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MODELO PARA AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE MATURIDADE DE STARTUPS Márcio Roberto Machado da Silva 1 Francisco Negre Medall 2 Juan Antonio Bertolin 3 Alexandre Dias Ströher 4 Jane Moura 5 Este artigo apresenta um modelo para avaliação do nível de maturidade de startups, propondo o desenvolvimento de competências classificas em conhecimentos, habilidade e atitudes importantes para o desenvolvimento de uma startup. Ela possibilita a visualização da evolução da startup por meio de 5 fases, contemplando competências classificadas em 6 dimensões (mercado, pessoas, finanças, inovação, gestão e complementar). Esta metodologia foi desenvolvido durante o estágio pós-doutoral em cooperação entre o Parque Científico e Tecnológico Ulbratech, da Universidade Luterana do Brasil e o Parque Científico e Tecnológico da Universidade Jaume I de Castellón/Espaitec. A metodologia utilizada para criar a proposta, baseia-se, por um lado, no modelo de gestão de incubadoras CERNE, e por outro lado, o do empreendimento, baseia-se no modelo da Disciplina de Empreender de Bill Aulet/MIT, agregando-se a estas metodologias, o CHA do Empreendedor, do SEBRAE, e as práticas realizadas pelas incubadoras e parques Ulbratech e Espaitec. Após a proposta inicial, foram feitas algumas validações e atualmente o modelo ainda está sendo validado no Espaitec e no Ulbratech, com previsão de validações em outros parques brasileiros e espanhóis. Como resultado, temos um instrumento, atualmente disponibilizado na forma de uma planilha eletrônica que serve como um mapa de controle das competências a serem desenvolvidas pelo empreendedor. Esta planilha oferece funcionalidades que auxiliam o monitoramento e controle da evolução das startups através de controles e gráficos. De acordo com relatos tanto de gestores de territórios de inovação quanto de empresários, a ferramenta ajuda na visualização e compreensão de todo o processo de desenvolvimento de uma startup. Por um lado auxilia o gestor da incubadora tanto na organização dos serviços a serem oferecidos às empresas quanto no acompanhamento e monitoramento dos empreendimentos. E por outro lado, auxilia o empreendedor e compreender o seu processo de desenvolvimento, dando transparência e possibilitando ao empreendedor que o mesmo se programe para obter melhores resultados de todo o processo de incubação. Palavras-chaves: 1 Doutor, Universidade Luterana do Brasil, CP 92425-900 - Av Farroupilha, 8001 Prédio Ulbratech andar Canoas, RS Brasil Fone: +55 51 9321 8090 [email protected] 2 Doutor, Universidad Jaume I de Castellón CP 12071 en Avda Sos Baynat, Campus Riu Sec, Edificio ESPAITEC1 Fone: +34 636 212 705 [email protected] 3 Mestre, Universidad Jaume I de Castellón CP 12071 en Avda Sos Baynat, Campus Riu Sec, Edificio ESPAITEC1 Fone: +34 636 212 705 [email protected] 4 Especialista, Universidade Luterana do Brasil, CP 92425-900 - Av Farroupilha, 8001 Prédio Ulbratech 2º andar Canoas, RS Brasil Fone: +55 51 9118 2760 [email protected] 5 Especialista, Universidade Luterana do Brasil, CP 69077-730 Av Carlos Drummond de Andrade, 1460 Conj. Atílio Andreazza - Japiim II - Manaus, AM Brasil Fone: +92 99440 3003 - [email protected]

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MODELO PARA AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE

MATURIDADE DE STARTUPS

Márcio Roberto Machado da Silva

1

Francisco Negre Medall2

Juan Antonio Bertolin3

Alexandre Dias Ströher4

Jane Moura5

Este artigo apresenta um modelo para avaliação do nível de maturidade de startups,

propondo o desenvolvimento de competências classificas em conhecimentos, habilidade

e atitudes importantes para o desenvolvimento de uma startup. Ela possibilita a

visualização da evolução da startup por meio de 5 fases, contemplando competências

classificadas em 6 dimensões (mercado, pessoas, finanças, inovação, gestão e

complementar). Esta metodologia foi desenvolvido durante o estágio pós-doutoral em

cooperação entre o Parque Científico e Tecnológico Ulbratech, da Universidade

Luterana do Brasil e o Parque Científico e Tecnológico da Universidade Jaume I de

Castellón/Espaitec. A metodologia utilizada para criar a proposta, baseia-se, por um

lado, no modelo de gestão de incubadoras CERNE, e por outro lado, o do

empreendimento, baseia-se no modelo da Disciplina de Empreender de Bill Aulet/MIT,

agregando-se a estas metodologias, o CHA do Empreendedor, do SEBRAE, e as

práticas realizadas pelas incubadoras e parques Ulbratech e Espaitec. Após a proposta

inicial, foram feitas algumas validações e atualmente o modelo ainda está sendo

validado no Espaitec e no Ulbratech, com previsão de validações em outros parques

brasileiros e espanhóis. Como resultado, temos um instrumento, atualmente

disponibilizado na forma de uma planilha eletrônica que serve como um mapa de

controle das competências a serem desenvolvidas pelo empreendedor. Esta planilha

oferece funcionalidades que auxiliam o monitoramento e controle da evolução das

startups através de controles e gráficos. De acordo com relatos tanto de gestores de

territórios de inovação quanto de empresários, a ferramenta ajuda na visualização e

compreensão de todo o processo de desenvolvimento de uma startup. Por um lado

auxilia o gestor da incubadora tanto na organização dos serviços a serem oferecidos às

empresas quanto no acompanhamento e monitoramento dos empreendimentos. E por

outro lado, auxilia o empreendedor e compreender o seu processo de desenvolvimento,

dando transparência e possibilitando ao empreendedor que o mesmo se programe para

obter melhores resultados de todo o processo de incubação.

Palavras-chaves:

1 Doutor, Universidade Luterana do Brasil, CP 92425-900 - Av Farroupilha, 8001 – Prédio Ulbratech – 2º

andar – Canoas, RS – Brasil – Fone: +55 51 9321 8090 – [email protected] 2 Doutor, Universidad Jaume I de Castellón – CP 12071 en Avda Sos Baynat, Campus Riu Sec,

Edificio ESPAITEC1 – Fone: +34 636 212 705 – [email protected] 3 Mestre, Universidad Jaume I de Castellón – CP 12071 en Avda Sos Baynat, Campus Riu Sec,

Edificio ESPAITEC1 – Fone: +34 636 212 705 – [email protected] 4 Especialista, Universidade Luterana do Brasil, CP 92425-900 - Av Farroupilha, 8001 – Prédio Ulbratech

– 2º andar – Canoas, RS – Brasil – Fone: +55 51 9118 2760 – [email protected] 5 Especialista, Universidade Luterana do Brasil, CP 69077-730 – Av Carlos Drummond de Andrade,

1460 – Conj. Atílio Andreazza - Japiim II - Manaus, AM – Brasil – Fone: +92 99440 3003 -

[email protected]

maturidade de startups; inovação; cerne; disciplina de empreender;

MODEL TO EVALUATE STARTUPS MATURITY LEVEL

Márcio Roberto Machado da Silva

Francisco Negre Medall

Juan Antonio Bertolin

Alexandre Dias Ströher

Jane Moura

This scientific article introduces an evaluation model to measure the level of maturity of

startups companies. This system proposes a range of skills, classified by knowledge,

abilities, proficiency and attitudes that we consider very important for the development

of an enterprise. this model allow us to see the evolution of startup through five stages ,

covering skills classified into six dimensions (market, people , finance, innovation,

management and complementary). This methodology was developed upon the

experiences of the authors in a postdoctoral course made in collaboration between

Ulbratech, a science park, in Brazil, and Universitat Jaume I of Castellon Scientific,

Technological and Business Center (Epaitec), in Spain. The system was applied in turn

to create a model that, in one hand, works as CERNE’s incubation management model,

and in other hand, the enterprise one, as an example of the theories studied in MIT’s

Bill Aulet Disciplined Entreperneurship. This paperwork also uses SEBRAE

Entrepreneur CHA’s methodology and some techniques used in Ulbratech and Espaitec

science parks and business incubators.

After the initial propositions, some validations has been made and, in the present

moment, the model its being tested in both Espaitec and Ulbratech facilities, with the

possibilities to be validated in other Spanish and Brazilian science parks.

As a resulted, we have an electronic cheat, a instrument to measure and control the

skills to be developed by the entrepreneur. This document offer some features, like

graphic tools, that help to monitor and control the progress of the startup evolution.

According to innovation territories managers and businessman reports, the tool helps

then to understand the whole startup development process at the same time that helps

the incubational management to organize the services that will be offered to the

company’s. In other hand, it also helps the entrepreneur to understand his own business

development process, giving him transparency and allowing him to make plans and

strategies to get the best results from the entire process of incubation.

Key Words

Startups maturity, innovation; Cerne; Undertaking Class.

MODELO PARA AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE

MATURIDADE DE STARTUPS

INTRODUÇÃO

De acordo com uma avaliação da Associação Nacional de Entidades Promotoras de

Empreendimentos Inovadores (ANPROTEC, 2008), o tema das incubadoras, no Brasil,

já alcançou sua maturidade e agora vive uma fase de profissionalização e qualificação

dos processos de gestão.

No ano de 2011, a partir de dados da ANPROTEC; MCTI (2012), o Brasil teria 384

incubadoras abrigando cerca de 3.700 empresas (entre locais e associadas), gerando em

torno de 17 mil postos de trabalho diretos, e um faturamento aproximado de 111

milhões de euros, de empresas incubadas, somados a cerca de 2.500 empresas já

graduadas, que geram cerca de 30 mil postos de trabalho direto e um faturamento médio

de 833 milhões de euros.

Esta mesma publicação aponta um crescimento da quantidade de parques científicos e

tecnológicos (PCTs) no Brasil. No ano de 2.000 estavam catalogados cerca de 10

parques, e já em 2013 este número cresceu para 94, com mais de 900 empresas em

funcionamento, gerando mais de 32 mil postos de trabalho diretos.

Este estudo também destaca que os primeiros esforços para o desenvolvimento dos

PCTs no Brasil geraram bons e significativos frutos, como é o caso das incubadoras,

que constituem importantes ambientes de inovação, com forte impacto econômico.

A maioria dos PCTs no Brasil tem ao menos uma incubadora, o que corrobora com a

importancia do tema de incubação e sua relação direta com os PCTs.

Na Espanha, com base nos dados da Associação de Parques Científicos e Tecnológicos

da Espanha (APTE), em 2014 haviam 68 PCTs, abrigando 6.452 empresas, que geraram

cerca de 151,5 mil postos de trabalho e um faturamento acima de 22 milhões de euros.

Um dos objetivos dos PCTs, sobretudo das incubadoras, é sustentar e apoiar a

sobrevivência de empresas de base tecnológicos e inovadoras, seja por meio de produtos

ou serviços, dando suporte para que as empresas possam utilizar-se das melhores

práticas de gestão empresarial, convertendo ideias em conceitos de negócios viáveis e

competitivos, promovendo atividades relacionadas com o empreendedorismo

(LICHTENSTEIN, 1996).

De acordo com Oliveira (2007), a graduação de empresas ocorre quando consideramos

que a empresa está pronta para sair ao mercado, com perspectivas de crescimento,

havendo alcançado, durante o período de incubação, diversas competências, habilidades

e atitudes empreendedoras e de gestão.

É facilmente compreensível que as incubadoras queiram que suas empresas, depois de

graduadas, sigam o caminho de desenvolvimento de seus produtos e serviços

inovadores, sobretudo, que elas fiquem nos respectivos PCTs.

Bizzotto et al. (2001) fala que uma das formas de medir ou avaliar o êxito de uma

incubadora é por meio da observação das empresas que concluíram o programa de

incubação com êxito.

Por meio de visitas a diversos PCTs e através de acesso a documentos, podemos

concluir que é comum que a avaliação do nível de maturidade das empresas, sobretudo

das startups, instaladas em incubadoras, se dá de forma muito subjetiva, ou até mesmo

por meio de temas relacionados ao faturamento, tempo de permanência na incubadora, e

por necessidade de ampliação de espaço físico da empresa.

Neste cenário, torna-se importante conhecer quais são as competências necessárias para

o desenvolvimento de uma startup em um PCT ou incubadora.

Este problema tem dois aspectos a serem analisados: um relacionado a missão do PCT e

da incubadora, que é o de apoiar o desenvolvimento de empresas, e outro em relação ao

empreendimento.

Ao final, com a utilização desta metodologia, o PCT e a incubadora terão mais

subsídios para poder planificar os serviços oferecidos aos empreendedores e empresas;

acompanhar o desenvolvimento dos projetos e dos empreendedores e suas empresas;

monitorar os projetos e poderão mais facilmente avaliar e graduar as empresas.

Também, por parte dos empreendedores, a partir da ferramenta, estes poderão ter uma

visão macro do processo de desenvolvimento de sua startup (maturidade empresarial);

poderão conhecer as competências que tem que desenvolver e ainda planejar seu

crescimento e auto-avaliar-se.

MODELOS DE GESTÃO DE TERRITÓRIOS DE INOVAÇÃO E

DESENVOLVIMENTO DE STARTUPS

A metodologia proposta tem inspiração nas experiências práticas de gestão dos PCTs

Ulbratech e Espaitec, no modelo CERNE – Centro de Referência a Novos

Empreendimentos (ANPROTEC, 2014; GARCIA et ali, 2014), de

SEBRAE/ANPROTEC, e na metodologia de Bill Aulet para criação de uma startup

exitosa (AULET, 2013).

MODELO CERNE

De acordo com o Sumário Executivo (ANPROTEC, 2014), a metodologia CERNE

surge a partir de estudos feitos com a ANPROTEC e SEBRAE (Serviço Brasileiro de

Apoio às Micro e Pequenas Empresas) em um contexto brasileiro onde as incubadoras

tem um papel importante no desenvolvimento nacional com mais de 384 incubadoras

atendendo cerca de 3.800 empresas.

De acordo com os dados da ANPROTEC, estes ambientes já graduaram mais de 2.500

empresas, com faturamento total superior a U$ 1,13 bilhões, gerando mais de 30 mil

empregos.

Todavia, a ANPROTEC percebeu a necessidade de sintonia das estruturas e serviços

das incubadoras, visando novas exigências da sociedade, buscando ambientes que

ajudem na promoção da inovação na ampliação da competitividade das empresas.

Desta forma, o objetivo da metodologia CERNE é padronizar a atuação, de forma

ampliar a capacidade das incubadoras em gerar, de maneira sistematizada,

empreendimentos inovadores de sucesso e, com isso, criar uma base de referência para

que as incubadoras de diferentes áreas e tamanhos (portes) possam reduzir o nível de

variabilidade na obtenção de sucesso das empresas incubadas.

O modelo CERNE é estruturado em três níveis: a incubadora, os processos e o

empreendimento. Este modelo conta com os princípios: foco nos processos,

responsabilidades, gestão transparente e participativa, desenvolvimento humano,

sustentabilidade, ética, foco no empreendimento e melhoria contínua.

Por conta da quantidade e complexidade dos processos que devem ser implantados, o

CERNE está estruturado como um modelo de maturidade da capacidade da incubadora

em gerar, de forma sistematizada, empreendimentos de sucesso. E por isso, está

estrutura em quatro níveis crescentes de maturidade: Cerne 1 – o empreendimento;

Cerne 2 – a incubadora; Cerne 3 – rede de parceiros; Cerne 4 – melhoria continuada.

Desta forma, cada nível de maturidade representa um passo da incubadora para

posicionar-se como um ambiente de inovação que atua profissionalmente e que gera

resultados expressivos para o desenvolvimento de sua região e país.

Por sua vez, cada nível de maturidade tem um conjunto de processos-chave que buscam

garantir que a incubadora use todas as boas práticas relacionadas aquele nível de

maturidade, de acordo com a figura a seguir, permitindo uma visão geral do grau de

complexidade da implantação de cada nível.

Figura 1: Modelo CERNE – níveis de maturidade e seus processos chave

Com a implantação do modelo CERNE, a incubadora passa a atuar de forma proativa na

promoção do desenvolvimento sustentável por meio da inovação, com a utilização de

processos sistematizados que viabilizam a ampliação quantitativa e qualitativa dos

empreendimentos gerados.

Se espera que, com a utilização deste modelo de gestão, a incubadora possa gerar

empreendimentos de sucesso de forma sistematiza e repetidamente.

Visando contemplar características práticas e importantes sob o ponto de vista do

empreendimento, foi utilizado o modelo proposto por Bill Aulet, “Disciplina de

Empreender”.

MODELO DA DISCIPLINA DE EMPREENDER

Bill Aulet (2013) propõe uma metodologia desenhada a partir da experiência exitosa do

MIT com empreendimentos inovadores, e funciona como uma caixa de ferramentas

para o empreendedor construir sua startup.

Esta metodologia é totalmente dirigida ao empreendedor, propondo 24 passos

agrupados em 6 grandes temas, que ajudará o empreendedor a criar uma empresa

inovadora e sustentável, conforme a Figura 2.

Nesta metodologia, Aulet preconiza a prática, propondo ações específicas, que devem

ser executadas de forma ordenada, como se fosse um jogo de tabuleiro, conquistando

competências que conduzem o empreendedor ao êxito de sua startup.

Figura 2: Disciplina de Empreender – Mapa

Neste método, podemos perceber claramente alguns temas chave que norteiam o

processo proposto por Bill Aulet, que são representados com cores diferentes no “mapa

do jogo” (tabuleiro).

A primeira fase propõe passos para que o empreendedor descubra “quem é seu cliente”.

Em seguida, a próxima fase os passos levam o empreendedor a descobrir “o que ele

pode fazer pelo seu cliente”. Essas duas primeiras fases se encaixam perfeitamente na

metodologia “lean startup”, onde as primeiras fases são descoberta e validação do

problema e da solução.

Na terceira fase, os passos levam o empreendedor a descobrir como o cliente adquire o

produto ou serviço, e depois a fase seguinte leva o empreendedor a determinar como o

empreendedor por obter dinheiro com o produto.

Na sequencia, as duas últimas fases conduzem o empreendedor a definir como o

produto é desenhado e fabricado, e depois determinar como a empresa pode ser

escalável.

Podemos notar que esse mapa proposto por Bill Aulet apresenta uma sequencia lógica

que conduz o empreendedor a construir conceitos importantes e desenvolver habilidades

que lhe permitirão desenvolver sua startup.

Figura 3: Disciplina de Empreender – 6 temas / 24 passos

Desta metodologia, podemos selecionar muitas competências que estão implícitas em

cada passo, as quais foram classificadas em conhecimentos, habilidades e atitudes.

METODOLOGIA PROPOSTA

Tendo em conta os referenciais apresentados, somadas as práticas executadas pelos

PCTs Ulbratech e Espaitec, foi criado o Modelo de Maturidade de Startup (SMM,

acrônimo de Startup Maturity Model), e uma ferramenta para ajudar a implantação deste

modelo. Esta ferramenta traz benefícios tanto para o PCT quanto para o empreendedor e

sua empresa.

O SMM foi desenvolvido durante um estágio de pós-doutorado que o autor, gestor do

PCT Ulbratech/Brasil, realizou no PCT Espaitec/Espanha, contando com a ajuda dos

coautores gestores do parque espanhol.

A metodologia proposta compreende todo o ciclo de vida de um empreendimento, desde

que começa em um PCT, no caso do Brasil, mais especificamente em uma incubadora,

até seu desligamento (graduação).

Esta metodologia não é fechada nem rígida e pode facilmente adaptar-se a qualquer

modelo de trabalho de cada PCT. Ela considera que se pode trocar as competências e as

obrigatoriedades de cada fase, em função da metodologia de trabalho de cada PCT ou

até mesmo em função de especificidades de cada empreendimento.

Desta forma, trata-se de uma metodologia flexível e adaptável a qualquer tipo e nível de

desenvolvimento de uma startup.

Esta adaptação se faz na primeira fase, onde o gestor do PCT tem a oportunidade de

propor, em função de sua experiência, as competências que acredita ser importantes

para o desenvolvimento da startup, e em seguida, realiza o planejamento, execução até a

graduação do empreendimento.

1ª fase 2ª

fase 3ª fase 4ª

fase

revisão planejamento execução graduação

Figura 4: Fases para implantação da metodologia SMM

1ª) Revisão (das competências): fazer uma revisão e possíveis adaptações da ferramenta

com os desejos e necessidades do empreendedor, em função do tipo do empreendimento

ou área de atuação. Neste momento se pode fazer ajustes de competências e seu

posicionamento dentro do ciclo de desenvolvimento. Também se podem excluir e

incluir algumas competências de acordo com a necessidade.

Mesmo que existam competências comuns para o desenvolvimento de

empreendimentos de distintas áreas, algumas destas competências tem graus de

importância diferentes (prioridades) de acordo com a área do negócio.

Por exemplo, a competência de “fazer o registro de propriedade intelectual” pode ter

mais importância para empreendimentos na área da saúde do que para empreendimentos

de software, e de acordo com a metodologia, pode ter prioridade diferente para cada

uma dessas empresas.

Esta revisão deve ser feita em comum acordo entre o empreendedor e o gestor do PCT,

e em ultima análise, a decisão da importância de determinada competência é de

responsabilidade do gestor do PCT.

Como produto desta primeira fase, teremos um mapa geral com todas as competências,

agrupadas por fase e dimensão, juntamente com a prioridade de cada competência. Essa

prioridade é representada pelos números 1, 2 ou 3, sendo que se for 1 ou 2, são

competências obrigatórias, que em não concluindo ou desenvolvendo, impedem o

avanço do empreendimento de uma fase para outra, e 3 como uma competência

desejada mas não obrigatória.

2º) Planejamento: criar um plano de ação para o projeto considerando as competências a

serem desenvolvidas, a data prevista e os custos para esse desenvolvimento.

Se por um lado, o empreendedor terá um plano de ação, por outro lado, o PCT também

terá condições de ter uma visão geral de todas as competências que seus

empreendimentos buscam. Desta forma, o PCT pode fazer um planejamento dos

serviços que necessita oferecer à suas empresas, assim como definir alianças com

prestadores de serviços que possam ajudar neste desenvolvimento.

Nesta fase, o produto final é um plano de ação especificando, para cada fase e

dimensão, as competências a serem desenvolvidas, a data prevista (mês e ano), o local

onde será feito (se no PCT ou se o empreendedor deve buscar fora), o custo previsto, e

observações gerais sobre a competência.

3º) Execução: fazer o acompanhamento do plano de ação dos empreendimentos, com

orientações, mentorias e avaliações.

É nesta fase que o empreendedor fica a maior parte do tempo durante sua estada no

PCT. É nesta fase que o PCT mais contribui para o desenvolvimento do

empreendimento.

A proposta é que o plano de ação criado na fase anterior seja utilizado sistematicamente

nas reuniões de monitoramento do empreendimento, atualizando o plano de ação e

fazendo possíveis ajustes no mesmo.

4º) Graduação: fazer verificações e orientações finais para condução da empresa à sua

independência. Neste estágio a empresa não mais depende do apoio da incubadora e

pode sair para instalar-se em um PCT ou qualquer outro local.

Para a implantação deste modelo, em uma primeira versão, foi criada uma planilha

eletrônica. Esta planilha oferece suporte para todas as fases da metodologia, desde a

revisão, passando pelo planejamento, acompanhamento e execução, até a graduação, e

apresenta gráficos que facilitam a visualização e compreensão do estágio de maturidade

do empreendimento.

O modelo conta com 6 dimensões organizativas (mercado, pessoas, finanças, inovação,

gestão e complementares) e um conjunto de competências classificas em

conhecimentos, habilidades e atitudes.

E o nível de maturidade é classificado de forma evolutiva e temporal, em 5 fases, que

fazem analogia a meios de locomoção.

Na Figura 5, é apresentado o objetivo de cada uma das fases evolutivas de maturidade de

uma startup.

FASE 1

PROBLEMA e

SOLUÇÃO

Nesta fase, o empreendedor tem uma ideia, tecnologia ou um

problema a ser resolvido. Tem que pesquisar o mercado,

identificar seus clientes, revisar e avaliar o problema. Depois

propõe e valida hipóteses de soluções com os clientes. O tema

central é O PROBLEMA e a SOLUÇÃO viável e sustentável,

percebidos e validados pelos clientes.

FASE 2

Nesta fase, o empreendedor necessita definir e validar um

modelo viável, sustentável e escalável de negócio,

contemplando, no mínimo, a proposta de valor, os canais de

MODELO DE

NEGÓCIO

comunicação e relacionamento, os processos e recursos

principais, os parceiros e a estrutura de custos e receitas

previstas, assim como a forma de rentabilização do projeto. O

tema central é o MODELO DE NEGÓCIO validado pelos

clientes.

FASE 3

MATURIDADE

Nesta fase, o empreendedor, depois de definido o negócio,

deve estruturar a empresa, os procesoss, a estrutura física e de

recursos humanos. É o tempo de colocar a casa em ordem. O

tema é ORGANIZAÇÃO.

FASE 4

INDEPENDENCIA

Nesta fase, o empreendedor busca escalabilidade,

amadurecendo processos e indicadores de qualidade. A

empresa está pronta para sair da incubadora. O tema é a busca

pela QUALIDADE e SUSTENTABILIDADE.

FASE 5

COMPETITIVIDADE

Nesta fase, o negócio já está maduro mas o empreendedor sente

necessidade de evoluir alguns processos e amadurecer mais

alguns indicadores de qualidade com ajuda da incubadora,

objetivando aceleração e COMPETITIVIDADE.

Figura 5: Fases da metodologia SMM

Em cada uma das fases, a metodologia apresenta conhecimentos e habilidades,

classificadas em 6 dimensões, acrescido de mais uma dimensão que agrupa as atitudes a

serem desenvolvidas na fase.

A Figura 6 apresenta uma representação gráfica das fases da SMM e suas dimensões.

Figura 6: Representação gráfica das dimensões e fases do SMM

0%

0%

0%

0%

0%

0%

MERCADO

PESSOAL

FINANÇAS

INOVAÇÃO

GESTÃO

COMPLEMENTARES

2ª FASE - BICICLETA

3ª FASE - CARRO

4ª FASE – AVIÃO

5ª FASE - FOGUETE

1ª FASE - SKATE

O quadro abaixo apresenta alguns exemplos de competências do modelo utilizado no

Espaitec e Ulbratech:

Fase Dimensão Competência

1 – Skate Mercado Conhecer os problemas dos clientes

1 – Skate Pessoas Conhecer a diferença entre empreendedor e empresário

1 – Skate Gestão Conhecer metodologias para diagnóstico interno e

externo

2 – Bicicleta Mercado Conhecer metodologias para propor modelos de

negócios

2 – Bicicleta Mercado Fazer validação de preço e margem de lucro

2 – Bicicleta Finanças Definir o ponto de equilíbrio

4 – Avião Inovação Conhecer metodologias para gestão da inovação

4 – Avião Mercado Fazer acompanhamento de vendas, pedidos feedback,

etc.

5 – Foguete Mercado Conhecer novos mercados, sobretudo internacionais

Mesmo sendo uma metodologia flexível, onde as competências podem ser adaptadas de

acordo com as necessidade e forma de trabalho do PCT, a ferramenta oferece alguns

gráficos que podem demonstrar as quantidades de competências previstas por cada fase

ou dimensão.

Essas quantidades podem ser adaptadas de acordo com a necessidade e metodologia de

trabalho de cada PCT. No exemplo da Figura 7, apresentamos a metodologia

personalizada para o PCT Ulbratech.

Figura 7: Gráfico da quantidade de competências previstas no SMM

Pode-se constatar que a primeira fase, que engloba a validação do problema e da

solução, é a fase mais importante e que demanda mais competências a ser desenvolvidas

pelo empreendedor.

Outra característica que pode ser observada é que a dimensão de finanças começa com

apenas 6 competências, e depois, com o desenvolvimento da empresa, vai conquistando

mais importância no processo.

Também se pode constatar, à partir da Figura 8 que na primeira fase, o empreendedor

tem mais conhecimento para desenvolver do que habilidades. Nas outras fases, sempre

tem mais habilidades do que conhecimentos. Isso é uma demonstração da característica

prática da metodologia.

Figura 8: Gráfico de competências (conhecimentos e habilidades) por fase

AS PRIMEIRAS VALIDAÇÕES

Este modelo teve dois tipos de validação. Primeiro, depois de criar a proposta inicial de

competências e sua organização ao longo das fases, se apresentou este cenário para

especialistas gestores do PCT Espaitec na Espanha, e Ulbratech no Brasil.

Estes gestores fizeram contribuições nesta versão inicial do modelo, analisando os

objetivos de cada uma das dimensões em cada uma das fases, e uma revisão nas

competências planejadas em cada uma das fases.

Por exemplo, no modelo inicial, na fase 3, tínhamos previsto a seguinte competência

financeira obrigatória: saber buscar ou captar investidores. Mas depois da entrevista

com os gestores e empreendedores, percebeu-se que no caso específico de alguns

empreendimentos, o empreendedor não necessita de investimentos externos. Então se

mudou a prioridade desta competência para que a mesma não fosse obrigatória.

Neste mesmo caminho, algumas outras competências tiveram sua prioridade mudada

para adequar-se melhor à realidade do empreendimento.

O segundo momento objetivou validar o modelo na prática, com empresas dos PCTs.

Este segundo momento ainda está em fase de execução, já tendo sido aplicado em um

PCT brasileiro, e em mais quatro PCTs espanhóis, totalizando, até o momento, 17

empresas.

Ciudad Politécnica de la Innovación (Univeridad Politécnica de Valencia): 4

empresas

Espaitec (Universidad Jaume I de Castellón): 3 empresas

Rabanales (Parque Científico y Tecnológico de Córdoba): 2 empresas

Technova Barcelona (La Salle Barcelona Campus): 5 empresas

Ulbratech (Universidade Luterana do Brasil): 3 empresas

Para isso, o gestor do PCT, de forma objetiva, fez uma avaliação sobre o seu ponto de

vista, da classificação de cada empresa em cada uma das dimensões, para saber em qual

fase cada uma das empresas se encontrava.

Em seguida, depois de ter a avaliação do gestor do PCT, o empreendedor, antes de

conhecer a metodologia, foi convidado a fazer uma auto-avaliação da situação de sua

empresa em relação a cada uma das dimensões para saber em que fase de maturidade

ele acredita que sua empresa esteja.

Por último, se fez uma avaliação de cada uma das competências propostas na

metodologia, para saber se o empreendedor já tinha desenvolvido cada uma das

referidas competências.

Esta avaliação se fez por meio de uma planilha eletrônica apresentada na Figura 9.

Os dados da imagem não estão legíveis por questões de confidencialidade tanto do PCT

quanto da empresa avaliada, mas podem demonstrar a organização e a dinâmica da

metodologia.

Por fim, foi feito uma comparação das visões do gestor do PCT, do empreendedor antes

de fazer a entrevista/avaliação, e da visão gerada pela ferramenta.

Na primeira validação com uma empresa real, instalada no Espaitec, o empreendedor

teve um papel muito importante na evolução da ferramenta.

Ele fez algumas sugestões na forma de representação de algumas informações

(gráficos), assim como algumas propostas de adaptações em relação a obrigatoriedade

de algumas competências de determinadas fases.

Nestas validações iniciais, tivemos uma visão da importância do modelo para o gestor

do PCT e também para o empreendedor.

O gestor do PCT relata um pequeno grau de incômodo por ter que fazer uma revisão do

modelo proposto para o enquadramento de sua metodologia de trabalho. Mas concorda

que depois de feito esta revisão, o processo tem um fluxo tranquilo.

O gestor do PCT também percebe, desde o início da revisão, um melhor domínio de

todo o processo de desenvolvimento de seus empreendimentos, assim como a

possibilidade de ter uma visão comparativa entre os vários empreendimentos de seu

PCT.

O empreendedor também sente que seu processo de associação no PCT tem um plano

de desenvolvimento e que ele (o empreendedor) tem que desenvolver conhecimentos,

habilidades e atitudes para ter sucesso em seu projeto. Um dos empresários relatou que

passou a dar mais valor para os serviços oferecidos pelo PCT, pois teve uma melhor

compreensão do processo de desenvolvimento como um todo.

Um dos empreendedores piloto fez um comentário muito importante, relatando que o

modelo permitiu que o ele, como empreendedor, recordasse alguns pontos importantes

no processo de desenvolvimento, que haviam sido esquecidos.

CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS

O modelo proposto ainda está sendo validado e ainda não foi aplicado desde o início das

atividades de uma empresa, até sua graduação. Foi feito uma auto-avaliação das

empresas e não uma aplicação ao longo do desenvolvimento da startup, já que se tratava

de empresas já instaladas no PCT e em processo de crescimento.

A intenção é continuar a validação da metodologia em outros PCTs e empreendimentos.

Considerando este cenário já trabalhado, o modelo apresentou benefícios tanto para os

empreendedores quanto para os gestores dos PCTs.

Espera-se que, até o final deste ano, mais 10 PCTs possam validar e ajudar a evoluir a

ferramenta.

Com o mapa geral (Figura 9), que apresenta em uma mesma planilha, todas as

competências que o empreendedor tem que desenvolver para buscar maturidade de sua

startup, o empreendedor tem uma visão geral de seu processo de desenvolvimento.

Figura 9: Mapa Geral do Modelo SMM

Ele passa a conhecer quais são as competências que deve desenvolver, quais são os

conhecimentos importantes para o crescimento de sua empresa. Quais são as coisas que

ulbratech modeloMárcio Machado -

FASE 1: PROBLEMA+SOLUÇÃO - SKATE 0%

0% 0% 0% 0% 0% 0%

CH# Competências de Mercado Ok CH# Competências de Pessoal Ok CH# Competências de Finanças Ok CH# Competências de Inovação Ok CH# Competências de Gestão Ok CH# Competências Complementares Ok

C 1 Metodologia Lean Startup C 1 Diferença entre empreendedor e empresário C 1Dados e informações para quant if icar o custo do problema

para cada um dos clientesC 1 As tecnologias disponíveis aplicáveis ao problema C 1

Opções de ferramentas para gestão automatizada de

documentosC 1

Conhecer os f atores chave do ambiente do problema:

polít icos, sociais, ambientais, culturais e legais.

C 3 Metodologia dos 24 passos de Aulet C 1Autoconhecimento (iniciat iva, confiança, at itudes,

disposição à riscos, tempo, vocação, paixão, dores, …)C 1 Quanto custa para o cliente, as soluções existentes C 1 Marco científico e tecnológico (estado da arte) C 1

Opções de ferramentas para gestão automatizada para

comunicação à distânciaC 1 Implicações jurídicas do problema

C 1Os problemas dos clientes (problemas, dores e

necessidades)H 2 Administrar seu tempo C 1

Conhecer a estrutura de custos do produto e seu ciclo de

vida (produção e logíst ica)C 2 Fontes de capacitação sobre as tecnologias C 1 Conhecer os serviços oferecidos pelo PCT H 1 Avaliar as oportunidades em função dos f atores conhecidos

H 1Informações do mercado, segmentos, tamanho e

competidores/ concorrentesC 2 Importância de ter um "plano de vida" do empreendedor C 1

Conhecer os possíveis ingressos ou fontes de recursos

financeiros que poderá receberH 1 Benchmarking das tecnologias disponíveis C 1

Conhecer os f atores chave relacionados com a solução:

polít icos, sociais, ambientais, culturais e legais

H 2Benchmarking dos compet idores (concorrentes) em relação

a soluções oferecidasH 1

Ident if icar as necessidades de desenvolvimento de

competências para começar o negócioC 2 Conhecer o custo de aquisição de um cliente (CA C) H 1 O que eu posso f azer pelo meu cliente? C 1 Implicações jurídicas da solução/ produto/ serviço

C 1Definição de quem é o cliente (público alvo, mercado,

necessidades e comportamentos)C 1 Tecnicas de pitch H 1

Proposta do modelo de custos e ingressos/ receitas do

negócioH 1

Ident if icar em que medida as necessidades do cliente estão

sendo sadisteitas por outros produtosH 1 Avaliar as oportunidades de soluções em função dos f atores

C 1Metodologia para Definição da Proposta de Valor (Canovas

PV)H 3 Comunicação, oratória, dicção, postura H 1

Propor um produto preferencialmente para um novo

mercado

H 2 Formas alternat ivas do cliente resolver o problema A 1 Olhar o mundo com os olhos dos clientes H 1 Ident if icar algo que tu f arás melhor que os demais

H 1 Definição e validação da proposta de valor (Canvas PV) A 1 Não cegar-se pela paixão pela tecnologia H 1Determinar como as vantagens do produto se transformam

em valor para o cliente

C 1 Definição de como o cliente adquire o produto A 1 Não dederse em analisar uma ideia por questões financeiras H 1Calcular indicadores quant itat ivos do produto para o cliente

(valoração das vantagens)

C 1Metodologia para Definição do Modelo de Negócios

(BMCanvas)

C 2 Casos de modelos de negócios existentes em outros setores

H 1Definição e validação do Modelo de Negócio (BM Canvas) -

sem ter o produto

FASE 2: MODELO NEGÓCIO - BICICLETA 0%

0% 0% 0% 0% 0% 0%

CH# Competências de Mercado Ok CH# Competências de Pessoal Ok CH# Competências de Finanças Ok CH# Competências de Inovação Ok CH# Competências de Gestão Ok CH# Competências Complementares Ok

C 1 Ativos complementares requeridos pelos clientes C 1Metodologia para elaboração de um "plano de vida"

(sugestão: CanvasYou)C 1 Conhecer os custos de venda e market ing C 1

Conhecer a importância da Inovação e como aplicar seus

conceitos nos negóciosC 1 At ividades chave de todo o processo (solução) C 1

Conhecer modelos de funcionamento legais de empresas

(t ipos de empresas)

H 1 Validação do preço e da margem de lucro H 1Fazer um "Plano de Vida" (plano de desenvolvimento

pessoal)C 2 Conhecer eventos e capacitações na área de finanças H 1 Definir as característ icas e funcionalidades do MVP C 2 Metodologias para gestão de projetos C 1 Conhecer modelos tributários

H 1 Validação do MVP C 2 Fontes de captação de RH específicos para o negócio H 2Quant if icar os f atores chave do modelo de negócio (ponto

de vista econômico)H 2 Criar uma representação da vida út il do produto C 2 Que necessidades tens para com o PCT?

H 1 Definição dos canais de comunicação e entrega H 2 Definir um plano de qualif icação pessoal do empreendedor H 1Demonstrar, de forma quant itat iva, que os clientes irão

pagar pelo MVPH 2 Criar uma representação visual do produto H 1 Formas de automatizar o processo de aquisição de clientes

H 1 Definição dos canais de relacionamento com os clientes H 2 Selecionar sócios chave H 1Determinar uma polít ica de preços de acordo com a

proposta de valor quant if icada e o modelo de negóciosH 2 Protot ipar H 1 Definir as at ividades chave do negócio

H 1 Definição dos parceiros chave H 2Buscar opções ou fontes de eventos, cursos, capacitações,

palestras, etc.H 1

Calcular e equalizar o CA C e VLP e curto, médio e longo

prazo (VLP = ingressos - invest imentos)H 2

Convergência das tecnologías de mercado e as pesquisas

dispoíveisH 1 Definir os processos chave do negócio

H 1 Validação do Modelo de Negócios com o produto (MVP) H 2Gestão do tempo do empreendedor (disponibilidade de

tempo dedicado ao projeto)H 1

Validação do modelo de custos e ingressos/ receitas do

negócio

H 1 Definição do produto com detalhes A 1 Focalizar um mercado H 1Planejamento de necessidades de invest imentos e possíveis

fontes

A 1 Colocar as lentes das finanças e analisar as soluções H 3 Elaboração de projetos para captação de invest imentos

A 1 Vontade de ter alguma visibilidade no mercado selecionado

A 1 Criat ividade na busca de soluções e produtos tecnológicos

A 1 Vontade para desenvolver competências pessoais

FASE 3: MATURIDADE - CARRO 0%

0% 0% 0% 0% 0% 0%

CH# Competências de Mercado Ok CH# Competências de Pessoal Ok CH# Competências de Finanças Ok CH# Competências de Inovação Ok CH# Competências de Gestão Ok CH# Competências Complementares Ok

C 1 Noções básicas de mark et ing C 1Questões legais ou sindicais que podem afetar o RH de seu

negócioC 1

Conhecer dados e informações tributárias e fiscais sobre o

negócio.H 1 Definição do modelo jurídico da empresa C 1 Modelos organizacionais C 1

Conhecer modelos de funcionamento legais de empresas

(t ipos de empresas)

C 1Metodologías de diagnóst ico e análise de mercado (Forças

de Porter, SWOT, Pestel e Buano)C 2 Benchmarking de cargos e salários C 1 Conhecer estruturas de fluxo de caixa (plano de contas) H 1 Definição do modelo tributário da empresa H 1 Definir modelo organizacional da empresa C 1 Modelos tributários

C 1Casos ou modelos de polít icas comerciais de outras

empresas para esse negócioH 1 Dimensionar as necessidades de RH C 1 Conhecer casos e exemplos de indicadores financeiros H 2 Elaboração de contratos e acordos C 1

Conhecer metodologias de planejamento estratégico e

plano de açãoH 1 Definição do modelo jurídico da empresa

C 1 Casos ou modelos de logíst icas para este t ipo de negócio H 1 Definir a estrutura e as competências dos cargos (RH) C 2Conhecer metodologias para elaboração de planejamentos

f inanceirosC 1 Ferramentas de gestão de processos H 1 Definição do modelo tributário da empresa

C 2Opções de eventos, capacitações, cursos sobre estratégias

de comunicação e mark et ingH 1 Definir a forma de contratação dos recursos humanos H 1 Elaboração de um plano financeiro sustentável C 2 Conhecer modelos de gestão por indicadores H 2 Elaboração de contratos e acordos

H 1 Diagnóst ico interno e externo (SWO T) H 2 Cumprimento do plano de vida (pelo menos parcial) H 2 Definição do ponto de equilíbrio H 1Plano de gestão incluindo temas como recursos financeiros,

RH e outros

H 1 Definição e validação da polít ica de comercialização H 2Desenvolvimento de rede de relacionamento (associações,

governo, ICTs, etc.)H 2 Demonstrat ivos de Resultados da Empresa (DRE) H 1 Desenho dos processos chave

H 1Definição da estratégica de logíst ica, distribuição e canais

de venda.H 2

Gestão do tempo do empreendedor (disponibilidade de

tempo dedicado ao projeto)H 1 Gestão/ controle de caixa e elaboração do plano de contas H 1 Documentação dos processos chave

H 1 Planejamento de vendas A 1 Colocar-se no lugar do empregado H 1 Gestão de contas à pagar e à receber

MODELO DE MATURIDADE DE STARTUPSResponsável: Gestor: 21/ 03/ 2016

MAPA GERAL - Startup Maturity Model (SMM) PCT: Empresa:

Data Ingresso

no PCT:

Data da

Avaliação:

Nesta f ase, o empreendedor tem uma ideia, tecnologia ou um problema a ser resolvido. Tem que pesquisar o mercado, ident if icar seus clientes, revisar e

avaliar o problema. Depois propõe e valida hipóteses de soluções com os clientes. O tema central é O PROBLEMA e a SOL UÇÃO viável e sustentável,

percebidos e validados pelos clientes.

MERCADO PESSOAL FINANÇAS INOVAÇÃO COMPLEMENTARESDefinição de quem é o CLIENTE e como ele se comporta; quais são seus

problemas.

Começar a f ormação do perfil empreendedor (pessoal). Conhecimento sobre o valor do problema para o cliente. Quanto custa

para o cliente, ter este problema, ou as soluções existentes.

Conhecer as tecnologias disponíveis e suas possibilidade de auxílio na solução

do problema.

Conhecimento dos principais processos e conhecimentos importantes para a

gestão de projetos, gestão de documentos e para comunicação.

Conhecimento dos impactos ambientais, sociais, econômicos e jurídicos que o

problema gera para a sociedade. Estudo das possíveis variáveis ou

oportunidades em função de exigências ambientais, sociais, econômicas e

jurídicas.

GESTÃO

Nesta f ase, o empreendedor necessita definir e validar um modelo viável, sustentável e escalável de negócio, contemplando, no mínimo, a proposta de

valor, os canais de comunicação e relacionamento, os processos e recursos principais, os parceiros e a estrutura de custos e receitas previstas, assim

como a forma de rentabilização do projeto. O tema central é o MODEL O DE NEGÓCIO validado pelos clientes.

MERCADO PESSOAL FINANÇAS INOVAÇÃO COMPLEMENTARESPropor soluções para os problemas validados. Conhecer o mercado e definir

detalhes do produto em função do mercado e do problema. Propor modelos

de negócios sustentáveis.

Projetar a vida do empreendedorl planejar as necessidade de RH para o

projeto.

Conhecimento da estrutura de custos e possibilidades de ganho com o

produto ou serviço. Ot imização dos custos e das possibilidades de ganho.

Conhecer as pesquisas disponíveis (conhecimento do estado da arte) e suas

possibilidade de auxílio na solução do produtos.

Definição dos procesoss clave para desenvolver a solução do problema. Conhecimento dos iompactos ambientais, sociais, econômicos e jurídicos que

a solução gera na sociedade. Busca de produtos, materiais e processos

sustentáveis e com baixo impacto ambiental.

GESTÃO

O empreendedor , depois de definido o negócio, deve estruturar a empresa, os processos, a estrutura física e de recursos humanos (RH). É o tempo de por

a casa em ordem. O tema é ORGANIZA ÇÃO.

MERCADO PESSOAL FINANÇAS INOVAÇÃO COMPLEMENTARESEstruturação de polít icas comerciais, organização do departamento comercial

e de market ing. Estruturação da logíst ica de produção, vendas e distribuição.

Estruturação de RH da empresa; definição de indicadores e processos de

contratação e recisão.

Controles financeiros estabelecidos. Integração da tecnologia principal da solução com outras tecnologias

disponíveis no mercado. Busca de segmentos alternat ivos.

Definição da melhor f orma de trabalhar com os processos. Implantação de

ações para manter pelo menos um nível razoável de documentação dos

processos (desenhos). Controle dos principais processos.

Conhecimento dos possíveis modelos de estruturação de empresas e seus

pressupostos legais ( jurídico e tributário). Estruturação de contratos e

acordos com funcionários e f ornecedores. Implantação de processos

sustentáveis, com baixo impacto ambiental e bom desenvolvimento social.

GESTÃO

ele precisa saber fazer (habilidades) e também quais são as atitudes importantes neste

processo.

Conhecendo este processo de forma geral, o empreendedor tem condições de planejar

capacitações, consultorias, leituras, eventos e qualquer outro tipo de ação para ajudar

seu desenvolvimento em cada uma das dimensões da metodologia.

Também, desta forma, o empreendedor tem condições de fazer um planejamento

financeiro de seu desenvolvimento a curto, médio e longo prazo, tendo condições de,

com antecedência, buscar investidores, se necessário.

A Figura 9 e Figura 10 não tem objetivo de ser legível, mas permitem ilustrar o mapa geral

das competências a serem desenvolvidas pela empresa, por meio de uma planilha de

cálculo.

De forma complementar, depois de feito uma revisão das competências em cada uma

das fases, o empreendedor e o gestor do PCT podem utilizar o cronograma proposto na

Figura 10 para acompanhar o desenvolvimento do projeto.

Este cronograma serve para ajudar no controle das atividades que o empreendedor tem

que fazer para desenvolver seu projeto, controlar os prazos, os custos e

responsabilidades em relação a onde buscar as competências a serem desenvolvidas.

Figura 10: Cronograma de execução de uma fase do SMM

Estas duas planilhas de cálculo são compartilhadas e tem preenchimento automático,

alimentando os gráficos que serão apresentados mais adiante.

Também a ferramenta SMM oferece alguns gráficos que ajudam tanto o gestor do PCT

quanto o empreendedor no acompanhamento do desenvolvimento do projeto do

empreendimento.

Na Figura 11 podemos ver os diversos tipos de gráficos oferecidos pela ferramenta.

Os gráficos permite aos leitores analisarem o desenvolvimento do projeto por diversos

aspectos como:

Quantidade de competências para desenvolver em cada uma das fases

Visão do desenvolvimento geral de todas as competências em determinada fase

Comparação do desenvolvimento previsto e realizado em casa fase

Comparativo entre as dimensões em todas as fases

Comparativo entre conhecimentos e habilidades previstas e realizadas em cada

dimensão e fase

Custos/investimentos necessários para conclusão de cada fase (empresa e PCT)

Custos/investimentos necessários para dada dimensão (empresa e PCT)

Evolução dos gastos/investimentos por dimensão e fase (empresa, PCT e total)

Tendo em conta estes gráficos e possibilidades de análises, a ferramenta configurou-se

como um instrumento de apoio a gestão que pode ser utilizado tanto pelo gestor do

PCT, para conhecer a realidade das empresas associadas ao seu PCT, os serviços a

serem oferecidos a elas, seus custos, etc.

Também pode ser utilizado pelo empreendedor, para que ele possa planejar o

desenvolvimento de seu empreendimento.

Como trabalho futuros, pretende-se buscar mais validações em outros PCTs e outros

empresas, para depois criar um sistema de informação automatizado, na nuvem, que

possa manipular grande quantidade de dados e que possa fazer comparativos nacionais e

internacionais.

Figura 11: Gráficos da ferramenta SMM

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANPROTEC. CERNE – Centro de Referência para Apoio a Novos Empreendimentos.

3ª ed. Brasília, 2014.

GARCIA, F., BIZZOTTO, C., PIRES, S., CHIERIGHINI, T. Reference Center for

Business Incubation: a proposal for a new model of operation. ANPROTEC. Disponible

en: http://www.anprotec.org.br/Relata/artigoCernNBIA.pdf. Acceso en marzo de 2016.

AULET, Bill. Disciplined Entreupreneurship: 24 steps to a successful startup. Ed.

Wiley, 2013.

ANPROTEC. Cerne – Centro de Referência para Apoio a Novos Empreendimentos –

Sumário Executivo (v.1). 3ª ed. – Brasília: ANPROTEC, 2014.

ANPROTEC. Portfólio de Parques Tecnológicos no Brasil. Brasília, 2008.

ANPROTEC, MCTI - Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Estudo, Análise e

Proposições sobre as Incubadoras de Empresas no Brasil – Relatório Técnico. Brasília,

2012.