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Antonio Gabriel Souza Almeida Modelagem de Sistema de Controle de Ar Condicionado Baseado em Redes de Petri Dissertação apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Engenharia. São Paulo 2008

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Antonio Gabriel Souza Almeida

Modelagem de Sistema de Controle de Ar

Condicionado Baseado em Redes de Petri

Dissertação apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Engenharia.

São Paulo 2008

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Antonio Gabriel Souza Almeida

Modelagem de Sistema de Controle de Ar

Condicionado Baseado em Redes de Petri

Dissertação apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Engenharia. Área de Concentração: Engenharia de Controle e Automação Departamento de Engenharia Mecatrônica e de Sistemas Mecânicos Orientador: Prof. Dr. Paulo Eigi Miyagi

São Paulo 2008

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FICHA CATALOGRÁFICA

Almeida, Antonio Gabriel Souza

Modelagem de sistema de controle de ar condicionado baseado em redes de petri / A.G.S. Almeida. -- São Paulo, 2008.

110 p.

Dissertação (Mestrado) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Departamento de Engenharia Mecatrônica e de Sistemas Mecânicos.

1. Sistemas de refrigeração e ar condicionado (Modelagem) 2.Redes de petri 3.Sistemas de controle I.Universidade de São Paulo. Escola Politécnica. Departamento de Engenharia Mecatrônica e de Sistemas Mecânicos II.t.

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Agradecimentos

Ao meu orientador Prof. Dr.Paulo Eigi Miyagi pela orientação sempre pertinente, coerente e

lúcida, que permitiram encontrar o rumo correto e o destino alcançado por este trabalho.

A Prof. Dra. Emilia Villani, pela paciência e atenção constantes, com sugestões e

contribuições que permitiram que este trabalho alcançasse seu objetivo.

Ao SENAI-CIMATEC, pelo apoio durante todo o desenvolvimento do trabalho, desde a

entrada no programa até sua conclusão, permitindo a sua divulgação em vários eventos.

A minha família, minha mãe Conceição, minha esposa Graça e meu filho Henrique,

verdadeira motivação, não só para o desenvolvimento e conclusão deste trabalho, mas para

toda minha vida.

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Índice Lista de Figuras................................................................................................ii

Lista de Símbolos.............................................................................................iv

Lista de Sinais..................................................................................................vi

1. Introdução..............................................................................1

1.1. Motivação e Justificativa.................................................................... 1

1.2. Objetivo.............................................................................................. 5

1.3. Organização do trabalho..................................................................... 6

2. Modelagem e Análise de Sistemas de Ar Condicionado.... 7

2.1. Sistemas de Condicionamento de Ar em Edifícios Inteligentes......... 7

2.2. Classificação de Sistemas................................................................... 13

2.3. Modelagem de Sistemas Híbridos....................................................... 14

2.4. Controle Baseado em Redes de Petri.................................................. 17

2.5. Comentários Adicionais...................................................................... 20

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3. Metodologia............................................................................21

3.1. Metodologia Original......................................................................... 21

3.2. Modificações propostas...................................................................... 26

3.3. Comentários Adicionais...................................................................... 32

4. Exemplo de aplicação da metodologia................................ 33

4.1. O Senai-Cimatec................................................................................ 33

4.2. Definição e modelagem das estratégias de gerenciamento................ 39

4.3. Construção dos modelos dinâmicos.................................................. 44

4.3.1. Modelagem do sistema de gerenciamento................................. 44

4.3.2. Modelagem dos sistemas de controle local................................ 58

4.3.3. Modelagem do sistema de ar condicionado............................... 70

4.4. Análise estrutural e dinâmica dos modelos....................................... 92

5. Conclusões............................................................................. 104

6. Referências Bibliográficas................................................... 107

iii

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Lista de Figuras

Figura 1.1. Building Management System.......................................................................... 04

Figura 2.1. Esquema de um sistema de ar condicionado central por expansão indireta...... 09

Figura 2.2. Esquema de operação para sistema VAV.......................................................... 11

Figura 2.3. SED x SVC x Sistema Hibrido.......................................................................... 13

Figura 2.4. Interações do sistema de ar condicionado em EI............................................... 14

Figura 2.5. Rede de Petri Predicado/Transição Diferencial................................................. 18

Figura 3.1. Etapas da metodologia (derivado de Villani & Miyagi, 2004).......................... 22

Figura 3.2. Detalhamento da etapa Construção dos Modelos (derivado de

Villani & Miyagi, 2004)....................................................................................................... 23

Figura 3.3. Exemplo de um modelo em Production Flow Schema – PFS........................... 24

Figura 3.4. Detalhamento para estratégia [ Redução da Produção de Frio] (derivado de

Villani & Miyagi, 2004)...................................................................................................... 28

Figura 3.5. Detalhamento proposto para estratégia [ Redução da Produção de Frio].............. 29

Figura 3.6. Detalhamento proposto para sistema de controle local de chiller..................... 30

Figura 3.7. Modelo do fluxo de água gelada no resfriamento do chiller............................. 32

Figura 4.1. Planta baixa do nível 1....................................................................................... 34

Figura 4.2. Planta baixa do nível 2....................................................................................... 35

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Figura 4.3. Planta baixa do nível 3....................................................................................... 35

Figura 4.4. Planta baixa do nível 4....................................................................................... 36

Figura 4.5. Modelo em PFS das estratégias de controle para zona 2................................... 45

Figura 4.6. Modelo em PFS das estratégias de controle para Zonas 1 e 3........................... 45

Figura 4.7. Modelo PFS das estratégias para equipamentos de produção de água gelada.. 46

Figura 4.8. Detalhamento da atividade [ Incêndio – para as Zonas 1 ou 3].............................. 46

Figura. 4.9. Detalhamento da atividade [Área em Parada Longa – para a Zona 1].................. 47

Figura 4.10. Detalhamento da atividade [Área Utilizada – para a Zona 1]................................. 48

Figura 4.11. Estratégia de gerenciamento para [ Área não utilizada] (E3) ou

[ Área em Parada Longa ] (E2).......................................................................................................... 49

Figura. 4.12. Estratégia de gerenciamento para [ Área utilizada ] (E1).................................. 51

Figura 4.13. Estratégia de controle [Aumento na produção de frio]......................................... 54

Figura 4.14. Detalhamento da estratégia [Redução da Produção de Frio]............................... 56

Figura 4.15. Novo detalhamento da estratégia [ Redução da Produção de Frio]...................... 59

Figura 4.16. Controle local de tomada de ar exterior........................................................... 59

Figura 4.17. Controle local de fan coil................................................................................. 61

Figura 4.18. Controle local de VAV.................................................................................... 63

Figura 4.19 Controle local de chillers................................................................................... 64

v

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Figura 4.20. Controle local de desempenho dos chillers..................................................... 65

Figura 4.21. Controle local de bombas primárias................................................................ 68

Figura 4.22. Controle local da bomba secundária 1............................................................ 69

Figura 4.23. Controle local das bombas secundárias 2 e 3................................................... 70

Figura 4.24. Sub-sistemas do ar condicionado.................................................................... 71

Figura 4.25. Detalhamento da atividade [Condicionamento de ar – Sub-sistema i].................. 72

Figura 4.26. Detalhamento da atividade [ Distribuição do ar]................................................. 73

Figura 4.27. Detalhamento da atividade [ Produção de Água Gelada]...................................... 74

Figura 4.28. Modelo da atividade [Mistura do ar de retorno]..................................................... 76

Figura 4.29. Modelo da atividade [Mistura do ar de retorno com o ar de renovação].................. 77

Figura 4.30. Modelo das atividades que ocorrem no fan coil................................................ 78

Figura 4.31. Modelo das atividades relacionadas ao insuflamento e retorno de ar............... 81

Figura 4.32. Detalhamento da atividade [Mistura de água gelada]........................................... 87

Figura 4.33. Detalhamento da atividade [Imposição de fluxo em bombas]................................ 89

Figura 4.34. Detalhamento da atividade [Divisão no fluxo de água gelada]............................... 90

Figura 4.35. Modelo do sistema de água gelada no simulador Virtual Object Net............. 94

Figura 4.36. Simulação 2 do sistema de água gelada indisponibilizando chiller 1 e

BS1 no simulador................................................................................................................. 98

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Figura 4.37. Modelo do sistema de distribuição de ar no simulador................................... 101

Figura 4.38. Modelo do fluxo de ar nos ramais no simulador.............................................. 103

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Lista de Símbolos e Abreviaturas

ε – efetividade do trocador de calor

σ - densidade

τ - constante de tempo do sistema

A – seção reta de tubulação ou duto

AL - cada lugar pi um vetor Xpi de variáveis pertencentes a X

AC - função de habilitação ei(.) a cada transição ti,

AA - função de junção ji(.) a cada transição ti,

AF - sistema de equações diferenciais algébricas Fi, cujas variáveis são Xpi e suas derivadas

BMS - building management system

BP – bomba primária

BS – bomba secundária

C - capacidade térmica

Cp – calor específico do ar a pressão constante

CT - carga térmica

CoPN - control Petri net

g - gravidade

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Fi cor – fator de correção devido a cor da parede ou teto

IA – inter-atividade

L – comprimento equivalente de perda de carga em linha reta

Lr - conjunto finito de lugares de dimensão n

NTU – unidades de transferência térmica da serpentina

P - pressão

PFS - production flow schema

PID – proporcional integral derivativo

Pre: Lr × Tr - arcos orientados de lugares para transições

Pos: Tr × Lr - arcos orientados de transições para lugares

PTD – predicado transição diferencial

Q - vazão

SED – sistema a eventos discretos

SFC - sequential function chart

SIPN - signal interpreted Petri net

STL - statement list

SVC – sistema de variáveis contínuas

T – temperatura

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Tr - conjunto finito de transições de dimensão m

t – tempo

TAE – tomada de ar exterior

TR – tonelada de refrigeração

U – coeficiente de incidência solar

UA – coeficiente global de transferência de calor

VAC – volume de ar constante

VAV – volume de ar variável

X - conjunto de variáveis formais em uma rede

Z – diferença de altura

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Lista de Sinais

AN – Sinal do supervisório (intervenção do operador) tornando fan coil N indisponível

BN – Sinal do supervisório (intervenção do operador) tornando bomba N indisponível

GN – Sinal do supervisório (intervenção do operador) tornando chiller N indisponível

FN – Sinal do supervisório (intervenção do operador) desligando o chiller N, em 100%

DN – Sinal de equipamento indisponível para uso

IX – Sinal de programação do supervisório ou do sensor de presença x

ON – Sinal de condição fan coil N ligado

YN – Sinal de condição chiller N ligado

WN – Sinal de condição bomba N ligada

RN – Sinal de condição bomba N desligada e disponível para uso

UY – Sinal de condição sistema de controle da VAV y em funcionamento

E1N – Sinais de habilitação da estratégia área utilizada

E2N – Sinais de habilitação da estratégia área em parada longa

E3N – Sinais de habilitação da estratégia área não utilizada

E4N – Sinais de habilitação da estratégia aumento de produção de frio

E5N – Sinais de habilitação da estratégia redução de produção de frio

DCN – Sinal determinando o desligamento do chiller, a partir do sistema de controle de

desempenho.

CMN – Sinal que o chiller N está atuando com desempenho máximo (100%)

S - Sinal do sensor na saída das bombas primárias: T > TSETPOINT CHILLER

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Resumo

Dentre as tendências de uso racional de recursos, principalmente energia, e da

necessidade de assegurar a produtividade e qualidade na execução de atividades produtivas,

destaca-se o conceito de edifício inteligente. Este ambiente materializa o conceito de

integração dos sistemas prediais potencializando a otimização dos recursos e a eficiência do

trabalho humano.

Neste contexto, abordagens conceituais baseadas em sistemas a eventos discretos e

técnicas derivadas de rede de Petri têm sido introduzidas como uma alternativa eficaz de

modelagem e análise das soluções de integração dos sistemas prediais. Um resultado

expressivo destas iniciativas são os métodos propostos para a modelagem e análise de

estratégias de gerenciamento de sistemas de ar condicionado, utilizando uma abordagem

híbrida, onde são considerados os aspectos de sistemas a eventos discretos e as variáveis de

dinâmica contínua.

Contudo, as abordagens e métodos existentes são limitados a soluções específicas de

implementação, como os sistemas de ar condicionado com volume de ar contínuo. Assim, o

presente trabalho introduz uma extensão destas abordagens para modelar e analisar soluções

de automação predial que incluem sistemas de ar condicionado com volume de ar variável. A

eficiência deste método na concepção e validação destas soluções é ilustrada através de um

estudo de caso.

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Abstract

Among the trends of rational use of resources, especially energy, and the need to

ensure productivity and quality in the implementation of productive activities, there is the

concept of intelligent building. This environment materializes the concept of integrating

building systems, powering the optimization of resources and the efficiency of human labor.

In this context, conceptual approaches that are based on systems of discreet events and

techniques, which are derived from the Petri nets, have been introduced as an effective

alternative to modeling and analysis of solutions of building systems integration. A significant

result of these initiatives are the proposed methods for modeling and the analysis of strategies

for air conditioning systems management using a hybrid approach where the aspects of

systems of discreet events and the variables of continuing dynamic are considered.

However, the existing methods and approaches are limited to their specific

implementation solutions, such as air conditioning systems with continuous volume of air.

Thus, this work introduces an extension of these approaches to model and analyze the

building automation solutions that include air conditioning systems with variable volume of

air. The efficiency of this method in the design and validation of these solutions is illustrated

through a case study.

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1. Introdução

1.1.Motivação e Justificativa

No atual contexto mundial, a utilização de recursos de forma econômica e sustentável

é um requisito fundamental no projeto de novos sistemas. Em particular nos sistemas

produtivos e na infra-estrutura civil envolvida, estes requisitos são decisivos para a

viabilização financeira de novas instalações industriais, comerciais ou residenciais. Entre os

principais pontos a serem considerados estão os custos diretos, relacionados ao consumo de

água, energia elétrica, entre outros, e os custos indiretos, relacionados à manutenção e

operação dos sistemas que hoje compõem a infraestrutura civil. No caso específico de

edificações, além da questão econômica, outro ponto importante no projeto de sistemas

prediais é a maximização do conforto e segurança, os quais contribuem significativamente

para o aumento da produtividade e satisfação dos ocupantes [Villani & Miyagi, 2004].

Neste contexto, os crescentes avanços tecnológicos nas áreas de automação,

abrangendo as tecnologias de comunicação, mecatrônica e processamento de informações,

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permitem a consideração e o atendimento de requisitos adicionais como flexibilidade,

segurança, e produtividade no projeto de edifícios modernos [Sierra et al., 2005].

Desta forma, ganha importância o conceito do chamado edifício inteligente, onde é

oferecido ao usuário um ambiente produtivo e econômico através da otimização de quatro

elementos básicos, que são: estrutura, sistemas, serviços e manutenção, além da inter-relação

entre eles. Um edifício inteligente, também chamado edifício de alta tecnologia, deve

conseguir, da melhor maneira possível, suprir as necessidades atuais e futuras de seus

usuários, tornar a gestão mais racional e econômica e, integrar equipamentos e serviços nas

áreas operacionais [Miyagi, 2002].

Pode-se destacar os seguintes sistemas que compõem um edifício inteligente [Bolzani,

2004]:

- Sistemas de Segurança Patrimonial;

- Sistemas de Controle de Acesso;

- Sistemas de Controle de Iluminação;

- Sistemas de Prevenção e Combate a Incêndio;

- Sistemas de Telecomunicações;

- Sistemas de Fluidos e Detritos;

- Sistemas de Ventilação, Aquecimento e Ar Condicionado;

- Sistemas de Gerenciamento e Controle de Consumo de Energia;

- Sistemas para Gerenciamento de Informações;

- Sistemas de Monitoração e Controle de Manutenção;

- Sistemas de Redes de Computadores;

- Sistemas de Elevadores;

- Sistemas de Sonorização;

- Sistemas de Utilidades (ar comprimido, gases, subestação, gerador, bombas, etc.);

- Sistema Central de Supervisão e Controle.

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De forma simplificada, pode-se dizer que a operação de um edifício inteligente é

baseada na monitoração e controle de processos realizados através da coleta, processamento e

envio de informações utilizando sensores, atuadores e microprocessadores, a partir de

programações previamente definidas pelo operador [Villani, 2000].

Dentre os sistemas que compõem um edifício inteligente, destaca-se o sistema de ar

condicionado, que influencia sensivelmente tanto o aspecto econômico, por ser responsável

muitas vezes por mais de 60% do consumo de energia em uma edificação, além dos custos de

manutenção, quanto os aspectos de produtividade e satisfação dos usuários, por ser

responsável pela manutenção do conforto térmico dos mesmos, regulando parâmetros como

temperatura, umidade e grau de renovação do ar ambiente [Creder, 2004].

O conceito de edifício inteligente está estreitamente vinculado à efetiva integração dos

sistemas que controlam as atividades em uma edificação. Quando não existe uma

comunicação entre estes sistemas, o resultado muitas vezes é contrário ao desejado,

resultando em ações incompatíveis ou indesejadas, e que inclusive aumentam os custos

operacionais e de manutenção [Bolzani, 2004].

Nos edifícios convencionais, são comuns os casos de situações como o direcionamento

uniforme do fluxo de ar condicionado para ambientes distintos, sem levar em consideração as

diferentes taxas de ocupação ou cargas térmicas ambientes em função dos índices de

insolação. O mesmo se aplica ao sistema de iluminação, com a ativação em ambientes onde

seria desnecessário seu funcionamento, tanto pela taxa de ocupação quanto pela luminosidade

natural existente.

Este cenário pode ser agravado em edificações onde todos os sistemas são

individualmente automatizados, mas não integrados. Situações conflitantes entre estes

sistemas podem levar a inter-travamentos que comprometem o conforto e até mesmo a

segurança dos ocupantes.

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Neste contexto, a existência de uma estrutura central de gerenciamento robusta e

confiável, onde as informações possam ser compartilhadas em tempo real, é fundamental para

o atendimento dos requisitos de segurança, conforto e economia em um edifício inteligente.

Esta estrutura é comumente chamada de sistema de gerenciamento do edifício (BMS =

Building Management System), conforme Figura 1.1 [Villani, 2000].

BMS

Sistema de Ar

Condicionado

Sistema de Controle de

Acesso

Sistema de Iluminação

Fig. 1.1. Estrutura de um sistema de gerenciamento do edifício

Para garantir a confiabilidade deste sistema de gerenciamento, modernas técnicas de

modelagem e simulação procuram a abstração adequada do comportamento dos sistemas do

edifício e da integração entre estes. Desta forma, situações conflitantes são previamente

detectadas, garantindo uma operação segura. A vanguarda dos avanços tecnológicos nesta

área encontra-se justamente no aperfeiçoamento destas técnicas de modelagem e simulação,

tornando-as cada vez mais efetivas para avaliação de situações práticas, mesmo com a

crescente complexidade apresentada pelos modernos sistemas automatizados.

A integração do controle do sistema de ar condicionado aos demais sistemas

automatizados, como sistema de controle de incêndio, sistema de controle de acesso,

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elevadores, dentre outros, sob um sistema de gerenciamento central, é fundamental para a

otimização dos sistemas e recursos envolvidos.

Dentro do contexto apresentado, destaca-se a metodologia para modelagem e

simulação de sistemas de ar condicionado em edifícios inteligentes, proposta em Villani &

Miyagi (2004). A referida metodologia utiliza-se de uma abordagem híbrida, onde são

considerados aspectos discretos e contínuos do processo, enfatizando estratégias que

envolvem interfaces com outros sistemas do edifício. Esta metodologia inicia-se com a

construção de modelos em PFS (Production Flow Schema) [Miyagi, 1996] e, a partir destes,

obtém um modelo do sistema de ar condicionado em rede de Petri Predicado/Transição

Diferencial.

Contudo, a metodologia proposta por Villani & Miyagi (2004) apresenta algumas

limitações/restrições, uma vez que não considera as novas tecnologias que são atualmente

utilizadas nos sistemas de ar condicionado. O controle de desempenho de equipamentos como

bombas e compressores, quando não existe demanda para sua capacidade máxima e, o sistema

de controle de temperatura de ambientes climatizados com volume de ar variável são

exemplos de tecnologias que não são abordadas. Além disso, a metodologia não considera a

proteção aos equipamentos críticos, como os compressores, nas estratégias de controle, o que

pode ocasionar colapso no sistema em caso de falha do sistema de proteção local. Desta

forma, justifica-se a proposta de adequações e aprimoramentos na metodologia, através da

inserção destas variantes.

1.2. Objetivo

O objetivo deste trabalho é a adequação e ampliação da metodologia proposta em

Villani & Miyagi (2004) para diferentes configurações de sistemas de gerenciamento e

controle de sistemas de ar condicionado. Em particular, são introduzidas soluções para

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incorporar na metodologia as modificações necessárias para o controle de sistemas VAV

(volume de ar variável), variação de velocidade de bombas e ventiladores e, inclusão de

intertravamentos de segurança no acionamento dos dispositivos.

1.3. Organização do trabalho

O capítulo 2 apresenta as principais características de um sistema de ar condicionado,

discutindo as variações conceituais, como expansão direta e indireta, e as metodologias de

controle de temperatura ambiente, como VAC (volume de ar constante) e VAV (volume de ar

variável). Em seguida, é apresentado um estudo sobre sistemas a eventos discretos, sistemas

de variáveis contínuas e sistemas híbridos, incluindo uma discussão sobre técnicas de

modelagem de sistemas híbridos baseadas em rede de Petri e suas aplicações para sistemas de

ar condicionado. Por fim, tem-se uma exposição sobre as técnicas para implementação em

controladores programáveis das estratégias de controle modeladas em rede de Petri .

O capítulo 3 apresenta a metodologia proposta para modelagem e simulação do

sistema de ar condicionado que envolve desde as estratégias de controle até o sistema de ar

condicionado propriamente dito, incluindo o sistema de controle local dos sub-sistemas.

Destacam-se neste capítulo as modificações e os aprimoramentos propostos sobre o trabalho

de Villani & Miyagi (2004).

O capítulo 4 apresenta um exemplo, onde se aplica a metodologia proposta para o

prédio do SENAI-CIMATEC, em Salvador – Bahia.

O capítulo 5 apresenta as principais conclusões obtidas, assim como sugestões para

prosseguimento de trabalhos nesta área.

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2. Modelagem e Análise de Sistemas de

Ar Condicionado

Este capítulo apresenta os principais conceitos necessários para compreensão da

proposta deste trabalho. Apresenta-se inicialmente uma descrição de sistemas de

condicionamento de ar em edifícios inteligentes. Em seguida é introduzida uma classificação

de sistemas dinâmicos e discutem-se técnicas de modelagem de sistemas de ar condicionado.

2.1.Sistemas de Condicionamento de Ar em Edifícios

Inteligentes

Condicionar o ar é o processo do tratamento do ar, de modo a ajustar simultaneamente

a temperatura, a umidade, a pureza e a distribuição (velocidade) de ar, para atender as

necessidades de um determinado recinto [Creder, 2004].

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As principais funções do sistema de ar condicionado em um edifício são garantir o

conforto térmico aos seus ocupantes e propiciar condições ideais de funcionamento para

equipamentos ou sistemas produtivos.

A condição de conforto térmico para um indivíduo se caracteriza pela satisfação deste

com as condições térmicas do ambiente onde se encontra. Neste caso, pode-se dizer que existe

uma situação de equilíbrio térmico, quando o indivíduo perde para o ambiente a mesma

quantidade de calor produzida por seu metabolismo [Trane, 1980].

Com a caracterização dos aspectos que influenciam a produtividade e qualidade do

trabalho humano e de equipamentos eletro-eletrônicos, eletromecânicos e mecânicos, o

condicionamento do ar passou a ser um fator determinante para garantir a execução eficiente

de tarefas e o perfeito funcionamento das máquinas em certos ambientes. Desta forma, não

somente centrais de processamento de dados, com seus computadores, mas até mesmo as

plantas industriais, exigem atualmente a manutenção das condições ideais de climatização

ambiental. Laboratórios de metrologia, laboratórios clínicos, salas limpas industriais e

estações de transmissão de sinais eletromagnéticos e/ou ópticos são exemplos de locais onde o

rigoroso controle do condicionamento do ar são exigências fundamentais.

Como principais parâmetros a serem controlados por um sistema de condicionamento

de ar pode-se destacar a temperatura, velocidade relativa, umidade, concentração de CO2,

existência de odores e pureza quanto a particulados. Cabe ao sistema de ar condicionado

manter a combinação adequada das variáveis acima, de forma a atender as necessidades de

conforto térmico do usuário e/ou para funcionamento ideal de equipamentos [Trane, 1980].

Um sistema de ar condicionado pode ser dividido em duas partes básicas: o sistema de

produção térmica, responsável pela produção de frio e/ou de calor e, o sistema de distribuição

térmica, responsável pelo encaminhamento do frio ou calor gerado ao ambiente a ser

climatizado [Carrier, 1986 ]. Um exemplo é apresentado na Figura 2.1.

8

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PRODUÇÃO DE FRIO - CHILLER

FAN COIL

AMBIENTE

BOMBASPRIMÁRIAS

BOMBASSECUNDARIAS

DUTOS DE INSUFLAMENTO

DUTOS DE RETORNO

PRODUÇÃO TÉRMICA

DISTRIBUIÇÃOTÉRMICA

PRODUÇÃO DE CALOR - BOILER

PRODUÇÃO DE FRIO - CHILLER

FAN COIL

AMBIENTE

BOMBASPRIMÁRIAS

BOMBASSECUNDARIAS

DUTOS DE INSUFLAMENTO

DUTOS DE RETORNO

PRODUÇÃO TÉRMICA

DISTRIBUIÇÃOTÉRMICA

PRODUÇÃO DE CALOR - BOILER

Fig. 2.1. Esquema de um sistema de ar condicionado central por expansão indireta.

Quanto à produção térmica, um sistema de ar condicionado pode ser classificado em

dois tipos [Creder, 2004]:

• Expansão direta: neste caso, a troca de calor é feita diretamente entre o fluido refrigerante

e o ar a ser condicionado. A serpentina de troca térmica trabalha como o evaporador do

ciclo de refrigeração do fluido refrigerante. Dentre os equipamentos que utilizam esta

tecnologia, pode-se destacar os aparelhos convencionais de ar condicionado de janela, os

aparelhos de ar condicionado do tipo split e self-contained, que podem ter insuflamento

direto no ambiente ou trabalhar com redes de distribuição.

• Expansão indireta: neste caso, existe um fluido intermediário (ou auxiliar), normalmente

água, que é resfriado em unidades relativamente grandes de resfriamento, chamadas

chillers, ou aquecido em unidades de aquecimento, chamadas boilers, para então ser

conduzido às unidades onde ocorre a troca térmica entre o fluido intermediário e o ar a ser

condicionado. Estas unidades, compostas basicamente de uma serpentina para troca

térmica e um ventilador para insuflamento e retorno do ar são chamadas de fan coils. A

9

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partir destas unidades, o insuflamento para os ambientes também pode ser direto ou

através de redes de distribuição.

Nos dois casos, a transferência do calor removido do ambiente interno para o ambiente

externo pode ser feita diretamente para o ar, através dos condensadores a ar, ou utilizando

também a água como fluido auxiliar, encaminhando-a para as torres de resfriamento, onde

ocorre a liberação do calor para a atmosfera.

O sistema de distribuição térmica é responsável por levar o ar após o seu

condicionamento ao ambiente de destino, assim como promover o retorno do ar que se

encontrava no ambiente para ser novamente condicionado. O condicionamento do ar envolve

a sua renovação, a partir da admissão de ar externo pela tomada de ar exterior e mistura com o

ar de retorno do ambiente, o seu resfriamento/aquecimento, através da troca térmica na

serpentina e sua filtragem, para retenção de impurezas e particulados. O ar é então levado aos

ambientes através de uma rede de dutos de insuflamento, termicamente isolada, projetada de

forma a garantir vazão de ar e níveis de ruído compatíveis com os ambientes climatizados.

Após a troca térmica no ambiente, o ar retorna através de uma rede de dutos de retorno, ou

através de venezianas, para o recondicionamento. Normalmente, a mistura do ar de retorno

com o ar exterior para renovação é efetuada em uma caixa de mistura. O fluxo de ar através

do sistema é assegurado pelo acionamento de um ventilador, do tipo turbina, que mantém a

pressão e vazão necessárias para o funcionamento do sistema [Carrier, 1986].

Existem diversas variações sobre a forma de controle da temperatura dos ambientes

climatizados. O sistema de controle por zonas, que mantém toda área atendida (chamada de

zona) por um mesmo climatizador sob a mesma temperatura tem, em geral, um sensor de

temperatura instalado no duto de retorno, próximo ao climatizador, após a parte que mistura o

ar de todos os ambientes. A partir do sinal emitido por este sensor, a vazão de água gelada que

passa pela serpentina de transferência de calor do climatizador é regulada através de uma

válvula de duas ou três vias, ajustando desta forma a temperatura do ar insuflado. Este sistema

10

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é conhecido como sistema de controle de temperatura VAC (volume de ar constante), uma

vez que não há variação na vazão do ar insuflado, somente na sua temperatura do ar insuflado.

Em sistemas de controle individualizado por ambiente, onde a temperatura pode ser

regulada de forma independente, cada ambiente tem seu próprio sensor de temperatura, cujo

sinal determina o posicionamento do damper VAV (volume de ar variável), instalado no duto

de insuflamento do ambiente. Neste caso, o ajuste da temperatura é feito através da regulação

do volume de ar insuflado sobre o ambiente, conforme apresentado na Figura 2.2 [Honeywell,

1995].

Assim, no sistema VAV de controle de temperatura, tem-se dois sistemas de controle

em malha fechada, normalmente utilizando inversores de freqüência, para determinar a

velocidade do ventilador do fan coil, a partir da pressão do ar na rede de dutos de

insuflamento de ar e, para determinar a velocidade de funcionamento das bombas secundárias

de distribuição de água, a partir da pressão da água na rede de distribuição [Sauer et al.,

2001].

Fig. 2.2. Esquema de operação para sistema VAV

11

SALAS DE AULA

CIRCUITO DE RETORNO DE AR

CIRCUITO DE ÁGUA GELADAVÁLVULA DE DUAS VIAS

VAV

DIFUSORES

CIRCUITO DE INSUFLAMENTO

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Em uma edificação comercial, o sistema de ar condicionado é responsável por

aproximadamente 55% do consumo de energia elétrica, envolvendo as atividades de

aquecimento, refrigeração e movimentação de ar. O aumento do custo da energia elétrica tem

motivado o desenvolvimento de novas tecnologias para redução do consumo. Para os sistemas

de ar condicionado, têm sido introduzidas tecnologias como sistemas de volume de ar variável

(VAV), sistemas de controle com malha fechada para bombas de distribuição de água, com

inversores de freqüência e controle de desempenho para compressores de refrigeração [Sauer

et al, 2001].

Segundo dados da ABRAVA (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar

Condicionado, Ventilação e Aquecimento), praticamente todos os sistemas de ar

condicionado instalados a mais de 10 anos são candidatos ao retrofitting, que consiste na

atualização de sistemas antigos, tornando-os compatíveis com as modernas tecnologias de

automação para otimização de recursos. Em termos comparativos, os sistemas atuais chegam

a ser 60% mais eficientes, com relação custo-benefício mais favorável quanto à economia de

energia e investimento direto [Bolzani, 2004].

Em edifícios inteligentes, o sistema de ar condicionado encontra-se integrado aos demais

sistemas prediais. Como exemplo, pode-se citar a integração a sistemas de controle de acesso,

o que proporciona o acionamento do sistema de ar condicionado somente quando é verificada

a presença de usuários nos ambientes, ou com o sistema de combate a incêndio, de forma a

controlar o fluxo de ar para zonas onde esteja ocorrendo o incêndio, reduzindo assim o

volume de ar que venha a alimentar o fogo, ou em zonas adjacentes à de ocorrência do

incêndio, de forma a impedir a propagação da fumaça.

12

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2.2.Classificação de Sistemas

Os sistemas de ar condicionado são sistemas dinâmicos, e como tais, podem ser

classificados com base na caracterização de suas variáveis de estado em relação ao tempo,

conforme Figura 2.3 [Cardoso & Valette, 1997].

Os sistemas a eventos discretos (SEDs) caracterizam-se pelas transições instantâneas

entre estados discretos. As variáveis de estado variam abruptamente em determinados

instantes. Estes sistemas são em geral baseados em regras e procedimentos definidos pelo

homem. Para este tipo de sistema, o objetivo do controle é a execução de operações,

caracterizados pela ocorrência de eventos, conforme um procedimento pré-definido [Miyagi,

1996].

Sistemas Híbridos

Sistemas de Variáveis Contínuas

dx/dt =f(x,u,t)

Estado(x), entradas (u)

Tempo

x(t)

Sistemas a EventosDiscretos

e1 e2 e3 e4 e5

a0

a2

a3

a4

a1

Sistemas Híbridos

Sistemas de Variáveis Contínuas

dx/dt =f(x,u,t)

Estado(x), entradas (u)

Tempo

x(t)

Sistemas de Variáveis Contínuas

dx/dt =f(x,u,t)

Estado(x), entradas (u)

Tempo

x(t)

dx/dt =f(x,u,t)

Estado(x), entradas (u)

Tempo

x(t)

Sistemas a EventosDiscretos

e1 e2 e3 e4 e5

a0

a2

a3

a4

a1

Sistemas a EventosDiscretos

e1 e2 e3 e4 e5

a0

a2

a3

a4

a1

e1 e2 e3 e4 e5

a0

a2

a3

a4

a1

a0

a2

a3

a4

a1

Fig. 2.3. SED x SVC x Sistema Hibrido

A principal característica dos sistemas de variáveis contínuas (SVCs) é que as

variáveis de estado evoluem de forma contínua no tempo, em função de fenômenos da

natureza, isto é, baseadas em leis físicas. Para sua modelagem, os sistemas de equações

diferenciais são ferramentas comprovadamente eficazes. Nestes sistemas, o objetivo básico do

controle normalmente é igualar o valor de uma variável de controle a um valor de referência.

13

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A partir destes conceitos, deriva-se a idéia de sistemas híbridos, onde é necessária a

análise tanto do ponto de vista contínuo quanto das interferências proporcionadas pelos

eventos discretos. São encontradas aqui características tanto dos SEDs como dos SVCs. Um

exemplo prático deste tipo de sistema são os sistemas de ar condicionado em edifícios

inteligentes, onde existem estados discretos, caracterizados pelos status de equipamentos e

variáveis contínuas no tempo, como os sinais dos sensores de temperatura, além da interação

necessária com outros sistemas, como os de combate a incêndio, controle de acesso e

iluminação. A característica contínua também é marcante, através de variáveis contínuas

como temperatura e umidade, com comportamentos regidos por leis físicas, assim como na

interação com os ambientes interno e externo, conforme ilustrado na Figura 2.4 [Villani &

Miyagi, 2004].

Sistema de Controle de Acesso

Sistema de Iluminação

Status de Equipamentos

InteraçãoDiscreta

AmbienteInterno

AmbienteExterno

InteraçãoContínua

InteraçãoContínua

InteraçãoDiscreta

InteraçãoDiscreta

Sistema de Ar Condicionado

Sistema de Controle de Acesso

Sistema de Iluminação

Status de Equipamentos

InteraçãoDiscreta

AmbienteInterno

AmbienteExterno

InteraçãoContínua

InteraçãoContínua

InteraçãoDiscreta

InteraçãoDiscreta

Sistema de Ar Condicionado

Fig. 2.4. Interações do sistema de ar condicionado em EI.

2.3.Modelagem de Sistemas Híbridos

Entre os formalismos disponíveis para modelagem de SEDs, destaca-se a rede de Petri.

A rede de Petri foi proposta por Carl Adam Petri em 1962 e pode ser vista de diversas formas

[Cardoso & Vallete, 1997]:

14

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• Como um grafo orientado com dois tipos de nós e um conjunto de regras que regem o

comportamento dinâmico de elementos do grafo;

• Como um conjunto de matrizes de inteiros positivos ou nulos, com comportamento

dinâmico descrito por uma equação linear;

• Como um sistema de regras sob a forma condição → ação.

Formalmente, pode-se definir uma rede de Petri ordinária como uma 4-tupla: R= <Lr, Tr, Pre,

Pos>, onde:

- Lr = conjunto finito de lugares de dimensão n;

- Tr = conjunto finito de transições de dimensão m;

- Pre: Lr × Tr que define os arcos orientados de entrada das transições, isto é, arcos

orientados de lugares para transições;

- Pos: Tr × Lr que define os arcos de saída das transições, isto é, arcos orientados de

transições para lugares;

- Lr ∩ Tr = Ø, Lr ∪U Tr ≠ Ø

Uma rede de Petri é um grafo bipartido contendo lugares e transições. Arcos orientados

conectam lugares a transições e transições a lugares. Os lugares representam estados e podem

possuir marcas. Na rede de Petri ordinária, os lugares têm capacidade ilimitada para hospedar

marcas. As transições representam eventos. Um conjunto de regras define a habilitação e o

disparo de transições em função do número de marcas nos lugares conectados a estas transições.

O disparo de uma transição também altera a marcação da rede, representando assim o

comportamento dinâmico do sistema modelado [Villani, 2000].

Para modelagem de sistemas híbridos, encontram-se duas vertentes de abordagem. A

primeira baseia-se em extensões de modelos contínuos, com a inclusão de variáveis discretas.

A segunda abordagem fundamenta-se em técnicas de modelagem utilizadas em SEDs, como a

15

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rede de Petri, com a inclusão de elementos representando a variação contínua no tempo das

variáveis. Como o foco deste trabalho é a análise do sistema de controle e gerenciamento,

com características eminentemente discretas, optou-se pela segunda abordagem.

Em Villani & Miyagi (2004), é feita uma análise das propostas presentes na literatura

para extensões da rede de Petri para modelagem de sistemas híbridos. São apresentadas e

analisadas a rede de Petri Híbrida, a rede de Petri Diferencial, a rede de Petri de Alto Nível e a

rede de Petri Predicado/Transição Diferencial. Ao final do estudo, conclui-se que a rede de

Petri Predicado/Transição Diferencial é a mais adequada para modelagem de um sistema de ar

condicionado, pois permite a descrição da dinâmica discreta associada aos modos de

gerenciamento do sistema através da rede de Petri ordinária e, da dinâmica contínua associada

aos fluxos de ar e calor através de sistemas de equações diferenciais.

A rede de Petri Predicado/Transição Diferencial define uma interface entre a rede de

Petri e sistemas de equações diferenciais algébricas, associando-as aos lugares1. Em SVCs, um

determinado conjunto de equações diferenciais algébricas define a evolução das variáveis

contínuas de um sistema. No caso de sistemas híbridos, este conjunto de equações diferenciais

sofre influência da ocorrência de eventos discretos. Assim, na rede de Petri

Predicado/Transição Diferencial, sistemas de equações diferenciais são associadas aos lugares

e as variáveis contínuas são associadas às marcas. A modularidade também é considerada

neste caso para tratar problemas relacionados com as dimensões de uma rede que pode

envolver um número relativamente grande de marcações (estados) possíveis. Desta forma,

tem-se a representação das diversas configurações discretas possíveis do ponto de vista

discreto na rede de Petri, e a representação da evolução contínua do sistema para cada uma

das configurações através das equações diferenciais algébricas associadas aos lugares [Villani

& Miyagi, 2005].

1 No presente texto, os elementos estruturais da rede de Petri estão em Aria l e

16

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Uma rede Predicado/Transição Diferencial marcada pode ser definida formalmente

pela 3-tupla NPTD = <R, A, M0 >, onde:

- R é uma rede de Petri definida pela 4-tupla <Lr, Tr, Pre, Pos>, onde:

• Lr é um conjunto finito de lugares,

• Tr é um conjunto finito de transições,

• Pre é o mapeamento dos arcos que saem de um lugar e estão orientados a uma

transição,

• Pos é o mapeamento dos arcos que saem uma transição e estão orientados a um

lugar;

- A é a inscrição da NPTD , A = <X, AL, AC, AA, AF>, onde:

• X é um conjunto de variáveis formais, cujo valor é um número real,

• AL associa a cada lugar pi um vetor Xpi de variáveis pertencentes a X,

• AC associa uma função de habilitação ei(.) a cada transição ti,

• AA associa uma função de junção ji(.) a cada transição ti,

• AF associa um sistema de equações diferenciais algébricas Fi, cujas variáveis

são Xpi e suas derivadas no tempo;

- M0 é a marcação inicial da rede.

Um exemplo de disparo de uma transição em rede de Petri Predicado/Transição

Diferencial é apresentado na Figura 2.5.

2.4. Controle Baseado em Rede de Petri

A crescente complexidade dos sistemas produtivos tornou necessário o

desenvolvimento de ferramentas efetivas para o projeto e implementação de sistemas de

controle, que permitam sua concepção, detalhamento, verificação e validação antes da

aquisição e instalação de equipamentos e controladores. Neste sentido, a rede de Petri destaca-

17

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se como ferramenta eficaz de modelagem e análise do comportamento de SEDs e de sistemas

híbridos. Inicialmente, o desenvolvimento de procedimentos de conversão de modelos em

redes de Petri em programas de controladores restringia-se aos SEDs, mas a necessidade de

considerar processos híbridos tem demandado o desenvolvimento de procedimentos válidos

também para estes tipos de sistemas [Frey, 2000].

Vetor de Variáveis lr1

lr2

lr3

tr1 <1>

<5, 5>

lr1

lr2

lr3

tr1 <5>

<3, 5>

lr1

lr2

lr3

tr1

<7, 5>

X L1 = <z> X L2 = <g, y > X L3 = <q, y> Sistemas de Equações F : ż 1 – 2 = 0 F2: ġ + 1 = 0

Função de habilitação e 1 : z > g Função de junção j 1 : q = 2z - g

a) Marcação Inicial (t = 0)

b) Rede antes do disparo (t = 2) c) Rede depois do disparo (t = 2)

Fig. 2.5. Rede de Petri Predicado/Transição Diferencial.

Em Uzam et al. (1996), é utilizada a técnica do TPL (token passing logic), que se

aplica à rede de Petri com temporização em lugares e transições (P-timed and T-timed) e à rede

de Petri Colorida. Esta técnica, própria para SEDs, facilita a conversão da rede de Petri numa

especificação da lógica de controle adequada para a geração de programas em diagrama

ladder, usados amplamente nos controladores programáveis atualmente no mercado. A

presença ou ausência de sinais de sensores é tratada através de interpretações das pré-

condições para disparo das transições. Os sinais para os atuadores são associados a lugares. Na

18

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essência, lugares da rede de Petri representam os estados lógicos do processo e as transições

representam as ocorrências dos eventos.

Em Lima II (2002) é apresentada uma outra alternativa que converte modelos de SEDs

desenvolvidos em rede de Petri interpretada para uma linguagem texto, no caso o STL

(statement list), através de uma ferramenta computacional.

Em Lee et al. (2004) é introduzida a rede de Petri de controle - CoPN (control Petri

net), que tem como característica básica ser determinística e utilizar transições temporizadas e

sincronizadas. Este tipo de rede permite uma análise funcional dr um processo a partir das

operações e condições do sistema, associando posições a lugares, incluindo saídas e ações, e

associando as condições às transições. A partir de modelos em CoPN, é feita a análise da

evolução das marcas, transformando a CoPN em funções booleanas, para posterior geração de

diagramas ladder.

Em Frey (2000), é introduzida a utilização de rede de Petri para modelagem e

implementação de controle de sistemas híbridos. Para isso, é apresentado o conceito da rede

de Petri com interpretação de sinais - SIPN (signal interpreted Petri net), que considera a

influência do ambiente sobre o sistema através da definição de sinais, ao invés da influência

baseada nos eventos utilizada em outras interpretações de elementos da rede de Petri. Na

SIPN, as transições são associadas às condições de disparo determinadas por uma função

booleana dos sinais de entrada. Os lugares são associados às ações especificadas pelos sinais

de saída. É introduzido também o conceito de SIPN temporizada, onde tempos de atraso são

associados aos arcos de entrada das transições. A implementação em controladores

programáveis é feita através da conversão da SIPN temporizada em SFC (sequential function

chart). Estes conceitos são estendidos em Frey (2003), onde é apresentado a SIPN

hierárquica, baseando a análise da rede hierárquica na análise das sub-redes, inserindo ainda

sinais não binários. Em Klein et al. (2003) é apresentada uma ferramenta computacional que

19

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permite a conversão automática do modelo em SIPN para programação em lista de instruções

(instruction list) para controladores programáveis.

Em Venkatesh et al. (1994), foi introduzida a utilização da rede de Petri não somente

para a implementação, mas principalmente para validação de sistemas de controle existentes

através da comparação entre a lógica dos diagramas ladder e modelos em rede de Petri. Esta

aplicação vem a ser reforçada em Frey & Litz (2000), onde é feita uma análise de

metodologias para implementação e validação de sistemas de controle a partir da rede de

Petri, para as mais variadas linguagens de programação, tais como lista de instruções, SFC

(sequential flow chart), diagramas ladder, diagramas de blocos funcionais (functional block

diagrams) e textos estruturados (strucutured texts).

Todos estes trabalhos confirmam que um sistema de controle devidamente modelado,

simulado e validado, utilizando a rede de Petri Predicado/Transição Diferenciais pode ser

convertido para programas de controladores programáveis, dentro do contexto de edifícios

inteligentes.

2.5.Comentários Adicionais

A necessidade contínua de desenvolver novas formas de otimização de recursos e de

economia de energia propiciou a evolução dos sistemas de ar condicionado, integrando-os ao

conceito de edifício inteligente. O sistema de controle de temperatura ambiente utilizando o

método de volume de ar variável VAV e a variação de velocidade nas bombas de água gelada

são exemplos de melhorias introduzidas em virtude das novas formas de monitoração e

controle.

Partindo dos conceitos já validados de modelagem híbrida de sistemas de ar

condicionado e usando rede Predicado/Transição Diferenciais, este trabalho explora estes na

metodologia de construção e análise dos modelos.

20

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3. Metodologia

Este capítulo apresenta a metodologia de modelagem e análise de sistemas de ar

condicionado proposta em Villani & Miyagi, (2004) e em seguida introduz as contribuições

propostas para o seu aprimoramento. Estas modificações foram concebidas e detalhadas com

base em problemas identificados com a aplicação prática da metodologia original a estudos de

casos.

3.1. Metodologia Original

A escolha da metodologia proposta em Villani & Miyagi (2004) deve-se ao fato da

mesma já haver sido validada para casos específicos, e em virtude de mostrar-se relativamente

flexível, de forma a permitir a introdução dos aprimoramentos necessários para adequação a

novos contextos.

Esta metodologia não interpreta como entidades discretas os elementos que

representam variáveis contínuas nem interpreta como entidades contínuas os elementos que

representam eventos discretos. A metodologia envolve a definição de uma interface entre os

21

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dois modelos de modo a permitir maior flexibilidade de modelagem tanto na parte contínua

quanto na parte discreta. Ela tem como base o detalhamento gradual dos modelos de partes

que compõem o sistema segundo uma abordagem hierárquica.

A referida metodologia é organizada em três etapas principais, conforme apresentado

na Figura 3.1.:

) Definição das estratégias

eventos e ações de cada estratégia, os componentes

do siste

Fig. 3.1. Etapas da metodologia (derivado de Villani & Miyagi, 2004)

Etapa 1Definição das estratégias

Etapa 2Construção de modelos

dinâmicos

Etapa 3Análise estrutural e dinâmica

dos modelos

Etapa 1Definição das estratégias

Etapa 1Definição das estratégias

Etapa 2Construção de modelos

dinâmicos

Etapa 2Construção de modelos

dinâmicos

Etapa 3Análise estrutural e dinâmica

dos modelos

Etapa 3Análise estrutural e dinâmica

dos modelos

a

Contempla-se aqui a seqüência de

ma de ar condicionado sobre os quais a estratégia de funcionamento e controle atua, e

em que situações ela é executada. Após a definição de cada estratégia, deve-se analisar sua

22

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influência sobre as propriedades do ambiente e dos fluxos de ar e água, como vazão,

temperatura, pressão, umidade, etc, uma vez que sua inserção no sistema de gerenciamento

trará conseqüências para cada uma destas propriedades. Também devem ser analisadas as

interfaces de cada estratégia com o sistema de gerenciamento do sistema de ar condicionado,

uma vez que estas passarão a fazer parte deste, e com os demais sistemas do edifício, já que

sua atuação influenciará ou sofrerá influência destes.

interfaces de cada estratégia com o sistema de gerenciamento do sistema de ar condicionado,

uma vez que estas passarão a fazer parte deste, e com os demais sistemas do edifício, já que

sua atuação influenciará ou sofrerá influência destes.

bb) Construção dos modelos

dos individualmente o sistema de gerenciamento, o

sistema

ara a modelagem do sistema de gerenciamento, devem ser consideradas todas as

estratégias de controle previamente definidas. Esta modelagem pode utilizar como ferramenta

) Construção dos modelos

dos individualmente o sistema de gerenciamento, o

sistema

ara a modelagem do sistema de gerenciamento, devem ser consideradas todas as

estratégias de controle previamente definidas. Esta modelagem pode utilizar como ferramenta

Nesta etapa, devem ser modelaNesta etapa, devem ser modela

de controle local dos equipamentos, o sistema de ar condicionado propriamente dito e

os ambientes internos, para posterior integração dos modelos, conforme esquema apresentado

na Figura 3.2.

de controle local dos equipamentos, o sistema de ar condicionado propriamente dito e

os ambientes internos, para posterior integração dos modelos, conforme esquema apresentado

na Figura 3.2.

Fig. 3.2. Detalhamento da etapa Construção dos Modelos (derivado de Villani & Miyagi, 2004) Fig. 3.2. Detalhamento da etapa Construção dos Modelos (derivado de Villani & Miyagi, 2004)

Modelagem do Sistema de Ar Condicionado

Modelagem dos Sistemas de

Controle Local

Modelagem dos Sistemas de

Controle Local

Modelagem dos Ambientes

Modelagem do Sistema de

Gerenciamento

Integração dos modelos

Integração dos modelos

PP

23

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a rede de Petri, uma vez que o sistema de gerenciamento pode ser considerado um sistema a

eventos discretos (SED), já que sua evolução é determinada pela ocorrência de eventos que

alteram abruptamente os estados discretos, como a mudança de estado de equipamentos

baseados em sinais lógicos de sensores.

Para construção destes modelos, inicialmente é utilizada a técnica do PFS (Production

Flow Schema), descrita em Miyagi (19

a a

eventos discretos (SED), já que sua evolução é determinada pela ocorrência de eventos que

alteram abruptamente os estados discretos, como a mudança de estado de equipamentos

baseados em sinais lógicos de sensores.

Para construção destes modelos, inicialmente é utilizada a técnica do PFS (Production

Flow Schema), descrita em Miyagi (1996). Esta técnica tem como objetivo sistematizar e

facilita

96). Esta técnica tem como objetivo sistematizar e

facilita

r a modelagem baseada em rede de Petri. É utilizada uma abordagem top-down,

explorando o conceito de macro-eventos, isto é, atividades que podem incluir vários outros

eventos e estados organizados hierarquicamente. O sistema é então caracterizado pelas

atividades realizadas sobre um fluxo de itens (objetos, materiais, informações, etc.), conforme

Figura 3.3. Assim, todo processo produtivo pode ser decomposto em elementos ativos

(atividades), elementos passivos (distribuidores) e arcos orientados, que relacionam os

elementos anteriores. Este modelo em PFS é gradativamente refinado, gerando um modelo em

rede de Petri, isto é, uma rede baseada na rede de Petri Lugar-Transição, adicionado de

elementos como arcos habilitadores e inibidores, que podem ser devidamente interpretados como

sinais de comunicação, e transições temporizadas.

r a modelagem baseada em rede de Petri. É utilizada uma abordagem top-down,

explorando o conceito de macro-eventos, isto é, atividades que podem incluir vários outros

eventos e estados organizados hierarquicamente. O sistema é então caracterizado pelas

atividades realizadas sobre um fluxo de itens (objetos, materiais, informações, etc.), conforme

Figura 3.3. Assim, todo processo produtivo pode ser decomposto em elementos ativos

(atividades), elementos passivos (distribuidores) e arcos orientados, que relacionam os

elementos anteriores. Este modelo em PFS é gradativamente refinado, gerando um modelo em

rede de Petri, isto é, uma rede baseada na rede de Petri Lugar-Transição, adicionado de

elementos como arcos habilitadores e inibidores, que podem ser devidamente interpretados como

sinais de comunicação, e transições temporizadas.

PFS PFS -- lowlow SchemaSchema

(Descri(Descriçção conceitual do sistema)ão conceitual do sistema)ProductionProduction FF

Fig. 3.3. Exemplo de um modelo em Production Flow Schema – PFS

Atividade 1

Fig. 3.3. Exemplo de um modelo em Production Flow Schema – PFS

Atividade 1

Elemento Atividade

Atividade 1Atividade 1

Elemento Atividade

Elemento Inter-atividade

Elemento Inter-atividade

Arco Orientado

Arco Orientado

Atividade 2

Atividade3 Atividade 4

Atividade 2Atividade 2

Atividade3Atividade3 Atividade 4Atividade 4

24

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O modelo do sistema de gerenciamento é composto pelas diversas estratégias de

control

estados dos diversos

destes

sistema de ar condicionado, considerado como um sistema

híbrido

e ar quanto para o fluxo de água, são modeladas

as vari

difício são modelados através de sistemas de equações

diferen

sistema de ar

condic

e, previamente definidas, e pelo conjunto de operações realizadas sobre o sistema de ar

condicionado, representado pelos sistemas de controle local, responsáveis pela interface com

os atuadores, sensores e dispositivos de interface com o operador/usuário. Assim, a conexão

entre os modelos é representada através de arcos habilitadores e inibidores.

Na modelagem do sistema de controle local são considerados os

equipamentos que compões o sistema, como, por exemplo, [Bomba desligada], [Bomba

ligada] ou [Bomba indisponível].

Para a modelagem do

, adota-se com base nas características citadas no capítulo anterior a rede de Petri

Predicado/Transição Diferencial (rede PTD).

Considerando que, tanto para o fluxo d

áveis de vazão, temperatura e pressão, para cada lugar relacionado é atribuído um

sistema de equações diferenciais, representando a transformação realizada pela atividade

associada às propriedades do fluxo.

Os ambientes internos do e

ciais que representam a variação das propriedades do ar nestes recintos, em função da

carga térmica recebida, que podem também ser influenciadas por eventos discretos, como a

entrada de pessoas no ambiente e o acionamento de lâmpadas e equipamentos.

A integração entre os modelos do sistema de gerenciamento, modelo do

ionado e sistema de controle local é realizada também através de arcos habilitadores e

inibidores. A integração do sistema de ar condicionado com o ambiente é realizada através da

especificação das influências mútuas entre as variáveis contínuas características do ambiente

com os elementos do sistema de ar condicionado.

25

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c) Análise dos modelos

era inicialmente o estudo das propriedades estruturais da

rede d

Isto é,

etapa envolve o uso de técnicas de simulação discreta para as partes que são

modela

discreta é utilizado o modelo construído em rede de Petri, com a

elimina

A análise dos modelos consid

e Petri. Assim, as características do modelo desenvolvido para as estratégias de

gerenciamento do sistema de ar condicionado são identificadas. Este procedimento é utilizado

para verificar se a estrutura lógica do modelo está de acordo com as especificações previstas.

O passo seguinte envolve o estudo das propriedades comportamentais da rede de Petri.

com base na regras de evolução da rede de Petri, analisa-se a dinâmica do modelo

desenvolvido referente às estratégias de gerenciamento do sistema de ar condicionado. O

modelo em rede de Petri permite o mapeamento de todos os estados alcançáveis do sistema,

entretanto, em casos práticos isso é em geral inviável pelo número relativamente grande de

possibilidades. Assim, o procedimento adotado é o estudo de cenários através de técnicas de

simulação.

Esta

das por variáveis discretas e de simulação numérica para as partes que são modeladas

por equações diferenciais. A análise do modelo global híbrido é realizada acoplando-se as

duas simulações citadas.

Para a simulação

ção da parte referente às equações algébricas diferenciais. O modelo resultante,

constituído apenas de elementos da rede de Petri, engloba o modelo do sistema de

gerenciamento e a parte discreta dos modelos do sistema de ar condicionado e do sistema de

controle local. Esta simulação pode ser realizada utilizando ferramentas computacionais

disponíveis, que comportem arcos habilitadores e inibidores. Com esta simulação é possível

analisar e validar casos do funcionamento lógico dos modelos, verificando o seu

comportamento.

26

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A simulação contínua consiste em simular numericamente as equações diferenciais

associadas aos modelos do sistema de ar condicionado, dos sistemas de controle local e do

ambiente. Desta forma, pode ser verificado se existe um comportamento coerente das

variáveis contínuas consideradas no contexto das situações específicas.

A simulação híbrida global do sistema envolve a evolução intercalada da simulação

discreta e da simulação contínua, sendo estas sincronizadas pela ocorrência de eventos. A

simulação é desenvolvida em um dos simuladores, até a ocorrência de certos eventos, quando

é feita a alternância de simulador.

3.2. Modificações Propostas

O presente trabalho explora a metodologia proposta em Villani & Miyagi (2004),

ampliando-a para as novas e modernas configurações de sistemas de gerenciamento e controle

do sistema de ar condicionado central, incorporando o controle de sistemas VAV (volume de

ar variável) e a variação de velocidade de bombas e ventiladores.

As principais modificações propostas são resumidas nos seguintes itens:

• Modelagem da variação de capacidade de refrigeração dos chillers;

• Modelagem de sistemas do tipo VAV (volume de ar variável), os quais implicam no

equacionamento da variação da pressão do ar ao longo do sistema de ar condicionado;

• Modelagem da interface entre a dinâmica contínua e a discreta para os fluxos de água e ar.

Estes itens são detalhados a seguir.

Variação de capacidade de refrigeração dos chillers

De acordo com Villani (2000), o detalhamento da estratégia [Redução da Produção de

Frio], referente ao controle do chiller e bombas de água gelada, pode ser modelado conforme a

Figura 3.4.

27

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Redução da Produção de Frio

Sinal do sensor de temperatura

Desliga bomba

primária 1

∆t

Desliga bomba

primária 2 Desliga bomba

secundária3

Desliga bomba

secundária2

Desliga bomba

secundária1

D esl iga Chiller 1

Desl iga Chiller 2

Chiller 1 ligado Chiller 2 ligado

Fig. 3.4. Detalhamento para estratégia [Redução da Produção de Frio] (derivado de Villani, 2000)

Ao analisar o modelo da Figura 3.4., são considerados dois aspectos referentes ao

sistema de produção térmica:

a) O controle de um sistema de ar condicionado deve assegurar a operação segura e

eficiente do seu componente principal, no caso, o chiller. Entretanto, o modelo da

Figura 3.4, indica uma seqüência onde, primeiro é feito o desligamento das bombas,

para depois efetuar o desligamento do chiller. Esta seqüência pode provocar o retorno

de líquido para o compressor, em virtude da deficiência na troca térmica no

evaporador pela falta de circulação de água e, um eventual colapso neste compressor.

Deve-se, assim, considerar uma revisão e alteração neste modelo de modo a iniciar o

processo de redução da produção de frio pela redução do desempenho do chiller, para

depois efetuar o desligamento das bombas. Além disso, a disposição das atividades de

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desligamento dos equipamentos em série assegura que as bombas somente serão

desligadas após todos os chillers estarem operando com baixo desempenho. A Figura

3.5. apresenta, assim, a proposta de um novo modelo para a estratégia, incorporando a

diretriz de segurança ao controle do sistema.

Reduz desemp chiller

2

Reduz desemp chiller

1

Desliga bomba secund.

3

Desliga bomba secund.

2

Desliga bomba secund

1

Desliga bomba primar.

2

Desliga bomba primar

1

Redução da Produção de Frio

Sinal do sensor de temperatura

∆t

Fig. 3.5. Detalhamento proposto para estratégia [ Redução da Produção de Frio]

b) A implementação de novas tecnologias permite aos equipamentos trabalharem com

variação de desempenho. Os chillers possuem dispositivos que permitem que os seus

compressores atuem em várias velocidades, ou seja, com desempenhos diferenciados.

O mesmo acontece com as bombas centrífugas que utilizam inversores de freqüência

para a variação de velocidade do motor e conseqüente variação na vazão de líquido.

Neste sentido, o modelo para o controle local dos equipamentos deve também ser

objeto de uma revisão para assegurar que o controle atue sobre cada um dos

dispositivos (elementos) de atuação de forma individual (bombas ou chillers). A

estratégia de controle deve prever esta regulação ou ajuste de desempenho dos

dispositivos de atuação no sistema de controle local, por exemplo, através da

introdução de arcos habilitadores associados às transições e transições temporizadas para

29

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assegurar que os efeitos esperados sejam atingidos. A Figura 3.6. apresenta modelo

proposto, em rede PTD, para o sistema de controle local de um chiller com diferentes

capacidades de trabalho (ex: 0% - 25% - 50% - 75% - 100%), podendo estas serem

caracterizadas como modos discretos de operação.

SINAL F1

SINAL E51

SINAL E43

SINAL DC1

CHILLER 1 A 100%

tr 6

tr 4

tr 3

tr 2

tr1

CHILLER 1 DESLIGADO

SINAL (Y1 AND (NOT)D1)

CHILLER 1 FUNCIONANDO

SINAL E43

SINAL E51

SINAL E51

tr 5

SINAL CM1

tr 7

Fig. 3.6. Detalhamento proposto para sistema de controle local de chiller

Sistemas de Ar Condicionado do tipo VAV

Outro ponto para revisão e aprimoramento da metodologia é a inserção da modelagem

da variável pressão nos sistemas de equações diferenciais. Na metodologia original a

modelagem desta propriedade não era considerada, já que as variações de pressão, tanto do ar

quanto da água, não interferiam no sistema de controle. Com as novas técnicas de controle de

desempenho, a pressão passa a ser uma variável determinante nas ações do sistema de

controle, constituindo-se mais uma propriedade a ser monitorada e que determina a variação

de desempenho dos equipamentos.

30

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Interface entre Dinâmica Contínua e Discreta para Fluxos de Água e Ar

Outro aspecto a ser considerado para aprimoramento da metodologia é que os modelos

contínuos que representam a variação de propriedades dos fluidos e do ambiente são

representados, visualmente, de forma desconectada dos modelos referentes aos estados

funcionais do sistema de controle do ar condicionado. A relação entre o equacionamento dos

fluxos de ar e água e o sistema de ar condicionado se dá através do compartilhamento de

variáveis entre sistemas de equações diferenciais. Conforme citado anteriormente, na

simulação, os simuladores discreto e contínuo evoluem de forma intercalada, sincronizados

pela ocorrência dos eventos. A proposta aqui é associar uma dinâmica discreta ao modelo do

fluxo de ar e água e relacionar esta dinâmica aos sistemas de equações diferenciais. Este

modelo discreto representa a discretização do processo de resolução das equações

diferenciais, o que também ocorre no caso de simulação computacional de modelos contínuos.

Assim, a rede de Petri indica também a seqüência de resolução dos sistemas de equações

diferenciais, que corresponde ao caminho percorrido pelo fluido (água ou ar). Para assegurar a

devida atualização do valor das variáveis que modelam a dinâmica contínua, introduz-se o

dual de cada lugar (lugares inicialmente marcados na rede da Figura 3.7). Desta forma, o valor

das variáveis é atualizado na passagem da marca que representa o fluxo. Como exemplo, a

Figura 3.7. apresenta um modelo para a divisão de fluxo antes de um sistema de dois chillers

em paralelo. Esta rede inclui o processo de resfriamento da água nestes equipamentos e a

mistura da água gelada, antes de prosseguir para as bombas secundárias. Caso um dos

equipamentos esteja fora de operação, existe uma alternativa para que a marca prossiga sem

alteração das propriedades.

31

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SINAL NOT (P2)

RESFRIAMENTO DE ÁGUA CHILLER 2

IA 3

SINAL P2

SINAL P1

DIVISÃO DE FLUXO A

IA 4

RESFRIAMENTO DE ÁGUA CHILLER 1 IA 5

MISTURA DE ÁGUA B

SINAL NOT (P1)

Fig. 3.7. Modelo do fluxo de água gelada no resfriamento do chiller

3.3 Comentários Adicionais

Ao adotar a metodologia apresentada em Villani & Miyagi (2004), este trabalho

ratifica sua aplicabilidade na modelagem de sistemas de ar condicionado em edifícios

inteligentes.

Ao introduzir contribuições a esta metodologia, procura-se adaptá-la às novas soluções

consideradas para os sistemas de controle de ar condicionado, como o controle de temperatura

ambiente por volume de ar variável e controle de desempenho de equipamentos. Tem-se,

assim, uma proposição aprimorada para modelagem dos fluxos de água e ar, associando uma

representação em rede de Petri à dinâmica contínua. Esta proposta foi validada através de

estudos de casos, sendo que um exemplo ilustrativo é apresentado no próximo capítulo.

32

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4. Exemplo de aplicação da metodologia

Neste capítulo aplica-se a metodologia proposta para o prédio do SENAI-CIMATEC,

em Salvador, Bahia. O prédio do SENAI-CIMATEC não pode ser considerado um edifício

inteligente, uma vez que não possui vários de seus sistemas automatizados, como sistema de

iluminação, combate a incêndio ou controle de acesso, e mesmo aqueles que estão

automatizados não estão devidamente integrados. Contudo, a configuração do seu sistema de

ar condicionado central, com as variantes na forma de controle, apresentando sistemas de

controle VAC, VAV e VAV com sistema alternativo, pode ser considerada um exemplo

representativo de um caso para aplicação da metodologia proposta.

4.1.O SENAI-CIMATEC

O edifício do SENAI-CIMATEC (Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia)

conta com uma área construída total de 6.800 m2, divididos em dois blocos, com quatro

33

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pavimentos cada um. Nesta área tem-se 32 laboratórios, 12 salas de aula, auditório, biblioteca,

sala de coordenação pedagógica, sala de apoio administrativo-financeiro, enfermaria e

refeitório/lanchonete. No edifício trabalham diariamente cerca de 200 colaboradores e ele

possui capacidade para atender cerca de quatro mil alunos por dia.

No primeiro pavimento, apresentado na Figura 4.1., estão instalados os equipamentos

de um sistema de manufatura integrada por computador e quatro laboratórios didáticos, com

controle do ar condicionado através de volume de ar variável (VAV). Na área de metrologia,

também se tem o sistema de controle VAV, com a complementação de um sistema alternativo

para climatização contínua por 24 horas. Na área administrativa, o sistema de controle é de

volume de ar constante (VAC).

METROLOGIA ADMINISTRAÇÃO

Sistema de Manufatura CIM LABORATÓRIOS

Fig. 4.1. Planta baixa do nível 1

No segundo nível, estão localizados a biblioteca, incluindo acervo e área para estudos,

secretaria escolar e as salas de coordenação pedagógica, além das salas de aula, conforme

Figura 4.2. Todos estes ambientes utilizam sistema VAV.

34

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BIBLIOTECA

PEDAGOGIA

Fig. 4.2. Planta baixa do nível 2

No terceiro nível, estão localizadas as salas de técnicos, e mais sete laboratórios

didáticos, todos com sistema de controle VAV. Além disso, existe o auditório, que é atendido

por um fan coil exclusivo, com sistema de controle VAC, conforme apresentado na Figura

4.3.

AUDITÓRIO LABORATÓRIOS

SALA DE TÉCNICOS SALAS DE

MÁQUINAS

Fig. 4.3. Planta baixa do nível 3

35

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No quarto nível, estão localizadas duas salas de técnicos independentes, atendidas

individualmente por fan coils com insuflamento com dutos aparentes e sistema de controle

VAC, conforme Figura 4.4.

SALA DE TÉCNICOS

Fig. 4.4. Planta baixa do nível 4

Seu sistema de ar condicionado central destina-se exclusivamente ao resfriamento dos

ambientes, não havendo recursos específicos para aquecimento ou desumidificação. É

composto por um sistema de expansão indireta com condensação a ar, com sistemas

alternativos por expansão direta, do tipo split system, para alguns ambientes críticos.

A água gelada do sistema é produzida por dois chillers com condensação a ar e dois

compressores parafuso cada, com capacidade unitária de 110 TR (toneladas de refrigeração),

provendo uma capacidade total instalada de 220 TR. O sistema hidráulico de distribuição de

água gelada é composto por um circuito primário, onde duas bombas centrífugas recebem

água oriunda dos fan coils, e envia-a para o chiller, de onde sai dirigindo-se para um circuito

secundário, onde outras três bombas, acionadas por inversores de freqüência, enviam a água

gelada para os fan coils.

36

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O condicionamento do ar dos ambientes é realizado por climatizadores do tipo fan coil

com redes de dutos de insuflamento e retorno. A maioria dos ambientes é atendida

individualmente por caixas de volume variável (caixas VAV), operadas por sinal de controle

analógico de sensores de temperatura. Por sua vez, a abertura ou fechamento das caixas VAV

proporciona a modulação da velocidade do motor elétrico do climatizador, através de um

inversor de freqüência orientado pelo sinal analógico de um transdutor de pressão instalado no

duto de insuflamento. O controle de temperatura do ar de insuflamento é realizado por

válvulas de duas vias de ação proporcional, instaladas na linha de água gelada e moduladas

pelo sinal analógico do sensor de temperatura.

A partir das exigências básicas decorrentes das especificidades de cada um dos

ambientes, pode-se classificar os ambientes climatizados em três zonas distintas, com

diferentes formas de controle de temperatura ambiente:

Zona 1 – Laboratórios de alta precisão

Área isolada, atendida por um climatizador específico, formada pelos laboratórios da

área de metrologia. São os laboratórios de medição de grandezas dimensionais, medição

tridimensional, pressão, microscopia e prototipagem rápida. Nestes ambientes, a temperatura

deve ser mantida em 20oC ± 0,5oC. Para garantir a variação máxima de 1,0oC, a distribuição

do ar é realizada por duas caixas VAV em cada ambiente, sendo que o controle de cada caixa

é baseada em sinais de dois sensores de temperatura. Para estes ambientes também estão

instalados sistemas alternativos, compostos por condicionadores individuais com expansão

direta, do tipo split, a serem utilizados no horário noturno, quando do desligamento dos

chillers, ou na falta de energia elétrica, acionados por gerador. Todo este controle ocorre de

forma automática, acionado por sistema de supervisão e controle microprocessado central.

37

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Zona 2: Área Administrativa – Financeira

São ambientes onde o sistema de controle de temperatura é realizado pela variação do

volume de água gelada que passa pelas serpentinas dos climatizadores, através de válvula de

duas vias instalada no climatizador, e cuja modulação proporcional é obtida a partir de sinal

analógico do sensor de retorno, instalado na casa de máquinas do climatizador. Esta zona é

formada por ambientes como o núcleo administrativo-financeiro, o auditório e as salas de

técnicos do 4o pavimento. O seu horário de funcionamento é estabelecido através do sistema

de supervisão e controle microprocessado central, onde se ajusta como a temperatura

ambiente de conforto o valor de 24ºC.

Zona 3: Salas de aula e demais laboratórios

Esta zona concentra os ambientes com grande fluxo de pessoas e variação

relativamente abrupta de concentração destas. Engloba as salas de aula e todos os demais

laboratórios utilizados em aulas práticas. Cada pavimento é atendido por um climatizador que

condiciona os ambientes através de uma rede de dutos de insuflamento e retorno. Todos os

ambientes, individualmente, têm sua temperatura interna regulada por caixas VAV, operadas

cada uma com base no sinal analógico de um sensor de temperatura. A vazão do ar insuflado

é regulada por um inversor de freqüência instalado no climatizador, que depende do sinal

enviado por sensores de pressão, localizados nos dutos. A temperatura do ar insuflado é

regulada da mesma forma que nas zonas anteriores. A temperatura ambiente é normalmente

programada para 24ºC, e os horários de funcionamento são definidos a partir do sistema de

supervisão e controle microprocessado central.

38

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4.2.Definição das estratégias de gerenciamento

Após o levantamento da instalação existente são definidas as estratégias operacionais

adotadas para o edifício do SENAI-CIMATEC. Estas estratégias devem identificar a

seqüência de eventos e atividades, os equipamentos sobre os quais o sistema atua e as

condições de realização ou não-realização.

Após sua definição, é analisada a influência das estratégias sobre o ambiente, sobre o

ar condicionado, considerando o fluxo de fluidos (ar e água) e estado dos equipamentos, e

sobre o sistema de gerenciamento como um todo. Não está no escopo do presente caso a

análise da interação com outros sistemas do edifício, uma vez que esta englobaria a

modelagem de outros sistemas.

As estratégias para o sistema de ar condicionado a seguir listadas são consideradas em

função das peculiaridades de utilização e ocupação do edifício. São identificados três tipos

distintos de zonas de climatização e para cada uma das estratégias adotadas são especificadas

as medidas a serem tomadas em cada um dos tipos de zona:

a. Estratégia em caso de incêndio: a ser adotada em uma determinada zona caso

seja informado ao sistema de gerenciamento a presença de fumaça no ambiente,

através de integração com o sistema de combate a incêndio, e que deve resultar

no aumento da pressão do ar nas zonas adjacentes e corte na alimentação de ar na

zona atingida.

Devem ser tomadas as seguintes medidas:

- Renovar, com capacidade máxima, o ar da zona onde foi detectada fumaça e

para áreas anexas, através da abertura máxima da tomada de ar exterior.

- Diminuir a pressão do ar na área atingida, com as seguintes ações, de acordo

com a zona:

39

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• Zona 1 e 3 – fechamento das caixas VAV do ambiente atingido,

reduzindo o insuflamento, e aumentando a velocidade do ventilador

do fan coil, aumentando o retorno de ar.

• Zona 2 – fechamento parcial do damper na saída do fan coil,

limitando o insuflamento, e aumento da velocidade do ventilador,

aumentando o retorno de ar.

- Aumentar a pressão do ar nas áreas anexas não afetadas

• Zonas 1 e 3 – abertura máxima das caixas VAV, com aumento da

velocidade do ventilador

• Zona 2 – abertura máxima do damper de insuflamento e aumento da

velocidade do ventilador.

b. Estratégia para áreas não utilizadas: a ser adotada em caso de curtos períodos

de inatividade de zona climatizada, com a interrupção do insuflamento local.

Algumas áreas devem ser condicionadas constantemente, a exemplo das que estão

incluídas na zona 1. Mas, na grande maioria, o período de utilização dos ambientes segue

horários bem específicos. Nos ambientes que compõem a zona 2, o horário administrativo é o

utilizado (08:00h às 12:00h e das 13:00h às 17:00h). Já as salas de aula e laboratórios têm o

seu período de utilização determinado pela programação de aulas. Desta forma, pode-se

adotar que o período de não utilização das áreas é função de horários pré-determinados,

devendo ser tomadas as seguintes medidas durante estes períodos de não utilização:

• Zona 2:

- Fechar completamente a tomada de ar exterior.

- Desligar os ventiladores do fan coil.

40

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- Fechar a válvula de 3 vias, bloqueando o fluxo de água gelada pela serpentina.

• Zona 3 – como cada fan coil atende vários ambientes:

- Fechar completamente as caixas VAV do ambiente.

- Aumentar a pressão no duto e conseqüentemente reduzir a velocidade do

ventilador.

c. Estratégia para paradas longas: a ser adotada em longos períodos de

inatividade, com a interrupção completa no funcionamento do sistema.

Normalmente, as atividades no edifício se encerram às 22:30h, sendo retomadas às

07:30h do dia seguinte. Além disso, em finais de semana e feriados, o edifício permanece

inativo por mais de 24 horas. Como forma de economizar energia por estes períodos mais

longos, o sistema central, incluindo os dois chillers, deve ser completamente desligado, com

as seguintes medidas:

• Zona 1:

- Desligar os fan coils.

- Fechar as tomadas de ar exterior.

- Acionar o sistema alternativo, com splits de ambiente.

• Zonas 2 e 3:

- Desligar os fan coils.

- Desligar os chillers e bombas de água gelada.

- Fechar as tomadas de ar exterior.

d. Estratégia para áreas em utilização, com operação baseada em carga térmica: a

partir da programação de utilização dos ambientes, prevendo-se o pré-

condicionamento e a manutenção dos parâmetros de conforto térmico a partir do

controle do desempenho dos equipamentos.

41

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Esta estratégia é empregada de acordo com a programação definida pelo sistema

supervisório, uma vez que a utilização de vários ambientes depende de um agendamento

prévio, como salas de aula, laboratórios, auditório, etc.

No início do período de utilização de determinado ambiente devem ser tomadas as

seguintes medidas, independente da zona:

- Posicionar a tomada e ar exterior em posição parcial.

- Acionar os ventiladores de insuflamento em velocidade média.

- Acionar o condicionamento dos ambientes.

Para o condicionamento dos ambientes é necessário analisar todas as possibilidades de

atuação do sistema, como:

- abertura ou fechamento das caixas VAV;

- abertura ou fechamento de válvulas de 3 vias de água gelada;

- operação total, parcial ou desligamento dos chillers;

- aumento ou diminuição da velocidade dos ventiladores de insuflamento;

- aumento ou diminuição da vazão das bombas secundárias de água gelada.

Para as zonas 1 e 3 a regulação de temperatura dos ambientes é realizado através da

abertura ou fechamento de caixas VAV, a partir do sinal analógico enviado pelos sensores de

temperatura de ambiente. O controle utilizado é o proporcional-integral-derivativo (PID). Este

tipo de algoritmo de controle é baseado no valor/quantidade (proporcional), na taxa de

mudança (integral), e na tendência do erro (derivativo). O controle PID calcula e envia

comandos baseados em todos estes três tipos de informação. Desta forma, oferece maior

precisão que os controles do tipo P e PI.

A expressão matemática completa para o controle PID é determinada pela equação (1):

(1)

MdtdETKdtE

TKEKV +++= ∫ )*2*)**1

()*(

42

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onde:

V = sinal de saída

K = ganho proporcional constante

E = erro (diferença entre o valor medido e o set point)

T1 = tempo para zerar o erro

dt = diferencial de tempo (incremento em função do tempo)

T2 = tempo de incremento (intervalo de tempo no qual o efeito derivativo

avança sobre a ação proporcional)

K*T2 = ganho de incremento constante

dE/dt = derivada do erro em relação ao tempo

M = valor de saída quando o erro é zero

e. Estratégia para aumento ou redução na produção de frio: aumento ou redução

no desempenho no sistema de produção térmica, a partir da demanda de

condicionamento do ar.

Como no estudo de caso se tem dois chillers, existe a possibilidade de desligar um dos

equipamentos, desde que a temperatura da água de retorno indique que somente um

equipamento atende a demanda de carga térmica. A equação (2) determina a temperatura

limite para retirada de operação de um chiller:

ψ = Q * (h * (Tentrada - Tsaída)) < C (2)

Onde:

ψ = calor total retirado da água pelos chillers em funcionamento

Q = vazão mássica de água através dos chillers

h = entalpia da água (função da temperatura)

Tentrada = temperatura da água na entrada dos chillers

Tsaída = temperatura da água na saída dos chillers

43

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C = capacidade de cada chiller

De forma inversa, para que um segundo chiller seja acionado, o calor total a ser

retirado deve ser maior que a capacidade individual de um chiller.

Após a definição das estratégias, estas são adotadas como a base para a etapa seguinte,

que é a construção de modelo em PFS, que sintetiza, para cada uma das zonas, quais as

estratégias que se aplicam e a sua atuação junto aos equipamentos responsáveis pelo

condicionamento dos ambientes e sobre o seu controle, além dos equipamentos de produção e

distribuição de água gelada.

4.3.Construção dos modelos dinâmicos

4.3.1. Modelagem do sistema de gerenciamento

Para o sistema de gerenciamento, cada estratégia definida para cada uma das zonas do

estudo de caso é uma atividade a ser detalhada. Em seguida são apresentados os

detalhamentos das atividades. A Figura 4.5 apresenta o modelo PFS para a zona 2 e a Figura

4.3 apresenta o modelo para as zonas 1 ou 3.

Incêndio – Zona 2

Área em parada longa - Zona 2

Área utilizada - Zona 2

Fig. 4.5. Modelo em PFS das estratégias de controle para zona 2

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Incêndio – Zona 1 ou 3

Área em parada longa – Zona 1 ou 3

Área Utilizada – Zona 1 ou 3

Área Não-utilizada – Zona 1 ou 3

Fig. 4.6. Modelo em PFS das estratégias de controle para Zonas 1 e 3

A Figura 4.7 apresenta o modelo para os equipamentos de produção de água gelada.

Para cada um deles foi colocada a possibilidade de indisponibilidade, a ser determinada pelo

sistema supervisório.

Redução na Produção de Frio

Aumento na Produção de Frio

Indisponibilidade Chiller 1

Indisponibilidade Chiller 2

Fig. 4.7. Modelo em PFS das estratégias para equipamentos de produção de água gelada

Cada estratégia acima pode ser detalhada, conforme apresentado a seguir. Para muitas

macro-atividades, a diferença entre zonas pode ser somente a exclusão de uma atividade

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- Atividade [Incêndio – zonas 1 ou 3]

O modelo PFS desta atividade é apresentado na Figura 4.8.

Incêndio – Zonas 1 ou 3

Coloca tomada de ar exterior em

renovação 100%

Fechamento total VAV área atingida

Velocidade de insuflamento do fan coil 100%

Abertura VAV área adjacente em

100%

Sinal de Incêndio na Zona 1 ou 3

Fig. 4.8. Detalhamento da atividade [Incêndio – zonas 1 ou 3]

Para a zona 2, onde não existe o controle com VAV, o fechamento total da caixa VAV

da área atingida é substituído pelo fechamento parcial do damper de insuflamento, e a

abertura total da caixa VAV da área adjacente é substituída pela abertura máxima do damper

de insuflamento da área adjacente.

O início da atividade é habilitado por um sinal proveniente do sistema de controle de

incêndio, retransmitido ao sistema de controle do ar condicionado.

O sinal de incêndio para uma determinada área desabilita a atividade referente a sua

utilização como zona adjacente. A partir do próprio lay-out do prédio, são definidas todas as

relações de adjacência entre áreas, sendo inseridas na modelagem.

- Atividade [Área em parada longa – zona 1]

O modelo PFS desta atividade é apresentado na Figura 4.9.

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Área em Parada Longa – Zona 1

Fechamento TAE em

100%

Desliga resfriamento zona

1

Sinal de habilitação do sistema supervisório

Aciona sistema split

Desliga fan coil

Fig. 4.9. Detalhamento da atividade [Área em parada longa – zona 1]

Para as zonas 2 e 3, a única diferenciação na estratégia é a remoção da atividade [Aciona

sistema split], já que estas áreas não são providas com estes aparelhos.

- Atividade [Área utilizada – zona 1]

O modelo PFS desta atividade está apresentado na Figura 4.10. Esta estratégia somente

é utilizada caso não seja detectado incêndio na área.

Para as zonas 2 e 3 é feita uma diferenciação na estratégia com a remoção da atividade

[Desliga sistema split]. Além disso, para zona 2, também é retirada a atividade [Abrir VAV da área

em 100%].

A tomada de ar exterior (TAE) é colocada na posição inicial de projeto, de acordo com

a área em questão.

É inserida uma transição temporizada ∆t, de modo a fornecer ao sistema tempo hábil

para realizar alterações no ambiente, sem que ocorram novas solicitações.

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Área Utilizada – Zona 1

Coloca TAE posição X %

Aciona resfriamento zona

1

Sinal de habilitação do sistema supervisório

Desliga sistema split

Abrir VAV da área em

100%

Liga ventilador

fan coil

Fig. 4.10. Detalhamento da atividade [Área utilizada – zona 1]

Por fim, cada estratégia é refinada gradativamente, até a obtenção do modelo em rede

de Petri, conforme apresentado a seguir para as estratégias [Área em parada longa], [Área não

utilizada], [Área utilizada], [Aumento na produção de frio] e [Redução na produção de frio]:

a) [Área em parada longa] ou [Área não utilizada]

Estas duas estratégias do sistema de gerenciamento são modeladas utilizando uma

mesma rede de Petri, com diferenciação somente na habilitação da transição de disparo de sua

marcação inicial, conforme apresentado na Figura 4.11. Para a estratégia [Área em parada longa],

o disparo da transição é habilitado por sinal oriundo da programação do supervisório ou

intervenção do operador (SINAL Ī). No caso da estratégia [Área não utilizada], esta habilitação

depende do sinal de um sensor de presença.

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SINAL E22 OU E32 SINAL E23 OU E33

FECHA TOMADA DE AR EXTERIOR

SINAL Ī

SINAL E21 OU E31

ACIONA SISTEMA ALTERNATIVO SPLIT

FECHA VÁLVULA ÁGUA GELADA N

SINAL E24 OU E34

FECHA VAV Y DESLIGA FAN COIL N

SINAL E25 OU E35

SINAL (Ū1 + Ū2 + ... + ŪN)

SINAL (U1 . U2 . ... UN)

Fig. 4.11. Estratégia de gerenciamento para [Área não utilizada] (E3) ou [Área em parada longa] (E2)

Uma vez habilitado o disparo inicial, a marca desloca-se para um lugar onde é

habilitado o fechamento da tomada de ar exterior, utilizando arco habilitador da transição de

fechamento desta, no modelo do sistema de controle local. Em seguida, a marca desloca-se

para o lugar que habilita, através de arco habilitador, o funcionamento de sistema de ar

condicionado alternativo, caso o ambiente disponha deste requisito de projeto. Caso não

disponha, este trecho da rede pode ser suprimido. Após novo disparo, a marca desloca-se para

lugar que habilita o fechamento total da caixa VAV do ambiente, a partir de arco habilitador da

transição de fechamento da válvula, no seu sistema de controle local.

Neste modelo a marca pode ter duas opções de encaminhamento: caso não exista

qualquer caixa VAV aberta, dentro da mesma rede de dutos alimentada por um mesmo fan

coil, é disparada a transição que encaminha a marca para os lugares que habilitarão o

fechamento da válvula de água gelada que alimenta o fan coil e o desligamento do próprio

ventilador do fan coil, tudo isso a partir de arcos habilitadores das transições dos respectivos

sistemas de controle local. Basta uma caixa VAV aberta para que a transição não seja

disparada e a válvula e o fan coil se mantenham em funcionamento. Esta verificação da

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existência de caixas VAV abertas ocorre com base nas expressão booleanas abaixo, que

determinam a habilitação das transições:

• SINAL (Ū1 AND Ū2 AND ... AND ŪN) – habilita o fechamento da válvula de

água gelada e desligamento do fan coil.

• SINAL (U1 OR U2 OR ... OR UN) - habilita o funcionamento do sistema sem o

fechamento da válvula de água gelada e desligamento do fan coil.

Onde Uy representa a marcação da caixa VAVy ligada e com controle local em

funcionamento.

b) [Área utilizada]

O modelo desta estratégia utiliza a mesma lógica das estratégias anteriores, com

aplicação inversa, conforme Figura 4.12. O disparo inicial da transição pode ocorrer a partir de

habilitação por uma marcação externa, oriunda da programação do supervisório ou

intervenção do operador, ou partir do sinal de um sensor de presença (SINAL I).

Com o disparo inicial, a marca dirige-se para um lugar que habilita a abertura da TAE,

utilizando arco habilitador para transição do controle local desta. Da mesma forma, após o

disparo seguinte, é habilitado o desligamento do sistema de ar condicionado alternativo. Após

o próximo disparo, é habilitada a abertura da caixa VAV da área em questão, e o acionamento

do seu controle PID, a partir de arco habilitador de transição do seu sistema de controle local.

Aqui, mais uma vez, a marca pode ter duas opções de encaminhamento: caso o fan coil

ainda não esteja em funcionamento, é disparada a transição que encaminha a marca para os

lugares que habilitarão a abertura da válvula de água gelada que alimenta o fan coil e o

acionamento do próprio ventilador do fan coil, tudo isso a partir de arcos habilitadores das

transições dos respectivos sistemas de controle local.

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ABRE VAV Y

ABRE TOMADA DE AR EXTERIOR

SINAL I

SINAL E11

DESLIGA SISTEMA ALTERNATIVO SPLIT

SINAL E12

ABRE VÁLVULA ÁGUA GELADA N

SINAL E14SINAL E13

LIGA FAN COIL N

SINAL E15

SINAL ŌN

SINAL ON

Fig. 4.12. Estratégia de gerenciamento para [Área utilizada] (E1)

A outra possibilidade de encaminhamento é através de uma transição que tem o seu

disparo vinculado a um arco habilitador que indica o funcionamento do fan coil. Desta forma,

caso o fan coil já esteja em funcionamento, por estar atendendo outra área, o ciclo de ações se

encerra sem forçar novamente este acionamento e sem afetar o funcionamento da válvula de

água gelada, do fan coil e de seu ventilador.

c) [Aumento na produção de frio]

Estratégia responsável pelo acionamento, desde que esteja inativo, e aumento no

rendimento no sistema de produção de água gelada, tem disparo inicial a partir de sinal S

enviado por sensor do sistema, tal que:

SINAL S - sinal do sensor na saída das bombas primárias: T > TSETPOINT CHILLER

Conforme modelo apresentado na Figura 4.13, inicialmente é disparado o acionamento

das bombas primárias. Através da priorização de uma das bombas, no caso da existência de

mais de uma bomba no sistema, a primeira bomba tem o seu acionamento solicitado para o

sistema de controle local, desde que não esteja indisponível para utilização. Neste caso uma

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outra transição é disparada, determinando o encaminhamento da marca para o acionamento da

bomba seguinte na ordem de priorização. Este procedimento só ocorre na primeira vez,

quando do acionamento inicial do sistema. Caso a estratégia continue a ser demandada, serão

disparadas transições que não provocam o acionamento das bombas, se já existe uma bomba

em funcionamento. Estas condições de habilitação são representadas através dos seguintes

sinais:

SINAL NOT(W5 OR W4 OR D6) – habilita o acionamento da bomba primária 1;

SINAL NOT R3 – habilita transição alternativa ao acionamento da bomba primária 1;

SINAIS E41 e E42 – sinais de habilitação da estratégia para o controle local das

bombas primárias 1 e 2;

SINAL NOT(W5 OR W4 OR D7) - habilita o acionamento da bomba primária 2;

SINAL (D7 OR W4 OR W5) - habilita transição alternativa ao acionamento da bomba

primária 2;

O acionamento dos chillers ocorre de forma análoga ao das bombas, de acordo com a

ordem de priorização, de acordo com a regra de indisponibilidade. Contudo, uma vez

acionado o chiller, ativa-se simultaneamente o seu controle de desempenho, e ele parte com

25% da capacidade total. Caso se mantenha a demanda por aumento na produção de frio, a

estratégia habilitará as transições que incrementam o seu desempenho em 25%, até atingir o

máximo de desempenho (100%). Até que seja atingido este desempenho máximo do primeiro

chiller na ordem de priorização, os demais chillers não são acionados. Uma vez atingida a

capacidade máxima do primeiro chiller, a transição que aciona o chiller seguinte na ordem de

priorização é habilitada, se repetindo o ciclo de acionamento, em caso de demanda. Estas

condições de habilitação são representadas através dos seguintes sinais:

SINAL NOT(D1 OR CM1) - – habilita o acionamento do chiller 1;

SINAL (D1 OR CM1) - habilita transição alternativa ao acionamento do chiller 1;

SINAL (D1 OR CM1) AND (NOT(D2 AND CM2)-habilita o acionamento do chiller 2;

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SINAL (D2 OR ((Y1 AND (NOT)CM1) OR CM2) - habilita transição alternativa ao

acionamento do chiller 2;

SINAL E43 e SINAL E44 – sinais de habilitação da estratégia para o controle local e

controle de desempenho dos chillers 1 e 2;

Para o acionamento das bombas secundárias pela estratégia, mais uma vez deve ser

determinada a ordem de priorização. A estratégia deve acionar somente a primeira bomba. A

partir daí, as demais são acionadas pelo controle de desempenho PID, que realiza de forma

constante a adequação do desempenho das bombas às necessidades do sistema. Desta forma,

as bombas de menor prioridade somente serão acionadas diretamente pela estratégia em caso

de indisponibilidade das bombas de maior prioridade. As habilitações que permitem esta

priorização são representadas pelos sinais abaixo, expressos em álgebra booleana:

SINAL R1 – habilita o acionamento da bomba secundária 1;

SINAL D3 – habilita transição alternativa ao acionamento da bomba secundária 1, em

virtude de indisponibilidade da mesma;

SINAL W1 – habilita transição alternativa ao acionamento de todas as bombas

secundárias. Este sinal é ativado quando ocorre um novo disparo da estratégia e a bomba

secundária 1 já está em funcionamento;

SINAL NOT(W2 OR D4) - habilita o acionamento da bomba secundária 2, desde que

esta não esteja indisponível ou que a bomba 1 ainda não esteja em funcionamento;

SINAL (NOT(W2) OR D4) - habilita transição alternativa ao acionamento da bomba

secundária 2, por indisponibilidade da mesma;

SINAL W1 OR W2 - habilita transição alternativa ao acionamento das bombas

secundárias 2 e 3. Ocorrerá quando houver nova execução da estratégia e a bomba secundária

2 já esteja em funcionamento;

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SINAL W1

SINAL (W1 OR W2)

SINAL (W1 OR W2)

SINAL NOT(W5 OR W4 OR D7)

SINAL (D2 OR ((Y1 AND(NOT)CM1)OR CM2)

SINAL S

SINAL R1

SINAL E47

SINAL E46

SINAL E45

SINAL (W3 OR D5)

SINAL D3

SINAL E44

SINAL ((D1 OR CM1) AND (NOT (D2 AND CM2))

AUMENTA DESEMP. CHILLER 2

SINAL NOT(D1 OR CM1)

SINAL D1 OR CM1

AUMENTA DESEMP. CHILLER 1

SINAL NOT(W5 OR W4 OR D6)

LIGAR BP 1

SINAL E43

SINAL E41

SINAL E42

SINAL NOT R3

LIGAR BP 2

SINAL (D7 OR W4 OR W5)

LIGAR BS 1 LIGAR BS 2

SINAL NOT (W2 OR D4)

LIGAR BS 3

SINAL (NOTW2 OR D4)

SINAL NOT(W3

OR W2 OR D5)

Fig. 4.13. Estratégia de controle [Aumento na produção de frio]

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SINAL NOT(W3 OR W2 OR D5) - habilita o acionamento da bomba secundária 3,

desde que esta não esteja indisponível ou que as bombas 1 e 2 ainda não estejam em

funcionamento;

SINAL (W3 OR D5) - habilita transição alternativa ao acionamento da bomba

secundária 3, em virtude de indisponibilidade da mesma;

SINAL (W1 OR W2) - habilita transição alternativa ao acionamento da bomba

secundária 3. Ocorrerá quando ocorrer novo disparo da estratégia e a bomba secundária 3 já

esteja em funcionamento;

SINAL E45 , SINAL E46e SINAL E47 – sinais de habilitação da estratégia para o

controle local das bombas secundárias 1, 2 e 3.

d) [Redução na produção de frio]

Esta estratégia é responsável pela redução no rendimento dos diversos equipamentos

vinculados às atividades de produção de frio e distribuição de água gelada, como os chillers e

bombas de água gelada primárias e secundárias, podendo chegar ao seu desligamento com

disparo inicial a partir de sinal (NOT)S, enviado por sensor instalado na sucção das bombas

primárias do sistema, indicando que a temperatura de água gelada está abaixo ou igual à

temperatura de set point do chiller.

É inserida uma transição temporizada ∆t, de modo a fornecer ao sistema o tempo hábil

para realizar alterações no sistema de água gelada, sem que ocorram novas solicitações aos

equipamentos.

De acordo com Villani (2000), o detalhamento da atividade [Redução na produção de frio]

pode ser descrito pelo modelo Figura 4.14.

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Redução da Produção de Frio

Sinal do sensor de temperatura

Desl iga bomba

primária 1

∆t

Desli ga bomba

primária 2 Desliga bomba

secundária3

Desliga bomba

secundária2

Desliga bomba

secundária1

D esl iga Chiller 1

Desl iga Chiller 2

Chiller 1 ligado Chiller 2 ligado

Fig. 4.14. Detalhamento da estratégia [Redução da produção de frio]

Ao analisar o modelo da Figura 4.14, são considerados dois aspectos referentes ao

sistema de produção térmica:

c) O controle de um sistema de ar condicionado deve assegurar a operação segura

e eficiente do seu componente principal, no caso, o chiller. Da forma que o modelo indica,

primeiro seria feito o desligamento das bombas, para em última instância ser iniciado o

desligamento do chiller, o que poderia provocar um retorno de líquido para o compressor, em

virtude da deficiência na troca térmica no evaporador, pela falta de circulação de água, e um

eventual colapso no compressor. Para evitar esta possibilidade, deve-se iniciar o processo de

redução da produção de frio pelo desligamento do chiller.

d) A implementação de novas tecnologias que permitem aos equipamentos que

trabalhem com variação em seu desempenho. Os chillers possuem dispositivos que permitem

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que os seus compressores atuem em velocidades menores, ou seja, com capacidade parcial. O

mesmo acontece com as bombas centrífugas que utilizam inversores de freqüência para a

variação de velocidade do motor e conseqüente variação na vazão de líquido. O modelo deve

permitir que o controle atue somente sobre cada um dos elementos de forma individual

(bombas ou chillers). Assim, para representar o conceito de variação de desempenho

introduz-se um lugar que funciona como ativador do sistema de controle de desempenho.

Uma variante para esta atividade, levando em questão os aspectos acima, é apresentada

na Figura 4.15. Inicialmente, o controle atua sobre o controle de desempenho dos chillers.

Caso um chiller esteja em funcionamento, situação indicada pelo sinal YN (sinal de condição

chiller N ligado), dispara-se a transição que habilita a redução no desempenho do

equipamento, através dos sinais E51 (chiller 1) ou E52 (chiller 2), diretamente no sistema de

controle de desempenho local do equipamento. Convém destacar que na construção do

modelo é determinada a prioridade entre os equipamentos, indicando qual chiller terá o

desempenho afetado prioritariamente.

Após uma atuação provocando uma redução no desempenho do equipamento, o

sistema aguarda um tempo ∆t, de forma a verificar a efetividade da sua atuação. Este tempo é

representado no modelo da estratégia pela transição temporizada que encaminha a marca para

a mesma posição da marcação inicial, aguardando nova situação do sistema, através de seus

sensores.

Caso seja verificado pelo sistema que todas as centrais de água gelada já estão

desligadas (0% de desempenho), a estratégia começa a atuar sobre as bombas, desligando

inicialmente as bombas secundárias para em seguida desligar as bombas primárias, sem tempo

de espera.

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4.3.2. Modelagem dos sistemas de controle local

a) Tomada de ar exterior (TAE)

O sistema de controle da tomada de ar exterior pode ser representado de duas formas,

dependendo do nível de automação do sistema, conforme apresentado na Figura 4.16:

- Sistema sem detecção de nível de CO2 no ar ambiente: neste caso, o controle local é

representado por uma rede de Petri ordinária, com a abertura ou fechamento total da TAE a

partir de habilitação das estratégias de [Área utilizada] (abertura) ou [Área não utilizada] ou [Área

em parada longa] (fechamento).

Onde:

E11 – sinal enviado a partir da estratégia [Área utilizada];

E21 – sinal enviado a partir da estratégia [Área não utilizada];

E31 – sinal enviado a partir da estratégia [Área em parada longa].

- Sistema com detecção de nível de CO2 no ar ambiente: neste caso, a representação é

feita utilizando uma rede PTD, com o mesmo modelo discreto da rede ordinária acima, mas,

associando o sistema de equações:

X cont TAE = [PosTAE]

• Lugar TAE aberta

PosTAE = K1 * (NCO2 sensor – NCO2 Set point ) + K2 ∫( NCO2 sensor – NCO2 Set point) dt +

K3 * d(NCO2 sensor – NCO2 Set point )/dt + NCO2 0

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SINAL Y1

SINAL E55 SINAL E54 SINAL E53

SINAL NOT(W4)

SINAL E56

SINAL NOT(W1) SINAL (NOT)W2 SINAL (NOT)W3

SINAL Y2

SINAL (NOT)Y2

SINAL (NOT)Y2 AND (NOT)Y1 SINAL (NOT)Y1

SINAL NOT(S)

∆t

DESLIGAR BOMBA PRIMÁRIA 2

DESLIGAR BOMBA PRIMÁRIA 1

DESLIGAR BOMBA SECUNDÁRIA 1

DESLIGAR BOMBA SECUNDÁRIA 2

DESLIGAR BOMBA SECUNDÁRIA 3

REDUZIR DESEMPENHO CHILLER 1 SINAL Y2 AND

(NOT)Y1

SINAL W3 SINAL W1

SINAL E57

SINAL W2

SINAL W4 SINAL W5

SINAL E51

REDUZIR DESEMPENHO CHILLER 2

SINAL E52

SINAL NOT(W5)

SINAL Y1

Fig. 4.15. Novo detalhamento da estratégia [Redução da produção de frio]

Fig. 4.16. Controle local de tomada de ar exterior

SINAL (E21 . E31)

SINAL E11

TAE FECHADA

TAE ABERTA

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• Lugar TAE fechada

PosTAE = 0

onde, K1, K2, K3 – constantes do sistema;

PosTAE – posicionamento do damper da TAE;

NCO2 sensor – nível de CO2 detectado pelo sensor no ambiente;

NCO2 Set point – nível de CO2 desejado para o ambiente.

No exemplo aqui considerado, não existe o controle de pureza do ar sob o parâmetro

de medição de CO2, desta forma é adotada a primeira possibilidade.

b) Fan Coil

O sistema de controle local do fan coil se refere a atuação do ventilador. De forma

similar, pode-se ter duas formas para modelar o controle deste ventilador, apresentadas na

Figura 4.17:

- Ventilador sem possibilidade de variação de velocidade (sem inversor de

freqüência): o controle local é representado por uma rede de Petri ordinária, com três lugares.

O primeiro, onde é colocada a marcação inicial, se refere à condição ventilador desligado. A

partir deste lugar, a marca pode se deslocar em dois sentidos. No primeiro caso, a partir de uma

habilitação externa, determinada pelo operador no supervisório (SINAL A1), a marca desloca-

se para o lugar que representa a condição fan coil indisponível e o equipamento encontra-se

indisponível para uso, em caso de eventuais atividades de manutenção. Processo semelhante

garante o retorno da marca para marcação inicial, em caso de liberação do equipamento para

uso (SINAL Ā1). No segundo caso, a marca desloca-se para o lugar que representa a condição

fan coil ligado, determinando o acionamento do ventilador. Este deslocamento ocorre a partir

de habilitação da transição, determinada por arco habilitador com origem na estratégia de

gerenciamento [Área utilizada] (SINAL E15). Por sua vez, o retorno da marca a posição inicial é

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habilitada a partir das estratégias [Área em parada longa ] ou [Área não utilizada] (SINAL (E25 .

E35)). Por sua vez, o sinal ON habilita a rede que representa o fluxo do ar por toda a rede de

dutos alimentada por este fan coil.

SINAL E15

SINAL A1

FAN COIL N LIGADO

SINAL (E25 . E35)

FAN COIL N DESLIGADO

SINAL ON

SINAL Ā1

FAN COIL N INDISPONIVEL

Fig. 4.17. Controle local de fan coil

- Ventilador com possibilidade de variação de velocidade (equipamento possui

inversor de freqüência): o controle local é representado por uma rede PTD, cuja representação

discreta é a mesma rede de Petri ordinária da situação anterior, incluindo a marcação inicial, se

referindo a condição de ventilador desligado. Permanece também a mesma lógica de fluxo da

marca, mas associa-se a esta rede o sistema de equações abaixo:

X cont VENT = [Qsaida]

Lugar fan coil N ligado

Qsaida =K1*(Psensor–PSet point)+K2∫(Psensor–PSet point )dt + K3*d(Psensor–PSetpoint)/dt + P0

Lugar fan coil N desligado

Qsaida = 0

61

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Lugar fan coil N indisponível

Qsaida = 0

onde, K1, K2, K3 – constantes do sistema;

Psensor – pressão detectada pelo sensor no duto de insuflamento de ar, na saída

do fan coil;

PSet point – pressão de projeto para a rede de dutos de insuflamento de ar;

Qsaida – vazão de insuflamento do ventilador;

No estudo de caso abordado, é adotada a segunda possibilidade, uma vez que o

controle de vazão de ar para os ambientes é individualizada, do tipo VAV, com controle de

pressão na rede de dutos.

c) Caixas VAV (volume de ar variável)

Conforme Figura 4.18., o sistema de controle local dos caixas VAV, que controlam o

fluxo de ar resfriado para cada ambiente, é modelado por uma rede PTD, com estrutura

discreta com dois lugares. Um representando o estado [VAV desligada e fechada], onde deve ser

colocada a marcação inicial, e outra representando o estado [VAV aberta e com controle ativado].

Para se deslocar para este segundo estado, deverá ser habilitada a transição pela estratégia

[Área utilizada] (SINAL E13). O retorno ao estado inicial pode ser habilitado pelas estratégias

[Área em parada longa] ou [Área não utilizada] (SINAL (E23 . E33)). Por sua vez, o sinal UY

habilita a rede que representa o fluxo do ar pelo ramal controlado por esta caixa VAV.

Associa-se a esta rede o sistema de equações abaixo, representando o controle PID da

abertura dos dampers:

X cont TAE = [Qsaida]

62

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SINAL (E23 . E33)

VAV ABERTA COM CONTROLE ATIVADO

VAV DESLIGADA E FECHADA

SINAL E13

SINAL UY

Fig. 4.18. Controle local de VAV

Lugar VAV aberta e com controle ativado

Qsaida=K1 * (Tsensor – TSet point )+K2 ∫(Tsensor – TSetpoint) dt +K3 * d(Tsensor–TSet point )/dt +T0

Lugar VAV desligada e fechada

Qsaida = 0

onde, K1, K2, K3 – constantes do sistema;

Qsaida – vazão de ar resfriado permitida pela caixa VAV;

Tsensor – temperatura verificada pelo sensor no ambiente climatizado;

TSetpoint – temperatura de projeto para o ambiente climatizado.

d) Chillers

O sistema de controle local para os chillers pode ser representado por duas redes de

Petri: uma ordinária, controlando a partida ou desligamento do equipamento, assim como sua

disponibilidade para uso, e uma PTD, controlando o desempenho do mesmo e ativação ou

desativação dos seus estágios.

A rede ordinária possui apenas três lugares, conforme apresentado na Figura 4.19:

63

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- chiller desligado: onde deve estar a marcação inicial, indica que o equipamento está

desligado e disponível para utilização;

- chiller ligado: indica que o equipamento foi acionado, disparando o controle de

desempenho;

- chiller indisponível: indica que o chiller está desligado e indisponível para utilização,

em virtude de alguma eventual manutenção.

SINAL (E43 AND (NOT)G1)

SINAL DC1

SINAL (NOT)G1

SINAL G1

SINAL P1

CHILLER 1 DESLIGADO

CHILLER 1 INDISPONIVEL

CHILLER 1 LIGADO

SINAL D1

Fig. 4.19 Controle local de chillers

A habilitação das transições da rede é definida através dos sinais abaixo indicados, que

são representados por arcos habilitadores e inibidores:

GN – sinal do supervisório (intervenção do operador) tornando chiller N indisponível;

E4N – sinais de habilitação da estratégia [Aumento de produção de frio];

DCN – sinal determinando o desligamento do chiller, a partir do sistema de controle de

desempenho.

Para o controle de desempenho, uma rede PTD, conforme apresentado na Figura 4.20.,

representa o acionamento dos estágios dos compressores do chiller, com incremento ou

redução em 12,5% da capacidade total do equipamento. É atribuída à marca a variável C,

representando o desempenho do equipamento em cada instante, onde o valor de C pode variar

64

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de 0 (equipamento desligado, 0% de desempenho) a 100 (equipamento em desempenho

máximo, 100%). A marcação inicial representa o equipamento desligado, com C = 0

SINAL F1

SINAL E51

SINAL E43

SINAL DC1

CHILLER 1 A 100%

tr 6

tr 4

tr 3

tr 2

tr1

CHILLER 1 DESLIGADO

SINAL (Y1 AND (NOT)D1)

CHILLER 1 FUNCIONANDO

SINAL E43

SINAL E51

SINAL E51

tr 5

SINAL CM1

tr 7

Fig. 4.20. Controle local de desempenho dos chillers

A transição tr1 é habilitada pelo sinal enviado pelo controle local do equipamento. A

esta transição é atribuído o seguinte sistema de equações:

tr1 – ACIONAMENTO DO CHILLER

Equação de habilitação – C = 0

Equação de junção – C = 12,5

A marca migra então para o lugar que representa o chiller em funcionamento com

desempenho parcial, até a habilitação de uma das transições abaixo:

tr2 – AUMENTA DESEMPENHO (habilitada por sinal a partir da estratégia [Aumento

na produção de frio])

65

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Equação de habilitação – 12,5 ≤ C < 87,5

Equação de junção – C = C + 12,5

tr3 – REDUZ DESEMPENHO (habilitada por sinal a partir da estratégia [Redução na

produção de frio])

Equação de habilitação – 12,5 < C < 87,5

Equação de junção – C = C – 12,5

tr4 – DESEMPENHO A 100% (habilitada por sinal a partir da estratégia [Aumento na

produção de frio])

Equação de habilitação – C = 87,5

Equação de junção – C = 100

tr5 – DESLIGA CHILLER (habilitada por sinal a partir da estratégia [Redução na

produção de frio])

Equação de habilitação – C = 12,5

Equação de junção – C = 0

No caso de habilitação das transições tr2 e tr3, a marca retorna ao lugar que representa o

chiller em funcionamento com desempenho parcial. Em caso de habilitação da transição tr 4, a

marca migra para o lugar que indica desempenho máximo do equipamento. Caso ocorra a

habilitação da transição tr5, a marca retorna à marcação inicial, com o desligamento do

equipamento.

Caso o operador queira intervir, determinando o desligamento imediato e brusco do

chiller, habilita-se a transição tr7:

tr7 – DESLIGAMENTO IMEDIATO EM DESEMPENHO DE 100%

66

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Equação de habilitação – C = 100

Equação de junção – C = 0

A habilitação das transições da rede é representada através dos sinais abaixo indicados,

que na simulação podem ser representados por arcos habilitadores e inibidores:

FN – sinal do supervisório (intervenção do operador) desligando o chiller N, que

estava com capacidade 100%;

DN – sinal de equipamento indisponível para uso;

E4N – sinais de habilitação da estratégia aumento de produção de frio;

E5N – sinais de habilitação da estratégia redução de produção de frio;

DCN – sinal determinando o desligamento do chiller;

CMN – sinal que o chiller N está atuando com desempenho máximo (100%).

e) Bombas primárias

Uma vez que não existe controle de desempenho das bombas primárias de distribuição

de água gelada, caracterizando um processo exclusivamente discreto, o sistema de controle

local destes equipamentos pode ser representado por uma rede de Petri ordinária, com lugares

representando o equipamento desligado, em funcionamento ou indisponível para uso,

conforme apresentado na Figura 4.21.

A habilitação das transições da rede é definida através dos sinais abaixo indicados, que

são representados por arcos habilitadores e inibidores:

BN – sinal do supervisório (intervenção do operador) tornando bomba N indisponível

DN – sinal de equipamento indisponível para uso

E4N – sinais de habilitação da estratégia aumento de produção de frio

E5N – sinais de habilitação da estratégia redução de produção de frio

67

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WN – sinal de condição bomba N ligada

RN – sinal de condição bomba N desligada e disponível para uso

BOMBA PRIMÁRIA 2 INDISPONIVEL

BOMBA PRIMARIA 2 DESLIGADA

SINAL Q5

SINAL (NOT)B5

SINAL B5

BOMBA PRIMARIA 2 LIGADA

SINAL E42

SINAL E57

SINAL D7

SINAL R2

Fig. 4.21 Controle local de bombas primárias

f) Bombas secundárias

O controle das bombas secundárias de distribuição de água gelada é modelado

utilizando redes PTD, usando o mesmo modelo de rede ordinária das bombas primárias.

Deve-se assim, inicialmente, estabelecer a priorização no acionamento dos equipamentos.

Esta priorização deve se refletir nas estratégias de aumento de produção de frio e redução na

produção de frio. Somente a primeira bomba na priorização de acionamento deve ser acionada

por sinal de habilitação da estratégia, conforme Figura 4.22. As demais serão acionadas

quando o valor do sinal Psensor (valor de pressão verificado pelo sensor na tubulação), atender

a função de habilitação das transições da rede. O sistema de equações abaixo representa o

controle PID de desempenho das bombas secundárias. Contudo, para as bombas secundárias 2

68

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e 3, deve haver uma transição que permita o acionamento a partir da estratégia, quando da

indisponibilidade das bombas com maior priorização, como apresentado na Figura 4.23.

Qsaida =K1*(Psensor–PSet point )+K2 ∫(Psensor–PSet point )dt+K3*d(Psensor–PSet point)/dt+P0

(1)

onde:

Qsaida – vazão de saída da bomba secundária;

K1, K2 e K3 – constantes do sistema;

Psensor – pressão detectada pelo sensor na tubulação de saída do sistema de

bombeamento;

PSet point – pressão de projeto para o sistema.

SINAL (NOT)B1

BS 1 DESLIGADA

SINAL Q1

BS 1 INDISPONIVEL

BS 1 LIGADA

SINAL B1

SINAL D3

SINAL R1

SINAL E45

SINAL E55

Fig. 4.22. Controle local da bomba secundária 1

Assim, para a bomba secundária 2, tem-se o seguinte equacionamento de acionamento,

independente de estratégia de gerenciamento:

tr1 – ACIONAMENTO DA BOMBA SECUNDÁRIA 2

Equação de habilitação – Psensor ≤ Pmin

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tr2 – DESLIGAMENTO DA BOMBA SECUNDÁRIA 2

Equação de habilitação – Psensor ≥ Pmax

onde [Pmin ; Pmax] determina o conjunto de valores de pressão ideais para funcionamento do

sistema, sem afetar as condições de troca térmica nas serpentinas.

tr2

tr1

SINAL E54

BS 2 INDISPONIVEL

SINAL (NOT)B2

BS 2 DESLIGADA

SINAL Q2

BS 2 LIGADA

SINAL B2

SINAL D4

SINAL R2

SINAL E46

Fig. 4.23. Controle local das bombas secundárias 2 e 3

Já para a bomba secundária 3 tem-se as funções de habilitação abaixo:

tr1 – ACIONAMENTO DA BOMBA SECUNDÁRIA 3

Equação de habilitação – [Psensor ≤ Pmin] AND [(Bomba 2 ligada) OR (Bomba 2 indisponível)]

tr2 – DESLIGAMENTO DA BOMBA SECUNDÁRIA 2

Equação de habilitação – [Psensor ≥ Pmax] AND [(Bomba 2 ligada) OR (Bomba 2 indisponível)]

A habilitação das transições da rede é definida através dos sinais abaixo indicados, que são

representados por arcos habilitadores e inibidores:

BN – sinal do supervisório (intervenção do operador) tornando bomba N indisponível

DN – sinal de equipamento indisponível para uso

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E4N – sinais de habilitação da estratégia aumento de produção de frio

E5N – sinais de habilitação da estratégia redução de produção de frio

WN – sinal de condição bomba N ligada

RN – sinal de condição bomba N desligada

4.3.3. Modelagem do sistema de ar condicionado

Para modelagem do sistema de ar condicionado, são utilizados como base os

principais fluxos a serem analisados: fluxo de ar e fluxo de água gelada. São consideradas as

propriedades sobre as quais há interesse de modelagem, como vazão, temperatura e pressão.

Condicionamento de ar – Subsistema 1 Ar do ambiente

Mistura de Água Gelada

Condicionamento de ar – Subsistema N Ar do ambiente

Ar para o ambiente

Ar para o ambiente

Ar do exterior

Ar do exterior

Ar para o exterior

Ar para o exterior

Produção de Água Gelada

Distribuição de Água Gelada

Fig. 4.24. Sub-sistemas do ar condicionado

Cada atividade [Condicionamento do ar – sub-sistema i], apresentada na Figura 4.24,

corresponde a um ambiente, em qualquer uma das zonas do edifício SENAI-CIMATEC. Cada

uma das atividades acima pode ser detalhada em um novo PFS, como acontece na Figura 4.25,

para a atividade [Condicionamento do ar – sub-sistema i] e na Figura 4.27, para a atividade

[Produção de água gelada].

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Para as zonas 1 e 3, onde o controle da temperatura dos ambientes é feito através da

variação do volume de ar insuflado, a atividade [Distribuição do ar], apresentada na Figura 4.24.,

pode ser detalhada, como mostrado na Figura 4.26.

Condicionamento de Ar – Sub-sistema i

Imposição de fluxo

ventilador fan coil

Mistura de ar na sala de

máquinas

Ar do exterior

Resfriamento do ar na

serpentina

Divisão do fluxo

válvula 3 vias

Distribuição do ar

Mistura de água

Ar para o exterior

Distribuição de água gelada

Mistura de água gelada

Fig. 4.25. Detalhamento da atividade [Condicionamento de ar – sub-sistema i]

No modelo completo, deve ser desenvolvido um PFS da atividade [Distribuição do ar]

para cada fan coil das zonas 1 e 3.

Construído o modelo em PFS, cada atividade e cada elemento inter-atividade é

detalhado em uma rede de PTD.

O fluxo do ar e água no sistema de ar condicionado é representado por uma rede PTD,

onde equações diferenciais associadas aos lugares visam representar as propriedades vazão,

temperatura e pressão em diversos pontos do sistema, definindo inclusive as relações de

transferência de calor.

72

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Distribuição do ar

Sinal de funcionamento do fan coil

∆t

Divisão do fluxo

de ar

Abrir VAV ambiente N

Abrir VAV ambiente 1

Aciona controle

VAV ambiente 1

Aciona controle

VAV ambiente 1

Mistura do fluxo

de ar

Ambiente 1 desocupado ... Ambiente N desocupado (Atendendo programação do supervisório)

Fig. 4.26. Detalhamento da atividade [Distribuição do ar]

Para o sistema de controle por volume de ar constante (VAC), com o modelo

apresentado em Villani (2000), não é necessária a representação da variável pressão, uma vez

que o controle da temperatura ambiente ocorre sem variações de velocidade no ventilador do

fan coil ou nas bombas de água gelada. Com a introdução do sistema de controle por volume

de ar variável (VAV), utilização de inversores de freqüência para bombas e ventiladores e

controle PID nas linhas de água gelada e dutos de insuflamento de ar, esta propriedade passa a

ser parâmetro determinante no controle de desempenho dos equipamentos.

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Fig. 4.27. Detalhamento da atividade [Produção de água gelada]

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Outra variação introduzida neste aperfeiçoamento da metodologia é a incorporação à

rede PTD que representa o fluxo dos fluidos através das equações diferenciais referentes às

operações de transferência de calor, como a troca térmica entre água gelada e ar na serpentina

do fan coil, a mistura do ar de retorno com o ar de renovação ou até mesmo a carga térmica

imposta ao ambiente climatizado. Desta forma, as variáveis contínuas são consideradas no

modelo, o que, graças a implementação de lugares em paralelo ao fluxo principal do modelo,

com marcação constante, garante-se a atualização da parte continua, passando a representar

mais detalhadamente a evolução física das variáveis do sistema.

Em virtude do tamanho dos modelos gerados, a partir deste ponto é realizada a análise

dos modelos do sistema de ar condicionado por partes, visualizando o efeito sobre as

principais variáveis.

a) Mistura de ar de retorno

Representa a mistura do ar de retorno dos diferentes dutos secundários, ao chegarem

ao duto principal de retorno, na entrada da casa de máquinas ou caixa de mistura, conforme

modelo apresentado na Figura 4.28. A este lugar está associado o seguinte sistema de

equações:

X = [Tsaida ; Qsaida ; Psaida ];

Tsaida = ∑ Ti * Qi / Qsaida

Qsaida = ∑ Qi

Psaida = ∑Pi + σ/2 (∑Q2i/A2

i - Q2saida /A2

saida) - σkLQ2saida

onde,

Tsaida, Qsaida , Psaida – temperatura, vazão e pressão do ar no duto principal após mistura;

Ti , Qi , Pi – temperatura, vazão e pressão do ar no duto secundário i, antes da mistura;

σ - densidade média do ar;

Ai – seção reta do duto secundário de retorno i, antes da mistura;

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Asaida – seção reta do duto principal de retorno, após a mistura;

k – constante de perda de carga por unidade de comprimento, depende do material e

geometria da rede de dutos;

L – comprimento equivalente de perda de carga em linha reta da rede de dutos

referente às interseções dos ramais secundários com o duto principal, depende da geometria

da rede de dutos.

Fig. 4.28. Modelo da atividade [Mistura do ar de retorno]

.

.

.

IA 1

MISTURA DE AR DE RETORNO

b) Mistura do ar de retorno com o ar de renovação

É a primeira atividade do sistema, que acontece quando o fan coil está em

funcionamento. No lugar, representado pelo elemento inter-atividade IA2, que representa este

estado, estabelece-se a marcação inicial da rede. Desta forma, esta só ocorrerá caso a transição

anterior a este lugar esteja habilitada pelo sinal ON, que indica que o fan coil N está com seu

ventilador acionado. A esta transição está associada um intervalo de tempo (∆t), de forma a

permitir uma evolução do sistema antes que sejam reiniciados os disparos da rede habilitada,

conforme Figura 4.29.

A Figura 4.29 representa a mistura de todo o ar de retorno do sistema, já contido no

duto principal, com o ar exterior de renovação, introduzido, sem condicionamento, mas

filtrado, a partir da tomada de ar exterior. Esta operação ocorre normalmente em uma caixa de

mistura, que, por muitas vezes, quando não existem requisitos rígidos de pureza do ar, ocorre

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no próprio ambiente da casa de máquinas. Para efeito de modelagem foi considerada atuação

discreta da TAE: abertura ou fechamento total, conforme sistema de equações abaixo:

∆T

SINAL ON

IA 2

MISTURA DE AR DE RETORNO COM AR DE RENOVAÇÃO

Fig. 4.29. Modelo da atividade [Mistura do ar de retorno com o ar de renovação]

X = [Tsaida ; Qsaida ; Psaida ; Texterior ; SrenovaçãoTAE]

Tsaida = (1- SrenovaçãoTAE) Tentrada + (SrenovaçãoTAE * Texterior)

Qsaida = Qentrada

Psaida = Pentrada - kLQ2saida

onde:

Tsaida, Qsaida , Psaida – temperatura, vazão e pressão do ar no duto principal após mistura;

Texterior – temperatura do ar exterior absorvido pela TAE, normalmente temperatura

ambiente externa;

SrenovaçãoTAE – posicionamento TAE, com valor oscilando entre 0 (totalmente fechada) e

1 (100% de abertura);

L – comprimento equivalente a perda de carga distribuída e localizada do trecho

relativo a atividade, considerando perda de carga na saída do duto e do sistema de filtragem;

k – constante de perda de carga por unidade de comprimento, depende do material e

geometria da rede de dutos;

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c) Condicionamento do ar na serpentina do fan coil N

Esta atividade representa a troca de calor entre os dois fluidos do sistema de

condicionamento de ar. Através da serpentina do fan coil, a água gelada absorve calor do ar

oriundo dos ambientes climatizados. Após esta troca térmica, o ar resfriado, que perdeu calor

para a água, é novamente insuflado no ambiente, e a água que recebeu calor retorna ao chiller,

para novo resfriamento.

Por envolver os dois fluxos, o lugar, com o respectivo sistema de equações associado,

que representa esta troca térmica, é o ponto de interligação entre os dois modelos, envolvendo

variáveis e propriedades referentes aos dois fluidos, conforme modelo apresentado na Figura

4.30, com foco no fluxo de ar. Todo o equacionamento para troca térmica em trocadores de

calor do tipo serpentina, entre um fluido na forma gasosa e outro na forma liquida foi baseado

em Incropera (2003).

CONDICIONAMENTO DO AR NA SERPENTINA DO FAN COIL N

IA 4

IMPOSIÇÃO DE FLUXO DE AR NO VENTILADOR

Fig. 4.30. Modelo das atividades que ocorrem no fan coil

Ao lugar que representa o condicionamento do ar na serpentina, está associado o

seguinte sistema de equações:

X =[Tsaidaagua ; Tsaidaar ; Qsaidaagua ; Qsaidaar ; UA ; Cagua ; Car ; Cminimo ; Crelativo ; NTU ; ε ;

Treg.perman.agua ; Treg.perman.ar ; Psaidaagua ; Psaidaar]

UA= [kar(σar* Qentradaar)a1 *kagua(σagua*Qentradaagua)a2]/ [kar(σar*Qentradaar)a1

+kagua(σagua*Qentradaagua)a2]

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Cagua= σagua*Qentradaagua*cpagua

Car= σar*Qentradaar*cpar

Cminimo = min(Cagua ; Car)

Cmaximo= max(Cagua ; Car)

Crelativo= Cminimo/Cmaximo

NTU=UA/ Cminimo

Qsaidaar = Qentradaar

Qsaidaagua = Qentradaagua

Psaidaagua = Pentradaagua - kLQ2saidaagua

Psaidaar = Pentradaar - kLQ2saidaar

Treg.perman.água = Tentradaagua-ε(Cminimo/ Cagua)*( Tentradaagua- Tentradaar)

Treg.perman.ar = Tentradaar+ε(Cminimo/ Car)*( Tentradaagua- Tentradaar)

dTsaidaar/dt =( Treg.perman.ar-Tsaidaar)/τar

dTsaidaagua/dt=( Treg.perman.agua-Tsaidaagua)/τagua

onde,

τ - constante de tempo do sistema para temperatura

UA – coeficiente global de transferência de calor

k – constante de perda de carga por unidade de comprimento, depende do material e

geometria da tubulação

Cagua ; Car - capacidade térmica da água e do ar

L – comprimento equivalente em trecho reto de tubulação que é representado pela

serpentina do fan coil

kar, kagua – constante de transferência para ar e água

ε – efetividade do trocador de calor

σ - densidade da água

NTU – unidades de transferência térmica da serpentina

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Treg.perman.agua ; Treg.perman.ar – temperatura de saída da água e do ar para regime

permanente

d) Imposição de fluxo de ar ventilador

Também apresentado na Figura 4.30, este evento é representado por um lugar, ao qual

deve ser associado o sistema de equações diferenciais. Neste caso, não existe variação

significativa na temperatura, mas as variáveis pressão e vazão serão determinadas com base

em um sistema de malha fechada, a partir do sistema de controle PID, tendo como variável

monitorada a pressão na rede de dutos, na saída do fan coil. As alterações desta variável,

decorrentes do posicionamento dos caixas VAV de cada ramal de dutos, detectadas através de

um sensor instalado no duto principal, são resultantes da variação de velocidade no ventilador

do fan coil, proporcionada por um inversor de freqüência. A este lugar é associado o seguinte

sistema de equações:

X = [Tsaida ; Qsaida ; Psaida ]

Tsaida = Tentrada

Qsaida = Qentrada – dQ/dtA – K4 * dP/dtA

Psaida = K1*(Psensor – PSet point )+K2 ∫(Psensor – PSetpoint) dt+K3 * d(Psensor – PSet point )/dt+P0

onde:

K1, K2, K3 e K4 – constantes características do sistema;

Psensor - pressão verificada pelo sensor no duto principal;

PSet point – pressão definida como ideal para o sistema distribuição de ar;

A – seção reta da rede de dutos

e) Distribuição do ar resfriado

Após ser impulsionado pelo ventilador do fan coil, o ar resfriado é conduzido através

do duto principal até os dutos secundários, que o leva até o ambiente a ser climatizado. Neste

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processo de condução e distribuição do ar não há variação significativa na propriedade de

temperatura, uma vez que os dutos são isolados de forma a reduzir ao máximo a perda

térmica, podendo esta ser considerada desprezível. Já para as propriedades de pressão e vazão,

em cada ramal, a seção reta de cada duto secundário é fator determinante, sendo seus valores

obtidos a partir da aplicação da equação de Bernoulli e da equação da continuidade. Este

equacionamento é associado ao lugar que representa esta situação no modelo discreto do

fluxo. É importante observar que este sistema de equações só é resolvido caso a marca seja

conduzido a este lugar, o que só será possível caso seja habilitada a transição anterior, o que

ocorre a partir do sinal UY, que indica que o sistema de controle da caixa VAVY está em

funcionamento, ou seja, que o ambiente Y está com o seu sistema de climatização operante.

Caso contrário, é habilitada transição alternativa, que permite o retorno da marca ao fluxo

normal, conforme apresentado na Figura 4.31.

Fig. 4.31. Modelo das atividades relacionadas ao insuflamento e retorno de ar

DISTRIBUIÇÃO DE AR RESFRIADO

.

.

.

SINAL UN

SINAL U1

CONDICIONAMENTO DO AMBIENTE N

.

.

.

IA 1 IA 5 IA 6 IA 7 IMPOSIÇÃO DE FLUXO DE AR NA VAV N

SINAL U2

SINAL NOT (U2)

SINAL NOT (U2)

SINAL NOT (UN)

81

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Ao lugar que representa a distribuição do ar condicionado a cada um dos ramais

associa

Aramal * mi /∑Ai

2entrada - Q2

saida /A2saida) - σkLQ2

saida

onde:

k – constante de perda de carga por unidade de comprimento, depende do material e

geome

co equivalente à perda de carga da ramificação da rede de dutos;

l ativado”;

Imposição de fluxo de ar na caixa VAV N

to, também apresentado na Figura 4.31,

associa

= [Tsaidaar ; Qsaida ; Psaida ];

sor – TSet point )+K2 ∫(Tsensor – TSetpoint) dt+K3*d(Tsensor – TSet point )/dt+Q0

2

onde:

-se o seguinte sistema de equações:

X = [Tsaida ; Qsaida ; Psaida ]

Tsaida = Tentrada

Qsaida = Qentrada *

Psaida = ∑Pentrada + σ/2(∑Q2entrada/A

tria da rede de dutos;

L – comprimento físi

A – seção reta da rede de dutos;

mi – marcação dos lugares “rama

σ - densidade do ar.

f)

Ao modelo discreto que representa este even

-se o sistema de equações abaixo apresentado, que tem como variável determinante a

temperatura verificada no ambiente a ser climatizado, a partir de um sensor de temperatura.

Utilizando sistema de controle PID, determina-se o posicionamento do caixa VAV e as

demais propriedades do fluxo.

X

Tsaidaar = Tentrada

Qsaida = K1*(Tsen

Psaida = Pentrada – (Qsaida / kv)

82

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Tsensor – temperatura verificada no ambiente pelo sensor de temperatura;

imposta pelo damper à seção

reta do

) Condicionamento do ambiente N

modelo discreto apresentado na Figura 4.31, tem no seu sistema de equações

associa

= [Tsaida ; Qsaida ; Psaida , CTpessoas ; CTluminarias ; CTequipamentos ; CTinsolação ;

CTtranmissãocominsolação ; CTtransmissão ; CTar resfriado ];

TSet point – temperatura de projeto para o conforto térmico do ambiente;

K1, K2, K3 e Q0 – constantes características do sistema;

kv – constante de perda de carga decorrente da restrição

duto, é função do percentual de abertura.

g

O

do a representação de todas as variantes que influenciam a carga térmica do ambiente,

que vão definir a influência destas sobre a propriedade temperatura. Elementos como

quantidade de pessoas presentes, quantidade de equipamentos que dissipam calor latente e

calor sensível, iluminação existente, insolação do sol através de vidros, com transferência de

calor por radiação, transmissão de calor através de paredes externas, decorrente da incidência

de raios solares sobre estas, e transmissão de calor através de paredes internas, decorrente do

diferencial de temperatura entre o ambiente climatizado e a temperatura exterior, são fatores

que influenciam na determinação da propriedade de temperatura do ar que retorna através dos

dutos de retorno. Não existe variação significativa na propriedade de vazão do ar, uma vez o

mesmo volume de ar insuflado pelo ventilador retorna ao mesmo, pelo duto de insuflamento.

Para a propriedade de pressão deve ser considerada a perda de carga decorrente de obstáculos

no caminho percorrido pelo fluxo, como difusores e grelhas de insuflamento e retorno.

Considerando todos estes fatores, associa-se o seguinte sistema de equações ao lugar que

representa esta situação:

X

83

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CTpessoas = Npessoas * (csensivel – clatente)

CTluminarias = Nluminarias * W * Fajuste

CTequipamentos = ∑ (Ni * Wi * Fajuste )

CTinsolação = ∑ (Ai vidro * Fci * Uvidroi )

CTtransmissãocominsolação = ∑ (Ai parede externa * Fi cor * Ki material * Ui parede )

ial * (Texterna - Tset up))

CTtransmissão com insolação +

CTtransm

2

onde:

carga por unidade de comprimento, depende do material e

tria da rede de dutos

co de rede de dutos equivalente aos acidentes ou obstáculos

encont

ar

ica devido ao numero de pessoas

matizado

cada pessoa

CTtransmissão = ∑ (Ai parede interna * Ki mater

CTar resfriado = Qsaida * Cp * (Tentrada – Tambiente) ;

CTtotal = CTpessoas + CTluminárias + CTequipamentos + CTinsolação +

issão + CTar resfriado

∫dT/dt * (Cp *VOLar ambiente * σ) = ∫ CTtotal

Qsaida = Qentrada

Psaida = Pentrada - kLQ saida

k – constante de perda de

geome

Cagua ; Car- capacidade térmica da água e do ar

L – comprimento físi

rados pelo fluxo

kar, kagua – constante de transferência para ar e água

σ - densidade do

kv – constante característica da caixa VAV

CTpessoas – carga térm

Npessoas – número de pessoas no ambiente cli

csensivel e clatente – calor sensível e latente dispersados por

CTluminarias – carga térmica devido a luminárias

W – potência das luminárias

84

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Fajuste - fator de ajuste de acordo com o tipo de luminária ou equipamento

evido a equipamentos

a direção

ão do vidro

CTequipamentos – carga térmica d

Ni e Wi – número e potência por tipo de equipamento

CTinsolação – carga térmica devido a radiação do Sol

Ai vidro – superfície de vidro exposta a insolação em cad

Fci – fator de correção de acordo com o tipo e proteç

Uvidro i o sentido, época do

ano e h

na – superfície de parede ou teto exposta a incidência solar, em cada sentido

teto, a depender do sentido,

época d

o

temperatura de ideal de projeto para os ambientes climatizados

izado

ientes, o ar retorna através dos dutos de retorno

secund , com a mistura do ar de retorno

no duto principal.

– coeficiente de incidência solar sobre vidro, a depender d

ora do dia

CTtranmissão com insolação - carga térmica devido a incidência solar sobre paredes ou teto

Ai parede exter

Fi cor – fator de correção devido a cor da parede ou teto

Kmaterial – coeficiente de transmissão do material de construção da parede ou teto

Uparede i - coeficiente de incidência solar sobre parede ou

o ano e hora do dia

CTtransmissão - carga térmica devido a transmissão das paredes, piso ou teto de

ambientes não climatizados

Ai parede interna - superfície de parede, piso ou teto de fronteira com ambientes nã

climatizados

Texterna – temperatura dos ambientes não climatizados

Tset up –

Cp – calor específico do ar a pressão constante

CTtotal – carga total no ambiente

VOLar ambiente – volume total do ambiente climat

Após a troca térmica nos amb

ários, reiniciando o ciclo de eventos para o fluxo de ar

85

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Entre as várias atividades que representam alterações substanciais nas propriedades,

existem os elementos inter-atividade (IA). Cada elemento inter-atividade pode ser detalhado

diretamente como um sistema de equações diferenciais, que representam o tempo gasto para

variaçã

saida ; Qsaida ; Psaida ];

Tsaida / dt = Tentrada - Tsaida / τtemperatura

entrada

onde:

tempo do sistema para temperatura;

carga por unidade de comprimento, depende do material e

tria da tubulação;

ento inter atividade;

representadas as perdas na temperatura, através do isolamento, e a

perda tam trechos

reduzidos, estas perdas podem ser desprezadas.

e o fluxo de água gelada.

o na vazão, temperatura ou pressão no fluxo dos fluidos, na saída e uma atividade para

modificar as propriedades na atividade seguinte. Como exemplo, pode-se citar trechos de

tubulação de água gelada, que podem ser representados pelo seguinte sistema de equações

diferenciais:

IA 2

X = [T

d

Qsaida = Q

Psaida = Pentrada - kLQ2saida

τ - constante de

k – constante de perda de

geome

L – comprimento físico que é representado pelo elem

Desta forma são

de carga nas tubulações. Quando os elementos inter-atividade represen

Para o fluxo de água gelada, várias situações e eventos têm modelagem discreta

similar ao fluxo de ar. Apesar do exemplo neste caso não possuir sistema de aquecimento, o

fluxo de água quente tem a mesma abordagem qu

86

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h) Mistura de água gelada

Representa a mistura da água gelada proveniente de diversos ramais de tubulação,

após a troca térmica com o ar na serpentina dos fan coils. Existem várias situações onde este

modelo deve ser considerado, como retorno das tubulações dos climatizadores e saída de

equipa bas e chillers. Pode ser representada pela rede PTD

mostra

Fig. 4.32. Detalham atividade [Mistura de água gelada]

= [Tsaida ; Qsaida ; Psaida ];

saida = ∑ Ti * Qi / Qsaida

Qsaida = ∑ Qi

Psaida = ∑Pentrada + σ/2 (∑Q2entrada/A2

entrada - Q2saida /A2

saida) - σkLQ2saida + σgZ

onde,

e carga por unidade de comprimento, depende do material e

geometria da tubulação

retos e

mento equivalente de conexões e outros obstáculos na tubulação

mentos em paralelo, como bom

da na Figura 4.32, com seu respectivo sistema de equações associado.

MISTURA DE ÁGUA A

ento da

∆T

X

T

k – constante de perda d

L – comprimento equivalente, reflete comprimento linear de trechos

compri

87

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g - gravidade

Z – diferença de altura entre ramais e local da mistura

a em equilíbrio térmico e, a lei

de conservação da energia envolvendo a água antes e após a mistura. De forma simplificada, a

vazão é obtida através da soma da vazão dos fluxos anteriores à mistura. A pressão é obtida

através da aplicação da equação de Bernoulli, considerando os ganhos decorrentes da energia

cinétic

imárias e secundárias, que

podem odelada através da rede PTD apresentada na Figura 4.33. Para o

sistema de equações que representa a evolução das variáveis da água gelada na bomba ser

solucionado, a marca deve atingir o lugar que representa cada equipamento, através do disparo

de uma

saida = Psetpoint bomba

A – seção reta da tubulação

σ - densidade da água

A variável temperatura é obtida considerando o sistem

a e potencial e a perda de carga das tubulações e conexões.

i) Imposição de fluxo em bombas

O fluxo de água no sistema é mantido pelas bombas pr

ter sua atividade m

transição, o que só é possível através de habilitação proveniente do sistema de controle

local (sinal Qi), indicando que o equipamento está em funcionamento. Caso o equipamento

não esteja em funcionamento, a marca prossegue por caminho alternativo, sem, contudo,

resolver o sistema de equações.

X = [Tsaida ; Qsaida ; Psaida]

Tsaida = Tentrada

Qsaida = Qsetpoint bomba

P

88

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Os valores de saída das variáveis pressão e vazão são determinados pelas

caracte o caso das bombas primárias, são valores fixos. No caso das

bombas secundárias, haverá a variação decorrente do controle de desempenho local.

este caso, não é verificada variação significativa no valor da propriedade de

temper

Divisão n

fluxo de paralelo no

sistema de produção de água gelada e no encaminhamento para os climatizadores, e é aqui

rísticas da bomba. N

N

atura, uma vez que as bombas podem ser consideradas com um volume de controle

isoentrópico.

NOT (Q4)

SINAL Q4

Fig. 4.33. Detalhamento da atividade [Imposição de fluxo em bombas]

o fluxo de água gelada

água no sistema é dividido antes de equipamentos dispostos em

SINAL NOT (Q5)

FLUXO NA BP2

SINAL Q5

SINAL

FLUXO NA BP1

IA 2 IA 3

j)

O

89

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representado conforme o ramal só é

habilitada por sinal indicando que o equipamento está em funcionamento ou que a válvula de

3 vias aberta, sinalizando a ativação da função de

climati

= [Tsaida ; Qsaida ; Psaida ];

dTsaida / dt = Tentrada - Tsaida / τtemperatura

Figura 4.34. A existência de fluxo em determinad

está totalmente ou parcialmente

zação de ambiente.

SINAL Y1

DIVISÃO DE FLUXO A

IA 4

RESFRIAMENTO DE ÁGUA

IA 5 MISTURA DE ÁGUA B

SINAL 1

Fig. 4.34. Detalhamento da atividade [Divisão no fluxo de água gelada]

o modelo acima, o sinal Yi indica que o chiller i está em funcionamento. Mais uma

vez, em funcionamento, a marca percorre caminho alternativo. A cada

lugar que representa a divisão de fluxo de água, associa-se o seguinte sistema de equações.

SINAL NOT (Y2)

RESFRIAMENTO DE ÁGUA CHILLER 2

SINAL Y2

CHILLER 1

NOT (Y )

N

caso de não estar em

X

90

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Qsaida = Qentrada * Aramal * mi /∑Ai

Psaida = ∑Pentrada + σ/2(∑Q2entrada/A2

entrada - Q2saida /A2

saida) - σkLQ2saida - σgZ

onde,

k – constante de perda de carga por unidade de comprimento, depende do material e

geome

ete comprimento linear de trechos retos e

compri

Z – diferença de altura entre ramais e local da mistura;

gua

ais é diretamente proporcional à seção reta da sua

tubulação. As variáveis de pressão e de temperatura são obtidas de forma análoga.

hiller i

ó existe fluxo de água no chiller caso a transição na divisão anterior de fluxo seja

habilita

ropriedade

de pressão sofre a variação decorrente da perda de carga do trocador de calor. Já a

temper e desempenho do chiller, determinado pela sua

temperatura de set-point, e do tempo de permanência do fluido no evaporador do chiller,

conform

tria da tubulação;

L – comprimento equivalente, refl

mento equivalente de conexões;

g - gravidade;

A – seção reta da tubulação

σ - densidade da á

A vazão para cada um dos ram

l) Resfriamento de água no c

S

da, conforme mostrado no item anterior e na Figura 4.34. No caso da existência de

fluxo, não existe variação na vazão, uma vez que não existe perda de liquido. A p

atura sofre influência do controle d

e o seguinte sistema e equações.

X = [Tsaida ; Qsaida ; Psaida ]

91

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dTsaida / dt = Tsetpoint chiller - Tsaida / τchiller

Qsaida = Qentrada

Psaida = Pentrada - kLQ2saida

onde,

τ - constante de tempo do sistema de troca térmica do evaporador do chiller

carga por unidade de comprimento, depende do material e

geometria da tubulação e disposição dos tubos do trocador de calor do chiller

to físico equivalente a soma dos trechos retos de tubo no interior do

trocador e dispositivos de reversão de sentido

coils, foi

apresen

4.4. Análise estrutural e dinâmica dos modelos

Após a construção dos modelos, a etapa seguinte refere-se à análise estrutural e

dinâmica dos modelos, quando verifica o seu comportamento a partir da ocorrência de

eventos discretos e a evolução do tempo.

Em virtude da disponibilidade de vários softwares de simulação para redes de Petri,

estas são as ferramentas consideradas para a análise dos modelos. Os modelos são assim

editados usando um destes softwares que, no geral, já dispõem de recursos para a análise

estrutu

para uma simulação passo a passo, isto é, onde o

k – constante de perda de

L – comprimen

O aquecimento da água gelada, a partir do condicionamento do ar nos fan

tado no sub-item c, uma vez que este representa a interseção entre os modelos dos

fluxos de água gela e de ar resfriado.

ral, isto é, o próprio software indica se o modelo em rede de Petri editado é válido no

sentido que está em condições de se simular a ocorrência de suas transições. Muitos destes

simuladores também dispõem de recursos

92

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usuário

pecífico com componentes

particu

e

desemp

lementos para

modela

indica em cada estado a transição a ser disparada assim como a evolução dos modelos

segundo alguns parâmetros como número máximo de disparos de uma transição ou outros

valores limites como número de marcas em determinados lugares.

Dentre os softwares disponíveis para simulação, pode-se destacar o HPSIM

[Anschuetz, 2002], ferramenta que possui um editor gráfico para edição e simulação de redes

de Petri, utilizada normalmente na inicialização de estudantes com o assunto. O Visual Object

Net++ [Drath, 2003], com origem na Ilmenau University of Technology, da Alemanha, foi

desenvolvido para utilização com sistema operacional Windows e tem interface de fácil

utilização, possuindo um menu com botões básico e menu es

lares das redes de Petri. Além disso, existem vários trabalhos concluídos ou em

desenvolvimento de simuladores para rede de Petri, tanto no Brasil, como por exemplo os

softwares ARP (PUC-PR), JARP (UFSC), ASPEN (PUC-PR), quanto no exterior, como CPN

Tools (Dinamarca), CPN-AMI (França), INA (Alemanha) e ALPHA/Sim (Estados Unidos).

No presente caso, a análise dos modelos foi conduzida com base no software Visual

Object Net, considerando sua adequação para utilização em sistemas híbridos.

A análise dinâmica do modelo foi desenvolvida considerando cenários específicos

onde certas propriedades do modelo são estudadas para validar as estratégias de

funcionamento do sistema de ar condicionado. Assim, a simulação de todo o modelo discreto,

envolvendo fluxos de fluidos, estratégias de gerenciamento, sistemas de controle local e d

enho, e suas respectivas interações, foi realizado no software Virtual Object Net,

conforme ilustrado na Figura 4.35. Devido à limitação de número de e

gem neste software, realizou-se em separado a simulação do fluxo de água gelada,

incluindo todas as suas estratégias e controle local de equipamentos, e do fluxo de ar

resfriado, incluindo todos os modelos de estratégia e controle local.

Selecionado em virtude de sua flexibilidade e facilidade de manuseio dos modelos,

este software permite a utilização de arcos habilitadores e inibidores, utilizados para interligar os

93

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modelos, representando os sinais habilitadores das transições. Além disso, disponibiliza a

utilização de transições temporizadas e lugares e transições continuas, de certa complexidade.

Fig. 4.35. Modelo do sistema de água gelada no simulador Virtual Object Net

Destaca-se que com o Virtual Object Net, apenas a parte do comportamento dirigido

por eventos discretos dos modelos pode ser estudada. A parte relacionada com variáveis

contínuas envolve funções adicionais, não disponíveis neste software e que tem motivado

alguns pesquisadores como Villani (2000) a utilizarem a plataforma Matlab Simulink. De

qualquer modo, o imulação,

mas sim do procedimento de desenvolvimento do sistema de controle de sistemas de ar

condic

foco deste trabalho não está no desenvolvimento de software de s

ionado.

Para cada um dos fluxos do sistema de ar condicionado, foram realizadas algumas

simulações, adotando premissas que representam possíveis situações para sistema:

94

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a) Simulação 1 do sistema de água gelada

Para as simulações do sistema de produção de água gelada foram utilizados os

seguintes modelos:

ias 1, 2 e 3;

sistema de controle de desempenho dos chillers 1 e 2;

edução da produção de frio];

ram considerados disponíveis,

seguind

stema em repouso, sem qualquer atividade. Foi

habilita

ambiente acima do set-point.

mprovou a seqüência de eventos:

;

de frio], verifica-se o

aumen ste momento, caso

- sistema de controle local dos chillers 1 e 2;

- sistema de controle local das bombas primárias 1 e 2;

- sistema de controle local das bombas secundár

-

- estratégia [Aumento da produção de frio];

- estratégia [R

- modelo do fluxo de água gelada.

Para a primeira simulação, todos os equipamentos fo

o a seguinte ordem de priorização:

Bombas Primárias – BP1 e BP2

Bombas Secundárias – BS1, BS2 e BS3

Chillers – chiller 1 e chiller 2

Inicialmente foi considerado o si

da então a transição inicial da estratégia [Aumento da produção de frio], simulando

existência de sensor indicando temperatura

De forma gradual, a simulação co

- acionamento da bomba primária 1;

- inicio do fluxo de água gelada

- acionamento da bomba secundária 1;

- acionamento do chiller 1 e acionamento de seu controle de desempenho;

Mantendo o sinal de habilitação da estratégia [Aumento da produção

to gradual no desempenho do chiller 1, até que este atinja 100%. Ne

95

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a estrat nado o chiller 2, habilitando o fluxo de água no

seu ram incremento no seu desempenho, até 100%. Como o

control as não pode ser modelado de forma discreta, o

modelo verifique a

necessi

nto do chiller 2 e interrupção do fluxo no seu ramal;

da bomba primária;

elmente a seqüência

esperad

a gelada

ilizados alguns equipamentos, o que pode ser

provoc

– BP1 indisponível e BP2 disponível, conforme apresentado na

figura 4.36;

égia continue a demandar frio, é acio

al, e que terá da mesma forma um

e de desempenho das bombas secundari

acionou somente uma bomba secundaria. Caso seu sistema de controle

dade de aumento de vazão, as demais bombas secundárias seriam acionadas

automaticamente.

Neste ponto da simulação, removeu-se a habilitação da estratégia [Aumento da produção

de frio] e habilitou-se a estratégia [Redução da produção de frio], o que indicaria uma temperatura

de água gelada de retorno abaixo do valor de set point. Verificou-se então a seguinte

seqüência de eventos:

- redução gradual no desempenho do chiller 2 (100% até 0%);

- desligame

- redução gradual do desempenho do chiller 1 (100% até 0%);

- desligamento do chiller 1 e interrupção do fluxo no seu ramal;

- desligamento da bomba secundária;

- desligamento

- interrupção do fluxo de água gelada.

Ambas as seqüências de eventos no modelo reproduzem fi

a no sistema real.

b) Simulação 2 do sistema de águ

Para esta simulação foram indisponib

ado por intervenção do operador, e alterada a ordem de priorização, conforme abaixo:

Bombas Primárias

96

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Bom s Secundárias – BS1 indisponível, confoba rme apresentado na Figura 4.36, ordem

de priorização BS3 e BS2;

i

habilita

sensor indicando temperatura ambiente acima do set-point.

mba primária 2;

de frio], verifica-se o

aumen ste momento, caso

a estra haverá o acionamento do chiller 1, já que este

encontra-se indisponível, não havendo, portanto, como aumentar o desempenho do sistema.

Como secundárias não pode ser modelado de forma

discret de controle

verifiq

o fluxo no seu ramal;

- desligamento da bomba secundária;

Chillers – chiller 2 indisponível e chiller 2 disponível

Inicialmente foi considerado com sistema em repouso, sem qualquer atividade. Fo

da então a transição inicial da estratégia [Aumento da produção de frio], simulando

existência de

De forma gradual, a simulação comprovou a seqüência de eventos:

- acionamento da bo

- inicio do fluxo de água gelada;

- acionamento da bomba secundária 3;

- acionamento do chiller 2 e acionamento de seu controle de desempenho;

Mantendo o sinal de habilitação da estratégia [Aumento da produção

to gradual no desempenho do chiller 2, até que este atinja 100%. Ne

tégia continue a demandar frio, não

o controle de desempenho das bombas

a, o modelo acionou somente uma bomba secundaria. Caso seu sistema

ue a necessidade de aumento de vazão, a próxima bomba, pela ordem de priorização,

no caso a BS2, seria acionada automaticamente.

Neste ponto da simulação, removeu-se a habilitação da estratégia [Aumento da produção

de frio] e habilitou-se a estratégia [Redução da produção de frio], o que indicaria uma temperatura

de água gelada de retorno abaixo do valor de set point. Verifica-se então a seguinte seqüência

de eventos:

- redução gradual no desempenho do chiller 2 (100% até 0%);

- desligamento do chiller 2 e interrupção d

97

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- desligamento da bomba primária;

- interrupção do fluxo de água gelada.

Ambas as seqüências de eventos no modelo reproduzem fielmente a seqüência

esperada no sistema real.

Fig. 4.36. Simulação 2 do sistema de água gelada indisponibilizando chiller 1 e BS1 no simulador

Durante as simulações do modelo e sua análise dinâmica foram encontradas algumas

situações que impediam o seqüuenciamento correto:

- inicialmente a divisão em ramais partia de uma transição única para vários lugares.

Verificou-se que a condição ideal é a divisão com arcos partindo de um lugar único para várias

transições, representando os ramais, com sua habilitação condicionada ao funcionamento dos

equipame o

modelo do sistema de controle local de cada equipamento;

ntos relacionados a cada ramal, com a interligação através de arcos habilitadores a

98

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- inserção da possibilidade de uma intervenção externa desligando o chiller

diretamente quando este estiver a 100%, sem redução gradual de desempenho. Esta situação

represe

argo do sistema de controle local das

mesma

lizadas outras simulações, inserindo a indisponibilidade de vários

equipa

defeito instantâneo em um dos

equipamentos, isto é, o seu desligamento súbito, sendo obtida a interrupção imediata do fluxo

nta uma intervenção emergencial do operador;

- só permitir o acionamento de equipamentos que tenham fluxo de água em seus

ramais, de forma a eliminar a possibilidade de danos mecânicos aos equipamentos, como

cavitação, no caso das bombas, ou golpe de liquido, no caso do chiller. Esta condição foi

obtida a partir de nova concepção estrutural dos modelos;

- inserção de intertravamento, utilizando arcos habilitadores, entre o acionamento das

bombas secundárias, de forma que as estratégias acionem/desliguem somente uma bomba,

deixando o acionamento/desligamento das demais a c

s, representado por modelo contínuo;

- inserção de intertravamento, utilizando arcos habilitadores, entre o acionamento das

bombas primárias, de forma que a estratégia acione somente uma bomba, suficiente para

atender o sistema.

Os pontos acima indicam como é o processo de análise dinâmica dos modelos, onde

além de identificar situações não previstas também sinalizam a eventual necessidade de rever

as estratégias consideradas e/ou modelos desenvolvidos.

c) Outras simulações para o sistema de água gelada

Foram rea

mentos de forma alternada, sendo que a seqüência de eventos seguiu processo análogo

ao obtido nas simulações 1 e 2.

Foi simulada também a possibilidade de um

99

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e desligamento dos demais equipamentos, garantindo assim a integridade do sistema como um

todo.

sempenho. O resultado obtido correspondeu ao desempenho

esperad

le local de sistema alternativo split;

sistema de controle local da tomada de ar exterior;

sistema de controle local de três caixas VAV desta mesma rede de dutos, vinculando

cada ca

retorno dos ambientes.

entos

desliga

dequada.

área a ser climatizada ou a programação feita pelo

operad sentados por uma marcação no modelo, habilitando

a estra

eventos no sistema, através de arcos habilitadores das transições dos sistemas de controle local:

Outra possibilidade testada foi a alternância das estratégias de controle, antes que os

chillers atingissem 100% de de

o para o sistema.

d) Simulação do sistema de distribuição de ar resfriado

Para realização das simulações do sistema de distribuição de ar resfriado foram

utilizados os seguintes modelos, conforme apresentado na Figura 4.37:

- sistema de contro

-

- sistema de controle local de um fan coil que atende determinada rede de dutos;

-

ixa a um ambiente distinto atendido;

- estratégia [Área em utilização];

- estratégia [Área fora de utilização];

- modelo do fluxo do ar resfriado, em insuflamento e

Inicialmente, foi considerado o sistema em repouso, com todos os equipam

dos (fan coil e split) e todos os dampers fechados (TAE e VAV). Esta consideração é

representada através de uma marcação inicial a

O acesso de alguma pessoa a

or são eventos que podem ser repre

tégia [Área em utilização]. Ao ser habilitada, esta estratégia desencadeia uma série de

100

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Fig. 4.37. Modelo do sistema de distribuição de ar no simulador

- abertura da tomada de ar exterior;

- desligamento do sistema alternativo split;

- abertura da caixa VAV da área onde foi detectada a ocupação ou feita a

programação;

- abertura da válvula de água gelada para o fan coil, ponto de integração com o sistema

de produção de frio;

acionamento do fan coil, acionando o ventilador do mesmo.

habilitado o modelo do fluxo de ar resfriado,

resolve iedades do ar, associado a cada evento,

represe

, a habilitação de fluxo de ar por este ramal só ocorre a partir de sinal

indican

-

Com o acionamento do fan coil, é

ndo o equacionamento referente às propr

ntado por um lugar. Para os sistemas de distribuição de ar que possuem mais de um

ramal/ambiente

do que sua caixa VAV está aberta.

101

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Para o controle de posicionamento das caixas VAV e de desempenho do ventilador do

fan co

ramal de dutos de insuflamento e caixas VAV

indepe

mento da caixa

VAV,

a de água gelada e novo acionamento do

fan coi

ar sendo determinado

pelos m

não esteja mais ocupado, sendo desnecessária a sua climatização. Esta condição

pode s

os:

il, que têm modelagem contínua, do tipo PID, a resolução das respectivas relações

ocorre enquanto houver marcação nos lugares [VAV acionada] e [Fan coil ligado].

A partir da primeira simulação, foi identificada a necessidade de implementar as

seguintes adequações ao modelo original proposto:

- cada área a ser climatizada, com

ndentes, tem que possuir um modelo da estratégia associado, de forma a garantir a

independência do controle entre as áreas, requisito básico do sistema;

- em cada modelo de estratégia, acrescer a opção de, após o aciona

caso seja verificado que o fan coil já está em funcionamento por estar atendendo outra

área, não sejam disparados nova abertura de válvul

l.

Após a implementação destas alterações, o modelo simulado atendeu a seqüência de

eventos esperada para o sistema, com o controle das propriedades do

odelos contínuos vinculados ao ambiente e controle de abertura da caixa VAV e de

desempenho do ventilador do fan coil.

Em uma segunda etapa da simulação dos modelos, considerou-se a situação em que o

ambiente

er observada através de ausência de sinal enviado por sensor de presença, ou

programação do operador. Com isso, cessa a habilitação da estratégia [Área em utilização] e é

habilitada a estratégia [Área fora de utilização]. A habilitação desta estratégia no simulador

provocou a seguinte seqüência de event

- fechamento da TAE;

- acionamento do sistema alternativo split;

- fechamento total do caixa VAV.

102

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Neste ponto, cessa a habilitação da transição que dispara o fluxo de ar pelo ramal, no

modelo do fluxo de ar, habilitando o trajeto alternativo da marca, conforme apresentado na

Figura 4.38. Caso seja verificado, através de sinais, que todas as outras caixas VAV dos

ramais adas, completam a seqüência os seguintes

evento

r.

atendidos por este fan coil já estejam fech

s:

- fechamento total da válvula de água gelada;

- desligamento do ventilador do fan coil.

O desligamento do fan coil, indicado pelo modelo do sistema de controle local do

mesmo ao modelo de fluxo de ar, desabilita o trânsito da marca, indicando a interrupção do

fluxo de a

Fig. 4.38. Modelo do fluxo de ar nos ramais no simulador

A seqüência de eventos verificada em todas as simulações representa a seqüência

verificada no sistema real, quando é feita a comparação, submetendo-o às mesmas condições

de observação, validando, desta forma os modelos discretos propostos.

103

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5. Conclusões

Dentre as tendências de uso racional de recursos, principalmente de energia, e da

necessidade de assegurar a produtividade e qualidade na execução de atividades produtivas,

destaca-se a infra-estrutura que explora o conceito de edifício inteligente. Este ambiente

materializa o conceito de integração dos sistemas prediais potencializando a otimização dos

recursos e a eficiência do trabalho humano. O presente trabalho abordou a integração do

sistema de ar condicionado num edifício inteligente, cuja importância é evidenciada,

principalmente, pela necessidade de manutenção do conforto térmico dos usuários e pelo alto

consumo de energia.

Neste contexto, abordagens conceituais baseadas em sistemas a eventos discretos e

técnicas derivadas de rede de Petri foram aqui também adotadas como uma alternativa eficaz

de modelagem e análise das soluções de integração dos sistemas prediais. Amostras de

resultados expressivos destas iniciativas são os métodos propostos para a modelagem e

análise de estratégias de gerenciamento de sistemas de ar condicionado, utilizando uma

104

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abordagem híbrida, onde são considerados os aspectos de sistemas a eventos discretos e as

variáveis de dinâmica contínua.

Contudo, as abordagens e métodos existentes são limitados a soluções específicas de

implementação, como os sistemas de ar condicionado com volume de ar contínuo. Assim, o

presente trabalho introduz uma extensão destas abordagens para modelar e analisar soluções

de automação predial que incluem sistemas de ar condicionado com volume de ar variável e

variação no desempenho de equipamentos.

O presente trabalho explora assim um método existente [Villani & Miyagi, 2004],

ampliando-o para outras estruturas de gerenciamento do sistema de ar condicionado. Novas

considerações são introduzidas tanto no aspecto da modelagem da produção térmica quanto

do ar condicionado. Dentre as contribuições deste trabalho,

destaca-se a extensão do método para sistemas com volume de ar variável (VAV), o controle

de dese

ento do ambiente, com posterior integração entre eles. Uma vez

constru

que permite analisar diferentes possibilidades antes de sua implementação física, viabilizando

no da modelagem da distribuição

mpenho de equipamentos, e a inclusão de proteção a equipamentos críticos, como os

compressores. Além disso, propõe-se uma abordagem aprimorada para modelagem dos fluxos

de água e ar, associando uma representação em rede de Petri à dinâmica contínua.

Para teste e validação das contribuições introduzidas, as mesmas foram aplicadas a

estudos de casos. Nestes estudos, foram consideradas as estratégias de gerenciamento a serem

adotadas, analisando a sua adequação às configurações do edifício. Foram desenvolvidos os

modelos dinâmicos, incluindo as atividades de gerenciamento do sistema de ar condicionado,

controle local e comportam

ídos os modelos, utilizou-se a simulação como forma de validação dos modelos e

análise das estratégias. Através deste processo dinâmico de melhoria contínua, a partir das

análises realizadas, chegou-se às soluções mais adequadas de gerência das operações.

Considera-se que o método desenvolvido constitui ferramenta eficaz no

desenvolvimento de estratégias de gerenciamento de sistemas de ar condicionado, uma vez

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o uso otimizado de recursos. Além disso, permite a verificação da própria adequação do

sistema de ar condicionado, como do seu sistema de gerenciamento, ao ambiente proposto.

ação e uniformização dos modelos gerados,

fundam

ilização da

metodo

Os estudos conduzidos confirmam a versatilidade da rede de Petri e das equações

diferenciais para descrever e detalhar a integração dos sistemas prediais no âmbito do edifício

inteligente, como sistemas de ar condicionado, combate a incêndio, elevadores, iluminação,

dentre outros. Neste contexto, a sistematização dos procedimentos de construção dos modelos

contribui efetivamente para a racionaliz

entais não só para o projeto e análises de sistemas prediais, mas também para a sua

manutenção e aprimoramentos futuros.

Destaca-se, por fim, que em continuidade ao presente trabalho tem-se o estudo de

ferramentas de simulação próprias para modelos em rede de Petri Predicado/Transição

Diferenciais, assim como a integração do modelo aqui proposto com os modelos dos demais

subsistemas que compõem um edifício inteligente, além da implementação prática dos

modelos e estratégias definidas a partir da metodologia em um sistema real. Uma outra

variação do presente trabalho, que deve ser desenvolvida, é a análise e ut

logia com foco na eficiência energética, já que a abordagem neste trabalho focou o

conforto térmico.

106

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