modelo de via sacra - jesus é condenado à morte

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PRIMEIRA ESTAÇÃO JESUS É CONDENADO Á MORTE 1º Leitor Pilatos disse: «eis o homem!» Assim que O viram, os princípios dos sacerdotes e os guardas gritaram: «Crucifica-O! Crucifica-O!» Tornou Pilatos a dizer: «tomai-O vós e crucificai-O, que eu não encontro n”Ele culpa alguma». Responderam os judeus: «Nós temos uma Lei, e segundo a nossa Lei deve morrer, porque se fez Filho de Deus» (Jo 19,5-7) 2º Leitor Toda a via dolorosa começa com uma condenação. E a injustiça não cessa de atormentar-nos e de dilacerar mesmo as grandes almas. Jesus porém não lhe está sujeito: Ele toma sobre Si a condenação. A não violência encontra aqui a sua razão de ser. Mas a escolha de Jesus é muito mais que a simples não-violência. A condenação de Jesus continua, e pesa ainda num mundo que continua hipócrita e perito em condenar justos e santos. Não basta oferecer a outra face. É preciso reagir com mais amor ao ódio que temos à nossa volta e dentro de nós. 1º Leitor Jesus, dá-nos a força De aceitar cargas pesadas Sem nos deixarmos esmagar; De não odiarmos De não nos escravizarmos De não nos vingarmos. Jesus, que eu não seja Juiz impiedoso de quem erra. E quem não erra?

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Proposta de via-sacra para a caminhada de quaresma 2012 da Diocese de Aveiro

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Page 1: Modelo de Via sacra  - Jesus é condenado à morte

PRIMEIRA ESTAÇÃO JESUS É CONDENADO Á MORTE 1º Leitor Pilatos disse: «eis o homem!» Assim que O viram, os princípios dos sacerdotes e os guardas gritaram: «Crucifica-O! Crucifica-O!» Tornou Pilatos a dizer: «tomai-O vós e crucificai-O, que eu não encontro n”Ele culpa alguma». Responderam os judeus: «Nós temos uma Lei, e segundo a nossa Lei deve morrer, porque se fez Filho de Deus» (Jo 19,5-7) 2º Leitor Toda a via dolorosa começa com uma condenação. E a injustiça não cessa de atormentar-nos e de dilacerar mesmo as grandes almas. Jesus porém não lhe está sujeito: Ele toma sobre Si a condenação. A não violência encontra aqui a sua razão de ser. Mas a escolha de Jesus é muito mais que a simples não-violência. A condenação de Jesus continua, e pesa ainda num mundo que continua hipócrita e perito em condenar justos e santos. Não basta oferecer a outra face. É preciso reagir com mais amor ao ódio que temos à nossa volta – e dentro de nós. 1º Leitor Jesus, dá-nos a força De aceitar cargas pesadas Sem nos deixarmos esmagar; De não odiarmos De não nos escravizarmos De não nos vingarmos. Jesus, que eu não seja Juiz impiedoso de quem erra. E quem não erra?

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SEGUNDA ESTAÇÃO JESUS TOMA A CRUZ AOS OMBROS 1º Leitor Dirigindo-Se depois a todos, disse: «Se alguém quer vir após Mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, dia após dia, e siga-Me» (Lc 9,13) 2º Leitor Toda a condenação é uma cruz. Dilacera a alma. E o espírito geme, mais que o corpo. Há condenações que humilham, quando a verdade é escondida pela hipocrisia de leis complacentes. E Jesus caminhava para o Calvário. Qualquer cruz nos condena ao sofrimento, e nós somos condenados por um mal profundo. Um mal que podemos vencer pegando com Cristo na cruz. Jesus não nos tirou a cruz: deu-nos, não só o exemplo, mas também a capacidade de a levar. 1º Leitor Jesus, tomaste às costas o madeiro E nele estava eu também, Estávamos todos. Levas-nos, não ao túmulo Mas à ressurreição. Embora nós sintamos Ainda o peso da cruz, Tu estás connosco e isso basta para prosseguirmos.

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TERCEIRA ESTAÇÃO JESUS CAI PELA PRIMEIRA VEZ 1º Leitor Ele tomou sobre si as nossas doenças, carregou as nossas dores; nós o considerávamos como um leproso, ferido por Deus e humilhado (Is 53,4) 2º Leitor Todos caem. Cada um tem o seu limite de resistência. Mas poucos caem como Jesus: Ele cai sob o peso da cruz, e essa cruz é nossa. Cai porque quer conhecer todas as humilhações, até a de cair por terra, ao nível dos homens. Por vezes, cair não é sinal de fraqueza mas de qualquer coisa que esmaga e oprime até ao limite do suportável. A terra é também sinal de humildade. Quem cai – e todos caem – deve fazer-se discípulo. 1º Leitor A tua queda, Jesus, Diante de todos, Perante o riso da multidão Ou o silêncio dos cobardes É humildade que desconcerta O meu orgulho. Dá-me, ó Cristo, A graça de Te sentir a meu lado Quando me vejo por terra.

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QUARTA ESTAÇÃO JESUS ENCONTRA A SUA MÃE 1º Leitor Simeão abençoou-os e disse a Maria, Sua Mãe: « Este menino está aqui para queda e ressurgimento de muitos em Israel e para ser sinal de contradição; uma espada trespassará a tua alma a fim de se revelarem os pensamentos de muitos corações» ( Lc 2,34-35) 2º Leitor Dois olhares que se cruzam. Em silêncio, que é o encontro mais autêntico. Jesus desejou este encontro, e Maria ainda mais que seu Filho. Em toda a via dolorosa há sempre um encontro de graça. E a Senhora está presente com o seu olhar silencioso. Há vias dolorosas nas quais é difícil encontrar uma mãe, e os filhos agonizam. Jesus deixou uma mãe para que ninguém tenha de se sentir órfão. Uma mãe de esperança. 1º Leitor Jesus, Tua mãe fitou-te E no seu olhar Estava todo o perdão que pedimos Pelas nossas ofensas Pelas nossas recusas. E com o Teu silêncio, Cristo, Respondeste prosseguindo o caminho da cruz.

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QUINTA ESTAÇÃO JESUS É AJUDADO PELO CIRENEU 1º Leitor Quando O iam conduzindo, lançaram mão de um certo Simão de Cirene, que voltava do campo, e carregaram-no com a cruz, para a levar atrás de Jesus (Lc 23,26) 2º Leitor Até Jesus quis um instante de alívio, talvez para dar ao homem de Cirene a alegria do bom samaritano. Só um instante, porque não se deve abusar da bondade alheia… E Cristo retoma a cruz, para se fazer Ele cireneu e bom samaritano para sempre, dando-nos mais que o alívio de um instante. Jesus quer-nos cireneus, atentos e sensíveis, sem fazermos pesar a nossa caridade. E caridade não é fazermos nós o que é dever dos outros fazer. Caridade é ensinar cada um a andar pelas suas próprias pernas. 1º Leitor Também Tu, Jesus, Te permitiste um momento de pausa Para poderes chegar à cruz. Existe em nós a tentação, às vezes, De nos abandonarmos, de nos deixarmos ir, de pararmos, De fazermos de cada pausa uma meta. Jesus, que também eu encontre um cireneu Para ser cireneu dos outros com mais fé.

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SEXTA ESTAÇÃO JESUS ENCONTRA A VERÓNICA 1º Leitor Cresceu na sua presença como um rebento, como raiz em terra árida, sem figura nem esplendor que pudesse atrair o nosso olhar, nem formosura capaz de nos deleitar (Is 53,2) 2º Leitor Outro encontro, e de profundo diálogo. Entre a exaustão dum Deus de rosto desfigurado e a bondade dum grande coração de mulher. E Cristo oferece-lhe o seu rosto, o Seu olhar, e deixa-o na História até ao fim dos tempos. O rosto de Cristo é o rosto de todos os homens, e quem mais sofre mais está presente nele. Um rosto que está na natureza de todos, mesmo dos que nos são antipáticos ou nos querem mal. Porque não ver nele o convite de Cristo ao perdão? 1ª Leitor Jesus, foi-te agradável O doce lenço Que Te acariciou o rosto, E o Teu olhar Impresso na história de cada homem É de conforto no caminho que nos resta Até à ressurreição.

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SÉTIMA ESTAÇÃO JESUS CAI PELA SEGUNDA VEZ 1º Leitor Foi castigado pelos nossos crimes, esmagado pelas nossas iniquidades; o castigo que nos salva pesou sobre Ele, fomos curados na Suas chagas. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um seguia o seu caminho; o Senhor carregou sobre Ele a iniquidade de todos nós (Is 53,5-6). 2º Leitor Sim, Jesus volta a cair, porque a estrada da cruz não tem fim, nem tão-pouco o cansaço. Não basta um bom cireneu para carregar todo o peso. Cristo quis nossa cruz, e quer levá-la até à morte. Nem as quedas conseguirão detê-Lo. As quedas repetem-se, porque o homem é egoísta e não quer saber da conversão. Haverá sempre uma injustiça que pesa, haverá sempre uma graça que salva. O importante é olhar em frente, sempre, mesmo quando se está caído por terra. 1º Leitor Jesus, voltar a ver-Te caído por terra É sentir em mim o peso Deste meu cansaço Em trabalhar pelo Teu reino. Cansamo-nos de esperar. Mas Tu caista para ficares à minha altura Convidando-me a avançar.

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OITAVA ESTAÇÃO JESUS E AS SANTAS MULHERES 1º Leitor Seguiam-n”O uma grande massa de povo e umas mulheres que se lamentavam e choravam por Ele. Jesus voltou-se para elas e disse-lhes: «Filhas de Jerusalém, não choreis por mim. Chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos, pois dias virão em que se dirá: “ Felizes as estéreis, os ventres que não geraram e os peitos que não amamentaram!”. Hão-de então dizer aos montes: Caí sobre nós! E às colinas: “Cobri-nos!” Porque se Tratam assim a madeira verde, o que acontecerá à seca?» (Lc 23, 27-31). 2º Leitor Desta vez Cristo quebra o silêncio com uma censura. Não é Ele que deve ser lamentado, o Seu sofrimento, a Sua solidão. Cristo que sofre é uma censura à indiferença com que deixamos crucificar a justiça e os direitos dos povos, limitando-nos a murmurar o nosso desacordo. Pôr-se em questão em busca da verdadeira identidade do homem é um dever quotidiano pessoal e colectivo. Uma questão, isto é, que nos faça ultrapassar esquemas rígidos, vistas curtas, preconceitos ideológicos. 1º Leitor A tua censura às santas mulheres, ó Cristo Atinge-nos a todos. No fundo, agrada-nos viver De saudades confortáveis E lágrimas vazias: Por isso somos terreno tão seco e duro À semente da Tua palavra, Jesus

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NONA ESTAÇÃO JESUS CAI PELA TERCEIRA VEZ 1º Leitor Salvai-me, ó Deus, porque as águas quase me submergem. Estou-me afundando no abismo profundo, onde não há ponto de apoio; entrei no abismo de águas profundas e já as vagas me cobrem. Estou exausto de tanto gritar, enrouqueceu a minha garganta, cansaram-se os meus olhos à espera do meu Deus (SI 69, 2-4). 2º Leitor Jesus cai mais vezes? Ser-nos-á sempre impossível sabê-lo. Mas também pouco importa. Jesus caiu, e volta a cair porque a nossa obstinação é grande. E levanta-Se pela terceira vez porque o amor não se detém perante nenhum obstáculo, nenhum cansaço. Cada via dolorosa é uma estrada de incontáveis quedas. A esperança incita-nos a prosseguir, mesmo quando o sol desaparece. 1ºLeitor Não é tanto a Tua queda, ó Cristo, Que fere o meu sentir humano Quanto a minha imobilidade Perante a queda silenciosa de espíritos desalentados, De almas exaustas. E Tu, Jesus, voltas a erguer-Te E contigo a minha esperança de recomeçar outra vez.

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DÉCIMA ESTAÇÃO JESUS É DESPOJADO DAS SUAS VESTES 1º Leitor Foi maltratado e resignou-se. Não abriu a boca, como cordeiro levado ao matadouro, como ovelha emudecida nas mãos do tosquiador (Is 53,7). 2ª Leitor O condenado não tem direito a nada. A própria vida já não lhe pertence. De que serve agora uma peça de roupa? A cruz não suporta o supérfluo. Quer tudo. Qualquer humilhação cabe nesta lógica do dom total. Começamos a ser realmente pobres quando libertamos do supérfluo o coração e as mãos. Claro que as humilhações não deixarão nunca de nos ferir. 1º Leitor Jesus, sem vestes Sem formalidades Sem estruturas Assim no fundo me atrais, abraçando a cruz pobre em tudo rico apenas de amor universal. Amar-Te assim na Tua dádiva total Sem sombras É a graça que quero.

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DÉCIMA PRIMEIRA ESTAÇÃO JESUS É PREGADO NA CRUZ 1º Leitor Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, crucificaram-no a Ele e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda. Jesus dizia: « Perdoa-lhes, ó Pai, porque não sabem o que fazem». Depois deitaram sortes para dividirem entre si as Suas vestes (Lc 23, 33-34). 2º Leitor Bastam três ou quatro pregos e Jesus fica imobilizado, preso a duas traves de madeira. Mas o amor não se prende. Da cruz descem palavras de paz, de perdão, abalando profundamente o homem, e infinitos raios de graça divina iluminando os corações. Esse é o crucifixo eterno. Ser totalmente pobre: estar nu sobre uma cruz e ter no coração infinita capacidade de paz e de perdão. Ainda hoje há demasiadas cruzes de ouro em que nenhum coração palpita. 1º Leitor Jesus, és ainda hoje o Crucificado. E eu estou aqui a contemplar-Te Vendo o Teu coração bater por mim também, Ouvindo-Te dizer: « Vê como te amo! E tu?»… E eu, ó Crucificado, Eu contemplo-Te e rezo: « Perdoa-me!».

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DÁCIMA SEGUNDA ESTAÇÃO JESUS MORRE NA CRUZ 1º Leitor Por volta da hora sexta as trevas cobriram toda a terra, até à hora nona, por o Sol se ter Eclipsado. O véu do Templo rasgou-se ao meio, e Jesus exclamou, dando um grande grito: « Pai, nas Tuas mãos entrego o meu espírito». Dito isto, expirou ( Lc 23, 44-46). 2º Leitor A morte é uma cruz que sangra. É o mistério. O medo que tudo seja um engano. Até os espíritos eleitos sentem esse medo, e só uma grande fé leva à esperança. Também Jesus morre, e quem poderia imaginar um Deus que morresse? É preciso fé, muita fé, para ter esperança num amanhã melhor, e a morte afasta-se. Mas por pouco. A cruz é Jesus Cristo morto para ressuscitar. A cruz, qualquer cruz, é iluminada por essa glória divina. 1º Leitor Na Tua morte, ó Crucificado, Há já toda uma nova humanidade Que está para nascer. E do peito trespassado sai a Tua Igreja, mãe de todos os vivos. O amor terá sempre a última palavra Ainda que todo o ódio deste pobre mundo Crucifique milhões de seres humanos. Tu, ó Cristo, garantes-nos a vida.

Page 13: Modelo de Via sacra  - Jesus é condenado à morte

DÉCIMA TERCEIRA ESTAÇÃO JESUS É DESCIDO DA CRUZ 1º Leitor Depois disto, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, ainda que ocultamente por medo dos judeus, pediu a Pilatos para levar o corpo de Jesus. Pilatos permitiu-lho. Veio, pois, e tirou o corpo (Jo 19,38). 2º Leitor Jesus é despregado da cruz. Sim, duma trave de madeira. E só dessa trave de madeira, porque toda a cruz se torna de hoje em diante uma cruz de salvação e ninguém poderá separá-la de Cristo. Cristo não se deixa apartar do nosso sofrimento. Por muito duro que seja tomar a cruz e aceitá-la, é consolador saber que ela é parte da cruz de Cristo. Nenhuma cruz está separada da cruz de Cristo, e por isso todo o sofrimento é redentor. 1º Leitor Ó Crucificado, Tu não inventaste nenhuma cruz E pensá-lo é desalento e dúvida. Entenda-se, porém: Tu inventaste a cruz da salvação Da qual nasce toda a força, Toda a capacidade de suportar as cruzes humanas.

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DÉCIMA QUARTA ESTAÇÃO JESUS É COLOCADO NO SEPULCRO 1º Leitor Respondeu-lhes Ele: « Chegou a hora de ser glorificado o Filho do Homem. Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindona terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer dá muito fruto» ( Jo 12, 23-24). 2º Leitor Como qualquer homem que morre, assim Cristo deposto num sepulcro. Também a semente precisa de ser lançada à terra para renascer e dar fruto. Tal como o meu sofrimento. Um pouco derrota. De morte. E depois a Primavera. Um novo dia despontará sobre tantos hojes que parecem de morte. Há sempre um amanhã para tudo. Até para tanto sofrimento e tanta injustiça que oprimem este mundo de forma asfixiante. Ninguém poderá aniquilar o Espírito de vida e de liberdade. 1º Leitor Ó Jesus. Tu sabes como somos fracos E prontos a desesperar de tudo. Mas o dia de hoje é já Teu, E o de amanhã ainda mais. É preciso acreditar num Deus vivo E tudo, mas tudo, Cedo ou tarde ressuscitará, Mesmo o meu sofrimento de hoje. Eu creio, ó Cristo!

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