePolíticaaplicáveisàGestãodeTICdeumaOrganização..................41

Figura2.4–ArquiteturaBásicaparaSistemasdeGestãodeTICorientadaaPolíticas....43

Figura3.1–EvoluçãodeGastoseInvestimentosMédiosemTICparaMédiaseGrandes

EmpresasPrivadasNacionais-%FauramentoLíquido[Fonte:(MEIRELLES,2009)]

........................................................................................................................................................................45

Figura3.2–FocodaGovernançadeTIC................................................................................................48

Figura3.3–ModelodeGovernançadoMIT-CISR.............................................................................51

Figura3.4-MatrizdeArranjosdeGovernança..................................................................................53

Figura3.5–DomíniosdeProcessosdoCOBIT...................................................................................56

Figura3.6–RelacionamentoentreosProcessosdoCOBIT[Fonte:(RIEKSTIN,2012)]..57

Figura3.7–ProcessosdoITILv.3............................................................................................................62

Figura3.8–PadrãoBSCTI(GREMBERGEN,2000)(RIEKSTIN,2012)....................................66

Figura3.9–ComponentesdeumSistemadeGerenciamentodeRedes.................................69

Figura6.1–ModelodeGestãodeTICorientadaaPolíticasdeSustentabilidade...............83

Figura6.2–AplicaçãodePolíticasdeSustentabilidadenosdiferentesNíveisdoModelo

deGestãodeTICdeumaOrganização..........................................................................................85

Figura6.3–RelaçãoentreosNíveisdePolíticadeSustentabilidadedeTICdeuma

Organização..............................................................................................................................................87

Figura6.4–RelaçãoentrePolíticasdediferentesNíveis...............................................................88

Figura6.5–RepositóriodePolíticasdeSustentabilidadedeTIC..............................................88

Figura6.6–ElementosdoDomíniodePolíticadeInvestimentos.............................................89

Figura6.7–ElementosdoDomíniodePolíticadeGestãodePessoas.....................................90

Figura6.8–ElementosdoDomíniodePolíticadeEducaçãonoTrabalho.............................91

Figura6.9–ElementosdoDomíniodePolíticadeSaúdeeSegurançanoTrabalho..........92

Figura6.10–ElementosdoDomíniodePolíticadeInfraestruturadeTIC............................92

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Figura6.11–ElementosdoDomíniodePolíticadeOrigemdosInsumos.............................93

Figura6.12–ElementosdoDomíniodePolíticadeUsoRacionaldeRecursos...................95

Figura6.13-ElementosdoDomíniodePolíticadeInovaçãoTecnológica............................96

Figura6.14–ElementosdoDomíniodePolíticadeGestãodeResíduos................................97

Figura6.15–DomíniosdePolíticasdeSustentabilidadedeSistemaePilaresde

Sustentabilidade.....................................................................................................................................98

Figura6.16-ElementosdoDomíniodePolíticadeServiçosdeRede...................................102

Figura6.17-ElementosdoDomíniodePolíticadeServiçosdeDataCenter......................105

Figura6.18-ElementosdoDomíniodePolíticadeServiçosdeMicroinformática.........106

Figura6.19–DomíniosdePolíticadeSustentabilidadedeDispositivosdeRede...........106

Figura6.20–SubdomíniosdaPolíticadeEquipamentosdeRede.........................................107

Figura6.21–DomíniodaPolíticadeSistemasComputacionais..............................................107

Figura6.22–DomíniodaPolíticadeEnlacesdeRede.................................................................108

Figura6.23–AplicaçãodePolíticasdeSustentabilidadeparaServiçosdeRedesdeuma

Organização...........................................................................................................................................109

Figura7.1-VisãoGeraldoMétodoparaoDesenvolvimentodeEstratégiasCorporativas,

deNegócioseFuncionais[Fonte:(HAX,1996)]....................................................................120

Figura7.2–ModelodeCadeiadeValoraplicadoparaEstratégiasorientadasà

Sustentabilidade..................................................................................................................................126

Figura7.3–ModelodeGestãodeTICorientadaàSustentabilidadeeoDomíniode

PolíticadeGestãodePessoas........................................................................................................147

Figura7.4–ModelodeGestãodeTICorientadaàSustentabilidadeeoDomíniode

PolíticadeGestãodeInfraestrutura...........................................................................................152

Figura7.5–ModelodeGestãodeTICorientadaàSustentabilidadeeoDomíniode

PolíticadeInovaçãoTecnológica.................................................................................................157

Figura7.6–ModelodeGestãodeTICorientadaàSustentabilidadeeoDomíniode

PolíticadeGestãodeResíduos......................................................................................................159

Figura7.7–ExemplodePlanodeAçãoparaumCentrodeInformática[Fonte:(Carvalho,

2010)].......................................................................................................................................................162

Figura7.8–ModeloGeraldeGovernançadeTIC...........................................................................164

Figura7.9–EtapasdaFase2deAvaliaçãodeGovernançadeTIC.........................................167

Figura7.10-EtapasdaFase3deReprojetodaGovernançadeTIC......................................169

Figura7.11-EtapasdaFase4deImplementaçãodaNovaGovernançadeTIC...............171

Figura7.12-EtapasdaFase5deAvaliaçãodosResultadosdaGovernançadeTIC.......172

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Figura7.13–ModeloGeraldeGovernançadeTIC........................................................................174

Figura8.1-ArquiteturaPropostapeloIETFPFWGparaumPBNM......................................178

Figura8.2-Anatomiadeumapolítica................................................................................................179

Figura8.3-NíveisdeAbstração.............................................................................................................180

Figura8.4-PalavrasReservadasdaLinguagem.............................................................................182

Figura8.5-CaracteresusadoscomoOperadoresdaLinguagem............................................183

Figura8.6-CaracteresusadoscomoOperadoresePontuaçãodaLinguagem.................183

Figura8.7-TiposPré-definidosdaLinguagem...............................................................................183

Figura8.8-DiagramaBasedeClassesdoPonder..........................................................................184

Figura8.9-SintaxedeumaPolíticadeAutorização.....................................................................185

Figura8.10-ExemplodeumaPolíticadeAutorização(STRASSNER,2004).....................185

Figura8.11-SintaxedeumaPolíticadeRestrição........................................................................185

Figura8.12-ExemplodeumaPolíticadeRestrição(STRASSNER,2004)..........................186

Figura8.13-SintaxedeumaPolíticadeDelegação.........................................................................186

Figura8.14-ExemplodeumaPolíticadeDelegação(STRASSNER,2004).........................186

Figura8.15-SintaxedeumaPolíticadeObrigação.......................................................................187

Figura8.16-ExemplodeumaPolíticadeObrigação(STRASSNER,2004).........................187

Figura8.17-ModelodeRegrasdePolíticadoDEN-ng[Fonte:(STRASSNER,2004)]...188

Figura8.18-GerenciamentodeRedesbaseadoemPolítica[RANA2009]..........................189

Figura8.19-TraduçãodeAçãodePolíticaemAltoNívelparaAçãodeConfiguraçãode

Dispositivo.............................................................................................................................................190

Figura8.20-ArquiteturadeGerenciamentodeRedesorientadoaPolíticasde

Sustentabilidade..................................................................................................................................193

Figura8.21-GrafodeRedeutilizadopeloPontodeDecisãodoSistemade

GerenciamentoorientadoaPolíticasdeSustentabilidade..............................................197

Figura8.22-FluxogramadePassosparaAvaliaçãodeConsumodeEnergia...................198

Figura8.23-RepositóriodeModelosparaoSistemadeGerenciamentodeRedes

orientadoaPolíticasdeSustentabilidade................................................................................199

Figura8.24-FluxogramadePassosparaAvaliaçãodeCiclodeVida...................................201

Figura8.25-FluxogramadePassosparaAvaliaçãodeDisponibilidade.............................202

Figura8.26-ModelosdeDisponibilidadeemParaleloeStandby..........................................203

Figura8.27-CálculodaDisponibilidadeusandoaCadeiadeMarkov..................................204

Figura9.1–MartrizdeArranjosaplicadaaoEstudodeCaso....................................................233

Figura9.2–ModelodeGovernançadeTIC–MITCISRaplicadaaoEstudodeCaso......236

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Figura9.3-ExemplodepolíticaemnívelderedeparadescriçãodaPolítica1...............241

Figura9.4-ExemplodepolíticaemnívelderedeparadescriçãodaPolítica2...............243

Figura9.5-ExemplodepolíticaemnívelderedeparadescriçãodaPolítica3...............244

Figura9.6-ExemplodepolíticaemníveldedispositivoparadescriçãodasAções1a3

.....................................................................................................................................................................245

Figura9.7-Sintaxedecomandossnmpget.......................................................................................246

Figura9.8-Sintaxedecomandossnmpset.......................................................................................246

Figura9.9-ExemplodepolíticaemníveldeinstânciaparadescriçãodaPolítica1......247

Figura9.10-ExemplodepolíticaemníveldeinstânciaparadescriçãodaPolítica2...247

Figura9.11-ExemplodepolíticaemníveldeinstânciaparadescriçãodaPolítica3...248

Figura10.1-AmudançaparaumaTIsustentávelenvolvediferentesrelacionamentos

emdiferentesambientes(adaptadodeSTOLZEetal,2011)...........................................251

Figura10.2-Relacionamentoentreaspesquisasacimadescritas.........................................253

Figura10.3–“SeloVerde”daUSP...........................................................................................................256

Figura10.4-–EtapasdeOperaçãodoCEDIR..................................................................................258

Figura10.5–NúmerodeEquipamentosColetadospeloCEDIRnoanode2010..............259

Figura10.6–NúmerodeEquipamentosColetadospeloCEDIRnoanode2011.............259

Figura10.7–TripédeSustentabilidadedoProgramaPaideia.................................................261

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LISTADETABELAS

Tabela 2.1 – Níveis de Política e Tipos de Regras empregadas - Fonte: (STRASSNER, 2004)

........................................................................................................................................................................41

Tabela 3.1 – Relação de Modelos e Ferramentas de Suporte para Governança de TIC e suas

Funcionalidades Básicas [Fonte: (RIEKSTIN, 2012)]................................................................49Tabela 3.2 – Comparação entre Modelos e Ferramentas de Suporte à Governança de TIC

[Fonte: (RIEKSTIN, 2012)].................................................................................................................50

Tabela 3.3 – Comparação entre Processos do COBIT 4.1 e os Processos de Gerenciamento de

TIC da Empresa do COBIT 5.0...........................................................................................................60

Tabela 3.4 – Publicações e Processos ITIL (CARTLIDGE et al., 2007) Fonte: (RIEKSTIN,

2012).............................................................................................................................................................63Tabela 3.5 – Comparação entre Escopo de Atuação de Gerenciamento e Governança [Fonte:

(MORAES, 2010)]..................................................................................................................................71

Tabela 6.1 - Exemplo de Mapeamento de Política de Sustentabilidade de TIC em Políticas de

Sustentabilidade de Sistema.................................................................................................................86

Tabela 7.1 – Indicadores Econômicos para as Atividades de Suporte da Cadeia de Valor...139

Tabela 7.2 – Indicadores Econômicos para as Atividades Primárias da Cadeia de Valor.....140

Tabela 7.3 – Indicadores Ambientais para as Atividades de Suporte da Cadeia de Valor.....141

Tabela 7.4 – Indicadores Ambientais para as Atividades Primárias da Cadeia de Valor.......142

Tabela 7.5 – Indicadores Sociais para as Atividades de Suporte da Cadeia de Valor.............143

Tabela 7.6 – Indicadores Sociais para as Atividades Primárias da Cadeia de Valor...............144Tabela 7.7 – Visão Geral dos Indicadores organizados segundo os Pilares de Sustentabilidade

.....................................................................................................................................................................145

Tabela 7.8 – Relação entre Domínio de Política de “Investimentos”, Indicadores e Pilares de

Sustentabilidade.....................................................................................................................................146

Tabela 7.9 – Relação entre Domínio de Política de “Gestão de Pessoas” e Indicadores de

Sustentabilidade.....................................................................................................................................148Tabela 7.10 - Relação entre Domínio de Política de “Educação”, Indicadores e Pilares de

Sustentabilidade.....................................................................................................................................150

Tabela 7.11 – Relação entre Domínio de Política de “Saúde e Segurança no Trabalho” e

Indicadores de Sustentabilidade.......................................................................................................151Tabela 7.12 – Relação entre Domínio de Política de “Gestão de Infraestrutura de TIC”,

Indicadores e Pilares de Sustentabilidade....................................................................................153

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Tabela 7.13 - Relação entre Domínio de Política de “Origem de Insumos”, Indicadores e

Pilares de Sustentabilidade................................................................................................................154

Tabela 7.14 - Relação entre Domínio de Política de “Uso Racional de Recursos”, Indicadores

e Pilares de Sustentabilidade.............................................................................................................156Tabela 7.15 - – Relação entre Domínio de Política de “Inovação Tecnológica”, Indicadores e

Pilares de Sustentabilidade................................................................................................................158

Tabela 7.16 – Relação entre Domínio de Política de “Gestão de Resíduos”, Indicadores e

Pilares de Sustentabilidade................................................................................................................160

Tabela 7.17 – Visão Geral dos Indicadores organizados segundo os Pilares de

Sustentabilidade.....................................................................................................................................161

Tabela 7.18 – Disciplinas de Valor para os Negócios........................................................................165

Tabela 7.19 – Características dos diferentes Tipos de Administração..........................................166Tabela 9.1 – Indicadores de Sustentabilidades referentes à Meta 1 – Uso Racional de Insumos

.....................................................................................................................................................................220

Tabela 9.2 - Indicadores de Sustentabilidades referentes à Meta 3 – Destino Sustentável de

todo o Resíduo Gerado........................................................................................................................224Tabela 9.3 - Indicadores de Sustentabilidades referentes à Meta 7 – Inovação constante dos

Produtos e Serviços Prestados..........................................................................................................228

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LISTADEABREVIATURASESIGLAS

ABS AquisiçãodeBenseServiçosAFR AnualFailureRateAI AcquisitionandImplementationANSI AmericanNationalStandardsInstituteAPO Align,Plan&OrganizeBAI Build,Acquire&ImplementBAU Business-As-UsualBGP BorderGatewayProtocolBSC BalancedScoreCardCEDIR CentrodeDescarteeReúsodeResíduosdeInformáticaCETESB CompanhiaAmbientaldoEstadodeSãoPauloCGI.br ComitêGestordaInternetnoBrasilCIM CommonInformationModelCIO ChiefInformationOfficerCIPA ComissãoInternadePrevençãodeAcidentesCIT CentrodeInformáticaeTelecomunicaçõesCLI CommonLanguageInfrastructureCMM CapabilityMaturityModelCOBIT ControlObjetivesforInformationCOPS CommonOpenPolicyServiceCSCW ComputerSupportedCooperativeWorkDCiE DataCenterEfficiencyDEN-ng DirectoryEnabledNetwork–nextgenerationDMTF DistributedManagementTaskForceDPR DedicatedPolicyRepositoryDS DeliveryandSupportDSS Delivery,Service&SupportDTE DesenvolvimentoTecnológicoEBNF ExtendedBackus-NaurFormEDM Evaluate,Direct&MonitorEPC EquipamentodeProteçãoColetivaEPI EquipamentodeProteçãoIndividualFCAPS Fault,Configuration,Accounting,PerformanceandSecurityGeSI Globale-SustainabilityInitiativeGRH GestãodeRecursosHumanosGRI GlobalReportInitiativeHDV HighDefinitionVideo

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IDC InternetDataCenterIETF InternetEngineeringTaskForceIOG InfraestruturadaOrganizaçãoISACA InformationSystemsAuditandControlAssociationISP InternetServiceProviderITGI ITGovernanceInstituteITIL InformationTechnologyInfrastructureLibraryKPI KeyPerformanceIndicatorKSI KeySustainabilityIndicatorLAN LocalAreaNetworkLDAP LightweithDirectoryProtocolLER LesãoporEsforçoRepetitivoLGE LogísticaExternaoudeSaídaLGI LogísticaInternaoudeEntradaLPDP LocalPolicyDecisionPointMAN MetropolitanAreaNeworkME MonitoringandEvaluationMEA Monitor,Evaluate&AssessMEV MarketingEVendaMIB ManagementInformationBaseMPLS MultiProtocolLabelSwitchingMTBF MeanTimeBetweenFailuresNDDI NetworkDevelopmentandDeploymentInitiative NECR NetworkEnergyConsumptionRateNEPI NetworkEnergyProportionalityIndexNIC.br NúcleodeInformaçãoeComunicaçãodoPontoBRNREN NationalResearchandEducationNetwotkONU OrganizaçãodasNaçõesUnidasOPM3 OrganizationalProjectManagementMaturityModelOPR OperaçõesPA PlanodeAçãoPAN PersonalAreaNetworkPBNM Policy-BasedNetworkManagementPDI PlanoDiretordeInformáticaPDP PolicyDecisionPointPEP PoliceEnforcementPointPFWG PolicyFrameworkWorkingGroupPIB PolicyInformationBasePMBoK ProjectManagementBodyofKnowledgePMS PolicyManagementSystemPNRS PolíticaNacionaldeResíduosSólidos

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PO PlanningandOrganizationPRINCE3 ProjectinControlledEnvironmentsPUE PowerUsageEffectivenessPURA ProgramadeUsoRacionaldeÁguaPURE ProgramadeUsoRacionaldeEnergiaQoS QualityofServiceRACI Responsible,Accountable,ConsultedandInformedRFP RequestforProposalRNP RedeNacionaldePesquisaeEnsinoROA ReturnonAssetsROE ReturnOnEquityROHS RestrictionOfHazardousSubstancesROI ReturnOnInvestmentsSID SharedInformation/DataModelSLA ServiceLevelAgreementSNMP SimpleNetworkManagementProtocolSPV ServiçosPós-VendaSWOT Strength,Weakness,OpportunitiesandThreatsTE TrafficEngineeringTIC TecnologiadaInformaçãoeComunicaçãoTOGAF TheOpenGroupArchitectureFrameworkVLAN VirtualLocalAreaNetworksVPN VirtualPrivateNetworkWAN WideAreaNetworkWEEE WastefromElectricalandElectronicEquipmentXML ExtensibleMarkupLanguage

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DEFINIÇÕES

DataCenter: Facilidade usada para hospedar sistemas computacionais, redes de

telecomunicações e sistemas de armazenamento de programas e dados. Inclui,

geralmente, fontede alimentação redundante, enlacesdedados redundantes, controle

ambiental(e.g.,ar-condicionado)edispositivosdesegurança(WikiDataCenter).

Métrica:Refere-seaumamedidanuméricadiretaquerepresentaumapartededadodo

negócioemrelaçãoaumaoumaisdimensões.Porexemplo, o totaldevendasemum

mêsrefere-seaovalortotalemR$(Reais)obtidodasvendasrealizadasemummêspor

umaempresa,sendoomêsumadimensão.Se,complementarmente,deseja-sesaberqual

foi o total de vendas num mês e num estado especifico, tem-se uma análise

multidimensional da mesma métrica envolvendo período e local. Fonte: (GONZALEZ

2009).

Indicador de Desempenho: Refere-se àmétrica que está vinculada a umameta. Na

maioriadasvezesosIndicadoresdeDesempenhorepresentamcomoumamétricaestá

acimaouabaixodeumametapré-determinada.Usualmente,adota-secomoindicadora

razão entre o valor medido (métrica) e a meta estabelecida. Como exemplo, pode-se

citarocasodeumaempresaquetemcomometavender1000licençasdesoftwarepor

mês.Nestemês, foramvendidas9000 licenças, logoo indicador teriaovalorde90%.

Fonte:(GONZALEZ2009).

Índice de Proporcionalidade de Consumo Energético da Rede: Informa como o

consumo de energia escala com a carga no dispositivo, por exemplo, demodo linear,

quadrático,exponencialetc.Fonte:(MAHADEVAN,2009).

Downtime:Correspondeao intervaloemqueumsistemaouserviço fica indisponível,

sejapormotivosdemanutençãoouporfalhas.

Uptime:Correspondeaotempoemqueoequipamentooudispositivoseencontraativo,

semnenhumaindisponibilidade.

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Throughput (vazão): É a taxamédia de sucesso demensagens transmitidas por um

determinadocanaldecomunicação.

Jitter (flutuação): Corresponde ao desvio-padrão nos tempos de chegada de pacotes

(TANENBAUM,1997).

ROHS: Uma das diretivas europeias sobre a restrição de substâncias perigosas

(RestrictionofCertainHazardousSubstances,RoHS).OobjetivodaRoHSéaproximaras

legislações dos países membros (na União Européia) em matéria de restrições à

utilização de substâncias perigosas em equipamentos elétricos e eletrônicos e assim

contribuirparaaproteçãodasaúdehumana,arecuperaçãoambientalmentesaudávele

eliminaçãocorretadessestiposderesíduos(EUR-Lex,2010b).

EPEAT: Órgãos como a Agência de Proteção Ambiental (Environmental Protection

Agency,EPA)financiaramprojetosderegulamentaçãodaTIVerdenosEstadosUnidos.

Um deles é o EPEAT (ElectronicProductEnvironmentalAssessmentTool) que também

estádeacordocomasdiretivasWEEeRoHS.OEPEATanalisaprodutoseletrônicosem

relação a 51 critérios ambientais (23 obrigatórios e 28 opcionais), baseando-se no

padrãopúblicodaIEEE1680.ParaqualificarumprodutonaEPEATéprecisoestarem

conformidadecomtodososcritériosobrigatórios.Osprodutosanalisadopodemreceber

selos de nível bronze, prata e ouro conforme sua adequação aos critérios opcionais

(EPEAT,2010).

WEEE: Uma das diretivas europeias sobre a regulamentação de resíduos de

equipamentoselétricoseeletrônicos(WasteElectricalandElectronicEquipment,WEEE).

OobjetivodaWEEEé,prioritariamente,diminuirosresíduosdeequipamentoselétricos

e eletrônicos e, além disso, promover a reutilização, reciclagem e outras formas de

valorização desses resíduos, reduzindo o descarte inadequado. Pretende-se assim

melhorar o desempenho ambiental de todos os envolvidos no ciclo de vida desses

produtos, por exemplo, produtores, distribuidores, consumidores e em particular os

operadoresdiretamenteenvolvidosnotratamentodosresíduos(EUR-Lex,2010a).

GRI: Organização sem fins lucrativos, aGlobalReporting Initiatives (GRI) preocupa-se

comapromoçãodasustentabilidadeeconômica,ambientalesocial.AGRIfornecepara

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todas as empresas e organizações uma estrutura abrangente de relatórios de

sustentabilidadeamplamentedifundidosaoredordoglobo(GRI2012).

PNRS(PolíticaNacionaldeResíduosSólidos):LeiqueinstituiaPolíticaNacionalde

ResíduosSólidos,dispondosobreseusprincípios,objetivose instrumentos,bemcomo

sobreasdiretrizesrelativasàgestãointegradaeaogerenciamentoderesíduossólidos,

incluídos os perigosos (excetuando-se radioativos, pois têm leis específicas), às

responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos

aplicáveis(PNRS2012).Estaleiseaplicaapessoasfísicasoujurídicas,dedireitopúblico

ouprivado,responsáveis,diretaouindiretamente,pelageraçãoderesíduossólidos,eas

que desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao gerenciamento de

resíduossólidos(PNRS2012).

PlanodeDados:Éresponsávelpelooencaminhamentodepacotesdoelementoderede

(NE – Network Element), comutando-os. Aqueles identificados como destinados ao

próprioNEnãosãocomutados, logicamente,devendorecebertratamentodiferenciado

peloPlanodeControle.

PlanodeControle:Épartedaarquiteturaderoteamentoresponsávelporconstruiro

mapaderotasdarede.Utilizamensagenssobre informaçõesderota, trocadascomos

outros NE,monta as tabelas de roteamento locais, cujas informações, em última

instância,sãoutilizadaspeloPlanodeDados.

Comutação de Circuitos: A comutação por circuitos exige que as estações

comunicantespossuamumcaminhodedicadoexclusivo.Estemétododecomunicaçãoé

realizado em três passos distintos e específicos: estabelecimento do circuito, troca de

informaçõesedesconexãopontoaponto(KUROSE&ROSS,2006).Suasvantagenssãoa

garantia de recursos, disputa pelo acesso somente na fase de conexão, não há

processamentonosnós intermediários(menos tempode transferência)econtrolenas

extremidades.Suasdesvantagensenvolvemodesperdíciodebandaduranteperíodosde

silêncio,problemapara transmissãodedados (ruimquandoo tempodeconexãoéda

ordemdo tempoda comunicação), erros são recuperados fim a fim, probabilidade de

bloqueio(circuitosocupadosemuminstante)(KUROSE&ROSS,2006).

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Comutação de Pacotes: Na rede de comutação por pacotes os recursos não são

reservadosparaatransferênciadedados.Informaçõesaseremenviadassãoquebradas

em pacotes e transmitidas de nó a nó, utilizando os recursos sob demanda que, por

consequência, podem ter que esperar (ex. fila) para acessar o canal de comunicação

(KUROSE&ROSS,2006).Asvantagensdestemodeloabrangemousootimizadodomeio,

um esquema ideal para tráfego de dados, e os erros são recuperados no enlace onde

ocorreram. Dentre suas desvantagens estão a não garantia de banda, a variação de

atrasosempacotesdediferentesrotas(jitter),overheaddecabeçalho(exclusivodecada

pacote),adisputanóanó,eosatrasosdeenfileiramentoedeprocessamentoacadanó

(KUROSE&ROSS,2006).

Redes Híbridas: Esta tecnologia permite que uma mesma infraestrutura de

comunicação seja utilizada simultaneamente para prestar serviço de pacotes IP

(comutaçãoporpacotes)eparacircuitosfimafim(comutaçãoporcircuito)voltadosa

aplicaçõesselecionadas(RNP,2011).

Rede de Distribuição e ou Acesso: Formada por uma malha de roteadores

interconectados. Sua função principal é prover vários serviços para os usuários

conectadosnarededeacesso.Umadasprincipaisfunçõesérotearotráfegodedadosna

rede, podendo ser configurado tanto pela comutação por circuitos quanto pela

comutaçãoporpacotes(KUROSE&ROSS,2006).

Rede de Borda: Formadaporumenlaceouenlaces físicosqueconectamumsistema

final a seu roteador de borda, que é o primeiro roteador de um caminho entre um

sistemafinalequalqueroutrosistemafinalremoto(KUROSE&ROSS,2006).Assim,os

roteadoresdebordadeáreasãoaquelesqueconectamduasoumaisáreas,easbordas

daredetipicamentesuportamserviçosdetransferênciadedadosentresistemasfinais

(programasdeaplicaçãoweboue-mail,modeloscliente/servidor,oumesmomodelos

peer-to-peer).

EquipamentosdeBackbone:Sãoroteadoresresponsáveisporconectararederegional

ao backbone. Estes roteadores encaminham pacotes originados e destinados a rede

regional.(RAZA,1999)

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EquipamentosdeDistribuição:Consolidamasconexõesdosequipamentosdeacesso.

Sãodispostosdeformaaresistiràfalhadeumroteadordonúcleodarede.Distribution

routers usually contain topological information about their own region, but they

forwardpacketstoabackbonerouterforinter-regionrouting.(RAZA,1999)

Equipamentos de Acesso:Conectamo clienteouempresaà redededistribuição.No

caso de um ISP, o roteador da outra ponta do link de acesso é normalmente um

equipamentooperadopelocliente.(RAZA,1999)

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SUMÁRIO1 Introdução...............................................................................................................................271.1 Motivação........................................................................................................................................281.2 Objetivos.........................................................................................................................................311.3 Organização....................................................................................................................................32

2 Conceitos..................................................................................................................................352.1 Sustentabilidade...........................................................................................................................352.2 PilaresdeSustentabilidade......................................................................................................362.3 PolíticasdeSustentabilidade...................................................................................................372.3.1 TiposdePolítica......................................................................................................................................392.3.2 NíveisdePolíticadeSustentabilidadeCorporativaedeTIC...............................................392.3.3 ArquiteturaBásicadeumSistemadeGestãoorientadaaPolíticas.................................41

2.4 ConsideraçõesFinais...................................................................................................................43

3 ModelosdeGovernançaeGerenciamento....................................................................453.1 GovernançadeTIC.......................................................................................................................453.1.1 ConceitosdeGovernançadeTIC......................................................................................................463.1.2 ModelosdeGovernançadeTIC........................................................................................................48

3.2 SistemadeGerenciamentodeInfraestruturadeTIC......................................................673.3 ConsideraçõesFinais...................................................................................................................70

4 EficiênciaEnergéticadosRecursosdeTIC....................................................................724.1 Reengenharia.................................................................................................................................724.2 AdaptaçãoDinâmicadosRecursosdeTIC...........................................................................734.3 UtilizaçãodeEstadosStandBy/SleepMode........................................................................744.4 ConsideraçõesFinais...................................................................................................................74

5 PremissaseRequisitosdaPropostadeumModeloparaGestãoSustentávelde

TIC765.1 Premissas........................................................................................................................................765.2 RequisitosQualitativos..............................................................................................................775.3 RequisitosQuantitativos...........................................................................................................785.4 ConsideraçõesFinais...................................................................................................................78

6 ModelodeGestãodeTICeDomÍniosdePolÍticadeSustentabilidade...............806.1 VisãoGeraldoModelo................................................................................................................806.2 PolíticadeSustentabilidadeCorporativaedeTIC............................................................836.2.1 NíveisdePolíticadeSustentabilidadeCorporativaedeTIC...............................................856.2.2 DomíniosdePolíticadeSustentabilidadedeSistemas..........................................................89

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6.2.3 DomíniosdePolíticadeSustentabilidadedeInfraestruturadeTIC.................................996.2.4 DomíniosdePolíticadeSustentabilidadedeDispositivosdeRede.............................106

6.3 ConsideraçõesFinais................................................................................................................108

7 ModelodeGestãodeTIC-NíveisdeNegócioeSistema.........................................1107.1 PlanejamentoEstratégicodeTIC.........................................................................................1107.1.1 AnáliseSWOT........................................................................................................................................1127.1.2 Missão.......................................................................................................................................................1157.1.3 SegmentaçãodoNegócioeInteraçõesInternaeExterna..................................................1177.1.4 FilosofiaCorporativa..........................................................................................................................1187.1.5 FormulaçãodaEstratégia.................................................................................................................118

7.2 IncorporaçãodaSustentabilidadenasAtividadesdeTIC...........................................1207.2.1 AtividadesPrimáriasedeSuporte...............................................................................................1217.2.2 EstabelecimentodeIndicadoresdeSustentabilidade.........................................................127

7.3 GovernançadeTICorientadaàSustentabilidade..........................................................1617.3.1 MétodoparaImplementaçãodeGovernançadeTIC...........................................................1637.3.2 ModelosdeGovernançadeTIC......................................................................................................1737.3.3 ConsideraçõesFinais..........................................................................................................................175

8 SistemadeGerenciamentodeRedesOrientadoaPolitícasdeSustentabilidade

1768.1 PolíticadeSustentabilidadeemNíveldeRedes.............................................................1768.1.1 GerenciamentodeRedesBaseadoemPolítica........................................................................1778.1.2 RegrasdePolíticaeMapeamentoemNíveisdeAbstração...............................................1798.1.3 LinguagemdeEspecificaçãodePolíticadeGerenciamento..............................................181

8.2 PolíticadeSustentabilidadeemNíveisdeDispositivoeInstância..........................1888.3 PropostadeSistemadeGerenciamentodeRedesbaseadoemPolíticaorientadaà

Sustentabilidade...................................................................................................................................1918.3.1 VisãoGeraldaArquiteturadoSistemadeGerenciamento................................................1928.3.2 MododeOperaçãodoSistemadeGerenciamento................................................................195

8.4 ConsideraçõesFinais................................................................................................................205

9 EstudodeCasoparaEficiênciaEnergéticaemTIC...................................................2079.1 VisãoGeralsobreUnidadedeNegóciodeTIC.................................................................2079.1.1 MissãodoCentrodeInformáticaeTelecomunicaçãoes.....................................................2079.1.2 SegmentaçãodosNegócios..............................................................................................................208

9.2 MapeamentoentreDiferentesNíveisdePolítica...........................................................2109.2.1 PolíticadeSustentabilidadeemNíveldeNegócios...............................................................2129.2.2 PolíticasdeSustentabilidadeemNíveldeSistema...............................................................213

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9.3 SistemadeGovernançadeTIC..............................................................................................2299.3.1 LevantamentodeInformaçõessobreaOrganização...........................................................2299.3.2 Fase2-AvaliaçãodeGovernançadeTIC..................................................................................2309.3.3 Fase3–ReprojetodaGovernançadeTIC.................................................................................231

9.4 SistemadeGerenciamentodeRedes..................................................................................2389.4.1 ExemplodetraduçãodepolíticasnosníveisdeRede,DispositivoeInstância........238

9.5 ConsideraçõesFinais................................................................................................................248

10 ConsideraçõesFinais.......................................................................................................25010.1 TrabalhosRelacionados.......................................................................................................25110.2 AnálisedosResultados.........................................................................................................25310.3 PrincipaisContribuições......................................................................................................25410.3.1 ContribuiçõesdaTese.....................................................................................................................25410.3.2 OutrasContribuições.......................................................................................................................255

10.4 TrabalhosFuturos..................................................................................................................261

11 ReferênciasBibliográficas.............................................................................................262

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1 INTRODUÇÃO

Sustentabilidade é um tema cada vezmais presente no dia a dia das pessoas, assim

como nos diferentes setores da indústria que oferecem produtos ou serviços à

sociedade.

Dentreasnumerosasdefiniçõesquehojepermeiama literaturacientíficaemesmoa

literaturanãoespecializada,tem-seaquelaadotadaporBruntlandemrelatóriodaONU

(Organização dasNaçõesUnidas) em1987, que se consagrou e tem servido de base

paramuitasvariantes:“Desenvolvimentosustentáveléodesenvolvimentoquesatisfaz

asnecessidadesdopresentesemcomprometerahabilidadedasgeraçõesfuturaspara

satisfazer as próprias necessidades (UNITED NATIONS GENERAL ASSEMBLY, 1987,

cap.2).

Tomando,portanto,estadefiniçãocomobaseeaplicando-anaáreadeTIC(Tecnologia

da Informação e Comunicação), é possível identificar muitas ações consideradas

sustentáveis. Como exemplos podem-se citar: o uso racional de energia elétrica em

DataCenterseodescartecorretoderesíduosdeinformáticaetelecomunicações.

Sãoaçõescomresultadotangíveltantoparaasorganizaçõescomoparaasociedade.No

casododescartecorretoderesíduosdeinformáticaetelecomunicações,porexemplo,

osganhospodemserambientais,poisessesresíduosdeixamdeserdestinadosalixões

ou aterros sanitários e são tratados para fins de reaproveitamento ou reciclagem;

econômicos, pois os resíduos tratados podem retornar à cadeia produtiva, gerando

economianaextraçãoderecursosnaturaisbemcomoviabilizandoacriaçãodenovas

indústrias na área de reciclagem; e, por fim, sociais, considerando-se as pessoas

beneficiadas direta e indiretamente com a nova indústria de tratamento desses

resíduos.

Noentanto,os resultadosde taisaçõessópodemsermaximizadosseelasestiverem

contempladas por uma política ou plano maior dentro da organização, que passa a

sincronizarsuasaçõesemsustentabilidadefocandomaximizaroseudesempenho,seja

ele econômico e mesmo ambiental e social. Para tanto, faz-se importante criar um

modelodegestãosustentávelderecursosoupassivosdessaorganizaçãoquesirvade

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baseparatodasasaçõesdesustentabilidade.Nocasodestetrabalho,serádadaênfase

aosrecursosdeTIC(TecnologiadaInformaçãoeComunicação).

1.1 Motivação

O tema Sustentabilidade está cada vez mais presente nas demandas de gestão de

Tecnologia da Informação e Comunicação. Nesse contexto, TIC inclui não apenas

sistemascomputacionaiseequipamentosderedee telecomunicações; tambéminclui

recursoshumanosenvolvidosnasuaoperação,monitoraçãoegestão.

Alguns dados estatísticos mostram que TIC é responsável, em média, por 2% dos

gastosenergéticosdentrodeumaempresa.Talinformaçãopodesercorroboradapela

Figura1.1,quemostracomodeveevoluiracontribuiçãodeTICnototaldeemissõesde

CO2, segundo GeSI (Global e-Sustaintability Initiative) (GLOBAL E-SUSTAINIBILITY

INITIATIVE,2010).EstaporcentagemdegastosenergéticosoriundosdeTICvariade

paísparapaís.Segundo(BOLLAetal.,2011),naItáliaem2006,porexemplo,TICera

responsávelpor1%dosgastosenergéticos,noReinoUnidoem2007estaparcelaera

daordemde10%,e,empaísescomoAlemanha,FrançaeJapãoacontribuiçãodeTIC

atingiapatamaressemelhantes.Noconjuntodessesgastos,tipicamente,ossistemasde

redes de comunicação são responsáveis por 70%, os DataCenters por 20% e outros

sistemaspor10%.Entretanto,observa-seoaumentodegastosenergéticosemTICano

a ano, dada a expansão dos seus sistemas, incluindo-se aí a infraestrutura de redes,

tantofixascomomóveis.

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Figura1.1-EstimativadeEmissãodeCO2segundoprevisãodeGeSI,considerando-se

computadores,equipamentosderede,impressoraseDataCenters.Fonte:(GLOBALE-

SUSTAINIBILITYINITIATIVE,2010)

AFigura1.2trazumgráficotambémelaboradopelaGeSI,quemostraocrescimentoda

emissão de CO2, considerando-se especificamente os sistemas de telecomunicações,

sejamelesfixosoumóveis.

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Figura1.2-EstimativadeEmissõesdeCO2(GLOBALE-SUSTAINIBILITYINITIATIVE,2010)

Este crescimento de gastos energéticos e, por consequência, de emissões de CO2,

oriundodeTICdeve-seaocrescimentodoparqueinstaladodeTICnosmaisdiferentes

setoresdaindústriacomotambémemusoresidencial.

No Brasil, o CGI.br (Comitê Gestor da Internet no Brasil) tem publicado relatórios

anuaisquedemonstramocrescimentodeusodeequipamentosde informática tanto

nas empresas como em domicílios (CGIBR, 2011). Em 2010, 35% dos domicílios

brasileiros tinham um computador, contra 32% em 2009 e 25% em 2008. Estes

números demonstram que, além de um contínuo crescimento, ainda existe grande

margem de expansão. Em 2010, 97% das empresas dispunham de computador,

mantendo a mesma porcentagem (97%) de 2009, contra 95% em 2008 e 94% em

2007.Em2010,90%dasempresasbrasileirasdispunhamderedelocalcomfioousem

fio.Opatamardeusode rede local com fiopermanececonstanteem81%,masode

redesemfiosofreuumaexpansãosignificativa:de14%em2005saltoupara50%em

2010. Outro dado importante é que 30% das empresas possuem acesso à Internet

superior a 2Mbps contra 4%em2007. Em2010, 60%das empresas empregavamo

modemdigital,30%omodemviacabo,15%dasconexõesviarádio,15%deconexões

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via celular (modem 3G), e ainda, 4% de conexões dial-up via telefone e 3% de

conexõesviasatélite.Porúltimo,25%dasempresaspossuemenlacededicado.

SegundoaAnatel,aofinaldenovembrode2011oBrasilcontavacom236milhõesde

assinantescontra200milhõesao finalde2010(http://www.anatel.gov.br).O tempo

de vida de cada celular tem variado de um ano a um ano e meio. No caso de

computadores,existeumcrescimentodoparqueinstalado,eseutempodevidavaria

detrêsacincoanos.

A expansão do uso de TIC, envolvendo equipamentos com capacidade de

processamento, armazenamento e transmissão cada vez maiores, tem trazido como

efeitoimediatooaumentonogastodeenergiaelétricaedeoutrosinsumosnecessários

para manter tais sistemas em operação. Em curto e médio prazos, outro problema

surge emdecorrência de: obsolescência desses equipamentos resultante de defeitos,

do surgimento de tecnologias mais avançadas e da não aplicabilidade desses

equipamentos para as novas soluções de TIC (Por exemplo, o hardware pode estar

operacional,masnãoseraptoparaexecutarosnovosaplicativosdomercado).

Diante desse cenário, pode-se observar que o gestor de TIC, para garantir sua

sustentabilidade,devesepreocuparcom:ainovaçãotecnológicadentrodaperspectiva

do uso racional de recursos associados a TIC, tendo comoumdosmais importantes

fatores a eficiência energética desses recursos e, ao final do seu ciclo de vida, o seu

descarte correto. Tudo isto movido com a participação, treinamento adequado e

engajamento dos funcionários, fornecedores, usuários, clientes e pessoas da

comunidaderelacionadasdealgumamaneiracomaorganização.

1.2 Objetivos

O objetivo desta tese é apresentar uma proposta no sentido de tornar a gestão de

Tecnologia da Informação e Comunicação mais sustentável nas organizações,

envolvendo:

• Processodeaquisiçãodesistemasmaissustentáveis,porexemplo,maiseficientes

dopontodevistaenergéticoe,àmedidadopossível,isentosdesubstânciastóxicas.

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• Processo de uso dos recursos de TIC otimizado, visando economia de recursos e

proteçãoaomeioambiente.

• ProcessodedescartederecursosdeTICrealizadodemodosustentável.

• Gestão de profissionais de TIC dentro do escopo de sustentabilidade, com a

promoçãodohumano.

Eoseudesmembramentoemtodososníveisdaorganização,asaber:estratégico,

táticoeoperacional.

Vale ressaltar que, nesse contexto, consideram-se recursos de TIC, essencialmente,

recursosdehardware,comocomputadores,equipamentosderedeetelecomunicações.

Nãoestãosendoconsideradosossistemasdesoftware.

Aqui podem ser consideradas unidades de negócio que prestam serviços de TIC ou

organizaçõescujosnegóciossejamaprestaçãodeserviçosdeTIC.

1.3 Organização

Esta tese está organizada em nove capítulos, além deste capítulo introdutório que

apresentaamotivação,osobjetivoseocontextoondeelaseaplica.

Apartirdaí,otrabalhoestádivididoemtrêspartesprincipais:ParteI–Conceituação

Geral,envolvendooscapítulos2,3e4;ParteII–ModelodeGestãodeTICorientadaà

PolíticadeSustentabilidade,englobandooscapítulos5,6,7e8;ParteIII–Estudode

Caso,envolvendooscapítulos9e10.

ParteI:ConceituaçãoGeral

No capítulo 2 são apresentados conceitos básicos referentes à Sustentabilidade e

sistemasorientadosaPolíticas.Taisconceitossãocomplementadosnocapítulo3,que

tratademodelosdeGovernançadeTICedeGerenciamentodeRedesdeComunicação.

ParadarsubsídiosàpropostaedesenvolvimentodeumSistemadeGerenciamentode

Redes orientadopara eficiência energética apresentadono capítulo8, nocapítulo 4

sãodiscutidastécnicasparaobtençãodeeficiênciaenergéticaemsistemasdeTIC.

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ParteII–ModelodeGestãodeTICorientadaàPolíticadeSustentabilidade

No capítulo 5 estão as premissas, os requisitos funcionais e quantitativos que

nortearama especificaçãodoModelodeGestãodeTICorientadaà Sustentabilidade.

Combaseemtaispremissaserequisitos,nocapítulo6éapresentadaumavisãogeral

domodelo, organizado em cinco níveis, a saber: Negócio, Sistema, Infraestrutura de

TIC, Dispositivo e Instância. O nível deNegócio corresponde ao desenvolvimento do

PlanejamentoEstratégico,enquantooníveldeSistemaenglobaaGovernançadeTIC,

sendoaGovernançadeTICresponsávelpelaaplicaçãodePolíticasdeSustentabilidade

eDesempenhonosníveisdeNegócioeSistema.OsníveisdeInfraestrutura,Dispositivo

eInstânciacompõemosServiçosdeRedes,DataCentereMicroinformática.OsSistemas

deGerenciamentodeInfraestruturadeTICsãoresponsáveispelaaplicaçãodePolíticas

deSustentabilidadenestes trêsúltimosníveis.Nocontextodeste trabalho, serádada

ênfase aos Serviços de Rede, que compõem uma infraestrutura de TIC. Ainda, no

capítulo6,sãodescritososdomíniosdePolíticasdeSustentabilidadeparaestesníveis.

Ocapítulo 7 apresentamodelos, referentes aos níveis deNegócio e Sistema, para o

desenvolvimentodoPlanejamentoEstratégicoeparaaespecificaçãoeimplantaçãode

Governança de TIC. Além disso, define as respectivas metas e indicadores de

sustentabilidadeaplicáveisàsatividadesdesuporteeprimáriasdacadeiadevalorde

umaorganização.

O capítulo 8 apresenta arquiteturas para Sistemas de Gerenciamento de Redes,

responsáveis pela aplicação de políticas nos níveis de Rede, Dispositivo e Instância.

Primeiramente, é mostrada uma arquitetura geral proposta pelo IETF (Internet

EngineeringTaskForce)comdiscussãosubsequentedosdesafiosinerentesàtradução

depolíticasdescritasemdiferentesníveisdeabstração,considerandoque:nonívelde

Rede emprega-se uma linguagem de alto nível, como a linguagem Ponder adotada

neste trabalho; no nível de Dispostivo usam-se mensagens de protocolo de

gerenciamento; e, por último, no nível de Instância, são executadas operações em

variáveis de equipamentos. Em seguida, é descrita a proposta de um Sistema de

GerenciamentoorientadoaPolíticasdeSustentabilidade,real,queseencontraemfase

dedesenvolvimento.

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Parte III – Estudo de Caso - Modelo de Gestão de TIC orientada à Política de

Sustentabilidade

Ocapítulo9trazumestudodecasoquemostracomoumaPolíticadeSustentabilidade

em nível de Negócio pode gerar políticas em todos os outros níveis, de Sistema,

Infraestrutura(especificamenteRedes),DispositivoeInstância.Talestudodecasodá

ênfase ao uso racional de recursos e,mais especificamente, ao aspecto de eficiência

energéticaaplicadaaredes.

Porúltimo,ocapítulo10trazumaanálisecríticasobreosresultadosdestetrabalho,

assuasprincipaiscontribuiçõesepropostasdetrabalhofuturo.Alémdisso,descreve

outrascontribuiçõescorrelatasaotemadestetrabalho,desenvolvidaspelacandidata.

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2 CONCEITOS

Estecapítuloapresentaconceitosutilizadosaolongodetodootrabalho,relacionados

aSustentabilidadeeSistemasorientadosaPolíticasdentrodocontextodeTecnologia

daInformaçãoeComunicação.

2.1 Sustentabilidade

Hoje,éusualquandosediscuteousefaladesustentabilidadetercomobaseadefinição

de desenvolvimento sustentável formulada pela Comissão Brunland na ONU em

1987: o desenvolvimento que atende as necessidades da geração atual sem

comprometer os recursos naturais para as gerações futuras (UNITEDNATIONS

GENERALASSEMBLY,1987).

Dentro deste contexto, entendem-se como práticas sustentáveis aquelas que

garantem que os recursos são utilizados na mesma taxa em que é possível

recuperá-los, naturalmente, ou através de ações específicas. Como exemplo de

ações específicas, pode-se citar a reciclagem de lixo eletrônico, que permite retirar

metais preciosos das placas de circuito impresso como cobre, ouro e prata, que são

retornados à cadeia produtiva, ao invés de retirar estesmesmosmetais da natureza

parafabricaroutrosprodutos.

Assim, sustentabilidade pode ser definida como o balanço entre três elementos

interdependentes(DOMINSKI,1992apudBELL;MORSE,2010):

1. Proteçãoeaperfeiçoamentodeecossistemaserecursosnaturais.

2. Produtividadeeconômica.

3. Provisãodeinfraestruturasocialcomo:emprego,moradia,educação,cuidados

médicoseoportunidadesculturais.

Nomercado,podem-seidentificaralgumasdenominaçõesparaprodutossustentáveis:

• Produtos“verdes”:sãoaquelesquenãocontêmsubstânciastóxicasnasua

produção.Istoimplicaque,seesseprodutofordescartado,nãoirácausardanosao

meioambiente.Contudo,apesardenãosertóxico,podenãoserreciclávelnem

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biodegradável,implicandoquesuadecomposiçãoédemoradae,tipicamente,aoser

descartadoseráencaminhadoaaterrosanitário.

• Produtosreciclados:sãoprodutoselaboradoscommatérias-primasrecicláveis.

• Produtosrecicláveis:sãoprodutosqueaofinaldesuavidaútilpodemser

reciclados,retornandoàcadeiaprodutivacomomatéria-prima.

• Produtosbiodegradáveis:sãoaquelesque,umavezdescartadoseenterrados,

sofremumprocessodedecomposiçãonaturalpelaaçãodemicro-organismos.

2.2 PilaresdeSustentabilidade

Um dos mais importantes conceitos de sustentabilidade é denominado “sustainable

bottom line” ou “quadruple bottom line” e tem relação com os quatro Pilares de

Sustentabilidade,quesão(WERBACH,2009):

• Econômico: Inclui acões tomadas pelos indivíduos da geração atual que não

comprometamaperspectivadeque,nofuturo,asnovasgeraçõestenhamqualidade

devidaepossamsatisfazersuasnecessidadesbásicas,incluindo-seaíacessoabens

de consumo– consumo consciente – e saúde. Este pilar pode ser assimdefinido:

ações no presente que afetam o modo como os seres humanos satisfazem suas

necessidadesfundamentais.

Dentrodessecontexto,podem-secitarcomoexemplosdeindicadores:crescimento

dareceita,distribuiçãodereceitaporempregado,satisfaçãodocliente,númerode

funcionários da empresa oriundos da comunidade local, porcentagem da receita

investidaemplanosdesaúdeenamelhoriadaqualidadedevidadosfuncionários.

• Social:Incluiaçõesquepodemafetartodososmembrosdasociedade,incluindo-se

aí emprego, distribuição de renda, equilíbrio social, diminuição da pobreza e da

violência,edireitoshumanos.

Como exemplos de indicadores, podem-semencionar: o número de acidentes de

trabalho, transparência administrativa, práticas anticorrupção, investimento na

educaçãodosfuncionários,programasdeintegraçãoempresa-comunidade.

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• Ambiental:Incluiaçõesdeinteraçãocomomeioambientequenãocomprometem

ocapitaldanatureza,i.é,asomatotalderecursosnaturais.

Exemplos de indicadores são: consumo de energia elétrica, consumo de água,

porcentagemda água tratada e reusada contra a descartada, volumede resíduos

gerados,usoegeraçãodeefluentestóxicos.

• Cultural: Inclui ações por meio das quais as comunidades manifestam sua

identidade, preservam e cultivam tradições e costumes de geração para geração;

acessoàeducaçãoeabensculturais.

Indicadores deste pilar incluem produtos ou insumo adquiridos junto à

comunidade local, diversidade e grau cultural dos funcionários, preservação da

históriadacomunidadeedaempresa.

2.3 PolíticasdeSustentabilidade

Emsuaessência,Políticaéaarteouciênciadegovernar; assim,é tambémaarteou

ciência da organização, direção e administração, que se expressa em orientação ou

métodospolíticoscomo,porexemplo,asPolíticasdeSustentabilidade.

Política é, portanto, tipicamente, umconjuntode regras.Cada regra consistedeuma

cláusuladecondiçãoeumacláusuladeação.Destemodo,pode-sedizerqueaPolítica

deSustentabilidadeestabeleceregrasreferentesàspraticasdeSustentabilidade.Como

exemplo, pode-se citar o caso de Aquisição de Sistemas Computacionais “Verdes”.

Pode-se definir a seguinte regra: “só participam de editais ou RFPs (Request for

Proposals) para aquisição de equipamentos de informática e telecomunicação, os

fornecedoresdesistemascomputacionais“verdes”1.

Desta forma,pode-sedizerqueumsistemaorientadoapolíticasé aqueleemqueas

regras de política são usadas para definir o comportamento de suas entidades.

1SistemasComputacionaisVerdessãoaquelesconsideradoseficientesdopontodevistadeconsumode

energiaelétricaeisentosdesubstânciastóxicas,como,porexemplo,ochumbo.

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(STRASSNER,2004).Nocontextodestetrabalho,aGestãodeTICorientadaaPolíticas

deSustentabilidadetemcomobaseasregrasdefinidasportaispolíticas,queorientam

eatédefinemasações,osprocedimentosemecanismosdessagestão.

A Figura 2.1 mostra um modelo simplificado de Regras de Política. Uma regra de

Políticapodeagregardiferentescondiçõeseações.SeasCondiçõesassociadasauma

RegradePolítica foremsatisfeitas, asAçõesdevemser avaliadas. Sehouvermaisde

umaAçãoassociadaaumaRegradePolítica,asuaexecuçãopoderáserpriorizada.

Figura2.1–ModeloSimplificadodeRegradePolítica

As Políticas podem ser aplicadas sobre um oumais processos (Níveis de Negócio e

Sistema)ousobreumoumaisobjetos(NíveisdeInfraestruturadeTIC,Dispositivoe

Instância). Esses processos ou objetos podem ter um “papel” que define as

característicasbásicaseafunçãodecadaprocessoouobjeto.Comoexemplo,pode-se

mencionar o recurso ou objeto “equipamento de rede”. Existem muitos tipos de

equipamentosderede,logo,quandoseafirmaqueo“papel”daqueleequipamentode

redeé“roteador”,jáépossívelinferirquaissãoasfuncionalidadesbásicassuportadas

poresseequipamento.NaFigura2.2sãomostradosospapéisdeumequipamentode

rede.

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Figura2.2–ExemplodeUsode“papéis”associadosaentidadesderede

Um Domínio de Política é um conjunto de entidades, processos e serviços

administrados demodo coordenado, empregando-se omesmo conjunto de políticas.

Umconjuntodeentidadespodepertenceraumoumaisdomíniosdepolítica.

Nocapítulo6serãodiscutidoseapresentadososváriosdomíniosdepolíticaaplicados

aodiferentesníveisdepolítica.

2.3.1 TiposdePolítica

SegundoStrassner(STRASSNER,2004)existemquatrotiposdepolíticadealtonível:

• Autorização:definequaisaçõesumsujeitotempermissãoparaexecutarsobreum

conjuntodeobjetos.

• Restrição: define um conjunto de ações que um sujeito não tempermissão para

executarsobreumconjuntodeobjetos,emboratenhasidoautorizadoafazê-lo.

• Obrigação:defineumconjuntodeaçõesqueosujeitotemaobrigaçãoderealizar.

• Delegação:atribuem-seprivilégiosasujeitossobreumconjuntodeobjetos.

2.3.2 NíveisdePolíticadeSustentabilidadeCorporativaedeTIC

Dentrodeumaorganização,profissionaiscomdiferentesresponsabilidadesefunções

têmdiferentesvisõesdapolítica.Porexemplo,profissionaisdaáreadenegóciosnão

conseguem compreender a terminologia inerente às políticas de rede. Da mesma

maneiraqueprofissionaisderedenãocompreendemnecessariamenteaterminologia

própriadaáreadenegócios.Porestemotivo, emumaorganização sãoespecificados

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diferentesníveisdePolíticasdeSustentabilidadeeDesempenho.Contudo,taispolíticas

precisamestaralinhadasentresieserconsistentes.Deveserpossíveltraduzirregras

deumníveldepolíticaemoutroevice-versa.

Conforme mostra a Tabela 2.1, consideram-se para o caso de Serviços de TIC

(Tecnologia da Informação e Comunicação) os seguintes Níveis de Políticas

(STRASSNER,2004):

• Negócio:NestenívelsãodefinidosSLAs(ServiceLevelAgreements),sejamelescom

empresascontratadasoucontratantesouentreunidadesdenegóciocomrelaçãode

prestador-usuáriodeserviçosdentrodaprópriaorganização;objetivosprópriosdo

negócio,direcionamentosgeraisdaorganizaçãoeprocessoscorporativos.

• Sistema:Apartirdemetasdefinidaspeloníveldenegócio,estabelece indicadores

de sustentabilidade e desempenho vinculados aos principais processos da

organização.Nocasodeste trabalho, sãoanalisadosprioritariamenteosprocessos

envolvendoTICeseualinhamentocomasPolíticasdeSustentabilidade.

• Infraestrutura de TIC: Está vinculado aos principais ativos de TIC, incluindo

DataCenter, Redes de Comunicação e Computadores pessoais. Neste nível, são

definidaspolíticasespecíficasparacadaclassedeativoetecnologiasassociadas.

• Dispositivo:Nestenívelsãodefinidaspolíticasespecificasreferentesatecnologias

e equipamentos, sejam eles equipamentos de rede, sistema de armazenamento,

sistemasdeblade,dentreoutros.

• Instância:Aspolíticasdestenívelsãoorientadasaequipamentosespecíficos,suas

MIBs(ManagementInformationBase),PIBs(PolicyInformationBase),dentreoutros.

A Tabela 2.1 associa esses Níveis de Política a Tipos de Regras. No contexto deste

trabalho, a infraestruturadeTIC édecomposta emdiferentes gruposde recursosde

TIC,asaber:DataCenter,RedesdeComunicaçãoeComputadoresPessoais.

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Tabela2.1–NíveisdePolíticaeTiposdeRegrasempregadas-Fonte:(STRASSNER,2004)

NíveldePolítica TiposdeRegras

Negócio SLA,processos,guiasemetas

Sistema Operaçãoindependentededispositivoetecnologia

InfraestruturadeTIC Operaçãoespecíficadetecnologiaeindependentededispositivo

Dispositivo Operaçãoespecíficadedispositivoetecnologia

Instância Implementaçãoespecíficadedispositivo,comoMIB,PIB,CLIeoutros.

Legenda:

CLI–CommonLanguageInfrastructureMIB–ManagementInformationBasePIB–PolicyInformationBaseSLA-ServiceLevelAgreementTIC–TecnologiadaInformaçãoeComunicação

A Figura 2.3 mostra os diferentes Níveis de Política aplicáveis à Gestão de TIC

(TecnologiadaInformaçãoeComunicação)deumaorganização.

Figura2.3–NíveisdePolíticaaplicáveisàGestãodeTICdeumaOrganização

2.3.3 ArquiteturaBásicadeumSistemadeGestãoorientadaaPolíticas

AArquiteturaBásicadeumSistemadeGestãoorientadaaPolíticas,tomandoporbase

aArquiteturaparaSistemasdeGerenciamentoderedespropostapeloIETF(Internet

EngineeringTaskForce),écompostadosseguinteselementos(VERMA,2000):

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• SistemadeGestãodePolíticas:Éusadoporumadministradorparaestabelecere

fornecer políticas a serem aplicadas em qualquer um dos níveis apresentados

anteriormente (Figura 2.3), seja de negócio, sistema, infraestrutura de TIC,

dispositivoouinstância.Posteriormente,talpolíticaétratadaeconvertidaemuma

linguagemcompatívelcomseuescopodeatuação.Assim,porexemplo,umapolítica

do nível de dispositivo poderá ser convertida em comandos de configuração do

dispositivo.

• Repositório de Políticas: Contém a descrição de políticas empregadas nos

diferentes níveis de gestão. Em alguns casos, o Repositório de Políticas é um

diretórioLDAP(LightweightDirectoryAccessProtocol),maspodeser,também,um

servidor de base de dados ou mesmo um servidor Web. É importante que haja

compatibilidade com o modelo de informação adotado para a especificação das

políticas.

• Ponto de Decisão de Política (PDP): É responsável por obter as políticas do

repositório, interpretá-las e comunicá-las aoPontodeExecuçãodePolítica (PEP)

noformatoenasintaxecompreensíveisporeste.

• PontodeExecuçãodePolítica(PEP):Éresponsávelpelaaplicaçãoeexecuçãode

políticas,pormonitorarestatísticasereportá-lasaossistemasadequados.Nocaso

específicodegerenciamentoderedes,oPEPpodeestarhospedadotantoemuma

estaçãofinalcomoemumroteadoroufirewall.

AcomunicaçãoentreoPDPeoRepositóriodePolíticaspodeserfeitaempregando-se

diferentes protocolos de comunicação. Contudo, no caso do sistema proposto pelo

IETF,dá-sepreferênciaaoLDAP(LightweithDirectoryProtocol).

Da mesma maneira, a comunicação entre o PDP e o PEP pode ser realizada por

diferentes protocolos. No caso de sistemas de gerenciamento de redes usualmente

opta-sepeloSNMP(SimpleNetworkManagementProtocol).

Uma Política pode começar a ser executada porque são satisfeitas as condições

vinculadasaela(porexemplo,períododevalidadedeumataxatarifáriaparatelefonia)

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ou pela ocorrência de um evento (por exemplo, pico de tráfego na rede corporativa

devidoàrealizaçãodetransmissõesdevídeoHD).

A Figura 2.4 apresenta os elementos da Arquitetura de Sistemas de Gestão de

TecnologiadaInformaçãoorientadaaPolíticas.

Figura2.4–ArquiteturaBásicaparaSistemasdeGestãodeTICorientadaaPolíticas

2.4 ConsideraçõesFinais

Os conceitos apresentados neste capítulo norteiam todo o trabalho, em especial

aquelesrelacionadosaosPilaresdeSustentabilidadeePráticasSustentáveis.

Foi definido o conceito de política e mostrou-se a arquitetura básica de sistemas

orientados a política, segundo IETF (STRASSNER, 2004) (VERMA, 2000). O IETF

definiu esta arquitetura especificamente para Sistemas de Gerenciamento de Redes

orientados a Políticas (Policy-Based Network Management) que, dentro do contexto

destetrabalho,sãoestendidosparaaáreadeGovernançadeTIC.

O IETF definiu, também, vários níveis de política, que incluem os níveis deNegócio,

Sistema, Infraestrutura de TIC, Dispositivo e Instância. No contexto deste trabalho,

conformeserádiscutidonocapítulo6,oSistemadeGovernançadeTICéresponsável

pela aplicação de políticas de Sustentabilidade nos níveis de Negócio e Sistema,

enquantooSistemadeGerenciamentodeTICéresponsávelpelaspolíticasdosníveis

deInfraestrutura,DispositivoeInstância.

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Conceitos e modelos de Governança de TIC e Gerenciamento de Redes serão

apresentadosnopróximocapítulo.

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3 MODELOSDEGOVERNANÇAEGERENCIAMENTO

O objetivodeste capítulo é apresentar umavisão geral sobre osprincipais conceitos

referentes a Governança e Gerenciamento de TIC. São apresentados os principais

modelospara ambosos casos, dando-se ênfase, dentrodoGerenciamentodeTIC, ao

GerenciamentodeRedes,queéumdosobjetosdestetrabalho.

3.1 GovernançadeTIC

Governança de TIC tem se tornado cada vez mais importante para a maioria das

empresas,poisécadavezmaioroseuinvestimentoemTIC.NoBrasil,deacordocom

pesquisa realizada pela FGV-EAESP (MEIRELLES, 2009), o total de gastos e

investimentosmédiosemTICvemaumentandoanoaano:em1988,porexemplo,era

daordemde1,3%dovalordareceitalíquida,em2003cresceupara4,9%eem2009

chegoua6,0%.

Figura3.1–EvoluçãodeGastoseInvestimentosMédiosemTICparaMédiaseGrandesEmpresas

PrivadasNacionais-%FauramentoLíquido[Fonte:(MEIRELLES,2009)]

Hoje, os serviços e recursos de TIC estão totalmente integrados ao dia a dia das

empresas. Usualmente, tem-se a demanda por TIC vinda de todas as áreas de uma

organização.Pode-seafirmarqueTICépervasivo,nosentidodequeestápresenteem

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todosos lugareseduranteo tempotodo.Diz-sequeohomemmodernoestásempre

conectado. E as organizações esperam que as tecnologias de TIC tragam novas

oportunidadesdenegócio.Segundo(WEILL;ROSS,2006),asempresascomestratégias

focadasecomumaboagovernançatêm20%maislucrodoqueoutrasempresasque

seguemsempreasmesmasestratégias.

Nessesentido,aGovernançadeTICéumimportanteprocessoparaseobtervalorde

TICparaonegócioeparamitigarosriscosdeTIC.

3.1.1 ConceitosdeGovernançadeTIC

Existemalgumasdefinições consagradasnomercado referente àGovernançadeTIC.

Podem-secitaralgumasdelas:

“DeterminarsistematicamentequemtomacadatipodedecisãoreferenteaTIC

(direitodedecisão), quem fornece subsídiosou informaçãoparaa tomadade

uma decisão (direito de participar) e como essas pessoas (ou grupos) são

cobradasporsuasfunções”,doMIT-CISR(WEILL;ROSS,2006).

“Sistema através do qual o portfolio de TIC da organização é dirigido e

controlado,descrevendo:

• AdistribuiçãodosdireitosdedecisãodeTICeresponsabilidadesentre

diferentesparceirosnaorganização.

• Asregraseprocedimentosparatomadadedecisõesesuamonitoraçãonos

casosdeTICestratégica.”(PETERSON2004;2004a).

“Estrutura de relacionamentos e processos para direcionar e controlar a

empresa objetivando alcançar os seus objetivos de obtenção de valor e

minimizaçãoderiscosdeTICeseusprocessos.”(ISACA,2007).

“Modelodegestão,integrantedagovernançacorporativaedaadministraçãoda

TIC, alinhado às estratégias, objetivos emetas organizacionais, que tem como

funçãodefinir asdiretrizes e efetivar oprocessodedecisãodaTIC, buscando

uma entrega de valor, excelência operacional e otimização de resultados

coerentescomasaspiraçõesdonegócio.”(ALBERTIN;ALBERTIN,2010).

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“CapacidadeorganizacionalexercidapelosexecutivosdaempresaedeTICpara

controlaraformulaçãoea implementaçãodaestratégiadeTICe,destaforma,

garantiroalinhamentoentreTICeonegócio.”(GREMBERGEN,2008).

“MecanismodeacompanhamentoeavaliaçãodaexecuçãodoPlanoEstratégico

de TIC, fundamental para o seu sucesso, viabilizando a realização dos ajustes

necessáriosemrespostaaodinamismodomercadoedaprópriaorganização.”

(CARVALHO,2010)

Existem muitas definições, algumas focadas na alta administração ou no grupo de

pessoas que tomam decisões concernentes a TIC, seja o seu papel dentro da

organização,ouasaplicaçõesdenegóciossuportadaspelainfraestruturadeTIC,ouo

investimentoouaportefinanceiroqueseráalocadoparaaquisiçõesdeequipamentose

soluçõesdeTIC.EsteéocasodasdefiniçõesdePeterWeilleJeanneRossdoMITCISR

(WEILL; ROSS, 2006), Rosa e Alberto Allbertin da FGV-SP (ALBERTIN; ALBERTIN,

2010)eRyanPetersondoIMRCdaEspanha,em2004.(PETERSON,2004).

No entanto, outros autores entendemGovernança deTIC demodomais abrangente,

envolvendoosmecanismosquedãosuporteaoprocessodecisório,comoéocasoda

definição do próprio COBIT (ISACA, 2007) e de Ana Riekstin, que inclui em sua

dissertaçãoosmecanismosaplicados,desdeoambientedeescritórioatéossetoresde

desenvolvimentodeprodutoechãodefábrica.(RIEKSTIN,2012).

Neste trabalhoseráempregadaadefiniçãodeCarvalho(CARVALHO,2010),queestá

bem alinhada com a definição de Win Van Gremberger e Steven De Haes.

(GREMBERGEN,2008).

Apartirdessasdefinições,pode-sedizerqueGovernançadeTICestáfocadaem(vide

Figura3.2):

• Criarvalorparaonegócio(alinhamentoestratégico).

• Preservarovalorparaonegócio(gestãoderiscos).

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Figura3.2–FocodaGovernançadeTIC

3.1.2 ModelosdeGovernançadeTIC

Vários modelos de Governança de TIC em diferentes níveis de análise têm sido

propostos.Nomercadoatual,existeminúmerosmodelosdeGovernançadeTIC,aliados

a Modelos Avaliação de Maturidade, Gestão de Serviços e Gestão de Projetos, que

muitas vezes se complementam a fim de proporcionar uma solução mais rica e

completaparaaorganização.

Em (RIEKSTIN, 2012), a autora Ana Riekstin faz uma análise comparativa entre

diferentesmodelosdeGovernançadeTICeferramentasdesuporteparasuaexecução.

A Tabela 3.1 traz o resultado dessa análise comparativa, listando modelos e

ferramentasadotadasnomercado,comsuacorrespondenteaplicabilidade.

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Tabela3.1–RelaçãodeModeloseFerramentasdeSuporteparaGovernançadeTICesuas

FuncionalidadesBásicas[Fonte:(RIEKSTIN,2012)]

Modelo Descrição Aplicabilidade

MITCISRModeloparaGovernançadeTICvoltadaparacriaçãodevalordeTICparaonegócio.

GovernançadeTIC,podendosergeneralizadaparaoutrosativosdaorganização.

BSC BalancedScorecard,metodologiadeplanejamentoegestãodaestratégia.

ApoioaoplanejamentoestratégicodeTIC,metasemétricas.

COBITControlObjectivesforInformationandrelatedTechnology,modeloparaauditoriaecontroledeprocessosdeTIC.

AlinhamentodaTICaonegócioeserviçosdeTIC,avaliaçãodosprocessos.

ITILv3

InformationTechnologyInfrastructureLibrary,conjuntodemelhorespráticasparadefiniçãodaestratégia,desenho,transição,operaçãoemelhoriacontínuadoserviço.

DesenvolvimentodeserviçosdeTICemelhoriacontínua.

ValIT ModeloparagestãodovaloreinvestimentosdeTIC.

AlinhamentodaTICaonegócio,análisedosinvesti-mentos,geraçãodevalor.

ISO38500

NormadeGovernançadeTICqueestabeleceumaestruturadeprincípiosparaavaliação,gestãoemonitoramentodeTIC.

GovernançadeTIC.

TOGAF

TheOpenGroupArchitectureFramework,modeloparadesenvolvimentoeimplementaçãodearquiteturasdenegócio,aplicaçõesetecnologia.

Arquiteturaempresarial–avaliaçãodonegóciosobaspectostécnicosdaarquitetura.

PMBoK ProjectManagementBodyofKnowledge,basedeconhecimentoemgestãodeprojetos.

Implementação–gerenciamentodeprojetos.

OPM3OrganizationalProjectManagementMaturityModel,ummodelodematuridadeparaogerenciamentodeprojetos.

Avaliaçãodamaturidadeemgerenciamentodeprojetos(relacionadoaoPMBoK).

PRINCE2 ProjectinControlledEnvironments,metodologiadegerenciamentodeprojetos.

Implementação–gerenciamentodeprojetos.

P3M3

Portfolio,Programme&ProjectManagementMaturityModel,modelodematuridadeparaogerenciamentodeprojetos,programaseportfólio.

Avaliaçãodamaturidadeemgerenciamentodeprojetos(relacionadoàPRINCE2).

ComplementandoaTabela3.1,foiorganizadaaTabela3.2,quecomparaosdiferentes

modelose ferramentassoboolhardesua funcionalidadeprincipal, quepode incluir

modelodeGovernançadeTICegestãodeprojeto,dentreoutros.

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50

Tabela3.2–ComparaçãoentreModeloseFerramentasdeSuporteàGovernançadeTIC[Fonte:

(RIEKSTIN,2012)]

Estratégia do negócio

Estratégia TIC / Governança Processos Projetos Melhoria/

Maturidade Auditoria Visualização

MIT CISR ▲▲ ▲▲▲

BSC ▲▲▲ ▲▲▲ ▲▲▲

COBIT ▲ ▲▲ ▲▲▲ ▲ ▲▲ ▲▲▲

ITIL v3 ▲ ▲▲▲ ▲▲▲

Val IT ▲ ▲▲▲

ISO 38500 ▲▲▲

TOGAF ▲ ▲▲▲ ▲▲

PMBoK ▲▲▲

OPM3 ▲ ▲▲▲ ▲

PRINCE2 ▲▲▲

P3M3 ▲ ▲▲▲ Legenda

▲ Suporte Básico

▲▲ Suporte Parcial

▲▲▲ Foco Principal

Destesmodelos,optou-seporempregaroMIT-CISRporsuasimplicidadeefacilidade

de compreensão; o COBIT pela sua completeza; o ITIL pela sua complementaridade

comoCOBIT,eoBSCporviabilizaraconstruçãodepainéisdecontroleeavisualização

demapasdeindicadores.

Estesmodelossãodescritosemmaisdetalhesnasseçõesseguintes.

3.1.2.1 ModelodoMIT-CISR

OModelodoMIT-CISRéconstruídocomseiscomponentesprincipais (WEILL;ROSS,

2006)(videFigura3.3):

• Estratégia e Organização da Empresa: provê a estrutura de TIC e

comportamentosdesejáveisquemotivamagovernança.

• Arranjos de Governança de TIC: atribuem direitos decisórios a diferentes

arquétipos de TIC para decisões-chaves com o objetivo de alcançar as metas de

desempenho do negócio. A eficácia da estratégia de uma empresa e de sua

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combinaçãodearranjosdegovernançareflete-seemsuacapacidadedeatingirtais

metas.

• Metas de Desempenho do Negócio: referem-se às metas estabelecidas para o

negócio referentes, por exemplo, a ROI (Return On Investment), ROA (Returno on

Assets)eparticipaçãonomercado(marketshare),dentreoutros.

• Organização e Comportamentos Desejáveis de TIC: estão alinhados e

harmonizadoscomaestratégiaeorganizaçãodaempresa.

• Mecanismos de Governança de TIC: provê ferramentas para implementar e

suportar decisões de governança de TIC. Incluem estruturas organizacionais de

tomadas de decisão, processos de alinhamento e ferramentas de comunicação.

DevemserharmonizadoscomosarranjosdeTIC.

• Métricas e contabilização de TIC: define comoTICcontribuirá comasmetasde

desempenhodaempresaeprovêmeiosparaavaliaraeficiênciadeTIC.

Figura3.3–ModelodeGovernançadoMIT-CISR

Pormeio da Figura 3.3 observa-se que as empresas harmonizam sua organização e

comportamentodesejáveldeTICcomaestratégiaeorganizaçãodaempresa;osseus

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mecanismosdeGovernançadeTICcomosarranjosdeGovernançadeTICeasMétricas

deDesempenhocomasMetasdeDesempenhodeNegócio.

Complementarmente a estemodelo, é definida também umamatriz de arranjos que

especifica diferentes tipos de decisões de TIC e diferentes arquétipos de TIC. Como

decisõesdeTICsãoconsiderados:

• princípiosdeTICdefinindoopapeldeTICnonegócio.

• arquitetura de TIC abrangendo a organização da infraestrutura de TIC (por

exemplo, arquitetura das redes da empresa – backbone, distribuição e acesso),

conjunto de políticas e regras para uso de TIC que devem guiar a empresa na

satisfaçãodasnecessidadesdenegócio.

• infraestrutura de TIC incluindo capacidades dos recursos humanos em TIC,

componentesdeTIC(exemplos:redesdecomunicaçãoesistemascomputacionais,

serviçosdeTICeaplicaçõesdeTICpadrõesecompartilhadas(comoaplicaçõesde

automaçãodeescritório,decorreioeletrônico,dentreoutras).

• necessidades das aplicações de negócios a serem adquiridas ou desenvolvidas

internamente.

• investimentoepriorização,definindo-sequanto,ondeequandoinvestir.

OsarquétiposdeTICespecificamquemsãoosresponsáveispelastomadasdedecisões

equemfornecesubsídiosparaatomadadedecisão.Comoarquétiposforamdefinidos:

• MonarquiadeNegócios:liderançaformadaporgerentesdenegócio.

• MonarquiadeTIC:compostadeespecialistadeTIC.

• Feudal:correspondeaunidadesdenegócio.

• Federal: composta por membros corporativos, unidades de negócio e,

opcionalmente,profissionaisdaáreadeTIC.

• DuopóliodeTIC:compostoporumgrupodeprofissionaisdeTICeumoutrogrupo

qualquer.

• Anarquia: indivíduo ou grupo pequeno independente e autônomo na tomada de

decisõesdeTIC.

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ArquétiposetiposdedecisõesdeTICcompõemaMatrizdeArranjosdeGovernança

(vide Figura 3.4). Nestamatriz podem ser identificados os arquétipos que fornecem

subsídios para a tomada de decisões e os arquétipos que tomam as decisões

propriamenteditas.

Figura3.4-MatrizdeArranjosdeGovernança

EstemodelodoMIT-CISRfocaemTIC,maspodeserfacilmenteestendidoparaoutros

ativos da empresa, tais como: humano, finanças, instalações físicas, patentes (i.é,

propriedade intelectualerelacionamentodaempresa–porexemplo,relacionamento

comocliente).

3.1.2.2 ModeloCOBIT

OCOBIT (ISACA,2007)–ControlObjectivesforInformationandRelatedTechnology –

tem por missão explícita pesquisar, desenvolver, publicar e promover um conjunto

atualizadodepadrõesinternacionaisdeboaspráticasreferentesaousocorporativoda

TICparaosgerenteseauditoresdetecnologia.

O Modelo COBIT foi criado pelo ISACA (Information Systems Audit and Control

Association) por meio do ITGI (IT Governance Institute) e é um dos padrões mais

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abrangentes e mais conhecidos de Governança de TIC. Apresenta um modelo de

GovernançaquedemonstrapráticasgeralmenteaceitasnagestãodeTIC,focadomais

emcontroledeprocessosemenosemexecução.

Conformemencionadoanteriormente,oCOBITdefineGovernançadeTecnologiada

Informaçãocomo“umaestruturaderelacionamentosentreprocessosparadirecionar

e controlar uma empresa de modo a atingir objetivos corporativos, através da

agregaçãodevaloreriscocontroladopelousodaTecnologiadaInformaçãoedeseus

processos”.

AGovernançadeTecnologiadaInformaçãoconsideraaáreadeTICnãoapenascomo

umsuporteàorganização,masumpontofundamentalparaquesejamantidaagestão

administrativaeestratégicadaorganização.Emalgunscasos,aáreadeTICéopróprio

negócio da empresa. O objetivo central é manter processos e boas práticas

relacionadosàinfraestruturadesistemas,redesedispositivosutilizadospelaempresa.

A análise desses processos deve orientar a organização no que concerne a decisões

referentes a novos projetos e como empregar Tecnologia da Informação nesses

mesmosprojetos,considerandotambémaevoluçãotecnológica,sistemasjáexistentes,

integração com fornecedores, atendimento ao cliente (externo e interno), custo da

tecnologiae retornoesperado.Anecessidadede integraçãodesistemaseaevolução

tecnológica são fundamentadas nos processos do COBIT, criando-se métricas para

auditoriaeavaliaçãoperiódicasdaevoluçãodasatividadesdessesprocessos.

3.1.2.2.1 DomíniosdeProcessos

O COBIT está organizado emquatrodomínios de processos deTIC (vide Figura3.5)

(ISACA,2007):

• Planejamento e Organização (PO – Planning and Organization): define as

questões estratégicas e táticas ligadas ao uso da TIC em uma organização e

especificaasaçõesaseremtomadasquantoàorganizaçãoeinfraestruturadeTIC

paraatingirosobjetivosdeTIC.Incluiváriosprocessos,dentreelesadefiniçãodo

plano estratégico de TIC, a arquitetura da informação, o direcionamento

tecnológico,investimento,riscos,gestãodeprojetosedaqualidade.

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• Aquisição e Implementação (AI – Acquisition and Implementation): define as

questõesdeimplementaçãodaTICconformeasdiretivasestratégicasedeprojeto

pré-definidasnoPlanoEstratégicodeInformáticadaempresa,tambémconhecido

como PDI (Plano Diretor de Informática). Refere-se à identificação, ao

desenvolvimentoeàaquisiçãodesoluçõesparaarealizaçãodaestratégiadeTIC,

assim como a sua implementação e integração aos processos de negócios. Inclui

processos como, por exemplo, identificação de soluções automatizadas a serem

aplicadasoureutilizadasnacorporação,aquisiçãoemanutençãodesistemasede

infraestrutura de TIC, desenvolvimento e mapeamento de procedimentos nos

sistemas,instalaçãoevalidaçãodesistemas,alémdogerenciamentodemudanças.

• Entrega e Suporte (DS –DeliveryandSupport): define as questões operacionais

ligadasaousodaTICparaatendimentoaosserviçosparaosclientes,manutençãoe

garantias ligadas a esses serviços. Refere-se à efetiva entrega de serviços deTIC,

após sua ativação, por meio de processos de operação que consideram, por

exemplo, segurança, continuidade e treinamento. Os processos relativos a este

domínio estão vinculados à gestão de níveis de serviço (SLA – Service Level

Agreement); gestão de serviços terceirizados; garantia de desempenho,

continuidade e segurança de sistemas; educação e treinamento de usuários;

alocaçãodecustosdeserviços;gerenciamentodeconfiguração;gerenciamentode

dados,problemaseincidentes;egerenciamentodaprópriaoperaçãodeTIC.

• MonitoraçãoeAvaliação(ME–MonitoringandEvaluation):defineasquestõesde

auditoriaeacompanhamentodosserviçosdeTIC,sobopontodevistadevalidação

da eficiência dos processos e evolução dos mesmos quanto ao desempenho e

automação. Os processos deste domínio tratam basicamente da supervisão das

atividadesdosoutrosprocessos;adequaçõesrealizadasnaempresaparagarantia

de procedimentos operacionais; coleta e análise de dados operacionais e

estratégicosparaauditoriaeparacontroledaorganização.

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Figura3.5–DomíniosdeProcessosdoCOBIT

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O relacionamento entre os domínios e algumas perguntas endereçadas em cada um

delesestãoilustradosnaFigura3.6.

PlanejamentoeOrganização(PO–PlanningandOrganization)• Direcionamentosparaentregadesoluções(AI)eentregadeserviços(DS)• Questionamentoslevantados

o AsatividadesdeTICestãoalinhadascomasestratégiascorporativas?o Aempresaestáalcançandoumusoótimodeseusrecursos?o TodosnaorganizaçãoentendemosobjetivosdeTIC?o OsriscosdeTICsãoconhecidoseestãosendogerenciados?o AqualidadedossistemasdeTICéapropriadaparaasnecessidadesdonegócio?

AquisiçãoeImplementação(AI–

AcquisitionandImplementation)• Provêsoluçõeseaspassaparaseremtransformadasemserviços

• Questionamentoslevantadoso Novosprojetosirãoentregarsoluçõesqueatendemasnecessidadesdaempresa?

o Novosprojetosserãoentreguesnoprazoedentrodoorçamento?

o Novossistemasirãofuncionarcorretamentequandoimplementados?

o Asmudançasserãorealizadassemimpactoaonegócio?

EntregaeSuporte(DS–DeliverandSupport)• Recebeassoluçõeseasfazutilizáveispelosusuáriosfinais

• Questionamentoslevantadoso OsserviçosdeTICestãosendoentreguesdeacordocomasprioridadescorporativas?

o OscustosdeTICestãootimizados?

o AspessoasestãoaptasautilizarosrecursosdeTICdemaneiraprodutiva?

o Existemsuficientesconfidencialidade,integridadeedisponibilidadedeTIC?

MonitoramentoeAvaliação(ME–MonitoringandEvaluation)Monitoratodososprocessosparagarantirqueadireçãoestipuladasejaseguida

• Questionamentoslevantadoso OdesempenhodeTICémedidoparadetectarproblemasantesqueaconteçam?o Onívelgerencialgarantequeoscontrolesinternossãoefetivoseeficientes?o OdesempenhodeTICpodesermedidoemrelaçãoaosobjetivosdaempresa?o Osriscos,controlesedesempenhosãomedidosereportados?Figura3.6–RelacionamentoentreosProcessosdoCOBIT[Fonte:(RIEKSTIN,2012)]

Pode-se,então,afirmarqueosdomíniosdoCOBITsãointegradosdaseguinteforma:a

informação da empresa é gerada/modificada pelos recursos de TIC. A informação é

requisito para o domínio de Planejamento e Organização (PO) e seus processos. Os

requisitosdesaídadoPOsãorequisitosdeentradadeinformaçãoparaodomíniode

Aquisição e Implementação (AI) que, por sua vez, definem os requisitos de entrada

para o domínio de Entrega e Suporte (DS). Finalmente, o domínio deMonitoração e

Avaliação (ME) utiliza as informações do DS em seus processos e atividades

relacionadas.

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Os requisitos da informação sãodadospor: efetividade, eficiência, confidencialidade,

integridade,disponibilidade,conformidadeeconfiabilidade.

Os recursos de TIC são classificados como: pessoas, sistemas aplicativos, tecnologia,

infraestruturaedados.

3.1.2.2.2 NíveisdeMaturidadedosProcessos

AlémdosquatrodomíniosprincipaisqueguiamousodaTecnologiadaInformaçãona

organização, estãoprevistosprocedimentosdeauditoriaquepermitemverificar,por

meioderelatóriosdeavaliação,oníveldematuridadedosprocessosdaorganização.O

método de auditoria segue o modelo do CMM (Capability Maturity Model) que

estabeleceosseguintesníveis:

• Inexistente: significa que o processo de gerenciamento não foi implantado.

• Inicial: o processo é realizado sem organização, de modo não planejado.

• Repetível: o processo é repetido de modo intuitivo, isto é, depende mais das pessoas do que de um método estabelecido.

• Definido: o processo é realizado, documentado e comunicado na organização.

• Gerenciado: existem métricas de desempenho das atividades, o processo é monitorado e constantemente avaliado.

• Otimizado: as melhores práticas de mercado e automação são utilizadas para a melhoria

contínua dos processos.

Para cada um dos processos é atribuído um nível de maturidade, cuja escala pode

variar de zero a cinco. O resultado do relatório identifica o grau de evolução dos

processosnaorganizaçãoque é avaliada, demodo concreto, combase em relatórios

confiáveisdeauditoriaeparâmetrosdemercado.Osumárioexecutivodorelatóriotraz

asseguintes informações:seexisteummétodoestabelecidoparaoprocesso,comoo

método é definido e estabelecido, quais os controlesmínimos para a verificação do

desempenho do processo, como pode ser feita auditoria no método, quais as

ferramentasutilizadasnométodoeoqueavaliarneleparasuamelhoria.Apartirde

então,aorganizaçãodefineasmetas,istoé,osobjetivosdecontroleaserematingidos.

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3.1.2.2.3 ProcessosdoCOBITv.5

Neste ano (2012), deve ser lançada a nova versão do COBIT 5.0 em substituição ao

COBIT4.1.ATabela3.3apresentaumacomparaçãoentreosprocessosdoCOBIT4.1e

osprocessosdeGerenciamentodeTICdaEmpresadoCOBIT5.0(ISACA,2011).

Além desses processos, no caso do COBIT 5.0 estão previstos cinco processos de

Governança de TIC da Empresa, dentro do domínio Avaliar, Direcionar e Monitorar

(EDM–Evaluate,Direct&Monitor),quesão:

• EDM1-EstabelecereManteroModelodeGovernança

• EDM2-GarantirOtimizaçãodeValor

• EDM3–GarantirOtimizaçãodeRisco

• EDM4–GarantirOtimizaçãodeRecursos

• EDM5–GarantirTransparênciadaOrganização.

Como é possível observar, diretrizes de sustentabilidade já aparecem no COBIT 5.0,

maisespecificamentepormeiodosprocessosEDM4eEDM5.

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Tabela3.3–ComparaçãoentreProcessosdoCOBIT4.1eosProcessosdeGerenciamentodeTIC

daEmpresadoCOBIT5.0

Domínio COBIT4.1 COBIT5.0

Planejam

entoeOrganização

PO1–DefiniroPlanoEstratégicodeTIC APO2–DefiniraEstratégiaPO2–DefiniraArquiteturadeTIC APO3–GerenciaraArquiteturadaEmpresaPO3–DeterminaraDireçãoTecnológica PO4–DefiniraOrganizaçãodeTICeRelacionamento

PO5–GerenciaroInvestimentodeTIC APO6–GerenciarOrçamentoeCustosPO6-ComunicarosObjetivosGerenciaiseDireção PO7–GerenciarRecursosHumanos APO7–GerenciarRecursosHumanosPO8–GarantirConformidadec/RequisitosExternos

APO9–GerenciarAcordosdeServiço

PO9–IdentificarRiscos APO12–GerenciarRiscosPO10–GerenciarProjetos APO5–GerenciarPortfólioPO11–GerenciarQualidade APO11–GerenciarQualidade APO1–DefinirModelodeGerenciamentode

TIC APO4–GerenciarInovação APO8–GerenciarRelacionamentos APO10–GerenciarFornecedor

Aquisiçãoe

Implem

entação

AI1–IdentificarSoluçõesAutomatizadas BAI3–IdentificareConstruirSoluçõesAI2–AdquirireManterAplicaçõesdeSoftware BAI1–GerenciarProgramaseProjetosAI3–DesenvolvereManterProcedimentos AI5–InstalareValidarSistemas AI6–GerenciarMudanças BAI6–GerenciarMudanças BAI2–DefinirRequisitos BAI4–GerenciarDisponibilidadeeCapacidade BAI5–HabilitarMudançasOrganizacionais BAI7–AceitarMudançasdeTransição BAI8–GestãodeConhecimento

EntregaeSuporte

DS1–DefinireGerenciarNíveisdeServiço DS2–GerenciarServiçosdeTerceiros DS3–GerenciarDesempenhoeCapacidade DS4–GarantirContinuidadedosServiços DSS5–GerenciarContinuidadeDS5–GarantirSegurançadeSistemas DSS7-GerenciarSegurançaDS6–IdentificareAlocarCustos DS7–EducareTreinarUsuários DS8–AssistireAconselharClientes DS9–GerenciarConfiguração DSS3–GerenciarConfiguraçãoDS10–GerenciarProblemaseIncidentes DSS4–GerenciarPedidosServiçoeIncidentes

DSS5–GerenciarProblemasDS11–GerenciarDados DS12–GerenciarInfraestruturaPredial DSS2–GerenciarAtivosDS13–GerenciarOperações DSS1–GerenciarOperações DSS8–GerenciarControles,Processoe

Negócios

Monitoraçãoe

Avaliação

ME1–MonitorarosProcessos ME2–IdentificarControlesInternoseAdequação MEA2–MonitorarSistemadeControleInternoME3–ObterGarantiaIndependente ME4–FornecerparaAuditoriaIndependente MEA1–MonitorareAvaliarDesempenhoe

Conformidade MEA3–MonitorareVerificarSatisfaçãodos

RequisitosExternos

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Legenda:AI-AcquisitionandImplementationDS-DeliverandSupportME-MonitoringandEvaluationPO-PlanningandOrganization

APO-Align,Plan&OrganizeBAI-Build,Acquire&ImplementDSS-Deliver,Service&SupportMEA-Monitor,Evaluate&AssessEDM-Evaluate,Direct&Monitor

3.1.2.3 ModeloITIL(GestãodeServiçosdeTIC)

OITIL-InformationTechnologyInfrastructureLibrary–foidesenvolvidopelogoverno

britâniconofinaldadécadade1980eprovouquepossuiumaestruturaútilemtodos

os setores tendo em vista a sua adoção em várias empresas de gerenciamento de

serviços. Emmeadosdadécadade1990o ITIL foi reconhecidomundialmente como

umpadrãodefactoparagestãodeserviços.Deacordocom(KUMBAKARA,2008),éo

padrãoparagestãodeserviçosdeTICmaisaceito.

OITILv.3temcomofocoprincipalagestãodeserviços,cobrindoaspectosrelativosa

Estratégia de Serviços, Desenho de Serviços, Transição de Serviços, à Operação de

Serviços e sua Melhoria Contínua (vide Figura 3.7). A tabela 3.4 descreve as

publicaçõesdaITILeseusrespectivosprocessos.

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Figura3.7–ProcessosdoITILv.3

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Tabela3.4–PublicaçõeseProcessosITIL(CARTLIDGEetal.,2007)Fonte:(RIEKSTIN,2012)

Livro Descrição Processo Descrição

EstratégiadoServiço

PublicaçãoconsideradaumadasgrandesnovidadesdaITILv.3.Orientaodesenvolvimentodepolíticaseprocessoscomoativosestratégicosaolongodociclodevidadonegócio.

Gerenciamentodoportfóliodeserviços

Administraçãodosinvestimentosemgerenciamentodeserviços,objetivandogeraçãodevalorparaonegócio.

GerenciamentofinanceirodeTIC

Quantificação,emtermosfinanceiros,dovalordosserviçosdeTIC,incluindoosativosquesustentamoprovisionamentodessesserviços.

Gerenciamentodademanda

Entendimentodospadrõesdeatividadedonegócioeinfluênciasobreademandadocliente.

Desenhodeserviço

Orientacomodesenharecriarserviçosdeacordocomaestratégiaconcebidaanteriormente.

Gerenciamentodocatálogodeserviços

Gerenciamentodainformaçãocontidanocatálogo,buscandogarantirqueestejacorretaereflitaosdetalhescorrentes.

Gerenciamentodeníveisdeserviço

Negociação,definiçãoedocumentaçãodeacordosemetas.

Gerenciamentodecapacidade

GarantiadequeexistecapacidadeemtodasasáreasdeTICacustosjustificáveis.

Gerenciamentodedisponibilidade

Garantiadequeoníveldedisponibilidadeentreguesejaigualoumaioràsmetasacordadas.

Gerenciamentodecontinuidadedeserviços

Suporteaoprocessodegerenciamentodecontinuidadedosnegóciosemgeral.Buscamanteraoperação,mesmoquedeformadegradada,dentrodeumlimitedetempoacordado.

Gerenciamentodesegurançadainformação

AlinhamentodasegurançadeTICàsegurançadonegócioegarantiadequeasegurançadainformaçãosejaefetivamentegerenciada.

Gerenciamentodefornecedores

Gerenciamentodosserviçosentregueseprovisionamentodequalidadefimafim.

Transiçãodeserviço

Orientacomocolocaroserviçoemprodução,garantindoocumprimentodosrequisitospré-estabelecidosdecusto,qualidadeeprazo,comomenorimpactopossívelnasoperaçõesatuais.

Suporteeplanejamentodatransição

Planejamentoecontroledosrecursosnecessáriosparacolocarumserviçonovooumodificadonoambientedeprodução.

Gerenciamentodemudanças

Garantiadequemudançassejamregistradas,avaliadas,autorizadas,priorizadas,planejadas,testadas,implementadas,documentaserevisadasdeformacontrolada.

Gerenciamentodeconfiguraçãoeativosdeserviço

Definiçãoecontroledoscomponenteseinfraestrutura,emanutençãodasinformaçõesprecisasdehistórico,estadocorrenteeplanejado.

Gerenciamentodeliberaçõesedistribuição

Construção,testeeentregadecapacidadedeproverosserviçosespecificadosequeatenderãoosrequisitosdosstakeholders.

Validaçãoetestesdeserviço Garantiadequalidadedeumaliberação.

AvaliaçãoCriaçãodemeiospadronizadoseconsistentesparaavaliarodesempenhodeumamudança.

Gerenciamentodoconhecimento

Garantiadequeainformaçãocorretaestejadisponívelnolocalapropriado,paraapessoacerta,emtempohábil.

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Tabela3.5–PublicaçõeseProcessosITIL(CARTLIDGEetal.,2007)Fonte:(RIEKSTIN,2012)

(Cont.)

Livro Descrição Processo Descrição

Operaçãodeserviço

Orientaasatividadesdodiaadia,buscandogarantiraentregaeosuporteaserviçosdeformaeficienteeeficaz.

Gerenciamentodeeventos

Desenvolvimentodahabilidadededetectarecorrelacionareventos.

Gerenciamentodeincidentes

Restauraçãodaoperaçãonormaldoserviçoomaisrápidopossíveleminimizaçãodoimpacto.

Execuçãoderequisição

Provimentodeumcanalparaosusuáriossolicitaremereceberemserviçospadrões.

Gerenciamentodeproblemas

Prevençãoaocorrênciadeincidenteseproblemas;análisedecausaraiz.

Gerenciamentodeacesso

Garantiaaosusuáriosautorizadosdodireitodeusaroserviço,enquantoimpedeoacessodenãoautorizados.

Funçãocentraldeserviços

Pontoúnicodecontatoparaclientesinternos.

Funçãogerenciamentotécnico

Apoioaoplanejamento,implementaçãoemanutençãodainfraestruturatécnica.

FunçãogerenciamentodeoperaçõesdeTIC

Manutençãodostatusquoparaatingiraestabilidadedasatividadeseprocessosdodiaadia,buscandoaperfeiçoamentoereduçãodecustos,diagnosticandoeresolvendofalhasemoperações.

Funçãogerenciamentodeaplicações

Suporteaosprocessosdenegócio,auxiliandonaidentificaçãofuncionaldosrequisitosdaaplicaçãoeapoioaodesenho,transição,operaçãoemelhoria.

Melhoriadeserviçocontinuada

Orientacomofazersistematicamentemelhoriasincrementaisnaqualidadeenacontinuidadedosserviços,eemeficiênciaoperacional.

Relatóriodeserviço

Composiçãoderelatóriosdeserviçoeidentificaçãodeseuobjetivo,público-alvoeutilização.

Mediçãodeserviço

Provimentodeinformaçõessobreoserviçosobumaóticaorientadaàintegraçãocomonegócio.

OITILébastanteutilizadoemconjuntocomoutrosmodelos.Essasuaterceiraversão

incorporou itens mais estratégicos, tornando-o mais completo, embora com maior

sobreposiçãocomoutrosmodelos,sendonecessáriaumaanálisemaisdetalhadapara

combinaçõesentreeles.

AcombinaçãoCOBIT-ITIL,porexemplo,temsidomuitoestudadanaacademiaeentre

as empresas (CLEMENTI, 2007)(INFORMATION TECHNOLOGY GOVERNANCE

INSTITUTE; OFFICE OF GOVERNMENT COMMERCE, 2008). O ITIL descreve,

principalmente, os processos relativos a suporte e entrega de serviços do COBIT

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(domínioDS),masnãocobretodososrequisitosdecontroledescritosnoCOBITpara

este domínio (RIEKSTIN, 2012). Desta forma, a combinação entre eles torna-se

interessantenodesenvolvimentodaGovernançadeTIC.

3.1.2.4 BSC(BalancedScoredCard)

O BSC –BalancedScorecard – é uma forma abrangente demedição de desempenho

paraplanejamentoegestãodaestratégia.Omodelosurgiupormeiodeumapesquisa

do Norton Institute, então um braço de pesquisa da KPMG sobre a medição de

desempenho na organização do futuro. O estudo foi motivado pela crença de que a

medição de desempenho, considerando-se apenas indicadores financeiros, estava

obsoleta. Por esta razão, o grupo de estudo passou a focalizar sua atenção em um

scorecardmultidimensional,envolvendoquatroperspectivasdiferentes:financeira,do

cliente, interna e de inovação e aprendizado. O nome refletia o equilíbrio entre

objetivosde curtoe longoprazos, entremedidas financeiras enão financeiras, entre

indicadores de tendências e ocorrências e entre perspectivas interna e externa de

desempenho(KAPLAN,1997)(FERNANDES;ABREU,2008).

Osobjetivosdecurtoelongoprazossãoequilibradospormeiodequatroperspectivas:

• Financeira:tratadosresultadosfinanceirosdaempresa;

• Cliente: trata da satisfação, retenção e aquisição de clientes, segmentados por

serviço;

• Processos internos: trata os processos como críticos para a entrega dos

serviços/produtos;

• Aprendizadoecrescimento:tratadasatisfaçãointernaecapacitação.

Cada perspectiva possui metas, e cada meta possui objetivos, medidas, alvos e

iniciativas.

As diferentes perspectivas da organização estão concatenadas em um diagrama

conhecido pormapa estratégico que descreve a estratégia da empresa relacionando

objetivos distribuídos nas quatro dimensões (KALLÁS, 2003). É uma representação

visualdasrelaçõesdecausaeefeitoentreosobjetivosestratégicoserepresentacomo

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aempresa criavalor, sendoo “eloperdido”entrea formulaçãodaestratégiae a sua

execução.

EmTIC,oBSCdeveserusadoduranteoplanejamentodaTIC,assimcomonagestão

cotidiana da realização da estratégia de TIC (FERNANDES; ABREU, 2008). São

sugeridasquatrodiferentesperspectivasparaoBSCTI,comoilustraaFigura3.8.

Figura3.8–PadrãoBSCTI(GREMBERGEN,2000)(RIEKSTIN,2012).

Cadaumadessasperspectivasdevesertraduzidaemmétricasparaavaliarasituação

atual e repetir a avaliação periodicamente. Os parâmetros devem estar mais

relacionadosaosobjetivosdonegóciodoqueaosobjetivosorganizacionais,oqueleva

aTICapensaremtermosdedesempenhodonegócio(KUMBAKARA,2008).

OBSCéumdosmodelosdedesempenhomaisdifundidos.Dá focoaoquesebuscae

auxilia na implementação. O COBIT utiliza as perspectivas do BSC para derivar os

objetivosdonegócioe,então,definirosobjetivosdeTIC.

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67

3.2 SistemadeGerenciamentodeInfraestruturadeTIC

Na Infraestrutura de TIC existem elementos que necessitam ser gerenciados, como:

software, hardware e telecomunicações. O software e hardware (tipicamente

servidoreseasaplicaçõesinstaladasnosmesmos)têmsofridováriasmudançasquanto

àsuanecessidadepresencialnasorganizaçõesdevidoamovimentosdeterceirizaçãoe

virtualização dos recursos, que podem ir desde uma abordagem mais tradicional,

baseada em DataCenters terceirizados, até a recente abordagem de computação em

nuvem.Contudo,independentedaterceirizaçãodessesrecursos,ounão,énecessáriaa

conectividade entre tais recursos e os usuários da organização, o que recai sobre a

infraestruturade telecomunicações,maisespecificamentedas redesde comunicação.

Nessesentido,ogerenciamentoderedesdecomputadoresaparececomoumrecurso

fundamentalnogerenciamentodainfraestruturadeTIC(RAO,2007).

Dadaanecessidadedogerenciamentoderedes,foramdesenvolvidosnosúltimosanos

váriospadrõesemelhorespráticascomoobjetivodeaperfeiçoaraconfiabilidadedas

redes,seudesempenhoeoutrascaracterísticasrelevantes(BOUTABA;XIAO,2002).De

um modo geral, o gerenciamento de rede pode ser definido como um conjunto de

processosparacontrolarosrecursosdarede,usualmentecomoobjetivodemaximizar

a sua eficiência e produtividade. Buscando uma homogeneização das soluções de

gerenciamentoderede,aISOeITU-TdesenvolveramomodelofuncionalFCAPS(Fault,

Configuration,Accounting,Performance,andSecurity)parapermitiraidentificaçãodas

principaiscaracterísticase funcionalidadesdentrodogerenciamentoderedes,sendo

as categorias definidas da seguinte forma (INTERNATIONAL TELECOMMUNICATION

UNION,2000):

• GerenciamentodeDesempenho:envolveaescolhadeindicadoresemonitoração

deelementosestratégicosnarede,demaneiraadeterminarodesempenhodarede.

Inclui o estabelecimento de níveis níveis normais de utilização e de limiares

apropriadosparaassegurarumníveladequadodedesempenhoparacadaserviço.

Incluitambémalocalizaçãodegargaloseoutrosproblemasquepossamimpactaro

desempenhodarede,bemcomoacorreçãodessesproblemas.

• Gerenciamento de Configuração: envolve o gerenciamento do ciclo de vida do

sistema e de sua configuração associada. Cada componente de rede deve ser

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monitorado durante o ciclo de vida, de maneira a se manter um inventário das

informações da rede e configurações do sistema, bem como um histórico das

mudançassignificativasocorridas.Estegerenciamentoenvolvetambématrocadas

configuraçõesdosistemaparaatendernovasnecessidadesouauxiliaremsituações

deerronarede.Exemplosdeinformaçõesdeconfiguraçãoincluem:identificaçãoe

versãodo sistemaoperacional, tipos de interface e suas capacidades, protocolos

suportadosetc.

• Gerenciamento de Contabilização: está relacionado ao controle de uso dos

recursos da rede por usuário, envolvendo a coleta de dados de utilização, uma

eventualatribuiçãodecustos (tarifações)e limites (quotas)associadosaousode

recursos de cada usuário e à emissão de relatórios de utilização dos recursos da

rede.

• Gerenciamento de Falhas: envolve a prevenção, detecção, identificação,

isolamento e correção de problemas de rede, por meio da monitoração de

parâmetrosdeerro,testesdediagnósticosecorrelaçãodeeventos.Incluitambéma

manutençãodelogsdeeventosegeraçãoderelatóriossobreproblemasnarede.

• GerenciamentoSegurança:responsávelpelagestãodosmecanismoseserviçosde

segurança da rede, incluindo a monitoração e registro tanto das operações

habituais dos usuários como de comportamentos anômalos que possam indicar

problemasdesegurança.

Ao longo dos anos, têm sido desenvolvidas várias soluções para sistemas de

gerenciamento no sentido de acomodar diferentes tipos de exigências referentes a

funcionalidadessuportadas,incluindosegurança,flexibilidade,expansibilidadeetc.

A grande maioria das soluções apresenta uma arquitetura baseada em quatro

componentesbásicos(videFigura3.9):

• Agente: software e/ou hardware residente nos elementos gerenciados,

responsável por receber e executar os pedidos de operações de gerenciamento

sobre esses elementos. É responsável também pelo envio para o gerente de

informações relativas aos elementos gerenciados, mediante a sua solicitação ou

medianteaocorrênciadeumevento(e.g.:alarmes);

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69

• Gerente: sistemaresponsávelpelocontroledoselementosgerenciados,pormeio

de operações enviadas aos respectivos agentes, e da coleta e correlação das

informaçõesobtidasdosmesmos.Emgeralogerente tambéméresponsávelpela

interfacecomosoperadoresresponsáveispelocontroledarede.Comonemsempre

um gerente atende todas as necessidades de um ambiente de TIC, pode haver

múltiplosgerentes,cadaqualresponsávelpordiferentesfuncionalides;

• ProtocolodeGerenciamento:protocolousadonacomunicaçãoentreosgerentes

e agentes, transportando operações, informações e notificações (alarmes) de

gerenciamento;

• MIB (Management Information Base): conjunto de variáveis (indicadores) que

representam os elementos gerenciados de maneira que, através da leitura e

atualização dessas variáveis (via operações de gerenciamento) pode-se

respectivamente inferir e alterar o comportamento do elemento gerenciado. De

maneira a garantir a interoperabilidade, há várias MIBs padronizadas, que

garantem que um dado recurso seja representado de forma única pelasmesmas

variáveisdeMIB.

Figura3.9–ComponentesdeumSistemadeGerenciamentodeRedes

Dentreossistemasmaisutilizadospodem-secitar:

• SNMP (SimpleNetworkManagementProtocol):OSNMPéaarquiteturapadrão

paragerenciamentodeelementosTCP/IP.Dadaestacaracterística,eleproporciona

uma boa interoperabilidade com vários outros sistemas e soluções devido à sua

inclusãocomopartedeváriossistemasedispositivosderede(STALLINGS,_1998).

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70

• WebBased:UsaoprotocoloHTTPparaestabeleceracomunicaçãoentreosistema

degerenciamentoderedeeoselementosgerenciados,masoformatodosdadosde

gestãoédefinidopelodesenvolvedor(BOUTABA;XIAO,2002).

• BaseadoemXML:EmpregamensagenspadronizadasXMLsobreoprotocoloHTTP

pararealizarogerenciamentoderede.Geralmente,osarquivosXMLsãotrocados

entre o sistema de gerenciamento de rede e elementos geridos usando-seWeb

Services(PRASetal.,_2004).

• WBEM(Web-BasedEnterpriseManagement):Arquiteturamaisrecente,emprega

tambémoprotocoloHTTPemensagensemXMLe/ouWebServicesnacomunicação

entre o sistema de gerenciamento e elementos gerenciados. Utilizamensagens e

MIBspadronizadas,permitindoassimumamelhor interoperabilidadecomoutras

soluções de gerenciamento (LOPES; JUNIOR, 2005). É utilizada como base para

outras soluções de gerenciamento, tais como a arquitetura de gerenciamento de

redesWindows(WMI–WindowsManagementInterface)eaarquiteturaderedes

dearmazenamentodaSNIA(StorageNetworkIndustryAssociation).

• JMX (Java Management eXtensions): extensões das classes da linguagem Java,

voltada a problemas de gerenciamento, permite tanto a criação de gerentes e

agentesJava,usandoprotocolosdegerenciamentotradicionais(ex.:SNMP),comoo

gerenciamentoremotodeaplicativosdesenvolvidosemJava,usandoosprotocolos

decomunicaçãotradicionaisdoJava(ex.:RMI–RemoteMethodInvocation).

O sistemamais utilizado para gestão dos recursos da rede e de sistemas é o SNMP

(RAO,2007)(PARKetal.,2010).Essefatoéumaconsequênciadiretadapadronização

queindependedefabricantesesuaadoçãopelasempresas.

3.3 ConsideraçõesFinais

O objetivo deste capítulo foi oferecer uma visão geral sobre Governança e

GerenciamentodeTICeosprincipaismodelosempregadosnessetrabalho.Emmuitas

discussões sobre o assunto Governança e Gerenciamento de TIC sempre aparecem

dúvidassobreorealescopodecadaumdessasáreas.

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Resumindo,pode-sedizerqueosSistemasdeGerenciamentodeInfraestruturadeTIC

estãofocadosnaoferta internadeprodutoseserviçosdeTICenogerenciamentode

operações de TIC (PETERSON, 2004a). Enquanto Governança de TIC émais ampla,

visandoempregare transformarTICdemodoestratégicoparaatenderasdemandas

atuais e futuras da organização e dos seus clientes, Governança é específica da

organização e não pode ser terceirizada. A Tabela 3.5 traz um resumo sucinto das

principaiscaracterísticasdosdoistiposdesistema.

Tabela3.6–ComparaçãoentreEscopodeAtuaçãodeGerenciamentoeGovernança[Fonte:

(MORAES,2010)].

SistemasdeGovernança SistemasdeGerenciamento

Focosinternoeexterno Focointerno

Níveismaisaltosdaorganização Níveismédioeoperacionaldaorganização

OrientadaàEstratégia OrientadoaTarefas

VoltadaparaoFuturo VoltadoparaoPresente

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4 EFICIÊNCIAENERGÉTICADOSRECURSOSDETIC

SegundoBOLLA(BOLLAetal.,2010),aeficiênciaenergéticaderecursosdeTICpode

tertrêsabordagensbásicas:

4.1 Reengenharia

A Reengenharia pressupõe o projeto de arquiteturas de equipamentos de rede que

sejammaiseficientesdopontodevistaenergético,ouareduçãodacomplexidadedas

arquiteturasderede.

No primeiro caso de projeto de arquiteturas de equipamentos de rede, como são

conhecidosquaiscomponentesarquiteturaisconsomemmaisenergia,pode-seinvestir

na otimização da arquitetura desses componentes. Nos roteadores de núcleo, por

exemplo, em geral as máquinas de processamento de pacotes consomem 60% da

energia gasta no plano de dados, 13% nas interfaces de rede, 18,5% na matriz de

comutaçãoe8,5%nogerenciamentodearmazenamento (TUCKER,2008) (NIELSON,

2006). Optar por soluções específicas para arquiteturas de equipamentos de redes

resulta em vantagens como mais desempenho e menor gasto energético dos

equipamentose,comodesvantagem,aperdadeflexibilidade.

Ainda nesta mesma linha, a adoção de arquiteturas totalmente ópticas seria outra

soluçãomuito interessante. Em equipamentos ópticos, os enlaces de alta velocidade

apresentamumconsumodeenergiamuitomenoremrelaçãoaosequipamentoseletro-

ópticos. No entanto, soluções deste tipo ainda não são realidade devido à limitação

tecnológica do número de portas e do esquema de armazenamento desses

equipamentos(BALIGA,2007).

No segundo caso de arquiteturas de redes menos complexas, opta-se por utilizar

roteadoresouequipamentosderededenúcleoetransportemaissimplesedeborda

e/ouacesso tambémmais simples.Este tipodesolução temsidoadotadodealguma

forma nas Redes de Pesquisa e Ensino (NREN – National Research and Education

Network)mais avançadasdomundo. Este é o casoda Internet 2, que vemadotando

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soluções deste tipo no contexto da iniciativa NDDI (Network Development and

DeploymentInitiative).

A nova versão da rede da Internet 2 opera, simultaneamente, com comutação de

circuitosepacotes,empregando-seequipamentosdecomutaçãodecamadadeenlace

e VLANs (Virtual Local AreaNetworks) e roteadores ou comutadores de camada de

rede (INTERNET2, 2012). No caso do Brasil, a RNP (Rede Nacional de Pesquisa e

Ensino)teminvestidonodesenvolvimentodeumaredehíbrida,aRedeH,quetambém

operacomcomutaçãodecircuitosepacotes(RNP,2011).

4.2 AdaptaçãoDinâmicadosRecursosdeTIC

Nocasodestaabordagem,ousodosrecursosderede–incluindo,porexemplo,banda

dos enlaces de comunicação, capacidade de processamento dos nós de comutação, e

capacidadedearmazenamentodepacotes–émoduladoemfunçãodosrequisitosde

serviço (e.g., tipode serviço contratado) e da cargade tráfego atual da rede. Isto é,

normalmente, realizado atuando nas capacidades de gerenciamento da força de

alimentaçãoelétricaprovidasemníveldehardware.

Esteajustenascapacidadesdealimentaçãoelétricapodeserfeito:

• variando-seoconsumodeenergiaelétricapelaalteraçãodafrequênciadorelógio

e/oudavoltagemdo(s)processador(es).

• desativando-sesubcomponentesnãoutilizados.

A primeira opção, apesar de efetiva em relação ao consumo de energia elétrica e

dissipaçãodecalor,temcomoconsequênciaaperdadedesempenhodoequipamento,

quepassaaoperaremvelocidademaislenta.Estaopçãoémaisadequadaparatráfego

com pouca variação. O tráfego em rajada acarretaria numa variação abrupta de

frequênciadorelógioe/ouvoltagemdo(s)processador(es).

A segunda opção implica em tempo de chaveamento entre o estado normal ou

dormenteevice-versa,oqueacabatambéminterferindonodesempenhodarede.Este

tipodesoluçãoémaisadequadoparatráfegoemrajadas,poisotimizam-seosinstantes

dechaveamentodeumestadoparaoutro.

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4.3 UtilizaçãodeEstadosStandBy/SleepMode

Nesta abordagem, o equipamento, ou parte dele, é desligado quase totalmente,

atingindo-seestadoscommuitobaixoconsumodeenergiaelétrica.Suasfunçõesficam

congeladas,perde-seaconexãoderede,eosserviçosdeixamdefuncionar.

Para reativar o equipamento, empregam-se protocolos de sinalização e faz-se

necessáriaareinicializaçãodeaplicativoseserviços.

4.4 ConsideraçõesFinais

Nestecapítuloforamapresentadasalgumastécnicasavaliadasporváriosautorespara

melhoraraeficiênciaenergéticadeequipamentosdeTIC.

O Sistema de Gerenciamento de Redes orientado a Políticas de Sustentabilidade,

descritonocapítulo8,temcomoumdosseusobjetivosprincipaisgarantiraeficiência

energéticadaredegerenciadasemcomprometerosparâmetrosdeQoS(Qualidadede

Serviço)negociados,porexemplo,pormeiodeSLAs(ServiceLevelAgreement).Istoé

feito avaliando-se a cargade tráfegodos equipamentos de rede e colocando aqueles

combaixacargadetráfego(porexemplo,cargamenorque30%desuacapacidadede

transmissão) no estado de hibernação, desde que haja rota alternativa sem ocorrer

comprometimentodedisponibilidade,desempenhoeconfiabilidadedarede.

Para tanto, empregou-se a técnica de alocação dinâmica de recursos de rede,

apresentadanestecapítulo,colocando-seumoumaisequipamentosdaredecombaixa

taxadeutilizaçãonoestadodehibernação.Taisequipamentospodemserreativados

posteriormente,casohajaumaumentosignificativodetráfegonarede.

Além disso, outras aplicações de reengenharia são mencionadas ao longo deste

trabalho.Éocasodasubstituiçãodeenlacesdeparmetálicodelongadistânciaoude

alcance metropolitano por enlaces de fibra óptica, visando, também, a redução de

consumo de energia elétrica. As redes híbridas supracitadas são outro exemplo que

temsidocadavezmaisadotadoemredesacadêmicas,obtendo-sepor resultadonão

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somente a redução de consumo de energia como mais flexibilidade na oferta de

serviçosconcomitantes,própriosdacomutaçãodecircuitosedepacotes.

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5 PREMISSAS E REQUISITOSDAPROPOSTADEUMMODELOPARA

GESTÃOSUSTENTÁVELDETIC

O desenvolvimento de um Modelo para Gestão Sustentável de TIC exige que se

estabeleçamas suaspremissas assim comoos requisitosqualitativos e quantitativos

quedevemnortearasuaconcepção.

Neste capítulo são apresentadas tais premissas e os requisitos, tendo como objeto a

áreadeTICdeumaorganizaçãoouumaorganizaçãoqueprestaserviçosdeTIC.

5.1 Premissas

Emprimeirolugar,éimportanteressaltarqueseentendeporpremissasascondições

de contorno do contexto onde se insere a proposta, incluindo aspectos tecnológicos,

econômicoserestriçõesdetempo.

Tendo isto em vista, identificam-se como principais premissas do Modelo a ser

elaboradoque:

• Os sistemas de redes de comunicação são responsáveis por 70% dos gastos

energéticosemTIC,osDataCenterspor20%eoutrossistemaspor10%.

• As técnicasdeeconomiadeenergiaempregadasemhardwaredepropósitogeral

não se aplicam para hardware específico, muitas vezes com funcionalidades

particularesecomplexas,comoéocasodemuitoshardwaresdeequipamentosde

rede(BOLLAetal.,2010).

• As redesde transporte consomemcercade30%deenergia e as redesde acesso

cercade70%(BOLLAetal.,2010).

• Tipicamente,asfuncionalidadesdoPlanodeDadossãoresponsáveisporcercade

50% do consumo de energia elétrica, considerando-se, por exemplo, as

funcionalidades de processamento e encaminhamento de pacotes, gerenciamento

de buffer e interfaces de rede. Segundo Tucker (TUCKER, 2008) e Neilson

[NEILSON06],nosequipamentosdenúcleooutransporte,sãogastos54%noplano

de dados, 11% no plano de controle e 35% no gerenciamento de alimentação e

aquecimento.

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5.2 RequisitosQualitativos

Osprincipaisrequisitosqualitativossão:

• Estaralinhadocomosobjetivosdenegócios.

• Atenderapremissabásicadoqueseconsiderapráticassustentáveis.

• Atender as demandas referentes aos quatro pilares de sustentabilidade, a saber:

econômico,social,ambientalecultural.

• Ser evolutivo, no sentido de permitir a inclusão gradativa de novos metas,

indicadoresemétricasdesustentabilidade.

• Serflexível,permitindoainclusãogradativadenovosmecanismosdegovernançae

gestãodeserviços.

• Viabilizar a inclusão de práticas de sustentabilidade em todas as atividades da

empresa.

• Viabilizaroalinhamentoentreaestratégiadenegócioeaestratégiaespecíficade

TIC.

• Promoverocomportamentodesejáveldosparticipantesdoprocesso.

• Estar em conformidade com as melhores práticas e políticas internacionais e

nacionaisdeGovernançadeTIC.

• Estar em conformidade com as melhores práticas e políticas internacionais e

nacionais de sustentabilidade. No caso do Brasil, atender à Política Nacional de

ResíduosSólidos(PNRS),deacordocomaLei10.098(2000).

• Estaremconformidadeoualinhadocomospadrõesdesustentabilidade,comopor

exemplo, o ISO 14.001 (2005) definido pela Associação Brasileira de Normas

Técnicas(ABNT),umpadrãovoltadoparaGestãoAmbiental(SEIFERT,2011).

• Definir indicadores de desempenho e de sustentabilidade alinhados com os

indicadoresdefinidospeloGRI(GLOBALREPORTINITIATIVES,2012).

• Minimizaroscustoscorporativos.

• GarantirodesenvolvimentodecompetênciasparaimplantaçãodonovoModelode

GestãodeTIC.

• Contemplar o envolvimento dos funcionários na discussão, elaboração e

implantação daPolíticadeSustentabilidadeeDesempenhodaorganizaçãoe,nas

atividades pertinentes, também dos fornecdores e usuários/clientes dos serviços

deTIC.

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• Prever a validação periódica dos mecanismos de Governança de TIC e os

procedimentosdeGerenciamentodeTIC.

5.3 RequisitosQuantitativos

Comoprincipaisrequisitosquantitativostem-se:

• Garantir que todos os fornecedores de equipamentos de informática e

telecomunicações credenciados sigam políticas de sustentabilidade, segundo, ao

menos,umdoseixos:econômico,social,ambientaloucultural.

• Garantirquetodoequipamentodeinformáticaedetelecomunicaçãoinservívelseja

encaminhado para tratamento adequado em um centro de reúso, descarte e

reciclagemderesíduoseletroeletrônicos.

• Garantir que todo novo equipamento de informática e de telecomunicação seja

cadastradonosistemadeinventáriodaorganização.

• Estabelecermecanismosde aquisiçãode equipamentos garantindoque, no prazo

de 10 anos (ou período a definir), todos os equipamentos de informática e de

telecomunicaçõessejam“verdes”.

• Garantirquetodolixogeradosejaencaminhadoparareúsooureciclagem.

• GarantirquetodosfuncionáriostenhamacessoainformaçõesreferentesàPolítica

deSustentabilidadeeDesempenhodaOrganização.

5.4 ConsideraçõesFinais

Este capítulo teve como objetivo apresentar as premissas, requisitos funcionais e

quantitativos para o desenvolvimento do Modelo de Gestão de TIC (Tecnologia da

InformaçãoeComunicação)orientadaàPolíticadeSustentabilidade.

Contudo, sabe-se de antemão que a implantação de qualquer Modelo de Gestão

envolvendo o desenvolvimento de um Planejamento Estratégico, a implantação de

mecanismos de Governança e de procedimentos de Gerenciamento de TIC com a

definiçãoconcomitantedemetas,indicadoresemétricassóterásucessoseforfeitade

modo gradativo e se for construída com a participação dos funcionários e demais

participantes da cadeia de valor, fornecedores, usuários, clientes e pessoas da

comunidadeenvolvidasdealgummodo.

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Aquivalerecolocaracrençamuitoenfatizadaem(CARVALHO,2010).

“OHUMANOÉQUEMPROMOVERESULTADOS.”

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6 MODELO DE GESTÃO DE TIC E DOMÍNIOS DE POLÍTICA DE

SUSTENTABILIDADE

Neste capítulo será apresentado oModelo de Gestão de Tecnologia da Informação e

Comunicação (TIC), orientada à Sustentabilidade, proposto, que envolve os aspectos

estratégicos,táticoseoperacionaisdeumaorganização,oudeumaunidadedenegócio

deumaorganizaçãoqueprestaserviçosdeTIC.

Com isto espera-sequehaja alinhamentodesde a estratégiadenegócio até o último

nível de operação propriamente dito da corporação, tendo como foco permanente a

Sustentabilidade.

6.1 VisãoGeraldoModelo

O Modelo de Gestão de TIC orientada a Políticas de Sustentabilidade proposto,

conformemostraaFigura6.1,envolve:

• Nível Estratégico: Considerando o modelo de negócios, a Política de

SustentabilidadedeTICeosobjetivosdeDesempenhoeSustentabilidadeparatoda

a organização, este nível contempla o desenvolvimento de um Planejamento

Estratégico,tipicamente,válidoparaumperíododetrêsacincoanos.

Este Planejamento Estratégico estabelece as ações prioritárias em função dos

objetivos traçados; da Política de Sustentabilidade estabelecida; de uma análise

interna das competências disponíveis na organização, de suas características

positivas e negativas; além de uma análise de mercado em termos de

oportunidades e ameaças com potenciais vantagens e desvantagens competitivas

para a organização. Tais ações ou planos de ação estão associados a metas de

desempenhoesustentabilidadequedevemsermonitoradasecontroladasafimde

garantir o sucesso da execução deste Planejamento Estratégico, verificando-se a

necessidadeounãodeserealizarajustesperiódicosaomesmo.

A monitoração e o controle das metas de desempenho e sustentabilidade são

efetuados por meio de mecanismos de Governança de TIC suportados no nível

tático.

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• Nível Tático: Conhecidas as metas de Desempenho e Sustentabilidade, são

definidos Indicadores deDesempenho e Sustentabilidade que serão efetivamente

usadosparamonitorarecontrolarosprocessosassociadosàsatividadesdesuporte

e atividades primárias ou de prestação de serviços de TIC da organização ou da

unidadedenegóciocorrespondente2.

Taisprocessosestãoorganizadosemtrêsáreasfuncionais,asaber:

a) Aquisição: inclui os processos de especificação e aquisição de recursos de

infraestrutura e sistemas de TIC, bem como os processos de seleção e

contrataçãoderecursoshumanos.

b) Operação: abrange a implantação e implementação da infraestrutura de TIC,

sua operação e consequente prestação de serviços, sua manutenção e

reconfiguração quando for necessário, além de sua atualização periódica em

decorrência de inovações tecnológicas, incorporação de novos serviços e

aplicações, e alterações de demandas internas ou externas de serviços e/ou

funcionalidadesrelacionadasaonegócio.

c) Descarte: cobre os processos necessários para a destinação correta e

sustentável dos bens de consumo e bens permanentes de informática e de

telecomunicação que se tornam inservíveis para a organização ou para a

unidadedenegóciodaorganização considerada.Estadestinaçãocorretapode

ser a recuperação ou atualização do bem (por exemplo, conserto de um

microcomputador com acréscimo de mais memória primária e secundária) e

seureúsoapartirdeseuencaminhamentoparaoutrasáreasdaorganizaçãoou

para projetos sociais. Além da opção de reúso, no caso de equipamentos

obsoletosousempossibilidadedereaproveitamento,pode-seprocedercomsua

desmontagemparafinsdereciclagem3.

2As atividades de suporte e primárias são definidas ou redefinidas a partir do “Modelo de Cadeia de

Valor”deMichaelPorter(PORTER2008).3 Dentro da Universidade de São Paulo, o CEDIR (Centro de Descarte e Reúso de Resíduos de

Informática) coleta bens permanentes de informática e telecomunicações inservíveis para a

universidadeeencaminha-osparareúsoemprojetossociaisoureciclagemporempresasespecializadas

ecertificadaspelaCETESB.

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82

EstesprocessosatuamouempregamrecursosdeTIC,queincluem:

a) Recursos Humanos, dediferentesníveis de formação e funcionais dentrodo

organogramadaorganização;

b) Infraestrutura de TIC, englobando infraestrutura de redes, sistemas

computacionais,DataCenteresistemasbásicosdesoftware, taiscomobasede

dados,softwaredeediçãodetexto,planilhaseletrônicas,dentreoutros;e,por

último,

c) ProgramaseDados,queincluemprogramasouaplicaçõesdenegócioedados

correpondentes. No caso de uma universidade, podem-citar: plataformas e

programasparaEnsinoaDistância,SistemasdeMatrículasdealunos,Sistemas

deCredenciamentodedisciplinasecursosvoltadosparaalunosouabertosao

público.

Os indicadores de Desempenho e Sustentabilidade são estabelecidos a partir das

Metas deDesempenho e Sustentabilidade e vinculam-se a diferentesDomínios de

Políticas de Desempenho e Sustentabilidade, que efetivamente definem regras de

comportamentodeprocessoseosrecursosdeTICassociados.

AsPolíticasdestenívelsãodenominadasPolíticasdeSistemas.

• Nível Operacional: Inclui a operação da infraestrutura e sistemas de TIC,

respondendoàdemandade serviçoseaplicaçõesdenegócio, sua recuperaçãono

caso de falhas oumau funcionamento, e suamonitoração e controle a partir da

obtençãodemétricasassociadasàoperaçãodeumconjuntoderecursosdeTIC.

Como exemplo, pode-se citar a operação das redes de comunicação de uma

organização, envolvendo redes locais, redes metropolitanas e redes de longa

distância.Aoperaçãodessasredespressupõeocontroledostemposderespostase

atrasos associados, da taxa de perda de informação, taxa de falhas de enlace,

frequência de ocorrência de situações de congestionamento, dentre outros. Neste

caso,tem-seumaPolíticadeSustentabilidadeEspecificavoltadaparaRedes.

AsPolíticasdeSustentabilidadeemTICreferentesatodososníveis,doestratégico

aooperacional,sãoarmazenadasnumRepositóriodePolíticasdeSustentabilidade.

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83

Taispolíticaspodemserinseridas,editadasouremovidasapartirdeumSistemade

GerenciamentodePolíticas.

Figura6.1–ModelodeGestãodeTICorientadaaPolíticasdeSustentabilidade

Vale observar que dentro do escopo deste trabalho serão tratadas Políticas de

Sustentabilidade, assim como objetivos, metas, indicadores, métricas e variáveis de

Sustentabilidade. Tais elementos voltados para Desempenho são mencionados e

tratados à medida que se relacionam, causam ou sofrem impacto das Políticas de

Sustentabilidade.

6.2 PolíticadeSustentabilidadeCorporativaedeTIC

Para que a Sustentabilidade seja útil e crie valor a longo prazo, ela precisa estar

incorporada nas atividades do dia a dia da organização e no seu desempenho. Caso

contrário, se a Sustentabilidade for usada como simples ferramenta de relações

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84

públicas e marketing, pode ter efeito negativo no valor associado à organização

(EPSTEIN,2008).

A Sustentabilidade deve estar integrada às decisões de negócio e deve haver

mecanismos para avaliar os impactos dos produtos, serviços, processos e quaisquer

atividadesdeorganizaçãodentrodocontextodeDesenvolvimentoSustentável.

Emprimeirolugar,faz-senecessário,então:

• DefinircomprecisãooconceitodeSustentabilidadeecomoeleseaplicaaonegócio

eatividadesdaorganização.

• HomogeneizaroentendimentosobreosPilaresdeSustentabilidadeeverificarsua

aplicabilidadeerelaçãocomasdiferentesáreasdeatuaçãodaempresa.

• Definir os Princípios e as Políticas de Sustentabilidade Corporativa e deTIC, que

devemcontemplarosquatroPilaresdeSustentabilidade.

• Identificar os participantes (stakeholders) e como os princípios e as Políticas de

Sustentabilidade podem criar valor e impactar o seu relacionamento com a

organização.

• DisseminaroconceitodeSustentabilidadeeasPolíticasdeSustentabilidadeentre

os vários participantes, incluindo fornecedores, clientes, agências do governo e

comunidade.

NospróximosseçõessãodetalhadososDomíniosdePolíticasdeSustentabilidadepara

osNíveisdeNegócio,Sistema,InfraestruturadeTIC,DispositivoeInstância,conforme

descrito no Capítulo 2 e reapresentado na Figura 6.2. A Figura 6.2 mostra que o

SistemadeGovernançadeTICéresponsávelpelaaplicaçãodePolíticasdosNíveisde

Negócio e Sistema, e o Sistema de Gerenciamento de Infraestrutura de TIC é

responsável pela a aplicação das Políticas dos Níveis de Infraestrutura de TIC,

DipositivoeInstância.

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Figura6.2–AplicaçãodePolíticasdeSustentabilidadenosdiferentesNíveisdoModelodeGestão

deTICdeumaOrganização

Dentrodocontextodestetrabalho,valeobservarquenoNíveldeInfraestruturadeTIC

será dada ênfase às Políticas de Infraestrutura de TIC aplicadas às Redes de

Comunicação.

6.2.1 NíveisdePolíticadeSustentabilidadeCorporativaedeTIC

Comojáfoidito,emumaorganização,profissionaiscomdiferentesresponsabilidadese

funçõestêmdiferentesvisõesdapolítica.Porisso,sãodefinidososdiferentesníveisde

políticas,queprecisamestaralinhadasentresieserconsistentes.

As Políticas de Sustentabilidade Corporativa e de TIC são consideradas Políticas de

Negócio,ditasdealtonível.

APolíticadeSustentabilidadedeTICéumaentradaparaoPlanejamentoEstratégico

de TIC. Terá impacto direto na Missão, Visão e Valores que nortearão as ações da

organizaçãono que concerne àTIC, como tambémnosPlanos deAção, vinculados à

execução desse Planejamento Estratégico, e em suas metas de desempenho e

sustentabilidade.

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86

Esta política será posteriormente traduzida para Políticas de Sustentabilidade de

Sistemase,destas,paradiferentespolíticas incluindo:PolíticadeSustentabilidadede

DataCenter,deRedesdeComunicação,deComputadoresPessoaiseassimpordiante.

Para fins de exemplificação, a Tabela 6.1 mostra como uma regra da Política de

SustentabilidadedeTICpodesermapeadaemregrasdaPolíticadeSustentabilidadede

Sistemas,considerandoosprocessosdeaquisição,operaçãoedescarte.

Tabela6.1-ExemplodeMapeamentodePolíticadeSustentabilidadedeTICemPolíticasde

SustentabilidadedeSistema

NíveldaPolítica Processos Regras

PolíticadeSustentabilidadedeTICTodososprocessosrelacionadosàTICdevem

estarfocadosemSustentabilidade.

Políticasde

SustentabilidadedeSistema

Aquisição

SóparticipamdeeditaisouRFPs(Requestfor

Proposals)paraaquisiçãodeequipamentosde

informáticaetelecomunicaçãoosfornecedores

desistemascomputacionais“verdes”.

Operação

Ainstalaçãoeoperaçãodeequipamentosde

informáticaetelecomunicaçãodevemestar

baseadasempráticassustentáveisdeuso

racionalderecursos.

Descarte

Osbensdeinformáticaetelecomunicação

devemterumfimsustentável,sejapormeiodo

reúso,sejapormeiodereciclagem.

Pode-sedizer,então,queosNíveisdePolíticasservemparaligaraspectosestratégicos

dosnegóciosaaspectostáticoseoperacionaisdaorganização.

Contudo,emcadanível,asPolíticasentendidascomoumconjuntoderegrasaplicam-

se a subconjuntos de objetos, que são denominados ‘domínios da política’.

(STRASSNER,2004).Umobjetopodepertenceraumaoumaispolíticas.

A Figura 6.3 mostra os domínios definidos para os diferentes Níveis de Política de

SustentabilidadedeTICemumaorganização.

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Figura6.3–RelaçãoentreosNíveisdePolíticadeSustentabilidadedeTICdeumaOrganização

PeloexemploilustradopormeiodaTabela6.1,pode-severificarqueumapolíticaem

níveldenegóciogeroutrêspolíticasnoníveldesistema.Defato,umapolíticadeum

dado nível (n) pode gerar uma ou mais políticas no nível inferior (n-1), conforme

mostraaFigura6.4.Alémdisso,observa-sequeumaregradenegóciopodepercorrer

todososníveisdeabstraçãoepolíticasparaserimplementada.

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Figura6.4–RelaçãoentrePolíticasdediferentesNíveis

A Figura 6.5 mostra a relação entre os dados dos diferentes níveis de Políticas e o

RepositóriodePolíticasdeSustentabilidadedeTIC.

Figura6.5–RepositóriodePolíticasdeSustentabilidadedeTIC

Nas próximas seções estão descritos os domínios para cada nível de Política de

SustentabilidadedeTIC.

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6.2.2 DomíniosdePolíticadeSustentabilidadedeSistemas

Considerando que o objetivo principal é promover a gestão da Tecnologia da

Informação e Comunicação sob a ótica de Sustentabilidade, identificam-se então os

seguintesDomíniosdePolíticasdeSistema:

• Investimentos:Tendoemvistaque,nagrandemaioriadasorganizações,aadoção

depráticassustentáveisrequermudançasdeprocessos,mudançastecnológicase,

sobretudo, mudanças culturais, é de fundamental importância que tais

organizaçõestenhamumaPolíticadeInvestimentosqueviabilizeessasmudanças.

Esta Política engloba o investimento em Gestão de Pessoas como fator

fundamentalparaalavancarmudançasculturais;GestãodeInfraestruturadeTIC

para viabilizar a eficiência no uso de recursos, sejam eles energia elétrica,

combustível,bensdeinformática,dentreoutros,eareengenhariadeprocessosnas

premissas de sustentabilidade; Inovação Tecnológica para fomentar o

desenvolvimentodesoluçõesetecnologiasalinhadascomosprincípiosdepráticas

sustentáveisequetragamvantagenscompetitivasparaaorganização;eGestãode

Resíduos, permitindoo reaproveitamento edestinação sustentável dos resíduos,

comênfasenosresíduosdeinformáticaetelecomunicações.

Naturalmente, toda organização tem uma Política de Investimento mais ampla,

envolvendo outros componentes que não apenas aqueles relacionados à

Sustentabilidadeequenãosãoobjetodestetrabalho.

A Figura 6.6 mostra os elementos do Domínio dePolítica de Investimentos

voltadaàSustentabilidade.

Figura6.6–ElementosdoDomíniodePolíticadeInvestimentos

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• Gestão de Pessoas: As políticas de Gestão de Pessoas com foco em

Sustentabilidadeconsideramoexercíciodepráticas sustentáveis comoo fatorde

desempenhonasdiferentesfasesdavidadofuncionárionaorganização,sejacomo

critériorelevantenosprocessosdeseleçãoecontratação,sejanoplanodeascensão

decarreiracomconcessãodebenefíciosatreladaataispráticas.Alémdisso,inclui

açõesreferentesàSaúde,SegurançaeEducação, sendoquealgumasmodalidades

deaçõesdeEducaçãoestendem-seafornecedores,usuáriose/ouclientesepessoas

dacomunidadelocal.

AFigura6.7mostraoselementosquecompõemoDomíniodeGestãodePessoas.

Figura6.7–ElementosdoDomíniodePolíticadeGestãodePessoas

• EducaçãonoTrabalho:AspolíticasdeEducaçãotêm,comoprincipalobjetivo,o

desenvolvimento de competências para o aprimoramento do próprio negócio da

organização e formação de pessoas, com foco em Sustentabilidades. Além disso,

deve promover o alinhamento e melhor relacionamento com seus fornecedores,

usuários/clientesecomunidadelocal.

Tais políticas envolvem, portanto, todos os participantes (stakeholders)

relacionadosàorganização, incluindoos funcionários, fornecedores,usuáriose/ou

clientes e comunidade local. Dentro do escopo deste trabalho, as atividades de

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educaçãoincluemasáreascorporativa,específicadeTIC(TecnologiadaInformação

e Comunicação) e sustentabilidade, sendo esta última tratada no contexto geral e

aplicadaàrealidadedaorganizaçãoe,especificamente,àTIC.

Essasatividadesdeeducaçãoenglobamdesdecampanhaseducacionaisvisando,por

exemplo,adisseminaçãodousodecoletaseletivaouaeconomiadeenergiaelétrica

desligando-se monitores quando os computadores não estiverem em uso, a

realizaçãoeparticipaçãodeeventos temáticos internose externosaté aofertade

treinamentos voltados para o desenvolvimento de competências sejam elas nas

áreasdeadministraçãoegestão,serviçosgerais,TICesustentabilidade.

A Figura 6.8 mostra os elementos que compõem o Domínio de Política de

EducaçãonoTrabalho.

Figura6.8–ElementosdoDomíniodePolíticadeEducaçãonoTrabalho

• SaúdeeSegurançanoTrabalho:AspolíticasdeSaúdeeSegurançanoTrabalho

têm como objetivo garantir que a organização opere dentro das leis e normas

municipais,estaduaisefederaisvigentesnoquedizrespeitoàscondiçõesdolocal

detrabalhoeproteçãoaofuncionário.Taispolíticaspodemincluirarealizaçãode

campanhas educacionais, eventos temáticos e treinamentos nas áreas de saúde

preventiva e segurançano trabalhooferecidos aos funcionários, alémdepráticas

preventivas e o constante acompanhamento de índices de doenças ocupacionais,

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incidentesdo trabalhoedaadesãoeobediênciaàs legislaçõespertinentesnessas

áreas.

AFigura6.9mostraoselementosquecompõemoDomíniodePolíticadeSaúde

PreventivaeSegurançanoTrabalho.

Figura6.9–ElementosdoDomíniodePolíticadeSaúdeeSegurançanoTrabalho

• Infraestrutura de TIC: As políticas de Infraestrutura de TIC visam garantir a

aquisição de bens permanentes e de consumo preferencialmente sustentáveis

assimcomoousoracionaldessesbens,evitando-sedesperdíciosepromovendoa

eficiênciadeseumanuseio.

A Figura 6.10 mostra os elementos que compõem o Domínio de Política de

InfraestruturadeTIC.

Figura6.10–ElementosdoDomíniodePolíticadeInfraestruturadeTIC

• OrigemdosInsumos:Partindodopressupostoquesedesejaterumaorganização

“Sustentável” sob os aspectos econômico, social, ambiental e cultural, é de suma

importânciaquesepassea fazerusodeequipamentosdeTICebensdeconsumo

ditos “verdes”, “reciclados”, recicláceis” e/ou “biodegradáveis”. Isto significa que

fornecedoresalinhadoscompolíticasdesustentabilidadeequeproveemestetipo

Page 93: MODELO PARA GESTÃO DE TIC ORIENTADA À POLÍTICA DE … · TEREZA CRISTINA MELO DE BRITO CARVALHO MODELO PARA GESTÃO DE TIC ORIENTADA À POLÍTICA DE SUSTENTABILIDADE Tese apresentada

93

de produto devem ter prioridade sobre fornecedores com menor

comprometimentocompolíticasdesustentabilidadeequenãotrabalhamcomesse

tipodelinhasdeprodutos.

O alinhamento com políticas de sustentabilidade não implica exclusivamente no

fornecimento de produtos “verdes”, reciclados, recicláveis ou biodegradáveis.

Implica,também,nagestãodesuaempresademodosustentávelsegundoasordens

econômicas, sociais, ambientais e culturais. Isto significa queum fornecedorpode

oferecerumproduto“verde”,i.é,isentodesubstânciastóxicas,masnasualinhade

produção a água poluída pelos processos fabris não é tratada, e os funcionários

trabalhamemambienteimersoemelementospoluentes,nocivosàsuasaúde.

Um bom balizador para avaliar o comprometimento de um fornececdor com

políticas de sustentabilidade é sua adesão ao GRI (GLOBALREPORT INITIATIVES,

2012).OutrasopçõessãoanormaISO14.001(2005)voltadaparaGestãoAmbiental

epadrõesespecíficosparacadasetordaindústria(SEIFFERT,2011).

Além dos fornecedores e dos produtos em si, devem ser consideradas as

embalagens,quepodemserconfeccionadasemmateriaisreciclados,serrecicláveis

oubiodegradáveis.

AFigura6.11mostraoselementosquecompõemoDomíniodePolíticadeOrigem

dosInsumos,abrangendoosfornecedores,produtoseembalagens.

Figura6.11–ElementosdoDomíniodePolíticadeOrigemdosInsumos

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• Uso Racional de Recursos: As políticas que visam o uso racional de recursos,

tipicamente,permeiam todaa empresa.Comoexemplo,pode-semencionarouso

racional de energia elétrica, que abrange desde a instalação de sensores de

presençaparaacionarosistemadeiluminação,aconfiguraçãodecomputadoresno

modo de economia de energia quando não usados, até a adoção de soluções de

virtualização de servidores em DataCenters. Isto significa que, quando uma

organização define como uma de suas metas atingir, por exemplo, 10% de

economia de energia elétrica por ano, isto tem reflexo em vários setores da

organização. Tais setores, no caso do exemplo acima, incluem: a infraestrutura

predial com a substituição de interruptores de luz elétrica normais por

interruptores acionados por sensores de presença até a infraestrutura de TIC no

que tange tanto à configuração de computadores de mesa como também dos

servidoresdoDataCenter.

Além dasmedidas referentes ao uso racional de recursos, a organização deve ter

práticas que evitem a perda de quaisquer tipos de bens, seja por acidente, por

armazenamentooumanuseioinadequado.Nestecaso,estapolíticadeveestabelecer

objetivosdeanularasocorrênciasdeperdas.

A Figura 6.12 traz uma árvore de interdependência aplicada ao uso racional dos

recursos dentro de uma empresa, incluindo: água, combustível, energia elétrica e

bensdemodogeral.Estaárvoredeveserempregada,porexemplo,paraestabelecer

como a política de uso racional de um recurso em nível de negócio depende ou

reflete na aplicação desta mesma política em diferentes unidades de negócio,

setoresouatividadesdessamesmaorganização.

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Figura6.12–ElementosdoDomíniodePolíticadeUsoRacionaldeRecursos

• InovaçãoTecnológica:Estapolíticavisapromoverodesenvolvimentodesoluções

tecnológicas ou tecnologias que tenham como resultado o uso mais eficiente de

recursos da organização, sejam eles naturais ou manufaturados. Como exemplo

pode-se citar o desenvolvimento de ferramentas de trabalho colaborativo, que

facilitam o trabalho colaborativo entre profissionais residentes em locais

geograficamente distribuídos, reduzindo os deslocamentos de pessoas para

participaremdereuniõespresenciais.

AFigura6.13mostraosdiferenteselementosdoDomíniodePolíticadeInovação

Tecnológica.

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Figura6.13-ElementosdoDomíniodePolíticadeInovaçãoTecnológica

• GestãodeResíduos:ApolíticareferenteàGestãodeResíduostemcomoobjetivo

regulamentar os procedimentos de tratamento de resíduos, sejam eles gasosos,

líquidosesólidos,alémdepermitirumaavaliaçãodecomotaisprocedimentostêm

evoluídoemtermosdeabrangênciaeeficácia.MerecedestaqueaPolíticaNacional

deResíduosSólidos(PNRS)queregulamentaaresponsabilidadecompartilhadaem

relação aos resíduos sólidos descartados como sendodo fabricante, do usuário e

atédarevenda.

Nesse contexto, são considerados como resíduos sólidos os bens de consumo de

propósito geral e bens de informática e telecomunicações, equipamentos

eletroeletrônicose embalagens.Oobjetivoémaximizarovolumede resíduosque

podem ser reaproveitados ou reciclados, em detrimento daqueles que devem ser

descartados.

AFigura6.14mostraoselementosquecompõemoDomíniodePolíticadeGestão

deResíduos.

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Figura6.14–ElementosdoDomíniodePolíticadeGestãodeResíduos

Aspolíticasassociadasacadaumdessesdomíniosafetamdiferentesatividadesde

suporte e/ou primárias domodelo de cadeia de valor de Porter (PORTER, 2008),

conformeexplicadonocapítulo7.

Tais Domínios de Políticas podem estar organizados de modo hierárquico. Neste

caso,asregrasaplicadasaodomíniodenívelsuperiornestahierarquiasãoherdadas

pelodomíniodenívelinferior.Ouainda,umDomíniodePolíticapodeestarcontido

emoutroDomíniooupodehaversobreposiçãoparcialentreoselementosdeuma

ououtrapolíticasemquehajaumarelaçãodehierarquiadosdiferentesDomínios

dePolítica.

Dentrodoescopodestetrabalho,pode-seobservarqueexistemsobreposiçõesentre

algunsDomíniosdePolítica.Comoexemplospodem-secitarosdomínios:“Saúdee

SegurançanoTrabalho”, “Marketing&Venda”e ”ServiçosdePós-Venda”,que têm

sobreposiçãoaodomínio“Educação”. Demodoanálogo,odomínio“Investimento”

tem influência direta sobre o domínio “Educação”, pois as ações em relação à

Educação ficam limitadas ou restritas em função da política de investimento

adotada.

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98

A Figura 6.15 mostra os diferentes Domínios de Política de Sustentabilidade em

níveldeSistemaesuainserçãonoescopodosPilaresdeSustentabilidade,asaber:

econômico,social,ambientalecultural.

Figura6.15–DomíniosdePolíticasdeSustentabilidadedeSistemaePilaresde

Sustentabilidade

Além desses domínios específicos para a área de Sustentabilidade, na Figura 6.3

identifica-seoutrodomínio,odeDesempenhoeDisponibilidade.Emúltimaanálise,

quandosefalaemPolíticadeUsoRacionaldeRecursos,emumasituaçãoextrema,

se desligarmos todos os equipamentos, sejam do DataCenter, das Redes ou os

próprios Computadores Pessoais, tem-se uma situação de máxima eficiência

energética; no entanto, como consequência, tem-se no outro extremo “zero” de

disponibilidadeededesempenhoparaainfraestruturadeTIC.Pode-seafirmarque

qualqueraçãonosentidodeseobtermáximaeficiênciadosrecursosdeTICprecisa

ser avaliada concomitantemente ao impacto no desempenho e disponibilidade na

infraestruturadeTICcomoumtodo.(AMARAL,2012)

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99

6.2.3 DomíniosdePolíticadeSustentabilidadedeInfraestruturadeTIC

No nível de infraestrutura de TIC, podem-se identificar os seguintes domínios

principaisdePolíticadeSustentabilidadeemTIC:

• Serviços de DataCenter: Estapolíticadependeda classificaçãodoDataCenter e,

também, das modalidades de serviços oferecidos. As normas ANSI/TIA-942

classificam os DataCenters em quatro níveis (ou Tiers), que possuem diferentes

níveis de redundância, disponibilidade e segurança. Certamente, um DataCenter

Tier 1 apresenta requisitos de operação com, por exemplo, disponibilidade de

99.671% menos rígidos que um DataCenter Tier 4, com, por exemplo,

disponibilidade de 99.995%. (TELECOMMUNICATIONS INDUSTRY ASSOCIATION,

2010).EstedomínioherdaregrasdosDomíniosdeUsoRacionaldeRecursos,de

DesempenhoeDisponibilidade.

• ServiçosdeRedesdeComunicação:Damesmaformaqueodomínioapresentado

anteriormente, estedomínioherda regras tantodoDomíniodeUso Racional de

RecursoscomodeDesempenhoeDisponibilidade.Comoexemplopode-secitar

a situação emque se colocaumequipamentode rede emestadode hibernação

(estadosleep)devidoàbaixademandadetráfego;seocorreumaumentodetráfego

repentinooestadodesseequipamentodevepassaraativo.Otempodecomutação

doestadode hibernaçãoparaoestadoativo, evice-versa,podecomprometero

desempenho da rede e torná-la indisponível por um determinado período. Isto

significa que o fato de colocar um equipamento em estado de hibernação para

economizarenergia(PolíticadeUsoRacionaldeRecursos)podecomprometero

desempenho e disponibilidade da rede (Política de Desempenho e

Disponibilidade).

A Política de Serviços de Redes é exercida por Sistemas de Gerenciamento de

Redes–querecebeminformaçõesreferentesaosparâmetrosdeoperaçãoderede–

emonitoraecontrolaasredeseosseusequipamentosdemodoaatingirosvalores

alvo de operação (por exemplo, taxamáxima de perda de pacotes) estabelecidos

pelapolítica.

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100

• ServiçosdeMicroinformática:Estapolíticadefineregrasparausoeoperaçãode

computadores alocados a usuários finais ou a grupos de usuários finais. Como

exemplodepolítica, pode-se citar a obrigatoriedadede colocar o computadorno

mododeeconomiadeenergia,quandonãousado.

Nas próximas seções, serão detalhados os Domínios de Política de Sustentabilidade

voltadosparaServiçosdeRede,DataCentereMicroinformática.

6.2.3.1 DomíniosdePolíticadeSustentabilidadedeServiçosdeRede

ComoDomíniosdePolíticadeSustentabilidadedentrodoescopodeServiçosRedesde

Comunicaçãodevemserconsiderados(STRASSNER,2004):

• Serviços do Usuário Final:Estapolíticaabrangeos serviçosvisíveisaousuário.

Como exemplos, podem-se citar o suporte a VPN (Virtual Private Network),

Encriptação de Pacotes e Alocação de Circuito com capacidade de transmissão

garantidaporperíodo limitado.Aalocaçãode circuitosnãoéumserviçode rede

comum e aparece mais em redes experimentais, como são os casos das redes

CANARIE (Canadá), Internet2 (EUA) e Redes-H da RNP (Brasil) (RNP, 2011).

Contudo,aindaemergecomotendência.Nocasodeofertadessetipodeserviço,há

sobreposição entre este domínio e o Domínio de Política para Serviços de

AlocaçãodeRecursos.

• Serviços de Alocação de Recursos: incluem políticas referentes a serviços e

funcionalidadesquehabilitamaplicaçõeseserviçosdoprópriousuário.Englobam

outrossubdomíniosdepolíticasreferentesa:

o QoS (Quality of Service): Esta política depende dos contratos de

serviços estabelecidos comosusuários e clientesdos serviçosde rede,

que podem ser unidades de negócio dentro damesma organização ou

outras organizações. Tais contratos estabelecem SLA (Service Level

Agreements)emníveldenegócio(PolíticadeNíveldeNegócio).

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101

Parâmetros ou métricas de QoS podem incluir valores de banda de

transmissãogarantida,valoresmáximosparaatrasoevariaçãodeatraso,

valoresmáximosdeperdadepacoteseatédisponibilidadedospróprios

serviçosderede.Aplicaçõesdiferentespossuemrequisitosdequalidade

deserviçodiferenciados.Nocasodovídeointerativo,alémderequisitos

de baixo atraso e variação de atraso também presentes no caso de

transmissão de voz, tem-se o requisito de banda de transmissão larga.

Como exemplo, pode-se citar a banda de transmissão de uma

videoconfêrencia empregando-se padrão Full HDV (High Definition

Video)queéde1,5Gbpsparavídeocomcompressão,ouentre4a6Gbps

paravídeosemcompressão(MARGOLIS,2011).

o Eficiência Energética: Esta política determina regras de operação de

equipamentosde rededemodo amaximizar a eficiência energéticano

uso de tais equipamentos. Como exemplo, pode-se definir que

equipamentos com taxa de utilização muita baixa sejam colocados no

estadodehibernação,redirecionando-seoseutráfegoparaoutrasrotas.

Este tipo de política pode vir a comprometer o desempenho e

disponibilidadedarede,principalmente,emsituaçõesdepicodetráfego,

quandotaisequipamentosdeverãosercolocadosnoestadoativo.Oque

querdizerqueestapolíticadeveatuardemodoconjuntocomapolítica

de QoS. Essa questão de eficiência energética e sua relação com

desempenhoedisponibilidadeédiscutidaem(AMARALetAL.,2012).

o Controle de Ciclo de Vida:Dentrodo contextode Sustentabilidade, o

controle do ciclo de vida dos equipamentos de rede e de quaisquer

outrossistemascomputacionaisédesuma importância, tendoemvista

queumciclodevidaabreviadotemcomoconsequênciamaiorvolumede

descartede resíduoseletroeletrônicos.Estapolíticadeterminaregrase

procedimentos de operação que visam aumentar o ciclo de vida dos

equipamentos.

EstesDomíniosdePolíticaaplicam-senoâmbitode:

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102

• Redes: Constituem-se de uma ou mais sub-redes interconectadas. Tais redes

podemser: redesde longadistância (WAN–WideAreaNetwork),metropolitanas

(MAN – Metropolitan Area Network), locais (LAN – Local Area Network). Como

exemplo, pode-se citar o caso da rede backbone de um prédio, que interconecta

váriasredeslocaisexistentesnosandaresdesseprédio.

• Sub-redes: Uma sub-rede constitui-se de vários sistemas computacionais e

equipamentosderedeconectados.Assub-redessãotambémclassificadasemredes

de longa distância (WAN), metropolitanas (MAN), locais (LAN) e, por último, as

PANs(PersonalAreaNetworks).

NaFigura6.16,sãomostradososelementosdoDomíniodaPolíticadeServiçosde

Rede. No contexto deste trabalho será dada ênfase ao Domínio de Política de

EficiênciaEnergéticaeseusimpactosnodesempenhoedisponibilidadedosserviços

derede.

Figura6.16-ElementosdoDomíniodePolíticadeServiçosdeRede

6.2.3.2 DomíniosdePolíticadeSustentabilidadedeServiçosdeDataCenter

SimilarmenteaosServiçosdeRede,comoDomíniosdePolíticadeSustentabilidadeno

escopodeServiçosdeDataCenter,devemserconsiderados:

• Serviços do Usuário Final:Estapolíticaabrangeos serviçosvisíveisaousuário.

Comoexemplos,podem-secitarserviçosde:hospedagemdeservidores(físicosou

virtuais),hospedagemdeaplicações,hospedagemdesites,dentreoutros.

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• Serviços de Alocação de Recursos: incluem políticas referentes a serviços e

funcionalidadesquehabilitamaplicaçõeseserviçosdoprópriousuário.Englobam

outrossubdomíniosdepolíticasreferentesa:

o Sistemas de Armazenamento: Relaciona-se com a política de

armazenamentodeinformaçõesemquaisquerformatosemídias(dados,

voz e vídeo). Este domínio contém outros subdomínios referentes a

EficiênciaEnergética,QualidadedeServiçoeControledeCiclodeVida.

§ QoS(QualityofService):Estapolíticadependedoscontratosde

serviçosestabelecidoscomosusuárioseclientesdosserviçosde

armazenamento no DataCenter, que podem ser unidades de

negócio dentro da mesma organização ou outras organizações.

Tais contratos estabelecem SLA (Service Level Agreements) em

níveldenegócio(PolíticadeNíveldeNegócio).Comoexemplode

métrica pode-se citar o AFR (Anual FailureRate), que associa o

MBTF(MeanTimeBetweenFailures)comonúmerodehorasque

oequipamentoficaativoporano.

§ Eficiência Energética: Esta política determina regras de

operação de equipamentos de um DataCenter de modo a

maximizar a eficiência energética no uso de tais equipamentos.

Como exemplo de métrica, pode-se citar a capacidade de

armazenamentoporwatt,taxadebitstransferidos/watt.

§ Controle de Ciclo de Vida: Dentro do contexto de

Sustentabilidade,ocontroledociclodevidadosequipamentosde

umDataCenteréigualmentedesumaimportânciaparareduziro

volume de resíduos eletroeletrônicos descartados. Esta política

determina regras e procedimentos de operação que visam

aumentarociclodevidadosequipamentos.

o Servidores Físicos e Virtuais: Está relacionada à política de

hospedagem de servidores tanto físicos como virtuais. Este domínio

tambémcontémoutrossubdomíniosdepolíticasreferentesaEficiência

Energética, Qualidade de Serviço e Controle de Ciclo de Vida,

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104

equivalentes ao descrito para Sistemas de Armazenamento. Como

exemplosdemétricaspodemsercitados:oIOPS,queédefinidocomoo

númerodeoperaçõesde I/O(Entrada/Saída)porwatt, eoAFR(Anual

FailureRate),jámencionadoanteriormente.

o GestãodeInstalações:Estapolíticaéaplicadaàoperaçãoemanutenção

de recursos gerais para o DataCenter, incluindo alimentação elétrica e

refrigeração. Este domínio também contém outros subdomínios de

políticas referentes a Eficiência Energética, Qualidade de Serviço e

ControledeCiclodeVida.

Algunsexemplosdemétricasimportantessão(SCHUTZ,2009):

• PUE(PowerUsageEffectiveness)queédefinidopelacapacidadetotal

de alimentação do DataCenter segundo o total de alimentação

consumidapelosequipamentosdeTIC.

• DCiE (DataCenter Efficiency) que é definido como o total de

alimentação consumida pelos equipamentos de TIC segundo a

capacidadetotaldealimentaçãodoDataCenter.Éiguala1/PUE.

o Conectividade: A política definida para serviços de conectividade

coincide comaqueladefinidapara serviçosde rededescritos emseção

anterior.

NaFigura6.17,sãomostradososelementosdoDomíniodaPolíticadeServiçosde

DataCenter.

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Figura6.17-ElementosdoDomíniodePolíticadeServiçosdeDataCenter

6.2.3.3 DomíniosdePolíticadeSustentabilidadedeServiçosdeMicroinformática

DemodosimilaraosServiçosdeRede,comoDomíniosdePolíticadeSustentabilidade

dentrodoescopodeServiçosdeMicroinformáticatem-se:

• Serviços do Usuário Final:Estapolíticaabrangeos serviçosvisíveisaousuário.

Como exemplos, podem-se citar serviços de: configuração e manutenção de

computadores pessoais, incluindo máquinas desktops, notebooks, netbooks e

outros; de impressoras, de scanners e outros equipamentos de informática e/ou

telecomunicações.

• Serviços de Alocação de Recursos: Incluem políticas referentes a serviços e

funcionalidadesquehabilitamaplicaçõeseserviçosdoprópriousuário.Englobam

outros subdomínios de políticas referentes a Eficiência Energética, Qualidade de

Serviço e Controle de Ciclo de Vida, muito semelhantes ao apresentado para

PolíticasdeServiçosdeRedeeDataCenter.

NaFigura6.18,sãomostradososelementosdoDomíniodaPolíticadeServiçosde

Microinformática.

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106

Figura6.18-ElementosdoDomíniodePolíticadeServiçosdeMicroinformática

6.2.4 DomíniosdePolíticadeSustentabilidadedeDispositivosdeRede

Demodosimplificado,pode-sedizerqueainfraestruturadeumarededecomunicação

écompostabasicamentedeequipamentosderede,sistemascomputacionaiseenlaces

usadosparainterconectá-los.

Como Domínios de Política de Sustentabilidade dentro do Escopo de Dispositivo de

RedesdeComunicaçãodevemserconsiderados(videFigura6.19):

Figura6.19–DomíniosdePolíticadeSustentabilidadedeDispositivosdeRede

• Equipamentos de Redes: Os equipamentos podem pertencer às redes de

backbone,redesdedistribuiçãoouredesdeacesso.Equipamentosempregadosem

umououtrocasotêmportesdiferentes, i.é, têmcapacidadesde transmissãoede

encaminhamentodepacotes,quadrosoubitsdiferentes.Tipicamente,oportedos

equipamentosdaredebackboneémaior,enquantoodeacessoémenor.

Para exercer estas funções, por exemplo, de equipamento de backbone, pode-se

empregar um roteador ou um switch camada 7 ou 3. Os tipos de equipamentos,

como roteador, switches, firewall, dentre outros, são referidos, no contexto deste

trabalho,como“papéis”vinculadosaumobjeto–“equipamentoderede”.

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O Domínio de Política de Gerenciamento de Equipamentos de Rede inclui, então,

outros subdomínios referentes às Políticas de Equipamentos de Backbone, de

DistribuiçãoeAcesso,conformemostraaFigura6.20.

Figura6.20–SubdomíniosdaPolíticadeEquipamentosdeRede

• SistemasComputacionais:Consideram-setodosossistemascomputacionais,que

nãosejamequipamentosderede,masquepossueminterfacesdecomunicaçãocom

algumtipoderede,sejaelalocal,metropolitanaoudelongadistância.Talinterface

pode ser óptica, elétrica ou sem fio. Exemplos de diferentes tipos de sistemas

computacionais: servidores, computadores pessoais e impressoras. Tais tipos de

sistemascomputacionaissãoidentificadoscomo“papéis”associadosaumobjeto–

“sistemacomputacional”(videFigura6.21).

Figura6.21–DomíniodaPolíticadeSistemasComputacionais

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• EnlacesdeRede:Osenlacessãousadosparainterconectarequipamentosderede

e sistemas computacionais, constituindo-se uma rede. São previstos três tipos de

enlaces: óptico, metálico e sem fio. Tais tipos de enlaces são identificados como

“papéis”associadosumobjeto–“enlace”(videFigura6.22).

Figura6.22–DomíniodaPolíticadeEnlacesdeRede

6.3 ConsideraçõesFinais

Este capítulo apresentou uma visão geral do Modelo de Gestão de Tecnologia da

Informação e Comunicação (TIC) e descreveu os Domínios de Políticas de

Sustentabilidade para os Níveis de Negócio, Sistema, Infraestrutura de TIC e

Dispositivos(aplicadoaredes),conformeFigura6.2.

Nessamesma figura émostrado que o Sistema deGovernança de TIC é responsável

pela aplicação de políticas dos dois primeiros níveis: Negócio e Sistema. O

detalhamentodosNíveisdeNegócio(PlanejamentoEstratégico)edeSistema(Modelo

de Governança), bem como dos indicadores de Sustentabilidade e Desempenho

envolvidosseráapresentadonocapítulo7.

AindanaFigura6.2,observa-sequeoSistemadeGerenciamentodeInfraestruturade

TICéresponsávelpelaaplicaçãodaspolíticasdostrêsúltimosníveis:Infraestruturade

TIC,DispositivoeInstância.Dentrodoescopodestetrabalho,serádadaênfaseàarea

de redes como Infraestrutura de TIC. No capítulo 8, é apresentado o Sistema de

GerenciamentodeRedes, responsávelpela aplicaçãodepolíticasnosníveisdeRede,

DispositivoeInstância,conformemostraaFigura6.23.

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Figura6.23–AplicaçãodePolíticasdeSustentabilidadeparaServiçosdeRedesdeuma

Organização

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7 MODELODEGESTÃODETIC-NÍVEISDENEGÓCIOESISTEMA

NestecapítulosãodetalhadososníveisdeNegócioeSistemadoModelodeGestãode

Tecnologiada InformaçãoeComunicaçãopropostono capítulo anterior.Estesníveis

contemplam,respectivamente,oPlanjementoEstratégicoeaGovenançadeTIC.

NocasodoPlanejamentoEstratégicoTIC,éapresentadoummodelogeralparaoseu

desenvolvimento com foco em Sustentabilidade, envolvendo toda a organização.

Observa-sequeasdiretrizesdeSustentabilidadedadaspelosgestoresdaorganização

podemestarpresentesnamissão,nascrenças,masomais importanteéqueestejam

inseridas nas suas atividades e processos do dia a dia. Tendo isto como ponto de

partida,foramespecificadasmetasorientadasàsustentabilidadeparacadaumadas

atividadesdesuporteeatividadesprimáriasdaorganização,sejaelaumaempresa

prestadoradeserviçosdeTICousejaumaunidadedenegócioqueprestaserviçosde

TICparaoutrasunidadesdenegóciodamesmaorganização.

ApartirdasmetasdedesempenhoesustentabilidadedefinidasnoníveldeNegóciodo

modelo proposto, são especificados os indicadores de sustentabilidade que irão

nortear as ações de Sustentabilidade daGovernança de TIC. São apresentados um

método geral que pode ser empregado na implantação de Governança de TIC e um

modelogeraldeGovernançadeTIC,quefazusodeoutrosmodelosedeboaspráticas

consagradasnomercado.

7.1 PlanejamentoEstratégicodeTIC

O Planejamento Estratégico de TIC orientado à Sustentabilidade inicia-se pela

especificaçãodosObjetivosdeDesempenho e SustentabilidadeedeumaPolítica

deSustentabilidadedeTICdesenvolvidaparaaorganização.

Suaelaboraçãocriauma linhamestradeaçãoorientada,nestecaso,àspremissasde

Sustentabilidade,quedeveguiartodasasaçõescorporativasedosdiversossegmentos

donegóciodainstituição.Pode-sedizerqueaestratégiaéassimcriada(HAX,1996):

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• Determina e revela o propósito da organização quanto aos seus objetivos de

médioelongoprazos,planosdeação,eprioridadesdealocaçãoderecursos.

• Criaumpadrãodedecisõesintegrado,unificadoecoerente.

• Permitedesenvolverenutrirascompetênciascentraisdaorganização.

• Busca obter uma vantagem sustentável para o negócio da instituição,

respondendo apropriadamente às oportunidades e ameaças do seu ambiente,

tendoemvistaseuspontosfracosefortes.

• Identificatarefasgerenciaisemníveiscorporativo,denegócioefuncional.

• Oferecemeiosparainvestirseletivamenteemrecursostangíveiseintangíveis,e

desenvolvercapacidadesquegarantamvantagemcompetitivasustentável.

NopontodepartidaparaaelaboraçãodoPlanejamentoEstratégicodeTICorientadoà

SustentabilidadeestãoosObjetivosdeDesempenhoeSustentabilidadeeaPolíticade

Sustentabilidade de TIC da organização, além do conhecimento sobre a própria

organizaçãoedoambienteondeseinsere.

Paratanto,faz-senecessárioconhecer:

• PeríododevalidadedoPlanejamentoEstratégico.

• Áreas geográficas de atuação que delimitam omercado em que a organização

atua.

• Áreas de atuação da organização, definindo-se os produtos e serviços que a

organizaçãovaiofereceraosseusclientes,comotaisclientesestãosegmentadose

como tais produtos e serviços serão distribuídos. No caso de TIC, podem ser

considerados:infraestruturaderedelocaledelongadistância,DataCenter,serviços

de videoconferência, serviços de streaming de vídeo e, por último, serviços de

manutençãodesistemascomputacionais.

A partir daí, realiza-se a conhecida análise SWOT (Strength,Weakness,Opportunities

and Threats), determinam-se a Missão e Visão da organização, mapeiam-se as suas

competências,e,finalmente,formula-seasuaestratégia.

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7.1.1 AnáliseSWOT

NocasodaanáliseSWOT,tem-se:

A. Identificação das principais ameaças e oportunidades, considerando-se os

fatores de mercado, econômicos, tecnológicos, ambientais, políticos, sociais,

culturais,legaisehumanosparacadaáreadeatuaçãodaorganização.

Comoexemplos,podem-secitar:

• Mercado:Consideraacompetitividadenaáreadeatuaçãodaorganização.Para

análisedomercadoespecíficodeumdeterminadosetordaindústria,emprega-

se commuita frequência oModelo de Cinco Forças de Porter, quepermite

analisar as cinco forças: o poder de barganha dos consumidores, o poder de

barganha dos fornecedores, a ameaça de entrada de novos competidores no

mercado,aameaçadeentradadeprodutossubstitutos,eonívelderivalidade

da concorrência. Existe uma literatura extensa que apresenta emostra como

estemodelopodeserempregado.Otextobásicodestemodeloencontra-seem

(PORTER,1980).Exemplosdeutilizaçãoencontram-seem(PORTER,1998).

Considerando a globalização da economia, outro modelo de Porter muito

interessanteéoModeloDiamante,quepermiteanalisar fatorescríticospara

estabelecimento de uma indústria, considerando uma região ou país. Mais

informaçãopodeserencontradaem(PORTER,2008).

Comoexemplo,pode-se citaro casodeumaempresa cujoobjetivoé fornecer

computadores para a Comunidade Europeia. Neste caso, valem as

regulamentações do ROHS (RestrictionOfHazardous Substances), que limitam

em 0,1% o volume de substâncias tóxicas na composição de produtos. Isto

significaque,setalempresaquerdefatoexportarparaaComunidadeEuropeia,

deveráajustaremodificarasuacadeiaprodutivaparagerarprodutoscom,no

máximo,essaporcentagemdesubstânciastóxicas.

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• Econômico: Engloba fatores econômicos que podem representar uma

oportunidadeouameaçaparaosnegóciosdaempresa.Comoexemplo,pode-se

citar a flutuação do dólar. Se a organização depende da importação de

equipamentos, e se houver alta de dólar, tais equipamentos podem se tornar

muitos caros, inviabilizando-se a sua aquisição. Contudo, a alta do dólar

favorecenegóciosqueenvolvemaexportaçãodebensnacionais.

• Tecnológico:Aevoluçãotecnológicatemocorridoemumritmocadavezmais

acelerado, tendo, comoconsequência, adescontinuidadecadavezmais rápida

delinhasdeprodutosdeTIC.Istoimplicaqueadquirirumasoluçãoparcialque

possa incorporar gradativamente funcionalidades mais avançadas pode

representargrandesriscos,poissehouverdescontinuidadedeprodutosperde-

se a solução parcial já adquirida. Isto de fato acontece principalmente em

instituições públicas, onde o processo de aquisição de equipamentos e sua

implantação podem demorar muito por envolver o uso de editais e outros

mecanismosprevistosporlei(Lei8.666,1993).

• Político e Governamental: Considera mudanças de regras de aquisição de

bens,descartedebensoudecontrataçãodepessoalditadaspelogoverno.

• Social:Estárelacionadoaquestõessociaisquepodemfavorecerouprejudicara

organização.Comoexemplopode-semencionaraparalisaçãodevidoàsgreves

organizadas pelos sindicatos de classe ou a ocorrência de alguma catástrofe

natural(e.g.,enchente)queatingeapopulaçãodolocalondeaorganizaçãoatua.

• Legal:Refere-seàsmudançasda legislaçãoparaaquisiçãodebenseserviços,

afetandooprocessolicitatório.

As Políticas Públicas, em níveis nacional, estadual e municipal, podem ter

impacto nonegócio da empresa, na formade oportunidade ou ameaça. Como

exemplo, pode-se citar a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS),

regulamentada em dezembro de 2011, que define o conceito de

responsabilidadecompartilhadabemcomoobrigaa inclusãodoscatadoresde

materiaisrecicláveisnalogísticareversadasempresas(Lei12.305,2011).

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Oconceitoderesponsabilidadecompartilhadaestendearesponsabilidadepelo

descarte sustentável de um bem físico ao fabricante, distribuidor, revenda e

usuário final. Nesse contexto, as organizações devem dispor demecanismos,

executados diretamente pela organização ou terceirizados para uma empresa

daárea,quegarantamotratamentoadequadoderesíduossólidos,incluindoos

bensdeinformáticaetelecomunicações.

De modo complementar, cada estado da federação tem regulamentações

próprias referentes ao meio ambiente. No caso do estado de São Paulo, a

CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) é responsável pelo

licenciamento ambiental para instalação de quaisquer órgãos que tratem, por

exemplo, de algum tipo de resíduo. A concessão de tal licenciamento está

vinculada a regulamentações da Secretaria do Meio Ambiente

(http://www.cetesb.sp.gov.br/).

• Humanos: Considera, por exemplo, a atratividade do mercado externo para

profissionais de TIC, que aumenta no caso de economias aquecidas como

aconteceuem2011noBrasil.

B. Identificaçãodospontosfracosefortesdaorganização,tomando-seporbasea

cadeiadevalordePorter(PORTER,1985). Estacadeiadevalorenvolvetodasas

atividadesdeumaorganização,quepodemseragrupadasem:

• Atividadesde suporte:envolvematividadesreferentesàaquisiçãodebense

serviços, desenvolvimento tecnológico, gestão de recursos humanos, e

administraçãodainfraestruturadaorganização.

• Atividadesprimárias:englobamagestãodelogísticatantonoquedizrespeito

arecepção,armazenamentoedistribuiçãodematéria-prima,oubensacabados

parausopróprioounaprestaçãodeserviços,aoperaçãopropriamentedita,a

prestaçãodeserviçoseasatividadesdemarketingevenda.

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7.1.2 Missão

Apartirdoconhecimentodaprópriaorganizaçãoedomercadoondeseinsere,passa-

seadefinirsuamissãoeavisãodesuaevoluçãoemmédioe longoprazos.Amissão

devecapturarduasquestõescentrais:oescopodonegócioeas competênciasúnicas

quedeterminamascapacidades-chavesdaempresa(HAX,1996). Amissãopodeser

usada, também, para guiar o desenvolvimento e a implementação da estratégia

corporativadesustentabilidade,envolvendoosdiferentesparticipantes:empregados,

acionistas,fornecedores,clienteseoutros(EPSTEIN,2008).

Comoexemplo,pode-secitaramissãodoCentrodeComputaçãoEletrônicadaUSP:

“Ser referência em prestação sustentável de Serviços de TIC (Tecnologia da

Informação)emcampusuniversitário”.(CARVALHO,2010)

Outrosexemplosaseremmencionados:

Dell

“Ser a empresamais bem sucedida de computadores domundo oferecendo a

melhorexperiênciaparaoconsumidornosmercadosondeatua.”4

IBM

“NaIBM,nóslutamosparaserlíderesnainvenção,desenvolvimentoeprodução

dasmaisavançadastecnologiasdaindústria,incluindosistemasdecomputação,

software, sistemas de armazenamento e microeletrônica. Nós traduzimos

tecnologias avançadas em valores para nossos clientes por meio de soluções

profissionais,serviçosenegóciosdeconsultorianomundotodo.”

Itautec

“Buscar crescimento de valor para os acionistas, melhoria contínua da

competitividade, de forma legal e sólida, nos mercados de produtos de alta

tecnologia,de informáticaedeserviços,atravésdaalavancagemdevantagens

4Sitewww.dell.com,janeirode2012.

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competitivas e da obtenção de classe mundial nos níveis operacionais,

tecnológicosesocietáriosnomercadoglobal.”5

ScopusTecnologia

“Fornecer Serviços e Soluções de Tecnologia da Informação, com qualidade,

agilidade, segurança e inovação, orientados às necessidades do cliente,

aumentandoaparticipaçãonomercadoeoretornoparaaempresa.”6

GrupoGerdau

“Gerarvalorparanossosclientes,acionistas,equipeseasociedade,atuandona

indústriadoaçodeformasustentável.”7

VolkswagemdoBrasil

“AVolkswagendoBrasiléumafabricantedeveículosdealtovolumeorientada

para a qualidade, satisfação do cliente, inovação e responsabilidade

socioambiental.Concentramosnossosesforçosemagregarvaloraosacionistas,

colaboradores,clientes,concessionários,fornecedoreseàsociedade.”8

Natura9

“RAZÃOdeSER

NossaRazãodeSerécriarecomercializarprodutoseserviçosquepromovamo

bem-estar/estarbem.

BEM-ESTAR

éarelaçãoharmoniosa,agradável,doindivíduoconsigomesmo,comseucorpo.

ESTARBEM

éarelaçãoempática,bem-sucedida,prazerosa,doindivíduocomooutro,coma

naturezadaqualfazparte,comotodo.”

5Itautec:http://www.itautec.com.br/pt-br/empresa/missao,-valores-e-qualidade,fevereirode2012.6ScopusTecnologia:http://www.scopus.com.br/missao_visao_valores.asp,janeirode2012.7Gerdau:http://www.gerdau.com.br/sobre-gerdau/missao-visao-valores.aspx,janeirode2012.8VolksBrasil–fevereirode2012:

http://www.volkswagen.com/br/pt/Volkswagen_do_Brasil/historia_da_volkwagen/Visao_e_Missao.htm9Natura:ww2.natura.net.Recuperadoemjaneirode2012.

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117

7.1.3 SegmentaçãodoNegócioeInteraçõesInternaeExterna

FazpartedoPlanejamentoEstratégicodefinirasunidadesdenegóciodaorganização,

que correspondem às suas unidades de operação. Esta segmentação em diferentes

unidadespodeserefetuadaadotando-secritériosquepodemincluirotipodeproduto

ouserviçooferecido,omercadoaseratendidooumesmoaáreageográficadeatuação.

AáreadeTICpodeserpensadacomoaprópriaorganizaçãoqueprestaserviçosdeTIC

paraomercadooucomosendoumadiretoria,unidadedenegócio,divisãoouseção,

queprestaserviçosdeTICparaasdemaisdiretorias,unidadesdenegócio,divisõesou

seçõesdamesmaorganização.

No primeiro caso, a organização pode ter várias unidades de negócio, cada uma

responsável por uma área operacional de TIC, a saber: infraestrutura de rede,

DataCenter, microinformática, sistemas audiovisuais, dentre outros. Neste caso, as

unidadesdenegóciopodemserautônomasentresioudependentesdamatriz.

No segundo caso, a área de TIC é uma unidade de negócio e presta serviços para a

própria organização. Pode ser segmentada em sub-unidades, divisõesou seções com

prestaçãodeserviçosanálogosaocasoanterior.

Em ambos os casos, a empresa pode estar presente em diferentes localidades

geográficas, ou como uma filial ou como uma unidade de negócio de uma filial.

Tipicamente, uma organização presente em várias localidades possui diferenças não

somente tecnológicas como também de adesão a políticas de sustentabilidade,

respondendoounãoaospadrõeseregulamentaçõeslocais.

Como exemplo, pode-se citar o caso de uma organização que deseja expandir suas

operações e instalar um novo DataCenter. Seguindo as tendências modernas, este

DataCenterseráprojetadoparaserumDataCenter“Verde”,i.é,cujainfraestruturade

refrigeração,eletricidade,iluminaçãoesistemasdecomputaçãofoiprojetadaparater

amáxima eficiência energética e omenor impacto ambiental possível. Do ponto de

vista de TIC, esta organização pode optar por tecnologias sustentáveis a serem

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empregadasnoDataCenter“Verde”,envolvendovirtualização,computaçãoemnuvem

eredesópticas(PONIATOWSKI,2010).

7.1.4 FilosofiaCorporativa

A Filosofia Corporativa deve refletir o relacionamento da organização com seus

colaboradores, clientes, fornecedores e comunidade em geral. Deve ser a fonte de

inspiraçãopara as atividadesdodia adia, contagiando,motivandoe guiandoa ética

corporativaeseusvalores.(HAX,1996).

A Filosofia Corporativa deve refletir os valores da organização, e o papel da

sustentabilidade nas atividades do dia a dia da organização destaca-se entre tais

valores.

Apartirdetodasasinformaçõescoletadasetrabalhadasedasdefiniçõesestabelecidas

passa-se,então,àFormulaçãodaEstratégia.

7.1.5 FormulaçãodaEstratégia

A Estratégia corresponde a um conjunto coordenado de planos de ação que devem

promover mudanças para que a missão da organização ou unidade de negócio seja

concretizada, assim como garantir que as oportunidades e ameaças identificadas no

mercadosejamendereçadas,queospontosfortesdaorganizaçãosejamreforçados,os

seus pontos fracos sejam neutralizados, as suas competências sejam exploradas e

novascompetênciassejamadquiridas.

Éformuladaemtrêsníveisdistintos:

• EstratégiaCorporativa:tratadedecisõestomadasnoníveldetodaaorganização.

• EstratégiadeNegócio: trata-sedaestratégiaaplicadaacadaunidadedenegócio

oudivisão.

• EstratégiaFuncional:consolidaasfuncionalidadesecapacidadesnecessáriaspara

desenvolver as competências que darão suporte às estratégias corporativas e de

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119

negócios. Envolve as áreas de finanças, recursos humanos, tecnologia, compra,

produçãoemarketing.

AFigura7.1mostraaVisãoGeraldoMétodoparaoDesenvolvimentodeEstratégias

Corporativas,deNegócioseFuncionais.

Seusplanosdeaçãopodemserdecurto (seisa12meses),médio (12a18meses)e

longoprazos(doisatrêsanos).Emcadaplanodevemserespecificados:

• Responsável: um líder ou uma unidade de negócio que responderá pelos

resultadosdaexecuçãodorespectivoPA(PlanodeAção).

• Ações: relação das principais atividades que devem ser realizadas para o

cumprimentodoreferidoPA.

• Áreasenvolvidas:definiçãodasáreasquedevemtrabalharnoPA.

• Indicadoresdedesempenhoesustentabilidade:discriminaçãodosindicadores

que serãousadospara avaliar os resultadosproduzidospelo respectivoPlanode

Ação, em termos de desempenho propriamente dito ou de sustentabilidade. Por

exemplo, no casode substituiçãoda redebaseada em cabosdepar trançadopor

umabaseadaemfibraóptica,pode-setercomoindicadores:capacidadedebanda

detransmissão,fatordecrescimentodacapacidadedetransmissão,capacidadede

número de usuários, consumo de energia elétrica, consumo total de energia

elétrica/capacidadedetransmissão.

• DatasdeinícioetérminodoPlanodeAção.

• Recursos necessários: definição dos recursos orçamentários e dos recursos

humanosnecessáriosparaa implementaçãodoPlanodeAçãocorrentedentrodo

períodoespecificado.

• Grau de necessidade de implementação: indicação se há ou não urgência na

implementaçãodoreferidoPlanodeAção.

• Condições de implementação: indicação do grau de dificuldade para sua

implementação.

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120

Figura7.1-VisãoGeraldoMétodoparaoDesenvolvimentodeEstratégiasCorporativas,de

NegócioseFuncionais[Fonte:(HAX,1996)]

CadaPlanodeAçãodeverá ser transformadoemumprojetoque será acompanhado

emnívelcorporativo,deunidadedenegócioouoperacional.

Mais detalhes sobre ométododedesenvolvimentodeplanopodem ser encontrados

em(CARVALHO,2010)(HAX,1996).

7.2 IncorporaçãodaSustentabilidadenasAtividadesdeTIC

ParaincorporaraSustentabilidadeoupráticassustentáveisàáreadeTICénecessário

quemetas econômicas, sociais, ambientais e culturais estejam vinculadas a todos os

processos e atividades pertinentes a esta área por meio dos diferentes níveis de

PolíticasdeSustentabilidade.

Parafinsdesistematizaçãonaidentificaçãodepráticassustentáveisassociadasatodos

esses processos e atividades, optou-se por adotar o modelo de Cadeia de Valor,

originalmente proposto por Michael Porter (PORTER, 1998) e, posteriormente,

adaptadoparaquestõesdemeioambienteporMarcEpstein(EPSTEIN,2008)aplicado

àáreadeTIC.

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121

7.2.1 AtividadesPrimáriasedeSuporte

DeacordocomPorter(PORTER,1998),asatividadesdesuporteenvolvem:

• Aquisição de Bens e Serviços (ABS): Atividades relacionadas à compra de

matérias-primas e outros bens, incluindo equipamentos de informática e de

telecomunicações além de bens de consumo (por exemplo, toner e papel para

impressão, discos, pendrive, dentre outros). Como exemplos de práticas

sustentáveis,podem-secitar:

a. Priorização de fornecedores de produtos ou serviços que sejam

comprometidos com a sustentabilidade, incluindo aspectos econômicos, de

meioambiente,responsabilidadesocialepreservaçãocultural.

b. Priorizaçãode equipamentosde informática e telecomunicações equaisquer

equipamentoseletroeletrônicosquesejam“verdes”4.

c. Priorizaçãodebensdeconsumorecicladose/ourecicláveis.

d. Otimizaçãodonúmerodepedidosdecompranosentidodeagruparpedidos

de bens similares para aumentar o poder de barganha sobre o fornecedor,

visandoreduçãodecustoediminuiçãodegastoscomtransporte.

• Desenvolvimento Tecnológico (DTE): Refere-se ao investimento realizado em

tecnologiaquecontribuiparaamelhoriadeprodutosouprocessos.Emumaplanta

fabril,pode-secitarcomoexemploaautomaçãodelinhasdeprodução.Oresultado

destaautomaçãoserámaiorprodutividade,menornúmerodepeçasouprodutos

rejeitados,volumemenorderesíduos.NaáreadeTIC,podem-secitarexemplosde

práticassustentáveis:

a. Desenvolvimentodesoluçõesparaousoeficientedeenergiaelétricaede

refrigeração. No caso de DataCenters, por exemplo, uma prática adotada é

reposicionarracksdeequipamentos,demodoacriarcorredoresdearquentee

frio,possibilitandoquehajaumfluxodearquenteindependentedofluxodear

frio.Oarquentesobeatéotetoeérefrigeradogerandoumfluxodearfrioque

é injetado a partir do piso. Outras variantes desta solução existem e são

discutidasem(PONIATOWSKI,2010)(SCHUTZ,2009).

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b. Desenvolvimento de soluções paraminimizar o número de impressões.

Existem soluções simples, comoo usode sistemasde controle de impressão,

quepermitemdefinirumacotaounúmeromáximodeimpressõespermitidas

por uma pessoa durante um período, até soluções mais complexas como a

substituiçãodefluxosdepapelporfluxoseletrônicosdedocumentos.(Falta

referência).c. Implementação de ferramentas de suporte para trabalho colaborativo,

conhecida como Trabalho Cooperativo Suportado por Computador (CSCW –

Computer Supported Cooperative Work). Tais ferramentas permitem a um

grupo de pessoas elaborar textos, apresentações e até desenvolver projetos

sem a necessidade de estarempresentes nomesmo ambiente físico. Incluem

sistemasdeáudio-conferências,videoconferências,web-conferências,sistemas

demensageminstantânea,Wikipédiaecomunidadesvirtuais,dentreoutros.Do

ponto de vista de sustentabilidade, o uso dessas ferramentas, além de inibir

naturalmente o uso de papel, contribui demodo significativo na redução de

locomoçãodepessoas.

• GestãodeRecursosHumanos(GRH):Estárelacionadacomagestãoderecursos

humanos(contratação,criaçãodecompetências,remuneração,avaliaçãoealocação

decompetências).Comoexemplosdepráticassustentáveisestão:

a. Desenvolvimento de campanhas de conscientização sobre práticas

sustentáveis, envolvendo funcionários, fornecedores, clientes e comunidade

local. Tais campanhas podem promover, por exemplo, a prática de coleta

seletiva, a economia de energia elétrica consumida pelos funcionários

incentivando-se o desligamento de computadores quando não estiverem em

uso, ou ainda, a utilizaçãodeEPI (Equipamentos deProteção Individual), se

necessário.

b. SuporteaEducaçãoeTreinamentoparaodesenvolvimentodecompetências

emsustentabilidadeaplicadasàsáreascorporativaedeTIC.Ostreinamentos

poderãosempreserrealizadospresencialmenteouonline.

c. Inclusãodepráticassustentáveiscomofatordedesempenhodosfuncionários.

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• Infraestrutura da Organização (IOG): Inclui atividades de administração geral,

comoplanejamento,contabilidade, finanças,administraçãodosativos,egestãode

relacionamento com parceiros de negócio. Como práticas sustentáveis podem-se

identificar:

a. Adequação da Infraestrutura Predial para suportar uso racional de recursos.

Tais atividades incluemmedidas simples comoousode interruptoresde luz

acionadosporsensoresdepresençaeousodetorneirasdeáguaacionadaspor

sensoresdeproximidadeatémedidasmaiscomplexas,queexigemacriaçãode

outras infraestruturas, como um sistema de captação de água de chuva

destinada adescargas sanitárias, ouum sistemade células fotovoltaicaspara

captaçãodeenergiasolaresuatransformaçãoemenergiaelétrica.

b. AdequaçãodaInfraestruturaPredialparaviabilizaraacessibilidade.

c. Controledaoperaçãoedociclodevidadebensdeusocomumafimdeevitaro

mau uso, e programar manutenção e eventual substituição. Isto inclui, por

exemplo, desde a monitoração de válvulas de água para detectar possíveis

vazamentos até a operação de eletroeletrônicos não necessariamente

vinculadosaTIC,comomáquinasdecafé,refrigeradoresefornosdomésticos.

d. Gestão de práticas para atendimento de regulamentações legais e normas

setoriais.Taispráticaspodemenvolveragestãodecontabilidade,finanças,de

contratoscomfornecedoreseclientes,recursoshumanosequaisquerpráticas

regulamentadas por leis municipais, estaduais e nacionais além de normas

setoriais,visandoeliminargastoscommultasetaxasdesnecessárias.

Poroutrolado,asatividadesprimáriascuidamde(PORTER,1998)(EPSTEIN,2008):

• Logística Interna ou de Entrada (LGI):Gestãoda logística referenteàmatéria-

primaeaosbensacabadosparausopróprioounaprestaçãodeserviços.

Em empresas ou unidades de negócio prestadoras de serviços de TIC, são

adquiridoserecebidosequipamentosdeinformáticaetelecomunicaçõesebensde

consumo para uso próprio e na prestação de serviços remotos ou in loco. Os

equipamentos de informática e telecomunicações, ao serem recebidos, são

enumerados, classificados, registrados,patrimoniadoseencaminhadospara local

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ondeserãoinstaladoseusados.Nocasodebensdeconsumo,elestambémdevem

serenumerados,classificados,registradosearmazenadosparaconsumoposterior.

Comopráticassustentáveispodemosconsiderar:

a. Otimizaçãodetransporte,reduzindo-seonúmerodeviagens.

b. Armazenamentoadequadodosprodutosrecebidos.

c. Reúsoedescarteadequadoderesíduoselixogeradosnodesempacotamento

deprodutos.

• Operações (OPR): Referem-se às atividades de transformação dematéria-prima

emcomponentesouprodutosfinaisoudeusodeprodutosacabadosparaprestação

de serviços. Aqui é considerada a operação da infraestrutura de TIC de uma

organização.

Tais atividades podem ser executadas dentro da premissa de sustentabilidade,

considerando-se:

a. Usoracionalderecursos,queincluemdesdeosbensdeconsumoatéenergia

elétrica.Anteriormente, foiexemplificadoocasodeeficiênciaenergéticaede

refrigeração aplicado a DataCenters. No entanto, esta questão de eficiência

energética é bastante ampla e pode ser aplicada também às redes de

comunicação, aos computadores demesa, notebooks e a outros dispositivos,

atuando-senoseumododeoperação.

Quantoaosbensdeconsumo,comoousoexcessivodeimpressoraquetemse

mostrado recorrente em muitas empresas, pode-se promover mudança de

hábitos dos seus usuários, tais como: o uso de impressão dupla-face e o

estabelecimento de cotas de impressão. Estas são algumas medidas de

racionalizaçãodeuso.

b. Minimizaçãoderesíduoselixo.

c. ReúsoeDescarteadequadoderesíduoselixo.

d. Melhoriadepadrõesdesaúdeesegurança.Emrelaçãoapadrõesdesaúdeem

ambientes deTIC, existem algumas doenças ocupacionais típicas decorrentes

de esforço repetitivo, como LER (Lesão por Esforço Repetitivo), e de má

postura. Para resolver tais questões, podem ser tratados os aspectos

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ergonômicosdasáreasdetrabalhobemcomoincentivarpráticasdeginástica

laboral.

• Logística Externa ou de Saída (LGE): Atividades relacionadas ao recolhimento,

armazenamentoedistribuição físicadoprodutoaos compradoresouaos clientes

deserviçosdeTIC.

Essas atividades incluem empacotamento de bens, descarte de lixo ou resíduos,

armazenamentoetransporte.Cadaumadelaspodeser,ounão,realizadacomfoco

emsustentabilidade,considerando-se:

a. Usodeembalagensfeitasdematerialrecicladoe/oureciclável.

b. Otimizaçãodonúmerodeembalagensutilizadas.

c. Minimizaçãoderesíduoselixogeradosnasatividadesdeempacotamento.

d. Descarteadequadooureúsodosresíduosoulixogerado.

e. Otimizaçãodetransporte(númerodeviagens).

• Marketing e Venda (MEV):Referem-seàsatividadesdedivulgação,marketinge

vendadeprodutoseserviçosprestadospelaorganização.

a. Promoção e divulgação de ações da organização na área de sustentabilidade,

referentes aos pilares econômico, social, ambiental e cultural, vinculadas a

produtoseserviçosdeTIC.

b. Demonstraçõesonlinedeprodutoseserviços.

c. Relacionamentocomusuárioe/ouclientedeprodutosouserviçosdeTIC.

d. Serviços Pós-Venda (SPV): Estão relacionados às atividades de pós-venda que

acrescentam valor ao produto ou serviço oferecido. Como exemplos, podem-se

citar serviços de: suporte à operação, manutenção, ao treinamento, retorno de

sistemas com defeito ou obsoletos, e descarte de sistemas inservíveis, dentre

outros.Oacessoeasolicitaçãodessesserviçospodemserefetuadospordiferentes

canais,incluindosite,serviçosdeHelpDesk,dentreoutros.

Aprestaçãodessesserviçosdemodosustentávelinclui:

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a. Ofertade treinamentoscomfocoemsustentabilidade,vinculadosounãoaos

produtos e serviços prestados. Tais treinamentos poderão ser oferecidos na

modalidade presencial ou online, envolvendo funcionários, fornecedores,

usuários/clientesecomunidadelocal.

b. Suportee/oureconfiguraçãoonlinedeequipamentosparausuários/clientes.

c. Triagem adequada dos equipamentos retornados, encaminhando-se para

reúsoaquelesquepodemserreaproveitadosouparareciclagemaquelesjáno

finaldesuavidaútil.

d. Reaproveitamento de peças de equipamentos descartados paramanutenção

deoutrosequipamentos.

AFigura7.2apresentaacadeiadevalordePorter(PORTER,1998)(EPSTEIN,2008)

adaptadaparaSustentabilidadeemTIC.Nesta figura, “Margem”se refereàdiferença

entreovalortotaleocustodeexecuçãodasatividadesdevalor.

Figura7.2–ModelodeCadeiadeValoraplicadoparaEstratégiasorientadasàSustentabilidade

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7.2.2 EstabelecimentodeIndicadoresdeSustentabilidade

Cada Plano de Ação definido no Planejamento Estratégico deve ter seu resultado

avaliadoemtermosdedesempenhoparaoNegócioeseuimpactonoqueconcerneà

Sustentabilidade, nos âmbitos econômico, social, ambiental e cultural. Os Planos de

Ação podem estar agrupados em Atividades de Suporte e Atividades Primárias,

conformemodelodecadeiadevalordePorteradaptadoparaSustentabilidadeemTIC.

(videFigura7.2).

7.2.2.1 Indicadores de Sustentabilidade voltados para as Atividades de Suporte do

ModelodeCadeiadeValor

Paraasatividadesdesuporte,tem-se:

• Aquisição de Bens e Serviços (ABS): Os indicadores de sustentabilidade

pertinentesaestaatividadevisamretratarseaorganizaçãopriorizafornecedores

comprometidos com sustentabilidade e soluções “verdes”, assim como se tem

atuadonosentidodeaumentaroseuparquedesistemascomputacionais“verdes“

relativamente aos “não verdes” e o uso de bens de consumo reciclados e/ou

recicláveis,alémdereduziroconsumodebensdeinformática.Istopressupõeque

a organização tenha um sistema de inventário consistente e que contemple

informaçõessobresistemas“verdes”esobrebensrecicladoserecicláveis,alémde

dispor de um sistema consistente e adequado para credenciamento de

fornecedoreseprovedoresdeserviços.Osindicadoresrecomendadossão:

a. Porcentagem de fornecedores de serviços e/ou produtos que tenham

comprometimento com sustentabilidade (ABS1). Esses fornecedores podem

sercategorizadosem:prestadoresdeserviços,fornecedoresdeequipamentos

deinformáticae/oudetelecomunicaçõesefornecedoresdebensdeconsumo.

b. Porcentagem de fornecedores que proveem soluções ou produtos “verdes”.

(ABS2)

c. Porcentagem de fornecedores que proveem soluções de logística reversa

(ABS3).Istosignificaquenofinaldavidaútildeseuproduto,taisfornecedores

responsabilizam-se pela coleta, reúso e/ou reciclagem desses produtos já

inservíveisparaaorganização.QuandoaPolíticaNacionaldeResíduosSólidos

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(PNRS) estiver, de fato, em vigor, esta questão será uma obrigatoriedade no

contextoderesíduossólidos(Lei12.305,2011).

d. Porcentagem de equipamentos de informática e telecomunicações “verdes”

(ABS4). Tal porcentagem pode ser especificada para subgrupos diferentes,

voltados para diferentes categorias e portes de equipamentos, a saber:

microcomputadores,sistemasdeblade-server,clusters,equipamentosderede,

dentreoutros.

e. Porcentagem de bens de consumo “verdes”, reciclados, recicláveis e/ou

biodegradáveis (ABS5). Os principais bens de consumo seriam papel de

diferentes tipos e formatos, envelopes, cartuchos para impressoras, discos,

DVDs,dentreoutros.

f. Índice de crescimento anual da porcentagem de equipamentos “verdes”

(ABS6).

g. Índice de crescimento anual da porcentagem de bens de consumo “verdes”,

reciclados,recicláveise/oubiodegradáveis(ABS7).

h. Índice de consumo de equipamentos de informática e telecomunicações

(ABS8), como computadores, switches, dentreoutrosnoperíododeumano.

Este índicepode ser avaliado comoa relaçãodo volumeou valor gasto com

equipamentosemfunçãodonúmerodefuncionáriosoureceita.

i. Índice de consumo de bens de informática (ABS9), como cartucho de tinta,

discoseoutrosnoperíododeumano.Este índicepode seravaliadocomoa

relaçãodovolume–ougastocombensdeinformáticaemfunçãodonúmero

defuncionáriosoureceita.

j. Índicedecrescimentooureduçãodoíndicedeconsumodeequipamentosde

informáticaetelecomunicações(ABS10).

k. Índice de crescimento ou redução do índice de consumo de bens de

informática(ABS11).

• DesenvolvimentoTecnológico (DTE):Os indicadoresdesustentabilidadenesta

atividade contribuem para avaliar se a empresa tem investido em soluções e

inovaçõestecnológicasquepromovemamelhoriadeprodutoseprocessosnoque

tangeàsustentabilidade,contribuindo,porexemplo,comareduçãodegastosem

energia elétrica eoutros recursos, coma reduçãododeslocamentodepessoas e

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129

comaadoçãodenovasfontesalternativasdeenergiarenovável,dentreoutros.Os

indicadoresrecomendadossão:

a. Porcentagemdareceitaalocadaparaprojetosde inovação tecnológicavoltada

paraeficiênciaenergéticaeusoracionalderecursosgeraisedeTIC(DTE1).

b. Porcentagem da receita empregada no desenvolvimento de soluções de

eficiênciaenergéticaparaDataCenter(DTE2).

c. Númerodeprojetosvoltadosparaodesenvolvimentodesoluçõesdeeficiência

energéticaparaDataCenter(DTE3).

d. Porcentagem da receita empregada no desenvolvimento de soluções de

eficiênciaenergéticaaplicadasàsredesdecomunicação(DTE4).

e. Númerodeprojetosvoltadosparasoluçõesdeeficiênciaenergéticaaplicadasàs

redesdecomunicaçãooperadaspelaorganização,sejamelasredeslocais,redes

metropolitanasouredesdelongadistância(DTE5).

f. Porcentagem da receita empregada no desenvolvimento de soluções de

eficiênciaenergéticaparacomputadoresdemesa(DTE6).

g. Númerodeprojetosvoltadosparasoluçõesdeeficiênciaenergéticaaplicadasa

computadoresdemesa(DTE7).

h. Porcentagem da receita empregada no desenvolvimento de soluções de

virtualizaçãoderecursoscomputacionais(DTE8).

i. Númerodeprojetosvoltadosparasoluçõesdevirtualizaçãodecomputadorese

equipamentosderede(DTE9).

j. Porcentagemdareceitaempregadanodesenvolvimentodesoluçõesdefluxode

trabalhobaseadoemdocumentoseletrônicos(DTE10).

k. Númerodeprojetosvoltadosparaasubstituiçãodofluxodetrabalhobaseado

empapelpelofluxodetrabalhobaseadoemdocumentoseletrônicos(DTE11).

l. Porcentagem da receita empregada no desenvolvimento de ferramentas de

trabalhocolaborativo(DTE12).

m. Número de projetos voltados para o desenvolvimento de ferramentas de

trabalhocolaborativo(DTE13).

n. Porcentagemdasimpressorasquesãomonitoradasporferramentasdecontrole

denúmerodeimpressões(DTE14).

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o. Porcentagem da receita empregada na atualização dos processos

administrativoseoperacionaisvisandooaumentodeprodutividadeeredução

degastosderecursos(DTE15).

p. Númerodeprojetosvoltadosparaatualizaçãodosprocessosadministrativose

operacionais(DTE16).

q. Porcentagem da receita empregada em prospecção tecnológica visando a

incorporaçãodenovastecnologiasquetragamumdiferencialcompetitivopara

aorganização(DTE17).

r. Númerodeprojetosdeprospecçãotecnológica(DTE18).

• Gestão de Recursos Humanos (GRH): Neste caso, os indicadores de

sustentabilidade serão empregados para avaliar o quanto a organização está

investindonoengajamentodeseusfuncionáriosedemaisparceirosdenegócioem

ações de sustentabilidade e dando suporte ao treinamento adequado de seus

funcionários.Osindicadoresrecomendadossão:

a. Porcentagemda receita destinada às atividades de educação demodo geral,

abrangendo campanhas educacionais, eventos temáticos e treinamentos

presenciais e online, além de bolsas de estudos, oferecidos para todos os

participantesdacadeia,sejamfuncionários, fornecedores,usuários/clientese

comunidadeemgeral(GRH1).

b. Porcentagem da receita destinada às atividades de educação, abrangendo

campanhas educacionais, eventos temáticos e treinamentos presenciais e

online, além de bolsas de estudo, com foco em TIC e/ou Sustentabilidade,

oferecidos para todos os participantes da cadeia, sejam funcionários,

fornecedores,usuários/clientesecomunidadeemgeral(GRH2).

c. Número de campanhas educacionais com ênfase em práticas sustentáveis

realizadasnoperíododeumano (GRH3), envolvendo funcionários e demais

participantes,comofornecedores,usuários/clientesecomunidadelocal.Como

exemplo pode-se citar campanha de coleta de resíduos de informática e

telecomunicaçõesou,ainda,campanhadesaúdepreventiva.

d. Número de eventos temáticos internos ou externos nas áreas de TIC e

Sustentabilidade, realizados no período de um ano (GRH4). Esses eventos

podem ser presenciais ou online. Tais tipos de eventos, quando promovidos

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131

pela própria organização, podem ser abertos a funcionários, fornecedores,

usuários/clientes e comunidade local. Como exemplos, podem-se citar

workshops,exposiçõesepalestras.

e. Número de horas de treinamentos presenciais e online oferecidos por

funcionário da área de TIC no período de um ano (GRH5). Este número de

horaspodesercontabilizadoconsiderando-seosdiferentesníveisdeformação

dos funcionários, como, por exemplo, nível básico, nível técnico e nível

superior, ou o patamar na carreira do funcionário dentro da organização,

como,porexemplo,projetistajúniorousênior,consultorsênior,dentreoutros.

f. Número de horas de treinamentos especializados em TIC, presenciais ou

online, oferecidos por funcionário da área de TIC no período de um ano

(GRH6).

g. Número de horas de treinamentos presenciais ou online para o

desenvolvimento de competências em Sustentabilidade aplicadas às áreas

corporativaedeTIC,oferecidosporfuncionárionaáreadeTIC(GRH7).

h. Índicedecrescimentodonúmerohorasdetreinamentospresenciaisouonline

geral,voltadosàTICeàSustentabilidadeeoferecidosporfuncionárionaárea

deTIC(GRH8).

i. Número de fornecedores, usuários e/ou clientes e pessoas da comunidade

local participantes de eventos temáticos e/ou treinamentos presenciais e

onlineoferecidospelaorganização(GRH9).

j. Número de bolsas ou financiamentos concedidos para estudos em níveis

básico,médio,superioredepós-graduação,parciaisouintegrais,oferecidosa

funcionáriosdaáreadeTIC(GRH10).

k. Porcentagemdebolsasoufinanciamentosconcedidosparaestudosemníveis

básico,médio,superioredepós-graduação,parciaisouintegrais,oferecidosa

funcionáriosdaáreadeTICcomfocoemSustentabilidade(GRH11).

l. Inclusão de práticas sustentáveis como: critério de seleção, fator de

desempenho dos funcionários e consequente concessão de benefícios

(GRH12).

m. Número de funcionários da área de TIC oriundos da comunidade local

(GRH13).

n. Número de funcionários da área de TIC em posições de chefia, que são

oriundosdacomunidadelocal(GRH14).

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• Infraestrutura da Organização (IOG): Tais indicadores informam se a

organização possui práticas de sustentabilidade relacionadas a ativos e bens de

uso comum por todas as suas áreas e não apenas na área de TIC, incluindo

infraestrutura predial, bens permanentes e de consumo de modo geral. Os

indicadoresrecomendadosincluem:

a. Gastostotaiscomenergiaelétrica(kWh,R$)mensaleanual(IOG1).

b. Índicedeconsumoenergiaelétrica(kWh,R$)mensaleanualporfuncionário

(IOG2).

c. Índicedecrescimentoe/oureduçãodeconsumodeenergiaelétricamensale

anualporfuncionário(IOG3).

d. Suporteafontesalternativasdeenergiarenovável,comoenergiasolar(IOG4).

e. Porcentagemdassalaseáreasdeusocomumcominterruptoresdeiluminação

e/ouarcondicionadoacionadosporsensoresdepresença(IOG5).

f. Gastostotaiscomconsumodeágua(volume,R$)mensaleanual(IOG6).

g. Índice de consumo de água (volume, R$) mensal e anual por funcionário

(IOG7).

h. Índicedecrescimentoe/oureduçãodeconsumodeáguamensaleanualpor

funcionário(IOG8).

i. Suporte a sistemas de captação de água alternativos, como Sistemas de

CaptaçãodeÁguadeChuva(IOG9).

j. Porcentagem de válvulas de água ou torneiras acionadas por sensores de

proximidade(IOG10).

k. Tempo médio de reparo de problemas na instalação elétrica e hidráulica

(IOG11).

l. Gastostotaiscomcombustível(litros,R$)mensaleanual(IOG12).

m. Índice de consumo de combustível (por exemplo, óleo diesel) (litros, R$)

mensaleanualporfuncionário(IOG13).

n. Índice de crescimento e/ou redução de consumo de combustível mensal e

anualporfuncionário(IOG14).

o. Volume de lixo reciclado e não recicladomensal e anual. Este lixo pode ser

classificadoportipodematerial(IOG15).

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133

p. Volume de lixo reciclado e não reciclado mensal e anual por funcionário

(IOG16).

q. Índice de crescimento e/ou redução do volume de lixo reciclado e não

recicladomensaleanualporfuncionário(IOG17).

r. Porcentagem das áreas projetadas ou reformadas para adequação à lei da

acessibilidade(Lei10.098,2000)(IOG18).

7.2.2.2 Indicadores de Sustentabilidade voltados para as Atividades Primárias do

ModelodeCadeiadeValor

Paraasatividadesprimárias,tem-se:

• Logística Interna ou de Entrada (LGI): Os indicadores de sustentabilidade são

usados para avaliar se existe otimização de transporte no caso de aquisição de

equipamentos de informática e telecomunicações e bens de consumo, se há

tratamento adequado das embalagens dos materiais recebidos e se é realizado

armazenamento adequado deste mesmo material. Como indicadores de

sustentabilidaderecomendadostem-se:

a. Número de fretes de mercadorias de mesma natureza recebidos por mês

(LGI1).

b. Númerodeitensarmazenados.Estenúmeropodeserobtidodeacordocoma

categoriadositenscomo,porexemplo:equipamentoseletroeletrônicos,bense

acessóriosdeinformáticaematerialdeescritório(LGI2).

c. Número de itens estocados que são descartados anualmente por defeito,

vencimentoouarmazenamentoinadequado(LGI3).

d. Porcentagem de itens estocados que são descartados anualmente por

vencimentoouarmazenamentoinadequado(LGI4).

e. Índicedecrescimentooureduçãodeitensdescartados(LGI5).

f. Volume de embalagens recicláveis e não recicláveis recebidas mensal e

anualmente(LGI6).

g. Volume de embalagens recicláveis e não recicláveis recebidas mensal e

anualmenteporfuncionário(LGI7).

h. Porcentagem das embalagens recebidas que são reusadas ou podem ser

encaminhadasparareciclagem(LGI8).

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134

i. Porcentagemdasembalagensrecebidasquesãodescartadas(LGI9).

j. Índice de crescimento e/ou redução da porcentagem das embalagens

recebidasquesãoreusadasouencaminhadasparareciclagem(LGI10).

• Operações(OPR):Osindicadoresdesustentabilidadevisamavaliarseassoluções

deeficiênciaenergéticaeusoracionalderecursostêmefetivamentesurtidoefeito

na redução de gastos, de consumo de energia elétrica, óleo diesel, bens de

informática,emviagenseoutros.Comoindicadoresrecomendadostem-se:

a. Gasto total de energia elétrica com a infraestrutura de TIC (KWh ou R$)

(OPR1).

b. Índicedegastodeenergiaelétrica(kWhouR$)noDataCenterporcapacidade

deprocessamentoearmazenamentoinstaladaeporfuncionário(OPR2).

c. Índicedegastodeenergiaelétrica(kWhouR$)porcapacidadedetransmissão

instalada(OPR3).

d. Índice de gasto de energia elétrica (kWh ou R$) por computador de mesa

(OPR4).

e. Índicedereduçãodeconsumodeenergiaelétricamensaleanual, totalepor

funcionário,nocasodesoluçõesdeeficiênciaenergéticaederefrigeraçãopara

oDataCenter(OPR5).

f. Índicedereduçãodeconsumodeenergiaelétricamensaleanual, totalepor

funcionário, no caso de adoção de soluções de eficiência energética para as

redesoperadaspelaorganização,sejamelasredeslocais,redesmetropolitanas

ouredesdelongadistância(OPR6).

g. Índicedereduçãodeconsumodeenergiaelétricamensaleanual, totalepor

funcionário, no caso de adoção de soluções de eficiência energética para

computadoresdemesa,laptops,netbooks,dentreoutros(OPR7).

h. Índicedereduçãodeconsumodeenergiaelétricamensaleanual, totalepor

funcionário,nocasodeadoçãodesoluçõesdevirtualizaçãodecomputadorese

equipamentosderede(OPR8).

i. Índicedeconsumodeóleodiesel (litrosouR$)porcapacidadedegeradore

porfuncionário(OPR9).

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135

j. Índice de reduçãode númerode impressões, de consumode papel e tonner

para impressoraem funçãodasubstituiçãodo fluxode trabalhobaseadoem

papelpelofluxodetrabalhobaseadoemdocumentoseletrônicos(OPR10).

k. Porcentagem das impressoras que são monitoradas por ferramentas de

controledenúmerodeimpressões(OPR11).

l. Gastototal(R$)combensdeconsumodeinformáticaemgeral(OPR12).

m. Índicedegastocompapel(R$)porimpressoraeporfuncionário(OPR13).

n. Índice de gasto em cartuchos de impressoras (R$) por impressora e por

funcionário(OPR14).

o. Índice de redução de deslocamentos e/ou viagens (R$, quilometragem) em

virtudedousode ferramentasde trabalhocolaborativo (OPR15).Devemser

especificadostipodetransporte,aéreoourodoviário,edistânciasenvolvidas.

p. Índice de gasto em viagens (R$, quiilometragem) por funcionário,

categorizando-se o tipo de atividade, incluindo reuniões presenciais,

treinamento, conferências, dentre outros (OPR16). Devem ser especificados

tipodetransporte,aéreoourodoviário,edistânciasenvolvidas.

q. Índicede crescimentoou reduçãodos índicesdegastosemTIC comenergia

elétrica, óleo diesel, bens de informática em geral, papel, cartuchos de

impressora,viagenseoutros(OPR17).

r. Volume de resíduos e lixo gerados pela área de TIC mensal e anualmente

(OPR16).

s. VolumederesíduoselixogeradospelaáreadeTICmensaleanualmenteque

sãoreusadosouencaminhadosparareciclagem(OPR17).

t. VolumederesíduoselixogeradospelaáreadeTICmensaleanualmenteque

sãodescartados(OPR18).

u. Frequênciadepráticaspreventivascontradoençasocupacionais(porexemplo,

ginásticalaborial)promovidaspelaprópriaorganização(OPR19).

v. NúmerodefuncionáriosdaáreadeTIClicenciadosemdecorrêncadedoenças

ocupacionaisnoperíododeumano(OPR20).

w. Segurança do local de trabalho aderente às normas vigentes em níveis

municipal,estadualefederaleasnormasdaCIPA(OPR21).

x. Índice entre número de Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

disponibilizadospelaorganizaçãoenúmerodefuncionáriosquetrabalhamno

local(OPR22).

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136

y. Númerodeincidentesdetrabalhoocorridosnoperíododeumanonaáreade

TIC(OPR23).

• Logística Externa ou de Saída (LGE): Neste caso, os indicadores de

sustentabilidade são usados para verificar a adoção de práticas sustentáveis no

empacotamento de bens a serem encaminhados para outros locais, como tipos de

embalagens usadas, resíduos gerados e otimização de transporte. Os indicadores

recomendadossão:

a. Volume de embalagens recicláveis e não recicláveis usadas mensal e

anualmente(LGE1).

b. Volume de embalagens recicláveis e não recicláveis usadas mensal e

anualmenteporfuncionário(LGE2).

c. Volumederesíduosgeradosnoempacotamentodebens(LGE3).

d. Porcentagem dos resíduos gerados no empacotamento de bens que são

reusadosoureciclados(LGE4).

e. Porcentagem dos resíduos gerados no empacotamento de bens que são

descartados(LGE5).

f. Índice de crescimento e/ou redução da porcentagem dos resíduos que são

reusadasouencaminhadasparareciclagem(LGE6).

g. Númerodefretesparaentregademercadoriasdemesmanaturezausadospor

mês(LGE7).Podehaverumareclassificaçãoemfretesinternoeexterno.

• Marketing & Vendas (MEV): Neste caso, os indicadores de sustentabilidade

recomendadossão:

a. Númerodeeventostemáticosdemarketingreferentesatecnologias,produtose

serviços de TIC com foco em sustentabilidade, realizados presencialmente,

online ou demodo híbrido no período de um ano. Como exemplos, podem-se

citarworkshops,exposiçõesepalestras(MVE1).

b. Númerodeeventostemáticosdemarketingreferentesatecnologias,produtose

serviços de TIC com foco em sustentabilidade realizados por funcionário,

fornecedoreporusuário/clientenoperíododeumano(MVE2).

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137

c. Índicedecrescimentodonúmerodeeventostemáticosdemarketingreferentes

atecnologias,produtoseserviçosdeTICrealizadosporfuncionário,fornecedor

eporusuário/cliente(MVE3).

d. Porcentagem dos eventos temáticos online em relação ao número total de

eventostemáticosdemarketing(MVE4).

e. Índicedecrescimentodaporcentagemdeeventosdemarketingonline(MVE5).

f. Número de horas de treinamentos promovidos pela área de marketing sobre

tecnologias,produtoseserviçosdeTICcomfocoemsustentabilidade,realizados

presencialmente,onlineoudemodohíbridonoperíododeumano(MVE6).

g. Número de horas de treinamentos promovidos pela área de marketing sobre

tecnologias,produtoseserviçosdeTICcomfocoemsustentabilidaderealizados

porfuncionárioeporusuário/clientenoperíododeumano(MVE7).

h. Índice de crescimento do número de horas de treinamentos promovidos pela

áreademarketingsobretecnologias,produtoseserviçosdeTICrealizadospor

funcionárioeporusuário/cliente(MVE8).

i. Porcentagemdonúmerodehorasdetreinamentosonlinepromovidospelaárea

demarketingemrelaçãoaonúmerototaldehorasdetreinamentospromovidos

porestamesmaárea(MVE9).

j. Índice de crescimento da porcentagem do número de horas de treinamentos

onlinepromovidospelaáreademarketing(MVE10).

k. Número de demonstrações sobre tecnologias, produtos e serviços de TIC,

realizadas presencialmente, online ou demodo híbrido no período de um ano

(MVE11).

l. Númerodedemonstraçõesonlinesobretecnologias,produtoseserviçosdeTIC

promovidaspelaáreademarketing(MVE12).

m. Porcentagemdonúmerodedemonstraçõesonlineemrelaçãoaonúmero total

dedemonstraçõespromovidaspelaáreademarketing(MVE13).

n. Índice de crescimento do número de demonstrações online promovidas pela

áreademarketing(MVE14).

o. Porcentagemdeusuários/clientesquefazemusodoserviçodelogísticareversa

deequipamentosdeTICoferecidopelaorganização(MVE15).

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138

• Serviços de Pós-Venda (SPV): Este indicador informa como a organização se

relacionacomusuáriose/ouclientesdaorganização.Nestecaso,os indicadoresde

sustentabilidaderecomendadossão:

a. Númerototaldehorasdetreinamentoreferentesaprodutoseserviçoscomfoco

em suporte, aplicados às áreas corporativa e de TIC, e oferecidos para

funcionárioseusuários/clientes.Estenúmerodehoraspodeserclassificadoem

treinamentopresencialeonline(SPV1).

b. Porcentagem do número total de horas de treinamento de suporte online em

relaçãoaonúmerototaldehorasdetreinamento(SPV2).

c. Número de chamadas referentes a suporte e/ou reconfiguração online de

equipamentos(SPV3).

d. Índice de crescimento de chamadas referentes a suporte e/ou reconfiguração

onlinedeequipamentos(SPV4).

e. Tempodevidamédiodeequipamentoseletroeletrônicosdaorganização(SPV5).

f. Índice de crescimento/redução do ciclo de vida de equipamentos

eletroeletrônicosdaorganização(SPV6).

g. PorcentagemdeequipamentoseletroeletrônicosemaisespecificamentedeTIC

inservíveis na organização, que são encaminhados para reúso em projetos

sociais(SPV7).

h. PorcentagemdeequipamentoseletroeletrônicosemaisespecificamentedeTIC

inservíveis na organização, que são desmontados e encaminhados para

reciclagemdecomponentes(SPV8).

i. Porcentagemdeequipamentoseletroeletrônicosinservíveisnaorganizaçãoque

sãodescartados(SPV9).

j. Índicedecrescimentodovolumedeequipamentoseletroeletrônicosinservíveis

na organização, que são encaminhados para reúso em projetos sociais ou

reciclagem(SPV10).

k. Númerodeprojetossociaisatendidoscomequipamentoseletroeletrônicoscom

possibilidadedereúso(SPV11).

As Tabelas 7.1 a 7.6 classificam os Indicadores de Sustentabilidade segundo os

diferentesPilaresdeSustentabilidade,asaber:econômico,ambientalesocial.

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139

Tabela7.1–IndicadoresEconômicosparaasAtividadesdeSuportedaCadeiadeValor

TIPOATIV INDICADOR

FONTEDEINFORMAÇÃO

Aquisiçãoe

Serviços • Índicedegastocomequipamentosdeinformática(ABS8).

• Índicedegastocombensdeinformáticapornúmerodefuncionáriosnoperíododeumano(ABS9).

• Evoluçãodosíndicesdegastocomequipamentosebensdeinformática(ABS10eABS11).

• OrçamentogastocomequipamentodeTICebensdeinformática.

DesenvolvimentoTecnológico

• Porcentagemdareceitaalocadaparaprojetosdeinovaçãotecnológicavoltadaparaeficiênciaenergéticaeusoracionalderecursos(DTE1).

• PorcentagemdareceitaenúmerodeprojetosvoltadosparasoluçõesdeeficiênciaenergéticaparaDataCenter(DTE2)(DTE3).

• Porcentagemdareceitaenúmerodeprojetosvoltadosparasoluçõesdeeficiênciaenergéticaaplicadasàsredesdecomunicação(DTE4)(DTE5).

• Porcentagemdareceitaenúmerodeprojetosvoltadosparasoluçõesdeeficiênciaenergéticaparacomputadoresdemesa(DTE6)(DTE7).

• Porcentagemdareceitaenúmerodeprojetosvoltadosparasoluçõesdevirtualizaçãoderecursoscomputacionais(DTE8)(DTE9).

• Porcentagemdareceitaenúmerodeprojetosvoltadosparaasubstituiçãodofluxodetrabalhobaseadoempapelporoutro,baseadoemdocumentoseletrônicos(DTE10)(DTE11).

• Porcentagemdareceitaenúmerodeprojetosvoltadosparaodesenvolvimentodeferramentasdetrabalhocolaborativo(DTE12)(DTE13).

• Porcentagemdasimpressorasquesãomonitoradasporferramentasdecontroledenúmerodeimpressões(DTE14).

• Porcentagemdareceitaenúmerodeprojetosvoltadosparaaatualizaçãodosprocessosadministrativoseoperacionais(DTE15)(DTE16).

• Porcentagemdareceitaenúmerodeprojetosvoltadosparaprospecçãotecnológica(DTE17)(DTE18).

• Orçamentoalocadoparaodesenvolvi-mentodeprojetosdeinovaçãotecnológica.

• Catálogodeprojetosdeinovaçãotecnológicaativos.

Recrsos

Hum

anos

• NúmerodefuncionáriosdaáreadeTICquesãooriundosdacomunidadelocal(GRH13).

• NúmerodefuncionáriosdaáreadeTICemposiçõesdechefia,quesãooriundosdacomunidadelocal(GRH14)

• Basedeinformaçõessobreosfuncionários.

Infraestrutura

• Gastostotaiscomenergiaelétrica(kWh,R$)mensaleanual(IOG1).• Índice de consumo de energia elétrica (kWh, R$) mensal e anual porfuncionário(IOG2).

• Índicedecrescimentoe/oureduçãodeconsumodeenergiaelétricamensaleanualporfuncionário(IOG3).

• Porcentagemdasáreasdeusocomumquedispõemdeinterruptoresdeluze/ouarcondicionadoacionadosporsensoresdepresença(IOG5).

• Gastostotaiscomconsumodeáguamensaleanual(litros,R$)(IOG6).• Índice de consumo de água (litros, R$) mensal e anual por funcionário(IOG7).

• Índicedecrescimentoe/oureduçãodeconsumodeáguamensaleanualporfuncionário(IOG8).

• Porcentagemdeválvulasdeáguaoutorneirasquesãoacionadasporsensoresdeproximidade(IOG10).

• Plantaselétricaehidráulicado(s)prédio(s)atualizadas.

• ContasdeLuz.• ContasdeÁgua.

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140

Tabela7.2–IndicadoresEconômicosparaasAtividadesPrimáriasdaCadeiadeValor

TIPOATIV

INDICADOR FONTEDEINFORMAÇÃO

LogísticaInterna • Númerodefretesdemesmanaturezarecebidospormês(LGI1).

• Númerodeitensarmazenados(LGI2).• Númerodeitensestocadosdescartadosanualmenteporvencimentoouarmazenamentoinadequado(LGI3).

• Porcentagemdeitensestocadosdescartadosanualmentepordefeito,vencimentoouarmazenamentoinadequado(LGI4).

• Índicedecrescimentooureduçãodeitensdescartados(LGI5).

• Sistemadecontroledoalmo-xarifado.

Operações

• GastosdeenergiaelétricacominfraestruturadeTIC(KWhouR$)(OPR1).

• Índicedegastodeenergiaelétrica(kWhouR$)noDataCenterporcapacidadedeprocessamentoearmazenamentoinstaladaeporfuncionário(OPR2).

• Índicedegastodeenergiaelétrica(kWhouR$)porcapacidadedetransmissãoinstalada.(OPR3).

• Índicedegastodeenergiaelétrica(kWhouR$)porcomputador(OPR4).• Índicedereduçãodeconsumodeenergiaelétricamensaleanual,totaleporfuncionário,parasoluçõesdeeficiênciaenergéticaederefrigeraçãodoDataCenter(OPR5).

• Índicedereduçãodeconsumodeenergiaelétricamensaleanual,totaleporfuncionário,parasoluçõesdeeficiênciaenergéticaparaasredesdecomunicaçãoecomputadoresdemesa(OPR6)(OPR7).

• Índicedereduçãodeconsumodeenergiaelétricamensaleanual,totaleporfuncionárioparasoluçõesdevirtualizaçãocomputacional(OPR8).

• Índicedeconsumodeóleodiesel(litrosouR$)porcapacidadedegeradoreporfuncionário(OPR9).

• Índicedereduçãodenúmerodeimpressõesebensdeconsumopelaadoçãodefluxodetrabalhodedocumentoseletrônicos(OPR10).

• Gastototal(R$)combensdeconsumoedeinformática(OPR12).• Índicedegastocompapel(R$)porimpressoraefuncionário(OPR13).• Índicedegastoemcartuchos(R$)porimpressoraefuncionário(OPR14).• Índicedereduçãodedeslocamentose/ouviagensemvirtudedousodeferramentasdetrabalhocolaborativo(OPR15).

• Índicedegastoemviagens(R$)porfuncionário(OPR16).• Índicedecrescimentooureduçãodosíndicesdegastoscomenergiaelétrica,óleodiesel,bensdeinformáticaemgeral,papel,cartuchosdeimpressora,viagenseoutros(OPR17).

• SistemadeGerencia-mentodeInfraestru-turasPredialedeTIC.

Logística

Externa

• Númerodefretesparaentregademercadoriasdemesmanaturezausadospormês(LGE7).

• Sistemadecontroledesaídadebens.

• SistemadecontroledeFrotas.

Marqketinge

Venda

• Porcentagemdeusuários/clientesquefazemusodoserviçodelogísticareversadeequipamentosdeTICoferecidopelaorganização(MVE15).

• Inventáriodeequipa-mentosparareúsooureciclagem.

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141

Tabela7.3–IndicadoresEconômicosparaasAtividadesPrimáriasdaCadeiadeValor(Cont.)

TIPOATIV

INDICADOR FONTEDEINFORMAÇÃO

Serviços

Pós-Venda

• Númerodechamadasreferentesasuportee/oureconfiguraçãoonlinedeequipamentos(SPV3).

• Índicedecrescimentodechamadasreferentesasuportee/oureconfiguraçãoonlinedeequipamentos(SPV4).

• Tempodevidamédiodeequipamentoseletroeletrônicosdaorganização(SPV5).

• Índicedecrescimento/reduçãodociclodevidadeequipamentoseletroeletrônicosdaorganização(SPV6).

• ControledechamadasregistradasnoHelpDesk.

• Inventáriodeequipa-mentos.

Tabela7.4–IndicadoresAmbientaisparaasAtividadesdeSuportedaCadeiadeValor

TIPOATIV INDICADOR FONTEDE

INFORMAÇÃO

AquisiçãoeServiços

• PorcentagemdefornecedorescomprometidoscomSustentabilidade(ABS1).

• Porcentagemdefornecedorescomsoluções“verdes”(ABs2).• Porcentagemdefornecedorescomsoluçõesdelogísticareversa(ABS3).• Porcentagemdeequipamentos“verdes”(ABS4).• Porcentagemdebensdeinformática“verdes”,reciclados,recicláveise/oubiodegradáveis(ABS5).

• Crescimentoanualdeequipamentos“verdes”(ABS6).• Crescimentoanualdebensdeinformática“verdes”,reciclados,recicláveise/oubiodegradáveis(ABS7).

• SistemadeInventáriodeAtivos.

• SistemadeCredencia-mentodeFornecedores.

Infraestrutura

• Suporteafontesalternativasdeenergiarenovável,comoenergiasolar(IOG4).

• Suporteasistemasdecaptaçãodeáguaalternativos,comoSistemasdeCaptaçãodeÁguadeChuva(IOG9).

• Tempomédiodereparodeproblemasnainstalaçãoelétricaehidráulica(IOG11).

• Volumedelixoreciclávelenãoreciclávelmensaleanual(IOG15)• Volumedelixoreciclávelenãoreciclávelmensaleanualporfuncionário(IOG16).

• Índicedecrescimentoe/oureduçãodovolumedelixoreciclávelenãoreciclávelmensaleanualporfuncionário(IOG17).

• Plantaselétricaehidráulicado(s)prédio(s)atualizadas.

• ControledechamadasregistradasnoHelpDesk.

• Volumedelixoencaminhadoparareciclagem.

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Tabela7.5–IndicadoresAmbientaisparaasAtividadesPrimáriasdaCadeiadeValor

TIPOATIV INDICADOR FONTEDE

INFORMAÇÃOLogísticaInterna • Volumetotaleporfuncionáriodeembalagensrecicláveisenão

recicláveisrecebidasmensaleanualmente(LGI6)(LGI7).• Porcentagemdasembalagensrecebidasquesãoreusadasouencaminhadasparareciclagem(LGI8).

• Porcentagemdasembalagensrecebidasquesãodescartadas(LG9).• Índicedecrescimentoe/oureduçãodaporcentagemdasembalagensrecebidasquesãoreusadasouencaminhadasparareciclagem(LGI10).

• Volumedematerialdeembalagemobtidoesuadestinação.

Operações

• Porcentagemdasimpressorasmonitoradasporferramentasdecontroledenúmerodeimpressões(OPR11).

• VolumederesíduoselixogeradospelaáreadeTICmensaleanualmente(OPR16).

• VolumederesíduoselixogeradospelaáreadeTICmensaleanualmentequesãoreusadoseencaminhadosparareciclagem(OPR17).

• Volumederesíduoselixogeradosmensaleanualmentequesãodescartados(OPR18).

• SistemadeControledeImpressoras.

• VolumedelixodeTICencami-nhadoparareúsooureciclagem.

LogísticaExterna

• Volumedeembalagensrecicláveisenãorecicláveisusadasmensaleanualmente(LGE1).

• Volumedeembalagensrecicláveisenãorecicláveisusadasmensaleanualmenteporfuncionário(LGE2).

• Volumederesíduosgeradosnoempacotamentodebens(LGE3).• Porcentagemdosresíduosgeradosnoempacotamentodebensquesãoreusadosereciclados(LGE4).

• Porcentagemdosresíduosgeradosnoempacotamentodebensquesãodescartados(LGE5).

• Índicedecrescimentoe/oureduçãodaporcentagemdosresíduosquesãoreusadasouencaminhadasparareciclagem(LGE6).

• Volumedematerialdeembalagemeoutrosresíduosesuadestinação.

Marketing&Vendas

• Porcentagemdoseventostemáticosonlineemrelaçãoaonúmerototaldeeventostemáticosdemarketing(MVE4).

• Índicedecrescimentodaporcentagemdeeventosdemarketingonline.(MVE5).

• Porcentagemdostreinamentosonlineemrelaçãoaonúmerototaldetreinamentosdaáreademarketing(MVE9).

• Índicedecrescimentodaporcentagemdetreinamentosonlinepromovidospelaáreademarketing(MVE10).

• Númerodedemonstraçõesonlinesobretecnologias,produtoseserviçosdeTICpromovidaspelaáreademarketing(MVE12).

• Porcentagemdonúmerodedemonstraçõesonlineemrelaçãoaonúmerototaldedemonstraçõespromovidaspelaáreademarketing(MVE13).

• Índicedecrescimentodonúmerodedemonstraçõesonline(MVE14).

• Cadastrodeeventos,treina-mentosedemonstra-çõesdaáreademarketing.

ServiçosPós-Venda • Porcentagemdeequipamentoseletroeletrônicosinservíveisna

organização,quesãodesmontadoseencaminhadosparareúsoereciclagemdecomponentes(SPV7)(SPV8).

• Porcentagemdeequipamentoseletroeletrônicosinservíveisnaorganizaçãoquesãodescartados(SPV9).

• Índicedecrescimentodovolumedeequipamentoseletroeletrônicosinservíveisnaorganização,quesãoencaminhadosparareúsoemprojetossociaisoureciclagem(SPV10).

• Cadastrodeequipamentosparareúsoereciclagemrecebidospelaorganização.

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143

Tabela7.6–IndicadoresSociaisparaasAtividadesdeSuportedaCadeiadeValor

TIPODEATIV INDICADOR FONTEDE

INFORMAÇÃORecursosHum

anos

• Porcentagemdareceitadestinadaàsatividadesdeeducaçãodemodogeral(GRH1).

• Porcentagemdareceitadestinadaàsatividadesdeeducação,comfocoemTICe/ouSustentabilidade(GRH2).

• Número de campanhas educacionais em práticas sustentáveisrealizadasnoperíododeumano(GRH3).

• Número de eventos temáticos nas áreas de TIC e Sustentabilidaderealizadosnoperíododeumano(GRH4).

• Número total de horas de treinamentos presenciais ou onlineoferecidos por funcionário da área de TIC no período de um ano(GRH5).

• NúmerodehorasdetreinamentoespecializadoemTICecomfocoemSustentabilidade, presenciais ou online, oferecidos por funcionário daáreadeTICnoperíododeumano(GRH6)(GRH7).

• Índicedecrescimentodonúmerohorasdetreinamentospresenciaisouonline geral, voltados à TIC e à Sustentabilidade oferecidos porfuncionárionaáreadeTIC(GRH8).

• Número de fornecedores, usuários e/ou clientes e pessoas dacomunidadelocalparticipantesdeatividadeseducacionais,presenciaisouonline,oferecidaspelaorganização(GRH9).

• NúmerodebolsasdeestudosoferecidasafuncionáriosdaáreadeTIC(GRH10).

• PorcentagemdebolsasdeestudosoferecidasafuncionáriosdaáreadeTICcomfocoemSustentabilidade(GRH11).

• Inclusão de práticas sustentáveis como fator de desempenho dosfuncionários(GRH12).

• CadastrodetreinamentosrealizadosjuntoaosetordeRH.

• CadastrodeconcessãodebolsasdeestudojuntoaosetordeRH.

• PedidosdelicençamédicaregistradosnosetordeRH.

Infraestrut

ura

• Porcentagemdasáreasprojetadasoureformadasparaadequaçãoàleidaacessibilidade(IOG18).

• Plantasdeconstruçãocivildo(s)prédio(s)atualizadas.

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Tabela7.7–IndicadoresSociaisparaasAtividadesPrimáriasdaCadeiadeValor

TIPODEATIV

INDICADOR FONTEDEINFORMAÇÃO

Operações

• Frequênciadepráticaspreventivascontradoençasocupacionais(OPR19).

• NúmerodefuncionáriosdaáreadeTIClicenciadosdevidoadoençasocupacionaisnoperíododeumano(OPR20).

• Segurançadolocaldetrabalhoaderenteàsnormasvigentes(OPR21).• ÍndiceentrenúmerodeEquipamentosdeProteçãoIndividual(EPI)enúmerodefuncionáriosdolocal(OPR22).

• Númerodeincidentesdetrabalhoocorridosnoperíododeumano(OPR23).

• Licençadeoperaçãoobtidaporórgãocompetente.

• PedidosdelicençadetrabalhojuntoaoRH.

Marketing&Vendas

• Númerodeeventostemáticosdemarketingreferentesatecnologias,produtoseserviçosdeTICcomfocoemsustentabilidade(MVE1).

• Númerodeeventostemáticosdemarketingrealizadosporfuncionário,fornecedoreusuário/cliente(MVE2).

• Índicedecrescimentodonúmerodeeventostemáticosdemarketingrealizadosporfuncionário,fornecedoreusuário/cliente(MVE3).

• Númerodehorasdetreinamentospromovidospelaáreademarketingrealizadospresencialmente,onlineoudemodohíbrido,noperíododeumano(MVE6).

• Númerodehorasdetreinamentospromovidospelaáreademarketingerealizadosporfuncionárioeporusuário/clientenoperíododeumano(MVE7).

• Índicedecrescimentodonúmerodehorasdetreinamentospromovidospelaáreademarketingerealizadosporfuncionárioeporusuário/cliente(MVE8).

• Númerodedemonstraçõessobretecnologias,produtoseserviçosdeTIC,realizadaspresencialmente,onlineoudemodohíbrido,noperíododeumano.(MVE11).

• Cadastrodeeventos,treinamentosedemonstraçõesdaáreademarketing.

ServiçosPós-Venda

• NúmerototaldehorasdetreinamentoreferentesaprodutoseserviçoscomfocoemSustentabilidade(SPV1).

• Porcentagemdonúmerototaldehorasdetreinamentoonlineemrelaçãoaonúmerototaldehorasdetreinamento(SPV2).

• Porcentagemdeequipamentoseletroeletrônicosinservíveisnaorganização,quesãoencaminhadosparareúsoemprojetossociais(SPV7).

• Índicedecrescimentodovolumedeequipamentoseletroeletrônicosinservíveisnaorganização,quesãoencaminhadosparareúsoemprojetossociaisoureciclagem(SPV10).

• Númerodeprojetossociaisatendidoscomequipamentoseletroeletrônicoscompossibilidadedereúso(SPV11).

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145

7.2.2.3 IndicadoreseosPilaresdeSustentabilidade

ATabela7.7resumeonúmerodeindicadoresdesustentabilidadepropostoparaaárea

deTICdeumaempresaorganizadoportipodeatividade,suporteouprimária,epelo

pilardesustentabilidademaissignificativoondeseinsere.

Tabela7.8–VisãoGeraldosIndicadoresOrganizadossegundoosPilaresdeSustentabilidade

TiposdeAtividades Econômico Social Ambiental Totais

Atividades

deSuporte Infraestrutura(18) 8 1 6 15

GestãodeRecursosHumanos(14) 2 12 0 14

DesenvolvimentoTecnológico(18) 18 0 0 18

AquisiçãoeServiços(11) 4 0 7 11

Atividades

Primárias

LogísticaInterna(10) 5 0 5 10

Operações(23) 16 5 4 25

LogísticaExterna(7) 1 0 6 7

Marketing&Vendas(15) 1 7 7 15

ServiçosPós-Venda(11) 4 5 4 13

TOTAIS 59 30 39 128

7.2.2.4 IndicadoresdeSustentabilidadeorganizadossegundoosDomíniosdePolíticade

Sustentabilidade

Nas próximas seções são apresentados os indicadores organizados segundo os

diferentesDomíniosdePolíticadeSustentabilidade.

Aspolíticasservemparasegovernaroumudarocomportamentodeumsistema.No

caso deste trabalho, estão em foco asPolíticas de Sustentabilidade adotadas para

governar ou mudar o comportamento da área de TIC de uma organização visando

atender os requisitos de práticas sustentáveis vinculadas aos quatro pilares:

econômico,social,ambientalecultural.

Os indicadores associados aos diferentes Domínios de Política serão empregados

paraavaliaroquantoumadadapolíticaestásendoaplicadaeéeficaznaobtençãodos

resultados esperados. Assim, por exemplo, quando uma organização adota uma

PolíticadeUsoRacionaldeRecursos,elatempormetanãosomenteareduçãodo

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146

uso de recursos como água, energia elétrica, combustível e outros, como também a

redução de custos. Os indicadores, portanto, informam quanto foi economizado de

água, energia elétrica, combustível e outros e qual o resultado em termos de custo.

Pode-sedizer,então,queaPolíticadeUsoRacionaldeRecursostemimpactotanto

ambientalcomoeconômico.

7.2.2.4.1 Investimentos

Estedomíniodepolíticatemcomoobjetivocriarregrasemecanismosparaorientaros

investimentosqueserãorealizadosemGestãodePessoas,GestãodeInfraestrutura,

InovaçãoTecnológicaeGestãodeResíduos,comfocoemsustentabilidade.

Estedomíniocontém,portanto,osdomíniosreferentesaGestãodePessoas,Gestão

deInfraestrutura,InovaçãoTecnológicaeGestãodeResíduos,conformemostraa

Tabela7.8.

Tabela7.9–RelaçãoentreDomíniodePolíticadeInvestimentos,IndicadoresePilaresde

Sustentabilidade

ElementosdoDomíniodePolíticade

Sustentabilidade

Indicadoresde

Sustentabilidade

Pilaresde

Sustentabilidade

GestãodePessoas VideDomínio“GestãodePessoas”

GestãodeInfraestruturadeTIC VideDomínio“GestãodeInfraestruturadeTIC”

InovaçãoTecnológica VideDomínio“InovaçãoTecnológica”

GestãodeResíduos VideDomínio“GestãodeResíduos”

7.2.2.4.2 GestãodePessoas

O CapitalHumano é hoje, sobretudo em empresas de prestação de serviços, umdos

principaisfatoresdesucessodessasempresas.Assim,aexistênciadeumaPolíticade

Gestão de Pessoas adequada e eficaz passa a ser um dos fatores críticos, tanto para

manter quanto para captar profissionais qualificados. A Figura 7.3 mostra a

abrangência desta política em relação aos processos e recursos de TIC vinculados à

GovernançadeTIC.

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147

Figura7.3–ModelodeGestãodeTICorientadaàSustentabilidadeeoDomíniodePolíticade

GestãodePessoas

Este domínio de política tem como objetivo criar regras referentes às atividades de

Educação oferecidas para funcionários, fornecedores, usuários/clientes e pessoas da

comunidadelocal;àsaçõesdeSaúdePreventivaeSegurançanoTrabalho;àConcessão

debenefícios,incluindoauxílio-transporte,refeição,creche,dentreoutros;eGestãode

Carreiras dos funcionários da organização. A Tabela 7.9 mostra os elementos deste

domínio,osindicadoresepilaresdesustentabilidadeassociados.

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148

Tabela7.10–RelaçãoentreDomíniodePolíticadeGestãodePessoaseIndicadoresde

Sustentabilidade

ElementosdoDomínio

dePolíticadeSustentabilidade

Indicadoresde

Sustentabilidade

Pilaresde

Sustentabilidade

Educação VideDomínio“Educação”

SaúdeeSegurança

noTrabalhoVideDomínio“SaúdeeSegurançanoTrabalho”

Gestãode

Benefícios

PlanosdeSaúde N/AGRH12 Social

Auxílio-transporte N/AGRH12 Social

Auxílio-refeição N/AGRH12 Social

Auxílio-educação GRH12 Social

Auxílio-moradia N/AGRH12 Social

Auxílio-creche N/AGRH12 Social

Financiamento GRH12 Social

Gestãode

Carreiras

Processode

Seleção

Profissionaisde

TICGRH12 Social

Administrativo GRH12 Social

Contratação GRH12 Social

PlanodeCarreira

Profissionaisde

TICGRH12 Social

Administrativo GRH12 Social

Afastamento FériasouLicença N/AGRH12 Social

Desligamento N/AGRH12 Social

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149

7.2.2.4.3 Educação

Sustentabilidadeéumtemaaindapoucoincorporadonodiaadiadasorganizaçõese

mesmodas pessoas. Sendo assim, a conscientização sobre a importância de práticas

sustentáveis requerumprocessodeeducaçãoedemudançadehábitosdaspessoas,

sejam elas funcionários, fornecedores, usuários e/ou clientes e membros da

comunidade local.Esteprocessorequerumapolíticadeeducação,nãoapenasparao

desenvolvimentodecompetênciasinerentesaopróprionegócio,comotambémparao

desenvolvimentodohábitodepráticassustentáveis.

A política de Educação define regras para participação em diferentes tipos de

atividades de educação, voltadas a diferentes públicos, incluindo os próprios

funcionários da organização, seus fornecedores, seus usuários/clientes e pessoas da

comunidadelocal.

A Tabela 7.10 mostra os elementos do Domínio “Educação”, os indicadores e os

pilaresdesustentabilidadeassociados.

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150

Tabela7.11-RelaçãoentreDomíniodePolíticadeEducação,IndicadoresePilaresde

Sustentabilidade

ElementosdoDomíniodePolíticadeSustentabilidade IndicadoresdeSustentabilidade

PilaresdeSustentabilidade

PerfildeInvestimento GRH1,GRH2 Social

Funcionários

CampanhasEducacionais

OnSiteGRH3 Social

Eletrônica

EventosTemáticosPresencial GRH4,GRH9,MVE1,

MVE2,MVE3,MVE4,MVE5

SocialOnline

Treinamento

Presencial GRH5,GRH6,GRH7,MVE6,MVE7,MVE8,MVE9,MVE10,SPV1,SPV2.

SocialOnline

Demonstrações MVE11,MVE12,MVE13,MVE14 Social

BolsasdeEstudos GRH10,GRH11 Social

Fornecedores

CampanhasEducacionais

OnSiteGRH3 Social

Online

EventosTemáticosPresencial GRH4,GRH9,MVE1,

MVE2,MVE3,MVE4,MVE5

SocialOnline

Usuários/Clientes

CampanhasEducacionais

OnSite,ImpressaGRH3 Social

Online

EventosTemáticosPresencial GRH4,GRH9,MVE1,

MVE2,MVE3,MVE4,MVE5

SocialOnline

TreinamentoPresencial GRH8,GRH9,MVE6,

MVE7,MVE8,MVE9,MVE10,SPV1,SPV2.

SocialOnline

DemonstraçãoOnSite MVE11,MVE12,

MVE13,MVE14

Online

ComunidadeLocal

CampanhasEducacionais

PresencialGRH3 Social,Cultural

Online

EventosTemáticos Presencial GRH4,GR9 Social,CulturalOnline

7.2.2.4.4 SaúdeeSegurançanoTrabalho

A falta de segurança no trabalho pode comprometer não somente a saúde dos

funcionários, devido a um númeromaior de ocorrência de incidentes, como levar a

organizaçãoatergastoscommultasedespesassimilares.Esteéocasodaadequação

dos prédios segundo normas de segurança no caso de incêndios. Este Domínio de

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151

Políticatratadepráticasdesegurançadetrabalhoesaúdepreventivaedaeficáciade

taispráticas.

ATabela7.11mostraoselementosdoDomínio“SaúdeeSegurançanoTrabalho”,os

indicadoreseospilaresdesustentabilidadeassociados.

Tabela7.12–RelaçãoentreDomíniodePolíticadeSaúdeeSegurançanoTrabalhoeIndicadores

deSustentabilidade

ElementosdoDomíniodePolíticadeSustentabilidadeIndicadoresde

Sustentabilidade

Pilaresde

Sustentabilidade

Educação

SaúdePreventiva

eSegurançano

Trabalho

Campanhas

EducacionaisGRH3 Social

EventosTemáticos GRH4 Social

EventosCIPA GRH4 Social

Treinamento GRH5 Social

Saúde

PráticasPreventivas GinásticaLaboral OPR19 Social

Doenças Ocupacionais OPR20 Social

Incidentesde

TrabalhoOPR23 Social

Segurançano

Trabalho

LocaldeTrabalho

Licençasde

OperaçãoOPR21 Social

AuditoriaCIPA OPR21 Social

Equipamentosde

ProteçãoColetiva

(EPC)

OPR21 Social

Funcionário

Equipamentode

ProteçãoIndividual

(EPI)

OPR22 Social

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152

7.2.2.4.5 GestãodeInfraestruturadeTIC

EmrelaçãoàGestãodeInfraestruturadeTIC,tendocomofocoaSustentabilidade,dois

subdomínios de políticas são particularmente importantes. O primeiro refere-se à

OrigemdeInsumos,oumaisespecificamente,dosequipamentoseletroeletrônicoseos

bens de informática e telecomunicações, devendo-se priorizar fornecedores de

equipamentos considerados “verdes” e equipamentos “verdes”, ou seja: que tenham

funcionalidadesdeeconomiadeenergiaelétricaenãocontenhamsubstânciastóxicas,

ebensdeconsumodematerialrecicladoe/ouquesejamrecicláveisoubiodegradáveis.

O segundo está relacionado ao Uso Racional de Recursos, que inclui desde energia

elétrica,combustívelatébensdeconsumodeummodogeral.Oobjetivoéminimizaro

usoderecursosnaturais,darpreferênciaarecursosrenováveiseter,aofinal,redução

decustos.

AFigura7.4mostraaabrangênciadestapolíticaemrelaçãoaosprocessoserecursos

deTICvinculadosàGovernançadeTIC.

Figura7.4–ModelodeGestãodeTICorientadaàSustentabilidadeeoDomíniodePolíticade

GestãodeInfraestrutura

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153

Tais subdomínios estão contidos noDomínio “Gestão de Infraestrutura de TIC”,

comomostraaTabela7.12.

Tabela7.13–RelaçãoentreDomíniodePolíticadeGestãodeInfraestruturadeTIC,Indicadores

ePilaresdeSustentabilidade

ElementosdoDomíniodePolíticade

Sustentabilidade

Indicadoresde

Sustentabilidade

Pilaresde

Sustentabilidade

OrigemdeInsumos VideDomínio“OrigemdePessoas”

UsoRacionaldeRecursos VideDomínio“UsoRacionaldeRecursos”

7.2.2.4.6 OrigemdosInsumos

UmadasquestõesmaisdebatidasemSustentabilidadeéousodeinsumosoumatéria-

prima, de fontes renováveis, ou de reciclados que sejam, também, recicláveis e/ou

biodegradáveis. Como exemplo, pode-se citar o caso de “computadores verdes”, que

sãoisentosdesubstânciastóxicas,comoochumbo,cromoemercúrio,têmsistemade

eficiência energética e foram fabricados segundo processos compatíveis com as

normas de gestão ambiental ABNT NBR ISO 14.001 (2005) (SEIFFERT, 2011) e de

qualidadeABNTNBRISO9001(2008).

A Tabela 7.13 mostra os elementos do Domínio “Origem dos Insumos”, os

indicadoreseospilaresdesustentabilidadeassociados.

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154

Tabela7.14-RelaçãoentreDomíniodePolíticadeOrigemdeInsumos,IndicadoresePilaresde

Sustentabilidade

ElementosdoDomíniodePolíticade

Sustentabilidade

TipodeIndicador

de

Sustentabilidade

Pilaresde

Sustentabilidade

Fornecedor

Sustentabilidade

(e.g.,adesãoaoGRI)ABS1,ABS2 Todos

Produtos“verdes”.

Reciclados,

recicláveise/ou

biodegradáveis.

ABS4,ABS5 Ambiental

LogísticaReversa ABS3 Ambiental

Produtos

“Verdes”.Reciclados,

recicláveise/ou

biodegradáveis.

ABS6,ABS7 Ambiental

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155

7.2.2.4.7 UsoRacionaldeRecursos

Outro fator de extrema relevância dentro do contexto de Sustentabilidade é o Uso

Racional de Recursos, sejam eles recursos naturais, como a água, sejam eles bens

manufaturados como papel e bens de consumo de modo geral. Tipicamente, esta

políticatemcomoconsequênciaquaseimediataareduçãodecustos.

Contudo, como já dito anteriormente, o objetivo da redução de um dado tipo de

recursopodeterrepercussãoemdiferentessetoresdeumaorganização.Esteéocaso

de redução de energia elétrica que implica em ações na infraestrutura predial,

adquirindo-se,porexemplo,umsistemadeiluminaçãointeligente,acionadoapartirde

sensores de movimento e presença, até em ações na operação das redes de

comunicação(BOLLAetal.,2010).

A Tabela 7.14 mostra os elementos do Domínio “Uso Racional de Recursos”, os

indicadoreseospilaresdesustentabilidadeassociados.

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156

Tabela7.15-RelaçãoentreDomíniodePolíticadeUsoRacionaldeRecursos,Indicadorese

PilaresdeSustentabilidade

ElementosdoDomíniodePolíticade

Sustentabilidade

Indicadoresde

Sustentabilidade

Pilaresde

Sustentabilidade

Água

PerfildeConsumo IGO6,IGO7,IGO8 Econômico

FonteAlternativadeÁgua IOG9 Ambiental

InfraestruturaPredial IOG10,IOG11Econômico

Ambiental

Refrigeração

Combustível

PerfildeUso IOG12,IOG13,IOG14 Econômico

Gerador OPR9,OPR17 Econômico

FretesRecebidoseEnviados LGI1,LGE7 Econômico

ViagensTransporteAéreo OPR15,OPR16 Econômico

TransporteRodoviário OPR15,OPR16 Econômico

EnergiaElétrica

PerfildeConsumo IOG1,IOG2,IOG3 Econômico

FontesAlternativasde

EnergiaRenovávelIOG4 Ambiental

Iluminação IOG5 Econômico

Refrigeração

Tecnologiada

Informaçãoe

Comunicação

PerfildeConsumo OPR1,OPR17 Econômico

DataCenter OPR2,OPR5 Econômico

Redesde

ComunicaçãoOPR3,OPR6 Econômico

Computadoresde

UsuáriosOPR4,OPR7 Econômico

Virtualizaçãode

ServidoreseRedesOPR8 Econômico

Bens

Equipamentosde

TICImpressoras

OPR10,OPR11,OPR13

OPR14

Econômico

Ambiental

BensdeConsumo

ouRecicláveis

Geral

TIC OPR12,OPR17 Econômico

PerdaArmazenamentoInadequadodeBens

deConsumoe/ouEquipamentosLGI2,LGI3,LGI4,LG5 Econômico

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157

7.2.2.4.8 InovaçãoTecnológica

ApolíticadeInovaçãoTecnológicatemcomoobjetivopromoverodesenvolvimento

de soluções e tecnologias inovadoras e viabilizar a avaliação de seu impacto.

Atualmente, existem muitas tecnologias que ajudam aumentar a produtividade dos

funcionáriosdeumaempresa,dentreelaspodem-sedestacarferramentasdetrabalho

colaborativo.Tais ferramentasviabilizamodesenvolvimentoconjuntodeprojetosou

atividades por pessoas que trabalham em locais diferentes e contribuem com a

otimizaçãoeareduçãodeviagenselocomoçãodefuncionáriosdaorganização.Outras

inovações e ações devem ser também contempladas, como educação a distância,

virtualizaçãodecomputadoreseredes,reengenhariadeprocessos,dentreoutras.

AFigura7.5mostraaabrangênciadestapolíticaemrelaçãoaosprocessoserecursos

deTICvinculadosàGovernançadeTIC.

Figura7.5–ModelodeGestãodeTICorientadaàSustentabilidadeeoDomíniodePolíticade

InovaçãoTecnológica

A Tabela 7.15 mostra os elementos do Domínio “Inovação Tecnológica”, os

indicadoreseospilaresdesustentabilidadeassociados.

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158

Tabela7.16-–RelaçãoentreDomíniodePolíticadeInovaçãoTecnológica,IndicadoresePilares

deSustentabilidade

ElementosdoDomíniodePolíticadeSustentabilidadeIndicadoresde

Sustentabilidade

Pilaresde

Sustentabilidade

Inovação

Tecnológica

PerfildeInvestimento DTE1 Econômico

Eficiência

Energética

DataCenter DTE2,DET3 Econômico

Redesde

ComputadoresDTE4,DET5 Econômico

Computadoresdo

UsuárioFinalDTE6,DTE7 Econômico

ProspecçãoTecnológica DTE17,DTE18 Econômico

EducaçãoaDistancia GRH8,MVE6 Social

ReengenhariadeProcessos DTE15,DETE16 Econômico

TrabalhoColaborativo DTE12,DTE13 Econômico

FluxodeTrabalhoEletrônico DTE10,DTE11 Econômico

VirtualizaçãodeRecursos DTE8.DET9 Econômico

UsoRacionaldeRecursosdeTIC DTE14 Econômico

GestãodeResíduos SPV10,SPV6 Ambiental

Comunicação MVE6,MVE11 Econômico

7.2.2.4.9 GestãodeResíduos

Amágestãoderesíduospodeimplicaremdanosparaomeioambienteedesperdício

derecursos.Seaopçãoé feitapelaaquisiçãodebensdeconsumobiodegradáveisou

não recicláveis, no final da vida útil desses bens coloca-se o problema com seu

descarte.Esteéocasodasfitascassetes,quepossuemcromoeóxidodeferro,ecuja

tecnologia para reciclagem é ainda cara, incorrendo-se ao seu descarte em aterros

sanitários.

A Política de Gestão de Resíduos visa criar regras e mecanismos para viabilizar o

descarte sustentáveldequaisquer tiposde resíduos, sejamelesbensde consumoou

equipamentos, assim como para minimizar o volume de resíduos encaminhados a

aterrossanitários.

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159

AFigura7.6mostraaabrangênciadestapolíticaemrelaçãoaosprocessoserecursos

deTICvinculadosàGovernançadeTIC.

Figura7.6–ModelodeGestãodeTICorientadaàSustentabilidadeeoDomíniodePolíticade

GestãodeResíduos

ATabela7.16mostraoselementosdoDomínio“GestãodeResíduos”,osindicadores

eospilaresdesustentabilidadeassociados.

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160

Tabela7.17–RelaçãoentreDomíniodePolíticadeGestãodeResíduos,IndicadoresePilaresde

Sustentabilidade

ElementosdoDomíniodePolíticade

Sustentabilidade

Indicadoresde

Sustentabilidade

Pilaresde

Sustentabilidade

BensdeConsumo

PerfildeDescarteIOG15,IOG16,

IOG17

AmbientalNãoTICIOG15,IOG16,

IOG17

TICOPR16,OPR17,

OPR18

Embalagens

PerfildeDescarteLGI6,LGI7,LGE1,

LGE2,LGE3.Ambiental

Reusadasou

Recicladas

LGI8,LGI10,LGE4,

LGE6.Ambiental

Descartadas LGI9,LGE5 Ambiental

Eletroeletrônicos PerfildeDescarte SPV5,SPV6 Ambiental

7.2.2.4.10 Visão Geral dos Domínios de Políticas e Indicadores de

SustentabilidadeATabela 7.17 resumeonúmerode indicadoresde sustentabilidadepropostopara a

áreadeTICdeumaempresaorganizadoportipodeatividade,suporteouprimária,e

peloDomíniodePolíticadeSustentabilidade.

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161

Tabela7.18–VisãoGeraldosIndicadoresOrganizadossegundoosPilaresdeSustentabilidade

TiposdeAtividades Investimento

Origem

de

Insumos

Uso

RacionalResíduos

Gestãode

PessoasEducação

Saúdee

Segurança

AtividadesdeSuporte

Infraestrutura(18) 14 6

GestãodeRecursos

Humanos(14)12 21 7 4

Desenvolvimento

Tecnológico(18)18

AquisiçãoeServiços

(11)4 7

AtividadesPrimárias

LogísticaInterna

(10) 6 5

Operações(23) 21 3 8

LogísticaExterna(7) 6

Marketing&Vendas

(15) 28

ServiçosPós-Venda

(11) 12 2

TOTAIS 34 7 41 32 50 7 12

7.3 GovernançadeTICorientadaàSustentabilidade

Como foi mencionado no capítulo 3, existem definições consagradas no mercado

referentesàGovernançadeTIC.

Dentro do contexto deste trabalho, será empregada a definição de Carvalho

(CARVALHO,2010)sobreGovernançadeTIC:

“MecanismodeacompanhamentoeavaliaçãodaexecuçãodoPlanoEstratégico

de TIC, fundamental para o seu sucesso, viabilizando a realização dos ajustes

necessáriosemrespostaaodinamismodomercadoedaprópriaorganização”.

(CARVALHO,2010)

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162

Considerando que o Planejamento Estratégico deve contemplar ações que visam

atenderasPolíticasdeSustentabilidadeemTIC e suasmetas, aGovernançadeTIC

podeserconsiderada,também,responsávelpelaaplicaçãodetaispolíticas.

Como resultado do Planejamento Estratégico obtêm-se planos de ação especificados

paraatividades,equiperesponsável,prazodeexecução,indicadoresdedesempenhoe

de sustentabilidade, recursos humanos e investimentos necessários. Tais planos

compõem a estratégia. Contudo, em geral não há orçamento para financiar todos os

projetos,echega-seàprimeiradecisãoimportante:Qualéocritériodepriorizaçãodos

planos de ação e/ou projetos? Como será distribuído o orçamento de TIC entre os

vários projetos? Como critério básico, pode-se empregar o gráfico de bolhas (vide

Figura7.7)emqueseselecionamosPlanosdeAçãomaisnecessáriosemaisfáceisde

implementar.Neste gráfico a seguir, cadabolha representaumPlanodeAção sendo

queoseudiâmetroéproporcionalaoinvestimentonecessárioparaexecutá-lo.

Figura7.7–ExemplodePlanodeAçãoparaumCentrodeInformática[Fonte:(Carvalho,2010)]

Umavezpriorizadosedefinidososprojetosaseremfinanciados,monitoraraevolução

dosprojetos,verificandoseasatividadesprevistasestãosendoexecutadasdentrodo

cronogramapré-estabelecido, seos recursos, tanto financeiros comohumanos, estão

atendendoàexpectativadedemandaeresultado,sefoidetectadoalgumproblemaou

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163

desafio interessante que merece ser discutido com a direção, e, por último, se os

objetivosemetasestãosendoalcançados.

AanálisedaevoluçãodoplanodeaçãoouprojetodeTICétipicamenterealizadapor

meio da avaliação dos indicadores, em termos absolutos e relativos, em função de

metasintermediáriasefinaisaseremalcançadas.Apartirdestaanáliseedeeventuais

mudanças do mercado e da própria realidade da organização, pode-se abortar um

projeto, decidir-se por modificá-lo, reduzir ou aumentar a equipe ou mesmo tomar

medidasparaacelerá-lo.

ÉdentrodessecontextoqueestetrabalhotrataeaplicaoconceitodeGovernançade

TIC.

Assim sendo, o que seria Governança orientada à Sustentabilidade? De modo

simplificado,pode-sedizerqueéaquelaemquedecisões,porexemplo,sobreinvestir

nesta ou em outra tecnologia, adotar uma determinada solução ou desenvolver um

dadoprojeto baseiam-se em critérios outros quenão apenas os ganhosdemercado,

mas também no maior alinhamento com práticas sustentáveis. Muitas vezes ganho

econômico e práticas sustentáveis são objetivos casados, como acontece no uso

racionaldeágua,energiaelétrica,dematéria-primaemgeraleassimpordiante.

Noentanto,práticassustentáveissóserãorealidadeemumaorganizaçãoseestiverem

embutidasnamissão,nosobjetivosoumesmonosseusvalores,envolvendotodosos

níveisdaorganização,desdeoestratégicoatéooperacional.

7.3.1 MétodoparaImplementaçãodeGovernançadeTIC

NaspróximasseçõesseráapresentadoummétodoparaimplementaçãodeGovernança

deTIC(CLEMENTI,2006).

7.3.1.1 FasesdeImplementaçãodoModelodeGovernançadeTIC

A implementação de Governança de TIC é realizada seguindo-se estas fases (vide

Figura7.8):

• Fase1–LevantamentodeInformaçãosobreaEmpresa

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164

• Fase2–AvaliaçãodaGovernançadeTIC

• Fase3–ReprojetodaGovernançadeTIC

• Fase4–ImplementaçãodaNovaGovernançadeTIC

• Fase5–AvaliaçãodosResultadosdeGovernançadeTIC

Figura7.8–ModeloGeraldeGovernançadeTIC

7.3.1.1.1 Fase1-LevantamentodeInformaçãosobreaEmpresa

Antesda concepçãodonovoModelo de Governança de TIC é importantedefinir e

conhecerocenáriodaempresaparaaqualomodeloserádesenvolvido.

Este cenário é descrito pormeio das caracteristicas da indústria onde a empresa se

insere, otamanhodaprópriaempresa,onúmerodeunidadesdenegócioearelação

exstente entre estas unidades (nível de sinergia desejado entre as unidades de

negócio)(WEILL,2006).

Em primeiro lugar, deve ser compreendida qual é a estratégia básica que guia a

organização. Como base, podem-se adotar as três disciplinas de valor, descritas em

(WEILL,2006)(TREACY,1995):

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165

• ExcelênciaOperacional:dáenfaseemeficiênciaeconfiabilidade,lideraaindústria

empreçoeconveniência,minimizaoscustosdeoverhead(i.e,despesasindiretas)e

racionalizaacadeiadesuprimentos.

• IntimidadecomoCliente:temcomofococultivarrelacionamentosdelongoprazo

com os clientes, desenvolver serviços para ele, oferecer capacidade de resposta e

customizaçãobaseadanoconhecimentoprofundodocliente.

• Liderança emProduto (ou Serviço):priorizaa inovaçãocontínuadeprodutose

serviços, abarcando novas ideias e novas soluções para problemas, com rápida

comercialização.

ATabela7.18resumeasdiferençasentreastrêsabordagensdevalordedisciplina.

Tabela7.19–DisciplinasdeValorparaosNegócios

ExcelênciaOperacional IntimidadecomoCliente Liderançadeproduto

ProcessosdeNegócio

• Otimizaçãodacadeiadesuprimentos.

• Eficiênciaeconfiabilidade.

• Gerenciamentodoserviçodocliente.

• Flexibilidadeecapacidadederespostaàsdemandasdosclientes.

• Criaçãodeproduto,divulgaçãoetempoparacomercialização.

• Inovaçãoconstante.

OrganizaçãoeHabilidades

• Autoridadecentral.• Habilidadescríticasnonúcleodaorganização.

• Poderdedecisãopróximoaocliente.

• Habilidadescríticasnasbordasdaorganização.

• Ad-hocorgânicaecelular.

• Habilidadescríticasespalhadasemestruturasdegrupo.

GerenciamentodeSistemas

• Controle,procedimentosoperacionais,padrão.

• TempodeVidadocliente(retençãodocliente).

• Satisfação.

• Mecanismosderecompensaparacapacidadedeinovação.

• GestãodeRiscos.

TIC

• Sistemasintegradoscombaixocustodastransações.

• Visãoúnicaparaosdadosdocliente.

• Ferramentasparaidentificaçãodesegmentosdecliente.

• Sistemacolaborativo.

• Ferramentasdemodelagemesimulação.

Adicionalmente, deve ser considerado o modo de operação básico da empresa, se

existeounãosinergiaentreasunidadesdenegócio.Aempresapodeoperarsegundo

uma estrutura de administração centralizada (i.é., com grande sinergia entre as

unidadesdenegócio)oudistribuída (i.é, commaiorautonomiaentreasunidadesde

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166

negócio).ATabela7.19comparaosdoistiposdeestruturadeadministraçãosegundo

osprocessos,organizaçãoehabilidades, gerenciamentodesistemase infraestrutura

deTIC.

Tabela7.20–CaracterísticasdosDiferentesTiposdeAdministração

ExcelênciaOperacional IntimidadecomoCliente

ProcessosdeNegócio

• Otimizaçãodacadeiadesuprimentos.• Eficiênciaeconfiabilidade.

• Gerenciamentodoserviçodocliente.• Flexibilidadeecapacidadederespostaàsdemandasdosclientes.

OrganizaçãoeHabilidades

• Autoridadecentral.• Habilidadescríticasnonúcleodaorganização.

• Poderdedecisãopróximoaocliente.• Habilidadescríticasnasbordasdaorganização.

GerenciamentodeSistemas

• Controle,procedimentosoperacionais,padrão.

• TempodeVidadocliente(retençãodocliente).

• Satisfação.

TIC• Sistemasintegradoscombaixocustodastransações.

• Visãoúnicaparaosdadosdocliente.• Ferramentasparaidentificaçãodesegmentosdecliente.

Outrofatorimportanteestárelacionadoaotamanhodaempresa(númerodeunidades

denegócio),estabilidadeadministrativaemetasdedesempenho.Dentreasmetasde

desempenhoestão:ROI(ReturnOnInvestments),ROE(ReturnonEquity),ROA(Return

onAssets),crescimentodareceita,participaçãonomercado,dentreoutros.

Aofinaldestafase,obtém-seumaDescriçãodoCenáriodaEmpresa.

7.3.1.1.2 AvaliaçãodaGovernançadeTICexistente

Nestafase,devemseridentificadosostomadoresdedecisãodeTICeaquelesquedão

subsídios para estes tomadores dentro da organização, quais são osmecanismos de

GovernançadeTICjáempregados,comoosresultadosdaGovernançasãoavaliadosem

termosdemétricasfinanceiraseusoefetivodosrecursosdeTIC.

Paratanto,devemserrealizadasasseguintesatividades(videFigura7.9):

• MapearagovernançaatualdaorganizaçãonaMatrizdeArranjosenoModelode

GovernançadoMITCISR.

o AuditarosmecanismosjáexistentesdeGovernançadeTIC(mecanismos

de alinhamento do processo de tomada de decisão e de comunicação),

comoelessãodefinidos,comosãoaplicados,seusobjetivos,quaissãoos

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167

comportamentos desejáveis esperados, sua efetividade e como esta

efetividadeéavaliada.

o Avaliar como as práticas de Governança de TIC estão disseminadas na

organizaçãoeatéquepontoosgerentesefuncionáriosestãoengajados

nestainiciativa.

o AuditarasMétricasdeGovernançaecomoelassãomonitoradas.

• Auditarossistemasdeincentivoerecompensa,verificandoseestãoalinhadoscom

osobjetivosdaorganização.

• AvaliarodesempenhodaGovernançadeTICemtermosda importânciadosseus

resultados, o impacto nos negócio e o que funciona melhor e não funciona na

organização. Devem ser avaliados o uso efetivo de TIC no controle de custo,

crescimento,usodeativoseflexibilidadedosnegócios.

• Auditar Desempenho Financeiro considerando os objetivos de negócio (por

exemplo,ROI,ROA,crescimentodolucro,crescimentodaparticipaçãonomercado,

dentreoutros).

Figura7.9–EtapasdaFase2deAvaliaçãodeGovernançadeTIC

As informações coletadas são analisadas identificando-se a estratégia básica da

organização,quaisostiposdedecisõesdeTICtomadassobaGovernançadeTIC,quem

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168

sãoos tomadoresdedecisão, comoasdecisõessão tomadasemonitoradas, comoos

objetivosdedesempenhotêmsidoalcançados.Comoresultado,obtém-seoCenáriode

GovernançadeTICatual.

OCenáriodeGovernançadeTICatualdeveserapresentadoàdireçãodaorganização

paravalidação.DevemserpromovidasdiscussõessobreoestadoatualdaGovernança

deTICemrelasçãoaseusresultadospositivos, ineficiências eobjetivosdemelhoria,

definindo-se quais os indicadores-chaves de desempenho (KPI - Key Performance

Indicators) e sustentabilidade (KSI – Key Sustainability Indicators) devem ser

priorizados.

Comoresultadodestafase,obtém-seoCenáriodeGovernançadeTICeidentificam-

seasnecessidadesdereprojetooureajustesdaGovernançadeTIC.

7.3.1.1.3 Concepção do Novo Modelo de Governança de TIC orientada aPolíticasdeSustentabilidade

Tendo por base a análise das fases prévias, a Governança de TIC é revisada

considerando-se os tomadores de decisão, a efetividade dos mecanismos de

GovernançadeTICjáempregadoseosobjetivosdedesempenhoesustentabilidadeda

organização versus métricas e mecanismos de monitoração dessas métricas de

GovernançadeTIC(videFigura7.10).

Paratanto,oModelodeGovernançadeTICatualdeveserrevisado,considerando-se:

• Redefiniçãodamissãodaestratégiadaorganização,evidenciandoosseusobjetivos

emfraseclaraeconcisa.

• Identificação de novos comportamentos desejáveis em harmonia com a direção

estratégica (porexemplo,otimizaçãodeprocessosemharmoniacomaestratégia

deexcelênciaoperacional).

• RevisãodosarranjosdeGovernançadeTIC (tomadoresdedecisão, contribuintes

dostomadoresdedecisão,tiposdedecisõesaseremtomadas)e identificaçãodas

ações a serem tomadas para melhorar a harmonização com a estratégia e

organizaçãodaempresa.

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169

• Revisão dos objetivos de negócio (por exemplo, ROI esperado, lucro esperado),

definindo-seosobjetivosdenegóciodemodomaisclaro(porexemplo,reduçãode

custos,melhoriadoíndicederetençãodecliente)paraaGovernançadeTIC.Além

disso, deve-se realizar uma análise comparativa com outras organizações que

tenhamperfissimilaresnoqueconcerneàsiniciativasdeGovernançadeTIC.

• IdentificaçãodeeventualnecessidadedenovosmecanismosdeGovernançadeTIC

ou redução dos mecanismos já existentes (mecanismos de Governança bem

implementadosreforçameestimulamoscomportamentosdesejáveis,conduzema

resultados obtidos por meio das métricas de Governança de TIC e sua

monitoração).

• RevisãodasmétricasdeGovernançadeTICemétodosdemonitoração,verificando-

seseestãoharmonizadoscomosobjetivosdedesempenhodonegócio.

• RevisãodasabordagensdecomunicaçãodaGovernançadeTIC.

Figura7.10-EtapasdaFase3deReprojetodaGovernançadeTIC

Comoresultadoobtêm-seonovoModelodeGovernançadeTICeaMatrizdeArranjos

associada. Este Modelo dever ser apresentado e discutido com os líderes da

organização (e.g., gerentes sêniors) e com o grupo de pessoas responsáveis pela

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170

implementação da Governança de TIC. Como resultado, ainda, pode ser necessário

realizarajustesoureveroModelodeGovernançaproposto.

7.3.1.1.4 ImplementaçãodoNovoModelodeGovernança

Nestafase,oplanodeimplementaçãodaGovernançadeTICédetalhado,executadoe

continuamenteavaliado(videFigura7.11).

OplanoparaimplementaçãodaGovernançadeTICdeveserdetalhadodescrevendo-se

as atividades de cada etapa de implementação, os recursos necessários e os prazos

envolvidos, além dos resultados esperados. Este plano de implementação de

Governança de TIC deve ser apresentado e discutido com os líderes da área de TIC

e/oudasunidadesdenegócio.Assimqueoplanoforaprovado,pode-sedarinícioàsua

execução.

AexecuçãodeumplanodeimplementaçãodeGovernançadeTICdeveincluir:

• Definição da estrutura organizacional que dará suporte às atividades de

GovernançadeTIC.

• Alocação a essas atividades dos profissionais que atuarão em tempo parcial ou

integral.

• Identificação,levantamentodecustosedefiniçãodasferramentasaseremusadas

nasatividadesdemonitoraçãodasmétricasdeGovernançadeTIC.

• Aquisiçãodasferramentasespecificadas.

• TreinamentodaspessoasdiretamenteenvolvidasnasatividadesdeGovernançade

TIC.

• RealizaçãodeatividadesdedivulgaçãodasatividadesdeGovernançadeTIC com

envolvimentodetodososfuncionáriosdaorganização.

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171

Figura7.11-EtapasdaFase4deImplementaçãodaNovaGovernançadeTIC

A execução da implementação de Governança de TIC e seus objetivos devem ser

avaliados constantemente, assim comoa receptividadedos funcionáriosmediante as

mudançasimplantadas.Tipicamente,adotam-seferramentasdesuporteaGovernança

deTIC, quevãodesdeoHelpDesk até ferramentasdemonitoraçãodemétricasque

acabam alterando os procedimentos internos, o que em um primeiro instante pode

gerarresistênciaporpartedosfuncionáriosenvolvidos.

Aofinaldestafase,umnovoCenáriodeGovernançadeTICseráimplementado.

7.3.1.1.5 AvaliaçãodaImplementaçãodeGovernançadeTIC

Com base nas métricas e indicadores especificados anteriormente, avalia-se a

efetividadedaGovernançadeTIC.Sealgumproblemafordetectado,osmecanismosde

GovernançadeTICbemcomooscomportamentosdesejadosdevemserrevistos(vide

Figura7.12).

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172

Figura7.12-EtapasdaFase5deAvaliaçãodosResultadosdaGovernançadeTIC

Nesta fase, devem ser coletadas informações sobre as metas de desempenho, a

perspectiva do cliente em relação à empresa, o desempenho dos funcionários, a

capacidade de inovação de produtos e serviços, a necessidade de serem inseridos

novos indicadoresdedesempenhoesustentabilidade,aavaliaçãosobreaeficiênciae

confiabilidade de TIC, tendo como referências as métricas de TIC pré-definidas, a

avaliaçãodousoefetivodeTICemrelaçãoaocustodecontrole,utilizaçãodeativos,

alinhamento dos negócios, dentre outros aspectos importantes para cada tipo de

negócio.

Como resultado da análise destas imformações, pode-se identificar a necessidade de

mudanças referentes às metas de sustentabilidade e desempenho, aos indicadores

correspondentes e às métricas. Esta análise deve contemplar, também, problemas

referentesaoscomportamentosdesejáveisdeTIC,aeficáciadosmecanismosdeTIC,o

impactodosistemadeincentivoerecompensasnosobjetivosdeGovernançadeTIC.

Esta análise servirá de base para o diagnóstico sobre a Governança de TIC a ser

discutida com líderes de TIC e negócio. Como consequência, pode ser necessário

implementarajustesoumudançasnaGovernançadeTIC.

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173

NaFigura7.8,pode-seconstatarqueessasfasesnãosãonecessariamenteexecutadas

emsequência.Atransiçãodeumafaseparaoutradependedosresultadosobtidosna

fasecorrente.

7.3.2 ModelosdeGovernançadeTIC

Conformediscutidono capítulo3, existem inúmerosmodelosdeGovernançadeTIC,

aliadosaModelosAvaliaçãodeMaturidade,GestãodeServiçoseGestãodeProjetos,

quemuitas vezes se complementam a fim de proporcionar uma soluçãomais rica e

completaparaaGovernançadeTICdeumaorganização.

Nocontextodestetrabalho,optou-seporempregaroseguintesubconjuntodemodelos

eferramentasdesuporteparaGovernançadeTIC,segundomostraaFigura7.13:

• MITCISR:trata-sedeummodeloparaGovernançadeTICvoltadoparamaximizar

o valor de TIC para o negócio. Tem como grande vantagem a simplicidade e

possibilidadedeincorporaçãogradativadepráticasemecanismosdeGovernança.

• COBIT:trata-sedeumpadrãodemercadoorientadoaprocessoscomregrasclaras

sobreosprocedimentosdeauditoria.ÉmuitoaceitonoBrasil emdecorrênciade

suaadoçãopelosbancoscombaseemregulamentaçãodoBancoCentral.

• ITIL:éummodelovoltadoparagestãodeserviços,muitoimportanteparaasáreas

desuporteeentregadeserviçosdeTIC.

• BSC (BalancedScoreCard):éummodelobastanteusadoporpermitirvisualizaras

relações de causa e efeito entre os objetivos estratégicos, concentrando a

formulaçãodaestratégiaeasuaexecução.

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Figura7.13–ModeloGeraldeGovernançadeTIC

SegundoaFigura7.13,oModelodeGovernançadeTICdoMIT–CISRéusado,portanto,

comomodelobásico.Conformefoimostadonocapítulo3,estemodelocompõe-sede

seis elementos: Estratégia e Organização da Empresa; Organização de TIC &

Comportamento Desejável; Metas de Desempenho e Sustentabilidade de Negócio;

Métricas de TIC & Monitoração; Arranjos de Governança de TIC; e Mecanismos de

GovernançadeTIC.

OsmodelosdeGovernança,COBITeBSC, eomodelodeGestãodeServiço, ITIL, são

integrados ao modelo do MIT CISR, como um mecanismo (vide capítulo 9). Outro

MecanismomuitoimportantesãoosSistemasdeGerenciamentodeInfraestruturade

TIC,incluindoosSistemasdeGerenciamentodeRede.TaisSistemasdeGerenciamento

atuam de forma direta sobre os equipamentos, incluindo servidores, roteadores,

switches,dentreoutros,podendo-sereconfigurá-los,ativá-los,desabilitá-losoucolocá-

losemestadodormente.

Neste trabalho, serádadamais ênfase ao SistemadeGerenciamentodeRedes, como

um Mecanismo de Governança de TIC e como executor de Políticas dos Níveis de

InfraestruturadeTIC,DispositivoeInstância,conformeexplicadonocapítulo2.

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175

7.3.3 ConsideraçõesFinais

Neste capítulo, foi dada ênfase a métodos e modelos que viabilizam a aplicação de

Políticas de Sustentabilidade nos níveis de Negócio e Sistema. Na realidade, o

PlanejamentoEstratégicoestabelecemetasdeDesempenhoeSustentabilidadeaserem

alcançadaseespecificaPlanosdeAçõesaseremexecutadosparaestefim.

A partir dessas metas, são especificados Indicadores de Desempenho e

Sustentabilidade, cuja evolução deve ser acompanhada pelos mecanismos de

Governança,objetivando-segarantirqueasmetassejamalcançadasdentrodosprazos

estipulados.AGovernançadeTICé,portanto,responsávelpelaexecuçãodasPolíticas

deSustentabilidadedosníveisdeNegócioeSistema.Demaneirasimilar,osSistemas

de Gerenciamento de Infraestrutura de TIC são responsáveis pela execução das

Políticas de Sustentabilidade nos níveis de infraestrutura de TIC, dispositivo e

instância. No caso específico de Serviços de Rede, os Sistemas de Gerenciamento de

Redes são responsáveis pela execuçãodePolíticas de Sustentabilidadenos níveis de

Rede (Infraestrutura de TIC), Dispositivo e Instância, conforme apresentado no

capítulo8.

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176

8 SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE REDES ORIENTADO A

POLITÍCASDESUSTENTABILIDADE

EstecapítuloapresentaumSistemadeGerenciamentodeRedesorientadoaPolíticas

de Sustentabilidade responsável pela aplicação de políticas dos níveis de Rede,

DispositivoeInstância,conformeexplicadonocapítulo6.Aspolíticasdestesníveissão

determinadas a partir das políticas dos níveis superiores, a saber: de Negócio e

Sistema.

Na parte inicial deste capítulo é mostrada a arquitetura genérica de Sistemas de

GerenciamentodeRedesorientadoàPolítica,esãodiscutidososdesafiosdetradução

depolíticasdescritasparaosdiferentesníveis,incluindoRede,DispositivoeInstância.

Na segunda parte é apresentada a proposta da arquitetura de um Sistema de

Gerenciamento orientado a Políticas de Sustentabilidade e seu modo de operação,

comoexemplo real deum sistemadesse tipo, cujoprotótipo encontra-se em fasede

desenvolvimento.

8.1 PolíticadeSustentabilidadeemNíveldeRedes

Ogerenciamentoderedesenglobaaconfiguração,aadministração,amanutençãoeo

provisionamentodosrecursosdarede.Umapolíticaorientadaàsustentabilidadeem

nível de redes pode ser vista como um conjunto de regras que controlam o

comportamentodarededeacordocomumadiretrizglobaldegerenciamentoderedes

orientadaàsustentabilidade.

Umapolíticadegerenciamentotraduz-senoníveldaredepormeiodeumadeclaração

deaçãopré-determinada,quese repeteemcadaentidadeenvolvidana redequando

certascircunstânciassãoatendidas,refletindoumcursodeaçãoqueguiaasdecisões

futuras na rede de acordo com uma política geral de operação (BOROS, 2000)

(SAPERIA, 2002).Onúmerodas ações possíveis ounecessárias realizadaspara cada

recursodisponívelnaredecresceàmedidaqueossistemasatuaissetornamcadavez

maiscomplexoseheterogêneos.Historicamente,ousodepolíticasdegerenciamento

deredestemsidoespecialmenteassociadoàsseguintescategorias(BOROS,2000):

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177

1. Políticasdegerenciamentodedesempenho.

2. Políticasdecontroledeacessoesegurança.

3. Políticasdequalidadedeserviço.

4. Políticasdeadministraçãoeconfiguração.

5. Políticasdegerenciamentodefalhas.

Os desafios de umapolítica de gerenciamento de redes orientada à sustentabilidade

envolvemaçõesrelacionadasadiferentescategoriasdepolíticas,incluindoaspossíveis

interaçõesentreelas.Porexemplo,umapolíticaorientadaàsustentabilidadepodeter

como objetivo minimizar o consumo de energia pela rede, mantendo-se um

determinado nível de qualidade de serviço (QoS – Quality of Service). Dessa forma,

objetiva-seobteromenorconsumodeenergiapossívelparaoestadopresentedarede

aomesmotempoemquesejamgarantidosvaloresmínimosaceitáveisparamétricas

dedesempenhoeconfiabilidade.

8.1.1 GerenciamentodeRedesBaseadoemPolítica

O chamado Gerenciamento de Redes Baseado em Política (PBNM - Policy-Based

NetworkManagement)temsidousadocomoumparadigmadegerenciamentoderedes

que, ao separar as operaçõesde administraçãodas operaçõesbásicasda rede, torna

mais fácil o seu gerenciamento. Este vem ganhando importância nas últimas duas

décadas à medida que se mostra um mecanismo flexível e robusto de alocação de

recursos e serviços na rede, tais como alocação de banda, garantia de qualidade de

serviço,controledeacessoepriorizaçãodetráfego.

O Internet Engineering Task Force (IETF), em cooperação com o Distributed

Management Task Force (DMTF) e por meio do Policy Framework Working Group

(PFWG),definiuoqueseriaumaabordagemótimaparaaarquiteturaeomodelode

informaçãoparaumSistemadeGerenciamentodeRedesBaseadoemPolítica(RANA,

2009), conforme ilustraaFigura8.1. Este trabalho fundamenta-senoscomponentes

propostosnessaarquiteturageralparaderivarumaarquiteturaparagerenciamentode

redes baseado empolítica orientada à sustentabilidade, que serámostradana Seção

8.3.

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178

Figura8.1-ArquiteturaPropostapeloIETFPFWGparaumPBNM

AarquiteturapropostapeloIETFPFWGparaumPBNMécompostade:

• ServiçodeGerenciamentodePolítica(PMS-PolicyManagementSystem):Fornece

uma interface para especificação, edição e administração de políticas para o

gerenciamentodarede.

• Repositório de Política Dedicado (DPR - Dedicated Policy Repository):É a base

para armazenamento e obtenção de informações, regras e padrões sobre a

política.

• Ponto deDecisão de Política (PDP - PolicyDecision Point):Também conhecido

como Servidor de Política, lida com os eventos, tomando decisões baseadas

neles.

• PontodeExecuçãodePolítica(PEP-PoliceEnforcementPoint):Aplicaaçõespara

garantirqueaspolíticasbaseadasnosconjuntosderegrasdotipo“secondição

então ação” recebidos do Ponto de Decisão de Política sejam executadas. É o

ponto no qual a rede, de fato, é posta nas condições almejadas.

Subsequentemente,oPEPpodeserdivididoem:

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o Ponto Executor de Política, que executa efetivamente as ações

determinadas;e

o PontoVerificadordePolítica,queasseguraacorretaaplicaçãodasaçõese

checaseosrequisitosforamsatisfeitos.

• ProtocolosdeComunicaçãodePolítica:sãoempregadosnasoperaçõesdeleitura

ou escrita realizadas sobre o repositório de política (e.g., LDAP –Lightweight

Directory Access Protocol) e para promover comunicação entre os pontos de

decisãoeexecuçãodepolítica(e.g.,COPS–CommonOpenPolicyServiceeSNMP

–SimpleNetworkManagementProtocol).

O modelo de operação de uma arquitetura para um PBNM consiste na criação,

modificaçãoearmazenamentodepolíticaspormeiodoServiçodeGerenciamentode

Políticas. Políticas armazenadas são recuperadaspeloPontodeDecisãodePolítica e

executadas pelo Ponto de Execução de Políticas nos elementos de rede (switches,

roteadores).

8.1.2 RegrasdePolíticaeMapeamentoemNíveisdeAbstração

Umapolíticadegerenciamentoétraduzidaemregrasnonívelderedes.Estascontêm

quatroprincipaiscomponentes:condição,ação,prioridadeepapel,conformemostra

aFigura8.2.Opapelindicaocontextoemqueapolíticaérelevante;aprioridadese

refere à importância relativa de uma regra no caso de um conflito de políticas; a

condiçãoindicaoestadoparaoqualapolíticadeveseraplicada;eaaçãodescreveo

procedimentoquedeveserrealizadoquandoaregraéaplicável.

Figura8.2-Anatomiadeumapolítica

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180

Conforme discutido no capítulo 2, os níveis de abstração para o gerenciamento de

redes refletem os aspectos relevantes para a rede nos correspondentes níveis de

política. Neste caso, cada nível de abstração define um escopo de política dentro da

rede,comomostraaFigura8.3.

Figura8.3-NíveisdeAbstração

Umapolíticadesustentabilidadeparaogerenciamentoderedespodeserespecificada

noníveldenegóciopormeiodeumServiceLevelAgreement (SLA),quedeterminaos

aspectosdequalidadedeserviçopertinentesàredeeaosníveismínimosrequeridos

para cada categoria de serviço especificada. Dessa forma, a especificação da política

nesse nível determina, a partir do SLA, requisitos de desempenho como vazão

(throughput) mínima, atraso máximo, máximo jitter, máxima perda de pacote;

requisitosdedisponibilidade,comomáximodowntimepermitidodurantedeterminado

período.Oníveldenegócioindicaaindaumaorientaçãogeralreferente,porexemplo,à

garantiadomínimoconsumodeenergiaparamanutençãodosrequisitosdescritosna

SLA,ouaumametaespecíficademáximoconsumodeenergiacomumaespecificação

deparâmetrosaceitáveisdedeterioraçãodequalidadedeserviço.

A especificação da política no nível de visão de negócio é traduzida para o nível de

visão de rede, onde se emprega uma linguagem estruturada para especificação de

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políticas que independe dos detalhes do dispositivo. Enquanto uma linguagem

estruturadadeespecificaçãodepolíticasemaltonívelnãoforpadronizada,linguagens

comooPonder(LYMBEROPOULOS,2004),SWRL(W3C,2004),REWERSE(BONATTI,

2005),dentreoutros,sãoutilizadasnaespecificaçãoe implementaçãodepolíticasno

nível de rede. Na próxima seção há uma breve descrição da sintaxe de uma dessas

linguagensparafinsdeilustraçãodesuapraticidadeecomplexidadedeuso.

8.1.3 LinguagemdeEspecificaçãodePolíticadeGerenciamento

Devido à sua ampla utilização e flexibilidade (RANA, 2009), o Ponder foi escolhido

comolinguagemdedescriçãodepolíticanocontextodoSistemadeGerenciamentode

RedesorientadoaPolíticasdeSustentabilidadeapresentadonestetrabalho.

OPonderéumalinguagemdeespecificaçãodepolíticasdegerenciamentoesegurança

para sistemas distribuídos desenvolvida pelo grupo de Políticas em Sistemas

Distribuídos, no London Imperial College (LYMBEROPOULOS, 2004). Para fins de

especificação, análise e execução de políticas, foi elaborado um conjunto de

ferramentasparaoPondercompostopor:

1. CompiladorPonder:compiladorparaalinguagemPonderqueconsistedeum

analisador sintático, um analisador semântico de dois passos, um gerador de

códigoJavaparapolíticasdeobrigaçãoerestrição,eumgeradordecódigoXML;

2. EditordePolíticaPonder:umeditorcustomizávelparaalinguagemPonder;

3. Kit de Gerenciamento Ponder: kit para suportar o gerenciamento dos

módulosdomodeloapartirdoconsolegeraldegerenciamento.

Nas subseções 8.2.3.2 a 8.2.3.8 são descritas brevemente a notação e sintaxe da

linguagem, sendo também apresentados alguns exemplos de como ela pode ser

utilizada para descrever as políticas de sustentabilidade em nível de rede

(DAMIANOUetal,2001)(DAMIANOU,2002).

8.1.3.1 Sintaxe

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A sintaxe do Ponder é definida segundo a notação EBNF (ISO/IEF 14977:1966). A

seguir,algumasdasprincipaisconvençõesdestanotação:

• Agrupamentosdeitenssãoespecificadosentreparênteses“()”;

• Elementosopcionaissãoespecificadosentrecolchetes“[]”;

• Repetiçõessãoespecificadasentrechaves“{}”;

• “|“éosímboloseparadordasalternativasemumaregradegramática;

• “=“ é o símbolo de definição; à esquerda do símbolo fica o nome da regra de

gramáticae,àdireita,adefiniçãodonome;

• “;”éosímbolodeterminaçãocomoqualcadaregraéterminada;

• “,”éosímbolodeconcatenação;diferentestermosdamesmaregrasãoseparados

porestesímbolo;

• Aspalavrasreservadasdalinguagemsãoespecificadasemnegrito.

8.1.3.2 ConvençõesLéxicas

Algumas das principais convenções léxicas da linguagem Ponder (DAMIANOU et al,

2001)(DAMIANOU,2002)são:

• Identificador:umasequênciaarbitrariamente longade letrasedígitos,naqualo

primeiro caractere deve ser uma letra, diferente de “_”, com diferenciação entre

maiúsculaseminúsculas(e.g.,‘Managers’,‘x_coord’,‘year_2000’,‘SATURDAY’);

• Palavras reservadas: identificadores reservadospara uso comopalavras-chaves

dalinguagem(conformeFigura8.4);

• Action auth+ auth- boolean catch constraint deleg+ deleg- do domain event

extends extern grantee group hops import in inst int meta mstruct oblig on

raises refrain rel result role set spec string subject target type user

valid when and bag collection else endif enum false implies not or

sequence then true xo

Figura8.4-PalavrasReservadasdaLinguagem

• Caminhos: são definidos de maneira semelhante à notação de sistemas de

arquivoUnix,podendoserrelativosouabsolutos,eindicamalocalizaçãodeum

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objeto, a definição de tipo de política ou instância de uma política (e.g.,

‘/dept/sales/salesmen’,‘secretaries/’,‘/.’);

• Operadores: os caracteres definidos nas Figuras 8.5 e 8.6 correspondem aos

operadoresdalinguagem;

• @ ! -> || && ^ = <><<= >>= + - * /

Figura8.5-CaracteresusadoscomoOperadoresdaLinguagem

• | .. ( ) { } [ ] . : , ;

Figura8.6-CaracteresusadoscomoOperadoresePontuaçãodaLinguagem

• Literais: são as constantes suportadas pela gramática. Podem ser dos tipos

‘Integer-constant’, ‘Real-constant’, ‘String-constant’ e ‘Bollean-constant’ (e.g.,

999,3.14159265385,10E+12,“administrator”,true).

8.1.3.3 TiposPré-definidos

A Figura 8.7 mostra os tipos pré-definidos da linguagem (DAMIANOUet al,

2001)(DAMIANOU,2002).

int, real, string, Boolean, domain, set, event, action, constraint,

auth+, auth-, oblig, refrain, deleg+, deleg-, group, role, rel,

mstruct, meta

Figura8.7-TiposPré-definidosdaLinguagem

8.1.3.4 TiposdePolítica

A linguagem Ponder define quatro grupos de políticas básicas: autorização

(authorisation policies), restrição (refrain policies), delegação (delegation policies) e

obrigação (obligationpolicies). Estas políticas usam sistematicamente três conceitos

(DAMIANOUetal,2001)(DAMIANOU,2002):

• Subject: refere-se a um sujeito ouumutilizador, ou seja, a usuários, gerentes ou

componentesgerenciadoresautomatizados,osquaispossuemresponsabilidadede

gerenciamento.

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• Target: refere-se aos objetos acessados por um subject ao invocar um método

visívelnasinterfacesdostargets,ouseja,osrecursosoufornecedoresderecursos

sobreosquaissãoaplicadasasregrasdaspolíticas.

• Domains:fornecemmeiosdeagruparosobjetossobreosquaisserãoaplicadasas

políticas. É possível agrupar os objetospor fronteiras geográficas, tipode objeto,

responsabilidadeououtrosfatoresqueforemconvenientesaosadministradores.

Na linguagem Ponder, as políticas podem ser visualizadas como classes-bases que

formam hierarquias de herança, conforme mostrado na Figura 8.8. Nas próximas

seçõesserãodescritasasquatropolíticasbásicasmostradasnestafigura.

Figura8.8-DiagramaBasedeClassesdoPonder

8.1.3.5 PolíticasdeAutorização

Aspolíticasdeautorizaçãodefinemquaisatividadesumelementodotiposubjectestá

autorizado (ou não) a executar sobre os objetos do tipo target. São políticas de

controle de acesso para proteger os recursos e serviços contra acessos não

autorizados.Existempolíticasdeautorizaçãopositivasquepermitemacessoaobjetos,

bemcomohápolíticasdeautorizaçãonegativas,quenegamacessoaobjetos.AFigura

8.9mostraasintaxedeumapolíticadeautorização.

inst ( auth+ | auth– ) policyName “{” subject [<type>] domain-Scope-Expression ;

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target [<type>] domain-Scope-Expression ; action action-list ; [ when constraint-Expression ; ] “}“

Figura8.9-SintaxedeumaPolíticadeAutorização

OexemplodaFigura8.10refere-seàautorizaçãodeumavideoconferência.Onomeda

política é “allocateBandwidth” e está localizada na pasta

“/users/administrators/jsmith”.Osubjectdapolíticaéogrupo“executiveGroup”,ea

política será aplicada para qualquer membro desse grupo. A ação é habilitar a

videoconferênciacomumalarguradebandade1Mbpseprioridade5entre14he17h

paraqualquerusuáriodogrupo“executiveGroup”queestiverlocalizadono“site1”ou

no“building4”.

inst auth+ /users/administrators/jsmith/allocateBandwidth{ subject /users/groups/executiveGroup; target /realms/sites/site1 OR/realms/sites/buildings/building4; action enable(videoconference, bandwidth=1M, priority=5) ; when time.between(1400,1700); }

Figura8.10-ExemplodeumaPolíticadeAutorização(STRASSNER,2004)

8.1.3.6 PolíticasdeRestrição

As políticas de restrição são usadas para definir um conjunto de ações que os

elementos do tipo subject não podem executar sobre os objetos do tipo target,

independentemente desses subjects terem sido previamente autorizados a executar

essasações.AFigura8.11apresentaasintaxedeumapolíticaderestrição.

inst refrain policyName“{” subject [<type>] domain-Scope-Expression ; target [<type>] domain-Scope-Expression ; action action-list ; [when constraint-Expression ; ] “}“

Figura8.11-SintaxedeumaPolíticadeRestrição

O exemplo ilustrado na Figura 8.12 proíbe que videoconferências sejam habilitadas

paraqualquerlocalizaçãoemumasegunda-feira.

Inst refrain /users/administrators/jsmith/assignBandwidth { subject /users/groups/executiveGroup; target /-; //any target action enable(videoconference) ;

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when time.day(Monday);}

Figura8.12-ExemplodeumaPolíticadeRestrição(STRASSNER,2004)

8.1.3.7 PolíticasdeDelegação

As políticas de delegação são usadas para permitir que um subject conceda um

conjuntodeprivilégiosaoutrosubject, chamadograntee.AFigura8.13apresentaa

sintaxedeumapolíticadedelegação.

inst deleg+ “(”associated-auth-policy “)” policyName “{” grantee [<type>] domain-Scope-Expression ; [ subject [<type>] domain-Scope-Expression ; ] [ target [<type>] domain-Scope-Expression ; ] [ action action-list ; ] [ when constraint-Expression ; ] [ valid constraint-Expression ; ] “}”

Figura8.13-SintaxedeumaPolíticadeDelegação

OexemplodaFigura8.14estáassociadoàpolíticadeautorizaçãodaFigura8.10ediz

queosubjectdapolíticadeautorização“allocateBandwidth”podedelegaroprivilégio

de habilitar uma videoconferência no domínio “/realms/sites/site1” a grantees no

domínio “/users/groups/adminGroups/execAssistants”. Esta delegação pode ser

executadaentre08he17heéválidaparaaspróximas24horas.

inst Deleg+ (allocateBandwidth) delegateBandwidthAllocation { grantee /users/groups/adminGroups/execAssistants; target/realms/sites/site1; action enable(videoconference, bandwidth=1M, priority=5) ; when time.between(0800,1700); valid time.duration(24) ; }

Figura8.14-ExemplodeumaPolíticadeDelegação(STRASSNER,2004)

8.1.3.8 PolíticasdeObrigação

As políticas de obrigação definem um conjunto de ações que um elemento do tipo

subject deve executar quando um determinado evento ocorrer. Diferentemente das

políticasdeautorização,quesãobaseadasnossubjects,aspolíticasdeobrigaçãosão

baseadasnostargets.AFigura8.15mostraasintaxedeumapolíticadeobrigação.

inst oblig policyName “{” on event-specification ;

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subject [<type>] domain-Scope-Expression ; [ target [<type>] domain-Scope-Expression ; ] do obligation-action-list ; [ catch exception-specification ; ] [ when constraint-Expression ; ] “}”

Figura8.15-SintaxedeumaPolíticadeObrigação

O exemplo da Figura 8.16 define que sempre que um evento de requisição de

videoconferênciaforrecebido,deve-sereservarlarguradebandanosroteadores.

Inst Oblig videoConferenceSetUp { on request(videoconference, source, bandwidth ) ; subject /devices/routers/InternetGatewayRouter; target /devices/edgeRouters; do target.reserve(bandwidth) ;}

Figura8.16-ExemplodeumaPolíticadeObrigação(STRASSNER,2004)

Os exemplosmostraram declarações diretas das políticas para cada tipo de política

básicausandoapalavrareservadainst.Casosejanecessáriopassarparâmetrosparaas

políticas, a linguagem também suporta ummodo mais flexível de reúso de funções

usando a palavra reservada type no lugar da palavra reservada inst. Dessemodo é

possível, por exemplo, passar osparâmetrossubject e target dinamicamentepara a

política.

8.1.3.9 LinguagemdeDescriçãodePolíticasdeDispositivosdeRede

As linguagens de descrição de políticas proporcionam uma boa abordagem para

descreverdeformaestruturadaavisãodenegócio,possibilitandoumaformametódica

deorganizaraspolíticasefacilitandoasuacompreensão.Contudo,aindaénecessário

fazer com que as políticas em Ponder sejam aplicadas em recursos de rede que

comumente não suportam essa linguagem. Nesse sentido, as Políticas de

SustentabilidadeemNíveldeDispositivoeInstânciacumpremafunçãodeinterpretar

aspolíticasemPonderparacriarregrasqueserãoaplicadasaosdispositivos.

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8.2 PolíticadeSustentabilidadeemNíveisdeDispositivoeInstância

Umapolíticadesustentabilidadeemníveldedispositivoérepresentadapelatradução

dapolíticadescritaemumalinguagemdealtonívelparaumadebaixonívelqueseja

aplicável ao dispositivo. A abordagem é a tradução de regras escritas em uma

linguagemdeclarativa, comoPonder,parauma linguagemdeexecução, representada

por um conjunto de comandos específicos para o dispositivo. O problema envolve a

traduçãodepolíticasabstratasparapolíticasconcretas.Políticas,emumdadoníveldo

contínuodepolítica,geralmentediferemnasintaxe,maspodemserrelacionadaspor

meiodeumasemântica.Paracorrelacionarconceitosdeduaslinguagensdepolíticaé

necessárioummodelosemânticoquecontenhatantoasemânticaparaovocabulário

usado nas linguagens de política quanto as definições de como os conceitos estão

relacionados. Esse objetivo é alcançado commodelos de informação (como o CIM -

Common InformationModel; SID - Shared Information/DataModel; DEN -Directory

EnabledNetworks,aversãonextgeneration,DEN-ng)quedefinemummapeamentode

conceitosabstratosemconceitosconcretos.

Omodelo de informaçãoDirectoryEnabledNetworksnextgeneration (DEN-ng) é um

dos mais abrangentes modelos de informação usados para integrar diferentes

linguagens,semânticasemodelosdeprogramação.DEN-ngéumaespecificaçãodeum

modelode informaçãoorientado a objetos.Descreve comoelementos e entidades se

inter-relacionamnoambientegerenciado(STRASSNER,2004).AFigura8.17ilustrao

modeloparaumaregradepolíticausando-seoDEN-ng.

Figura8.17-ModelodeRegrasdePolíticadoDEN-ng[Fonte:(STRASSNER,2004)]

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Um modelo de informação como o Directory Enabled Networks (DEN) e possíveis

variaçõessãoutilizadosparaintegrardiferenteslinguagens,semânticasemodelosde

programação. DEN é uma especificação de um modelo de informação orientado a

objetos. Descreve como elementos e entidades se inter-relacionam no ambiente

gerenciado(STRASSNER,2004).

Figura8.18-GerenciamentodeRedesbaseadoemPolítica[RANA2009]

Oproblemadetraduçãodepolíticaatéoníveldedispositivoéesquematizadonafigura

8.18.Requisitosfuncionaisenãofuncionaissãodefinidosemlinguagemdealtonível,

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incluindoalinguagemnatural.Estessãoentãocapturadosdeformaabstrataemuma

linguagemdedescriçãodepolíticadealtonível.Umesquemadetraduçãoqueenvolve

umasemânticacomuméusadonatraduçãodeumapolíticaabstrataparaumapolítica

concreta que faça sentido no nível do dispositivo. Esta, por sua vez, resulta em

comandos específicos para o dispositivo. A Figura 8.19 ilustra de forma prática um

problema de tradução entre uma política abstrata e uma ação concreta no nível do

dispositivo. Neste caso, uma ação na política de gerenciamento de alto nível define

certaconfiguraçãoparaparesBGP(BorderGatewayProtocol),quedeveserexecutada

emcadaumdosroteadoresdaredeaíenvolvidos.

Figura8.19-TraduçãodeAçãodePolíticaemAltoNívelparaAçãodeConfiguraçãode

Dispositivo

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Omodelodeinformaçãoéutilizadoparafacilitaratraduçãodeumaregradenegócio,

já traduzidanumaregradepolítica,paraumaaçãopersonalizadapordispositivo,de

formaaconfigurararede.

A distinção entre o nível de dispositivo e instância pode sermelhor entendida pelo

seguinteexemplonocontextodeumapolíticadesustentabilidadevisandoaeconomia

deenergia:noNíveldeDispositivo,determina-secomoasregrasserãorepresentadas

nosdispositivosatravésdeumaabstraçãoquelevaemcontaasfunçõescomunspara

cadadispositivo.UmexemploseriaousodeSNMPeumaMIBquesuporteoajustedo

dispositivoparaníveisdistintosde consumodeenergia.Por exemplo,nessenível se

sabequaisdispositivospodemestarem'dormir'equaispodemapenas'hibernar',ou

mesmo se algum equipamento é capaz ou não das duas coisas. Essas duas ações,

'dormir' e 'hibernar', são abstrações que consideram capacidades comuns aos

dispositivos. O fato de determinado equipamento não dispor do comando 'hibernar'

não impossibilitaquetal funcionalidadeseja implementada.Assim,essedeterminado

equipamentopodelevaracaboadecisãosuperiordequeeledevehibernaratravésda

passagemporoutrosestadosdistintos.Algumadministradorpodequerermodelarsua

rede de forma que, na incapacidade de propriamente hibernar, um equipamento

durmaouentreno'estadodebaixoconsumo'.Finalmente,noNíveldeInstância,essa

entradaem'estadodebaixoconsumo',conceitodoNíveldeDispositivo,serátraduzida

para o comando 'acionar estado 7', o que é bem específico para o dispositivo em

questão,dependendoatémesmodeversõesdosistemaoperacionaldoequipamento.

Certamente,podehavercasosnosquaisumaexpressãoadvindadaabstraçãodoNível

deDispositivosetraduzaemmaisdeumaexpressãodeinstânciae,portanto,emmais

deumcomando.

8.3 Proposta de Sistema de Gerenciamento de Redes baseado emPolíticaorientadaàSustentabilidade

O modelo para um Sistema de Gerenciamento de Redes orientado a Políticas de

Sustentabilidade temsido indicadocomoumadas formasparaobtençãoderedesde

comunicaçãomais eficientesdopontode vista de consumoenergético. Entretanto, a

coordenação de funcionalidades que visam a economia de energia, definindo-se os

modosdeoperaçãoparaosequipamentos (porexemplo,estadodehibernação,ativo

ou desligado) em redes, tem se mostrado desafiadora, uma vez que os protocolos

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tradicionais de redes foram implementados considerando-se equipamentos sempre

ligadoseativos.Assim,umSistemadeGerenciamentodeRedesorientadoaPolíticas

deSustentabilidadeé inerentementedinâmico se comparadoa soluções tradicionais,

aumentando consideravelmente a complexidade das interações em uma rede com

elementosdinamicamentecomutadosentreestadosdeoperação(emhibernação,ativo

ou desligado) para adaptar o seu consumo de energia ao nível de utilização do

dispositivo.

O objetivo de gerenciamento de redes orientado a Políticas de Sustentabilidade é o

gerenciamentononívelderedesdeformaaotimizarousoderecursos,emparticularo

consumo de energia, reduzindo-se os gastos relacionados a recursos sub-utilizados.

Além disso, outra questão importante é se este dinamismo de mudar o estado de

operaçãodeumequipamento (dormente, ativooudesligado)em funçãode cargana

redetemounãoimpactonoseutempodevida.

O desafio que surge neste cenário consiste na avaliação dos impactos das ações

orientadasàsustentabilidadesobreaqualidadedoserviçodaredecomoumtodo,no

contexto de uma rede dinamicamente adaptada em função da carga total trafegada,

como intuito de economizar energia e, também, demaximizar o tempode vida dos

própriosequipamentos.

8.3.1 VisãoGeraldaArquiteturadoSistemadeGerenciamento

Esta seção apresenta uma proposta de arquitetura para um Sistema de

GerenciamentodeRedesorientadoaPolíticasdeSustentabilidade.Baseia-sena

arquitetura geral proposta pelo PFWG IETF e seus componentes, já descrita,

adicionando-se módulos que permitem uma avaliação concorrente das múltiplas

métricasenvolvidasnaimplementaçãodeumapolíticadesustentabilidadenosníveis

deRedeeDispositivo.

Osistemapropostopodeserutilizadoparaavaliarmétricasdesustentabilidade,como

eficiênciaenergéticaeciclodevidaemumaredeheterogênea.AFigura8.20mostraa

arquiteturageraldosistemaproposto.

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Figura8.20-ArquiteturadeGerenciamentodeRedesorientadoaPolíticasdeSustentabilidade

NíveldeRedes:

No nível de Redes, o Sistema de Gerenciamento orientado a Políticas de

Sustentabilidadeécompostodosseguintesmódulos:

• Monitor de Sustentabilidade: dedicado à avaliação de parâmetros de

sustentabilidade, compreendendo um Monitor de Avaliação de Eficiência

EnergéticaeumMonitordeAvaliaçãodoCiclodeVida.

• MonitordeDisponibilidade:realizaocálculodinâmicodedisponibilidadedarede

namedida em que a topologia da rede é dinamicamente ajustada em função da

variaçãodecargadetráfegodeseusroteadoreseswitches,quepodemmudarde

estado(hibernação,ativooudesligado).

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• PontodeDecisão(PD):Estemódulodecidesedeterminadapolíticadeveounãoser

aplicada, analisando as suas regras, condições e eventos associados. Acessa as

políticas ativas descritas em uma linguagem de política de alto nível, como o

Ponder, armazenadas no Repositório de Políticas, analisa as medidas de

desempenhoparacadaelementodaredeedecideseaspolíticasdevemounãoser

emaplicadasaoestadoatualdarede.

• Atualizador de Dispositivo: coleta dados e aplica mudanças de configuração em

cadaroteadorouswitchresponsável,comunicando-secomosdispositivosderede.

• Ponto de Execução: faz a tradução da ação da política para uma linguagem ou

comandodebaixonívelparaosdispositivos.Essasaçõessão,então,executadasem

cadadispositivo,refletindoapolíticadealtonível.

• ServiçodeGerenciamentodePolíticas:éusadonaentradadepolíticasnosistema,

verificandoasuaconsistênciaearmazenando-asnumRepositóriodePolíticas.

• Repositório de Políticas: contém as Políticas de Sustentabilidade e Desempenho

aplicadasaosníveisdeRede,DispositivoeInstância.

• Repositório de Modelos: armazena os modelos para avaliação de métricas de

sustentabilidadeaplicáveisadiferentesclassesdeequipamentosderede.

NíveldeDispositivo:

O objetivo do sistema é gerenciar os roteadores/switches de uma rede, como a

instânciaindividualmostradanaFigura8.20.Naarquiteturaéassumidoqueaomenos

a funcionalidade de sleep mode/standbye está disponível nos dispositivos de rede

gerenciadosporessesistema.Nesseestado,odispositivomantém-seenergizado,mas

nãocumpresuafuncionalidadeprincipaldeencaminhardados.

Para que no nível de redes seja possível aplicar uma política de sustentabilidade,

decidindo-se por colocar ou não um dispositivo no estado de hibernação (sleep

mode/standby) é necessário obter informação sobre o volume de tráfego em cada

dispositivo.Tal informaçãopodesercoletadaporumprotocolodegerenciamentode

redes,comooSNMPdiscutidonocapítulo2,deacordocomumaBasedeInformação

de Gerenciamento (MIB - Management Information Base) que tenha variáveis

relacionadasaconsumodeenergia.

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NíveldeInstância:

Ainformaçãosobrevolumedetráfegodeumdispositivoeoutras,comooestadodeum

dispositivoeporta,taxadetransmissãodeumaporta,estãodisponibilizadasemuma

Base de Informação de Gerenciamento (MIB - Management Information Base). É

assumidoquecertascaracterísticas,comoestadoetaxadetransmissãodasportasdo

roteador/switch,são controláveis pormeio do protocolo de gerenciamento de rede,

i.e.,quenasoperaçõesSNMPespecíficasasdiferentesvariáveisdaMIBestãoajustadas.

A seçãoseguintedetalhaaoperaçãoe comunicaçãoentreosmódulosdaarquitetura

proposta.

8.3.2 MododeOperaçãodoSistemadeGerenciamento

Nesta seção serão detalhadas a operação dos módulos principais que compõem o

Sistema de Gerenciamento de Redes orientado a Políticas de Sustentabilidade e as

métricasassociadasaessesmódulos.

Comofoiexplicadoanteriormente,osistemaémunidodeumPontodeDecisão(PD)

como controlador. Este módulo emprega um Grafo da Rede, representando uma

estruturadedadosqueconcentraasmétricasavaliadasparacadadispositivonarede,

incluindosuaposiçãorelativa.Nestegrafo,cadanórepresentaumroteadorouswitch,

easarestasrepresentamosenlacesusadosparaconectaressesnós.

Acadanóestãoassociadososseguintesdados:

• NODE.ID:Identificadorúnicodenó;

• NODE.CLASS: Identificadorde classedonó, i.e., tipododispositivoagrupadopor

modelo e fabricante para o qual valem asmesmas características relacionadas a

sustentabilidade(consumodeenergia,ciclodevidaetc);

• NODE.NECR:Taxadeconsumoenergéticoparaonó;

• NODE.NEPI:Índicedeproporcionalidadedeconsumoenergéticodarede,i.e.,como

o consumo de energia escala com a carga no dispositivo, e.g., linear, quadrático,

exponencialetc;

• NODE.ELTPI:Índicedeproporcionalidadedetempodevidaesperado,i.e.,quantoo

tempodevidasereduzemfunçãodacarganodispositivo;

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• NODE.PKR:Taxadeperdadepacotesassociadaaocaminhomínimoentreonóeo

backbone;

• NODE.DELAY:Tempodeatraso,intervalo,entreumpedidodonóearespostado

backbone;

• NODE.AVAIL:Índicededisponibilidadedonó,i.e.,razãoentreuptimeedowntime

paraumintervalo,ouatraso,arbitrário.

Acadaarestaestãoassociadososseguintesdados:

• EDGE.WEIGHT:Fatordeponderaçãobaseadonaeficiênciaenergéticadecadanó,

refletindoocustodecadaenlacedeacordocomapolíticadegerenciamento;

• EDGE.LOAD: Volume de tráfego na aresta, i.e., tráfego no link entre dois

dispositivos,paraumintervalo;

• EDGE.BANDWIDHT:Larguradebandadoenlacerepresentadapelaaresta;

• EDGE.STATE:Estadodeatividade(ativo/inativo).

UmexemplodegrafoderedeusadopeloPontodeDecisão(PD)éexibidonaFigura

8.21. Esse grafo é atualizado pelo PD, refletindo uma política de gerenciamento. O

PontodeDecisãointeragecomosseguintesmódulos:MonitordeSustentabilidade,

MonitordeDisponibilidadeeAtualizadordeDispositivo.

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Figura8.21-GrafodeRedeutilizadopeloPontodeDecisãodoSistemadeGerenciamento

orientadoaPolíticasdeSustentabilidade

A rede é periodicamente analisada pelo sistema, seguindo a sequência ilustrada no

diagramadefluxonaFigura8.22:

1) O PD aciona oAtualizador de Dispositivo, responsável por coletar dados e

aplicarmudançasdeconfiguraçãoemcadaroteadorouswitch,comunicando-se

comestesdispositivospormeiodeumprotocolodegerenciamento.

2) O PD requisita que oAtualizador de Dispositivo colete dados de tráfego e

configureosestadosdosdispositivosnarede.

3) As informações coletadas por meio domóduloAtualizador de Dispositivos

sãoutilizadasparaatualizarcadaarestadografo,refletindoacargaeestadode

cada enlace. Consultando o cliente de protocolo de gerenciamento em cada

dispositivo, o módulo também coleta dados sobre o desempenho dos nós,

métricarepresentadapelataxadeperdadepacotes,eoatrasonacomunicação

comobackbone.Essesíndicessãoassinaladosnosnós.

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198

Figura8.22-FluxogramadePassosparaAvaliaçãodeConsumodeEnergia.

Comoobjetivode avaliar os índicesde sustentabilidade, oPD acionaoMonitor de

Sustentabilidade para que este atualize, com tais índices, o grafo de rede. Esse

monitor percorre o grafo, invocando os submódulos Avaliadores de Eficiência

Energética edeCiclo deVidaparacadanó.OAvaliador de Eficiência Energética

analisaoconsumoenergéticoinstantâneoparacadanó.AFigura8.22mostraospassos

executadospelosubmódulosupracitado.Cadarequisiçãodeveusarinformaçõessobre

aclassedonó,demodoqueobtenhadoRepositóriodeModelosoModeloEnergético

adequado. O Repositório de Modelos armazena os modelos para avaliação de

métricasdesustentabilidade,comoestánaFigura8.23.

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Figura8.23-RepositóriodeModelosparaoSistemadeGerenciamentodeRedesorientadoa

PolíticasdeSustentabilidade

OModeloEnergéticoépreviamenteespecificadoedescrevecaracterísticasrelativasao

consumoenergéticoparacadaclassededispositivo.Paracadaclassedeequipamento

sãodefinidos trêsprincipais subsistemas: portas, CPUe chassi.OModeloEnergético

emprega parâmetros de eficiência energética para cada um desses subsistemas,

definidoscomosesegue:

• CHASSIS.SLEEP:Consumodochassiquandoemstandby/sleepmode;

• CHASSIS.IDLE: Consumo do chassi quando em idle mode, ou seja, quando o

componentenãoestáexigindonenhumacarga;

• CHASSIS.FULL_LOAD:Consumodochassiquandotrabalhandoemcargamáxima;

• CHASSIS.LOAD_PI:Índicedeproporcionalidadeentreumaumentodeconsumode

energiaeumdecarga, i.e., comooconsumoescalacomacarga,e.g., linearmente,

exponencialmente,deformaquadráticaetc.

• CPU.SLEEP:ConsumodaCPUquandoemstandby/sleepmode;

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• CPU.IDLE:ConsumodaCPUquandoemidlemode,ouseja,quandoocomponente

estátotalmentedisponível,masnãoestásendoutilizado;

• CPU.FULL_LOAD:Consumodochassiquandotrabalhandoemcargamáxima;

• CPU.LOAD_PI: Índice de proporcionalidade entre um aumento de consumo de

energiaeumdecarga,equivalenteaochassis,emboranestecasosejareferenteà

CPU;

• PORT.NOLOAD:Consumodeumaportaquandonenhumacargaéexigida;

• PORT.BW_PI: Índice de proporcionalidade, para uma porta e paramesma carga,

entreaumentodeconsumoelarguradebanda;

• PORT.FULL_LOAD:Consumodeumaportaquandotrabalhandoemcargamáxima;

• PORT.LOAD_PI: Índice de proporcionalidade entre um aumento de consumo de

energiaeumdecarga,equivalenteaosanteriores,masnestecasoseráreferenteà

porta;

• PORT.TR_PWR_SPK: Pico de consumo associado à transição de uma porta entre

diferenteslargurasdebanda.

O próximo passo é verificar se o Modelo Energético correspondente a um dado

componente pode ser localizado no Repositório de Modelos Energéticos. Se tal

modelonãoforencontrado,ummodelopadrãopessimistaécarregadodorepositório,

usandoum limite inferiorpré-determinadoparaasvariáveisdeconsumoenergético.

Issoequivaleautilizaromodelodeconsumomenoseficienteconhecidoparaaclasse

do dispositivo, mantendo assim uma estimativa pessimista de consumo de energia.

Contrariamente, quando omodelo requerido é encontrado, verifica-se a consistência

dasvariáveis,demodoque,seovalordealgumparâmetro faltar,eleécarregadode

um modelo pessimista. A seguir, avalia-se a eficiência energética, processo que usa

tanto o Modelo Energético quanto informações contidas no grafo para avaliar o

consumodeenergia.Apartirdo tráfegode cadaarestaassociadoaonó, calcula-sea

cargatratadaporestenó,sendoqueestainformaçãoé,também,usadaparaocálculo

do consumoem cadaporta. Se todas as arestas de umnó estiveremno estado sleep

mode/standby,considera-sequeopróprionótambémestaránessemesmoestado.

O consumo energético total, junto à carga manejada pelo dispositivo, é usado na

avaliaçãodoconsumo,gerandoduasmétricas:ataxadeconsumoenergético(NECR–

NetworkEnergyConsumptionRate)paraodispositivo,queéarelaçãowatts/bits,ea

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métricadeproporcionalidadedeconsumoenergéticodarede(NEPI–NetworkEnergy

ProportionalityIndex).ONEPImedeaproporcionalidadequerelacionaumacréscimo

noconsumodeenergiadevidoaoaumentocarga.Esteíndiceéobtidopelohistóricode

consumo de cada componente, onde se estabelece um fator de escala, i.e., linear,

exponencial,quadrático,etc.Oúltimopassodarequisiçãoéaatualizaçãodografode

redecomosíndicescalculados.

OMonitor de Sustentabilidade também interage comoMonitor de Avaliação do

CiclodeVida,requisitando,acadanó,umaavaliaçãosobreociclodevidaeseguindo

ospassosmostradosnaFigura8.24.

Figura8.24-FluxogramadePassosparaAvaliaçãodeCiclodeVida

Aoperaçãocomeçacompedidodeavaliaçãodeciclodevidaenviadoadeterminado

componente.Nasequência,carrega-sedorepositóriodemodelosaqueleadequadoao

componente. Para tanto, utilizam-se informações sobre a classe desse componente.

Cadamodelodeveincluirumsubconjuntodasseguintesvariáveis:

• LF.LOAD_PI: Índice de proporcionalidade de ciclo de vida, que relaciona uma

degradaçãonotempodevidaesperadocomumaumentodecarga;

• LF.MD_INDEX: Índice de descarte de ciclo de vida, que informa sobre qual é a

dificuldadeparareciclaroudescartaradequadamenteomaterialdoqualéfeitoo

componente;

• LF.REP_COST:Índicedetrocadecustodereposição,queserelacionacomocusto

docomponente.

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Opróximopassoéverificarsehá,noRepositóriodeModelos,ummodelodeciclode

vidaadequadoaocomponente.Aexemplodomodeloenergético,afaltadomodelode

componenteimplicanousodeummodelopessimista,oqualconsistenousodevalores

limítrofespré-definidosparaasvariáveisdeciclodevida.Inversamente,encontrando-

seummodelodeciclodevida,verifica-seaconsistênciadesuasvariáveis.A faltade

umadelastambémimplicanousodevaloreslimítrofesestabelecidospreviamente.As

métricasavaliadasestãoescritasnonó.

Seguindoaoperaçãodosistema,omóduloPontodeDecisãoaciona,então,oMonitor

deDisponibilidadeparaqueesteavalieamétricadedisponibilidadedecadanódo

grafodarede.Aoperaçãodessemonitorestásumarizadanofluxogramaapresentado

naFigura8.25.OAvaliadordeDisponibilidadepercorre,então,ografo,consultandoo

ModelodeDisponibilidadee calculando,primeiro, adisponibilidadede cadanópara

encaminharumpacotededadose, segundo,adisponibilidadedecadaroteadorhost

paraentregarosdadosaoroteadordebackbone.

Figura8.25-FluxogramadePassosparaAvaliaçãodeDisponibilidade

OModelodeDisponibilidadeécompostopelas informaçõesdecadatipoderoteador

ouswitchdarede,asquaisdescrevemosseguintesparâmetrosparaenlaces:

• AV.LINKS_MTBF:Períodomédioentrefalhas;

• AV.LINKS_MTTR:Tempomédioatéreparar;

• AV.LINKS_WAKUP_TIME:Tempomínimodewakeup.

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Eosseguintesparâmetrosparanós:

• AV.NODES_MTBF:Períodomédioentrefalhas;

• AV.NODES_MTTR:Tempomédioatéreparar;

• AV.NODES_WAKUP_TIME:Tempomínimodewakeup.

OAvaliadordeDisponibilidadecalculaasmétricasdedisponibilidade,descritascomo

sesegue:

• AV.NODES_FORWARD:Listadadisponibilidadedecadanóquepodeencaminhar

pacotesdedadosaosnósvizinhos;

• AV.HOST_NODES: Listadadisponibilidadedecadanóhost quepodeencaminhar

pacotesdedadosaoroteadordebackbone.

O Avaliador de Disponibilidade calcula a disponibilidade em dois passos: primeiro,

para cada nó e, depois, para cada roteador host. No primeiro, usa-se o método da

Cadeia de Markov, amplamente utilizado no cálculo tanto para sistemas com

arquiteturaparalelaquantostandby,comosevênaFigura8.26.

Figura8.26-ModelosdeDisponibilidadeemParaleloeStandby

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Figura8.27-CálculodaDisponibilidadeusandoaCadeiadeMarkov

Na Figura 8.26, a variável λ representa a taxa de falhas, que consiste em 1/MTBF

(MeanTimeBetweenFailures),µataxadereparo,consistindode1/MTTR(MeanTime

toRepair),eavariávelC,queéaprobabilidadedeumerroseridentificado,oqueno

sistemaserelacionacomataxacomaqualografodaredeéatualizado,sendo1/(taxa

deatualização).

A disponibilidade é primeiramente calculada para cada nó. Em seguida, calcula-se a

disponibilidade de um roteador host se comunicar com o backbone. A avaliação de

disponibilidadeparaumroteadorhostéfeitaemdoispassos:primeirosãocalculados

todosos caminhosmínimos (equação1)entreosdois roteadores;no segundopasso

faz-se a soma considerando-se a teoria de grafos, i.e., excluindo a interseção entre

todos os caminhos mínimos para cada roteador host (equação 2), e tendo como

resultadoamétricadedisponibilidade.

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Disponibilidade(caminhosmínimos)=Π(nós)Disponibilidade(nó)(1)

Disponibilidade(roteadorhost)=∑(caminhosmínimos)Disponibilidade(caminhosmínimos)(2)

Nasexpressões,avariávelnóindicaonúmerodenósquecompõemocaminhomínimo

eavariávelcaminhosmínimosrepresentaaquantidadedecaminhosmínimosentreo

roteadorhosteobackbone.

Porfim,apósografodaredetersidoatualizadocomasmétricasavaliadasparacada

dispositivo,esteéentãousadonoPonto deDecisãoparaaaplicaçãodapolítica.Os

dadossãolidospeloGerenciadordePolíticaqueaplicaapolíticaemaltonível.Asações

definidaspelapolíticaemaltonívelsãoentãopassadasaoPontodeExecução,queas

traduzparaaçõesconcretasque,porsuavez,sãotransmitidasparaosdispositivosvia

protocolodegerenciamento,comodiscutidoanteriormente.

8.4 ConsideraçõesFinaisEste capítulo mostra a arquitetura genérica de um Sistema de Gerenciamento

orientadoaPolíticaspropostapelo IETFediscuteaquestãode traduçãodepolíticas

descritasemdiferentesníveisdeabstração.Nocasodonívelderedes,optou-sepela

linguaguemPonder,utilizadanosexemplosdescritosdePolíticadeRedenestecapítulo

eno capítulo9.NoníveldeDispositivo, aspolíticasdeníveldeRede são traduzidas

para comandos SNMP. E, finalmente, no nível de Instância essas políticas são

traduzidasemoperaçõessobrevariáveisdaMIB.

Aindanestecapítulo,comoimportanteestudodecasoapresenta-seapropostadeum

Sistema de Gerenciamento de Redes orientado a Políticas de Sustentabilidade que

permitequearedesejagerenciada levandoemconsideraçãoprioridadesalinhadasà

política mais geral de sustentabilidade. Tais prioridades incluem a manutenção de

níveisdequalidadedeserviçonegociadoscomoclientefinal.Osistemapermite,ainda,

que se realize uma contínua avaliação de consumo de energia para fins de

chaveamentodaprópriapolíticaativaepriorizaçãodasrotasmaiseficientes.

Uma implementação para o sistema em questão, utilizando a linguagem Ponder, o

protocolodegerenciamentoSNMPeomecanismodeengenhariade tráfegobaseado

em túneis MPLS (Multiprocol Label Switching), está em desenvolvimento e será

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discutida no próximo capítulo, como exemplo ilustrativo. Alémdisso, o problemade

tradução de uma política mais geral de gerenciamento, em regras escritas em

linguagem de alto nível e passando por uma linguagem de baixo, também será

focalizado.

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9 ESTUDODECASOPARAEFICIÊNCIAENERGÉTICAEMTIC

ParafinsdeexemplificarcomopodeseraplicadooModelodeGestãodeTecnologiada

InformaçãoeComunicaçãoorientadaaPolíticasdeSustentabilidade,seráusadocomo

estudo de caso o Centro de Informática e Telecomunicações (CIT) de uma

universidade, que funciona de modo semelhante ao CCE (Centro de Computação

Eletrônica)daUniversidadedeSãoPaulo,cujaoperaçãoédescritadetalhadamenteem

(CARVALHO2010).

9.1 VisãoGeralsobreUnidadedeNegóciodeTIC

OCentrodeInformáticaeTelecomunicações,queseráusadocomoonossoestudode

caso,éumaunidadedenegócioquerespondepelosserviçosdeinfraestruturadeTIC

deumauniversidadepúblicainstaladaem10campinototal.10.

Segundoo anuário estatísticode2011dauniversidade, seusprincipaisnúmeros são

(USP2011):

• AlunosMatriculados:88.962

• Docentes:5.865

• FuncionáriosTécnico-Administrativos:16.187

• FuncionáriosdeTIC:≈750

• Informática:

o Microcomputadores:41.938

o Impressoras:16.417

9.1.1 MissãodoCentrodeInformáticaeTelecomunicaçãoes

Primeiramente,foidesenvolvidaachamada“MissãoEstendida”,queserelacionacom

todasasideiasprincipaisaseremincorporadaspelaversãofinaldamissão:

10Sãoaotodo10campi,umprincipaletrêsmenoresnacidadedeSãoPauloeoutrosseisemcidadesdo

interiordoestadodeSãoPaulo(RibeirãoPreto,SãoCarlos,Piracicaba,Pirassununga,BaurueLorena),

sendoqueocampusdeSãoPaulorespondepor60%dasoperaçõesdeTIC.

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208

• Administrar eficientemente os recursos de Tecnologia da Informação e

Comunicação(TIC)deusocomumatodasasunidadesdenegóciodauniversidade,

sejamelasunidadesadministrativasouunidadesdeensino.

• PrestarserviçosdeTICcomqualidadeeagilidadeàsuacomunidadedeusuáriose

clientes.

• Oferecer suporteà elaboraçãodediretrizesdeTICparaauniversidade comoum

todo.

• Serreferênciaemexcelênciaoperacionalnosâmbitosnacionaleinternacional.

Emtermosgerais,osserviçosprestadospeloCITcompreendemoatendimentoatodas

as unidades de negócio da universidade no que diz respeito a: manutenção de

equipamentosdemicroinformática, hospedagemde servidoresdedados em Internet

DataCenter, provimento de redes de dados intracampus e intercampi bem como de

acesso à Internet, projetos de redes locais, serviços de telecomunicações, suporte à

produção audiovisual para finalidades didáticas, de pesquisa, cultura e extensão,

suporteàaquisiçãodebensdeinformáticaeprospecçãodenovastecnologiasnaárea

deTIC.Estaprestaçãodeserviçosdeveserfeitacomexcelência,istoé,comagilidadee

qualidade. Esta excelência é a base para o CIT se tornar referência na sua área de

atuação,ocampusuniversitário.

A partir da Missão Estendida construiu-se a Missão do CIT: “Ser referência em

prestação de serviços sustentáveis de Tecnologia da Informação em campus

universitário”.Otermo“comSustentabilidade”foiincorporadoposteriormente,pois

o CIT como um todo foi se envolvendo, cada vez mais, em iniciativas de

SustentabilidadecomoTICVerde,editaissustentáveis, tratamentosustentávelde lixo

eletrônico,DataCenterVerde,dentreoutras.

9.1.2 SegmentaçãodosNegócios

OCITpossuicincodepartamentos,ecadaumcorrespondeaumaunidadedenegócio.

Quando foi desenvolvido o Plano Estratégico Corporativo, não se identificou a

necessidadedealteraressaestruturadedepartamentos.

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209

OsDepartamentossãoosseguintes:

• Administração & Finanças (UNAF) – presta serviços para todos os demais

departamentos do CIT, no que diz respeito às diferentes sub-áreas de finanças e

contabilidade, compras, tesouraria e patrimônio. Além disso, controla a entrada e

saída de documentos oficiais do CIT e é responsável pela gestão de serviços

terceirizados, como de limpeza e vigia, e os serviços de organização de eventos.

Também administra as seguintes seções: Recursos Humanos, Transporte e

Manutenção Predial, o que inclui acompanhamento de obras civis e instalação de

parteelétrica.

• Apoio Tecnológico (UNAT) – é o departamento que está mais próximo da

comunidadedeusuáriosdoCITpelofatodeincorporarosserviçosdeHelpDesk.A

equipedoHelpDeskrespondeàschamadastécnicasde1ºNíveleencaminhaasde

2ºnívelparaaárea técnicacorrespondente.Essaschamadas incluemmanutenção

demicrocomputadore impressora,problemanarede localoude telefonia,dentre

outros.AlémdoHelpDesk,estedepartamentopossuioutrastrêsseções.Aprimeira

delas, chamadaEstúdioMultiMeios, produzvideoclipes, captura e transmite vídeo

em formato streaming e realiza videoconferências. A segunda desenvolve

programas aplicativos (por exemplo, sistema de controle de reserva de salas,

sistema de controle de frota, sistema de abertura de chamados técnicos viaweb)

paraatenderàsnecessidadesinternasespecíficasdocentro.E,porúltimo,tem-sea

seçãodeComunicação,cujaprincipalmetaémelhorartantoacomunicaçãointerna

docentrocomoaexternaaele.

• Manutenção de Equipamentos de MicroInformática (UNEM) – as principais

atividades deste departamento são realizar o reparo e a manutenção de

equipamentos eletrônicos, bem como a montagem de microcomputadores. Para

agilizar a prestação desses serviços, ele controla um estoque próprio de peças e

acessórios eletroeletrônicos. Parte da atividade de manutenção é realizada em

laboratórios e parte on-site, dependendo da gravidade do problema e do tipo de

peça que eventualmente precisa ser trocada. Além dessas atividades, a equipe do

departamento realiza prospecção de novas tecnologias e a especificação de

equipamentos de microinformática para os editais públicos de âmbito geral da

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210

universidade.Porúltimo,estedepartamentocontacomumaseçãoresponsávelpelo

tratamentode lixoeletrônico,denominadaCEDIR (CentrodeDescarte eReúsode

ResíduosdeInformática).

• Operação de DataCenter (UNDC) – uma das principais atividades deste

departamento é cuidar do IDC (Internet DataCenter), onde são hospedadas

máquinas e sites de todas as unidades de negócio da universidade, bem como

equipamentos da rede backbone da universidade, e de sua interconexão com a

Internet.ParadarsuporteaoIDC,existeumserviçodeoperação24x7.Onúmero

desistemashospedadosnoIDCtemcrescidoanoaanoerequercontínuagestãode

capacidadeemtermosdeenergiaconsumidaear-condicionado.AlémdoIDC,éde

responsabilidade deste departamento o serviço de e-mail. O número de caixas

postais bem como de mensagens recebidas e transmitidas tem crescido

constantemente,sobretudodevidoàrecenteofertadee-mailsparatodososalunos

da universidade. Por último, o departamento monitora e trata os incidentes de

segurança e aplica as políticas de segurança definidas no nível de toda a

universidade.

• Redes de Comunicação (UNRC) – atua nas áreas de rede de comunicação e

telefonia.Naáreaderedes,desenvolveeexecutaprojetosderedessolicitadospelas

diferentesunidadesdenegóciodauniversidade.Éresponsávelpelaredebackbone

que interliga os vários campi e pela rede backbone do campus principal, desde a

concepçãodoprojeto,suainstalação,monitoraçãoemanutenção.Alémdisso,cuida

da interconexão da rede backbone da universidade com ISPs (InternetService

Providers)ecomoutrasredesdoestadodeSãoPaulo.Naáreadetelefonia,atuade

modo semelhante, sendo responsável pela instalação emanutenção de centrais e

terminaistelefônicos.

9.2 MapeamentoentreDiferentesNíveisdePolítica

Para os Serviços de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) consideram-se

diferentesníveisdepolítica(videcapítulo2),asaber:

• NíveldeNegócio:Tomando-secomopontodepartidaosobjetivosdeDesempenho

e Sustentabilidade da organização ou da unidade de negócio de TIC de uma

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211

organização e os contratos estabelecidos entre a organização e seus clientes ou

entre a unidade de negócio de TIC e outras unidades de negócio da mesma

organização, neste nível são estabelecidas metas e guias de desempenho e

sustentabilidade, tendo como diretriz básica atender os SLAs (Service Level

Agreements)definidosemcontratoseatuandosobreosprocessos.

• NíveldeSistema:EstenívelconheceasMetasdeDesempenhoeSustentabilidadee

osSLASquedevemseratendidosnoscontratosdaorganizaçãocomorganizações

clientes ou entre a unidade de negócio de TIC e outras unidades de negócio da

mesmaorganização,estabelecendoIndicadoresdeDesempenhoeSustentabilidade

referentesaprocessoseprocedimentosdaorganizaçãooudaunidadedenegócio

deTICcomoumtodo.

• NíveldeInfraestruturadeTIC:Conhecendo-seosIndicadoresdeDesempenhoe

Sustentabilidade,estenívelprovêasmétricasdeoperaçãodosprincipaissistemas

de TIC da organização ou da unidade de negócio de TIC, incluindo Sistemas de

Microinformática, Sistemas de Rede e Sistemas de DataCenter. Os valores destas

métricas são obtidos pela composição de métricas de operação de dispositivos

providaspeloNíveldeDispositivo.

• NíveldeDispositivo:Estenívelprovêosvaloresdemétricasdedispositivos,sejam

elesdeMicroinformática,RedesouDataCenters.

• Nível de Instância: Este nível provê acesso a variáveis internas dos próprios

dispositivos, que podem estar armazenadas, por exemplo, em uma MIB

(ManagementInformationBase).

Cabenotarqueumapolíticadeumnívelpodeserconvertidaemumaosduaspolíticas

deníveis inferiores. Istoocorre,porexemplo,quandoemníveldenegóciodefine-se,

dentrodocontextodesustentabilidade,umaPolíticadeEficiênciaEnergéticaquetem

comometaareduçãodeconsumodeenergiaelétricaem30%.Istoprovavelmenteirá

gerar Políticas de Eficiência Energética atreladas à infraestrutura predial, ao

DataCentereàsredesdecomunicação.

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212

Aconversãodapolíticadeumnívelemumaoumaispolíticasdonívelimediatamente

inferiorpodeserrealizadamanualmenteconformedefinidoporumgrupodepessoas,

ouentãoautomaticamenteempregando-seumaferramentadesoftwareparaestefim.

Estaferramenta,aoreceberumapolítica,testaasuaaplicabilidadeeconsistênciaese

nãohouvernenhumproblema,executaatraduçãoeconversãodestapolítica.Emcada

nível,apolíticadesustentabilidadeédescritaempregando-seumalinguagemquetem

umníveldeabstraçãodistintodeoutrosníveis.Parafacilitar,suponha-sequenonível

de serviços de rede utiliza-se uma linguagem do tipo UML (Unified Modeling

Language). Esta política será convertida em comandos SNMP (Simple Network

ManagementProtocol)nocasodosníveisderedesedispositivos.

9.2.1 PolíticadeSustentabilidadeemNíveldeNegócios

Considerando que a organização usada como estudo de caso tem comomissão “Ser

referênciaemPrestaçãodeServiçosSustentáveisdeTecnologiadaInformaçãoe

Comunicação em campus universitário” e que suaPolíticade Sustentabilidade foi

definida como “Todos os processos e procedimentos relacionados a TIC devem

estaralinhadoscompreceitosdepráticassustentáveis”,éimportantedefinirquais

sãoasmetasassociadasaestamissãoeaestapolítica.

Vale também ressaltar que uma organização ou unidade de negócio voltada para

prestação de serviços de TIC, tipicamente, tem como estratégia básica a “excelência

operacional”. As empresas com este tipo de estratégia são aquelas que enfatizam a

eficiênciae a confiabilidade, liderama indústria em termosdepreçoe conveniência,

minimizam os custos de overhead (i.e, custos indiretos e de despesas) e alinham a

cadeiadesuprimentos(WEILL2006).

SegundoapesquisadesenvolvidapeloMIT-CISR,taisempresassãomaiscentralizadas,

enfatizamouso eficazde ativos, e seusprocedimentosoperacionais eprocessos são

tipicamentepadronizados(WEILL2006).

Apartirdaí,pode-seinferircomoprincipaismetas:

• Uso racional de insumos. No caso de uma organização desta natureza, têm-se

como principais insumos: energia elétrica, telefonia, combustível devido ao

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deslocamentoparaprestaçãodeserviçosdesuporteemanutençãoon-site,ebens

deconsumodeinformática,incluindo,principalmente,papel,tonnerparaimpressão

emídiasparagravação(porexemplo,DVDs,pendrives)(Meta1).

• Inexistência de perda de material ou equipamentos por mau uso, perda de

validade(e.g.,casodearmazenamentodematerialsemusoportempoprolongado)

ouperdadeprazosdegarantia (e.g., encaminhamentodeequipamentodefeituoso

foradoprazodegarantia)(Meta2).

• Destinaçãosustentáveldetodooresíduogerado,pormeiodeaçõesdereúsoou

reciclagem(Meta3).

• Capacitação da equipe técnica alinhada com o estado da arte de soluções e

tecnologiasdaáreadeTIC(Meta4).

• Inexistênciadeacidentesdetrabalhoedeocorrênciadedoençasoperacionais

(Meta5).

• Melhoria contínua dos serviços prestados com redução do tempomédio de

atendimentoachamadoseresoluçãodeproblemas,visandooobjetivodetempo

máximoiguala24horas(Meta6).

• Inovaçãoconstantedosprodutoseserviçosprestados(Meta7).

9.2.2 PolíticasdeSustentabilidadeemNíveldeSistema

Para fins de ilustração, são definidas as políticas, metas e indicadores em Nível de

Sistemapara trêsdasmetas emNíveldeNegócio, a saber:UsoRacionalde Insumos

(Meta 1), Destinação Sustentável de Todo o Resíduo Gerado (Meta3) e Inovação

ConstantedosProdutoseServiçosPrestados(Meta7).

9.2.2.1 UsoRacionaldeInsumos

Nesta Seção são apresentadas asMetas, Políticas e Indicadores de Sustentabilidade

relacionadosàmetadeUsoRacionaldeInsumos.

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214

9.2.2.1.1 Aquisição de Bens de Consumo e Equipamentos de Informática eTelecomunicação

ParaocasodeAquisiçãodeBensdeConsumoeEquipamentosde Informáticae

Telecomunicaçõesforamdefinidasasseguintesmetas,políticaseindicadores.

Metas:

• Aquisiçãosomentedebensde informáticaquesejam"verdes"(i.e.,queseguemos

padrões ROHS e/ou EPEAT de produção e possuem sistema de economia de

energia),recicláveisoubiodegradáveis.

• Aquisição somente de equipamentos eletroeletrônicos e, especialmente,

equipamentosdeinformáticaetelecomunicaçõesquesejam“verdes”.

• Substituição de todo o parque instalado de informática e telecomunicações por

equipamentos“verdes”noprazodeumano.

• Credenciamento somentede fornecedoresque estejam comprometidos comações

desustentabilidade,oquepodesercomprovado,porexemplo,pelaelaboraçãodo

GRI.

Política:

Só participam de editais ou RFPs (Request for Proposals) para aquisição de

equipamentosdeinformáticaetelecomunicaçãoosfornecedoresalinhadoscomações

desustentabilidade.Serádadapreferênciaàaquisiçãodeequipamentosdeinformática

etelecomunicaçõesquesejam“verdes”.

Indicadores:

• ABS1-Porcentagemdefornecedoresquetêmcomprometimentocom

sustentabilidade(GRI).

• ABS2-Porcentagemdefornecedoresqueproveemsoluçõesouprodutos“verdes”.

• ABS3-Porcentagemdefornecedoresqueproveemsoluçõesdelogística“verdes”.

• ABS4–Porcentagemdeequipamentosdeinformáticaetelecomunicações“verdes”.

• ABS5-Porcentagemdebensdeconsumo“verdes”,reciclados,recicláveise/ou

biodegradáveis.

• ABS6–Índicedecrescimentoanualdaporcentagemdeequipamentos“verdes”.

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215

• ABS7-Índicedecrescimentoanualdaporcentagemdebensdeconsumo“verdes”,

reciclados,recicláveise/oubiodegradáveis.

9.2.2.1.2 ConcessãodeViagensNacionaiseInternacionais

ParaocasodeConcessãodeViagensNacionaiseInternacionaisforamdefinidasas

seguintesmetas,políticaseindicadores.

Metas:

• Eliminaçãodeviagensparareuniõestécnicasentrelocalidadesdaorganizaçãoque

possuamequipamentosdevideoconferência.

• Aquisiçãodeequipamentosdevideoconferênciaparatodasasunidadesdenegócio

remotasemrelaçãoàmatrizdaorganização.

Política:

• Concessãodeviagens,tantonacionaiscomointernacionais,somentepara

participaçãodeeventos,conferênciaseprogramasdetreinamento.

Indicadores:

• IOG12–Gastostotaiscomcombustível(litros,R$)mensaleanual.

• IOG13 – Índice de consumo de combustível (litros, R$) mensal e anual por

funcionário.

• IOG14 - Índice de crescimento de consumo de combustível mensal e anual por

funcionário.

• OPR15 – Índice de redução de deslocamentos e/ou viagem devido ao uso de

ferramentasdetrabalhocolaborativo.

• OPR16-Índicedegastoemviagens(R$,kilometragem)porfuncionário.

• ABX–PorcentagemdasUnidadesdeNegócioRemotasquepossuemequipamentos

devideoconferência.

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216

9.2.2.1.3 MelhoriadaEficiênciaEnergéticadaInfraestruturaPredial

ParaocasodeMelhoriadaEficiênciaEnergéticada InfraestruturaPredialforam

definidasasseguintesmetas,políticaseindicadores.

IndicadoresGerais:

• IOG1–Gastostotaiscomenergiaelétrica(kWh,R$)mensaleanual.

• IOG2 - Índice de consumo de energia elétrica (kWh, R$) mensal e anual por

funcionário.

• IOG3 - Índice de crescimento de consumo de energia elétricamensal e anual por

funcionário.

Meta:

• Substituição de todos os interruptores de energia elétrica por interruptores

acionadosporsensoresdepresença.

Políticas:

• Aquisição e instalação de interruptores acionados por sensores de presença para

salas que não são continuamente ocupadas, tais como salas de conferência e de

reunião.

• Aquisição e instalação de um sistema automatizado de iluminação, que permita

controlara iluminaçãoatravésdeumaprogramaçãodeacordocomahoradodia

e/ouocupaçãonassalasdeusocontínuo.

Indicador:

• IOG5-Porcentagemdassalaseáreasdeusocomumquepossueminterruptoresde

iluminaçãoe/ouar-condicionadoacionadosporsensoresdepresença

9.2.2.1.4 Melhoria de Eficiência Energética da Área de Tecnologia daInformaçãoeComunicação

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217

Para o caso de Melhoria de Eficiência Energética da Área de Tecnologia da

Informação e Comunicação foram definidas as seguintes metas, políticas e

indicadores.

IndicadoresGerais:

• IOG1–Gastostotaiscomenergiaelétrica(kWh,R$)mensaleanual.

• IOG2 – Índice de consumo de energia elétrica (kWh, R$) mensal e anual por

funcionário.

• IOG3 – Índice de crescimento de consumode energia elétricamensal e anual por

funcionário.

• OPR1–GastostotaisdeenergiaelétricacomainfraestruturadeTIC.

• OPR17–ÍndicedecrescimentodosíndicesdegastosemTICcomenergiaelétrica.

• DataCenter.

Metas:

• Reduçãode20%noconsumodeenergiaelétrica.

• Consolidaçãodeservidoresfísicosemservidoresvirtuais.

Políticas:

• Hospedagemde servidoresDataCenterpreferencialmentepara servidores virtuais

(ahospedagemdeservidoresfísicosseriapermitidaapenasemcasosdevidamente

justificados de impossibilidade de uso de virtualização na aplicação a ser

hospedada).

• Conversãodeservidoresfísicoscomociosidademédiamaiorque70%porperíodo

superior a ummês em servidores virtuais e realocação do servidor físico para o

conjuntodeservidoreshospedeirosdevirtualização.

• Substituiçãodeservidoresfísicoscommaisdecincoanosporservidoresvirtuais.

• Aquisiçãoe instalaçãodePDUsparamediçãodeconsumodeenergiaporservidor

nãovirtualizado.

• RedesdeComunicação.

Metas:

• Reduçãode20%noconsumodeenergiaelétrica.

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218

• Substituiçãodetodososenlacesmetálicosderedesmetropolitanas(porexemplo,

nointeriordeumcampus)porenlacesdefibraóptica.

• Manutençãodeequipamentoscativoscomtaxadeusosuperiora30%.

Políticas:

• Manutençãodeequipamentoscativoscomtaxadeusosuperiora30%.

• Priorização de aquisição de equipamentos com interfaces ópticas em detrimento

dos equipamentos de interfaces para cabos metálicos no caso de conexões

metropolitanasedelongadistância.

• Desativaçãodeequipamentosderedecomociosidademaiordoque70%,casoseja

possívelremanejarotráfegoemanteroníveldequalidadedeserviço(QoS).

Indicadores:

• OPR3 – Índice de gasto de energia elétrica (kWh ou R$) por capacidade de

transmissãoinstalada.

• OPR6-Índicedereduçãodeconsumodeenergiaelétricamensaleanual,totalepor

funcionário,nocasodeadoçãodesoluçõesdeeficiênciaenergéticaparaasredes.

• Porcentagem dos enlaces metropolitanos e de longa distância que são de fibra

óptica.

• ComputadoresPessoais.

Metas:

• Reduçãode20%noconsumodeenergiaelétrica.

• Adoçãodeuma infraestruturadevirtualizaçãodedesktops (VDI–VirtualDesktop

Infrastructure).

Políticas:

• Preferênciapelaaquisiçãode thinclientsou terminaismóveis (e.g.:notebooks)em

substituiçãoaoscomputadoresconvencionais(dotipodesktop).

• Todo computador ou terminal em desuso deve ser colocado automaticamente no

mododeeconomiadeenergia.

• Computadores semuso pormais de doismeses devem ser realocados para outro

usuário.

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219

Indicadores:

• OPR4–Índicedegastodeenergiaelétrica(kWhouR$)porcomputadorpessoal.

• OPR7-Índicedereduçãodeconsumodeenergiaelétricamensaleanual,totalepor

funcionário, no caso de adoção de soluções de eficiência energética para

computadorespessoais.

9.2.2.1.5 ConsumodeBensdeInformática

ParaocasodeConsumodeBensdeInformáticaforamdefinidasasseguintesmetas,

políticaseindicadores.

Metas:

• Todasasimpressorasdevemsermonitoradasdemodoapossibilitaro

levantamentodeestatísticasdeuso.

• Reduçãodeconsumodepapel,tonnereoutrosbensdeinformáticaem10%.

Política:

• Aquisição e instalação somente de impressoras com interface de rede e

possibilidadedemonitoraçãoremota.

Indicadores:

• OPR11 - Porcentagem das impressoras que são monitoradas por ferramentas de

controledenúmerodeimpressões.

• OPR13-Índicedegastocompapel(R$)porimpressoraeporfuncionário.

• OPR14 - Índice de gasto em cartuchos de impressoras (R$) por impressora e por

funcionário.

• OPR10-Índicedereduçãodonúmerodeimpressões,deconsumodepapeletonner

pelaadoçãodefluxodetrabalhobaseadoemdocumentoseletrônicos.

• OPR12-Gastostotais(R$)combensdeconsumodeinformática.

• OPR17-ÍndicedecrescimentodegastosemTICcombensdeinformáticaemgeral,

papel,cartuchosdeimpressora.

ATabela9.1 resumeosIndicadoresdeSustentabilidadesreferentesàMeta1– Uso

RacionaldeInsumos.

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220

Tabela9.1–IndicadoresdeSustentabilidadesreferentesàMeta1-UsoRacionaldeInsumos

Dominio ElementosdoDomíniodePolíticadeSustentabilidade IndicadoresdeSustentabilidade

OrigemdosInsumos

Fornecedor Sustentabilidade(e.g.,

adesãoaoGRI)

ABS1-Porcentagemdefornecedoresquetêmcomprometimentocomsustentabilidade(GRI)ABS2-Porcentagemdefornecedoresqueproveemsoluçõesouprodutos“verdes”

Produtos“verdes”.Reciclados,recicláveise/ou

biodegradáveis.

ABS4–Porcentagemdeeqptosdeinformáticaetelecomunicaçõesquesão“verdes”ABS5-Porcentagemdebensdeconsumo“verdes”,reciclados,recicláveise/oubiodegradáveis

Produtos

“Verdes”.Reciclados,recicláveise/oubiodegradáveis.

ABS6–Índicedecrescimentoanualdaporcentagemdeequipamentos“verdes”ABS7-Índicedecrescimentoanualdaporcentagemdebensdeconsumo“verdes”,reciclados,recicláveise/oubiodegradáveis

UsoRacionaldeRecursos

Combustível PerfildeUso

IOG12–Gastostotaiscomcombustível(litros,R$)mensaleanualIOG13–Índicedeconsumodecombustível(litros,R$)mensaleanualporfuncionárioIOG14–Índicedecrescimentodeconsumodecombustívelmensaleanualporfuncionário

ViagensAérease

Rodoviárias

OPR15–Índicedereduçãodedeslocamentose/ouviagemdevidoaousodeferramentasdetrabalhocolaborativoOPR16-Índicedegastoemviagens(R$,quilometragem)porfuncionário

EnergiaElétrica

PerfildeConsumo

IOG1–Gastostotaiscomenergiaelétrica(kWh,R$)mensaleanualIOG2–Índicedeconsumoenergiaelétrica(kWh,R$)mensaleanualporfuncionárioIOG3–Índicedecrescimentodeconsumodeenergiaelétricamensaleanualporfuncionário

IluminaçãoIOG5-Porcentagemdassalaseáreasdeusocomumquepossueminterruptoresdeiluminaçãoe/ouar-condicionadoacionadosporsensoresdepresença

Dominio ElementosdoDomíniodePolíticadeSustentabilidade IndicadoresdeSustentabilidade

UsoRacionaldeRecursos

EnergiaElétrica

TecnologiadaInformaçãoe

Comunicação

PerfildeConsumo

OPR1–Gastostotaisdeenergiaelétricacomainfra-estruturadeTICOPR17–ÍndicedecrescimentodosíndicesdegastosemTICcomenergiaelétrica,óleodiesel,bensdeinformáticaemgeral,papel,cartuchosdeimpressora,viagenseoutros

DataCenter

OPR2–Índicedegastodeenergiaelétrica(kWhouR$)noDataCenterporcapacidadedeprocessamentoearmazenamentoinstaladaeporfuncionárioOPR5–Índicedereduçãodeconsumodeenergiaelétricamensaleanual,totaleporfuncionário,nocasodesoluçõesdeeficiênciaenergéticaederefrigeraçãoparaoDataCenter

RedesdeComunicação

OPR3–Índicedegastodeenergiaelétrica(kWhouR$)porcapacidadedetransmissãoinstalada

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221

OPR6–Índicedereduçãodeconsumodeenergiaelétricamensaleanual,totaleporfuncionário,nocasodeadoçãodesoluçõesdeeficiênciaenergéticaparaasredes

ComputadoresPessoais

OPR4–Índicedegastodeenergiaelétrica(kWhouR$)porcomputadorpessoalOPR7–Índicedereduçãodeconsumodeenergiaelétricamensaleanual,totaleporfuncionário,nocasodeadoçãosoluçõesdeeficiênciaenergéticaparacomputadorespessoais

VirtualizaçãoOPR8–Índicedereduçãodeconsumodeenergiaelétricamensaleanual,totaleporfuncionário,devidoasoluçõesdevirtualizaçãodecomputadoreserede

Bens

EquipamentosdeTIC

Impressoras

OPR10–Índicedereduçãodenúmerodeimpressões,deconsumodepapeletonnerpelaadoçãodefluxodetrabalhobaseadoemdocumentoseletrônicosOPR11-PorcentagemdasimpressorasquesãomonitoradasporferramentasdecontroledenúmerodeimpressõesOPR13-Índicedegastocompapel(R$)porimpressoraeporfuncionárioOPR14-Índicedegastoemcartuchosdeimpressoras(R$)porimpressoraeporfuncionário

BensdeConsumodeTIC

OPR12–Gastostotais(R$)combensdeconsumodeinformática

9.2.2.2 DestinoSustentáveldeTodososResíduosGerados

Nesta Seção são apresentadas asMetas, Políticas e Indicadores de Sustentabilidade

relacionadosàmetadeDestinoSustentáveldeTodososResíduosGerados.

9.2.2.2.1 DestinoSustentáveldeEquipamentosEletroeletrônicos

Para o caso de Destino Sustentável de Equipamentos Eletroeletrônicos foram

definidasasseguintesmetas,políticaseindicadores.

Meta:

• Destinação Sustentável de Todos os Equipamentos Eletroeletônicos considerados

inservíveisparaorganização,sejaporobsolecênciaoupormaufuncionamento.

Política:

• Todoequipamentoconsideradoinservívelparaorganizaçãodeveserencaminhado

parareúsoemalgumprojetosocialouparareciclagem.

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222

Indicadores:

• SPV5–TempodeVidamédiodeequipamentoseletroeletrônicosdaorganização.

• SPV6-Índicedecrescimentodociclodevidadeequipamentoseletroeletrônicosda

organização.

• SPV7–Porcentagemdeequipamentoseletroeletrônicosemaisespecificamentede

TIC inservíveis na organização, que são encaminhados para reúso em projetos

sociais.

• SPV8–Porcentagemdeequipamentoseletroeletrônicosemaisespecificamentede

TIC inservíveis na organização, que são desmontados e encaminhados para

reciclagemdecomponentes.

• SPV9–Porcentagemdeequipamentoseletroeletrônicosinservíveisnaorganização

quesãodescartados.

• SPV10 – Índice de crescimento do volume de equipamentos eletroeletrônicos

inservíveisnaorganizaçãoquesãoencaminhadosparareúsoemprojetossociaisou

reciclagem.

• SPV11-Númerodeprojetossociaisatendidoscomequipamentoseletroeletrônicos

compossibilidadedereúso.

9.2.2.2.2 DestinoSustentáveldeResíduos

ParaocasodeDestinoSustentáveldeResíduosforamdefinidasasseguintesmetas,

políticaseindicadores.

Metas:

• Destinação sustentável de todos os bens de consumo inservíveis, incluindo os de

informáticaetelecomunicações,equaisquertiposderesíduos.

• Eliminarageraçãoderesíduosnãorecicláveis.

Política:

• Todooresíduogeradodeveserencaminhadoparareúsooureciclagem.

Ações:

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223

• Todos os bens de consumo inservíveis, incluindo os de informática e

telecomunicações,equaisquertiposderesíduosdevemserdescartadosnosistema

decoletaseletiva.

• Todososresíduosorgânicosdevemserencaminhadosparacompostagem.

• Todososresíduosinorgânicoserecicláveisdevemsertriadoseencaminhadospara

reúsooureciclagem.

Indicadores:

• IOG15–Volumedelixorecicladoenãorecicladomensaleanual.Estelixopodeser

classificadoportipodematerial.

• IOG16–Volumedelixorecicladoenãorecicladomensaleanualporfuncionário.

• IOG17 –Índice de crescimento e/ou redução do volume de lixo reciclado e não

recicladomensaleanualporfuncionário.

• OPR18–VolumederesíduoselixogeradospelaáreadeTICmensaleanualmente.

• OPR19–VolumederesíduoselixogeradospelaáreadeTICmensaleanualmente

porfuncionário.

• OPR20-Volumede resíduose lixogeradospela áreadeTICmensal e anualmente

quesãodescartados.

• LGI6- Volume de embalagens recicláveis e não recicláveis recebidas mensal e

anualmente.

• LGI7- Volume de embalagens recicláveis e não recicláveis recebidas mensal e

anualmenteporfuncionário.

• LGI9-Porcentagemdasembalagensrecebidasquesãodescartadas.

• LGE1- Volume de embalagens recicláveis e não recicláveis usadas mensal e

anualmente.

• LGE2 - Volume de embalagens recicláveis e não recicláveis usadas mensal e

anualmenteporfuncionário.

• LGE3-Volumederesíduosgeradosnoempacotamentodebens.

• LGE5 - Porcentagem dos resíduos gerados no empacotamento de bens que são

descartados.

ATabela9.2resumeosIndicadoresdeSustentabilidadesreferentesàMeta3–Destino

SustentáveldeTodooResíduoGerado.

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224

Tabela9.2-IndicadoresdeSustentabilidadesreferentesàMeta3–DestinoSustentáveldeTodo

oResíduoGerado

DomíniodePolítica

ElementosdoDomíniodePolíticadeSustentabilidade IndicadoresdeSustentabilidade

GestãodeResíduos

BensdeConsumo

Geral

IOG15–Volumedelixorecicladoenãorecicladomensaleanual.EstelixopodeserclassificadoportipodematerialIOG16–VolumedelixorecicladoenãorecicladomensaleanualporfuncionárioIOG17–Índicedecrescimentoe/oureduçãodovolumedelixorecicladoenãorecicladomensaleanualporfuncionário

TIC

OPR18–VolumederesíduoselixogeradospelaáreadeTICmensaleanualmenteOPR19–VolumederesíduoselixogeradospelaáreadeTICmensaleanualmenteOPR20-VolumederesíduoselixogeradospelaáreadeTICmensaleanualmentequesãodescartados

Embalagens PerfildeDescarte

LGI6–VolumedeembalagensrecicláveisenãorecicláveisrecebidasmensaleanualmenteLGI7–VolumedeembalagensrecicláveisenãorecicláveisrecebidasmensaleanualmenteporfuncionárioLGE1–VolumedeembalagensrecicláveisenãorecicláveisusadasmensaleanualmenteLGE2–VolumedeembalagensrecicláveisenãorecicláveisusadasmensaleanualmenteporfuncionárioLGE3–Volumederesíduosgeradosnoempacotamentodebens

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225

Tabela9.3-IndicadoresdeSustentabilidadesreferentesàMeta3–DestinoSustentáveldeTodo

oResíduoGerado

DomíniodePolítica

ElementosdoDomíniodePolíticadeSustentabilidade IndicadoresdeSustentabilidade

GestãodeResíduos

Embalagens

ReusadasouRecicladas

LGI8–PorcentagemdasembalagensrecebidasquesãoreusadasoupodemserencaminhadasparareciclagemLGI10–Índicedecrescimentoe/oureduçãodaporcentagemdasembalagensrecebidasquesãoreusadasouencaminhadasparareciclagemLGE4–PorcentagemdosresíduosgeradosnoempacotamentodebensquesãoreusadoserecicladosLGE6–Índicedecrescimentoe/oureduçãodaporcentagemdosresíduosquesãoreusadosouencaminhadasparareciclagem

Descartadas

LGI9–PorcentagemdasembalagensrecebidasquesãodescartadasLGE5–Porcentagemdosresíduosgeradosnoempacotamentodebensquesãodescartados

Eletro-Eletrônicos

PerfildeDescarte

SPV5–TempodeVidamédiodeequipamentoseletroeletrônicosdaorganizaçãoSPV6–Índicedecrescimento/reduçãodociclodevidadeequipamentoseletroeletrônicosdaorganização

Reusados

SPV7–PorcentagemdeequipamentoseletroeletrônicosemaisespecificamentedeTICinservíveisnaorganização,quesãoencaminhadosparareúsoemprojetossociaisSPV10–Índicedecrescimentodovolumedeequipamentoseletroeletrônicosinservíveisnaorganização,quesãoencaminhadosparareúsoemprojetossociaisoureciclagem.SPV11-Númerodeprojetossociaisatendidoscomequipamentoseletroeletrônicoscompossibilidadedereuso

Reciclados

SPV8–PorcentagemdeequipamentoseletroeletrônicosemaisespecificamentedeTICinservíveisnaorganização,quesãodesmontadoseencaminhadosparareciclagemdecomponentes

Descartados SPV9–Porcentagemdeequipamentoseletroeletrônicosinservíveisnaorganizaçãoquesãodescartados

9.2.2.3 InovaçãoConstantedosProdutoseServiçosPrestados

NestaSeçãosãoapresentadasasMetas,PolíticaseIndicadoresrelacionadosàmetade

InovaçãoConstantedosProdutoseServiçosPrestados.

9.2.2.3.1 InovaçãoTecnológicadeEscopoGeral

ParaocasodeInovaçãoTecnológicadeEscopoGeral foramdefinidasasseguintes

metas,políticaseindicadores.

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226

Metas:

• Aumentaronúmerodelançamentosdeprodutoseserviçosinovadoresnoperíodo

deumano.

• AumentaronúmerodepatentesdesenvolvidasnaáreadeTecnologiadaInformação

eComunicação.

Políticas:

• Alocação de porcentagem fixa da receita em Projetos de Pesquisa &

Desenvolvimento.

• Premiaçãodosfuncionárioscompatentesregistradas.

Indicadores:

• DTE17–Porcentagemdareceitaempregadaemprospecção tecnológicavisandoa

incorporação de novas tecnologias que tragam um diferencial competitivo para a

organização.

• DTE18–Númerodeprojetosdeprospecçãotecnológica.

• MVE11–Númerodedemonstraçõessobretecnologias,produtoseserviçosdeTIC,

realizadaspresencialmente,onlineoudemodohíbridonoperíododeumano.

9.2.2.3.2 InovaçãoTecnológicacomFocoemSustentabilidade

Para o caso de Inovação Tecnológica com Foco em Sustentabilidade foram

definidasasseguintesmetas,políticaseindicadores.

Metas:

• Alocarumaporcentagem fixada receita para investimentona áreadePesquisa&

Desenvolvimento de novos produtos, serviços e soluções com foco em

sustentabilidade.

• DesenvolverpatentesnaáreadeTecnologiaaplicadaaSustentabilidade.

Políticas:

• Alocação de porcentagem fixa da receita em Projetos de Pesquisa &

DesenvolvimentocomfocoemSustentabilidade.

• Premiaçãodosfuncionárioscompatentesregistradas.

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227

Indicadores:

• DTE1 – Porcentagem da receita alocada para projetos de inovação tecnológica

voltadaparaeficiênciaenergéticaeusoracionalderecursosgeraisedeTIC.

• DTE2 – Porcentagem da receita empregada no desenvolvimento de soluções de

eficiênciaenergéticaparaDataCenter.

• DTE3 – Número de projetos voltados para o desenvolvimento de soluções de

eficiênciaenergéticaparaDataCenter.

• DTE4 – Porcentagem da receita empregada no desenvolvimento de soluções de

eficiênciaenergéticaaplicadasàsredesdecomunicação.

• DTE5 – Número de projetos voltados para soluções de eficiência energética

aplicadasàsredesdecomunicação.

• DTE6 – Porcentagem da receita empregada no desenvolvimento de soluções de

eficiênciaenergéticaparacomputadoresdemesa.

• DTE7 – Número de projetos voltados para soluções de eficiência energética

aplicadasacomputadoresdemesa.

• DTE8 – Porcentagem da receita empregada no desenvolvimento de soluções de

virtualizaçãoderecursoscomputacionais.

• DTE9 – Número de projetos voltados para soluções de virtualização de

computadoreseequipamentosderede.

• DTE10 – Porcentagem da receita empregada no desenvolvimento de soluções de

fluxodetrabalhobaseadoemdocumentoseletrônicos.

• DTE11 – Número de projetos voltados para a substituição do fluxo de trabalho

baseadoempapelpelofluxodetrabalhobaseadoemdocumentoseletrônicos.

• DTE12–Porcentagemdareceitaempregadanodesenvolvimentodeferramentasde

trabalhocolaborativo.

• DTE13–Númerodeprojetosvoltadosparaodesenvolvimentode ferramentasde

trabalhocolaborativo.

• MVE11–Númerodedemonstraçõessobretecnologias,produtoseserviçosdeTIC,

realizadaspresencialmente,onlineoudemodohíbridonoperíododeumano.

ATabela9.3resumeosindicadoresdeSustentabilidadeeDesenpenhorelacionadosà

Meta7-InovaçãoConstantedosProdutoseServiçosPrestados.

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228

Tabela9.4-IndicadoresdeSustentabilidadesreferentesàMeta7-InovaçãoConstantedos

ProdutoseServiçosPrestados

DomíniodePolítica

ElementosdoDomíniodePolítica

deSustentabilidadeIndicadoresdeSustentabilidade

InovaçãoTecnológica

PerfildeInvestimentoDTE1–PorcentagemdareceitaalocadaparaprojetosdeinovaçãotecnológicavoltadaparaeficiênciaenergéticaeusoracionalderecursosgeraisedeTIC

EficiênciaEnergética

DataCenter

DTE2–PorcentagemdareceitaempregadanodesenvolvimentodesoluçõesdeeficiênciaenergéticaparaDataCenterDTE3–NúmerodeprojetosvoltadosparaodesenvolvimentodesoluçõesdeeficiênciaenergéticaparaDataCenter

RedesdeComputadores

DTE4–PorcentagemdareceitaempregadanodesenvolvimentodesoluçõesdeeficiênciaenergéticaaplicadasàsredesdecomunicaçãoDTE5–Númerodeprojetosvoltadosparasoluçõesdeeficiênciaenergéticaaplicadasàsredesdecomunicação

ComputadoresdoUsuárioFinal

DTE6–PorcentagemdareceitaempregadanodesenvolvimentodesoluçõesdeeficiênciaenergéticaparacomputadoresdemesaDTE7–Númerodeprojetosvoltadosparasoluçõesdeeficiênciaenergéticaaplicadasacomputadoresdemesa

ProspecçãoTecnológica

DTE17–PorcentagemdareceitaempregadaemprospecçãotecnológicavisandoaincorporaçãodenovastecnologiasquetragamumdiferencialcompetitivoparaaorganizaçãoDTE18–Númerodeprojetosdeprospecçãotecnológica

ReengenhariadeProcessos

DTE15–PorcentagemdareceitaempregadanaatualizaçãodosprocessosadministrativoseoperacionaisvisandooaumentodeprodutividadeereduçãodegastosderecursosDTE16–Númerodeprojetosvoltadosparaatualizaçãodosprocessosadministrativoseoperacionais

TrabalhoColaborativo

DTE12–PorcentagemdareceitaempregadanodesenvolvimentodeferramentasdetrabalhocolaborativoDTE13–Númerodeprojetosvoltadosparaodesenvolvimentodeferramentasdetrabalhocolaborativo

FluxodeTrabalhoEletrônico

DTE10–PorcentagemdareceitaempregadanodesenvolvimentodesoluçõesdefluxodetrabalhobaseadoemdocumentoseletrônicosDTE11–Númerodeprojetosvoltadosparaasubstituiçãodofluxodetrabalhobaseadoempapelpelofluxodetrabalhobaseadoemdocumentoseletrônicos

VirtualizaçãodeRecursos

DTE8–PorcentagemdareceitaempregadanodesenvolvimentodesoluçõesdevirtualizaçãoderecursoscomputacionaisDTE9–Númerodeprojetosvoltadosparasoluçõesdevirtualizaçãodecomputadoreseequipamentosderede

ComunicaçãoMVE11–Númerodedemonstraçõessobretecnologias,produtoseserviçosdeTICrealizadaspresencialmente,onlineoudemodohíbridonoperíododeumano

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229

9.3 SistemadeGovernançadeTIC

TomandoporbaseométodoparaimplementaçãodeGovernançadeTICapresentado

nocapítulo8,temoscincofasesdetrabalho:

• Fase1–LevantamentodeInformaçõessobreaEmpresa

• Fase2–AvaliaçãodaGovernançadeTIC

• Fase3–ReprojetodaGovernançadeTIC

• Fase4–ImplementaçãodaNovaGovernançadeTIC

9.3.1 LevantamentodeInformaçõessobreaOrganização

Nopresenteestudodecaso,tem-seoCentrodeInformáticaeTelecomunicações(CIT),

que presta serviços de Infraestrutura de TIC (Tecnologia da Informação e

Comunicação) para diferentes unidades administrativas e de ensino de uma

universidade pública. Como foi mencionado anteriormente, sua missão é: “Ser

referênciaemprestaçãodeserviçossustentáveisdeTecnologiadaInformaçãoe

Comunicaçãoemcampusuniversitário”.

Estaprestaçãodeserviçosdeveserrealizadacomexcelência,ouseja,comagilidadee

qualidade.Considerandoastrêsdisciplinasdevalordiscutidasnocapítulo7,pode-se

dizer que a estratégia básica do CIT é ”excelência operacional”. Contudo, para ser

referêncianaáreadeTICé,também,importante,emboranãoessencial,estaralinhado

com tecnologias de estado da arte, i.e., com as inovações tecnológicas. Isto permite

oferecer serviçosdiferenciados, commaiorqualidade, e facilitaoestabelecimentode

parceriasinternacionais.

Dentrodestalinhaestratégicabásica,deve-seconsiderarascincounidadesdenegócio:

Administração & Finanças (UNAF), Apoio Tecnológico (UNAT), Manutenção de

EquipamentosdeMicroinformática(UNEM),OperaçãodeDataCenter(UNDC)eRede

de Comunicação (UNRC). Estas unidades de negócio têm autonomia na própria

administração,nadefiniçãodesoluçõestécnicas,naprospecçãodenovastecnologias,e

nadefiniçãodosserviçosaseremprestados,masnão têmautonomianaalocaçãode

recursos financeirosdemédioe grandeportes.Quando se tratade investimentosna

aquisição de novos sistemas, tipicamente com inovação tecnológica, oumesmo para

expansãodossistemasadjacentes,cadaunidadedenegóciocompeteporrecursoscom

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230

outrasunidadesdenegócio.Adecisãosobreinvestimentosenvolveadiretoriagerale

osdiretoresdecadaunidadedenegócio.

Omesmoacontece em relação aos recursoshumanos. Casoumaunidadedenegócio

necessite expandir seu quadro de funcionários, esta situação deve ser discutida em

âmbitodediretoriageraledosdiretoresdasdemaisunidades.Istosedeveaofatode

queoorçamentoparacontrataçãoderecursoshumanoséconcedidopelareitoriapara

oCITcomoumtodoenãoseparadamenteparacadaumadesuasunidadesdenegócio.

Assim sendo, pode-se dizer que existe sinergia entre as unidades de negócio. Há

padrões referentesà infraestruturabásicadeTICdisponívela todos, incluindoredes

decomunicação,plataformadeautomaçãodeescritório,serviçosdeback-up,serviços

de e-mail, intranet, dentre outros. Contudo, as aplicações e serviços de negócios são

específicasdecadaunidadedenegócio.

Em relação à estabilidade administrativa, vale dizer que, por se tratar de uma

universidadepública,a cadaquatroanos,tipicamente,substitui-seodiretorgeraldo

CIT.Istogera,comoprimeiroimpacto,mudançasnapriorizaçãodeinvestimentos,seja

para aprimoramento dos serviços já existentes, seja para incorporação de novos

serviços.

Ofatodeserumórgãopúblicoimplica,também,queasmetasdedesempenhonãosão

orientadas à lucratividade,mas sim ao emprego damelhormaneira possível do seu

orçamentoanual.IstomotivouarealizaçãodecomprascentralizadasdeTICemtodaa

universidade realizadapelopróprioCIT. Umaouduas vezespor ano são realizadas

chamadasparacompradebensdeinformáticaetelecomunicaçõesabertasatodasas

unidades administrativas e de ensino da universidade para realização de pregões.

Quanto maior for a adesão das diferentes unidades, maior o volume de compra, e

menor é o preço pago pelos bens adquiridos. Chega-se a obter entre 40 a 60% de

reduçãodessepreço(CARVALHO2010).

9.3.2 Fase2-AvaliaçãodeGovernançadeTIC

Nesta fase inicial, existia um modelo de Governança informal focado nas decisões

corporativasreferentesàadoçãodeinovaçõestecnológicas,naalocaçãoderecursosdo

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231

orçamentoena resoluçãodeproblemasde interesse comuma todasasunidadesde

negócio.

Contudo,existiatambémapercepçãosobreanecessidadedeseadotarummodelode

Governança de TICmais bem estruturado, que norteasse a tomada de decisões e a

monitoração dos resultados correspondentes. Para dar andamento a este processo

iniciou-se a implementação das disciplinas mais críticas do ITIL (Information

TechnologyInfrastructureLibrary)asaber:ServiceDesk,GerenciamentodeIncidentes,

Gerenciamento de Problemas, Gerenciamento de Configuração, Gerenciamento de

MudançaseCapacidades(CARVALHO2010).

OITILnãopodeserconsideradoummodelodeGovernançadeTIC,massimdeGestão

deServiçosdeTIC.Noentanto,suaimplementaçãotevecomoconsequênciaamelhoria

deserviçosprestados,sobretudo,noatendimentoaousuário.Comopassardotempo,

o Service Desk passou por melhorias contínuas, incluindo-se diferentes níveis de

serviçoeexpandindo-seostiposdechamadosquepodemserfeitospelaweb.

Como resultado desta avaliação, optou-se pelo aprimoramento do processo de

desenvolvimentodoPlanoEstratégicoepor redesenhar totalmenteaGovernançade

TIC.

ValeressaltarqueumdosgrandesdesafiosnestaempreitadaéafaltadeSistemasde

IncentivoeRecompensaparaosetorpúblico.Apriorizaçãodeofertadetreinamentos

paraosfuncionárioscommelhordesempenhoéumadaspoucaspossibilidades,poisa

realizaçãode treinamentosécontempladapositivamentepeloprogramadeascensão

dacarreiradosfuncionáriostécnicosadministrativos.

9.3.3 Fase3–ReprojetodaGovernançadeTIC

NocasodaGovernançadeTICparaoCentrodeInformáticaeTelecomunicação(CIT),

foiadotadoomodeloapresentadonocapítulo7,queincorporaosmodelosMIT-CISR,

COBIT,ITILeBSC,cadaumcomseuescopoecaracterísticasespecíficascompondoum

modelomaisabrangenteeevolutivo,nosentidodequeosmecanismosdeGovernança

deTICpodemserincorporadosgradativamente,tornandoaGovernançacadavezmais

eficaz.

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232

Naspróximasseções,serádescritocomocadaumdosmodelosMIT-CISR,COBIT,ITILe

BSCforamincorporadosparacomporosistemafinal.

9.3.3.1 UsodoModelodoMITCISR

ApartirdoPlanejamentoEstratégico,suasmetasdedesempenhoesustentabilidadee

do levantamento realizado na Fase 1, foram especificados aMatriz de Arranjos e o

ModelodeGovernançapropriamenteditos,apresentadosrespectivamentenasFiguras

9.1e9.2.

Pela Matriz de Arranjos, apresentada na Figura 9.1, observa-se que as decisões de

negócios referentes a Princípios de TIC, i.e., o papel de TIC nos negócios e

Investiventos em TIC, definindo quanto, quando e onde serão realizados

investimentos são tomadas pela Monarquia de Negócios, constituída pela diretoria

geralepordiretoresdascincounidadesdenegócio.

Porsuavez,asdemaisdecisõesreferentesàArquiteturadeTIC,InfraestruturadeTICe

Aplicações de Negócios competem a uma composição considerada “federalismo”,

envolvendo a diretoria geral e pessoas das unidades de negócio. Tais tomadas de

decisãopassamporumprocessoanteriordelevantamentodeinformaçõesediscussão

entre técnicos pertencentes a uma unidade de negócio, sob uma formação dita

“feudal”.

Page 233: MODELO PARA GESTÃO DE TIC ORIENTADA À POLÍTICA DE … · TEREZA CRISTINA MELO DE BRITO CARVALHO MODELO PARA GESTÃO DE TIC ORIENTADA À POLÍTICA DE SUSTENTABILIDADE Tese apresentada

233

Figura9.1–MartrizdeArranjosaplicadaaoEstudodeCaso

Prosseguindo, tem-se o Modelo de Governança de TIC propriamente dito, que é

compostodeseiselementos:

• Estratégia & Organização da Empresa: Como foi mencionado anteriormente, a

estratégiabásicadestecentroéaexcelênciaoperacionalnaprestaçãodeserviços

deTIC.Alémdisso,apartirdaprópriamissãode“serreferênciaemprestaçãode

serviçosdeTICemcampusuniversitário”,pode-seinferircomoumdosobjetivos

o compromisso de sempre desenvolver soluções inovadoras e alinhar-se com

iniciativassemelhantesexistentesemuniversidadesrenomadasnaáreatecnológica

e de TIC. Mais especificamente, do ponto de vista de sustentabilidade, um outro

objetivoimportanteéodeeliminarageraçãoderesíduosquaisquer,sejameles

delixoindiscriminado,sejamresíduosdeinformáticareferentesabensdeconsumo

eequipamentoseletroeletrônicosobsoletosoucomdefeito.

• OrganizaçãodeTIC&ComportamentoDesejável:EmsinergiacomaEstratégiae

Organização da empresa, em primeiro lugar, tem-se uma administração

centralizada, o que facilita a padronização de processos, procedimentos de

projeto e plataformas tecnológicas, um dos comportamentos desejáveis

especificados.

Page 234: MODELO PARA GESTÃO DE TIC ORIENTADA À POLÍTICA DE … · TEREZA CRISTINA MELO DE BRITO CARVALHO MODELO PARA GESTÃO DE TIC ORIENTADA À POLÍTICA DE SUSTENTABILIDADE Tese apresentada

234

Dentro ainda do contexto de excelência operacional, deve-se desenvolver

excelência técnica emTIC. Istopodeserefetivadopormeiododesenvolvimento

deprogramasdetreinamentoeeducaçãocontinuadaalinhadoscomasnecessidades

levantadasapartirdeummapeamentodecompetências,quepermiteidentificaras

competências queprecisam ser criadas e outrasqueprecisam sernutridas. Como

umdos resultados, espera-seageraçãodemais inovações tecnológicase soluções

inovadoras.

Aexcelênciaoperacionalpressupõe,também,ousoracionalderecursos,incluindo

água, energia elétrica, telefonia, bens de consumo de informática e

telecomunicações,dentreoutros.Comoresultado,espera-senãosomentearedução

doscustoscomotambémareduçãodapegadaecológica.

A excelência operacional visa em primeira instância manter clientes satisfeitos e

fiéis. Neste sentido, o suporte de Service Desk com múltiplos níveis de

atendimentovemaoencontrodametadeaprimorarosserviçosprestados.

Em sinergia com o objetivo de eliminar resíduos, como comportamento desejável

tem-se a prática deencaminhar todo o lixo gerado para o sistema de coleta

seletiva,quevisaoreúsooureciclagemdosresíduosdescartados.

• Metas de Desempenho e Sustentabilidade do Negócio: Na seção 9.2.1, foram

apresentadasmetasdedesempenhoe sustentabilidade relacionadasa este estudo

de caso. Foram selecionadas três das principais metas e detalhados os seus

indicadores de desempenho e sustentabilidade, a saber: uso racional de insumos

(Meta 1); destinação sustentável de todo o resíduo gerado (Meta 3); e Inovação

constantedosprodutoseserviçosprestados(Meta7).

EstasmesmasmetasestãotranscritasnaFigura9.2.

• Métricas de TIC & Monitoração: Para cada uma das metas de desempenho e

sustentabilidadedenegóciosãodefinidosumoumaisindicadoresdedesempenhoe

sustentabilidade(videSeção9.2.2).NaFigura9.2sãoexplicitadostrêsindicadores:

taxa de crescimento de uso de insumos/funcionário, volume de resíduos

gerado/funcionárioe índicedesatisfaçãodeclientes.Tantoa taxadecrescimento

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235

deusodeinsumoscomoovolumederesíduosgeradossãorelativosaonúmerode

funcionáriosparagarantirquetaisindicadoressejamindependentesdotamanhoda

empresa.Oíndicedesatisfaçãodeclienteéempregadoparamapearapercepçãodo

clienteemrelaçãoàeficiênciaequalidadedosserviçosprestadospeloCIT.

• Arranjos de Governança de TIC. Tais arranjos foram descritos anteriormente

quandodaapresentaçãodaMatrizdeArranjodeGovernançadeTIC(Figura9.1).

• MecanismosdeGovernançadeTIC.Comomecanismosforamdefinidos:

a. ComitêsdeTrabalho:

• Comitê de Governança de TIC – tempor função acompanhar e avaliar

periodicamente a evolução dos indicadores de desempenho e

sustentabilidade em relação àsmetas de desempenho e sustentabilidade

do negócio. Como resultado desta avaliação, as metas podem ser

reajustadas, novos indicadores podem ser criados, e outros podem ser

removidos. Além disso, pode-se decidir por criar novos mecanismos de

governança.Tipicamente,oCIO(ChiefInformationOfficer)oupessoascom

cargossemelhantesparticipamdestecomitê,dando-lheforçapolítica.

• Comitê de Gestão de Projetos de TIC – como resultadodosplanosde

açãogeradosnoPlanoEstratégicocontemplandoasmetasdedesempenho

e sustentabilidade, são criados vários projetos de TIC, cujo

desenvolvimentoéacompanhadoporestecomitê.Geralmente,participam

destecomitêgerentesdeTIC.

• Comitê de Iniciativas de Sustentabilidade –estecomitêéresponsável

pelo acompanhamento e avaliação das iniciativas de sustentabilidade,

verificando-se os indicadores associados e impactos gerados. Como

resultado, tais iniciativas podem ser ajustadas, receber reforços tanto

financeiroscomoderecursoshumanos,oumesmoabortadas.

b. OutrosModelosdeGovernançaeGestãodeServiços:

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236

Como modelos, incluem-se COBIT (Control Objetives for Information), ITIL

(InformationTechnologyInfrastructureLibrary)eBSC(BalancedScoreCard),

descritosnaspróximasseçõesenocapítulo3.

c. FerramentasdeSoftware:

Comoferramentas,têm-seosSistemasdeGerenciamentodeInfraestrutura

eTIC,incluindoosSistemasdeGerenciamentodeRedequefoidetalhadono

capítulo anterior. Além disso, utiliza-se a Intranet como ferramenta de

divulgaçãodasaçõesdeGovernançadeTICeseuimpacto.

Figura9.2–ModelodeGovernançadeTIC–MITCISRaplicadaaoEstudodeCaso

Page 237: MODELO PARA GESTÃO DE TIC ORIENTADA À POLÍTICA DE … · TEREZA CRISTINA MELO DE BRITO CARVALHO MODELO PARA GESTÃO DE TIC ORIENTADA À POLÍTICA DE SUSTENTABILIDADE Tese apresentada

237

9.3.3.2 UsodoCOBIT

Nocapítulo3,foiapresentadaaestruturabásicadoCOBIT4.1,incluindoosprocessos

de seus quatro domínios: Planejamento e Organização (11 processos); Aquisição e

Implementação (6 processos); Entrega & Suporte (13 processos) e Monitoração &

Avaliação(4processos),alémdoscritériosdeinformaçãoeosrecursosdeTIC.

Para processos equivalentes aos do CIT, foram empregados indicadores de

desempenho semelhantes. Além disso, foi adotada a tabela RACI (Responsible,

Accountable, Consulted and Informed) para especificar quais pessoas eram

responsáveis,cobradas,consultadaseinformadassobreosestadodosindicadoresem

questão(CARVALHO2010).

No COBIT 5.0, são definidos outros domínios aos quais estão associados outros

indicadores, incluindo indicadores de sustentabilidade. Tais indicadores de

sustentabilidade podem ser adotados para complementar os indicadores definidos

nestetrabalho,assimqueestaversãodeCOBITatingiroestadodeestável.

9.3.3.3 UsodoITIL

OITILfoiusadoparaamodelagemdosprocessosmaiscríticosdegestãodeServiços

deTIC, incluindoacriaçãodeumaCentraldeServiços(ServiceDesk)eosprocessos

de gestão de incidentes, problemas, configuração, mudanças, disponibilidade e

desempenho(CARVALHO,2010).

A partir da implementação destes processos e da Central de Serviços foi possível

realizaracoletadeindicadoresdedesempenho.Daídetectou-seanecessidadedecriar

múltiplosníveisdeserviçosnestacentral,resolvendoalgumaschamadastécnicascom

maioragilidade.

9.3.3.4 UsodoBSC

O BSC foi usado para acompanhamento da evolução e execução do Planejamento

Estratégico. Contribuiu para organização e monitoração de indicadores de

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desempenho dos níveis operacional, tático e estratégico. A seleção dos indicadores

considerou as quatro perpectivas do BSC: 1) Financeira; 2) Cliente; 3) Processos

Internos;4)AprendizadoeCrescimento.(CARVALHO,2010)

Os diferentes departamentos apresentaram respostas diferenciadas em relação à

implementação do BSC. Pode-se dizer que o Departamento de Equipamentos de

Microinformática(UNEM)foioquemaisemelhorfezusodoBSC.Umdosindicadores

importantes foio tempomédiode consertodemicrocomputadores,queno iníciodo

processo era da ordem de sete dias. Pormeio do acompanhamento constante deste

indicadoredeaçõescontinuas,baixou-seestetempopara24horas.

9.4 SistemadeGerenciamentodeRedes

Comofoiditoanteriormente,oSistemadeGerenciantedeRedesorientadoaPolíticade

Sustentabilidade é responsável pela aplicação de políticas nos níveis de Rede,

DispositivoeInstância.

Paratanto,aspolíticasdefinidasemníveisdeNegócioeSistema,quetêmreflexonas

políticas de redes precisam ser traduzidas de sua especificação do nível de Sistema

para o nível de Redes, e depois deste nível para o de Dispositivo e do nível de

DispositivoparaodeInstância.

9.4.1 Exemplode traduçãodepolíticasnosníveisdeRede,DispositivoeInstância

Este exemplo de tradução de políticas se baseia na proposta para o Sistema de

Gerenciamento deRedes orientado à Política de Sustentabilidade discutida na Seção

8.3. Trata-se de um cenário prático e específico de aplicação de políticas de

Sustentabilidadeenvolvendováriosníveis.

OgerenciadordepolíticasparaoníveldeRedeescolhidofoioPonder,queéintegrado

ao sistema como discutido anteriormente na Seção 8.3. Primeiramente, é utilizada a

sintaxePonderparatraduzirapolíticaemumaespecificaçãodealtonível.Emseguida,

sãodescritososmodelosemníveldedispositivo, incluindoquaisfuncionalidadessão

suportadas em cada dispositivo para aplicação das políticas. Algumas dessas

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239

funcionalidades são descritas por meio de subconjuntos de variáveis da MIB

(Management Information Base) que, além de variáveis relacionadas a demanda e

desempenhododispositivo, incluivariáveisrelacionadasaoconsumodeenergia.Por

fim,émostradocomononíveldeInstância,operaçõesSNMPbaseadasnessasMIBssão

executadasparaumdispositivoespecífico,refletindoapolíticadealtonível.

9.4.1.1 Políticasemníveldenegócioesistema

ApolíticanoníveldenegóciodaSeção9.2.1,usada nesteestudodecaso,édescrita

como:

“Todos os processos e procedimentos relacionados a TIC devem estar

alinhadoscompreceitosdepráticassustentáveis”.

Estapolíticaestáassociadaaváriasmetasdenegócio.Parafinsdeexemplificação,foi

selecionadaametade“UsoRacionaldeInsumos”,queenglobaaspectosdeeficiência

energética.

ApartirdestapolíticanoníveldeNegóciosãogeradasumaoumaispolíticasdenível

deSistema.

NaSeção9.2.2.1.4referenteàMelhoriadeEficiênciaEnergéticadaÁreadeTecnologia

daInformaçãoeComunicação,identificam-separaRedesdeComunicação:

Política:

• Desativaçãodeequipamentosderedecomociosidademaiordoque70%,casoseja

possívelremanejarotráfegoemanteroníveldequalidadedeserviço(QoS).

Meta:

• Manutençãodeequipamentoscativoscomtaxadeusosuperiora30%.

9.4.1.2 Descriçãodapolíticaemnívelderede

A tradução da política em nível de sistema selecionada e transcrita acima gerou as

seguintespolíticasnonívelderede:

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240

• Política1:Casoumequipamentotenhaociosidademaiorque70%eoatrasoda

rede sejamenor do que 60milissegundos, desative este equipamento desde que

suacargapossasertransferidaparaoutroequipamento,ouseja,desdequehaja

umcaminhoredundante.

o Estapolíticaconsistenaidentificaçãodeumamétricadesub-utilizaçãoe

natentativadeotimizaçãoderecursosbaseadanumlimitedequalidade

deserviço,nestecasomedidopeloatrasoverificadonarede.Atentativa

refere-se ao melhor aproveitamento de caminhos redundantes para

manutençãodaqualidadedeserviço.

• Política 2: Seoatrasodarede formaiordoque70milissegundosehouverum

equipamentocomCPUtrabalhandoemmododepotênciareduzida,configureeste

equipamentoparaquesuaCPUtrabalheemmododepotênciatotal.

o Esta política se refere à readequação dos dispositivos que foram

colocadosemmododebaixoconsumoparaseremreativadosemmodo

de operação completa caso uma degradação da qualidade de serviço,

medidapeloatraso,sejadetectada.

• Política 3: Seoatrasodarede formaiordoque80milissegundosehouverum

caminho redundante composto de dispositivos desativados, ative estes

equipamentos.

o Esta política visa garantir que caminhos que foram desativados em

decorrência das ações anteriores sejam reativados caso ocorra uma

quedanaqualidadedeserviçodefinidapeloaumentodoatrasodarede.

AFigura9.3mostra comoaPolítica1pode serdescrita emnível de redesusandoa

linguagemPonder.

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241

// Exemplo - Política 1

// Bloco 1: Define o atraso máximo, a utilização mínima e o threshold

// de atuação

const

maxDelay = 100; // Atraso máximo 100 ms

lowDelay = 0.4 * maxDelay;

mediumDelay = 0.6 * maxDelay;

highDelay = 0.8 * maxDelay;

minUtilization = 0.3; // 30% de utilização

// Bloco 2: Autoriza um agente a colocar um roteador em modo sleep

// quando é possível transferir o tráfego para outro caminho

inst auth+ /Policies/DisableRouterAuthPolicy {

subject/PolicyAgents/ServiceManagementAgent;

target r = /Routers;

action setSleepMode();

when isPossibleToTransferTrafficLoad(r);

}

// Bloco 3: Obriga um agente a colocar um roteador em modo sleep

// quando acontece um evento de baixa utilização de um roteador da

// rede

inst oblig /Policies/LowUtilizationPolicy {

subject /PolicyAgents/ServiceManagementAgent;

on LowUtilizationEvent(minUtilization);

dosetSleepMode();

target/Routers;

when getNetDelay()<lowDelay;

}

Figura9.3-ExemplodepolíticaemnívelderedeparadescriçãodaPolítica1

OBloco1dapolíticadaFigura9.3defineoslimitespermitidosparadoisparâmetros

de rede: o atrasomáximo (100milissegundos) e autilizaçãomínimados roteadores

(30%),assimcomoosthresholdsparaoatrasoqueindicamomomentodeatuaçãoda

política. OBloco 2 define uma política de autorização (“/Policies/DisableRouterAuth

Policy”), ou seja, uma política de controle de acesso, que autoriza um agente

(“/PolicyAgents/ServiceManagementAgent”) a colocar um roteador do grupo

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242

“/Routers”emmodosleepdesdequesejapossíveltransferirotráfegodesteroteador

paraoutrocaminho.

Esta restrição, imposta pela função “isPossibleToTransferTrafficLoad(r)”, impede a

desconexão do grafo da rede. O Bloco 3 define uma política de obrigação

(“/Policies/LowUtilizationPolicy”),ouseja,umapolíticaqueexecutadeterminadaação

sobre um objeto quando ocorre um evento. Esta política obriga um agente

(“/PolicyAgents/ServiceManagementAgent”) a colocar um roteador do grupo

“/Routers/”emmodosleepquandoérecebidooeventoqueindicabaixautilizaçãodo

respectivoroteador.

AFigura9.4mostra comoaPolítica2pode serdescrita emnível de redesusandoa

linguagemPonder.

// Exemplo - Política 2

// Bloco 1: Define atraso máximo permitido e o threshold de atuação

const

maxDelay = 100; // Atraso máximo 100 ms

lowDelay = 0.4 * maxDelay;

mediumDelay = 0.6 * maxDelay;

highDelay = 0.8 * maxDelay;

// Bloco 2: Autoriza um agente a configurar os roteadores para que

// suas CPUS trabalhem em potência máxima

inst auth+ /Policies/SetCPUFullPowerAuthPolicy {

subject/PolicyAgents/ServiceManagementAgent;

target t=/Routers;

action setCPUFullPower();

when t.CPUPowerMode = “ReducedPower”;

}

// Bloco 3: Obriga um agente a aumentar a carga na CPU dos roteadores

// quando o atraso da rede for médio

inst oblig /Policies/MediumDelayPolicy {

subject /PolicyAgents/ServiceManagementAgent;

onMediumDelayEvent (mediumDelay);

dosetCPUFullPower();

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243

target/Routers;

}

Figura9.4-ExemplodepolíticaemnívelderedeparadescriçãodaPolítica2

OBloco1dapolíticadaFigura9.4defineolimitemáximopermitidoparaoatrasode

rede (100 milissegundos), assim como os thresholds que indicam o momento de

atuação da política. OBloco 2 define umapolítica de autorização (“/Policies/SetCPU

FullPowerAuthPolicy”), ou seja, uma política de controle de acesso, que autoriza um

agente (“/PolicyAgents/ServiceManagementAgent”) a configurar um roteador do

grupo “/Routers” para que sua CPU trabalhe em potênciamáxima desde que a CPU

desse roteador esteja trabalhando em modo de potência reduzida. Esta restrição

impedequeapolíticasejaexecutadaemroteadoresdesligadosouemmodosleep.O

Bloco 3 define uma política de obrigação (“/Policies/MediumDelayPolicy”), ou seja,

umapolíticaqueexecutadeterminadaaçãosobreumobjetoquandoocorreumevento.

Esta política obriga um agente (“/PolicyAgents/ServiceManagementAgent”) a

aumentar a carganaCPUdos roteadoresdogrupo “/Routers/”quandoé recebidoo

eventoqueindicaatrasomédiodarede.

AFigura9.5mostra comoaPolítica3pode serdescrita emnível de redesusandoa

linguagemPonder.

// Exemplo - Política 3

// Bloco 1: Define atraso máximo permitido e o threshold de atuação

const

maxDelay = 100; // Delay máximo 100 ms

lowDelay = 0.4 * maxDelay;

mediumDelay = 0.6 * maxDelay;

highDelay = 0.8 * maxDelay;

// Bloco 2: Autoriza um agente a ligar um roteador que está em estado

// idle

inst auth+ /Policies/TurnOnRouterAuthPolicy {

subject/PolicyAgents/ServiceManagementAgent;

target r = /Routers;

action turnOnRouter();

when r.CPUPowerMode = “Sleep”;

}

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244

// Bloco 3: Obriga um agente a ligar os roteadores de um determinado

// caminho alternativo quando o atraso da rede for alto

type oblig /Policies/HighDelayPolicy (target redundantPaths){

subject /PolicyAgents/ServiceManagementAgent;

on HighDelayEvent(highDelay);

doturnOnRouter();

}

Figura9.5-ExemplodepolíticaemnívelderedeparadescriçãodaPolítica3

OBloco1dapolíticadaFigura9.5defineolimitemáximopermitidoparaoatrasode

rede(100milissegundos),assimcomoos limitesque indicamomomentodeatuação

da política. O Bloco 2 define uma política de autorização (“/Policies/TurnOnRouter

AuthPolicy”), ou seja, uma política de controle de acesso, que autoriza um agente

(“/PolicyAgents/ServiceManagementAgent”)a ligarumroteadordogrupo“/Routers”

desde que este roteador esteja em modo sleep. O Bloco 3 define uma política de

obrigação (“/Policies/HighDelayPolicy”), ou seja, uma política que executa uma

determinadaaçãosobreumobjetoquandoocorreumevento.Estapolíticaobrigaum

agente (“/PolicyAgents/ServiceManagementAgent”) a ligar os roteadores do grupo

“redundantPaths”, recebidocomoparâmetrodoSistemadeGerenciamentodeRedes,

quandoocorreoeventoqueindicaatrasoaltodarede.

9.4.1.3 Descriçãodapolíticaemníveldedispositivo

Políticas no nível de dispositivo são representadas por meio de um modelo que

descreve as funcionalidades que cada dispositivo deve prover para que haja

possibilidade da aplicação da política do nível de rede. Este nível está diretamente

relacionadoaotipoefabricantedodispositivo,dadoquefabricantesdiferentesprovêm

funcionalidades diferentes. Para o nosso exemplo, consideramos um dispositivo

hipotéticoquepossuiomodelodescritonaFigura9.6paraasações1,2e3nonívelde

dispositivo.

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245

// Exemplo - Política 1, 2 e 3

- Independe de funcionalidades do Sistema Operacional;

- Suporta o protocolo SNMP;

- Suporta as MIBs: RFC1213-MIB, TN3270E-RT-MIB, POWER-MONITOR-MIB;

- Suporta os modo de potência: Sleep, Low e High.

Figura9.6-ExemplodepolíticaemníveldedispositivoparadescriçãodasAções1a3

EstemodelodaFigura9.6 representaapolíticasnoníveldedispositivoe contémas

seguintesinformações:

• Mapeamento de como funcionalidades não padronizadas são implementadas

pelodispositivo.

o Nonossoexemplo,énecessáriomapearosseguintesmodosdepotência

[Claise,2010]:

1. Dormir (SleepMode): apenas a funcionalidade de acordar odispositivo é disponibilizada, e o consumo é perto de zero,correspondendoaosníveisG1eS3noACPI(AdvancedConfigurationandPowerInterface).

2. Baixo (Low): indica que funcionalidades essenciais para ofuncionamento estão disponíveis e que o consumo de energia éreduzido,correspondendoaosníveisG0,S0eP4noACPI.

3. Alto (High): representa que todas as funcionalidades estãodisponíveisequeo consumodeenergiaémaiordoquenosoutrosmodos,correspondendoaosníveisG0,S0eP0noACPI.

• Listadeprotocolosdegerenciamentoderedesuportados.

o Noexemplo, o dispositivo suporta SNMP (SimpleNetworkManagement

Protocol)eoseguinteconjuntodeobjetosMIB(ManagementInformation

Base):

1. RFC1213-MIB–fornecedadosparaocálculodeutilizaçãodabanda,como o total de octetos que entraram (ifInOctets) e saíram(ifOtOctets)dodispositivo,eacapacidadetotaldabanda(ifSpeed).Ousodabandapodeserobtidopelafórmulaaseguir:

Uso_banda=((ifInOctets+Δt)-ifInOctets)/ifSpeed

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246

2. TN3270E-RT-MIB–fornecedadosdeatrasonarede,entendidocomoamédiatotaldotempoderespostamedidopeloúltimointervalodecoleta.

3. POWER-MONITOR-MIB[Claise,2010]–forneceoestadodepotênciadodispositivo(PowerMonitorLevel),quevariade1a12.

9.4.1.4 Descriçãodapolíticaemníveldeinstância

Políticasnoníveldeinstânciadescrevemcomoasfuncionalidadesnapolíticadenível

dedispositivosãoimplementadaspormeiodecomandosemumalinguagemespecífica

dainstância.Paraonossocasosãousadoscomandossnmpgetesnmpsetdoprotocolo

SNMP para traduzir a política no nível de instância. O snmpget é utilizado para

consultar informações de um dispositivo de rede, passando uma ou mais variáveis

(object indentifiers, ouOIDs) como argumento. O snmpset é utilizado paramodificar

informaçõesnodispositivoremotoepossuiasintaxesimilaraosnmpget,porém,coma

inclusão do valor a ser ajustado. As Figuras 9.7 e 9.8 descrevem a sintaxe desses

comandos.

snmpget [opções] [-Cf] [OID]

Opções são: versão do protocolo, endereço do dispositivo-alvo, nome

da MIB que será utilizada

-Cf : tenta corrigir erros

OID: variáveis que serão consultadas

Figura9.7-Sintaxedecomandossnmpget

nmpset [opções] [-Cf] [OID] [tipo] [valor]

Opções são: versão do protocolo, endereço do dispositivo-alvo, nome

da MIB que será utilizada

-Cf : tenta corrigir erros

OID: variáveis que serão consultadas

tipo: i (inteiro), t (tempo), a (endereço ip), s (string), D (ponto

flutuante), ...

Figura9.8-Sintaxedecomandossnmpset

AsFiguras9.9,9.10e9.11descrevemexemplosdecomoasações1,2e3podemser

traduzidasnoníveldeinstânciapormeiodecomandosSNMP.

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247

// Exemplo - Política 1

//Coletando informações para calcular o uso da banda

snmpget -v 2c -c public target_ip_address -m RFC1213-MIB ifInOctets.0

snmpget -v 2c -c public target_ip_address -m RFC1213-MIB ifOutOctets.0

snmpget -v 2c -c public target_ip_address -m RFC1213-MIB ifSpeed.0

//Coletando informações do atraso da rede

snmpget -v 2c -c public target_ip_address -m TN3270E-RT-MIB

tn3270eRtDataAvgRt.0

// Configurando do estado de potência

snmpset -v 2c -c public target_ip_address -m POWER-MONITOR-MIB

PowerMonitorLevel i 4

Figura9.9-ExemplodepolíticaemníveldeinstânciaparadescriçãodaPolítica1

// Exemplo - Política 2

//Coletando informações para calcular o uso da banda

snmpget -v 2c -c public target_ip_address -m RFC1213-MIB ifInOctets.0

snmpget -v 2c -c public target_ip_address -m RFC1213-MIB ifOutOctets.0

snmpget -v 2c -c public target_ip_address -m RFC1213-MIB ifSpeed.0

//Coletando informações do atraso da rede

snmpget -v 2c -c public target_ip_address -m TN3270E-RT-MIB

tn3270eRtDataAvgRt.0

// Coletando informações do estado de potência

snmpget -v 2c -c public target_ip_address -m POWER-MONITOR-MIB

PowerMonitorLevel

// Configurando do estado de potência

snmpset -v 2c -c public target_ip_address -m POWER-MONITOR-MIB

PowerMonitorLevel i 12

Figura9.10-ExemplodepolíticaemníveldeinstânciaparadescriçãodaPolítica2

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// Exemplo - Política 3

//Coletando informações para calcular o uso da banda

snmpget -v 2c -c public target_ip_address -m RFC1213-MIB ifInOctets.0

snmpget -v 2c -c public target_ip_address -m RFC1213-MIB ifOutOctets.0

snmpget -v 2c -c public target_ip_address -m RFC1213-MIB ifSpeed.0

//Coletando informações do atraso da rede

snmpget -v 2c -c public target_ip_address -m TN3270E-RT-MIB

tn3270eRtDataAvgRt.0

// Coletando informações do estado de potência

snmpget -v 2c -c public target_ip_address -m POWER-MONITOR-MIB

PowerMonitorLevel

// Configurando do estado de potência-c public target_ip_address -m POWER-

MONITOR-MIB

PowerMonitorLevel i 8

Figura9.11-ExemplodepolíticaemníveldeinstânciaparadescriçãodaPolítica3

9.5 ConsideraçõesFinaisNeste capítulo, foi apresentado um estudo de caso que mostra como oModelo de

GestãodeTICorientadaàPolíticadeSustentabilidadepodeseraplicadoemtodos

os níveis da administração e gerenciamento de TIC, que inclui os níveis estratégico,

táticoeoperacional.

Exemplificou-secomoaGovernançadeTICpodeserusadaparagarantiraaplicaçãode

Políticas inerentes ao negócio e sistema, e como os Sistemas de Gerenciamento de

InfraestruturadeTIC,maisespecificamentedeRedes,podemserusadosparagarantir

aaplicaçãodestasmesmaspolíticasnoâmbitoderedes,seusdispositivoseinstâncias.

O exemplo selecionado relaciona-se a práticas sustentáveis voltadas para TIC

(Tecnologia da Informação e Comunicação) no que concerne ao uso racional de

recursos,maisespecificamentedeenergiaelétrica.Estetipodepolíticapermeiatodaa

organização e estabelece regras inclusive para a configuração de equipamentos:

“equipamentosderedecombaixacargadetráfego(<30%)nãoprecisamficarativoso

tempotodo”.Contudo,comoomapeamentodepolíticasdeumnívelparaoutronãoé

uma relação de 1 para 1, e sim de 1 para n, o grande desafio que se coloca é como

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sistematizaresteprocessodemapeamentodepolíticase,namedidadopossível,como

automatizá-lo.

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250

10 CONSIDERAÇÕESFINAIS

Este trabalho apresenta um Modelo de Gestão de Tecnologia da Informação e

ComunicaçãoorientadaàPolíticadeSustentabilidade.Nestemodelo,considera-seque

emumaorganizaçãoexistemcinconíveisdepolítica:

• Negócio: relacionadocomoPlanejamentoEstratégico,ondesãoestabelecidas

metasdedesempenhoesustentabilidadedonegócio.

• Sistema: relacionado à Governança de TIC, onde são estabelecidos os

indicadoresdedesempenhoesustentabilidade.

• Infraestrutura de TIC: relacionado aos Sistemas de Gerenciamento da

Infraestrutura de TIC, incluindo Serviços de Rede, DataCenter e

Microinformática. No escopo deste trabalho, foi dada ênfase ao Sistema de

Gerenciamento de Redes. São estabelecidas métricas referentes a redes

dependentesdetecnologia.

• Dispositivo:inclui,nocasoderedes,equipamentoscomoroteadores,switches

(camadas3.4e7),pontosdeacessopararedessemfio,regeneradoresdesinais

e assim por diante. São especificadas métricas referentes à operação de

dispositivos.

• Instância: englobadispositivosoupartesdeles como,porexemplo, interfaces

derede.Sãoespecificadasvariáveisrelacionadasàoperaçãododispositivooua

partesdomesmo.

No contexto deste modelo, a Governança de TIC é responsável pela aplicação das

PolíticasdosníveisdeNegócioedeSistema,enquantoosSistemasdeGerenciamento

deTIC(redes)sãoresponsáveispelaaplicaçãodePolíticasdosníveisdeInfraestrutura

deTIC(redes),DispositivoeInstância.

Foram especificados domínios de Políticas de Sustentabilidade para os cinco níveis.

Para cada domínio do nível de sistema, foram especificados indicadores de

sustentabilidade e, em alguns casos, indicadores de desempenho. Para os domínios

dosníveisderede,dispositivoseinstâncias,foramespecificadasmétricasrelacionadas

à sustentabilidade, mais especificamente eficiência energética, desempenho,

disponibilidadeeconfiabilidade.

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251

Um dos grandes desafios encontrados foi o mapeamento de políticas do nível de

negócio em políticas de outros níveis. Em cada nível, as políticas são descritas em

níveisdeabstraçãodiferentesenemsempreépossivelmapearaçõesdessesníveisde

modoequivalente.Nocasodestetrabalho,foidescritoumexemplodemapeamentode

umapolíticade“usoracionalderecursos”emtodososníveis,atéoúltimoreferentea

operações sobre variáveis de uma MIB (Management Information Base) de um

equipamentoderede.

Apartirdestavisãogeral,naspróximasseçõesserãoanalisadososresultadosobtidos

nestetrabalho,relacionadasasprincipaiscontribuições,epropostostrabalhosfuturos

correlacionadosaeste.

10.1 TrabalhosRelacionados

ATICécrucialnosuporte,crescimentoesustentabilidadedonegócio(GREMBERGEN;

DE HAES, 2009) e vem sendo estudada como forma de habilitar a sustentabilidade,

através,porexemplo,dousodesistemasespecíficos(MELVILLE,2010).

No entanto, nos últimos anos, o relacionamento entre TI e sustentabilidade tem ido

alémdeoportunidadesambientaisedeganhosfinanceiros,chegandoatéaadoçãoda

governançadeTIparaajudaraatingirmetassustentáveisdonegóciocomoumtodo

(CAPGEMINI,2008),conformeilustraaFigura10.1.

Figura10.1-AmudançaparaumaTIsustentávelenvolvediferentesrelacionamentosem

diferentesambientes(adaptadodeSTOLZEetal,2011).

Existem, ainda, outros trabalhos relacionados, como o recente estudo realizado por

Cintra (2011) que analisa a ligação entre sustentabilidade e as práticas de controle

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252

gerencial das empresas. Neste caso, verifica-se que o estudo, referente a práticas

gerenciaisdetodaaempresa,podeseraplicadonoâmbitoespecíficodeTI.

É possível vislumbrar este relacionamento também entre as melhores práticas que

apoiam a governança de TI. O BSC - Balanced Scorecard, uma forma abrangente de

medição de desempenho para planejamento e gestão da estratégia (FAVARETTO,

2001),podeserutilizadoparaequilibrarobjetivosdecurtoelongoprazospormeiode

suas quatro perspectivas (financeira; cliente; processos internos; aprendizado e

crescimento) e incluirmetas de sustentabilidade que serão, por estratégia, apoiadas

pelagovernançadeTI(DUBEY;HEFLEY,2011).

OCOBIT5.0,umanovaversãodomodelodemercadobastanteutilizadaparasuportar

a governança de TI, lançada em 2012, incorpora práticas ligadas à sustentabilidade,

comootimizaçãoderecursosegarantiadetransparêncianosprocessos(ISACA,2011).

Estanovaversãoestáfortementeligadaaoutraspráticasdemercado,comooValIT,

ummodeloparagestãodovaloreinvestimentosdeTI(ISACA,2010).

Pesquisadores também verificaram como expandir a biblioteca ITIL (Information

TechnologyInfrastructureLibrary),umconjuntodemelhorespráticasparadefiniçãode

estratégia, desenho, transição, operação emelhoria contínua do serviço para apoiar

iniciativasdesustentabilidadedeformaabrangentedentrodaempresa,estruturando

osesforçosdesustentabilidadeemprocessosepolíticas(DUBEY;HEFLEY,2011).

Osmesmospesquisadoresatestamqueo itSMF-USArecentemente formouumgrupo

denominado “Sustainable360”, cujo o objetivo é identificar oportunidades emqueo

departamento de TI pode apoiar suas respectivas organizações em novas ações de

sustentabilidade.

A Figura 10.2 ilustra o relacionamento entre as pesquisas acima descritas. Estas

pesquisas corroboram a tendência supracitada de relacionar a governança de TI à

sustentabilidade,objetodeestudodestatese.

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253

Figura10.2-Relacionamentoentreaspesquisasacimadescritas

10.2 AnálisedosResultados

Conforme discutido na seção anterior, não há dúvida sobre a tendência atual de

incorporarpráticasdesustentabilidadejuntoàTIC.Istotem,comoconsequênciaquase

imediata,oaumentodavantagemcompetitivadaempresa,simplesmentepelaredução

dos custos operacionais, ou pela possibilidade de usar a sustentabilidade como um

fatordeinovação,pelacapacidadedeatrairtalentoscadavezmaissensíveisàquestão

de sustentabilidade, ou pela percepção de imagem passada ao seu público e cliente

alvos.

Aprimeiraquestãoquesurgeé“comoorientarumaempresaapráticassustentáveis,

sejadopontodevistaeconômico,social,ambientaloucultural?”

Este trabalho apresenta um Modelo de Gestão de TIC orientada a Políticas de

Sustentabilidade, estratificado em cinco níveis com políticas, metas, indicadores e

métricas próprias (verticalização das ações das políticas de sustentabilidade). Ao

mesmotempo,definedomíniosdePolíticasdeSustentabilidadeaplicadasàcadeiade

valor da organização, i.é, atividades de suporte e atividades primárias

(horizontalização das ações das políticas de sustentabilidade). Isto mostra a

abrangência do modelo proposto no sentido de alinhar toda a organização com

PolíticasdeSustentabilidade.

Contudo,ograndedesafioqueseapresentaécomocoordenartodasessaspolíticase

açõesdesustentabilidade, comoorquestrá-lasemproldaprópriaempresaedeseus

participantes(stakeholders),incluindofuncionários,fornecedores,usuários,clientese

pessoas da comunidade? Dentro do contexto do modelo apresentado, o primeiro

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254

desafio é mapear políticas de diferentes níveis em ações consistentes e coesas. Foi

mostrado um estudo de caso que revelou a complexidade de se realizar este

mapeamento.

Apolíticadeumnível(n)podegerarumaoumaispolíticasdonível(n-1).Umapolítica

de nível (n-1) pode gerar, por sua vez, uma ou mais políticas de nível (n-2). Desta

maneira,vãosecriandoárvoresesub-árvoresdepolíticas(videFigura6.2).Mascomo

garantirqueoconjuntodepolíticasdesub-árvoresejaconsistentecomodeoutrasub-

árvore?Outraquestãoemabertoégarantiraequivalênciaecoerêncianomapeamento

dapolíticadeumnívelempolíticasdonívelinferior.

Ofatoéque,paragarantiraeficáciadaaplicaçãodaspolíticasdosdiferentesníveisfaz-

senecessárioexistirSistemasdeGovernançadeTICeSistemasdeGerenciamentode

Redes, DataCenter e microinformática eficazes. Tudo começa por aí. Em algumas

empresas, tais sistemas são precários e agregam pouco valor à organização e seus

gestores.Emmuitoscasos, trata-sedeumcaminho longoaserperseguido,quedeve

começarcomadisseminaçãodeconhecimentoeboaspráticas,comodesenvolvimento

deplanejamentoestratégicocolaborativo,comoenvolvimentodaspessoas...

10.3 PrincipaisContribuições

Nestaseção,sãoapresentadasasprincipaiscontribuiçõeseinovaçõesdestetrabalhoe

deoutrasatividadesenvolvendoTIC.

10.3.1 ContribuiçõesdaTese

Comoprincipaiscontribuiçõesdestetrabalho,estão:

• CriaçãodeumModelodeGestãodeTecnologiada InformaçãoeComunicação

que envolve desde o nível estratégico até o nível operacional de controle e

monitoraçãodedispositivo.

• Expansão do conceito e arquitetura especificado pelo IETF para Sistemas de

GerenciamentodeRedesorientadoapolíticasparaumsistemamaiscomplexo,

envolvendotantogerenciamentocomogovernançadeTIC.

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255

• Especificação de metas e indicadores de sustentabilidade para o setor de

TecnologiadaInformaçãoeComunicação,quepodemserreaproveitadospara

outrasindústrias.

• Definição de domínios de Políticas de Sustentabilidade para o setor de

TecnologiadaInformaçãoeComunicação,quepodemserusadosparapriorizar

açõesdesustentabilidadeeverificarsuainterdependência.

• DesenvolvimentodeumaarquiteturaparaSistemadeGerenciamentoorientado

a Políticas com foco em Sustentabilidade, considerando-se aspectos de

eficiênciaenergéticaeciclodevidadosequipamentos.

• Apresentação de um caso prático em que é mostrado como a Política de

Sustentabilidadedefinidaemníveldenegóciopodeserdesmembradaemações,

metas, indicadores emétricas nos demais níveis que prestam serviços para o

níveldenegócio.

• Utilização da cadeia de valor como ferramenta para inserção de práticas

sustentáveisnasatividades(desuporteeprimárias)quepermeiamaempresa

toda.

10.3.2 OutrasContribuições

Dentro do contexto das atividades desenvolvidas em uma organização que presta

serviçosdeTICorientadosàPolíticadeSustentabilidade,valesalientartrêsiniciativas

correlatasdesenvolvidaspelacandidata:

• CriaçãodoSeloVerdedaUSP

• CentrodeDescarteeReúsodeResíduosdeInformática

• ProgramasdeDisseminaçãoparaaSociedade

10.3.2.1 CriaçãodoSeloVerdeUSP

Emdezembrode 2008, aUSP criou o conceito de “Selo Verde”, que é, desde então,

atribuído a todos os equipamentos de microinformática adquiridos pelo sistema de

compras centralizadas de TIC da USP, que sigam as características estabelecidas em

“editais verdes”. Tais editais especificam como características obrigatórias que o

processodefabricaçãodosequipamentoseletroeletrônicoscumprapadrõesdegestão

ambiental como ISO 14.001 e não empregue substâncias tóxicas, como o chumbo e

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256

cádmio, em conformidade com os padrões ROHS e EPEAT. Além disso, tais

equipamentosdevemapresentarmenorconsumodeenergia,quandocomparadoscom

produtossimilares,ditos“nãoverdes”.

O “Selo Verde” surgiu como iniciativa para estimular os fornecedores de

microinformáticaavenderemprodutos“eletroeletrônicosverdes”,vistoquenaépoca

existiam poucos fornecedores deste tipo de produto no mercado, e não podíamos

inserir este tipo de exigência nos editais como obrigatório. Com o tempo, outras

instituições públicas passaram a ter o mesmo tipo de exigência, e o mercado

internacional, especialmente a Europa, não importava mais produtos que não

estivessemconformesaospadrõesROHS.Hoje,existemdoisprodutoresnacionaisde

microcomputadoresimportantesqueadequaramsualinhadeproduçãodeacordocom

asexigênciasdospadrõesROHS(Europa)eEPEAT(EUA):ItautecePositivo.

Figura10.3–“SeloVerde”daUSP

10.3.2.2 CentrodeDescarteeReúsodeResíduosdeInformática

OprojetodoCEDIR(CentrodeDescarteeReúsodeResíduosdeInformática)iniciou-se

comumplanopilotorealizadonoCCE(CentrodeComputaçãoEletrônica)daUSPpara

coletaderesíduoseletrônicosdefuncionáriosdaprópriaunidade,ocorridoemjunho

de2008,equefoidenominado“OperaçãoDescarteLegal”.Nestedia,foramcoletadas

por volta de 5,2 toneladas de peças e equipamentos obsoletos. Esta experiência

permitiu-nos ter uma primeira ideia sobre o volume de lixo eletrônico existente na

USP. Verificou-se, também, a dificuldade em repassar este lixo eletrônico para

empresasdereciclagem,queconsideraramovolumepequenoparaquetaisempresas

pudessemterumretornofinanceiroquecompensasseretirá-lodaUSP.Istoporqueas

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257

empresasdereciclagemsãoespecializadasemdiferentestiposdematerial,edetodoo

lixocoletado,elassomenteextraemaquiloqueconseguemreciclar.Assimsendo,uma

empresade reciclagememplástico sóestá interessadanoplástico,desfazendo-sedo

restodomaterial.

Diante desta realidade, o projeto doCEDIR teve como objetivos definir e implantar

práticasde reúso,descartee reciclagemdosbensde informáticae telecomunicações

que ficam inservíveis nos campi da USP, criando-se uma cadeia de transformação

dessesbens,viabilizandooequilíbrioentreageraçãoeoprocessamentosustentável

delixoeletrônicoepossibilitando,também,oreúso.

OCEDIRoperasegundoasseguintesetapas(Figura10.4):

• ColetaeTriagem:Nestaetapa,sãorealizadasacoletadoscomponentese

equipamentoseletroeletrônicosdacomunidadeUSPedopúblicoemgeral,e

testesparaverificarsuaoperacionalidade.Casoosequipamentospossam,

ainda,serúteis,sãoconsertadoseampliadosnasuacapacidadede

armazenamento,sejaprimáriaousecundáriae,depois,encaminhadospara

ProjetosSociaiseONGscredenciadasjuntoàUSP.Casonãohajapossibilidade

deseureaproveitamento,serãoencaminhadosparaaetapadeCategorização.

• Categorização: Nesta etapa, é efetuado o pré-processamento da coleta,

incluindo as atividades de: pesagem, desmontagem, separação de

componentes(porex.,placasdecircuitoimpresso,peçasmetálicaseplásticas),

descaracterização (por ex., destruição de discos para evitar a recuperação

indevida de suas informações), compactação e acondicionamento para

facilitarseutransportee,porúltimo,pesagemportipodematerial.

• Reciclagem: Os componentes então separados e descaracterizados são

encaminhadosparaindústriasdereciclagemparaseutratamento.Assim,peças

metálicas e plásticas são enviadas para diferentes indústrias de reciclagem,

credenciadaspelaUSP.

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258

Figura10.4-–EtapasdeOperaçãodoCEDIR

ResultadosObtidos

OCEDIR foi inaugurado em dezembro de 2009. No início de sua operação, só eram

aceitosequipamentosdacomunidadeUSP.Emabrilde2010, foiabertoparapúblico

em geral, aceitando-se equipamentos de quaisquer pessoas físicas. Hoje, 25% do

volumedeequipamentoseletroeletrônicosentreguessãodepessoasfísicas.

Os gráficos das Figuras 10.5 e 10.6 apresentam o volume, em unidades, de itens

recebidosnosanosde2010e2011.ValeobservarqueoscomputadoresdoCEDIRnão

sãodoadosparaprojetos sociais.No finalde suavidaútil, osprojetos sociaisdevem

devolver os computadores para o CEDIR, que os substituirá por computadoresmais

modernos.

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259

Figura10.5–NúmerodeEquipamentosColetadospeloCEDIRnoanode2010

Figura10.6–NúmerodeEquipamentosColetadospeloCEDIRnoanode2011

O projeto do CEDIR é uma iniciativa pioneira em termos de órgão público e de

instituiçãodeensinosuperior,tendorecebidoMençãoHonrosanacategoriaInovação

doPrêmioMárioCovasem2008,oPrêmionamesmacategoriaem2009eoPrêmio

IniciativaVerdepelaInfoExame,em2010.

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260

10.3.2.3 DisseminaçãodeConhecimentoparaSociedade

Para fins de disseminação de conhecimento em Tecnologia da Informação e

Comunicação com foco em Sustentabilidade, foram desenvolvidos vários programas,

incluindo:

• ProgramaEco-Eletro:temcomoobjetivotreinarcatadoresdemateriais

recicláveis,vinculadosacooperativas,emmicroinformáticaetratamentodelixo

eletrônico,visandoreduziroriscodecontaminaçãopelomanuseioincorretode

materialeletroeletrônico,efomentaroaumentodegeraçãoderendapelo

tratamentoadequadodessematerial.

Serãoaototal18turmasdedeza15alunosdecooperativasdagrandeSãoPaulo.Este

projeto conta com o patrocínio do Programa Desenvolvimento & Cidadania da

PETROBRASeestásendodesenvolvidoemparceriacomoInstitutoGEA.

• ProgramaMBAUSPSustentabilidadeemTecnologiadaInformaçãoe

Comunicação:trata-sedeumprogranade360horas,organizadosemtrês

temáticasprincipais:Sustentabilidade,TICeGestão.Oobjetivoéformar

gestoresdeTICcomumavisãopráticasobreaaplicaçãodesustentabilidadena

gestãodeTIC,combenefíciosparaonegócioeparatodososparticipantes–

funcionários,fornecedores,usuários,clientesepessoasdacomunidade,meio

ambienteesociedadeemgeral

• Programa Paideia – Pró-Profissão: trata-se de um programa 360 horas

contemplando conceituação básica sobre mercado de trabalho,

microinformática e tratamento de lixo eletrônico, voltado para jovens com2o

grauconcluídoquepertencemacomunidadesdebaixarenda.Oprogramadeve

contarcombolsaspatrocinadasporempresas.

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261

Figura10.7–TripédeSustentabilidadedoProgramaPaideia

10.4 TrabalhosFuturos

EstetrabalhoapresentaumModelodeGestãodeTICorientadaàSustentabilidadeque

traz muitos desafios. O primeiro deles é a melhor integração entre Sistemas de

GovernançaedeGerenciamentodeTIC. AsnovasversõesdepadrõescomoCOBITe

ITILtrazemcontribuiçõespararesolverouamenizaresteproblema,mas isto implica

emrestruturaçãodosprocessosoperacionaisparadarmais suporteaosSistemasde

Gerenciamento, bem como dos processos de negócio para dar mais suporte aos

SistemasdeGovernança.

Comotrabalhosfuturos,sugerem-se:

• Estudoeavaliaçãodemecanismosparagarantiroalinhamentoentreprocessos

denegóciocomosuporteaoSistemadeGovernança.

• Estudoeavaliaçãodemecanismosparagarantiroalinhamentoentreprocessos

operacionaiscomosuporteaoSistemasdeGerenciamento,fazendousode

políticasdeníveisdeInfraestrutura,DispositivoeInstância.

• Estudoeavaliaçãodemecanismosdeintegraçãodasbasesdeinformaçãodos

SistemasdeGovernançaeIntegraçãodeTIC.

Page 262: MODELO PARA GESTÃO DE TIC ORIENTADA À POLÍTICA DE … · TEREZA CRISTINA MELO DE BRITO CARVALHO MODELO PARA GESTÃO DE TIC ORIENTADA À POLÍTICA DE SUSTENTABILIDADE Tese apresentada

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