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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ESTIMATIVA DE CUSTOS EM ACREDITAÇÃO DE LABORATÓRIOS DE ENSAIO DA UFSM DE ACORDO COM A ABNT NBR ISO/IEC 17025 TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Rodrigo Schneider Bender Santa Maria, RS, Brasil 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE TECNOLOGIA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

ESTIMATIVA DE CUSTOS EM ACREDITAÇÃO DE

LABORATÓRIOS DE ENSAIO DA UFSM DE ACORDO

COM A ABNT NBR ISO/IEC 17025

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Rodrigo Schneider Bender

Santa Maria, RS, Brasil

2013

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ESTIMATIVA DE CUSTOS EM ACREDITAÇÃO DE

LABORATÓRIOS DE ENSAIO DA UFSM DE ACORDO COM

A ABNT NBR ISO/IEC 17025

Rodrigo Schneider Bender

Trabalho de conclusão de curso de

graduação apresentado ao Centro de

Tecnologia da Universidade Federal de

Santa Maria, como requisito parcial para

obtenção do grau de Bacharel em

Engenharia de Produção.

Orientadora Morgana Pizzolato

Santa Maria, RS, Brasil

2013

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CUSTOS EM ACREDITAÇÃO DE LABORATÓRIOS

DE ENSAIO DA UFSM DE ACORDO COM A ABNT

NBR ISO/IEC 17025

RODRIGO SCHNEIDER BENDER (UFSM) [email protected]

MORGANA PIZZOLATO (UFSM) [email protected]

A ISO/IEC 17025 é uma norma internacional que especifica os requisitos gerais para a

confirmação da competência técnica de laboratórios de ensaio e calibração. Para

laboratórios vinculados a instituições de ensino superior, esta norma traz benefícios diversos,

o que tem levado laboratórios universitários do Brasil a buscarem à acreditação. Assim, a

Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) apoia seus laboratórios na implantação desta

norma. Todavia, dentre as diversas dificuldades intrínsecas a este processo, encontra-se o

custo envolvido. Deste modo, o objetivo deste artigo é identificar e quantificar os custos de

acreditação em laboratórios acreditados e em busca da acreditação na UFSM. Portanto, foi

realizada uma pesquisa bibliográfica sobre o assunto seguida de um levantamento de dados

na população estudada. Este estudo permitiu observar que os custos com horas de trabalho

estão relacionados à capacitação dos colaboradores e que custos elevados com

equipamentos e infraestrutura acompanham laboratórios com disponibilidade de recursos

externos à instituição

Palavras-chave: ISO/IEC 17025, CUSTOS DE ACREDITAÇÃO, LABORATÓRIOS

UNIVERSITÁRIOS

The ISO/IEC 17025 is an international standard that specifies the general requirements for

the competence of testing and calibration laboratories. In laboratories linked to universities,

this standard keeps several benefits, which has made university laboratories in Brazil to look

for accreditation. Thus, the Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) supports their

laboratories in the implementation of this standard. Therefore, the purpose of this article is to

identify and quantify the accreditation costs in laboratories at UFSM, accredited or working

for accreditation. Therefore, a literature review about the topic was done followed by a data

collection. This study allowed noticing that costs related to working time are related with the

worker’s qualification and high costs in equipment and infrastructure occur in laboratories

which have resources from external providers.

Keywords: ISO/IEC 17025, ACCREDITATION COSTS, UNIVERSITY LABORATORY

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1. Introdução

Os crescentes avanços da tecnologia têm levado a uma melhoria de processos, produtos e

serviços. Na mesma proporção deste avanço, eleva-se a exigência dos consumidores por

qualidade e assim, conforme Kotler (2012), a prioridade dos executivos é a melhoria da

qualidade de produtos e serviços.

A qualidade é definida por Juran (1991) como adequação ao uso. Para Crosby (1994),

qualidade é a conformidade com os requisitos. Campos (1992) define qualidade como

preferência do consumidor. Apesar do conceito de qualidade possuir definições variadas

(THOMPSON; ELLISON; WOOD, 2002 apud SIMONET, 2005) padrões internacionais de

qualidade, segundo Grochau e Caten (2012), passaram a ser aceitos com a redução das

barreiras comerciais nas últimas décadas e a consequente intensificação do intercâmbio global

de produtos e serviços.

Como padrão de qualidade para laboratórios de ensaio e calibração, tem-se a norma ISO/IEC

17025, que especifica os requisitos gerais para a confirmação da competência técnica de

laboratórios, tanto por organismos acreditadores como por autoridades reguladoras e clientes

do laboratório (ISO, 2013b).

Quando um laboratório demonstra a um organismo de terceira parte a conformidade para

processar a avaliação da conformidade de produtos, processos, serviços, sistemas de gestão ou

pessoal, este laboratório é acreditado por este organismo (INMETRO, 2007). No Brasil,

existem atualmente 891 laboratórios acreditados na ISO/IEC 17025, dos quais 20 são

vinculados a Instituições de Ensino Superior (IES) Públicas (INMETRO, 2013).

A implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade pode trazer benefícios diversos a

laboratórios universitários, como exposto por Fernandes et al (2006), Grochau et al (2010),

Hullihen, Fitzsimmons e Fisch, (2009) e Zapata-García, Llaurado e Rauret (2007), apesar da

acreditação de laboratórios universitários ser um atividade complexa (ZAPATA-GARCÍA;

LLAURADO; RAURET, 2007). Ainda, o custo envolvido, desde a preparação da

documentação até a acreditação, é um fator crítico para a acreditação dos laboratórios

(MCGROWDER et al., 2010; PAPADIMITRIOU; WESTERHEIJDEN, 2010; CARVALHO,

2004). Desta maneira, este artigo apresenta um estudo de caso que teve o objetivo de

identificar e quantificar os custos de acreditação em laboratórios da Universidade Federal de

Santa Maria, uma IES Pública, tanto em laboratórios já acreditados como em laboratórios em

busca da acreditação.

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Assim, a seção 2 compreende o referencial teórico sobre a norma ISO/IEC 17025, a

acreditação de laboratórios universitários e custos de acreditação. A seção 3 descreve os

procedimentos metodológicos de pesquisa. A seção 4 apresenta os resultados da coleta de

dados e a discussão dos mesmos. Na seção 5 tem-se a conclusão do artigo.

2. Referencial Teórico

Nesta seção são abordados os pontos fundamentais para a compreensão do tema do artigo.

Assim, são apresentados conceitos de qualidade, seguido de considerações acerca da norma

ISO/IEC 17025, da acreditação de laboratórios universitários e por fim, custos de acreditação.

2.1 A norma ISO/IEC 17025

Os padrões internacionais de qualidade, mais conhecidos como normas técnicas, têm como

maior desenvolvedor a International Organization for Standardization (ISO), rede de

organismos nacionais de normalização de 163 países com 3.368 organismos técnicos que

cuidam do desenvolvimento das normas (ISO, 2013a).

Um das normas desenvolvidas por este organismo é a norma ISO/IEC 17025 – Requisitos

gerais para a competência de laboratórios de ensaio e calibração, que, conforme ISO (2013b)

especifica os requisitos gerais para a competência na realização de ensaios e calibrações. Esta

norma, desde seu lançamento em 1999, tem sido o padrão mais relevante para o contexto da

metrologia (KLENOVSKI, 2006).

A acreditação de um laboratório nesta norma assegura sua competência técnica na realização

de ensaios e calibrações (ISO, 2013b) o que, conforme Abdel-Fatah (2010), se insere no

contexto da busca da garantia, por fornecedores e clientes, de que os produtos, materiais ou

serviços que produzem ou compram possuem qualidade, a fim de que sejam minimizados os

riscos de produção ou fornecimento de um produto defeituoso.

A acreditação é definida em ABNT (2005b) como o “atestado de terceira parte relacionado a

um organismo de avaliação da conformidade, comunicando a demonstração formal da

competência para realizar tarefas específicas de avaliação de conformidade”.

A avaliação da conformidade, no Brasil, é organizada pela Coordenação Geral de Acreditação

(Cgcre) do INMETRO. A Cgcre é signatária do acordo de reconhecimento mútuo da

Internacional Laboratory Accreditation Cooperation (ILAC), em virtude disso, é o organismo

acreditador brasileiro (COUTINHO, 2004; NOGUEIRA; SOARES, 2013). Apesar de fazer

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parte do INMETRO, a Cgcre trabalha de maneira independente, para atender a norma

ISO/IEC 17011 - Avaliação de conformidade - Requisitos gerais para os organismos de

acreditação que realizam acreditação de organismos de avaliação de conformidade, à qual

exige a garantia de imparcialidade do organismo acreditador (NOGUEIRA; SOARES, 2013).

A ISO/IEC 17025 é divida em requisitos gerenciais e técnicos. Os requisitos gerenciais se

aproximam à norma ISO 9001 – Requisitos para sistemas de gestão da qualidade e, portanto,

a conformidade com a ISO/IEC 17025 significa também operar de acordo com a ISO 9001 no

âmbito de laboratórios de ensaio e calibração (ISO, 2013b). Na Figura 1 são listados os

requisitos da ISO/IEC 17025.

Figura 1 - Requisitos da ISO/IEC 17025

4. Requisitos da Direção 5. Requisitos técnicos

4.1 Organização

4.2 Sistema de Gestão

4.3 Controle de Documentos

4.4 Análise crítica de pedidos propostas e contratos

4.5 Subcontratação de ensaios e calibrações

4.6 Aquisição de serviços e suprimentos

4.7 Atendimento ao cliente 4.8 Reclamações

4.9 Controle dos trabalhos de ensaio e/ou calibrações

não-conforme

4.10 Melhoria

4.11 Ação corretiva

4.12 Ação preventiva

4.13 Controle de registros

4.14 Auditorias internas

4.15 Análises críticas pela direção

5.1 Generalidades

5.2 Pessoal

5.3 Acomodações e condições ambientais

5.4 Métodos de ensaio e calibração e validação de

métodos

5.5 Equipamentos

5.6 Rastreabilidade de medição 5.7 Amostragem

5.8 Manuseio e itens de ensaio e calibração

5.9 Garantia da qualidade de resultados de ensaio e

calibração

5.10 Apresentação de resultados

Fonte: Adaptado de ABNT (2005a)

Para que um laboratório seja acreditado é necessário passe pelo processo de avaliação da

conformidade no qual se inclui a auditoria do sistema de gestão da qualidade do laboratório

pelo organismo de acreditação (INMETRO, 2007). A auditoria, conforme ABNT (2002), é o

“processo sistemático, documentado e independente para obter evidência de auditoria e

avaliá-las, objetivamente, para determinar extensão na qual os critérios da auditoria são

atendidos”. No caso da ISO/IEC 17025, os critérios são os requisitos da norma.

O estabelecimento da documentação para o atendimento dos requisitos técnicos e da direção é

colocado por Grochau e Caten (2012) como dois dos passos da implantação do Sistema de

Gestão da Qualidade (SGQ) baseado na ISO/IEC 17025. A apresentação da documentação do

SGQ é necessária para o reconhecimento formal da competência técnica de laboratórios por

meio da acreditação (ABNT; 2005b).

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De maneira geral, laboratórios de ensaio e calibração buscam a acreditação na ISO/IEC 17025

pelo fato desta norma possuir, conforme ISO (2005), todos os requisitos que estes laboratórios

devem atender para demonstrar para clientes e agências reguladoras que são tecnicamente

competentes, geram resultados tecnicamente válidos e possuem pleno controle de seus

processos. A Figura 2 destaca as motivações apontadas na literatura para laboratórios

buscarem a acreditação.

Figura 2 - Motivações para a acreditação

Motivação Autores

Para atender a organismos reguladores Biasini (2012) Korun e Glavic-Cindro (2006), Simonet

(2005)

Pressão de Clientes Chung et al. (2006), Grochau et al.(2010), Hullihen,

Fitzsimmons e Fisch (2009), Papadimitriou e

Westerheijden (2010)

Diferenciação em relação a concorrentes Abdel-Fatah (2010), Biasini (2012), Seneviratne (2006),

Simonet (2005)

Recebimento de recursos externos Biasini (2012), Papadimitriou e Westerheijden (2010)

Garantia de resultados em pesquisas Henri et al. (2009), Jovanovic e Jovanovic (2008),

Zapata-García, Llaurado e Rauret (2007)

Aceitação internacional dos resultados Abdel-Fatah (2010), Seneviratne (2006)

Melhoria da imagem do Laboratório Abdel-Fatah (2010), Linsinger et al. (2007), Zapata-

García, Llaurado e Rauret (2007)

Possuir maior relevância que a ISO 9001 para

as atividades do laboratório

Jovanovic e Jovanovic (2008)

Suporte de organização externa Biasini (2012), Fernandes et al. (2006), Seneviratne (2006)

Incentivo interno Papadimitriou e Westerheijden (2010), Seneviratne

(2006)

Manter-se no mercado Abdel-Fatah (2010), Biasini (2012) Fernandes et al.

(2006), Korun e Glavic-Cindro (2006), Linsinger et al.

(2007), Rodima et al (2005)

Expandir-se no mercado Fernandes et al. (2006), Seneviratne (2006)

Redução do trabalho repetitivo Abdel-Fatah (2010), Seneviratne (2006),

Melhoria das atividades do laboratório Abdel-Fatah (2010), Fernandes et al. (2006), Seneviratne

(2006)

Fonte: Autor (2013)

Apesar das diferentes motivações de cada laboratório, atualmente, conforme Korun e Glavic-

Cindro (2006) e Rodima et al. (2005), a acreditação na ISO/IEC 17025 não é apenas uma

vantagem competitiva, mas sim um pré-requisito para competição. Além disto, podem ser

observados os casos de acreditações devido à exigências de organismos reguladores. No

Brasil, conforme Nogueira e Soares (2013), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária

(ANVISA) determinou a partir da resolução RDC 12/2012, que os laboratórios que pretendem

fazer parte da Rede Brasileira de Laboratórios Analíticos em Saúde (REBLAS), que é

composta por laboratórios que realizam o controle qualitativo de produtos farmacêuticos,

necessitam ser acreditados pela norma ISO/IEC 17025 ou reconhecidos em Boas Práticas

Laboratoriais (BPL), pela Cgcre. Nogueira e Soares (2013), ainda destacam as resoluções

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01/2007 e 34/2011 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que

definiu a acreditação na ISO/IEC 17025 como pré-requisito para a realização de ensaios

qualitativos em produtos agrícolas.

2.3 Acreditação de laboratórios de instituições de ensino superior

As universidades sempre possuíram um papel fundamental no contexto tecnológico,

particularmente em países em desenvolvimento, como o Brasil (GROCHAU et al., 2010).

Rodima et al. (2005), destacam a necessidade destas colaborarem com a melhoria da indústria

e da qualidade de vida. Para Zapata-García, Llaurado e Rauret (2007), as universidades estão

se aproximando dos problemas da sociedade e incrementando sua cooperação com a iniciativa

privada e com institutos de pesquisa, na busca pelas diversas soluções e, desta maneira, os

laboratórios universitários têm o compromisso de oferecer seus meios e conhecimentos para

criar soluções para os problemas existentes, com base nos resultados, sustentados por um

SGQ como o fornecido pela ISO/IEC 17025, que estes laboratórios fornecem. Neste contexto,

conforme Hullihen, Fitzsimmons e Fisch (2009) a acreditação destes laboratórios deve ser

incentivada.

Dentre os benefícios da implantação de um SGQ baseado nesta norma em laboratórios de IES,

Rodima et al. (2005) aponta, a partir da experiência da acreditação do Centro de Testes (TC)

da Universidade de Tartu, Estônia; a facilitação do ensino de temas relacionados à qualidade,

o crescimento significativo da prestação de serviços e contratos, que aproximou a

universidade da sociedade, e a maior relação dos estudos e dos estudantes com o mundo real.

A aproximação com a realidade é também destacada por Zapata-García, Llaurado e Rauret

(2007), na acreditação do Laboratório de Radiologia Ambiental (LRA) da Universidade de

Barcelona, Espanha. Os mesmo autores ainda ressaltam o planejamento eficaz do trabalho, a

facilitação na entrada de novos trabalhadores no laboratório e a melhoria no controle de

equipamentos e nas atividades de pesquisa a partir da ISO/IEC 17025.

O SGQ baseado na ISO/IEC 17025 foi considerado fundamental por Fernandes et al. (2006)

para o Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA), vinculado à Universidade de São

Paulo (USP), executar as análises de maneira mais eficaz, reduzir custos operacionais e

incrementar o número de ensaios para clientes externos.

Mendes, Reguly e Strohaecker (2010) consideram as mudanças de infraestrutura e culturais,

além da aquisição de novos equipamentos, como benefícios positivos da acreditação do

Laboratório de Metalurgia Física (LAMEF) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

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(UFRGS). A inserção de uma nova cultura e a aproximação com o mundo real também é

descrita por Hullihen, Fitzsimmons e Fisch (2009), que ainda acrescentam a maior retenção

do conhecimento e a qualidade das medições realizadas como benefícios da acreditação do

Laboratório de Pesquisas e Testes Middlefield (MRTL), da Universidade de Kent, Estados

Unidos.

Grochau et al. (2010) destacam o aumento do número de ensaios e, ainda, o maior do

potencial para angariar fundos de projetos governamentais e participar de licitações públicas,

após a acreditação do Laboratório de Materiais Poliméricos (LAPOL) e do Laboratório de

Corrosão, Proteção e Reciclagem de Materiais (LACOR), da UFRGS.

Assim, consideradas estas múltiplas vantagens, atualmente vinte laboratórios vinculados à

instituições de ensino superior públicas no Brasil são acreditados na ISO/IEC 17025,

conforme dados de INMETRO (2013) apresentados da Figura 3.

Figura 3 - Laboratórios acreditados vinculados a instituições de ensino superior públicas

Laboratório Instituição

Laboratório de Metalurgia Física;

Laboratório de Metalurgia Física/CDT; Laboratório de Aerodinâmica das Construções;

Laboratório de Combustíveis.

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Núcleo de Análises e Pesquisas Orgânicas;

Laboratório de Análises de Resíduos de Pesticidas;

Laboratório de Análises Micotoxicológicas.

Universidade Federal de Santa Maria

Laboratório de Eletromagnetismo e Compatibilidade

Eletromagnética;

Laboratório de Avaliação Técnica

Universidade Federal de Santa Catarina

Laboratório de Calibração;

Laboratório de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico;

Laboratório de Combustíveis e Derivados de Petróleo

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Laboratório de Luminotécnica Universidade Federal Fluminense

Instituto de Serviços, Pesquisa e Inovação Universidade Regional de Blumenau

Laboratório de Ensaio Universidade de São Paulo

Central Analítica do Instituto de Química da Unicamp Universidade Estadual de Campinas

Laboratório do Centro de Caracterização e

Desenvolvimento de Materiais

Universidade Federal de São Carlos

Laboratório de Ensaios de Combustíveis;

Laboratório de Bioquímica de Alimentos

Universidade Federal de Minas Gerais

Laboratório de Combustíveis Universidade Federal de Pernambuco

Fonte: Adaptado de INMETRO (2013)

Entretanto, SGQ’s são difíceis de implantar nos laboratórios universitários em função das

características peculiares destes laboratórios, particularmente pelo fato de os ensaios externos

não serem uma prioridade (FERNANDES et al., 2006; GROCHAU et al., 2010; ZAPATA-

GARCÍA; LLAURADO; RAURET, 2007), pelo compartilhamento da estrutura do

laboratório entre as atividades de pesquisa e ensino (GROCHAU et al., 2010; FERNANDES

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et al., 2006; HULLIHEN; FITZSIMMONS; FISCH, 2009; ZAPATA-GARCÍA;

LLAURADO; RAURET, 2007), pelo desempenho dos profissionais ser medido com base em

suas atividades de ensino e publicações (GROCHAU et al., 2010) e pelo organograma e a

contratação de serviços externos serem complexos (ZAPATA-GARCÍA; LLAURADO;

RAURET, 2007). Assim, conforme Fernandes et al. (2006), a implantação de um SGQ nestes

laboratórios é adiada.

2.4 Custos no processo de acreditação

Custo é o gasto relativo aos bens ou serviço utilizados na produção de outros bens e serviços

(MARTINS, 1992). Conforme Casarotto e Kopittke (2010), para obter o custo total de um

empreendimento deve-se considerar, entre outros, os seguintes custos: custo da área ocupada;

custos administrativos extras; custo de matéria-prima; custo dos refugos, do retrabalho e

outros custos ligados a qualidade; custo da hora parada; e custo do atraso da produção.

No caso da acreditação de laboratórios de acordo com os requisitos da ISO/IEC 17025 o custo

do processo de acreditação foi observado como dificuldade por McGrowder et al. (2010), em

laboratórios médicos e não médicos na Jamaica. Na pesquisa realizada pelos autores, 72,4%

dos laboratórios entrevistados relataram essa dificuldade. Para 38,57% dos laboratórios não

médicos, o custo do processo de acreditação foi o obstáculo mais significativo. McGrowder et

al. (2010) também expõem que um dos maiores custos é a aquisição de equipamentos novos,

principalmente auto analisadores; e que os custos envolvidos na acreditação podem ser

motivo de preocupação para todos os laboratórios, e, particularmente, laboratórios pequenos

ou com ampla gama de ensaios.

Um estudo conduzido na Grécia, por Papadimitriou e Westerheijden (2010), em laboratórios

universitários daquele país sobre a implantação de normas, demonstra que diversos

laboratórios apontaram o alto custo do processo de adequação aos requisitos de normas ISO

como dificuldade. Entretanto, segundo os autores, esta não é uma razão para desistir-se da

acreditação. Seneviratne (2006), em seu trabalho sobre o estabelecimento de um sistema da

qualidade baseado na ISO/IEC 17025 no Laboratório de Análises Nucleares (NAL) no Sri

Lanka, coloca como fator de limitação do escopo o custo do processo de acreditação.

Biasini (2012) cita como ponto de divergência no projeto de acreditação do Instituto de

Ciência e Tecnologia para Cerâmicas (CNR ISTEC) na Itália o custo de acreditação,

particularmente os custos com manutenção e calibrações. Para a redução destes custos a

autora sugere o compartilhamento de instrumentos calibrados entre vários operadores,

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dispensando a calibração de dois instrumentos idênticos, além da realização de calibrações

internas, sempre que possível.

O elevado custo da acreditação é também exposto por Abdel-Fatah (2010), a partir da

experiência da acreditação do Laboratório de Ensaios de Transformações de Óleo (TOTL), no

Egito. O autor inclui como despesas as quais dificultam a acreditação o custo de construir o

SGQ, de calibrar dispositivos e acessórios, atender às condições ambientais, treinar pessoal,

atualizar normas, manutenção do SGQ, reavaliações periódicas e renovação do certificado de

acreditação. Para a obtenção de sucesso na acreditação, o autor sugere, entre outras medidas, a

implantação anterior da norma ISO 9001.

O custo na calibração de equipamentos também é destacado como adversidade na acreditação

do MRTL da Universidade de Kent, Estados Unidos por Hullihen, Fitzsimmons e Fisch

(2009). Os autores dividem este custo em calibrações externas, para os padrões, mais o tempo

exigido do pessoal do laboratório para calibrar e controlar os instrumentos.

Em seu estudo aplicado a laboratórios de construção civil, Cova (2001) cita que um dos

grandes empecilhos para os laboratórios serem acreditados são os custos, desde a preparação

da documentação até a solicitação da acreditação. Laboratórios daquela área de atividade que

colocaram o fator custo de acreditação como dificuldade representaram 75% dos 12

laboratórios que responderam à pesquisa. Os valores (na época da pesquisa) da acreditação e

extensão de escopo pelo INMETRO são apresentados no trabalho da autora, que, entretanto,

não os discute.

A pesquisa de Carvalho (2004) sugere maneiras de reduzir o tempo de acreditação e expõe,

baseado em uma pesquisa de campo, dificuldades para obter e manter a acreditação. Os dados

revelaram que 55% dos 41 laboratórios que responderam à pesquisa selecionaram a opção

“Custo Elevado”. O autor ainda cita como custos: Instalações; Equipamentos para serviços de

calibração; Treinamentos; e a Auditoria de Acreditação.

Coutinho (2004), também apresenta, em seu trabalho sobre a redução de não conformidades

em laboratórios acreditados ou em fase de acreditação, diversas fontes de custos sem, porém,

investigá-las: Homem/hora dos avaliadores na análise da documentação; Revisões do Manual

da Qualidade que implicam em materiais de escritório e horas de trabalho; Treinamentos;

Contratação de especialistas e consultores; Aquisição de equipamentos novos; Custo das

Calibrações.

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Pode-se considerar a existência de um contraste entre os custos elevados, citados por diversos

autores, e a falta de recursos financeiros dos laboratórios. Este problema é apontado por

Coutinho (2004) e McGrowder et al. (2010), para laboratórios em geral; por Zapata-García,

Llaurado e Rauret (2007), para laboratórios pequenos; por Biasini (2012), no laboratório

estudado em específico; e para os laboratórios públicos por Wangkahat, Nookhai e Pobkeeree

(2012), em estudo aplicado na Tailândia.

Apesar de diversos autores destacarem a relevância dos custos no processo de acreditação,

poucos trabalhos sugerem efetivamente a quantificação destes. Henri et al. (2009) coloca

como responsabilidades do gerente de projeto o controle do progresso do trabalho de acordo

com os objetivos, prazos e custos. Cunha et al. (2003) sugere o levantamento prévio dos

custos antes da implantação do SGQ, mas não especifica as fontes de custos. Na abordagem

de implantação da ISO/IEC 17025 apresentada por Grochau e Caten (2012), está incluída a

etapa de cálculo de custos para implantação do SGQ a partir da verificação da situação atual

do laboratório em relação às exigências da norma, particularmente a calibração e o

funcionamento apropriado dos equipamentos do escopo, o conhecimento e as habilidades dos

colaboradores, o uso de métodos analíticos válidos e claramente descritos e a adequação das

instalações. Como alternativa aos investimentos elevados, é sugerida a redução do primeiro

escopo de acreditação.

Na literatura pesquisada, não foram encontrados trabalhos que analisassem quantitativamente

os custos do processo de acreditação na ISO/IEC 17025 em laboratórios, apesar da

considerável relevância que diversos autores apontam, conforme acima mencionado.

3. Procedimentos metodológicos

Para que fossem estimados os custos de acreditação em laboratórios da UFSM, foram

pesquisados laboratórios desta universidade, já acreditados (Laboratório A, Laboratório B e

Laboratório C) ou laboratórios que já iniciaram a construção do SGQ, o que se definiu como

laboratórios que já escreveram procedimentos com o objetivo de atender os requisitos da

norma (Laboratório D, Laboratório E, Laboratório F, Laboratório G e Laboratório H)

Esta pesquisa, quanto à natureza, trata-se de uma pesquisa aplicada, já que visa gerar

conhecimentos para aplicação prática (GIL, 2010), pois se deseja que futuramente

laboratórios possam conhecer os custos envolvidos no processo de acreditação. Quanto ao

método, trata-se de um estudo de caso, por ser aplicado restritamente à população a ser

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estudada, com abordagem qualitativa (GIL, 2010), no caso, custos de acreditação em

laboratório da UFSM.

A presente pesquisa compôs-se de três etapas: levantamento bibliográfico, coleta de dados e

análise dos dados. A etapa de pesquisa bibliográfica é classificada como uma pesquisa

exploratória, pois visa fornecer uma maior familiaridade com o tema proposto (GIL, 2010), já

que foram encontradas poucas fontes que tratassem acerca dos custos de acreditação na

ISO/IEC 17025. A etapa de coleta de dados caracteriza-se com uma pesquisa descritiva, pois

visa descrever a característica de uma população, no qual se utilizou o método de

levantamento (survey), já que a população estudada foi diretamente interrogada (GIL, 2010),

no caso os laboratórios acreditados ou em processo de acreditação da UFSM. As etapas da

pesquisa são descritas na sequencia.

Na pesquisa bibliográfica buscaram-se referências que abordassem os custos de acreditação

de laboratórios na ISO/IEC 17025. Assim, o termo “ISO 17025” foi pesquisado no Portal de

Periódicos da Capes, Emerald e nos anais do ENEGEP, de junho a outubro de 2013, além das

pesquisas realizadas em Bender, Pizzolato e Albano (2013). Foram destacados artigos que,

além do fator custo no processo de acreditação, versassem acerca da acreditação de

laboratórios de instituições de ensino superior, dada a relação destes com a população

estudada.

Os resultados obtidos na etapa de revisão bibliográfica indicaram escassamente as fontes de

custos no processo de acreditação de laboratórios. Este artigo baseou-se em Bender, Pizzolato

e Albano (2013), no qual informações de custos foram buscadas junto a Rede Metrológica RS

(RMRS), organismo de reconhecimento de laboratórios segundo a ABNT ISO/IEC 17025. A

pesquisa relativa à fontes de custos realizada em Bender, Pizzolato e Albano (2013) serviu de

base para a realização da pesquisa deste artigo. O formulário de coleta de dados e a

abordagem junto aos entrevistados foram reformulados a partir da experiência do trabalho

anterior.

Os dados foram coletados no decorrer do mês de novembro de 2013, compreendendo,

portanto, para os laboratórios não acreditados, os custos até este período. A partir do contato

com um cada um dos laboratórios, foi solicitada a designação de um colaborador (professor

ou funcionário) que foi ou estivesse envolvido diretamente com as atividades para a

acreditação e, portanto, conhecesse os custos deste processo. Os dados foram coletados por

meio de entrevista direta estruturada, com perguntas abertas, na população estudada

(MALHORTA et al.; 2005). A entrevista compôs-se de questionamentos que visavam

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primeiramente conhecer o laboratório e sua situação em relação à acreditação e em seguida

estimar os custos de acreditação no laboratório.

Assim, para que o laboratório e sua situação em relação à acreditação fossem caracterizados

foram realizados os questionamentos descritos e explicados na Figura 4.

Figura 4 - Questionamentos para caracterização do laboratório

Questionamento Descrição

Data (mês/ano) de início dos

trabalhos,

Considerar a data de início da descrição dos procedimentos.

Etapa atual A partir das opções apresentadas, o laboratório deve selecionar aquela que mais se adequa à sua realidade atual.

Número de funcionários atuais do

laboratório

Considerar pessoal administrativo, técnicos laboratoristas,

professores e bolsistas de mestrado e doutorado que não limitam

suas atividades a ensaios para sua pesquisa.

Pessoas envolvidas com o processo

de acreditação

Indicar função/cargo e número de horas dedicadas em média, por

semana, aos trabalhos dos colaboradores que se envolviam

diretamente na construção do SGQ.

Escopo da primeira acreditação Especificar o escopo da primeira acreditação do laboratório.

Data (mês/ano) obtenção da

primeira acreditação

Especificar a data a partir da qual os ensaios do primeiro escopo

passaram a ser acreditado.

Escopo atual Caso o laboratório tenha realizado extensão de escopo desde a

primeira acreditação, deve ser especificado o escopo atual do

laboratório.

Fonte: Autor (2013)

No caso dos custos de acreditação foi ressaltado para os entrevistados que deveriam ser

consideradas despesas específicas da primeira acreditação. Desta maneira, foram fornecidas

as fontes de custos conforme apresentado na Figura 5.

Figura 5 - Fontes de custos

Fontes de custo Detalhamento

Aquisição de novos

equipamentos de medição

Equipamentos adquiridos para que os ensaios do escopo pudessem ser

realizados.

Calibração de equipamentos Equipamentos que foram calibrados para que os ensaios do escopo

pudessem ser realizados e custo das calibrações.

Modificações de

Infraestrutura

Reformas de salas ou construção de prédios para comportar o SGQ e

atender a condições ambientais.

Consultorias e Cursos de

Capacitação

Consultorias externas para auxílio na construção do SGQ e de cursos

realizados pelos colaboradores do laboratório para que fossem

adquiridos conhecimento relevantes ao SGQ.

Aquisição de Normas Normas adquiridas para os ensaios técnicos do escopo, além da

ISO/IEC 17025.

Materiais de escritório Computadores, softwares de gestão, condicionadores de ar para setores

administrativos, mesas, cadeiras, arquivos, entre outros, que foram

realizados em função da construção do SGQ.

Auditoria de acreditação Auditoria do INMETRO.

Mão de obra Horas dedicadas pelos colaboradores do laboratório à construção do

SGQ e cargo.

Outros Relatar custos não abrangidos no questionário.

Fonte: Autor (2013)

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Pelo fato de muitas vezes os laboratórios não possuírem dados históricos das despesas, para

todos os itens pesquisados optou-se considerar valores atuais. Para a estimativa de custos com

horas de trabalho, em função da dificuldade de se questionar o vencimento dos colaboradores

optou-se por utilizar como valor os previstos em editais recentes de seleção para as categorias

profissionais dos colaboradores citados pelo laboratório. A Figura 6 descreve os cargos e suas

respectivas remunerações básicas.

Figura 6 - Remunerações consideradas para cálculos de custos com horas de trabalho

Referência Cargo Remuneração (40h)

PD Professor doutor R$ 8.049,77

FSE Funcionário de nível superior em regime estatutário R$ 3.138,70

FSC Funcionário de nível superior em regime celetista R$ 3.232,35

FTE Funcionário de nível técnico em regime estatutário R$ 1.912,99

AAC Auxiliar administrativo em regime celetista R$ 1.126,00

BG Bolsista de Graduação *R$ 800,00

BM Bolsista de Mestrado R$ 1.500,00

BD Bolsista de doutorado R$ 2.200,00

BPD Bolsista de pós-doutorado R$ 4.400,00

BDTI Bolsista de Desenvolvimento Tecnológico e Industrial R$ 2.800,00

*podem cumprir no máximo 20h semanais

Fonte: UFSM (2011, 2012, 2013a, 2013b)

4. Resultados e discussão

Na Tabela 1 são apresentados os resultados das entrevistas nos laboratórios da UFSM. Na

primeira coluna o laboratório é caracterizado quanto ao número de colaboradores, a data de

início das atividades para acreditação, o escopo da primeira acreditação e, no caso de ser

acreditação, a data da mesma e a situação atual do escopo, além de outras informações

relevantes. Em seguida, para cada laboratório são apresentados os totais de cada uma das

fontes de custos pesquisadas (equipamentos, calibrações, infraestrutura, consultorias e cursos,

normas, materiais de escritório, auditoria, horas de trabalho e outros) e seu percentual em

relação ao total geral do custo do laboratório, apresentado na última coluna.

O custo com horas de trabalho foi calculado após a coleta de dados conforme descrito na

seção 3. Os demais custos foram indicados pelos próprios laboratórios, relacionando cada

despesa relativa àquela fonte de custo, por exemplo, descrevendo os equipamentos e os custos

dos mesmos. Na sequencia deste artigo, para algumas fontes de custos serão apresentados os

custos detalhados. Ainda, alguns custos não puderam ser quantificados em função do

laboratório não possuir informações mínimas sobre determinada fonte de custo e outras não se

aplicavam no caso particular do laboratório ou ainda não tinham sido adquiridas.

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Tabela 1 - Resultado geral da coleta de dados (valores em R$)

Laboratório Custos

Laboratório A: Possui 25 colaboradores e iniciou as atividades para acreditação em mar/2002. Acreditado desde mar/2005 em análise de resíduos de alimentos, um resíduo. Atualmente o escopo é de seis resíduos.

Equipamentos - Infraestrutura - Normas 101,90 (>0,1%)

Auditoria NQ Outros -

Calibrações 10.000,00 (2,8%)

Consultorias e

cursos

60.000,00 (16,3%)

Material

escritório

- Horas de

trabalho

296.957,33 (80,9%)

Total 367.059,23

Laboratório B: Possui 21 colaboradores e iniciou as

atividades para acreditação em mar/2011. Acreditado desde jul/2013 em análise de agrotóxicos em alimentos, um ensaio.

Equipamentos 565.000,00 (57,9%)

Infraestrutura 15.000,00 (1,5%)

Normas 233,90 (>0,1%)

Auditoria 9.100,00 (0,9%)

Outros 12.000,00 (1,2%)

Calibrações 29.000,00 (3,0%)

Consultorias e

cursos

35.000,00 (3,6%)

Material

escritório

12.000,00 (1,2%)

Horas de

trabalho

298.586,27 (30,6%)

Total 975.920,17

Laboratório C: Possui 14 colaboradores e iniciou as

atividades para acreditação em mar/2005. Acreditado desde abr/2008 em análise de contaminantes em tabaco. Atualmente o escopo é em tabaco e papel.

Equipamentos 59.428,00 (5,7%)

Infraestrutura 600.000,00 (57,6%)

Normas 583,60 (>0,1%)

Auditoria NQ Outros 16.414,00 (1,6%)

Calibrações - Consultorias e

cursos

39.800,00 (3,8%)

Material

escritório

42.654,00 (4,1%)

Horas de

trabalho

283.081,40 (27,2%)

Total 1.041.961,00

Laboratório D: Possui 17 colaboradores e iniciou as atividades para acreditação em fev/2012. Buscando a acreditação em metais pesados em fertilizantes, o laboratório já foi acreditado e está readequando procedimentos e adquirindo equipamentos.

Equipamentos 46.000,00 (42,7%)

Infraestrutura - Normas - Auditoria - Outros -

Calibrações - Consultorias e

cursos

- Material

escritório

8.000,00 (7,4%)

Horas de

trabalho

53.776,87 (49,9%)

Total 107.776,87

Laboratório E: Possui 50 colaboradores e iniciou as atividades para acreditação em ensaios de materiais de construção civil em mar/2013, interrompendo em

jul/2013. Planeja retomá-los no próximo ano.

Equipamentos - Infraestrutura - Normas - Auditoria - Outros -

Calibrações - Consultorias e

cursos

7.240,00

(75,5%) Material

escritório

- Horas de

trabalho

2.354,02

(24,5%) Total 9.594,02

Laboratório F: Possui cinco colaboradores e iniciou as atividades para acreditação em diagnóstico de brucelose animal em mar/2013. Está escrevendo procedimentos técnicos e gerenciais com estrutura física e equipamentos adequados recentemente.

Equipamentos 36.255,00 (27,2%)

Infraestrutura 68.000,00 (51,0%)

Normas 101,90 (>0,1%)

Auditoria - Outros -

Calibrações - Consultorias e

cursos

6.355,00 (4,8%)

Material

escritório

3.644,00 (2,7%)

Horas de

trabalho

18.889,59 (14,1%)

Total 133.245,49

Laboratório G: Possui cinco colaboradores e iniciou as

atividades para acreditação em cinco ensaios biológicos em sementes em out/2012. Os procedimentos gerenciais foram escritos e treinados. Já adquiriu e calibrou os equipamentos necessários.

Equipamentos 9.000,00 (25,6%)

Infraestrutura - Normas 101,90 (>0,1%)

Auditoria - Outros -

Calibrações 4.000,00 (11,4%)

Consultorias e

cursos

6.425,00 (18,2%)

Material

escritório

7.000,00 (19,9%)

Horas de

trabalho

8.682,54 (24,6%)

Total 35.209,44

Laboratório H: Possui onze colaboradores e iniciou as atividades para acreditação em resíduos de pesticidas em vegetais em ago/2009. Está realizando auditorias

internas e pretende em breve procedimentos técnicos ainda não descritos.

Equipamentos 1.237.900,00 (72,8%)

Infraestrutura 51.000,00 (3,0%)

Normas - Auditoria - Outros 45.000,00 (2,7%)

Calibrações 26.246,00 (1,5%)

Consultorias e

cursos

74.410,00 (4,4%)

Material

escritório

- Horas de

trabalho

266.798,72 (15,7%)

Total 1.701.354,72

Legenda: NQ: (Não Quantificado) -: Não caracterizado/não adquirido

Fonte: Autor (2013)

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Observando-se a Tabela 1 é possível verificar uma ampla diferença, entre os laboratórios

pesquisados, de custos com equipamentos e infraestrutura, relacionados respectivamente aos

itens da norma 5.5 Equipamentos, que especifica a necessidade do laboratório ser equipado

com todos os equipamentos necessários aos ensaios, na exatidão requerida; e 5.3

Acomodações e condições ambientais, onde se exige, por exemplo, que as instalações

facilitem a realização e permitam o controle de acesso à área dos ensaios.

A diferença entre custos com equipamentos e infraestrutura é atribuída à natureza dos

recursos financeiros dos laboratórios. Os laboratórios B, C, F, H iniciaram a acreditação com

recursos externos à IES, enquanto os demais laboratórios tinham à disposição apenas recursos

próprios ou institucionais. Assim, a Tabela 2 detalha os custos com equipamentos e

infraestrutura de cada laboratório, em dois grupos; primeiramente os laboratórios com

disponibilidade de recursos externos à instituição para a acreditação e em seguida os

laboratórios sem recursos externos, ratificando a distinção observada.

O custo com infraestrutura teve o maior valor no Laboratório C (R$ 600.000,00), em função

da construção de um prédio para a estruturação do laboratório. Nos F e H este custo também

foi elevado, respectivamente R$ 68.000,00 e R$ 51.410,00 em reformas, representando um

percentual relevante do total dos custos nos laboratórios C (57,6%) e F (60,0%).

Na Tabela 2 fica explícita a diferença na quantidade de equipamentos adquirida pelos

laboratórios dos grupos acima citados, onde os laboratórios sem recursos externos já

possuíam a infraestrutura e os equipamentos disponíveis enquanto os laboratórios com

recursos externos estruturam-se concomitantemente à criação do SGQ. Também é possível

verificar na Tabela 1 que o custo com equipamentos, apontado como obstáculo na acreditação

por McGrowder et al. (2010), teve um valor elevado nos Laboratórios B (R$ 580.000,00) e

Laboratório H (R$ 1.237.900,00), sendo também um percentual significativo

(respectivamente, 57,9% e 72,8%) do custo total nestes laboratórios e no Laboratório D

(42,7%). Entretanto, no Laboratório A não houve custo em função dos equipamentos estarem

nos laboratórios antes mesmo do início das atividades para acreditação e nos laboratórios F e

G representou respectivamente, apenas 27,2% e 25,6% do custo total. No Laboratório E, em

função do escopo ainda não estar definido, não foram adquiridos equipamentos até o

momento.

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Tabela 2 - Detalhamento dos custos (em R$) com equipamentos e infraestrutura

Laboratórios com recursos externos

Lab. B Dois equipamentos de

cromatografia gasosa

Condicionadores de Ar

Freezers

Reformas gerais

Total

550.000,00

9.000,00

6.000,00

15.000,00

580.000,00

Lab. H UPLC-MS/MS 2 condicionadores de ar

Balanças analíticas

Desumidificador

Freezer e geladeira

Divisório

Reformas das bancadas e

capelas

Total

1.200.000,00

5.000,00

20.000,00

1.900,00

11.000,00

1.000,00

50.000,00

1.288.900,00

Lab. C Ar condicionado

Coifas de exaustão

Capelas de exaustão

Computadores Vidraria, balões

Pipetas

Demais vidrarias

Micropipetadores

Construção de prédio

Total

10.400,00

8.200,00

7.600,00

3.687,00 2.300,00

5.600,00

8.651,00

12.990,00

600.000,00

659.608,00

Lab. F Destilador Agitador de Placas

Misturador e Cuba

10 Grades para Tubos Caixa com luz

Autoclave

5 Pipetadores

2 Timers

5 Refrigeradores

2 banhos maria

Medidor de PH

Ponteiras

Centrífuga

Capela de exaustão

Reforma do laboratório

Total

1.800,00

1.200,00

65,00

200,00 200,00

6.000,00

6.500,00

40,00

7.250,00

1.600,00

9.600,00

200,00

500,00

1.100,00

68.000,00

104.255,00

Laboratórios sem recursos externos

Lab. A Não houve custos Total

0,00

Lab. E Não houve custos

Total

0,00

Lab. D Acessório gerador de

hidretos Total

46.000,00

46.000,00

Lab. G Jogo de pesos-padrão

Termômetros

PHametro

Total

4.000,00

4.000,00

1.000,00

9.000,00

Fonte: Autor (2013)

Os equipamentos críticos à exatidão e validade do ensaio realizado pelo laboratório devem ser

calibrados, de maneira que suas medições sejam rastreáveis ao Sistema Internacional de

Unidades (SI), antes de serem colocados em serviço, conforme o item 5.6 Rastreabilidade de

medição, da norma. Assim, os equipamentos calibrados especificamente para o escopo da

acreditação dos laboratórios B, G e H são apresentados na Tabela 3. O restante dos cinco

laboratórios pesquisados não apresentam custos com calibração, porque já adquiriram

equipamentos calibrados ou porque ainda não realizaram as calibrações.

Os elevados custos com calibrações, levantados por Hullihen, Fitzsimmons e Fisch (2009),

Abdel-Fatah (2010) e Biasini (2012) como empecilho para a acreditação, não apresentaram,

nos laboratórios pesquisados, um percentual elevado em relação ao custo total (Tabela 1). Os

maiores valores (Tabela 1 e Tabela3) ocorreram no Laboratório B (R$ 29.000,00) e no

Laboratório H (R$ 26.246,00).

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Tabela 3 – Detalhamento dos custos com calibrações

Laboratório Custo (em R$)

Laboratório A Calibrações gerais

Total

10.0000,00

10.000,00

Laboratório B Cromatógrafos

Vidraria

Total

25.000,00

4.000,00

29.000,00

Laboratório G Calibrações gerais

Calibração MS-MS

Total

2.246,00

24.000,00

26.246,00

Laboratório H Estufa

Balanças

Total

1.000,00

3.000,00

4.000,00

Fonte: Autor (2013)

Analisando-se os custos em cursos e consultorias, observa-se que um custo elevado nesta

fonte acompanha laboratórios já acreditados (Laboratórios A, B, e C) e o Laboratório H, o

qual está próximo de solicitar a acreditação. Já, os laboratórios D, E, F e G, cujo SGQ está em

fase inicial de implantação, apresentaram custos inferiores nesta fonte (ver Tabela 4).

Tabela 4 – Detalhamento dos custos com consultorias e cursos

Laboratórios acreditados/próximos da acreditação Demais laboratórios Laboratório A Consultoria com cursos

Total

60.000,00

60.000,00

Laboratório D Não houve custos

Total

0,00 Laboratório B Cursos técnicos e de SGQ 20.000,00 Laboratório E Cursos SGQ com consultoria 7.240,00

Consultoria 15.000,00 Total 7.240,00

Total 35.000,00 Laboratório C Consultoria

Total

39.800,00

39.800,00

Laboratório F Cursos SGQ com consultoria

Total

6.355,00

6.355,00 Laboratório H Cursos

Consultoria

Total

51.410,00

23.000,00

74.410,00

Laboratório G Cursos SGQ com consultoria

Cursos técnicos dos ensaios

Total

3.425,00

3.425,00

6.425,00

Fonte: Autor (2013)

Assim, verifica-se que o menor valor com consultorias no primeiro grupo foi de R$

15.000,00, chegando a R$ 60.000,00 para uma consultoria acompanhada de cursos. Para o

segundo grupo, o maior valor foi de R$ 7.240,00 em cursos acompanhados de consultorias.

As consultorias têm a função geral de auxiliar a construção do SGQ do laboratório enquanto

os cursos visam o atendimento do requisito 5.2 Pessoal da norma, que exige competência de

todos os colaboradores que participam e/ou avaliam de ensaios, assinam relatórios ensaio, ou

ainda, analisam certificados de calibração. Para o Laboratório D, espera-se que este valor seja

incrementado até a acreditação, pois o laboratório pretende buscar uma consultoria externa

para auxiliar na readequação do SGQ do escopo anterior.

Outro ponto a ser destacado é que não foi possível identificar correlação entre o número de

colaboradores e os custos com cursos e consultorias, como pode ser observado na Figura 7.

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Figura 7 - Relação de custos com cursos e consultorias e número de colaboradores

Fonte: Autor (2013)

O custo com aquisição de normas (Tabela 1), indicado por Abdel-Fatah (2010) e

Papadimitriou e Westerheijden (2010), não se demonstrou como um custo elevado para

nenhum dos laboratórios pesquisados, tanto por possuírem as normas de ensaios ou portarias

antes da construção do SGQ como pelas normas necessárias serem gratuitas.

Em relação aos materiais de escritório, destaca-se os laboratórios B e C que adquiriram

equipamentos como mesas, cadeiras, armários e condicionadores de ar para áreas externas aos

ensaios, somando respectivamente R$ 12.000,00 e R$ 42.000,00, como pode ser observado na

Tabela 1. Os laboratórios D e G adquiriram softwares para a gestão de documentos, ao custo

de R$ 8.000,00 e R$ 7.000,00, respectivamente, para estes laboratórios. Isto visa atender os

requisitos 4.3 Controle de documentos, 4.13 Controle de registros e 5.4 Métodos de ensaio e

calibração e validação de métodos, particularmente o requisito 5.4.7 Controle de dados.

Tendo em vista que tiveram despesas com auditorias apenas os laboratórios já acreditados,

este custo não ocorreu nos laboratórios D, E, F, G e H. Porém, os laboratórios A e C não

possuíam dados relativos a este custo. Para o Laboratório B, este custo (R$ 9.100,00; Tabela

1) representou apenas 0,9% do custo total. Para os laboratórios A e C infere-se uma

similaridade, pois este custo é incrementado em função do número de ensaios solicitados para

acreditação, e estes laboratórios também acreditaram apenas um ensaio no primeiro escopo.

Os laboratórios B, C e H relataram custos em fontes que não estavam descritas nos

formulários de pesquisa, sendo, portanto, alocadas em “Outros”. Para os três casos eram

reagentes, solventes e padrões analíticos necessários para os ensaios e a auditoria de

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acreditação, cujo valor está fortemente ligado ao escopo de acreditação. Assim, este custo

representou R$ 12.000,00 no Laboratório B (1,2% do total), R$ 16.414,00 no Laboratório C

(1,6%) e R$ 45.000,00 no Laboratório H (2,7%).

Para as horas de trabalho, observa-se diferença entre o maior e o menor valor desta fonte de

custo (respectivamente Laboratório B – R$ 298.586,27 e Laboratório E – R$ 2.354,02). Isto

se deve tanto pelo tempo de trabalho como pelo número de pessoas envolvidas na construção

do SGQ e estruturação do laboratório. Assim, a Tabela 5 detalha o cargo e o tempo dedicado

por cada colaborador às atividades de acreditação. Para os laboratórios não acreditados,

considerou-se como último período de trabalho o mês de novembro de 2013.

Tabela 5 - Detalhamento das horas trabalho dos colaboradores envolvidos na acreditação

Fonte: Autor (2013)

Semanas Horas Semanas Horas

trabalho semanais trabalho semanais

Laboratório A PD 144 10 Laboratório E

FSE 144 40

144 semanas FSC 144 20 20 semanas

AAC 144 10

BG 144 20

Custo BG 144 20 Custo

R$ 296.957,33 BG 144 20 R$ 2.354,02

Laboratório B PD 108 20 Laboratório F PD 20 8

PD 108 8 BG 20 20

108 semanas BPD 108 24 36 semanas BG 8 20

BD 108 20

Custo: BDTI 96 40 Custo

R$ 298.586,27 R$ 18.889,59

Laboratório C PD 148 10 Laboratório G FSE 56 6

FSE 148 15 FTE 36 3

148 semanas FSC 148 15 56 semanas BG 8 20

FSC 148 15

Custo: FSC 148 15 Custo:

R$ 283.081,40 BD 148 15 R$ 8.682,54

Laboratório D PD 84 3 Laboratório H PD 208 15

PD 84 3 PD 208 6

84 semanas PD 84 3 208 semanas BD 52 20

FSE 84 4 BM 208 8

Custo: FSC 84 4 Custo: BM 52 40

R$ 53.776,87 BM 84 3 R$ 266.798,72 BG 12 8

Laboratório Cargo Laboratório Cargo

20 6FSE

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Os laboratórios acreditados A, B, C e H apresentaram custos similares com horas de trabalho.

Analisando-se os laboratórios já acreditados, A, B e C, o número de semana de trabalho dos

laboratórios A e C também são próximos, mas destoam do Laboratório B, como explicitado

na Figura 1. Entretanto, analisando-se o total de horas de trabalho de cada laboratório (Figura

8) é possível verificar que o Laboratório A trabalhou 73,6% mais horas que o Laboratório B e

60,3% mais que o Laboratório C, o que se justifica em função de metade das 140 horas

semanais serem de colaboradores de nível médio (BG’s e AAC). A menor qualificação destes

colaboradores também reduziu o custo médio da hora de trabalho do laboratório (divisão dos

custos Tabela 5 pelos valores da Figura 8), como demonstra a Figura 9.

Figura 8 – Horas totais de trabalho

Fonte: Autor (2013)

Figura 9 - Custo médio da hora de trabalho (em R$)

Fonte: Autor (2013)

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O nível dos cargos dos colaboradores envolvidos também pode ser relacionado ao se

comparar o menor tempo de atividades para acreditação do Laboratório B em relação ao

Laboratório C, onde se observa uma diferença de 40 semanas com um custo por hora,

comparando-se o mesmo par, R$ 3,20 maior (Figura 9).

Analisando em seguida os laboratórios não acreditados, verifica-se que o Laboratório H

somou o quarto maior custo com horas de trabalho (Tabela 1), entretanto seu tempo em

semanas de atividades para acreditação (Tabelas 5 e Figura 9) é superior a todos os demais,

mas o total de horas ainda é inferior aos laboratórios já acreditados A,B e C.

O Laboratório D apresenta o quinto maior custo com horas de trabalho e assim como no

Laboratório H, os colaboradores são predominante de cargos de maior qualificação,

principalmente quando comparada aos laboratórios E, F e G, não acreditados (Tabela 5).

Os laboratórios F e G possuem horais totais de trabalho similares, mas uma diferença de custo

total de horas 117,6% superior para o laboratório F, que se justifica pela diferença do custo

por hora, conforme Tabela 3. O Laboratório E, em função do pouco tempo de trabalho, somou

o menor custo total (Tabela 1).

A relação entre baixo valor de hora de trabalho e o cargo dos colaboradores relaciona-se com

o alto investimento em cursos e consultorias do Laboratório A, pois cargos de menor

remuneração são ocupados por colaboradores com menor qualificação. Esta relação, no

entanto, não se aplica ao Laboratório H.

Para custo de construção do SGQ, relatado por Abdel-Fatah (2010) como obstáculo para

acreditação, foram considerados os custos com Horas de trabalho (Tabela 1) e consultorias

(detalhados no Quadro 10). O somatório destes custos ocorreu no Laboratório A (R$

356.957,33) e representou 97,2% do custo total. Custos elevados também foram observados

nos laboratórios B (R$ 313.586,27), C (R$ 322.881,40) e H (R$ 289.798,72), mas o

percentual em relação ao total foi inferior (respectivamente, 32,1%; 31,0% e 17,0%).

Analisando-se o custo total de acreditação (Tabela 1) de cada um dos laboratórios, observa-se

uma diferença de R$ 1.691.760,7 entre o maior (Laboratório H, R$ 1.701.354,72) e o menor

valor (Laboratório E, R$9.594,02), o qual se relaciona com as etapas já cumpridas em relação

à acreditação e dos custos com equipamentos e horas de trabalho. Os laboratórios A, B, e C,

que já são acreditados e o Laboratório H, que está prestes a solicitar a auditoria de

acreditação, tiveram um custo total maior que os demais laboratórios, que ainda necessitam

escrever boa parte dos procedimentos. Comparando o menor custo total do primeiro grupo

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(Laboratório A, R$ 367.059,33) com o maior do segundo grupo (Laboratório F, R$

133.245,49) calculou-se uma diferença de R$ 233.813,84, a qual é relevante perante os

valores observados. Assim, para melhor visualizar os resultados obtidos, os laboratórios

foram divididos em faixas de custos que buscaram principalmente agrupar suas características

quanto à acreditação, como segue.

Faixa 1 – até R$ 36.000,00: laboratórios E e G, que estão escrevendo procedimentos,

não tiveram custos elevados com infraestrutura e equipamentos e o custo médio da

hora de trabalho é baixo, em função da menor qualificação dos colaboradores

envolvidos. A implantação da norma está sendo realizada com recursos próprios ou

institucionais e os cursos realizados incluem consultorias para o SGQ.

Faixa 2 – de R$ 36.000,00 a R$ 135.00,00: laboratórios D e F, ainda não acreditados,

onde para o Laboratório D, que está em processo de substituição do escopo, os custos

com horas de trabalho e equipamentos foram maiores e para o Laboratório F, os custos

com equipamentos e infraestrutura. A natureza dos recursos também é distinta, sendo,

portanto similares apenas no total;

Faixa 3 – de R$ 135.000,00 a R$ 370.000,00: Laboratório A, acreditado, onde a maior

parte dos custos deu-se em horas de trabalho e consultoria (com cursos). Não foram

necessários investimentos em equipamentos e infraestrutura.

Faixa 4 – acima de R$ 370.000,00: laboratórios B, C e H, onde o custo com

equipamentos e infraestrutura foi relevante em função da acreditação ser iniciada a

partir de recursos externos à IES, com um custo de horas de trabalho também elevado.

Como as faixas 3 e 4 contém laboratórios já acreditados, a partir da observação dos custos

destes laboratórios sugere-se que laboratórios que buscam a acreditação dediquem-se à

redução de custos, de horas de trabalho, cursos e consultorias, tendo em vista que são custos

flexíveis quando comparados à equipamentos, calibrações, padrões analíticos e reagentes,

indispensáveis aos ensaios do escopo de acreditação, e infraestrutura, necessária à adequação

para o atendimento de condições ambientais.

5. Conclusão

O presente artigo teve o objetivo de identificar os custos de acreditação de laboratórios na

ISO/IEC 17025 e quantificar estes custos em laboratórios da UFSM. Para tanto, foi realizada

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uma pesquisa bibliográfica de caráter exploratório a partir da qual se observou que diversos

autores citam os custos como uma dificuldade na obtenção da acreditação, mas que as fontes

de custos não são quantificadas nem suficientemente descritas. Assim, as fontes de custos

indicadas pela RMRS na pesquisa preliminar de Bender, Pizzolato e Albano (2013) basearam

a coleta de dados por meio de entrevista direta, em oito laboratórios da UFSM, três dos quais

acreditados e cinco realizando atividades para acreditação. Como resultado desta pesquisa, foi

relatada uma fonte de custo não incluída nas fontes de custo pesquisadas, relativo a reagentes,

solventes e padrões analíticos. Também se observou que os custos com aquisição de normas,

calibrações, capacitação de pessoal não foram percentualmente elevados perante o custo total

em nenhum dos laboratórios, o custo com infraestrutura foi elevado apenas em um

laboratório, em função da construção de um prédio para o mesmo e o custo com

equipamentos foi um percentual amplo para dois dos laboratórios. Verificou-se ainda que os

custos com horas de trabalho tem relação com a cargo dos colaboradores e sua dedicação às

atividades para acreditação, tendo sido possível calcular ainda as horas totais dedicadas pelos

laboratórios. Em função da amplitude do custo total, os laboratórios foram divididos em

quatro faixas de custos, Faixa 1, até R$ 36.000,00 (laboratórios E e G); Faixa 2, de R$

36.000,00 a R$ 135.00,00 (laboratórios D e F); Faixa 3, de R$ 135.000,00 a R$ 370.000,00

(Laboratório A); Faixa 4, acima de R$ 370.000,00 (laboratórios B, C e H) com as maiores

somas ocorrendo em laboratórios sem uma estrutura prévia e com recursos externos, onde os

custos com equipamentos, infraestrutura e horas de trabalho foram elevados. Para trabalhos

futuros, sugere-se a criação de parâmetros que indiquem a etapa em relação a um SGQ

acreditado que o laboratório se encontra além do aprofundamento de estudos relativos à

acreditação de laboratórios de IES Públicas e das horas dedicadas aos trabalhos para

acreditação em laboratórios já acreditados.

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