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UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA FACULDADE DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E URBANISMO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Modelo de Outsourcing para Gestão da Oferta e Operação de Serviços de TI: Múltiplos Casos de Aplicação SANTA BÁRBARA d’OESTE 2010

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UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA FACULDADE DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E URBANISMO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Modelo de Outsourcing para Gestão da Oferta e

Operação de Serviços de TI: Múltiplos Casos

de Aplicação

SANTA BÁRBARA d’OESTE

2010

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UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA E URBANISMO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Modelo de Outsourcing para Gestão da Oferta e

Operação de Serviços de TI: Múltiplos Casos

de Aplicação

Gilmar Souza Santos

Orientador: Prof. Dr. Fernando Celso Campos

SANTA BÁRBARA d’OESTE

2010

Tese apresentada no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo da Universidade Metodista de Piracicaba – UNIMEP para obtenção do título de Doutor em Engenharia de Produção.

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Modelo de Outsourcing para Gestão da Oferta e Operação

de Serviços de TI: Múltiplos Casos de Aplicação

Gilmar Souza Santos

Tese de Doutorado defendida e aprovada, em ___ de________ de _____, pela Banca Examinadora constituída pelos Professores:

Profª. Drª. Pollyana Notargiacomo Mustaro

Universidade Presbiteriana Mackenzie – UPM/PPGEE

Prof. Dr. Paulo Rogério Politano

Universidade Federal de São Carlos – UFSCar/DC

Prof. Dr. Orlando Roque da Silva

Universidade Metodista de Piracicaba – UNIMEP/PPGEP

Prof. Dr. Íris Bento da Silva

Universidade Metodista de Piracicaba – UNIMEP/PPGEP

Prof. Dr. Fernando Celso de Campos (orientador)

Universidade Metodista de Piracicaba – UNIMEP/PPGEP

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Agradecimentos

Muitas pessoas e instituições contribuíram direta ou indiretamente para o esforço de

pesquisa que resultou na presente tese de doutorado. Desejo expressar meu

agradecimento e reconhecimento, especialmente:

• Ao nosso senhor Jesus Cristo, por guiar todos os meus passos.

• À minha mãe, Celina Santos (acima de tudo aqui na terra), ao meu padrasto

Paulo Francisco dos Santos (in memoriam), à minha avó Felizbela Maria de

Jesus (in memoriam) e ao meu avô Antonio Mariano Genésio dos Santos (in

memoriam) pelos valores que me ensinaram na vida e que me fizeram crer que

tudo deve ser alcançado com humildade, honestidade e perseverança.

• Aos meus queridos irmãos Zonilton, Gilvan, Celineide, Nei, Renan e Ana Paula

pelo apoio e companheirismo durante toda a minha vida.

• Aos colegas de trabalho e amigos que me deram as maiores oportunidades de

conhecimentos na minha carreira profissional: Alberto Mendonça, Sergio

Gramacho, Carol Passos, Likiso Hattori, Paulo Marcelo Moreira, Rogério Velame,

Renata Dias, Marcia Auta e Eduardo Sena.

• Meu profundo agradecimento especial ao meu orientador, Fernando Celso de

Campos, pela oportunidade, compreensão, ensinamentos e diretrizes,

imprescindíveis para a conclusão deste trabalho.

• Aos Professores Doutores Iris Bento (UNIMEP e UNICAMP), Orlando Silva

(UNIMEP), Pollyana Mustaro (MACKENZIE) e Paulo Politano (UFSCAR) pelos

valiosos direcionamentos para a versão final da tese.

• Ao PPGEP da UNIMEP pelo excelente nível de ensino, aprendizado e atenção

ao longo destes anos, em especial ao Coordenador do Departamento Prof. Dr.

Paulo Jorge Figueiredo e à Secretaria Sra. Clarissa Bolandim.

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RESUMO

O presente trabalho discute uma proposta de melhoria nos processos de oferta e

operação de serviços de tecnologia da informação (TI), sob a visão do provedor

externo. Embora existam modelos do mercado para esta finalidade, a relação entre

processos, ciclo de vida e as práticas da oferta e operação de serviços de TI como

também uma visão prescritiva não têm sido objeto de pesquisa, o que o presente

estudo, de natureza pesquisa-ação, busca investigar. Percebe-se no decorrer do

estudo que os modelos de melhoria de processos disponíveis atendem aos fatores

críticos para o sucesso de um relacionamento de outsourcing de TI. Falta, porém,

integrá-los e adequá-los de forma a serem utilizados de forma efetiva. Por meio de

um modelo integrado de práticas, métodos quantitativos, matrizes de

relacionamentos e de três estudos de casos, algumas propostas são apresentadas e

discutidas como contribuições para a gestão da oferta e operação.

Palavras-chave: MOPP, Serviços de TI, Oferta e Operação de TI, Governança de

TI, Provedores de TI.

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ABSTRACT

This study discusses a proposal to improve the processes of IT Services Offering and

Operation, from the external provider. Although there are models in the market for

this purpose, the relationship between processes, outsourcing life cycle and IT

Services Offering and Operation practices as well as a prescriptive vision have not

been the research object. The present study, action-research nature, seeks to

investigate. It was observed during the study models to improve processes available

to meet critical to the success of IT outsourcing relationship. It remains, however,

integrate and adapt them in order to be used effectively. Through an integrated

model of practice, quantitative methods, relationship matrix and three case studies,

some proposals are presented and discussed as contributions to offering and

operation management.

Key-words: MOPP, IT Services, IT Offering and Operation, IT Governance, IT

Providers.

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Lista de Figuras

Página

Figura 1 – Mapa Mental da Estrutura do Trabalho 3

Figura 2 – Outline da Metodologia 9

Figura 3 – Estrutura Principal do Trabalho 12

Figura 4 – Estrutura da Revisão da Literatura 14

Figura 5 – Decisões Clientes x Provedores 19

Figura 6 – Melhoria Incremental x Melhoria Radical 25

Figura 7 – Governança x Gestão de Serviços de TI 28

Figura 8 – Relacionamentos entre os frameworks 32

Figura 9 – CobiT v4.1 39

Figura 10 – Modelo ISF 51

Figura 11 – Modelo GSD 52

Figura 12 – Modelo Integrated Framework 53

Figura 13 – Modelo de Combinação de Práticas do ITGI 55

Figura 14 – Modelo Gartner’s Process Model Selection Framework 57

Figura 15 – Modelo SAAD 58

Figura 16 – Modelo INNO IT 59

Figura 17 – Modelo COBITIL 61

Figura 18 – COBITIL - Relacionamento ITIL x ISO 20000 x CobiT 62

Figura 19 – Centros de Excelência em Pesquisa de Serviços de TI 63

Figura 20 – Visão Geral do MOPP 70

Figura 21 – Evolução dos Frameworks e Modelos Integrados 77

Figura 22 – Fluxo Macro do Modelo MOPP 78

Figura 23 – Ciclo de Vida de Contratação 79

Figura 24 – Média Dinâmica – SLA Contratual 88

Figura 25 – Valores no Relacionamento de Outsourcing 90

Figura 26 – Ciclo de Vida do Projeto de Implantação 94

Figura 27 - Ciclo de Vida da Operação 106

Figura 28 – Gerenciamento Demanda Operação TI 107

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Figura 29 – Fábrica de Software Oculta em Demandas 113

Figura 30 – Visão Suporte de Serviços x Gestão de Mudanças 118

Figura 31 – Relação entre Indicadores Suporte Serviços 122

Figura 32 – Melhoria Contínua – Oferta e Operação de Serviços de TI 131

Figura 33 - Funil de Inovação para Provedores de TI 134

Figura 34 – Gestão de Conhecimento em Serviços de TI 137

Figura 35 – Fases do Estudo de Caso Múltiplo 156

Figura 36 – Aplicação do Modelo nos Estudos de Caso 157

Figura 37 – Fase do MOPP Aplicada no Modelo 159

Figura 38 – QFD x Análise Concorrência 164

Figura 39 – Contexto estudo de caso no MOPP 166

Figura 40 – Ciclo de Vida da oferta Outsourcing 168

Figura 41 – Estrutura da Transição 169

Figura 42 – Contexto Estudo da ISO 20000 com o MOPP 179

Figura 43 – Estrutura da ISO 20000 182

Figura 44 – Processo de implantação da ISO/IEC 20000 184

Figura 45 – Governança Interna de TI – Escopo ISO 20000 188

Figura 46 – Escopo x Detalhe MOPP 197

Figura 47 – Tela Principal de Navegação do MOPP 211

Figura 48 – Cadastros e Relacionamentos do MOPP 211

Figura 49 – Tela de Navegação Processos do MOPP 212

Figura 50 – MOPP - Consulta Processos x Frameworks x Templates 213

Figura 51 – MOPP - Tela de Consulta Processos 214

Figura 52 – MOPP - Tela de Template 215

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Lista de Quadros

Página

Quadro 1 - Modelo SIPOC 11

Quadro 2 – Frameworks do mercado vinculados a Outsourcing 31

Quadro 3 – Relação PDCA x Riscos na ISO 27005 46

Quadro 4 – Exemplo de Aplicação do Modelo da Infosys 54

Quadro 5 – Comparação MOPP x e-SCM /SP 71

Quadro 6 – Comparação MOPP x ISF x GSD 72

Quadro 7 – Comparação MOPP x IF x ITGI 73

Quadro 8 – Comparação MOPP x PMS x SAAD x COBIITIL 74

Quadro 9 – Comparação MOPP x INNO-IT 75

Quadro 10 – Comparação MOPP x Modelos Integrados 76

Quadro 11 – Processo de Inteligência do Mercado 81

Quadro 12 – Prospecção do Mercado 81

Quadro 13 – Qualificação da Oportunidade 82

Quadro 14 – Relação de Certificações Exigidas em Propostas 83

Quadro 15 – Proposta Técnica 83

Quadro 16 – Precificação e Proposta Comercial 84

Quadro 17 – Negociação e Contratos. 93

Quadro 18 – Processo Plano de Projeto 96

Quadro 19 – Mobilização do Plano de Transição 98

Quadro 20 – Modelo de Operação 100

Quadro 21 – Modelo de Governança 103

Quadro 22. Exemplo de Lições Aprendidas 104

Quadro 23 – Kick-off e Lições Aprendidas 105

Quadro 24 – Gerenciamento de Demandas 108

Quadro 25 – Especificação dos Requisitos de Serviços 110

Quadro 26 – Gestão de Mudanças 117

Quadro 27 – Indicadores Operacionais 120

Quadro 28 – Suporte de Serviços 121

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Quadro 29 – Projetos de Demanda Eventual 126

Quadro 30 – MOPP - Método de Movimentação de Baseline 127

Quadro 31 – MOPP – Aplicação da Movimentação de Baseline 128

Quadro 32 – Gerenciamento da Qualidade 130

Quadro 33 – Critérios de Melhoria da Qualidade 133

Quadro 34 – Matriz de Responsabilidades (RACI) 136

Quadro 35 – Processos Conhecimento e Inovação do Provedor 138

Quadro 36 – Escritório de Projetos 141

Quadro 37 – Áreas da Segurança da Informação 142

Quadro 38 – Processo de Gestão da Segurança da Informação 144

Quadro 39 – Governança & Compliance em Provedores de TI 149

Quadro 40 – Matriz Relacionamento Oferta x Outsourcing x Práticas 151

Quadro 41 – Matriz Ciclos de Vida x Práticas de Conhecimento 152

Quadro 42 – Relacionamento Oferta x Processos x Mercado 154

Quadro 43 – Protocolo de Pesquisa - Primeiro Estudo de Caso 158

Quadro 44 – Utilização do MOPP em Projeto de Transição 160

Quadro 45 – Escopo da Proposta 162

Quadro 46 – Requisitos estratégicos solicitados pelo cliente 162

Quadro 47 – Protocolo de Pesquisa – Segundo Estudo de Caso 165

Quadro 48 – Processos MOPP no Projeto de Transição 167

Quadro 49 – Protocolo de Pesquisa – Terceiro Estudo de Caso 178

Quadro 50 – Modelo MOPP na Operação dos Serviços 180

Quadro 51 – Integração ISO 9001 x ISO 20000 187

Quadro 52 – Análise do Resultado do Terceiro Estudo de Caso 189

Quadro 53 – Resumo dos Estudos de Caso do Modelo MOPP 194

Quadro 54 – Comparação PostgreSQL x MySQL x Oracle XE 209

Quadro 55 – Comparação Java x PHP x C# 210

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Lista de Tabelas

Página

Tabela 1 – Certificações ISO e CMMI 66

Tabela 2 – Exemplo de certificação das empresas 67

Tabela 3 – Método para Gainsharing 85

Tabela 4 – Faturamento e Gainsharing 86

Tabela 5 – Proposta para penalidades 87

Tabela 6 – Faturamento e Penalidades 88

Tabela 7 – Rendimento Total x Sigma do Serviço de TI 114

Tabela 8 – Simulação Indicadores de Suporte 124

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Lista de Abreviações

ASQ American Society for Quality

BSC Balanced Scorecard

CIO Chief Information Officer (Diretor de Informática)

CISA Certified Information Systems Auditor

CMDB Configuration Management Data Base

CMMI Capability Maturity Model Integrated

CobiT Control for Information and Related Information Technology

COPC Customer Operations Performance Center

COSO Committee of Sponsoring Organizations (Governança)

DMAIC Definir, Medir, Analisar, Melhorar e Controlar (Seis Sigma)

EFQM European Foundation for Quality Management

EPM Enterprise Project Management

eSCM eSource Capability Model

e-SCM IT Enabled Source Capability Model

GxP Normas regulatórias para produção de medicamentos

HIPAA Health Insurance Portability and Accountability Act

IF Integrated Framework

IPMA International Project Management Association

ISF Integrated System Framework for Excellence

ITGI IT Governance Institute

ITIL IT Infrastructure Library

ITSM IT Service Management

KGI Key Goal Indicator

KPI Key Performance Indicator

MBNQA Malcom Baldrige National Quality Awards

MOPP Modelo de Outsourcing para Provedores de TI

MOC Management Organizational Change

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NOC Network Operation Center

OLA Operational Level Agreement

OPM3 Organizational Project Management

OUTSOURCING Terceirização

PCMM People Capability Maturity Model

PMBoK Project Management Body of Knowledge

PMI Project Management Institute

PMO Project Management Office

PMP Project Management Professional

QFD Quality Function Deployment

RFI Request for Information

RFP Request for Proposals

SLA Service Level Agreeement

SLM Service Level Management

SOX Lei Sarbanes-Oxley (Responsabilidade Fiscal EUA)

TI Tecnologia da Informação

TMA Tempo Médio de Atendimento

TME Tempo Médio de Espera

URA Unidade de Resposta Audível

WIP Work In Process (atividades em processos)

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO

1.1. PROBLEMAS DE PESQUISAS E QUESTÕES CORRELATAS

1.2. OBJETIVOS

1.2.1. Objetivos Gerais

1.2.2. Objetivos Específicos

1.3. ORIGINALIDADE E INOVAÇÃO DO TRABALHO

1.4. METODOLOGIA DE PESQUISA

1.5. ESTRUTURA DO TRABALHO

1

5

6

6

6

7

9

12

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. ESTRATÉGIAS DE OFERTA E OPERAÇÃO

2.1.1. Outsourcing de Tecnologia da Informação

2.1.2. Projetos de Implantação de Serviços de TI

2.1.3. Vantagem Competitiva na Indústria de TI

2.1.4. Serviços de TI

2.1.5. Estratégia Comercial da Oferta de Serviços de TI

2.1.6. Qualidade em Serviços de TI

2.1.7. Governança de TI

2.1.8. Gestão do Conhecimento e Inovação em TI

2.2. FRAMEWORKS DE OFERTA E OPERAÇÃO

2.2.1. CMMI 1.2

2.2.2. PCMM

2.2.3. ITIL v3

2.2.4. ISO/IEC 20000

2.2.5. ISO/IEC 27001

2.2.6. Cobit v4.1

2.2.7. Val IT

2.2.8. eSCM/SP

2.2.9. SAS 70

2.2.10. COSO

2.2.11. PMBoK – PMI

2.2.12. OPM3 – PMI

2.2.13. IPMA

14

15

15

17

20

22

23

25

27

28

31

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42

43

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2.2.14. COPC

2.2.15. ISO 9001

2.2.16. SO 14001

2.2.17. ISO 27005

2.2.18. ISO 38500

2.2.19. Lean Six Sigma

2.3. PRINCIPAIS MODELOS E TRABALHOS PUBLICADOS

2.3.1. ISF – Integrated System Framework for Excellence

2.3.2. Global Service Delivery – TATA

2.3.3. Integrated Framework – Infosys

2.3.4. ITGI – IT Governance Institute

2.3.5. Gartner PMS – Process Model Selection Framework

2.3.6. Saad de Outsourcing de TI

2.3.7. INNOIT – Innovation IT

2.3.8. GSS – COBITIL

2.4. CENTROS DE EXCELÊNCIA

2.5. MERCADO DE TI X MODELOS INTEGRADOS

44

45

46

46

47

48

50

50

52

53

55

56

57

59

60

62

65

3. DESENVOLVIMENTO E ANÁLISE DO MODELO

3.1. GESTÃO DA CONTRATAÇÃO

3.1.1. Inteligência de Mercado

3.1.2. Prospecção de Mercado

3.1.3. Qualificação de Oportunidade

3.1.4. Proposta Técnica

3.1.5. Proposta Comercial e Precificação

3.1.5.1. Método de Bonificações e Penalidades

3.1.6. Negociação e Contrato

3.2. GESTÃO DO PROJETO DE IMPLANTAÇÃO

3.2.1. Plano de Projeto

3.2.2. Mobilização do Plano de Transição (As Is)

3.2.3. Modelo de Operação

3.2.4. Modelo de Governança

3.2.5. Kick Off Meeting e Lições Aprendidas

3.3. OPERAÇÃO DOS SERVIÇOS

3.3.1. Gerenciamento da Demanda

3.3.2. Especificação dos Requisitos da Operação

3.3.2.1. Método para OLA – Equipe Provedor

69

78

80

81

82

83

84

85

89

94

95

97

99

101

104

106

106

109

111

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3.3.3. Gestão de Mudanças

3.3.4. Suporte de Serviços

3.3.4.1. Método para Avaliação Indicadores Suporte Serviços

3.3.4.2. Método de Dimensionamento Capacidade Suporte

3.3.5. Projetos de Demandas Eventuais

3.3.5.1. Método para Movimentação de Baseline

3.4. GESTÃO DA QUALIDADE

3.4.1. Método para Avaliação do Nível Qualidade Serviços TI

3.5. GESTÃO DO CONHECIMENTO E INOVAÇÃO

3.6. ESCRITÓRIO DE PROJETOS (PMO)

3.7. GESTÃO DA SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO

3.8. GOVERNANÇA & COMPLIANCE DE TI

115

118

122

123

125

126

128

131

134

139

142

145

4. MATRIZES DE RELACIONAMENTO DE PRÁTICAS

4.1. OFERTA X CICLO DE VIDA X PRÁTICA

4.2. CICLO DE VIDA X PRÁTICAS DE CONHECIMENTO

4.3. OFERTA X PROCESSOS X NECESSIDADES CLIENTES

150

150

152

153

5. APLICAÇÃO DO MODELO

5.1. CASO 1 – CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE TI

5.2. CASO 2 – IMPLANTAÇÃO DE SERVIÇOS DE TI

5.3. CASO 3 – OPERAÇÃO DE SERVIÇOS DE TI

156

157

165

178

6. CONCLUSÃO

6.1. LIMITAÇÕES DA PESQUISA

6.2. TRABALHOS FUTUROS

191

196

197

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 199

APÊNDICE A – Telas Sistemas MOPP 209

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1

1. INTRODUÇÃO

Os modelos voltados para gestão da oferta e operação de serviços foram

viabilizados a partir da década de 90 com a disseminação dos frameworks de

qualidade, gestão e governança de TI a exemplo do CMMI – Capability Maturity

Model Integration, ITIL – IT Infrastructure Library e CobiT - Control Objectives for

Information and related Technology. As metodologias específicas mais conhecidas

para gestão da oferta e operação de serviços de TI, oriundas do governo americano

(CMMI), governo inglês (ITIL), entidades privadas (PMBoK – Project Management

Body of Knowledge) e universidades (e-SCM – eSourcing Capability Model), em

conjunto com as necessidades das empresas de TI em combinar estas práticas,

estabeleceram as bases para modelos integrados, principalmente dentro de grandes

empresas (ITIL SS, 2007; SAAD, 2006). Entretanto, segundo Monteiro (2004),

quando analisados individualmente, verifica-se que os modelos disponíveis não

atendem completamente aos fatores críticos da terceirização de serviços de TI,

devido a uma demanda de soluções que atendam processos de TI cada vez mais

integrados.

Na década atual, torna-se necessário combinar práticas de uma forma mais

prescritiva, com uma atenção maior em provedores externos de TI e no ciclo de vida

de outsourcing (SANTOS, 2006). Outro aspecto importante é a crescente

necessidade de modelos combinados prescritivos para oferta e operação de

serviços no mercado internacional, no qual o uso de elementos como custos,

qualidade e inovação assume uma grande importância (SONG, 2007; KUMAR,

2007).

Dessa maneira, este trabalho apresenta algumas contribuições importantes para

utilização em provedores externos, por meio de um modelo prescritivo de integração

de práticas desenvolvido pelo autor, denominado MOPP (Modelo de Outsourcing

para Provedores de TI), matrizes de relacionamentos, métodos, exemplos de

aplicação em serviços de TI e um aplicativo contendo base de dados do modelo,

conforme o ciclo de vida da oferta e operação de serviços de TI.

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2

Este capítulo introdutório apresenta o contexto do tema estudado, os objetivos,

originalidade, justificativa, relevância, estrutura do trabalho e a metodologia aplicada.

O tema da pesquisa enquadra-se na área de concentração Gestão e Estratégias em

Engenharia de Produção. A tese também apresenta contribuições para as seguintes

áreas e subáreas de conhecimento em Engenharia de Produção da ABEPRO

(Associação Brasileira de Engenharia de Produção): a) 4.1 Gestão de Sistemas de

Qualidade; 4.3. Normalização, Auditoria e Certificação; 6.2. Gestão de Projetos; 6.6.

Gestão da Inovação; 6.7. Gestão da Tecnologia; 6.8. Gestão do Conhecimento.

Existem no mercado modelos que visam suportar as atividades de provedores de

serviços em Gestão Integrada de Outsourcing. O e-SCM/SP (eSourcing Capability

Model) da Universidade Carnegie-Mellon é o mais conhecido deles. Outro é o ISF

(Integrated System Framework for Excellence) da PUC-RS/ISD. No entanto, estes

modelos são descritivos, proprietários e com uma necessidade de investimentos

significativos para implantação. Também não seguem um ciclo de vida prescritivo

(eSCM) e são específicos de provedores internos de TI (ISF). Conforme Santos e

Campos (2008b), os valores da implantação do e-SCM podem atingir dois milhões

de reais para sair do nível inicial diretamente para o último nível de maturidade.

Nesse contexto, a pesquisa visa complementar os modelos integrados atuais,

fundamentados, na sua maioria, na descrição não-prescritiva do outsourcing de

serviços e produção sob o ponto de vista apenas da empresa compradora (cliente).

O tema da pesquisa não se restringe a práticas de gestão de TI, como também a

governança, segurança, qualidade, inovação, conhecimento e gerenciamento de

projetos. Pelas pesquisas realizadas, não existe estudo mais aprofundado visando

vincular um modelo prescritivo, não proprietário para provedores externos de TI, às

melhores práticas do mercado como eSCM-SP, CobiT, PMI, ITIL, TQM, CMMI e

outros. A relevância deste trabalho está em contribuir na oferta de outsourcing com

um modelo denominado MOPP (Modelo de Outsourcing para Provedores) de forma

automatizada conforme o tipo de oferta e as necessidades dos clientes e também

mostrar estudos de casos com a aplicação do modelo. As práticas são vinculadas

dentro de ciclos de cada área de conhecimento (venda, implantação, operação,

governança, qualidade, conhecimento e segurança da informação), formando um

ciclo maior que compõe o modelo.

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3

O trabalho procura demonstrar que os provedores devem se aprofundar e investir

em modelos integrados de práticas e certificações para entregar valor aos seus

clientes. Para que um provedor sobreviva e vença, é preciso que obtenha vantagens

sobre os concorrentes. É necessário ser melhor que a concorrência em fazer

produtos e serviços de valor superior para os clientes (HITT et al., 2007). Outro fator

importante demonstrado no trabalho é a necessidade dos provedores estarem

alinhados com a vantagem competitiva das empresas clientes, por meio de

integração de melhores práticas, conforme a necessidade da oferta ou operação dos

serviços de TI. Os serviços e operação de TI ofertados somente possuem valor no

contexto da estratégia. (KAPLAN & NORTON, 2004). A estrutura do MOPP é

composta por ciclo de vida, métodos, áreas de conhecimento, matrizes e estudos de

casos em operação e oferta de serviços de TI, conforme mostrado no mapa mental

da figura 1.

Figura 1 – Mapa Mental da Estrutura do Trabalho

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A relevância da pesquisa está associada à importância das melhores práticas e

certificações para os provedores no relacionamento com os seus clientes e na busca

de vantagem competitiva. Existem problemas neste processo, a exemplo de

ausência de melhoria contínua e da entrega de serviços inconsistentes, conforme

relatado por Saad (2006). Segundo Slack (2002), uma gestão da operação de

sucesso passa por uma mentalidade que considere tanto o cliente quando os

concorrentes. O modelo desenvolve um modelo de oferta e operação de serviços

(do contrato ao serviço pós-venda) com a finalidade de contribuir na busca desta

vantagem competitiva.

O MOPP será útil para os provedores de Tecnologia da Informação (TI) que estão

buscando vantagem competitiva no mercado mundial, por meio do uso de modelos

de integração dos processos de oferta de outsourcing. Conforme Schniederjans et

al. (2007), existe uma urgente necessidade de formar uma base de conceitos,

filosofia, procedimentos, metodologias e práticas de outsourcing para resolver

alguns problemas de qualidade em serviços de TI, enquanto Hammer (2000) relata

que, em uma relação comercial, os clientes não estão de modo algum interessados

pelas atividades às quais os provedores dedicam parte de suas energias: o

orçamento anual, o organograma, o plano de sucessão de executivos, o programa

de remuneração. Na melhor das hipóteses, tudo isso não passa de meios para a

consecução de um fim. Os clientes exigem resultados.

Conforme o ITGI (2008), existem problemas para entregar esses resultados para os

clientes: a) Os indicadores são geralmente reativos, não espelhando o que

efetivamente ocorre nos serviços; b) Existe uma dificuldade no acesso às práticas

mais adequadas como também aos seus templates; c) Uma combinação de práticas

não são avaliadas pelos provedores; d) Existe apenas a aplicação de padrões de

forma individual (ex. ITIL); e) As práticas não são relacionadas ao seu devido uso

no ciclo de vida de outsourcing; f) A utilização de modelos, processos e governança

pelos provedores não acompanham os clientes ou vice-versa.

Os valores mudam assim como os cenários. Os provedores devem estar preparados

para oferecer qualidade e inovação e não apenas redução de custos dos seus

serviços aos clientes. Também precisam estar sintonizados com a estratégia

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corporativa e de governança de TI dos seus clientes, por meio de uma efetiva

governança de seus contratos e também do uso combinado das melhores práticas

de gestão estratégica de TI, a exemplo do CobiT e COSO. Para Silva et al. (2006), o

mercado de tecnologia da informação atual é marcado por novas e inovadoras

maneiras de se fazer negócios. A arena atual de negócios internacionais requer que

o negócio entregue alta qualidade para seus clientes. Iniciativas de qualidade não

devem estar restritas a um departamento ou função dentro de um provedor

(FEIGENBAUM, 2007). Portanto, esta pesquisa contribui para o conhecimento e

aplicação pelos provedores das melhores práticas de forma combinada e também de

um modelo integrado de oferta e operação de serviços de TI e de métodos inéditos e

testados por meio de estudos de casos. Neste contexto, torna-se necessário

responder aos problemas e questões relacionadas com os modelos de outsourcing,

conforme mostrado no tópico seguinte.

1.1. Problema de Pesquisa e Questões Correlatas

A definição do problema de pesquisa pode ser descrita na seguinte questão

principal:

“Por que não existe um modelo prescritivo de oferta de outsourcing, não

proprietário, para dar suporte aos provedores externos de TI no seu

relacionamento com o cliente durante o ciclo de vida da oferta e que utilize os

processos dos melhores frameworks do mercado?“

Além da questão principal existem outras que derivam desta e carecem de uma

investigação e tratamento, a saber:

Questão 1: É possível desenvolver um modelo de oferta de outsourcing para

suportar os provedores de TI no seu relacionamento com o cliente, a partir de um

ciclo de vida que contemple outsourcing, governança, serviços de TI, qualidade,

segurança e inovação?

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Questão 2: É possível vincular as práticas do mercado a cada etapa do ciclo de

forma independente e automatizado, ou seja, o provedor pode retirar ou incluir novas

práticas a cada processo?

Questão 3: Pode ser desenvolvido um relacionamento de cada oferta do provedor

com as necessidade do cliente, conforme o segmento de mercado (financeiro,

industrial, comércio, saúde e governo), a partir de um relacionamento com as

melhores práticas de TI adequadas a cada setor?

Questão 4: É possível desenvolver um modelo prescritivo que considere a aplicação

das principais práticas do mercado em diversas áreas de atuação do provedor

(projetos, software, governança, qualidade, inovação, serviços de TI) indicando a

melhor utilização da prática dentro de um ciclo de vida de oferta de outsourcing?

1.2. Objetivos

Neste capítulo são apresentados os objetivos do trabalho. Inicialmente é discutido o

objetivo geral e na sequência o detalhamento dos objetivos específicos.

1.2.1. Objetivo Geral

O objetivo principal deste trabalho é o de pesquisar e propor um modelo de oferta de

outsourcing de produtos e serviços, de forma integrada e prescritiva, não

proprietário, para provedores externos de TI, a partir do ciclo de vida vinculado às

melhores práticas do mercado em várias áreas de conhecimento: vendas,

implantação, operação, governança, qualidade, conhecimento, inovação, segurança

da informação e projetos.

1.2.2. Objetivos Específicos

a. Desenvolver o ciclo de vida para oferta de outsourcing contemplando uma

sequência lógica de processos das áreas de venda, projeto de implantação,

operação, governança, qualidade, inovação e segurança da informação;

b. Automatizar o modelo com ferramentas open source do mercado, visando seu

uso de forma gratuita pelos provedores de TI;

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c. Vincular as etapas do ciclo de vida com os processos dentro das melhores

práticas do mercado (Ex. COSO, CobiT, PMI, IPMA, ITIL, ISO 20000), entrando

no detalhe de como cada processo da prática estudada pode ser utilizado no

modelo e apontando a fonte de cada framework para a busca e pesquisa;

d. Criar relacionamentos de cada processo do ciclo de vida com templates;

e. Desenvolver matrizes de relacionamento da aplicação das melhores práticas

conforme o tipo de oferta do provedor de TI (ex. fábrica de software, service

desk, NOC);

f. Desenvolver matrizes de relacionamento da aplicação das melhores práticas com

as necessidades do cliente e também conforme cada etapa do ciclo de vida do

modelo;

g. Provar que o modelo funciona em venda, projeto de implantação e na operação

de serviços de TI, por meio de estudos de caso. Objetiva também indicar quais

etapas e práticas foram utilizadas, referenciando o modelo;

h. Tornar o modelo independente das práticas utilizadas, para que o provedor tenha

flexibilidade de incluir, atualizar ou excluir as práticas relacionadas como também

independer das versões dos frameworks;

i. Fornecer aos provedores de TI métodos quantitativos de gainsharing

(bonificação), penalty (penalidade), dimensionamento, OLA (Operational Level

Agreement ou Níveis de Serviços Operacionais), Melhoria Contínua e de

movimentação de baseline para serem utilizados na análise da oferta e operação

de outsourcing.

1.3. Originalidade e Inovação do Trabalho

A originalidade deste trabalho está dividida em cinco elementos:

− Um modelo de ciclo de vida x processos vinculando as melhores práticas

e a templates

Foi desenvolvido um modelo denominado MOPP para uso dos provedores de TI

em suas ofertas e operação de outsourcing. O objetivo principal do modelo é

combinar as práticas existentes no mercado, de forma prescritiva. Consiste em

vincular os processos de cada prática a uma etapa do ciclo de vida,

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prescrevendo para o provedor uma maneira prática para uso nas suas

atividades de oferta e operação dos serviços de TI.

− Matrizes relacionando oferta x práticas x necessidades dos clientes

As matrizes são úteis para os provedores selecionarem qual a prática mais

adequada conforme a oferta e também conforme as necessidades dos clientes.

Também são utilizadas para relacionarem qual é a prática mais necessária

conforme o ciclo de vida da oferta e operação dos serviços de TI.

− Casos práticos do uso efetivo de frameworks em serviços de TI

Os estudos práticos apresentados na pesquisa têm a intenção de contribuir no

uso do modelo pelos provedores nas vendas, transição e operação de TI.

Elementos como Propostas de Serviços de TI, Modelo de Operação, Modelo de

Governança e Certificação da Operação de TI são demonstrados de forma clara

e objetiva, permitindo a utilização nos processos de outsourcing.

− Métodos quantitativos para operação de serviços de TI

São mostrados os métodos de dimensionamento de baselines, Níveis

Operacionais de Serviços (OLA) com uso de práticas Lean Six Sigma, nível de

qualidade, dimensionamento de recursos para propostas, avaliação da melhoria

contínua e também cálculos de penalidades e bonificações de forma

ponderada, conforme os níveis de serviços (SLA) apresentados.

− Aplicativo contendo uma base de informações do modelo para uso pelos

provedores

Disponibilização de uma base de dados atualizável, desenvolvida em software

livre (Java e PostgreSQL) para consulta e atualização de nova combinação de

práticas dentro do modelo MOPP. O Java e PostgreSQL podem ser instalados e

utilizados sem maiores encargos para os provedores. Uma justificativa da

escolha desta plataforma é apresentada no Apêndice A. Também são

mostradas as telas, instruções de uso e instalação da aplicação desenvolvida. A

customização mais adequada de cada processo de cada etapa do ciclo de vida

pode ser realizada pelo provedor, como também atualizada, ajudando a

melhorar ainda mais o modelo.

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1.4. Metodologia de Pesquisa

Do ponto de vista de seus objetivos a abordagem metodológica é descritiva e

explicativa, pois proporciona um maior conhecimento do assunto, por meio da

construção de um referencial teórico e também da observação e participação em

oferta e operação de TI. Apresenta informações sobre uma dada situação, grupo ou

entidade (Miguel, 2007). Também existe a preocupação de observar, registrar,

analisar, classificar e interpretar os fatos, além de identificar os fatores que

determinaram ou que contribuíram para a ocorrência dos resultados dos estudos de

caso, como também contribuir com novos conhecimentos relacionados à

problemática em questão. Conforme o outline (esboço) mostrado na figura 2, a

partir de um referencial teórico, o modelo é desenvolvido e aplicado por meio de

uma pesquisa-ação em múltiplos estudos de casos. Uma avaliação de resultados é

realizada para cada estudo. Finalmente, é apresentada uma conclusão e avaliação

final da pesquisa.

Figura 2 – Outline da Metodologia

Do ponto de vista da abordagem do problema é uma pesquisa qualitativa, onde o

modelo de oferta e operação de serviços de TI e sua importância é o motivo principal

da abordagem. O procedimento técnico adotado foi o estudo de caso. Segundo

Miguel et al. (2009), este tipo de pesquisa é um estudo de natureza empírica que

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investiga um determinado fenômeno, geralmente contemporâneo, dentro de um

contexto real de vida, quando as fronteiras entre o fenômeno e o contexto em que

ele se insere não são claramente definidas. A principal tendência em todos os tipos

de estudo de caso, é que estes tentam esclarecer o motivo pelo qual uma decisão

ou um conjunto de decisões foram tomadas, como foram implementadas e quais

resultados foram alcançados. Neste trabalho, o objetivo foi analisar a gestão da

oferta e operação de serviços de TI, permitindo o seu amplo e detalhado

conhecimento (GIL, 1996). Procurou-se também utilizar protocolos para os estudos

de casos. Yin (2005) relata que o protocolo de estudo de caso é uma das táticas

principais para aumentar a confiabilidade da pesquisa e destina-se a orientar o

pesquisador ao realizar a coleta de dados. O estudo de caso múltiplo foi realizado

junto a serviços de TI em três segmentos de mercado: manufatura, financeira e de

telecomunicações.

Quanto à sua natureza é uma pesquisa-ação a qual foi concebida e realizada em

estreita associação com o desenvolvimento e aplicação de um modelo em três tipos

de problemas de outsourcing de TI, no qual o pesquisador e os participantes da

situação ou do problema estavam envolvidos de modo cooperativo ou participativo

(THIOLLENT, 2005). A pesquisa-ação é um tipo de metodologia de pesquisa na qual

o pesquisador deve estar empenhado em solucionar algum problema através de

uma ação. A pesquisa-ação foi desenvolvida por meio de três estudos de casos,

tendo o autor influenciado nos resultados obtidos. Para este tipo de pesquisa, o

problema a ser solucionado tornou-se objeto de estudo que foi abordado durante o

desenvolvimento da tese.

A metodologia de pesquisa-ação para os estudos de casos seguiu o descrito em

(Miguel et al., 2009): a) o autor tomou ações durante todo o projeto, pois fazia parte

dele, não sendo observador; b) a pesquisa foi interativa, envolvendo cooperação e

interatividade com a equipe do projeto; c) a pesquisa foi conduzida em tempo real,

sendo os estudos de caso realizados no momento da execução; d) a pesquisa

estava relacionada a uma mudança, no caso aplicação do modelo na oferta e

operação de serviços de TI; e) envolveu vários tipos de coleta de dados, tanto

técnicas quantitativas como qualitativas para o desenvolvimento dos modelos de

operação e de governança; f) a pesquisa envolveu um pré-entendimento e avaliação

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da situação atual antes da aplicação do modelo e g) o autor influenciou nos

resultados dos trabalhos, dada suas qualificações, uso do modelo apresentado

nesta tese e suas certificações. As pesquisas tiveram como base uma participação

direta na concepção e implantação de serviços de outsourcing de TI, aplicando o

modelo prescrito neste trabalho.

Na documentação dos processos do modelo MOPP, utilizou-se o padrão MIT

Process Handbook do MIT (MIT, 2009) para a apresentação da base de dados.

Iniciado em 1991, esta biblioteca apresenta uma documentação para consulta online

de 5.000 atividades de negócios. Inclui também estudos de casos, processos

relacionados e modelos. Utiliza-se neste trabalho alguns conceitos deste framework

como a estruturação e apresentação de processos, incluindo seus relacionamentos.

Também foi utilizado como padrão o SIPOC (Suppliers-Inputs-Process-Outputs-

Customers). Este diagrama define os principais processos envolvidos no projeto,

facilitando a visualização do escopo do modelo. O quadro 1 mostra o modelo do

SIPOC utilizado na pesquisa.

Quadro 1 - Modelo SIPOC

Fornecedores

(Suppliers)

Insumos

(Inputs)

Processo

(Process)

Produtos

(Outputs)

Clientes

(Customers)

Fornecedores do

processo

Entradas para o

processo

Atividades do

processo

Saídas do

processo

Clientes que

utilizarão as saídas

Para as matrizes, o trabalho seguiu os padrões L-shaped matrix e o T-shaped matrix

adaptados, mais comuns e que servem para comparar duas ou três informações

para identificação dos respectivos relacionamentos (PRIES, 2009). Um diagrama em

formato de matriz é utilizado para analisar e ilustrar relacionamentos entre dois ou

mais grupos de informações.

Para a apresentação do modelo na internet, utilizou-se a linguagem Java/JSP na sua

versão Java 6, o banco de dados PostgreSQL 8.3 e o servidor web Tomcat 6, todos

software livre (open source). O modelo Open Source difere do modelo tradicional em

basicamente dois aspectos: a) o processo de desenvolvimento é essencialmente

uma produção colaborativa e b) a sua filosofia de propriedade intelectual permite a

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livre distribuição do código fonte, bem como o direito de modificá-lo. Informações

sobre o aplicativo MOPP e os critérios de seleção dos padrões de software livre

estão no apêndice A do trabalho.

A seguir é apresentada a estrutura do trabalho desenvolvida para a tese,

abrangendo introdução, referencial teórico, desenvolvimento do modelo, aplicação

do modelo e conclusão.

1.5. Estrutura do Trabalho

Conforme mostrado na figura 3, a estrutura principal compreende cinco capítulos. O

trabalho está fundamentado em um referencial teórico, desenvolvimento do modelo,

aplicação do modelo e conclusão. Um apêndice também faz parte do trabalho,

conforme detalhamento a seguir.

Figura 3 – Estrutura Principal do Trabalho

Inicialmente são apresentados o contexto, justificativa, problema da pesquisa,

originalidade, delimitação, metodologia e a estrutura do trabalho. Na sequência, o

referencial teórico tem o papel de fundamentar, bem como fornecer subsídio para a

estruturação do modelo. Apresenta-se nesta fase uma revisão das estratégias que

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levaram à utilização dos modelos combinados, os principais frameworks de oferta,

projetos e operação de serviços de TI e os modelos atuais de combinação de

práticas. Apresenta também os centros de excelência e uma visão geral do mercado

atual de TI.

A etapa do desenvolvimento contempla a formulação do modelo MOPP, abrangendo

o ciclo de vida, matrizes e métodos. Na sequência, é apresentada a aplicação do

modelo por meio de estudos de casos múltiplos, relacionando as etapas de

Contratação, Implantação e Operação dos serviços. Foram selecionados três casos:

RFP (Request for Proposals) de Outsourcing de Infraestrutura de TI, Projeto de

Implantação de um Outsourcing de ERP (Enterprise Resource Planning) e Operação

em um Centro de Monitoramento de Rede (NOC). Finalmente, na fase da conclusão,

busca-se responder aos objetivos e proposições inicialmente formulados, como

também apresentar os resultados dos trabalhos, contribuições e a sua continuidade.

No apêndice A, apresenta-se um guia de instalação e uso da base de dados do

MOPP. Contempla informações sobre instalação, acesso, consulta e atualização da

base de dados do aplicativo MOPP. Também são apresentados os critérios de

seleção de plataforma open source.

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2. REVISÃO DA LITERATURA

Neste capítulo é apresentado o referencial teórico que foi utilizado para realização do

presente trabalho. O material bibliográfico mostra um conteúdo sobre as

metodologias e práticas que sustentam o trabalho. Também é apresentada a revisão

bibliográfica sobre as pesquisas realizadas atualmente, destacando ciclos de vida de

outsourcing, projetos, serviços e de governança de TI.

Conforme mostrado na figura 4, a revisão da literatura inicia-se com uma análise das

principais estratégias e conceitos que servem de diretrizes para o uso de frameworks

e das práticas combinadas. Na sequência são explorados os principais frameworks

de melhores práticas da oferta e operação de serviços de TI do mercado. Para

complementar o referencial, são mostrados os modelos integrados atuais, principais

centros de excelência no assunto (na visão da pesquisa), e também uma visão geral

do mercado de TI, alvo dos modelos integrados.

Figura 4 – Estrutura da Revisão da Literatura

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2.1. Estratégias de Oferta e Operação de Serviços de TI

Apresenta-se nesta seção as técnicas e estratégias que são utilizadas na gestão da

oferta e operação dos serviços de TI. Conceitos relacionados a outsourcing,

estratégia empresarial, serviços de TI, projetos e qualidade de TI são necessário

para o entendimento do modelo MOPP.

2.1.1. Outsourcing de Tecnologia da Informação

Gottschalk e Solli-Saether (2006) definem outsourcing de TI como um processo de

contratação total ou parcial dos serviços de TI de uma empresa para um ou mais

fornecedores externos. O termo outsourcing é proveniente do conceito de sourcing,

que significa deslocamento total ou parcial das atividades executadas pelas

empresas para um prestador de serviços (provedor), dentro ou fora da empresa.

Quando a provisão de serviços é realizada por um provedor contratado fora da

empresa, denomina-se de outsourcing (terceirização). Existem outras variações com

origem no conceito de sourcing, como multisourcing (terceirização dos serviços para

mais de um provedor), insourcing (internalização dos serviços), co-sourcing (criação

de uma empresa independente pelo cliente e pelo provedor para prestar

determinado serviço), BPO - Business Process Outsourcing (terceirização de

processos de negócios a exemplo de folha de pagamento, contabilidade e gestão

financeira) e, finalmente, KPO - Knowledge Process Outsourcing (terceirização das

atividades de gestão de conhecimento & inovação).

Existem provedores de TI que fornecem apenas uma parte da solução (ex. fábrica

de software), como também existe o conceito de full-service providers ou provedores

que cobrem todos os serviços e produtos de TI. Este tipo de provedor é o alvo

principal desta pesquisa. Conforme Harries e Harrison (2008), o outsourcing é a

transferência da responsabilidade da gestão e operacionalização para as funções de

negócios não principais para uma terceira parte. Segundo Maschio e Silva (2007),

um exemplo é o conceito de fábrica de software. Nas organizações mais maduras, o

cliente define a solução e a especificação pode ser realizada pelo provedor por meio

de sua fábrica de requisitos. Após a validação da especificação, o projeto e o

desenvolvimento do software são realizados pela fábrica de código. A cotação do

preço e prazo de codificação são feitas com base na especificação. Na entrega do

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produto (código), o próprio fornecedor do outsourcing pode realizar os testes

funcionais, integração e de regressão, através de sua fábrica de testes. Tudo isto

ocorre principalmente em provedores com CMMI nível 5 (nível máximo de qualidade

em processos de software dessa certificação).

Segundo Saad (2006), algumas vantagens do outsourcing para as empresas são:

a. Concentração no seu negócio principal (core capabilities);

b. Redução de custos e aumento de produtividade;

c. Melhoria no desempenho dos serviços;

d. Manter-se atualizado em relação aos concorrentes;

e. Proporcionar acesso a novas tecnologias;

f. Redução de riscos;

g. Compartilhamento de riscos;

h. Padronização dos diversos sistemas;

i. Facilitação de migração de novos sistemas;

j. Reengenharia e gestão dos sistemas legados;

k. Flexibilidade na redução ou aumento de recursos.

Um exemplo de outsourcing é a terceirização de um serviço de monitoramento e

gerenciamento de redes de uma empresa petroquímica para um ou mais provedores

de TI. Este serviço não faz parte do negócio principal da empresa (resinas

petroquímicas). Além disto, estando na responsabilidade de uma empresa

especializada, o risco é compartilhado, ocorre uma atualização mais rápida da

tecnologia de redes LAN, WAN e Wireless (sem fio), com aumento de produtividade

e redução de custos.

Existem algumas contradições importantes sobre o outsourcing. Atualmente as

empresas não terceirizam apenas as atividades que não fazem parte do seu core

business (negócio principal). Os clientes podem terceirizar também funções críticas

para o sucesso dos seus negócios (BURKHOLDER, 2006). Um exemplo é o

conceito de KPO (Knowledge Process Outsourcing) e de Open Innovation (Inovação

Aberta), quando os problemas para melhoria de processos do core business são

solucionados pelo mercado, em empresas ou profissionais que tenham a solução.

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Diversos modelos de melhoria de processos estão disponíveis no mercado com o

objetivo de auxiliar a organização na obtenção da qualidade em outsourcing.

Quando analisados individualmente, verifica-se que os modelos disponíveis não

atendem completamente os fatores críticos da terceirização de serviços de TI, pelo

seu caráter descritivo, sem vínculo a ciclo de vida de outsourcing e necessidades

dos clientes. Como exemplo, no que se refere ao ciclo de vida, foi desenvolvido o

modelo eSCM-SP (eSourcing Capability Model for Service Providers) como um guia

de melhores práticas descritivo para a melhoria da capacidade dos provedores de

serviço de TI (MONTEIRO, 2004).

Conforme Halvey e Melby (2005), os aspectos financeiros do outsourcing envolvem

todas as etapas do ciclo de vida da oferta e operação de serviços de TI. A empresa

que faz um outsourcing busca dos seus provedores de TI, além da qualidade,

economia do custo de propriedade dos serviços. Segundo Welborn (2008), o

outsourcing nem sempre garante sucesso no negócio. Existe risco envolvido. A

vantagem de outsourcing deve ser balanceada cuidadosamente com os riscos

embutidos em custos atrativos. Sem uma técnica de análise de avaliação de riscos,

a alternativa de terceirização pode gerar resultados imprevisíveis como: problemas

de entrega no prazo, baixa qualidade dos serviços e outras variáveis negativas de

desempenho.

2.1.2. Projetos de Implantação de Serviços

O PMBoK (2004:1), manual de melhores práticas em gerenciamento de projetos do

PMI – Project Management Institute, define um projeto como: Um empreendimento

temporário que tem atividades relacionadas e executadas progressivamente para

atingir um propósito (objetivo) claramente definido, tendo um produto (ou serviço)

único como resultado. Segundo Heldman (2005), o gerenciamento de projetos

abrange uma série de ferramentas e técnicas, utilizadas por pessoas para

descrever, organizar e monitorar o andamento das atividades do projeto. Os

gerentes de projetos são os responsáveis pela administração dos processos

envolvidos e pela aplicação das ferramentas e técnicas necessárias ao cumprimento

das atividades do projeto. O gerenciamento de projetos consiste na aplicação de

conhecimento. Patah et al (2007) argumenta que um projeto é um empreendimento

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temporário com o objetivo de criar um produto ou serviço único. O gerenciamento de

projetos por sua vez é a aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e

técnicas para projetar atividades que visam atingir os requisitos do projeto.

O projeto de implantação ou de transição é previsto na contratação dos serviços e

visa preparar os serviços para a operação. Uma atividade de due diligence faz parte

desta etapa e visa assegurar que as condições da proposta (parque de hardware,

software, pessoas, processos, redes) continuam os mesmos. Entende-se por due

diligence o processo mútuo em que duas organizações examinam previamente os

riscos e condições associadas a uma negociação em andamento, antes que o

formato final do negócio seja estabelecido (SAAD, 2006). Dentre as questões

tipicamente examinadas encontram-se os aspectos financeiros, legais,

administrativos e técnicos. O outsourcing de serviços de TI é uma das áreas em que

a realização de um due diligence mostra-se altamente recomendável. As

informações devem ser disponibilizadas por cada uma das partes (cliente e

provedor) de forma transparente e de acordo com o nível solicitado de detalhes,

visando a criação de um cenário favorável a uma negociação.

Bayuk (2009) ressalta que a apresentação por parte do provedor de certificações

como ISO 20000, ISO 27001, CMMI e também a SAS 70 (Governança) elimina a

solicitação de informações de forma excessiva, reduzindo o custo do processo de

due diligence. As adequações maiores provenientes do processo devem ser

realizadas por meio de solicitação de mudança (Change Request). Saad (2006)

observa que o projeto de implantação dos serviços é realizado durante o período de

transição. Este período é compreendido entre o momento em que o contrato com o

provedor é assinado e o momento em que a operação é integralmente transferida

para o provedor. A implantação de serviços é um projeto que ocorre logo após a

venda dos mesmos.

Os projetos de venda e implementação requerem um processo de negociação,

conforme pode ser visto em Kujala et al. (2008). A visão principal é integrar todas as

fases dentro de uma solução total. Existem duas perspectivas: a do fornecedor e a

do cliente. Existe uma troca constante de informações entre os dois, desde a fase

de preparação da proposta até o projeto de transição. Conforme exposto na figura 5,

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projetos deste tipo iniciam com a decisão de investimento do cliente e a busca de

oportunidades pelo provedores. A fase seguinte é de preparação, onde o cliente

elabora uma RFI (Request for Information ou Solicitação de Informações) e na

sequência uma RFP (Request for Proposals ou Solicitação de Proposta de

Fornecimento de Serviços). O fornecedor toma a decisão de participar ou não da

concorrência. Na terceira etapa, os fornecedores enviam propostas para o cliente

que seleciona quem prestará o serviço. O contrato é assinado e logo depois é

implementado por meio de um projeto de transição, onde são definidos os modelos

de operação, governança e níveis de serviços do contrato.

Figura 5 – Decisões Clientes x Provedores

Fonte: adaptado de Kujala et al. (2008, p. 35).

A absorção do serviço contratado exige um cuidadoso planejamento e envolve uma

equipe composta por recursos do cliente e do provedor (SAAD, 2006). É atribuição

do provedor liderar este processo, sendo responsável pela execução da maior parte

do trabalho resultante. O papel do cliente durante a transição dos serviços é o de

assegurar que todas as ações estão sendo tomadas e fornecer pleno suporte ao

provedor quando por este solicitado.

Em um relacionamento longo (acima de dois anos), o outsourcing de TI inicia-se no

projeto de implantação com a percepção do cliente de que os custos precisam ser

reduzidos por meio de contratação de um provedor de TI externo. Existem riscos

para futuras iniciativas de qualidade e inovações nesta fase inicial. Em uma segunda

fase, o cliente evolui em valores. Os objetivos de aumento de qualidade são

requisitados para que a TI possa estar mais orientada ao negócio. Em uma terceira

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e última fase existe uma clara preocupação em adicionar valor ao negócio do cliente

através de inovações (WEEKS, 2007). Neste aspecto, o projeto de transição de

serviços deve ser conduzido da maneira mais eficaz possível, para que a operação

possa estar preparada para estas mudanças de valores ao longo do tempo.

Um exemplo de projeto de transição é quando um provedor conquista um contrato

de outsourcing de serviços de infraestrutura de TI, envolvendo service desk,

monitoramento de redes e suporte de campo (field support). Inicialmente é realizada

uma negociação contratual, incluindo um due diligence. Na sequência é montado um

plano de transição, incluindo absorção de recursos humanos, treinamentos, plano de

infraestrutura, modelo de operação e modelo de governança. Após a execução

desta etapa inicia-se a operação do serviço de TI com qualidade e economia, de

forma a ajudar em um negócio melhor para o cliente e também converter-se em uma

vantagem competitiva para o provedor, assunto que será apresentado no próximo

item.

2.1.3. Vantagem Competitiva na Indústria de TI

Segundo Luecke (2008) as empresas não devem entender as competências

essenciais simplesmente declarando o que elas fazem. As empresas de informática

não podem afirmar que a sua competência essencial é a produção de software. Em

vez disso, deve ser determinado aquilo em que a empresa é melhor do que a

concorrência e que traga valor para os seus clientes. Silva (2008) relata duas

abordagens mais utilizadas para o desenvolvimento da estratégia corporativa: as

Estratégias Competitivas de Porter (2004) e a RBV - Visão Baseada em Recursos

(Resource Based View – RBV). Segundo Porter (2004), a essência de uma

estratégia competitiva é relacionar uma companhia ao seu meio ambiente. Ele

definiu que o processo de formulação da estratégia empresarial inicia-se pela

análise do ambiente, por meio das cinco forças competitivas – competidores,

fornecedores, clientes, novos entrantes e produtos substitutos. Posteriormente à

análise do ambiente, o autor afirma que a empresa deve se posicionar no mercado

mediante a escolha de uma de três estratégias competitivas: diferenciação, liderança

no custo e enfoque. Fleury (2003) relata que a RBV considera que toda empresa

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possui um portfolio de recursos: físicos, financeiros, intangíveis (marca, imagem),

organizacionais (cultura, sistemas, processos) e recursos humanos. É a partir desse

portfolio que a empresa pode criar vantagens competitivas.

Contrapondo os conceitos das cinco forças competitivas e da visão baseada em

recursos, Contador (2004) sugere o Modelo de Campos e Armas de Competição.

Campo de Competição é um atributo de interesse do comprador, como preço,

qualidade e prazo de entrega. Arma da competição é um meio utilizado pela

empresa para competir. Alvo é um objetivo que a arma procura aprimorar. O modelo

de campos e armas da competição é construído a partir das relações entre esses

três elementos. Para a empresa ser bem-sucedida, basta ter excelência apenas

naquelas poucas armas que lhe dão vantagem competitiva no campo escolhido para

competir. No modelo MOPP, o provedor de TI tem alvos na sua oferta e operações

de serviços de TI. Um deles é a qualidade no atendimento aos seus clientes. Para

tanto, precisa dispor de melhores práticas na qualidade do processo. Armas como

ITIL, ISO 20000 e CMMI podem ser utilizadas para atingir estes alvos.

Outra visão de vantagem competitiva é a RBV ou Visão Baseada em Recursos.

Conforme Barney (2004), a RBV oferece um conjunto de ferramentas, baseadas em

uma teoria que explica porque algumas empresas têm um desempenho superior a

outras. Segundo Hitt et al. (2007), dentro da empresa os recursos e suas

competências internas assumem um papel fundamental na estratégia. Para Slack

(2002), fazer melhor em manufatura para alcançar vantagem competitiva pode ser

traduzido em cinco aspectos: fazer certo, fazer rápido, fazer pontualmente, fazer

com flexibilidade e fazer barato. Conforme Kaplan & Norton (2004), o Balanced

Scorecard (BSC) é um Sistema de Mensuração de Desempenho Estratégico que

ajuda nesta discussão. Além dos indicadores financeiros, que resumem os

resultados das iniciativas já adotadas, o BSC acrescenta um equilíbrio a estes

indicadores de resultados os indicadores não-financeiros, sob três outras

perspectivas – clientes, processos internos, aprendizado e conhecimento. Em

Governança de TI, o BSC é traduzido em atividades de curto prazo por meio do

CobiT, um dos frameworks utilizados no modelo MOPP.

Um exemplo prático de estratégia competitiva em serviços de TI ocorre quando um

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provedor explora suas competências essenciais para atender ou superar os padrões

da concorrência global em TI. Inicia-se combinando seus recursos tangíveis (ex.

computadores, software, redes, pessoas, processos, instalações, recursos

financeiros, patentes) e intangíveis (ex. conhecimento, marca, reputação, melhores

práticas, certificações e valores) para formar as sua capacitações (o que pode ser

executado com os recursos). Exemplos de capacitações formadas a partir destes

recursos abrangem desenvolvimento de software, monitoramento de redes,

consultoria de ERP, gestão jurídica, gestão de pessoas e gestão de facilities. As

competências essenciais são formadas por capacitações que servem de fonte de

vantagem competitiva para o provedor sobre seus rivais. Para descobrir suas

competências essenciais, o provedor pode utilizar quatro critérios para as

capacitações: a) é rara; b) é valiosa; c) é difícil de imitar; d) é insubstituível. Das seis

capacitações do exemplo citado, três podem ser classificadas como fontes de

vantagem competitiva sustentável (desenvolvimento de software, monitoramento de

redes e consultoria de ERP) e devem ser protegidas e valorizadas pelo provedor

(incluindo gestão diferenciada de todos os recursos que compõem estas

capacitações) e três são passiveis de outsourcing (gestão de pessoas, gestão

jurídica e gestão de facilities), por não fazerem parte da core competence.

Esta seção apresentou a formulação da estratégia empresarial, com a finalidade de

obter uma compreensão geral da gestão estratégica de oferta de outsourcing. Uma

visão de serviços de TI é apresentada a seguir.

2.1.4. Serviços de TI

Serviço é qualquer ato ou desempenho, essencialmente intangível, que uma parte

pode oferecer a outra e que não resulta na propriedade de nada. A execução de um

serviço pode estar ou não ligada a um produto concreto (KOTLER, 2000). Ainda

segundo Kotler (2000), os serviços apresentam quatro características principais:

− Intangibilidade: ao contrário dos produtos físicos, não podem ser vistos,

sentidos, ouvidos, cheirados ou provados antes de serem adquiridos;

− Inseparabilidade: os serviços são produzidos e consumidos simultaneamente;

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− Variabilidade: pelo fato de dependerem de quem os fornece, além de onde e

quando são fornecidos, os serviços são altamente variáveis;

− Perecibilidade: serviços não podem ser estocados.

O valor entregue ao cliente é a diferença entre o valor total percebido e o custo total

do serviço. O valor total é o conjunto de benefícios que os clientes esperam de um

determinado produto ou serviço. O custo total é o conjunto de custos em que os

consumidores esperam incorrer para avaliar, obter, utilizar e descartar um produto

ou serviço. O ITIL SS (2007) relata que os serviços de TI apresentam duas visões:

a) a visão da utilidade (utility), ou seja, o que o cliente obtém. A medição é baseada

na quantidade de resultados chaves suportados e nas quantidades de restrições

removidas para a oferta e operação dos serviços; b) visão da garantia do serviço

(warranty), ou seja, como é entregue. A medição é baseada nos níveis de

disponibilidade, capacidade, continuidade e segurança da informação. Um exemplo

de serviço de TI é uma manutenção corretiva de software, um monitoramento de

redes ou um suporte de microinformática. Devem ser úteis para o cliente e também

apresentar uma garantia no seu uso diário.

Os serviços de TI são ofertados e demandados pelo mercado. Neste contexto, a

negociação pela melhor oferta e operação é uma constante no relacionamento

comercial entre os provedores de serviços de TI e os clientes, como será

apresentado no próximo tópico.

2.1.5. Estratégia Comercial na Indústria de TI

Pereira (2004) relata que uma estratégia bem realizada na oferta e operação dos

serviços de TI é importante na negociação comercial. Trata-se da habilidade de

fazer com que acreditem na capacidade do provedor de demonstrar, realizar e

cumprir promessas. Vender software e serviços de TI exige habilidade. Vendedores

com argumentos fracos, incorretos ou incompletos, tentando vender algo de que não

tem completo domínio possui maior dificuldade de obter a confiança do cliente.

Para conhecer mais sobre os concorrentes, Pereira (2004) recomenda

relacionamentos com o cliente e os fornecedores deles. Uma indicação para isto é

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utilizar o QFD (Quality Function Deployment). Junior et al. (2003) define o QFD,

também conhecido como Casa da Qualidade, como um refinamento sucessivo dos

requisitos do cliente por meio de uma série de processamentos (desdobramentos),

de tal maneira que os produtos ou serviços finais traduzam os atributos

estabelecidos pelos próprios clientes. Já para Carvalho (1997), o QFD também pode

ser utilizado para análise competitiva externa, sob a ótica do cliente. Abrange três

aspectos para cada requisito do cliente: (a) a avaliação comparativa dos principais

produtos concorrentes existentes no mercado; (b) os pontos de venda; e (c) a meta

e taxa de melhoria. A avaliação comparativa do produto estudado com seus

principais concorrentes é feita quanto ao grau de satisfação a um determinado

requisito.

Nalebuff e Brandeburg (1996) relatam que em uma negociação existe a necessidade

de conceder o mesmo preço para cada cliente. Outra alternativa é incluir uma opção

de reter o negócio do cliente desde que iguale qualquer lance da concorrência.

Segundo Guena (2005), assimetria de informações ocorre quando um participante

de um contrato detém informações relevantes que não são do conhecimento de

todos os outros participantes. A assimetria de informação pode causar gastos com a

busca de informação privilegiada para melhoria de posição estratégica, negócios

não realizados e uso oportunista de informações. Uma estratégia comercial

pressupõe o estabelecimento de um processo de vendas consistente, abrangente e

automatizado. Do ponto de vista do provedor, envolve as etapas de inteligência de

mercado, participação em concorrências, qualificação das propostas (avaliação da

eventual participação), negociação e contratação.

Exemplo de estratégia comercial do provedor inclui a elaboração de um processo de

vendas, automatizado por meio de um sistema de gestão de relacionamento com o

cliente (CRM – Customer Relationship Management) e a estruturação de uma

equipe de venda e de pré-venda, incluindo executivos comerciais para o

relacionamento com o mercado e analistas de processos para montagem e análise

de propostas técnicas e comerciais. O CRM é aplicado em toda a etapa de

contratação do ciclo de vida do modelo MOPP, incluindo inteligência, prospecção e

qualificação do mercado.

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2.1.6. Qualidade em Serviços e Produtos de TI

Segundo Christensen et al. (2007), O conceito de qualidade foi primeiramente

associado à definição de conformidade às especificações. Posteriormente o conceito

evoluiu para a visão de satisfação do cliente. Por sua vez, a gestão da qualidade

representa a busca da satisfação, não só do cliente, como também de todos os

stakeholders (entidades significativas na existência da empresa a exemplo de

clientes, fornecedores, funcionários, governo e sociedade) e também da excelência

organizacional da empresa.

A melhoria contínua busca evoluir constantemente os processos de trabalho, tendo

como retorno a economia de tempo, gastos, re-trabalho, ou seja, a busca de eficácia

dos trabalhos. A melhoria contínua é baseada no sistema japonês Kaizen, que

traduzido para o português significa KAI – “mudança” e ZEN – “bom”, ou seja, a

mudança para melhor. Segundo Christensen et al. (2007) a melhoria pode ser

incremental ou radical (breakthrough). Na melhoria incremental os processos são

melhorados por etapa. Métodos como Kaizen e PDCA (Plan, Do, Check, Act) são

utilizados neste etapa.

Na melhoria radical o objetivo é dar um salto acentuado para um novo patamar.

Inovações de impacto assim como implantação de metodologias como o Lean Six

Sigma fazem parte desta fase, conforme mostra a figura 6.

Figura 6 – Melhoria Incremental x Melhoria Radical fonte: ASQ (2007, p.1)

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Segundo Parasuraman et al. (1985), a qualidade do serviço percebida pelo

consumidor é formada pela comparação entre as expectativas do serviço e o

resultado percebido do serviço fornecido. Os mesmos pesquisadores identificaram

cinco fatores determinantes da qualidade dos serviços.

− Confiabilidade: a habilidade de desempenhar o serviço exatamente como

prometido;

− Capacidade de resposta: a disposição de ajudar os clientes e de fornecer o

serviço dentro do prazo estipulado;

− Segurança: o conhecimento e a cortesia dos funcionários e sua habilidade de

transmitir confiança e segurança;

− Empatia: a atenção individualizada dispensada aos clientes;

− Itens tangíveis: a aparência das instalações físicas, dos equipamentos, dos

funcionários e do material de comunicação.

Os aspectos citados acima podem ser tratados dentro de modelos e metodologia de

TI para melhoria da ergonomia, satisfação dos profissionais, reconhecimento e

recompensa, trabalho em equipe, produtividade e premiações por clientes

satisfeitos. O objetivo é aumentar a qualidade percebida pelo cliente. Esta qualidade,

segundo Silva et al (2006), é formada pela comparação entre as expectativas do

serviço e o resultado percebido do serviço fornecido.

Uma ferramenta que pode ser utilizada para apurar a percepção e aumentar a

qualidade dos serviços é o QFD (Quality Function Deployment). Conforme O CQPA

Handbook (Certified Quality Process Analyst da ASQ – American Society for

Quality), o QFD foi inicialmente desenvolvido no estaleiro da Mitsubishi Heavy

Industries Ltd. para estruturar um processo que permitisse vincular cada etapa da

construção de navios ao atendimento e à satisfação de determinados requisitos do

cliente (CHRISTENSEN et al., 2007). Junior et al. (2003) definem o QFD, também

conhecido como Casa da Qualidade, como um refinamento sucessivo dos requisitos

do cliente por meio de uma série de processamentos (desdobramentos), de tal

maneira que os produtos finais traduzam os atributos estabelecidos pelos próprios

clientes. O QFD se processa, em geral, em quatro etapas: planejamento do produto,

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desenvolvimento de componentes, planejamento do processo e planejamento da

produção. A ênfase neste trabalho está no questionário para análise da concorrência

quanto aos serviços escopo de uma RFP (Request for Proposals), ou proposta de

fornecimento de produtos ou serviços. A avaliação comparativa do produto estudado

com seus principais concorrentes é feita quanto ao grau de satisfação a um

determinado requisito do cliente (CARVALHO, 1997).

Uma aplicação prática da gestão da qualidade na oferta e operação de serviços de

TI inclui a adoção de certificações e práticas a exemplo do Lean Six Sigma, ITIL,

ISO 9001, ISO 20000, ISO 14001 e Qualidade Total. Também abrange a montagem

de Grupos de Melhorias de Qualidade em Serviços de TI, Auditoria Interna,

Treinamentos em Qualidade, Portal de Gestão da Qualidade, Sistemas de Registros,

Acompanhamento de Ocorrências (Não Conformidades e Oportunidades de

Melhorias), Registros, Análise de Desvios, Erros Embarcados e Defeitos de Quality

Assurance.

2.1.7. Governança de TI

A Governança de TI é uma parte integral da Governança Corporativa. Consiste em

liderança, estrutura organizacional e processos que garantem que a TI Corporativa

sustente e estenda os objetivos e estratégias corporativas. Conforme o ITGI (2008),

esta área de conhecimento consiste em cinco princípios: Alinhamento Estratégico,

Entrega de Valor, Gerenciamento de Riscos, Gerenciamento de Recursos e Medição

de Desempenho. Uma das metas da Governança de TI é se alinhar com os objetivos

de negócio definidos pela estratégia corporativa. Estas metas organizacionais de

alto nível e objetivos são usadas como entradas para gerar as metas específicas,

métricas de objetivos e desempenho necessários para gerenciar a TI eficientemente.

Ao mesmo tempo, os processos de auditoria são implementados para medir e

analisar o desempenho da organização. A Gestão de Serviços de TI concentra-se

em fornecer os serviços de forma eficiente e eficaz; já a Governança de TI

preocupa-se no desempenho do serviço, transformando-o e posicionando-o para

alcançar os requisitos de negócio, conforme figura 7.

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Stachtchenco (2009) relata que a governança deve ser observada em termos de

transparência, criação de valor, otimização de recursos e gerenciamento de riscos e

não apenas em termos de compliance (atendimento a alguma norma ou termo

regulatório).

Figura 7 – Governança x Gestão de Serviços de TI

Fonte: CobiT v4.1 (2006, p.25)

Conforme Grembergen e Haes (2009), a Governança Corporativa de TI está

substituindo a Governança de TI. Isto significa que as informações, dados, sistemas

e demais recursos não pertencem somente a área de TI, como também a toda a

corporação. O termo TI tem levado a debates da integração da área de TI com o

negócio, quando o correto seria pensar na integração da TI corporativa, ou seja, de

toda a organização. Uma aplicação de Governança em provedores de serviços de TI

pode contemplar, por exemplo, a certificação SAS 70 que abrange as melhores

práticas de governança corporativa, segurança da informação e controles internos

de TI.

2.1.8. Gestão do Conhecimento e da Inovação em Serviços de TI

Segundo Mergel et al. (2007), conhecimento implica em capacidades emocionais e

cognitivas assim como habilidades relacionadas ao aspecto físico, que permitem

tomar ações. Pode ser entendido como saber como e por quê. Para os autores, a

Gestão do Conhecimento, por sua vez, aplica as melhores práticas de gestão para o

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conhecimento dos recursos da organização. Takeuchi e Nonaka (2008) definem

conhecimento explícito como o conhecimento cuja transmissão se dá através da

linguagem formal e de forma sistemática. Pode ser armazenado e compartilhado,

logo, mais fácil de gerenciar, podendo ser armazenado em normas, manuais e livros.

O conhecimento não-explícito é igual ao conhecimento tácito. O conhecimento tácito

é o conhecimento que a pessoa possui, incluindo suas habilidades. É pessoal, não

pode ser expressado formalmente. É intrínseco à pessoa.

Takeuchi e Nonaka (2008) destacam também que uma organização cria e utiliza

conhecimento convertendo o conhecimento tácito em conhecimento explícito, e vice-

versa. Para tornar possível a utilização dos conhecimentos da empresa é necessária

a localização de suas fontes. Isto é feito através do mapeamento. Somente por meio

dele é possível identificar os especialistas, pessoas com conhecimento de

determinados assuntos, e localizar o acervo intelectual da empresa. Santiago Jr.

(2004) relata que o efetivo valor do conhecimento tem se tornado um fator de

sobrevivência das grandes corporações. Existem dois tipos de conhecimento:

− Explícito: o conhecimento que é o objetivo e facilmente captado, codificado e

compartilhado. Este é um conhecimento transmissível em linguagem formal e

sistemática;

− Tácito: o conhecimento que reside essencialmente na mente das pessoas. Difícil

de ser formulado e comunicado.

Schumpeter (1982) definiu a inovação como a obtenção de diferenciais competitivos

pela modificação de produtos ou meios de produção. Ele classificou a inovação em

três estágios: invenção, inovação e difusão. Enquanto a invenção é entendida como

uma idéia potencialmente aberta para a exploração comercial, mas não

necessariamente realizada, na idéia de inovação está implícita uma ênfase na

exploração comercial. Por fim, a difusão está relacionada com a propagação de

novos produtos e processos pelos mercados potenciais (SCHUMPETER, 1982).

Outra visão do processo de inovação é visto em Tidd et al. (2008), que é a busca,

seleção e implementação, com aprendizado contínuo ao longo da vida útil do

processo de inovação. Embora muitos abordem a inovação como um processo, em

geral o que se observa são os resultados (produtos ou serviços) mais estudados do

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que os elementos orgânicos que fazem da inovação um modelo repetível e

sustentável (SYLVER, 2008).

Um conceito mais recente na área é a Open Innovation ou Inovação Aberta.

Conforme Chesbrough (2005), este conceito trata a inovação como um sistema

aberto onde tanto idéias externas e internas são debatidas e as melhores

alternativas são selecionadas. Um dos benefícios desse modelo é que as empresas

conseguem dividir os riscos e custos do processo de inovação. Exemplos de

conhecimento e inovação na oferta e operação de serviços de TI em provedores

incluem a estruturação de portais de recepção de idéias e propostas, tanto internas

como externas (inovação aberta), comitês de conhecimento, portais de lições

aprendidas, base de conhecimento, área responsável pela análise de viabilidade,

incentivos, definição de processos, coaching e acompanhamento dos projetos de

inovação.

As estratégias de outsourcing de TI contribuíram para o surgimento de frameworks

de melhores práticas na oferta e operação de serviços de TI, conforme mostrado no

próximo tópico.

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2.2. Frameworks de Oferta de Operação de Serviços de TI

Atualmente existem vários modelos em gestão da oferta e operação de serviços de

TI, mostrados no quadro 2. Parte deles são direcionados a produtos de software

como o CMMI (Maturidade do Processo de Software), ISO 9126 (Qualidade do

Produto de Software) e a ISO/IEC 15504 (Maturidade do Processo de Software).

Outros são voltados à gestão de serviços de TI, governança e compliance como o

ITIL (Melhores Práticas de Gestão de Serviços de TI), ISO/IEC 20000 (Norma para

Gestão de Serviços de TI), ISO/IEC 27001 (Norma de Gestão da Segurança da

Informação), CobiT (Governança, Controles e Auditoria de TI) eSCM/SP (Melhores

Práticas de Outsourcing de TI). O investimento em certificações permite às

empresas conquistar clientes no exterior e, consequentemente, elevar suas receitas.

A tendência atual é de crescimento de pesquisas relacionadas com a área.

Quadro 2 – Frameworks do mercado vinculados a Outsourcing

Modelo Entidade Definição

CMMI v1.2 for Services Carnegie-Mellon Modelo de Maturidade em serviços de software.

Cobit v4.1 e ISO 38500 ITGI/ISACA e ISO Frameworks de Governança, Controle e

Auditoria de TI

Val IT ITGI/ISACA Modelo de Governança de Investimentos em TI

COSO e SAS70 COSO e AICPA Frameworks de Governança Corporativa

eSCM-SP Carnegie-Mellon Framework de Gerenciamento de Outsourcing

de TI

ITIL v3 OGC/itSMF Gestão de Serviços de TI

PMI/PmBok e IPMA PMI e IPMA Metodologias de Gerenciamento de Projetos

OPM3 PMI Metodologia de Maturidade de Projetos, Portfólio

e Programas

ISO 20000 ISO Norma ISO para Gestão de Serviços de TI com

certificação das empresas.

Lean Six Sigma Toyota, Motorola,

ASQ

Metodologia combinando velocidade e

eliminação de desperdícios (lean) com a

qualidade do processo (six sigma).

ISO 27001 ISO Norma voltada à segurança da informação

ISO 27005 ISO Norma concentrada em riscos de segurança

COPC COPC Modelo com melhores práticas de call center

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Segundo o Gartner (instituto de pesquisa americano de tecnologia da informação,

reconhecido internacionalmente), uma certificação como a ISO 20000 combinada

com a SAS 70 garante uma gestão eficiente dos serviços de TI da área escopo, bem

como controles adequados. Em 2006, este instituto de pesquisa previu que em 2010

cerca de 45% das empresas americanas iriam exigir nas suas RFP´s de TI (Request

for Proposals ou Propostas de Fornecimento) algum tipo de certificação (GARTNER,

2006; SANTOS, 2006). A figura 8 mostra os principais relacionamento entre os

frameworks mais conhecidos no mercado. O BSC, COSO e as normas regulatórias

(ex.: SOX, Basel II) fornecem diretrizes corporativas que são traduzidas pelo CobiT e

repassadas sob a forma de governança de TI, controles e auditorias para os demais

frameworks. O e-SCM/SP fornece diretrizes de outsourcing e a ISO 9001 o sistema

de gestão da qualidade.

Figura 8 – Relacionamento entre os frameworks

O PCMM auxilia o CMMI nos requisitos relacionados com a gestão de pessoas. O

CMMI, por sua vez recebe diretrizes de melhores práticas em gestão de projetos do

PMBoK, de gestão quantitativa do Lean Six Sigma, gestão de aplicações

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(sustentação) do ITIL e de riscos da ISO 27005. A ISO 20000 fornece requisitos

auditáveis para o ITIL e recebe as melhores práticas de gestão de segurança da

informação da ISO 27001. A ISO 27001 está vinculada a ISO 27005 por meio de

práticas de riscos de segurança. A ISO 38500, por sua vez, fornece requisitos de

governança de TI para os padrões ISO.

Além de investimentos nesses frameworks individuais, as empresas estão buscando

cada vez mais melhorar seus processos de gestão de serviços e a qualidade de TI.

Dessa forma, os investimentos em modelos internos também estão nas suas

estratégias. Modelos desenvolvidos internamente, a exemplo de MGP - Metodologia

de Gerenciamento de Projetos ou MGO – Metodologia de Gerenciamento de

Outsourcing, fazem parte dessas prioridades, porém ainda não existem de forma

totalmente integradas, por incorporarem diretrizes de frameworks de forma

individualizada e não o que existe de melhor em cada um deles.

2.2.1. CMMI v 1.2 for Services

O CMMI 1.2 Dev é a versão de maturidade de processo de software mais conhecida

atualmente. Foi criada pelo SEI (Software Engineering Institute) e concentra-se na

melhoria dos processos de desenvolvimento de software. O CMMI 1.2 for Services

vai além e preocupa-se com o software em operação, acrescentado a visão de

serviços. O CMMI organiza as práticas, que já são consideradas efetivas, em uma

estrutura que visa auxiliar a organização a estabelecer prioridades para melhoria e

também fornece um guia para a implementação dessas melhorias (SEI, 2009). O

CMMI - Capability Maturity Model Integration foi criado como uma integração e

evolução dos modelos SW-CMM - Capability Maturity Model for Software; SECM -

EIA 731 - System Engineering Capability Model e IPD-CMM - Integrated Product

Development CMM. O CMMI é um modelo alinhado com a Norma ISO/IEC 15504 e

é apresentado em duas representações: uma por estágio e outra contínua (SEI,

2009). O CMMI, na sua versão de maturidade por estágio, está dividido em cinco

níveis, conforme abaixo:

1. Inicial – Processo imprevisível e reativo;

2. Gerenciado – Processo caracterizado por projetos e ainda reativo;

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3. Definido – processo caracterizado para a organização e pró-ativo;

4. Gerenciado Quantitativamente – processo medido e controlado;

5. Otimizado – Objetiva a melhoria contínua do processo;

Conforme o SEI (2009), o objetivo do CMMI for Service 1.2 é complementar os

outros dois modelos do CMMI: Development e Acquisition. O framework agregou

práticas do ITIL v3 e da ISO 20000 dentro de seu modelo, substituindo a etapa de

engenharia, mantendo apenas a Gestão de Requisitos (REQM). Apesar de não ser

tão prescritivo quanto o ITIL v3, este framework traz as vantagens de utilização dos

processos de desenvolvimento de software (ex.: requisitos, treinamentos, controle e

monitoramento quantitativo), bem como aspectos vitais para qualquer oferta e

operação de serviços de TI (sustentação de software, fábrica de manutenção,

suporte de sistemas e outros). Alguns processos relacionados a serviços de TI são

incorporados neste modelo: Estratégia, Capacidade, Transição, Entrega e

Continuidade do Serviço. O CMMI-SVC, como também é conhecido, faz referência a

serviços de sistemas e não apenas de aplicações. Entendendo sistemas de uma

forma mais ampla, abrangendo itens de infraestrutura, instalações, aplicações,

hardware, redes e pessoas, necessários para a prestação do serviço. O CMMI pode

ser utilizado em provedores de serviços de TI, fábricas de software e também em

serviços de manutenção para os seus clientes.

2.2.2. PCMM (People Capability Maturity Model).

O PCMM foi desenvolvido pelo Instituto de Engenharia de Software (SEI) da

Universidade Carnegie Mellon, com o objetivo de medir a capacitação das empresas

na gestão de pessoas na produção de software. Possui cinco níveis: Inicial,

Gerenciado, Definido, Gerenciado Quantitativamente, Em Otimização (SEI, 2009).

Em 1995 foi lançada a primeira versão do PCMM pelo SEI. Uma nova versão,

apresentada em julho de 2001, foi aprimorada com o aprendizado adquirido por

meio de implementações realizadas com a versão 1.0, bem como ajustada para

facilitar a integração junto ao Capability Maturity Model Integration – CMMI. Como

exemplo, o PCMM pode ser aplicado em uma fábrica de software do provedor de TI.

Utiliza-se intensamente plano de carreira, plano de treinamento, mapeamento de

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competências, reconhecimento e recompensa. A aplicação da satisfação interna dos

colaboradores também faz parte do PCMM dentro de uma fábrica de software.

O PCMM complementa outros frameworks a exemplo do CMMI e PMBoK, por conter

uma forte concentração em gestão de pessoas no desenvolvimento de software. O

objetivo é a satisfação dos profissionais de TI, antes da satisfação dos clientes.

2.2.3. ITIL v3

Framework de Gestão de Serviços de TI, desenvolvido pela OGC (Office of

Government Commerce) do Governo Inglês, com a contribuição de empresas de

mercado no final da década de 80. O ITIL se consolidou no mercado como a melhor

prática para Gerenciamento de Serviços de TI. Na versão 3, existe o conceito de

ciclo de vida do serviço, composto por cinco livros:

− Estratégia de Serviços (Service Strategy- SS);

− Projeto do Serviço (Service Design - SD);

− Transição do Serviço (Service Transition - ST);

− Operação do Serviço (Service Operation - SO);

− Melhoria Contínua dos Serviços (Continual Service Improvement – CSI).

Conforme o ITIL SS (2007), o provedor de serviços de TI inicia a Estratégia de oferta

do serviço gerenciando os requisitos de negócios (Gestão de Demandas), e

traduzindo isto em uma estratégia para entregar o serviço (Estratégia do Serviço),

validando os custos para manter estes serviços (Gestão Financeira) e introduzindo o

serviço dentro do portfolio de serviços (Gestão de Portfolio de Serviços). Neste

momento ainda não existe valor para o negócio. Conforme o ITIL SD (2007), quando

a estratégia está completa, inicia-se a segunda fase que é o projeto do serviço (fase

de Design do Serviço), por meio de atribuição de requisitos de níveis de serviços

(Gestão de Níveis de Serviços), analisando a disponibilidade e capacidade

requisitada (Gestão de Capacidade e Disponibilidade), selecionando os

fornecedores que realizarão o suporte dos serviços (Gestão de Fornecedores),

definindo a adequada provisão de continuidade de serviços (Gestão de Continuidade

dos Serviços), validando e projetando os requisitos de segurança (Gerenciamento

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de Segurança) e introduzindo o serviço dentro do Catálogo de Serviços (Gestão de

Catálogo de Serviços).

O ITIL ST (2007) relata que na terceira fase (Transição dos Serviços) o serviço está

pronto para ser implementado no ambiente de produção. O provedor de serviços

define o plano de transição (Planejamento de Transição e Suporte) e avalia, aprova,

implementa e planeja a mudança (Processo de Gestão de Mudanças). Após a

implementação da mudança, o serviço é testado (Validação e Teste de Serviço) em

um ambiente de homologação. Se o teste for bem sucedido, o serviço é

documentado (Gestão de Conhecimento) e seus componentes são incluídos no

banco de dados de ativos e configurações (Gestão de Ativos e Configuração). A

última atividade é realizar a liberação no ambiente de produção (Gestão de

Liberação e Instalação) e, após o go-live (entrada em operação), uma revisão pós-

implementação deverá ser executada (Gestão da Avaliação).

Conforme o ITIL SO (2007), na quarta fase (Operação do Serviço), o serviço começa

a ser gerenciado e suportado para que alcance o nível de serviço acordado por meio

do gerenciamento dos chamados dos usuários (Service Desk e Gestão de

Solicitações), monitorando os alertas e eventos do serviço (Gestão de Eventos),

restaurando as interrupções não programadas dos serviços (Gestão de Incidentes),

evitando as causas dos incidentes e reduzindo a duração de incidentes (Gestão de

Problemas), gerenciando a maneira segura de utilização do serviço (Gestão de

Acesso), mantendo o produto de software (Função de Gestão de Aplicação),

executando as atividades diárias (Gestão de Operação) e suportando a infra-

estrutura (Gestão Técnica).

Conforme o ITIL SI (2007), a fase de Melhoria Contínua do Serviço é acionada

durante todas as fases do ciclo de vida. É responsável por medir o serviços e os

processos (Medição dos Serviços), e documentar os resultados (Report do Serviço)

para que seja melhorada a qualidade do serviço e a maturidade dos processos

(Melhoria do Serviço). Estas melhorias devem ser implementadas na próxima fase

do ciclo de vida do serviço, iniciando-se novamente na Estratégia do Serviço. Dessa

forma, o ciclo recomeça.

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2.2.4. ISO/IEC 20000

Também concentrada em Serviços de TI, a norma ISO 20000 foi publicada em 2005

pela ISO (International Organization for Standardization) e IEC (International

Electrotechnical Commission). Trata-se de um padrão para certificação das

empresas em gestão de serviços de TI. A versão brasileira (NBR ISO/IEC 20000) foi

publicada em novembro/2008. A norma é baseada no ITIL, IT Infrastructure Library,

conjunto de melhores práticas para Serviços de TI e sucedeu a norma BS 15000. A

ISO/IEC 20000 possui duas partes: ISO 20000-1, que trata da especificação para a

gerência de serviços de TI e a ISO/IEC 20000-2 que trata do código de prática para

a gerência dos serviços de TI. A certificação é baseada nos requisitos da parte 1 da

norma (ISO 20000, 2005).

A norma divide-se em quatro macro-áreas: a) Sistema de Gestão; b) Planejamento e

Implementação de Gerenciamento de Serviços (PDCA); c) Planejamento e

Implementação de Serviços Novos ou Modificados; b) Processos de Gerenciamento

de Serviços. O Sistema de Gestão está alinhado com a ISO 9001:2008 e é formado

pelos processos de Responsabilidade da Direção, Competências, Conscientização e

Treinamento e Requisitos de Documentação. O PDCA contempla os requisitos do

planejamento, execução, avaliação e melhoria do serviço. O planejamento e

implementação de serviços novos ou modificados está relacionado à gestão de

projetos. Os requisitos dos processos estão classificados em quatro macro-

processos: Entrega, Resolução, Controle, Liberação e Relacionamento e envolvem

Gestão de Incidentes, Gestão de Capacidade, Gestão de Mudanças e outros. Existe

um relacionamento entre o ITIL e a ISO/IEC 20000. O ITIL fornece as melhores

práticas de serviços de TI, enquanto a ISO 20000 determina os requisitos mínimos

para a gestão dos serviços

2.2.5. ISO/IEC 27001

A ISO 27001 é uma norma internacional para referência da implantação de

processos de gestão de segurança da informação, publicada pelo ISO - International

Organization for Standardization em outubro de 2005.

Esta norma veio tornar padrão internacional o que havia sido desenvolvido e

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publicado pela entidade normativa inglesa BSI (British Standard Institution), com a

designação de BS7799-2. A norma ISO/IEC 27001 (Information Technology -

Information Security Management Systems - Requirements) trata da implantação de

um processo de gestão de segurança da informação (ISMS - Information Security

Management Systems). Esta norma, em conjunto com a ISO/IEC 27002 (Código de

Melhores Práticas da Gestão de Segurança da Informação), é a principal referência

para quem procura gerenciar a segurança da informação de maneira eficiente e com

eficácia (ISO 27001, 2007).

As melhores práticas de segurança da informação incorporadas na ISO 27001

aplicam-se em qualquer área dentro do provedor de serviços de TI. Um exemplo

prático é a elaboração da política de segurança da informação, BIA (Análise de

Impacto no Negócio), normas específicas para cada unidade de negócio (ex.

aplicações, infraestrutura, consultoria) e também regras específicas para segurança

em aplicações. Neste aspecto, a ISO 27001 pode ser complementada por outros

frameworks específicos de segurança de aplicações como o OWASP (Open Web

Application Security Project), WASC (Web Application Security Consortium) e pela

ISO 27034.

2.2.6. CobiT v4.1

Conforme o CobiT v4.1 (2006), o CobiT (Control Objectives for Information and

related Technology) é um guia para a governança de TI mantido pelo ISACA

(Information Systems Audit and Control Foundation). O CobiT inclui recursos tais

como um sumário executivo, um framework, controle de objetivos, mapas de

auditoria, um conjunto de ferramentas de implementação e um guia com técnicas de

gerenciamento. As práticas de gestão do CobiT são recomendadas para governança

e controle de TI. É formado por um conjunto de 318 controles, distribuídos em 34

processos. O CobiT determina o que deve ser controlado, sob a visão de

governança de TI e não como os processos devem ser estruturados. Conforme

mostrado na figura 9, este framework possui três visões: critérios de informação,

processos de TI e recursos de TI.

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O CobiT está dividido em quatro domínios:

− Planejamento e organização;

− Aquisição e implementação;

− Entrega e suporte;

− Monitoração.

Exemplos de aplicação do CobiT na oferta e operação de serviços de TI abrangem

elaboração do modelo de governança em projetos de transição, auxílio nos

processos da certificação SAS 70 e auditoria dos serviços ofertados.

2.2.7. Val IT

Desenvolvido pelo ITGI (IT Governance Institute) o Val IT foi criado com o objetivo

específico de criar uma estrutura de suporte para auxiliar os gestores a avaliar,

selecionar, gerir e mensurar o retorno de seus investimentos em TI. Conforme

Harries e Harrison (2008), O Val IT envolve três domínios:

− Value Governance (VG) – Governança do Valor: Garante que as práticas da

gestão de valor estão internalizadas na organização;

Figura 9 – CobiT v4.1 Fonte: Traduzido CobiT (2006, p. 25)

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− Portfolio Management (PM) – Gestão de Portfolio: Garante que a empresa

otimiza os valores por meio do seu portfolio de investimentos envolvendo TI;

− Investment Management (IM) – Gestão de Investimentos: Garante que

investimentos individuais da empresa contribuam com o valor esperado.

Para o Val IT, o investimento em TI é para beneficiar parte da empresa ou mesmo a

empresa toda e não é um custo direto somente de TI. Este framework ajuda neste

entendimento, demonstrando o valor de TI ao negócio. Trabalha como um

complemento do Cobit (VAL IT, 2006).

Exemplos de utilização do Val IT em serviços de TI incluem o modelo de governança

em projetos de transição e operação de serviços de TI e também na governança de

investimentos do próprio provedor de serviços.

2.2.8. e-SCM/SP

O eSCM (eSourcing Capability Model) é um guia de melhores práticas para gestão

de outsourcing, desenvolvido por um consórcio liderado pelo Information Technology

Services Qualification Center (ITsqc) da Carnegie Mellon University (CMU). Contou

com a participação de empresas como: Accenture, EDS, IBM Global Services e

Satyam Computer Services. Na sua versão eSCM/SP (eSourcing Capability Model

for Service Providers ) é utilizada para a melhoria da capacidade dos provedores de

serviço no processo de oferta de outsourcing. Uma visão geral do modelo é

mostrada na figura 9.

O eSCM inclui cinco niveis de capacidade (Capability Levels) que determinam o

caminho da melhoria para provedores de serviços. O eSCM/SP aborda um ciclo de

vida de outsourcing de forma genérica, sem entrar no detalhe de cada processo:

− Nível 1 – Provendo serviços;

− Nível 2 – Atendendo aos requisitos consistentemente;

− Nível 3 – Gerenciando o desempenho organizacional;

− Nível 4 – Agregando valor pró-ativamente;

− Nível 5 – Mantendo a excelência.

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A cada etapa do ciclo de vida são vinculados os processos. O ciclo abrange as

etapas de contratação, projeto, execução e transferência dos serviços e é apoiado

por processos de gestão do conhecimento, pessoas, desempenho, relacionamento,

tecnologia e ameaças (eSCM, 2004). Para alcançar ao nível 5 de maturidade, um

fornecedor de serviço deve demonstrar excelência e a melhoria do desempenho

eficazmente, conseguindo manter-se no nível 4 pelo período mínimo de dois anos.

Monteiro (2004) relata que o ITsqc lançou em novembro de 2001 a versão 1.0 do

eSCM-SP contendo 100 práticas. Em outubro de 2002 a versão 1.1 do eSCM-SP foi

lançada contendo 94 práticas e mais recentemente, em abril de 2004, foi lançada a

atual versão do modelo, 2.0, compreendendo um total de 84 práticas. O ciclo de vida

de fornecimento abrange as etapas de iniciação, execução, encerramento e

contínua. A cada etapa, são vinculados processos próprios do modelo, no formato

descritivo. Exemplos de utilização do eSCM/SP em provedores de serviços de TI

contemplam a elaboração de uma metodologia de alto nível (determinando o que

deve ser feito) de gerenciamento de outsourcing, que pode servir de diretriz para a

oferta, operação e encerramento dos serviços.

2.2.9. SAS 70

Conforme Santos (2006), a SAS 70 (Statement on Auditing Standards No 70) foi

desenvolvida em 1993 pelo American Institute of Certified Public Accountants

(AICPA) ou Instituto Americano dos Contadores Públicos Certificados. Permite que

uma organização de auditoria avalie e expresse uma opinião sobre os controles

internos de um provedor de serviços. Também fornece um relatório de auditoria que

um cliente pode usar ao avaliar um provedor. A SAS 70 é uma certificação que

permite às organizações de auditoria (ex. PwC, KPMG) alocar auditores para

examinar as atividades e processos de controle de provedores, assim como a

efetividade destes controles para seus clientes em dois tipos de relatórios: tipo I e

tipo II. O primeiro tipo descreve os controles e procedimentos colocados em

operação pelo provedor de serviços em uma determinada data; já o segundo tipo

atende aos objetivos do primeiro tipo e contempla os testes de efetividade dos

controles.

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Uma auditoria do SAS 70 pode ser realizada por um auditor independente ou

certified public accountant (CPA). Conforme o Gartner (2005), o SAS 70, quando

combinado com a ISO 20000, pode complementar uma a outra e não são

redundantes. A SAS 70 concentra-se em áreas como governança corporativa, riscos

e segurança. A base é o CobiT, COSO e a ISO 27002. Exemplos de SAS 70 em

provedores abrangem certificação de serviços de TI demandados por clientes que

estão sujeitos a SOX (Lei Sarbanes-Oxley).

2.2.10. COSO

Conforme Singleton et al. (2008), o COSO (Commitee of Sponsoring Organizations

of the Treadway Commision) indica as áreas de interesse que são relevantes para

auditoria de sistemas. Ele pode ser utilizado para mitigar os riscos e ajudar na

eficácia dos controles internos. O COSO é um processo. Este processo é constituído

de cinco elementos, que estão inter-relacionados entre si e estão presentes em todo

o ambiente da empresa. Os cinco elementos são: a) Ambiente de Controle, b)

Avaliação e Gerenciamento dos Riscos; c) Atividade de Controle; d) Informação e

Comunicação e e) Monitoramento. O COSO é utilizado neste trabalho no quesito

compliance interno dos provedores de TI. Este padrão está relacionado ao Cobit, no

que se refere a controle de TI e governança e também ao SAS 70 para compliance

com a governança corporativa, controles internos e segurança da informação.

O COSO pode ser utilizado na busca da SAS 70 pelos provedores e também na

determinação das diretrizes de governança corporativa. O framework também pode

ser utilizado em modelos de governança no projeto de transição e na operação dos

serviços de TI.

2.2.11. PMBoK – PMI

O Project Management Body of Knowledge (PMBOK Guide) é um guia de melhores

práticas em Gerenciamento de Projetos do PMI (Project Management Institute).

Conforme o PMBoK (2004: 1), o conjunto de conhecimentos do manual vem dos

praticantes e acadêmicos que utilizam e desenvolvem tanto as práticas amplamente

testadas e aprovadas quanto aquelas modernas e inovadoras, com aplicação mais

restrita. O PMBoK também estabelece uma linguagem comum para a profissão,

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servindo de referência básica para Gerenciamento de Projetos. Periodicamente são

realizadas revisões e novas versões são desenvolvidas. A estrutura do PMBOK

contempla cinco grupos de processos: a) Iniciação; b) Planejamento; c) Execução;

d) Monitoramento e Controle e e) Encerramento e nove áreas de conhecimento

específicas, a saber: Gerenciamento da Integração do Projeto; Gerenciamento do

Escopo do Projeto; Gerenciamento do Prazo do Projeto; Gerenciamento do Custo do

Projeto; Gerenciamento da Qualidade do Projeto; Gerenciamento dos Recursos

Humanos do Projeto; Gerenciamento da Comunicação do Projeto; Gerenciamento

dos Riscos do Projeto; Gerenciamento das Aquisições do Projeto (PMBoK, 2004: 9).

Heldman (2005) relata que as áreas de conhecimento congregam os processos que

possuem características comuns e os grupos de processos apresentam a ordem em

que os processos devem ser executados. O PMBoK pode ser utilizado como guia

em projetos de transição de serviços de TI, projetos de demandas eventuais e

também em propostas de concorrências.

2.2.12. OPM 3 – PMI

O OPM3 é uma abreviatura do Organizational Project Management Maturity Model.

Usando o OPM3, as organizações podem avaliar seu nível da maturidade em

projetos. Este framework possui quatro níveis da maturidade (Padronização,

Mensuração, Controle e Melhoria Contínua), para seus três domínios: Projetos,

Programas e Portfolios. (OPM3, 2003:3).

O OPM3 foi desenvolvido pelo PMI (Project Management Institute) e tem como

objetivo padronizar modelos de maturidade para o mercado em gerenciamento de

projetos. A proposta do modelo é suportar as organizações a desenvolverem

capacidades para alinhar seus objetivos estratégicos a sua operação através de

projetos.

O ciclo OPM3 é formado pelas seguintes etapas:

− Conhecimento e preparação para avaliação;

− Avaliação da maturidade;

− Plano de melhoria;

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− Implementar melhorias;

− Reavaliar e repetir o processo.

O OPM3 é útil como base na estruturação de PMO (Escritório de Projetos) em

provedores, auxiliando na determinação de padrões de gestão e maturidade de

portfolio de projetos.

2.2.13. IPMA – International Project Management Association

É uma prática européia de gerenciamento de projetos. Possui alguns processos

adicionais ao PMBoK como Gestão Ambiental e Gestão de Conhecimento.

Conforme a ABGP (2009), a estrutura internacional do padrão é apresentada no

documento IPMA International Competence Baseline (ICB), o qual descreve as

áreas de qualificação da competência em gerência de projetos, bem como a

taxonomia utilizada para a avaliação do conhecimento, experiência e atitude pessoal

dos profissionais de gerência de projetos. O ICB está disponível em inglês (adotado

como versão padrão pelo IPMA), alemão e francês. São usadas as seguintes

referências: a) Inglês: UK Body of Knowledge (APM), b) Alemão:

Beurteillungsstruktur (VZPM) e o German PM-Kanon (PM-Zert), e c) Francês:

Critères dAnalyse (AFITEP).

Cada Associação Nacional é responsável por estabelecer a sua própria definição de

competências (NCB), as quais devem ser conformes com o ICB e levarem em

consideração as especificidades culturais de cada país. A ABGP possui sua versão

do NCB Brasileiro intitulado Referencial Brasileiro de Competências (RBC) em

Gerenciamento de Projetos (http://www.abgp.org.br). Pela sua característica

principal em competências, o IPMA pode ser utilizado no acompanhamento de

competências do Gerente de Projetos e de toda a equipe. Também pode ser

complementar ao PMBoK para o provedor implementar práticas de Gestão de

Conhecimento, Inovação, Meio-Ambiente e Informática em projetos.

2.2.14. COPC - Customer Operations Performance Center

A COPC foi desenvolvida em 1995 nos Estados Unidos como uma norma de gestão

baseada em processos de serviços elaborada por um comitê formado por

representantes de empresas como American Express, Compaq, Dell, Microsoft e

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Motorola (COPC, 2009). Com o objetivo de padronizar os procedimentos nos centros

de atendimento ao cliente, a norma COPC tomou por base as melhores práticas

existentes nessas empresas. Foi fundada então a COPC Inc., empresa exclusiva

para a emissão da certificação. A COPC realiza auditorias nos provedores

interessados nesta certificação, com base em requisitos contidos em suas duas

normas.

Existe uma demanda de empresas de Call Center e Contact Center pela COPC.

Este padrão certifica o profissional e também a empresa. No Brasil as maiores

empresas de Call Center possuem esta certificação e utilizam as suas práticas, a

exemplo da Atento e da Teleperformance. É o equivalente a uma empresa

concentrada em software necessitar do CMMI para obter diferencial no mercado. O

referencial do padrão é a norma COPC-2000 CSP (provedores de serviços) e o

COPC-2000 VMO (vendedor de soluções).

2.2.15. ISO 9001:2008

A norma ISO 9000 determina um sistema de gerenciamento de qualidade que deve

ser seguido pelas organizações (ISO 9001, 2008). O provedor deve seguir alguns

passos e atender alguns requisitos da ISO 9001 para serem certificadas. Dentre

esses requisitos pode-se citar:

− Padronização de todos os processos chaves do negócio, processos que afetam o

produto e conseqüentemente o cliente;

− Monitoramento e medição dos processos de fabricação para assegurar a

qualidade do produto/serviço, por meio de indicadores de desempenho e

desvios; Implementação e manutenção dos registros adequados e necessários

para garantir a rastreabilidade dos processos;

− Inspeção de qualidade e meios apropriados de ações corretivas quando

necessário;

− Revisão sistemática dos processos e do sistema da qualidade para garantir sua

eficácia.

Exemplos de aplicação da ISO 9001:2008 na oferta e operação de serviços de TI

abrangem aplicação de um gap analysis, implantação dos processos e do sistema

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de gestão, auditoria interna e auditoria externa. Recomenda-se um escopo que

contemple todas as áreas do provedor, incluindo projetos, contratos e áreas

corporativas, para que ocorra de fato uma padronização geral de processos.

2.2.16. ISO 14001:2004

A norma ISO 14001 é uma norma criada para auxiliar empresas a identificar,

priorizar e gerenciar seus riscos ambientais como parte de suas práticas usuais. A

ISO 14001 exige que as empresas se comprometam com a prevenção da poluição e

com melhorias contínuas, como parte do ciclo normal de gestão empresarial (ISO

14001, 2004). Para os serviços de TI voltados para a indústria é estratégico as

empresas conseguirem a certificação 14001, pois demonstram que estão aderentes

às melhores práticas de gestão ambiental.

Esta certificação está sendo exigida cada vez mais em concorrências de tecnologia

da informação para clientes nas áreas petroquímicas, saneamento e mineração,

entre outras. Adotar também dentro do provedor de serviços de TI as práticas da

ISO 14001 pode ser considerado relevante, pois seus clientes do segmento

industrial podem solicitar este compliance em RFP (Request for Proposals).

2.2.17. ISO/IEC 27005

A ISO 27005 fornece as diretrizes para o gerenciamento dos riscos de segurança da

informação (SI) e fornece sustentação aos conceitos especificados na ISO

27001:2005, além de auxiliar na implementação e certificação do sistema de gestão

dessa norma (ISO 27005, 2007). A ISO 27005, a exemplo de outras normas de

sistemas de gestão, também adota o modelo PDCA (Plan, Do, Check, Act),

conforme quadro 3.

Quadro 3 – Relação PDCA x Riscos na ISO 27005

PDCA Processo de Gerenciamento de Riscos de Segurança

Plan Estabelecer o contexto, avaliar o risco e desenvolver plano de tratamento e aceitação do risco

Do Implementar o plano de tratamento dos riscos Check Monitorar e revisar de forma contínua os riscos Act Manter e melhorar o processo de gestão de riscos de segurança

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A norma abrange as etapas de identificação, estimativa, avaliação, tratamento e

aceitação ou não dos riscos. Tudo isto é complementado pelas atividades de

comunicação, monitoramento e revisão dos riscos.

O provedor pode utilizar as melhores práticas da ISO 27005 no modelo de

governança de projetos de transição e também na operação de serviços de TI. Em

conjunto com as práticas da ISO 27001 e ISO 27002 é útil na elaboração da análise

de impacto nos negócios (BIA) e do plano de riscos do provedor.

2.2.18. ISO/IEC 38500

A ISO 38500 é baseada em um padrão australiano (AS8015) e cobre os aspectos

relacionados à Governança Corporativa de TI (ISO 38500, 2009). O padrão AS8015

provê seis princípios orientadores para o estabelecimento de uma governança

corporativa e também para o uso aceitável, eficiente e efetivo dos recursos de TI.

Esta norma sugere que a Governança Corporativa de TI está substituindo a

Governança de TI. Isto significa que as informações, dados, sistemas e demais

recursos não pertencem somente a área de TI, mas a toda a corporação.

Os objetivos dessa norma são:

− Estabelecer responsabilidades facilmente compreensíveis para a TI;

− Planejar a TI para que ela ofereça o melhor suporte à organização;

− Validar as aquisições de TI;

− Garantir o melhor desempenho da TI sempre que necessário;

− Garantir a conformidade da TI junto às normas regulamentares;

− Garantir que a utilização dos recursos de TI respeite os fatores humanos.

A ISO 38500, em conjunto com outras práticas de governança de TI como o CobiT e

Val IT, é utilizado na elaboração do modelo de governança do projeto de transição e

da operação de serviços de TI. Também pode ser utilizada na governança do próprio

provedor de serviços de TI.

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2.2.19. Lean Six Sigma

O Lean Six Sigma combina a velocidade e eliminação de desperdícios do Lean com

a qualidade dos processos do Six Sigma. A metodologia Seis Sigma, como também

conhecida em português, tem o principal objetivo de implementar um processo

sistemático de melhorar de forma drástica a qualidade dos processos e eliminar as

deficiências e ineficácias (GYGI et al. 2008). São usadas ferramentas estatísticas

conhecidas a exemplo de controle estatístico de processo e planejamento de

experimentos, porém sua abordagem e a forma de implementação são consideradas

únicas e bastante eficazes (KUBIAK; BENBOW, 2009). Esta metodologia foi

originalmente desenvolvida pela Motorola, no início no final da década de 80 e

adotada com sucesso por outras empresas como a GE, AlliedSignal e ABB

(WERKEMA, 2002).

Conforme George (2004), o Seis Sigma enfatiza a necessidade de reconhecer

oportunidades e eliminar defeitos definidos pelos clientes, reconhece que a variação

prejudica nossa capacidade de entregar serviços de alta qualidade de forma

confiável, requer decisões baseadas em dados e incorpora um abrangente conjunto

de ferramentas da qualidade sob uma estrutura denominada DMAIC (Definir, Medir,

Analisar, Melhorar e Controlar) para a solução eficaz de problemas. Oferece também

uma infraestrutura cultural prescritiva que é eficaz na obtenção de resultados

sustentáveis e, quando corretamente aplicado, promete grandes resultados nos

projetos selecionados.

O Lean Manufacturing (Produção Enxuta), por sua vez, focaliza em maximização de

velocidade de processo, oferece ferramentas para a análise de fluxo de processo e

tempos de atrasos em cada atividade do processo, centra na separação do trabalho

adicionador de valor do não-adicionador com ferramentas para eliminar as causas-

raiz de atividades não-adicionadoras de valor e o seu custo. Oferece também um

meio de quantificar e eliminar o custo da complexidade (GEORGE, 2004). O

aumento de velocidade é uma das fases mais importantes do Lean e pode ser obtido

observando as sete fontes de desperdícios (PRIES 2009; GEORGE, 2004; KUBIAK;

BEMBOW, 2009), sendo elas: Super-processamento (tentar adicionar mais valor a

um serviço/produto); Transporte (movimentação desnecessária de materiais,

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produtos ou informações); Movimento (movimentação desnecessária de pessoas);

Estoques (qualquer trabalho em processo além daquilo que é necessário para

produzir para o cliente); Tempo de espera (qualquer atraso entre o fim de um

passo/atividade de processo e o início do passo/atividade seguinte); Processamento

(algumas operações de um processo poderiam nem existir); Defeitos (produzir

produtos defeituosos significa desperdiçar materiais, mão-de-obra, movimentação de

materiais defeituosos e outros);

O MOPP utiliza quatro ferramentas do Lean Six Sigma: Rendimento do Processo

(RTY), Lead Time, Voz do Cliente (VOC) e Quality Function Deployment (QFD), esta

última explicada no capítulo 2.1.6. - Qualidade dos Serviços de TI.

Kubiak e Benbow (2009) relatam que rendimento do processo é a proporção de itens

corretos (em conformidade com as especificações) que é retirado de um processo

comparado ao número de itens brutos colocados nele. O FTY (First Time Yield ou

Rendimento Inicial do Processo) mede o rendimento considerando valores redutores

de rendimento como inspeção e retrabalho. O RTY (Rolled Throughput Yield ou

Rendimento Final do Processo) é a multiplicação do FTY para cada etapa envolvida

no processo, ou seja, RTY = FTY1 x FTY2 x ... x FTYn .

Werkema (2007) cita que o Lead Time representa o tempo que se leva para entregar

um serviço ou produto após o recebimento da demanda. A equação utilizada chama-

se Lei de Little, ou seja: Lead Time = Quantidade de Trabalho em Processos (WIP –

Work in Process) / Ìndice Médio de Conclusão (ER – Exit Rate), ou LT = WIP/ ER.

George (2004) relata que o WIP aplica-se a todo e qualquer processo, incluindo

serviços de TI, a exemplo de incidentes pendentes de usuários ou demandas

evolutivas de software. Já o índice médio de conclusão pode ser representado como

a capacidade de vazão dos processos. Em serviços de TI, pode ser medida pela

capacidade total da equipe em resolver os incidentes, por exemplo. O aumento do

ER pode ser conseguido aumentando a produtividade e a redução do WIP por meio

de uma gestão eficiente da demanda. Para George (2003), adicionar capacidade

sempre é dispendioso. O Lead Time mostra que é muito melhor reduzir o WIP, pois

requer investimentos de capital intelectual em vez de capital financeiro (o custo

continuado de pessoas, equipamentos e tecnologias) em serviços.

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A VOC (Voice Of Customer ou Voz do Cliente) é utilizada no Lean Six Sigma para

capturar o que o cliente espera (exigência) de um processo, serviço ou produto. Esta

voz pode ser capturada por meio de entrevistas, questionários, monitoria e

pesquisas. Trata-se de uma entrada chave para desenvolvimento de produtos e

também do QFD (Quality Function Deployment).

A partir dos frameworks apresentados, foi possível desenvolver modelos

combinados a partir das especialidades e prescrições de cada prática, conforme

tópicos seguintes.

2.3. Principais modelos e trabalhos publicados

No Brasil, o trabalho de Santos (2006) sobre integração de práticas em certificações

de TI abordou a questão de reunir as práticas dentro de cada certificação para que

as empresas pudessem utilizar a melhor combinação. No entanto, este trabalho não

detalhou uma combinação de processos dentro de cada prática e sua melhor

integração para ser utilizado pelas empresas. Santos (2006) também destacou a

combinação de um processo específico, no caso Gestão de Configuração para

alinhamento entre Engenharia de Software e Gestão de Serviços de TI dentro das

empresas. Neste trabalho, modelos como o MAN/TI, encontrado em Laurindo

(2008) não é incluído neste tópico por se tratar de análise de TI nas organizações e

não ser baseado em práticas de outsourcing e na combinação de frameworks e

melhores práticas do mercado. Desta forma, apresenta-se nos próximos tópicos os

modelos integrados que foram considerados para comparação com o MOPP.

2.3.1. ISF – Integrated System Framework for Excellence

Este modelo de integração de práticas foi desenvolvido pelo ISD (empresa

representante no Brasil do SEI – Software Engineering Institute que detém os

direitos do CMMI em parceria com a PUC-RS). O ISF ou Integrated System

Framework (ISF for Excellence) está integrado às melhores práticas e tem a

expectativa de melhorar a gestão de serviços de TI das empresas (ISD, 2009). O

framework é mostrado na figura 10.

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Também tem por objetivo auxiliar as empresas nas decisões envolvendo os diversos

modelos e melhores práticas disponíveis sem a necessidade de conhecimento

detalhado de cada referência.

Figura 10 – Modelo ISF

fonte: Adaptado de ISD Brasil, 2008

Os padrões incorporados na versão inicial do ISF for Excellence são: CMMI, ISO

9001, CobiT, ITIL, ISO 15504, eSCM, People CMM (PCMM), Six Sigma e MBNQA.

Existe uma visão de relacionamento no ISF que visa destacar o conceito de cada

framework (ex. ITIL e CMMI), bem como seu relacionamento com os demais. O

objetivo principal deste modelo é apresentar os modelos de forma integrada, cada

um sendo utilizado e explorado em seu potencial. O modelo está em um nível

elevado de abstração, não é prescritivo, aplica-se mais fortemente a departamentos

internos de TI das empresas e também não está vinculado a um ciclo de vida de

outsourcing. Combina as práticas em um modelo de alto nível, sem efetivamente

entrar no detalhe da aplicação de cada processo em cada prática.

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2.3.2. Global Service Delivery da Tata Consultancy Service - TCS

O modelo de outsourcing GSD da TCS (2009), Tata Consultancy Service, maior

provedor indiano de TI, combina melhores práticas de mercado como ITIL e CMMI,

conforme pode ser visto figura 11.

Figura 11 – Estrutura do Modelo GSD

fonte: Traduzido de Tata Consultancy Service, 2007

A TCS é uma das principais provedores mundiais em tecnologia da informação com

faturamento anual de US$ 5 bilhões em 2008. Mekinian (2009) relata que a

estratégia de outsourcing da TCS com o GSD serve para posicioná-la e competir

com os principais players (competidores) globais. O modelo está estruturado em

torno de quatro visões: negócios, tecnologia, processo e pessoas.

A visão de negócios envolve preços, qualidade, serviços, disponibilidade a

satisfação dos usuários internos e externos. Nesse aspecto, utiliza-se como base o

padrão Malcom Baldrige administrado pela ASQ (American Society for Quality). O

uso do MBNQA (Malcon Baldrige National Quality Awards) visa alinhar os projetos e

processos às metas estratégicas. Logo após, os problemas críticos são identificados

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e solucionados por meio do Seis Sigma. Nesse aspecto, a visão de tecnologia diz

respeito a excelência nas atividades operacionais, visão da capacidade do negócio,

melhoria na entrega e gestão do consumo de tecnologia com o Seis Sigma. Para a

etapa de processos, o objetivo é realizar compliance com as normas regulatórias,

maturidade, gestão de projetos, gestão da qualidade, metodologia e gestão de

processos. Nessa etapa utiliza-se a ISO 9001, ISO 20000, ISO 27001, CMMI e ITIL.

Finalmente, a última etapa envolve o fator Recursos Humanos. Neste aspecto a

preocupação maior do modelo é a gestão de pessoas por meio de mudanças

organizacionais (MOC), liderança, capacitações, competências e incentivos

necessários. Nesta etapa o modelo recomenda utilizar o PCMM (People Capability

Maturity Model, voltado para gestão de pessoas em processos de software).

2.3.3. Integrated Framework da Infosys - IF

Conforme a Infosys (2009), o Seis Sigma é utilizado no IF para direcionar a melhoria

contínua dos processos e alinhamento estratégico. Neste aspecto, este framework

considera que o Seis Sigma reconhece áreas e projetos problemáticos, define

esforços e projetos de melhoria, determina e implementa soluções de nível de

ruptura orientadas a dados, tudo de forma prevista e repetida para melhorar os

resultados do negócio.

Figura 12 - Integrated Framework

fonte: Infosys, 2009

O objetivo deste modelo integrado é a qualidade para alcançar as metas dos

negócios, conforme mostrado na figura 12.

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O Seis Sigma proporciona ferramentas, técnicas, metodologias DMAIC (Definir,

Medir, Analisar, Melhorar, Controlar) / DMADV (Definir, Medir, Analisar, Desenvolver

e Validar) para melhoria contínua de processos e para novos produtos

desenvolvidos. O ITIL fornece processos e práticas para entrega e suporte dos

serviços de TI. O CMMI suporta os processos e práticas de desenvolvimento e

manutenção das aplicações, também utilizado como um modelo de maturidade dos

processos de software. O CobiT provê objetivos de controle, guia de auditoria, KPI

(Key Performance Indicador), KGI (Key Goal Indicator) e um framework de

maturidade do ciclo de vida de TI, sendo a base para o modelo da Infosys. Uma

aplicação descrita pelo modelo e que detalha alguns processos é apresentada no

quadro 4. Trata-se de um exemplo em uma implantação da Sarbanes-Oxley (SOX):

Quadro 4 – Exemplo de Aplicação do Modelo da Infosys (IF)

# Processo de Compliance Aplicação do Modelo

1 Avaliação de controles gerais de TI

(avaliação gerencial da seção 404 da

SOX).

ITIL – Gerenciamento de Incidentes, Eventos e

Acesso – eventos, incidentes e logs de transação

auxiliam a detectar acessos não autorizados.

2 Requisito Específico – Deve existir

uma política de controle de acesso.

CobiT – AI.6. Gestão de Mudanças garante que

mudanças realizadas são autorizadas e estão em

conformidades com os padrões e procedimentos.

3 Avaliação de Controles de Aplicações

de TI (Avaliação Gerencial de

controles internos.

Requisito Específico – Controle de

sistemas devem ser implementados

para segregação de funções e

aprovações.

CobiT Control Objective – AI.2. Aquisição e

Manutenção de Aplicações de TI e CobiT. AI.2.3. –

Auditoria e Controle de Aplicações garantem que

controles de negócios, onde apropriado, são

implementados de forma automatizada em

aplicações para que o processo seja realizado com

exatidão, no tempo, de forma completa, autorizado

e de forma auditável.

4 Avaliação dos controles dos

fornecedores.

Requisito Específico: PCAOB Padrão

de Auditoria 5 (SAS 70).

CMMI Gestão de Acordos com Fornecedores

(SAM). SP 1.3. – esta prática específica fornece o

processo e melhores práticas para estabelecer

acordos com fornecedores onde os controles

internos são exigidos para os processos esperados.

SP 2.2. e SP 2.3. Fornece o processo para

monitorar e avaliar os processos do fornecedor.

fonte: Infosys (2009)

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O modelo da Infosys apresenta uma visão genérica e não fornece um modelo

pronto, para que seja realizado como um guia para uso por provedores de TI. Existe

uma limitação do modelo pelo fato de não tratar um ciclo de vida e também de

considerar apenas quatro frameworks (Seis Sigma, ITIL, CMMI e CobiT). Este

modelo é proprietário, porém prescritivo.

2.3.4. Combinação de Práticas do ITGI – IT Governance Institute

O Modelo do ITGI (ITGI, 2008) está estruturado de forma hierárquica, iniciando-se

pelas diretrizes estratégicas e de compliance da empresa, conforme pode ser visto

na figura 13.

Figura 13 – Modelo de Combinação de Práticas do ITGI fonte: ISACA (2006, p.25)

A estrutura apresentada do modelo do ITGI na figura 13 (Drivers, Governança

Corporativa, Governança de TI, Padrões das Melhores Práticas, Processos e

Procedimentos), é detalhada nos parágrafos seguintes de modo a favorecer a

compreensão do que se pretende com um Modelo de Governança de TI e qual a

abrangência de fatores, normas e atividades que o envolvem.

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− Drivers. Nesta parte da estrutura de governança são determinadas as

necessidades do negócio com suas metas, assim como as conformidades

necessárias a exemplo de Basiléia II, HIPAA e Sarbanes-Oxley.

− Governança Corporativa. Para suportar os drivers, são determinados os

objetivos de negócios e de controles, por intermédio do Balanced Scorecard

(BSC) e do COSO. Enquanto o BSC suporta a estratégia empresarial por meio

das perspectivas financeira, do cliente, processos internos e

aprendizagem/conhecimento, o COSO preocupa-se com a governança

corporativa com um ambiente necessário de controle, gestão de risco, atividade

de controle, informação/comunicação e monitoramento.

− Governança de TI. O framework Cobit v4.1 suporta a Governança de TI, por

meio de matriz de relacionamento entre os controles e governança de TI com a

governança corporativa. Determina também o que deve ser realizado nos

modelos, normas e nas metodologias abaixo dele.

− Padrões de Melhores Práticas. As práticas de qualidade, segurança e gestão

de serviços direcionam a empresa para requisitos dos processos a serem

implantados para suportar as diretrizes de governança de TI, determinados pelo

CobiT. A ISO 9001:2008 determina os requisitos de um sistema de gestão de

qualidade. A ISO/IEC 20000, por sua vez, fornece os processos de gestão de

serviços de TI (também inclui sistema de gestão de qualidade específico de

serviços). Finalmente, a ISO/IEC 27001 fornece as diretrizes para a gestão de

segurança da informação.

− Processos e Procedimentos. O funcionamento das práticas no dia-a-dia é

possível por meio de políticas, processos, procedimentos, instruções de trabalho

e templates, fornecidos pelo sistema de gestão de qualidade e pelos processos

de gestão de serviços suportados pelo ITIL (ex. gerenciamento de capacidade).

2.3.5. Gartner PMS - Process Model Selection Framework

O modelo PMS, apresentado na figura 14, classifica os frameworks de práticas de TI

em quadrantes. O objetivo deste modelo é selecionar os modelos mais adequados

para serem utilizados pelos provedores internos e externos de TI (GARTNER, 2008).

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O modelo de combinação do Gartner divide os frameworks holísticos, genéricos e

específicos com nível de abstração baixo, moderado e alto. O ITIL, CMMI e CobiT

são considerados genéricos entre baixa e moderada abstração, enquanto o Seis

Sigma e a ISO 9001 são considerados holísticos e de alta abstração. O PMS não

apresenta a melhor combinação dos frameworks para utilização pelas empresas.

Figura 14 – Gartner’s Process Model Selection Framework

fonte: Gartner, 2005

O framework determina uma visão baseada em duas visões (holística e abstração)

para seleção do melhor modelo, não se preocupando em qual fase ele se enquadra

dentro de um processo de outsourcing. O CobiT fornece objetivos gerais de controle

para a organização. CMMI e ITIL definem processos e práticas para os controles

definidos pelo CobiT. Esses três frameworks são complementares.

2.3.6. Modelo Saad de Outsourcing de TI Este modelo foi desenvolvido por Saad (2006) e é composto por um ciclo de vida de

outsourcing. O objetivo é a descrição da melhor prática para cada etapa do ciclo,

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sem necessariamente entrar no detalhe de certificações e melhores práticas do

mercado. Também tem como objetivo:

− Reduzir e controlar custos operacionais;

− Incrementar o grau de flexibilidade;

− Reproduzir o prazo de disponibilização de novos produtos;

− Utilizar recursos especializados em áreas específicas ;

− Melhorar a qualidade de serviços de TI;

− Ganhar acesso às melhores práticas da indústria;

− Melhorar o retorno e reduzir investimentos em ativos de TI.

Este modelo define um ciclo de vida típico de outsourcing de TI, sob o ponto do

relacionamento em um processo de prestação de serviços na visão do cliente. Não

contempla frameworks mais adequados para o uso em cada etapa do ciclo de vida.

O modelo é composto de seis fases, subdivididas em subfases, conforme figura 15.

Figura 15 – Modelo SAAD

fonte: Saad (2006, p.267)

A tomada de decisão de realizar ou não um outsourcing é executada por meio de um

estabelecimento de um contexto e de uma avaliação interna para determinar o

escopo, objetivos e benefícios desta operação. A seleção do provedor é realizada

por meio de pesquisa do mercado de outsourcing, visitas a clientes dos provedores

atuais, pré-qualificação dos provedores, envio de RFP (Request for Proposals),

avaliação das propostas, verificação das competências e capacidade do provedor. A

negociação do contrato é realizada inicialmente por meio de um due diligence, que

consiste no levantamento de informações de forma a avaliar o risco para execução

dos serviços. Na sequência são negociados os termos e condições contratuais por

uma equipe designada. Aspectos como escopo dos serviços, prazos, composição da

equipe, espaço físico, propriedade intelectual, plano de continuidade, condições de

rescisão, penalidades e estrutura de preços fazem parte da negociação. O projeto

de transição no modelo contempla a transição de recursos humanos, transição de

recursos tecnológicos e transição dos serviços para a operação.

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A Gestão do contrato na operação de serviços de TI contempla uma estrutura de

relacionamento entre o cliente e o provedor com foco em resultados e não em

controles e relacionamento mútuo nos diversos níveis hierárquicos. Envolve temas

como gestão da operação, atualização tecnológica e capacidade do provedor.

Finalmente, a fase de finalização do contrato envolve a sua renovação ou

transferência das atividades para outro provedor.

2.3.7. INNOIT - Innovation IT Trata-se de um modelo de inovação para provedores internos e externos de TI, com

base no modelo CobiT v4.1, conforme a figura 16. Surgiu de uma pesquisa para

uma tese de doutorado em Gestão de Sistemas de Informações na Universidade de

Praga (SIMKOVA, 2008). O INNOIT foi todo desenvolvido baseado no CobiT v4.1 e

segue sua estrutura de processos.

Figura 16 – Modelo INNO IT fonte Zimkowa (2008, p.1).

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O modelo define uma série de domínios com seus respectivos processos. Em cada

processo existem as metas definidas e os objetivos de desempenho. O modelo

possui quadro domínios: Avaliação da Inovação (IA), Estratégia da Inovação (IS),

Implementação da Inovação (II) e Pesquisa e Desenvolvimento (RD). Como entrada

para o modelo existem as demandas dos clientes, competição do mercado e

mudanças radicais. O modelo também contempla barreiras para a sua execução

como as políticas governamentais, requisitos legais e propriedade intelectual.

Apesar do modelo se basear apenas no CobiT v4.1 e também ter como objetivo uma

única área de provedores de TI (inovação), ele serviu para comparação com o

MOPP no contexto de um novo framework baseado na estrutura de padrões já

reconhecidos no mercado.

2.3.8. GSS - COBITIL Este modelo foi desenvolvido em uma tese de Doutorado em Engenharia Elétrica

defendida pelo Professor Sergio Clemente na Universidade de São Paulo, Brasil, em

maio de 2007 (CLEMENTE, 2007). A questão que o autor respondeu foi: “Como

elaborar, em alinhamento com a norma ISO/IEC 20000 a partir de modelos

existentes, um modelo para gerenciamento de serviços de TI para controle e

execução das práticas dos processos, e que possa auxiliar na implantação de uma

gestão de serviços de TI mais eficiente e eficaz?”.

O autor combinou as práticas ITIL, ISO 20000 e CobiT para desenvolver um modelo

de referência em suporte em serviços de TI, específico de empresas clientes,

conforme mostrado na figura 17.

O objetivo da pesquisa é apresentado abaixo:

− Desenvolver um método para criação de modelo de gerenciamento de serviços

de TI (GSTI)

− Desenvolver um modelo de gerenciamento de serviços de TI aplicando o método

de criação de modelo de GSTI

− Desenvolver um método para especializar o modelo de GSTI de acordo com o

papel de TI.

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Para o objetivo deste trabalho, o segundo item (modelo COBITIL) foi selecionado

para estudo e comparação com o modelo MOPP.

Figura 17 – Modelo COBITITIL (ITIL, CobiT e ISO 20000) fonte: Clemente (2007)

O modelo desenvolvido pelo autor concentra-se no CobiT para controle dos

processos e no ITIL como executor dos processos e possui um objetivo de estar

alinhado com a norma ISO/IEC 20000, conforme figura 18. O modelo COBITIL

concentra-se nos processos de suporte de serviços dos frameworks utilizados e

utiliza modelo de maturidade do CobiT e do ITIL para medir o nível de utilização de

cada processo de suporte de serviços.

O modelo prioriza a estrutura do Cobit, qual seja, maturidade, metas e indicadores e

os utiliza para todos os processos citados. Não se trata de um modelo independente,

mas sim altamente dependente das versões do CobiT e ITIL.

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Segundo Clemente (2007), quando houver mudanças nas versões dos modelos ITIL

e/ou CobiT deve-se reaplicar o método de criação de modelo de gerenciamento de

serviços de TI utilizando as novas versões do ITIL e /ou CobiT.

Figura 18 – Relacionamento ITIL x ISO 20000 x CobiT fonte: Clemente (2007)

Para tanto, devem ser seguidas as seguintes etapas: a) selecionar os modelos;

alinhar os modelos; b) conceber a estrutura; c) definir os papéis e responsabilidades;

d) definir atividades e subprocessos; e) definir as entradas e saídas do novo modelo;

f) definir as metas; g) definir métricas; h) definir os níveis de maturidade. As

comparações entre frameworks, realizadas neste modelo, já estavam contempladas

em publicações especializadas, a exemplo do ITIL x CobiT ou CobiT x PMBoK,

disponíveis na página no ISACA desde 2005 (http://www.isaca.org).

2.4. Centros de Excelência em Modelos e Práticas Outsourcing

Alguns centros de excelência na pesquisa, ensino e estudo das práticas abordadas

nesta tese são mostradas na figura 19. Logo em seguida, são apresentados os

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estudos realizados em práticas e certificações por estas universidade, entidades e

empresas:

Figura 19 – Centros de Excelência em Gestão da Oferta e Serviços de TI

a. Área Acadêmica − Universidade Carnegie-Mellon – EUA : pesquisas em outsourcing e qualidade

de serviços de software (CMMI for Development e Services) por meio do SEI

(Software Engineering Institute). Pesquisas conduzidas em outsourcing de

serviços de TI com o framework eSCM do seu centro de pesquisa IT Services

Qualification Center.

− Universidade de São Paulo - Engenharia de Produção - DTI : pesquisas em

Gestão de TI e Qualidade de software do DTI (Departamento de Tecnologia da

Informação).

− Universidade Federal do Rio de Janeiro – Engenharia de Produção: pesquisa

conduzidas por professores da UFRJ no framework eSCM.

− George Washington University: A GWU conduz capacitação e certificação

reconhecida em gerenciamento de projetos no nível de pós-graduação.

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− FIAP – Faculdade de Informática e Administração Paulista - Os cursos de

pós-graduação em ISO 20000, ITIL, CobiT, ISO 27001, PMI, Outsourcing e CMMI

estão entre os melhores do Brasil. Forma profissionais para o mercado e

contribui para pesquisas em Gestão de Sistemas de Informações, Gestão de

Projetos e Governança de TI.

− Universidade de Antuérpia – Pesquisadores desta universidade participaram

ativamente na elaboração e revisão do CobiT. Publicam também papers, livros e

informações gerais em governança de TI.

− MIT – Sloan School of Management - CISR – Centro de Pesquisas em

Sistemas de Informações - Atualmente o centro mais avançado em pesquisas

relacionadas a Governança de TI. Possui pesquisadores que são referências no

mundo acadêmico e empresarial na área de Governança de TI.

b. Área Empresarial

− Infosys / TCS / Satyam e Wipro: Os provedores indianos estão na vanguarda

quanto o assunto é práticas e certificações em todas as áreas de tecnologia da

informação, incluindo software, serviços e processos de TI. A Satyam foi uma das

criadoras do eSCM junto com a Universidade Carnegie-Mellon. As principais

empresas indianas possuem o CMMI 5, eSCM 5, ISO 20000, ISO 27001 e SAS

70. Para maiores informações ver trabalho de Santos e Campos (2008b) no

XXVIII ENEGEP sobre vantagem competitiva em práticas e certificações das

empresas indianas.

− HP / IBM / Accenture: Os provedores americanos realizam pesquisam e buscam

certificar suas unidades de software e serviços de TI pelo mundo, com atenção

maior para a Índia. No Brasil a IBM possui a sua unidade de Hortolândia

certificada no nível máximo do eSCM e CMMI. A HP possui certificações ISO

20000 e ISO 27001.

− SEI / ASQ / PMI / IPMA / ISACA / IAOP e OGC: Estes institutos são criadores e

promovem a disseminação das melhores práticas e certificações no mercado

mundial de TI, que incluem gerenciamento de projetos (PMBok, IPMA, PMO,

OPM3), Segurança e Governança de TI (CISA, CGEIT, CISM) e Gestão de

Serviços de TI (ITIL)

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− ISD / Quint Wellington / Brunise: Estas empresas são parceiras dos institutos

proprietários das práticas e certificações e ajudam na sua disseminação por meio

de capacitações, eventos e preparatórios para certificação.

− Vale do Rio Doce / Petrobrás / Bradesco: São empresas usuárias das práticas

e certificações. São algumas das principais empresas disseminadoras da

importância das práticas e certificações em TI.

2.5. Mercado de Tecnologia da Informação e os Modelos Integrados

O mercado de Tecnologia da Informação abrange atualmente uma indústria que

fatura US$ 1,2 trilhão no mundo em 2009, crescendo a taxas próximas de 10% ao

ano. O volume de negócio no Brasil supera US$ 20 bilhões, sendo US$ 9 bilhões em

serviços de TI. Puxando esse crescimento estão os serviços de outsourcing, que

movimentam US$ 70 bilhões em 2008, e vêm crescendo cada vez mais

(BRASSCOM, 2010). Ainda segundo a Brasscom (2010), o Brasil aparece em

segundo lugar no ranking mundial em número de mainframes, com grande oferta de

profissionais habilitados em COBOL. Além disso, possui outras vantagens em

serviços de TI a exemplo do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB),

transferências de fundos interbancários, soluções tecnológicas que são benchmarks

em automação bancária, internet banking, operações pelo celular, governo

eletrônico, fuso horário próximo dos Estados Unidos e uma das maiores

comunidades de desenvolvedores em Java. O desafio, porém, é cada vez mais

crescer a participação de empresas brasileiras de TI no exterior. Modelos de

outsourcing como o MOPP podem auxiliar nesse objetivo.

A busca de exportações de serviços tem crescido entre as nacionais, que estão

cada vez mais preparadas para competir no mercado global em qualidade e preço. A

IBM e a HP, as duas maiores multinacionais americanas e maiores do mundo em

tecnologia da informação dominam o mercado nacional de TI. Há necessidade da

redução de diferenças (gaps) das empresas nacionais com as multinacionais. Das

empresas nacionais que atuam em serviços de TI a CPM Braxis é a primeira do

ranking. O Brasil possui um mercado de serviços de TI competitivo, com a presença

de empresas de grande porte, como Accenture, Atos Origin, BRQ, BT, Cast, CPM

Braxis, Datasul, DTS, EDS, G&P, GFT, HSBC, Hughes, IBM, Intel, Itautec, Microsoft,

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Politec, Promon, Resource, Salles BPO, Satyam, Siemens, Stefanini, Sun, Tata,

Tivit, Totvs, Ubik e Unisys. Conforme Santos e Campos (2008b), a busca de

certificações e práticas devem ser um caminho a ser perseguido para reduzir esta

diferença.

As empresas indianas iniciaram o processo de certificação da produção e serviços

de TI ainda no inicio da década de 1990. Foram inovadores ao buscar o nível 5 do

CMM – Capability Maturity Model (antecessor ao CMMI), BS 15000 (antecessora da

ISO/IEC 20000) e também na BS 7799 (anterior a ISO/IEC 27001). Santos e

Campos (2008b) relatam que as vantagens em certificações das empresas indianas

na década de 90 eram bem significativas. As empresas indianas tiveram a

consciência, ainda no inicio da década de 80, que software e serviços poderiam

trazer mais capacidade de TI para o País e participação maior no mercado mundial.

A busca de certificações internacionais foi um dos pilares desta estratégia

competitiva. A tabela 1 mostra a quantidade de três importantes certificações

classificadas por país. Nota-se pelas informações que existe uma desvantagem do

Brasil em relação a algumas empresas indianas em certificações ISO e CMMI.

Tabela 1 – Certificações ISO e CMMI

# País CMMI ISO 20000 ISO 27001

1 Brasil 48 4 21

2 Estados Unidos 718 15 85

3 India 204 44 435

4 Japão 172 60 2997

5 Coréia do Sul 78 34 82

6 China 240 37 180

7 Reino Unido 48 52 370

Fonte: ISO, itSMF e CMU/SEI, base: março/2009

Em fevereiro de 2010, o Brasil possuía apenas cinco empresas com a certificação

CMMI Nível 5, que é o nível de maturidade necessário para uma maior

competitividade dos provedores no mercado internacional de software. Esta

quantidade na India já ultrapassa 100 empresas. Conforme a tabela 1, em

segurança da informação a quantidade de certificações das empresas brasileiras

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representa 5% do total de empresas certificadas na Índia. Os provedores indianos

buscam cada vez mais uma diferenciação por meio de certificações corporativas ou

de seus profissionais.

Um dos motivos do interesse menor da certificação internacional dos provedores

brasileiros é a ausência de sua maior inserção no mercado internacional. O mercado

doméstico geralmente é o primeiro alvo dos atuais e dos novos provedores.

Conforme mostrado na tabela 2, a empresa brasileira representada na tabela - CPM

Braxis - é uma das exceções, não representando a grande maioria em termos de

certificações (SANTOS;CAMPOS, 2008b).

Os dados tabulados na tabela 2 mostram que algumas certificações como PCMM

(concentrada na gestão de pessoas em desenvolvimento de software) e ISO 27001

(requisitos para segurança da informação) ainda são poucas valorizadas pelas

empresas de TI brasileiras.

Tabela 2 – Exemplo de Certificação das empresas Certificação TCS -

India Infosys-India

Wipro-India

Satyam-India

Patni-India

CPM Braxis-Brasil

Engenharia de Software • CMMI Nível 5 X X X X X X • PCMM Nível 5 X X X X • PCMM Nível 3 X Gestão Serviços de TI • ISO 20000 X X X X X • ISO 27001 X X X X X • e-SCM Nível 5 X X X X X X • SAS 70 X X X X X X • SOX X X X X X Qualidade de Serviços TI • ISO 9001:2008 X X X X X X • ISO 14001:2004 X X X X • TL 9000 X X X X X

Fonte: Santos e Campos (2008b)

É importante comparar o Brasil com a India em tecnologia da informação. Estes

países estão em um estágio bem próximo em termos de desenvolvimento

econômico. O mercado indiano de TI ainda não é tão importante para os seus

provedores, se comparado com o internacional. Sendo assim, os provedores

indianos têm a necessidade de aumentar a sua competitividade no mercado global.

As empresas indianas buscam mostrar aos seus clientes que a qualidade é uma

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preocupação constante. Iniciou-se no final da década de 90 com a conquista de

certificações no CMMI nível 5 (nível máximo de qualidade em processos de

software). Outro aspecto é que, apenas em uma única empresa indiana, a

quantidade de profissionais certificados em Six Sigma Black Belt está acima de 350

e já existem mais de 100 Master Black Belts (WIPRO, 2008). Nas empresas

brasileiras de TI não existem profissionais certificados na quantidade necessária

para gerar mudanças. Neste aspecto ainda não existe uma preocupação maior dos

provedores brasileiras de TI em aplicar na gestão da qualidade total em tecnologia

da informação.

A pesquisa partiu de estudos de estratégias de oferta e operações de serviços de TI.

Na sequência, avaliou-se os principais frameworks do mercado para delinear os

modelos integrados que serviram de base para comparação com o modelo MOPP. A

partir de uma pesquisa na literatura, experiências e publicações do autor em

congressos e periódicos em engenharia de produção, foi possível desenvolver o

modelo, conforme o leitor poderá acompanhar no próximo capítulo.

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3. DESENVOLVIMENTO E ANÁLISE DO MODELO MOPP

Existem várias modelos integrados no mercado. Cada um com sua aplicação

específica. Alguns deles têm aplicação em controles ou em ciclo de vida de

outsourcing. Novos modelos estão sendo criados na área acadêmica e no mercado.

A principal diferença do MOPP para estes modelos reside no seu formato prescritivo

e também na combinação do que existe de melhor em cada prática, indicando como

esta combinação aplica-se a cada tipo de oferta ou operação de serviços de TI. O

modelo pode servir como uma arma de competição (Contador, 2004) para os

provedores, incluindo técnicas, métodos e ferramentas para a busca de vantagem

competitiva.

A figura 20 apresenta uma visão geral do MOPP. A partir das necessidades do

mercado e também dos frameworks disponíveis, a exemplo do ITIL, ISO 20000,

CobiT, CMMI, PMI, o modelo MOPP foi desenvolvido dentro de um conceito de ciclo

de vida de outsourcing. Contempla as fases de contratação, projeto de implantação,

operação e projetos eventuais. Além do ciclo de vida, o modelo também oferece um

conjunto de métodos, matrizes e templates para utilização de forma prescritiva pelos

provedores de serviços de TI. O modelo inicia-se com o processo de inteligência do

mercado e termina na operação dos serviços. A finalização dos serviços, na visão do

provedor, não é considerada no MOPP, mas apenas a oferta e operação. Para cada

etapa, são vinculados os processos dos frameworks (ex. ITIL, Cobit, ISO 27005,

IPMA) mais adequados e também uma prescrição da utilização pelos provedores.

Em termos gerais, o modelo é formado pelos seguintes elementos:

− Ciclo de Vida, abrangendo as etapas de Contratação, Projetos de Implantação, Operação dos Serviços e Projetos Eventuais;

− Áreas de conhecimento incuindo governança, segurança, inovação, conhecimento e qualidade;

− Templates;

− Métodos; − Matrizes de Relacionamento.

As áreas de conhecimento a exemplo de Governança de TI e Qualidade fornecem o

conjunto de práticas necessárias para alinhamento com o negócio, conformidade,

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melhoria contínua, segurança e inovação na oferta e operação dos serviços de TI.

Essas melhores práticas podem ser utilizadas em qualquer fase do ciclo de vida.

Figura 20 – Visão Geral do MOPP

Para melhor entendimento da contribuição do modelo MOPP para os provedores de

TI, é apresentada uma comparação entre o MOPP e modelos integrados de mercado

e acadêmicos. Alguns modelos são específicos de provedores de TI e outros são

mais genéricos, mas todos buscam integração das práticas.

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Quadro 5 – Comparação MOPP x e-SCM /SP

# e-SCM / SP – Sourcing Capability Model – Universidade Carnegie Mellon

Modelo MOPP

01 Modelo descritivo contendo recomendações de alto nível para o Ciclo de Vida de Outsourcing.

Modelo prescritivo, recomendando qual framework é o mais adequado dentro do ciclo de vida de outsourcing e como utilizá-lo. Considera templates para uso dos provedores de forma automatizada.

02 No relacionamento com as práticas, o eSCM compara a amplitude das práticas do seu framework com o CobiT, ISO 20000 e outros, deixando claro que, implantando o eSCM/SP, parte dos processos de outros modelos estarão também implantados

O modelo em si não compara nenhum processo com outras práticas. Trabalha no conceito de combinação de práticas, podendo o provedor seguir qualquer caminho recomendado ou até mesmo criar uma nova combinação de práticas.

03 O modelo trabalha no conceito de maturidade dos processos para os provedores de TI.

Não trabalha com maturidade dos processos, mas atua sobre um ciclo de vida completo de outsourcing abrangendo também Governança & Compliance de TI. A visão de maturidade dos processos é deixada para oportunidades de trabalhos futuros para o MOPP.

04 O eSCM certifica provedores nos níveis 2, 3, 4 ou 5 (sendo que o nível 5 é obtido automaticamente após 2 anos no nível 4). O valor total para a certificação até o nivel 5 é de US$ 2 milhões.

O modelo não certifica, podendo ser utilizado para efeito de análise de gap e de melhoria dos processos de outsourcing do provedor. Utiliza inclusive o próprio e-SCM/SP como um dos frameworks dentro do ciclo de vida.

05 O Modelo objetiva os Provedores de TI. Não contempla, porém, a visão do tipo de oferta do provedor nem o tipo de necessidade do cliente, mas apenas a visão do ciclo de vida de outsourcing.

Tem por objetivo os provedores de TI e também contempla tipo de oferta do provedor e as necessidades dos clientes (segmento de mercado).

06 O eSCM não considera gerenciamento de projetos como um processo a parte, deixando esta parte para o práticas como o PMI.

Além do projeto de implantação de serviços de TI, o escritório de gerenciamento de projeto (PMO) é um processo complementar ao ciclo de vida de outsourcing. Também considera Segurança da Informação, Qualidade, Conhecimento e Inovação como processos independentes.

07 O e-SCM é um modelo proprietário, com investimento de US$ 2 milhões para atingir o nível 5.

Não é proprietário. É gratuito, podendo ser utilizado sem nenhum tipo de autorização, desde que referenciado.

08 O e-SCM/SP não está em base de dados, mas apenas em formato PDF.

O modelo está em base de dados web no padrão open source (PostgreSQL e Java), podendo ser consultado e atualizado pelos provedores.

09 O e-SCM/SP não possui métodos para auxílio de atividades operacionais da oferta e operação de serviços de TI.

Contempla uma série de métodos para auxílio dos provedores na gestão dos serviços de TI.

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Quadro 6 – Comparação MOPP x ISF x GSD

# ISF – Integrated System Framework for Excellence - ISD/PUC-RS

Modelo MOPP

01 Não contempla um ciclo de vida de outsourcing, de fácil compreensão. O modelo está em formato top down, incluindo um Sistema de Gestão no topo (ISO 9001 e PNQ/Baldrige), CobiT como Governança de TI, práticas de outsourcing e gestão de serviços de TI e software fazendo a interface com o Seis Sigma que atua na melhoria contínua..

O modelo contempla ciclo de vida de outsourcing e também abrange um conjunto maior de frameworks, além dos estabelecidos pelo ISF.

02 O ISF utiliza combinação de práticas e atua também vinculando os frameworks a cada etapa de seu modelo, porém não determina como deve ser utilizado.

Utiliza combinação de prática, porém vincula os frameworks a cada etapa do ciclo de vida e estabelece como deve ser utilizado.

03 O ISF é altamente proprietário e é fornecido como uma solução, junto com os serviços da empresa ISD.

Não é proprietário

04 O ISF contempla uma base de dados com facilidade de atualização e consulta em plataforma open source, incluindo templates.

Também contempla uma base de dados com facilidade de atualização e consulta em plataforma open source, incluindo templates.

05 O ISF não relaciona os frameworks com o tipo de oferta do provedor e com as necessidades do mercado.

Realiza os dois tipos de relacionamentos.

06 O ISF não possui métodos para auxílio de atividades operacionais da oferta e operação de serviços de TI.

Contempla uma série de métodos para auxílio dos provedores na gestão dos serviços de TI.

07 O ISF abrange além de provedores de TI, também o departamento de TI das empresas.

O modelo tem como público alvo os provedores de TI.

# GSD – Global Service Delivery da Tata Consultancy Service – TCS

Modelo MOPP

01 O modelo divide as práticas e certificações em quatro níveis, no formato top-down, não abrangendo um ciclo de vida de outsourcing. Relaciona o Negócio com o Malcolm Baldrige (MBNQA). Tecnologia o Six Sigma. Processos com a ISO, CMMI e ITIL. Pessoas com o PCMM.

O MOPP trabalha em camadas de negócios, tecnologia e processos de forma implícita dentro de cada etapa do ciclo de vida de outsourcing. Na etapa de contratação, o fator negócio tem maior destaque, enquanto na operação a tecnologia se sobressai. A quantidade de frameworks do MOPP vai além do Baldrige, ISO, CMMI, ITIL, PCMM e Six Sigma, envolvendo também CobiT, COPC, eSCM, IPMA dentre outros.

02 Modelo altamente proprietário Modelo não proprietário 03 Modelo em base de dados, porém em

software pago. Modelo em base de dados em open source.

04 Modelo não contempla relacionamentos com o tipo de oferta do provedor e nem com a necessidade do mercado.

Contempla relacionamentos com o tipo de oferta do provedor e com as necessidades do mercado.

06 O GSD não possui métodos para auxílio de atividades operacionais da oferta e operação de serviços de TI.

Contempla uma série de métodos para auxílio dos provedores na gestão dos serviços de TI.

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Quadro 7 – Comparação MOPP x IF x ITGI

# IF – Integrated Framework da Infosys

Modelo MOPP

01 O modelo está dividido em camadas, iniciando-se pelo Seis Sigma no topo como diretriz principal. O ITIL e o CMMI estão na camada central, onde o primeiro determina as diretrizes para gerenciamento de serviços de TI e o segundo determina o modelo de maturidade de processos de software. Na base o modelo utiliza o CobiT como padrão para Governança de TI, Controles e Compliance.

Abrange um ciclo de vida e não camadas. A quantidade de frameworks envolvidos não se restringe ao ITIL, CMMI, Seis Sigma e Cobit.

02 O IF entra no detalhe de como utilizar os frameworks, porém apenas para aplicações específicas como a SOX, não abrangendo um ciclo de vida. .

O MOPP também entra no detalhe, porém dentro de um ciclo de vida de outsourcing e em áreas de conhecimento como governança, projetos, inovação e qualidade.

03 Modelo altamente proprietário Modelo não proprietário 04 Modelo em base de dados, porém em

software pago. Modelo em base de dados em open source.

05 Modelo não contempla relacionamentos com o tipo de oferta do provedor e nem com a necessidade do mercado.

Contempla relacionamentos com o tipo de oferta do provedor e com a necessidade do mercado.

06 O GSD não possui métodos para auxílio de atividades operacionais da oferta e operação de serviços de TI.

Contempla uma série de métodos para auxílio dos provedores na gestão dos serviços de TI.

# O Modelo de Integração de Práticas do ITGI – IT Governance Institute

Modelo MOPP

01 Está estruturado em uma hierarquia, onde o nível maior são os drivers de negócios. O CobiT é utilizado na camada de Governança de TI determinando o que deverá ser realizado pela área de TI. Na camada de melhores práticas são utilizados os padrões da ISO 27002, ISO 9001 e ISO 20000. Na camada de execução das atividades, utiliza-se os princípios de segurança, procedimentos de QA (Quality Assurance) e o ITIL.

Além de estar organizado em hierarquia, o modelo também abrange um ciclo de vida de outsourcing. Envolve uma quantidade bem maior de frameworks.

02 Concentra-se no que deve ser feito (descrição dos processos), indicando os frameworks mais adequados.

Além da descrição (o que fazer), também atua na prescrição (como fazer).

03 Objetivo maior em Governança de TI, a combinação de práticas inicia-se com o BSC e o COSO para alinhamento das práticas de TI com o desempenho do negócio e as conformidades regulatórias da empresa.

O objetivo maior é apoiar o processo de oferta e operação de serviços de TI, por meio de um modelo prescritivo de ciclo de vida, métodos e matrizes de relacionamento.

04 O modelo não está em base de dados e também não determina relacionamento com a oferta e necessidade dos clientes.

Está em base de dados open source e relaciona os frameworks com a oferta do provedor e as necessidades dos seus clientes.

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Quadro 8 – Comparação MOPP x PMS x SAAD x COBIITIL # Gartner PMS – Process Model

Selection Framework Modelo MOPP

01 Modelo de combinação de práticas por meio de quadrantes. Os frameworks como o ITIL, CMMI e CobiT são classificados nos níveis específicos, genéricos e holísticos em termos de relevância para a TI e na outra dimensão em baixo, moderado e alto em termos de nível de abstração.

O objetivo é vincular cada frameworks a ciclo de vida, oferta do provedor e necessidades dos clientes, não destacando em linhas gerais qual frameworks é mais específico ou mais abstrato de forma isolada. O modelo tem uma proposta diferente do PMS, sendo totalmente complementar.

02 Altamente proprietário Não proprietário 03 Modelo descritivo, não contemplando

métodos e relacionamentos com a oferta e necessidades dos clientes.

É prescritivo, contempla métodos e matrizes de relacionamentos.

04 Não contempla base de dados. Contempla base de dados open source para consulta e atualização.

# Modelo SAAD de Outsourcing de TI Modelo MOPP 01 O modelo compreende seis fases do

ciclo de vida de outsourcing, sendo elas: Tomada de decisão, RFI/RFP, negociação, transição, gestão da contratação e finalização.

Também contempla ciclo de vida, porém sob a visão do provedor de TI. Abrange algumas fases do modelo SAAD.

02 Modelo descritivo, não contemplando métodos e relacionamentos com a oferta e necessidades dos clientes

É prescritivo, contempla métodos e matrizes de relacionamentos.

03 Não está em base de dados Contempla base de dados open source para consulta e atualização.

04 Não é proprietário Não é proprietário # Modelo GSS-COBITIL Modelo MOPP

01 O modelo refere-se a suporte de serviços de TI e relacionamento entre ITIL, ISO 20000 e CobiT. Baseia-se fortemente na estrutura do CobiT para criação do meta-modelo COBITIL. São três os elementos do modelo: a) Método de criação de modelo de gerenciamento de serviços de TI; b) Modelo GSS – COBITIL; c) Método de Especialização do GSS- CobiTIL. O Autor sugere para trabalhos futuros relacionamentos com outros frameworks como PMI x ITIL.

O relacionamento entre os frameworks é realizado dentro do ciclo de vida de outsourcing e não diretamente entre os frameworks. A pesquisa não se restringiu a tapenas três frameworks, devido à sua abrangência ser bem maior do que apenas Suporte a Serviços de TI. O MOPP considera o método de especialização por tipo de necessidade do mercado. Não contempla um meta-modelo para criação de outros métodos. O objetivo é flexibilizar a vinculação e a prescrição de métodos, frameworks de prescrições dentro de um ciclo de vida de outsourcing de TI na visão do provedor de TI.

02 Modelo descritivo, não contemplando métodos e relacionamentos com a oferta e necessidades dos clientes

É prescritivo, contempla métodos e matrizes de relacionamentos.

03 Não está em base de dados Contempla base de dados open source para consulta e atualização.

04 Não é proprietário Não é proprietário 05 O meta-modelo do COBITIL é

altamente dependente das versões dos frameworks do mercado

Não é dependente das versões de mercado.

06 Trata-se de um modelo baseado na estrutura do CobiT, combinado com o ITIL e ISO 20000.

Estrutura principal baseada no ciclo de vida clássico de outsourcing, porém com um detalhamento, prescrições, métodos e matrizes originais.

07 Tese de Doutorado em Engenharia Elétrica na Escola Polítécnica da USP.

Tese de Doutorado em Engenharia de Produção no PPGEP – FEAU – UNIMEP.

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Quadro 9 – Comparação MOPP x INNO-IT # Modelo INNO-IT

Modelo MOPP

01 Modelo que objetiva a inovação em serviços de TI

Abrange um ciclo de vida, abrangendo além de inovação, todos os processos necessários para a oferta e operação de serviços de TI

02 Utiliza o Cobit como base para montagem do modelo.

Utiliza os frameworks mais conhecidos do mercado para montagem do modelo.

03 Modelo descritivo, não contemplando métodos e relacionamentos com a oferta e necessidades dos clientes

É prescritivo, contempla métodos e matrizes de relacionamentos.

04 Não está em base de dados Contempla base de dados open source para consulta e atualização.

05 Não é proprietário Não é proprietário 06 Tese de Doutorado em Gestão de

Sistemas de Informações da Universidade de Praga

Tese de Doutorado em Engenharia de Produção no PPGEP – FEAU – UNIMEP

O quadro 5 compara o MOPP com o e-SCM/SP que é um modelo integrado de

outsourcing da Universidade Carnegie-Mellon.. O Quadro 6 faz a comparação com o

ISF da ISD/PUC-RS e com o GSD da Tata Consultancy Services. Já no quadro 7,

pode ser visto a comparação com o framework IF da Infosys. O quadro 8 compara o

MOPP com o PMS do Gartner, Modelo Saad e o CobiTIL, este último desenvolvido

na Universidade de São Paulo. Para finalizar, o quadro 9 mostra a visão MOPP x

Inno-IT, modelo desenvolvido na Universidade de Praga.

Avaliando o MOPP em relação aos demais modelos, as principais vantagens são:

− Não proprietário;

− Prescritivo;

− Ciclo de vida de outsourcing;

− Base de dados para armazenar os dados do modelo;

− Escalável, podendo ser melhorado;

− Não proprietário.

O principal avanço em relação aos modelos atuais é o fato de ser uma pesquisa

científica que contempla uma modelagem das situações reais do mercado de oferta

e operação de outsourcing de TI. Pode ser utilizado na iniciativa privada, com poucas

adaptações e sem custo de licenciamento.

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O MOPP foi inspirado em modelos utilizados pelas empresas nas décadas de 1980,

1990 e na década de 2000, conforme Quadro 10. O objetivo é situar o modelo no

tempo, bem como sua contribuição em relação a outras iniciativas.

Quadro 10 – Comparação MOPP x Modelos de Combinação de Práticas

Ano Fato Relevante em Combinação de Práticas Responsável 1985

Processos de Software

Criação de Modelo de Maturidade de Processos de Software - CMM

CMU / SEI

1989 Serviços de TI

Criação de Modelo de Gerenciamento de Serviços de TI - ITIL

OGC

1993 Processos de

Software

Criação de um padrão de melhores práticas para maturidade de processos de software – ISO 15504

ISO

1996 Auditoria TI

Lançamento da versão inicial do CobiT dirigido a auditoria de sistemas.

ISACA

2000 Processos de

Software

Lançamento do CMMI, substituindo o CMM CMU / SEI

2000 Serviços de TI

Atualização do Modelo de Gerenciamento de Serviços de TI - ITIL v2

OGC

2002 Norma Serviços

de TI

Lançamento da norma BS 15000 para Gerenciamento de Serviços de TI

BSI

2004 Gerenciamento de

Projetos

Lançamento da versão 3 do PMBok., Guia de Referência de Melhores Práticas de Gerenciamento de Projetos do PMI

PMI

2004 Gerenciamento de

Outsourcing.

Criação de modelo de gerenciamento de outsourcing, específicos de provedores de serviços de TI e também em clientes. eSCM/SP e eSCM/CL.

CMU / ITSQB

2005 Governança de TI

Lançamento da versão 4.1 do CobiT e manuais suplementares com visão completa de Governança de TI.

ISACA / ITGI

2005 Serviços de TI

Criação da norma ISO 20000, substituindo a norma BS 15000.

ISO

2006 Segurança da

Informação

Criação da norma ISO 27001 e ISO 27002 substituindo a as normas BS 7799-1 e ISO 17799.

ISO

2007 Ciclo de Vida de

Serviços

Lançamento do ITIL v3, substituindo o ITIL v2. O objetivo passou a ser de ciclo de vida de serviços de TI.

OGC

2007 Combinação de

Frameworks

Desenvolvimento do modelo GSS-COBITIL como framework de tese de doutorado – Engenharia Elétrica – Sistemas Digitais - USP

Sergio Clemente

2006 /2008 Combinação de

Frameworks

Desenvolvimento de modelos por universidades, empresas e entidades do mercado , combinando práticas. ISF, IF, GSD, ITGI, COBITIL, INNOIT e outros.

Infosys, TCS, ISACA,

USP, UPraga CONTRIBUIÇÃO DESTE TRABALHO

2009 Modelo prescritivo

específicos em Combinação de

Práticas de Frameworks,

matrizes e base de dados.

Desenvolvimento do modelo MOPP direcionado não apenas em combinação de frameworks como solução, mas também relacionando estes frameworks, suas práticas dentro de um ciclo de vida de outsourcing, métodos, matrizes de relacionamento para oferta e operação, aplicação e base de dados para consulta e atualização.

Gilmar Santos FEAU-PPGEP

UNIMEP

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A figura 21 apresenta uma evolução de frameworks e modelos integrados, iniciando-

se na década de 80 com o CMM.

Figura 21 – Evolução dos Frameworks e Modelos Integrados

O ITIL surgiu em 1989/1990 como um conjunto de melhores práticas em serviços de

TI. Na sequência, em 1995, o CobiT foi desenvolvido inicialmente para ser um guia

de auditoria, tornando-se depois um framework completo de Governança e Auditoria

de TI. No ano 2000 foi lançado uma evolução do modelo CMM, denominado CMMI.

Além de integrar os diversos modelos anteriores, outra mudança do CMMI em

relação ao CMM foi a possibilidade de utilização de duas diferentes abordagens para

a melhoria de processos: contínua e por estágio. Em 2004, foi lançada o e-SCM

contendo as melhores práticas em gestão de outsourcing. Na sequência, a ISO

20000 foi lançada em 2005, com foco na certificação das empresas em qualidade de

serviços de TI

A partir de 2007 começaram a surgir os modelos integrados, de forma mais

consistente e baseados em melhores práticas do mercado. Neste contexto, foram

aperfeiçoados os modelos ISF da ISD e o GSD da TCS, além de surgirem trabalhos

acadêmicos concentrados nessa área. Dentro desse histórico, o modelo MOPP

começou a ser desenvolvido, visando uma contribuição nesse campo de pesquisa,

sendo concluído em 2010.

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O desenho do modelo foi implementado em uma aplicação web, desenvolvida sob

software livre utilizando plataforma Java 6 com banco de dados PostgreSQL. No

Apêndice A são apresentadas as funcionalidades e um roteiro de instalação da

aplicação bem como os critérios da seleção de software livre (open source). Como

referência de documentação do MOPP, utilizou-se o padrão Process Handbook do

MIT (http://process.mit.edu), conforme o MIT (2009).

Figura 22 – Fluxo Macro do Modelo MOPP

Com base nos requisitos do cliente, o modelo contempla as etapas da gestão da

contratação, gestão de projetos de implantação (transição), gestão da operação,

projetos de demandas eventuais, governança de TI, qualidade, conhecimento &

inovação e segurança da informação, conforme mostrado na figura 22.

3.1. Gestão de Contratação

O macro-processo Gestão de Contratação envolve inteligência de mercado,

qualificação de propostas, elaboração, apresentação de propostas técnicas,

propostas comerciais e contratação, conforme figura 23. É importante observar

cada processo da Gestão de Contratação e nas questões: o que isto significa em

termos de atividade, o que é realizado em cada uma das fases e também o que é

necessário para passar à fase seguinte. O ciclo de vida de venda de serviços e

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produtos de software apresenta diferenças, inclusive em termos de faturamento. A

obtenção de receitas com produto é realizada geralmente na entrega e aceite pelo

cliente. Uma análise de mercado é importante para a definição da melhor estratégia

para a oferta de serviços e produtos, quais sejam: a) Preço baixo; b) Diferenciação;

c) Foco. Em uma estratégia de preço baixo, o provedor decide posicionar-se no

mercado oferecendo produtos e serviços competitivos. Em uma estratégia de

diferenciação, o provedor oferece produtos e serviços de qualidade superior. Na

estratégia de foco, o provedor escolhe um segmento de mercado específico e se

concentra nele. Uma empresa que desenvolve soluções utilizando conceitos de

cloud computing (computação nas nuvens) ou software para smartphones é um

exemplo desta estratégia.

Figura 23 – Ciclo de Vida da Contratação

Os processos envolvidos nesta fase são direcionados para o estudo do mercado,

propostas e contratos, conforme abaixo:

− Inteligência do Mercado;

− Prospecção;

− Qualificação;

− Proposta Técnica;

− Precificação e Proposta Comercial;

− Negociação e Contratos.

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3.1.1. Inteligência de mercado

Nesta parte do modelo o provedor atua dentro do conceito de inteligência

competitiva, iniciando-se pela análise de concorrência no mercado de TI. Assim que

os concorrentes são identificados, o provedor deve descobrir suas características,

especificamente suas estratégias, seus objetivos, suas forças e fraquezas e seus

padrões de reação. Utilizar-se dos conceitos de estratégia competitiva apresentados

no referencial teórico, particularmente os princípios da análise externa e também das

forças competitivas de Porter, é fundamental nesta etapa do processo. Outro

aspecto importante do referencial teórico utilizado nesta parte do modelo é a análise

do mercado.

A avaliação do Magic Quadrant do Gartner (guia mundial para comparação de

produtos, serviços e empresas líderes do mercado de tecnologia da informação)

auxilia na análise dos principais players (competidores) de TI no mercado mundial.

Uma análise das empresas que possuem certificações como também dos modelos

de outsourcing utilizados serve como base para estabelecimento de estratégia de

oferta de serviços e produtos de TI. O provedor deve inicialmente estabelecer os

principais tipos e fontes das informações competitivas. Coletar os dados, avaliá-los,

analisá-los e disseminar as informações dentro da organização. Os principais

clientes internos desta informação são as áreas comerciais e também as equipes de

pré-vendas, envolvidas na elaboração de propostas técnicas e comerciais.

O modelo MOPP recomenda que exista um catálogo de serviços direcionado a

vendas do provedor de TI. Significa um conhecimento por toda a empresa do

portfolio de serviços, com suas respectivas características. O modelo considera que

esta informação vai além do conceito de offerings (documentação da oferta de

serviços). Todos os catálogos de serviços utilizados na operação devem ser

herdados deste catálogo de vendas.

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81

O processo de inteligência de mercado utiliza-se de componentes de práticas e

templates, conforme o quadro 11.

Quadro 11 – Processo de Inteligência do Mercado

# Framework/Processo/Template Aplicação no Modelo MOPP

01 e-SCM - Cnt08 – Informações de

Mercado

Estabelecer procedimentos para coletar e disseminar

internamente as informações do mercado para o

provedor de TI.

02 ITIL V3 SE – Desenvolvimento da

Oferta de Serviços

Estabelecer os requisitos para o desenvolvimento da

oferta do provedor, incluindo mercado, portfolio dos

serviços e resultados esperados.

03 Template - Formulário Inteligência

Mercado

Uso interno do provedor para armazenamento das

informações do mercado.

3.1.2. Prospecção de Mercado

O objetivo deste processo é a busca de novos clientes e oportunidade de negócios.

Funciona por meio de editais publicados, sondagens junto a empresas clientes e não

clientes como também expectativa de novos negócios. O processo de prospecção

de mercado utiliza-se de componentes de práticas e templates, conforme quadro 12.

Quadro 12 – Prospecção do Mercado

# Framework/Processo/Template Aplicação no Modelo

01 e-SCM - Cnt08 – Informações de Mercado Este processo pode ser utilizado para

estabelecer procedimentos de informações do

mercado.

02 Template - Formulário Inteligência Mercado Utilizado para uso interno do provedor com base

na prática eSCM para captura de informações.

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3.1.3. Qualificação da Oportunidade

A qualificação no modelo envolve uma análise pelo provedor de TI de que a

oportunidade de negócio pode ser viável a partir das suas competências. Isto

significa combinar suas capacidades para fornecer algum serviço ou produto.

Conforme Prahalad e Hamel (1990), os recursos podem não propiciar vantagem

competitiva. Podem ser a fonte de uma vantagem competitiva quando são

integrados em uma capacitação. Se a oportunidade aplicar-se a uma competência

como suporte a infraestrutura de TI, por exemplo, e o provedor possuir esta

competência e avaliar que o mercado em termos de concorrência é viável, a

oportunidade é internalizada.

O processo de qualificação da oportunidade utiliza-se de componentes de práticas e

templates, conforme quadro 13. No modelo MOPP um fator crítico de sucesso para

as fases de propostas técnicas e comerciais é a definição de níveis de serviços

(SLA) de pré-venda entre todos os participantes das atividades. Este acordo deve

ser assinado na fase de qualificação, garantindo que as informações consigam

trafegar com consistência, agilidade e com qualidade dentro do provedor, para a

elaboração de uma proposta competitiva.

Quadro 13 – Qualificação da Oportunidade

# Processo/Template Aplicação no Modelo MOPP

01 e-SCM - Cnt08 – Informações de

Mercado

Este processo pode ser utilizado para estabelecer

procedimentos da qualificação com relações às

informações de mercado.

02 e-SCM - Cnt03 – Confirmações das

condições atuais

Confirmar as premissas necessárias para avaliação

da oportunidade.

03 e-SCM - Cnt06 – Obter informações

adicionais

Documentar os requisitos do cliente para de forma

exata para apurar análise de oportunidades.

04 Template - Formulário Qualificação

Oportunidade

Utilizado para qualificação e internalização da

oportunidade.

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83

3.1.4. Proposta Técnica

Tem a função de preparação de proposta técnica e comercial de forma a atender as

necessidades do cliente. A proposta deve contemplar as respostas à RFP exigidas

pelo cliente, como também anexar as certificações e atestados técnicos necessários

para pontuação, conforme mostrado no quadro 14.

Quadro 14 – Exemplo de Relação de Certificações Exigidas em Propostas

CMMI ISO 20000 ISO 27001 SAS 70

ISO 9001 ISO 14001 eSCM COBIT V4.1

ITIL V3 CISA CISM / CISSP CSQE / CSTE

PMP / IPMA CQPA / CQIA CSSGB / CSSBB JAVA / .NET

CISCO MCSE / MCP AIX / HP UX OMG UML

Normalmente, a proposta técnica envolve a utilização de padrões definidos pelo

cliente. Na ausência destas determinações, podem ser utilizados padrões do modelo

MOPP. Os processos e templates estão descritos no quadro 15.

Quadro 15 – Proposta Técnica

# Processo/Template Aplicação no Modelo

01 e-SCM - nt06 – Obter informações

adicionais

Documentar os requisitos do cliente para de

forma exata apurar análise de oportunidades.

02 PMI/PMBoK - Gerenciamento de Aquisição Determinação do tipo de oferta (unitário,

global ou administração).

03 Template - Modelo de Resposta a RFI

(Request for Information)

Preenchimento de resposta às solicitações de

informações do cliente.

04 Template - Modelo de Resposta à RFP

(Request for Proposal)

Modelo para preenchimento de proposta

técnica

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3.1.5. Proposta Comercial e Precificação

Na proposta comercial deve ser considerado o dimensionamento de todos os

recursos. Estes itens são precificados e incluídos na proposta comercial. A

precificação deverá ser realizada com base em preço fixo, preço unitário ou preço

por administração. Devem ser considerados os impostos e todas as situações

prevendo projetos especiais ocasionados por demandas eventuais ou movimentação

de baseline durante a operação. A forma de pagamento e demais condições

comerciais também são atividades deste processo. Um exemplo de negociação é a

entrega dos serviços com pagamento antecipado.

Os processos e templates para este processo são mostrados no quadro 16.

Quadro 16 – Precificação e Proposta Comercial

# Processo/Template Aplicação no Modelo MOPP

01 e-SCM - Cnt02 – Precificação Criar um padrão de precificação para a

proposta comercial.

02 e-SCM - Cnt08 – Responder aos Requisitos

do Cliente

Responder aos requisitos do cliente

03 e-SCM - Cnt07 – Revisar os requisitos do

cliente

Realizar uma avaliação (QA) da proposta.

04 CobiT PO05 - Gerenciamento de

Investimentos em TI

Alocar orçamento e recursos financeiros para

os investimentos na proposta.

05 Templates - Proposta Comercial Preenchimento da Proposta Comercial.

06 Templates - Modelo de Precificação Modelo de precificação para as propostas.

Como complementação dos processos e templates prescritos para a proposta

comercial, é apresentado a seguir um método quantitativo para bonificações e

penalidades em oferta de serviços de TI.

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Método de Bonificações (gainsharing) e Penalidades (penalty)

No modelo MOPP, devem ser estabelecidos na proposta comercial os requisitos

para gainsharing (compartilhamento de ganhos) e penalidades. O objetivo principal é

minimizar o problema de multas e bonificações de forma total sobre o valor do

faturamento. Um exemplo disto é uma SLA atingida de 94,9% contra uma meta de

95,0%. No modelo MOPP, a multa aplicada não seria por um percentual fixo e sim

de forma proporcional, conforme critérios determinados. É comum os clientes

exigirem redução de preços durante a vigência contratual. Neste caso, os aspectos

gerais desta redução estão previstos em contrato. A multa ou bonificação deve ser

aplicada sobre a fatura mensal do serviço. Um modelo para precificação de

gainsharing e penalidades é mostrado na tabela 3.

Tabela 3 – Método para gainsharing

Indicadores Valores Contratados

Acima do Contratado Muito Acima do Contratado

Severidades/Indicador META Percentual Pontos Percentual Pontos

1 Atend. Incidentes no prazo – prioridade alta

95% 96%-98% +3 99%-100% +4

2 Atend. Incidentes no prazo– média

92% 93%-98% +2 99%-100% +4

3 Atend. Incidentes no prazo - baixa

90% 91%-98% +1 99%-100% +4

4 Solicitação Serviços no prazo

95% 96%-98% +2 99%-100% +4

5 Disponibilidade 99% 99,1%-99,5%

+3 99,5%-99,9% +5

6 Satisfação Usuário 95% 96%-98% +4 99%-100% +7

7 Taxa de Abandono 10% 9%-4% +4 3%-1% +5

8 Suporte 1º. Nível 60% 61%-80% +2 81%-95% +7

9 Entrega Projetos no Prazo

90% 91%-95% +2 96%-100% +5

10

Mudanças Executadas com Sucesso

95% 96%-98% +2 99%-100% +5

TOTAL POSSÍVEL + 25 + 50

O somatório da pontuação é transcrito para a tabela 4. De acordo o total apurado

uma bonificação é adicionada ao contrato. Vale ressaltar que neste modelo podem

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ser incluídos outros indicadores como, por exemplo, quantidade de incidentes.

Quanto menor o volume, maior a pontuação e maior será o gainsharing.

Outro aspecto importante é que o mesmo modelo pode ser aplicado para situação

de penalidades, invertendo-se os percentuais referentes a cada indicador e

estabelecendo pontuação conforme descrito na tabela 4.

Tabela 4 – Faturamento e Gainsharing

PT % FATURA

PT % FATURA

PT % FATURA

PT % FATURA

PT % FATURA

1 0,2 11 1,4 21 2,4 31 3,4 41 4,4

2 0,4 12 1,5 22 2,5 32 3,5 42 4,5

3 0,5 13 1,6 23 2,6 33 3,6 43 4,6

4 0,6 14 1,7 24 2,7 34 3,7 44 4,7

5 0,7 15 1,8 25 2,8 35 3,8 45 4,8

6 0,8 16 1,9 26 2,9 36 3,9 46 4,9

7 0,9 17 2,0 27 3,0 37 4,0 47 5,0

8 1,0 18 2,1 28 3,1 38 4,1 48 5,1

9 1,2 19 2,2 29 3,2 39 4,2 49 5,2

10 1,3 20 2,3 30 3,3 40 4,3 50 5,3

A proposta financeira, após finalizada, deve passar por uma análise de garantia de

qualidade e também por uma análise jurídica quando necessário, em conjunto com a

proposta técnica. Alguns elementos da análise envolvem valores do investimento,

fluxo de caixa, rentabilidade e termos financeiros como bonificações, penalidades e

condições de pagamento.

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No modelo MOPP as cláusulas de penalidades são equivalentes ao do gainsharing,

mas de forma invertida, conforme tabela 5.

Tabela 5 – Proposta para penalidades

Indicadores Valores Contratados

Acima do Contratado Muito Acima do Contratado

Severidades/Indicador META Percentual Pontos Percentual Pontos

1 Atend. Incidentes no prazo – prioridade alta

95% 90%-94% -3 80%-90% -4

2 Atend. Incidentes no prazo – prior. média

92% 86%-91% -2 80%-85% -4

3 Atend. Incidentes no prazo – prior. baixa

90% 81%-90% -1 70%-80% -4

4 Solicitação Serviços no prazo

95% 92%-94% -2 90%-92% -4

5 Disponibilidade 99% 98,4%-98,9% -3 98,0%-98,3% -5

6 Satisfação Usuário 95% 92%-94% -4 90%-91% -7

7 Taxa de Abandono 10% 11%-15% -4 16%-18% -5º

8 Suporte 1º. Nível 60% 51%-59% -2 40%-50% -7

9 Entrega Projetos no Prazo

90% 85%-89% -2 80%-84% -5

10

Mudanças Executadas com Sucesso

95% 92%-94% -2 90%-91% -5

TOTAL POSSÍVEL - 25 - 50

Da mesma forma do gainsharing, as penalidades utilizam o somatório da pontuação

para determinar o percentual a ser aplicado sobre a fatura, conforme mostrado na

tabela 6.

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Tabela 6 – Faturamento e Penalidades

PT % FATURA

PT % FATURA

PT % FATURA

PT % FATURA

PT % FATURA

1 0,2 11 1,4 21 2,4 31 3,4 41 4,4

2 0,4 12 1,5 22 2,5 32 3,5 42 4,5

3 0,5 13 1,6 23 2,6 33 3,6 43 4,6

4 0,6 14 1,7 24 2,7 34 3,7 44 4,7

5 0,7 15 1,8 25 2,8 35 3,8 45 4,8

6 0,8 16 1,9 26 2,9 36 3,9 46 4,9

7 0,9 17 2,0 27 3,0 37 4,0 47 5,0

8 1,0 18 2,1 28 3,1 38 4,1 48 5,1

9 1,2 19 2,2 29 3,2 39 4,2 49 5,2

10 1,3 20 2,3 30 3,3 40 4,3 50 5,3

O modelo MOPP prevê que a bonificação ou penalidade pelos níveis de serviços

abaixo ou acima da meta não deve considerar um único mês, mas sim uma média

dos últimos três meses anteriores à data do cálculo. A figura 24 mostra um exemplo

deste cálculo.

Figura 24 – Média Dinâmica – SLA Contratual

A média é dinâmica, contando sempre os três últimos meses. No exemplo exposto

na figura 24, a média de outubro, novembro e dezembro contou + 03 pontos no

primeiro quadro e – 03 pontos no segundo, resultados bem mais adequados do que

considerar cada mês de forma individual, pois considera se os resultados estão

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89

sendo persistentes ao longo do tempo. O método pode ser também na situação do

SLA ter sido referente ao mesmo indicador (reincidência).

3.1.6. Negociação e Contrato

Essa é uma das fases principais do MOPP. Os contratos de outsourcing requerem

um processo de negociação, conforme visto em Kujala et al. (2008). O objetivo é

integrar todas as fases dentro de uma solução total. Existem duas perspectivas: a do

fornecedor e a do cliente. Existe uma troca constante de informações entre os dois,

desde a fase de preparação da proposta até o projeto de transição. Os projetos

deste tipo iniciam com a decisão de investimento do cliente e a busca de

oportunidades pelos provedores. A fase seguinte é de preparação, onde o cliente

prepara uma RFP e o fornecedor toma a decisão de participar da concorrência. Na

terceira etapa, o fornecedor envia a proposta para o cliente que seleciona quem irá

prestar o serviço. O Contrato é assinado na sequência e logo depois é

implementado por meio de um projeto de transição, onde são definidos os modelos

de operação, governança e níveis de serviços do contrato.

Uma questão fundamental no relacionamento entre provedores de TI e clientes é a

percepção clara que os valores mudam ao longo do contrato. Em um primeiro

momento existe uma preocupação em redução de custos, porém mudanças ocorrem

e o provedor de TI deve estar preparado para entregar outros diferenciais como

qualidade e inovação. O cliente está preocupado inicialmente em uma TI mais

eficiente do ponto de vista financeiro, motivo pelo qual ele busca uma terceirização,

tentando no mínimo manter a qualidade atual. Após ganhar a concorrência o

provedor inicia a implantação do contrato, colocando em prática o que foi acordado.

Conforme Kujala et al. (2008), do ponto de vista estratégico, o processo de

outsourcing é iniciado antes mesmo da colocação e resposta a uma RFP (Request

for Proposals).

Conforme figura 25, em um relacionamento longo, o outsourcing de TI inicia-se com

uma percepção da alta direção do cliente de que a TI representa uma função non-

core ou não principal do negócio (WEEKS et al., 2008). Na realidade é enxergada

como uma commodity, onde os custos precisam ser reduzidos por meio de

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90

contratação de um provedor de TI externo. Os contratos geralmente são ganhos

neste aspecto (custo), ou seja, quando o cliente tem a evidência que poderá reduzir

os custos de TI do serviço em uns 20%, por exemplo. Existem riscos para futuras

iniciativas de qualidade e inovações nesta fase inicial. Pode ocorrer redução de

motivação para inovar por parte das unidades de negócios, já que todo contato com

o provedor de TI passa a ser do CIO (Chief Information Officer ou Diretor de

Informática) e da sua área de TI. O provedor de TI, por sua vez, fica com o desafio

de manter o contrato rentável apesar das pressões do cliente em redução de custos.

Convive-se, em alguns casos, com infra-estrutura do cliente muito desatualizada e

equipe do contrato altamente enxuta, o que eleva ainda mais a pressão. O

relacionamento é dominado neste ponto por constantes negociações em torno de

escopo e custo acordado, não sobrando tempo para mais nada, além de manter o

operacional rodando.

Figura 25 – Valores no Relacionamento de Outsourcing

Fonte: adaptado de Weeks et al. (2008, p. 133)

Em uma segunda fase, ocorre uma insatisfação compartilhada entre provedor e

cliente com a fase anterior. Neste aspecto, os objetivos de aumento de qualidade

são requisitados para que a TI possa estar mais orientada ao negócio. O cliente está

disposto a rever as capacidades de TI como também negociar quais são os recursos

ideais para prestação dos serviços. O provedor avalia quais as melhores plataformas

de práticas, processos, hardware e software para aumento da qualidade e quem

poderá financiá-los. Temas como best practices e benchmarking são citados com

frequência. Um exemplo disto é a implantação da ISO 20000 ou de uma ISO 9001

em um contrato de um provedor de TI de porte mundial.

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91

Em uma terceira e última fase existe uma clara preocupação em adicionar valor ao

negócio do cliente por meio de inovações. No mercado, existem exemplos como

automação de processos de negócios, introdução de um método de medição/reporte

de TI baseado em metas do negócio (ex. Lean Six Sigma ou Balanced Scorecard),

uma solução efetiva de resolução de problemas, portal de conhecimento para

colaboração, busca de soluções por toda a empresa, uma base de dados de

configurações (CMDB), integrada de forma automatizada com demais bases de

dados de negócios e de sistemas. Tudo isto alinhado com o negócio do cliente.

A sequência apresentada (custo, qualidade e inovação) deve ser bem gerenciada

nesta etapa de negociação e contrato do modelo. Não adianta tentar implantar no

inicio do contrato um serviço inovador, quando isto representará aumento de custo

não suportado pelo contrato e difícil de negociar (principalmente em época de crise

financeira). Também não se deve insistir apenas na redução de custos e na

implantação de uma simples documentação dos processos sem pensar em

qualidade e inovação. No longo prazo (acima de dois anos), isto não se sustenta,

podendo levar à perda do contrato em clientes mais exigentes. Existe um desafio e

pressão para os provedores de TI reduzirem custos e ao mesmo tempo aumentar

valor dos contratos por meio da qualidade e inovação, tudo isto em um tempo cada

vez mais curto. Eliminar este trade-off será um desafio constante. O modelo MOPP

pressupõe que a contratação de um provedor não deve levar em consideração,

exclusivamente, o critério de menor preço. Além disso, a remuneração futura não

pode variar em função da redução de preço que o cliente conseguiu com o provedor

que já ofereceu o menor valor. Pelo modelo, os provedores devem empregar sempre

profissionais qualificados e competentes para a oferta de produtos e serviços

consistentes, que permitam manter os níveis de serviços acima do contratado.

A etapa de negociação e contratos envolve aspectos como a negociação para inicio

do plano de transição e condições de assinatura do contrato. Também sugere

processos de due diligence em que o provedor examina previamente os riscos e

condições associadas a uma negociação antes que o formato final do negócio seja

estabelecido. O provedor deve levantar informações de forma a avaliar o nível de

risco e as informações disponíveis com relação à operação dos serviços. Considera

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questões como estrutura das funções a serem terceirizadas, Recursos Humanos,

recursos de TI, serviços e suprimentos. Após o due diligence o provedor e o cliente

devem classificar o que foi encontrado nos seguintes aspectos:

− Itens acordados previamente que foram confirmados na due diligence;

− Itens acordados previamente que foram considerados incorretos, podendo reabrir

um processo de negociação;

− Itens novos identificados como relevantes;

− Itens cuja evolução ao longo da operação é desconhecida e que poderá impactar

no desempenho do provedor;

Alguns tipos de contratos restringem-se a cláusulas jurídicas, remetendo as

condições de operação, governança e comerciais para a proposta técnica e

comercial. Outros tipos de contratos exigem negociação para a elaboração do seu

conteúdo, a exemplo do escopo do serviço, níveis de serviço, SLA,

responsabilidades, penalidades, gainsharing, prazo, composição da equipe, espaço

físico, equipamentos, propriedade intelectual, condições de rescisão. Um aspecto

importante que deve ser considerado na assinatura do contrato são as condições

para a execução do plano de transição. Recomenda-se no modelo MOPP que a

assinatura do contrato seja realizada após a execução do plano de transição.

Ao longo da vida útil do contrato é importante uma renegociação para mantê-lo

atualizado, diante das mudanças de cenário na operação dos serviços. Visa proteger

o provedor de eventos como demandas eventuais em excesso, oscilação fora do

normal da demanda dos serviços, novos serviços, aumento da quantidade de

usuários previstos no baseline inicial e outros aspectos importantes para proteger o

relacionamento do outsourcing.

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Os processos e templates para este processo estão descritos no quadro 17.

Quadro 17 – Negociação e Contratos.

# Processo/Template Aplicação no Modelo MOPP

01 e-SCM - Cnt09 – Regras Contratuais Criar um padrão de precificação para a

proposta comercial.

02 e-SCM - Cnt10 – Criação do Contrato Responder aos requisitos do cliente

03 e-SCM - Cnt11 – Assinatura do Contrato Realizar uma avaliação (QA) da

proposta.

04 ISO 20000 - Gerenciamento de Níveis de Serviços Determinar as condições dos níveis de

serviços para o contrato

05 ITIL V3 - Gerenciamento de Níveis de Serviços Determinar as condições dos níveis de

serviços para o contrato

06 IPMA - Aquisições e Contratos Define requisitos para a negociação e

elaboração de contratos.

07 Template - Modelo de Contrato Modelo de contrato de outsourcing

08 Template - Modelo de Due Diligence Modelo para realização de due

diligence

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3.2. Gestão do Projeto de Implantação dos Serviços

O macro-processo Gestão de Projeto de Implantação envolve a transição da

operação do contrato para o provedor que ganhou a proposta. Refere-se também a

abordagem a ser utilizada pelo provedor para a migração das atividades do escopo

de serviços relacionados com a RFP. Envolve aspectos como:

− Transição da gestão que consiste na transferência das responsabilidades da

gestão da operação dos serviços contratados do cliente ou do provedor atual

para o novo provedor;

− Execução de projeto de transição para determinação do modelo de operação e

de governança do contrato, conforme estabelecido no processo de negociação e

contrato.

Nesta etapa do ciclo de vida, o modelo MOPP segue algumas fases a exemplo de

Plano de Mobilização, Preparação, Tomada do Controle e Estabilização para o

Plano de Transição, conforme figura 26. Pode envolver também a alocação de

especialistas nos diversos assuntos da RFP para a implantação dos serviços (ex.

Recrutamento, Treinamento, Mudanças Organizacionais, Governança, Operação,

Infraestrutura e Comunicação).

Figura 26 – Ciclo de Vida do Projeto de Implantação

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Os processos envolvidos nesta fase são direcionados para a implantação dos

projetos de forma a garantir uma operação de sucesso, abrangendo: Plano de

Projeto; Mobilização e Recursos Humanos; Modelo de Operação; Modelo de

Governança; Tomada de Controle; Lições Aprendidas e Kick-off

3.2.1. Plano de Projeto

Cada etapa do projeto de transição está contemplada no plano do projeto. Trata-se

de um plano geral para a execução das atividades do projeto de implantação.

Abrange uma montagem de um planejamento baseado nas melhores práticas (ex.

PMI e IPMA), alocando profissionais especializados para cada uma das atividades

contratadas. Envolve também elaboração de cronogramas, gestão do escopo,

integração, atividades do PMO, gestão de riscos e de comunicação. No modelo

MOPP o plano contém os seguintes aspectos:

− Plano de capacitação da equipe da operação;

− Plano de Mobilização, Contratação de pessoal;

− Plano de Handover e de Shadow (transferência de conhecimento);

− Plano de absorção das pessoas;

− Plano de comunicação;

− Plano de Gerenciamento de Riscos;

− Plano para elaboração do Modelo de Operação;

− Plano para elaboração do Modelo de Governança;

− Plano de Cut Over (entrada em operação).

Os processos e templates para este processo estão descritos no quadro 18.

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Quadro 18 – Processo Plano de Projeto

# Processo/Template Aplicação no Modelo MOPP

01 ESCM - Sdd02 – Projeto e Implantação

do Serviço

Estabelecer processos e procedimentos para

implantação dos serviços

02 ESCM - Cnt10 – Plano do Projeto e da

Implantação

Planejar e acompanhar a implantação do Plano de

Projeto

03 PMBoK – Gerenciamento de Integração Realizar uma avaliação (QA) da proposta. Abrange

também todas as change request (mudanças).

04 PMBoK – Gerenciamento de Escopo Determina como será realizada a verificação do

escopo, para que o projeto de transição não fique

incompatível com o que foi contratado.

05 PMBoK – Gerenciamento do Tempo Elaboração de cronograma e formato de

acompanhamento das atividades quanto às suas

datas de entregas.

06 PMBoK – Gerenciamento de Riscos Determina um plano de riscos para a execução do

plano de transição, como também os riscos

envolvidos com a operação.

07 PMBoK – Gerenciamento de

Comunicação

Determina as formas de comunicação entre o

provedor e o cliente durante todo a etapa de

transição e também durante a operação.

08 PMBoK – Gerenciamento de Recursos

Humanos

Determina como será realizada a absorção dos

profissionais e os treinamentos necessários.

09 IPMA – Gestão de Conhecimento em

Projetos

Diretrizes para a Gestão de Conhecimento do

plano de transição

10 OPM3 – Gestão de Programa em

Projetos

Determinar as atividades do Escritório de Projetos

11 Template - Modelo de Plano de Projeto Modelo para a elaboração de um plano de projeto

12 Template - Modelo de Cronograma Cronograma para uso na transição

13 Template - Modelo de

Acompanhamento de Riscos

acompanhamento dos riscos do projeto de

transição.

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3.2.2. Mobilização do Plano de Transição (As is)

Esta fase normalmente tem duração de um mês. Consiste em assegurar que os

objetivos, premissas e escopo detalhado do projeto sejam entendidos plenamente

pela equipe do provedor de TI. O modelo MOPP prevê o entendimento dos modelos

de processos e governança utilizados atualmente pela operação atual. Com isto a

equipe de transição terá os elementos essenciais para o trabalho de mobilização,

que consiste em disponibilizar a equipe da operação, definir os modelos de

operação / governança e executar as atividades do plano de comunicação e

gerenciar os riscos. Durante o levantamento da situação atual devem ser conhecidos

os modelos de operação e gestão em uso corrente no cliente, para suportar as

operações dos serviços contratados.

Também abrange a mobilização dos recursos para a operação, como também a

estrutura preparada para a mudança que se inicia. Sob a ótica técnica, a

Mobilização trata de comunicar os stakeholders sobre a mobilização, gerenciar os

riscos inerentes, contratar e mobilizar a equipe do provedor para o projeto, e

desenvolver o plano de cut over. No modelo, é nesta etapa que ocorre a

disponibilização dos recursos tecnológicos e do apoio necessário à condução do

projeto. Inclui aspectos fundamentais, mas por vezes negligenciados, como

assegurar que os ambientes de trabalho facilitem a comunicação e a integração

entre os membros das equipes.

Os processos e templates são mostrados no quadro 19.

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Quadro 19 – Mobilização do Plano de Transição

# Processo/Template Aplicação no Modelo MOPP

01 e-SCM/SP - Del01 – Planejamento

Entrega dos Serviços

Princípios para o planejamento da entrega dos

serviços.

02 e-SCM/SP - Del02 – Treinamento

do Cliente

Diretrizes para treinamento da equipe do projeto,

operação e também para o cliente.

03 e-SCM/SP - Del07 – Modificação

de Serviços

Determina requisitos para a gestão de mudanças no

plano de transição.

04 e-SCM/SP - Trf91 – Absorção de

Recursos

Diretrizes para transferência de recursos do cliente ou

de provedores anteriores para o provedor atual.

05 CobiT P02 – Definir Arquitetura de

Informação

Diretrizes de arquitetura de informação para a

operação.

06 CobiT P03 – Definir Diretrizes

Tecnológicas

Determinar diretrizes para arquitetura tecnológica de

um plano de transição.

07 CobiT P03 – Definir Processos,

Estrutura e Relacionamentos em TI

Determinar o que deve ser considerado na elaboração

de processos, estrutura e relacionamento entre

provedor e o cliente no modelo de governança.

08 CobiT P07 – Gerenciar RH Determina as formas de comunicação entre o

provedor e o cliente durante todo a etapa de transição

e também durante a operação.

09 IPMA – Negociação e Reuniões Determina aspectos gerais para negociação em

projetos, report e reuniões.

10 ISO 20000 – Sistema de Gestão Sistema de gestão incluindo responsabilidade da

direção, requisitos de documentação, treinamentos e

conscientização para a gestão do plano.

11 ISO 9001 - Projetos Requisitos para a qualidade na gestão de projetos no

plano de transição.

12 Template - Modelo de As Is de

Projetos de Transição

Modelo para entendimento da situação atual do

Modelo de Operação e de Governança

13 Template - Modelo de Plano de

Treinamento

Modelo de um Plano de Treinamento para uso em

projeto de transição.

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99

3.2.3. Modelo de Operação

No modelo MOPP, refere-se aos mecanismos que permitem garantir os níveis de

gestão para os diversos tipos de serviços que foram estipulados na proposta técnica.

Para realizar a gestão e acompanhamento dos serviços de Operação, que

compreende os serviços contratados, o provedor deve partir do pressuposto do tripé

processos, tecnologia e pessoas. Esta etapa do modelo envolve desenho do modelo

futuro de operação, passando por mapeamento e validação dos processos alinhados

com o cliente.

A equipe da operação deverá ser capacitada nestes novos processos. O provedor

pode sugerir as suas ferramentas tecnológicas ou utilizar ferramentas do cliente,

dependendo do que foi estipulado no contrato. Nesta fase todas as oportunidades de

melhoria dos processos devem ser consideradas. Envolve, inclusive, a montagem de

um catálogo de serviços e dos fluxos e documentação dos processos operacionais,

a serem utilizados pela equipe da operação. O catálogo deve ser baseado em cada

serviço escopo da proposta técnica.

O modelo pressupõe que a metodologia a ser utilizada siga os padrões

estabelecidos no MOPP ou metodologias próprias do provedor alinhadas com este

modelo. Importante alinhar as metodologias de operação com as do cliente, para

que ocorra sinergia entre os processos. Os processos e templates são mostrados

no quadro 20.

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Quadro 20 – Modelo de Operação

# Processo/Template Aplicação no Modelo MOPP

01 eSCM/SP - Sdd04 – Especificação

dos Serviços

Princípios para o planejamento da entrega dos serviços.

03 eSCM/SP - Sdd07 – Verificação do

Serviço

Determina requisitos para a gestão de mudanças no

plano de transição.

04 eSCM/SP - Sdd08 – Implantação

do Serviço

Determina requisitos para a gestão de mudanças no

plano de transição.

06 CobiT P02 – Definir Arquitetura de

Informação

Diretrizes para a arquitetura de informação para a

operação.

07 CobiT P03 – Definir Diretrizes

Tecnológicas

Determina diretrizes para arquitetura tecnológica de um

plano de transição.

08 CobiT P04 – Definir Processos,

Estrutura e Relacionamentos em TI

Determina o que deve ser considerado na elaboração

de processos, estrutura e relacionamento entre

provedor e o cliente.

09 Cobit DS11 – Gestão de Dados Diretrizes para o gerenciamento dos dados relacionados

com a operação dos serviços.

10 CobiT DS12 – Gestão de Ambiente

Físico

Diretrizes para o gerenciamento da infraestrutura

necessária para o serviço.

11 CobiT DS13 – Gestão de

Operações

Diretrizes para o gerenciamento da operação do

serviço.

12 ISO 20000 – Sistema de Gestão Sistema de gestão incluindo responsabilidade da

direção, requisitos de documentação, treinamentos e

conscientização para a gestão do plano.

14 ITIL V3 – Operação de Serviços –

Gestão de Incidentes, Solicitações,

Eventos, Problemas e Service

Desk,

Práticas para gestão de incidentes, solicitações de

usuários, monitoramento, análise de causa raiz,

resolução de problemas e atendimento primeiro nível ao

usuário, necessários para o modelo de operação.

19 Template - RDM – Requisição de

Mudança

Modelo de Requisição de Mudanças para utilização na

fase de operação dos serviços

20 Template - Catálogo de Serviços Modelo de Catálogo de Serviços

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3.2.4. Modelo de Governança

O objetivo desta etapa do modelo é de garantir que a oferta e operação de

outsourcing suportem os objetivos e estratégias de negócio dos serviços

contratados, adicionando valor por meio dos serviços entregues, balanceando os

riscos e obtendo o retorno sobre os investimentos realizados nas atividades escopo

do sérico contratado do provedor. A construção de um Modelo de Governança das

atividades escopo dos serviços nas fases de Transição e Execução tem como

principais benefícios para o cliente:

− Confiança do cliente e dos usuários nos serviços prestados;

− Contrato totalmente comprometido com o Negócio;

− Garantia do Retorno sobre o Investimento (ROI);

− Serviços mais confiáveis;

− Maior transparência.

Enquanto o Modelo de Operação fornece os serviços e produtos que fazem parte do

contrato de forma eficiente e eficaz, o Modelo de Governança se preocupa no

desempenho do contrato, transformando-o e posicionando-o para alcançar os

requisitos do que foi contratado pelo cliente do provedor. Dessa forma, durante esta

fase, a partir do levantamento realizado na fase de mobilização o provedor define,

em conjunto com o cliente, o Modelo de Governança implementado na fase de

transição e consolidado na operação. No modelo MOPP, a construção do Modelo de

Governança considera os seguintes aspectos:

− Definição dos níveis de serviços (SLA) com o cliente a partir dos objetivos de

níveis de serviços (SLO) testados durante o plano de transição. Contempla

também acordos internos de níveis de serviços (OLA) entre as diversas equipes

do provedor e também com outros provedores, caso necessário;

− Definição dos reports entre o provedor e o cliente, bem como sua periodicidade,

conteúdo, clientes e fontes de informações;

− Definição de sign-off (condições de aprovação) pelo cliente das entregas durante

a operação;

− Templates a serem utilizados durante a operação;

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− Definição da gestão da qualidade, bem como padrões de documentação a serem

utilizados;

− Definição de KPIs (Indicadores de Desempenho) para serem utilizados na

operação;

− Definição de compliance, controles e auditorias a serem realizadas na operação,

incluindo aderência Sarbanes-Oxley, Basel II, HIPAA, ISO 9001, ISO 14001, ISO

20000, ISO 27001 e SAS 70 e outros padrões e normas, conforme as

necessidades e exigências do cliente.

Os processos e templates são mostrados no quadro 21.

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Quadro 21 – Modelo de Governança # Processo/Template Aplicação no Modelo MOPP

01 e-SCM/SP - Rel01 – Interações com

o Cliente; Rel05 – Informações com

Stakeholders; Rel06 –

Relacionamento com o Cliente;

Rel07 – Relacionamento Parceiros e

Fornecedores; e-SCM/SP - Rel08 –

Criação de Valor

Princípios para a interação diária com o cliente.

Diretrizes para o relacionamento com todas as partes

interessadas da operação do serviço, incluindo cliente,

fornecedores, funcionários, parceiros e outros.

Diretrizes para o relacionamento com o cliente durante

a operação dos serviços. Diretrizes para

relacionamento com os demais provedores do cliente.

Procedimentos e controles para a criação de valor na

entrega dos serviços.

02 CobiT PO01 – Definir um Plano

Estratégico de TI. CobiT ME1, ME2,

ME3 – Monitoramento, Avaliação do

Desempenho de TI; Monitoramento

e Avaliação de Controles Internos;

Garantia de Compliance com

Requisitos Externos; Prover

Governança de TI;

Planejamento estratégico de TI. Diretrizes para avaliar

o desempenho da operação. Diretrizes para avaliação

dos controles da operação dos serviços. Determinação

das atividades de compliance com padrões como

SOX, Base II, ISO 9001 e outras. Diretrizes gerais

para a governança da operação, incluindo alinhamento

com o negócio, riscos, entrega de valor, gestão dos

recursos e monitoramento da performance.

03 VAL IT VG – Governança de Valor;

VAL IT PM - Gestão de Portfolio

Diretrizes para a governança de valor para o contrato;

Prática para gestão do portfolio da operação do

contrato, incluindo todos os serviços em operação e

projetos.

04 ITIL V3 – Projeto de Serviços –

Catálogo de Serviços; Projeto de

Serviços – Gestão de Níveis de

Serviços; Estratégia de Serviços –

Gestão de Demandas; Projeto de

Serviços – Gestão de Fornecedores

Práticas para determinação do catálogo de serviços da

operação do contrato; determinação dos níveis de

serviços da operação dos serviços. gestão das

demandas contratuais e eventuais da operação.

gestão de outros provedores do cliente com impacto

nos serviços.

05 ISO 20000 – Relacionamento com o

Negócio / ISO 38500 – Strategy,

Performance / ISO 27005 - Riscos

Normas para relacionamento com o cliente, riscos e

governança corporativa de TI. Utilização no plano de

transição e na operação.

06 Template de SLA Modelo de formulário para Acordo de Nível de Serviço

07 Template de Book de Indicadores Modelo de relatório mensal para discussão do

desempenho e metas contratuais.

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3.2.4. Kick-off Meeting e Lições Aprendidas

Após a tomada de controle, a transição é finalizada com a aprovação para entrada

do serviço em operação (kick-off meeting) e também do corte da atividade de

transição para a operação (cut over). No modelo, o aceite da execução do plano de

cut over ocorre conforme a verificação das atividades planejadas pelo cliente. Na

reunião de kick-off os planos elaborados, papéis e responsabilidades, abordagem a

ser utilizada, metodologias e os principais procedimentos do modelo de gestão de

serviços e operações devem ser compartilhados com a equipe do projeto. No

MOPP, as lições aprendidas são as informações coletadas e documentadas ao

longo do projeto de transição que podem ser utilizadas para beneficiar a operação,

projetos futuros ou outros projetos que estejam sendo executados pelo provedor ou

até mesmo pelo cliente. Essas lições podem ser positivas ou negativas.

Durante o projeto de transição, conhecimento deve ser transferido, integrado, criado

e explorado para criar novo valor organizacional. Durante a transição, coletas de

informações e reuniões das lições aprendidas devem ser realizadas durante todas

as fases do projeto. O quadro 22 mostra um exemplo de lições aprendidas para o

projeto de transição. A classificação é feita em lições positivas e negativas, área

afetada como também se estão relacionadas a hardware, software, diagnóstico,

governança, treinamento, absorção, processo ou compliance. Deve ser classificado

também o grau de importância (prioridade).

Quadro 22. Exemplo de Lições Aprendidas Tipo Influência Prioridade Área

Afetada Descrição Lição Aprendida

Diagnóstico Negativa Alta Suporte ERP.

Mapeamento do backlog de chamados pendentes no terceiro nível.

Levar também em consideração os chamados pendentes dos sistemas legados com interface com o ERP.

Após a realização da reunião de kick-off a operação estará pronta para começar.

Todos os recursos estão disponíveis, ferramentas em operação e processos

customizados. O Modelo de Operação e o Modelo de Governança estão prontos

para serem colocados em funcionamento pela equipe que irá assumir o contrato.

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Os processos e templates são mostrados no quadro 23.

Quadro 23 – Kick-off e Lições Aprendidas

# Processo/Template Aplicação no Modelo MOPP

01 PMI-PMBoK - Gerenciamento de Integração

do Projeto

Encerramento do projeto de transição

02 PMI-PMBoK - Gerenciamento de

Comunicação

Relatório e report de lições aprendidas

03 IPMA - Informação, Documentação e

Reporting

Documentação do projeto de transição para

arquivo e reuso.

04 IPMA - Gestão do Conhecimento em Projetos Gestão do conhecimento acumulado durante

o projeto de transição.

05 e-SCM/SP - Trf06 – Transferência de

Conhecimento

Transferência de conhecimento da transição

para a operação.

06 e-SCM/SP - Knw01 – Compartilhamento de

conhecimento

Compartilhamento de conhecimento entre

transição e operação..

07 Template - Lições Aprendidas Template para elaboração das lições

aprendidas do projeto de transição

08 Template - Padrão de Ata de Kick-off Template para ata de reunião de kick-off

meeting.

O MOPP recomenda a utilização de técnicas de gerenciamento ágil de projetos

(APM) para a coleta diária das lições aprendidas. Ocorre por meio de

armazenamento de informações de todos os comprometidos para os itens que foram

bons no projeto ou que precisam melhorar. Um exemplo de técnica inclui o

framework Scrum e o seu stand up meeting diário de 15 minutos ( reuniões diárias

contendo o escopo, o que fazer, o que está executado, impedimentos e o que está

pronto ).

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3.3. Operação dos Serviços

A operação dos serviços abrange um gerenciamento de demanda para capturar e

avaliar as necessidades do negócio, conforme figura 27. Os requisitos dos serviços

contemplam níveis de serviços, capacidade, continuidade, segurança e

subcontratação. Na sequência, é apresentada a etapa de gestão de mudanças que

abrange configurações, mudanças e liberação e, finalmente, o suporte dos serviços

abrangendo entrega e suporte. Ocorrem também projetos especiais que ocorrem por

conta de oscilações de demandas e também de necessidades eventuais dos

clientes.

Figura 27 - Ciclo de Vida da Operação

3.3.1. Gerenciamento da Demanda

No modelo MOPP, gerenciamento de demandas é um aspecto crítico para a

operação dos serviços. Uma demanda mal gerenciada é uma fonte de riscos para a

operação. Por outro lado, excesso de capacidade gera custos desnecessários. O

objetivo é evitar uma demanda do negócio muito superior à capacidade de TI para

atendê-la. A operação não pode prometer uma demanda superior à sua capacidade,

passando a impressão de que o serviço será atendido. A ausência de

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balanceamento entre oferta e demanda pode indicar que as solicitações não serão

entregues nos prazos negociados. Por isso a gestão da demanda é um pilar

importante para a operação de serviços de TI e é considerado como um elemento

essencial do modelo MOPP.

A gestão adequada da demanda exige disciplina e controles rígidos. O ponto de

partida para a gestão da demanda é a priorização das necessidades de negócio face

à estratégia da empresa. O processo de priorização dos requerimentos deve ter

critérios claros e pré-estabelecidos, tais como justificativa econômica e riscos. Uma

vez estabelecidas as prioridades, é necessário avaliar se a capacidade existente é

suficiente para atender todas as demandas, ou se existem mecanismos e condições

para aumentar a capacidade existente. O plano anual de TI deve refletir este

equilíbrio e requer, muitas vezes, que se reavaliem as demandas ou se recorra a

algum mecanismo para adequar a capacidade. A demanda poderá vir de diversas

fontes como fusões & aquisições (M&A) do cliente, expansão de negócios e

movimentação de baseline, conforme figura 28.

Figura 28 – Gerenciamento Demanda Operação TI

Ocorre também uma recepção, análise, comparação com a capacidade atual, apoio

das áreas do cliente e das áreas corporativas do provedor (ex. RH e Comercial).

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Finalmente é realizado um mapa de necessidades contendo informações como

recursos, pessoas e processos para o ajuste nos serviços.

Os processos e templates são mostrados no quadro 24.

Quadro 24 – Gerenciamento de Demandas

# Framework/Processo/Template Aplicação no Modelo MOPP

01 ITIL V3 - Estratégia de Serviços –

Gerenciamento de Demandas;

Estratégia de Serviços – Portfolio de

Serviços; Estratégia de Serviços –

Economia do Serviço; Design do

Serviço – Planejamento de

Capacidade.

Diretrizes para o gerenciamento da demanda.

Relatório e reporte de Lições Aprendidas. Determinar

e avaliar os valores financeiros envolvidos com a

demanda. Avaliar a capacidade atual e futura para

atendimento da demanda.

02 eSCM/ SP - Rel01 – Interação com o

Cliente; Rel06 – Relacionamento com

o cliente

Diretrizes para o relacionamento com o cliente,

quanto às demandas dos serviços. Entendimento

das necessidades dos clientes e elaborar processos

para o relacionamento diário.

03 IPMA – Negociação e Reuniões Diretrizes para negociações e reuniões de demandas

de novos projetos.

04 IPMA – Recursos Diretrizes para determinar o mapa de recursos da

demanda.

05 IPMA – Custos e Financiamentos Diretrizes para determinar os aspectos financeiros da

demanda dos serviços.

06 Cobit - PO5 – Gerenciar Investimentos

em TI; VAL IT – PM - Gestão de

Portfolio

Determinar a viabilidade financeira das novas

demandas. Avaliar o portfolio atual do provedor para

priorização e inclusão da nova demanda.

07 ISO 20000 – Relacionamento com o

Negócio; Implantação de Serviços

Novos ou Modificados.

Alocar responsável para o relacionamento com o

cliente. Controlar as novas demandas. Manter base

de dados de todos os stakeholders da demanda.

07 Template - Formulário de Solicitação

de Novas Demandas

Template para o cliente solicitar novas demandas.

08 Template - Modelo de Business Case Business case da avaliação da demanda.

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3.3.2. Especificação dos Requisitos dos Serviços

Estabelecida a necessidade da demanda, o provedor executa a especificação dos

requisitos para a operação. Esta etapa envolve o mapeamento de padrões de

continuidade e disaster recovery necessários, o nível de segurança da informação,

as necessidades de subcontratação junto a terceiros e os níveis de capacidade.

Finalmente, devem ser validados o SLA para os serviços em operação durante o

prazo alinhado com o cliente na fase de operação. Os requisitos validados e

aprovados pela gestão da equipe da operação e pelo responsável do cliente serão

utilizados como entrada para a etapa de gestão de mudanças.

Os processos e templates são mostrados no quadro 25.

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Quadro 25 – Especificação dos Requisitos de Serviços

# Framework/Processo/Template Aplicação no Modelo MOPP

01 ITIL V3 - Projeto do Serviço –

Continuidade; Projeto do Serviço –

Capacidade; Projeto do Serviço – Níveis

de Serviços; Projeto do Serviço –

Fornecedores; Projeto do Serviço –

Segurança da Informação

Necessário para estabelecer o plano de

continuidade do serviço, incluindo disaster

recovery, plano de operação reduzida e plano de

restore. Especificação dos requisitos mínimos de

desempenho dos serviços. Especificação dos

níveis de serviços acordados no plano de

transição, incluindo os requisitos determinados no

catálogo de serviços. Necessidades de

contratações e de segurança da informação

lógica, física e de aplicações para os projetos.

02 ISO 27001 - A.8 – Requisitos para

Segurança de Recursos Humanos; A.9 –

Requisitos para Segurança de Recursos

Humanos; A.10 – Requisitos para

Segurança de Recursos Humanos; A.11

– Requisitos para Controle de Acesso.

A.12 – Requisitos para segurança de

sistemas

Utilizar na especificação do nível de segurança

relacionados a pessoas, ambiente físico onde

funcionará o serviço, acesso e sistemas. Também

considerar para o nível de segurança relacionado

a rede LAN, WAN, Servidores e Aplicações.

03 IPMA - Aquisições e Contratos Necessário para subcontratações de serviços

pelo provedor nas instalações do cliente.

04 CMMI 1.2 for Services – RD

(Desenvolvimento Requisitos) e REQM

(Gestão de Requisitos)

Diretrizes aplicáveis na recepção, equalização e

gestão dos requisitos de serviços de software.

05 Cobit - DS1 – Gerenciar Níveis de

Serviços; DS2 – Gerenciar Partes

Terceiras; DS3 – Gerenciar Capacidade e

Desempenho; DS4 – Garantir

Continuidade dos Serviços; DS5 –

Garantir Segurança da Informação;

Controles para os requisitos dos níveis de

serviços do modelo. Requisitos de

subcontratação de partes terceiras pelo provedor.

Requisitos de desempenho, capacidade,

continuidade e segurança da informação.

10 Templates - Plano de Continuidade do

Serviço

Template para elaboração do Plano de

Continuidade do Serviço

11 Templates - Padrão de SLA Template para elaboração do SLA (Acordo de

Níveis de Serviços).

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Como complementação da especificação dos serviços, o trabalho mostra a seguir

um método para avaliação dos níveis de indicadores internos em projetos dos

provedores de TI.

Método para Avaliação de Acordo de Níveis de Serviços Operacionais (OLA

entre as equipes do provedor ou entre parceiros no serviço ao cliente).

Dentro dos requisitos de níveis de serviços, o acordo contratado com o cliente é

realizado de forma total, fim-a-fim, desde a origem do serviço (exemplo: aplicação

em um datacenter) até a sua finalização (exemplo: consulta na estação do usuário).

Um exemplo é um acordo de nível de serviço de tempo de atendimento em um

contrato de outsourcing de ERP. Conforme o ITIL SO (2007), os níveis de serviços

(SLA) determinam os indicadores e requisitos para a operação dos serviços de TI. O

ITIL sugere exemplos destes indicadores. Para o suporte, determina-se o percentual

máximo de atendimento em determinado período de tempo. Um exemplo é

determinar um indicador de 90% dos chamados de alta prioridade atendidos em até

02 horas.

Para ilustrar, o MOPP fornece um exemplo de prioridade de serviços em

manutenção corretiva de complexidade média. Supondo que 90% dos chamados

necessitam ser atendidos em até 8 horas, conforme requisitos contratuais. No final

do mês, supondo que o indicador apresentado ficou em 91%, conclui-se que está

acima do contratado de 90% e o SLA foi atendido. O processo interno do provedor

para prover o serviço, de forma aparente, foi bem-sucedido. Porém, Avaliando a

capacidade para cada etapa do serviço, nota-se que o chamado passou por várias

áreas antes de ter sido solucionado de forma definitiva e que, em algumas delas, o

indicador ficou abaixo da meta. O MOPP sugere que os níveis de serviços entre as

equipes do provedor sejam na média igual ao nível total acordado com o cliente. O

exemplo abaixo mostra uma situação de atendimento de demanda corretiva:

− Service Desk - Atendimento da demanda, verificação de regras básicas de

autorização/aprovação e encaminhamento. SLA atingido de 94% em até 02:00

horas;

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− Equipe de suporte funcional - Análise da demanda, elaboração de

especificação funcional. Alteração do status do chamado para << resolvido >> e

disponibilização para o Service Desk. SLA de 89% em até 02:00 horas;

− Equipe da Fábrica de Software do ERP - Desenvolve especificação técnica,

elabora a metrificação, desenvolve a demanda, realiza os códigos unitários e

retorna para a área operacional. 86% em até 02:00 horas

− Equipe de Testes - Recebe a demanda desenvolvida da área funcional e realiza

os testes de regressão e funcional e retorna para a área funcional. 95% em até

02:00 horas.

Utilizando o conceito de Rendimento do Seis Sigma (RTY) de forma adaptada a

serviços de TI, a visão acima apresentada representa o método tradicional de

rendimento e de saída comparada à entrada para cada equipe interna do provedor.

Neste aspecto, os ofensores foram a equipe funcional e também a fábrica de

software, áreas com nível de serviço abaixo do contratado de 90%. Estes resultados,

porém, induzem a erros, pois existem variáveis envolvidas como inspeção e

retrabalho em especificação funcional, por exemplo, que acabam penalizando um

setor em detrimento de outro.

O modelo MOPP recomenda utilizar o FTY – First Time Yield do Lean Six Sigma de

forma adaptada para avaliar o real rendimento de cada setor de atendimento da

demanda. No modelo original para cada 100 demandas registradas no mês, a

fábrica estava atendendo apenas 86 no prazo. O processo de uma fábrica de

software deveria ser receber as demandas, realizar o desenvolvimento e retornar o

produto para a área funcional. Isto nem sempre ocorre com 100% de efetividade,

gerando o conceito de fábrica oculta, adaptada do Lean Six Sigma, conforme

mostrado na figura 29.

A fábrica de software recebeu 100 demandas, das quais 14 especificações

funcionais não cumpriram os critérios de qualidade estabelecidos e foram

justamente as que tiveram o prazo de atendimento não atendido, sendo que todas

elas necessitaram ser corrigidas ou retrabalhadas. Desse total, 10 foram devolvidas

para a equipe funcional. Dessa forma a fábrica atendeu em 96% os níveis de

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serviços e não em 86%, como originalmente estava calculado, ou seja, FTY = (100 –

4 / 100) x 100% = 96% .

Já para o cálculo da capacidade de todo o processo, o MOPP recomenda utilizar o

Rolled Throughtput Yield (RTY) adaptado a serviços de TI, conforme a seguir:

RTY = FTYService Desk x FTYFuncional x FTYFábrica x FTYTeste As etapas individuais do

processo são enfileirada para criar uma estrutura de execução de tarefas complexas

como, por exemplo, a manutenção de software. Para calcular o rendimento das

quatro etapas internas, sob o ponto de vista do provedor, é multiplicado o FTY para

cada etapa unida, criando o que o Seis Sigma denomina de RTY (Rolled Throughput

Yield ou Rendimento Final do Processo). No exemplo dado o RTY do processo de

manutenção corretiva é de: RTY = 0,95 x 0,89 x 0,86 x 0,94, resultando em RTY =

0,68 ou 68% (0,68 x 100%).

Figura 29 – Fábrica de Software Oculta em Demandas

fonte: adaptado de Gygi et al.(2009, p. 130)

Isso significa que a chance de uma demanda corretiva passar pelo processo na

primeira vez sem retrabalho é de somente 68%. Como a última etapa (testes de

software) mostra um rendimento de 94%, existem fábricas ocultas no processo.

Pelo conceito do Seis Sigma, o RTY nunca pode ser maior do que o menor FTY

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dentro do sistema. O modelo MOPP, dessa forma, sugere atenção em etapas

individuais (como por exemplo, a fábrica de software ilustrada no exemplo) com o

menor FTY. Depois deve seguir para a etapa com o segundo menor, no caso a

equipe funcional.

Se ocorrer altos níveis de serviços, mas a quantidade de áreas do provedor se

tornar cada maior para atender a demanda corretiva, o FTY do processo continuará

a se desgastar, pois a complexidade aumenta. Uma situação hipotética é o

envolvimento de áreas do cliente, parceiros, fornecedores e de outros provedores do

cliente para atendimento de um chamado. Um processo de quatro passos tem muito

menos oportunidades para erro do que um processo de oito passos, conforme

mostrado na tabela 7.

Se todas as demandas, por exemplo, fossem atendidas já no service desk com um

nível de entrega padrão 03 sigma (93,32%) de resolução no prazo contratado, o

rendimento seria este mesmo valor. Porém, se percorressem sete áreas diferentes

dentro do provedor com o mesmo rendimento (93,32%), o seu rendimento total

(RTY) seria de apenas 61,63%, conforme mostrado na tabela 7. O objetivo de

melhoria dos serviços, portanto, é realizar a demanda com o maior rendimento

individual possível e com a menor quantidade de etapas.

Tabela 7 – Rendimento Total x Sigma do Serviço de TI

Passos RTY

+/- 3σ (93,32%) +/- 4σ (99,379%) +/- 5σ (99,9767% +/- 6σ (99,99966%)

1 93,32% 99,379% 99,9767% 99,99966%

7 61.63% 95,733% 99,839% 99,9976%

10 50,08% 93,96% 99,768% 99,9966%

20 25,08% 88,29% 99,536% 99,9932%

40 6,29% 77,94% 99,074% 99,9864%

Fonte: adaptado de George (2003, p. 65)

Outro aspecto relevante que este método traz é a adaptação do Lead Time (Lei de

Little) da manufatura enxuta (Lean) para operação de serviços de TI. Entende-se

Lead Time como a relação entre a quantidade de trabalho em processo (Work In

Process) dividida pelo índice médio (Exit Rate) de conclusão (LT = WIP / ER). Se

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existir uma fila de 100 demandas corretivas de software aguardando suporte,

capacidade da equipe de analistas de atendimento de 20 demandas dias, o Lead

Time será de 10 dias, considerando que não ocorra nenhuma nova demanda. LT

menor reduz custos e aumenta satisfação do cliente com os serviços de TI. Existem

duas formas de redução: reduzindo a fila de chamados ou aumentando a

produtividade da equipe. O método aqui apresentado na tese indica algumas ações

para redução do LT em serviços de TI: Influenciar a demanda (ex. Acordo de Nível

de Serviço, self-service), gestão do conhecimento, planejamento de capacidade,

redução da complexidade de infraestrutura e aplicações, aumento da qualidade e

atenção em análise de causa e resolução de problemas.

3.3.3. Gestão de Mudanças

Esta etapa é responsável pelas alterações, configurações e instalações de serviços

novos ou modificados no ambiente de TI. Envolve atividades como análise de

modificações, configurações, liberação e mudança organizacional. Inicialmente é

feita uma solicitação de mudança (RFC), que é devidamente avaliada quanto a

riscos, impacto e contingência. Para a análise de impacto é utilizado o processo de

gerenciamento de configurações. O impacto é avaliado por meio da base de dados

de configurações (CMDB), contendo os itens necessários para a prestação dos

serviços e todos seus inter-relacionamentos. Na sequência a mudança é

encaminhada para um comitê que a aprova. Uma vez aprovada, passa por um

processo de homologação e testes.

Finalmente, a mudança é instalada no ambiente de produção e o CMDB é

atualizado. Para finalizar o processo, uma revisão pós-implementação deve ser

realizada. Pelo modelo MOPP esta revisão pode ser executada via interface com os

incidentes registrados no Service Desk. Devidamente orientados, os operadores

podem vincular novos incidentes a alguma mudança executada recentemente.

Podem existir mudanças com um ciclo maior de avaliação pós-implementação. Por

exemplo, processos com ciclo de execução mensal. Nesta etapa do MOPP, também

é considerada a mudança organizacional (MOC). Tem por objetivo reduzir as

resistências para a concretização de mudanças dos serviços de TI. Envolve a

construção de um plano capaz de mobilizar as pessoas envolvidas, modelar a

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situação antes e depois da mudança, desenhar as mudanças das atribuições e

impactos com os novos serviços, comunicar mudanças na estrutura organizacional e

finalmente gerar informações autorizando o inicio do processo da gestão de

mudanças de serviços de TI. Após a realização da mudança, o serviço novo ou

modificado estará pronto para receber o devido suporte, ao lado da operação

existente. Os processos e templates são mostrados no quadro 26.

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Quadro 26 – Gestão de Mudanças

# Processo/Template Aplicação no Modelo MOPP

01 ITIL V3 - Transição do Serviço – Plano de

Transição; Transição do Serviço –

Gerenciamento de Mudanças; Transição do

Serviço – Gerenciamento de Ativos e

Configurações; Transição do Serviço –

Testes de Homologação; Transição do

Serviço – Release e Instalação; Transição do

Serviço – Avaliação Pós-Implementação

Necessário para estabelecer o plano de

continuidade do serviço, incluindo disaster

recovery, plano de operação reduzida e plano

de restore. Requisitos mínimos de desempenho

dos serviços. Níveis de serviços acordados no

plano de transição, incluindo os requisitos

determinados no catálogo de serviços.

necessidades de subcontratação. Requisitos

de segurança da informação.

07 Cobit - P09 – Avalia e Gerencia Riscos de TI;

P07 – Gerencia Recursos Humanos de TI;

A16 – Gerenciar Mudanças; A17 – Instala e

Valida Soluções e Mudanças; DS9 –

Gerenciar Configurações

Utilização na avaliação de riscos da operação,

contratação e controles dos recursos da

operação de serviços de TI. Controles das

mudanças, homologações, liberações e

revisões assim como dos itens de

configuração, incluindo auditorias e evidências

necessárias.

12 e-SCM/SP - Del07 – Modificações em

Serviços

Estabelecer e implementar procedimentos para

modificação no serviço.

13 e-SCM - Sdd08 – Instalação de Serviços Estabelecer e implementar procedimentos para

instalação de serviço.

14 IPMA - Conflitos e Crises; IPMA –

Configurações e Mudanças

Necessário para a gestão de eventuais

conflitos e crises durante as mudanças dos

serviços.

15 CMMI 1.2 – CM – Gestão de Configurações Requisitos controle das versões dos sistemas

durante a operação dos serviços..

16 PMI/PMBoK - Gerenciamento de Recursos

Humanos; Gerenciamento de Integração

Gestão de RH, treinamentos e competências

para as mudanças e controle das mudanças

durante os projetos eventuais da operação..

17 Template - Requisição de Mudanças (RDM) Formulário para solicitação da mudança

18 Template - Mapa de Release Formulário para planejamento de Release.

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3.3.4. Suporte de Serviços

Esta etapa é responsável pelo suporte e atendimento dos serviços em operação.

Abrange o service desk, suporte a solicitações e incidentes, gerenciamento de

problemas, gestão da base de conhecimento, gestão de acesso, gestão de eventos

e suporte técnico. A figura 30 mostra a visão geral do suporte a serviços e também o

o relacionamento dessa etapa com a gestão de mudanças dentro do modelo MOPP.

As informações para a gestão do suporte de serviços podem ter origem no suporte

técnico por meio de monitoramento de eventos, da própria equipe do provedor e,

principalmente, da demanda dos usuários. As necessidades dos usuários são

recebidas inicialmente pelo service desk que direciona o chamado como incidente

ou solicitações de serviços. Os incidentes também podem ser provenientes de

eventos de exceção (falhas em TI). Os incidentes com causa desconhecida

proporcionam o registro de um problema para resolução de forma definitiva via

gestão de mudanças e release (liberação). A gestão de configuração auxilia os

incidentes e problemas na análise dos itens de configuração com histórico de

problemas e também apóia a gestão de mudanças na análise de impacto.

Figura 30 – Visão Suporte de Serviços e Relação com Gestão de Mudanças

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Os indicadores operacionais de serviços mostrados no quadro 27 são normalmente

utilizados para aferir o nível de suporte.

O suporte técnico envolve atividades como gerenciamento e monitoramento de

redes, suporte de servidores, suporte de storage (armazenamento), administração

de banco de dados, gestão de datacenter, gerenciamento ambiente intranet/internet,

gerenciamento de facilities (instalações) e suporte ao ambiente de aplicações e

suporte técnico ao desenvolvimento de software. O objetivo principal desta etapa do

ciclo de vida é solucionar os chamados, problemas e eventos como também

conceder os acessos necessários para os usuários.

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Quadro 27 – Indicadores Operacionais

# Indicador Descrição Índice Sugerido MOPP

1 Taxa de Abandono Taxa da quantidade de total de chamadas com desistência em relação ao volume total.

<= 5%

2 Tempo Médio de Espera

Tempo médio de atendimento de 100% das ligações telefônicas.

<= 40 segundos

3 Suporte 1º. Nível % de suporte no 1º. Nível com script de atendimento.

>= 60%

4 Tempo de Atendimento

Tempo de atendimento por prioridade dos chamados (incidentes) ou por tempo máximo de máximo (solicitações)

Incidentes:

− Prioridade 0 (vip e emergênca) – até 02 h

− Prioridade 1 – até 02 h

− Prioridade 2 – Até 08 hs

− Prioridade 3 – Até 24 hs

Solicitações:

− Até 12 horas (tempo máximo)

5 Satisfação do Usuário % Satisfação do Usuário do total de avaliações respondidas

>= 95% de satisfação do usuário

6 Disponibilidade Técnica

% sobre os itens críticos (ex. servidores de ERP, Link de Dados, Servidor de Correio Eletrônico)

>= 99,5% de disponibilidade (aproximadamente 04 horas no máximo de indisponibilidade planejada mensal para serviços 24 x 7)

7 % Eventos Exceção registrados e tratados como incidentes

Percentual de eventos convertido em incidentes

100% (todo evento de exceção deve ser convertido em incidentes e acompanhados devidamente).

Os processos e templates do suporte de serviços são mostrados no quadro 28.

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Quadro 28 – Suporte de Serviços

# /Processo/Template Aplicação no Modelo MOPP

01 Cobit - DS8 – Gerenciar Service

Desk e Incidentes; DS10 – Gerenciar

Problemas; DS11 – Gerenciar

Dados; DS12 – Gerenciar Ambiente

Físico; DS13 – Gerenciar

Operacões;

Controles e diretrizes para service desk e incidentes no

modelo. Gestão de problemas, gestão de dados,

incluindo administração de banco de dados. Controles

para facilities de datacenter, NOC e de outras áreas da

operação. Diretrizes e controles para o gerenciamento

de operação, incluindo gestão de datacenter e storage

06 ITIL v3 -SO – incidentes; SO –

Problemas; SO – Eventos; SO –

Acesso; Funções de Gerenciamento

Técnico, Operações e Service Desk;

ST – Gestão de Conhecimentos

Gestão de Incidentes na operação, controle de

problemas, análise de causa raiz e gestão de erros

conhecidos. Também aplicável em monitoramento e

gestão de evento, acesso, gestão da operação

(datacenter, redes, servidores, facilities, storage e

dados, jobs, backup) e Gestão de Conhecimento.

14 e-SCM/SP - Kmw03 – Sistema de

Conhecimento; Del03 – Entregar

Serviços; Del05 – Corrigir

problemas.

Aplicação de gestão de conhecimento e customização

de ferramentas de service desk. Solicitação e gestão

dos serviços solicitados pelos usuários como acesso,

instalações e outros. Também aplicáveis a gestão de

eventos, incidentes e problemas.

17 ISO 20000 - 8.2. Gerenciamento de

Incidentes; 8.3. Gerenciamento de

Problemas; ISO 9001 – Sistema de

Gestão

Determinação (a atividade deve ser executada) para a

gestão de incidentes, garantindo a execução das

atividades. Gestão de problemas, garantindo a

execução das atividades. Desenvolvimento e

implantação do Sistema de Gestão.

19 CMMI for Services – RD

(Requisitos), PP/IPM/PMC/QPM

(Projetos), (TS (Desenvolvimento),

PI (Integração), Ver&Val (Testes e

Inspeção)

Recebimento de requisitos, projeto, desenvolvimento e

integração da demanda e testes/inspeções nos serviços

de software.

20 ISO 27001 - A.10.10.

Monitoramento; A.10.5. Backup;

A.10.2. Gerenciamento de Acesso

de Usuários

Gestão e Segurança de acessos. Testes backups e

mídias dos serviços prestados pelo provedor. Controle

necessário para garantir a concessão correta dos

acessos dos serviços de TI.

21 Template – Formulário de incidentes Modelo de tela para registro de incidentes

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O trabalho mostra a seguir três métodos para auxílio na gestão da operação de

serviços de TI. O primeiro ajuda as equipes do provedor a realizar correlações entre

indicadores de suporte, indicando o melhor equilíbrio para otimizar os custos dos

serviços e aumentar a satisfação do cliente. O segundo método está relacionado ao

balanceamento das equipes de suporte. O terceiro fornece um apoio no

dimensionamento dos serviços de TI, conforme padrões definidos (baseline) na

contratação.

Método para Avaliação de Indicadores de Suporte Serviços

O método consiste em acompanhar de forma quantitativa os principais indicadores

de suporte a serviços. Para tanto, esboçou-se inicialmente uma relação entre alguns

indicadores que formam a operação dos serviços, conforme mostrado na figura 31.

A seta maior determina a relação entre as duas variáveis (positiva ou negativa) e a

seta de direção determina o sentido da influência da variável.

Figura 31 – Relação entre Indicadores Suporte Serviços

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Para tornar mais claro, quanto maior o Tempo Médio de Atendimento, significa que o

Atendente de Service Desk está tentando resolver o chamado e, com isto, aumentar

o Suporte no 1º. Nível. Isto, porém, aumenta a Taxa de Abandono, com redução na

satisfação do usuário. O Tempo Médio de Espera (TME) tem uma correlação

negativa com a Taxa de Abandono, que por sua vez influencia de forma negativa o

Tempo Médio de Atendimento (TMA). O aumento do Suporte 1º. Nível favorece a

redução dos incidentes para atendimento. Por sua vez, a redução de incidentes e da

taxa de abandono aumenta a satisfação dos usuários.

Uma gestão eficaz de problemas apresenta vários benefícios no processo de

operação de serviços de TI, suportando a redução do volume de incidentes e

reduzindo o Lead Time. O nível do tempo médio de atendimento e do suporte 1º

nível apresenta um equilíbrio com a taxa de abandono e com o tempo médio de

atendimento (TMA). O método não recomenda aumentar o suporte 1º. nível de forma

não planejada, pois poderá incrementar de forma acentuada a taxa de abandono,

gerando insatisfação dos usuários. George (2004) alerta que, para melhorar

resultados de indicadores (ex: satisfação do usuário), existe a necessidade de

encontrar fatores críticos (ex. taxa de abandono, TMA, Suporte 1º. Nível,

produtividade e TME) que afetam o resultado e neles concentrar os esforços.

Algumas variáveis podem e devem ser controladas de forma estatística, para

melhorar os resultados. Um equilíbrio deve ser realizado. No dimensionamento dos

recursos para o suporte, deve-se questionar qual o equilíbrio ideal dos indicadores

em termos de custos dos serviços e satisfação do cliente. Um exemplo seria

estabelecer um Tempo Médio de Atendimento (TMA) de 5 minutos, suportando uma

Taxa de Abandono de 3%, um Tempo Médio de Espera (TME) de 90% em até 40

segundos e um Suporte 1º. Nível de 90% dos chamados passíveis e de 60% sobre o

volume total dos chamados.

Método de Dimensionamento Capacidade de Suporte de Serviços

A formula de Erlang é uma das técnicas mais indicadas para determinar a

capacidade de recursos de serviços de TI (Koole, 2007). É utilizada para

dimensionamento em qualquer sistema constituído por filas, inclusive em service

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desk. Trata-se de uma forma quantitativa de fazer previsões sobre carga de trabalho

que pode chegar aleatoriamente (como as chamadas telefônicas) com base em

informações já disponíveis (como a duração média de uma chamada). As fórmulas

de Erlang são usadas para determinar o tamanho da equipe e o número de troncos

necessários em uma central de serviços. Existem dois tipos de fórmula Erlang. A

Fórmula Erlang B é usada quando o tráfego é aleatório e não existe fila; Já a Erlang

C é quando o tráfego é aleatório e existe fila, partindo do pressuposto de que todos

os chamadores permanecerão esperando indefinidamente.

Em um suporte técnico, a quantidade de chamadas que entra em determinado

espaço de tempo pode ser chamada de β, medida em unidades de tempo.

Considera-se que não existe taxa de abandono e que o cliente aguarda até ser

atendido. A quantidade de chamadas é denominada de λ. Considera-se então a

carga do Service Desk como a = β x λ. Com a premissa de um service desk com

média de uma chamada por minuto (λ), um Tempo Médio de Atendimento (TMA ou

β) de 5 minutos, o tempo total das chamadas será de a = λ x β = 1 x 5 = 5. Os

chamados registrados via internet e também o tempo de espera tolerável podem

entrar no modelo para determinar o dimensionamento do suporte necessário. O

provedor também pode negociar com o cliente o nível de taxa de abandono

desejado e partir desta premissa, determinar a capacidade de suporte técnico,

conforme o volume de chamadas e de chamados. Na tabela 8 é mostrada o

resultado de uma simulação em planilha eletrônica para alguns indicadores

importantes de suporte.

Tabela 8 – Simulação Indicadores de Suporte

Descrição Valores

Taxa Abandono (%) 10%

Quantidade Chamadas/Dia/URA (qtde) 5000

Quantidade Chamadas Atendidas (qtde) 4500

TMA Atendimento (minutos) 5

Capacidade Atendimento/Dia/Atendente (qtde) 360

Quantidade de Atendentes (qtde) 12,5

Ao considerarmos 10% de taxa de abandono, 500 chamadas registradas na URA

(Unidade de Resposta Audível) não convertidas em chamados (5000 – 4500) e um

tempo médio de atendimento de 5 minutos, a capacidade de atendimento dia de

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cada atendente será de 360 chamadas (5 minutos x 12 x 6 horas/dia). Como

premissa, o modelo considera um turno contínuo de 6 horas para cada atendente.

No exemplo do volume de chamadas com uma taxa aceitável de abandono de 10%,

a quantidade de atendentes necessária seria de 12,5. O método aqui apresentado

propõe ser simples, não considerando a flutuação de chamadas ao longo do dia

para efeito de otimização de recursos e nem o recurso de registro de chamados por

meio da web ou atendentes dedicados aos chamados denominados vips (altamente

prioritários), o que poderia afetar o dimensionamento final.

3.3.5. Projetos de Demandas Eventuais

Esta etapa contempla movimentação de baseline e também detecção de demandas

eventuais. Esta análise é realizada durante a análise dos requisitos dos serviços. O

MOPP considera que na etapa da operação são comuns situações que impactam de

maneira significativa os esforços e volumes previstos no início dos serviços e

também ao longo do contrato. As etapas do projeto devem seguir uma metodologia

de gerenciamento de projetos própria ou do cliente, porém algumas etapas podem

ser abreviadas, conforme a urgência do acordo entre cliente e provedor. Os itens

abaixo ilustram algumas dessas situações:

− Preparação e instalações de estações de trabalho em larga escala;

− Projetos de novas aplicações;

− Roll-out de aplicações para outras empresas;

− Aquisição ou venda de novas empresas que já utilizam à mesma plataforma;

− Aquisição ou venda de novas empresas que utilizam plataformas diferentes;

− Implantação ou desativação de módulos e funcionalidades;

− Migração de versão do ERP ou aplicação;

− Migração de infraestrutura;

− Implantação ou desativação de novas ferramentas com plataformas específicas.

Os projetos podem ser detectados não somente por demandas eventuais dos

usuários, como também por análise de ambiente da operação, como, por exemplo,

oscilações bruscas na demandas de acesso a sistemas, solicitações de serviços e

também para casos especiais de análise de causa raiz de problemas. Os processos

e templates são mostrados no quadro 29.

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Quadro 29 – Projetos de Demanda Eventual

# Processo/Template Aplicação no Modelo MOPP

01 Cobi/t - PO10 – Gerenciar Projetos Controles, auditoria e diretrizes o gerenciamento de

projetos.

02 PMI-PMBoK - Gerenciamento de

Integração; Gerenciamento do

Escopo

Project Charter e Gerenciamento do Escopo/ Mudanças

para a entrega.de demanda eventual e para o plano de

projeto. Aplica-se também a definição, aprovação e

verificação do escopo da demanda eventual,

04 IPMA - Iniciação do Projeto;

Encerramento do Projeto; Estrutura

do Projeto; Conteúdo e Escopo do

Projeto.

Requisitos para a iniciação do projeto de demanda

eventual. Aplicam-se também a estrutura, conteúdo,

escopo e encerramento do projeto de demanda

eventual.

05 ISO 20000 - Planejamento e

Implementação de serviços novos ou

modificados.

Determinação (deve ser) para a gestão de projetos de

serviços novos ou modificados referentes às demandas

eventuais, garantindo a execução das atividades.

06 ISO 9001 - 7.3. Projeto e

Desenvolvimento

Diretrizes para planejamento e controle de projeto

07 eSCM/SP - Sdd03 – Planejamento e

implantação do projeto

Diretrizes para elaboração de procedimentos e controle

para planejamento e implantação do projeto.

08 Template - Project Charter Modelo para autorização de inicio do projeto.

09 Template - Status Report Template reporte periódico do projeto

10 Template - Lições Aprendidas Modelo de Lições Aprendidas para uso nos projetos de

demandas eventuais.

O modelo MOPP prevê também uma análise de viabilidade dentro da etapa de

requisitos para análise das flutuações de demanda. Os projetos durante a operação,

quando previamente viabilizados e executados evitam uma série de problemas no

suporte do serviço.

Método para Movimentação de Baseline de Serviços de TI

Os projetos de demandas eventuais dependem da observação de eventuais

flutuações ou aumento da demanda por serviços de TI na operação do cliente. O

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modelo considera que em operação de TI ocorrem situações que impactam de

maneira significativa os esforços e volumes previstos no início dos serviços e

também ao longo do contrato, conforme explicado no inicio deste capítulo. Da

mesma forma, o aumento da eficiência da equipe do provedor de TI, decorrente da

melhoria dos processos relacionados, maior conhecimento do processo em questão

e melhoria dos aplicativos, escopo de uma RFP, podem ocasionar em decréscimo

ao longo da operação dos serviços. Dessa forma o modelo considera que deve

existir uma revisão periódica do baseline definido na proposta comercial. Como

balizador para esta revisão, propõe-se neste trabalho um método descrito no quadro

30, tomando por base em informações mais comuns em gerenciamento de serviços

de TI, tais como: quantidade de usuários, quantidade de chamados e quantidade de

chamadas.

Quadro 30 –MOPP - Método de Movimentação de Baseline

Variável Base de cálculo

CS – Capacidade da equipe de suporte 2º. nível

Qtde. Recursos x 176 horas (horas mensais comerciais de trabalho)

MC - Média de Chamados Mês

Média de chamados dos três últimos meses obtidos no momento do acionamento da movimentação de baseline

BU – Base de Usuários do Cliente do provedor

Quantidade total dos usuários do cliente, objeto do contrato

MR – Mediana de Resolução de cada chamado

Medida do tempo de atendimento dos chamados do mês anterior ao acionamento de movimentação de baseline.

QH – Horas por Usuários QH = ( MC / BU ) * MR

UA – Grupo de Usuários Adicionais

Quantidade de usuários adicionais para que seja identificado uma situação de acionamento da movimentação de baseline.

QM – Quantidade de chamados por usuários

QM = MC / BU

PG – Percentual de esforço para grupos de usuários adicionais

PG = ( QM * UA ) / MC

BL – Baseline revisado do suporte de TI após o cálculo passa a ser o novo CS a ser utilizado na próxima movimentação.

BL = CS * PG

O modelo do quadro 31 demonstra que o baseline se movimenta a cada grupo de 50

usuários. A movimentação do baseline para mobilização de posto de trabalho ocorre

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dentro de um prazo máximo de 30 (trinta) dias e a desmobilização deve ocorrer em

até 60 dias, após a formalização com o cliente. No quadro 31 é mostrado um

exemplo prático do uso da movimentação de baseline do modelo MOPP com o

acréscimo de mais 50 usuários na operação.

Quadro 31 –MOPP – Aplicação da Movimentação de Baseline

Variável Valores

CS – Capacidade da equipe de suporte 2º. nível 6.500 horas

MC - Média de Chamados Mês 5.000

BU – Base de Usuários do Cliente do provedor 4.000 usuários

MR – Mediana de Resolução de cada chamado 3 horas

QH – Horas por Usuários QH = ( 5.000 / 4.000 ) * 3 = 3,75

UA – Grupo de Usuários Adicionais 100

QM – Quantidade de chamados por usuários QM = MC / BU = 5.000 / 4.000 = 1,25

PG – Percentual de esforço para grupos de usuários adicionais

PG = ( QM * UA ) / MC = ( 1,25 * 100 ) / 5.000 = 2,50%

BL – Baseline revisado do suporte de TI após o cálculo passa a ser o novo CS a ser utilizado na próxima movimentação.

BL = CS * PG = 6.500 * 2,50% = 6.662,5 horas (nova capacidade necessária para os serviços de TI)

Para cada 100 usuários adicionais haverá um impacto de 162,5 horas na equipe de

suporte. De uma capacidade inicial de 6.500 horas da equipe, após a movimentação

haverá necessidade de 6.662, 5 horas para suportar o serviço. Em termos práticos,

haverá necessidade de incorporar na equipe mais um profissional para suportar a

nova demanda. Os valores podem mudar para aumento da quantidade de

aplicações suportadas ou ativos de rede e servidores monitorados.

3.4. Gestão da Qualidade

Gans (2002) relata que serviço sem qualidade faz com que o cliente substitua o

provedor de TI. Por outro lado, a aplicação de melhores práticas gera lealdade no

relacionamento. Dessa forma, o Modelo prevê uma estrutura de gestão da qualidade

dentro do provedor de TI, responsável pela aquisição e certificação de práticas da

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qualidade, disseminação da gestão da qualidade por toda a empresa e também pela

manutenção das certificações. Além, disto são atribuições dessa área:

− Elaborar um plano de qualidade cujo objetivo é determinar o progresso das

atividades e avaliar a conformidade dos produtos gerados e serviços prestados

com relação aos procedimentos, métodos e padrões estabelecidos;

− Implementar e manter um sistema de qualidade para prover requisitos claros de

qualidade, por meio de procedimentos e políticas. Os processos podem ser

apoiados pelo uso de ferramentas;

− Permitir aos contratos monitorar, analisar e agir diante de desvios no processo e

comunicar aos envolvidos.

Hall e Johnson (2009) argumentam que, às vezes, o movimento de padronização de

processos para garantir a qualidade deve ser adequado em áreas como serviços de

TI. Um processo de vendas que deu certo para infra-estrutura de redes pode ser

adotado para todos os serviços de TI ou cada área poderia ter seu processo

específico alinhado com um processo corporativo. Estes são alguns dos

questionamentos abordados pelos autores. Há processos em serviços de TI que

naturalmente resistem à definição e à padronização. Um exemplo é a área de

vendas de TI. São mais arte do que ciência. Devem existir flexibilidade, criatividade

e dinamismo nos mesmos. Outra visão importante em oferta e serviços de TI é a

implantação da gestão da qualidade, conforme os seguintes conceitos:

− Gerenciamento de Times;

− Custo da Qualidade de Serviços de TI;

− Auditoria;

− Melhoria Contínua;

− Análise de Dados;

− Relacionamento com o Cliente;

− Relacionamento com o Fornecedor.

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Os processos e templates do Gerenciamento da Qualidade são mostrados no

quadro 32.

Quadro 32 – Gerenciamento da Qualidade

# Framework/Processo/Template Aplicação no Modelo

01 PMI-PMBoK-Gerenciamento da

Qualidade

Utilizado para aferir e garantir a qualidade nos projetos

do provedor de TI.

02 IPMA – Qualidade do Projeto; IPMA –

Conflitos e Crises.

Determinar os requisitos da qualidade dos projetos de

transição e de demandas eventuais. Necessário para

tratamento dos conflitos e crises durante o ciclo.

03 ISO 20000 – PDCA Diretrizes para o planejamento, execução, avaliação e

melhoria contínua dos processos de serviços de TI.

04 ISO 9001 - 7.3. Sistema de Gestão Sistema de Gestão utilizado na oferta e operação.

05 eSCM/SP - Rel06 – Relacionamento

com o Cliente

Diretrizes gerais para o relacionamento com o cliente.

06 SCM/SP - Rel07 – Relacionamento

com Fornecedores e Parceiros.

Diretrizes para o relacionamento com fornecedores e

parceiros.

07 CMMI 1.2 for Services – OPF

(Definição da área de Garantia e

Controle da Qualidade) e PPQA

(Processos de Planejamento e

Garantia da Qualidade)

Definição de atribuições e processos para

planejamento, garantia e controle da qualidade para

serviços de software.

08 CobiT - P08 – Gerenciar Qualidade Controles e maturidade do gerenciamento da

qualidade dos serviços ofertados.

09 Lean Six Sigma Diretrizes para eliminação de desperdícios, aumento

da velocidade dos processos e melhoria da qualidade

dos processos.

10 Template - Pesquisa de Satisfação

com usuário

Modelo para autorização de inicio do projeto.

Apresenta-se a seguir um método para avaliar o nível da qualidade dos projetos de

serviços de TI em andamento, conforme um conjunto de critérios.

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Método para Avaliação do Nível da Qualidade em Operação de Serviços de TI

Existem oportunidades para melhoria da qualidade dos serviços de TI, utilizando os

conceitos clássicos. Conforme a figura 32, no inicio do projeto ocorre um período de

transição, onde o provedor de serviços de TI preocupa-se basicamente com alguns

fatores como absorção de pessoal e implantação dos modelos futuros de operação e

governança.

Figura 32 – Melhoria Contínua – Oferta e Operação de Serviços de TI

A qualidade em serviços de TI é implantada durante o período de transição, de tal

forma que a operação possa iniciar com todos os planos, procedimentos e

instruções de trabalho. Ainda durante a fase de transição, ocorre um PDCA de

melhoria de serviços. O ciclo PDCA do serviço de TI começa pelo planejamento (P-

Plan), em seguida as ações planejadas são executadas (D-Do), avalia-se se o que

foi feito está de acordo com o planejado (C-Check) e toma-se uma ação e promove-

se melhorias para eliminar ou mitigar os defeitos nos serviços executados (A-Act). O

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PDCA para manter os resultados dos serviços em um nível desejado, pode também

ser chamado de SDCA (S- Standard), aplicando-se na etapa de melhoria

incremental para os padrões já atingidos. Conforme Falconi (2004), O PDCA,

quando utilizado sobre um SDCA, tem a função de alterar a maneira de trabalhar

(padrões) para conseguir melhores resultados. O primeiro ponto é que não dá para

usar bem o PDCA (melhoria da operação) sem o SDCA (boa operação).

Com o sucesso da implantação o provedor continua com a melhoria contínua após a

entrada em operação. Sendo assim, o projeto está preparado para realizar um salto

quântico (mudança acentuada) de melhoria radical por meio de algumas práticas

como inovação, Seis Sigma ou novas tecnologias. Ao atingir um novo patamar a

empresa consegue uma alta satisfação do cliente, gerando novas oportunidades de

negócios. Nem sempre isto ocorre, as vezes o provedor não mantém a qualidade

após a entrada em operação. Dessa forma, não existe nenhuma iniciativa de

melhoria da qualidade, podendo gerar uma insatisfação do cliente no longo prazo

(dois anos). O recomendado é que a fase de implantação dos serviços seja

executada dentro das melhores práticas para que a operação seja iniciada com os

modelos de operação e de governança factíveis e com padrão adequado de

qualidade. O que também pode ocorrer é o contrato não cumprir o que foi

determinado pelo plano de transição. Neste caso, ocorre uma deterioração cada vez

maior dos processos, podendo gerar uma perda do projeto.

Se o contrato tiver ainda no seu inicio, uma reversão através de um PDCA de

resolução de problemas pode ser a solução. O objetivo é retornar ao patamar

necessário para iniciar um novo ciclo de melhoria contínua. Implantação de

melhores práticas, sistema de qualidade e capacitação constante podem ser uma

solução. O quadro 33 mostra o método de posicionamento dos projetos no gráfico

da qualidade. Para cada critério é informado se a qualidade dos serviços de TI está

sendo radical (radical), incremental (increm.), manutenção (manut.) ou sem esforço

de melhoria (s/Esf.). Para a identificação dos contratos e projetos que estão

adotando melhoria radical, alguns fatores como adoção de estratégias de qualidade

total como Excelência de Qualidade (MBNQA, EFQM e PNQ), Lean Six Sigma,

Satisfação dos profissionais são fundamentais. Para que o projeto ou contrato esteja

em uma situação de melhoria incremental, os processos de gestão de TI, baseados

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em melhores práticas, devem estar padronizados e funcionando plenamente. Para

uma avaliação quantitativa, pode ser fixado um valor de 10 pontos para cada

resposta positiva dos requisitos do quadro 33, facilitando a aplicação do método.

Quadro 33 – Critérios de Melhoria da Qualidade

# Critério Radical Increm Manut. s/Esf. 1 Níveis de Serviços de suporte (SLA) dentro da

meta contratual Sim Sim Sim Não

2 Satisfação do cliente dentro da meta estipulada Sim Sim Sim Não 3 Programas de Qualidade Total, Implantados (Lean,

Six Sigma, Gerenciamento Pelas Diretrizes e Padrões EFQM/MBNQA/PNQ)

Sim Não Não Não

4 Melhores Práticas de Governança do Contrato utilizadas e alinhadas com a Governança de TI (ex. CobiT, COSO, SAS 70, SOX, Val IT, Risk IT)

Sim Sim Não Não

5 Inovações e Gestão de Conhecimento utilizados de forma plena para a melhoria da qualidade

Sim Não Não Não

5 Melhores práticas de Gestão de TI, Engenharia de Software e Segurança da Informação utilizadas de forma plena na operação dos serviços do contrato, incluindo automatização (ex. ITIL, CMMI, PMBoK, eSCM, ISO 20000, ISO 27001)

Sim Sim Não Não

6 Clima Organizacional da Equipe de Operação e Projetos acima de 70%

Sim Não Não Não

7 Gestão de Projetos e Portfolio funcionando de forma plena, com metodologia, ferramentas e práticas (OPM3, PMBoK e outros).

Sim Sim Não Não

8 Processos e procedimentos padronizados, seguidos pela equipe e de acordo com as normas da qualidade (ISO 9001, CMMI, ISO 20000 e ISO 27001).

Sim Sim Sim Não

9 Inexistência de penalidades aplicadas Sim Sim Sim Não 10 Reuniões, evidências de registros, relatórios dentro

do prazo e na qualidade exigidos pelo cliente Sim Sim Sim Não

11 Comitê executivo do projeto, envolvendo alta direção do cliente e do provedor com reuniões periódicas.

Sim Não Não Não

12 Canal de comunicação efetivo do cliente com o provedor de serviços, incluindo escalação de problemas de forma automatizada e follow-up.

Sim Sim Não Não

Na melhoria incremental, os indicadores de níveis de serviços estão dentro das

metas e o usuário está satisfeito com o serviço, porém a qualidade total, inovações e

gestão do conhecimento ainda não faz parte dos processos. Para a fase de

manutenção, as práticas de gestão de processos e de governança, presentes na

melhoria incremental não estão implantadas, assim como canais de comunicação

não funcionam de forma plena. A preocupação é a constante negociação entre o

provedor e o cliente dos problemas de escopo, ausência de qualidade e inovações e

o fato do serviço prestado atender apenas o que foi contratado e nada mais. Projeto

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e contratos classificados como sem esforço deixam de atender todos os requisitos

acordados com o cliente, levando à conflitos diários, alta insatisfação, penalidades

constantes e finalmente a perda do contrato ou projeto pelo provedor dos serviços.

3.5. Gestão do Conhecimento e da Inovação

No modelo MOPP, o processo de conhecimento e inovação (Knowledge &

Innovation) possui duas visões. A primeira delas é de colaboração interna por meio

de recursos como portais, gestão de conteúdo e redes sociais. Ajmal e Koskinen

(2008) relatam que as equipes de alto desempenho são formadas de pessoas com

diversas habilidades e conhecimentos trabalhando juntas em um período

determinado. A transferência de conhecimentos para toda a organização é

essencial. Há necessidade de aprender com as experiências e as práticas das

atividades diárias. As oportunidades detectadas a partir das necessidades dos

clientes dos provedores de TI dentro do conceito de pull ou “puxar” do mercado são

importantes. A segunda visão está relacionada ao conceito de push ou “empurrar”

para o mercado as idéias ou soluções criadas por meio de pesquisa &

desenvolvimento, conforme pode ser visto na figura 33. Os pontos mais escuros

(em azul) indicam as idéias que entram no método para avaliação, dentro dos

conceitos de inovação fechada e aberta.

Figura 33 - Funil de Inovação para Provedores de TI

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O modelo prevê uma área de inovação dentro de provedores de serviços de TI, que

pode ser denominada de Conhecimento & Inovação. Esta área deve ter a

incumbência de ser catalisadora, ou seja, realizar pesquisa & desenvolvimento,

avaliar as idéias dos colaboradores e também de inovação aberta, acompanhar os

projetos de inovação, manter parcerias com universidades e centros de pesquisas e

buscar financiamentos para a inovação do provedor junto a órgãos de fomentos

como BNDES, Banco Mundial, Finep, CNPQ e FAPESP. A relação abaixo descreve

as etapas do processo de inovação dentro do MOPP:

− As idéias podem ser classificadas em Inicial, Estruturada ou Discutida. Na Inicial

existe uma iniciativa que pode trazer alguma forma de resultado (eficiência,

qualidade, controle, garantia de aderência etc.). Pode ser também a

caracterização de uma oportunidade ou problema a ser resolvido. Na Estruturada

deve existir pelo menos um objetivo e uma justificativa. Quanto mais próxima de

uma proposta, mais estruturada está a idéia. Na Discutida, o provedor já

consegue obter a opinião e colaboração de outras pessoas que acrescentaram

ou adequaram o objetivo e a justificativa;

− Na fase de proposta a idéia discutida deve passar por uma aprovação formal

do(s) patrocinador(es) para seguir em frente. Deve conter dados como objetivo,

justificativa, problemas resolvidos, metas, produtos e serviços, patrocinador,

riscos e orçamento necessário. A área de Conhecimento & Inovação do provedor

é responsável por esta etapa;

− Na fase de estudo de viabilidade deve ser realizado o trabalho necessário para

criar as condições para que os resultados sejam verificados de forma

experimental e controlada (com ou sem envolvimento de clientes). Por exemplo,

simulação e protótipo. O Principal produto desta fase é um relatório dos

resultados obtidos, comparando com a expectativa e com os cenários

existentes no cliente. Na existência de problemas, há necessidade de realizar

mudanças na proposta ou mesmo desistir da iniciativa;

− Na fase de projeto piloto, a equipe de inovação do provedor deve seguir os

critérios de um Projeto, conforme metodologia de gestão de projetos existente.

Deve envolver um caso real, de um cliente externo. Também deve ser gerado um

relatório com os resultados;

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− Na fase final de inovação propriamente dita, o modelo pressupõe a utilização do

produto ou serviço de TI em larga escala e com método já bem definido e

experimentado. Os resultados em ganho de competitividade irão aparecer. Existe

uma disseminação do uso, contratos com clientes. Medições dos resultados são

realizadas para avaliar retorno, sendo divulgadas trimestralmente para todo o

provedor.

Uma matriz RACI determina papéis e responsabilidades. A partir das atividades, a

matriz apresenta quem é o executor da atividade (R - Responsible), gestor da

atividade (A - Accountable), consultado (C – Consulted) e informado (I – Informed). A

matriz RACI do processo de gestão da inovação de um provedor de TI é mostrada

no quadro 34. Ela determina as atribuições de cada área ou pessoa no processo de

inovação dentro do provedor de TI.

Quadro 34 – Matriz de Responsabidade (RACI) Fases Colaborador

(Interno/Externo) Financeiro Área

I&K Patrocinador?

Diretoria Projeto Comercial

Idéia R A

Avaliação Técnica R A

Avaliação do Investimento

R R A

Patrocínio C A, R

Desenvolvimento Produto/Serviço

I C A C R

Parceriais e Open Innovation

I R A

Comercialização I C I A I R

O Patrocinador e a Diretoria da empresa são os maiores responsáveis pelo sucesso

ou não da implementação dos processos do modelo MOPP no provedor de TI, pois

fornecem os investimentos, consciência e recursos necessários para fazer acontecer

a inovação.

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Já para a Gestão de Conhecimento em Serviços de TI, o MOPP adaptou uma

versão do modelo ITIL - SKMS (Service Knowledge Management System), conforme

figura 34.

Camada de

Apresentação

Camada de

Processamento de

Conhecimento

Camada de

Integração da

Informação

Ferramentas, Dados

e Informações

Portal

Governança

de TI

Portal

Gestão de

Documentaçào

CMDB

DSL

Planilhas, doc, forms

Portal

Governança,

Gestão Serviços e

SLM

Auto-Atendimento

no Portal do

Usuário

Cálculo

Indicadores

Templates e

Relatórios

Monitoramento e

Performance Infra

Capacity

Planning do

Negócio

Esquema das

Ferramentas

(NetFlow e FlexVision)

Análise e Reconciliação de

Dados SQL’s Pré-Formatados

SAP Sw de

ITSM e

Segurança

a Estruturados

Aplicação,

Infra e

Sistemas

Sistema de Conhecimento Monitoramento Infra de TI

1 2

Docs.

Eletrônicos

Figura 34 – Gestão de Conhecimento em Serviços de TI Fonte: Santos e Campos (2009, p.134)

O modelo adaptado pode ser implantado de forma completa ou reduzida em

serviços de TI. Parte-se da premissa de que todo o conhecimento vinculado aos

serviços de TI, prestados pelo provedor de TI, necessita estar integrado e alinhado

com a perspectiva do negócio (SANTOS; CAMPOS, 2009).

Na camada de apresentação é apresentado um portal de inovação & conhecimento

para rede social interna, colaboração, coleta de idéias, propostas e inovações para

melhorias dos serviços de TI. Na camada de processamento de conhecimento,

recomenda-se pelo modelo implantar um book de indicadores, baseado nos

processos de serviços de TI. Na camada de integração de informações são

desenvolvidas consultas padrões para coleta de informações de análise de

desempenho, capacidade e monitoramento dos serviços. Na camada de avaliação e

ferramentas é criada uma base de dados de configurações (CMDB) usando recursos

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já existentes em ferramentas de IT Service Management do mercado. O quadro 35

mostra as práticas recomendadas no modelo MOPP para a gestão de inovação e

conhecimento de provedor.

Quadro 35 – Processos para Conhecimento e Inovação Provedor TI # Frameworks/Processo/Template Aplicação no Modelo MOPP

01 e-SCM/SP – knw01 – Compartilhar

Conhecimentos; knw03 – Sistema de

Conhecimento; knw05 – Engajamento de

Conhecimento; knw06 – Reuso; ppl01 –

Motivação para Inovação; prf11 –

Implantação da Inovação.

Coleta, armanenamento e transferência de

conhecimento por todos os projetos do provedor.

Formação de comitê de conhecimento, sistemas,

base de conhecimento, banco de dados,

aplicações, portais e políticas para utilização por

todos os projetos.

02 IPMA – Trabalho Colaborativo à

Distância; IPMA – Gestão do

Conhecimento em Projetos

Desenvolvimento de AVA (Ambiente Virtual de

Ensino) e e-Learning para disseminar

conhecimento. Coleta, armazenamento e

disseminação de conhecimento tácito e explícito

por todos os projetos.

03 CMMI for Services – Organizational

Innovation and Deployment

Seleção e implantação de inovações dentro dos

serviços shared e também nos projetos nos

clientes do provedor.

04 ITIL V3 – ST – Gestão do Conhecimento Aplicação do modelo SKMS do ITIL v3 dentro dos

provedores, desde a coleta dos dados dos

serviços em formato estruturado e não

estruturado, formatação e apresentação (portais,

base de conhecimento e aplicações).

05 Templates – Formulário para proposta de

inovação

Permite aos profissionais do provedor informar as

suas idéias ou propostas para posterior avaliação

de viabilidade.

06 Templates – Formulário para montagem

de documento de conhecimento

Auxilia a montagem de documento de

conhecimento em sistemas de serviços de TI

(ITSM)

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3.6. Escritório de Projetos (PMO - Project Management Office)

No modelo MOPP, a visão de escritório de projetos serve para apoiar os demais

processos do ciclo de vida de outsourcing nas melhores práticas de gerenciamento

de projetos, programas e portfolio sob a ótica do provedor. Todos os projetos,

independentes do ciclo, devem ser automatizados em ferramentas de

gerenciamento de portfolio, para gestão e alinhamento com a estratégia do

provedor.

− Contratação de Serviços

Pelo modelo a contratação deve utilizar escritórios de projetos (PMO) centralizados,

ou seja, escritórios centrais dos provedores de TI. Nesta fase as principais

atividades de um PMO devem ser:

� Centralização da Documentação;

� Treinamento Gerentes de Projetos;

� Padronização de processos dos projetos de contratação;

� Governança do projeto;

� Auditoria do projeto;

� Disseminação de melhores práticas para as equipes de projetos.

− Projetos de Transição

Esta fase utiliza intensamente as funções de escritório de projetos. O MOPP

pressupõe que deve existir PMOs descentralizados conforme a importância do

projeto de transição para o provedor. O PMO descentralizado deve estar integrado

com o centralizado. O modelo pressupõe o uso da mesma ferramenta de gestão,

possibilitando armazenamento e acompanhamento do portfolio de projetos do

provedor. As funções nesta etapa são:

� Ponto focal de relacionamento entre a equipe de transição e o cliente;

� Aprovação das entregas da transição, antes da submissão ao cliente;

� Capacitação da Equipe do Projeto;

� Governança do Projeto de Transição;

� Auditoria do Projeto;

� Risco do Projeto.

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− Operação de Serviços

Esta fase utiliza as práticas de gerenciamento de projetos dentro do conceito de

projetos de demandas eventuais e de movimentação de baseline. O modelo utiliza

as práticas da Metodologia de Gerenciamento de Projetos e a estrutura de PMO

centralizado do provedor. Os projetos eventuais da operação também devem fazer

parte do portfolio de projetos do PMO centralizado. As principais etapas são:

� Uso da Metodologia de Gerenciamento de Projetos;

� Capacitação da Equipe do Projeto;

� Auditoria dos Projetos Eventuais da Operação;

� Padronização e documentação das práticas;

� Fornecimento de ferramentas de Project Management para a equipe do

projeto;

� Disseminação de melhores práticas para os projetos eventuais.

− Estrutura típica de PMO do Provedor de Serviços de TI

Apoiados por ferramentas de PPM (Project and Porfolio Management) e de EPM

(Enterprise Project Management) o provedor pode gerenciar implementar o seu

escritório de projetos. O primeiro passo é coletar os dados do portfólio atual e

automatizá-lo, com as seguintes atribuições:

� Elaboração, divulgação e treinamento das equipes dos projetos na

Metodologia de Gerenciamento de Projetos e Portfolio;

� Registros e acompanhamento de issues (problemas);

� Registro e acompanhamento de riscos;

� Registros das Auditorias dos Projetos;

� Registros e Análise dos Indicadores Gerenciais dos Projetos;

� Acompanhamento de time sheet (registro de horas trabalhadas das equipes);

� Acompanhamento dos cronogramas dos projetos e repositório de

documentos;

� Controle de treinamentos e coaching dos gerentes de projetos;

� Gerenciamento da demanda (incidentes, solicitações de serviços e idéias

para inovação);

� Registros dos chamados de Service Desk do PMO;

� Gestão Financeira do portfólio;

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� Gestão de troubled projects (projetos de serviços de TI com problemas);

� Dashboard para relatórios gerenciais para a diretoria do provedor.

O quadro 36 mostra as práticas recomendadas no modelo MOPP para o Escritório

de Projetos (PMO).

Quadro 36 – Escritório de Projetos

# Processo/Template Aplicação no Modelo MOPP

01 OPM3 – Processos de Gestão de

Portfolio; Processos de Gestão

de Programas

Utilização na elaboração da Metodologia de

Gerenciamento de Projetos e PMO dos provedores.

Auditoria dos projetos, capacitação dos Gerentes de

Projetos, padronização dos processos, customização das

ferramentas de PPM (Project and Portfolio Management)

e EPM (Enterprise Project Management).

02 IPMA – Controle de Projetos Inspeção nos projetos, PDCA, registros de desvios e

plano de ação.

03 CMMI for Services – Strategic

Service Management; PP –

Project Planning; IPMA –

Integrated Project Management;

Project Monitoring and Control;

Quantitative Project Management;

Determinação da gestão de demandas, avaliação

financeira do portfólio e gestão quantitativa dos projetos.

04 Lean Six Sigma Seleção dos projetos. Avaliação da contribuição dos

projetos para as metas estratégicas do provedor e

quantificação dos processos e dos resultados.

05 ITIL v3 SE – Gestão de Portfolio

dos Serviços; SD – Gestão de

Catálogo dos Serviços

Auxílio na análise e inclusão dos serviços resultantes dos

projetos dentro do portfólio (realizados, atuais e futuros) e

do catálogo (serviços atuais).

08 Templates – Lista de Verificação

Auditoria de Projetos

Lista para auditoria de projetos, incluindo apontamentos

de conformidades e oportunidades de melhorias

09 Template – Matriz de Seleção de

Portfolio de Projetos

Matriz para seleção dos projetos para compor um portfolio

conforme necessidades do negócio.

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3.7. Gestão de Segurança (Information Security Management)

No modelo MOPP, a segurança da informação é aplicada na oferta de outsourcing

para serviços compartilhados como também nos serviços executados nas

instalações dos clientes. O modelo considera importante que os provedores

obtenham a certificação ISO/IEC 27001, como também pode colocar em práticas as

suas recomendações, não somente na área escopo da certificação, como também

em toda a empresa e em seus clientes. Outro ponto importante é a parceria com

players (competidores) mundiais de ferramentas de segurança da informação, pois o

objetivo é a implementação e consultoria nas melhores práticas automatizadas. Para

a finalidade do modelo, a segurança da informação é dividida de forma prescritiva

em governança, informações para gestão, identidade e acesso e gestão de

ameaças, conforme quadro 37.

Quadro 37 – Áreas da Segurança da Informação

Governança de Segurança da

Informação (ISG – Information Security

Governance)

Gestão de Informações de Segurança

(SIM - Security Management

Management)

Gestão de Ameaças (TM - Threat

Management)

Gestão de Identidade e Acesso (IAM -

Identity and Access Management)

No modelo MOPP, o nível menor é de gestão de ameaças que os provedores

podem oferecer aos seus clientes como serviço. Abrange tecnologias como

antivírus, anti-spam, firewall ou IDS (monitora o tráfego contínuo da rede,

identificando ataques que estejam em execução). Os provedores devem fazer

parcerias com fornecedores de ferramentas e soluções do mercado. O objetivo é a

implementação da solução com a consultoria necessária para as empresas. O

segundo nível é de Gestão de Identidade e Acesso que garante controle sobre a

criação de usuários e sobre os acessos a cada ambiente, aplicação ou recurso da

organização. Abrange temas tecnológicos como provisionamento (alocar para cada

usuário a conta e direitos adequados para uso dos recursos corporativos), controle

de acesso (garantir a prevenção de acessos não autorizados mantendo a

integridade das informações), Single Sign-On (ponto único de acesso dos usuários).

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O terceiro nível é o de gerenciamento das informações de segurança que processa

todas as informações geradas pelos sistemas de segurança, mantendo a

auditabilidade destes sistemas e atuando em qualquer situação de anormalidade.

Abrange tecnologias como portais de visualização dos eventos de segurança,

correlação, vulnerabilidades e outras informações detectadas pelas ferramentas de

TM e IAM, auditoria de correlação de eventos que coleta dados, audita e efetua

correlações para tomada de decisões, análise de vulnerabilidades que permite aos

clientes realizar verificações regulares em determinados componentes de sua rede,

como por exemplo, servidores e roteadores para encontrar brechas de sistemas ou

de configurações, classificação e identificação de ativos. Estes fatores permitem

classificar os ativos por confidencialidade, integridade e disponibilidade para medir o

prejuízo com a perda de um destes três elementos. Também existe o Forensics para

coleta de provas e evidências no ambiente dos clientes para causas forenses.

O quarto nível refere-se à governança de segurança da informação, que contém

temas como Gestão de Riscos relacionados à segurança da informação,

monitoramento dos indicadores de segurança e alinhamento da segurança da

informação com o negócio da empresa. Neste aspecto, o provedor deve utilizar um

modelo de maturidade para realização de assessment nos potenciais clientes, antes

da implantação ou consultoria nas tecnologias e processos. Existem modelos do

mercado, como por exemplo o modelo desenvolvido para aplicações e alinhado com

o CMMI, visto em Carbonel (2008).

O quadro 38 mostra as práticas recomendadas no modelo MOPP para a gestão de

inovação e conhecimento de provedor.

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Quadro 38 – Processo de Gestão da Segurança da Informação

# Processo/Template Aplicação no Modelo MOPP

01 ISO 27001 – Todos os Processos Requisitos gerais para determinação dos

políticas, planos, procedimentos, controles,

conscientização, auditoria de segurança e

compliance dos serviços operados pelo provedor.

02 ISO 27005 – Todos os Processos Identificação, avaliação e controles dos riscos

relacionados com a segurança dos projetos.

03 CobiT – PO9 – Avaliar e Gerenciar Riscos;

DS5 – Garantir Segurança dos Sistemas;

DS4 – Garantir Continuidade dos Serviços

Controles e Requisitos de Auditoria e Governança

para Segurança, Riscos e Continuidade da oferta

e operação dos serviços de TI pelos provedores.

04 ITIL v3 – SD – Gerenciamento de

Segurança; SO – Gerenciamento de

Acesso; SD – Gerenciamento de

Continuidade; SD – Gerenciamento de

Disponibilidade

Requisitos de segurança lógica e física. Melhores

práticas para gestão e testes de continuidade.

Determinação das regras de acessos e dos

critérios de disponibilidade da infra e aplicações

dos projetos do provedor.

05 ISO 20000 – Gerenciamento de

Segurança; Gerenciamento de

Disponibilidade e Continuidade

Determinação da política de segurança, gestão

dos incidentes de segurança, elaboração do

plano de continuidade e os testes relacionados

nos projetos.

05 eSCM/SP – thr04 – Segurança; thr07 –

Disaster Recovery

Identificação e gestão de requisitos de segurança

física, lógica, acesso. Recomenda-se também

utilizar as diretrizes para uso em segurança de

aplicações e banco de dados dos projetos.

06 CMMI for Services – Continuidade do

Serviço

Estabelecimento e manutenção dos planos de

segurança da operação dos serviços fornecidos

pelos provedores.

08 Template – BIA – Business Impact Analysis Determinação das informações estratégicas do

provedor para avaliação e tratamento dos riscos,

bem como elaboração do plano de continuidade.

09 Template – Plano de Continuidade Plano de Continuidade do provedor

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145

3.8. Governança & Compliance para Provedores de TI

O outsourcing de TI é uma estratégia que objetiva aumentar a eficácia dos sistemas

de informações nas organizações. Segundo Robinson (2007), esta necessidade

pode ser traduzida em forma de alinhamento estratégico, gestão eficiente de

recursos e ativos de TI, gestão de portfólio, investimentos de TI, gerenciamento de

riscos e manutenção da excelência operacional. Para Parkinson e Baker (2005),

informações de governança devem gerar suporte ao negócio, adequação às leis e

regulamentos e também devem gerar resultados confiáveis e transparentes. Dessa

forma, a Governança & Compliance do modelo MOPP para provedores de TI refere-

se a uma visão interna das áreas do provedor. Não apenas em termos de

governança de TI, mas também governança corporativa e compliance com

regulação. Sphilberg at al (2007) relatam que alinhar uma TI com fraco desempenho

aos objetivos estratégicos não é governança de TI. Silva (2009) constata, em

pesquisa realizada, que empresas de TI não costumam priorizar planejamento

estratégico de tecnologia da informação (PETI). Segundo a autora, existe um conflito

entre planejamento estratégico empresarial e o PETI em provedores.

Os provedores precisam possuir flexibilidade para que possam responder

rapidamente às alterações competitivas e do mercado. Também precisam

estabelecer e manter uma estrutura adequada de controles financeiros e

procedimentos para emissão de relatórios financeiros, além de evidenciar eficácia da

estrutura de controles internos e procedimentos para emissão das demonstrações

financeiras. Os controles e procedimentos são atestados por auditoria interna. Mais

a frente devem ser auditados e atestados por auditoria independente seguindo a

norma SAS 70. Como preparação para este compliance, o provedor de TI deve

adotar as práticas PCAOB, COSO, CobiT e ISO/IEC 17999. Estes padrões são a

base mínima necessária para a montagem de um conjunto referencial de melhores

práticas em controles internos.

Um dos frameworks utilizados no modelo é a a SAS 70, a qual auxilia o provedor

nas suas qualificações para atendimento a clientes sujeitos a normas regulatórias, a

exemplo da lei Sarbanes-Oxley, Basel II, GxP ou HIPAA. Os relatórios formais de

auditoria são importantes no processo de comunicar a efetividade dos controles

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146

internos existentes. Há dois tipos de relatórios da SAS 70. No tipo 1 a avaliação do

auditor é se a descrição dos controles declarada representa a operação em

determinada data e se os controles foram desenhados de forma adequada a

alcançar os objetivos específicos. O tipo II abrange todos os aspectos do tipo I, além

de incluir opinião sobre se os controles que foram testados operam com efetividade,

permitindo obter garantia de que os objetivos de controle foram atingidos durante um

período mínimo de seis meses. O SAS 70 permite ao provedor divulgar e evidenciar

para os seus clientes a eficácia dos seus controles internos. A utilização atual das

melhores práticas incorporadas neste padrão significa que os objetivos e atividades

de controle têm total transparência. Cria-se uma confiança na relação cliente e

provedor de TI.

O modelo de governança deve seguir as melhores práticas, endereçando os

aspectos de alinhamento estratégico, entrega de valor, riscos, recursos e

monitoramento. Abaixo, são mostrados os principais domínios da governança com

seus principais requisitos, sob o ponto de vista do modelo MOPP:

a. Alinhamento TI Interna x Negócio do Provedor

A área interna de TI deve alinhar suas estratégias com a área de negócio do

provedor de TI. Assegurará dessa forma que o investimento realizado esteja em

harmonia com os objetivos estratégicos da organização.

b. Entrega de Valor

Deve ser estabelecido um modelo de medida de valor entregue pela área de TI ao

negócio do provedor antes de embarcar em grandes projetos. Outro objetivo desta

fase é levantar se a área interna entrega benefícios de acordo com um custo

compatível. A governança procura estabelecer um modelo de medida de valor

entregue pela TI interna ao provedor para todas as suas atividades e projetos.

c. Gerenciamento de riscos

O modelo de governança corporativa do provedor deve assegurar transparência,

adequada divulgação, eficientes processos de tomada de decisão e controle, além

de tratamento justo e igual para todos os sócios ou acionistas. Para cada vez mais

aperfeiçoar a estrutura de governança, a área interna de TI deve reforçar os seus

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147

controles internos, levando em consideração todos os aspectos relacionados à

normas regulatórias. Essas normas determinam que as empresas adotem uma série

de medidas que têm como objetivo proteger investidores ao exigir maior precisão e

confiabilidade das divulgações empresariais. A Governança assegura que os riscos

mais significantes da área interna de TI possam ser estudados e gerenciados de

forma apropriada. A metodologia COSO-ERM (Enterprise Risk Management) pode

ser utilizada para esta finalidade. Contempla as seguintes atividades:

− Criação de Ambiente Interno para Gestão de Riscos;

− Determinação de objetivos (estratégia, apetite ao risco e tolerância);

− Identificação de eventos;

− Entendimento dos Riscos;

− Avaliação (assessment) dos Riscos;

− Respostas aos Riscos;

− Atividades de Controles;

− Informacão e Comunicação;

− Monitoramento.

Quando a área interna de TI do provedor também é responsável em manter serviços

de TI para clientes externos do provedor, a exemplo de Hosting e NOC (Network

Operation Center), torna-se imprescindível controlar os riscos operacionais conforme

práticas já consolidadas (ex. Segurança, Riscos e Continuidade da NIST – National

Institute of Standard and Technology dos Estados Unidos). Também há necessidade

de manter um eficaz plano de continuidade de serviços baseados na ISO 27001 e

BS 25999.

d. Gerenciamento de Recursos

O objetivo do gerenciamento de recursos na governança da área interna do

provedor de TI é garantir que os recursos utilizados no mesmo estão sendo capazes

de atender a estratégia de TI. Envolve também assegurar o estudo da existência de

capacidade suficiente para dar suporte às atividades críticas do provedor e

otimização de custos das atividades contratuais.

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148

A área interna de TI deve buscar a satisfação dos clientes externos e dos usuários

finais do provedor de TI, obtida quando existe, em cada um dos processos

envolvidos na prestação dos serviços, a preocupação de satisfazer a necessidade

do cliente interno do próximo processo. Fazer com qualidade será sempre a forma

mais econômica de realizar qualquer serviço escopo do provedor de TI é outro

objetivo.

e. Monitoramento e Desempenho

O objetivo deste domínio para a área interna de TI é a medição e monitoração das

atividades de gestão. É possível desta maneira governar a prestação dos seus

serviços e assegurar o seu alinhamento com a estratégia do provedor de TI e os

níveis de serviços (SLAs) mantidos com os clientes externos pelas diversas áreas.

Nesta fase devem ser utilizadas as métricas definidas no CobiT v4.1 (KPI – Key

Performance Indicator e KPG – Key Performance Goal) bem como o modelo

Balanced Scorecard para melhor alinhamento e integração com os objetivos

estratégicos. O quadro 39 mostra as práticas recomendadas no modelo MOPP para

a governança e compliance em provedor.

O trabalho destaca no capítulo seguinte as matrizes de relacionamento. Elas são

necessárias para entender a relação dos frameworks com os ciclos de vida de

outsourcing, ofertas dos provedores e necessidades do mercado.

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Quadro 39 – Governança & Compliance em Provedores de TI

# Processo/Template Aplicação no Modelo MOPP

01 CobiT – Todos os Processos de

Planejamento e Organização, Aquisição e

Implantação, Entrega e Suporte,

Monitoramento e Avaliação.

Requisitos gerais Governança, Controles e

Auditoria dos processos de oferta e operação de

serviços de TI dos provedores. Auxílio no

alinhamento

02 COSO – Todos os Processos de Ambiente

de Controle, Avaliação e Gerenciamento

dos Riscos, Atividades de Controle,

Informação e Comunicação,

Monitoramento.

Auxílio ao CobiT para os processos de

governança do provedor. Contemplam riscos,

manual de conduta, ética, segregação de

funções, alçadas, riscos corporativos e controles

de prevenção e de detecção das atividades do

provedor.

03 ITIL SE – Gestão Financeira; Gestão de

Portfolio dos Serviços; Gestão da

Demanda.

Análise financeira de fornecimento do serviço.

Inclusão do serviço fornecido dentro do portfólio

do provedor e gerenciamento das demandas

internas e externas (clientes) por novos serviços.

04 ISO 27005 – Identificação, Análise e

Controle dos Riscos

Auxílio no BIA e nas avaliações dos riscos

operacionais do provedor.

05 Val IT – VG – Governança de Valor;

Gestão de Portfolio (PM); Gestão de

Investimentos (IM)

Determinação dos investimentos realizados pelo

provedor para suportar a oferta e operação dos

serviços do provedor, bem a avaliação dos seus

benefícios e a sua governança (confiabilidade e

transparência).

05 ISO 38500 – Todos os Princípios:

Responsabilidade, Estratégia, Aquisição,

Desempenho, Conformidade e Ambiente

Humano.

Utilização dos princípios para determinação das

responsabilidades da alta direção do provedor,

como também da sua estratégia e conformidade

na oferta e operação dos serviços de TI.

06 OPM 3 – Gestão dos Processos de

Portfolio

Aplicação na gestão de projetos e portfólio e na

priorização dos projetos. Utilização no apoio de

implementação de ferramentas de PMO,

treinamentos e metodologias de governança de

projetos.

08 Template – Auditoria dos Controles &

Compliance

Utilizar para auditoria dos processos do provedor,

com a finalidade de compliance geral.

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150

4. MATRIZES DE RELACIONAMENTO

Nesta seção são apresentadas matrizes de relacionamento do modelo, necessárias

para determinar a melhor prática a ser aplicada na oferta e operação de serviços de

TI, conforme o tipo de estratégia do provedor e a necessidade do mercado.

As ofertas dos provedores de TI abrangem software, hardware, redes, processos de

negócios e vendas de soluções. Para cada tipo de oferta existem desafios na busca

da melhor prática que pode ser oferecida aos clientes. Estas dificuldades passam por

todas as fases do ciclo de vida de outsourcing. Percebe-se nos modelos atuais

analisados uma preocupação em combinação de práticas, porém não existe um

relacionamento com a fase do ciclo de outsourcing. Os frameworks estão em um

nível elevado para uso efetivo pelos provedores. A melhor definição é que sejam

diretrizes prescritivas para que a empresa ou o provedor possam utilizar a melhor

combinação de práticas e adequá-la de acordo com o tipo de oferta e fase do

outsourcing. Uma dificuldade de implementação dos modelos atuais é que nem

sempre a empresa possui o conhecimento e visão detalhada das práticas para

montar o melhor conjunto de soluções para a oferta e operação dos serviços.

4.1. Matriz de Relacionamento Oferta x Ciclo de Vida x Prática

O quadro 40 mostra um relacionamento entre as principais oferta e os processos dos

frameworks que foram considerados no modelo MOPP. O detalhamento maior,

incluindo as práticas para cada oferta, está contemplado na aplicação desenvolvida

e que faz parte desta pesquisa. Na fase de contratação de um serviço como o

Service Desk, é relevante utilizar frameworks que tenham processos vinculados a

outsourcing, atendimento de usuários, base de conhecimento e suporte remoto a

exemplo de eSCM/SP e do ITIL. Na fase do projeto de implantação, os frameworks

mais indicados são de projetos como o PMBoK, mas o ITIL e CobiT devem ser

utilizados nesta fase para elaboração do Modelo de Operação e de Governança. Já

na operação, utiliza-se plenamente modelos focados no dia-a-dia das atividades

como ISO 20000, ITIL e Lean Six Sigma.

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Quadro 40 – Matriz Relacionamento Oferta x Ciclo de Outsourcing x Prática

Oferta/Macro Processo

Contratação Projeto Operação

Service Desk e Field Support

• eSCM/SP

• CobiT

• ISO 9001

• ITIL

• PMI/PMBok

• IPMA

• CobiT

• ITIL

• ITIL

• LEAN SIX SIGMA

• ISO 20000

• ISO 9001

NOC / SOC (Network Operation Center)

• eSCM/SP

• CobiT

• ISO 9001

• ISO 27001

• ISO 27005

• PMI/PMBok

• IPMA

• CobiT

• ITIL

• SO 27001

• ITIL

• ISO 20000

• ISO 27001

• ISO 27005

• ISO 9001

Sustentação de Software (Manutenção Corretiva, Evolutiva e Testes)

• eSCM/SP

• CMMI

• CobiT

• ISO 9001

• PMI/PMBok

• IPMA

• CMMI

• CMMI

• ITIL

• ISO 20000

• PCMM

• ISO 9001

BPO – Business Process Outsourcing

• eSCM/SP

• CobiT

• ISO 9001

• Val IT

• PMI/PMBok

• IPMA

• OPM3

• ITIL

• ISO 27001

• ISO 20000

• CobiT

• Val IT

• ISO 9001

Suporte de Infraestrutura de TI (Servidores, Sistemas Operacionais, Banco de Dados, Redes).

• eSCM/SP

• CobiT

• ISO 9001

• ITIL

• PMI/PMBok

• IPMA

• ITIL

• ISO 20000

• ISO 27001

• ISO 9001

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4.2. Matriz de Relacionamento Ciclo de Vida x Práticas de Conhecimento

O quadro 41 mostra um relacionamento das fases do ciclo de vida de outsourcing

com os macroprocessos de governança, qualidade, conhecimento e inovação. Este

relação é importante, pois os provedores podem utilizá-la para determinar os valores

entregues para o cliente ao longo do seu relacionamento, agregando diferencial em

relação aos seus competidores.

Quadro 41 – Matriz Ciclos de Vida x Práticas de Conhecimento

Oferta/Macro Processo

Governança & Compliance

Qualidade Inovação & Conhecimento

Segurança

Informação

Contratação • SAS 70

• CobiT

• SOX

• ISO 38500

• VAL IT

• Lean Seis Sigma

• ISO 9001

• ISO 20000

• e-SCM

• ITIL (SKMS)

• IPMA

• E-SCM

• ISO 27001

• ISO 27005

• COSO

• CobiT

• e-SCM/SP

Projeto • IPMA

• SAS 70

• CobiT

• SOX

• OPM3

• ISO 27005

• PMI

• IPMA

• Lean Seis Sigma

• ISO 9001

• PMI

• IPMA

• ITIL

• HDI

• ISO 20000

• ISO 27001

• ISO 27005

• CobiT

Operação • SAS 70

• CobiT

• SOX

• COSO

• ISO 27005

• ISO 38500

• VAL IT

• Lean Seis Sigma

• ISO 9001

• ISO 20000

• CMMI

• ITIL

• HDI

• ISO 20000

• e-SCM/SP

• ISO 27001

• ISO 27005

• COSO

• CobiT

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153

A matriz pode ser analisada da seguinte forma: Na etapa de contratação, os

frameworks e padrões de governança & compliance mais indicados são a SAS 70,

CobiT, SOX, úteis para elaboração de propostas e negociação. Já para a etapa de

projeto de implantação dos serviços de TI (nas instalações do cliente), são

acrescentados outros frameworks indicados para governança de projetos, a exemplo

de OPM3, IPMA e ISO 27005, necessários para a elaboração do Modelo de

Governança de Projetos (OPM3, IPMA) e Plano de Riscos (ISO 27005). Para a

operação, é adicionado o COSO, pois existe uma necessidade nesta etapa de

alinhamento com a governança corporativa da empresa, como também de

desenvolvimento de controles internos, a exemplo de código de ética e segregração

de funções.

4.3. Matriz de Relacionamento Oferta do Provedor x Processos dos

Frameworks x Necessidades do Cliente

O quadro 42 mostra um exemplo da matriz de relacionamento dos processos

conforme a oferta do provedor e as necessidades do cliente. A versão completa que

abrange todas as ofertas do provedor encontra-se no banco de dados que faz parte

desta tese. Os clientes do mercado financeiro como também os que possuem ações

negociadas em bolsas de valores americanas necessitam de maior atenção a

normas regulatórias como Basel (Acordo da Basiléia) e SOX (Lei Sarbanes-Oxley),

portanto, as ofertas do provedor, principalmente as que envolvem serviços em

produção a exemplo de monitoramento de redes, gerenciamento de datacenter e

manutenção corretiva de aplicações devem incorporar as práticas adequadas como

Cobit, ISO 27001 e COSO.

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Quadro 42 – Relacionamento Oferta x Processos x Mercado

Oferta/Cliente Telecom Banking Indústria Call Center Empresa SOX ...

Varejo Governo

Service Desk e Field Support

COPC

ITIL

ISO 9001

ITIL

CobiT

ISO 9001

ITIL

ISO 9001

COPC

ITIL

ISO 9001

COSO

CobiT

ITIL

ISO 9001

ITIL

ISO 9001

ITIL

ISO 9001

CobiT

ISO 20000

NOC / SOC (Network and Security Operation Center)

ITIL

ISO 20000

ISO 27001

ISO 9001

CobiT

ITIL

ISO 20000

ISO 27001

SAS 70

BS 25999

ISO 9001

ITIL

ISO 20000

ISO 27001

ISO 9001

ITIL

ISO 20000

ISO 27001

COSO

CobiT

ISO 27001

SAS 70

BS 25999

ISO 9001

ITIL

ISO 20000

ISO 27001

ISO 9001

ITIL

ISO 20000

ISO 27001

ISO 9001

CobiT

Sustentação de Software (Corretiva, Evolutiva e Testes)

CMMI

ITIL

ISO 20000

ISO 27001

CMMI

CobiT

ITIL

ISO 20000

ISO 27001

SAS 70

BS 25999

CMMI

ITIL

ISO 20000

ISO 27001

CMMI

ITIL

ISO 20000

ISO 27001

CMMI

COSO

CobiT

ISO 27001

SAS 70

BS 25999

ITIL

ISO 20000

ISO 27001

ITIL

ISO 20000

ISO 27001

CobiT

ISO 9001

BPO – Business Process Outsourcing

ITIL

ISO 20000

ISO 27001

ISO 9001

CobiT

ITIL

ISO 20000

ISO 27001

SAS 70

ISO 9001

ITIL

ISO 20000

ISO 27001

ISO 9001

ITIL

ISO 20000

ISO 27001

COSO

CobiT

ISO 27001

SAS 70

BS 25999

ISO 9001

ITIL

ISO 20000

ISO 27001

ISO 9001

ITIL

ISO 20000

ISO 27001

ISO 9001

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155

No modelo, as práticas a serem priorizadas podem mudar conforme as necessidades

do cliente. Por exemplo, oferta de fábrica de software em empresas que estão

sujeitas a SOX devem contemplar também práticas como COSO e CobiT e não

apenas CMMI e ISO 9001. Para possibilitar um conhecimento mais detalhado do

MOPP, o capítulo seguinte apresenta a aplicação do modelo por meio de estudos de

casos, abrangendo as três fases principais do ciclo de vida: Contratação,

Implantação e Operação.

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156

5. APLICAÇÃO DO MODELO

Esta pesquisa utilizou um projeto de casos múltiplos. O ciclo de vida de outsourcing,

presente no MOPP é comum e vincula os três estudos de casos. Cada estudo de

caso em particular consistiu no desenvolvimento em um estudo completo (YIN,

2005). Procurou-se em cada um dos casos evidências convergentes com respeito

a oferta e operação de serviços de TI. O autor influenciou nos resultados dos

trabalhos da pesquisa-ação, por conta das qualificações, certificações e do uso do

modelo apresentado nesta tese.

A conclusão de cada caso está relacionada com os outros casos. Os estudos foram

baseados em três situações diferentes do ciclo de vida do MOPP, conforme mostra

a figura 35.

Figura 35 – Fases do Estudo de Caso Múltiplo

O primeiro estudo de caso explora a elaboração de uma proposta técnica, com a

aplicação de técnicas de combinação de práticas dos processos de contratação do

modelo MOPP em um prazo de quatro meses. O segundo estudo de caso aborda

um projeto de transição realizado em uma empresa de mineração, onde as técnicas

do MOPP puderam ser aplicadas. O prazo do projeto foi de oito meses. O autor

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157

participou como responsável pela governança de TI. Finalmente, na terceira situação

é abordado um estudo da operação de serviços de TI aproveitando a visão dos

processos em execução no dia-a-dia por meio de uma implantação e certificação da

norma ISO/IEC 20000 (Gestão de Serviços de TI) em um prazo de dez meses.

Figura 36 – Aplicação do Modelo nos Estudos de Caso

A figura 36 mostra as etapas, áreas de conhecimento e métodos do modelo MOPP

utilizado em cada estudo de caso. Apresenta-se a seguir os casos com seus

respectivos conteúdos e resultados.

5.1. Contratação: Proposta Técnica de Infraestrutura de TI de Instituição

Financeira Internacional

De acordo com Yin (2005), a elaboração de um protocolo é uma estratégia seguida

para aumentar a confiabilidade do estudo de caso. O protocolo para o estudo de

caso é mais do que um instrumento, pois contém os procedimentos e as regras

gerais são seguidas ao se utilizar o instrumento. Para atingir maior confiabilidade, os

procedimentos metodológicos são descritos com detalhes, a fim de possibilitar o

entendimento e reuso do método. Buscou-se descrever de forma clara o protocolo

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de pesquisa utilizado. Importante ressaltar que o protocolo de pesquisa serviu como

ferramenta de apoio ao pesquisador, por seguir um roteiro lógico de

questionamentos, que permitiram uma posterior organização das informações para o

estudo de caso. Yin (2005) relata que o protocolo de pesquisa deve apresentar: a)

uma visão geral do projeto em estudo; b) procedimentos de campo; c) questões do

estudo de caso; d) guia para o relatório (evidências e formato dos dados).

O objeto do primeiro estudo de caso é a oferta de serviços de TI, demonstrada por

meio de uma concorrência internacional de infraestrutura de TI. No quadro 43 é

representado o protocolo de pesquisa utilizado para obtenção das informações.

Quadro 43 – Protocolo de Pesquisa estudo de caso oferta de TI

Protocolo de Pesquisa Visão geral do estudo de caso

− Estudar uma concorrência de oferta de serviços de TI, sob o ponto de vista de um provedor externo.

Procedimento de campo − Entendimento da RFP (Request for Proposals). − Busca de informações para elaboração das propostas − Pesquisa em ação, envolvendo o autor, como responsável por sete

das 22 propostas. − Elaboração da estratégia de mercado para a oferta de TI − Elaboração das propostas técnicas

Questões do estudo de caso

− Quais as estratégias utilizadas em uma concorrência de TI? − Como utilizar inteligência de mercado, combinando melhores práticas

para vencer a concorrência em serviços de TI? − Como utilizar principios de QFD e de Contratação (RFP) em

concorrências de TI ? − Qual a importância de uma oferta de serviços para garantir sucesso

na fase de operação de TI ? Fontes de evidência − Observação direta

− Entrevistas − Documentação interna para elaboração das propostas − RFP – Request for Proposals − Proposta Técnica − Práticas e certificações do mercado

Por meio do protocolo foram obtidas informações sobre as fases do plano de

transição, estruturação do due dilligence, modelos de governança e operação e,

finalmente, da passagem final da transição para a operação com a análise dos

resultados. Os capítulos deste estudo de caso buscam responder às questões

formuladas no protocolo. A proposta foi elaborada de julho a outubro/2008 e

envolveu a participação de uma equipe multidisciplinar. O autor participou no

formato de pesquisa-ação, responsável pela elaboração direta de sete propostas e

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quality assurance de todas as demais. Desta forma, conseguiu aplicar e testar os

conceitos do modelo MOPP.

A proposta foi vencedora para o provedor em questão. O resultado foi divulgado

ainda em 2008 e o projeto entrou em operação em 2009. Na figura 37 é mostrado

onde se enquadra o estudo de caso no modelo MOPP.

Figura 37 – Fase do MOPP Aplicada no Modelo

5.1.1. Utilização do Modelo MOPP no Estudo de Caso

No quadro 44 estão demonstrados os processos, práticas e templates do modelo

MOPP que foram utilizados na implementação em uma concorrência de TI de um

provedor de TI. Seguindo o recomendado no modelo, a integração de Frameworks a

exemplo de ISO 20000, ITIL, CobiT, PMBoK possibilitou um conteúdo adequado da

proposta técnica, conforme os requisitos solicitados pelo cliente e com diferenciais

em relação aos demais concorrentes.

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160

Quadro 44 – Utilização do MOPP em Projeto de Transição # MOPP Descrição MOPP x Estudo de Caso

01 Oferta Outsourcing de Infra-estrutura de TI Aplicação no Estudo Caso

02 Processo Etapa Processo Descrição do Processo

Gestão da

Contratação

Inteligência Competitiva;

Prospecção; Qualificação;

Proposta Técnica; Proposta

Comercial e Contrato.

Análise da concorrência,

Abordagem, Avaliação da RFP,

Precificação, Métodos para

Bonifcação/Penalidades e

Negociação Contratual.

03 Prática Nome da Prática

QFD – Quality Function Deployment Análise concorrência

eSCM cnt01 – Negociação; eSCM cnt02 –

Precificação; eSCM cnt04 – Informações de

Mercado; eSCM cnt06 – Revisão dos

Requisitos; eSCM cnt06 – Respostas aos

Requisitos; eSCM cnt10 – Criação do

Contrato; eSCM cnt11 – Assinatura do

Contrato.

Negociação contratual,

Benefícios e Penalidades,

Análise da Concorrência,

Elaboração e Análise da RFP,

Elaboração e Negociação do

Contrato.

ITIL v3 SS - Gerenciamento de Demandas; SD

–Níveis de Serviços; SE – Portfolio de

Serviços; SD – Gestão de Fornecedores

Análise demandas eventuais,

determinação dos níveis iniciais

do serviço (SLO), análise dos

serviços e dos parceiros.

PMBok – Aquisições, Tempo e Comunicação Análise RFI e RFP,

Cronograma e Comunicação

COBIT ME4 – Garantir Governança de TI Utilização na proposta técnica

CobiT DS2 – Gerenciar Partes Terceiras Análise parceiros cliente

CMMI – SAM – Gestão de Acordos com

Fornecedores

Determinação níveis de

serviços iniciais (SLO)

ISO 20000 – Gestão de Fornecedores Análise parceiros cliente

ISO 9001 – Sistema de Gestão Utilização na proposta técnica

04 Template Nome do Template

RFP – Request for Proposals Padrão inicial da RFP

Modelo de Precificação Auxilio na proposta comercial

Catálogo de Serviços de Vendas Auxilio no catálogo vendas

Status Report Interação equipe e diretoria

Inteligência Competitiva Dados dos concorrentes

Questionário QFD para Serviços Análise concorrência

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161

Os processos mais utilizados estão relacionados com a inteligência de mercado,

vendas, relacionamento com o cliente e com fornecedores. Dessa forma, práticas

como eSCM, PMI, QFD e Inteligência de Mercado foram utilizadas na pesquisa-ação

da oferta de outsourcing. O modelo MOPP foi utilizado nas propostas com base nas

prescrições de cada prática do quadro 44.

5.1.2. Descrição do Estudo de Caso

O objetivo é de apresentar uma visão de venda de serviços de TI, utilizando as

práticas de Gestão de Serviços de TI, Inteligência do Mercado e QFD.

5.1.2.1. Contratação de Serviços de TI

O objeto do estudo foi uma concorrência de serviços de infra-estrutura de TI para um

conglomerado financeiro mundial, com presença nas principais praças financeiras

dos continentes. O escopo estava baseado em um conjunto de serviços no banco

em todo o Brasil e suporte remoto para o México e EUA. A concorrência foi realizada

em uma única etapa. O autor participou ativamente na elaboração e estratégia de

sete do total de vinte e três propostas. Dentro do contexto da concorrência na

estratégia de venda de um provedor de TI o processo foi iniciado antes mesmo da

colocação e resposta a uma RFP (Request for Proposals). Conforme Kujala et al

(2007), a decisão da participação e a apresentação da proposta com oferta e preço

competitivo torna-se fundamental para que o cliente possa selecionar o provedor e

assinar um contrato de longo prazo (dois anos). O provedor, estudado no caso,

possuía no seu portfolio parte dos serviços necessários para a concorrência. Outros

serviços foram avaliados, conforme determinações do modelo.

Neste contexto, o escopo abrangeu um plano de implantação dos serviços,

apresentação de certificações e diferenciais competitivos.

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162

Os proponentes deveriam apresentar propostas para um ou mais módulos de

serviços descritos no quadro 45.

Quadro 45 – Escopo da Proposta − Service Desk − Service Desk - Financial − Quality Assurance − Event Management − Incident Management − Asset Management − License Control − Distributed Services − Warehouse Management

− Workstations Environment Control

− Voice & Contact Center Services

− Data Network Services

− ATM Services − Firewall Services Servers Software Technical Support

− UAT Support − Servers Software Release Management

− Data Center Operations

− Client Engineering − Network Engineering − Infrastructure Feasibility Studies

− Infrastructure Project Management

Para cada escopo descrito acima o cliente solicitou precificação (pricing) e três

questões fundamentais para serem respondidas, conforme quadro 46.

Quadro 46 – Requisitos estratégicos solicitados pelo cliente Capacidade para atender aos requisitos solicitados

Sim/Não Explique, citando casos reais adicionalmente, se possível

Possui algum diferencial em relação ao serviço escopo, que possa proporcionar melhorias de processos, qualidade e/ou redução de custos ?

Sim/Não Explique os diferenciais

Gostaria de propor funcionalidades adicionais aos requisitos apresentados que seriam vantajosas para o cliente.

Sim/Não Especifique os serviços adicionais.

5.1.2.3. Estratégia dos Concorrentes

Partiu-se do pressuposto que todos os concorrentes tinham as mesmas informações

e estavam agindo de forma racional. Seguindo o questionário de Coyne e Horn

(2009) para comportamento de concorrentes, foram obedecidas as seguintes

premissas:

−−−− Concorrência não perceberá a ação do provedor de TI. Foi montado um

grupo com reuniões e ações fechadas, garantindo confidencialidade das

informações;

−−−− Concorrência não vai se sentir ameaçada. A concorrência teve participação

dos maiores players (competidores) do mercado mundial de TI. Ainda que estes

concorrentes percebessem o comportamento do provedor, não se sentiram

ameaçadas, por conta de seu porte e alto orçamento para a pré-venda;

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−−−− Preparar uma resposta será será prioridade para a concorrência. Ainda que

se sentissem ameaçadas, as empresas concorrentes poderiam não reagir,

sobretudo se uma reação vigorosa custasse mais do que ignorar o

comportamento do provedor de TI estudado;

−−−− Concorrência não será capaz de vencer inércia organizacional. Os principais

concorrentes eram os maiores provedores mundiais de TI. Ainda que a gerência

local reagisse, a matriz como um todo poderia resistir (EUA, Alemanha, Holanda

e India). As reações quanto a dimensionamento de profissionais, por exemplo,

poderia exigir grandes mudanças nas empresas concorrentes, devido a alçadas.

Na elaboração da proposta, foi considerado que as empresas concorrentes

tomariam decisões simples. Considerou-se que responsabilidades na preparação da

proposta as impediam de alocar tempo para analisar as opções de reação das

demais empresas. Outra questão considerada foi pesquisar, através de inteligência

de mercado, as opções de reação que os concorrentes estavam trabalhando. A

premissa era de que os concorrentes escolheriam a opção que daria o maior retorno

ao contrato em um primeiro momento, não percebendo a crise financeira mundial de

2008 que se aproximava e que também impactou seriamente na situação financeira

do cliente estudado.

5.1.2.4. Avaliação dos competidores pelo QFD

A voz do cliente é a base para a atribuição dos requisitos. Com os dados coletados

através de entrevistas, pesquisas e reuniões a empresa pode utilizar um processo

de planejamento e tomada de decisão (CHRISTENSEN, 2007). Para cada item

crítico da proposta, formulou-se questão no formato da análise da concorrência pelo

cliente, seguindo o padrão do QFD (Quality Function Deployment). Aplicou-se um

conjunto de questões a clientes chaves que também utilizam ou utilizaram serviços

dos principais concorrentes da proposta. Conseguiu-se identificar os pontos fortes e

fracos de cada serviço ofertado, ajustando-os conforme as respostas dos clientes. A

entrada para o questionário partiu do processo de inteligência do mercado do MOPP

e o resultado foi utilizado na RFP, conforme a figura 38. Também foram utilizados

critérios de seleção de RFP encontrados em Halvey e Melby (2005), combinados

com os conceitos de análise da concorrência de Coyne e Horn (2009). O quadro foi

distribuído para os principais clientes que já haviam mantido relacionamento com os

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164

principais concorrentes na proposta. Permitiu-se dessa forma obter informações

referentes aos serviços escopo da RFP e que seriam prestados pelo ganhador da

concorrência. Ocorreu uma classificação em termos de qualidade (em uma escala

de 1 a 5 – muito satisfeito a muito insatisfeito). Trata-se de uma avaliação qualitativa

que buscava identificar como os clientes percebiam alguns serviços críticos para a

proposta em comparação com os principais concorrentes. As informações foram

utilizadas na RFP.

Figura 38 – QFD x Análise Concorrência

As respostas dos clientes foram combinadas com as informações obtidas por meio

de inteligência competitiva. Desta maneira, as propostas foram elaboradas baseadas

em métodos e informações que, normalmente, não haveria como conseguir pela

estratégia tradicional de vendas de produtos e serviços de TI. O QFD foi utilizado de

forma não-convencional e parcial, conforme encontrado em Miguel e Carnevalli

(2006). O provedor estudado venceu a concorrência, levando todas as propostas

acima estipuladas. Fechou um contrato pelo período de cinco anos com a instituição

financeira.

Apresentou-se neste estudo de caso as estratégias utilizadas em uma concorrência

de TI, utilizando conceitos de inteligência de mercado, QFD e inteligência

competitiva. Também foi abordada a importância da oferta de serviços de TI dentro

do ciclo de vida de outsourcing, conforme o que foi proposto no protocolo de

pesquisa. Como continuidade, no próximo estudo apresenta-se a aplicação do

modelo em uma implantação de serviços de TI.

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165

5.2. Projeto de Implantação TI: Transição de Serviços em Empresa Mineradora

O objeto do estudo de caso é uma implantação da operação de serviços de TI em

uma empresa mineradora, por uma provedor de serviços de TI. No Quadro 47 é

representado o protocolo utilizado para obtenção das informações da pesquisa.

Quadro 47 – Protocolo de Pesquisa – Segundo Estudo de Caso

Protocolo de Pesquisa Visão geral do estudo de caso

− Estudar um projeto de transição para operação de um serviço de outsourcing de ERP em uma empresa de mineração.

Procedimento de campo − Entendimento da situação atual − Preparação das atividades − Pesquisa em ação, envolvendo o autor, como Gerente de

Governança e Qualidade do projeto. − Contato com a equipe do cliente − Contato com as equipes dos provedores que prestavam os serviços

Questões do estudo de caso

− Quais as fases de um projeto de transição de serviços de TI ? − É possível realizar uma transição de forma eficiente da contratação

para a operação de serviços de TI? − Como deve ser desenvolvido os modelos de governança e de

operação em um plano de transição ? − Ocorreu economia com a consolidação dos provedores correntes ? − Ocorreu uma transição eficiente para a produção ?

Fontes de evidência − Observação direta − Entrevistas − Documentação interna dos processos de suporte, manutenção e

testes do ERP − Due Dilligence

− RFP – Proposta Técnica − RFP – Proposta Financeira − Práticas e Certificações do Mercado

Por meio do protocolo foram obtidas informações sobre as fases do plano de

transição, estruturação do due dilligence, modelos de governança, operação e,

finalmente, da passagem final da transição para a operação com a análise dos

resultados. Os capítulos deste estudo de caso buscam responder às questões

formuladas no protocolo.

Este estudo de caso foi finalizado em agosto de 2008. O escopo foi o outsourcing de

ERP (Enterprise Resource Planning) de uma importante empresa mineradora,

envolvendo os serviços de service desk, gestão de acesso, suporte funcional, fábrica

de software, parametrização, testes automatizados de software.

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166

O autor foi responsável pela implantação do modelo de governança e, portanto, com

uma visão ampla das práticas e dos processos implantados.

Figura 39 – Contexto estudo de caso no MOPP

O estudo de caso utilizou processos, templates e práticas relacionadas da etapa de

Gestão de Projetos do modelo MOPP, conforme destacado na figura 39. O modelo

foi utilizado em todas as fases do projeto de transição, incluindo passagem das

atividades para a operação.

5.2.1. Utilização do Modelo MOPP no Estudo de Caso

No quadro 48 estão demonstrados os processos, práticas e templates do modelo

MOPP que foram utilizados na implementação do Plano de Transição do serviço de

outsourcing de ERP no cliente.

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Quadro 48 – Processos MOPP no Projeto de Transição

# MOPP Descrição

01 Oferta Outsourcing de Manutenção de ERP Aplicação no Estudo Caso

02 Processos Fase do Processo Descrição do Processo

Projeto Project Charter, Plano de

Projeto, Execução,

Acompanhamento,

Fechamento do Projeto,

Lições Aprendidas.

Escopo do projeto transição,

diretrizes, atividades diárias,

indicadores, status report,

relatórios gerenciais, cut off,

kick off e inicio da operação.

Operação Estratégia e Projeto do

Serviço

Demandas, portfolio ,Níveis

Serviços e Plano Operação

Governança Modelo de Governança KPIs, Controles, Compliance

03 Prática Nome da Prática

PMI/PMBoK – Project Charter, Escopo, Tempo,

Riscos, Comunicação, RH.

Cronogramas, Plano de

Riscos, Comunicação

Stakeholders, Plano de Infra,

Absorção e Treinamento.

CobiT ME4 – Prover Governança de TI Modelo de Governança

IPMA – Gestão de Conhecimentos e SSMA

(Segurança, Saúde e Meio Ambiente)

Modelo de Governança e

Modelo de Operação

CobiT ME3 – Garantir Compliance e Requisitos

Externos; P04 - Definir Organização, Processos e

Relacionamentos de TI

Modelo de Governança

ITIL v3 SS - Gerenciamento de Demandas; SD –

Gerenciamento de Níveis de Serviços; ST –

Gerenciamento de Mudanças; SO –

Gerenciamento de Incidentes

Modelo de Governança e de

Operação

eSCM ppl05 – Definição de Papéis; ppl08 –

Competências Pessoais; sdd05 – Projeto do

Serviço; del 01 – Plano de Entrega de Serviços

Modelo de Operação

CMMI V&V – Validação e Verificação; CAR –

Análise e Resolução de Causa; PPQA – Garantia

de Qualidade do Produto e do Processos; PP –

Project Planning.

Plano de Projeto e Modelo

de Operação

04 Template Nome do Template

Project Charter Escopo projeto

SLA – Service Level Management Modelo de Governança

Catálogo de Serviços Modelo de Governança

Status Report Modelo de Operação

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Os processos mais utilizados estão relacionados com projetos como PMI e IPMA e

práticas de implantação de processos de TI como ITIL e

CobiT. O modelo MOPP foi utilizado no Modelo de Governança e também na

elaboração do modelo de operação do projeto de transição.

5.2.2. Considerações Gerais

O estudo de caso em gestão de projetos de TI foi realizado no departamento de TI

de uma importante empresa mineradora. O autor participou como gerente de projeto

responsável pela construção e implantação da Governança de TI no âmbito do

contrato de outsourcing de um ERP, durante os oito meses da transição. O provedor

de serviços estudado utilizou metodologia própria para gerenciamento de projetos,

baseada em conceitos e melhores práticas do PMBOK – A Guide to the Project

Management Book of Knowledge – 2004 edition, do PMI (Project Management

Institute) e no ICB 3.0 (2004) do IPMA (International Project Management

Association). A figura 40 mostra o projeto de implantação dentro do contexto do ciclo

de vida de outsourcing de TI.

Figura 40 – Ciclo de Vida da oferta Outsourcing

Os Gerentes de Projetos de cada área possuíam certificações PMP (Project

Management Professional) e também existiam profissionais certificados em IPMA

(outra certificação internacional em gestão de projetos).

A complexidade de um projeto de transição de serviços de TI pode ser reduzida

quando uma efetiva governança e um expertise em relacionamento são colocados

em práticas (GOOLSBY, 2002). Sendo assim, a utilização de recursos humanos

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169

qualificados em gestão de projetos de serviços de TI impacta de forma positiva um

projeto de transição. Não existe necessidade de capacitação e ocorre aumento no

nível de qualidade dos produtos entregues. No plano de transição estudado, um

Escritório de Projetos (PMO) foi criado para viabilizar padrões, treinamentos,

auditoria e governança de todos os projetos. Esta área era a responsável pela

interface com o cliente. A figura 41 mostra as áreas envolvidas no projeto de

implantação do serviço. O modelo de governança abrangeu também o processo de

qualidade e integração, na visão de gestão de projetos. Uma das funcionalidades do

PMO é atuar como uma área centralizada dedicada a melhorar as práticas e

resultados de um gerenciamento de projetos (KENDAL e ROLLINS, 2006). Neste

aspecto, o escritório de projetos funcionou como um elemento gerencial de apoio

aos gerentes de projetos como também como responsável pela governança e

adoção das melhores práticas para o plano de transição.

Figura 41 – Estrutura da Transição

5.2.3. Etapas do Projeto de Transição

O projeto teve inicio ainda na fase de contratação. O escopo e o plano de projeto

foram desenvolvidos nas instalações do provedor de TI. As fases do projeto

seguiram as melhores práticas de gerenciamento de projetos PMBoK (PMI) e ICB

(IPMA).

− Escopo do Projeto – O escopo contemplava implantação de serviços de transição

do outsourcing de ERP em oito meses para operação regular das atividades.

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Contemplava desenvolvimento dos modelos de governança e de operação para

os serviços de manutenção evolutiva, manutenção corretiva, manutenção

adaptativa, administração de acesso, service desk, testes de sistemas e fábrica

de software do ERP.

− Iniciação do Projeto - O projeto teve inicio na criação e formalização de um

contrato de prestação de serviços. Foi designado um PMO (Escritório de

Projetos) para realizar as ações da gestão do plano de transição.

− Planejamento do Projeto - Foi elaborado um documento denominado plano de

projeto. Este plano foi baseado nos requisitos definidos em contrato, práticas de

gerenciamento de projetos, coleta de informações sobre o escopo e requisitos

esperados do projeto, sempre com o objetivo de atender às necessidades do

cliente.

− Análise de Risco do Projeto - A análise dos riscos do projeto foi baseada na

identificação de riscos potenciais, restrições e no feedback obtido do cliente. As

informações sobre os potenciais riscos na operação eram avaliadas e reportadas

para o cliente semanalmente, assim como a sua estratégia de controle e

resposta. A exigência do cliente nesta fase encontra respaldo em Yang et al.

(2007), no qual uma empresa possui uma série de alternativas para gerenciar os

riscos dos provedores, incluindo qualificação, sign-off e penalidades.

− Validação do Cliente - O cliente avaliou os produtos gerados e definidos para

cada fase do ciclo de vida do projeto, registrando o resultado dessa análise por

meio de inspeções e aceitação. Os processos desenvolvidos no modelo de

governança descreviam a forma de validação dos produtos pelo cliente.

− Controle do Projeto - Atividades de controle foram desenvolvidas ao longo de

todo o ciclo de vida do projeto e visaram assegurar que os objetivos estavam

sendo atingidos, através da monitoração e avaliação do seu progresso, tomando

ações corretivas e preventivas quando necessárias. Seguindo o modelo MOPP,

práticas foram combinadas a exemplo do CobiT, SOX e Val IT. Destacou-se o

acompanhamento de indicadores de desempenho, cronogramas,

acompanhamento dos custos, mudanças de escopo, entre outros artefatos. O

controle do projeto foi realizado por um Escritório de Gerenciamento de Projetos

(PMO), estruturado para a finalidade de gerenciamento e apoio às atividades do

plano de transição. O objetivo desta área na transição era adicionar valor

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priorizando a melhoria dos projetos de implantação de serviços de TI e identificar

novos objetivos para a própria área (HURT;THOMAS, 2009). O Escritório de

Projetos realizou o controle por meio da PO10 do CobiT v4.1, combinado com as

práticas do OPM3, CMMI for Services, PMBoK e do IPMA, conforme definido no

modelo MOPP.

− Encerramento do Projeto - Após a validação feita pelo cliente do último produto

entregue, foi formalizada a entrega do final do projeto. O encerramento do projeto

seguiu os processos de entrega do produto final, com registro de aceitação do

cliente, avaliação do nível de satisfação e o arquivamento dos documentos e

registros do projeto e registro das lições aprendidas. Neste momento iniciou-se a

fase de operação do serviço.

− Documentação Gerada - Takeuchi e Nonaka (2008) destacam que uma

organização cria e utiliza conhecimento convertendo o conhecimento tácito em

conhecimento explícito, e vice-versa. Uma das funções do gerenciamento de

projetos é converter o conhecimento tácito em explícito e aplicar conhecimento,

habilidades, ferramentas e técnicas para satisfazer os stakeholders (THOMAS et

al., 2008). Desta forma, todos os documentos gerados foram armazenados no

PMO durante todo o ciclo de vida do projeto. Esta documentação foi utilizada na

melhoria dos projetos existentes na época como também em projetos futuros.

Santos e Campos (2009) ressaltam que o conhecimento obtido em projetos de TI

pode ser utilizado como uma competência dos provedores, agregando valor aos

seus serviços e produtos de TI. No estudo de caso, as lições aprendidas e base

de conhecimento do projeto foram armazenadas no PMO centralizado do

provedor.

5.2.4. Etapas da Implantação dos Serviços

A execução do projeto foi realizada em três etapas. Inicialmente foi realizado um

entendimento da situação do outsourcing do ERP (as is) e em seguida um

planejamento e execução das atividades para entrada do serviço em operação. Nos

primeiros contatos com os stakeholders (partes interessadas) do projeto foram

mapeadas as expectativas, situação atual, problemas e características do projeto,

conforme as fases de entendimento da situação atual. Também foi executado um

processo de due diligence.

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172

5.2.4.1. Entendimento da Situação Atual (as is)

A etapa de due diligence foi conduzida paralelamente à negociação do contrato,

sendo sua conclusão um pré-requisito para o inicio do projeto de transição.

Seguindo o explicado em Saad (2006), foram informadas para o cliente evidências

da capacidade do provedor selecionado, considerando-se quatro áreas: a)

Continuidade e disponibilidade dos serviços; b) Conformidade com as melhores

práticas do mercado de TI (ISO 27001, ISO 20000, SAS 70 e CMMI) e com as leis e

regulamentos; c) Segurança da informação e d) Controles e níveis de serviços.

O provedor, por sua vez, validou informações que foram informadas pelo cliente na

RFP (Request for Proposals), a exemplo de recursos humanos, estrutura

organizacional, recursos de TI (hardware, software, comunicações), serviços e

suprimentos. Após encerrada a fase inicial de due diligence as partes classificaram

os itens levantados em: a) itens confirmados; b) itens incorretos; c) itens novos

identificados; d) itens com evolução desconhecida. Todos os itens foram

confirmados. O resultado da due diligence poderia reabrir as negociações dos

termos e condições contratuais (BAYUC, 2009). Ao final desta fase, a equipe do

provedor obteve os elementos essenciais para o trabalho de mobilização, que

consistia em disponibilizar a equipe para a operação do projeto. Também contribuiu

para a definição do modelo de operação e de governança e para a execução das

atividades do plano de comunicação e gerenciamento de riscos na fase seguinte.

− Entendimento do Modelo de Operação - O entendimento da situação atual (as

is) e o detalhamento dos processos relacionados foram necessários para uma

avaliação de impacto e determinação das adequações requeridas. Tiwari et al.

(2006) alerta que um fator crítico de sucesso no modelo de operação é uma

rápida, porém, compreensiva análise das práticas atuais e sua comparação com

uma melhor prática apropriada, identificando os seus gaps e estabelecendo

planos de ação. As informações obtidas nesta etapa do trabalho foram utilizadas

na definição do modelo de operação da etapa seguinte, e integraram o conteúdo

programático dos treinamentos realizados junto à equipe do projeto. O produto

desta etapa foi o relatório de entendimento do modelo atual, contendo plano de

comunicação, processos, procedimentos, modelos de testes, ferramentas,

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173

ambiente tecnológico, papéis e responsabilidades, áreas e usuários entre outros.

O critério de aceite foi a aprovação pelo PMO do Provedor de TI e pelo

responsável do cliente.

− Entendimento do Modelo de Governança - Durante a transição ocorreu uma

combinação do modelo de governança já existente no cliente com o novo modelo

que estava sendo implantado, conforme sugerido pelo MOPP. O cliente teve

participação ativa nesta fase. Goodman e Colier (2007) relatam que, para evitar

problemas na qualidade e na governança dos serviços durante um projeto de

transição, os provedores devem concentrar-se em três áreas: i) Uma efetiva

obtenção dos requisitos do cliente); ii) Vincular os requisitos do cliente com os

processos de serviços de TI e iii) O processo deve ser flexível e adaptável às

diversas situações dos clientes. Durante esta fase foi realizada uma análise de

gaps da situação atual, baseada em combinação de práticas como eSCM,

ISACA/ITGI, CobiT, ITIL, ISO 20000, PMBok, IPMA, CMMI e MIT-CISR.

Conforme o modelo MOPP, as informações obtidas nesta etapa do trabalho

foram utilizadas na definição do modelo de governança realizado na etapa

seguinte, e integraram o conteúdo programático dos treinamentos realizados

junto à equipe do projeto. O produto gerado nesta fase contemplou um relatório

de entendimento do modelo atual de governança. Este documento definia os

níveis de serviços, indicadores, controle de riscos, aderência Sarbanes-Oxley,

práticas de auditoria, padrões de qualidade e outros. O critério de aceite foi

através da aprovação do documento pela equipe do PMO do provedor de TI e

pelo gerente responsável do cliente.

5.2.4.2. Desenho da Operação dos Serviços (to be)

Nesta fase do estudo de caso, foi definido o Modelo de Governança e o Modelo de

Operação para a operação dos serviços de TI.

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− Definição do Modelo de Governança - O modelo definido nesta fase suportou

as atividades relacionadas à gestão de governança descritas na proposta técnica

para a entrada em operação, a exemplo de níveis de serviços, riscos, qualidade,

relatórios, reuniões, controles de TI, auditoria e alinhamento com o negócio. O

produto entregue nesta fase foi o Relatório com Modelo de Governança contendo

o plano de governança de TI, indicadores de níveis de serviços, processos de

gestão, auditoria, controles de riscos, plano de adequação do contrato à lei

Sarbanes-Oxley, monitoramento de desempenho, agenda de reuniões, sign off e

templates.

− Definição do Modelo de Operação - Consistiu na revisão e definição do

desenho de processos, metodologias, tecnologias e ferramentas de suporte

adotadas durante a fase de operação. Suportou as atividades relativas à gestão

dos serviços descritos na RFP, como por exemplo, prover o atendimento ao

usuário, gestão da fila de chamados, gestão de mudanças, testes, fábrica de

software, desenvolvimento e implementação das manutenções corretivas e

evolutivas do ERP. O modelo de operação procurou resolver três valores (Bani

Ali et al., 2008) para a satisfação dos usuários com o ERP: características do

software (facilidade do uso, qualidade da informação e funcionalidade);

características do usuário (experiência, treinamentos e nível de educação) e

características organizacionais e de projetos (porte da organização, porte do

ERP e complexidade do projeto).

− RH e Treinamento - Fez parte do projeto a contratação e mobilização da equipe

para a operação. Ocorreu uma priorização na absorção da equipe existente por

meio de recomendação do cliente. O produto desta etapa foi a lista dos recursos

por posição de trabalho, disponibilidade da equipe e ajustes no plano de gestão

das pessoas. Uma preocupação nesta etapa foi o conhecimento, conforme

encontrado em Reich (2008). Segundo o autor uma gestão efetiva de

conhecimento em projetos facilita a criação e integração do conhecimento,

minimiza perda de conhecimento e preenche deficiências da equipe ao longo da

duração do projeto.

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No projeto de transição, ocorreu uma ênfase nos processos de qualidade,

baseado em padrões como ITIL, PMI, ISO 9001, ISO 20000 e CMMI, buscando

um trabalho padronizado e compartilhado, conforme o MOPP. Hansen (2009)

argumenta que, em colaboração em projetos de implantação. é de grande

importância a transferência de melhores práticas para redução de custos na

operação.

− Gestão de Riscos Operacionais - Nesta etapa foi elaborado um plano de

gerenciamento de riscos para utilização da equipe de operação. O plano seguiu

o padrão apresentado em Stomeburner et al. (2001), ISO 27005 (2007) e

também no PmBoK (2005)

− Cut over (preparação para entrada em operação) - Esta etapa teve como

objetivo, planejar as atividades de preparação final para a tomada de controle da

operação. O plano de cut over abrangeu o plano de melhoria dos serviços,

modelos de operação e governança, check-list, cronograma de atividades e

apresentação.

− Kick-off Meeting (aprovação do inicio da operação) - Esta etapa estava

relacionada à aprovação formal do cliente para inicio da operação dos serviços

de TI contratados. Seguindo a proposta do MOPP, um relatório de revisão pós-

transição foi preparado pelo PMO do projeto e o seu conteúdo foi acordado com

o cliente e com o provedor

Conforme previsto no protocolo de pesquisa, neste estudo de caso foram

apresentadas as fases do plano de transição. Também foi demonstrada uma forma

eficiente de realização deste processo, por meio do desenvolvimento de um modelo

de operação e de governança. A transição foi realizada com sucesso, com a

operação assumindo totalmente o controle das atividades. Como lição aprendida

final do estudo, o plano de transição é o primeiro e decisivo teste com relação ao

sucesso do outsourcing de TI. Pelo demonstrado nas etapas do estudo de caso, o

período de transição constitui-se em uma fase importante na geração de subsídios

para a operação dos serviços de TI.

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176

5.2.5. Análise dos Resultados

As proposições formuladas no protocolo de pesquisa do estudo de caso foram

avaliadas quanto aos seus resultados, conforme abaixo:

− Execução do projeto de transição de acordo com o que foi contratado

(escopo), no menor custo possível e dentro do mais padrão da qualidade -

Esta proposição pode ser considerada como verdadeira, pois os indicadores do

projeto em termos de escopo, custo e prazo ficaram acima do aceitável e foram

aprovados pelo cliente e pelo provedor. O encerramento do projeto de transição

foi aceito pelo cliente e a operação dos serviços foi autorizada. Segundo

Monteiro (2008), um projeto de sucesso pode ser definido como: a) Dentro do

prazo; b) Dentro do custo; c) Dentro do escopo e qualidade planejada e d) De

acordo com a expectativa do cliente. O projeto de transição atingiu todos estes

elementos, sendo o mais importante o que atendeu a expectativa do cliente.

Ocorreu também uma preocupação com a combinação das restrições prazo,

escopo, custos e qualidade. Ocorreram reduções de prazos sem afetar a moral

da equipe e também redução de custos em algumas frentes do plano de

transição sem um aumento de riscos do projeto.

A satisfação do cliente foi o principal indicador de sucesso do plano de transição.

Na conclusão do plano, torna-se fundamental que o cliente e o provedor realizem

uma revisão dos resultados alcançados, conforme sugerido pelo modelo MOPP.

− Entrega do Modelo de Operação e Modelo de Governança e de todos os

recursos necessários para a operação do serviços – Esta proposição pode

ser considerada verdadeira. Os modelos foram entregues para a gestão da

operação dos serviços e os recursos contratados ficaram disponibilizados para o

inicio das atividades de operação. Os acordos dos Níveis de Serviços e dos

Níveis Operacionais definidos durante a transição foram monitorados a partir da

entrada dos serviços em operação. As penalidades (penalties) e bonificações

(gainsharing) começaram a ser adotadas. A equipe da operação iniciou a

execução das atividades no conceito de operação assistida. Após os três meses

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de acompanhamento, a operação iniciou de fato as suas atividades de forma

independente da equipe de transição, configurando o sucesso do projeto de

implantação dos serviços.

O próximo tópico apresenta o terceiro e último estudo de caso, no qual é abordada a

etapa de operação dos serviços de TI em um centro de operação de redes.

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178

5.3. Operação de TI: Serviços de TI com a ISO/IEC 20000 em um Centro de

Operação de Rede (NOC)

O estudo de caso teve como escopo uma implantação e certificação da norma

ISO/IEC 20000 em uma operação de serviços de TI de um importante provedor

brasileiro de TI. Este processo ocorreu entre janeiro/2008 a outubro/2008. No

Quadro 49 é representado o protocolo de pesquisa utilizado para obtenção das

informações básicas da pesquisa.

Quadro 49 – Protocolo de Pesquisa – Terceiro Estudo de Caso

Protocolo de Pesquisa Visão geral do estudo de caso

− Estudar um projeto de implantação e certificação de operação de serviços de TI, dentro de um Global Operation Center de provedor, utilizando o Modelo de Outsourcing para Provedores (MOPP).

Procedimento de campo − Entendimento dos problemas e elaboração de gap analysis

− Elaboração de Plano de Ação − Pesquisa em ação, envolvendo o autor, como Gerente do Projeto − Contato com o órgão certificador e a equipe do cliente − Implantação dos processos operacionais e de gestão para a

operação dos serviços de TI, utilizando as melhores práticas do ITIL, ISO 9001 e ISO 20000.

Questões do estudo de caso

− Quais as fases para implantação de um modelo combinado de melhores práticas em uma operação de serviços de TI ?

− É possível realizar uma certificação em operação da infraestrutura de TI, mesmo com a operação em andamento ?

− Como deve ser desenvolvido o gap analysis e o plano de ação ? − Ocorreu benefícios com a conquista da certificação da operação de

serviços de TI ? − Como ocorreu a combinação das práticas contidas no modelo

MOPP? Fontes de evidência − Observação direta

− Gap Analysis

− Entrevistas − Documentação interna dos processos de operação de serviços de TI − Práticas e Certificações do mercado

Por meio do protocolo foram obtidas informações sobre as deficiências da área, gap

analysis, processos atuais e necessidades de melhorias e implantação de melhores

práticas, contidas no MOPP, para a implantação e certificação da ISO 20000 em um

Centro de Operação de Redes. O modelo MOPP foi utilizado em uma

implementação e certificação da norma ISO/IEC 20000 dentro de um Centro de

Operação Redes.

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O autor participou no formato pesquisa-ação, como Gerente do Projeto. O estudo

transcorreu em 2008 com continuidade em 2009, por conta da manutenção da

certificação.

Figura 42 – Contexto Estudo da ISO 20000 com o MOPP

O estudo de caso se enquadra dentro da etapa de operação e projeto de operação

do modelo MOPP. O objetivo era utilizar a avaliar a combinação de práticas

recomendadas pelo modelo dentro de uma operação de serviços de TI, bem como

projetos provenientes de demandas eventuais e de novos clientes na operação,

conforme figura 42.

5.3.1. Utilização do Modelo MOPP no Estudo de Caso

No quadro 50 estão demonstrados os processos, práticas e templates do modelo

MOPP que foram utilizados na implantação e certificação da norma ISO/IEC 20000

em um Centro de Operação de Redes (NOC) de um provedor brasileiro de TI.

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Quadro 50 – Modelo MOPP na Operação dos Serviços

# MOPP

01 Oferta Gestão da Operação Serviços NOC Aplicação Estudo Caso

02 Processos Fase do Processo Descrição do Processo

Gestão da Operação Estratégia, Projeto,

Transição, Operação e

Melhoria dos Serviço

Demandas serviços da

Operação, Planos, Gestão

de Mudanças, Eventos e

Incidentes da área escopo.

Gestão da Qualidade Melhoria do Serviço Gestão de Melhorias

03 Práticas Nome da Prática Aplicação Estudo de Caso

ISO 20000 – Todos os Processos

de Sistema de Gestão, PDCA,

Entrega, Controle, Liberação,

Resolução e Relacionamentos na

Operação dos serviços de TI.

Sistema Gestão do NOC, PDCA, Novos

Projetos, Níveis de Serviços, Plano e

Testes de Continuidade, Plano de

Capacidade, Relatório Financeiro, Base

de Dados de Configurações, Gestão de

Incidentes e Problemas, Gestão de

Mudanças e Liberação, Plano de

Disponibilidade e Gestão Segurança do

NOC.

ITIL V3 – Todos os processos de

Estratégia, Projeto, Transição,

Operação e Melhoria dos Serviços.

Aplicação das melhores práticas de

Gestão de Serviços de TI no GOC

(Gestão da Demandas, Gestão

Financeira, Projeto do Serviço, Transição,

Operação dos Serviços e Melhoria

Contínua.

ISO 27001 – A5. Política de

Segurança da Informação; A9.

Segurança Física e Ambiental;

A13. Gestão de Incidentes de

Segurança; A11. Gestão de Acesso

Política e Processos de Segurança do

NOC; Processos, Acesso Físico e Lógico

e Incidentes de Segurança.

eSCM del03 – Entrega do Serviço Apoio na montagem dos processo de

entrega dos serviços

04 Templates Nome do Template Aplicação Estudo de Caso

Plano de Capacidade Elaboração do plano

SLA – Service Level Management Elaboração de SLA e OLA

Catálogo de Serviços Auxílio no Catálogo

Status Report Relatórios Gerenciais

Plano e Teste de Continuidade Elaboração do Plano/Testes

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Os processos mais utilizados estão relacionados à Gestão de Serviços de TI,

Governança e Qualidade. Práticas de gestão e operação de processos de TI como

ISO 20000, ISO 27001, HDI, CMMI, ITIL e

CobiT foram utilizadas. O modelo MOPP foi utilizado durante todo o projeto e na

operação dos serviços do NOC nos 10 meses das atividades. O autor foi o Gerente

do Projeto comprometido no caso e, dessa maneira, tornou-se mais adequada a

utilização da pesquisa-ação.

5.3.2. Descrição do Estudo de Caso

O objetivo é apresentar a aplicação do modelo em uma implantação da ISO/IEC

20000 dentro de um Centro de Operação de Redes ou Network Operation Center

(NOC). Esta norma é fortemente alinhada com a metodologia ITIL e com a ISO

9001:2008 e consiste em requisitos de gestão, entrega, controle, liberação,

resolução e relacionamento de serviços de TI. A busca de certificações é uma

constante entre as empresas que buscam competir no mercado de tecnologia da

informação e aumentar a competitividade de seus produtos e serviços de TI. Neste

contexto, a ISO/IEC 20000 traz diferencial competitivo na gestão de serviços de TI e

na melhoria da qualidade percebida pelos clientes.

A ISO 20000 garante para o ITIL alguns complementos fundamentais, dentro de um

sistema de gestão, como por exemplo a responsabilidade da alta direção sobre o

sistema de qualidade de serviços de TI, competência, treinamento e requisitos de

documentação para a execução dos processos. Tudo isto é auditado quanto à sua

eficácia. Outro aspecto fundamental é a inclusão dos processos do ciclo PDCA,

incluindo auditoria, registros, evidências de não- conformidades e oportunidades de

melhorias com suas respectivas ações preventivas e corretivas. Processos

importantes de relacionamento com o cliente (incluindo gestão de reclamações) e de

gestão de fornecedores são auditados e escalados, quando necessário.

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Exige-se também um processo de melhoria de serviços com atividades bem

definidas, incluindo determinações claras de entradas e saídas. Os processos da

ISO 20000 são mostrados na figura 43.

Figura 43 – Estrutura da ISO 20000

fonte: Adaptado da ISO 20000 (2005, p.1)

A pesquisa foi realizada em uma empresa líder em TI no Brasil, cuja certificação na

norma foi obtida em 2008 e renovada em 2009. A coleta de dados foi realizada

durante a execução do projeto. A pesquisa-ação teve como base uma participação

na concepção e implantação na gerência do projeto da ISO/IEC 20000 em um

Centro de Operações de Rede (NOC) de um importante provedor nacional de TI,

com operações na America Latina, EUA, Europa e Ásia, 14 centros de

desenvolvimento, full it service provider, 200 clientes, 85 centros de atendimentos

técnicos, atuação em Application Outsourcing, IT Services, ERP Solutions, Fábrica

de Software, Consultoria e Revenda de Equipamentos de TI.

5.3.4. O problema no Gerenciamento de Serviços de TI na área escopo

Alguns problemas estavam dificultando a prestação de um serviço de qualidade para

os clientes do NOC, sendo eles:

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− Ausência de um sistema de gestão da qualidade no NOC. Não havia trabalho

padronizado por meio de procedimentos, instruções de trabalho e registros,

dificultando a melhoria dos serviços;

− Falta da percepção do cliente quantos aos serviços oferecidos pelo NOC, uma

vez que não havia contato diretamente com o usuário final (serviço meio);

− Ausência de um processo formal de melhoria contínua e análise de problemas,

com a utilização de técnicas como PDCA, QFD e Kaizen. Os problemas e

oportunidades detectados junto ao cliente não eram resolvidos e escalados da

forma apropriada dentro da empresa.

− Cliente insatisfeito com informações gerenciais e com o próprio relacionamento

com o NOC. Os temas discutidos em reuniões não eram documentados.

Pendências não eram endereçadas;

− Falta de visão do negócio dos clientes, por parte da equipe. Questões do tipo:

Por que o servidor A, que possui serviços estratégicos do cliente, é mais

importante que o servidor B não eram respondidas adequadamente;

− Problemas de segurança física e lógica da informação;

− Falta de um plano de continuidade efetivo, envolvendo disaster recovery, plano

de operação e plano de restore;

− Níveis de serviços reportados ao cliente sem sempre refletia à realidade, com

solicitações de recálculo de indicadores de disponibilidade. Um dos motivos da

divergência eram os expurgos realizados (interrupções não programadas);

− Indicadores operacionais não estavam formalizados, dificultando as reuniões

com os clientes;

− Ferramenta de ITSM (IT Service Management) subutilizada, com alguns módulos

importantes como problemas, mudanças e configurações não adequados;

− Gerenciamento de Mudanças com problemas de análise, execução e revisão;

− Falta de processes owners que pudessem assumir as responsabilidades sobre

cada processo. Ausência de definição de um responsável geral (service

manager) pelo gerenciamento dos serviços.

Para Milner e Olsen (2008), serviços de TI, a exemplo de centro de operação e

central de atendimento (call center), torna-se a face pública de uma empresa. Ainda

segundo os autores, o impacto de um serviço sem qualidade pode impactar toda a

organização. Uma vez que o NOC oferecia serviços para vários clientes e competia

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com outras organizações nacionais e multinacionais do segmento de infra-estrutura,

houve a necessidade de desenvolver as melhores práticas do mercado e buscar

uma certificação em uma norma internacional que pudesse reconhecer as melhores

práticas que estavam sendo implantadas. O fator motivador foi o desejo de oferecer

valor agregado e aumentar o valor do serviço percebido pelos clientes.

5.3.5. Fases do projeto

As principais fases da implantação da ISO/IEC 20000 na empresa obedeceram a sequência descrita na figura 44.

dsfdsfdfssdsfdsf

Figura 44 – Processo de implantação da ISO/IEC 20000

O processo de implantação da ISO/IEC 20000 foi realizado em sete meses, com

investimento de US$ 250,000.00 e consistiu em:

a. Definir e aprovar o escopo: um escopo foi definido inicialmente e submetido à

aprovação prévia do órgão certificador;

Definir e aprovar o

escopo

Elaborar e aprovar

plano do projeto Avaliar as práticas

atuais

Comparar as práticas

com a ISO 20000

Documentar a avaliar as diferenças (gap analysis)

Elaborar plano de

ação

Treinar equipes em

ITIL e ISO 20000 Definir e Implantar

Sistema de Gestão

Realizar Auditoria

Interna Treinar Processos

Sistema Gestão .

Implantar Processos

ISO 20000

Realizar Pré-

Auditoria Externa

Obter a Certificação ISO 20000 Realizar Auditoria

Final Externa Obter a

Recomendação

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b. Elaborar e aprovar o Project charter, Declaração de Escopo e Plano de Projeto: o

Project Chart, Declaração de Escopo, assim como um Plano de Projeto foram

desenvolvidos, conforme as melhores práticas de gerenciamento de projetos. O

Os documentos foram apresentados ao sponsor (patrocinador) e ao comitê de

projeto para aprovação;

c. Avaliar as práticas atuais: as práticas utilizadas pelo centro de operações foram

mapeadas e documentadas;

d. Comparar os processos atuais com a ISO/IEC 20000: com base nas práticas

mapeadas da área, uma comparação foi realizada com cada requisito da norma.

Exemplo:

• Norma: Planos de disponibilidade e de continuidade de serviço devem ser

desenvolvidos e revisados, pelo menos anualmente, para assegurar que os

requisitos sejam satisfeitos conforme acordados em todas as circunstâncias,

de normal a uma grande perda de serviço. Estes planos devem ser mantidos

para assegurar que reflitam mudanças acordadas e necessárias para a

organização.

• Prática do Centro de Operações: Não existe plano de continuidade como

também revisão. O Plano de disponibilidade é realizado apenas pra os ativos

de rede.

e. Documentar e avaliar as diferenças (gap analysis): No exemplo anterior, uma

necessidade de melhoria foi identificada, sendo: implantar plano de continuidade,

abrangendo testes periódicos e revisão anual. O Plano deverá abranger todos os

itens de configuração do centro de operações. Ampliar o plano de disponibilidade

para todos os itens.

f. Elaborar plano de ação: Um plano de ação, contemplando ações corretivas,

melhorias, automatização, treinamentos e elaboração de documentação foi

elaborado.

g. Treinar no mercado as equipes em ITIL, ISO 20000: foram realizados três

treinamentos em ITIL v2 e dois treinamentos em ITIL v3, totalizando 70

colaboradores. Para a ISO/IEC 20000 o treinamento contemplou 20 profissionais

entre consultoria e auditoria. Para a ISO/IEC 9001 foram capacitados 30

profissionais. O total foi de 2.000 horas de treinamento.

h. Definir e implantar sistema de gestão da ISO 20000: inicialmente foram criados

os padrões de documentação conforme as determinações de sistema de gestão

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da ISO 9001. Contemplou a metodologia para elaboração do manual de gestão,

políticas, planos, procedimentos, instruções de trabalho e registros. Toda a

documentação foi armazenada em portal de gestão. Também envolveu um

processo automatizado de aprovação e controle de versão dos documentos, com

evidências de auditoria (logs). Um sistema para registro das não conformidades

e oportunidades de melhorias foi desenvolvido.

i. Implantar processos da ISO 20000: Os processos da norma foram implantados

com base no plano de ação. Um status report semanal era produzido e enviado

ao comitê do projeto.

j. Treinar as equipes nos processos e no sistema de gestão: depois de capacitados

nos padrões da norma e na biblioteca ITIL, os colaboradores foram treinados nos

processos novos ou modificados.

k. Realizar auditoria interna: antes da primeira pré-auditoria, uma auditoria interna

foi realizada com auditores internos certificados na norma ISO 20000. Um plano

de auditoria, relatório final com plano de ação para as não-conformidades foram

produzidos como evidências para a auditoria externa.

l. Realizar pré-auditoria: uma vez com todos os processos implantados, sistema de

gestão montado e as não-conformidades da auditoria interna já fechadas, foi

realizada uma pré-auditoria externa com o órgão certificador. Esta etapa

envolveu dois dias. Foram identificadas não-conformidades menores. Se ocorrer

uma quantidade excessiva de não-conformidades recomenda-se realizar uma

segunda pré-auditoria antes da auditoria final.

m. Realizar auditoria externa final: após o fechamento das não-conformidades da

pré-auditoria a auditoria externa foi recomendada, sem nenhuma não-

conformidade.

n. Obter a recomendação para a certificação: após a realização da auditoria final

não foi detectada nenhuma não-conformidade – se ocorresse alguma não

conformidade, a recomendação somente será realizada após o fechamento

desta. Dessa forma, a recomendação foi realizada.

o. Obter a certificação na norma ISO/IEC 20000: após trinta dias após a

recomendação, o certificado é recebido e a empresa foi formalmente declarada

como certificada ISO/IEC 20000. A partir deste momento foi divulgado para a

imprensa, clientes e fornecedores esta conquista e os benefícios decorrentes.

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5.3.6. Exemplos de Combinação de Práticas Utilizadas

Durante o projeto, recorreu-se ao MOPP para selecionar pontos de integração da

ISO 20000 com a norma NBR ISO 9001, que já estava implantada na área escopo.

Neste aspecto, utilizou o modelo para realizar esta interface conforme o quadro 51.

Quadro 51 – Integração ISO 9001 x ISO 20000

Id Processo ISO 20000

Processo ISO 9001

Oportunidades de Integração para a ISO 20000

01 3. Requisitos Sistema de Gestão

− Sistema de Gestão da Qualidade

Desenvolver o Manual da ISO 20000 baseado no Manual de Gestão da ISO 9001, aproveitando a estrutura e diretrizes. Utilizar o padrão do item 5.3. – Política da Qualidade para Política de Serviços

02 3.1. Responsabilidade da Direção

− Responsa-bilidade Administração

Planejar e realizar a Reunião de Análise Crítica seguindo a ISO 9001, com foco em Gestão de Serviços de TI.

03 3.2. Requisitos Documentação

4.2. Requisitos de Documentação

Utilizar os mesmos documentos obrigatórios da ISO 9001: Controle de Documentos, Controle de Registros etc. Manter o mesmo padrão de versionamento e formatação da documentação da ISO 9001. Realizar o versionamento de forma automatizada com controles de logs para aprovação.

04 3.3. Competência, Conscient. e Treinamento

6.2. Recursos Humanos

Manter o mesmo padrão de análise de competências e plano de treinamento da ISO 9001. Desenvolver treinamentos específicos em Gestão de Serviços de TI, mapeados por meio dos gaps identificados.

06 4.4. PDCA-Melhoria Contínua (Act)

8.5. Melhorias; 8.5.2. Ações Corretivas; 8.5.3. Ações Preventivas

Manter o conceito de Grupo de Melhoria recomendado pela ISO 9001, priorizando Melhoria dos Serviços. Utilizar o sistema de ações corretivas, preventivas e oport. de melhorias da ISO 9001.

07 5. Serviços Novos ou Modificados

7.3. Projeto e Desenvolvimento

Tratar, da mesma forma da ISO 9001, toda nova entrada ou modificação de serviços como um projeto. Utilizar recomendações e adequar os procedimentos da ISO 9001 para a nova realidade.

08 7.2. Relacion. com o Negócio

7.2. Processos Cliente; 8.2.1. Satisfação do Cliente

Manter os mesmos controles da ISO 9001. Desenvolver um banco de dados de reclamações e alocando um responsável pela satisfação do cliente, conforme exige a ISO 20000.

09 7.3. Gerenc. Fornecedores

7.4. Aquisição Utilizar os controles de fornecedores, incluindo contratos e inspeção dos requisitos do item 7.3

10 4.3. PDCA - (Check)

8.2.2. Auditorias Internas

Utilizar os mesmos padrões da ISO 9001 para a ISO 20000, incluindo procedimentos de Plano de Auditoria, Formação de Auditores, Pré-Auditoria. As duas normas são baseadas na ISO/IEC 19011.

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5.3.7. Governança de TI da área escopo

A implantação da governança na área escopo da certificação ISO/IEC 20000

combinou o modelo do ISACA/ITGI com conceitos do MOPP, no que se refere ao

uso de práticas, além das recomendadas pelo modelo original do ISACA, conforme

pode ser visto na figura 45.

Figura 45 – Governança Interna de TI – Serviço Área Escopo ISO 20000

fonte: Santos e Campos (2008a, p.5)

O objetivo era utilizar o que havia de mais aplicável em termos de processos e

práticas existentes no mercado para governança de TI.

5.3.8. Avaliação do Estudo de Caso

O modelo MOPP mostrou-se eficiente na combinação das práticas para a

implantação e operação dos processos de serviços de TI em um centro de operação

de redes. A sua eficácia foi medida pelo alcance da certificação ISO/IEC 20000 pelo

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provedor de serviços de TI. Práticas de qualidade como ISO 9001, combinadas com

práticas de serviços de TI como ITIL e ISO 20000 e práticas de gerenciamento de

projetos (PMI e IPMA) tornou possível a execução do projeto. O diferencial do

modelo MOPP é que cada prática foi utilizada baseada na prescrição do modelo.

Cassidy (2002) define que uma evolução de processos passa necessariamente pela

medição completa das métricas, antes e depois, além de outros fatores como

documentação de procedimentos e automação das atividades. A conquista da

certificação ISO/IEC 20000 pela empresa estudada não foi o único resultado visível

do projeto. Melhorias dos processos, tecnologias e das pessoas foram observados,

conforme quadro 52.

Quadro 52 – Análise do Resultado do Terceiro Estudo de Caso Qual a Visão ? Tornar o centro de operação de rede um centro de excelência

na gestão de serviços de TI dentro e fora da empresa em um prazo de 06 meses.

Onde Estava ? Processos inadequados, tecnologias inadequadas e pessoas desmotivadas e com problemas de capacitação. Foram medidos os seguintes indicadores: a. Possibilidade da conquista de clientes com a aquisição da

certificação b. Aumento dos valores dos serviços prestados após a

conquista da norma. c. Satisfação do cliente d. Disponibilidade do Itens de Configurações dos clientes. e. Produtividade f. Custo do centro de operações g. Itens de Configurações cobertos por Planos de

Capacidade h. Pesquisa de clima interno

Qual o resultado almejado ? Certificada na norma ISO/IEC 20000 em um prazo de seis meses, com a implantação dos processos, sistema de gestão, adequação da tecnologia e forte capacitação e conscientização dos profissionais da área e das interfaces externas.

O que foi feito para chegar até o resultado ?

Projeto de implantação da norma ISO/IEC 20000

Como a empresa ficou sabendo que atingiu o resultado ?

Certificação ISO/IEC 20000 obtida e comparação dos indicadores abaixo com os medidos antes da implantação da norma: i. Possibilidade da conquista de clientes com a aquisição da

certificação j. Aumento dos valores dos serviços prestados após a

conquista da norma. k. Aumento da satisfação do cliente l. Disponibilidade do Itens de Configurações dos clientes. m. Incremente da produtividade n. Redução de custos do centro de operações o. Itens de Configurações cobertos por Planos de

Capacidade p. Aumenta da satisfação de clima interno

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Conforme o que foi proposto no protocolo de pesquisa, este estudo de caso

abrangeu as melhores práticas utilizadas em uma operação de serviços de TI. A

implantação dos processos da ISO 20000 ocorreu com a operação funcionando.

Inicialmente foi desenvolvido um gap analysis das práticas atuais e na sequência

estas práticas foram comparadas com os requisitos da norma. Por fim, foi realizada

uma análise dos benefícios. Dessa maneira, o estudo atendeu as condições e

questões do protocolo. No próximo capítulo deste trabalho é apresentada a

conclusão do trabalho, incluindo a avaliação dos resultados obtidos, limitações e

trabalhos futuros sugeridos.

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6. CONCLUSÃO

Ao analisar o modelo MOPP, os seus métodos, matrizes e a aplicação em três

estudos de casos, constata-se que o fator crítico fundamental para uso de práticas

pelos provedores de TI é a sua combinação de forma prescritiva, agregando valor

aos serviços de TI. Revisando Monteiro (2004), ao analisar modelos integrados

como o eSCM/SP concluiu-se que não são prescritivos, não apresentam visões

conforme o segmento de mercado, clientes atendidos, o porte da organização, a

estratégia do provedor de TI e principalmente o suporte a outros modelos de

melhoria de processos. Além de uma visão prescritiva, apresentou-se também no

modelo MOPP as matrizes de relacionamento entre a oferta do provedor,

necessidades dos clientes e a aplicação dos processos em diversos estágios do

ciclo de vida da oferta e operação de serviços de TI.

Conforme Haried e Ramamurthy (2009), o sucesso em estabelecimento de práticas

e modelos é medido em termos da percepção do cliente. Além disto, deve existir um

equilíbrio entre as metas do provedor de serviços de TI e as necessidades do

cliente, incluindo aspectos estratégicos e financeiros. Nesta linha, o trabalho também

procurou contribuir com uma série de métodos quantitativos para gainsharing,

penalidades, movimentação de baseline, estabelecimento de redução de lead time,

melhoria contínua e aumento das atividades de valor agregado.

No trabalho foi desenvolvido um ciclo geral para oferta de outsourcing,

contemplando as seguintes áreas de conhecimento: contratação, projeto de

implantação, operação, governança, qualidade, inovação & conhecimento e

segurança da informação. Cada ciclo contemplou os processos principais para a

oferta e, finalmente, em cada processo foram vinculados as práticas e os templates.

O modelo foi totalmente automatizado por meio de ferramentas open source. A

linguagem selecionada a Java, na sua versão JDK 1.6. o banco de dados foi o

PostgreSQL 8.3 e finalmente optou-se pelo servidor Tomcat 6. A solução foi

totalmente desenvolvida em ambiente web. O modelo open source foi desenvolvido

para ser atualizado por meio de colaboração entre empresas, comunidade de

desenvolvedores, clientes e parceiros do provedor. O open source difere do modelo

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tradicional em basicamente dois aspectos: o processo de desenvolvimento, que é

essencialmente uma produção colaborativa e a filosofia de propriedade intelectual,

que permite a livre distribuição do código fonte, bem como o direito de modificá-lo.

Todos os processos foram vinculados às melhores práticas do mercado. O

diferencial do modelo é que, para cada etapa do ciclo de vida, foram integrados os

processos mais adequados de cada framework do mercado. Por exemplo, para a

prática modelo de governança do projeto de transição de serviços, alguns

frameworks foram selecionados, como por exemplo: eSCM/SP – Rel06

(Relacionamento com o Cliente), CobiT ME1 ( Monitorar e Avaliar Performance de

TI), CobiT ME3 (Prover Governança de TI), ITIL v3 – Governança de Valor, ITIL v3 –

Gestão de Demanda, ISO 20000 – Relacionamento com o Negócio e ISO 38500 -

Princípio 2: Estratégia. Para cada processo das práticas estudadas, o modelo

informa a melhor maneira de utilizá-lo dentro do ciclo de vida para a oferta de

outsourcing. Para a modelagem do processo foi utilizado o padrão do Process

Handbook do MIT e também o SIPOC. Para cada processo vinculado às etapas do

ciclo de vida, o modelo relacionou os templates mais adequados. Um exemplo é o

processo modelo de governança do projeto de implantação. Os templates

vinculados foram: acordo de nível de serviço (SLA), templates para procedimentos e

instruções de trabalho e também o book de indicadores mensais. Os templates

também constavam nos anexos para uso livre dos provedores de serviços.

Dentro da pesquisa também foram desenvolvidas matrizes para melhor

direcionamento do relacionamento dos frameworks com as ofertas de outsourcing,

conforme abaixo:

Ocorreu um relacionamento das práticas por meio da Matriz de Oferta x Prática x

Ciclo de Vida Operacional. Nesta matriz foram relacionadas as práticas com as

ofertas dos provedores de TI e também com cada etapa do ciclo de vida de

outsourcing. Por exemplo, para a oferta NOC (Network Operation Center), para a

venda do produto foi recomendado nesta pesquisa a utilização do eSCM/SP e

também do PMI/PMBoK. Para o projeto de implantação dos serviços recomendou-se

a utilização do IPMA, PMI/PMBoK e CobiT e na operação o uso do ITIL, ISO 27001

e da ISO 20000. Ao selecionar a oferta do provedor, o sistema informa os

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processos mais adequados de cada prática para cada oferta selecionada. Dentro do

sistema ao selecionar o processo do framework é informado de qual maneira ele

poderá ser utilizada para a oferta e operação do provedor.

Na matriz Ciclo de Vida x Prática x Ciclo de Conhecimento, foram relacionadas as

práticas com as ofertas dos provedores e com o ciclo de conhecimento (governança,

inovação, qualidade e segurança da informação). Por exemplo, para a relação da

etapa de operação dos serviços com a qualidade são relacionados os modelos e

metodologias QFD, ISO 20000, ISO 9001 e Lean Six Sigma.

O trabalho desenvolveu também um relacionamento entre oferta do provedor e a

necessidade dos clientes, conforme a importância do uso adequado de cada prática

o segmento do mercado onde o cliente está inserido (financeiro, industrial, comércio,

governo). Por exemplo, para a oferta de outsourcing de fábrica de software de uma

instituição financeira o modelo MOPP sugere que o uso de frameworks como o

CMMI, ITIL e PMI/PMBoK não são suficientes, mas também devem ser destacados

outros modelos como a ISO 27005, CobiT e SAS 70. Para as empresas que

necessitam de compliance com a SOX, uma ênfase deve ser realizada em práticas

como o CobiT, COSO e ISO 27001, incluindo busca das certificações para o

provedor e também para seus profissionais. O Modelo MOPP indica que estas ações

representam um diferencial na estratégia de oferta do provedor.

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A pesquisa provou que o modelo é aplicável na oferta de outsourcing, por meio de

três estudos de casos, conforme Quadro 53. Estas três aplicações são apenas

exemplos de como o modelo funciona, podendo ser utilizado em outros tipos de

oferta de outsourcing.

Quadro 53 – Resumo dos Estudos de Caso do Modelo MOPP

# Estudo de Caso Tipo de Oferta Fase do MOPP

1 Concorrência de infraestrutura de TI em uma instituição financeira mundial

Infraestrutura de TI (Operação de Datacenter, Service Desk, Field

Support, Storage, NOC, Projetos de infraestrutura, gestão de ativos, Suporte Servidores, Suporte Redes).

Contratação

2 Projeto de transição de uma empresa de mineração, líder brasileira e mundial no seu setor de atuação.

Outsourcing de ERP Oracle Projeto de Implantaçào

3 Implantação e Certificação da ISO/IEC 20000 em um Centro de Operação de Redes

Gestão de Eventos de Redes/ Servidores e Monitoramento de Operação de Clientes.

Operação dos Serviços

O modelo foi aplicado em três projetos envolvendo as três fases do ciclo

operacional: contratação, projeto de implantação e operação. Para a contratação o

modelo foi aplicado em uma oferta de outsourcing de uma concorrência de porte na

área de serviços de TI. Tratou-se de uma RFP (Request for Proposals) para

outsourcing de infraestrutura de TI para uma instituição financeira americana, uma

das maiores do mundo. Para o projeto de implantação, o modelo foi aplicado pelo

autor em um projeto de transição em uma empresa líder mundial em mineração. Na

operação o estudo de caso selecionado foi um projeto de implantação e certificação

da ISO/IEC 20000 em um Centro de Operação de Redes. Foram utilizadas todas as

práticas do modelo para melhoria da operação de serviços de gerenciamento e

monitoramento de redes.

Foi demonstrado na pesquisa que o modelo é independente dos frameworks e de

suas versões, apesar de estarem relacionados. Ficou evidenciado que o provedor

pode a qualquer momento excluir, incluir ou atualizar as práticas e templates

aplicáveis a cada etapa do ciclo de vida de oferta de outsourcing. Por fim, o modelo

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MOPP apresentou um padrão para gainsharing (bonificação) e penalty (penalidade)

para ser utilizado por provedores nas suas ofertas de outsourcing. O modelo é

flexível, permitindo inclusão ou exclusão de indicadores e de pontuação, assim como

dos valores das penalidades e das bonificações. Também foi apresentado um

modelo quantitativo para movimentação de baseline, prevendo adequações

contratuais e na oferta de outsourcing ao longo da operação dos serviços.

Além dos objetivos específicos, a pesquisa buscou responder às questões

formuladas no inicio da pesquisa. Os modelos atuais utilizados no mercado são

proprietários e os que são desenvolvidos em universidades estão em alto nível,

preocupam-se apenas em relacionar as práticas não visando todos os conceitos

vinculados à oferta de outsourcing. O modelo MOPP envolveu uma pesquisa

detalhada e prática do uso dos frameworks no ciclo de vida de oferta de outsourcing.

Outro aspecto importante demonstrado na pesquisa foi a vinculação das práticas do

mercado a cada etapa, realizada a partir da melhor aplicação de cada conceito a

determinado processo do ciclo de vida de oferta de outsourcing. Existem práticas

relacionadas nos frameworks do mercado, porém não costumam ser relacionadas

no seu nível detalhado, pois exige um conhecimento elevado de cada uma delas. No

caso do modelo COBITIL estudado, por exemplo, ocorreu um relacionamento entre

o ITIL e o CobiT neste nível, porém vinculado a um determinado processso de TI

(Suporte de Serviços) e também resumido a dois frameworks (ITIL e CobiT). A

pesquisa mostra a localização de cada framework para pesquisa por parte dos

provedores de TI.

Para aumentar sua vantagem competitiva, os provedores de TI devem entregar valor

ao cliente, tornar sua oferta não muito adequada de imitar e também transformar

seus produtos e serviços em algo valioso, difícil de copiado pelos concorrentes.

Neste aspecto, o MOPP recomendou um conjunto de práticas relacionando as

ofertas do provedor de TI com as necessidades do cliente. Outro fator mostrado foi

que os provedores não podem trabalhar com um mesmo conjunto de estratégias e

práticas para as suas diversas ofertas. Em tecnologia da informação alguns

processos são considerados artes, antes de ser uma ciência, pela própra

característica de serviços de TI e também pela necessidade de flexibilidade. Em

fábrica de software, por exemplo, frameworks não amplamente utilizados em

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software como ITIL, ISO 27005 e ISO 20000 podem ser úteis, assim como em

infraestrutura de TI o PCMM pode ser muito importante, pois concentra=se em

gestão de pessoas.

6.1. Limitações da Pesquisa

Quanto ao desenvolvimento do modelo proposto, esta tese se limitou em apresentar

um modelo prescritivo sob o ponto de vista de provedores de TI, não considerando

as necessidades do departamento de tecnologia da informação das empresas

clientes. O objeto de estudo são importantes provedores de serviços de TI. Quanto à

aplicação do modelo, limitou-se a apresentar três estudos de casos refletindo as três

etapas principais do ciclo de vida da oferta e operação de serviços de TI. Áreas de

conhecimento a exemplo de Gestão de Segurança da Informação e Gestão do

Conhecimento não puderam ser aplicados. Também não foi considerado um único

estudo de caso considerando as três etapas: contratação, projeto e operação, mas

três estudos de forma distinta. Outra limitação é que o aplicativo desenvolvido

contempla apenas um banco de informações para consulta, não contemplando os

métodos quantitativos apresentados no trabalho. Algumas limitações são

oportunidades de melhorias abordadas no capítulo seguinte de trabalhos futuros.

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6.1. Trabalhos Futuros

Para a continuidade deste trabalho, recomenda-se as seguintes pesquisas:

− Modelo direcionado para as pequenas e médias empresas (PME) de

informática. O modelo pode e deve ser adaptado para pequenos e médios

provedores de serviços de TI, conforme mostrado na figura 46. Pode ser

adaptado quanto ao ciclo de vida, adaptado para as PMEs.

Figura 46 – Escopo x Detalhe MOPP

As práticas podem ser adequadas às necessidades das pequenas e médias

empresas de tecnologia da informação, conforme a sua aplicação. As PMEs

podem ser acrescentadas e estudadas em matrizes de frameworks para a oferta

do provedor nesse mercado.

− Desenvolvimento de um framework de maturidade dos processos, baseados

nos processos apresentados neste trabalho e no ciclo de vida. Desenvolver um

modelo de maturidade dos processos contemplados no modelo MOPP. Níveis de

maturidade dos modelos CobiT, CMMI e eSCM/SP podem ser utilizados como

base de informações.

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− Modelo para os departamentos internos das empresas. O modelo foi

desenvolvido originalmente para provedores externos de TI. Os ciclos de vida do

modelo podem ser adaptados para os departamentos internos de TI das

empresas.

− Pesquisas e matriz de relacionamento das ofertas dos provedores de TI

com cenários e novas tecnologias (ex. crise financeira, cloud computing e

redes sociais). Contemplar dentro das matrizes de relacionamento as práticas e

processos mais adequados para alguns cenários econômicos e tecnológicos,

como, por exemplo, crise financeira com redução de demanda e também novas

tecnologias a exemplo de cloud computing e redes sociais. O modelo, por ser

prescritivo, pode ser adaptado para descrever a aplicação de cada prática dentro

de um novo cenário ou de uma nova tecnologia.

− Aplicação do Modelo em outros tipos de oferta de outsourcing. Aplicar o

modelo em outros tipos de oferta e operações de serviços de TI a exemplo de

Service Desk, BPO (Business Operations Outsourcing) e Segurança da

Informação.

− Desenvolvimento de Mapa de Processos, detalhando o SIPOC apresentado

para cada processo. O modelo por ser detalhado por meio de mapas de

processos, conforme as necessidades dos provedores de serviços.

− Utilização de frameworks de métodos ágeis no MOPP e também na sua

implementação. Métodos ágeis como o Scrum podem ser utilizados combinados

como PMBoK e o IPMA na etapa de projetos de implantação, visando a sua

agilização. Também poderão ser utilizados na própria implementação do MOPP.

− Acrescentar a utilização das melhores práticas, de forma combinada, em

automação industrial. Pesquisar sobre a utilização e combinação dos

frameworks do mercado (ITIL, ISO 9001, Lean Six Sigma, ISO 27001, ISO

27005, ISO 38500, CobiT) para desenvolvimento de um modelo focado em

automação industrial.

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APÊNDICE A - APLICATIVO MOPP

1. Tecnologia

Para automatizar o modelo, foi desenvolvido um software em plataforma livre (open

source), conforme especificação abaixo:

• Linguagem de Programação: Java 6 e JSP

• Banco de Dados: PostgreSQL 8.3

• Servidor Web: Tomcat 6.0

O PostgreSQL foi selecionado por ser um banco de dados de código livre, robusto,

com funções de triggers, stored procedures, views e sequence, como também

possuir uma linguagem procedural denominada PGPLSQL, bem próxima à

linguagem PL/SQL da Oracle. O banco de dados selecionado leva vantagem sobre o

MYSQL, por exemplo, que é seu concorrente mais próximo em open source

(software livre). O MYSQL, que pertence a uma empresa de TI (Sun Microsystems),

passou a ter, a partir da sua versão mais recente, recursos de triggers e stored

procedures, elementos fundamentais em banco de dados. Este banco de dados não

possui uma linguagem procedural, que permite flexibilidade e adição de recursos

adicionais em procedures, triggers e outros códigos SQL. Já o Oracle XE é gratuito e

possui todas as vantagens do PostgreSQL, porém, pela sua característica de ser

uma versão gratuita do banco de dados principal da Oracle (alto valor de

investimento), não foi considerado pelo risco da sua continuidade. O quadro 54 faz

uma comparação entre as principais funções dos três bancos de dados.

Quadro 54 – Comparação PostgreSQL x MySQL x Oracle XE

# Atributos PostgreSQL MySQL Oracle XE

01 Executa em Windows e Linux X X X 02 Compatibilidade com PHP, Java, C#, Ruby, C/C++ X X X 03 Licença Gratuita X X X

04 Baixa exigência de processamento X X

05 Recursos de triggers, sequence, sp e views X Recente X

06 Suporte a SSL (segurança de aplicações) X Recente X

07 Propriedade independente X X

08 Linguagem Procedural X X

09 Robustez (tamanho banco, tabelas, linhas, campos) X X

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A linguagem Java foi selecionada pelo fato de ser uma plataforma livre, ao contrário

da plataforma .NET. Permitirá dessa forma facilidade na manutenção e atualização

do código da aplicação por parte dos provedores. O PHP (linguagem open source)

também poderia ter sido utilizada, porém, trata-se de uma linguagem e não de uma

plataforma com vários recursos e frameworks (JSP, JSTL, Struts, JSF, VRaptor,

Hibernate) avançados como o Java, sem contar que é uma linguagem totalmente

interpretada com erros ocorrendo em tempo de execução. Também não é

fortemente orientada a objetos. Com o código em Java, o provedor poderá realizar

uma engenharia reversa e na sequência uma reengenharia do código da aplicação

de forma muito rápida, colocando-o no formato MVC (Mode-View-Controller) e

utilizando os recursos mais avançados da linguagem Java. O quadro 56 mostra

uma comparação entre as três linguagens de desenvolvimento que foram avaliadas

para o desenvolvimento do aplicativo MOPP.

Quadro 55 – Comparação Java x PHP x C#

# Atributos Java PHP C#

01 Open Source X X 02 Forte orientação a objetos X X 03 Fortemente tipada e com sobrecarga de métodos X X

04 Linguagem não interpretada (100%) X X

05 Fácil Portabilidade X X

06 Suporte a SSL (segurança de aplicações) X X X

07 Propriedade independente X X

08 Plataforma de desenvolvimento com recursos extras X X

09 Robustez (tamanho banco, tabelas, linhas, campos) X X

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2. Acesso ao sistema, navegação e cadastros

Para acessar a tela principal do sistema (figura 47), deve ser digitado o seguinte

comando no browser: http://localhost:8080/mopp/mopp.jsp.

Figura 47 – Tela Principal de Navegação do MOPP

Para realizar um cadastro de um novo processo, framework ou de um novo

relacionamento, deve-se clicar na opção << Cadastro e Matrizes >>. Será mostrada

uma tela, conforme figura 48.

Figura 48 – Cadastros e Relacionamentos do MOPP

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O usuário pode navegar no sistema clicando nos ícones. Por exemplo, ao clicar na

opção << Gestão de Projetos >> é mostrada a tela dos processos da etapa do ciclo

de vida, conforme figura 49.

Figura 49 – Tela de Navegação Processos do MOPP

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Ao clicar em um dos processos, como por exemplo, Modelo de Governança, é

mostrada uma tela no padrão SIPOC e do Process Handbook- MIT, com as opções

de consulta das melhores práticas dos frameworks (ITIL, CMMI, CobiT, Lean Six

Sigma) e dos templates vinculados ao processo de outsourcing, conforme figura 50.

Figura 50 – MOPP - Tela de Consulta Processos x Frameworks x Templates

Por meio do SIPOC, pode ser acessada a tela de consulta das práticas e templates,

conforme o processo ativo e também realizar alterações.

3. Inclusão e consulta de processos e prática

Para incluir uma nova prática, os seguintes dados são necessários:

• Id: automática do sistema

• Id Prática: código do framework no processo da metodologia

• Tipo Prática: informar se o framework é referente a << Outsourcing >>, <<

Governança de TI >>, < Serviços de TI >>.

• Proprietário: o responsável pelo framemwork (ex. OGC, ISACA, ISO)

• Localização: informar o local onde pode ser encontrado o framework

• Id Prática: O código da prática/processo dentro do framework

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• Descrição do framework: descrição resumida do framework

• Descrição da prática: descrever o objetivo principal da prática/processo

• Resumo do Modelo: descrever os principais aspectos da prática/processo, útil

para entender a sua aplicação no MOPP.

• Utilidade no Modelo MOPP: descrever como o modelo pode ser utilizado de

forma prescritiva no MOPP.

Todas as informações dos quadros descritos na pesquisa já estão cadastradas no

sistema, conforme figura 51. O usuário pode acrescentar novos processos,

relacioná-lo às práticas dos frameworks e informar como pode ser utilizado dentro do

ciclo de vida do modelo MOPP.

Figura 51 – MOPP - Tela de Consulta Processos

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4. Inclusão de um novo template

Para incluir um novo template (figura 52), prencher os seguintes campos:

Figura 52 – MOPP - Tela de Template

• Id Template: automática do sistema

• Descrição do Template: Descrição do template (ex. Project charter, catálogo de

serviços).

• Localização do Template: Localizaçào do template. Informar o endereço web:

http://localhost:8080/tese/modelo/templates/<<nomedotemplate>>

• Utilidade no Modelo: Descrever como o MOPP poderá ser utilizado na situação

específica do provedor.

5. Código de Acesso ao Banco de Dados – Java x PostgreSQL 8.3

<%@ page import="java.sql.*" %><%@ page import="java.text.*" %> <%@ page import="java.util.Date" %><% String url = "jdbc:postgresql://localhost:5432/postgres"; Connection con = null; Statement stm = null; ResultSet res2 = null; Class.forName ("org.postgresql.Driver"); con = DriverManager.getConnection(url, "postgres", "gilmar"); stm = con.createStatement(); %>

6. Procedimentos de Instalação do Aplicativo MOPP

a. O CD que acompanha esta pesquisa contém a seguinte estrutura:

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− << \jsp >> contém os arquivos fontes jsp

− << \bd >> contém o backup do banco de dados em postgreSQL

− << ferramentas >> contém as ferramentas necessárias (open source) para

instalação e operação do aplicativo:

� JDK 6 (Compilador Java)

� Banco de Dados PosgreSQL 8.3

� pgAdmin III 1.8 (navegador PostgreSQL)

� Tomcat 5.5 (servidor web)

� Drive JDBC do PostgreSQL (para acesso ao banco de dados)

b. Para a instalação proceder da seguinte forma:

− Instalar o JDK 6

− Instalar o PostgreSQL e o pgAdmin III

− Instalar o Tomcat 6.0

− Importar o banco de dados dentro do PostgreSQL (backup no CD):

� Clicar no botão direito do mouse no banco de dados postgres

(banco default, mantido dessa forma para facilitar a instalação e

operação do banco de dados).

� Seleciona a opção << Restaurar >>

� No campo << Nome do arquivo >> clique na opção << procurar >>

e localizar o backup no diretório << \bd >> do CD.

� Manter desmarcadas as opções << Somente Dados >>, <<

Somente Esquema >> << Objeto Unitário >>.

� Clique em << OK >>

− Copiar as páginas JSP para o servidor web na pasta

\tomcat\webapps\root\mopp

− Copiar o arquivo postgresql-8.3-604.jdbc4 (driver JDBC do PostgreSQL

para acesso ao banco de dados) para a pasta \tomcat\lib

− Acessar o browser e testar a aplicação digitando:

http://localhost:8080/mopp/mopp.jsp.