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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA PROGRAMA DE MESTRADO EM ENGENHARIA QUÍMICA MODELAGEM E SIMULAÇÃO DE UM REATOR DE PRÉ-REFORMA DE NAFTA Leonardo César de Sousa Eng. Químico, UEM, 2006 Orientador: Prof. Dr. Luiz Mário de Matos Jorge Co-Orientadores: Dr.ª Onélia A. A. dos Santos Dr.ª Regina Maria Matos Jorge Dissertação de Mestrado submetida à Universidade Estadual de Maringá, como parte dos requisitos necessários à obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Química, área de Cinética e Reatores. Maringá - PR - Brasil Janeiro de 2009

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Page 1: Modelagem e SimulaçãoLM1

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA PROGRAMA DE MESTRADO EM ENGENHARIA QUÍMICA

MODELAGEM E SIMULAÇÃO DE UM REATOR DE PRÉ-REFORMA DE NAFTA

Leonardo César de Sousa Eng. Químico, UEM, 2006

Orientador: Prof. Dr. Luiz Mário de Matos Jorge Co-Orientadores: Dr.ª Onélia A. A. dos Santos

Dr.ª Regina Maria Matos Jorge

Dissertação de Mestrado submetida à Universidade

Estadual de Maringá, como parte dos requisitos necessários à

obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Química, área de

Cinética e Reatores.

Maringá - PR - Brasil Janeiro de 2009

Page 2: Modelagem e SimulaçãoLM1

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA PROGRAMA DE MESTRADO EM ENGENHARIA QUÍMICA

Esta é a versão final da dissertação de Mestrado apresentada por Leonardo César de Sousa perante a Comissão Julgadora do Curso de Mestrado em Engenharia Química em 26 de Janeiro de 2009.

COMISSÃO JULGADORA

Prof. Luiz Mário de Matos Jorge, Dr Orientador

Prof. Paulo Roberto Paraíso, Dr Membro

Giane Gonçalves Lenzi, Dr Membro

Page 3: Modelagem e SimulaçãoLM1

SOUSA, LEONARDO CÉSAR DE

Modelagem e Simulação de um Reator de Pré-Reforma de Nafta [Paraná] 2009

XI, 88 p. 29,7 cm (PEQ/UEM, M.Sc., Engenharia Química, 2009)

Dissertação - Universidade Estadual de Maringá-PEQ 1. Simulação

PEQ/UEM II. Título ( série )

Page 4: Modelagem e SimulaçãoLM1

i

ÍNDICE

Lista de Figuras ....................................................................................................................... iv

Lista de Tabelas ........................................................................................................................ v

Organização do Trabalho ....................................................................................................... 1

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 2

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................ 5

2.1. Visão Geral do Processamento químico .................................................................. 5

2.1.1. Craqueamento .................................................................................................. 5

2.1.2. Alquilação......................................................................................................... 6

2.1.3. Reforma ............................................................................................................ 7

2.2. Produção de H2 ........................................................................................................ 7

2.3. Processo de Pré-Reforma ........................................................................................ 9

2.4. Catalisadores para o processo de pré-reforma ..................................................... 12

2.5. Desativação Catalítica ........................................................................................... 15

2.6. Envenenamento ..................................................................................................... 16

2.7. Coqueamento ......................................................................................................... 17

2.8. Mecanismo da reação de reforma a vapor ............................................................ 25

2.9. Modelos matemáticos para a reforma catalítica ................................................... 26

2.10. Cinética das reações de reforma a vapor .......................................................... 27

3. DESCRIÇÃO DO PROCESSO .................................................................................... 39

3.1. Pré-reformador ...................................................................................................... 39

3.2. Alimentação ........................................................................................................... 41

3.3. Catalisador ............................................................................................................. 41

4. MODELAGEM E SIMULAÇÃO SEGUNDO A ABORDAGEM DE JOHANNA..... 45

4.1. Apresentação do Modelo ....................................................................................... 45

4.2. Reações Químicas .................................................................................................. 46

Page 5: Modelagem e SimulaçãoLM1

ii

4.3. Equações Cinéticas ................................................................................................ 46

4.4. Balanço Molar e Energético .................................................................................. 47

4.5. Solução Numérica e Ajuste do Modelo.................................................................. 49

4.6. Resultados .............................................................................................................. 50

4.6.1. Estudo de sensibilidade paramétrica ............................................................. 50

4.6.2. Ajuste do modelo (fator pré-exponencial constante) ..................................... 52

4.6.3. Ajuste com parâmetros em função da temperatura ...................................... 55

4.6.4. Outras tentativas de ajustes:.......................................................................... 58

4.7. Conclusões Parciais ............................................................................................... 61

4.8. Modelagem e Simulação Segundo a Abordagem de Pacheco ............................... 62

4.8.1. Reações Químicas........................................................................................... 62

4.8.2. Equações Cinéticas ......................................................................................... 63

4.8.3. Modelagem ..................................................................................................... 64

4.8.4. Solução Numérica e Ajuste do Modelo .......................................................... 65

4.8.5. Resultados ...................................................................................................... 66

4.8.6. Conclusões parciais ........................................................................................ 73

4.9. Modelagem e Simulação Segundo a Abordagem de Praharso ............................. 74

4.9.1. Reações químicas ........................................................................................... 74

4.9.2. Equações cinéticas .......................................................................................... 75

4.9.3. Modelagem ..................................................................................................... 75

4.9.4. Solução numérica do modelo ......................................................................... 76

4.9.5. Resultados ...................................................................................................... 76

4.9.6. Ajuste do modelo de Praharso et al ............................................................... 79

4.9.7. Simulação das composições............................................................................ 80

4.10. Conclusões Parciais ............................................................................................ 80

5. ANÁLISE GLOBAL DOS RESULTADOS .............................................................. 82

Page 6: Modelagem e SimulaçãoLM1

iii

6. CONCLUSÕES GERAIS .......................................................................................... 83

Page 7: Modelagem e SimulaçãoLM1

iv

Lista de Figuras FIGURA 1 – FLUXOGRAMA ESQUEMÁTICO DE UMA REFINARIA ............................................................... 7 FIGURA 2 - INFRAESTRUTURA DO HIDROGÊNIO PARA USO ENERGÉTICO FONTE: ARMOR, 2005. ............. 8 FIGURA 3 – FLUXOGRAMA DO PROCESSO DE REFORMA DE NAFTA ....................................................... 11 FIGURA 4 – CATALISADORES TÍPICOS DO PROCESSO DE PRÉ-REFORMA ................................................. 14 FIGURA 5 - REAÇÕES DE FORMAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO DE COQUE E CARBONO NA SUPERFÍCIE DO

METAL (NI) NA REFORMA A VAPOR DE HIDROCARBONETOS (BARTHOLOMEW, 1984) .................. 19 FIGURA 6 - EFEITO DA FORMAÇÃO DE COQUE A 500°C COM A ADIÇÃO DE MG E CA A CATALISADORES

NI/Α-AL2O3 (LODENG ET AL., 1997) ............................................................................................... 23 FIGURA 7 - MECANISMO DA REFORMA A VAPOR DE HIDROCARBONETOS PESADOS .............................. 26 FIGURA 8- ILUSTRAÇÃO DO PRÉ-REFORMADOR .................................................................................... 39 FIGURA 9 - FOTO DO CATALISADOR COMERCIAL CRG-F FRESCO EMPREGADO NA PERÓXIDOS DO BRASIL

.................................................................................................................................................... 42 FIGURA 10: ALGORITMO IMPLEMENTADO NO MATLAB® ....................................................................... 50 FIGURA 11: SENSIBILIDADE DE K1................................................................................................ 51 FIGURA 12: SENSIBILIDADE DE K2 ................................................................................................ 51 FIGURA 13: SENSIBILIDADE DE K3 ................................................................................................ 52 FIGURA 14: SIMULAÇÃO DO PERFIL DE TEMPERATURA .......................................................... 53 FIGURA 15 -PERFIS AXIAIS DE VAZÃO MOLAR ........................................................................................ 54 FIGURA 16 - PONTOS EXPERIMENTAIS .................................................................................................. 55 FIGURA 17: INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA SOBRE K1 ............................................................ 56 FIGURA 18: INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA SOBRE K2 ........................................................... 56 FIGURA 19: INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA SOBRE K3 ............................................................ 56 FIGURA 20: PERFIL DE TEMPERATURA SIMULADO COM OS PARÂMETROS VARIÁVEIS ........................... 58 FIGURA 21 - AJUSTE .............................................................................................................................. 59 FIGURA 22 - AJUSTE DO PERFIL DE TEMPERATURA CONSIDERANDO-SE APENAS AS CONDIÇÕES DE SAÍDA

.................................................................................................................................................... 60 FIGURA 23 - AJUSTE DAS VAZÕES MOLARES DE SAÍDA .......................................................................... 60 FIGURA 24 – SENSIBILIDADE K2............................................................................................................. 66 FIGURA 25 – SENSIBILIDADE K3............................................................................................................. 67 FIGURA 26 – SENSIBILIDADE K4............................................................................................................. 68 FIGURA 27 – SENSIBILIDADE K5............................................................................................................. 68 FIGURA 28 – SENSIBILIDADE DE K2 ........................................................................................................ 69 FIGURA 29 – SENSIBILIDADE DE K3 ........................................................................................................ 69 FIGURA 30 – SENSIBILIDADE K4 ............................................................................................................. 70 FIGURA 31 – SENSIBILIDADE DE K5 ........................................................................................................ 70 FIGURA 32 – AJUSTE DO MODELO (K2, K3, K4, K5) ................................................................................ 71 FIGURA 33 - AJUSTE COM DENOMINADOR CONSTANTE ........................................................................ 72 FIGURA 34 - SIMULAÇÃO DO PERFIL DE CONCENTRAÇÃO ..................................................................... 73 FIGURA 35 – SENSIBILIDADE DE A ......................................................................................................... 77 FIGURA 36 – SENSIBILIDADE B .............................................................................................................. 78 FIGURA 37 – SENSIBILIDADE K0............................................................................................................. 78 FIGURA 38 – SENSIBILIDADE K3............................................................................................................. 79 FIGURA 39 - AJUSTE DE TEMPERATURA ................................................................................................ 79 FIGURA 40 - SIMULAÇÃO DAS CONCENTRAÇÕES ................................................................................... 80

Page 8: Modelagem e SimulaçãoLM1

v

Lista de Tabelas TABELA 2.1- CONDIÇÕES DE OPERAÇÃO TÍPICAS PARA O PROCESSO DE PRÉ-REFORMA (CHRISTENSEN,

1996) ........................................................................................................................................... 12 TABELA 2.2 - FORMAS E REATIVIDADES DAS ESPÉCIES DE CARBONO ..................................................... 20 TABELA 2.3- FORMAÇÃO E EFEITO DAS ESPÉCIES DE CARBONO NA REFORMA A VAPOR ........................ 21 TABELA 2.4 - QUANTIDADE DE C DEPOSITADO DURANTE A REAÇÃO DE OXIDAÇÃO A TEMPERATURA

PROGRAMADA ............................................................................................................................. 22 TABELA 2.5 - QUANTIDADE DE CO2 FORMADO DURANTE O TPO ........................................................... 24 TABELA 3.1 - CARACTERÍSTICAS DO REATOR INDUSTRIAL ...................................................................... 40 TABELA 3.2 - CONDIÇÕES DE OPERAÇÃO DO PRÉ-REFORMADOR .......................................................... 40 TABELA 3.3 - CARACTERÍSTICAS DA NAFTA DE PROCESSO (PERÓXIDOS DO BRASIL LTDA)....................... 41 TABELA 3.4 -. COMPOSIÇÃO DO CATALISADOR CRG (ICI KATALCO) ........................................................ 42 TABELA 3.5 - PROPRIEDADES FÍSICAS DO CATALISADOR CRG (ICI KATALCO) .......................................... 43 TABELA 3.6 - DISTRIBUIÇÃO AXIAL DOS TERMOPARES NO LEITO CATALÍTICO ........................................ 44 TABELA 3.7- VAZÃO DE SAÍDA DO REATOR ............................................................................................ 54 TABELA 4.1 - CORRELAÇÃO POLINOMIAL PARA A PRIMEIRA REGIÃO ..................................................... 57

Page 9: Modelagem e SimulaçãoLM1

vi

NOTAÇÃO

∆HRj Entalpia da reação j (kJ/kmol)

Cpi Capacidade calorífica do componente i (kJ/kmol.K)

EA1, EA2, EA3 Energias de ativação aparente para as reações de Reforma, Metanação e Shift, respectivamente (kJ/kmol)

Fi Vazão molar de i (kmol/h)

k1 Fator pré-exponencial da reação de Reforma (kmol/kg.bar0,35.h)

K2 Constante de equilíbrio para a reação de Metanação (bar2)

k2, k3 Fatores pré-exponenciais das reações de Metanação e Shift (kmol/kg.bar0,5.h)

K3 Constante de equilíbrio para a reação Shift (adimensional)

P Pressão total do sistema

pi Pressão parcial do componente i

ri Velocidade da reação i

R Constante dos gases ideais

Texp i Temperatura experimental do ponto i

Tsim i Temperatura simulada no ponto experimental i

w Massa de catalisador

yi Fração molar do componente i

ΦT Função residual da temperatura

Page 10: Modelagem e SimulaçãoLM1

vii

MODELAGEM E SIMULAÇÃO DE UM REATOR DE PRÉ-REFORMA DE NAFTA AUTOR: LEONARDO CÉSAR DE SOUSA ORIENTADOR: PROF. DR. LUIZ MÁRIO DE MATOS JORGE Dissertação de Mestrado; Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química; Universidade Estadual de Maringá; Av. Colombo, 5790, BL E46 - 09; CEP: 87020-900 Maringá - PR, Brasil, defendida em 26 de Janeiro de 2009. 88 p.

RESUMO

A pré-reforma adiabática de nafta é um processo com reação catalítica que implica

em benefícios econômicos e operacionais, sendo que a modelagem do processo de pré-

reforma é uma importante ferramenta a ser utilizada na otimização das condições

operacionais e para fins de projeto.

O processo de pré-reforma adiabática de nafta com o catalisador comercial CRG,

cuja fase ativa é níquel suportado em alumina, foi estudado num reator industrial de

leito fixo. As medidas de temperatura são fornecidas por trinta e dois termopares

instalados axialmente no leito do reator. As temperaturas e pressões de entrada e de

saída do pré-reformador foram obtidas diretamente dos registros de processo da

Unidade Industrial. O reator operou num intervalo típico de temperatura que variou de

440 a 480°C com pressão total variando de 15 a 20 bar e razão molar na alimentação

H2O/átomo-C igual a 3, durante uma campanha de 42 meses.

Foram desenvolvidos modelos matemáticos pseudo-homogêneos, unidimensionais,

em regime permanente com base em equações cinéticas. Foram obtidos os perfis de

temperatura mediante simulação e os perfis de temperatura industriais para um único

período de operação do reator. Os perfis de temperaturas simulados representaram a

tendência dos dados industriais. A composição do efluente do reator obtida pela

simulação de operação não apresentou uma boa estimativa das vazões molares de nafta,

Page 11: Modelagem e SimulaçãoLM1

viii

vapor, dióxido de carbono e metano presentes no produto, quando comparadas aos

dados industriais.

Os modelos estudados apresentaram as principais tendências do processo, mas

revelaram-se incapazes de representá-lo quantitativamente. Acredita-se que seja devido

ao equacionamento cinético inadequado para as características do processo de pré-

reforma da PERÓXIDOS DO BRASIL.

Page 12: Modelagem e SimulaçãoLM1

ix

MODELING AND SIMULATION OF A REACTOR PRE-REFORM OF NAPHTA AUTHOR: LEONARDO CÉSAR DE SOUSA SUPERVISOR: PROF. DR. LUIZ MÁRIO DE MATOS JORGE Master Thesis; Chemical Engineering Graduate Program; State University of Maringá; Av. Colombo, 5790, BL E46 - 09; CEP: 87020-900 - Maringá - PR, Brazil, presented on January, 26th 2009.88 p.

ABSTRACT

The adiabatic prereforming of naphtha is a catalytic process that presents both

economical and operational benefits. A model of this process is an important tool to be

used for optimizing the operational conditions and for design purposes.

Adiabatic prereforming of naphtha design with the commercial catalyst CRG, a

nickel catalyst supported by alumina, was studied in an fixed bed industrial reactor. The

temperatures were measured by thirty-two thermocouples placed in an axial thermowell

in the bed of the reactor. Temperature and pressure in the entrance and exit of the

prereformer were obtained directly from data already recorded existing in the Industrial

Unit. The reactor operated during 42 months in the temperature range 440ºC-480ºC,

with total pressure varying from 15 to 20 bar and steam-to-carbon ratio at the inlet equal

to 3.

One-dimensional pseudo-homogeneous mathematical model, steady state was

developed. In this model, the kinetic expressions of the Reforming, Methanation and

Shift reactions were included. Measured and calculated temperature profiles were

obtained for several operation periods of the reactor. The simulated temperature profiles

reproduced qualitatively the original tendency of the industrial data. A comparison

between the calculated and measured values showed that the model formulated

mispredictions the process gas temperature and molar flow rates at the pre-reformer out-

let.

Page 13: Modelagem e SimulaçãoLM1

x

The models studied showed the main trends of the process, but have proved

uncapable of representing them quantitatively. This is believed to be due to inadequate

when considering the kinetic characteristics of the pre-reform reactor from

PERÓXIDOS DO BRASIL.

Page 14: Modelagem e SimulaçãoLM1

1

Organização do Trabalho

O Capítulo 1 apresenta uma introdução ao processo de reforma, assim como a

aplicabilidade do gás de síntese e hidrogênio. Sendo estes os produtos principais do

processo de reforma.

O Capítulo 2 apresenta a revisão bibliográfica referente ao processo de pré-reforma,

catalisadores, desativação catalítica, mecanismo das reações de Reforma e à cinética da

reforma a vapor de metano e hidrocarbonetos pesados tais como a nafta, assim como os

tipos de modelos matemáticos existentes na literatura. Também são discutidos os

modelos cinéticos propostos para o processo de reforma a vapor e mostram-se diversas

abordagens existentes na literatura para a modelagem deste processo.

No Capítulo 3 é feita uma descrição do equipamento industrial de pré-reforma de

nafta empregado no presente trabalho e as características do catalisador comercial

utilizado no pré-reformador utilizado no processo industrial da Peróxidos do Brasil.

Também é feita a descrição da metodologia de obtenção de dados experimentais como,

por exemplo, os perfis de temperatura no leito catalítico.

Nos Capítulos 4 e 5, são descritos os modelos desenvolvidos para o reator de pré-

reforma. Nesta modelagem são incluídas diversas expressões cinéticas para as reações

que ocorrem no pré-reformador industrial. É comparado o perfil de temperatura obtido

industrialmente juntamente com as condições operacionais para uma campanha do pré-

reformador. São apresentados e discutidos os perfis obtidos pela simulação para alguns

meses da campanha, comparando-os com os respectivos perfis industriais. É analisada a

sensibilidade dos parâmetros dos modelos frente às condições de operação.

Os Capítulos 6 e 7, abordam as conclusões e análises finais do trabalho. Nos Anexos

encontra-se uma cópia do artigo submetido e apresentado no ENEMP (Encontro de

Escoamento em Meios Porosos) 2007. Também encontra-se em nos anexos algumas

rotinas desenvolvidas neste trabalho.

Page 15: Modelagem e SimulaçãoLM1

2

1. INTRODUÇÃO

Há um consenso na comunidade científica internacional representando tanto o

setor de energia como o setor de transporte nos quais o hidrogênio poderia ser de uso

mais amplo como combustível, tornando-se a energia do futuro. Hidrogênio é o

combustível empregado em membranas poliméricas eletrolíticas de células a

combustível, a qual é considerada mais avançada tecnologicamente entre os diferentes

tipos de células de combustível. Nestas células de combustível hidrogênio puro ou gás

reformado contendo hidrogênio pode ser alimentar o ânodo, enquanto o oxigênio

alimenta o catodo e a reação eletroquímica gerando a eletricidade mais calor e água

como subprodutos. Quando analisando a viabilidade comercial desta tecnologia, o

problema mais relevante é o combustível para alimentar a célula. Hidrogênio pode ser

produzido por combustíveis fósseis por meio de um processo de reforma usando gás

natural, naftas, gasolinas ou até mesmo combustíveis mais pesados, como o diesel,

gasóleo etc. Outras soluções para o hidrogênio foram propostas baseadas na eletrólise

da água e energia solar, reforma de bicombustíveis e outras fontes renováveis de

combustível e energia.

Hidrogênio é uma valiosa matéria prima para as indústrias químicas e

petroquímicas e também usada como um combustível limpo. Outras técnicas para a

produção de hidrogênio são a oxidação parcial e a reforma auto-térmica. Deste ponto de

vista a aplicação de hidrogênio como combustível, a reforma a vapor de

hidrocarbonetos é a tecnologia que produz a maior concentração de hidrogênio no

efluente. (MELO e MORLANE’S, 2005).

Processos de conversão catalítica de hidrocarbonetos são de grande relevância

industrial nas refinarias e petroquímicas, isto é, na reforma catalítica de nafta para

converter a gasolina de baixa octanagem, para alta octanagem, e também para produção

de benzeno, tolueno e xileno. Durante este processo, o catalisador foi desativado pela

formação de coque em sua superfície ao longo da campanha que durou de 1 a 1,5 anos,

o qual denota resíduos carbônicos formados por reações secundárias dentro do

catalisador. Pela queima do coque com uma mistura de nitrogênio e oxigênio o

catalisador é regenerado. Portanto, o interesse destes catalisadores não é somente a alta

Page 16: Modelagem e SimulaçãoLM1

3

atividade catalítica e seletividade, mas também a possibilidade de regeneração por

várias vezes e que seu tempo de vida seja compatível com o custo da produção.

Desativação do catalisador de reforma tem sido intensivamente estudado e diferente

aproximação tem sido desenvolvidas para modelar a desativação do catalisador devido a

formação catalítica.

Hoje o gás natural é fonte preferencial para H2 e gás de síntese. Existem várias

rotas catalíticas para a produção de gás de síntese a partir do gás natural, incluindo: (a)

Reforma do metano com vapor (SMR) a qual usa uma reação catalítica endotérmica

entre gás natural e vapor d água (expressa mais de 50% da produção de H2 hoje); (b)

Oxidação Parcial (POx) do gás natural com O2 puro, na qual se atinge uma razão H2/CO

de 1 a 1.6-1.8 ; (c) reforma autotérmica (ATR) que é uma combinação da oxidação

parcial e da reforma a vapor do metano que produz uma razão H2/CO de 2 a 1 no gás de

síntese resultante (razão preferencial para aplicações GTL baseada na síntese de

Fischer-Tropsch); (d) Oxidação parcial catalítica (CPO ou CPOx), reação entre o gás

natural e O2 sobre um catalisador que permite a combustão parcial a H2 e CO; (e)

Reforma com CO2, reação atrativa para a geração de gás de síntese, contudo, os

problemas são substanciais incluindo a necessidade de se purificar freqüentemente o

CO2 impuro (ARMOR,2005).

A pré-reforma adiabática é um processo bem estabelecido na produção moderna

de gás de síntese e hidrogênio e implica em benefícios operacionais e econômicos. Os

reatores de pré-reforma convertem hidrocarbonetos de cadeia longa, por meio da

reforma a vapor e uma baixa faixa de temperatura, 350-550ºC. (CHRISTENSEN,

1996).

Catalisadores baseados na mistura de óxidos apresentam grande atividade catalítica

e resistência à formação de carbono na reação de reforma a vapor da nafta em relação

aos catalisadores comerciais. Isto é devido provavelmente a maior área especifica destes

catalisadores, o qual permite maior dispersão do níquel.

Este trabalho teve como objetivo propor modelos matemáticos para a operação do

reator de pré-reforma adiabático de leito fixo que processa nafta e utiliza o catalisador

comercial CRG com 77% de NiO, operando em regime permanente. Para tanto, foi

Page 17: Modelagem e SimulaçãoLM1

4

desenvolvido modelos matemáticos pseudo-homogêneos, unidimensionais

contemplando diversos mecanismos e equações cinéticas apresentadas em literatura.

Page 18: Modelagem e SimulaçãoLM1

5

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Neste capítulo será apresentada uma descrição do processo de pré-reforma a vapor,

catalisadores utilizados, mecanismos da reação de Reforma a vapor, alguns modelos

matemático e também a cinética da reforma a vapor de hidrocarbonetos pesados, como a

nafta e leves como o metano.

2.1. Visão Geral do Processamento químico

Pode-se transformar uma fração do petróleo em outra usando um destes três métodos:

dividindo grandes cadeias de hidrocarbonetos em cadeias menores

(craqueamento);

rearranjando vários cadeias para fazer os hidrocarbonetos desejados (alquilação).

combinando pedaços menores para criar outros maiores (reforma);

2.1.1. Craqueamento

O craqueamento divide grandes cadeias de hidrocarbonetos em cadeias menores. Há

vários tipos de craqueamento.

Térmico: grandes cadeias de hidrocarbonetos são aquecidas a altas temperaturas

e algumas vezes a altas pressões também até que elas se quebrem, ou seja,

craqueiem.

vapor: vapor de alta temperatura 816°C é usado para craquear etano, butano e

nafta em etileno e benzeno, que são usados para fabricar produtos químicos;

viscorredução: os resíduos da torre de destilação são aquecidos (482°C),

resfriados com gasóleo e rapidamente colocados em uma torre de destilação.

Este processo reduz a viscosidade de óleos pesados e produz o alcatrão;

coqueamento: os resíduos da torre de destilação são aquecidos a temperaturas

acima de 482°C até que se quebrem em óleo pesado, gasolina e nafta. Ao final

do processo, sobra um resíduo pesado, quase puro, de carbono denominado

Page 19: Modelagem e SimulaçãoLM1

6

coque.

Catalítico: usa um catalisasor para aumentar a velocidade da reação de

craqueamento. Os catalisadores incluem a zeólita, hidrossilicato de alumínio,

bauxita e alumino-silicatos.

craqueamento catalítico em leito fluidizado: um catalisador fluido

aquecido a 538°C craqueia gasóleo pesado em óleo diesel e gasolina;

hidrocraqueamento: semelhante ao craqueamento catalítico em leito

fluidizado, mas usa um catalisador diferente, temperaturas menores,

pressão maior e gás hidrogênio. Este processo craqueia o óleo pesado em

gasolina e querosene produzindo o combustível de aviação.

Após vários hidrocarbonetos terem sido craqueados em outros menores, os

produtos passam por mais uma coluna de destilação fracionada para separá-los.

2.1.2. Alquilação

Às vezes, as estruturas de moléculas em uma frações são rearranjadas para

produzir outra. Isso normalmente é feito por meio de um processo chamado alquilação.

Na alquilação, compostos de baixo peso molecular, como o propileno e o buteno, são

misturados na presença de um catalisador como o ácido fluorídrico ou ácido sulfúrico

(um subproduto da remoção de impureza de muitos produtos do petróleo). Os produtos

da alquilação são hidrocarbonetos ricos em octanas, usados em tipos de gasolina para

reduzir o poder de detonação.

Page 20: Modelagem e SimulaçãoLM1

7

Figura 1 – Fluxograma esquemático de uma refinaria

2.1.3. Reforma

Algumas vezes, é preciso combinar hidrocarbonetos menores para fazer outros

maiores. Este processo é chamado de reforma. O principal processo á a reforma

catalítica, que utiliza um catalisador (platina, mistura platina-rênio) para transformar

nafta de baixo peso molecular em compostos aromáticos, usados na fabricação de

produtos químicos e para misturar na gasolina. Um subproduto importante dessa reação

é o gás hidrogênio, usado para o hidrocraqueamento ou vendido.

2.2. Produção de H2

O hidrogênio é uma matéria prima extremamente importante e estratégica devido

a sua utilização em uma grande variedade de processos de refino do petróleo, tais como

hidrotratamento e hidrocraqueamento, e petroquímicos como a produção de amônia e

metanol. Além de ser um combustível ideal para as células a combustíveis.

Hoje em dia, há uma considerável preocupação em se obter combustíveis menos

poluentes ao meio ambiente e, sendo o H2 um combustível não poluente e altamente

Page 21: Modelagem e SimulaçãoLM1

8

energético, tem levado a um aumento crescente na demanda de sua produção.

O hidrogênio é largamente produzido pela reação endotérmica de reforma a

vapor do metano para produzir H2 e CO. Nos Estados Unidos 95 % da produção do H2

vêm do metano (ARMOR, 2005). No Brasil, a produção de H2 a partir do metano é

bastante interessante em função das grandes reservas de gás natural existentes.

A catálise tem grandes possibilidades de potencializar a oferta de hidrogênio.

Porém, o maior desafio está em produzir H2 em grandes volumes à baixa pressão, com

alta pureza em um custo baixo.

Como o H2 hoje é gerado a partir do gás de síntese, produtores de H2 estão

sempre tentando achar caminhos para se obter mais H2. Isto é possível, pela remoção do

CO do gás de síntese através da reação de deslocamento da água onde o monóxido de

carbono reage com vapor de água gerando CO2. Nesta reação os catalisadores de Fe-Cr

e Cu-Zn são eficientes gerando assim mais H2 e CO2.

Figura 2 - Infraestrutura do Hidrogênio para uso energético Fonte: Armor, 2005.

Page 22: Modelagem e SimulaçãoLM1

9

2.3. Processo de Pré-Reforma

No processo, hidrocarbonetos da alimentação sofrem dessulfurização a fim de

evitar a desativação catalítica prematura do reator. O processo de dessulfurização da

composição da alimentação, dos hidrocarbonetos presentes e também dos componentes

de enxofre.

O pré-reformador é um reator tubular de leito fixo que é operado de forma

adiabática, com leito fixo, que apresenta alta atividade catalítica, é então alimentado

pela mistura de vapor de água e nafta, tendo como efluente água, metano , gás carbônico

e hidrogênio. As principais reações conhecidas são:

2 212n mC H nH O nCO n m H

Reforma (2.1)

OHCHHCO 2423 Metanação (2.2)

222 HCOOHCO Shift (2.3)

A Reação 2.1 é chamada reação de reforma com vapor, que ocorre a temperaturas

altas, envolvendo a quebra do hidrocarboneto diretamente a gás de síntese. Este gás

consiste em uma mistura de hidrogênio e monóxido de carbono nma razão molar de 3:1,

sem a formação de produtos intermediários.

As Reações (2.2) e (2.3) estão presentes no processo industrial para a produção de

hidrogênio. A reação (2.3) é a reação de deslocamento da água (reação de shift),

favorecida a baixas temperaturas e pouco afetada por variações de pressão. A Reação

(2.2) é a reação de Metanação, que é reversível nas temperaturas do processo de reforma

e visa eliminar o CO residual.

Pelo princípio de Le Chatelier, a altas temperaturas, menos metano e mais

monóxido de carbono estão presentes no gás de equilíbrio (Hegarty et al.,1998).

Quantidades crescentes de vapor favorecem a reação de reforma. Porém, altas pressões

tendem a reverter o equilíbrio (Teixeira, 1993). No entanto, o processo é conduzido a

Page 23: Modelagem e SimulaçãoLM1

10

pressões elevadas (20 atm), reduzindo-se a necessidade de compressão adicional do gás

de síntese. Dessa maneira, algumas vantagens adicionais também são obtidas, como:

aumento da transferência de calor no interior dos tubos do reformador, redução das

dimensões dos equipamentos e aumento da conversão do monóxido de carbono gerado.

Contudo, quanto maior a pressão, na qual se dá a reforma a vapor, maior será a

temperatura necessária para se estabelecer o equilíbrio desejado.

O produto gasoso rico em metano pode ser reaquecido a temperaturas iguais ou

superiores a 650ºC sem risco de craqueamento térmico. Desta forma, é possível reduzir

substancialmente a taxa de calor requerido pela fornalha do reformador localizada

corrente abaixo do pré-reformador e conseqüentemente, os custos de energia

(ROSTRUP-NIELSEN, 1993; ROSTRUP-NIELSEN e ROSTRUP-NIELSEN, 2002).

A conversão total de hidrocarbonetos é alcançada habitualmente neste processo,

logo a composição do produto é determinada pelo equilíbrio termodinâmico das

espécies gasosas e condições operacionais em que o processo ocorre, tais como pressão,

temperatura, razão molar vapor/carbono e velocidade espacial.

A composição do produto gasoso pode ser estimada a partir de cálculos

termodinâmicos, uma vez que, na maior parte dos casos, a composição da mistura

obtida é próxima àquela do gás em equilíbrio. As várias composições gasosas possíveis

de serem obtidas através da Reação (2.2) a (2.3) resultam no uso da reforma como etapa

fundamental em vários processos. Os principais parâmetros determinantes da

composição do gás efluente são: pressão, razão vapor/hidrocarboneto e temperatura do

reator (TEIXEIRA, 1993).

Historicamente, o processo comercial de reforma a vapor foi inicializado na

Alemanha pela Basf nos anos de 1926 a 1928 e pela Standard Oil Co.(agora EXXON-

Mobil) nos Estados Unidos em 1930 (SATTERRFIELD, 1980). As empresas BASF e

LURGI nos anos de 1960 desenvolveram e registraram patente para o processo de pré-

reforma de nafta e outros hidrocarbonetos de cadeia longa.

O processo de pré-reforma é usado principalmente para melhorar o desempenho

dos reformadores a vapor ou autotérmicos que se encontram após o pré-reformador. A

combinação da pré-reforma e reforma a vapor é conhecida como processo

BASF/LURGI-RECATRO (ROSTRUP-NIELSEN, 1977).

Page 24: Modelagem e SimulaçãoLM1

11

Geralmente, um pré-reformador com pré-aquecimento introduzido no processo,

permite redução volumétrica do reformador em 20%, dada a diminuição na carga de

calorífica no reformador. Também promove um acréscimo no tempo de vida do

catalisador e introduz flexibilidade ao processo de pré-reforma ao permitir uma

operação com múltiplas alternativas para a alimentação (CHRISTENSEN, 1996). Uma

instalação típica de um pré-reformador adiabático com subseqüente reaquecimento é

mostrada na Figura 3, e os valores típicos para as condições de operação encontram-se

na Tabela 2.1. A relação vapor-carbono na alimentação e a temperatura de operação

dependem da aplicação final do gás de síntese e do hidrocarboneto alimentado no reator

(CHRISTENSEN, 1996).

Figura 3 – Fluxograma do processo de Reforma de nafta

Page 25: Modelagem e SimulaçãoLM1

12

Tabela 2.1- Condições de operação típicas para o processo de pré-reforma (CHRISTENSEN, 1996)

Produto Alimentação H2O/C (mol/mol át-C)

Temperatura de entrada (ºC)

Hidrogênio Nafta GLP 2,5-4,0 2,5-3,5 450-500 450-500

Gás Saída-Refinaria

3,5-5,0 350-500

Amônia Gás Natural 2,8-3,2 400-550

Nafta 2,8-3,5 450-500

Gás natural 0,3-2,0 350-550

Misturas de CO/H2

Nafta 1,0-2,0 450-500

GLP 1,0-2,0 450-500

Metanol Gás natural 1,5-2,5 400-550

2.4. Catalisadores para o processo de pré-reforma

Catalisadores a base de níquel são tradicionalmente usados no processo de pré-

reforma. As baixas temperaturas de operação requerem que o catalisador tenha uma

grande área superficial para prover suficiente atividade catalítica e resistência ao

envenenamento. As propriedades do suporte do catalisador têm uma maior influencia

sobre a formação de carbono. Suportes com propriedades alcalinas têm a vantagem de

permitir uma alta adsorção de H2O sobre a superfície do catalisador, reduzindo assim a

tendência à formação de carbono. Catalisadores baseados em metais nobres mostraram-

se mais resistentes à formação de carbono, também sendo demonstrado para a reforma a

vapor de hidrocarbonetos pesados como o querosene e o diesel (CHRISTENSEN,

1996).

Page 26: Modelagem e SimulaçãoLM1

13

Os catalisadores de pré-reforma são propensos ao envenenamento, devido às

baixas temperaturas de operação. Os componentes que atuam como veneno para o

catalisador de níquel é enxofre, metais alcalinos, sílica, arsênico e fósforo, que podem

estar presentes como impurezas na alimentação. No entanto, o enxofre é o veneno mais

comum para o catalisador de pré-reforma. As alimentações de hidrocarbonetos têm um

conteúdo de enxofre que varia de 5 a 20 ppm em gás natural e acima de 500 ppm nas

frações de hidrocarbonetos líquidos. Portanto os hidrocarbonetos devem ser

dessulfurizados a fim de evitar a desativação do catalisador (ROSTRUP-NIELSEN,

1977; CHRISTENSEN, 1996).

A perda de carga no leito catalítico do pré-reformador é geralmente baixa,

mesmo usando-se partículas cilíndricas o que resulta em um leito com baixa porosidade.

Atualmente, as grandes plantas de produção de amônia e metanol usam catalisadores

para a pré-reforma com superfícies otimizadas, como por exemplo, partículas de

catalisador com forma de anel ou cilindro com vários sulcos axiais. Alternativas

também consideram catalisadores baseados em espumas cerâmicas e monólitos. Com

estas modificações, os catalisadores apresentam uma maior área superficial e

conseqüentemente uma maior atividade com um mínimo incremento na perda de carga

do leito (ROSTRUP-NIELSEN e ROSTRUP-NIELSEN, 2002). Ainda sobre o tamanho

de partícula (FERREIRA et al., 1992) e (CHRISTENSEN, 1996), verificaram que

partículas de catalisador de superfície cilíndrica, com um diâmetro entre 3-5 mm, são

normalmente usadas para o processo de pré-reforma. Tal tamanho de partícula fornece

uma grande área superficial para o acesso do gás dentro dos poros do catalisador.

Reações de reforma a vapor requerem suportes com boa resistência mecânica,

alto volume de poros e baixa sinterização. Aluminas são amplamente usadas como

suportes catalíticos em reações químicas.

As propriedades mecânicas do catalisador são críticas, uma vez que os níveis de

temperatura e pressão parcial do vapor limitam a escolha dos materiais usados como

suporte (TURLIER et al., 1985). Estes são baseados em óxidos cerâmicos, como

alumina Al2O3, magnésia MgO (PARMALIANA et al., 1993) e espinélio de magnésio e

alumínio MgAl2O4 (TEIXEIRA, 1993). Um suporte típico para o processo de reforma é

a α-Al2O3, por possuir uma pequena área específica e ser inerte sob o ponto de vista

Page 27: Modelagem e SimulaçãoLM1

14

catalítico, além de possuir alta estabilidade térmica. Estes fatos tornam a α-Al2O3

adequada para reações desenvolvidas a altas temperaturas, como é o caso da reforma a

vapor (FIGUEIREDO & RIBEIRO, 1987; MARTURANO et al., 1999).

Dentre as aluminas existentes, o suporte α-Al2O3 é bastante empregado devido

ao seu baixo preço. Já o suporte γ-Al2O3 é pouco estável a temperaturas maiores que

700ºC por causa da deteriorização térmica do suporte γ-Al2O3 que causa sinterização e

conduz a um fechamento dos poros, reduzindo a área específica assim como também

deve causar transformação de fase em α-Al2O3, a qual muda a atividade da superfície e

fornece uma estrutura de baixa área específica (ROH et al.,2003).

Estudos recentes mostraram que catalisadores à base de níquel, suportados em

CeO2 e ZrO2 e em óxidos mistos Ce-ZrO2 apresentaram bons resultados para as reações

de reforma (DONG et al., 2002). No entanto, esses catalisadores também sofrem

desativação devido à deposição de carbono quando são utilizados em altas temperaturas

(STAGG-WILLIAMS et al., 2000).

Suportes de óxidos do tipo perovskitas LaAlO3, LaFeO3, SrTiO3, CaTiO3,

BaTiO3 e La0,4Ba0,6Co0,2Fe0,8O3-δ mostram alta atividade catalítica na reforma a vapor

do metano com alta resistência ao coqueamento, devido à migração de oxigênio móvel

do suporte perovskita para as partículas metálicas de níquel (URASAKI et al.,2005).

Figura 4 – Catalisadores típicos do processo de pré-reforma

Page 28: Modelagem e SimulaçãoLM1

15

2.5. Desativação Catalítica

O catalisador é definido como uma substância que aumenta a velocidade da

reação sem ser consumido. Entretanto, o catalisador desativa-se em algum momento de

sua vida útil, uma vez que vários fatores contribuem para tal. As várias formas de

desativação a serem descritas nesta seção tornam necessária a substituição dos

catalisadores ao fim de um tempo mais ou menos longo ou, pelo menos, a sua

regeneração sempre que isso for possível ou economicamente viável, uma vez que a

atividade de um catalisador industrial vai sendo compensada por um aumento de

temperatura de operação.

As possíveis causas que afetarão em maior ou menor grau uma ou mais

propriedades fazem com que um dado catalisador seja utilizado para promover uma

determinada reação num processo industrial são o envenenamento, o coqueamento e a

sinterização do catalisador (FIGUEIREDO & RIBEIRO, 1987). Segundo os autores, os

tipos possíveis de desativação podem provocar:

Diminuição da seletividade da reação principal;

Abaixamento de conversão, devido à perda de atividade intrínseca do catalisador

por diminuição da área ativa e/ou do número de centros ativos por limitações à

transferência de massa resultantes do bloqueamento dos poros (por exemplo,

devido à deposição de coque);

Aumento da queda de pressão em reatores de leito fixo e má estabilidade das

condições de escoamento nos leitos fluidizados;

Má distribuição dos fluidos nos leitos fixos e perda de material nos leitos

fluidizados, quando há diminuição da resistência mecânica e ao atrito dos grãos

de catalisador, que é quase sempre uma conseqüência de outras formas de

desativação.

A vida útil dos catalisadores é limitada por estas situações, que ocasionam, mais

cedo ou mais tarde, uma parada nas instalações de forma a regenerá-los ou substituí-los.

Daí a grande importância econômica que tem a escolha correta dos catalisadores

Page 29: Modelagem e SimulaçãoLM1

16

(composição, tamanho dos grãos e poros, dispersão e área da fase ativa, forma,

resistência mecânica, estabilidade e custo), do tipo e tamanho dos reatores, das

condições de operação e das matérias primas que podem necessitar de purificação

prévia.

2.6. Envenenamento

Catalisadores heterogêneos são constituídos tipicamente por pequenos cristais de

metal ou óxidos metálicos dispostos sobre suportes inertes. O envenenamento ocorre

por uma forte quimiossorção de reagentes, produtos ou impurezas sobre os sítios ativos

do metal, induzindo a mudança na superfície ou na formação de outros compostos.

Certas espécies podem atuar como venenos em algumas reações e não em outras,

dependendo da competitividade das espécies nos sítios catalíticos (TWIGG, 1997;

BARTHOLOMEW, 1984; FULTON, 1988).

Desta maneira, o envenenamento de catalisadores é um dos maiores problemas

associados à sua aplicação industrial, pois muitas vezes existem impurezas nas

alimentações tecnicamente e/ou economicamente impossíveis de serem removidas que

podem ser adsorvidas de modo irreversível nos centros ativos, em competição com as

espécies reagentes, traduzindo-se esta situação numa diminuição da atividade, que pode

levar à necessidade de substituir o catalisador ao fim de um tempo muito curto, já que a

regeneração é usualmente impraticável (FIGUEIREDO & RIBEIRO, 1987). Segundo

estes mesmos autores, os processos também podem sofrer modificações de seletividade,

sendo as várias reações afetadas de modo diferente pela adsorção do veneno no

catalisador. Isto é especialmente freqüente nos catalisadores multifuncional onde a

adsorção dessas impurezas não é energeticamente igual nos vários tipos de centros

ativos, cada um associado a uma determinada reação. As alterações de seletividade

referidas podem ter efeitos globalmente benéficos, ainda que à custa de uma menor

atividade do catalisador.

Page 30: Modelagem e SimulaçãoLM1

17

2.7. Coqueamento

Consiste na deposição de carbono sobre a superfície do catalisador, podendo

causar bloqueio de seus poros e sítios ativos. A deposição de carbono elementar é um

processo resultante da reação de desproporcionamento de monóxido de carbono,

enquanto o coque é resultado da decomposição ou condensação de hidrocarbonetos

(BARTHOLOMEW, 1984), podendo ser sua natureza constituída por hidrocarbonetos

de elevado peso molecular até formações grafíticas (FULTON, 1988).

Por coque entende-se todo um conjunto de substâncias carbonadas de estruturas

diversas que vão desde as altamente cristalinas (grafite) às praticamente amorfas,

dependendo do modo como são obtidas, sendo que estes depósitos podem ter origem

catalítica ou pirolítica (FIGUEIREDO & RIBEIRO, 1987).

Segundo esses autores, os materiais cuja formação não é catalisada incluem

fuligem e alcatrões (compostos aromático de elevado peso molecular) que aparecem na

fase gasosa em conseqüência de reações em cadeia de radicais livres e que podem

acumular sobre qualquer substrato. Por outro lado, a adsorção em superfícies não

catalíticas dos precursores formados na fase gasosa originará eventualmente carbono de

superfície, cuja estrutura é mais orientada que a fuligem.

O carbono catalítico resulta da ação catalítica de certas superfícies, como as

metálicas e as que possuem certos centros ativos ácidos, como os catalisadores de

craqueamento. Há casos em que se podem depositar nos catalisadores vários forma de

carbono como ocorre no processo de reforma a vapor, em que se observa o

aparecimento de carbono catalítico e pirolítico.

Assim, se o coque é formado, ele pode originar-se de diversas fontes. Devido às

elevadas temperaturas de reação, o coqueamento é resultante de reações em fase gasosa

que passam por intermediários carbonosos que se condensam na superfície. As reações

envolvem polimerização de radicais livres. Desta forma, o coque em fase gasosa pode

ser acumulado no catalisador, particularmente se em presença de hidrocarbonetos mais

leves. A formação do carbono na fase mássica ocorre na superfície do catalisador, onde

os hidrocarbonetos se dissociam na superfície do níquel para produzir espécies de

carbono mais reativas como o Cα, que é provavelmente um carbono atômico. A maioria

Page 31: Modelagem e SimulaçãoLM1

18

dos Cα pode ser gaseificado, mas alguns são convertidos a Cβ, provavelmente por

polimerização ou rearranjo do Cα. O carbono pode ser gaseificado, encapsulado na

superfície ou se dissolver no cristalito de níquel, para se nuclear e precipitar na parte

inferior do cristalito. A continuidade deste processo leva à formação do carbono tipo

whisker ou filamentar, que eleva o cristalito de níquel para a superfície do catalisador

resultando, eventualmente, na fragmentação do catalisador.

Este é um dos poucos casos no qual a formação de coque não resulta na

desativação do catalisador, em que fragmentos de pequenas porções de encapsulados

originam-se de carbono em fase gasosa ou traços de Cβ. A formação de carbonos

filamentar pode resultar em um aumento da pressão no leito do catalisador como

resultado da fragmentação do catalisador e do coqueamento. O aumento de pressão

torna necessária a substituição do catalisador.

Bartholomew (1984) mostrou as reações de formação de carbono e coque nos

metais expostos a CO ou hidrocarbonetos. Os diferentes tipos de carbono, o coque

formado e suas morfologias e reatividades, são apresentados na Figura 5. Por exemplo,

CO se dissocia nos metais a baixas temperaturas, para formar Cα, um átomo de carbono

que pode reagir para formar Cβ, que consiste num filme de carbono polimérico. A altas

temperaturas, este carbono altamente reativo é convertido a formas menos reativas, as

formas grafíticas.

Page 32: Modelagem e SimulaçãoLM1

19

Figura 5 - Reações de formação e transformação de coque e carbono na superfície do metal (Ni) na Reforma a Vapor de Hidrocarbonetos (BARTHOLOMEW, 1984)

Os diferentes mecanismos pelos quais os depósitos de coque podem ser

formados resultam de diferentes morfologias, cada qual responsável por um efeito

particular sobre a atividade e a seletividade do catalisador (ROSTRUP-NIELSEN,

1984; TEIXEIRA, 1993; BARTHOLOMEW, 1984). Os diferentes tipos de carbono, o

tipo de coque formado no processo de reforma a vapor e suas respectivas morfologias e

reatividades são descritas nas Tabelas 2.2 e 2.3.

Page 33: Modelagem e SimulaçãoLM1

20

Tabela 2.2 - Formas e reatividades das espécies de carbono (BARTHOLOMEW, 1984).

Estrutura Designação Temperatura de Formação (°C)

Temperatura do Pico para reação

com H2 (°C)

Adsorvida, atômica (dispersa, carbeto superficial)

Cα 200-400 200

Polimérica, filmes amorfos ou filamentos

Cβ 250-500 400

Filamento Polimérico, fibras ou “whiskers”

Cv 300-1000 400-600

Carbeto de níquel (bulk) Cγ 150-250 275

Grafíticas (cristalinas) e filmes Cc 500-550 550-850

Page 34: Modelagem e SimulaçãoLM1

21

Tabela 2.3- Formação e efeito das espécies de carbono na reforma a vapor

(BARTHOLOMEW, 1984).

Tipo de carbono Carbono Filamentar

Polímeros Encapsulados

Carbono Pirolítico

Formação Difusão de C através de cristais de Ni, e formação de filamentos com cristais de Ni no topo. Favorecido em presença de hidrocarbonetos aromáticos e baixas razões H2O/CnHm.

Baixa polimerização de radicais CnHm na superfície do Ni. Favorecido em presença de hidrocarbonetos aromáticos, e baixa razões H2O/CnHm e H2/CnHm.

Craqueamento térmico do CnHm e deposição de precursores de C no catalisador. Favorecido na presença de catalisadores ácidos, elevada pressão e baixa razão H2O/CnHm.

Efeitos Nenhuma desativação da superfície do Ni, porém ocorre quebra do catalisador.

Progressiva desativação

Encapsulação de partículas de catalisadores: desativação e aumento da diferença de pressão.

Faixa de temperatura(ºC)

>450 <500 >870

Resultados de oxidação à temperatura programada (técnica que consiste no

monitoramento do consumo de oxigênio de uma corrente gasosa que escoa por uma

amostra do catalisador após a passagem de uma corrente de metano, enquanto a

temperatura da amostra é aumentada linearmente) permitem o estudo da desativação do

catalisador bem como a determinação do intervalo de temperatura em que ocorre a

oxidação do coque na superfície do mesmo.

Wang & Lu (1998) estudaram o TPO de catalisadores de Ni suportados em α-

Al2O3, γ-Al2O3, SiO2 e MgO para medir a quantidade de coque depositada sobre os

catalisadores submetidos a um tratamento com uma corrente de CH4 e CO2. Os

Page 35: Modelagem e SimulaçãoLM1

22

resultados obtidos estão apresentados na Tabela 2.4:

Tabela 2.4 - Quantidade de C depositado durante a reação de Oxidação a Temperatura Programada, (WANG & LU, 1998)

Catalisador

Quantidade Total de Coque (g C/g cat.)

Estudo de Desativação b

Tempo de Corrida (h)

Ni/α-Al2O3 0,20 24

Ni/γ-Al2O3 0,15 24

Ni/SiO2 0,068 24

Ni/MgO 0,049 24

Redução a 500°C e vazão total=60ml/min.

Os autores verificaram que a oxidação do carbono se inicia a 500°C para todos

os catalisadores, mas seus máximos ocorrem a diferentes temperaturas. O catalisador

Ni/ α-Al2O3 mostrou um pico de oxidação em torno de 620°C e o catalisador Ni/MgO

mostrou um pico em torno de 650°C. Para Ni/ γ-Al2O3 e Ni/SiO2, a oxidação se tornou

mais difícil e os picos ocorreram em torno de 700°C. A quantidade de coque medida

indica que o catalisador Ni/MgO é o que possui a menor quantidade de coque formada

enquanto o Ni/ α-Al2O3 é o que apresenta a maior quantidade.

Segundo os mesmos autores, foi verificada a formação de dois tipos de carbono

no catalisador Ni/MgO e um tipo no catalisador Ni/SiO2. O carbono no Ni/SiO2 é

atribuído ao carbono grafítico que foi oxidado à alta temperatura, enquanto que no

catalisador Ni/MgO o carbono é mais reativo e oxidado à temperatura mais baixa.

Swaan et al. (1994) observaram a presença de dois tipos de carbono depositados sobre

os catalisadores Ni/Al2O3. Eles são oxidados a 500 e 650°C, respectivamente.

Considerando-se a localização do carbono nas partículas do níquel e a

temperatura de desgaseificação, pode-se deduzir que a superfície das espécies de

carbono foi facilmente gaseificada por oxidação. Vários estudos têm mostrado que

Page 36: Modelagem e SimulaçãoLM1

23

existe uma relação entre a temperatura de oxidação e a distância entre o coque no

suporte e no metal. O coque no metal é queimado à temperatura mais baixa que no

suporte, pois o metal pode catalisar a combustão do coque.

Para os catalisadores Ni/ α-Al2O3 e Ni/MgO os depósitos de C superficiais estão

próximos às partículas de níquel pois o níquel e o carbono estão sobre toda a superfície.

Em virtude das partículas de níquel se depositarem preferencialmente no interior dos

poros dos catalisadores Ni/SiO2 e Ni/MgO, durante a impregnação, resultando em uma

maior distância entre a superfície do carbono e as partículas de níquel, a gaseificação

do carbono nestes catalisadores se torna mais difícil.

Figura 6 - Efeito da formação de coque a 500°C com a adição de Mg e Ca a catalisadores Ni/α-Al2O3 (LODENG et al., 1997)

Lodeng et al. (1997) estudaram a formação de carbono durante a decomposição

do CH4 sob catalisadores Ni/α-Al2O3 com e sem a adição de promotores Ca e Mg. A

adição de Ca e, em particular, de Mg aumenta a taxa de formação de carbono, como

pode ser observado na Figura 6. No caso do catalisador Ni (Mg)/Al2O3, a formação do

C ocorre após um curto período de tempo. O aumento da taxa de formação de carbono

também foi observado com a adição de pequenas quantidades de água.

Santos (2002) estudou o efeito da adição de Ca e Mg como promotores no

Page 37: Modelagem e SimulaçãoLM1

24

catalisador de Ni/ α-Al2O3 a fim de minimizar a formação de coque. Valores de

oxidação à temperatura programada (TPO) mostraram que a reação de oxidação iniciou-

se a temperatura de 400ºC para o catalisador de 5%Ni e próximo a 500ºC para os

demais catalisadores, sendo que a temperatura máxima fica em torno de 600ºC e

aumenta com o aumento de teor de níquel. Nos catalisadores contendo 5% e 10% de Ni

sem promotores não foi verificada a presença de água, confirmando a formação de

apenas um tipo de coque. Nos demais catalisadores, uma pequena quantidade de água

foi formada. Pode-se verificar a ocorrência de um pico e de um ombro evidenciando a

existência de dois tipos de carbono depositados sobre os catalisadores. Na Tabela 2.5

são apresentadas as quantidades totais de CO2 formadas, para os diferentes

catalisadores, onde se pode verificar que a formação de CO2 aumenta com o aumento do

teor de níquel e com a adição de promotores.

Tabela 2.5 - Quantidade de CO2 formado durante o TPO (SANTOS, 2002)

Catalisador CO2 Formado (mmol/g cat)

5%Ni/α-Al2O3 0,351

10%Ni/α-Al2O3 0,556

20%Ni/α-Al2O3 0,820

20%Ni/α-Al2O3Impr. um. 0,774

5%MgO-10%Ni/α-Al2O3 1,515

5%CaO-10%Ni/α-Al2O3 1,314

5%MgO-5%CaO-10%Ni/α-Al2O3

1,685

A adição de Mg como promotor causou a formação de um coque mais facilmente oxidável, o que demonstra que houve uma diluição do Ni na superfície pelo Mg, explicando assim o efeito benéfico deste promotor.

Page 38: Modelagem e SimulaçãoLM1

25

2.8. Mecanismo da reação de reforma a vapor

Rostrup-Nielsen (1977) apresenta uma cinética de reação para a Reforma a vapor de hidrocarbonetos pesados, (ver Figura 7) na qual se assume que os hidrocarbonetos são adsorvidos de forma irreversível sobre a superfície do catalisador. Após a adsorção segue-se uma quebra das ligações carbono-carbono e carbono-hidrogênio, em conseqüência às reações de superfície. Cada molécula contendo carbono deixa a superfície com apenas um átomo de carbono. As espécies C1 geradas reagem com o vapor adsorvido. Este mecanismo de reação considera de forma implícita que o suporte

do catalisador e os promotores aumentam a adsorção de vapor, o qual uma vez adsorvido é transportado à superfície metálica ativa da forma apresentada nas Equações 2.4 e 2.5.

H2O + suporte ⇒ H2O suporte (2.4)

H2O suporte + ∗⇒ O ∗+H2 (2.5)

∗→ sitio ativo da superfície do catalisador onde as espécies químicas são adsorvidas.

Uma seqüência simplificada das reações de Reforma do modelo cinético proposto por Rostrup-Nielsen (1977) é descrita pelas Equações 2.6 a 2.8.

m − z

CnHm+2∗→ CnHz ∗ 2 + H2 (2.6)

CnHz∗ 2 +∗+H2 → Cn−1Hz∗ 2 +CHx∗ (2.7)

CHx∗+O∗→ CO + H2 + 2 ∗ (2.8)

Experimentos feitos em escala piloto (CHRISTENSEN, 1996) para pré-reforma

adiabática de gás natural sobre catalisador de níquel suportado por óxido de magnésio confirmaram a validade do mecanismo. A composição do gás foi analisada com amostras retiradas em pontos intermediários do leito catalítico. O gás natural continha

Page 39: Modelagem e SimulaçãoLM1

26

hidrocarbonetos pesados no intervalo C2-C7 e os resultados mostraram que a concentração de todos os hidrocarbonetos diminuía continuamente ao longo do leito. Além disso, não foram identificados compostos intermediários.

Figura 7 - Mecanismo da Reforma a Vapor de hidrocarbonetos pesados

2.9. Modelos matemáticos para a reforma catalítica

São apresentados dois grupos de modelos cinéticos na literatura: modelos globais

de parâmetros concentrados, e modelos diferenciais de parâmetros distribuídos. Em

modelos globais, cujo interesse é a entrada e as saídas do reator têm-se balanços

molares e energéticos macroscópicos do leito catalítico. Os modelos diferenciais

integram os balanços diferenciais de massa e energia. Isto implica necessariamente, na

solução de um sistema de equações diferenciais, parciais ou ordinárias, eventualmente

acopladas a equações algébricas (GIORDANO, 1991).

Os modelos diferenciais apresentados na literatura podem ser classificados

segundo dois critérios: o método usado no equacionamento do leito catalítico e a

abordagem utilizada para simular a fornalha radiante (GIORDANO, 1991).

No que se refere à modelagem do leito catalítico, a grande maioria dos autores

resolve os balanços de massa usando enfoque cinético, embora, em alguns casos,

admita-se que haja equilíbrio químico desde a entrada do reator (SMITH et al., 1983;

GIORDANO, 1991). Os modelos cinéticos, que levam em conta uma expressão de

Page 40: Modelagem e SimulaçãoLM1

27

velocidade de reação, podem ser divididos em dois grupos; modelos pseudo-

homogêneos e heterogêneos e, dentro destes dois grupos, os modelos são

adicionalmente classificados em unidimensionais e bidimensionais (FROMENT e

BISCHOFF, 1990). Os modelos unidimensionais não consideram gradientes radiais de

temperatura ou concentração, agrupando na parede toda a resistência ao transporte de

calor. Já os bidimensionais consideram a existência de um perfil radial não plano de

temperaturas e, conseqüentemente, de concentrações, o que pressupõe o conhecimento

do valor da condutividade térmica radial efetiva, além do coeficiente de película na

parede dos tubos (GIORDANO, 1991). Na pré-reforma adiabática, normalmente não há

perfis radiais de concentração e temperatura, mas sim gradientes na direção axial.

Assim, apenas é necessário considerar modelos unidimensionais para simular os perfis

de temperatura e conversão (CHRISTENSEN, 1996; GROOTE e FROMENT, 1996).

Os modelos pseudo-homogêneos não consideram gradientes de temperatura e

concentração entre a fase gasosa e as partículas de catalisador. As restrições de

transporte no interior e na superfície das partículas de catalisador e os efeitos cinéticos

são implicitamente levados em conta pelo modelo mediante o uso de expressões

cinéticas efetivas ou pseudo-homogêneas (CHRISTENSEN, 1996; GIORDANO, 1991).

O modelo heterogêneo considera os gradientes de temperatura e concentração no

interior da partícula do catalisador, utilizando as restrições de difusão intra partícula e

interfacial na superfície externa do mesmo. O modelo heterogêneo é baseado em

expressões cinéticas intrínsecas (CHRISTENSEN, 1996; FROMENT e BISCHOFF,

1990). Os parâmetros de transporte utilizados são função das velocidades de

escoamento, distribuição de tamanho de poros do catalisador, etc.

O modelo pseudo-homogêneo é de solução rápida, enquanto que o modelo

heterogêneo implica em longos tempos de cálculo e algumas vezes podem apresentar

problemas de convergência, devido aos abruptos gradientes na partícula do catalisador

(CHRISTENSEN, 1996).

2.10. Cinética das reações de reforma a vapor

Nas últimas décadas, muitos estudos de modelagem do processo de reforma de

Page 41: Modelagem e SimulaçãoLM1

28

hidrocarbonetos em reatores catalíticos de leito fixo têm sido realizados. A maior parte dos trabalhos encontrados sobre reforma a vapor para obtenção de gás de síntese considera o metano como matéria prima. No entanto, a produção de um gás rico em metano a partir da reforma de nafta, operando a baixas temperaturas, é um processo industrial que tem ganhado considerável interesse, especialmente no Japão e Estados Unidos, onde este hidrocarboneto encontra-se facilmente disponível (ROSTRUP-NIELSEN, 1977).

As cinéticas publicadas por Xu e Froment foram baseadas em catalisador Ni-b,

também usado neste estudo. O estudo incluiu a grande numero de medições, mas dentro

de uma estreita faixa de composição na alimentação e temperatura (H2O/CH4 = 3-5, T=

500-575ºC).

Os processos de reforma a vapor geralmente utilizam catalisadores de níquel e

alimentações que variam de gás natural a naftas com ponto de ebulição final de 200ºC.

As reações químicas que ocorrem na reforma catalítica destes hidrocarbonetos são

numerosas. No caso especifico das naftas, que têm na sua composição um grande

número de componentes, resulta praticamente impossível determinar os mecanismos e

as expressões cinéticas das diferentes reações que ocorrem no processo de reforma. Por

conseguinte, muitas especulações têm sido feitas sobre o mecanismo da reação entre a

nafta e o vapor e conseqüentemente, para o desenvolvimento de modelos para esta

reação. O modelo comumente proposto, usado por SINGH e SARAF (1979) e outros

autores (HYMAN, 1968; SINGH e SARAF, 1979), é baseado nos experimentos de

reforma realizados com hidrocarbonetos mais pesados do que o metano, como por

exemplo, o propano, butano, hexano, e benzeno (BRIDGER e WYRWAS, 1967, apud

SINGH e SARAF, 1979; BHATTA e DIXON, 1967, 1979; SCHNELL, 1970). A partir

dos resultados destes experimentos concluiu-se que o metano é o produto principal.

Neste modelo, considera-se que a reação de Metanação é completada na entrada do

reformador, portanto assume-se que ocorre o hidrocraqueamento de todos os

hidrocarbonetos a metano. Conseqüentemente, o sistema de reação no reformador é

descrito pelas expressões cinéticas para a reação de Reforma a vapor de metano.

Estudos mais recentes (SMITH et al., 1983; CHRISTENSEN, 1996; PACHECO et al., 2003), foram realizados com a reforma do iso-octano C8H18 e heptano C7H16,

Page 42: Modelagem e SimulaçãoLM1

29

como parafinas representativas de um corte de nafta. Estes trabalhos sugerem outro modelo, o qual supõe que a reforma dos hidrocarbonetos ocorre em todo o leito catalítico conduzindo a CH4, CO, CO2, H2O e H2, como produtos principais. O iso-octano também foi escolhido para modelar a reforma a vapor da gasolina (PRAHARSO et al., 2003). No estudo realizado por Pacheco et al. (2003), que descreve a cinética de reação da reforma autotérmica de hidrocarbonetos líquidos tais como a nafta, representada por C8H18, considera-se o sistema completo de oxidação e reforma com vapor e CO2, sendo que as reações endotérmicas de reforma requerem continuamente calor, que é suprido pela combustão. O trabalho de Praharso et al. (2003) apresenta a cinética da reforma a vapor de iso-octano sobre catalisador de níquel. Os autores supõem que as reações ocorrem ao longo do reformador. A reforma de C6,2H13 e heptano, estudada por Smith et al. (1983) e Christensen (1996), respectivamente, envolve a reação do hidrocarboneto com o vapor, seguida pelo equilíbrio das reações exotérmicas de Metanação e do monóxido de carbono com vapor.

É importante destacar, neste ponto, a diferença entre as abordagens adotadas na literatura quando se propõem expressões para a velocidade de reação. Os autores mais

preocupados com a modelagem do reator empregam, em geral, cinéticas aparentes, cujos parâmetros efetivos refletem não só o mecanismo intrínseco da reação, mas também os efeitos dos fenômenos de transporte. Por outro lado, há estudos que utilizam a cinética intrínseca das reações, quando se procura eliminar as influencias dos fenômenos de transporte.

Abaixo alguns modelos cinéticos desenvolvidos para reforma de hidrocarbonetos.

Autor do Modelo: Pacheco et al. (2003)

Catalisador: CeO2-Pt

Hidrocarbonetos: Nafta, representada como iso-octano C8H18

Agentes de Reforma: O2, H2O, CO2

Reações:

C8H18 + 16O2 8CO2 + H2O C8H18 + 8H2O 8CO + 17H2

Page 43: Modelagem e SimulaçãoLM1

30

C8H18 + 8CO2 16CO + 9H2 C8H18 + 16H2O 8CO2 + 25H2

Equações Cinéticas:

8 21 1. .C Or k p p

8 2

22 2

2 2 8 8

2

32

2 12 22,5

...

.1 . .

HC H O

H H O H OCO H H C C

H

p pCOp pk Krp K p

K K p K pp

2

8 2

8 2

2 2

3 33

.. . . 1

. .CO H

C COC CO

p pr k p p

K p p

8 2

22 2

2 2 8 8

2

42 2

4 44 23,5

...

.1 . .

H COC H O

H H O H OCO H H C C

H

p pp pk Krp K p

K K p K pp

2 2

2

22 2

2 2 8 8

2

5 55 22,5

..

..

1 . .

H COCO H O

H H O H OCO H H C C

H

p pp p

k Krp K p

K K p K pp

Autor do Modelo: Praharso et al. (2003)

Catalisador: Ni/Al2O3

Hidrocarbonetos: Gasolina, representada como iso-octano C8H18

Agentes de Reforma: H2O

Reações:

Page 44: Modelagem e SimulaçãoLM1

31

8 18 2 2 225 8 92

C H O CO H O

8 18 2 24 8 9C H O CO H

8 18 2 28 8 9C H H O CO H

8 18 2 28 8 17C H H O CO H

2 2 2CO H O CO H

Equações Cinéticas:

Modelo Lei de Potência:

8 18 2

0 .3 . . .

Ea bR TC H H Or k e p p

0 1 1 0,710,0026 . . .k kmol kg s kPa

144 .E kJ mol

a =0,17 (ordem do iso-octano)

b=0,54 (ordem do vapor)

Modelo de Langmuir-Hinshelwood:

3

..

1 . . 1 .A B

rxnA A B B

p pr k

K p K p

51,46.100,87686,204

rxn

A

B

kKK

Autor do Modelo: Smith et al. (1983)

Catalisador: Ni/Al2O3

Hidrocarbonetos: Nafta, representada como iso-octano CnHm (n=6,2 e m =13)

Agentes de Reforma: H2O

Page 45: Modelagem e SimulaçãoLM1

32

Reações:

2 22n mmC H nH O nCO n H

2 2 2CO H O CO H

2 4 23CO H CH H O

Equações Cinéticas:

1 1. .Pr k N

P=densidade “bulk” do catalisador (g/cm3)

k1=constante cinética (cm3/(g.s))

N=concentração das espécies de nafta (moles/cm3)

Autor do Modelo: Christensen (1996)

Catalisador: Ni/MgO-Al2O3

Hidrocarbonetos: Nafta, representada como iso-octano C8H18

Agentes de Reforma: H2O

Reações:

2 22n mmC H nH O nCO n H

2 2 2CO H O CO H

2 4 23CO H CH H O

Equações Cinéticas:

Page 46: Modelagem e SimulaçãoLM1

33

1

0.6 0.1 0.2 0.351 1

..e . . . .A

A A B D

ER Tr k y y y P

2

4

2

2 30.5

2 22

...e . ..

AH CO

C CHH O

Ep pR Tr k p PK p

2 2

2

3

0.53 3

3

...e . ..

AH CO

C COH O

Ep pR Tr k p PK p

Autor do Modelo: Tottrup (1982)

Catalisador: Ni/MgO-Al2O3

Hidrocarbonetos: n-heptano, representada como iso-octano C7H16

Agentes de Reforma: H2O

Reações:

7 16 27C H H O

2 4 23CO H CH H O

2 2 2CO H O CO H

Equações Cinéticas:

1

0.6 0.1 0.2 0.351 1

..e . . . .A

A A B D

ER Tr k y y y P

Page 47: Modelagem e SimulaçãoLM1

34

Autor do Modelo: Groote e Froment (1996)

Catalisador: Ni/Al2O3

Hidrocarboneto: Gás Natural, CH4

Agentes de Reforma: O2, H2O

Reações:

4 2 2 22 2CH O CO H O

4 2 23CH H O CO H

4 2 2 22 4CH H O CO H

2 2 2CO H O CO H

22CO C CO

4 22CH C H

2 2C H O CO H

2 2C O CO

Equações Cinéticas:

0,51 4 2 2 4 2

1 21 4 2 21 4 2 2

. . . .1 . .1 . .

k CH O k CH Or

k CH k Ok CH k O

4 2

22 2

2 2

2

32

3 32 22,5

4 4

...

.1 . .

H COCH H O

H H O H OCO H H CH CH

H

p pp pk Krp K p

K K p K pp

Page 48: Modelagem e SimulaçãoLM1

35

4 2

22 2

2 2 4 4

2

42 2

5 53 23,5

...

.1 . .

H COCH H O

H H O H OCO H H CH CH

H

p pp pk Krp K p

K K p K pp

2 2

2

22 2

2 2 4 4

2

544 22,5

..

..

1 . .

H COCO H O

H H O H OCO H H CH CH

H

p pp p

Kkrp K p

K K p K pp

2

2

2

6 7

5

. .

1 .

COCO

CO

COCO

CO

Pk P k

Pr PK

P

2

2

2

2 2

2

10

7

.

1 . .

H O

H

H OH H w

H

Pk

Pr

PK P K

P

28 Or f P

Autor do Modelo: Avci et al. (2001)

Catalisador: Pt-Al2O3 e Ni/MgO-Al2O3

Hidrocarboneto: CH4

Agentes de Reforma: O2, H2O

Reações:

Page 49: Modelagem e SimulaçãoLM1

36

4 2 2 22 2CH O CO H O

4 2 23CH H O CO H

4 2 2 22 4CH H O CO H

2 2 2CO H O CO H

4 22CH C H

Equações Cinéticas:

4 2

4 2

1 1 21 2

1 2

. . . .

1 . .

CH O

CH O

k K P K Pr

K P K P

4 2

4 2

2

22

22 2

1,5

. . . .

. 1 .

A B CH H O

CH H OH A B

HH

k K K P Pr

P PP K K

PP

4 2

22 2

2 2

2

32

'' 2 2

2 22,5

4 4

...

.1 . .

H COCH H O

H H O H OCO H H CH CH

H

p pp pk Krp K p

K K p K pp

4 2

22 2

2 2 4 4

2

42 2

'3 3

3 23,5

...

.1 . .

H COCH H O

H H O H OCO H H CH CH

H

p pp pk Krp K p

K K p K pp

2 2

2

22 2

2 2 4 4

2

'4 4

4 22,5

..

..

1 . .

H COCO H O

H H O H OCO H H CH CH

H

p pp p

k Krp K p

K K p K pp

Page 50: Modelagem e SimulaçãoLM1

37

2

4

2 2

2

'5

5 5 0,5.

1 .

HCH

n

H H

PP

Kr k

K P

Autor do Modelo: Ferreira et al. (1992)

Catalisador: Ni (mássico)

Hidrocarboneto: CH4

Agentes de Reforma: H2O

Reações:

4 2 23CH H O CO H

2 2 2CO H O CO H

Equações Cinéticas

4

129704.

1, 22793. . .R TCHr T e C

Autor do Modelo: Murray e Snyder. (1985)

Catalisador: Ni (mássico)

Hidrocarboneto: Gás natura, CH4

Agentes de Reforma: H2O

Reações:

Page 51: Modelagem e SimulaçãoLM1

38

4 2 23CH H O CO H

2 2 2CO H O CO H

Equações Cinéticas:

4

0 .1, . .

ER T

CHr k e P

P=diferença entre a pressão parcial atual do metano e a de equilíbrio.

Page 52: Modelagem e SimulaçãoLM1

39

3. DESCRIÇÃO DO PROCESSO

Neste capítulo descreve-se o reator industrial de pré-reforma catalítica de nafta

empacotado com o catalisador comercial CRG a base de níquel, o qual opera em baixos

intervalos de temperatura e com uma razão mássica na alimentação H2O/hidrocarboneto

igual a 4. A metodologia de obtenção de dados industriais tais como o perfil de

temperatura no leito catalítico é descrita. Finalmente, descreve-se o modelo

desenvolvido neste trabalho.

3.1. Pré-reformador

A etapa de pré-reforma catalítica da unidade industrial contém um reator tubular de leito

fixo, com esquema ilustrativo apresentado na Figura 8. O escoamento no reator é de

forma descendente e conta com trinta e dois termopares distribuídos de forma

eqüidistante na direção axial. Os cinco primeiros estão localizados na região inerte do

leito. Os termopares estão dispostos dentro do reator com uma inclinação de 10º em

relação à vertical. O reator possui isolamento térmico de 250 mm de espessura,

permitindo assim que opere de forma adiabática. Algumas dimensões características do

reator são apresentadas na Tabela 3.1. As informações do pré-reformador e do

catalisador foram fornecidas pela empresa PERÓXIDOS DO BRASIL LTDA.

Figura 8- Ilustração do pré-reformador

Page 53: Modelagem e SimulaçãoLM1

40

Tabela 3.1 - Características do reator industrial

Especificações Altura 3,09 m Diâmetro interno 0,72 m No. Termopares 32 Material Inerte Alumina

O leito do reator divide-se em três regiões, duas regiões inertes que estão localizadas

nas extremidades do reator com o objetivo de desenvolver e estabilizar os perfis de

velocidade e temperatura, diminuindo os efeitos de entrada; e a região ativa que se

encontra entre as regiões inertes, e é nesta que ocorrem as reações de reforma. As

regiões inertes são empacotadas com esferas de alumina de 25 milímetros de diâmetro,

as quais têm um baixo conteúdo de cloreto e sílica, e ocupam 21% (0,65 m) do

comprimento total do reator. O recheio da região ativa é o catalisador CRG a base de

níquel suportado em alumina cujas características serão abordadas no item 3.3 deste

capítulo. O reator opera a baixas temperaturas, tipicamente entre 450 e 480ºC, e com

perdas de carga que podem ser consideradas desprezíveis, geralmente menores do que

0,6 bar. A pressão total está normalmente dentro do intervalo 15-20 bar. As condições

de operação do processo de pré-reforma na unidade industrial são mencionadas na

Tabela 3.2. Os dados de processo registrados são: as temperaturas fornecidas pelos

trinta termopares localizados axialmente no leito e a temperatura e pressão na entrada e

na saída do reator.

Tabela 3.2 - Condições de operação do pré-reformador

Dados típicos de processo Razão mássica H2O: Nafta 4:1

Vazões típicas Nafta 1200 kg/h Vapor 4800 kg/h Perda de carga 0,6 bar Pressão total 18 bar T média de entrada no reator 740 K

Page 54: Modelagem e SimulaçãoLM1

41

3.2. Alimentação

A nafta que alimenta o pré-reformador é previamente tratada na seção de

dessulfurização, com a finalidade de diminuir o risco de envenenamento do catalisador

por enxofre. Os componentes H2S e enxofre reativo presentes na alimentação de nafta

são removidos por hidrodesulfurização seguida pela absorção com oxido de zinco.

Posterior a este tratamento, o vapor do processo é misturado com a nafta antes de entrar

na zona de pré-aquecimento. As especificações da nafta alimentada ao desulfurizador da

Unidade Industrial são listadas na Tabela 3.3. O pré-reformador recebe uma

alimentação gasosa pré-aquecida na fornalha do reformador a aproximadamente 470ºC.

O efluente do pré-reformador é reaquecido a uma temperatura próxima a 580ºC antes de

entrar no reformador. O esquema da instalação da unidade industrial de pré-reforma é

exibido em uma das folhas de processo ilustrada em anexo.

Tabela 3.3 - Características da nafta de processo (Peróxidos do Brasil Ltda)

Característica Especificação Cloretos (ppm) 14 Enxofre total (ppm) 1 Parafinicos (%volume) 65 Naftenicos (%volume) 16 Aromáticos (%volume) 4 Olefinas (%volume) 0,2 Densidade Relativa 0,7 Ponto de ebulição médio (oC) 88 Peso molecular 95

3.3. Catalisador

O reator industrial considerado neste estudo utiliza atualmente um catalisador

pertencente à nova geração de catalisadores para reforma industrial de nafta, o CRG-

LHR com teor de NiO inferior a 50%. Porém as três campanhas anteriores, que vão

desde agosto de 1997 até outubro de 2002, empregaram o catalisador industrial CRG-F

com 77% de NiO e suporte em alumina, cuja grafia ilustrativa é mostrada na Figura 9.

Page 55: Modelagem e SimulaçãoLM1

42

Uma comparação da composição típica dos dois tipos de catalisador CRG é apresentada

na Tabela 3.4.

Tabela 3.4-. Composição do catalisador CRG (ICI Katalco)

Principais Componentes(% p/p)

CRG-LH CRG-F

Níquel, NiO 46-50 75-81 Magnésio, MgO 3,3 - Sílica, SiO2 4,2 <0,2 Potássio, K2O 0,5 0,35 Cromo, Cr2O3 1,5 - Cálcio, CaO 7,8 -

Figura 9 - Foto do catalisador comercial CRG-F fresco empregado na Peróxidos do Brasil

O catalisador industrial CRG-F permite um aumento na flexibilidade dos tipos de

hidrocarbonetos que podem ser usados como alimentação e na capacidade da planta,

além e promover a completa conversão dos hidrocarbonetos. Este catalisador é

comumente utilizado na pré-reforma adiabática de gás natural, GLP e nafta. Além do

mais, o catalisador CRG tem uma alta atividade catalítica a baixa temperatura

operacional, para o qual foi formulado com um conteúdo de níquel muitas vezes maior

do que o teor presente no catalisador utilizado no reformador. As propriedades físicas

típicas para o catalisador CRG-F são listadas na Tabela 3.5.

Page 56: Modelagem e SimulaçãoLM1

43

Tabela 3.5- Propriedades físicas do catalisador CRG (ICI Katalco)

Propriedade CRG-F Forma Cilíndrica Diâmetro, (mm) 3,2 Comprimento, (mm) 3,2 Densidade bulk, (kg/l) 1,35 MHCS, kgf >5

O registro do comportamento térmico do leito catalítico foi efetuado pelo sistema de

aquisição de dados da Unidade Industrial de pré-reforma catalítica de nafta da empresa

PERÓXIDOS DO BRASIL. Este sistema registrou a temperatura de trinta e dois

termopares inseridos axialmente no interior do reator, como também as temperaturas na

entrada e na saída do pré-reformador. Para cada dia de operação foi registrada uma

planilha com o perfil de temperatura na região ativa do leito catalítico e os dados de

processo. No entanto, os valores de temperatura para a maioria das planilhas registradas

ao longo da campanha, foram obtidos por leitura a partir de um fator de escala,

determinado sobre os perfis de temperatura. A campanha do catalisador CRG-F

considerada neste estudo, começou em maio de 1999 e terminou em outubro de 2002

com uma duração total de 42 meses. Durante a campanha foram coletados dados de

temperatura para cada mês de operação. Alguns meses da campanha foram

desconsiderados por não estarem disponíveis os dados de temperatura. A Tabela 3.6

apresenta a distribuição da posição dos termopares no leito catalítico, em função da

posição axial Z e da massa de catalisador w. Sendo Z a distância relativa de cada um a

partir do ponto de entrada na sessão ativa do leito catalítico e W é a massa total de

catalisador existente desde a entrada do reator até a posição especificada do termopar.

Page 57: Modelagem e SimulaçãoLM1

44

Tabela 3.6 - Distribuição axial dos termopares no leito catalítico

Termopar Z (m) W (kg cat)

1 0 0 2 0,10 52,51 3 0,19 105,01 4 0,29 157,52 5 0,38 210,03 6 0,48 262,53 7 0,57 315,04 8 0,67 367,55 9 0,76 420,05 10 0,86 472,56 11 0,96 525,06 12 1,05 577,57 13 1,15 630,08 14 1,24 682,58 15 1,34 735,09 16 1,43 787,60 17 1,53 840,10 18 1,62 892,61 19 1,72 945,12 20 1,82 997,62 21 1,91 1050,13 22 2,01 1102,64 23 2,10 1155,14 24 2,20 1207,65 25 2,29 1260,16 26 2,39 1312,66 27 2,44 1340,07

Page 58: Modelagem e SimulaçãoLM1

45

4. MODELAGEM E SIMULAÇÃO SEGUNDO A ABORDAGEM DE JOHANNA

4.1. Apresentação do Modelo

Lopez (2003) propôs um modelo do pré-reformador de nafta, sendo este um

modelo pseudo-homogêneo unidimensional, sem dispersão axial, em regime não-

transiente, assumindo que o escoamento ao longo do leito é o único mecanismo de

transporte. Neste modelo não está incluído a equação de conservação de momento, pois

o reator opera com pequenas perdas de carga, sendo elas desprezíveis e inferiores a 0,6

bar. O modelo apresenta três reações cinéticas, sendo elas: Reforma, Water-Gas-Shift e

Metanação. As equações dos balanços molares e de energia para reatores de leito

recheado foram expressas em função da massa de catalisador w. O balanço molar foi

realizado sobre um elemento Δw do reator. O modelo é composto por sete equações

diferenciais ordinárias de primeira ordem, sendo seis equações resultantes dos balanços

molares, e uma do balanço de energia.

As capacidades caloríficas de cada componente, Cpi, são avaliadas por

expressões polinomiais em função da temperatura (REID et al., 1988). Os valores de

Cpi são atualizados de acordo com a evolução da simulação em função do perfil de

temperatura e de concentração ao longo do reator.

As equações do modelo são resolvidas pelo método numérico de integração de

Runge-Kutta de quarta ordem. Para a resolução do sistema de equações diferenciais

ordinárias é utilizada a condição inicial em que a massa de catalisador é igual a zero

(w=0), a temperatura na entrada do leito catalítico, que é aproximadamente 760 K e a

composição da alimentação dada pelas vazões molares típicas dos seis componentes

presentes.

No caso do pré-reformador industrial adiabático de leito fixo admite-se que não há

gradientes radiais de concentração, temperatura e velocidade de reação.

Page 59: Modelagem e SimulaçãoLM1

46

4.2. Reações Químicas

Consideraram-se três reações químicas ocorrendo no processo, a de reforma a

vapor de nafta a qual é fortemente endotérmica, a equação de Metanação a qual é

moderadamente exotérmica e também a Water-Gas-Shift, fracamente exotérmica. Os

hidrocarbonetos de cadeia longa são diretamente convertidos em componentes como

metano e óxidos de carbono, sem produtos intermediários, segundo as reações abaixo:

17 16 2 27. 7. 15kC H H O CO H H = 1108 kJ/mol (4.1)

OHCHHCO 2423 H = -206,2 kJ/mol (4.2)

222 HCOOHCO H = -41,2 kJ/mol (4.3)

O componente n-heptano, C7H16, foi considerado como parafina representativa da

nafta, sendo que a Equação 4.1 pode ser considerada irreversível para todos os

hidrocarbonetos de cadeia carbônica longa, que são completamente convertidos pela

atividade catalítica existente.

A reação da Equação 4.1 é seguida pelo estabelecimento do equilíbrio da reação

exotérmica de metanação representado pela Equação 02 e pela reação de Water-Gas-

Shift representada pela Equação 4.3.

4.3. Equações Cinéticas

Neste trabalho foi adotada a cinética desenvolvida por Tottrup (1982) para a

reação de reforma da nafta, que realizou um estudo cinético para a reforma a vapor de

n-heptano usando um catalisador de níquel suportado em óxido de magnésio em

condições industriais. O autor verificou que a reação foi fortemente retardada pela

difusão intrapartícula e a expressão cinética efetiva proposta para a reforma foi:

Page 60: Modelagem e SimulaçãoLM1

47

1

0.6 0.1 0.2 0.351 1

..e . . . .A

A A B D

ER Tr k y y y P

(4.4)

Para as Reações de Metanação e Shift foram adotadas as equações cinéticas

efetivas ou pseudo-homogêneas, utilizadas por Singh e Saraf (1979) na simulação de

um reformador industrial apresentadas a seguir:

2

4

2

2 30.5

2 22

...e . ..

AH CO

C CHH O

Ep pR Tr k p PK p

(4.5)

2 2

2

3

0.53 3

3

...e . ..

AH CO

C COH O

Ep pR Tr k p PK p

(4.6)

Sendo que os valores das energias de ativação das equações são:

EA1 = 38.300 kJ.mol-1;

EA2 = 36.751 kJ.mol-1;

EA3 = 58.150 kJ.mol-1;

E as constantes de equilíbrio foram avaliadas por Hyman (1968):

2746430.707

2TK e

(4.7)

4578 4.33

3TK e

(4.8)

4.4. Balanço Molar e Energético

Para a modelagem do reator industrial, em regime permanente, foi desenvolvido

um modelo pseudo-homogêneo unidimensional, assumindo que o único mecanismo de

Page 61: Modelagem e SimulaçãoLM1

48

transporte na direção axial é o escoamento do tipo plug-flow. O modelo não inclui a

equação de conservação de momento, já que o reator opera com perdas de carga

inferiores a 0,6 bar, portanto desprezíveis. As equações dos balanços molares e de

energia para reatores de leito recheado foram expressas em função da massa de

catalisador W, e encontram-se fundamentadas em Fogler (2003). O balanço molar e

energético do reator é dado pela seguinte equação:

3

1

ii

j

dF rdw

(4.9)

3

16

1

.

.j

i

rj RjdTdw F Ci pi

4.10

Resultando nas equações diferenciais apresentadas a seguir juntamente com suas condições iniciais

Balanço Molar Condição Inicial (4.11)

1A

AdF rdw

(0) 13 /AF kmol h (4.12)

1 2 37.BA C C

dF r r rdw

(0) 267 /BF kmol h (4.13)

1 2 37.CA C C

dF r r rdw

(0) 0 /CF kmol h (4.14)

1 2 315. 3.DA C C

dF r r rdw

(0) 3,31 /DF kmol h (4.15)

2E

CdF rdw

(0) 0 /EF kmol h (4.16)

3F

CdF rdw

(0) 0 /FF kmol h (4.17)

1 1 2 2 3 3.( ) .( ) .( ). . . . . .

A C C

A A B B C C D D E E F F

r H r H r HdTdw Cp F Cp F Cp F Cp F Cp F Cp F

(0) 760 KT

(4.18)

Page 62: Modelagem e SimulaçãoLM1

49

A razão entre o comprimento (3,09 m) e o diâmetro (2,5 m) do reator é pequena,

portanto a queda de pressão é desprezível, uma hipótese assumida e confirmada pelos

dados experimentais.

4.5. Solução Numérica e Ajuste do Modelo

O modelo matemático proposto foi implementado no software Matlab®. Por meio

da rotina ode23tb disponível no Matlab®, como a todas as equações diferenciais são

resolvidas simultaneamente para obter os perfis de vazão molar e também o perfil de

temperatura do reator. O algoritmo desenvolvido utiliza também a rotina fminsearch,

com o objetivo de ajustar os fatores pré-exponenciais de forma que o modelo represente

os dados experimentais. A função objetivo foi definida pelo método dos mínimos

quadrados conforme equação abaixo:

2

1( )

n

T sim expi

i iT T

(4.19)

Inicialmente optou-se pelo ajuste somente do perfil de temperatura, uma vez que é

disponível o perfil experimental, conhecendo-se apenas valores típicos de vazão molar

na saída do reator.

Para ajustar os fatores pré-exponenciais recorreu-se aos mínimos quadrados, para

determinar os valores ótimos das variáveis em um modelo matemático minimizando a

soma dos resíduos (a diferença entre a predita e os valores observados) ao quadrado.

Page 63: Modelagem e SimulaçãoLM1

50

Figura 10: Algoritmo implementado no Matlab®

4.6. Resultados

4.6.1. Estudo de sensibilidade paramétrica

Realizou-se um estudo de sensibilidade paramétrica dos fatores pré-exponenciais

do modelo proposto, a fim de avaliar quais parâmetros exercem maior influência sobre o

modelo. Para tal, considerou-se os valores padrões das variáveis apresentados por López

(2005). Sendo os valores dos fatores pré-exponenciais dados por:

k1=137 kmol/kg.bar0,35.h;

k2 = 127 kmol/kg.bar0,5.h;

k3 = 3041 kmol/kg.bar0,5.h;

Mantendo-se os dois parâmetros fixos e variando o valor de apenas um, analisou-

se sua influência sobre o perfil de temperatura.

Page 64: Modelagem e SimulaçãoLM1

51

Figura 11: Sensibilidade de k1

Primeiramente mantiveram-se os parâmetros k2 e k3 fixos, para valores de mais

50% e menos 50% de k1. Pode-se observar que o parâmetro k1 exerce influência

significativa sobre o perfil de temperatura do modelo matemático proposto. Sendo que a

diferença entre a temperatura de saída do reator e a temperatura mínima foi de 6,02 ºC e

25,85 ºC, para 50% e 150% do valor de k1, respectivamente.

Figura 12: Sensibilidade de k2

Page 65: Modelagem e SimulaçãoLM1

52

Na Figura 12 mantiveram-se as variáveis k1 e k3 fixas, variando k2 em mais 50%

e menos 50%. Observa-se que o parâmetro k2 apresenta uma influência muito menor

sobre o perfil de temperatura simulado do que variando-se k1. Sendo que as diferenças

entre a temperatura de saída do reator e a temperatura mínima foram de 20,24 ºC, e

16,18 ºC para 50% e 150% do valor de k2, respectivamente. Apesar destes ΔT’s serem

maiores que os obtidos no primeiro caso, a diferença de temperatura entre eles é menor.

Figura 13: Sensibilidade de k3

Conservando-se fixos os parâmetros k1 e k2 e alterando k3 em mais 50% e menos

50%, observa-se que para altos valores não há diferenças significativas no perfil e a

temperatura simulada na saída do reator é praticamente a mesma. Analisando-se

globalmente os gráficos apresentados nas Figuras 11,12 e 13, constata-se que k1 é a

variável que exerce maior influência, sobre o perfil de temperatura no leito seguido por

k2 e k3, logo os três parâmetros devem ser ajustados simultaneamente.

4.6.2. Ajuste do modelo (fator pré-exponencial constante)

A identificação da zona de reação é feita pela observação de uma região de baixas

temperaturas no leito catalítico. A partir do início da zona de reação, o valor da

Page 66: Modelagem e SimulaçãoLM1

53

temperatura no leito diminui gradualmente até atingir um ponto de mínimo. A redução

ocorre devido à alta endotermicidade da reação de Reforma, cuja taxa de reação

predomina em virtude das altas concentrações de nafta, embora as reações de

Metanação e Shift também estejam ocorrendo com taxas menores. Depois do ponto de

mínimo, a temperatura sobe devido ao aumento relativo das velocidades das reações de

Metanação e Shift quando comparadas com a velocidade da reação de Reforma e que,

por serem exotérmicas contribuem para o aumento da temperatura no leito.

Este comportamento pode ser visto na Fig. 18, que apresenta o perfil de

temperatura axial experimental e simulado, que foi obtido do ajuste simultâneo dos

parâmetros k1, k2 e k3.

710715720725730735740745750755

0 500 1000 1500

T(K)

w(kg)

experimental

simulado

Figura 14: Simulação do perfil de temperatura

A simulação do modelo matemático com os parâmetros k1, k2 e k3 otimizados,

apresentaram resultados equivalentes aos obtidos por López (2005). Para este caso os

valores ótimos são.

k1 224,7 kmol/kg.bar0,35.h

k2 115,7 kmol/kg.bar0,5.h

k3 4049,8 kmol/kg.bar0,5.h

Page 67: Modelagem e SimulaçãoLM1

54

O perfil de temperatura apresentado pela simulação com os parâmetros otimizados

do modelo matemático, não corresponde ao comportamento da temperatura medida ao

longo do leito. No entanto a temperatura de saída simulada está bem próxima ao valor

típico industrial, com erro aproximado de 0,1%.

Figura 15 -Perfis axiais de vazão molar

O modelo matemático é capaz de predizer a vazão molar dos efluentes do reator,

com maior precisão para alguns componentes e menor para outros, o fato também foi

apresentado por López (2005). Abaixo a Tabela 4.1 nos mostra alguns valores

industriais típicos das vazões molares e os obtidos pela simulação.

Tabela 4.1- Vazão de saída do reator

Componente Valor típico (kmol/h)

Simulado (kmol/h)

C7H16 0 3,76 H2O 213,2 213,2 CO 0,56 2,83 H2 21,54 14,27 CH4 62,16 47,33 CO2 25,59 14,46

Page 68: Modelagem e SimulaçãoLM1

55

4.6.3. Ajuste com parâmetros em função da temperatura

Como o modelo matemático não pôde ser ajustado aos dados experimentais de

forma adequada admitindo-se parâmetros constantes, tentou-se em correlacionar k1, k2

e k3, com a temperatura. A metodologia utilizada partiu do ajuste destes parâmetros em

cada ponto experimental de temperatura, obtendo desta forma um valor ótimo dos três

parâmetros ponto-a-ponto ao longo do reator com sua respectiva temperatura.

Devido ao comportamento unimodal da temperatura, conforme pode ser visto na

Fig. 20, do leito catalítico pode–se classificá-lo em duas regiões distintas: inicial e final.

A região inicial vai da entrada do reator até o ponto em que a temperatura atinge um

valor mínimo. Já a região final se estende deste ponto de mínimo até a saída do reator.

A partir destes valores ajustados ponto a ponto, correlacionou-se os valores de

cada um dos parâmetros com a temperatura por meio de expressões polinomiais.

Figura 16 - Pontos experimentais

região final

região inicial

Page 69: Modelagem e SimulaçãoLM1

56

0

100

200

300

400

500

710 720 730 740 750 760

k1(k

mol

/kg.

bar0

,35.

h)

T(K)

k1 inicial

k1 final

Figura 17: Influência da temperatura sobre k1

0

10

20

30

40

50

60

710 720 730 740 750 760

k2(k

mol

/kg.

bar0,

5 .h)

T(K)

k2 inicial

k2 final

Figura 18: Influência da temperatura sobre k2

Figura 19: Influência da temperatura sobre k3

Destaca-se o fato que há um mesmo valor de temperatura em dois pontos distintos

do leito, devido ao comportamento unimodal do perfil de temperatura, que apresenta

Page 70: Modelagem e SimulaçãoLM1

57

apenas um ponto de mínimo. Podendo desta forma caracterizar comportamentos

cinéticos distintos ao longo do leito catalítico, as quais poderiam justificar diferentes

valores para cada um dos três parâmetros numa mesma temperatura encontrada em duas

posições diferentes do leito referentes à região de entrada ou de saída.

Devido a este comportamento, cada parâmetro foi correlacionado por dois

polinômios distintos, visto que k1, k2 e k3, pois por meio dos gráficos apresentados nas

Figuras 17, 18 e 19 nota-se que os parâmetros apresentaram comportamentos distintos

nas duas regiões. Os coeficientes destes polinômios são mostrados nas tabelas abaixo.

Tabela 4.2 - Correlação polinomial para a primeira região

ki=a.T4+b.T3+c.T2+d.T+e

K1 K2 k3

a - 0.00001725904883 -

b 0.5927e-2 -0.5010e-1 -0.36047

c -12.9156 54.5472 785.4393

d 9379.4869 -26390.6022 -5.7037e5

e -2.27011e6

4.7877e6 1.3804e8

Tabela 4.3: Correlação polinomial para a segunda região

ki=a.T3+b.T2+c.T+d

K1 K2 k3

a -0.3828e-1 0.3403e-2 -0.1414

b 84.1312 -7.5702 309.8796

c -61610.0027

5611.7800 -2.2620e5

d 1.5035e7 -1.3865e6 5.5025e7

Page 71: Modelagem e SimulaçãoLM1

58

A Fig. 24 apresenta o resultado da simulação feita com os parâmetros variáveis.

Figura 20: Perfil de temperatura simulado com os parâmetros variáveis

Por meio do gráfico nota-se que o ajuste dos fatores pré-exponenciais

correlacionados de forma polinomial com a temperatura, mostrou-se bom desempenho

na região inicial, no entanto para a região final o ajuste mostrou-se inadequado.

4.6.4. Outras tentativas de ajustes:

a) Avaliação de parâmetros em função da massa catalítica

Como a temperatura do leito catalítico apresentou um comportamento unimodal,

optou-se por um ajuste dos fatores pré-exponenciais em função da massa de catalisador,

já que não há o mesmo valor de k1, k2 e k3 para uma mesma massa catalítica. No

entanto não foi possível correlacionar.

b) Ajuste somente da parte do leito com variação de temperatura

Como após w = 630 kg, não há variação de temperatura, tentou-se o ajuste

admitindo que não haja reação química nesta região. Pode ser observado na Figura 21

que a temperatura permanece constante na região final. Ajustando somente a faixa

Page 72: Modelagem e SimulaçãoLM1

59

anterior na qual a temperatura permanece constante. No entanto tal ajuste só foi possível

após uma normalização da função objetivo, dividindo-se as temperaturas pela

temperatura final. Percebe-se maior estabilidade numérica quando desconsidera-se a

faixa final na qual a temperatura permanece constante.

Figura 21 - Ajuste

Pode-se constatar pela análise da Figura 21 que o ajuste não mostrou-se

satisfatório.

c) Ajuste normalizado, com as condições de saída

Desta forma também foi feita uma tentativa de ajuste do perfil de temperatura, e

os perfis de vazão molar dos componentes, apenas na saída, normalizando a função

objetivo, como descrito acima. Obteve-se os seguintes valores ajustados:

k1 = 289,7229 kmol/kg.bar0,35.h

k2 = 113,3520 kmol/kg.bar0,5.h

k3 = 5,2756.103 kmol/kg.bar0,5.h

A Figura 22 ilustra o ajuste para o perfil de temperatura.

Page 73: Modelagem e SimulaçãoLM1

60

Figura 22 - Ajuste do perfil de temperatura considerando-se apenas as condições de saída

Na Figura 23 também é mostrado o perfil de vazão molar ao longo do reator.

Figura 23 - Ajuste das vazões molares de saída

Constata-se por meio das Figura 22 e Figura 23 que o ajuste não corresponde aos dados experimentais.

Page 74: Modelagem e SimulaçãoLM1

61

4.7. Conclusões Parciais

O modelo matemático com parâmetros constantes proposto, não apresentou

resultados satisfatórios quando comparado com os dados experimentais, apesar de

representar a tendência do perfil de temperatura. Porém é capaz de predizer de forma

satisfatória a temperatura de saída, bem como as vazões molares dos componentes

efluentes do reator.

O método de ajuste dos parâmetros pré-exponenciais ponto a ponto, mostrou que

há regiões distintas no leito catalítico do reator, pois os valores verificados apresentaram

grande diferença entre as regiões antes do ponto de mínimo e depois do ponto de

mínimo, não sendo possível obter uma correlação única para ambas as regiões.

A proposta de correlacionar os fatores pré-exponenciais das equações de

velocidade das reações com a temperatura, apresentou boa concordância com os dados

experimentais até o ponto de mínimo, sendo que após este ponto houve discrepância

com os dados experimentais.

A cinética para a reforma a vapor depende do tipo de catalisador, e

provavelmente o mecanismo é diferente para cada faixa de temperatura em questão.

Page 75: Modelagem e SimulaçãoLM1

62

MODELOS PROPOSTOS

4.8. Modelagem e Simulação Segundo a Abordagem de Pacheco

Face ao insucesso das tentativas de ajuste do modelo anterior para descrever o

pré-reformador, optou-se por basear-se nas equações cinéticas propostas por Pacheco

(2003), foi desenvolvido um modelo para simulação do mesmo no Matlab®.

O autor apresenta uma tentativa para desenvolver um modelo cinético e do reator

para descrever a reforma auto-térmica de isooctano usando uma cera catalítica oxidada

impregnada com platina. Isooctano é usado como um modelo molecular para C8 nafta

ou gasolina parafínica. Devido ao fato destes hidrocarbonetos submetidos ao craking

térmico ou termólise quando em contato com medias e altas temperaturas, as moléculas

dos hidrocarbonetos que são na verdade reformadas no reator são um espectro de

hidrocarbonetos leves formados pelo processo de termólise. A fim de simplificar a

análise, nesta presente contribuição, assume-se que a molécula que foi reformada é na

verdade o combustível que alimentou o reator, isto é, isooctano. Pant e Kunzru mostra

que a conversão do n-heptano e metilciclohexano devido as reações de termólise na

faixa de 680 a 800ºC e tempo de residência de 0,1 a 0,6 s pode ser tão baixo quanto

10% e tão alto quanto 80% para a maioria das condições severas. O tempo de residência

do reator estudado na presente contribuição estava em torno de 0.02 a 0.2 s.

4.8.1. Reações Químicas

Neste modelo para reforma de nafta, temos cinco equações:

C8H18 + 16O2 8CO2 + H2O (5.1) C8H18 + 8H2O 8CO + 17H2 (5.2) C8H18 + 8CO2 16CO + 9H2 (5.3) C8H18 + 16H2O 8CO2 + 25H2 (5.4)

Na Equação 5.2 temos a oxidação do componente C8H18, no entanto como não há

O2 na alimentação esta reação não ocorre na etapa de pré-reforma. As Equações 5.2 e 5.4

descrevem a reforma de nafta a vapor, e a Equação 5.4, a reforma de nafta a seco,

embora não haja CO2 na alimentação ele é gerado pela reação da Equação 5.4.

Page 76: Modelagem e SimulaçãoLM1

63

4.8.2. Equações Cinéticas

O modelo cinético foi desenvolvido para um processador de combustível para

produção de hidrogênio, com ênfase em aplicações de células de combustível.

No trabalho de Pacheco (2003) dois reatores foram modelados a jusante do

reformador. A cinética de reação para a reação WGS (Water-Gás-Shift) sob altas e

baixas condições de temperaturas e para uma ampla variedade de catalisadores foram

estudadas por Keiski () e colaboradores. Um catalisador comercial de óxido de

ferro/óxido de cromo bem como catalisador baseado em cobre foram estudados por

estes pesquisadores. Pela variação da temperatura, vazão de H2O, velocidade espacial, e

CO, CO2 e H2 na alimentação, Keiski e seus colaboradores desenvolveram a seguinte

expressão:

Rwgs = kwgsCCOn.CH2Om

.CCO2p.CH2

q.(1-BWGS) (5.5)

Sendo BWGS um fator de revesibilidade que contribui para a aproximação do

equilibrio químico.

BWGS = CCO2.CH2/KT/CCO/CH2O (5.6)

Sendo KT a constante de equilíbrio.

Dependendo da faixa de temperatura e do catalisador usado, os parâmetros

cinéticos, as ordens de reação, as constantes e os produtos usados na equação 5.10,

mudam. Estes parâmetros e ordens foram implementos para a modelagem em altas

temperaturas. O modelo cinético foi inicialmente testado no MatLab®

8 21 1. .C Or k p p (5.7)

Page 77: Modelagem e SimulaçãoLM1

64

8 2

22 2

2 2 8 8

2

32

2 12 22,5

...

.1 . .

HC H O

H H O H OCO H H C C

H

p pCOp pk Krp K p

K K p K pp

(5.8)

2

8 2

8 2

2 2

3 33

.. . . 1

. .CO H

C COC CO

p pr k p p

K p p

(5.9)

8 2

22 2

2 2 8 8

2

42 2

4 44 23,5

...

.1 . .

H COC H O

H H O H OCO H H C C

H

p pp pk Krp K p

K K p K pp

(5.10)

2 2

2

22 2

2 2 8 8

2

5 55 22,5

..

..

1 . .

H COCO H O

H H O H OCO H H C C

H

p pp p

k Krp K p

K K p K pp

(5.11)

4.8.3. Modelagem

A partir das equações estequiométricas propostas por Pacheco (2003), foi

desenvolvido um balaço molar a partir das reações cinéticas. Como se trata da etapa de

pré-reforma, não há entrada de oxigênio na alimentação.

Estão presentes no modelo apenas os balanços de massa e energia. Considerou-se

a perda de carga desprezível. As equações dos balanços molares e de energia para

reatores de leito recheado foram expressas em função da massa de catalisador w. O

balanço molar do reator é dado pela seguinte equação:

3

1

ii

j

dF rdw

5.12

Page 78: Modelagem e SimulaçãoLM1

65

3

16

1

.

.j

i

rj RjdTdw F Ci pi

(5.13)

Resultando nas seguintes equações:

1 2 3 4 AA A A A

dF r r r rdw

(5.14)

116.BA

dF rdw

(5.15)

1 3 4 58. 8. 8. CA A A E

dF r r r rdw

(5.16)

1 2 4 59. -8. 16. DA A A E

dF r r r rdw

(5.17)

2 3 58. 16. EA A E

dF r r rdw

(5.18)

2 3 4 517. 9. 25. FA A A E

dF r r r rdw

(5.19)

1 1 2 2 3 3 4 4 5 5. . . . .. . . . . .

a a a a e

A a B b C c D d E e F f

r H r H r H r H r HdTdW Cp F Cp F Cp F Cp F Cp F Cp F

(5.20)

4.8.4. Solução Numérica e Ajuste do Modelo

A ferramenta utilizada para solução numérica deste modelo foi o Matlab® . A

função objetivo foi definida como sendo:

2

1( )

n

T sim expi

i iT T

5.21

Para o ajuste dos modelo recorreu-se aos mínimos quadrados que é um método de

regressão linear, para determinar os valores ótimos das variáveis em um modelo

matemático minimizando a soma dos resíduos (a diferença entre a predita e os valores

Page 79: Modelagem e SimulaçãoLM1

66

observados) ao quadrado. Escolheu-se ajustar somente pela temperatura pelo fato de que

a simulação representa de forma satisfatória a vazão de saída dos componentes somente

pelo ajuste de temperatura.

4.8.5. Resultados

4.8.5.1. Estudo de sensibilidade paramétrica

Neste modelo também estudou-se a sensibilidade de alguns parâmetros, a fim de

avaliar os parâmetros com maior influencia sobre o modelo.Como anteriormente,

adotou-se um valor padrão para a variável em análise, e fez-se três simulações: uma

com a metade do valor padrão estabelecido, uma com o valor padrão estabelecido e

outra com um acréscimo de 50% do valor estabelecido.

Figura 24 – Sensibilidade k2

Como se pode observar na Fig. 28, a variável k02 exerce grande influência sobre a

temperatura final. Sendo que a variação de 300% do valor de k02 causou um aumento

de quase 150% no valor da temperatura final. As simulações de sensibilidade

Page 80: Modelagem e SimulaçãoLM1

67

paramétrica nos mostram que a variável k02, é a de maior influencia dentre as

analisadas.

Figura 25 – Sensibilidade k3

Nesta simulação, k2 juntamente com outros parâmetros, foram mantidos

constantes, e variou-se o valor de k3, por meio da Figura 25, percebemos que a variação

de k3 também exerce influência significativa sobre o perfil da temperatura, no entanto

menor do que k2.

Page 81: Modelagem e SimulaçãoLM1

68

Figura 26 – Sensibilidade k4

A sensibilidade de k3 sobre a temperatura é diretamente proporcional a

temperatura, sendo que quanto maior o valor de k3 maior será a temperatura.

Figura 27 – Sensibilidade k5

Ao início do leito catalítico, a temperatura apresenta pouca sensibilidade em

relação à variável k5. No entanto, à medida que avança, percebe-se uma mudança no

perfil de temperatura.

Page 82: Modelagem e SimulaçãoLM1

69

Figura 28 – Sensibilidade de K2

Por meio da Figura 28, podemos afirmar que a temperatura não é sensível a

variação do parâmetro K2.

Figura 29 – Sensibilidade de K3

Page 83: Modelagem e SimulaçãoLM1

70

Figura 30 – Sensibilidade K4

Figura 31 – Sensibilidade de K5

Como podem ser observado por meio dos gráficos apresentados nas Figuras 24,

25, 26, 27, 28, 29, 30 e 31 os parâmetros de maior influencia são: k2, k3, K4 e k5.

Page 84: Modelagem e SimulaçãoLM1

71

4.8.5.2. Ajuste do modelo (k2, k3, K4, k5)

A partir do estudo de sensibilidade paramétrica, ajustou-se os parâmetros k2, k3, K4 e K5 simultaneamente, o resultado pode ser visualizado na Figura 32:

Figura 32 – Ajuste do modelo (k2, k3, k4, k5)

Por meio do gráfico acima, vemos que o modelo matemático implementado

quando confrontado aos dados experimentais, não é capaz de representar o processo de

pré-reforma quantitativamente, embora apresente uma tendência do processo.

4.8.5.3. Ajuste do denominador polinomial

Também realizou-se um teste de ajuste apenas do denominador polinomial do

modelo matemático, no qual foi suposto que o mesmo fosse uma constante. Os

resultados deste ajuste são apresentados na Figura 33.

2 2

2 2

2

8 8

.1 . . H O H O

CO H H C CH

K pDEN K K p K p

p

(5.22)

Page 85: Modelagem e SimulaçãoLM1

72

Figura 33 - Ajuste com denominador constante

O resultado obtido por esta simulação apresentada na Figura 33, não condiz com os dados experimentais.

4.8.5.4. Simulação dos perfis de concentração com parâmetros ajustados

Simulou-se o perfil de concentração dos componentes, com os parâmetros

ajustados, conforme Figura 34. A concentração de A permanece quase constante,

indicando pouca conversão de nafta. No entanto há formação de produtos como CO e

CO2 e H2. Todavia, os resultados da simulação são discrepantes das medidas

experimentais.

Page 86: Modelagem e SimulaçãoLM1

73

Figura 34 - Simulação do perfil de concentração

4.8.6. Conclusões parciais

A simulação computacional da modelagem matemática que teve como base o modelo cinético proposto por Pacheco (2003) não apresentou ajuste satisfatório quando comparado aos dados experimentais, embora apresente a tendência do perfil de temperatura.

A tentativa de simplificação do modelo substituindo o denominador polinomial do modelo, também mostrou-se uma solução inadequada.

O perfil de vazão molar do reator, de acordo com a Figura 34, mostrou-se muito discrepante da vazão real. Observa-se que o perfil de vazão molar da nafta é praticamente constante durante todo o leito do reator, indicando que não houve consumo de nafta, quando o esperado é o consumo quase total de nafta no pré-reformador.

Page 87: Modelagem e SimulaçãoLM1

74

4.9. Modelagem e Simulação Segundo a Abordagem de Praharso

A partir do modelo cinético desenvolvido por Praharso (2003) foi feito um

balanço molar e energético e então simulado no Matlab®. O trabalho de Praharso (2)

tem como base o controle de emissões de veículos usando conversores catalíticos tem

sido usado com grande sucesso. Entretanto, com uma legislação mais rígida sobre o

controle de emissão de poluentes, está além da capacidade dos conversores catalíticos

convencionais, e alternativas de redução de emissões de poluentes estão sendo

consideradas. Uma destas são veículos movidos célula combustível com base em

membrana de polímero eletrolítico são favorecidas, mas estas células têm a

desvantagem de só ter hidrogênio como combustível

4.9.1. Reações químicas

Praharso propôs um modelo constituído por quatro reações químicas.

8 18 2 2 225 8 92

C H O CO H O (5.23)

8 18 2 24 8 9C H O CO H (5.24)

8 18 2 28 8 9C H H O CO H (5.25)

8 18 2 28 8 17C H H O CO H (5.26)

2 2 2CO H O CO H (5.27)

O presente estudo está focado na conversão de hidrocarbonetos modelo típicos da

gasolina A produção de hidrogênio a partir do metano, metanol e hidrocarbonetos de

cadeia curta, foram relatadas. Todas as reações são favorecidas a altas temperaturas e

requerem iniciação, usualmente alcançada pela combustão de um combustível.

Oxidação parcial exotérmica é auto-sustentada uma vez iniciada, enquanto reações de

Page 88: Modelagem e SimulaçãoLM1

75

reforma endotérmica requerem fornecimento de calor contínuo pela combustão (reforma

auto-térmica)

A Reação (5.23) e (5.24), propõe a conversão de C8H18 em dióxido e monóxido de

carbono, por meio da oxidação. Já a reação (5.25) descreve a reforma a vapor de C8H18.

E a última é a reação water-gas-shift.

4.9.2. Equações cinéticas

A equação cinética proposta por Prahraso et AL (2003)

.3 0. . .E

a bR TA Br k e p p

(5.28)

Juntamente com as Equações 4.2 e 4.3.

4.9.3. Modelagem

A partir do modelo cinético proposto por Praharso et al (2.003), desenvolveu-se

um balanço molar e térmico adequado ao reator.

1 2 3dFA r a r a r adw

(0) 13 /AF kmol h (5.29)

0dFBdw

( ) 0F B (5.30)

8. 1 4dFC r a r edw

(0) 0 /CF kmol h (5.31)

9. 1 8 3 4dFD r a r a r edw

(0) 267 /DF kmol h (5.32)

2 3 48. 8.a a edFE r r rdw

(0) 0 /EF kmol h (5.33)

Page 89: Modelagem e SimulaçãoLM1

76

2 3 49. 17Fa a e

dF r r rdw

(0) 0 /FF kmol h (5.34)

1 1 2 2 3 3.( ) .( ) .( ). . . . . .

A C C

A A B B C C D D E E F F

r H r H r HdTdw Cp F Cp F Cp F Cp F Cp F Cp F

(0) 760 KT (5.35)

4.9.4. Solução numérica do modelo

O modelo matemático desenvolvido foi implementado no software Matlab®. Com

as rotinas já existentes no Matlab®, como a ode23tb as equações diferenciais que

compõe o modelo foram resolvidas simultaneamente para obter os perfis de vazão molar

e também o perfil de temperatura do reator. O algoritmo desenvolvido utiliza também a

rotina fminsearch, e tem por objetivo ajustar os parâmetros de forma que o modelo

represente os dados experimentais. A função objetivo foi definida como sendo:

2

1( )

n

T sim expi

i iT T

(5.36)

Para ajustar os parâmetros recorreu-se ao método dos mínimos quadrados que é

um método de regressão linear, para determinar os valores ótimos das variáveis em um

modelo matemático minimizando a soma dos resíduos, a diferença entre a predita e os

valores observados ao quadrado.

4.9.5. Resultados

4.9.5.1. estudo de sensibilidade paramétrica

Efetuou-se um estudo de sensibilidade paramétrica no modelo matemático

proposto. Os parâmetros em análises são mostrados na tabela abaixo. Para tal,

considerou-se os valores padrões das variáveis apresentados por Praharso et al (2003).

a= 0,17

b = 0,54

Page 90: Modelagem e SimulaçãoLM1

77

k0 = 0,0026 kmol.kg-1cat.s-1.kPa-0,71

k3 = 3041 kmol/kg.bar0,5.h

Mantendo-se três parâmetros fixos e variando o valor de apenas um em menos

50% e mais 50%, analisou-se sua influência sobre o perfil de temperatura.

Percebe-se pela Figura 35 que o parâmetro a não possui nenhuma influência sobre

a temperatura.

Figura 35 – Sensibilidade de a

Já o parâmetro b interfere no perfil de temperatura de forma mais significativa no

perfil de temperatura, sendo perceptível uma variação na temperatura final.

Page 91: Modelagem e SimulaçãoLM1

78

Figura 36 – Sensibilidade b

O parâmetro k0 também interfere no perfil de temperatura de forma mais

significativa do que a mas em menor grau que b, sendo perceptível uma pequena

variação na temperatura final.

Figura 37 – Sensibilidade k0

E por fim o parâmetro k3, que por meio da Figura 38 nota-se que assim como a,

não possui nenhuma influência sobre a temperatura.

Page 92: Modelagem e SimulaçãoLM1

79

Figura 38 – Sensibilidade k3

4.9.6. Ajuste do modelo de Praharso et AL

O perfil de temperatura apresentado pela simulação com os parâmetros ajustados, não corresponde ao comportamento da temperatura medida ao longo do leito.

Figura 39 - Ajuste de Temperatura

Os valores ajustados são os mesmos do valor padrão ajustado.

Page 93: Modelagem e SimulaçãoLM1

80

k0= 0.0026

b = 0.5400

Os valores encontrados foram os mesmos dos valores de literatura.

4.9.7. Simulação das composições

Também simulou-se o perfil de concentração de alguns componentes com os

parâmetros ajustados, conforme pode ser visualizado na Fig. 25. Porém a concentração

do reagente A permanece constante, o que demonstra que não houve consumo de nafta

na simulação, ao contrário da situação real de operação do reator.

Figura 40 - Simulação das Concentrações

4.10. Conclusões Parciais

A simulação computacional da modelagem matemática que teve como base o modelo cinético proposto por Phraso et al (2.003) não apresentou ajuste satisfatório quando comparado aos dados experimentais, embora apresente a tendência do perfil de temperatura.

A tentativa de simplificação do modelo substituindo o denominador polinomial do modelo, também mostrou-se infrutífera.

Page 94: Modelagem e SimulaçãoLM1

81

O perfil de vazão molar do reator, de acordo com a Figura 40, mostrou-se muito discrepante da vazão real. Observa-se que o perfil de vazão molar da nafta é praticamente constante durante todo o leito do reator, indicando que não houve consumo de nafta, quando o esperado é o consumo quase total de nafta no pré-reformador.

Page 95: Modelagem e SimulaçãoLM1

82

5. ANÁLISE GLOBAL DOS RESULTADOS

O modelo de Smith et AL (1983), apresentado na revisão bibliográfica possui as

mesmas equações estequiométricas de Christensen (1996), diferindo apenas na equação

cinética, sendo admitido o equilíbrio termodinâmico, o que de certa forma torna uma

opção a ser desconsiderada, pois não possui as equações cinéticas. O modelo cinético de

Tottrup (1982) é semelhante ao de Christensen (1996), não havendo necessidade de uma

simulação. Outros modelos cinéticos apresentados têm como base a reforma de metano

o que não é interessante.

A proposta de Lopez (2005) de um modelo pseudo-homogênea unidimensional

mostrou-se inadequada para representar a tendência do perfil de temperatura do pré-

reformador, entretanto obtiveram-se resultados melhores para a previsão da

concentração dos efluentes do reator, mas de qualquer forma a previsão não é

satisfatória. Além da incerteza quanto as composições de saída referente ao perfil de

temperatura medido, também constata-se que a admissão de uma função objetivo com

as composições, inviabilizou a solução e ajuste numérico do modelo por limitações

computacionais apresentadas pelo Matlab®.

Os modelos desenvolvidos com base nas equações cinéticas de Pacheco et al e

Phraso et al, também não se mostraram satisfatórias em descrever o perfis de

temperatura e composição do pré-reformador.

Acredita-se que este insucesso em apresentar um ajuste satisfatório frente aos

dados experimentais, deva-se principalmente a utilização de equações cinéticas

inadequadas às características cinéticas e termodinâmicas do processo, sendo necessária

uma avaliação cinética específica.

Page 96: Modelagem e SimulaçãoLM1

83

6. CONCLUSÕES GERAIS

Conclui-se que devido ao comportamento unimodal do perfil de temperatura, e

também pela teoria apresentada na revisão bibliográfica, os mecanismos de reação são

diferentes para cada tipo de catalisador e faixa de temperatura. Isso nos leva a crer que a

velocidade da reação é sensível a algumas outras variáveis não inclusas nos modelos

cinéticos, e é impossível de se obter uma expressão genérica para descrever os

mecanismos da reação de reforma de hidrocarbonetos.

Os modelos matemáticos desenvolvidos com base em estudos cinéticos de

literatura se mostram incapazes de descrever o pré-reformador.

Page 97: Modelagem e SimulaçãoLM1

84

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ANEXOS