modelagem computacional de ventosas de duplo … · essa irredutível recusa à poesia não vivida...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL MESTRADO EM ENGENHARIA CIVIL ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM RECURSOS HÍDRICOS MODELAGEM COMPUTACIONAL DE VENTOSAS DE DUPLO EFEITO COMO MECANISMO DE ALÍVIO DO GOLPE DE ARÍETE FERNANDO PEROBA JÚNIOR FORTALEZA – CE 2007

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL MESTRADO EM ENGENHARIA CIVIL

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM RECURSOS HÍDRICOS

MODELAGEM COMPUTACIONAL DE VENTOSAS DE DUPLO EFEITO COMO MECANISMO DE ALÍVIO DO GOLPE

DE ARÍETE

FERNANDO PEROBA JÚNIOR

FORTALEZA – CE 2007

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MODELAGEM COMPUTACIONAL DE VENTOSAS DE DUPLO EFEITO COMO MECANISMO DE ALÍVIO DO GOLPE

DE ARÍETE

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em

Recursos Hídricos da Universidade Federal do

Ceará como parte dos requisitos para obtenção do

título de mestre.

Orientador: Professor Marco Aurélio Holanda de Castro, Ph.D.

Fortaleza, 20 de julho de 2007.

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Esta Dissertação foi submetida como parte dos requisitos necessários

para a obtenção do Grau de Mestre em Recursos Hídricos, outorgado pela

Universidade Federal do Ceará, e encontra-se à disposição dos interessados na

Biblioteca Central da referida Universidade.

A citação de qualquer trecho desta Dissertação é permitida, desde que

seja feita de acordo com as normas da ética científica.

__________________________________ Fernando Peroba Júnior

Dissertação aprovada em 20 de julho 2007.

Examinadores:

_______________________________________ Professor Marco Aurélio Holanda de Castro (Orientador), Ph.D.

Universidade Federal do Ceará

_____________________________________ Professor Doutor John Kenedy de Araújo.

Universidade Federal do Ceará

_____________________________________ Professor Rogério Campos, Ph.D.

Universidade de Fortaleza

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Resta, acima de tudo, essa capacidade de ternura Essa intimidade perfeita com o silêncio

Resta essa voz íntima pedindo perdão por tudo - Perdoai-os! Porque eles não têm culpa de ter nascido...

Resta esse antigo respeito pela noite, esse falar baixo

Essa mão que tateia antes de ter, esse medo De ferir tocando, essa forte mão de homem

Cheia de mansidão para com tudo quanto existe.

Resta essa imobilidade, essa economia de gestos Essa inércia cada vez maior diante do Infinito

Essa gagueira infantil de quem quer exprimir o inexprimível Essa irredutível recusa à poesia não vivida [...]

[...] Resta essa vontade de chorar diante da beleza Essa cólera em face da injustiça e o mal-entendido

Essa imensa piedade de si mesmo, essa imensa Piedade de si mesmo e de sua força inútil.

Resta esse sentimento de infância subitamente desentranhado

De pequenos absurdos, essa capacidade De rir à toa, esse ridículo desejo de ser útil

E essa coragem para comprometer-se sem necessidade.

Resta essa distração, essa disponibilidade, essa vagueza De quem sabe que tudo já foi como será no vir-a-ser

E ao mesmo tempo essa vontade de servir, essa Contemporaneidade com o amanhã dos que não tiveram ontem nem hoje.

Resta essa faculdade incoercível de sonhar

De transfigurar a realidade, dentro dessa incapacidade De aceitá-la tal como é, e essa visão

Ampla dos acontecimentos, e essa impressionante

E desnecessária presciência, e essa memória anterior De mundos inexistentes, e esse heroísmo

Estático, e essa pequenina luz indecifrável A que às vezes os poetas dão o nome de ESPERANÇA.

(Trechos da Poesia “O Haver”, de nosso poeta maior VINÍCIUS DE MORAES)

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Este trabalho é dedicado à minha mãe Zenir

Peroba, de cujo imenso Amor são frutos todas

as coisas boas que acontecem na minha vida.

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AGRADECIMENTOS

Antes de ser uma mera formalidade, considero um privilégio poder

agradecer àqueles que de forma direta ou indireta contribuíram para a concretização

desta dissertação de mestrado. Portanto, agradeço:

A DEUS, em primeiro lugar e acima de tudo, por conduzir o meu caminho

de forma tão justa e perfeita.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de pessoal de Nível Superior

(CAPES) pelo apoio financeiro.

Aos Membros da Banca, pelas sugestões, críticas e pela generosidade

nos elogios. Em especial ao Prof. Rogério Campos pela contribuição para o

aprimoramento deste trabalho.

Ao meu orientador Prof. Marco Aurélio, por todo o apoio em termos de

estrutura e orientação; por ter me ajudado nos momentos difíceis que passei; pela

sinceridade, muitas vezes incompreendida por alguns e por ter me tratado de uma

forma tão amiga ao longo destes dois anos.

Ao meu co-orientador Prof. John Kenedy, por ter transmitido o

conhecimento necessário para se compreender um assunto tão complexo e tirado

minhas dúvidas quando elas surgiram; por ter me ajudado a definir alguns rumos e

pelo apoio e incentivo de sempre.

Ao meu amigo Prof. Rodrigo Codes a quem devo toda minha base em

engenharia, pelo apoio, incentivo e exemplo pessoal.

Ao Prof. Ernesto Pitombeira pelo apoio acadêmico na aquisição de um

importante artigo e, acima de tudo, por ser um exemplo de dedicação e entusiasmo

pela nossa Universidade e pela engenharia.

Ao Eng°. Paulo André por ter me ajudado na parte computacional, pela

sua inteligência, competência e capacidade de trabalho.

Ao Prof. André Bezerra que gentilmente revisou a metodologia presente

neste trabalho.

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Aos professores do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental,

meu muito obrigado por todo conhecimento transmitido.

Ao meu pai Fernando Peroba (in memoriam) por ter me deixado o

exemplo de honestidade, bondade a Amor.

À minha família Zenir, Ana e Tábata. Minha irmã Ana por toda ajuda

financeira e emocional que tem me dado; por esta amizade que cultivamos desde

cedo e por me amar incondicionalmente. Minha sobrinha Tábata por iluminar nossa

família e por ser a criança mais linda do mundo.

À Nadja, por ter me ajudado em algumas disciplinas no início da

graduação, por todos os encontros e desencontros e por fazer parte da minha

história.

À minha querida tia Socorro por todo o apoio e carinho desde o momento

em que nasci; por representar o lado forte e vencedor da família e por ser muito

generosa com todos.

À minha família do coração, os Moreiras: Sr. Carlos Alberto, Dona Ione (in

memoriam); Carlos Augusto e Ana; Eduardo e Carmencita; Dr. Nogueira e Vera;

Seabra e Zulmira; Parente e Ione; Eliane; André, Rafael, Renan, Fernando, Camila,

Larissa, Renata, Felipe, Lívio e Karlinha. Especialmente à Eliane por todo carinho,

dedicação e amor, sem os quais eu não teria chegado até aqui.

Aos meus irmãos de coração Régis e Soraya que ao longo destes vinte

anos de amizade têm estado sempre presentes e contribuído para que meu caminho

fosse mais alegre e vitorioso.

Aos queridos amigos Maurício e Lise que, apesar da distância, sempre

têm me ajudado e se importado comigo.

Aos queridos amigos Flávio e Mônica por todo o carinho de nossa

amizade, pela torcida e por compartilhar comigo seu exemplo de trabalho e

honestidade.

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Ao meu amigo Paulo por ter estado presente nos momentos mais difíceis

da minha vida, me apoiando em tudo que precisei.

À minha amiga Raquel (Quelzinha) que tanto contribuiu para meu

crescimento como pessoa; que sempre torceu muito e acreditou em mim.

À minha amiga Germana Menescal cuja ajuda foi imprescindível na

produção do algoritmo. Além de ser um exemplo de mulher guerreira e inteligente,

sem perder a meiguice.

Ao meu “irmãozinho” Henrique por estar sempre disposto a ajudar; pela

nossa amizade e identificação que torna mais agradável esta vida no mundo

acadêmico.

Um agradecimento especial ao meu amigo Gustavo Weyne que me

ajudou de forma decisiva na correção do texto, corrigindo, sugerindo e melhorando

este trabalho.

Ao Márcio que colaborou na produção de algumas figuras e na

organização da apresentação no dia da defesa. Por todos os momentos de

descontração que, sempre com a presença do Marcelo, ajudam a viver melhor.

Ao Adriano Gomes de Matos que também ajudou bastante na elaboração

da dissertação. Por ser esta pessoa brilhante que sabe superar todos os obstáculos

e, acima de tudo, por querer sempre acertar.

Ao meu grande amigo Paulo Roberto por ter me ensinado tanta coisa, por

compartilhar comigo sua amizade e pela lição de discrição e humildade que só as

pessoas verdadeiramente inteligentes têm.

Ao amigo Erivelton que sabe tudo de informática, por toda a sua ajuda e

prestatividade que foram auxílio muito importante no desenvolvimento da

dissertação.

Aos colegas da pós-graduação Francione e Roger, pelo carinho da nossa

amizade.

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Ao Danilo que caminha comigo já há alguns anos nesta vida de estudante

de engenharia, sempre mostrando sua competência e capacidade de não desistir

nunca.

Aos meus amigos do Grupo de Estudo em Hidráulica Computacional

(GEHC): Marcus Vinícius, Carlos Leal, Cláudio, Mauro, Magno, Renato, Charles,

Alessandro, Shirley e Neto.

À Teresa, minha amiga mineira que mora em Brasília, por me ajudar com

sua alegria e inabalável fé.

Poder-se-ia ainda citar muitas pessoas, entretanto, por contingências

várias, não fazem mais parte da minha vida. Mesmo assim, deixo meus sinceros

agradecimentos àqueles que compartilharam comigo alguma coisa com um sim e

me ensinaram tanto com um não.

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SUMÁRIO

Página

AGRADECIMENTOS.................................................................................................. vi

LISTA DE FIGURAS.................................................................................................. xii

LISTA DE SÍMBOLOS.............................................................................................. xiv

RESUMO................................................................................................................... xvi

Palavras-Chave: Hidráulica Transiente, mecanismos de alívio do Golpe de Aríete, ventosas de duplo efeito, air in-let. ........................................................... xvi

ABSTRACT.............................................................................................................. xvii

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................ 1

2. RESUMO HISTÓRICO ........................................................................................... 7

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 8

3.1. Ventosas............................................................................................................ 8

3.1.1 Ventosas Automáticas de Duplo Efeito (VADE).............................................. 8 3.1.2 Ventosas Automáticas de Simples Efeito (VASE)........................................... 9 3.1.3 Ventosas Automáticas de Fechamento lento (VAFL) ................................... 10 3.2. Método das Características ............................................................................. 11

3.3. Equações características................................................................................. 15

3.4. Equações Características do Transiente Hidráulico ........................................ 16

3.5. Equação da onda ............................................................................................ 21

3.6. Vazão mássica ................................................................................................ 27

3.6.1 Relações para um gás perfeito. .................................................................... 27 3.6.2 Velocidade de propagação do Som. ............................................................. 29 3.6.3 Número de Mach. ......................................................................................... 30 3.6.4 Escoamento Isentrópico. .............................................................................. 31

4. METODOLOGIA................................................................................................... 38

4.1. Condição de Contorno das ventosas............................................................... 38

4.1.1 Método da aproximação parabólica. ............................................................. 45 4.1.2 Critérios de Convergência............................................................................. 49

5. SIMULAÇÕES E DISCUSSÕES .......................................................................... 55

5.1. Configuração do problema hidráulico .............................................................. 55

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5.2. Ventosa trabalhando isoladamente ................................................................. 59

5.3. Aplicação de várias ventosas .......................................................................... 60

5.4. Ventosas trabalhando em conjunto com um TAU ........................................... 66

5.5. Ventosa trabalhando em conjunto com uma Chaminé de Equilíbrio ............... 66

6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES............................................................... 76

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 78

ANEXO A – CATÁLOGO DOS FABRICANTES. ...................................................... 81

ANEXO B – EQUAÇÕES DO TRANSIENTE HIDRÁULICO..................................... 86

ANEXO C – MANUAL DE UTILIZAÇÃO DO UFC6 .................................................. 99

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LISTA DE FIGURAS

Página

Figura 1.1 – Primeira fase do transiente. 2

Figura 1.2 – Segunda fase do transiente. 3

Figura 1.3 – Terceira fase do transiente. 4

Figura 1.4 – Quarta fase do transiente. 5

Figura 3.1 – Ventosa Automática de Duplo Efeito. 9

Figura 3.2 – Ventosa Automática de Fechamento Lento. 10

Figura 3.3 – Linhas Características no plano (x,t) 18

Figura 4.1 – Vazões entrando e saindo da cavidade. 40

Figura 4.2 – Parábolas de aproximação. 49

Figura 4.3 – Zona do fluxo de entrada em regime crítico. 51

Figura 4.4 – Zona do fluxo de entrada em regime subsônico. 52

Figura 5.1 – Perfil 1. 57

Figura 5.2 – Planilha de nós referentes ao perfil1. 58

Figura 5.3 – Resultados do nó 18. 61

Figura 5.4 – Perfil 2. 62

Figura 5.5 – Planilha de resultados referentes ao perfil 2. 63

Figura 5.6 – Perfil 3. 64

Figura 5.7 – Planilha de resultados referentes ao perfil 3. 65

Figura 5.8 – Perfil 4. 68

Figura 5.9 – Planilha de resultados referentes ao perfil 4. 69

Figura 5.10 – Perfil 5. 70

Figura 5.11 – Planilha de resultados referentes ao perfil 5. 71

Figura 5.12 – Perfil 6. 72

Figura 5.13 – Planilha de resultados referentes ao perfil 6. 73

Figura 5.14 – Perfil 7. 74

Figura 5.15 – Planilha de resultados referentes ao perfil 7. 75

Figura B1 – Volume de controle. 87

Figura B2 – Elemento de casca. 90

Figura B3 – Linhas de carga e cotas. 94

Figura C.1 – Formulário Carregar Perfil. 103

Figura C.2 – Entrada Manual de Dados – Arquivo Texto (*.txt) 104

Figura C.3 – Perfil Carregado. 105

Figura C.4 – Formulário Parâmetros do Projeto. 106

Figura C.5 – Formulário Dados do Trecho. 107

Figura C.6 – Formulário Dados do Nó. 109

Figura C.7 – Formulário Bomba. 109

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Figura C.8 – Formulário One-Way. 110

Figura C.9 – Formulário Reservatório Hidropneumático. 111

Figura C.10 – Formulário Válvula de Alívio. 112

Figura C.11 – Formulário Chaminé de Equilíbrio. 113

Figura C.12 – Formulário VADE. 114

Figura C.13 – Entrada Automática de Dados 115

Figura C.14 – Formulário Cálculo do Transitório. 119

Figura C.15 – Envoltórias Máximas e Mínimas Calculadas. 120

Figura C.16 – Formulário Envoltórias. 121

Figura C.17 – Formulário Planilhas. 122

Figura C.18 – Formulário Resultados por Seção. 123

Figura C.19 – Formulário Gráfico One-Way. 124

Figura C.20 – Formulário Evolução da Cota Piezométrica. 126

Figura C.21 – Créditos UFC6. 128

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LISTA DE SÍMBOLOS

[M] - Unidade de massa; [L] - Unidade de comprimento; [T] - Unidade de tempo; A - Área da seção transversal do tubo, [L]²; Ao – Área do orifício da ventosa [L]²; a - Velocidade de propagação das ondas de pressão, celeridade, [L]/ [T]; c - velocidade do som [L]/ [T];; Cin - Coeficiente de perda de carga localizada no orifício da ventosa na entrada de ar; Cout - Coeficiente de perda de carga localizada no orifício da ventosa na saída de ar;

pc - calor específico a pressão constante, adimensional; vc - calor específico a volume constante, adimensional;

D - Diâmetro do tubo, [L]; e - Espessura da parede do tubo, mm; f - Coeficiente de atrito da fórmula universal, adimensional; g -Aceleração da gravidade, [L]/[T]2; h - Entalpia, [J/mol]; Hb - Carga barométrica no local da ventosa, [L]; k - Constante adiabática, adimensional; L - Comprimento da tubulação, [L]; V - Velocidade média de escoamento, [L]/ [T]; m - Masa, [M];

0m& - Vazão mássica no início do intervalo de tempo, [M]/[T]; m& - Vazão mássica no final do intervalo de tempo, [M]/[T]; M- Número de Mach, adimensional; p - pressão absoluta, [N/m²]; Q- Vazão, [L]3/[T]; Qo - Vazão inicial no estado permanente, [L]³/[T]; QP(J,1)- vazão na primeira seção do tubo J, no final do intervalo de tempo, [L]³/[T]; Q(J,1)- vazão na primeira seção do tubo J, no início do intervalo de tempo, [L]³/[T]; QP(I,K)- vazão na última seção do tubo I, no final do intervalo de tempo, [L]³/[T];; Q(I,K)- vazão na última seção do tubo I, no início do intervalo de tempo, [L]³/[T]; R- Constante universal dos gases, [J/kg.K], t - Tempo, [T]; to - Instante de inicial, [T]; Δt - Intervalo de tempo computacional, [T]; T- Temperatura absoluta interna, [K];

0T - Temperatura absoluta externa, [K]; Vol –Volume [L]³ , VPar: volume da massa de ar, no final do intervalo de tempo; Var: volume da massa de ar, no início do intervalo de tempo;

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ρ - Massa especifica do fluido, [M]/ [L]³; Δx - Comprimento de cada trecho do conduto, [L]; ν - Coeficiente de Poisson, adimensional; γ - Peso específico do líquido, [M]/([T][L]²);

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RESUMO

Neste trabalho, foram feitas simulações do transiente hidráulico com ventosas de

duplo efeito aplicadas aos nós de maior cota, utilizando-se o software UFC6

produzido no Grupo de Estudos em Hidráulica Computacional da Universidade

Federal do Ceará. As ventosas são mecanismos de alívio do Golpe de Aríete que

trabalham expulsando o ar contido na tubulação quando a carga piezométrica cai

abaixo da cota. Durante o escoamento transiente, a água transporta o ar contido na

tubulação, acumulando-o nos pontos mais altos de seu perfil. Tal fato acarreta no

surgimento de cavidade que além de reduzir a eficiência do escoamento, provoca

pressões negativas que podem levar a estrutura ao colapso. A condição de contorno

que modela o comportamento de uma ventosa é bastante complexa, resultando em

uma equação não linear. Para resolver esta não linearidade, aplicou-se o método da

aproximação parabólica nos intervalos onde o ar escoa em regime subsônico. Este

método, além de ser facilmente implementado, requer pouco esforço computacional.

Apesar de serem bastante utilizadas na prática, existem poucos estudos referentes

ao assunto. Esta pesquisa visa contribuir para a divulgação da hidráulica transiente

como um todo.

Palavras-Chave: Hidráulica Transiente, mecanismos de alívio do Golpe de Aríete,

ventosas de duplo efeito, air in-let.

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ABSTRACT

This work presents a computer simulation of the air valves of double effect in

Hydraulics Transients in pipelines through the use of the computer code UFC6

developed in the Hydraulic Computational Laboratory (HCL) of the Universidade

Federal do Ceará. Air valves are devices designed to relief the effects of the water

hammer phenomena throughout expelling air entrapped in the conduit. The boundary

conditions applied for air valves is very complex and results in a non-linear equation.

In order to solve this non linearity, it was used the parabolic approximation method in

the intervals when air flows in subsonic regime. This method not only is easy to be

implemented but also requires little computational effort. Though widely used, the

subject of air valves and water hammer has few works published worldwide.

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1. INTRODUÇÃO

O estudo dos Recursos Hídricos, seu planejamento e gestão, são de

fundamental importância para o Nordeste brasileiro. Neste contexto está inserido o

abastecimento de água para as populações que vivem em cidades onde há escassez

da mesma.

No estado do Ceará, principalmente naquelas regiões que se encontram no

semi-árido nordestino, o transporte de água é realizado por meio de adutoras. Estes

sistemas de condutos forçados que trabalham sob pressão, quer seja por gravidade ou

por adução, têm sua fundamentação científica em um importante ramo da engenharia

denominado Hidráulica.

O escoamento da água através de tubulações dá-se em regime permanente

até que surja alguma perturbação brusca em uma de suas condições de contorno,

como por exemplo: o fechamento de uma válvula de jusante, desligamento de uma

bomba etc. A partir daí, surgem alterações, com o tempo, da vazão e da carga

hidráulica: é o escoamento transiente. Também conhecido como Golpe de Aríete, o

transitório hidráulico é o fenômeno relacionado com a propagação de ondas de

sobrepressão e subpressão. A modelagem matemática desse fenômeno é feita por

meio de duas equações fundamentais: a equação da conservação da massa e da

quantidade de movimento que, em conjunto, formam uma equação hiperbólica

semelhante à equação da onda.

A seguir, será apresentada uma aplicação de caráter didático objetivando

discutir de forma qualitativa o fenômeno do transiente hidráulico. Para tanto, dispõe-se

de um reservatório na extremidade de montante, com carga constante igual a 0H e de

uma válvula na extremidade de jusante interligados por meio de uma tubulação

horizontal de comprimento L. A perda de carga no duto é desprezível. A tubulação e o

fluido formam um sistema perfeitamente elástico. O escoamento se dá por gravidade,

sendo regulado pela válvula.

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Assume-se que inicialmente a válvula mostrada na Figura 1.1 está

completamente aberta e que o fluido escoa a uma velocidade 0V , em regime

permanente. No instante em que a válvula é fechada instantaneamente (t=to), tem-se

início o transiente. O fluido nas proximidades da válvula é comprimido e as paredes da

tubulação se distendem (Figura 1.1). Tão logo a primeira camada de fluido é

comprimida, este processo se repete nas camadas vizinhas. O fluido continua

escoando de montante para jusante sem alteração em sua velocidade, até que todas as

camadas sucessivas tenham sido comprimidas ao longo da extensão da tubulação.

A onda de sobrepressão gerada desloca-se para montante com uma

velocidade de propagação a denominada de celeridade, comprimindo o fluido e

expandindo o conduto. Segundo Streeter (1978), quando a onda atinge o início do

conduto, todo o fluido encontra-se sob a carga extra ΔH, toda a quantidade de

movimento foi eliminada e a energia cinética transformou-se em energia elástica.

Figura 1.1. Primeira fase do transiente.

Fonte: Streeter (1978)

Quando a onda de sobrepressão chega ao início do conduto, já que a

pressão no reservatório não se altera, ocorre um desequilíbrio de pressão devido à

diferença de carga ΔH. O fluido, então, começa a escoar em sentido contrário,

iniciando pela extremidade junto ao reservatório (Figura 1.2). Este escoamento alivia a

V 0= a0V

0H

ΔH a

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pressão até o valor inicial do escoamento permanente, as paredes do duto voltam ao

normal e o fluido escoa com velocidade 0V , no sentido contrário. Este processo avança

em direção à válvula. No instante 2L/a, quando a onda chega à extremidade de jusante,

as pressões voltam ao normal em todo o conduto e a velocidade em todos os pontos é

0V no sentido de montante.

Figura 1.2. Segunda fase do transiente.

Fonte: Streeter (1978)

Estando a válvula fechada, não há fluido disponível para manter o

escoamento na seção da válvula, e uma onda de subpressão se desenvolve (-ΔH)

de tal modo a parar o fluido (Figura 1.3). Esta onda de baixa pressão avança para

montante à velocidade a, paralisa o fluido, ocasiona a sua expansão em virtude da

pressão mais baixa e permite que a parede do conduto se contraia.

V 0= a0V

a ΔH

0H

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Figura 1.3. Terceira fase do transiente.

Fonte: Streeter (1978)

No instante em que a onda de pressão negativa chega na extremidade de

montante, 3L/a segundos após o fechamento, o fluido está em repouso, mas

uniformemente com carga ΔH menor que a de antes do fechamento em todos os

pontos. Tal fato provoca um desequilíbrio no reservatório, e o fluido move-se para o

conduto, adquirindo a velocidade 0V para jusante, devolvendo ao fluido e ao conduto as

condições normais, enquanto a onda de sobrepressão avança para jusante com

velocidade a (Figura 1.4). No momento em que a onda atinge a válvula, as condições

são exatamente as mesmas que prevaleciam no instante do fechamento, 4L/a

segundos antes.

Tal processo é repetido a cada intervalo de 4L/a segundos. A ação do atrito

do fluido e da elasticidade imperfeita do fluido e das paredes do duto, desprezadas até

aqui, atuam no sentido de amortecer a vibração e finalmente trazer o fluido a um

repouso permanente. De acordo com Streeter (1978), o fechamento de uma válvula em

tempo menor que 2L/a á chamado de fechamento rápido; fechamento lento refere-se a

tempo de fechamento maior que 2L/a.

a

a0V

0H

ΔH−

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Figura 1.4. Quarta fase do transiente.

Fonte: Streeter (1978)

Até o presente momento, a equação do transiente hidráulico não dispõe de

uma solução analítica. Neste contexto, tem-se de utilizar métodos numéricos para

encontrar uma solução aproximada. As soluções numéricas ganharam impulso bastante

representativo com o advento e aperfeiçoamento dos computadores digitais. Dentre os

métodos mais divulgados, o Método das Características (MC) é o que apresenta

maiores vantagens em relação aos demais.

Depois de vários estudos iniciais realizados pelos primeiros pesquisadores,

concluiu-se que além de se fazer o estudo do transitório, era necessário modelar

dispositivos que trabalhassem no sentido de atenuar os efeitos do Golpe de Aríete.

Então, surgiram as primeiras válvulas de alívio, seguidos por tanques de amortecimento

hidráulico que trabalham com água.

Os dispositivos que trabalham com ar, têm sua modelagem matemática

bastante complexa. Dentre eles, as ventosas são as mais utilizadas na prática. Há uma

tendência de se utilizar ainda mais este dispositivo, devido às vantagens econômicas

que o mesmo oferece, quando comparado com os demais mecanismos de alívio. Nos

capítulos seguintes serão apresentadas as fundamentações teóricas da(s):

I. Equações características e do Método das Características;

0V a

a

0H

ΔH−

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II. Equações que governam o escoamento do ar através de orifícios, partindo de

considerações gerais sobre gases e conservação da massa;

III. Metodologia utilizada para modelar o funcionamento de uma ventosa de duplo

efeito;

A modelagem matemática e computacional das ventosas de duplo efeito, que

permitem tanto a entrada quanto a saída de ar, é um dos objetivos principais deste

trabalho. A implementação do algoritmo foi feita na linguagem de programação BASIC,

dentro do ambiente do Visual Basic (versão 6), utilizando a interface do software UFC6,

produzido pelo Grupo de Estudos em Hidráulica Computacional (GEHC) da

Universidade Federal do Ceará (UFC). De fácil interação com o usuário, este programa

também apresenta vários gráficos que permitem a análise das envoltórias de pressões

máximas e mínimas; análise das vazões e cargas em cada nó e uma animação onde é

possível visualizar o movimento da linha piezométrica com o tempo.

Outro objetivo é fornecer uma contribuição teórica para o estudo do

transiente hidráulico. Neste sentido foram feitas algumas discussões a respeito do

Método das Características.

Este método é, atualmente, o mais indicado para se resolver equações

diferenciais hiperbólicas. Buscou-se, também, demonstrar que a celeridade de fato

representa a velocidade da onda. Por fim, tem-se a demonstração formal das equações

que governam o escoamento crítico, que é definido quando a velocidade de

propagação do fluido é maior que a velocidade local de propagação do som no meio, e

subsônica, quando a velocidade do fluido é menor que a velocidade do som. Todas

estas importantes informações são tratadas na literatura em geral como fatos

conhecidos de todos, o que nem sempre corresponde à realidade.

O estudo e a implementação computacional de ventosas representa um

resgate do tema que não tem sido pesquisado no Brasil nos últimos anos. Destarte,

uma literatura nacional sobre hidráulica transiente é bastante incomum. Esta raridade

estende-se ainda mais quando se trata de ventosas em geral.

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2. RESUMO HISTÓRICO

Embora exista uma pequena quantidade de trabalhos publicados sobre

ventosas no Brasil, este assunto foi objeto de estudo de vários pesquisadores de outros

países. A seguir serão citados alguns dos trabalhos de destaque.

O fluxo compressível para gases ideais em um processo isentrópico, através

de seções convergentes, foi estudado pela primeira vez por Shapiro (1953), seguido por

Schreier (1982) e Anderson (1990).

Tullis (1976), Padmanabham (1978) e Chaudhry (1987), concluíram que uma

pequena quantidade de gases não dissolvidos nos líquidos possibilita a formação de

cavidades devido às pressões negativas durante o transitório. Este fato gera

dependência da velocidade de propagação da onda de pressão com as variáveis de

fluxo.

Chaudhry (1987), Wylie (1993) propuseram um método de dimensionamento

para ventosas como mecanismos de alívio do golpe de aríete em condições de vácuo

dentro de condutos forçados sobre pressão.

No Brasil, podem-se destacar as pesquisas realizadas por Lessa (1984),

onde é apresentada uma metodologia para modelar o comportamento de ventosas

usando o método da bisseção e Righetto (1972), cujo trabalho leva em consideração a

influência das ventosas no transiente hidráulico.

Muito ainda tem que se estudar sobre estas válvulas, cuja utilização é cada

vez mais comum nos projetos de engenharia.

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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. Ventosas

As ventosas são dispositivos hidromecânicos projetados para admitir ou

expulsar automaticamente grandes quantidades de ar durante o enchimento,

esvaziamento ou operação de um sistema de adução de água. O ar dissolvido na água

é transportado através da tubulação, tendendo a acumular-se nos pontos mais altos do

perfil da adutora. Este fato diminui a eficiência hidráulica do sistema devido à

diminuição da seção transversal efetiva. As altas pressões negativas que se verificam

nestes pontos podem levar a estrutura ao colapso, provocando acidentes de grandes

proporções.

Quando a pressão interna cai abaixo da atmosférica, a válvula se abre

permitindo que o ar entre, nivelando as pressões e evitando que se alcance um valor

próximo da pressão de vapor do líquido, fato este que acarretaria no fenômeno da

cavitação.

As ventosas são classificadas de acordo com sua função de admitir ou

expulsar o ar dentro da tubulação. Nos itens seguintes serão mostradas as classes de

ventosas disponíveis no mercado brasileiro, segundo catálogos da ARAMFARPA e

KLAVAL (Ver Anexo A).

3.1.1 Ventosas Automáticas de Duplo Efeito (VADE)

Na Figura 3.1 tem-se um exemplo de uma VADE. Este dispositivo é o objeto

principal de estudo desta dissertação, posto que a modelagem computacional aqui

apresentada refere-se a este tipo de válvulas de ar.

Estas ventosas possuem flutuador cilíndrico de aço inoxidável, o que permite

seu funcionamento em altas pressões sem que haja colapso. O funcionamento do

flutuador é facilitado por meio de guias se seção circular. São disponíveis em grande

orifício, permitindo circulação de grande quantidade de ar quando do enchimento ou

esvaziamento de adutoras; e, pequeno orifício, liberando ar continuamente durante a

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operação. Trabalham com pressões de 2.07 MPa e 4.14 MPa e seus diâmetros

nominais são de 50mm, 75mm, 100mm, 150mm, 200mm e 250mm.

Figura 3.1. Ventosa Automática de Duplo Efeito.

Fonte: Catálogo da Aramfarpa (Anexo A)

3.1.2 Ventosas Automáticas de Simples Efeito (VASE)

As VASE trabalham de forma unilateral, permitindo apenas a entrada ou

saída de ar na adutora. A expulsão de ar ocorre quando o ar acumulado nos pontos de

cotas elevadas pressiona o orifício da válvula que é dimensionado para abrir-se quando

atingido certo limite de projeto. Estas ventosas possuem dispositivos de vedação que

não permitem a entrada de ar na adutora.

O corpo e a tampa das VASE são feitos de aço carbono e aço inoxidável,

respectivamente. Trabalham com pressões de 2.07 MPa ou 4.14 MPa, tendo os

mesmos diâmetros nominais das VADE.

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3.1.3 Ventosas Automáticas de Fechamento lento (VAFL)

As VAFL (Figura 3.2) são sistemas projetados para proteger a adutora do

colapso resultante do vácuo interno e do golpe de aríete resultante dele.

Dimensionadas para abrir rapidamente quando o gradiente hidráulico cai abaixo da cota

da ventosa, admitem ar em quantidade suficiente para evitar o vácuo na tubulação.

Quando a linha piezométrica volta a subir, ultrapassando a cota onde ela está instalada,

o orifício fecha lentamente.

O fechamento ocorre com velocidade controlada por efeito de um

amortecedor hidráulico. Este é um fator importante, pois não há introdução de

transientes na linha quando o fechamento é lento. Trabalham com pressões de 2.07

MPa ou 4.14 MPa e têm os mesmos diâmetros nominais das VADE.

Figura 3.2. Ventosa Automática de Fechamento Lento.

Fonte: Catálogo Aramfarpa (Anexo A)

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3.2. Método das Características

O Método das Características (MC) é uma aproximação numérica de fácil

aplicação iterativa baseada no conceito de Derivada Total. Sendo a função diferenciável

dentro de seu domínio, a Derivada Total existe e pode ser calculada para funções de

várias variáveis. No entanto, devido ao caráter prático do presente trabalho, limita-se

aqui ao estudo de funções reais de variável real tais que 2f :ℜ →ℜ , onde ℜ é o

conjunto dos números reais. Mais precisamente, f é uma função de duas variáveis

independentes x e t, onde x representa o espaço e t o tempo.

Neste contexto, define-se derivada total de ( )f x,t como:

( ) ( ) ( )df x,t f x,t f x,tdxdt dt x t

∂ ∂= +

∂ ∂ (3.1)

A equação (3.1) é apropriada para resolver problemas reais de engenharia

pelo Método das Características, pois o termo dxdt

é interpretado fisicamente como

sendo a velocidade e ( )f x,tt

∂∂

corresponde à representação do fenômeno transiente.

As equações que regem o transiente hidráulico formam em conjunto uma

Equação Diferencial Parcial Linear de segunda ordem, cuja forma geral é expressa por:

( ) ( ) ( )2 2 2

2 2

f x,t f x,t f x,tA Β C 0

x x t t∂ ∂ ∂

+ + =∂ ∂ ∂ ∂

(3.2)

Segundo Kreyszig (1988), classifica-se a Equação (3.2) em:

Hiperbólica, se 2B 4AC 0− > ;

Parabólica, se 2B 4AC 0− = ;

Elíptica, se 2B 4AC 0− < .

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Pretende-se a seguir demonstrar que o Método das Características pode ser

aplicado em Equações Hiperbólicas, evidenciando a fato de este ser um método

compatível com a modelagem do fenômeno transitório.

Considerem-se as duas equações de primeira ordem abaixo,

( )f x,tu

x∂

=∂

(3.3)

( )f x,tv

t∂

=∂

(3.4)

Derivando a equação (3.4) com respeito a x e (3.3) com respeito a t e usando

a equação de compatibilidade (3.5),

( ) ( )2f x,t f x,tu vt t x x t x

⎛ ⎞∂ ∂∂ ∂ ∂= = =⎜ ⎟

∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂⎝ ⎠ (3.5)

Produz-se:

u v vA Β C 0x x t∂ ∂ ∂

+ + =∂ ∂ ∂

(3.6)

A equação de compatibilidade pode ser reescrita como:

u v 0t x

∂ ∂− =

∂ ∂ (3.7)

Que multiplicada por um escalar λ equivale a:

u vλ 0t x

∂ ∂⎛ ⎞− =⎜ ⎟∂ ∂⎝ ⎠ (3.8)

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Somando-se a Equação (3.8) a (3.6), tem-se:

u v u v vλ A Β C 0t x x x t

∂ ∂ ∂ ∂ ∂⎛ ⎞− + + + =⎜ ⎟∂ ∂ ∂ ∂ ∂⎝ ⎠ (3.9)

Reagrupando os termos,

u u v v vA λ Β λ C 0x t x x t∂ ∂ ∂ ∂ ∂⎛ ⎞ ⎛ ⎞+ + − + =⎜ ⎟ ⎜ ⎟∂ ∂ ∂ ∂ ∂⎝ ⎠ ⎝ ⎠

(3.10)

( )B λA u u v vλ C 0λ x t C x t

⎡ ⎤−∂ ∂ ∂ ∂⎛ ⎞+ + + =⎢ ⎥⎜ ⎟∂ ∂ ∂ ∂⎝ ⎠ ⎣ ⎦ (3.11)

Os termos entre parênteses e entre colchetes na equação (3.11) podem ser

facilmente associados com a derivada Total, tal como está expressa em (3.1). Assim, a

equação (3.11) possui derivada ao longo de alguma curva no plano ( )x,t , assumindo-

se que:

dx A B λdt λ C

−= =

(3.12)

Assim,

du dvλ C 0dt dt

+ =

(3.13)

Ao longo da curva característica expressa em (3.12).

O valor de λ é calculado resolvendo a equação quadrática abaixo:

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dx A B λdt λ C

−= =

2λ Bλ AC 0− + = (3.14)

Que produz,

2B B 4ACλ2

± −=

(3.15)

O MC é um método iterativo que fornece uma solução aproximada para

equações parciais utilizando duas curvas características. Neste caso, a Equação (3.2)

pode ser resolvida por meio deste método quando se tem dois valores de λ . Este fato

implica que 2B 4AC 0− > , portanto a equação em questão é necessariamente

Hiperbólica.

Por fim, pode-se acrescentar sobre o Método das Características as

seguintes propriedades:

I. Qualquer equação ou conjunto de equações que podem ser resolvidos usando o

método das características é do tipo hiperbólico.

II. Equações hiperbólicas permitem descontinuidades em qualquer uma das variáveis

dependentes ou suas derivadas podem ser determinadas em uma fronteira dentro

da solução ao longo da curva característica. Somente as equações hiperbólicas têm

esta propriedade.

III. Como os métodos numéricos usualmente aproximam variáveis dependentes por

meio de polinômios, problemas com fronteiras ou valores iniciais descontínuos, eles

podem ser resolvidos de forma precisa usando somente técnicas numéricas ao

longo das curvas características.

IV. A geometria que as curvas características determinam com a fronteira e a condição

inicial deve ser usada para obter uma solução única. Por exemplo, uma equação

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ordinária de primeira ordem requer que a variável dependente, f , seja especificada

para um e somente um ponto em cada curva característica dentro de seu domínio.

V. A declividade da curva característica, dxdt

, é a velocidade da onda de sobrepressão

e subpressão. Esta é a velocidade com que um distúrbio se propaga dentro do

domínio.

3.3. Equações características

As equações fundamentais que modelam os escoamentos transitórios no

interior dos condutos forçados são: a equação da continuidade (B.50) e a equação da

quantidade de movimento (B.28), cuja dedução formal encontra-se no Anexo B. Deseja-

se resolver tais equações para se determinar a carga H e a vazão Q em uma dada

seção x como função do tempo t.

No entanto, uma solução exata para estas equações diferenciais não está

disponível. Para se obter tal solução, as variáveis dependentes Q e H devem ser

expressas como função de quaisquer valores das variáveis independentes x e t. Por

meio de um método numérico, pode-se obter uma solução aproximada para valores

discretos de x e t.

A principal vantagem do Método das Características decorre do fato de ser

possível eliminar uma das variáveis independentes. Assim, dependendo da formulação

adotada, pode-se trabalhar apenas com a variável x ou t, separadamente. Fisicamente,

isto quer dizer que o fenômeno transitório segue uma lei de propagação de ondas que

associa o tempo com a abscissa x, definido ao longo da canalização, por meio da

celeridade a, ou velocidade de propagação da onda.

A seguir será apresentado o desenvolvimento das equações que modelam o

fenômeno transitório aplicando-se o Método das Características.

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3.4. Equações Características do Transiente Hidráulico

As equações (B.50) e (B.28) podem ser reescritas, em função da vazão Q e

da Carga piezométrica H, mediante as expressões:

1Q H fL gA Q Q 0t x 2DA

∂ ∂= + + =

∂ ∂ (3.16)

22

Q HL a gA 0x t

∂ ∂= + =

∂ ∂ (3.17)

Formando-se uma combinação linear dessas duas equações, de modo que:

1 2L L λL= + (3.18)

Tem-se:

2Q Q H 1 H fλa λgA Q Q 0t x t λ x 2DA

∂ ∂ ∂ ∂⎛ ⎞ ⎛ ⎞+ + + + =⎜ ⎟ ⎜ ⎟∂ ∂ ∂ ∂⎝ ⎠ ⎝ ⎠ (3.19)

Dois valores distintos, reais e diferentes de zero para o parâmetro λ, formam

duas equações diferenciais ordinárias que exprimem as equações originais em termos

de H e Q.

Sabendo que a carga H(x,t) e a vazão Q(x,t) são funções da posição x e do

tempo t, tem-se para as derivadas totais:

dQ Q Q dxdt t x dt

∂ ∂= +

∂ ∂ (3.20)

dH H H dxdt t x dt

∂ ∂= +∂ ∂

(3.21)

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E, como visto no item anterior, impondo-se uma dependência entre x e t de

forma que o parâmetro λ seja dado por:

21 dx λ aλ dt= = (3.22)

1λa

= ± (3.23)

A equação (3.19) pode ser expressa por:

dQ dH fL λgA Q Q 0dt dt 2DA

= + + = (3.24)

Assim, a equação (3.24) pode ser reescrita, para cada valor escolhido de λ,

como:

*1

dQ gA dH fL Q Q 0dt a dt 2DA

= + + = (3.25)

Para, dx adt

= (3.26)

*2

dQ gA dH fL Q Q 0dt a dt 2DA

= − + = (3.27)

Para, dx adt

= − (3.28)

Como resultado do Método das Características, obtém-se as quatro

equações diferenciais ordinárias (3.25), (3.26), (3.27) e (3.28). Já que nenhuma

aproximação matemática foi feita durante a transformação das equações diferenciais

parciais originais, essas quatro equações representam o fenômeno hidráulico de

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maneira similar às equações (3.16) e (3.17). A única diferença está no fato de que cada

uma destas equações é válida somente ao longo das linhas características

representadas pelas equações (3.26) e (3.28), respectivamente.

As equações (3.26) e (3.28) representam no plano (x,t) duas linhas retas com

declividades ± 1/a, como se pode observar pela Figura 3.3. Essas linhas retas são

chamadas de linhas características, daí o nome Método das Características. A reta de

inclinação + 1/a é chamada característica positiva e a reta de inclinação – 1/a é a

característica negativa, sendo convenientemente chamadas de C+ e C− ,

respectivamente.

Uma solução numérica pode ser obtida, discretizando-se o domínio em

trechos Δx e o tempo em intervalos de tempo Δt.

Figura 3.3 Linhas Características no plano (x,t) Fonte: Barbosa (2006)

Assumindo que a carga H e a vazão Q são conhecidas para um tempo 0t t= ,

valores estes denominados de condições iniciais, um processo iterativo deve ser

aplicado para determinar os valores de carga e vazão num instante posterior tal que

0 Δt t t= + . Assim, considerando a Figura 3.3, supõe-se que se conhecem os valores

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de H e Q nos pontos M(i-1,t) e J(i+1,t) para um tempo 0t t= . A seguir, deseja-se

determinar os valores dessas variáveis em um ponto P(i,t+Δt) para o tempo 0 Δt t t= + .

Integrando a equação (3.25) em relação a t tem-se:

t Δt t Δt t Δti i i

t t ti 1 i 1 i 1

Q H Q

Q H Q

gA fdQ dH Q Q dt 0a 2DA

+ + +

− − −

+ + =∫ ∫ ∫ (3.29)

Neste trabalho usam-se os subscritos i-1 e i+1 para indicar a posição dos nós

anterior e posterior, respectivamente; e, os sobrescritos t e t+Δt para indicar os

instantes correspondentes. Desta forma, t ΔtiQ + indica o valor da vazão no ponto P. É

possível determinar as integrais dos primeiros dois termos da equação (3.29).

Entretanto, o terceiro termo não pode ser explicitado porque Q varia com t de forma

desconhecida. Assim, usando uma aproximação de primeira ordem, o terceiro termo

pode ser determinado como:

( )t Δti

ti 1

Q t t t ti 1 i 1 i 1 i 1Q

f f fQ Q dt t Δt t Q Q Δt Q Q2DA 2DA 2DA

+

−− − − −⎡ ⎤≅ + − =⎣ ⎦∫ (3.30)

Ou seja, a equação (3.30) implica em assumir que Q permanece constante

do ponto M(i-1,t) ao ponto P(i,t+Δt), com o valor de ti 1Q − . Ao substituir a Equação (3.30)

em (3.29), produz-se:

( )t Δt t t Δt t t ti i 1 i i 1 i 1 i 1

gA fQ Q H H Δt Q Q 0a 2DA

+ +− − − −− + − + = (3.31)

A Equação (3.31) é exata, salvo para o termo contendo o coeficiente de atrito

f. Esta aproximação de primeira ordem normalmente fornece resultados razoáveis para

aplicações normais de engenharia. Entretanto, se o fator contendo o termo de atrito

torna-se muito grande, esta aproximação pode gerar instabilidade numérica. Para que

esta possibilidade seja evitada, deve-se usar intervalos de tempo menores.

Procedendo da mesma maneira em relação à equação (3.27) tem-se:

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( )t Δt t t Δt t t ti i 1 i i 1 i 1 i 1

gA fQ Q H H Δt Q Q 0a 2DA

+ ++ + + +− − − + = (3.32)

Obtém-se, assim, um sistema com duas equações algébricas que são

soluções aproximadas para as equações (3.25) e (3.27):

C+ : t Δt t t Δt t t ti i 1 i i 1 i 1 i 1

gA f(Q Q ) (H H ) Δt Q Q 0a 2DA

+ +− − − −− + − + = (3.33)

C− : t Δt t t Δt t t ti i 1 i i 1 i 1 i 1

gA f(Q Q ) (H H ) ΔtQ Q 0a 2DA

+ ++ + + +− − − + = (3.34)

Combinando termos, a equação (3.33) pode ser reescrita na forma:

C+ : t Δt t Δti p iH C BQ+ += − (3.35)

E a equação (3.34) pode ser reescrita na forma:

C− : t Δt t Δti M iH C BQ+ += + (3.36)

t t t tP i 1 i 1 i 1 i 1C H BQ RQ Q− − − −= + − (3.37)

t t t tM i 1 i 1 i 1 i 1C H BH RQ Q+ + + += − + (3.38)

aBgA

= e ( )2

Δ2

f xRgDA

= (3.39)

Os valores das constantes CP e CM são conhecidos para cada intervalo de

tempo (t - Δt) anterior e a constante B depende apenas das características do conduto.

O valor da incógnita Δt tiQ + pode ser obtido pela equação:

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Δ 0 5t ti P MQ , (C C )+ = + (3.40)

O valor de t ΔtiH + é então obtido pela equação (3.35) ou pela equação (3.36):

( )P Mt Δti

C CH

2B+ −

= (3.41)

Segundo Chaudhry (1987), a aproximação por diferenças finitas de primeira

ordem é, para a maioria dos casos, suficientemente precisa. Para os casos em que a

perda de carga por atrito é alta, recomenda-se utilizar um esquema de diferenças finitas

de segunda ordem para se evitar instabilidades decorrentes da aproximação.

3.5. Equação da onda

As equações da continuidade e da quantidade de movimento podem ser

escritas em termos da velocidade V e da pressão por meio das equações (3.42) e

(3.43), respectivamente:

2p Vρa 0t x

∂ ∂+ =

∂ ∂ (3.42)

fV VV 1 p 0t ρ x 2D

∂ ∂+ + =

∂ ∂ (3.43)

Diferenciando a Equação (3.42) com respeito a x e a Equação (3.43) com

respeito a t, tem-se:

2 22

2p Vρa 0

x t x∂ ∂

+ =∂ ∂ ∂

(3.44)

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22

2 2

2V 1 p 0t ρ x t

∂ ∂+ =

∂ ∂ ∂ (3.45)

Eliminando o termo diferencial em p do sistema de equações acima, tem-se:

2 22

2 2V Vat x

∂ ∂=

∂ ∂ (3.46)

A Equação (3.46) é a equação unidimensional da onda. A seguir será

apresentada uma resolução desta equação, utilizando o método das variáveis

separáveis ou método do produto. A partir de sua solução geral será possível

demonstrar que a celeridade representa a velocidade de propagação das ondas de

sobrepressão e subpressão.

Antes de adentrar no trato matemático da resolução, devem ser feitas

algumas hipóteses simplificadoras. Apesar de estas hipóteses serem de caráter

didático, os resultados obtidos podem ser extrapolados para casos mais gerais. Assim,

considera-se que não há perdas por atrito. Este fato garante que o movimento de

propagação das ondas é periódico. Leva-se em consideração, ainda, que o fechamento

da válvula é instantâneo, fazendo com que a velocidade de escoamento anule-se nas

extremidades. Neste contexto, podem-se escrever as seguintes condições de contorno:

V(0,t) 0= e V(L,t) 0= (3.47)

O método de separação das variáveis produz soluções do tipo:

V(x,t) F(x)G(t)= (3.48)

Diferenciando-se duas vezes a equação (3.50) com respeito à x e t,

respectivamente, obtém-se:

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23

2

2V F G

x∂ ′′=∂

e 2

2V FGt

∂=

∂&& (3.49)

Substituindo as expressões acima na equação (3.48), resulta:

2FG a F G′′=&& (3.50)

Dividindo a equação (3.50) por 2a FG, encontra-se:

2G F

a G F′′

=&&

(3.51)

A expressão do primeiro membro envolve funções que dependem somente

de t, enquanto que a expressão do segundo membro envolve funções que dependem

somente de x. Portanto, para que haja a igualdade, ambas as expressões precisam ser

iguais a uma constante k. Isto ocorre porque se a expressão da esquerda não for

constante, variando com t, ela sofreria uma mudança que não poderia ser

acompanhada pela expressão da direita, pois esta não depende de t. Da mesma forma,

se a expressão da direita não for constante, mudando com x, a igualdade não poderia

manter-se, desde que a expressão da esquerda não dependa de x. Assim, pode-se

escrever:

2G F k

a G F′′

= =&&

(3.52)

Produzem-se imediatamente duas equações diferenciais ordinárias lineares:

F kF 0′′ − = (3.53)

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24

2G a kG 0− =&& (3.54)

Em seguida, aplicam-se as condições de contorno na equação (3.48),

V(0,t) F(0)G(t) 0= = (3.55)

V(L,t) F(L)G(t) 0= = (3.56)

Pode-se ver claramente que, se G(t) 0= , então V 0≡ para todo e qualquer t.

Este resultado não satisfaz. Portanto, tem-se necessariamenteG(t) 0≠ , para todo t,

produzindo:

F(0) 0= e F(L) 0= (3.57)

Objetivando encontrar a função F , faz-se uma análise da constante arbitrária

k, que pode assumir valores negativos, positivos ou nulo. Assim, para k=0, a solução

geral da equação (3.53) é F(x) ax b= + . Porém, substituindo as condições presentes

em (3.57), tem-se a b 0= = . Ou seja, F 0≡ , que não interessa.

Tomando valores positivos para a constante, ou seja, 2k μ= , tem-se a

seguinte solução geral:

μx μxF Ae Be−= + (3.58)

Mais uma vez, substituindo as condições encontradas em (3.57) na equação

(3.58), encontra-se F identicamente nula. Resta a possibilidade de escolher-se um valor

negativo para a constante. Portanto, aplicando 2k p= − na equação (3.53), produz-se:

2F p F 0′′ + = (3.59)

A solução geral da equação (3.59) é dada por:

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25

F(x) Acospx Bsenpx= + (3.60)

Aplicando os valores de (3.57), tem-se:

F(0) A 0= = e F(L) BsenpL 0= = (3.61)

Finalmente, para B 0≠ , tem-se senpL 0= que implica:

pL nπ= e nπpL

= (3.62)

Fazendo B 1= , obtêm-se infinitas soluções do tipo nF(x) F (x)= , onde:

nnπF (x) sen xL

⎛ ⎞= ⎜ ⎟⎝ ⎠

(3.63)

Agora, o valor de k é conhecido, 2

2 nπk pL

⎛ ⎞= − = −⎜ ⎟⎝ ⎠

, e a equação (3.56) toma

a seguinte forma:

2nG λ G 0+ =&& , com n

anπλL

= (3.64)

Uma solução da equação acima é:

n n n n nG (t) A cosλ t B cosλ t= + (3.65)

Assim, a função V(x,t) F(x)G(t)= pode ser escrita como:

n n n n nnπV (t) (A cosλ t B cosλ t)sen xL

⎛ ⎞= + ⎜ ⎟⎝ ⎠

(3.66)

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26

Para nanπλ

L= e n 1,2,3...= (3.67)

Sabe-se que a solução geral de uma equação diferencial pode ser escrita

como uma combinação linear de suas soluções particulares. Portanto, a solução geral

da equação (3.66) pode ser expressa por:

n n n nn 1

nπV(t) (A cosλ t B cosλ t)sen xL

=

⎛ ⎞= + ⎜ ⎟⎝ ⎠

∑ , para nanπλ

L= (3.68)

A equação (3.68) é chamada de Equação de Movimento Harmônico.

Observe que cada termo n representa um chamado modo normal da Equação de

Movimento Harmônico, cuja freqüência nr

λ anf2π 2 L

= = ciclos por unidade de tempo (L é o

comprimento total da tubulação).

O primeiro modo normal (n=1) é chamado de modo fundamental e é o mais

importante dos modos. Os outros são conhecidos como sobretons (em música,

representam as oitavas, oitavas mais quintas, etc.) Analisando o modo fundamental,

verificamos que o período de uma onda de sobrepressão é então dado por:

r

1 2 LTf a

= = , assim, pode-se concluir que a celeridade representa a velocidade de

propagação da onda de sobrepressão (ou subpressão) durante o transitório hidráulico

(desprezando as perdas de carga por atrito).

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27

3.6. Vazão mássica

Os modelos matemáticos utilizados para simular o comportamento das

ventosas consideram o fluxo compressível, já que o ar pode mover-se a velocidades

comparadas a velocidade do som e suas mudanças de densidade são significativas. A

seguir, serão explanados os conceitos fundamentais sobre o comportamento do fluxo

de ar que serão necessários na metodologia aplicada no capítulo seguinte.

3.6.1 Relações para um gás perfeito.

Um gás perfeito pode ser definido como sendo um fluido que apresenta

calores específicos constantes e que segue a lei:

p ρRT= (3.69)

Onde p,ρ,T e R são, respectivamente, a pressão absoluta, a massa

específica, a temperatura absoluta e a constante do gás.

Em geral, o calor específico a volume constante vc é definido por:

vv

ucT∂⎛ ⎞= ⎜ ⎟∂⎝ ⎠

(3.70)

Onde u é a energia interna por unidade de massa. Logo, vc é o acréscimo de

energia interna necessário para aumentar de um grau a temperatura da unidade de

massa do gás, mantido constante o seu volume. Por meio da teoria da termodinâmica

prova-se que, para um gás perfeito, u é somente função da temperatura.

O calor específico à pressão constante pc é definido por:

pp

hcT∂⎛ ⎞= ⎜ ⎟∂⎝ ⎠

(3.71)

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28

Onde h é a entalpia por unidade de massa dada por:

ph uρ

= + (3.72)

Desde que, para um gás perfeito pρ

é igual a RT e u é função somente da

temperatura, tem-se que h também é função somente desta.

Para os gases perfeitos as Equações (3.70) e (3.71) podem ser escritas,

respectivamente,

vdu c dT= (3.73)

pdh c dT= (3.74)

Então, de (3.69),

ph u u RTρ

= + = + (3.75)

Diferenciando,

dh du RdT= + (3.76)

E substituindo os valores das Equações (3.70) e (3.71),

p vc c R= + (3.77)

Que é válida para qualquer equação que obedeça à Equação (3.69)

Com base no acima exposto, define-se a constante adiabática sk como:

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29

ps

v

ck

c= (3.78)

Finalmente, comparando as Equações (3.77) e (3.78), produz-se:

pkc R

k 1=

− (3.79)

vRc

k 1=

− (3.80)

3.6.2 Velocidade de propagação do Som.

A velocidade de propagação de uma pequena perturbação em um duto pode

ser determinada aplicando-se as equações da continuidade e da quantidade de

movimento. A equação da continuidade pode ser escrita como:

( )( )ρVA ρ dρ V dV A= + + (3.81)

Onde A é a área de seção transversal do conduto. Simplificando a Equação

(3.81), tem-se:

ρdV Vdρ 0+ = (3.82)

A Equação da quantidade de movimento expressa na sua forma vetorial (Ver

Apêndice B), é dada por:

( )olvc scF ρvdV ρv v.dA

t∂

= +∂∑ ∫ ∫

rr r r (3.83)

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Introduzindo a equação acima, aplicada ao volume de controle (ver figura

B1), tem-se:

( ) ( )pA p dp A ρVA V dV V− + = + − (3.84)

Ou, simplificando:

dp ρVdV= − (3.85)

Eliminando ρ dV das equações (3.82) e (3.85), produz-se:

2 dpVdρ

= (3.86)

Logo, uma pequena perturbação ou variação nas condições de um

escoamento em regime permanente somente pode ocorrer quando a velocidade

assume o valor particular dpVdρ

= .

Esta situação pode ser transformada no escoamento transitório com uma

pequena perturbação movendo-se através do fluido em repouso, superpondo ao

sistema e ao meio a velocidade V orientada para a esquerda já que isto não afeta em

nada a dinâmica do problema. Esta velocidade é denominada de velocidade de

propagação do som no meio c .

3.6.3 Número de Mach.

O número de Mach M foi definido como a razão entre a velocidade do fluido

V e a velocidade local de propagação do som c .

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VMc

= (3.87)

Elevando ao quadrado o número de Mach, obtém-se 2

2Vc

, que pode ser

interpretada como a relação entre a energia cinética e a energia térmica do fluido; já

que a primeira é proporcional a 2V e a segunda é proporcional a T . Em outras palavras,

o número de Mach é uma medida do grau de compressibilidade. Em um fluido

incompressível, K é infinito e M 0= . Para gases perfeitos sK k p= , quando a

compressão é isentrópica. Este tipo de compressão será utilizado na modelagem

matemática da ventosa.

3.6.4 Escoamento Isentrópico.

O escoamento adiabático sem atrito, ou escoamento isentrópico, é um caso

ideal que não se pode verificar na prática com gases reais. Entretanto, uma

aproximação deste caso ideal ocorre nos escoamentos através de transições,

medidores de Venturi e Ventosas. Segundo Wylie (2000), podem-se fazer as seguintes

simplificações:

I. Desprezam-se os efeitos de atrito, devido às curtas distâncias percorridas;

II. As trocas de calor são pequenas porque as variações sofridas por uma partícula são

suficientemente lentas para manter baixos os gradientes de velocidade e de

temperatura.

Alguns resultados gerais podem ser obtidos a partir da Equação (3.90),

conhecida como equação de Euler, desprezando-se as variações de cotas.

dpVdV 0ρ

+ = (3.88)

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Da equação da continuidade,

ρAV const= (3.89)

Diferenciando a equação acima e dividindo o resultado por ρAV , produz-se:

dρ dV dA 0ρ V A

+ + = (3.90)

Da Equação (3.88) pode-se obter dpdρ

, e, substituindo na Equação (3.89),

tem-se:

2 dρVdV c 0ρ

+ = (3.91)

Eliminando dρρ

entre as duas equações anteriores e reagrupando os termos,

( )2

22

dA A V A1 M 1dV V c V

⎛ ⎞= − = −⎜ ⎟

⎝ ⎠ (3.92)

Para se chegar a essa relação foram feitas as hipóteses de escoamento

permanente e sem atrito. No entanto, não foi feita nenhuma restrição quanto às trocas

de calor.

A Equação (3.92) mostra que para um escoamento subsônico (M 1)< , tem-

se dAdV

sempre negativo; isto é, a área do conduto deve diminuir para que a velocidade

aumente. Como dAdV

é igual a zero somente quando M 1= , conclui-se que a velocidade

vai aumentando até atingir a seção mínima ou garganta, sendo esta a única seção onde

o escoamento pode ser sônico. Do mesmo modo, para números de Mach maiores que

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a unidade (escoamento supersônico) dAdV

é positivo e a área deve aumentar para que a

velocidade aumente. Portanto, para se obter um escoamento supersônico permanente,

a partir de um fluido em repouso em um reservatório é necessário inicialmente conduzi-

lo através de um conduto convergente e depois através de um conduto divergente.

Quando a análise estiver limitada ao escoamento isentrópico (k 1.4= ), a

Equação (3.93) é válida:

k k1 1p p ρ ρ−= (3.93)

Diferenciando e substituindo dp em (3.90),

k 2

1 k1

ρVdV kp dp 0ρ

+ = (3.94)

Integrando, obtém-se:

2 k 1

1 k1

V k ρp cons tante2 k 1 ρ

+ =−

(3.95)

Desta forma, pode-se escrever:

2 21 1 2 2

1 2

V p V pk k2 k 1ρ 2 k 1ρ

+ = +− −

(3.96)

A equação acima é muito útil quando expressa em função da temperatura.

Neste caso, fazendo p ρRT= produz-se:

2 21 2

1 2V Vk kRT RT2 k 1 2 k 1

+ = +− −

(3.97)

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34

Para um escoamento adiabático a partir de um reservatório, onde o estado

do fluido é definido por 0 0 0p ,ρ ,T , pode-se escrever, para uma seção genérica,

( )2

0V kR T T2 k 1

= −−

(3.98)

Em termos do número de Mach local, com 2c kRT= ,

( )( )

202 0

2

2kR T T TV 2M 1c k 1 kRT k 1 T

− ⎛ ⎞= = = −⎜ ⎟− − ⎝ ⎠ (3.99)

20T k 11 MT 2

−= + (3.100)

Restringindo a equação acima ao estado isentrópico, tem-se:

kk 120p k 11 M

p 2−−⎛ ⎞= +⎜ ⎟

⎝ ⎠ (3.101)

1k 120ρ k 11 M

ρ 2−−⎛ ⎞= +⎜ ⎟

⎝ ⎠ (3.102)

As condições de escoamento são críticas quando a velocidade é igual a do

som. As condições sônicas serão indicadas por um asterisco: M 1= , * * *c V kRT= = .

Aplicando as equações à seção em estudo para condições críticas (usando k 1,4= ),

produz-se:

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*

0

T 2 0.833T k 1

= =+

(3.103)

k* k 1

0

p 2 0,528p k 1

−⎛ ⎞= =⎜ ⎟+⎝ ⎠ (3.104)

1* k 1

0

ρ 2 0,634ρ k 1

−⎛ ⎞= =⎜ ⎟+⎝ ⎠ (3.105)

A variação da área com o número de Mach para o estado crítico é obtida

utilizando-se a equação da continuidade e as Equações (3.100) e (3.103). Inicialmente,

* * *ρAV ρ A V= (3.106)

Onde *A é a área mínima. Então,

* *

*A ρ VA ρ V

= (3.107)

Como * * *c V kRT= = e V cM M kRT= = , usando (3.102) e (3.105)

( )

( )

12

2* * *

0

0

k 11 M

2TV 1 T 1 T 1k 1V M T M T T M

2

⎧ ⎫⎡ ⎤−+⎪ ⎪⎢ ⎥

⎪ ⎪⎣ ⎦= = = ⎨ ⎬+⎪ ⎪⎪ ⎪⎩ ⎭

(3.108)

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( )

( )

( )1

k 12

* *0

0

k 11 M

2ρρ ρk 1ρ ρ ρ

2

−⎧ ⎫⎡ ⎤−+⎪ ⎪⎢ ⎥

⎪ ⎪⎣ ⎦= = ⎨ ⎬+⎪ ⎪⎪ ⎪⎩ ⎭

(3.109)

Substituindo as duas últimas equações em (3.109), tem-se:

( )

( )

( )k 1

2 k 12

*

k 11 M

2A 1k 1A M

2

+−⎧ ⎫⎡ ⎤−

+⎪ ⎪⎢ ⎥⎪ ⎪⎣ ⎦= ⎨ ⎬+⎪ ⎪⎪ ⎪⎩ ⎭

(3.110)

Esta equação fornece a variação da área do conduto em termos do número

de Mach. A relação *AA

nunca é menor que a unidade e a qualquer valor maior que um

corresponde dois números de Mach: um menor e outro maior que a unidade. No caso

de gases com k 1,4= , a equação (3.110) reduz-se a:

32

*A 1 5 MA M 6

⎛ ⎞+= ⎜ ⎟

⎝ ⎠ (3.111)

Desta forma, a máxima vazão mássica máxm& pode ser expressa em função

da área da ventosa e das condições no reservatório:

1k 1* * * * 0

máx 0kR2T2m ρ A V ρ A

k 1 k 1−⎛ ⎞= = ⎜ ⎟+ +⎝ ⎠

& (3.112)

Obtida usando-se as Equações (3.103) e (3.106).

Sabendo que 00

0

pρRT

= , pode-se escrever a equação abaixo:

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k 1* k 1

0máx

0

A p k 2mR k 1T

+−⎛ ⎞= ⎜ ⎟+⎝ ⎠

& (3.113)

No caso de um gás onde k 1,4= ,

*0

máx0

A pm 0,686T

=& (3.114)

Para o escoamento subsônico através de um conduto, a velocidade deve ser

inferior à velocidade sônica, ou M 1< . Desta forma, a vazão em massa é obtida de:

2 k 1k k

0 00 0

k p pm ρVA A 2p ρ 1k 1 p p

−⎡ ⎤⎛ ⎞ ⎛ ⎞⎢ ⎥= = −⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎢ ⎥− ⎝ ⎠ ⎝ ⎠⎢ ⎥⎣ ⎦

& (3.115)

Substituindo-se k por 1,4 na equação (3.115), obtém a vazão em

massa para o escoamento subsônico:

1.4286 1.714

0 00 0

p pm ρVA A 7p ρp p

⎡ ⎤⎛ ⎞ ⎛ ⎞⎢ ⎥= = −⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎢ ⎥⎝ ⎠ ⎝ ⎠⎣ ⎦

& (3.116)

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4. METODOLOGIA

4.1. Condição de Contorno das ventosas.

A metodologia apresentada a seguir é fundamentada no trabalho de

Chaudhry (1987), no que diz respeito às hipóteses simplificadoras utilizadas na

modelagem do fluxo de ar através da válvula, e no método numérico de aproximação

parabólica aplicado por Streeter (1978).

Quando a carga cai abaixo da cota do duto, a ventosa se abre, permitindo a

entrada de ar. A condição de contorno relativa à válvula é muito complexa, por isso é

necessário fazer algumas considerações antes de se entrar no modelo matemático

propriamente dito. Desta forma, consideram-se o fluxo de ar através da ventosa

isentrópico e as expansões e contrações do ar no interior da tubulação seguem a lei

isotérmica; o ar admitido não é carregado pelo líquido, permanecendo nas vizinhanças

da válvula e o volume de ar é pequeno quando comparado com o volume do líquido nas

seções (STREETER, 1978). A equação que governa a lei isotérmica dos gases é:

olpV mRT= (4.1)

Onde:

p: pressão absoluta dentro da tubulação ( 21tML −− );

Vol: volume de ar ( 3L );

m: massa de ar (M);

R: constante universal dos gases, que para o ar é igual a:

287 J/kg.k ( 122 TtL −− );

T: temperatura absoluta (T).

Desprezando-se a perda de carga na junção, tem-se:

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HP(I,K) HP(J,1)= (4.2)

Onde:

HP(I,K): carga piezométrica na última seção do tubo I, no final do intervalo de

tempo;

HP(J,1): carga piezométrica na primeira seção do tudo J, no final do intervalo

de tempo.

Quando a ventosa está funcionando (Figura 4.1), na presença da cavidade, a

equação da continuidade em termos de volume é expressa por:

[ ]VPar Var 0.5Δt QP(J,1) Q(J,1) QP(I,K) Q(I,K)= + + − − (4.3)

Onde:

VPar: volume da massa de ar, no final do intervalo de tempo ( 3L );

Var: volume da massa de ar, no início do intervalo de tempo ( 3L );

QP(J,1): vazão na primeira seção do tubo J, no final do intervalo de tempo

( 13tL − );

Q(J,1): vazão na primeira seção do tubo J, no início do intervalo de tempo

( 13tL − );

QP(I,K): vazão na última seção do tubo I, no final do intervalo de tempo

( 13tL − );

Q(I,K): vazão na última seção do tubo I, no início do intervalo de tempo

( 13tL − );

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Figura 4.1. Vazões entrando e saindo da cavidade.

Para pequenos valores do intervalo de tempo, a massa m de ar no final do

intervalo de tempo pode ser representada por:

( )0 0m m 0.5Δt m m⎡ ⎤= + +⎣ ⎦& & (4.4)

Onde:

0m : massa de ar no início do intervalo de tempo (M);

0m& : vazão mássica no início do intervalo de tempo ( 1Mt− );

m& : vazão mássica no final do intervalo de tempo ( 1Mt− ).

Desta forma, substituindo-se as equações (4.3) e (4.4) em (4.1), produz-se:

( ) ( )0 0p Var 0.5Δt QP(J,1) Q(J,1) QP(I,K) Q(I,K) m 0.5 m m RT⎡ ⎤ ⎡ ⎤+ + − − = + +⎣ ⎦ ⎣ ⎦& & (4.5)

QP(I,K)

Datum

z

C+ C−

Q(I,K)

QP(J,1)

Q(J,1)

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Buscando a compatibilidade das condições de contorno, as equações

características são válidas, sendo expressas neste caso por comodidade computacional

mediante as equações:

C : HP(I,K) CP B QP(I,K)+ = − (4.6)

C : HP(J,1) CM B QP(J,1)− = + (4.7)

Em que,

PC H(I,K) BQ(I,K) RQ(I,K) Q(I,K)= + − (4.8)

MC H(J,1) BQ(J,1) RQ(J,1) Q(J,1)= − + (4.9)

As constantes utilizadas nas equações características são definidas como:

aBgA

= e ( )2

fΔxR2gDA

= .

Onde:

H(I,K): carga na última seção do tubo I, no início do intervalo de tempo (L);

H(J,1): carga na primeira seção do tubo J, no início do intervalo de tempo (L);

Q(I,K): vazão na última seção do tubo I, no início do intervalo de tempo

( 13tL − );

Q(J,1): vazão na primeira seção do tubo J, no início do intervalo de tempo

( 13tL − );

f: fator de atrito (adimensional);

Δx : comprimento do trecho (L);

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g: aceleração da gravidade ( 2Lt− );

D: diâmetro do duto (L);

A: a área da seção transversal da tubulação ( 2L ).

A carga piezométrica H e a pressão absoluta relacionam-se por meio da

expressão (4.10):

p γ H(I,K) z H⎡ ⎤= − +⎣ ⎦ (4.10)

Onde:

γ : peso específico da água ( 22tML −− );

H: representa a carga barométrica no ponto onde está instalada a ventosa

(L).

O termo relativo à carga barométrica surge na equação (4.10), pois esta

relaciona a cota piezométrica com a pressão absoluta e não com a pressão relativa.

Substituindo as Equações (4.6), (4.7) e (4.10) em (4.5), produz-se:

( )

M P0

0 0

C C 2 pp V 0.5Δt Q(J,1) Q(I,K) z HB B γ

m 0.5Δt m m RT

⎧ ⎫⎡ ⎤⎛ ⎞+⎛ ⎞⎪ ⎪+ − − + + − =⎨ ⎬⎢ ⎥⎜ ⎟⎜ ⎟⎝ ⎠ ⎝ ⎠⎪ ⎪⎣ ⎦⎩ ⎭

⎡ ⎤= + +⎣ ⎦& &

(4.11)

A equação (4.11) é resolvida para o final de cada incremento de tempo

quando há presença de cavidade e pode ser reescrita como segue, com 0

ppp

= :

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( )1 1p p A C Ym+ = + & (4.12)

Em que,

( )1 2 3 4A A A A= + (4.13)

20

BγAp Δt

= (4.14)

P M3 ar

C CA V 0.5Δt Q(J,1) Q(I,K)B

⎡ ⎤+⎛ ⎞= + − −⎢ ⎥⎜ ⎟⎝ ⎠⎣ ⎦

(4.15)

( )4

Δt z HA

B−

= (4.16)

( )1 2 0 0C C m 0.5Δtm= + & (4.17)

20

A2RTCp

= (4.18)

2Y 0.5ΔtC= (4.19)

Sendo que 1A , 1C e Y , definidas acima, devem ser conhecidas antes de se

calcular a solução. A vazão mássica m& é uma das incógnitas da equação (4.12), sendo

geralmente definida por uma função F f(p)= descrita por uma das seguintes equações,

dependendo do regime de escoamento do ar:

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a) Entrada de ar em regime subsônico.

1.4286 1.714

in 0 0 00 0

p pm C A 7p ρp p

⎡ ⎤⎛ ⎞ ⎛ ⎞⎢ ⎥= −⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎢ ⎥⎝ ⎠ ⎝ ⎠⎣ ⎦

& , se 0 0p p 0.53p> > (4.20)

Onde:

inC : coeficiente de descarga da válvula para entrada de ar (adimensional);

0A : área do orifício da ventosa ( 2L );

0ρ : massa específica do ar ( 3ML− );

0p : pressão atmosférica local ( 2MLt− ).

b) Entrada de ar no regime crítico

0in 0

0

0.686pm C ART

=& , se 0p 0.53p< (4.21)

Onde 0T é a temperatura absoluta externa ao duto.

c) Saída de ar em regime subsônico

1.4286 1.7140 0

out 0p p7m C A p

RT p p

⎡ ⎤⎛ ⎞ ⎛ ⎞= − −⎢ ⎥⎜ ⎟ ⎜ ⎟

⎢ ⎥⎝ ⎠ ⎝ ⎠⎣ ⎦& , se 0

0p p p

0.53> > (4.22)

Onde outC é o coeficiente de descarga para saída de ar.

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d) Saída de ar em regime crítico

out 00.686pm C A

RT= −& , se 0pp

0.53> (4.23)

4.1.1 Método da aproximação parabólica.

Ao substituírem-se as Equações (4.20) e (4.22) em (4.12), produz-se uma

equação não linear em p. Alguns pesquisadores propuseram um método numérico para

transpor o problema da não-linearidade.

Chaudhry (1980) sugere o método de Newton-Raphson. No entanto,

segundo Lessa (1984), este método não é satisfatório em alguns casos, podendo gerar

instabilidade devido ao possível cálculo de uma quantidade de ar maior que a

realmente existente. Papadakis (1967) e Lessa (1984) adotaram o método da bisseção,

admitindo que a pressão varie linearmente dentro do intervalo de tempo, considerado

pequeno. Desta forma pode-se avaliar melhor o valor da vazão mássica.

O método da bisseção, apesar de eficaz, requer um esforço computacional

relativamente grande devido ao número de iterações necessário para se fazer convergir

o valor de p. Além disso, existe a necessidade de se pesquisar dois valores de p que

tenham imagens de sinais contrários como ponto de partida. Nem sempre é possível

encontrar tais valores, gerando a falsa impressão de que não existe cavidade e a

ventosa não funciona naquele intervalo de tempo.

Streeter (1978) concluiu que uma aproximação parabólica seria ideal para

resolver o problema da não-linearidade e, ao mesmo tempo, abrir mão de métodos

numéricos mais complexos ou que produzem um esforço computacional maior.

Observando atentamente as quatro equações que governam a vazão

mássica, vê-se claramente que a(s):

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I. equação (4.21) não depende de p, sendo, portanto, uma constante quando

substituída em (4.12);

II. equações (4.20) e (4.22), são funções de p elevado a expoentes não inteiros,

provocando o problema da não-linearidade;

III. equação (4.23) é uma função linear em p, mas que deve obedecer à critérios de

convergência que serão analisados posteriormente.

O primeiro membro da equação (4.12) é uma parábola que sempre passa

pela origem. Portanto, é bastante natural aproximar o valor de m& no segundo membro

por meio de parábolas. Assim, a vazão mássica em regime subsônico de entrada e

saída de ar, respectivamente, é aproximada por parábolas da forma:

22 1 0m D p D p D= + +& , se 0.528 p 1.0> > (4.24)

22 1 0m E p E p E= + +& , se1.0 p 1.894≤ ≤ (4.25)

Uma parábola é definida por meio de três pontos conhecidos. A Figura 4.2

mostra a representação gráfica das parábolas de aproximação. Na porção onde

0.528 p 1.0> > , entrada de ar, o intervalo é dividido em um número par de trechos, NR.

Para um número par de intervalos I, tem-se:

(p 0.528)I NR 10.472−

= + (4.26)

A parábola deve passar através dos pontos p(I) , m(I)& ; p(I 1)− ,m(I 1)−& ;

p(I 1)+ e m(I 1)+& , em que m& é calculada por meio da Equação (4.20). Os coeficientes

D2(I), D1(I) e D0(I), pra I=2,4,6,...,NR são armazenados para uso futuro, sendo

calculados por meio da expressão:

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1 1 12 2

AR (I 1) 2AR (I) AR (I 1)D (I)2DPI

+ − + −= (4.27)

2 21 1 2 1 1

1

AR (I 1) AR (I) D (I). P (I 1) P (I)D (I)

DPI

⎡ ⎤+ − − + −⎣ ⎦= (4.28)

20 1 1 1 2 1D (I) AR (I) D (I).P (I) D (I).P (I)= − − (4.29)

Onde,

1.4286 1.7141 4 1 1AR (I) C P (I) P (I)= − (4.30)

1P (I) (I 1)DPI 0.528= − + (4.31)

0.472DPINR

= (4.32)

in 0 0 0C4 C .A . 7p ρ= (4.33)

00

0

pρRT

= (4.34)

Similarmente, os coeficientes E são calculados para pra I=2,4,6,...,NS, onde

NS é um número par de intervalos na porção onde se tem 1.0 p 1.894≤ ≤ . Portanto,

pôde-se calcular os coeficientes utilizando-se as expressões:

2 2 22 2

AR (I 1) 2AR (I) AR (I 1)E (I)2DPO

+ − + −= (4.35)

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2 22 2 2 2 2

1

AR (I 1) AR (I) E (I). P (I 1) P (I)E (I)

DPO

⎡ ⎤+ − − + −⎣ ⎦= (4.36)

20 2 1 2 2 2E (I) AR (I) E (I).P (I) E (I).P (I)= − − (4.37)

Onde,

1.4286 1.714

2 5 0 22 2

1 1AR (I) C p P (I)P (I) P (I)⎛ ⎞ ⎛ ⎞

= ⋅ ⋅ −⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎝ ⎠ ⎝ ⎠

(4.38)

2P (I) (I 1)DPO 1= − + (4.39)

0.894DPONS

= (4.40)

5 out 00

7C C .A .RT

= − (4.41)

Depois de encontrado o valor de p, calcula-se HP(I,K) por meio da equação

(4.10) e QP(I,K) e QP(J,1) mediante as equações características (4.6) e (4.7),

respectivamente.

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Figura 4.2. Parábolas de aproximação.

O próximo passo consiste em determinar em qual zona de estabilidade

encontra-se a parábola definida pela equação:

( )1 1F p p A C Ym= + = + & (4.42)

4.1.2 Critérios de Convergência.

Na equação (4.42), tem-se de um lado uma parábola que sempre passa pela

origem e, do outro, uma equação que depende de m& . De acordo com o tipo de fluxo,

que pode ser subsônico ou crítico, tanto de entrada como de saída, m& assumirá o valor

de umas das quatro equações da vazão mássica. Desta forma, de acordo com Streeter

(1978) para que F represente uma solução da ventosa, devem-se fazer várias

considerações dentro de quatro zonas que serão definidas a seguir.

1.894 1.0 0.528

m&

0 P

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a) 1° Caso: Zona 2 (se 528.0p < ).

Neste caso, MDCm =& e a Equação (4.42) torna-se:

( )1 1F p p A C Y MDC= + = + (4.43)

Da equação (4.21) tem-se que MDC é uma constante conhecida para a zona

2, Figura 4.3. Desta forma, os termos do segundo membro da Equação (4.42) não

dependem de p , o que implica que 1C YMDC+ também é constante e seu gráfico uma

reta horizontal. Portanto, par que haja uma solução deve-se garantir que a parábola e a

reta interceptem-se num ponto dentro do domínio relativo à zona.

Em última análise, duas condições devem ser satisfeitas para que se tenha

uma solução compatível:

I. Como a parábola passa pela origem e tem sua concavidade voltada para cima, os

valores que F pode assumir são não negativos. Portanto, a reta deve se localizar na

porção acima do eixo das abscissas, ou seja, 1C Y MDC 0+ > .

II. Dentro desta zona, o maior valor de F dado pela parábola ocorre para p 0.528=

(ponto A da Figura 4.3). Assim, os valores de F dados pela reta têm de ser menores

que este limite, ou seja, deve-se ter ( )1 10.528 0.528 A C Y MDC+ > + .

Por fim, tendo em vista as condições mencionadas acima, a equação (4.42)

possui raiz positiva, cuja solução pode ser expressa por:

21 2p 2S p S 0+ − = (4.44)

1 1S 0.5A= (4.45)

2 1S C Y MDC= + (4.46)

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21 1 2p S S S= − + + (4.47)

Figura 4.3. Zona do fluxo de entrada em regime crítico.

b) 2° Caso: Zona 1 – se ( 0.1p528.0 >> )

Para o fluxo de entrada no escoamento subsônico, zona 1, a vazão mássica

m& pode ser aproximada por meio de um polinômio do segundo grau. Assim a equação

(4.42) torna-se:

( ) ( )21 1 2 1 0F p p A C Y D p D p D= + = + + + (4.48)

O ramo esquerdo da parábola, ( )1F p p A= + , toma a forma de uma das

linhas pontilhadas mostrada na Figura 4.4. Ela sempre passa através da origem. O

ramo direito da parábola, que passa sempre através de três pontos, é indicada na figura

pela linha cheia. Esta última pode sofrer translação para cima ou para baixo,

A

1C Y MDC+

2Zona

F

0 528.0 p

( )10.528 0.528 A+

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dependendo do valor de C1. Três condições devem ser satisfeitas para que se tenha

uma solução válida dentro do domínio da zona 1:

I. a parábola que passa pela origem deve ter um valor de F para p 1= muito maior que

o valor de F do ramo direito da parábola no mesmo ponto, ou seja, 1 11 A C+ > ;

II. como se trata de um fluxo de entrada de ar, a solução deve ter um valor positivo de

F. Assim, ( )1F p p A 0= + > ;

III. é necessário também que p tenha um valor muito maior que zero, com o mostra a

Figura 4.4.

Se a primeira condição é satisfeita, mas não a segunda, não existe cavidade.

Para a solução da equação quadrática em p deve-se escolher a maior raiz, pois ela

representa a solução referente ao ramo direito da parábola de aproximação.

Figura 4.4. Zona do fluxo de entrada em regime subsônico.

528.0 0 1

1C−

1C+

11 A+ 1Zona

11 A+

2Zona

p

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c) 3° Caso: Zona 3 – se (1.0 p 1.894> > )

Para um critério de fluxo subsônico, zona 3, desde que m& é negativo,

nenhuma solução não positiva pode ser encontrada se C1 é negativo. Neste caso,

quatro condições são necessárias:

I. 1C 0≥

II. 1 1C 1 A≥ +

III. ( )1p p A 0+ ≥

IV. p 0≥

Pela Figura 4.5 está claro que a menor raiz positiva é necessária.

d) 4° Caso: Zona 4 – se (p 1.894> )

Para o critério de saída de fluxo no regime crítico, zona 4, tem-se m&

negativa, assim C1 deve ser positivo. Da Figura 4.5, a ordenada Y2 no ramo direito da

parábola para 984.1p = é:

2 1 3 0Y C 1.894 YC p= + (4.49)

Onde,

out 03

C A 0.686CRT

= − (4.50)

As seguintes condições necessárias são:

I. ( )2 1Y 1.894 1.894 A≥ +

II. O ponto A deve estar a direita do ponto B, isto é:

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III. 11

3 0

C AYC p−

> −

O sinal positivo é necessário antes do radical da solução quadrática,

evidenciando que a maior raiz deve ser considerada.

Se nenhumas das condições para as quatro zonas podem ser satisfeitas,

não existe cavidade, ou seja:

0V = e 0m = (4.51)

Figura 4.5. Critérios para as Zonas 3 e 4.

2Y

11 A+

1C

3 Zone

p B0 A 0.1

F

894.1

4 Zone

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5. SIMULAÇÕES E DISCUSSÕES

O perfil utilizado nas simulações é referente a um trecho da Adutora

Sertaneja em Sergipe, proposto por Barbosa (2006). O programa UFC6 contém como

mecanismos de alívio do Golpe de Aríete o Tanque de Alimentação Unidirecional

(TAU), a Chaminé de Equilíbrio e as Ventosas Automáticas de Duplo Efeito. Este último

dispositivo é parte integrante deste trabalho.

A seguir, têm-se as simulações aplicadas ao perfil proposto onde é possível

analisar o comportamento das ventosas, comparando seu funcionamento com outros

mecanismos de alívio.

5.1. Configuração do problema hidráulico

O programa UFC6 apresenta uma interface que informa ao usuário as

condições hidráulicas de trabalho por meio das envoltórias máximas e mínimas (Figura

5.1). O problema proposto apresenta um conjunto moto-bomba na extremidade de

montante, um reservatório com nível constante na extremidade de jusante e os demais

nós são considerados como junções.

A primeira análise a ser feita quando se tem o pré-dimensionamento de uma

adutora é a verificação da envoltória de mínima, representada na Figura 5.1 por uma

linha azul. É fácil verificar que a adutora em questão apresenta vários trechos onde a

envoltória de mínima está abaixo da tubulação. Em linguagem técnica, isto quer dizer

que a adutora sofre, durante o transiente, situações de pressão negativa. Uma adutora

de recalque em condutos forçados tem sua eficiência reduzida quando estes valores de

pressão negativa chegam a patamares indesejáveis. No caso limite, onde a pressão cai

muito abaixo da atmosférica, pode ocorrer o fenômeno da cavitação.

A Figura 5.2 contém os valores de carga hidráulica e pressão, em mca. O nó

18 é aquele que apresenta a pior situação de baixa pressão, chegando a ser quase

sete vezes menor que a pressão atmosférica.

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Na figura 5.3 pode-se observar os dados de saída referentes ao nó 18, bem

como o gráfico que simula os valores da cota piezométrica (m).

A seguir, será proposta a utilização dos mecanismos de alívio disponíveis,

buscando uma solução hidráulica mais adequada para o problema.

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5.2. Ventosa trabalhando isoladamente

Como proposta inicial, aplicou-se uma ventosa ao nó 18 (Figura 5.1). As

ventosas são dispositivos que devem ser aplicados aos nós de maior cota da adutora,

posto que justamente neste locais que o ar acumula-se provocando cavidades que

diminuem a eficiência do escoamento. A ventosa utilizada possui diâmetro de 10 cm; a

carga barométrica local é de 10,3 m, a temperatura interna é de 26°C e a externa de

27°. A constante dos gases é K 287J/kg.K= , para estas temperaturas. A Figura 5.4

representa o perfil da adutora com as novas envoltórias de máxima e mínima devido à

atuação da ventosa.

Quando ocorre a primeira onda de alta pressão, a ventosa não é afetada.

Não existe cavidade e a válvula encontra-se fechada. Em seguida, quando a primeira

onda de baixa pressão atinge o ponto onde se localiza a VADE, esta se abre permitindo

a entrada de ar. Tal procedimento faz com que a queda de pressão seja suavizada,

limitando o decaimento da pressão.

Com o passar do tempo, ao chegar a nova onda de sobrepressão, o ar

aprisionado é expelido. É importante observar, porém, que no momento em que a

ventosa se fecha e ocorre a rejunção das colunas de líquido, a pressão se eleva a

valores maiores que os observados na primeira onda anterior. Conseqüentemente, a

próxima onda de baixa pressão também será mais intensa que a primeira.

Devido ao fenômeno da rejunção das colunas, deve-se adotar um diâmetro

intermediário. Caso não existissem estes picos de pressão, valores bem menores para

os orifícios da válvula poderiam ser adotados.

A ventosa obteve um desempenho satisfatório no que diz respeito aos

valores de pressão referentes ao seu ponto de aplicação, reduzindo a pressão neste

ponto para 0.10 mca. No entanto, ela não foi capaz de influenciar de maneira decisiva o

restante dos pontos onde havia pressões negativas. Mesmo aumentando o diâmetro da

ventosa, não foi possível mitigar o problema como um todo.

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5.3. Aplicação de várias ventosas

Em seguida, aplicaram-se três ventosas idênticas ao perfil original,

respectivamente aos nós 12, 18 e 22. Como pode ser observado na Figura 5.6, a

eficiência deste conjunto de ventosas foi bastante satisfatória. Não só a envoltória de

mínima foi elevada como as pressões máximas foram aliviadas, tendo a envoltória de

máxima se aproximado da linha de cota piezométrica inicial (linha verde).

Ao analisar os valores encontrados na Figura 5.7, verifica-se que a ventosa

aplicada ao nó 18 teve bom desempenho, deixando a pressão mínima próxima da

atmosférica. A ventosa do nó 12 elevou a pressão apenas nas suas proximidades

devido à própria natureza topográfica do perfil. A ventosa do nó 22, trabalha com uma

pressão mínima negativa (-2.48mca). Porém, não há problema algum para este valor, já

que o duto pode suportar esta magnitude de pressão sem problemas.

Até este ponto foi analisado o comportamento das ventosas trabalhando

como mecanismo de alívio. Nos próximos itens, será verificado como as ventosas

trabalham conjuntamente com os outros dispositivos.

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5.4. Ventosas trabalhando em conjunto com um TAU

Deseja-se agora verificar o funcionamento conjunto das ventosas com um

TAU. Primeiramente, aplicou-se um TAU ao nó 18 (Figura 5.8). O diâmetro do orifício

do tanque é de 1.5m, o nível de água inicial de 10m, o diâmetro dos tubos de ligação 15

mm e a perda de carga localizada igual a 2.5.

O funcionamento do TAU é bastante eficiente. A pressão mínima do nó 18

passou a ser igual a 10 mca. A envoltória de máxima, a jusante deste nó, ficou bem

próxima linha piezométrica inicial. Porém, verificou-se que apenas um TAU não é

suficiente para resolver o problema hidráulico.

Dentre as mais diversas possibilidades de soluções que são possíveis fazer

nesta simulação, optou-se por aplicar duas ventosas aos nós 12 e 16. O perfil passa a

ter configuração semelhante ao da Figura 5.10. O trabalho conjunto do TAU com as

ventosas elevou a envoltória de mínima e aproximou a envoltória de máxima linha

piezométrica inicial.

Apesar de ser eficiente, esta solução não é conveniente do ponto de vista

econômico. Um Tanque de Alimentação Unidirecional com nível de água inicial de 10m

é bem mais oneroso que uma ventosa. Certamente, quando comprado isoladamente

com uma ventosa, o TAU produz efeitos bem melhores. Isto ocorre porque o TAU

trabalha com água em nível constante, não permitindo a entrada de água vinda da

adutora. Já as ventosas, trabalham expulsando o ar acumulado nos pontos de

geometria elevada. Entretanto, quando as ventosas trabalham em conjunto, fornecem

uma solução mais eficiente e econômica.

5.5. Ventosa trabalhando em conjunto com uma Chaminé de Equilíbrio

Por fim, deseja-se comparar os efeitos de uma Chaminé de Equilíbrio

quando trabalha conjuntamente com ventosas. A Chaminé de Equilíbrio tem diâmetro

de 2 m, nível de água inicial de 21 m, diâmetro dos tubos de ligação de 150 mm e

coeficiente de perda de carga igual a 1.

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Inicialmente, aplicou-se a Chaminé ao nó 18, produzindo o perfil indicado na

Figura 5.12. Da mesma forma que o TAU, é possível verificar que apenas aplicação de

uma Chaminé ao referido nó não é suficiente para solucionar o problema. No entanto, é

pertinente salientar que a Chaminé resolveu de forma bastante eficaz o problema no

que diz respeito aos nós posicionados a jusante. Porém, os trechos do perfil localizados

a montante da Chaminé continuam sendo submetidos a pressões negativas.

Assim, foram aplicadas duas ventosas respectivamente aos nós 12 e 16. O

perfil da adutora ficou semelhante ao mostrado na Figura 5.14. Nele é possível verificar

que as ventosas trabalharam de forma satisfatória, elevando a envoltória de mínima.

Aqui também existe a superioridade das ventosas quando se leva em

consideração o aspecto econômico. As válvulas de ar são de fácil instalação e

economicamente mais viáveis que qualquer outro dispositivo de alívio, quando se trata

de eliminar os efeitos das pressões negativas na tubulação.

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6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Após as simulações aplicadas no item anterior, é possível fazer uma análise

do comportamento das ventosas de duplo efeito. Pode-se concluir que:

1. As VADE são mecanismos de alívio bastante eficientes para combater as

pressões negativas provocadas durante o transitório. Elas são eficientes tanto

expulsando ar como admitindo ar na tubulação;

2. Dependendo da complexidade do perfil, apenas uma ventosa não é o

bastante para produzir um efeito satisfatório. Neste caso, é necessário que se tenham

mais de uma ventosa ou que ela trabalhe em conjunto com outros mecanismos de

alívio;

3. As ventosas são soluções hidráulicas bem mais compensadoras do ponto

de vista econômico. São válvulas de fácil instalação e manutenção, além de serem bem

mais baratas quando comparadas com os demais mecanismos;

4. É certo que os demais mecanismos, por trabalharem com água e

possuírem dimensões de orifícios bem maiores, apresentam um funcionamento mais

preciso quando comparado individualmente com uma ventosa, entretanto, quando as

ventosas trabalham em conjunto distribuídas no perfil, protegendo a adutora como um

todo, elas se configuram na solução ideal do problema.

5. As ventosas apresentam uma modelagem matemática bastante complexa,

resultando em uma equação não linear. A simulação do comportamento de uma válvula

de ar requer o conhecimento de critérios de convergência, os quais são de difícil

implementação computacional, o que torna este estudo de grande relevância.

Observando os procedimentos necessários para a formulação da

modelagem computacional adotada, podem-se fazer algumas considerações finais,

bem como tecer algumas recomendações a respeito das VADE:

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1. Em relação à literatura, pode-se afirmar que esta é bastante escassa,

principalmente no que diz respeito a trabalhos publicados. Este fato representou uma

dificuldade a mais que teve de ser transposta;

2. Outra dificuldade que não deve ser desprezada encontra-se nas

idiossincrasias de cada programador. Trabalhar no sentido de complementar um

programa de computador que já foi inicialmente trabalhado por outros pesquisadores é

bem mais difícil que começar um programa novo;

3. Algumas recomendações são importantes para a melhoria do UFC6,

como: a implementação de outros tipos de ventosas, uma saída de dados onde se

pudesse representar em um mesmo gráfico as linhas piezométricas dos diversos

dispositivos aplicados no perfil da adutora e a exportação de dados para uma planilha

eletrônica;

4. Por fim, a principal recomendação que advém deste trabalho diz respeito

ao processo de pesquisa e divulgação deste importante dispositivo de alívio, que por

sua facilidade de instalação e economia vem sendo empregado de forma intensa nos

projetos de adutoras. Entretanto, tal emprego não vem sendo feito de forma científica e

especializada, o que pode comprometer o projeto como um todo.

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, A. B. Regimes Hidráulicos Transitórios em Condutos Elevatórios, Tese

de Doutorado, IST, Lisboa, 1981.

BARBOSA, Marcos P. R. Modelagem Computacional de Chaminés de Equilíbrio e Tanques de Alimentação Unidirecional como mecanismos de alívio do Golpe de Aríete em Adutoras. Dissertação de Mestrado. DEHA - UFC, 2006.

CHAUDHRY, M. Hanif. Applied Hydraulic Transients. Van Nostrand Reinhold

Company, New York, 28 edição, 1987.

HALLWELL, A. R. Velocity of a Waterhammer Wave in an Elastic Pipe. Jounal

Hydraulics Div., Amer. Soc, Civil Engrs., Vo189, No. HY4, July 1963, pp 1-21.

KOELLE, E. Transientes Hidráulicos em Instalações de Condutos Forçados. Tese

de Livre Docência, EPUSP, São Paulo, 1983.

KREYSZIG, E. Advanced Engineering Mathematics. John Wiley & Sons , sixth

edition, 1988.

LESSA, R. C. Transientes Hidráulicos em Sistemas Complexos de Adução de Água. Dissertação de Mestrado. EESC/USP, 1984.

LESSA, R. C. Análise do Funcionamento de Acessórios Durante a Ocorrência de Transitórios Hidráulicos. Tese de Doutorado. EESC/USP, 1990.

MACINTYRE, Archibald J. Bombas e Instalações de Bombeamento. Rio de Janeiro,

Editora Guanabara, 28 Edição, 1987, 781p.

MARTIN, C. Samuel. Representação de Características de Máquinas Hidráulicas.

Intercâmbio Internacional sobre Transientes Hidráulicos e Cavitção, CTH/EPUSP, São

Paulo, 1982.

NEIVA, Rodrigo Magalhães Santos. Modelagem Computacional do Golpe de Aríete em Adutoras. Dissertação de Mestrado. DEHA - UFC, 2000.

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NETTO, Azevedo & FERNANDEZ, Miguel & ARAUJO, Roberto de & ITO, Acácio Eiji .

Manual de Hidráulica, São Paulo, Editora Edgard Blucher L TDA, 1998, 8a edição,

669p.

PADMANABHAN M., AMES W. F. and MARTIN C. S. Numerical Analysis of Pressure Transients in Bubbly two – phase Mixtures by Explicit – Implicit Methods. Journal

of Engineering Mathematics, Vol. 12 No. 1, January, 1978, pp. 83 - 93.

PERRY, Greg M. Aprenda em 21 dias Visual Basic 6, Rio de Janeiro, Editora

Campus, 1999, 5a edição, 844p.

PETROUTSOS, Evangelos. Dominando o Visual Basic 6 - A Bíblia, São Paulo,

Editora Makron Books, 1999, 1126p.

PORTO, Rodrigo de Meio. Hidráulica Básica. São Paulo, EESC/USP, 18 Edição, 1998,

540p.

RIGHETTO, Antonio Marozzi. Considerações sobre o Golpe de Aríete em Instalações Hidráulicas. Dissertação de Mestrado. EESC/USP, 1972.

SILVESTRE, Paschoal. Hidráulica Geral. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos

Editora S.A., 48 Edição, 1979, 177p.

STREETER, Victor L., WYLlE, E. Benjamim. Fluid Transients. McGrawHil1 Editora,

1978.

STREETER, Victor L., WYLlE, E. Benjamim. Mecânica dos Fluidos. São Paulo,

McGraw-Hill do Brasil, 1982, 585p.

TULLIS, J. P., STREETER, Victor L., WYLlE, E. Benjamim. Waterhammer Analylisis with air release. Mecânica dos Fluidos. Proc. 2nd Int. Conf. Pressure Surges,

Bedford, England, 1976.

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VIANNA, Marcos R. Hidráulica Básica Aplicada aos Sistemas de Abastecimento de Água. Vol. 1. Belo Horizonte, Instituto de Engenharia Aplicada Editora, 1995, 300p.

WYLIE E.B. and STREETER V.L. Fluid Transients in Systems. Prentince Hall, New

Jersey USA. 1993, pp. 463.

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ANEXO A – CATÁLOGO DOS FABRICANTES.

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ANEXO B – EQUAÇÕES DO TRANSIENTE HIDRÁULICO

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A primeira das Equações Diferenciais é obtida a partir do princípio da

conservação de massa que na forma integral, aplicada a um volume de controle (VC),

é:

olVC SC

ρdV ρv dA 0t∂

+ ⋅ =∂ ∫ ∫

rr (B.1)

A Equação (B.1) pode ser aplicada ao VC indicado na figura B1, obtendo-se:

( ) 0AVAVxAt 1112221212 =ρ−ρ+Δρ∂∂ (B.2)

Nesta aplicação 12ρ e 12A representam a massa específica média e a área

média da seção do tubo no VC; 1ρ e 2ρ são as massas específicas médias, enquanto

que 1V e 2V são as velocidades médias nas seções (1) e (2), respectivamente.

XD

(1)

(2)

Vc

Δx

Figura B1. Volume de controle.

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Tendo-se em conta que xΔ é independente do tempo e pode ser tão

pequeno quanto se queira, pode-se dividir a Equação (B.2) por xΔ e fazer o limite

tender a para zero, isto é,

( ) 0x

AVAVAt

lim 11122212120x =⎥⎦

⎤⎢⎣⎡

Δρ−ρ

+ρ∂∂

→Δ (B.3)

De onde se obtém,

( ) ( ) 0VAx

At

=ρ∂∂

+ρ∂∂ (B.4)

Efetuando-se as derivações indicadas na Equação (B.4) e reagrupando-se

os termos, tem-se:

0xVA

xAV

tA

xV

tA =

∂∂

ρ+⎟⎠⎞

⎜⎝⎛

∂∂

+∂∂

ρ+⎟⎠⎞

⎜⎝⎛

∂ρ∂

+∂ρ∂ (B.5)

Nota-se aqui que as expressões entre parênteses representam,

respectivamente, as derivadas totais de ρ e A . Isto permite que se escreva:

0xVA

dtdA

dtdA =

∂∂

ρ+ρ+ρ (B.6)

Dividindo a expressão acima por Aρ ,

0xV

dtdA

A1

dtd1

=∂∂

++ρ

ρ (B.7)

A primeira parcela de (B.7) pode ser facilmente relacionada com o módulo de

elasticidade volumétrica que é definido por:

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⎟⎠⎞

⎜⎝⎛

−=

VdVdpk

(B.8)

O sinal negativo em (B.9) é necessário para que k sempre resulte positivo.

Considerando constante a massa total do fluido, de tal forma que Vm ρ= , vale a

relação:

0VddV =ρ+ρ (B.9)

Ou melhor,

ρρ

−=d

VdV (B.10)

Esta última expressão transforma a Equação (B.8) em,

dpk1d

=ρρ (B.9)

Que dividida membro a membro por dt , fornece:

dtdp

k1

dtd1

ρ (B.10)

A segunda parcela da Equação (B.7) pode ser relacionada com a pressão

interna do fluido e com as propriedades elásticas do material do tubo. Primeiramente

pode-se introduzir o diâmetro do tubo nesta parcela, produzindo:

dt)D(d

D2

4D

dtd

D4

dtdA1 2

2 =⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛ ππ

(B.11)

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A condição de equilíbrio na meia-cana de comprimento xΔ indicada na

Figura B2, é dada por:

D

Figura B2. Elemento de casca.

ααΔ=Δσ ∫π

dsen2Dxp2xe2

2

0

(B.12)

( ) 20

cos2Dpe

πα−=σ (B.13)

e2pD

=σ (B.14)

Por outro lado, a lei de Hooke da Elasticidade estabelece que:

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0

0

DDDE −

=σ (B.15)

Pela eliminação da tensão entre as Equações (B.14) e (B.15),

obtém-se:

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛−=

D1

D1eE2p

0

(B.16)

Fazendo-se a derivada total de ambos os membros da Equação (B.16),

produz-se:

dtdD

DeE2

dtdp

2= (B.17)

Ou ainda,

dtdp

eE2D

dtdD 2

= (B.18)

Comparando as Equações (B.17) e (B.11), chega-se a:

dtdp

eED

dtdA

A1

= (B.19)

Se os resultados indicados pelas por (B.10) e (B.19) forem substituídos na

Equação (B.7), produz-se:

0xV

dtdp

eED

dtdp

k1

=∂∂

++ (B.20)

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0xV

eEkD1

dtdp

k1

=∂∂

+⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ + (B.21)

0xV

keEkD1

dtdp1

=∂∂

+

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛ρ

⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ ++

ρ (B.22)

0xV

eEkD1

k

dtdp1

=∂∂

⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ ++

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛ρ

(B.23)

Neste ponto pode-se evidenciar uma importante propriedade que associa

propriedades do fluido p,k , do material E , com características geométricas do tubo

D,e . Esta propriedade está evidente em (B.23) com a estrutura:

⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ +

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

=

eEkD1

pk

a2 (B.24)

Pode-se então escrever a Equação (B.23) de modo mais completo:

0xVa

dtdp1 2 =

∂∂

(B.25)

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Admitindo-se o termo cinético pequeno, a carga fica apenas como,

zg

pH +ρ

= (B.26)

Onde z é a cota do eixo do tubo na seção considerada. A partir da expressão

da carga, pode-se escrever que:

tHg

tp1

∂∂

=∂∂

ρ (B.27)

O que transforma (B.25) em,

2dH Vg a 0dt x

∂+ =

∂ (B.28)

Esta é a primeira equação componente do sistema que governará o

fenômeno do transiente hidráulico. Para a dedução da segunda equação considere-se o

volume de controle indicado na Figura B3 e aplica-se a equação da quantidade de

movimento na forma integral.

( )R ol olVC VC SC

F ρBdV ρVdV ρV V dAt∂

+ = + ⋅∂∫ ∫ ∫

r r r r r r (B.29)

Trata-se de uma equação vetorial e será aplicada na direção do eixo do tubo,

na direção x ,

[ ] β−Δτπ−−= senApxDApApF 122211xR

r (B.30)

As outras parcelas da Equação (...), projetadas na direção x , são:

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olVC x

ρBdV ρgAΔxsenθ⎡ ⎤

= −⎢ ⎥⎣ ⎦∫

r (B.31)

( )olVC x

ρVdV ρVAΔxt t

⎡ ⎤∂ ∂=⎢ ⎥∂ ∂⎣ ⎦

∫r

(B.32)

( ) 22221

211

xSC

AVAVAdVV ρ+ρ−=⎥⎦

⎤⎢⎣

⎡⋅ρ∫rrr

(B.33)

Figura B3. Linhas de carga e cotas.

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Substituindo-se as Equações (B.33), (B.32). (B.31) e (B.30) em (B.29), tem-

se:

( )

( )1 1 2 2 1 2

2 21 1 1 2 2 2

p A p A τπDΔx p A A pgAΔxsenθ

ρVAΔx ρ V A ρ V At

- - - - - @

¶@ - +¶

(B.34)

Dividindo-se a equação acima por xΔ e fazendo seu limite tender a zero,

produz-se:

( )( )

2 22 2 2 1 1 1 2 2 1 1

Δx 02 1

ρ V A ρ V A p A p AρVAt Δx Δxlim 0

A AτπD p ρgAΔxsenθ

Δx

⎡ ⎤− −∂+ + +⎢ ⎥∂⎢ ⎥ =

−⎢ ⎥+ − +⎢ ⎥⎣ ⎦

(B.35)

Cujo resultado é:

( ) ( ) ( ) 0gAxApDAAV

xVA

t2 =ρ+

∂∂

−τπ+ρ∂∂

+ρ∂∂

+ρ∂∂ (B.36)

Esta equação pode ser reescrita como:

( ) ( ) V V AV ρA ρVA ρA V pt t x xp AA τπD p ρgAsenθ 0x x

∂ ∂ ∂ ∂ ∂⎡ ⎤ ⎡ ⎤+ + + + +⎢ ⎥ ⎢ ⎥∂ ∂ ∂ ∂ ∂⎣ ⎦ ⎣ ⎦∂ ∂

+ + − + =∂ ∂

(B.37)

A primeira expressão entre colchetes é nula por ser exatamente a expressão

da conservação de massa na forma diferencial. Completando as simplificações e

dividindo-se por ρA , chega-se a:

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0ADgsen

xp1

xVV

tV

=ρτπ

+θ+∂∂

ρ+⎟

⎠⎞

⎜⎝⎛

∂∂

+∂∂ (B.38)

A última parcela de (B.39) pode ser modificada pela introdução do fator de

atrito f , definido pela relação:

8Vf

2

=ρτ (B.39)

Na Equação (B.39) pode-se eliminar a forma quadrática da velocidade que

resulta sempre em vazões positivas, o que não corresponde à realidade. Assim,

8VV

f=ρτ (B.40)

De onde se obtém,

D2VV

fD8

DVVf

AD

2

4

=ππ

=ρτπ (B.41)

A expressão entre parênteses da Equação (B.38) pode ser simplificada,

tornando-se:

⎥⎥⎥⎥

⎢⎢⎢⎢

⎟⎠⎞

⎜⎝⎛∂∂

⎟⎠⎞

⎜⎝⎛∂∂

+∂∂

=⎟⎠⎞

⎜⎝⎛

∂∂

+∂∂

tVxVV

1tV

xVV

tV (B.42)

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⎥⎦⎤

⎢⎣⎡ +

∂∂

=⎟⎠⎞

⎜⎝⎛

∂∂

+∂∂

aV1

tV

xVV

tV (B.43)

tV

xVV

tV

∂∂

≅⎟⎠⎞

⎜⎝⎛

∂∂

+∂∂ (B.44)

As equações (B.41) e (B.44) transformam (B.38) em:

0D2VV

fgsenxp1

tV

=+θ+∂∂

ρ+

∂∂ (B.45)

Esta é a segunda Equação diferencial que governa o fenômeno. Pode-se

aqui introduzir a carga H fazendo-se a derivação com respeito a x em,

zg

pH +ρ

= (B.46)

Assim,

xz

xp

g1

xH

∂∂

+∂∂

ρ=

∂∂ (B.47)

θ+∂∂

ρ=

∂∂ sen

xp

g1

xH (B.48)

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θ+∂∂

ρ=

∂∂ gsen

xp1

xHg (B.49)

Finalmente, pode-se escrever a expressão:

0D2VV

fxHg

tV

=+∂∂

+∂∂ (B.50)

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ANEXO C – MANUAL DE UTILIZAÇÃO DO UFC6

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UFC6

Manual de Utilização

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C.1 – INTRODUÇÃO

O programa UFC6 Versão 1.0 é parte integrante da Dissertação de Mestrado

intitulada Modelagem Computacional de Dispositivos de Atenuação do Golpe de Aríete

em Adutoras. O programa foi desenvolvido com o objetivo de determinar o

comportamento do transitório hidráulico em tubulações de recalque de água utilizando-

se do Método das Características e das equações características de equipamentos

normalmente encontrados nos sistemas hidráulicos.

Procurou-se desenvolver um programa de fácil utilização e que possibilite o

usuário visualizar o comportamento das ondas de sobrepressão e subpressão

decorrentes do fenômeno transitório, além de verificar a influência de diversos

dispositivos de atenuação dos golpes de aríete.

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C.2 – ENTRADA DE DADOS

O programa UFC6 Versão 1.0 é de fácil utilização e visualização dos

resultados. Pode-se dar início procedimento de entrada de dados de duas formas

diferentes: utilizando-se um arquivo de entrada de dados nos formatos de texto (*.txt)

ou Transientes Hidráulicos (*.pth), ou, ainda, digitando-se um a um os dados de entrada

necessários para se efetuar o cálculo do golpe de aríete.

O usuário pode optar pela entrada manual, bastando para isso dar início a

entrada de dados. Escolhida essa opção, deve-se digitar um a um os dados

necessários. Esse procedimento é demorado e susceptível a erros, por esse motivo,

recomenda-se, na medida do possível, a utilização de estrada automática de dados.

C.2.1 – Entrada Manual de Dados

Carregando um perfil

Através do menu Arquivo>Carregar Perfil, o usuário pode acessar o

formulário Carregar Perfil, devendo entrar com os dados necessários para o traçado do

perfil da adutora. Tais dados são: Número de trechos, comprimentos (m), diâmetros (m)

e cotas de montante e jusante (m).

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Figura C.1 – Formulário Carregar Perfil

O usuário tanto poderá digitar os dados diretamente na tabela, como também

importa-los de um arquivo de texto (*.txt), clicando no botão Importar.

ATENÇÃO: O usuário também poderá salvar em arquivo de texto (*.txt) os

dados digitados diretamente na tabela, clicando no botão Salvar. Para tal, deve-se

certificar que a configuração do símbolo decimal nas opções regionais do painel de

controle do computador em uso seja a opção “.” (ponto).

O arquivo gerado poderá ser importado pelo formulário para a entrada

automática de dados, e tem o seguinte formato:

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Figura C.2 – Entrada Manual de Dados – Arquivo Texto (*.txt)

Clicando-se em OK no formulário Carregar Perfil, é traçado o perfil da

adutora.

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Figura C.3 – Perfil Carregado

Parâmetros do projeto

Através do menu Parâmetros, o usuário pode acessar o formulário

Parâmetros do Projeto, devendo entrar com os dados necessários para o cálculo do

transiente. Tais dados são: Nome do projeto, descrição do projeto (se necessário),

tempo de duração da simulação (s), número de divisões do menor trecho, módulo de

elasticidade volumétrica do fluido (Pa), densidade do fluido (kg/m³), Viscosidade

cinemática do fluido (m²/s).

Os valores referentes aos três últimos parâmetros correspondem ao fluido

verificado. O UFC6 utiliza água como fluido padrão.

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Figura C.4 – Formulário Parâmetros do Projeto

- Número de divisões do menor trecho a verificar: Como o método utiliza o

mesmo intervalo de tempo computacional para todos os trechos do sistema, deve-se

escolher um trecho (no caso o de menor comprimento) para se padronizar esse

intervalo de tempo. Assim, o programa necessita saber em quantos segmentos o menor

trecho será dividido. O programa calcula então o intervalo de tempo computacional

entre as seções desse trecho e assume igual para os demais trechos do sistema. Para

isso, o programa ajusta o valor da celeridade de onda fazendo pequenas alterações em

seus valores.

Adicionando dados dos trechos

Ao mover o cursor do mouse para perto de um trecho até este ser

selecionado (cor vermelha) e clicando com o botão direito, o usuário poderá adicionar

as características desse trecho através do formulário Dados do Trecho.

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Figura C.5 – Formulário Dados do Trecho

Por meio de duas caixas de texto com listas dropdown, o usuário poderá

selecionar:

Tipos de Material da Tubulação

Aço

Concreto

Ferro Fundido

PVC Rígido*

Outro

*Valor padrão

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Para todos os materiais, exceto Outro, os valores de Módulo de Elasticidade

(GPa), de Rugosidade (mm) e do Coeficiente de Poisson são pré-determinados.

Tipo de Ancoragem da Tubulação

Conduto rígido

Ancorado contra movimento longitudinal*

Uma extremidade ancorada

Com juntas de dilatação

*Valor padrão

Existe ainda a opção de o usuário entrar com valores de Celeridade e Fator

de Atrito de Darcy-Weisbach específicos, clicando nas respectivas caixas de seleção.

Adicionando dados dos nós

O usuário poderá adicionar as características desse nó através do formulário

Dados do Nó. Para tal, existem duas formas de adicionar contornos aos nós:

1. Ao mover o cursor do mouse para perto de um nó até este ser selecionado

(cor vermelha) e clicando com o botão direito;

2. Clicar com o botão direito do mouse no ícone referente ao contorno

desejado na barra de ferramentas e, em seguida, clicar com o botão esquerdo do

mouse no nó.

O usuário deverá selecionar o contorno desejado através da lista dropdown

da caixa de texto, e especificar os dados referentes ao contorno clicando no botão >>.

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Figura C.6 – Formulário Dados do Nó

- Reservatório de Montante, Bomba e Válvula de Retenção

Figura C.7 – Formulário Bomba

Dados da Bomba Considerações

Número de Bombas em Paralelo -

Vazão total do sistema (m³/s) Soma da vazão de todas as bombas;

Número de rotações da bomba (rpm) -

Tempo de duração da simulação (s) Tempo total de simulação do fenômeno

transitório. Esse tempo é limitado à

capacidade de armazenamento de

informações do programa, que, por sua vez,

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é função do tempo computacional e do

número de seções a simular;

Dados da Bomba Considerações

Vazão da bomba em regime

permanente (m³/s)

Vazão de cada bomba em paralelo antes do

corte de energia (estado permanente);

Altura manométrica do sistema (m) Altura geométrica de recalque mais a perda

de carga total do sistema;

Rotação de maior eficiência (rpm) Rotação de maior rendimento;

Rendimento por bomba Valor entre 0 e 1;

Momento de inércia das massas

girantes (kg.m²)

Soma do momento de inércia da bomba

com o do motor, multiplicado pelo número

de bombas em paralelo.

Dispositivos de atenuação do golpe de aríete

O usuário deverá indicar se há dispositivo de alívio do golpe aríete. Os

dispositivos disponibilizados pelo programa são:

- Tanque de Alimentação Unidirecional (TAU) ou One-Way

Figura C.8 – Formulário One-Way

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Dados do TAU Considerações

Diâmetro do TAU (m) O programa considera um TAU de base

cilíndrica;

Nível de água inicial (m) Altura relativa à base do TAU;

Diâmetro dos tubos de ligação (mm) Usualmente, para garantir o pleno funcionamento do dispositivo,

os projetistas dimensionam dois tubos de ligação de diâmetros

iguais. O usuário do UFC6 precisa apenas inserir o diâmetro de

um dos tubos que o programa calculará o diâmetro equivalente

dos dois tubos.

Coeficiente de perda de carga

localizada

-

- Reservatório Hidropneumático

Figura C.9 – Formulário Reservatório Hidropneumático

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Dados do Res. Hidropneumático Considerações

Área da base (m2) O programa considera um reservatório de

base cilíndrica;

Altura (m) Distância da base até a parte superior;

Quantidade de ar nas condições

iniciais (%)

Porcentagem de volume de ar do

reservatório hidropneumático nas condições

iniciais (regime permanente).

- Válvula de Alívio

Figura C.10 – Formulário Válvula de Alívio

Dados da Válvula de Alívio Considerações

Coeficiente de descarga Variação entre 0,5 e 0,6.

Área do orifício (cm²) -

Pressão de regulagem da Válvula (mca) -

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Chaminé de Equilíbrio

Figura C.11 – Formulário Chaminé de Equilíbrio

Dados da Chaminé de Equilíbrio Considerações

Diâmetro do Chaminé de equilíbrio (m) O programa considera um TAU de base

cilíndrica;

Nível de água inicial (m) Altura relativa à base da chaminé;

Diâmetro dos tubos de ligação (mm) -

Coeficiente de perda de carga

localizada

-

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Ventosa Automática de Duplo Efeito (VADE)

Figura C.12 – Formulário VADE.

Dados da Ventosa Considerações

Altura Barométrica (m) O programa considera um valor de 10,3 m;

Coeficiente de descarga de entrada Valor dado na literatura de 0.6

Diâmetro dos tubos de ligação (mm) Valor dado na literatura de 0.976

Área do orifício Valor dado pelo fabricante

Salvando o projeto

Após executar o procedimento de entrada de manual de dados, o usuário

poderá salvar o projeto acessando o menu Arquivo>Salvar Projeto. O Programa irá

salvar os dados do projeto em um arquivo no formato Transientes Hidráulicos (*.pth)

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cujo nome será dado pelo usuário, e servirá para a posterior entrada automática de

dados.

C.2.2 – Entrada Automática de Dados

O usuário pode optar também pela entrada de dados automática. Para isso,

deverá utilizar arquivos de formato Transientes Hidráulicos (*.pth).

Figura C.13 – Entrada Automática de Dados – Arquivo Transientes Hidráulicos (*.pth)

O formato *.pth reúne todas as características do projeto, de modo que, se

utilizado como entrada, o usuário deverá apenas executar o cálculo do transiente

hidráulico.

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Compõem o formato *.pth (exemplo acima):

Linhas Descrição

1 Nome do projeto;

2 Descrição do projeto;

3 Número de trechos;

4 a 26 Dados dos trechos – Comprimento (m), Diâmetro (m), Espessura das

paredes da tubulação (m), Cota de montante (m) e Cota de jusante (m);

27 a 49 Dados dos trechos – Material da tubulação, Tipo de Ancoragem,

Coeficiente de Poisson, Módulo de Elasticidade do Material (Pa) e

Rugosidade da tubulação (m) (ver Tabelas C.1 e C.2);

50 a 74 Dados dos nós (elementos de contornos). Cada elemento de contorno

possui um número identificador e dados específicos. (ver Tabelas C.3)

75 Parâmetros do projeto – Tempo de duração da simulação (s), módulo de

elasticidade volumétrica do fluido (Pa), densidade do fluido

(kg/m³),Número de divisões do último trecho e Viscosidade cinemática

do fluido (m²/s).

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Tabela C.1 – Identificadores – Material da Tubulação

Identificador Material da Tubulação

0 Aço

1 Concreto

2 Ferro Fundido

3 PVC Rígido

4 Outro

Tabela C.2 – Identificadores – Tipo de Ancoragem

Identificador Tipo de Ancoragem

0 Conduto rígido

1 Ancorado contra movimento longitudinal

2 Uma extremidade ancorada

3 Com juntas de dilatação

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Tabela C.3 – Identificadores – Elemento de Contorno

Identificador Tipo de Ancoragem

0 Reservatório de montante

1 Reservatório de jusante

2 Res. de Montante, bomba e válvula de retenção

3 TAU ou One-Way

4 Chaminé de Equilíbrio

5 Reservatório Hidropneumático

6 Ventosa *

7 Válvula de alívio

8 Válvula de controle *

9 Saída livre *

10 Extremidade fechada *

11 Junção

* Elementos de contorno a serem implementados posteriormente

OBS: O usuário deverá inserir os dados específicos de cada elemento de

contorno no arquivo de formato *.pth na mesma ordem em que foram apresentados.

Do exemplo:

- Linha 50: refere-se ao Reservatório de montante, bomba e válvula de

retenção (identificador 2);

- Linha 51: refere-se aos dados específicos do Reservatório de montante,

bomba e válvula de retenção;

- Linhas 52 a 73: referem-se à Junção (identificador 11);

- Linha 74: refere-se ao Reservatório de jusante (identificador 1).

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C.3 – CÁLCULO DO TRANSIENTE

Finalizada a entrada de dados, o usuário pode dar início o processo de

cálculo propriamente dito. Para isso, basta clicar no botão Executar , localizado na

barra de ferramentas.

O formulário Cálculo do Transitório será carregado. O usuário deverá clicar

no botão OK e esperar até que a barra de processamento atinja 100%. Logo após,

poderá verificar os resultados da simulação clicando no botão Resultados>>.

Figura C.14 – Formulário Cálculo do Transitório

Envoltórias de pressão máxima e mínima na adutora

O usuário pode visualizar os resultados da simulação através das envoltórias

de pressão máxima e mínima na adutora.

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Figura C.15 – Envoltórias Máximas e Mínimas Calculadas

Acessando o menu Visualizar>Envoltórias, programa fornece também a

pressão máxima e mínima em toda a adutora durante o transitório hidráulico.

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Figura C.16 – Formulário Envoltórias

Planilhas

Através do menu Visualizar>Planilhas ou do ícone Planilha da barra de

ferramentas, o usuário pode verificar o resumo de cálculo por trecho e por nó, bastando

clicar na guia superior de cada planilha.

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Figura C.17 – Formulário Planilhas

Resultados por Seção

Em seguida, através do menu Visualizar>Seções, o usuário poderá visualizar

o comportamento do transitório hidráulico em cada seção da adutora. Esse formulário

apresenta duas opções de visualização do transitório: carga (m) e vazão (m³/s). De

acordo com o opção de gráfico e a seção selecionadas, pode-se verificar os seguintes

dados:

- Cota Piezométrica Máxima (m)

- Cota Piezométrica Mínima (m)

- Pressão no Estado Permanente (mca)

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- Pressão Máxima no Estado Transiente (mca)

- Pressão Mínima no Estado Permanente (mca)

- Vazão Máxima no Estado Permanente (mca)

- Vazão Mínima no Estado Permanente (mca)

O usuário poderá optar também por salvar no formato de texto (*.txt) um

relatório de cotas e pressões ou de vazões para todos as seções da adutora, clicando

no botão Salvar Arquivo (*.txt).

Figura C.18 – Formulário Resultados por Seção

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Ainda, através do botão Gráfico do Dispositivo, é possível acessar o gráfico

que mostra a variação das características de cada dispositivo, como: nível de água (m),

volume de água (m³), vazão (m³/s) e volume de ar (m³). Esses gráficos podem ser

fornecidos através do botão Resultados>>, do formulário Dados do Nó.

Figura C.19 – Formulário Gráfico One-Way

O usuário poderá proceder de forma análoga para o caso da visualização do

transitório nos nós, acessando o menu Visualizar>Nós.

Salvando os Resultados

Após executar o procedimento de cálculo, o usuário poderá salvar os

resultados, bastando para isso acessar o menu Arquivo>Salvar Resultados. O

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Programa irá salvar o resultado da simulação em um arquivo no formato de texto (*.txt)

cujo nome será dado pelo usuário.

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Animação das pressões na adutora

Pode-se observar uma animação do comportamento das pressões na

adutora.

Figura C.20 – Formulário Evolução da Cota Piezométrica

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C.4 – LIMITAÇÕES DO MODELO

1. O UFC6 calcula apenas transientes hidráulicos gerados por interrupção do

bombeamento, não permitindo, para a atual condição, a análise dos mesmos em

sistemas por gravidade.

2. Por estar em desenvolvimento, o programa não dispõe de todos os

elementos de contorno apresentados. Para posterior implementação estão os seguintes

elementos: Ventosa, Válvula de Controle, Saída Livre e Extremidade Fechada.

3. Dessa forma, o modelo mostra flexibilidade somente nos nós internos, pois

aceita para o primeiro nó o contorno Reservatório de Montante, Bomba e Válvula de

Retenção e para o último, o Reservatório de Jusante.

4. O sistema a ser avaliado deve possuir no máximo 20 nós, portanto, 19

trechos.

5. O UFC6 permite, no máximo, 80 subdivisões por trecho e 15000 intervalos

de tempo computacional. Se esse número for excedido, o programa interrompe a

execução do cálculo e sugere o número de divisões a ser efetuada.

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C.5 – CRÉDITOS

Sob a orientação do Ph.D Marco Aurélio Holanda de Castro, Professor do

Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da Universidade Federal do

Ceará, as atividades de pesquisa para a elaboração do modelo computacional UFC6

foram iniciadas no ano de 1999, como tema da dissertação de mestrado do Rodrigo

Magalhães Neiva Santos. Retomados os trabalhos em 2004, hoje, é parte integrante da

presente dissertação de mestrado.

Figura C.21 – Créditos UFC6

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C.6 – EXEMPLO Para se fazer a entrada de dados através de um arquivo *.txt devemos seguir os passos

seguintes:

Em um editor de texto do tipo bloco de notas digitamos a partir da coluna (1) até a

coluna (5) os dados referentes a adutora. Se o número de trechos for maior que 20

devemos somar os trechos de menor extensão de forma a ficar com um máximo de 19

trechos.

Apresentamos a seguir as tabelas de 1 a 4 que deverão ser preenchidas: Tabela 1 – Entrada de Dados dos Trechos (Número de Linhas igual ao número de Trechos da Adutoras) Coluna 1 – Extensão do trecho (m) Coluna 2 – Diâmetro interno da tubulação (m) Coluna 3 – Espessura da parede da tubulação (m) Coluna 4 – Cota nó de montante (m) Coluna 5 – Cota nó de jusante (m) Para o exemplo a seguir a adutora apresenta o DN 450 mm de FoFo até o 30 trecho e o DN 500 mm de PVC a partir do 40 trecho Comprimento

do Trecho (m) (1)

Diâmetro Interno

(m) (2)

Espessura Parede Tubul. (m) (3)

Cota Montante

(m) (4)

Cota Jusante

(m) (5)

260.19 0.4666 0.0067 17.00 7.69 52.28 0.4666 0.0067 7.69 5.34 130.74 0.4666 0.0067 5.34 30.63 545.94 0.4894 0.0213 30.63 30.14 19.18 0.4894 0.0213 30.14 33.00

1023.64 0.4894 0.0213 33.00 24.86 173.67 0.4894 0.0213 24.86 23.25 849.32 0.4894 0.0213 23.25 38.04 670.53 0.4894 0.0213 38.04 44.71 141.67 0.4894 0.0213 44.71 34.30 278.53 0.4894 0.0213 34.30 32.20 81.53 0.4894 0.0213 32.20 38.32 106.88 0.4894 0.0213 38.32 43.75 247.06 0.4894 0.0213 43.75 50.43 158.07 0.4894 0.0213 50.43 45.69

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343.22 0.4894 0.0213 45.69 40.90 213.71 0.4894 0.0213 40.90 54.70 420.84 0.4894 0.0213 54.70 57.31 393.70 0.4894 0.0213 57.31 73.43

Tabela 2 A próxima tabela a ser preenchida tem os seguintes dados: Coluna 1 – Tipo de Material do tubo

Identificador Material da Tubulação 0 Aço 1 Concreto 2 Ferro Fundido 3 PVC Rígido 4 Outro

Coluna 2 – Tipo de Ancoragem

Identificador Tipo de Ancoragem 0 Conduto rígido 1 Ancorado contra movimento

longitudinal 2 Uma extremidade ancorada 3 Com juntas de dilatação

Coluna 3 – Coeficiente de Poisson Coluna 4 – Módulo de elasticidade do material (Pa) Coluna 5 – Rugosidade do material (m) Material

(1)

Tipo Ancoragem

(2)

Coeficiente Poisson

(3)

Módulo Elasticidade (Pa) (4)

Rugosidade (m)

(5)

2 1 0.28 1.7E+11 0.00026 2 1 0.28 1.7E+11 0.00026 2 1 0.28 1.7E+11 0.00026 3 1 0.39 3.0E+9 0.0000015 3 1 0.39 3.0E+9 0.0000015 3 1 0.39 3.0E+9 0.0000015 3 1 0.39 3.0E+9 0.0000015 3 1 0.39 3.0E+9 0.0000015 3 1 0.39 3.0E+9 0.0000015 3 1 0.39 3.0E+9 0.0000015 3 1 0.39 3.0E+9 0.0000015 3 1 0.39 3.0E+9 0.0000015

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3 1 0.39 3.0E+9 0.0000015 3 1 0.39 3.0E+9 0.0000015 3 1 0.39 3.0E+9 0.0000015 3 1 0.39 3.0E+9 0.0000015 3 1 0.39 3.0E+9 0.0000015 3 1 0.39 3.0E+9 0.0000015 3 1 0.39 3.0E+9 0.0000015

Tabela 3 A próxima tabela a ser preenchida tem os seguintes parâmetros: Coluna 1 – Identificador de elemento de contorno

Identificador Tipo de Ancoragem 0 Reservatório de montante 1 Reservatório de jusante 2 Reservatório de montante, bomba e válvula de retenção 3 TAU ou One-Way 4 Chaminé de equilíbrio 5 Reservatório Hidropneumático 6 Ventosa 7 Válvula de alivio 8 Válvula de controle 9 Saída livre 10 Extremidade fechada 11 Junção

Coluna 2 – Número de bombas na estação elevatória Coluna 3 – Vazão total dos conjuntos motor-bomba (m3/s) Coluna 4 – número de rotações da bomba (rpm) Coluna 5 – Vazão de cada bomba em paralelo (m3/s) Coluna 6 – Altura manométrica do sistema (m) Coluna 7 – Rotação de maior rendimento (rpm) Coluna 8 – Rendimento por bomba valor entre 0 e 1 Coluna 9 – Momento de inércia das massas girantes (Kgf.m2)

ID Contorn

o

(1)

Nº bomba

s

(2)

Qtotal (m3/s)

(3)

Rotação

(rpm)

(4)

Q1bomb (m3/s)

(5)

Hman (m)

(6)

Rotação (rpm)

(7)

Eficiênc

(8)

Mom. Inércia (kgf.m²)

(9)

2 4 0.20728

1750 0.05182

73.15 1750 0.72 0.86865

11 11 11 11 11

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11 11 11 11 11 11 11 11 11 11 11 11 11 1

Tabela 4 A próxima tabela apresenta os seguintes parâmetros: Coluna 1 – Tempo de duração da simulação (s) Coluna 2 – Módulo de elasticidade volumétrica do fluido (Pa) Coluna 3 – Densidade do fluido (kg/m3) Coluna 4 – Número de divisões do último trecho Coluna 5 – Viscosidade cinemática do fluido (m2/s)

Tempo de simulação

(s) (1)

Módulo de elasticidade

(2)

Densidade (kg/m3)

(3)

Número de divisões

último trecho (4)

Viscosidade cinemática

(m²/s) (5)

60 2.19E+09 1000.00 1 0.000001 Depois da entrada de dados é gerado o seguinte arquivo que deverá ser salvo com extensão *.pth

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PLANILHAS GERADA PELO UFC6

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