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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CURSO MÍDIAS NA EDUCAÇÃO O USO DAS TIC COMO MEDIADORAS DOS PROCESSOS DE ENSINO E APRENDIZAGEM: O Blog utilizado por docentes como ferramenta pedagógica SERGIO HENRIQUE DE ANDRADE LIMA Recife 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

CURSO MÍDIAS NA EDUCAÇÃO

O USO DAS TIC COMO MEDIADORAS DOS PROCESSOS DE ENSINO E APRENDIZAGEM: O Blog utilizado por docentes como ferramenta pedagógica

SERGIO HENRIQUE DE ANDRADE LIMA

Recife 2012

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SERGIO HENRIQUE DE ANDRADE LIMA

O USO DAS TIC COMO MEDIADORAS DOS PROCESSOS DE ENSINO E APRENDIZAGEM: O Blog utilizado por docentes como ferramenta pedagógica

Monografia apresentada como requisito complementar para obtenção do grau de Especialista em Mídias na Educação, da Universidade Federal de Pernambuco, SEED/MEC.

Orientadora: Bárbara Heliodora Gollner Medeiros Moreira

Recife 2012

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AGRADECIMENTOS

A professora Janaína Calazans, que contribuiu para meu crescimento acadêmico e

formação profissional;

A minha professora orientadora Bárbara Gollner pela atenção, paciência, orientação,

incentivo e apoio na realização desta pesquisa;

Em especial a minha mulher Flávia Costa e filhos Matheus Lima e Sérgio Filho, pelo

carinho, amizade, apoio, paciência, dedicação e compreensão dedicados em todos

os momentos;

Aos meus pais, por todo o amor e dedicação, por terem sido a peça fundamental

para que eu tenha me tornado a pessoa que sou hoje e a quem devo o que tenho e

o que sou, agradeço a dedicação e amor recebidos.

Por fim, gostaria de agradecer aos amigos, colegas e a todos àqueles que fazem

parte da minha vida e contribuíram de alguma forma para que este trabalho

acontecesse. Aqueles que acreditaram em mim, MUITO OBRIGADO!

Page 4: Monografia TIC

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RESUMO

O presente estudo buscou analisar o uso do blog como ferramenta pedagógica mediadora do processo de ensino-aprendizagem. Trata-se de uma pesquisa cuja abordagem é qualitativa, bibliográfica, de cunho descritivo, realizada a partir de um estudo de caso. Para a coleta de dados foram aplicados questionários a uma amostragem de dez docentes lotados em escolas da rede pública municipal da cidade do Paulista com o intuito de verificar a utilização do blog como ferramenta de mediação da aprendizagem. A pesquisa evidenciou que apesar dos trabalhos realizados e das discussões efetivadas em congressos e palestras, ainda existem docentes que utilizam metodologias de ensino tradicionais, baseadas na transmissão-assimilação do conhecimento. Até mesmo o uso dos blogs pelos professores tem como base o referido modelo, uma vez que os docentes utilizam os blogs como simples depósitos de informações, onde os alunos encontram links, materiais de aula e conteúdos pré-selecionados pelo docente; sem que ocorra interação professor-aluno, e aluno-aluno. Assim, os blogs poderiam e deveriam ser mais utilizados pelos professores como mediadores do processo de aprendizagem e de interação com os alunos. Como instrumento de reflexão dos conteúdos estudados e links acessados, além de interação através de comentários, opiniões, sugestões sobre o assunto tratado. Palavras-chaves: Blog. Ensino. Aprendizagem. Mediação da aprendizagem. TIC.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Quantidade de entrevistados por faixa etária ......................................... 37

Figura 2: Tempo de docência na Secretaria de Educação da cidade do Paulista 38

Figura 3: Escolaridade dos entrevistados ............................................................. 39

Figura 4: Recursos utilizados como mediadores da aprendizagem ...................... 43

Figura 5: Acesso dos alunos a blogs para solucionar dúvidas inerentes as aulas 46

Figura 6: Avanço no processo de aprendizagem de seus alunos com o uso dos

blogs como mediadores da aprendizagem ............................................................

47

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Quantidade de entrevistados por faixa etária ........................................ 37

Tabela 2: Tempo de docência na Secretaria de Educação da cidade do Paulista 38

Tabela 3: Escolaridade dos entrevistados ............................................................. 39

Tabela 4: Conceitos formulados pelos docentes para ensino e aprendizagem .... 41

Tabela 5: Teorias da aprendizagem conhecidas pelos docentes entrevistados ... 42

Tabela 6: Recursos utilizados como mediadores da aprendizagem ..................... 43

Tabela 7: Importância das tecnologias para o processo educacional ................... 44

Tabela 8: Utilização do blog como ferramenta mediadora da aprendizagem ....... 45

Tabela 9: Motivos para a não utilização do blog como ferramenta mediadora da

aprendizagem ........................................................................................................

45

Tabela 10: Pontos positivos e negativos do uso dos blogs como recurso

pedagógico ............................................................................................................

48

Tabela 11: Opinião dos docentes sobre os blogs visitados .................................. 49

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 8 CAPÍTULO 1: O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM ............................ 11

1.1 Conceitos de ensino ..................................................................................... 11 1.2 Conceitos de aprendizagem ......................................................................... 13 1.3 Tipos de aprendizagem ................................................................................. 14 CAPÍTULO 2: AS TIC APLICADAS NA EDUCAÇÃO ......................................... 24

2.1 Breve histórico da inserção das tecnologias da informação e comunicação aplicadas na educação ...............................................................

25

2.2 Importância das novas tecnologias da informação e comunicação no processo educacional .........................................................................................

27

2.3 Alfabetização Tecnológica do Professor .................................................... 28 CAPÍTULO 3: O BLOG COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA ......................... 35

3.1 Caracterizando o blog ................................................................................... 35

3.2 O blog como ferramenta pedagógica: análise dos dados coletados ....... 37

3.2.1 Perfil dos docentes ....................................................................................... 37

3.2.2 Conhecimentos específicos .......................................................................... 40

CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 51

REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 53

APÊNDICES

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INTRODUÇÃO

O presente estudo buscou analisar o uso do blog como ferramenta pedagógica

mediadora dos processos de ensino e aprendizagem, de forma específica objetivou

descrever tais processos, considerando a visão de Piaget, Vygotsky e Wallon. E

discutir sobre a utilidade do blog como ferramenta de mediação da aprendizagem e

de interação entre professor e aluno.

Trata-se de uma pesquisa cuja abordagem é qualitativa, bibliográfica, de cunho

descritivo realizada a partir de um estudo de caso; com o fito de analisar três blogs:

Professor Blogueiro – Professor sem Fronteiras (LIMA, 2012), Introdução aos

Recursos Multimídia (LIMA, 2012) e Escola Municipal Governador Miguel Arraes

(LIMA, 2012). Para a coleta de dados foram aplicados questionários a uma

amostragem de dez docentes lotados em escolas da rede pública municipal da

cidade do Paulista com o intuito de verificar a utilização do blog como ferramenta de

mediação da aprendizagem.

A opção pela realização de uma pesquisa qualitativa, mais especificamente pelo

foco investigativo, se deu por ela propiciar a busca pelo que há de singular no

processo comunicativo do sujeito investigado, baseado no que Gil (2008, p. 70)

esclarece quando afirma que o estudo de caso é:

Um conjunto de dados que descrevem uma fase ou uma totalidade do processo social de uma unidade, em suas várias relações internas e nas suas fixações culturais, quer seja essa unidade uma pessoa, uma família, um profissional, uma instituição social, uma comunidade ou nação.

No tocante a fundamentação teórica convém destacar que também foi realizada uma

pesquisa bibliográfica, desenvolvida a partir de material já elaborado, construído

principalmente de livros e artigos científicos. Martins e Lintz (2000, p. 29) afirmam

que a pesquisa bibliográfica “[...] trata-se da abordagem metodológica mais

frequente nos estudos monográficos. A pesquisa bibliográfica procura explicar e

discutir um tema ou um problema com base em referências teóricas publicadas em

livros, revistas, periódicos etc.”.

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Cabe ressaltar que a aprendizagem significativa, duradoura e intensa é aquela que

se dá a partir de um processo de problematização, focada no aprendizado do aluno,

abarcando um planejamento de aula que contemple recursos informacionais

múltiplos e de qualidade, distantes de meras aulas expositivas, de seminários

“improvisados”; àqueles baseados em leituras e exposição de textos pelos alunos

dentro do ambiente educacional, sem a prévia orientação do professor sobre o

assunto, além do emprego de materiais reproduzidos (de pesquisas desarticuladas

com a temática, de conteúdos programáticos aglutinados etc.). Deve ficar claro que,

para tanto a interação aluno – professor tem que ser democrática, sendo facultado

ao aluno o direito de perquirir, de se expressar e principalmente de discordar daquilo

que lhe está sendo transmitido.

Nesse sentido a aprendizagem poderá vir a ser duradoura, conforme explica

Bordenave e Pereira (2002, p.10) quando a educação é problematizadora, uma

metodologia fundamentada pelo princípio de que "[...] uma pessoa só conhece bem

algo quando o transforma, transformando-se ela também no processo".

A inclusão das tecnologias da informação e comunicação no processo educacional

implica em questões que podem passar despercebidas. Neste sentido é a

quantidade e a qualidade dos equipamentos que irão garantir que a formação será

de qualidade. Desse modo, para evitar a utilização ingênua das tecnologias é

imprescindível que se tenha conhecimento das novas formas de aprender e de

ensinar.

Vale mencionar que os ambientes para a aprendizagem on-line estão mudando e se

aproximando cada vez mais do formato blog, onde são usados conjuntos de

aplicativos interligados formando um ambiente em que os estudantes manejam o

conteúdo de acordo com as suas necessidades.

De acordo com Bertocchi (2005), um blog proporciona uma presença on-line

dinâmica, histórica e, que por causa de suas características, geralmente forma uma

rede social com outros blogs.

Os blogs são páginas dinâmicas, acessíveis meios de expressão e de comunicação

que se caracterizam pela publicação de textos curtos com estrutura hipertextual,

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onde cada bloco de texto está ligado a uma linha de acesso próprio e permanente e

um espaço para comentários. Essas características permitem que os blogs sejam

utilizados para mediar o processo de ensino-aprendizagem.

Assim, os blogs são importantes quando professores procuram firmar a sua

presença on-line e constituir redes de relações sociais com seus alunos. Neste

processo, o blog do professor tem especial destaque, como interface que mantém

na rede a sua presença, agregando tudo que o constitui e institui como um professor

na rede.

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CAPÍTULO 1

OS PROCESSOS DE ENSINO E APRENDIZAGEM

1.1 Conceitos de ensino

O processo de ensino refere-se aos diversos mecanismos pelos quais se pretende

alcançar certos objetivos, mediante a mobilização de meios e organização de

estratégias sequenciais e combinatórias onde são identificados os problemas,

procura-se explicações e propõem-se soluções (BORDENAVE,2002).

Para Bordenave (2002), o ato do aluno problematizar denota sua capacidade de

responder ao conflito que o problema em questão ocasiona de maneira eficaz,

dando-lhe sustentação. Segundo o autor, para o aluno atingir os objetivos necessita

passar por fases.

Bordenave e Pereira (2002) adaptaram as estratégias sequenciais em forma de arco

com base no Método do Arco de Charles Maguerez, chegando à seguinte

classificação: observação da realidade, os pontos chaves, teorização, levantamento

de hipóteses de solução e aplicação à realidade.

Seguindo o pensamento piagetiano, o professor deve direcionar suas estratégias de

ensino na atividade do estudante, que é quem efetivamente deve estruturar seu

conhecimento. Nesse sentido, Piaget refere-se a uma educação orientada para a

autonomia, onde o discente fica subordinado ao desenvolvimento das estruturas

mentais humanas, minimizando o papel da interação social e adaptando o ensino ao

desenvolvimento mental do educando (PIAGET, 1975). Para Piaget criança

necessita desenvolver para aprender.

Em contrapartida, para Vygotsky, para quem é fundamental a qualidade das trocas

simbólicas que se dão no plano verbal entre professor e aluno, o ensino deve ser um

trabalho coletivo em que a aprendizagem do discente é elaborada na interação com

pessoas de sua convivência em cooperação com seus companheiros, na direção da

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internalização de conhecimentos e do atingir independência intelectual e afetiva

(VIGOTSKY, 1991). Para o autor o homem só se torna humanizado a partir de sua

interação com outro de sua espécie. Assim os signos e a linguagem exercem um

papel crucial na aprendizagem e no desenvolvimento humano.

O ensino segundo Carl Rogers (1977) deverá ser centrada no aluno e dessa mesma

maneira dar-se-á a educação. Preocupa-se com o relacionamento existente entre

professor e aluno, devendo ser harmonioso, afetuoso e ambos necessitam caminhar

juntos, perseguindo os mesmos objetivos em prol de um aprendizado significativo.

Para tanto se faz necessário certa humildade por parte do professor, visto que existe

nesse processo uma troca, um aprende com o outro.

Assinala Rogers (1975) que a função da educação não deveria ser apenas ensinar,

mas facilitar a mudança e a aprendizagem, preocupando-se como, porque e quando

os alunos aprendem; como se vive e se sente a aprendizagem e quais as suas

consequências sobre a vida do aprendiz. Na visão de Carl Rogers (1997, p.73) a

aprendizagem significativa é “[...] aquela que provoca uma modificação, quer seja no

comportamento do indivíduo, na orientação da ação futura que escolhe ou nas suas

atitudes e na sua personalidade”.

Ensinar é mais que transmitir conhecimento, é aguçar a curiosidade no aluno

levando-o a desejar conhecer muito além do que já vivenciou. O aluno, para Rogers

necessita ser provocado a sentir confiança em si mesmo e dessa maneira tornar-se

capaz de almejar novos desafios, novos conhecimentos.

Nesse sentido o autor é radicalmente contrário ao processo de ensino escolar a

partir de realização de ‘tarefas’, haja vista que dessa maneira o aluno somente

emprega as operações mentais, um modus operandi de aprendizagem que não é

internalizado, não que percebe o aluno como um todo. Assim, com o passar do

tempo esses conhecimentos são relegados ao esquecimento, pela falta de

importância, pela falta de sensibilização, justamente por não tocar as percepções do

aluno, não o instiga a investigar, a buscar mais e mais o desconhecido, o novo.

Assim, o processo ensino para Rogers vai muito mais além do que a transmissão do

saber, é diagnosticar, planejar, informar, orientar, sensibilizar, demonstrar,

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exemplificar, acompanhar, discutir, avaliar e comunicar. Para que o professor possa

ensinar, faz-se necessário que desempenhe de modo positivo suas funções, que no

mundo atual tornam-se complexas, seja como consequência do avanço científico,

tecnológico, social e econômico, seja como resultado do progresso da ciência da

educação (MARQUES, 2007).

Para Piaget o ensino é entendido como uma possibilidade de exploração, o

desenvolver de potencialidades reflexivas e críticas onde o aluno é um agente vivo.

E, o professor tem a função de favorecer oportunidades que ativem os mecanismos

de aprender do aluno, criando situações graduadas e compatíveis com o seu nível

de desenvolvimento mental.

1.2 Conceitos de aprendizagem

De acordo com Woolfolk (2000, p. 185) “as mudanças resultantes de aprendizagem

estão no conhecimento ou no comportamento do indivíduo”. Apesar de diversos

psicólogos concordarem com essa afirmação, alguns, evidenciam a mudança no

conhecimento; outros, a mudança no comportamento.

Rodrigues (2008, p. 203) afirma que a aprendizagem é “um processo dinâmico e

multidimensional. Abrange fatos da vida e áreas de conhecimento sempre móveis,

mutáveis, em evolução e transformação”.

A aprendizagem está estruturada na aquisição de conhecimentos adquiridos pelas

experiências do nosso cotidiano e daqueles adquiridos de maneira formal na escola.

A interação de todos os conhecimentos proporciona ao indivíduo uma mudança de

comportamento. Portanto, pode-se dizer que a aprendizagem é a aquisição de

conhecimentos adquiridos nas experiências do dia-a-dia e na escola, trazendo

modificações no comportamento das pessoas.

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Para os behavioristas a aprendizagem pode ser definida como uma mudança

relativamente permanente em uma tendência comportamental e / ou na vida mental

do indivíduo, resultantes de uma prática reforçada (ROCHA, 2000).

No entanto, Piaget não enfatiza o conceito usual de aprendizagem (modificação do

comportamento resultante da experiência), por achar que esta traz uma ideia de

dependência passiva do meio ambiente. Piaget prefere falar em “aumento de

conhecimento”, onde a aprendizagem ocorre quando o esquema de assimilação

sofre acomodação, ou seja, quando ocorre uma reestruturação da estrutura

cognitiva (esquemas de assimilação existentes) do indivíduo, o que resulta em

novos esquemas de assimilação mental (MOREIRA, 2003).

De acordo com Fernández (2001), são estes movimentos de adaptação que

configuram a arquitetura onde a atribuição simbólica de significações próprias, que o

aprendiz faz, em relação aos processos de aprendizagem onde interage. Mas para

que todo este processo favoreça adaptações inteligentes, é necessário que os

movimentos de acomodação e assimilação estejam em equilíbrio.

Para Gagné (2000, p. 139) aprendizagem “é uma mudança de estado interior que se

manifesta através da mudança de comportamento e na persistência dessa

mudança”, ou seja, é uma mudança comportamental persistente.

1.3 Tipos de aprendizagem

A Psicologia Educacional ao estudar o desenvolvimento humano e o processo de

aprendizagem utiliza modelos humanos que a faz considerar o aluno de modo

específico, exigindo do professor determinadas atitudes ou ações positivas.

Desse modo pode-se citar três eixos epistemológicos dos processos de ensino e

aprendizagem: o empirismo (ambientalismo), o apriorismo (inatismo) e o

interacionismo.

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A concepção ambientalista ou empirista é atribuída à experiência sensorial à origem

de todo o conhecimento humano, delegando imenso poder ao ambiente no que se

refere ao desenvolvimento e a aprendizagem. O homem desenvolve suas

características em função das condições presentes no meio em que se encontra e,

desse modo, a aprendizagem é percebida como o processo pelo qual o

comportamento é modificado como resultado da experiência. Deve-se ressaltar que

a corrente não nega a consciência, mas não entende também que é a consciência o

fator decisivo para a aprendizagem, pois para que ela ocorra basta que se considere

a natureza dos estímulos presentes na situação, tipo de resposta que se espera

obter e o estado físico e psicológico do organismo, não havendo preocupação em

explicar os processos através dos quais a criança raciocina e que estariam

presentes na forma como ela se apropria de conhecimentos.

A concepção inatista ou apriorista coloca o conhecimento independente da

experiência, partindo do pressuposto de que os eventos ocorridos após o

nascimento não são essenciais para o desenvolvimento da aprendizagem. A

educação é concebida num processo de dentro para fora, cabendo ao professor

permitir o desenvolvimento, mais do que ensinar, uma vez que sua atuação se dá

em níveis de desenvolvimento já atingidos.

A concepção interacionista coloca a aprendizagem como um processo de

apropriação da realidade, considerando a experiência histórica e social do homem,

tendo como referência fatores orgânicos e ambientais. A aquisição do conhecimento

é vista como um processo construído pelo homem que durante toda a vida, através

da interação com outras pessoas, vai construindo seu conhecimento e sua forma de

ser.

Merece esclarecer que Vygotsky, Lúria, Leontiev e seus colaboradores não podem

ser incluídos nessa concepção interacionista. Vigotski não é interacionista, nem tão

pouco sócio-construtivista / sócio-interacionista. As matrizes do construtivismo de

Piaget, teoria fundamentada em seu estudo sobre a Epistemologia é muito distante

da matriz que sustenta a teoria de aprendizagem na perspectiva vigotskiana. Para

Piaget como já foi relatado, a criança desenvolve para aprender. Enquanto para

Vygotsky a criança aprende para desenvolver.

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[...] O desenvolvimento é promovido pela aprendizagem, o ensino deve se antecipar sempre ao desenvolvimento – zona de desenvolvimento proximal. Vigotski (1989) define a zona de desenvolvimento proximal como a diferença entre o desenvolvimento atual da criança (o conhecimento já adquirido) e o nível que atinge quando consegue resolver os problemas com auxílio – a de um adulto ou outra pessoa que detenha um maior conhecimento. O desenvolvimento real é aquele que o indivíduo já adquiriu. (GOLLNER, 2011, p.78)

A autora fundamentando-se na perspectiva vigotskiana afirma que é necessário um

salto qualitativo para a criança aprender. O desenvolvimento envolve “[...]

transformações complexas, qualitativas, de uma forma de comportamento em outra

(ou como diria Hegel, uma transformação quantitativa em qualitativa” (VYGOTSKY,

1991, p.21).

Tais transformações escreve Gollner (2011), dependerão também “[...] tanto pelo

seu grau do desenvolvimento orgânico quanto pelo grau de domínio no uso de

instrumentos (VYGOTSKY,1991,p.23). Alerta ainda Gollner (2011) que

[...] a visão dos psicólogos vigotskianos que conferem à aprendizagem a responsabilidade pelo desenvolvimento da criança, um desenvolvimento que de modo algum segue uma linha linear, nem tão pouco se constitui meramente de um processo evolutivo, com transformações graduais e vagarosas, mas se distingue por rupturas, por verdadeiros processos revolucionários, resultando em saltos qualitativos e alterações motoras significativas. Sinalizam também a importância da mediação entre um humano e a criança por meio de instrumentos, signos, elementos cruciais para o exercício da linguagem (GOLLNER, 2011, p.57).

Na literatura que aborda os processos de aprendizagem podem ser encontradas

diversas teorias de aprendizagem e abordagens de ensino, que tem atuado como

suporte para as realizações e direções dos educadores. Destacam-se as

abordagens tradicional, cognitiva, behaviorista, humanista, sociocultural,

construtivista (e sócio interacionista) (MIZUKAMI, 2000).

A abordagem tradicional da educação dá ênfase às situações de sala de aula, onde

os alunos são ensinados pelo professor, ou seja, subordina-se a educação à

instrução, considerando a aprendizagem do aluno como um fim em si mesmo onde

os conteúdos e as informações devem ser adquiridos e os modelos imitados. Aebli

(1978) comenta que os elementos fundamentais desta abordagem são imagens

estáticas que progressivamente serão incorporadas nos alunos e gravadas nas

mentes individuais de cada um.

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O modelo tradicional da educação trata o conhecimento como um conteúdo, como informações, coisas e fatos a serem transmitidos ao aluno. O aluno, segundo esta visão vai para a escola para receber uma educação, ou seja, de acordo com este modelo, o ensino é a transmissão de informações (CARRAHER, 2004, p.12).

O ensino tradicional propicia a formação de hábitos, geralmente isolados uns dos

outros e aplicáveis, geralmente, apenas às situações semelhantes em que foram

adquiridos; além de relações estereotipadas; uma vez que a aprendizagem, na

concepção tradicional, consiste na aquisição de informações e demonstrações. Tal

ensino se preocupa com a diversidade e quantidade de conceitos, noções e

informações, deixando de lado a formação do pensamento reflexivo.

Na abordagem tradicional a relação professor-aluno é vertical, sendo o professor o

detentor do poder decisório quanto à metodologia, conteúdo, avaliação e forma de

interação na aula, competindo informar e conduzir os alunos em direção aos

objetivos selecionados pela escola, sem se preocupar se tais objetivos são

significativos, tampouco se estes são adequados à realidade vivenciada pelo

educando, ou se favorece o desenvolvimento da criatividade do estudante.

A abordagem cognitiva ou piagetiana enfatiza o processo de cognição através do

qual o universo de significados do discente tem origem. Nesta abordagem o ensino

procura desenvolver a inteligência e deverá priorizar as atividades do aluno,

considerando-o inserido numa situação social.

A concepção piagetiana de aprendizagem tem caráter de abertura e comporta

possibilidades de novas indagações, assim como toda a sua teoria e epistemologia

genética. Aprender implica assimilar o objeto a esquemas mentais. Um dos tipos de

aprendizagem comentada por Piaget é o que consiste numa aquisição em função do

desenvolvimento. Este conceito fica, nessa abordagem, incluído num processo mais

amplo de desenvolvimento de estruturas mentais (MIZUKAMI, 2000).

De acordo com Piaget (apud BRINGÜIER, 1978, p. 93) “tudo o que se ensina à

criança a impede de inventar ou de descobrir”, deste modo, o ensino deve levar

progressivamente, ao desenvolvimento de operações, evitando a formação de

hábitos, que constituem a fixação de uma forma de ação, sem reversibilidade e

associatividade.

Page 18: Monografia TIC

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O ensino dos fatos deve ser substituído pelo ensino de relações. Desenvolve-se a

inteligência, já que esta é um mecanismo de fazer relações e combinatórias. O

ensino, nessa abordagem, deve estar baseado em proposição de problemas.

É importante considerar que

[...] as crianças não aprendem a pensar, as crianças pensam. Quando pensam (...) desenvolvem mecanismos mais avançados de pensamento. Por essas razoes, pode esperar-se que uma ênfase sistemática sobre o pensamento, durante o período prolongado, fará seu impacto, ao passo que a preocupação com o aprendizado ou estratégias do aprendizado pode deixar de mostrar efeitos de transferência (FURTH e WACHS, 2009, p. 321-2).

Cabe ao professor criar situações, propiciando condições onde possam se

estabelecer reciprocidade intelectual e cooperação ao mesmo tempo moral e

racional. Também é dever do docente evitar a rotina, fixação de respostas e hábitos.

Deve simplesmente propor problemas aos alunos, sem ensinar-lhes as soluções,

para que estes desenvolvem sua criatividade na busca de soluções lógicas para os

problemas propostos. Sua função consiste em provocar desequilíbrios, fazer

desafios. Deve orientar o aluno e conceder-lhe ampla margem de autocontrole e

autonomia, assumindo o papel de investigador, pesquisador, orientador.

Sara Pain (1992) apresenta duas condições de aprendizagem, as externas e as

internas. As condições externas são adquiridas pelo estímulo dado pelo meio em

que o sujeito está inserido e as internas são definidas pelo sujeito, ou o corpo como

mediador da ação. Ainda nesta linha teórica, Alicia Fernandez (2001) prossegue

que, o ser humano para aprender deve pôr em jogo seu organismo individual

herdado, seu corpo construído especularmente, sua inteligência autoconstruída

interacionalmente e a arquitetura do desejo, desejo que é sempre desejo do desejo

do outro.

Enquanto Sara Pain (1992) destaca que o organismo poderia ser comparado a um

aparelho de recepção programado, que possui transmissores (células nervosas),

capazes de registrar certos tipos de associações, de fluxos elétricos, e reproduzi-los

quando necessário sendo o corpo o instrumento do organismo. Alícia Fernández

(2001) defende a ideia de que o corpo coordena e a coordenação resulta em prazer,

prazer de domínio.

Page 19: Monografia TIC

19

Relacionando as duas condições de aprendizagem, Pain (1992) afirma que o corpo

tem como função escrever, falar, dançar, enfim, aprender. As condições do mesmo

sejam constitucionais, herdadas ou adquiridas, favorecem ou atrasam os processos

cognitivos e, em especial, os de aprendizagem.

Na teoria Piagetiana, a afetividade cumpre a função de fonte de energia para o

funcionamento da inteligência. O termo construtivismo proposto por Jean Piaget,

inerente às formas de conhecimento criadas pelos infantes, inspirou as teorias

construtivistas, que em grande parte possuem como temas centrais a afetividade e o

desenvolvimento da linguagem.

Na abordagem comportamentista ou behaviorista o estudante é considerado como

um ser que responde a estímulos proporcionados pelo ambiente externo, onde os

comportamentos desejados dos discentes serão instalados e mantidos por

condicionante e reforçadores arbitrários como elogios, graus, notas, prêmios,

reconhecimentos do professor e dos colegas (MIZUKAMI, 2000). Ou seja, a

aprendizagem está ligada a respostas condicionadas, onde o professor é um

modelador de respostas apropriadas, levando os educandos a emitirem respostas

adequadas e dirigidas por estímulos modeladores do comportamento.

Para descrever sobre essa linha teórica behaviorista é importante citar Skinner

(apud MIZUKAMI, 2000), que conduziu trabalhos pioneiros em psicologia

experimental, além de ser propositor do Behaviorismo Radical, cuja abordagem

busca entender o comportamento inteiramente em função da história ambiental de

reforçamento, recomenda o uso da instrução programada, onde o assunto a ser

aprendido é organizado numa sequencia lógica, dividido em pequenos passos em

que o aluno pode aprender de acordo com o seu próprio ritmo, sendo reforçado pelo

instrutor imediatamente após cada passo. No behaviorismo o relacionamento

humano fica comprometido, pois o aluno é controlado pelo ambiente, onde não são

valorizadas as potencialidades inerentes ao homem, suas vivências experimentais,

sua reflexão crítica e sua auto-iniciativa.

Segundo a abordagem behaviorista, cabe ao docente planejar e desenvolver o

sistema de ensino-aprendizagem, de tal forma que o desempenho do aluno seja

Page 20: Monografia TIC

20

ampliado ao máximo, considerando-se igualmente fatores como economia de tempo,

esforços e custos.

Na abordagem humanista o ensino está centrado na pessoa, o que implica técnicas

onde o ser humano é dirigido à sua própria experiência para que dessa forma, ela

possa estruturar-se e agir, ou seja, a aprendizagem é um processo que leva o

indivíduo a aprender a aprender, onde aprender é chegar à auto-realização através

do desenvolvimento do potencial afetivo e cognitivo do estudante (MIZUKAMI,

2000).

Esta abordagem é defendida por Rogers que vê a facilitação da aprendizagem como

o objetivo maior da educação, em que os indivíduos são formados continuamente,

ou seja, são abertos a uma aprendizagem que assinale para a sua auto-realização.

Os conceitos básicos da teoria da aprendizagem resultantes da análise realizada por

Mahoney (1976, p. 91) são “potencialidade para aprender, tendência à realização,

capacidade organísmica de valoração, aprendizagem significativa, resistência,

abertura à experiência, auto-avaliação, criatividade, autoconfiança, independência”.

Utilizando estes conceitos básicos a autora citada acima os reorganizou pela

aplicação do instrumental lógico-formal. A partir da análise realizada, foi-lhe possível

afirmar a existência de uma teoria da aprendizagem na proposta rogeriana para

educação.

A verdadeira educação para Freire (1975) consiste na educação problematizadora,

que ajudará a superação da relação opressor-oprimido, onde se objetiva o

desenvolvimento da consciência crítica e a liberdade como meios para superar as

contradições da educação.

No mundo contemporâneo duas concepções pedagógicas podem ser visualizadas.

Uma, considerada tradicional, que privilegia a reprodução do conhecimento e outra,

considerada inovadora, que privilegia a construção de habilidades, competências e

saberes.

Page 21: Monografia TIC

21

Se na concepção tradicional, o professor assume o papel de simples transmissor de

conhecimentos, na concepção inovadora transforma-se em mediador e orientador

desses conhecimentos no processo de ensino-aprendizagem.

O ensino tradicional acentua a transmissão do saber já construído, estruturado pelo

professor; e a aprendizagem é vista como impressão, na mente dos alunos, das

informações apresentadas nas aulas. As dificuldades ou os fracassos geralmente

são vistos como decorrentes de empecilhos, de algum modo, vinculados ao aluno –

“falta de base” ou de condições para aprender, problemas familiares, deficiência

mental ou cultural, etc.

Segundo Vinh Bang (apud BICUDO, 2009), há ideias, quase crenças, difíceis de

desfazer: o fracasso não provém do professor, quem transmite o conhecimento e

teria ensinado mal, mas de quem recebe o conhecimento e aprendeu mal. Ideias

como essas justificam e ajudam a manter o ensino tradicional.

O professor transmissor parte do pressuposto que o conhecimento é imutável e

intocável, onde o aluno é um mero receptor, não interferindo diretamente nesse

processo. O professor mediador e orientador parte do pressuposto que o

conhecimento é um processo de produção e, está, portanto, em constante mutação.

O aluno é um ator nesse processo; sua participação possibilitará o direcionamento

do conteúdo e o aprofundamento das questões presentes no Plano de Ensino.

As diferenças entre as duas concepções pedagógicas foram sintetizadas por Cunha

(2005), onde o ensino como reprodução do conhecimento enfoca o conhecimento

"sem raízes" e o dá como pronto, acabado e inquestionável; valoriza o imobilismo e

a disciplina intelectual tomada como reprodução das palavras, textos e experiências

do professor e do livro; privilegia a memória e a repetição do conhecimento

socialmente acumulado; usa a síntese já elaborada para melhor passar informações

aos estudantes, muitas vezes reproduzidas de outras fontes; valoriza a precisão, a

segurança, a certeza e o não questionamento.

É a abordagem que premia o pensamento convergente, a resposta única e

verdadeira e o sentimento de certeza; concebe cada disciplina curricular como um

espaço próprio de domínio de conteúdo e em geral, dá a cada uma o status de mais

Page 22: Monografia TIC

22

significativa do currículo acadêmico. Incompatibiliza o ensino com a pesquisa e com

a extensão, dicotomizando o processo de aprender; e, coloca o professor como a

principal fonte de informação que, pela palavra, repassa ao aluno o estoque que

acumulou.

O ensino como produção do conhecimento focaliza o conhecimento a partir da

localização histórica de sua produção e entende como provisório e relativo;

considera a reflexão e a disciplina como a capacidade de estudar, refletir e

sistematizar conhecimento; privilegia a intervenção no conhecimento socialmente

acumulado; estimula a análise, a capacidade de compor e recompor dados,

informações, argumentos e ideias; valoriza a ação, a reflexão crítica, a curiosidade,

o questionamento exigente, a inquietação e a incerteza, características básicas do

sujeito cognoscente.

Também valoriza o raciocínio divergente, provoca incerteza e inquietação; estimula

a aprendizagem de forma interdisciplinar, propondo interligações entre eles e

atribuindo significados próprios aos conteúdos, em função dos objetivos

acadêmicos; além de colocar a pesquisa como instrumento de ensino e apreensão

da realidade. Por fim entende o docente como mediador entre o conhecimento, a

cultura sistematizada e a condição de aprendizado do aluno.

A prática pedagógica, na concepção inovadora está fundamentada na crença que

ensinar é um processo de troca de experiências, organizadas e sistematizadas em

torno da aprendizagem. Nessa perspectiva a sala de aula é um espaço onde um

grupo de atores está envolvido para o alcance de um objetivo ou solução de um

problema. O ato pedagógico se realiza pelo diálogo e não pelo monólogo. A

motivação é um dos aspectos mais importantes do processo de ensino-

aprendizagem.

A escola deverá principalmente, levar o discente a aprender como aprender. Na

sociedade do conhecimento as disciplinas podem ser menos importantes do que a

capacidade dos estudantes para continuar aprendendo e sua motivação para fazê-

lo, onde o aluno deverá assumir a responsabilidade por sua aprendizagem isto

Page 23: Monografia TIC

23

porque aprender a aprender, será o único conhecimento duradouro frente ao avanço

tecnológico (DRUCKER, 2007).

As propostas pedagógicas inovadoras devem acentuar a interação do aluno com o

objeto de estudo, a pesquisa, a construção dos conhecimentos, ao invés de simples

transferências conteudísticas. As aulas são consideradas como situações de

aprendizagem e de mediação, onde são valorizados os trabalhos dos estudantes, de

forma individual ou coletiva, na apropriação do conhecimento.

No construtivismo, é relevante o significado que as atividades têm para o aprendiz.

Para que um indivíduo consiga se apropriar do saber, este deve ter sentido e

corresponder aos interesses explícitos do estudante. A afetividade é considerada

como o aspecto importante da atividade, da cognição.

Nessa perspectiva, a educação deve se preocupar com a formação básica dos

indivíduos, fornecendo conhecimento dos processos, além de ensinar como fazer

para chegar aonde se quer chegar, incentivando para que se encontrem soluções

via processo criativo. Desta forma o professor assume o papel de orientador, de

instigador e de motivador do processo educacional.

A educação é vista como um diálogo aberto que se transforma mediante processos

de assimilação, acomodação e equilíbrio. A aprendizagem ocorre mediante a

reflexão construída através dos diálogos que os estudantes mantêm consigo, com

os outros, com a literatura, com a cultura e com a realidade. Cabe ao professor

garantir o movimento, o fluxo de energia. Isto significa incentivar o diálogo propondo

questões para serem analisadas ou criando situações desafiadoras e reflexivas.

Page 24: Monografia TIC

24

CAPÍTULO 2

AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC) APLICADAS NA

EDUCAÇÃO

Com a chegada da informática às escolas como uma ferramenta de ensino, surge

uma nova perspectiva de trabalho para os professores. Diante disso faz-se

necessário descobrir novos métodos e técnicas mais eficientes para trabalhar com

os alunos, despertando neles o interesse e o prazer em pesquisar, organizar e

transmitir suas ideias, fazendo uso do computador.

Nesse sentido, a criação de projetos para utilização do computador, com finalidade

educativa, pode contribuir para o aprimoramento do processo ensino-aprendizagem.

Cabe mencionar que diversos trabalhos sobre o uso do computador na escola têm

surgido no cenário mundial e nacional, tanto no ensino regular, como no ensino

especial.

Essa utilização apresenta múltiplas possibilidades que poderão ser realizadas

segundo a concepção de educação que perpassa qualquer atividade escolar. Assim,

as atuais tecnologias da informação e comunicação desempenham um importante

papel educativo, transformando-se, na prática, numa segunda escola, paralela à

convencional. Neste caso, as tecnologias se tornam meios que garantem a eficiência

dos processos de educação informação, porque ensinam de forma atraente e

voluntária.

De acordo com Tajra (2008, p.12), na área de informática educacional não existe um

modelo universal para a sua aplicação, “ela varia de acordo com a disponibilidade de

recursos humanos, financeiros e técnicos, das linhas metodológicas das escolas,

bem como, da própria credibilidade em relação à tecnologia na educação”.

No início da introdução dos recursos tecnológicos de comunicação na área

educacional, houve uma tendência a imaginar que os instrumentos iriam solucionar

os problemas educacionais, podendo chegar, inclusive, a substituir os próprios

professores. Com o passar do tempo, não foi isso que se percebeu, mas a

Page 25: Monografia TIC

25

possibilidade de utilizar esses instrumentos para sistematizar os processos e a

organização educacional (TAJRA, 2008).

O acesso à informação é imprescindível. É necessário que a maioria dos indivíduos

saiba operar com as novas tecnologias da informação. Um caminho viável de

alcançar esse resultado é usar o computador como apoio da inteligência e como

ferramenta de investigação, comunicação, construção, representação, verificação,

análise, divulgação e produção do conhecimento.

Utilizando o computador no processo ensino-aprendizagem, pode-se trabalhar

temas que apresentam maior grau de complexidade para o entendimento por parte

do aluno. Vários softwares de simulação podem facilmente substituir caros

laboratórios de química e física, possibilitando a simulação de fenômenos naturais

de maneira segura e obtendo os mesmos resultados. Alguns alunos aprendem muito

mais passando 03 (três) horas semanais de atividade com computador do que

estudando em situações de sala de aula. Tudo depende da forma e do objetivo com

que se trabalha.

2.1 Breve histórico da inserção das tecnologias da informação e comunicação

aplicadas na educação

A utilização de tecnologia no ambiente escolar constitui uma área de estudo surgida

nos Estados Unidos na década de 40, denominada como Tecnologia Educacional,

que tem como foco desde a sua gênese, a busca de recursos que otimizem os

processos de aprendizagem na escola (PONS apud ALMEIDA e PRADO, 2006, p.

51).

Na década de 1980, chega o movimento que denominou-se de Filosofia e

Linguagem LOGO. A criação do Projeto Educom (Educação com Computadores),

em 1983, foi à primeira ação oficial e concreta para levar os computadores até as

escolas públicas. A oficialização dos centros de estudo do Projeto Educom, que era

composto pelas seguintes instituições: UFRJ, UFRGS, UNICAMP, Universidade

Page 26: Monografia TIC

26

Federal de Pernambuco – UFPE, Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG,

ocorreu em 1984.

Em 1986 e 1987, ocorreu a criação do Comitê Assessor de Informática para

Educação de 1º e 2º graus (CAIE), subordinado ao MEC, com objetivo de definir os

rumos da política nacional de informática educacional, a partir do Projeto Educom

(TAJRA, 2008).

O desenvolvimento acelerado das tecnologias provocou o surgimento de novas

técnicas da microeletrônica e da informática, responsáveis pela automação

industrial, aparelhos sofisticados e informatização de serviços. Estes meios vêm

gerando, desde o final do século XX, novas relações econômicas e culturais em

diversas áreas, como saúde, administração e comunicação, entre outras. Enquanto

isso, a escola ainda engatinha. Nesse sentido, Sampaio e Leite (2009, p. 29)

afirmam:

[...] a preocupação com o rumo das mudanças tecnológicas impõe à área da educação um posicionamento entre tentar entender as transformações do mundo, produzindo conhecimento pedagógico sobre ele e auxiliando o homem a ser sujeito da tecnologia; ou, ao contrário – ou dar as costas para a realidade.

Em relação a este posicionamento, há uma grande preocupação teórica do sistema

em fazer com que os professores recebam, além da formação técnica continuada,

uma formação humana e ética que lhes possibilite uma maior atuação junto à

sociedade (SAMPAIO e LEITE, 2009).

Hoje a informação e o conhecimento possuem diversas formas de transmissão e

todas elas utilizam tecnologia: computador, satélite, fax, mídias, multimídia, bancos

etc. Portanto, as populações mais desfavorecidas entram em contato com a maioria

destas formas de transmissão de conhecimento e informação.

Page 27: Monografia TIC

27

2.2 Importância das novas tecnologias da informação e comunicação no

processo educacional

A inclusão das tecnologias da informação e comunicação no processo educacional

implica em questões que podem passar despercebidas. Araújo (2005, p. 23-24)

adverte que:

O valor da tecnologia na educação é derivado inteiramente da sua aplicação. Saber direcionar o uso da Internet na sala de aula deve ser uma atividade de responsabilidade, pois exige que o professor preze, dentro da perspectiva progressista, a construção do conhecimento, de modo a contemplar o desenvolvimento de habilidades cognitivas que instigam o aluno a refletir e compreender, conforme acessam, armazenam, manipulam e analisam as informações que sondam na Internet.

Neste sentido é que se entende que a formação do educador seja para além do

técnico. Não é a quantidade e a qualidade dos equipamentos que irão garantir que a

formação será de qualidade. Para ir além deste pensamento tecnológico Almeida e

Prado (2006, p. 35) relembra que

[...] para evitar ou superar o uso ingênuo dessas tecnologias, é fundamental conhecer as novas formas de aprender e de ensinar, bem como de produzir, comunicar e representar conhecimento, possibilitadas por esses recursos, que favoreçam a democracia e a integração social.

As novas tecnologias podem inovar o tratamento dado à educação, principalmente

ao item avaliação, numa concepção diferenciada para o processo de aprendizagem,

uma vez que permite a intervenção do educador que passa a servir como mediador

na construção do saber, obedecendo a Lei 9.394/96, no Capítulo 2, que instrui a

verificação do rendimento do desempenho do aluno como uma ação contínua e

cumulativa, prevalecendo os aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos

resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais (BRASIL, 1996).

As tecnologias utilizadas no processo avaliativo permitem a análise dos trabalhos

(produções) realizados pelos alunos durante o ano letivo de modo mais eficiente,

pois permitem ao aluno ferramentas eficazes para a construção de textos, resenhas

etc.

Page 28: Monografia TIC

28

Um outro aspecto muito importante acerca das tecnologias de ensino é que o

processo de formação ultrapassa os limites do espaço físico, ficando ao alcance do

usuário em qualquer lugar que ele esteja, tornando possível a educação à distância -

um outro paradigma que está sendo muito explorado neste novo milênio.

A utilização das tecnologias na educação compreende diversos aspectos, entre eles

educar para a competência informática, que é uma exigência dos novos tempos, já

que estar desinformado na área tecnológica cria uma barreira excludente no

mercado de trabalho. Significa educar para a ética, já que os alunos são conduzidos

para a própria produção de textos, educando para a autonomia, pois cada aluno

avança no seu próprio tempo e ao educador é solicitado o respeito ao caminhar de

cada um na sua relação com a aprendizagem.

No entanto, adequar o espaço virtual à educação é uma tarefa que exige muita

disciplina e espírito de pesquisa. O uso das tecnologias na formação do educador

tem sido um ponto referencial na busca no que concerne à oferta de uma educação

de qualidade que oportunize ao aluno uma análise e comparação de seus

conhecimentos no incentivo de uma construção permanente do seu saber.

Navegar na internet pode ser um processo valioso de busca de informações na

construção do conhecimento, gerando um ambiente interativo facilitador e motivador

de aprendizagem, bem como pode ser um dispersivo e inútil coletar de dados sem

relevância que não agregam qualidade pedagógica ao seu uso. Sendo, portanto,

necessário à utilização de metodologias específicas inerentes a pesquisa na

internet, voltadas para o processo educacional, estimulando a pesquisa e o

pensamento crítico (ARAÚJO, 2005).

2.3 Alfabetização Tecnológica do Professor

Durante séculos a alfabetização tem sido fator de socialização no mundo e

interpretação deste, hoje se torna cada vez mais importante uma alfabetização

audiovisual, uma educação para a mídia; enfim, uma alfabetização tecnológica para

Page 29: Monografia TIC

29

interpretação e ação crítica junto às novas tecnologias e formas de comunicação

(DEMARTINI, 2003).

Cabe então ao educador que está no processo de formação observar que este

recurso (a internet) é mais uma ferramenta e que ele precisa compreender bem sua

função e formas de utilização, para que possa então utilizar-se dela para sua própria

formação como também para ministrar suas aulas. Assim, Marinho (2003, p. 100 –

101) relembra que “a ação docente no ambiente virtual ‘não requer apenas uma

mudança metodológica, mas uma percepção do que é ensinar e aprender’”.

É do conhecimento de todos a necessidade e urgência de uma formação que vá

além do básico, que cada um invista seu tempo, sua disposição e até mesmo seu

dinheiro para uma formação que seja continuada. E essa formação também implica

no alargamento dos horizontes com o entendimento e a utilização das tecnologias,

sejam elas antigas ou recentes.

Apesar de toda exigência para que os educadores possam estar diretamente

inseridos no processo de inclusão digital e de serem protagonistas na pesquisa e

desenvolvimento das tecnologias para utilização no meio educacional, muitos são os

desafios que necessitam ser encarados de frente para que sejam contornados.

Sem a pretensão de esgotar o assunto, é possível relacionar alguns dos desafios

quando a intenção é a promoção da formação inerente às novas tecnologias da

aprendizagem: problema de gestão, resistência dos educadores (formadores),

resistência dos discentes (educadores-discentes em formação), falta de

infraestrutura, falta de recursos, paradigmas educacionais ou ilusões frente ao uso

das tecnologias.

A questão da gestão consiste em um dos desafios mais gritantes, pois a uma gama

de gestores que não conseguem perceber a necessidade da formação continuada

consistente, evitando os encontros sem relação ou concatenação, além do fato que

muitos não foram (principalmente na rede pública) capacitados para gerir pessoas e

recursos.

Page 30: Monografia TIC

30

Um outro desafio apresentado é a resistência por parte de alguns docentes, que não

conseguem vislumbrar os ganhos com a mudança de paradigma. Esta resistência

ocorre devido ao forte vínculo às práticas de ensino-aprendizagem que por muitas

vezes prendem os professores à estrutura burocrática exigida pelas secretarias dos

respectivos cursos. Esta resistência é decorrente do que Almeida (2003) aponta

como desconhecimento tecnológico, ou o desconhecimento de que a tecnologia não

é neutra.

[...] para compreender o pensamento humano, a sociedade, a cultura e a educação é essencial ir além dos condicionantes da cibercultura e analisar o papel da tecnologia como um suporte que permite estabelecer diálogo entre o indivíduo e o grupo, a virtualidade e a realidade, a razão e a emoção, o analógico e o digital. O potencial interativo do uso da TIC no ato pedagógico se revela na possibilidade de criação dialógica e intersubjetiva (ALMEIDA, 2003, p. 28).

E é exatamente esta postura diante da tecnologia (pesquisadora e questionadora)

que se torna ponto de resistência para o uso dos instrumentos informacionais como

de outros instrumentos tecnológicos.

Desse modo, o docente precisa se preparar, buscar em cursos e capacitações a

atualização e formação profissional necessária para utilizar de modo pedagógico as

novas tecnologias na formação de cidadãos cônscios e intérpretes das linguagens

diversificadas do mundo atual e futuro. A alfabetização tecnológica se relaciona de

forma direta com o domínio crítico da linguagem tecnológica, não apenas mecânica.

Para tanto, o uso das tecnologias deve ser contextualizado com as necessidades

socioculturais do aluno; ou seja, deve-se evitar as práticas dissociadas do dia-a-dia

do aprendiz e da escola.

Ao trabalhar com os princípios da tecnologia educacional, o professor estará criando

condições para que o aluno, em contato crítico com as tecnologias da/na escola,

consiga lidar com as existentes na sociedade sem ser por elas dominado. Isso só

será concretizado quando o docente dominar o saber relativo às tecnologias, tanto

em termos de valorização e conscientização da sua utilização (ou seja, porque e

para que utilizá-las), quanto em termos de conhecimentos técnicos (ou seja, como

utilizá-las de acordo com a sua realidade).

Page 31: Monografia TIC

31

A escola é responsável pela educação de crianças e jovens; assim, deve trabalhar

com objetivos e meios que ajudem a formar nos alunos uma lógica e uma percepção

capazes de levá-los a participar da construção de uma sociedade que produza e

utilize as tecnologias de forma mais crítica e democrática. O conceito de

alfabetização tecnológica do professor refere-se ao conjunto de tecnologias

existentes na sociedade e com as quais as pessoas têm contato assistemático

(SAMPAIO e LEITE, 2009).

A alfabetização tecnológica do professor pode ser entendida como um conceito que

envolve o domínio contínuo e crescente das tecnologias que estão na escola e na

sociedade, mediante o relacionamento crítico com elas. Este domínio se traduz em

uma percepção global do papel das tecnologias na organização do mundo atual e na

capacidade do professor em lidar com as diversas tecnologias, interpretando sua

linguagem e criando novas formas de expressão, além de distinguir com, quando e

por que são importantes e devem ser utilizadas no processo educativo.

A utilização das tecnologias na sala de aula só auxiliará o desenvolvimento de uma

educação transformadora se for baseada em um conhecimento que permita ao

professor interpretar, refletir e dominar criticamente a tecnologia.

Cabe mencionar que o docente na atualidade não é mais definido como um

repassador ou transmissor de conteúdos, mas como um mediador. Essa expressão,

frequente nos discursos pedagógicos, caracteriza as abordagens que se opõem à

escola tradicional e à de caráter espontaneista e se traduz didaticamente numa série

de atitudes e procedimentos didáticos. Para Masetto (2000), a mediação pedagógica

é a atitude, o comportamento do professor que se coloca como um incentivador ou

motivador da aprendizagem, como uma ponte rolante entre o aprendiz e a

aprendizagem, destacando o diálogo, a troca de experiências, o debate e a

proposição de situações.

Um exemplo que pode ser destacado no que concerne à importância das

tecnologias no campo educacional é a Educação a Distância (EaD). De acordo com

Masetto (2000) a interação professor-aluno, tanto individualmente quanto com o

grupo, se destaca como fundamental no processo de aprendizagem e se manifesta

Page 32: Monografia TIC

32

na atitude de mediação pedagógica por parte do professor, na atitude de parceria e

corresponsabilidade pelo processo de aprendizagem entre aluno e professor e na

aceitação de uma relação entre adultos assumida entre professor e aluno.

A atitude de mediação pedagógica citada por Masetto (2000) presume a atuação do

professor como facilitador da aprendizagem nesse processo de construção do

conhecimento, uma vez que a aprendizagem se concretiza na medida em que

professores e alunos estabelecem uma relação de parceria com responsabilidade.

Considerando a mediação pedagógica em cursos à distância suportados por meios

tecnológicos, Masetto (2000) afirma que o processo de mediação pedagógica deve

estar centrado no aluno e, uma vez que o professor que se propõe a ser um

mediador pedagógico, este deverá desenvolver as seguintes características:

assumir que o aluno é o centro do processo de ensino, voltando-se para sua

aprendizagem;

atuar em ações conjuntas com o aluno;

atuar em parceria com o aluno, reforçando o senso de corresponsabilidade em

todas as atividades do curso;

ser competente em sua área de conhecimento, demonstrando domínio nessa

área;

ser criativo na condução das soluções para as situações novas e inesperadas;

disponibilizar-se para o diálogo permanente;

considerar as condições pessoais e sentimentos, respeitando a subjetividade e

individualidade;

cuidar da sua forma de comunicação e expressão, focando sempre a

aprendizagem.

Tem-se que considerar a importância do aluno quando da ocorrência das interações

aluno-aluno sem a participação direta do professor, quando estes são participantes

Page 33: Monografia TIC

33

de um curso a distância mediado por computador e Internet. A atuação do aluno

como mediador da aprendizagem junto aos próprios colegas do curso, atuando

como elemento motivador e facilitador no processo da aprendizagem, torna-o

coautor no processo de construção do conhecimento e traduz-se em estímulo para a

continuidade da sua participação no curso.

Assim, a educação à distância mediada por computador e Internet favorece a

aprendizagem e a interaprendizagem, quando estimula e oferece recursos para

interar alunos e professores, através da prática da mediação pedagógica nos

ambientes de interação. Essa prática é fundamental para criar as comunidades

virtuais de aprendizagem, através do estímulo do aluno para atuar como coautor

desse processo de construção do conhecimento.

Entretanto, deve-se tomar muito cuidado, pois a utilização da informática na escola

poderá cair na rotina e fazer com que professores e alunos percam interesse, findo o

caráter inicial dramático, se não houver uma sistematização do seu uso. O professor

deve evitar rotina, fixação de respostas, hábitos, propondo problemas aos alunos,

sem ensinar-lhes as soluções. Sua função consiste em provocar desequilíbrios,

fazer desafios. O aluno deve ser orientado a buscar autocontrole e autonomia,

assumindo o papel de investigador, pesquisador, orientador, coordenador,

realizando um trabalho o mais independentemente possível.

O uso do computador na escola só é eficaz quando norteado por adequado Projeto

Político-Pedagógico. O computador só faz amplificar os processos já existentes.

Neste sentido, se a escola é boa, pode ficar melhor; mas se a escola é ruim,

certamente ficará pior ainda. O computador amplifica os erros e os acertos de quem

o usa. Através da implantação de Projetos Tecnológicos, nas escolas da rede

pública de ensino, e da incorporação destes no Projeto Político-Pedagógico de cada

uma delas, espera-se que a mudança de cultura no ensino de 1º e 2º graus seja

fomentada de forma a torná-lo apto a preparar cidadãos capazes de interagir numa

sociedade cada vez mais tecnologicamente desenvolvida (ALMEIDA, 2003).

Estudos e pesquisas têm demonstrado, no Brasil e no mundo, que o uso do

computador tem apresentado resultados significativos, tanto no ensino regular

Page 34: Monografia TIC

34

quanto no ensino especial. Todos os estudos e pesquisas apontam como caminho

para a implantação de projetos na perspectiva interdisciplinar e construtivista de

forma cooperativa no sentido de propiciar a incorporação adequada de novas

tecnologias como suporte do processo pedagógico na construção do conhecimento

de forma mais rápida e integrada (ALMEIDA e ALMEIDA, 2008).

A utilização de novas tecnologias em aula implica novos projetos muitas vezes

fundamentados em concepções de ensinar e aprender diferentes das propostas nos

modelos curriculares. As inovações costumam ser definidas como uma nova

proposta que inclui um melhoramento no sistema educacional ou nas práticas da

aula.

Papert (apud SAMPAIO e LEITE, 2009) propõe o uso do computador como uma

ferramenta para a construção de conhecimentos e para o desenvolvimento do aluno,

adotando uma posição mais intervencionista. Essa ideia de construcionismo foi

expandida para além dos limites da linguagem e da metodologia Logo.

Page 35: Monografia TIC

35

CAPÍTULO 3

O BLOG COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA

3.1 Caracterizando o blog

De acordo com Bertocchi (2005), um blog proporciona uma presença on-line

dinâmica, histórica e, que por causa de suas características, geralmente forma uma

rede social com outros blogs.

Segundo Mantovani (2005, p.12), “weblog ou simplesmente blog, é um tipo de

publicação on-line que tem origem no hábito de alguns pioneiros de logar (entrar,

conectar ou gravar) à web, fazer anotações, transcrever, comentar os caminhos

percorridos pelos espaços virtuais”.

Para Freitas (2011), os blogs são páginas dinâmicas, acessíveis meios de

expressão e de comunicação. Em geral se caracterizam pela publicação de textos

curtos com estrutura hipertextual, onde cada bloco de texto está ligado a uma linha

de acesso próprio e permanente e um espaço para comentários.

Além da característica hipertextual, os textos quase sempre são escritos de um

ponto de vista próprio e são intertextuais e interdependentes, mantendo diálogo

constante com outros textos.

Um post está, deste modo, sempre aberto às novas vozes que se somam ao diálogo e compõem polifonicamente outros textos, posts, comentários, num diálogo que não se fecha, sentido sempre inacabado. A intertextualidade que se estabelece entre weblogs impulsiona o movimento que interliga a compreensão, como relação dialógica que se dá pela confrontação de sentidos (GUTIERREZ, 2004, p. 182).

Para Máximo (2006), ser blogueiro é algo que se constitui na criação do blog e

revela-se na inevitável apresentação que o professor faz de si mesmo, mesmo que

esta não aconteça formalmente. Bakhtin (2002) complementa ao destacar que a

apresentação do blogueiro faz uma ponte entre o que é público e o que é privado,

pelo filtro do autor.

Page 36: Monografia TIC

36

Assim, os blogs são importantes quando professores procuram firmar a sua

presença on-line e constituir redes de relações sociais com seus alunos. Neste

processo, o blog do professor tem especial destaque, como interface que mantém

na rede a sua presença, agregando tudo que o constitui e institui como um professor

na rede.

Downes (apud HALMANN, 2006) considera que os ambientes para a aprendizagem

on-line estão mudando e se aproximando cada vez mais do formato blog, onde são

usados conjuntos de aplicativos interligados formando um ambiente onde os

estudantes manejam o conteúdo de acordo com as suas necessidades.

Para dar início a um blog é preciso selecionar um site que forneça o serviço de

publicação na web, que em sua maioria é gratuito e oferece recursos para escrever

como se estivesse usando um editor de textos, sem exigirem qualquer tipo de

conhecimento técnico especializado sobre as linguagens de programação para

construir páginas na internet. Desse modo, ao cadastrar-se em um desses serviços,

cria-se um endereço para o blog e um layout, que pode ser um dos ofertados pelos

próprios serviços e que podem ser alterados posteriormente.

Cabe mencionar que todos os dias são criados centenas de blogs nos mais diversos

idiomas e com os diversificados temas, inclusive inerentes a educação. Desse

modo, professores e alunos de todos os níveis educacionais encontram nos blogs

uma nova maneira de ensinar, de aprender, de compartilhar, de informar, de

publicar, de conhecer, e de comunicar. Lévy (1993, p.7) afirma que “novas maneiras

de pensar e de conviver estão sendo elaboradas no mundo das telecomunicações e

da informática”.

Uma dessas formas é o blog, que surge como uma importante ferramenta de

comunicação e interação que favorece a troca de informações e conhecimentos que

pode e deve ser utilizado como ferramenta educacional tanto como recurso

pedagógico como uma estratégia pedagógica.

3.2 O blog como ferramenta pedagógica: análise dos dados coletados

Page 37: Monografia TIC

37

Como mencionado em sessão anterior, foram aplicados questionários com dez

professores lotados em escolas da rede pública municipal da cidade do Paulista com

o intuito de verificar a utilização do blog como ferramenta de mediação da

aprendizagem. Essa sessão está reservada para a análise dos resultados obtidos, e

será dividida em duas etapas: perfil dos docentes; e, conhecimentos específicos.

3.2.1 Perfil dos docentes

Participaram da pesquisa dez profissionais, sendo cinco do sexo masculino e cinco

do sexo feminino, com faixa etária entre vinte e seis e cinquenta e sete anos de

idade, como evidenciado na Tabela 1 e no Gráfico da Figura 1.

Tabela 1: Quantidade de entrevistados por faixa etária.

Faixa etária Quantidade Resultado (%)

20 a 30 anos 1 10%

31 a 40 ano 3 30%

41 a 50 anos 3 30%

51 a 60 anos 3 30%

Total 100%

Figura 1: Quantidade de entrevistados por faixa etária.

A Tabela 1 e a Figura 1 mostram que a faixa etária predominante entre os docentes

participantes da pesquisa é de 31 a 60 anos de idade, perfazendo um percentual de

10%

30%

30%

30%

20 a 30 anos 31 a 40 ano 41 a 50 anos 51 a 60 anos

Page 38: Monografia TIC

38

90%. Ao passo que a faixa entre 20 e 30 anos de idade apresentou o menor

quantitativo (10%). Cabe ressaltar que todos os respondentes possuem vínculo

empregatício efetivo na Secretaria de Educação do Paulista. No que se refere ao

tempo de docência, a Tabela 2 e a Figura 2 apresentam os resultados obtidos:

Tabela 2: Tempo de docência na Secretaria de Educação da cidade do Paulista.

Tempo de docência Quantidade Resultado (%)

1 a 10 anos 2 20%

11 a 20 ano 3 30%

21 a 30 anos 4 40%

31 a 40 anos 1 10%

Total 100%

Figura 2: Tempo de docência na Secretaria de Educação da cidade do Paulista.

Os dados evidenciam que 40% dos entrevistados possuem mais de vinte anos

lotados na Secretaria de Educação da cidade do Paulista e lecionam tanto no ensino

fundamental quanto no médio, mesmo alguns tendo formação suficiente para

atuarem no ensino superior como mostrado na Tabela 3 e Figura 3.

Tabela 3: Escolaridade dos entrevistados.

Escolaridade Quantidade Resultado (%)

Graduação 3 30%

Especialização 5 50%

20%

30%

40%

10%

1 a 10 anos 11 a 20 anos 21 a 30 anos 31 a 40 ano

Page 39: Monografia TIC

39

Mestrado (em andamento) 1 10%

Mestrado (concluído) 1 10%

Total 100%

Figura 3: Escolaridade dos entrevistados.

Como se pode observar, 70% dos participantes possuem nível de escolaridade que

lhes permite lecionar em universidades e demais instituições de ensino superior. Tal

fato demonstra a qualificação dos docentes lotados nas unidades escolares do

município o que significa em tese, melhor qualidade de ensino para os estudantes.

Convém mencionar que os cursos mencionados pelos entrevistados foram:

Licenciatura em Pedagogia, em Letras Português-Inglês, em Ciências com

Habilitação em Matemática e em Geografia, além do curso de Pedagogia. Todos

realizaram o curso de graduação utilizando recursos próprios, ou seja, nenhum foi

agraciado com bolsa ofertada pela prefeitura ou por outra instituição.

Dos profissionais que informaram possuir pós-graduação, os cursos mencionados

foram: Tecnologia em Educação; Linguística Aplicada ao Português; Administração

e Planejamento Escolar; Informática na Educação; Mídias na Educação; Ensino de

30%

50%

10%

10%

Graduação Especialização Mestrado (em andamento) Mestrado (concluído)

Page 40: Monografia TIC

40

Matemática; e, Avaliação Educacional em Matemática. Todos financiados por

alguma instituição pública (prefeituras ou Estado).

Os participantes, apenas dois informaram ter cursado ou estar cursando Mestrado. A

DC1 (docente 1) encontra-se cursando Educação Matemática e Tecnológica na

UFPE; e a DC6 concluiu o mestrado em 2005 na UFRPE. Apesar de não ter

recebido patrocínio dos órgãos públicos, ao afastar-se para cursar, a instituição

(prefeitura) teve ônus com contratação temporária de novo profissional, além de

continuar pagando o salário da referida docente.

Com exceção do docente DC8, que não respondeu ao questionamento (Já

participou de algum curso de formação continuada? Qual? Qual órgão ou instituição

ofereceu?) as respostas foram muito variadas. O Proinfo foi mencionado por quatro

participantes.

3.2.2 Conhecimentos específicos

Essa etapa da pesquisa buscou relatar o conhecimento dos docentes acerca do

processo ensino-aprendizagem e da utilização dos blogs como ferramentas

pedagógicas.

Ao primeiro questionamento “Formule um conceito para ensino e para

aprendizagem” obtiveram-se respostas variadas e condizentes com as teorias

apresentadas nesse estudo no capítulo I e que podem ser conferidas na Tabela 4.

Page 41: Monografia TIC

41

Tabela 4: Conceitos formulados pelos docentes para ensino e aprendizagem.

Docente Ensino Aprendizagem

DC1

São métodos e técnicas utilizadas para mediar o conjunto de conhecimentos e princípios e se dá pela interação entre o professor e o aluno.

É o processamento dos conhecimentos adquiridos.

DC2

É uma relação que envolve aprendizado. Relação porque quem ensina aprende também.

É um processo contínuo da qual ninguém foge. A aprendizagem pode acontecer de forma sistemática, que é aquela da escola e das instituições, e/ou de maneira informal, fora da escola.

DC3

Processo relacional entre pessoas, onde, a construção do conhecimento de ambas se estabelece mediante intervenções mutuas.

Condição em que o conhecimento construído se traduz em mudança de comportamento.

DC4

Ensino decorre do ato de ensinar, um sistema de método de instruir onde alunos e professores são sujeitos e devem atuar de forma consciente neste processo.

Caracteriza-se pela mudança sistemática de comportamento do docente, adquirida pelas novas experiências pelo ato de aprender.

DC5

Ensinar pode ser caracterizado como uma atividade que visa proporcionar a aprendizagem respeitando a capacidade de cada um.

Não respondeu

DC6

Todo o processo desenvolvido e aplicado pelo docente em pró da qualificação do aluno. Construída de maneira ética e social.

Todo o processo pelo qual passa o aprendente para construir conhecimentos, valores, habilidades, competências, etc. Essa pode acontecer no ambiente escolar ou não.

DC7

O ensino parte do princípio de assimilação, instrução e ação da compreensão de ideias, valores, princípios entre outros.

São justamente os efeitos e o desenvolvimento propiciado pelas ações do ensino, sendo uma capacidade de produzir independentes as ideias que foram assimiladas no ensino.

DC8 O ensino é uma forma de transmissão de conhecimentos.

É tudo que está relacionada à educação e ao desenvolvimento pessoal.

DC9

O ensino é uma forma sistemática formal, informal e não formal de transmissão de conhecimentos utilizada para instruir e educar.

É um processo que ocorre de forma sistemática e assistemática, onde as competências, habilidades, conhecimentos, comportamento ou valores são adquiridos ou modificados. O educador e educando, como resultado de estudo, experiência, formação, raciocínio e observação, ensinam e aprendem ao mesmo tempo e vice-versa, possibilitando a construção de novos conhecimentos e novos saberes.

DC10

O Ensino não é só uma transmissão de conhecimentos, mas um ato de facilitar a aprendizagem. Com interação entre os envolvidos no processo.

É a modificação de conhecimentos, valores, competências e habilidades, através de um resultado de estudo, raciocínio e observação.

Page 42: Monografia TIC

42

Como se pode observar ainda existem docentes que acreditam que o ensino se trata

de transmissão e assimilação de conhecimento, indo de encontro as teorias

construtivistas que consideram o ensino como uma forma de mediação da

aprendizagem. Também existe docente que trata o processo de aprendizagem como

aquisição e assimilação de conhecimento e não como construção de conhecimento.

Ao questionamento “Quais as teorias da aprendizagem que você conhece?”, as

respostas podem ser melhores visualizadas na Tabela 5.

Tabela 5: Teorias da aprendizagem conhecidas pelos docentes entrevistados.

Docentes Teorias

DC1 Behaviorismo, Construtivismo, Humanista, Sociocultural

DC2 Estímulo-resposta, sócio-interacionista

DC3 Aprendizagem significativa

DC4 Comportamentalismo, Piaget, Construtivismo

DC5 Construtivista, Sócio Cultural de Vygotsky

DC6 Behavorismo, construtivismo, socioconstrutivismo, teoria da flexibilidade cognitiva, Teoria de George Kelly, Inteligências múltiplas, e recentemente estou estudando o conectivismo.

DC7 Piaget, Vigotsky, Behaviorismo

DC8 Epistemologia Genética de Piaget; Teoria Construtivista de Bruner; Teoria Sociocultural de Vygotsky

DC9 Piaget, Ausubel, Vygotsky, Pierre Levy, Serres

DC10 Behaviorismo, Epistemologia Genética, sócio-interacionista

Como se percebe, dentre tantas teorias que tratam do processo de aprendizagem,

as teorias mais conhecidas são: Behaviorismo, Construtivismo, Sócio-interacionismo

e Sócio-construtivismo.

Cabe mencionar que oito docentes informaram que as escolas onde lecionam

possuem computadores disponibilizados para os alunos. E, quando se perguntou

“Quais os recursos que utiliza como mediadores da aprendizagem dos alunos

durante suas aulas?”, os computadores foram consideravelmente mencionados

como mostrado na Tabela 6 e Figura 4.

Page 43: Monografia TIC

43

Tabela 6: Recursos utilizados como mediadores da aprendizagem.

Recursos Entrevistados Resultado

(%)

Identificação Quantidade

Jogos DC1 1 3%

Livros DC1, DC2, DC9, DC10 4 14%

Datashow DC2 1 3%

Cartazes DC2 1 3%

Quadro DC2 1 3%

Música DC2 1 3%

Internet DC3, DC5, DC7, DC9, DC10 5 17%

Computador DC3, DC4, DC5, DC8, DC9, DC10 6 20%

Projetor DC4, DC6, DC8 3 10%

TV e DVD DC4, DC5, DC9 3 10%

Revistas e jornais DC7, DC9, DC10 3 10%

Apostilas DC9 1 3%

Total 100%

Figura 4: Recursos utilizados como mediadores da aprendizagem.

O computador e a internet foram os recursos mais lembrados talvez pelo fato de

todos os participantes já terem participado de formação continuada para usar a

informática como recurso pedagógico, oferecidos pelos mais diferentes órgãos, tais

como: Prefeitura de Olinda, Colégio de Aplicação, MEC, Secretaria de Educação da

Cidade do Paulista, Governo do Estado de Pernambuco, Prefeitura do Recife,

4% 14%

3% 3%

3%

3%

17%

20%

10%

10%

10% 3%

jogos livros datashow cartazes

quadro música internet computador

projetor tv e dvd revistas e jornais apostilas

Page 44: Monografia TIC

44

UFPE, UFBA, Eproinfo e Proinfo. Cabe ressaltar que todos os participantes da

pesquisa apresentaram diferentes opiniões sobre a importância das tecnologias para

o processo educacional. As respostas foram transcritas e podem ser visualizadas na

Tabela 7.

Tabela 7: Importância das tecnologias para o processo educacional.

Docentes Teorias

DC1

As tecnologias são imprescindíveis hoje no processo educacional, uma vez que os alunos lidam com ela o tempo todo e precisam dominá-las para serem inseridos no mercado de trabalho. Além de contribuir na metodologia do professor, tornando as aulas mais motivadoras.

DC2 Somar ao processo ensino-aprendizagem, enriquecendo e diversificando as aulas.

DC3 É importante para reduzir a distância entre um mundo cada vez mais tecnológico, e a escola. Viabilizando novos processos educativos, através das ferramentas até então por elas disponibilizados.

DC4

A tecnologia proporcionou grandes mudanças na cultura, na sociedade, na economia. A educação precisa acompanhar este mundo tecnológico, é importante para o processo educacional bem como para o profissional da educação; Atualização na busca de aprendizado, produção e gestão de conhecimentos; Desenvolvimento de diferentes modos de obter informações; Renovação constante em busca de melhor forma de comunicar, de ensinar e criar melhores condições de aprendizagem para nossos alunos.

DC5

As tecnologias estão presentes no nosso dia-a-dia, de forma rápida, trazendo vários benefícios. Portanto a escola não pode ficar de fora deste processo. A mesma deve proporcionar aos seus professores, formações continuadas para que os mesmos possam interagir com os seus alunos de forma segura.

DC6

Acredito que as tecnologias proporciona uma aprendizagem mais significativa para aluno e professor, uma vez que elas estimulam a curiosidade do querer conhecer, de pesquisar, do buscar o novo. Além do mais, é fator motivante para os alunos.

DC7

A tecnologia passou a ser um fator primordial na nossa sociedade, e não passaria despercebida na educação, hoje ela passa a ser necessária para os alunos e professores em poder utilizar seus recursos em prol de um desenvolvimento educacional mais coeso, efetivo, e eficiente.

DC8 Tornar as aulas mais atrativas, tendo em vista a proximidade dos jovens de hoje com a tecnologia.

DC9

O fato de que podemos ensinar e aprender a distância com o auxílio delas. Elas permitem criar ambientes ricos em possibilidades de aprendizagem em que pessoas interessadas e motivadas podem aprender quase qualquer coisa sem precisar do ensino formal e deliberado.

DC10 Acredito que a tecnologia venha possibilitar o conhecimento de novas formas de aprender e ensinar, bem como a produção, comunicação e representação de conhecimentos, favorecendo assim a democracia e integração social.

Como se percebe todos os docentes compreendem a importância da informática no

cotidiano educacional. Assim, não poderia ser diferente com relação a criação ou

utilização dos blogs; apenas dois participantes informaram não saberem utilizar ou

criar blogs. Oitenta por cento afirmaram saberem criar ou usar os blogs. Entretanto,

Page 45: Monografia TIC

45

apenas a metade (40%) utiliza os blogs como ferramentas pedagógicas mediadoras

da aprendizagem. As justificativas podem ser visualizadas na Tabela 8.

Tabela 8: Utilização do blog como ferramenta mediadora da aprendizagem.

Docentes Teorias

DC2 Porque os blogs são bem interativos, rápidos, possuem conteúdos diversificados e falam a linguagem dos alunos.

DC4 NÃO RESPONDEU

DC5 Por ser uma ferramenta interativa, pode possibilitar ao aluno a construção de vários conceitos sobre o tema postado.

DC9 É uma ótima ferramenta como apoio ao ensino presencial, ao ensino a distância e a autoaprendizagem.

O docente DC4 apesar de ter afirmado utilizar os blogs como ferramentas

mediadoras da aprendizagem, não justificou sua resposta. Por outro lado, vale

destacar as respostas fornecidas pelos docentes que não utilizam os blogs como

ferramenta mediadora. Convém mencionar que dois participantes não justificaram

suas respostas negativas. A Tabela 9 apresenta as respostas dos referidos

docentes.

Tabela 9: Motivos para a não utilização do blog como ferramenta mediadora da aprendizagem.

Docentes Teorias

DC1 A escola não disponibiliza o laboratório. Utilizo o blog como recurso de pesquisa, pois tem materiais bem interessantes.

DC3 NÃO RESPONDEU

DC6 Por que como não sei criar, me sinto insegura em utiliza-la como recurso pedagógico.

DC7 NÃO RESPONDEU

DC8 Falta de tempo

DC10 Ainda não tive oportunidade de trabalhar com blogs na sala de aula.

Percebe-se que apesar do investimento na formação docente, ainda há muitas

escolas que não possuem computadores disponibilizados para os alunos. Mas,

apesar disso, o DC1 busca nos blogs materiais para utilizar em suas aulas. Também

a carga horária excessiva enfrentada por muitos educadores em busca de melhor

qualidade de vida (e com isso assumem diversos contratos com diferentes

instituições) fica evidenciada na resposta de um docente (DC8).

Apesar do reconhecimento da importância dos blogs como ferramenta pedagógica, a

Figura 5 evidencia que ainda não é um recurso bem difundido no ambiente escolar.

Page 46: Monografia TIC

46

Figura 5: Acesso dos alunos a blogs para solucionar dúvidas inerentes as aulas.

Como se pode observar na Figura 5, apesar dos docentes reconhecerem a

importância dos blogs como instrumentos mediadores da aprendizagem, não

costumam incentivar os alunos a utilizarem para solucionar alguma dúvida surgida

durante as aulas.

Cabe ressaltar que a utilização de blogs como recurso só ocorre quando é utilizado

como um depósito de informações, onde os alunos assumem um papel receptivo e o

professor ativo, disponibilizando links, materiais de aula e conteúdos selecionados

que devem ser consultados pelos alunos na sua disciplina. A partir do momento que

o docente não disponibiliza material de apoio para seus alunos, os blogs perdem sua

funcionalidade.

Por serem pouco utilizados, as respostas para o questionamento “Observou algum

avanço no processo de aprendizagem de seus alunos com o uso dos blogs como

mediadores da aprendizagem?” não poderia ser diferente; apenas 20% observou

avanço, como observado na Figura 6.

20%

70%

10%

Sim Não Não respondeu

Page 47: Monografia TIC

47

Figura 6: Avanço no processo de aprendizagem de seus alunos com o uso dos blogs como mediadores da aprendizagem.

O docente DC2 afirmou que “nos assuntos de Inglês e de Literatura” observou

melhora no processo de aprendizagem. O DC9 destacou a “troca de conhecimentos

e escolha de profissões”.

Como todo recurso pedagógico, os blogs possuem pontos positivos e negativos. A

Tabela 10 apresenta os apontados pelos professores entrevistados. Observa-se que

poucos pontos são considerados negativos. Assim, os blogs poderiam e deveriam

ser mais utilizados pelos professores como mediadores do processo de

aprendizagem e de interação com os alunos.

20%

30%

50%

Sim Não Não respondeu

Page 48: Monografia TIC

48

Tabela 10: Pontos positivos e negativos do uso dos blogs como recurso pedagógico.

Docentes Positivos Negativos

DC1 NÃO RESPONDEU NÃO RESPONDEU

DC2

Linguagem bem interativa, como se o blogueiro estivesse frente a frente com o internauta. O uso das enquetes. Assuntos variados e atraentes. Uso de links, de vídeos.

O uso de citações sem referência bibliográfica ou sem especificar a fonte.

DC3 Os blogs oferecem a possibilidade de maior interação entre os usuários.

Ainda não foram percebidos.

DC4 NÃO RESPONDEU NÃO RESPONDEU

DC5

Fornecem informação diária, sobre tendências, novas tecnologias e notícias, por exemplo; Possibilita a escrita correta, visibilidade de conteúdos e opiniões, etc. É um meio de comunicação, interação, também usados para troca de informações e conhecimento; Os Blogs desenvolvem a interação, autonomia e senso crítico dos alunos, o espírito colaborativo, prende a atenção no conteúdo uma vez que estão envolvidos no processo de construção coletiva do trabalho.

Não considero pontos negativos mais sim, devido a grande quantidade de informações que o aluno tem acesso, é necessária a mediação por parte do professor para que não venham a se desviar dos objetivos da atividade.

DC6 NÃO RESPONDEU NÃO RESPONDEU

DC7

Acredito ser bastante interessante trabalhá-los, aumenta a dinâmica entre os próprios alunos, bem como por ser uma ferramenta virtual, aproxima indiretamente os alunos dos professores.

Como nem tudo nas pesquisas são perfeitas, vai sempre se encontrar algumas vezes informações sem fundamentos, talvez isso atrapalhe a compreensão dos alunos em determinados conceitos/ temas e assuntos... Tendo em vista que ficaram confusos, entretanto, por isso que a figura do professor sempre será fundamental nesse processo, pois além de interlocutor, mensageiro, ele será uma referência para desmitificar e apresentar os conceitos e princípios corretos.

DC8 Incentivar os alunos a iniciarem o processo de pesquisa.

NÃO RESPONDEU

DC9

Propiciar ao aluno uma maior participação no processo escolar, podendo argumentar, adquirir, sugerir e principalmente socializar maiores conhecimentos; Propiciar a autoaprendizagem; Propiciar o ensino a distância como alternativa ao ensino presencial; Maior alcance, razão custo/benefício mais favorável e maior flexibilidade para o professor e para o aluno, entre outros.

Pode causar algumas desavenças em virtude de opiniões contrárias; Necessidade de monitoramento constante do conteúdo; Necessidade de investimento em computador e internet; As palavras podem ser interpretadas de maneiras diferentes por pessoas diferentes; O flog pode ser usado para divulgar fotos de pessoas indevidamente.

DC10

Estabelece um canal de comunicação informal entre professor e aluno; São fáceis e motivadores, e oferece ao aluno um meio pessoal para a experimentação de sua própria aprendizagem.

A dispersão dos alunos diante de uma grande quantidade de informação, requerendo, portanto a mediação do professor para que não se desviem do que foi proposto nas atividades.

Page 49: Monografia TIC

49

Para concluir a pesquisa solicitamos que os participantes acessassem os blogs:

Professor Blogueiro - Professor sem Fronteiras (LIMA, 2012), Introdução aos

Recursos Multimídia (LIMA, 2012), e Escola Municipal Governador Miguel Arraes de

Alencar (LIMA, 2012) e tecessem comentários.

Dos dez participantes, percebeu-se que 30% não acessaram os sites. A Tabela 11

apresenta as respostas dos entrevistados que verificaram os conteúdos dos

referidos blogs.

Tabela 11: Opinião dos docentes sobre os blogs visitados.

Docentes Comentários

DC1

Os blogs mostram suas diversas funções, como divulgar um trabalho realizado pela escola; um curso ministrado, no qual os alunos têm informações sobre o mesmo e podem opinar. O blog pode ser utilizado para socializar trabalhos realizados pelos alunos, servindo inclusive como recurso avaliativo.

DC2

O blog “Professor sem Fronteiras” é interessante por ser um espaço alternativo para os professores de todas as matérias, o blog da Escola Miguel Arraes é um espaço para a escola socializar as experiências, discutir e debater algum assunto, acredito que deve ter matérias feitas pelos alunos. E, o blog dos recursos multimídia é bem interessante até porque há poucos blogs e sites sobre esse assunto.

DC3 Os blogs em questão oportunizam aos usuários conhecerem uma nova forma de exposição de informações, onde estes podem interagir virtualmente com elas, através de postagens.

DC4 Achei interessante, bem elaborados e com bom conteúdo; fiquei bastante motivado para inserir na minha prática pedagógica para manter meus alunos informados dos eventos e conteúdos didáticos de seus interesses.

DC6 Achei interessante os dois blogs, apesar de acessar bem rapidamente, fiquei muitíssima interessada em fazer os cursos. Achei interessante a forma de estruturação e divulgação de eventos.

DC8 Muito bem formatado e atrativo. Acho que está faltando atualizar as notícias referentes a escola, as boas e, infelizmente as triste também.

DC9

O primeiro blog se refere ao curso presencial que ensina aos educadores a criarem e usarem o blog como ferramenta pedagógica; O segundo blog se refere ao curso presencial que ensina aos educadores a utilizarem pedagogicamente algumas ferramentas multimídia com os alunos e na elaboração de material para ser utilizado na sala de aula; O terceiro blog foi criado para sair das paredes da escola um projeto de conhecimento, estudo e valorização de nossa história.

Como se percebe, os blogs podem tratar de assuntos diversos. Existem blogs

utilizados na educação que vão além da exposição de conteúdos e indicação de

links e conteúdos. Os blogs podem abrir espaço para os comentários e exposições

de ideias dos alunos. Desta forma, os alunos podem refletir sobre os conteúdos

estudados e links acessados e a partir daí, comentar no blog sua reflexão, opinião,

Page 50: Monografia TIC

50

entendimento, dúvidas e sugestões sobre o assunto tratado tendo como finalidade

possibilitar uma troca de opiniões sobre determinado assunto.

Page 51: Monografia TIC

51

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto percebe-se que para Piaget, a aprendizagem só ocorre mediante

o desenvolvimento mental do indivíduo, independente da interação social do

referido; ou seja, para ele, a criança desenvolve para aprender. Por outro lado

Vygotsky acredita que a aprendizagem ocorre através da interação com as pessoas

que o aprendiz convive; ou seja, para o referido autor, a criança aprende para se

desenvolver.

Entretanto, a pesquisa evidenciou que apesar dos trabalhos realizados e das

discussões efetivadas em congressos e palestras, ainda existem docentes que

utilizam metodologias de ensino tradicionais, baseadas na transmissão-assimilação

do conhecimento, mesmo tendo a sua disposição recursos variados, como por

exemplo, a informática.

Com a inserção da informática na educação a partir da década de 80, o processo de

formação passou a ultrapassar os limites do espaço físico, tornando possível a

educação à distância. Com a facilidade de acesso a internet, o processo educacional

passou a contar com mais um recurso didático, o blog.

O blog facilita a comunicação entre professor e aluno, e entre aluno-aluno,

favorecendo a troca de informações e o esclarecimento de dúvidas sobre os mais

diferentes conteúdos. Uma das principais características dos blogs está na forma de

redação dos textos. Estes são quase sempre escritos de um ponto de vista próprio e

mantém diálogo constante com outros textos, o que facilita a aprendizagem do

estudante e consequente desenvolvimento, como sugerido pela teoria de Vygotsky.

Cabe ressaltar que para criar um blog é necessário apenas escolher um site que

ofereça o serviço (geralmente gratuito), realizar o cadastro e criar um endereço para

o blog e um layout, e começar a digitar (ou digitalizar) textos e trocar ideias e

informações.

Desse modo, os professores participantes da pesquisa reconhecem a importância

da informática no processo educacional e a facilidade de utilização do blog. Mas,

Page 52: Monografia TIC

52

apenas quarenta por cento dos pesquisados utilizam o blog como ferramenta

pedagógica. Os demais não utilizam alegando falta de tempo ou indisponibilidade de

computadores nas escolas. Apenas um profissional afirmou sentir-se inseguro em

utilizar o blog como recurso pedagógico.

Vale salientar que apesar de reconhecerem a importância do blog como ferramenta

pedagógica, os professores pesquisados que utilizam o referido recurso, enxergam o

uso do blog como “depósito” de informações, onde os alunos encontram links,

materiais de aula e conteúdos pré-selecionados pelo docente; sem que ocorra

interação professor-aluno, e aluno-aluno. Ou seja, não há troca de informações ou

solução de problemas, ou mesmo esclarecimento de dúvidas sobre conteúdos e

assuntos tratados em sala.

Assim, os blogs poderiam e deveriam ser mais utilizados pelos professores como

mediadores do processo de aprendizagem e de interação com os alunos, ampliando

as trocas de informações, esclarecimentos e reforçando os conteúdos apreendidos

em sala de aula. Como instrumento de reflexão dos conteúdos estudados e links

acessados, além de interação através de comentários, opiniões e sugestões sobre o

assunto tratado.

Desse modo, o presente estudo evidenciou que ainda há muito o que fazer para que

os docentes utilizem o blog como mais um recurso mediador da aprendizagem.

Então, incentivar palestras e capacitações para o uso do blog em sala de aula;

destinar parte da carga-horária para utilizar o blog como recurso pedagógico;

aparelhar as escolas com computadores e internet (uma vez que ainda há muitas

escolas sem laboratório de informática em funcionamento); oferecer manutenção

eficaz para as máquinas existentes nas escolas; incentivar os alunos a acessarem

os blogs das escolas e participarem das discussões propostas; são algumas

sugestões de ações para que o blog seja melhor utilizado.

Como sugestão de trabalhos futuros acrescente-se: verificar a existência e

funcionamento dos laboratórios de informática das escolas; analisar a percepção

dos alunos sobre o uso dos blogs como ferramenta pedagógica; verificar as políticas

públicas de inclusão digital, associando-as ao uso dos blogs; e, analisar a formação

Page 53: Monografia TIC

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continuada oferecida aos docentes para o uso dos blogs como ferramenta

pedagógica.

Page 54: Monografia TIC

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MARQUES, J. C. Ensinar não é transmitir. Porto Alegre: Globo, 2007. MARTINS, G. A.; LINTZ, A. Guia para elaboração de monografias e trabalhos de conclusão de curso. São Paulo: Atlas, 2000. MASETTO, M. T. Mediação pedagógica e o uso da tecnologia. São Paulo: Papirus, 2000. MÁXIMO, M. E. Blogs: o eu encena, o eu em rede. Cotidiano, performance e reciprocidade nas redes sócio-técnicas. 2006. Tese (Doutorado em Antropologia Social). Programa de Pós-graduação em Antropologia Social, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, 2006. MINAYO, M. C. S. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 2002. MIZUKAMI, M. G. N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 2000. MOREIRA, M. A. Ensino e Aprendizagem: enfoques teóricos. São Paulo: Moraes, 2003. PAIN, S. Diagnóstico e Tratamento dos Problemas de Aprendizagem. 4. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992. PIAGET, J. O nascimento da inteligência na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1975. ROCHA, E. M. B. O processo ensino-aprendizagem. Modelos e componentes. São Paulo: Papel Livros, 2000. RODRIGUES, M. Psicologia educacional: uma crônica do desenvolvimento humano. São Paulo: McGraw Hill ltda, 2008. ROGERS, C. Tornar-se pessoa. Trad. Manuel J. C. Ferreira, 5 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997. ROGERS, C. Liberdade para aprender. Belo Horizonte: Interlivros, 1975. SAMPAIO, M. N.; LEITE, L. S. Alfabetização tecnológica do professor. Petrópolis: Vozes, 2009. TAJRA, S. F. Informática na educação: professor na atualidade. São Paulo: Érica, 2008. VIGOTISKI, L.S. Obras completas. Tomo V. Havana: Editorial Pueblo de Educación, 1989. VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

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WOOLFOLK, A. E. Psicologia da educação. Porto Alegre: Artmed, 2000.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A: MODELO DO QUESTIONÁRIO APLICADO COM DOCENTES

QUESTIONÁRIO APLICADO COM DOCENTES Prezado (a) docente, o questionário abaixo é parte de um estudo que visa analisar o uso do blog como ferramenta pedagógica mediadora do processo de ensino-aprendizagem. Informamos que será preservada a identificação do respondente pesquisado neste questionário, sendo usado um código para cada participante durante a análise dos resultados. Afirmando que sua participação é imprescindível para o sucesso desta pesquisa agradecemos antecipadamente por sua contribuição. A – Perfil do docente 1 Qual sua idade? ___________ 2 Há quanto tempo atua como professor (a)? __________________________ 3 Qual o seu vínculo empregatício? ( a ) Efetivo ( b ) Estagiário ( c ) Contrato temporário ( d ) Amigo da Escola ( e ) Outro: ______________________ 4 Qual a (s) série (s) – ou anos - que leciona? ______________________________________________________________________________________________________________________________________ 5 Qual o seu nível educacional? ____________________________________ 6 Em que ano concluiu a licenciatura? Qual o curso que realizou? ___________________________ 7 A licenciatura foi patrocinada por alguma prefeitura (ou estado)? ( a ) Sim ( b ) Não 8 Qual o curso de especialização lato sensu possui? Em que ano concluiu? __________________________________________ 9 O curso de especialização foi patrocinado por alguma prefeitura (ou estado)? ( a ) Sim ( b ) Não 10 Possui algum curso de especialização stricto sensu? Qual? Em que ano concluiu? Foi patrocinado pelo poder público ou alguma instituição filantrópica ou particular? Qual? _____________________________________________________________________________________________________________________________________ 11 Já participou de algum curso de formação continuada? Qual? Qual órgão ou instituição ofereceu? _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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B – Dos conhecimentos específicos 1 Formule um conceito para ensino e para aprendizagem. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 2 Quais as teorias da aprendizagem que você conhece? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 3 A escola onde leciona possui computadores disponibilizados para os alunos? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 4 Quais os recursos que utiliza como mediadores da aprendizagem dos alunos durante suas aulas? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 5 Você participou de algum curso de formação continuada para usar a informática como recurso pedagógico? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 6 Para você, qual a importância das tecnologias para o processo educacional? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 7 Caso tenha participado de curso de formação continuada para usar a informática como recurso pedagógico, informar qual órgão ofereceu. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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8 Sabe criar ou usar blogs? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 9 Costuma usar blogs como ferramenta de pedagógica mediadora da aprendizagem? Por quê? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 10 Os alunos costumam acessar os blogs para sanar dúvidas inerentes as suas aulas? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 11 Observou algum avanço no processo de aprendizagem de seus alunos com o uso dos blogs como mediadores da aprendizagem? Cite exemplos. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 12 Cite os pontos que considera positivo no uso de blogs como mediadores da aprendizagem dos alunos. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 13 Cite os pontos que considera negativo no uso de blogs como mediadores da aprendizagem dos alunos. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________