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Universidade de Lisboa Faculdade de Ciências Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia Modelação de uma Base de Dados Geográfica para a série M888, 1:25000 do IGeoE Agostinho José Caldas de Freitas Mestrado em Engenharia Geográfica 2008

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Universidade de Lisboa Faculdade de Ciências

Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia

Modelação de uma Base de Dados Geográfica para a série M888, 1:25000 do IGeoE

Agostinho José Caldas de Freitas

Mestrado em Engenharia Geográfica

2008

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Universidade de Lisboa Faculdade de Ciências

Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia

Modelação de uma Base de Dados Geográfica para a série M888, 1:25000 do IGeoE

Agostinho José Caldas de Freitas

Trabalho de Projecto Orientado por: Prof. Doutor João Catalão

Mestrado em Engenharia Geográfica

2008

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Resumo 

Os SIG (Sistemas de Informação Geográfica) desempenham um papel

fundamental no Apoio à Decisão, tornando-se numa das áreas de negócio com mais

projecção e desenvolvimento da actualidade. Estes são implementados recorrendo ao

uso de SGBD (Sistemas de Gestão de Bases de Dados) e sendo responsáveis por

armazenar a informação relativa aos objectos e fenómenos que ocorram num dado local

num dado instante, é de extrema importância a escolha adequada da forma como se

organiza, guarda e explora a informação. A Modelação de Dados é assim uma das

etapas mais importantes no projecto SIG, pois o factor chave para o sucesso desse

projecto recai na escolha adequada de um modelo que melhor se ajuste ou descreva a

realidade que pretende reflectir, uma vez que esta realidade é demasiado complexa para

permitir a sua completa e perfeita representação.

Os primeiros modelos de BDG (Bases de Dados Geográficos) apesar de

“expressivos” não permitiam uma adequada representação da realidade uma vez que

este tipo de dados pela sua natureza possui aspectos peculiares como sejam: a sua

localização espacial; o instante de observação; a sua precisão; etc.

Surgiram depois os modelos semânticos e orientados para objectos como por

exemplo: OMT; IFO; ER e mais recentemente, o OMT-G, o GeoOOA, etc... estes

modelos respondem a necessidades específicas, em relação à abstracção de conceitos e

entidades, e quanto ao tipo de entidades representáveis e relacionamento entre estas.

Neste trabalho foram utilizados pacotes de software específicos que permitiram

criar um modelo de dados em linguagem UML, posteriormente exportado para o

formato XML (eXtensible Markup Language) permitindo a partir deste último a geração

da estrutura da BDG.

Depois de gerada foi carregada de modo “automático” recorrendo a uma

metodologia de carregamento criada prepositadamente para esse fim.

O objectivo do trabalho foi Modelar uma BDG para a Carta Militar de Portugal

Continental da série M888 na escala 1:25 000 e implementar a sua utilização na

respectiva cadeia de produção do IGeoE.

Palavras-chave: SIG; Modelação; Base Dados Geográficos; UML; XML

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Abstract 

GIS play an important role in any Decision Support System, becoming one of

the most developed and exploited business areas at the moment. Being implemented

according with the use of Database Management Systems (DBMS) and being

responsible for storing the information concerning features and phenomenon that occur

in any location at any time, it is of great importance the adequate choice of the way like

information is organized, kept and exploited. Data modeling is thus one of the most

important stages in a GIS project, therefore the key factor for its success is the adequate

choice of the right model that assures the best adjustment or better describes reality.

Sometimes reality is too much complex to allow it’s complete and perfect

representation.

In such a way data modeling, specifically geographic models are nothing more

than an abstraction of the real world using a set of conceptual tools to better describe

data, its semantics, relations and restrictions in order to produce a well adjusted,

simplified but convenient representation.

The first Geodatabase models although very graphic and meaningful didn’t

allow one adequate representation of reality. That happened because sometimes this

data type, possess a very peculiar nature and certain details like: its spatial location; the

instant of acquisition; its precision; etc.

Later on some semantic and object oriented models appeared, for instance:

OMT; IFO; ER and more recently, the OMT-G, the GeoOOA, etc… these models

answer to specific needs, concerning the abstraction of concepts and features, and how

they relate between them.

In this paper proper software packages had been used to create a data model in

the UML language, later exported to XML creating from this last one the Geodatabase

schema.

After generated it was loaded by “automatic” procedures specially designed for

this end. The main purpose was to design, create and load a Geodatabase for the

Military Chart of the Portuguese Mainland in the M888 series for the 1:25 000 scale and

to implement its use in the proper production workflow in the IGeoE.

Keywords: GIS; Database Modeling; GeoDatabase; UML

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Índice  

 

Resumo _______________________________________________________________ i 

Abstract  ______________________________________________________________ ii 

Índice ________________________________________________________________ iii 

Lista de Figuras _________________________________________________________ v 

1.  Introdução  _______________________________________________________  1 

1.1. Enquadramento Institucional _______________________________________  2 

1.2. O Estado da Arte _________________________________________________  3 

1.3. Metodologia e Organização do Trabalho ______________________________  6 

1.4. Objectivo Final  __________________________________________________  6 

2.  Concepção de uma Base de Dados Geográfica  ___________________________  8 

2.1.  Introdução  _____________________________________________________  8 

2.2. O UML _________________________________________________________  8 

2.3. A Concepção da BDG  (objectos, atributos, relações...) __________________  11 

2.3.1.A Geometria das Entidades ___________________________________  11 

2.3.2.Os Sistemas de Referência ____________________________________  12 

2.3.3.As Entidades e os seus Atributos _______________________________  12 

2.3.4.As Entidades e os Subtipos  ___________________________________  12 

2.3.5.As Entidades e as Relações  ___________________________________  12 

2.3.6.As Restrições aos Atributos das Entidades  _______________________  13 

2.3.7.Validação de Entidades por Regras _____________________________  13 

2.3.8.As Entidades e a Topologia  ___________________________________  13 

2.4. A Modelação por Objectos ________________________________________  14 

2.5. Tipos de BD e Tipificação de Workflow  ______________________________  18 

2.5.1.Edição directa  _____________________________________________  21 

2.5.2.Two level Tree _____________________________________________  21 

2.5.3.Multilevel Tree _____________________________________________  21 

2.5.4.Cíclico ____________________________________________________  22 

2.5.5.Extended History ___________________________________________  22 

2.6.  Implementação de Redes na Modelação _____________________________  22 

2.6.1.Solvers ___________________________________________________  25 

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2.6.2.Netflags __________________________________________________  25 

2.6.3.Barreiras  _________________________________________________  25 

2.6.4.Traçado __________________________________________________  26 

2.6.5.Pesos  ____________________________________________________  26 

3.  Modelação de uma Base de Dados Geográfica __________________________  27 

3.1.  Introdução  ____________________________________________________  27 

3.2. A Modelação em UML e a Criação da BDG  ___________________________  28 

3.2.1.Criar os Temas _____________________________________________  30 

3.2.2.As Classes e suas Relações ____________________________________  34 

3.2.3.Entidades e atributos, Subtipos ________________________________  39 

3.2.4.Criar uma Rede Geométrica e Regras de Conectividade _____________  43 

3.2.5.Exportação para XMI e Validação Semântica _____________________  44 

3.2.6.Criação da IGeoE_BDG  ______________________________________  46 

3.3. Uma Metodologia de Carregamento ________________________________  49 

4.  Conclusão _______________________________________________________  66 

4.1. Conclusão _____________________________________________________  66 

4.2. Propostas de Melhoria ___________________________________________  68 

4.3. Propostas para trabalho futuro ____________________________________  69     

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Lista de Figuras  Figura 1 – Exemplo do processo de Codificação (Encoding) JNITP (NMA) __________  10 Figura 2 ‐ Exemplo do modelo de mapeamento de GML para XML (ISO19118) JNITP 

(NMA) ______________________________________________________  10 Figura 3 – Uso de CASE Tools para concepção e criação do esquema da BDG, ESRI 

[2000b] _____________________________________________________  28 Figura 4 – A imagem ilustra as fases da modelação de dados executadas no processo 

de criação da IGeoE_BDG  ______________________________________  30 Figura 5 – Estrutura base do Modelo disponibilizado pelo CASE Tools (ArcInfo UML 

Model)  _____________________________________________________  31 Figura 6 ‐ Temas da modelação da série M888 ______________________________  32 Figura 7 – Tema Terreno________________________________________________  33 Figura 8 – Tema Região ________________________________________________  34 Figura 9 – Estrutura Base da IGeoE_BDG (Workspace) ________________________  35 Figura 10 – Definição das Classes em cada Tema ____________________________  37 Figura 11 – A Classe Vias de Comunicação  _________________________________  37 Figura 12 – Extracto de algumas entidades das Vias Ferroviárias ________________  40 Figura 13 – Extracto da Classe Vias Ferroviárias _____________________________  41 Figura 14 – Rede Geométrica ____________________________________________  44 Figura 15 ‐  Execução do Add‐On que permite a exportação para o formato XMI ___  45 Figura 16 ‐ Extracto do ficheiro XMI gerado_________________________________  46 Figura 17 ‐ Execução da ferramenta Schema Wizard, para a criação da estrutura da 

IGeoE_BDG __________________________________________________  47 Figura 18 ‐ Pré visualização da estrutura da BDG a criar. ______________________  48 Figura 19 – Imagem exemplificativa da aplicação para conversão da informação IGeoE 

do formato DGN para SHP.  _____________________________________  51 Figura 20 – Imagem exemplificativa dos modelos e respectiva parametrização de 

ferramentas, criados para conversão da informação do IGeoE (anexo H pp. 3). _________________________________________________________  52 

Figura 21 – Extracto de um relatório (listagem de variáveis e processos) de um dos modelos de conversão da informação do IGeoE. _____________________  52 

Figura 22 – Algumas ferramentas utilizadas na criação automática da BDG Intermédia ___________________________________________________________  54 

Figura 23 – Ferramenta Select para carregamento da IGeoE_BDG _______________  56 Figura 24 – Extracto da lista de entidades a converter para posterior carregamento na 

IGeoE_BDG __________________________________________________  56 Figura 25 ‐ Modelo de Conversão de Célula a  Linha aplicado à Portagem, exemplo de 

aplicação das ferramentas: Buffer (A e B) e Intersect (C e D). ___________  58 Figura 26 ‐ Modelo de Conversão de Célula a  Linha aplicado à Portagem, exemplo de 

aplicação das ferramentas: Simplify Line (A) e Collapse Dual Line to Central Line (B). _____________________________________________________  58 

Figura 27 ‐ Modelo de Conversão de Célula a  Linha aplicado à Portagem, exemplo de aplicação das ferramentas: Buffer (A) e Union (B). ___________________  59 

Figura 28 ‐ Modelo de Conversão de Célula a  Linha aplicado à Portagem, exemplo de aplicação das ferramentas: Polygon to Line (A) e Splite Line at Vertices (B). 59 

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Figura 29 ‐ Imagem exemplificativa do Aterro (A) e Desaterro (B). para implementação do Modelo de Conversão de Linha a Área.  _________________________  61 

Figura 30 ‐ Exemplo dos três tipos de Molhe ________________________________  61 Figura 31 ‐ Modelo de Conversão de Linha a Área aplicado ao Molhe, exemplo de 

aplicação da ferramenta: Buffer. _________________________________  62 Figura 32 ‐ Modelo de Conversão de Linha a Área aplicado ao Molhe, exemplo de 

aplicação da ferramenta: Polygon to Line e Split Line at Vertices ________  63 Figura 33 ‐ Modelo de Conversão de Linha a Área aplicado ao Molhe, exemplo de 

aplicação da ferramenta: Feature to Polygon _______________________  63 Figura 34 ‐ Modelo de Conversão de Linha a Área aplicado ao Molhe, exemplo de 

aplicação da ferramenta: Buffer(A) e Erase (B).  _____________________  64 

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1. Introdução

Os primeiros modelos de dados desenvolvidos foram limitados pelas estruturas

internas dos softwares existentes na altura, forçando o utilizador a ajustar a estes a sua

interpretação dos fenômenos espaciais. Consequentemente, o processo de modelação

não oferecia os mecanismos que permitiriam a representação da realidade de acordo

com o modelo mental desse utilizador. Os modelos de dados semânticos e orientados

por objectos conhecidos, tais como o modelo do relacionamento de entidade (ER)

[Chen,1976], a modelação por objectos (OMT) [Rumbaugh et al, 1991], e o modelo de

IFO [Abiteboul,1987], não oferecem nem facilitam a adequada representação da

informação geográfica. Mesmo que estes modelos sejam expressivos, apresentam sérias

limitações à modelação adequada de tal informação. As dificuldades em usar tais

modelos são incontáveis, uma vez que muitas aplicações geográficas necessitam de

manipular determinados pormenores tais como restrições ao posicionamento, diferentes

épocas de observação, exactidão da aquisição da informação, etc... [Oliveira, 1997].

Além disso, em modelos convencionais é impossível distinguir entre as classes das

entidades que têm uma referência geográfica e as classes puramente alfanuméricas. É

igualmente difícil representar a natureza geométrica das entidades e das relações

espaciais entre eles. As relações espaciais são as abstracções que nos ajudam a

compreender como, no mundo real, as entidades se relacionam [Mark and Frank, 1990].

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Muitas relações espaciais necessitam ser representadas explicitamente na estrutura da

modelação, a fim de a tornar mais compreensível ou perceptível. As relações

topológicas são também fundamentais para a definição das regras de integridade

espacial [Borges et al, 1999], que por sua vez determinam o comportamento geométrico

das entidades. Existem, no entanto, algumas características específicas da informação

geográfica que tornam a modelação das BDG mais complexa do que as das BD (Bases

de Dados) convencionais.

Modelar os “aspectos espaciais” é fundamental na criação de uma Base de Dados

Geográfica, principalmente porque se trata de uma abstracção da realidade geográfica

onde a percepção que o utilizador possuí do mundo real não é permanente nem

imutável, dependendo também daquilo que este pretende representar e daquilo que

espera ganhar com essa representação.

Pode-se então entender que modelar informação geográfica exige modelos mais

específicos e com melhor capacidade de captura da semântica dos dados geográficos.

Dentro deste contexto geográfico, os conceitos tais como a geometria e a topologia

são importantes na determinação das relações espaciais entre entidades. Estes conceitos

são igualmente decisivos no processo de carregamento de dados, e na execução de

análise espacial.

Este projecto assume as peculiaridades que caracterizam a informação geográfica, as

exigências que um modelo de dados deve possuir para poder ser implementado na

cadeia de produção do IGeoE (Instituto Geográfico do Exército), e tenta responder às

deficiências observadas, propondo um modelo de dados para a escala 1:25 000 (série

M888), baseado na linguagem UML [ESRI, 2000b].

1.1. Enquadramento Institucional

A Missão do IGeoE é a produção de informação geográfica. Para tal, promove e

envida esforços no desenvolvimento de acções: de investigação científica, tecnológica e

outras no domínio da geomática. Nesse sentido e por se tratar de uma entidade nacional

de produção cartográfica, este Instituto mantém-se na vanguarda das ciências

geográficas quer por meio de constantes actualizações tecnológicas, quer por adequada

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formação dos seus quadros e por criação e implementação de novos processos na área

da produção cartográfica.

A actual cadeia de produção deste Instituto é o resultado de experiências

acumuladas ao longo de vários anos e de sucessivas implementações de melhoramentos

ou refinamentos. Encontra-se, a mesma, optimizada de modo a garantir que os seus

produtos cumprem com os mais altos padrões de qualidade incluindo o cumprimento da

norma de qualidade ISO 9001 no âmbito da concepção, desenvolvimento e produção de

informação geográfica.

A informação geográfica de base produzida pelo IGeoE tem como origem principal

a estereorrestituição fotogramétrica em estações digitais. A informação vectorial depois

de adquirida e processada é então validada do ponto de vista do formato, estrutura,

geometria e topologia, sendo depois guardada para “a posteriori” ser utilizada para os

mais variados fins quer sejam estes de aplicação militar ou civil.

Desde há algum tempo a esta parte que se tem vindo a sentir a necessidade de

possuir uma Base de Dados Geográfica que permita dar resposta:

• Às necessidades específicas da cadeia de produção da Carta Militar de

Portugal Continental da série M888 na escala 1:25 000.

• À crescente necessidade de produtos interoperáveis (outros sistemas e

software)

• Ao suporte a um vasto leque de informação, da mais variada natureza, que

caracteriza o catálogo de produtos que se encontra disponível ao público.

• E ainda à criação de novos produtos conducentes à satisfação das recentes

necessidades dos nossos clientes.

 

1.2. O Estado da Arte

A gestão de dados espaciais em SIG é segundo Brinkhoff et al [2006] revestido de

maior importância do que em sistemas convencionais devido à elevada complexidade

dos objectos, às consultas que geralmente se efectuam e ao enorme volume e

complexidade dos dados geralmente associados.

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As Bases de Dados Geográficas impõem restrições severas às arquitecturas de

armazenamento e acesso (índices) de dados, com o objectivo de se obter um

processamento das consultas não só célere como eficaz.

Os SGBD Relacionais estão melhor preparados para tratar dados convencionais,

apresentando algumas deficiências quando utilizado para armazenamento de dados

espaciais. Para entender o problema, Brinkhoff [2006] propõe que o objecto espacial

seja caracterizado por duas componentes: a espacial e a temática. A componente

espacial refere-se à representação do objecto no plano através de pontos, linhas ou

polígonos. Enquanto que a componente temática caracteriza o objecto segundo outros

atributos que podem ser do tipo qualitativo ou quantitativo, respectivamente e a título de

exemplo o tipo de uso do solo, ou a precipitação numa dada região.

Devido à arbitrária complexidade dos objectos espaciais, é impossível construir um

índice considerando informações completas sobre a extensão dos objectos. A solução

adoptada baseia-se no princípio de que o método não produz, na verdade, o resultado da

consulta, mas apenas filtra e refina os dados gerando conjuntos cada vez menores a

serem consultados e, a partir de outros processos, obter então o resultado. De modo

diferente das BD convencionais, esse resultado, por sua vez, necessita ser também ele

guardado para permitir análises posteriores.

Já Engenhofer [2006] refere a necessidade de uma linguagem para consultas

espaciais em BD que preserve os conceitos da linguagem SQL, manipule objectos

espaciais e incorpore operações e relacões espaciais. Duas regras são necessárias para a

definição da linguagem de consulta e de apresentação (de resultados):

• a linguagem deve abstrair as características do armazenamento e da

implementação

• o resultado de uma consulta espacial não pode ser apenas uma relação

(tabela) sem expressão espacial.

Este autor define também onze requisitos necessários para uma linguagem de

consulta espacial. Dentre os quais, se destacam dois:

• A necessidade de mostrar o resultado de uma forma gráfica (a linguagem

GML (Geography Markup Language) como resultado permitirá que as

informações sejam apresentadas de uma forma visual num formato livre.

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• Inclusão de informação adicional associada ao contexto, essencial para a

interpretação do resultado (ex. uma dada consulta sobre a distribuição da

localização de Esquadras de Polícia num distrito do país deve mostrar, além

do posicionamento das mesmas, as localizações de bairros ou zonas mais

problemáticas desse mesmo distrito, outras instalações de Forças de

Segurança ou suas equiparadas).

Segundo Tian et al [2005] prevalecem cinco estratégias de armazenamento do XML.

Essas avaliações levaram em conta a performance de consultas. O método de acesso

mais comum entre as Bases de Dados Geográficas é o RTree, que é aplicado às

estruturas bidimensionais simples, formadas pelo rectângulo envolvente dos objectos e

organizadas em árvores, onde se utiliza este rectângulo e se obtém uma hierarquia de

níveis sucessivos de objectos neles contidos.

Também Ruberg et al [2007] avalia diversas estratégias de armazenamento e propõe

uma nova estratégia utilizando as Bases de Dados Objecto-Relacional. A mesma ideia

foi proposta por Klettke [2006] e o pelo formato de representação DOM (Document

Objetct Model) para o mapeamento entre as tecnologias XML e SGBD Objecto-

Relacional.

Ruberg, bem como outros autores, sugerem a consulta através de uma conversão da

XQuery (XML Query Language) para SQL3. As regras de conversão da XQuery em

SQL3 (Structured Query Language) foram escritas com a tecnologia XSLT (eXtensible

Stylesheet Language Transformation). Ruberg explica que o mapeamento da XML em

SGBD Relacional implica a criação de estruturas auxiliares que geram comandos SQL e

um número excessivo de junções (joins), tornando a consulta extremamente dispendiosa

em termos de tempo de execução. Se for utilizado uma BD Objecto-Relacional, haverá

maior transparência entre os dois modelos e isso reduz significativamente o impacto da

transição, que, por sua vez, diminui o número de estruturas auxiliares e facilitando a

tradução da linguagem de consulta. Esta proposta baseia-se no armazenamento do XML

no formato DOM (Document Object Model).

Outra proposta, para atender às necessidades específicas dos SIG, prevê a utilização

dos ficheiros XML escritos em GML sendo a linguagem de consulta escolhida a

XQuery com a extensão GML-QL (Spatial Query Language Specification for GML)

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proposta por Vatsavai [2006] sendo tudo isto implementado numa BD Objecto-

Relacional Oracle com extensão espacial.

 

1.3. Metodologia e Organização do Trabalho

Este trabalho está estruturado em 4 capítulos. O primeiro capítulo faz uma breve

introdução ao tema, efectuando o enquadramento na instituição que o acolhe, uma breve

descrição do estado actual do conhecimento no que toca à modelação de Bases de

Dados Geográficas culminando com a referência ao objectivo final a atingir.

O Capítulo II (Concepção de uma BDG) aborda, os princípios subjacentes à

construção de uma BDG e a sua estrutura base em linguagem UML, a modelação por

objectos seus princípios e implementação, a tipificação das Bases de Dados e dos

Workflows da sua utilização, sendo também abordada a implementação de redes

geométricas e lógicas.

O Capítulo III (Modelação de uma BDG para a série M888) apresenta o trabalho

realizado nas fases de modelação em UML da BDG, da sua criação e posterior

metodologia de carregamento.

O Capítulo IV (Conclusões) traduz-se numa síntese conclusiva e indica ainda

propostas de melhoria, bem como futuros trabalhos a desenvolver.

Existe ainda um conjunto de outros documentos anexos, que contêm não só

informação que melhor ilustra o modelo conceptual concebido mas também outros

documentos considerados relevantes e igualmente utilizados durante a produção deste

trabalho, como sejam os modelos de carregamento e conversão.

 

1.4. Objectivo Final

Pretende-se, aquando da conclusão do presente trabalho, obter a Modelação de uma

Base de Dados Geográfica para a Carta Militar de Portugal Continental da série M888

na escala 1:25 000.

Neste contexto é também proposto como objectivo a criação de uma BDG

(IGeoE_BDG), a ser integrada na cadeia de produção do IGeoE, gerada a partir do

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referido modelo. É ainda objectivo a criação não só da metodologia bem como os

respectivos modelos de carregamento automático.

Espera-se deste modo contribuir para a actualização e optimização da cadeia de

produção, com uma nova abordagem, novos processos e metodologias de trabalho de

modo a dar resposta às necessidades apontadas.

Prover o mercado com novos produtos, mais apelativos, com maiores

potencialidades e com procura crescente.

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2. Concepção de uma Base de Dados Geográfica

2.1. Introdução

Neste capítulo pretende-se abordar de uma forma sucinta mas clara, a problemática

inerente à construção de uma BDG com recurso à linguagem UML. A modelação por

objectos, juntamente com os seus princípios e implementação, a tipificação das Bases

de Dados e dos respectivos Workflow, sendo também abordada a problemática

associada à implementação de redes.

2.2. O UML

Na sequência de ínumeras comparações e apreciações entre várias linguagens de

modelação, o UML foi seleccionado para as normas da família ISO 19100 (elaboradas

pela ISO/TC 211) para os diagramas de estrutura estática e a UML OCL (Object

Constraint Language) como linguagem para os esquemas conceptuais de especificação

das partes normativas. A selecção da linguagem e a sua aplicação foram objecto de um

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documento normativo (Technical Specification) designado 19103 – Geographic

Information – Conceptual Schema Language.

Se nalguns dos documentos normativos a utilização de UML não apresenta

expressão significativa, já noutros, como na norma relativa à definição dos metadados

(19115 – Geographic Information – Metadata), a sua utilização é feita de forma

exaustiva e muito evidente.

O que justifica a utilização do UML nos documentos normativos é o facto de estes

procurarem traduzir de forma simples, organizada e sucinta os esquemas normativos.

Desse modo poderão ser implementados de um modo mais rápido e fácil pelas

existentes linguagens de programação (processo designado por codificação ou

encoding).

Como será lógico pensar, nas situações onde a aplicabilidade de uma tal codificação

é óbvia, como a da norma relativa aos metadados, a utilização desta linguagem

apresenta um enquadramento natural. Já em normas como as da qualidade (ISO 19113 e

19114) a utilização de UML afigura-se desnecessária excepto na ligação à norma dos

metadados.

A importância da utilização do UML para codificação é mais interessante do ponto

de vista operacional na norma 19118 – Geographic Information – Encoding. Neste

documento são definidas regras para codificação a partir de esquemas UML que

conduzem à sua codificação em XML.

No entanto, recentemente, foi apresentada a proposta de integração de uma norma

proveniente da OGC (Open GIS Consortium), ao abrigo do protocolo de colaboração

entre esta organização e a ISO/TC 211, para um perfil de XML designado por GML que

conhecerá, previsivelmente, uma grande expansão.

Um conjunto de vários países (Finlândia, Noruega, Dinamarca, Suécia e Islândia)

liderados pela NMA (Norwegian Mapping Authority) propôs-se como objectivo

verificar a capacidade de utilização (veja-se a figura 1) e avaliação de benefícios na

utilização do modelo proposto pela ISO/TC 211 como norma de interoperabilidade

(Joint Nordic Implementation Test Project, veja-se a figura 2).

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Figura 1 – Exemplo do processo de Codificação (Encoding) JNITP (NMA)

Figura 2 - Exemplo do modelo de mapeamento de GML para XML (ISO19118) JNITP (NMA)

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Até à altura as conclusões publicadas são:

• A experiência mostra que é possível a utilização de ferramentas para a

automatização da geração do XML Schema baseado numa modelação

(application schema) concebida em UML e fazendo uso das XML Encoding

rules.

• Em alguns pontos os diagramas em UML ou não são explícitos o suficiente

ou não permitem obter uma modelação conveniente.

Em suma e tendo em vista uma avaliação objectiva e imparcial pode-se concluir que

as normas necessitam de ser revistas e melhoradas se no futuro se pretender atingir o

objectivo da interoperabilidade.

2.3. A Concepção da BDG (objectos, atributos, relações...)

As entidades geográficas que diariamente são observadas podem possuir uma

enorme quantidade de informação de contextualização passível de armazenamento

sendo exemplo disso não só a sua localização, a natureza dos materiais que a

compõem,o facto de possuir outros objectos circundantes, o modo de interacção com

estes, etc... Os valores que os atributos podem possuir podem ser desde os mais simples

valores numéricos, limitados por domínios de valores (um máximo e um mínimo) por

categorias destes (valores pré-definidos) ou simplesmente descritores (qualificando uma

entidade específica p.e. betão, ferro, etc...).

As entidades geográficas, enquanto elementos representados no modelo de dados da

BDG, podem assumir várias formas (dentro da liberdade admitida pela sua geometria),

vários relacionamentos, atributos e comportamentos. Estas caracteristicas são

expressivas da riqueza de contexto que as entidades geográficas podem assumir

colectivamente. Em muitas situações, as entidades representadas como vector são a

respresentação de dados geográficos mais usual e que permite a maior versatilidade,

normalmente este tipo é utilizado para as entidades que têm limites bem visíveis e

marcados. Outras entidades geográficas que podem ser consideradas fenómenos

contínuos são melhor modelados com imagens Raster ou modelos TIN (Triangular

Irregular Network).

2.3.1. A Geometria das Entidades

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A geometria de uma entidade é armazenada num campo específico (do tipo

geometria), numa tabela da respectiva entidade. Uma entidade pode assumir qualquer

um destes tipos de geometria:

• Pontos ou multipontos (que são um conjunto de pontos).

• Linhas, um conjunto de segmentos de recta que pode ou não estar conectado.

• Polígonos, um conjunto de anéis que podem estar separados ou encaixados. Um

anel não é mais que um conjunto de segmentos de recta onde não existe intercecção mas

que se encontram conectados e fechados.

2.3.2. Os Sistemas de Referência

A geometria de uma entidade é armazenada num campo que representa a posição

(x,y) num sistema de referência previamente definido que pode ser cartográfico/

geodésico ou cartesiano rectangular.

2.3.3. As Entidades e os seus Atributos

Uma entidade armazena os seus atributos como campos numa tabela pertencente à

referida entidade. As tabelas referidas são tabelas pertencentes a uma base de dados

relacional. Os atributos definem propriedades padrão ou específicas das entidades e

podem ser numéricos, do tipo texto, ou simplesmente descritivos.

2.3.4. As Entidades e os Subtipos

As entidades são agrupadas em classes normalmente por existir homogeneidade de

atributos ou métodos. Uma classe que defina p.e. edifícios pode logicamente ser

subdividida em subtipos tais como habitação, habitação precária, comércio, industria,

etc... (veja-se o modelo de dados produzido). Os subtipos permitem ainda aumentar o

controlo sobre outros atributos (ou entidades) inerentes, tal como seja o domínio de

valores que os atributos podem assumir.

2.3.5. As Entidades e as Relações

Todas as entidades geográficas estabelecem algum tipo de relação com outras

entidades. Podem-se definir relacionamentos explícitos entre entidades geográficas

dentro de uma classe e entre classes. Pode-se ainda igualmente definir relacionamentos

entre entidades não geográficas (o caso tipicamente utilizado da casa e o seu

proprietário, definidos na mesma BDG ou fazendo parte de BD diferentes).

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2.3.6. As Restrições aos Atributos das Entidades

Quer seja para guardar valores de levantamento de informação (com elevada

precisão), para tipificação de uma classificação ou qualquer outro, cada atributo de uma

entidade pode ter um domínio de valores, quer seja uma escala numérica ou uma lista de

valores válidos. Cada atributo pode igualmente ter um valor por defeito atribuído,

automaticamente, quando uma entidade é criada. Pode-se inclusivé ajustar domínios de

valores distintos bem como valores por defeito diferentes para cada subtipo de uma

classe.

2.3.7. Validação de Entidades por Regras

A existência das entidades quer seja no momento da sua criação, da sua modificação

ou da sua eliminação segue regras específicas.

Podem-se usar regras para restringir o modo como os diferentes elementos de uma

rede são conectados, definir a sua cardinalidade ou os relacionamentos implementados.

Um exemplo da validação por regras insere-se no exemplo atrás referido das casas e dos

respectivos proprietários pois este relacionamento pode ser restringido a dois

proprietários por casa.

2.3.8. As Entidades e a Topologia

Muitos tipos de entidades têm um relacionamento muito específico que pode ser

caracterizado como topologia.

Veja-se o exemplo das propriedades no meio urbano, no conjunto todas elas

definem uma dada área (freguesia, distrito, etc...) devem no entanto ser exactamente

contíguas (conexão inequívoca), sem aberturas ou sobreposições.

Porque as entidades geográficas existem e se encontram inseridas num contexto com

topologia, sistemas de referência, relacionamentos, etc... tem-se um número de decisões

para tomar quando se efectua o modelo de dados da BDG.

Pode-se trabalhar com apenas uma ou ínumeras BDG, mas em determinadas

situações agrupar ou separar conjuntos de entidades geográficas é uma solução de

optimização frequente. Estas são algumas das razões que justificam o agrupar de

entidades numa mesma BDG:

•Um conjunto dos objectos e entidades que possuem relacionamentos.

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•As entidades que têm associações topológicas.

•Entidades que por razões próprias necessitem ser editadas

simultâneamente. Podem existir várias BD, mas pode-se editar somente uma

destas de cada vez, por posto de trabalho.

Sendo as que de seguida se apresentam algumas razões para separar um conjunto de

entidades em BDG distintas:

• Se estamos perante uma grande organização (p.e. IGeoE), tendo os

diferentes departamentos (DAD, DPD, etc..) responsabilidades por cada

pacote de dados por eles produzido as BD podem ser desdobradas para

seguir a estrutura interna da organização.

• Liberdade total sem restrições em tamanho ou número para usar todas as

bases de dados relacionais que se considerem necessárias (dependendo da

área de negócio p.e. DataWarehouses de uma grande empresa como seja o

grupo Sonae ).

• Por questões de licenciamento quando se utiliza uma BDG do tipo Access,

os limites práticos do tamanho podem exigir uma divisão da informação por

várias BDG (slice).

2.4. A Modelação por Objectos

Um modelo de dados de uma BDG é uma abstracção do mundo real que utiliza um

conjunto específico de informação, neste caso do tipo geográfica, para dar suporte a:

visualização, edição, análise, etc...

O modelo de dados do CAD, desde a década de 60 e 70 armazenava a informação

relativa aos dados geográficos dentro de ficheiros em formato binário com

respresentações para pontos, linhas e áreas.

O subterfúgio encontrado para guardar a informação sobre os atributos, das

entidades, foi a categorização destas e a sua distribuição pelos níveis, com tipos de

linhas, espessuras e cores específicas para cada categoria da informação. As anotações

funcionavam como se tratasse de representações preliminares dos atributos.

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O novo modelo de dados orientado por objectos permite ao utilizador criar as suas

próprias entidades definindo atributos, restrições, comportamentos e permitindo que se

estabeleçam relacionamentos entre entidades.

Mais, o modelo de dados da BDG permite que sejam definidos a grande maioria

dos comportamentos que as entidades possuem, sem escrever uma única linha de

código. A maioria dos comportamentos são definidos com recurso aos domínios, às

regras da validação e as outras funções de estrutura [ESRI, 2000b].

Para se entender como um modelo de dados orientado por objectos é importante

notem-se as vantagens da sua utilização:

Quando se adicionam entidades geográficas à base de dados, o utilizador quer

assegurar-se de que as entidades estejam colocadas correctamente, de acordo com

determinadas regras, tais como:

• Que os valores que o utilizador carrega para os atributos da nova informação

se encontrem dentro de um conjunto pré-definido de valores permitidos. Por

exemplo uma estrada ou é classificada como larga ou como estreita, os

molhes são de betão, ferro ou madeira, etc...

• Que uma entidade pode ser colocada de modo adjacente, conectada ou

sobreposta a uma outra entidade somente se determinadas condições forem

encontradas. Por exemplo uma estrada nacional não possuí cruzamentos ou

entrocamentos de nível com uma autoestrada, pois é o que se encontra

definido por Decreto-Lei em Diário da República.

• Que a geometria de uma entidade segue a sua colocação lógica. Por exemplo

a conexão entre as linhas e as curvas que compõem uma estrada devem ser

tangentes entre elas. Os cantos dos edifícios possuem na generalidade dos

casos ângulos rectos.

Todos os objectos que existem na superfície terrestre possuem um qualquer tipo de

relacionamento com outro objecto. Da perspectiva dos SIG, estes relacionamentos

podem ser categorizados em: topológicos, espaciais e gerais [ESRI, 2000e]. Estes são

alguns exemplos de cada um destes tipos de relacionamentos:

• Quando se editam as entidades intervenientes num sistema rodoviário, as

estradas nacionais cruzam as IP e as IC, para passar destas para as

autoestradas definem-se acessos próprios, etc... e isso permite a execução à

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posteriori da análise de traçado dessa rede. Um conjunto de relações

topológicas está previamente definido para que se possam carregar ou editar

as entidades intervenientes dentro de um sistema conectado mantendo a

integridade do mesmo.

• Quando se trata de castelos ou fortes, capelas, faróis, VG (vértice

geodésico), etc... pretende-se definir que podem existir VG nos castelos, nas

capelas e nos faróis. Que um castelo pode conter uma capela e um VG ou

existir um capela ao lado de um farol com um VG sobreposto. Uma vez que

uma das funções dos SIG é a determinação se uma entidade está: dentro de,

fora de, sobreposto ou tangencial a outra entidade. Os relacionamentos

espaciais são inferidos a partir da geometria das entidades.

• Algumas entidades possuem relacionamentos que não são visiveís na

cartografia, visto que algumas não são entidades de natureza geográfica (p.e.

o proprietário de determinada entidade).

• Quando se constrói uma linha de contorno, pretende-se que a sua elevação

seja registada ao longo do comprimento da mesma, digamos por exemplo

em intervalos regulares de n milímetros.

• Quando se efectua a extracção das estradas, pretende-se que esta seja

extraída como linhas paralelas com intersecções adequadas onde quer que se

encontrem cruzamentos com outras estradas (de acordo com uma prioridade

e hierarquia de estradas previamente definidas).

A modelação orientada por objectos como atrás se referiu permite uma melhor

caracterização das entidades, dos relacionamentos por elas estabelecidos, dos

comportamentos apresentados, etc. Alguns dos benefícios da utilização deste tipo de

modelo de dados, são:

• Um repositório uniforme e homogéneo de dados geográficos.

• Tanto a introdução de dados como a sua edição são mais céleres e menos

dados a erros grosseiros, que a maioria das vezes podem ser impedidos

apenas por processos de validação ou controlo de qualidade (adicionando

mais tempo e complexidade a todo o processo). Para muitos decisores,

apenas esta razão é suficiente para justificar a adopção deste tipo de modelo.

• Os utilizadores trabalham com objectos mais intuitivos, estas BDG contêm

informação que melhor se aproxima ao modelo lógico do utilizador em que

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se substítui os pontos genéricos, linhas e áreas por objectos com os quais

qualquer utilizador se identifica mentalmente (p.e. casas, estradas, lagos,

rios, pontes, etc...).

• As entidades por possuírem uma grande quantidade de informação de

contexto que pode interessar guardar (associações topológicas, representação

espacial, relacionamentos, comportamentos,etc...) o utilizador pode definir

neste tipo de modelo não só o que caracteriza as entidades, mas também a

sua interacção com outras entidades. Isto permite especificar o que acontece

às entidades quando uma entidade relacionada é adicionada, alterada, ou

simplesmente removida.

• Vários utilizadores podem editar os mesmos dados geográficos

simultâneamente. Este modelo de dados permite fluxos de trabalho onde

vários utilizadores podem editar entidades de um mesmo local ou região

geográfica, efectuando a harmonização da informação resolvendo quaisquer

conflitos daí emergentes.

É ainda de referir que o utilizador que define o modelo de dados orientado por

objectos o efectua recorrendo a classes próprias pré-concebidas para o efeito,

normalmente designadas por geodatabase data access objects.

Existem três alicerces para executar uma boa modelação por objectos:

polimorfismo, encapsulamento e a herança.

• O polimorfismo significa que os comportamentos (ou métodos) de uma

classe de objectos podem adaptar-se a variações desses mesmos objectos.

Por exemplo, para um método que seja definido numa classe mãe pode-se

proceder à sua implementação, idêntica ou parcialmente modificada, noutra

classe filha.

• O encapsulamento significa que um objecto só se encontra acessível através

da elaboração de um conjunto de métodos bem definidos e organizados em

interfaces. Os geodatabase data access objects escondem os atributos dos

dados e fornecem um interface de programação padrão.

• A herança significa que uma classe de objectos pode ser definida para incluir

o comportamento de outra classe de objectos incluir comportamentos

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adicionais. Podem-se criar ainda novas entidades que herdam o

comportamento das entidades padrão.

2.5. Tipos de BD e Tipificação de Workflow

Algumas das BDG em uso na actualidade são projectos a longo prazo conjugando

esforços de cooperação de um grande número de utilizadores e departamentos de várias

instituições e organizações.

Estas organizações estabelecem o workflow dos processos para o desenho, a

construção, e a manutenção das respectivas BDG.

As etapas gerais incluem:

• Concepção inicial

• Exploração de alternativas à concepção inicial.

• Selecção e aprovação.

• A construção.

• Actualização com o carregamento das entidades tal como foram concebidas.

Quando se usa um SIG nestas condições, é necessário que as várias utilizadors

possam editar em simultâneo a mesma BDG. Igualmente necessitam ter acesso a uma

visualização da BDG de modo a que somente as mudanças que os próprios ou seus

colegas de equipa façam estejam visíveis e disponíveis. Mais, a estrutura do workflow

necessita replicar as práticas empresariais correntes dos vários departamentos numa

organização. Estas necessidades são satisfeitas através da gestão de dados num esquema

designado por versioning, ou versionamento.

Este permite criar várias versões de uma BDG tantas quantas as áreas de negócio ou

os departamentos de uma dada organização, harmonizar diferenças entre versões, e

actualizar a versão base (master) de uma BDG à medida que esta for sendo construída.

De seguida são apresentados alguns dos benefícios mais relevantes referentes ao

armazenamento de dados geográficos em BD:

• Possibilidade de integração de dados geográficos com BD de outra natureza.

• Possibilidade de usar ferramentas usuais de administração de sistemas para

administrar a informação geográfica.

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• Possibilidade de criar BDG muito grandes das quais rapidamente se pode

efectuar o display e edição da informação.

• Possibilidade de desdobrar as BDG numa outra base de dados relacional

qualquer à escolha do utilizador.

• Possibilidade de incluir grande variedade de dados geográficos destinados a

uma também grande variedade de clientes, tais como: aplicações CAD,

aplicações Web, aplicações para dispositivos móveis, etc...

Estas são algumas das capacidades (geográficas) adicionadas à BD:

• Pode-se armazenar e representar informação geográfica sob a forma de

imagens raster, vector, modelos TIN, etc.

• Permite executar operações de análise espacial e topológica.

• Permite a visualização e produção de cartografia de elevada qualidade.

• Permite definir e utilizar entidades, definindo atributos, associações

topológicas, relacionamentos e regras de validação.

• Permite que vários utilizadores visualizem e editem em simultâneo a

informação relativa à mesma região geográfica.

As transações numa BDG servem para preservar a consistência e a integridade da

informação assegurando-se de que todas (ou nenhumas) operações sejam executadas

para a conclusão de uma tarefa (modificação, eliminação, etc...).

As bases de dados relacionais satisfazem estas exigências recorrendo a transações

curtas, que representam as tarefas que podem ser terminadas nas fracções de um

segundo, ou um minuto ou dois no máximo. Este tipo de transacções são indicadas para

sistemas como os atrás referidos, que exigem o acesso imediato à informação, em que o

histórico não é importante ou se o é garante-se por parte de outros sistemas, mas a

informação geográfica exige um outro tipo de transacções que lhe permita manter a

ligação por mais tempo de modo garantir outro tipo capacidades (actualização da

informação, histórico, etc...).

No respeitante à edição de dados enquanto uma transação curta for executada, a base

de dados relacional impede o acesso às tabelas de modo que os dados que são

actualizados estejam protegidos das mudanças até que a transação esteja completa.

Quando a transação curta é terminada, as tabelas são libertadas. Quando múltiplos

utilizadores editam simultâneamente dados geográficos, este tipo de bloqueio de tabelas

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são pouco práticos porque podem durar longos intervalos de tempo (vários minutos).

Uma outra razão pela qual o bloqueio é nefasto, é quando as entidades coexistem com

outras ou possuem relacionamentos activos e porventura um colega de equipa se

encontra a editar o mesmo tipo de informação, digamos p.e. a rede viária, esta situação

leva a que de dê a perda de informação uma vez que não é possível harmonizar as

diferenças com este tipo de transacções. Uma outra razão pela qual as transações curtas

não são adequadas num ambiente de edição empresarial do tipo multiutilizador é que

não permitem a constante visualização de modo actualizado da informação contida na

base de dados. Cada vez que algum outro elemento da equipa efectuasse uma alteração,

o sistema teria de actualizar a visualização em todos os outros utilizadores não sendo

aceitável este tipo de funcionamento.

O que é necessário para que vários utilizadores editem dados geográficos em

simultâneo da mesma área geográfica é a execução de um outro tipo de transações, as

denominadas longas, que permitam efectuar o seguinte:

• Edição simultânea por parte de vários.

• Visualização de dados correspondentes a perfis de utilizadores, de modo a

que se possa efectuar qualquer tipo de verificação ao trabalho efectuado por

cada um.

• Licenciamento diferenciado consoante as necessidades de cada utilizador.

A utilização do versionamento começa agora a ser de uso generalizado pois permite

uma melhoria do desempenho, maior fiabilidade e facilidade de uso do que os sistemas

precedentes da gestão de dados. A razão da preferência pelo versioning basea-se na

necessidade crescente de executar os trabalhos mais rápido e por menos custos. Isto

porque a sua implementação implica que as versões não exijam nenhuma duplicação ou

réplica dos dados apesar de se possuir uma numerosa equipa a trabalhar toda na mesma

área. Internamente, usam-se identificadores e controladores de tabelas adicionais que

gravam a informação relativa às entidades adicionadas, removidas ou modificadas.

Quando se aplica este tipo de BD a uma organização, pode-se selecionar um dos

diversos tipos de fluxos de trabalho, conforme combinem melhor com as práticas usuais

estabelecidas.

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Segue-se uma descrição sumária dos vários tipos de fluxo de trabalho suportados

pelo versioning. A sua implementação pode corresponder a um ou a uma combinação de

qualquer destes fluxos apresentados.

2.5.1. Edição directa

É o fluxo de trabalho mais simples para o acesso multiuser em que a BDG é para

muitos utilizadores acedida directamente e edita-se a versão por defeito. Porque cada

utilizador acede à versão por defeito para editar, é criada uma versão provisória. Este

utilizador não possuí indicações explicitas de que uma nova versão está a ser criada.

Sempre que o utilizador guarda o trabalho, essa versão provisória é harmonizada com a

informação existente e então automaticamente é substítuida na versão por defeito. Se

existirem conflitos, devem ser resolvidos antes que se possa guardar com sucesso o

trabalho efectuado. Se nenhum conflito for detectado, a substituição na versão por

defeito é realizada directamente.

Este fluxo de trabalho tem a principal virtude da sua simplicidade. É o mais

apropriado para organizações de pequena envergadura (ou parcos recursos) onde não

foram ponderadas nem exploradas alternativas e onde os históricos são “religiosamente”

executados.

2.5.2. Two level Tree

Muitas organizações utilizam outro tipo de fluxos de trabalho mais elaborados que

permitem manter e analisar registos relativos a tarefas específicas de adição de

informação, operações de manutenção, registo de intervalos de tempo utilizados para

executar tarefas, etc. Quando um projecto de trabalho é iniciado, é criada uma versão de

trabalho. Os vários utilizadores trabalham nessa versão até que o projecto termine, nesse

ponto, a harmonização da informação é efectuada fundindo a informação de todos os

utilizadores na versão final que se criará, após o que a versão de trabalho será

eliminada.

2.5.3. Multilevel Tree

Os projectos de algumas organizações têm um nível mais alto de especialização e

podem ser subdivididos em partes funcionais ou geográficas. Por exemplo, um projecto

do tipo MGCP (Multinational GeoSpatial Co Production Program) com o objectivo de

mapear (SIG-2D) grande parte da superfície terrestre, é lógico que seja subdividido,

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neste caso em células de 1º por 1º, agrupado por zonas e atríbuido a diferentes equipas

(países) para execução. Para este tipo de projectos de grande envergadura (e para isso

basta incluir alguns departamentos e várias equipas), este tipo de fluxo de trabalho é um

modo muito eficaz de organizar o projecto. Uma vez que permite às equipas que estão a

trabalhar em cada um possusir a sua própria versão, com que podem manter uma

visualização confidencial do seu trabalho e divulgar apenas aquando da cocnclusão do

projecto.

2.5.4. Cíclico

Muitos projectos atravessam um conjunto pré estabelecido de fases que exigem uma

aprovação prévia antes de prosseguir para a fase seguinte. Cada versão representa cada

fase deste processo. Um fluxo de trabalho cíclico assim estabelecido actualiza a versão

por defeito quando o último estágio for alcançado e terminado. Esta versão por defeito

agora actualizada representa o estado normal da base de dados.

Este fluxo de trabalho poupa o esforço de progressivamente afixar novas versões ao

longo de todas as fases; pode-se contornar esta situação e afixá-la directamente à versão

por defeito ou a qualquer outra versão.

2.5.5. Extended History

Em alguns projectos, é desejável preservar uma versão que reflita todo o histórico de

um projecto. Pode-se definir uma versão histórica numa versão do projecto, e quando a

versão do projeto é anexada à sua versão que lhe deu origem, a versão histórica

permanece apenas como um instantâneo no tempo (semelhante a um Data Mart).

2.6. Implementação de Redes na Modelação

A rede geométrica é definida como um conjunto de entidades que participam

num sistema linear. E é normalmente associada com as redes lógicas, que não passam

de um gráfico puro da rede consistindo num conjunto de segmentos e pontos de ligação

(edges e junctions, respectivamente).

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Juntas, estas duas representações de uma rede fornecem uma boa solução para

armazenamento e análise de sistemas lineares.

As redes geométricas como referido são compostas por segmentos e pontos de

ligação. Um segmento tem dois pontos de ligação e um ponto de ligação pode ser

conectada a um sem número de segmentos. Os segmentos podem sobrepor-se no espaço

bidimensional sem se intersectarem. Um bom exemplo disso é uma ponte sobre uma

estrada. As entidades que representam segmentos e pontos de ligação são chamadas de

entidades da rede. Somente as entidades da rede podem participar numa rede

geométrica. Uma classe das entidade da rede é uma colecção homogênea de um destes

tipos de entidades da rede: entidade simples da junção, entidades complexa da junção,

entidade simples do segmento, ou entidade complexa do segmento. Mais de uma classe

da rede pode representar um papel topológico dado numa rede geométrica. Cada classe

da rede é associada com apenas uma rede geométrica. As entidades de uma rede

geométrica, têm todas as mesmas características que as outras entidades:

• Podem-se criar tantas classes como as necessárias. Podendo-se adicionar

os atributos julgados pertinentes.

• Podem-se definir subtipos e aplicar valores por defeito, atribuir domínios

e comportamentos específicos.

• Podem-se estabelecer também relacionamentos entre entidades da rede e

qualquer outra entidade.

De referir que as entidades da rede têm comportamentos específicos adicionais

responsáveis por preservar a conectividade e actualizar automaticamente os elementos

da rede.

Como uma rede geométrica, uma rede lógica é um conjunto de segmentos e de

pontos de ligação ligados entre si. A diferença reside no facto de que uma rede lógica

não possuí coordenadas associadas pois a sua finalidade principal é armazenar a

informação sobre a conectividade da rede junto com determinados atributos.

Uma vez que os segmentos e pontos de ligação numa rede lógica não possuem

geometria, não são entidades, mas sim elementos. Existe uma cardinalidade de um-para-

um ou de um-para-muitos nas relacões entre entidades da rede numa rede geométrica e

numa rede lógica.

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Uma rede geométrica é associada sempre a uma rede lógica. Os elementos da

rede lógica são automaticamente actualizados quando se editam as entidades. Esta

última não costuma aparecer directamente nas aplicações de uso mais generalizado e é

com a geométrica que se interage. A rede lógica é por assim dizer a base que define o

comportamento das entidades na rede.

O pilar de uma rede lógica é a tabela de conectividades, pois descreve como os

elementos da rede são conectados. Para cada ponto de ligação na rede, a tabela de

conectividades lista os pontos de ligação adjacentes, os segmentos intervenientes e

ainda os pontos de ligação no extremo oposto do segmento a que está ligado.

É recorrendo à tabela de conectividade que a rede geométrica mantem a sua

integridade.

Relativamente às regras de conectividade verifica-se que na maioria das redes,

nem todos os segmentos se podem ligar a outros pontos de ligação. Também, nem todos

os segmentos se podem ligar aos outros segmentos restantes através de um ponto de

ligação específico.

Estas mesmas regras de conectividade da rede restringem o tipo e número de

entidades da rede que podem ser conectadas a outras. Permitem ainda e de um modo

fácil manter a integridade das entidades da rede geométrica pois em qualquer momento

é possível efectuar a validação das entidades na BDG e gerar os relatórios a respeito

dessas entidades relativamente ao cumprimento de regras de conectividade ou outras.

Seguem-se alguns exemplos de regras de conectividade para entidades

pertencentes a uma rede:

• Regra Segmento-Ponto de Ligação

Esta regra restringe as combinações dos pontos de ligação que podem ligar-se a

um dado tipo de segmento.

• Regra Segmento-Segmento

Esta regra estabelece que combinações de segmentos podem ligar-se através de

um dado ponto de ligação.

• Cardinalidade da Segmento-Ponto de Ligação

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Esta regra permite restringir o número (cardinalidade) de segmentos que

concorrem num dado ponto de ligação.

As entidades podem assumir quatro papéis diferentes numa rede geométrica, são

eles: um segmento simples, um ponto de ligação simples, um segmento complexo e um

ponto de ligação complexo. Cada classe numa rede geométrica contém pelo menos uma

das entidades de um destes tipos mencionados.

A análise de redes é um procedimento que analisa as redes para devolver um

dado resultado, tal como encontrar todos os elementos de uma estrada a norte de um

dado ponto ou entre dois pontos designados.

2.6.1. Solvers

Um programa que execute a análise de redes é normalmente designado por

Solver, porque resolve problemas. Estes têm interfaces de utilizador para entradas

específicas e saídas padronizadas de resultados. Os vários tipos de solvers que executam

tarefas similares podem geralmente ser encontrados numa estrutura comum da interface

do utilizador. Por exemplo, numa barra de ferramentas comum. Há quase uma variedade

infinita de solvers para muitos tipos de análises de rede.

2.6.2. Netflags

NetFlags é um local na rede, não é parte da rede lógica. São usados para

descrever algumas posições na rede. Há dois tipos de NetFlags: EdgeFlags e

JunctionFlags. As propriedades de NetFlag incluem as classe da rede lógica, a

identificação da entidade, etc.

2.6.3. Barreiras

As barreiras produzem o mesmo efeito que se obtem num elemento colocando o

seu estado como inactivo, exceptuando o pormenor de que as barreiras não podem ser

guardadas na rede lógica e são apenas perceptíveis aos solver.

Estas na verdade são ferramentas que permitem incapacitar temporariamente

determinados elementos e podem assumir a forma de segmentos ou pontos de ligação.

Existem quatro métodos para representar barreiras num solver. Uma boa ferramenta

permitirá a utilização destes quatro métodos. Os métodos referidos, são:

• Interactivamente adicionar barreiras simples.

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• Utilizar as entidades (alteração dos atributos).

• Inactivar classes.

• Aplicação de pesos com funcionamento semelhante ao de um filtro.

2.6.4. Traçado

Traçado significa seguir o fluxo numa rede até que se encontre uma condição.

Alguns solver de traçado mais conhecidos incluem: upstream trace; downstream trace;

isolation trace e path trace [ESRI, 2000e].

2.6.5. Pesos

Dependentemente dos solver disponíveis assim será efectuada a escolha dos

atributos dos segmentos ou dos pontos de ligação que serão considerados pesos na rede

lógica.

É inútil adicionar pesos a redes se estes não possuirem um solver que o possa

usar. Por exemplo, os solver de traçado tipicamente não usam nenhum peso apenas a

informação sobre a conectividade encontrada na rede lógica.

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“… um bom modelo é um modelo que começa por

não ser mau e que depois dá bons resultados…”

António Brotas, IST

3. Modelação de uma Base de Dados Geográfica

3.1. Introdução

Existem, na actualidade, várias estratégias para criação de uma BDG, estando

agrupadas em três categorias principais [ESRI,2000e]. As duas primeiras agrupam

métodos de migração de BDG, pressupondo a existência não só de dados, bem como de

uma estrutura e organização destas. A terceira que é aqui abordada baseia-se na criação

de um modelo de dados recorrendo ao uso do UML e das ferramentas disponibilizadas

pelo CASE Tools do software ArcGis® da ESRI®.

O modelo de dados foi construído recorrendo ao Microsoft Visio® 2003 SP1, foi

posteriormente exportado para o formato XML Metadata Interchange (ficheiro XMI,

standard da OMG) recorrendo ao Add-On disponibilizado pela Microsoft® (XMI

EXPORT VISIO ADD-ON UTILITY).

Depois de gerado o ficheiro XMI, executa-se uma verificação semântica e não

havendo erros gera-se o schema (estrutura) da nossa BDG (veja-se a figura 3).

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No caso específico deste trabalho e uma vez que existe a possibilidade de criar uma

BDG do tipo pessoal ou empresarial, optou-se por uma do segundo tipo que pelo menos

no campo teórico apenas é limitada, em termos de dimensões, pelo número e tamanho

de discos rígidos que lhe possamos juntar. O que do ponto de vista da garantia de

continuidade do território Português, no que respeita à sua plataforma continental é

essencial.

Procedeu-se de seguida à criação de uma metodologia de carregamento, que

permitisse de um modo, o mais automático possível, o carregamento da BDG.

Figura 3 – Uso de CASE Tools para concepção e criação do esquema da BDG, ESRI [2000b]

3.2. A Modelação em UML e a Criação da BDG

Este projecto além de previsivelmente trabalhoso, por se enquadrar numa instituição

com responsabilidades de produção cartográfica e de poder vir a substituir parte da

cadeia de produção de toda uma série cartográfica, foram respeitadas algumas

directrizes. Assim sendo, e porque a cadeia de produção do IGeoE se encontra

estruturada por processos, foi particularmente acautelado:

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• O envolvimento das pessoas que actualmente gerem os respectivos processos

afectados, através da sua contribuição por meio de sugestões e opiniões.

• A execução do projecto por fases (figura 6), uma vez que é um processo

interactivo e iterativo (dadas as suas dimensões e complexidade) de modo a

facilitar a sua execução, manter o ímpeto da mesma e ainda merecer o apoio

dos gestores de processos.

• A criatividade, pois tratando-se de algo novo é uma excelente oportunidade

para pesquisar e implementar não só novas tecnologias e as suas

possibilidades inerentes, como novas abordagens ou metodologias para a

resolução de problemas.

• Manter os objectivos institucionais em foco de modo a que os requisitos

sejam cumpridos.

• A flexibilidade da modelação, de modo a esta poder evoluir no tempo

juntamente com a instituição, garantindo assim a capacidade de esta poder

migrar.

Apresentam-se, na figura 4, as fases executadas na modelação de dados efectuada. O

processo seguido para a criação e carregamento da BDG é apenas uma metodologia de

trabalho possível, não inviabilizando por isso qualquer outra.

A modelação da IGeoE_BDG passou, então, por várias fases. Durante a primeira

fase foi efectuado o levantamento de todas as entidades geográficas actualmente em uso

na produção da série M888. Após o qual se seguiu o levantamento dos respectivos

atributos e geometria que as caracterizam.

Na segunda fase procedeu-se ao agrupamento das entidades atrás levantadas por

Classes. Este agrupamento foi executado tendo em vista duas prioridades diferentes, a

partilha de atributos por um lado e por outro a partilha de métodos. Procedeu-se ainda

ao agrupamento das Classes em Temas pela mesma afinidade de atributos e/ou métodos.

Na terceira fase da modelação depois de identificadas e listadas as relações entre

objectos estas foram implementadas.

Na quarta e última fase, a geometria de algumas Entidades Geográficas bem como

a sua colocação dentro das Classes e Temas foi alterada de modo a que conjuntamente

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com algumas regras de conectividade permitisse a geração de uma rede geométrica e a

posterior utilização por parte de qualquer software de redes.

Figura 4 – A imagem ilustra as fases da modelação de dados executadas no processo de criação da IGeoE_BDG

3.2.1. Criar os Temas

Como base de partida foi utilizado o ArcInfo UML Model, presente na ferramenta

CASE Tools. Este modelo na verdade não é mais que um template do formato

específico do Visio, que permite a utilização de ferramentas padronizadas.

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Este modelo já possui a estrutura interna necessária para suportar a utilização da

linguagem UML na modelação da BDG (veja-se figura 5). Além do mais tratando-se de

uma ferramenta específica para criação de Bases de Dados é ainda possível integrar

código C#, C++, IDL e VB. Como nos encontramos perante uma padronização

efectuada para os CASE Tools possui ainda associado os ArcObjects da ESRI.

Figura 5 – Estrutura base do Modelo disponibilizado pelo CASE Tools (ArcInfo UML Model)

Neste modelo já se encontram definidos 5 pacotes, que possuem um comportamento

similar ao de directorias ou pastas onde se guardam as diferentes partes do modelo.

A Logical View é a directoria base (vide Anexo A - ArcInfo UML Model) onde se

guardam todos os outros pacotes, tendo sido utilizada a pasta Workflow para guardar a

modelação da base de dados. Apesar de ser possível criar pastas ou pacotes adicionais

caso a complexidade assim o exija, não foi necessário neste caso pelo menos até este

ponto do projecto.

A pasta ESRI Classes contém a porção de informação necessária à criação do

modelo de objectos. As Classes existentes nesta pasta representam componentes

utilizados para aceder a informação normalmente designada por geográfica, e que pode

ser encontrada numa organização típica de Base de Dados. Tanto as Classes como as

Entidades Geográficas geradas neste modelo herdam características das classes pré-

definidas nesta pasta (vide Anexo A - ArcInfo UML Model).

Aquando da criação de Entidades Geográficas, que se pretende possuir com

características específicas, e quando se pretende gerar código para definir tais

características (por exemplo métodos não padronizados) este é guardado na pasta ESRI

Interfaces (vide Anexo A - ArcInfo UML Model).

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Assim foram criados dois tipos de pastas no Workspace, os correspondentes à

definição dos domínios de valores, que cada classe pode assumir, dentro de cada Tema

proposto, e o tipo de pasta referente à estrutura propriamente dita da nova BDG.

Na pasta, que contém a estrutura, vamos encontrar por cada tema uma outra pasta

contendo a definição não só das Classes que se definiram, mas também as entidades

geográficas que as compõem.

Neste caso optou-se por definir os Temas que se mostram na figura 6.

Figura 6 - Temas da modelação da série M888

Se por um lado a utilização de alguns destes temas é intuitivo e até lógico, por outro

lado existem alguns que não fazem muito sentido, como é o caso do Terreno, Limites e

Região.

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O Tema Terreno (figura 7) inicialmente não existia, foi criado numa fase mais

avançada do projecto, pois consegue-se juntar entidades geográficas que ao

descreverem a superfície terrestre partilham atributos, nomeadamente ao nível da sua

natureza e composição (são exemplo disso: areal, areeiro, duna, etc...) e ainda para mais

possuem a singularidade do facto de que quando se altera uma delas as outras,

usualmente associadas, também são alteradas com igual frequência, ou por outro lado

simplesmente não se alteram ou a sua frequência de alteração não é numericamente

expressiva (são exemplo: gruta, escarpado, etc...).

Figura 7 – Tema Terreno

Por questões que se prendem não só com a importância mas também com a própria

natureza e origem da informação, foi introduzido o Tema Limites. Este é constítuido

pelos limites de:

• País (Comissão Nacional de Limites - IGeoE)

• Concelho (CAOP v8.0 - IGP)

• Distrito (CAOP v8.0 - IGP)

• Freguesia (CAOP v8.0 - IGP)

• Áreas de Servidão Militar (IGeoE)

• RAN, REN, etc... (DL)

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O caso específico da criação do Tema Região (figura 8) justifica-se pela necessidade

de guardar a informação da toponímia que não se encontra associado a nenhuma

entidade geográfica específica, como por exemplo os nomes dos lugares. Uma vez que

se trata de uma entidade que não partilha atributos ou métodos com mais nenhuma, foi

criado um tema diferente para a albergar. Pela mesma razão e estando na fase de entrada

em testes, mais especificamente na de aquisição directa para BDG julgou-se útil criar

uma outra entidade geográfica, do tipo ponto, denominada dúvida, possuindo dois

atributos de escrita livre, denominados de comentário. Tal como a própria designação o

sugere, esta serve para identificar qualquer dúvida de qualquer natureza que o

fotogrametrista possua, nesta fase e no momento da aquisição da informação. Mais tarde

quando se possuir uma tipificação das dúvidas esta entidade será reformulado ganhando

novos atributos diferentes dos actuais de modo a diminuir não só o tamanho como o

tempo de acesso à informação na BDG.

Deste modo se no futuro for desenvolvida alguma ferramenta que permita obviar o

uso deste tema este poderá ser eliminado sem grande risco de afectar a integridade da

IGeoE_BDG.

Figura 8 – Tema Região

3.2.2. As Classes e suas Relações

Após definir os Temas agruparam-se as entidades geográficas em Classes que

partilham a mesma estrutura e comportamento [O’Neill, Nunes, 2004].

As Classes apresentadas, no âmbito do trabalho, foram constítuidas dando

prioridade à partilha de atributos por parte das entidades que as compõem e como

segunda prioridade a partilha de comportamentos.

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A implementação das Classes, no respeitante ao software utilizado, é de difícil

implementação. Uma vez que é necessário respeitar a estrutura interna do template

utilizado. Se assim não for deparamo-nos com um modelo conceptualmente correcto

mas que no momento da sua conversão para linguagem XML gera código errado ou

sem sentido, não tendo por isso qualquer utilidade que não a gráfica.

Para se proceder à correcta criação das classes é imperioso a observância rigorosa

dos seguintes passos.

1. No diagrama de base (na pasta Workspace) definir a seguinte estrutura

(figura 9):

a. tipificação da geometria das entidades (ponto, linha ou polígono)

b. definição dos atributos base, ou seja, aqueles que se podem

encontrar em toda e qualquer entidade (com a geometria agora

definida), que poderão eventualmente ser predefinidos à partida

(com valores específicos), ou classificados como de preenchimento

obrigatório caso seja necessário.

Figura 9 – Estrutura Base da IGeoE_BDG (Workspace)

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2. Após a tipificação da geometria e definição dos atributos comuns a todas as

entidades passa-se para a definição das Classes (figura 10). Esta definição

para ser implementada correctamente e poder gerar código utilizável na

construção de uma BDG necessita ser efectuada em dois locais diferentes:

a. Como se referiu no início, foram criadas dois tipos de pastas no

Workspace, uma para albergar a estrutura propriamente dita

(denominada MOD_25K) e um outro conjunto de pastas. É neste

conjunto de pastas divididas por Temas que vão incluir a definição

das Classes que cada Tema possuí e ainda o espectro de valores que

elas podem assumir.

b. Assim sendo e dentro de cada uma das pastas ou seja Temas, após

uma cuidadosa reflexão foram criadas as respectivas Classes. Este

processo, nesta fase, não é mais que a identificação e definição da

designação da Classe e ainda a enumeração das entidades que a

compõem. Assim sendo para cada Tema:

i. Criam-se as Classes julgadas necessárias, definindo-se o

estereótipo, das mesmas, como Range Domain e nos

atributos para além dos obrigatórios (FieldType,

MergePolicy e SplitPolicy) enumeram-se todas as entidades

que dela fazem parte. Em simultâneo terão de ser

identificadas para cada um destes atributos o tipo de variável

associada, se se trata de um atributo com carácter privado ou

público, a sua multiplicidade e ainda o valor por defeito. Para

a correcta utilização das Classes o valor inicial a definir para

as entidades que as compõem tem de ser único dentro de

cada Classe pois é através deste campo que as entidades são

definidas quando são introduzidas na estrutura da BDG.

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Figura 10 – Definição das Classes em cada Tema

Tratando-se de uma estrutura hierárquica, em que a criação ou definição dos seus

elementos se efectua à custa de outros que os precedem ou que se encontram na mesma

estrutura mas em nível superior, é de extrema importância a definição correcta dos

atributos bem como o patamar da hierarquia em que se efectua a mesma, uma vez que

vai condicionar o tamanho, a velocidade de resposta da BD e a capacidade de esta se

adaptar a mudanças futuras.

Assim sendo e a título de exemplo apresentam-se as Classes definidas para o Tema

Vias de Comunicação (figura 11), para os restantes Temas veja-se o Anexo B – As

Classes da IGeoE_BDG.

Figura 11 – A Classe Vias de Comunicação

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Para o Tema atrás referido foram definidas as seguintes Classes, agrupando as

entidades mencionadas (para uma melhor visualização vide Anexo C – As Classes da

IGeoE_BDG e exemplos de Relacionamentos pp.4):

• Classe Vias Ferroviárias (contém Via Larga Unica, Via Larga Dupla, etc...)

• Classe Vias Rodoviárias (contém Estrada Larga, Estrada Estreita,

Autoestrada, Acesso Auto, etc...)

• Classe Vias Pedonais (contém Vau a Pé, Caminho Pé Posto, etc...)

• Classe Vias Outras (contém Teleférico, Passadeira ou Tapete Rolante, etc...)

Com o propósito de manter o relacionamento correcto entre as possíveis entidades

geográficas são criadas relações entre entidades, estas são implementadas na

IGeoE_BDG como classes de relacionamento (relationship classes in [ESRI,2000e]).

A cardinalidade das associações propostas são reflectidas pela cardinalidade

presente na relação que se lhe encontra associada. O nome desta Classe de

Relacionamento (Anexo C pp. 2) é o nome da associação. As chaves Primária e

Estrangeira são específicadas directamente no modelo UML como tagged value (veja-se

3.2.3 [ESRI, 2000a]) da associação definida.

Os atributos desta Classe de Relacionamento são modeladas tal e qual uma classe

mas com o nome da Classe de Relacionamento, sendo o esterótipo do tipo relationship

class e os atributos modelados como qualquer outra classe.

As notificações, mensagens de alerta, são modeladas como tagged values e as regras

de relacionamento são modeladas como associações entre os subtipos das classes (veja-

se o exemplo que se segue do castelo e da capela, Anexo C, fig C-5 pp2) que participam

na Classe de Relacionamento [ESRI, 2000b]).

Nas relações implementadas verificamos que existe sempre uma das entidades que

controla a existência das outras associadas. Veja-se o exemplo do relacionamento

existente entre os faróis, as igrejas, as casas, as capelas, os depósitos de água elevados e

os VG (Vértice Geodésico) controlados pelas anteriores, ou ainda as pontes e as

estradas, os castelos e as capelas ou as autoestradas e as portagens (em que as primeiras

controlam as segundas).

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No caso dos Castelos e das Capelas, define-se uma classe de relacionamento com

base numa associação do tipo contém, de cardinalidade 1 para 1.

Já no caso da Ponte e das Estradas (Anexo C, fig C-6 pp3, relação múltipla) a

associação é uma agregação de cardinalidade 1 para muitos.

No primeiro caso se a entidade castelo for eliminada a entidade que lhe está

associada a capela também o será. No segundo caso se qualquer uma das entidades for

alterada qualquer uma das duas será notificada da alteração.

Tratando-se da implementação de relacionamentos entre várias entidades

pertencentes a uma mesma Classe ou a várias Classes mas todas do mesmo Tema, e não

só entre duas, surgiu a oportunidade de implementar e testar as class extension.

Estas são definidas tal como uma qualquer outra entidade apenas diferindo no

pormenor da designação desta. As restantes propriedades válidas para as entidades

também o são para esta nova Classe. O nome que terá de ser definido é constítuido pelo

mesmo nome da Classe mãe com o sufixo ClassExtension e permite a título de exemplo

especificar regras (que se tornam de outro modo incomportável por parâmetros) regras

para restrição espacial (área urbana exceptuando industria) de selecção de atributos (do

tipo altura do edificio>= numero pisos*5m), etc...

Para mais informação veja-se o Anexo C – As Classes da IGeoE_BDG e exemplos

de Relacionamentos

3.2.3. Entidades e Atributos, Subtipos

Após a explanação do método de criação dos temas, classes e domínios de valores

resta apenas referir qual a metodologia utilizada para a criação das entidades

geográficas que compõem todas estas.

As entidades são criadas tendo em conta os princípios até aqui enunciados para os

temas, classes, etc... Por outras palavras, não nos poderemos esquecer que este modelo

possuí características próprias e é no seu íntimo um modelo hierárquico. As entidades

ao serem definidas, numa dada Classe e Tema herdam todas os atributos destas. Como

exemplo do descrito veja-se no modelo proposto (Figura 11) a situação definida para

toda e qualquer entidade que pertença a esta BDG.

Uma vez que se encontra definido que para qualquer entidade, seja qual for o tipo de

geometria que esta possua, os seus atributos serão pelo menos: o Código FACC, LV,

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CO, LC, WT, Nome Célula, Numero de Folha M888, Toponimo e um campo auxiliar

do tipo string denominado AUX1. Então todas as entidades subordinadas herdam estes

atributos, independentemente do tema ou classe de que façam parte. Também aqui

podem ser definidos valores a priori para atributos, determinar o seu preenchimento de

carácter obrigatório, ou simplesmente impedir a sua alteração. Na proposta apresentada,

por se tratar de um projecto de Tese que ainda carece de testes para entrada em

funcionamento na cadeia de produção, não foram ainda implementadas nenhum tipo de

limitações à sua utilização.

Passando agora para o nível dos Temas e tendo em vista a definição das entidades

dentro destes, note-se que aqui se agrupam as entidades por tipo de geometria e que a

sua inclusão nas respectivas Classes se faz por meio de um campo denominado Subtype

Field (figura 12). Este campo faz a ligação ao definido atrás em 3.2.2 As Classes e as

Relações entre Classes no ponto 2.b.i.

Figura 12 – Extracto de algumas entidades das Vias Ferroviárias

Vejamos o caso específico das Vias Ferroviárias (figura 13). Antes de mais, estão

incluídas no tema Vias de Comunicação e possuem uma geometria do tipo linha. Além

de possuirem todos os atríbutos definidos para as entidades deste tipo, possuem ainda

um campo que define a classe a que pertencem e um outro com a designação que

possuem.

Como se pode ver pelas figuras apresentadas, estas entidades ou melhor a sua

definição, encontra-se dispersa por vários objectos. A razão de ser desta apresentação da

modelação de objectos prende-se com a natureza não só da linguagem UML mas

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também da solução de software pela qual se optou. Esta impõe que para cada entidade

que se pretenda definir se crie:

• uma classe mãe onde se colocam todos os atributos herdados de níveis

superiores e ainda um campo que define a Classe a que pertence (uma vez

que aponta directamente para a entidade que se pretende definir e se

encontra referenciada na respectiva definição de Classe).

• define-se um subtipo (classe filha) que vai incluir, pelo menos, um campo

para especificação da entidade através da Classe a que pertence e outros

relativamente a atributos específicos para este objecto caso sejam

necessários.

Figura 13 – Extracto da Classe Vias Ferroviárias

A razão de ser deste tipo de estruturação e de hierarquização da definição das

entidades de uma qualquer BDG explica-se pelo facto de poderem existir entidades que

pela sua natureza possam ser um subtipo de outra.

Não se tratando da opção efectuada para este projecto e cujas razões serão

apresentadas logo de seguida veja-se o exemplo apresentado das vias Ferroviárias.

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Aparentemente nada leva a crer que as Vias: Metro, Metro de Superfície e

MonoCarril não possam ser cada uma um subtipo de um único tipo de via. E na verdade

assim seria não fosse as relações que estas entidades possuem com entidades terceiras. É

que a mesma regra que impõe que estas entidades podem ser todas um subtipo de uma

única via também impõe a partilha de relações. Ou seja basta que uma delas possua uma

relação com uma outra qualquer entidade que não seja partilhada pelas outras duas que

então esta não pode ser definida (ou o subtipo ou a relação). É o caso do monocarril

cujo suporte à navegação se pode encontrar à superfície ou montado numa estrutura

aérea que possui relações específicas com pontes e passagens superiores não sendo

partilhadas por mais nenhuma das outras. Também o Metro de Superfície possui

relações específicas com passagens de nível com guarda que não são partilhadas com

mais nenhuma das outras.

Esta é a razão, pela qual, na proposta de modelação de BDG do presente trabalho as

entidades geográficas se constituem num único subtipo. Deste modo ao se construir a

estrutura da BDG permite-se uma máxima liberdade na construção de relações entre

entidades em detrimento do volume de informação (nesta modalidade tratando-se de

entidades diferentes não há partilha de atributos logo o espaço de memória ocupado será

maior, e dependerá directamente do número de entidades nesta situação). De qualquer

modo estabelecidas as relações que se pretendem implementar é sempre possível

agrupar em subtipos as que partilham os mesmos atributos e relações, optimizando

então o volume de espaço ocupado. Não esquecendo que a reversibilidade desta etapa é

extremamente difícil deixa-se para mais tarde a decisão de agrupamento das ditas

entidades que partilham os mesmos atributos e as mesmas relações, caso se considere

vantajoso do ponto de vista de optimização do espaço ocupado.

É ainda importante referir que os atributos definidos para cada entidade são na sua

grande maioria um resultado da análise do trabalho desenvolvido e da compilação de

informação, efectuada ao longo do tempo, no IGeoE. Contribuíram para tal: o Guia de

Extracção da Informação para o Fotogrametrista, o Manual do Cadastro Militar, o

Catálogo de Objectos em vigor e o FACC. Por esta razão e porque o suporte papel não

permite uma leitura confortável ou adequada de toda esta informação, todas as figuras

apresentadas são apenas um extracto da informação mais relevante e julgada necessária

de cada uma das entidades, classes, etc... (Anexo D – As Entidades Geográficas da

IGeoE_BDG).

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3.2.4. Criar uma Rede Geométrica e Regras de Conectividade

A construção de redes não constítuiu prioridade aquando da modelação da

IGeoE_BDG, no entanto foi preocupação do autor preparar a presente modelação para

que, com algum processamento posterior se possa utilizar software de cálculo e análise

de redes. Desta forma foram testadas algumas metodologias e tecidas algumas

considerações sobre o modo não só de aquisição de informação como de processamento

da já existente.

Uma vez que este tipo de implementação exige uma alteração profunda na cadeia de

produção em vigor optou-se por efectuar uma implementação da modelação por fases,

constituindo a rede geométrica uma fase posterior à presente.

De qualquer modo é importante salientar os seguintes pontos (Anexo E – Rede

Geométrica e Regras de Conectividade):

• Na rede geométrica, as Classes e as entidades são definidas, na linguagem

UML, como uma classe e entidade, em tudo semelhante às outras. Apenas

diferente no esteriótipo, que é do tipo rede geométrica.

• Todas as classes e entidades afins terão de ser criadas numa directoria ou

pasta específica para a rede geométrica (à semelhança do que se passava com

os Temas).

• A Classe base que pode ser duplicada e alterada para definir todas as

entidades é a que se encontra por defeito no documento ArcInfo UML

Model e se apresenta na figura 14 (TemplateGeometricNetwork).

• Existe apenas um único atributo e este define exclusivamente o tipo de rede

(esriNetworkType).

• Depois de definidas as entidades utilizam-se as relações para definir as

regras de conectividade.

• Definem-se dois tipos de regras de conectividade, as edge-edge ou as edje-

junction [ESRI, 2000d]. As primeiras supõem a existência de pelo menos

duas edje e várias junctions onde uma destas terá de ser a padrão (utiliza-se a

N-ary Link), já nas edje-junction as regras possuem uma cardinalidade

específica dependendo do subtipo pretendido (1-2 ou 1-5, etc...), neste caso

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usa-se a associação binary association. Qualquer uma das duas pode também

ser definida recorrendo à Generic Junction Subtype.

• Para que a BDG assim criada seja realmente compatível com a utilização de

software de redes é necessário garantir previamente o processamento

adequado da informação de modo a poder garantir-se a adequação ou melhor

a compatibilização desta com os ditos softwares. Não nos podemos esquecer

que a informação é oriunda de um sistema do tipo CAD e que por norma a

informação nunca se destinava a este tipo de utilização.

Figura 14 – Rede Geométrica

3.2.5. Exportação para XMI e Validação Semântica

A exportação do modelo em UML é feita numa primeira fase para XMI (veja-se a

figura 15) e depois, numa segunda fase validado, caso não exista erros, é então criada a

BDG.

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As ferramentas utilizadas para a execução desta fase do trabalho são as disponíveis

nos softwares utilizados. Exceptuando o Add-on utilizado para exportar para o formato

XMI.

A ferramenta que permite a exportação do formato proprietário do Visio para o

formato XMI não se encontra disponível para utilização imediata ou directa. A

Microsoft disponibiliza apenas o código fonte (na linguagem C++), que depois de

devidamente adaptado e compilado permite criar um add-on que deverá ser colocado, de

modo adequado, no Visio.

Depois de se obter um modelo que se pretende exportar, quer seja para testes ou

para utilização final executa-se, normalmente, o Add-on que se compilou (Anexo F).

Figura 15 - Execução do Add-On que permite a exportação para o formato XMI

Após este procedimento obtem-se um ficheiro do tipo XMI contendo a estrutura da

BDG que se encontrar definida no modelo utilizado (veja-se a figura 16).

Após a geração, com sucesso, do ficheiro acima descrito tem-se duas hipóteses:

1. A utilização do software para criação de um projecto em C++ para o

Developer Studio, de modo a gerar a estrutura da BDG em código fonte e

permitir a sua manipulação dessa forma (adicionando código ou removendo

código desnecessário).

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2. A utilização do software apropriado para executar a validação semântica.

Se no ínicio a primeira hipótese foi largamente explorada, com o decorrer do tempo,

esta rápidamente caíu em desuso. Não só pela quantidade de informação como pela sua

complexidade.

Figura 16 - Extracto do ficheiro XMI gerado

Assim sendo a geração do ficheiro XMI e a sua posterior validação semântica sem

recorrer ao código fonte foi a modalidade mais utilizada.

A validação semântica é efectuada recorrendo a uma ferramenta específica

denominada ESRI Semantic Checker.

No fim da sua execução é apresentado um relatório dessa mesma validação. De

salientar no entanto que os erros apresentados a existirem apenas reflectem erros de

semântica (regras de construção) não são reflexo de erros de estrutura nem reflectem a

qualidade da modelação efectuada em termos de concepção.

Para uma mais cuidada abordagem ao assunto, veja-se o Anexo F – Exportação para

XML e Validação Semântica.

3.2.6. Criação da IGeoE_BDG

O processo de criação da BDG agora modelada passa pela utilização de software

proprietário. A única permissa é que seja compatível com a linguagem XML.

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A solução adoptada neste projecto permite não só a criação de uma BD a partir de

código XML mas também o carregamento ou alteração de uma BD já existente com um

novo modelo em XML.

Após a criação e validação semântica do modelo, passa-se para a criação da

IGeoE_BDG. Este passo é bastante simplificado e quase não requer intervenção do

utilizador.

Uma das ferramentas disponibilizadas pela ESRI, o schema wizard (figura 17)

permite depois de identificar o ficheiro XML, que contém a modelação da BDG, e após

criar uma BDG “vazia”, utilizar o mencionado ficheiro para criar a respectiva estrutura

nesta última.

Figura 17 - Execução da ferramenta Schema Wizard, para a criação da estrutura da IGeoE_BDG

A intervenção do utilizador efectua-se aquando da:

• Criação inicial da BDG e escolha do seu tipo (empresarial ou pessoal).

• Verificação da estrutura criada na BD.

Escusado será referir a importância de que se revestem tais tarefas uma vez que

delas depende não só a validade do trabalho até aqui produzido, mas também a validade

e integridade da própria BDG.

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No final deste processo de criação, possui-se ainda a hipótese de corrigir pequenas

imperfeições ou esquecimentos ocorridos durante qualquer fase anterior, uma vez que o

schema wizard, imediatamente antes da criação da estrutura modelada efectua uma pré

visualização (figura 18) da modelação pretendida. Deste modo podemos navegar,

naquela que virá a ser a BDG, podendo aceder a todas as entidades, classes e temas tal e

qual o produto final disponibilizado, antes de ser criado.

Figura 18 - Pré visualização da estrutura da BDG a criar.

Esta simples pré-visualização na verdade torna-se bastante eficaz e uma excelente

oportunidade que permite ao utilizador efectuar qualquer pequena alteração (que não se

reflicta na estrutura base) sem necessidade de alterar a sua modelação em UML. Claro

está que se for pretendido reutilizar o modelo, se torna menos trabalhoso corrigir este

último e não directamente os erros, aquando da criação da BDG, pois estas operações

serão repetidas tantas e quantas as vezes o modelo for reutilizado.

A título de exemplo as correcções que se podem introduzir, são:

• Nas Entidades ao nível dos atributos (novos ou não) e respectivos valores

(mesmo as que se encontrem classificadas como predefinidas).

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• Não se podem criar novas Classes mas dentro das existentes podem ser

alterados os valores pré-definidos, a tipificação das variáveis que definem os

atributos, as próprias entidades que constituem as classes, etc.

• A geometria de qualquer entidade.

• A renomeação de entidades

As operações que não se podem realizar são:

• Criar ou alterar relações entre entidades

• Renomear Classes e Temas

• Redefinir valores de domínios

• Criar novas Classes ou dentro destas novos subtipos, etc...

É ainda possível, nesta fase definir o sistema de coordenadas, caso ainda não tenha

sido feito na fase da modelação. Esta BDG assim criada permite possuir no máximo um

sistema de coordenadas por cada Tema criado. O razoável será utilizar apenas um único.

Para a presente BDG optou-se por implementar o sistema Hayford-Gauss Datum

Lisboa.

Para uma análise mais cuidada, veja-se o Anexo G – Criação da IGeoE_BDG.

3.3. Uma Metodologia de Carregamento

A proposta que a seguir se apresenta constitui apenas uma metodologia para

carregamentoembora não seja a única nem a mais célere. É no entanto uma proposta,

testada e já parcialmente em uso (desde Janeiro último), que permite não só carregar a

IGeoE_BDG mas também, em simultâneo, obter alguns produtos que representam os

pedidos mais usuais dos clientes deste Instituto.

Enumeram-se de seguida os passos para o carregamento da IGeoE_BDG:

1. Conversão da informação do IGeoE do tipo CAD para o tipo Shapefile

(SHP).

2. Conversão do SHP para Base de Dados Geográfica Genérica (sem estrutura

específica).

3. Carregamento da IGeoE_BDG a partir da BDG Genérica.

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a. Conversões várias:

i. Célula para Linha (portagem em via única)

ii. Célula para Área (estátua, castelo, cisterna, etc...)

iii. Linha para Área (aterro, desaterro, pista de aterragem, etc...)

iv. Ponto para Área (depósito de combustível)

v. Área para Linha, (cais de acesso, ruínas,, etc..)

vi. outras

Deste modo e com a utilização da metodologia atrás mencionada não só se consegue

carregar a BDG como entretanto se podem obter de modo quase automático e muito

mais rápido vários outros produtos, ou melhor formatos (em particular o formato SHP).

Uma vez que o objectivo é a utilização da nova BDG na cadeia de produção e só

agora se iniciaram os testes de aquisição de informação directamente para a BDG, é de

todo aconselhável garantir um modo de carregamento o mais automatizado possível da

referida BDG com a informação do IGeoE, uma vez que a aquisição da informação

ainda permanece estritamente ligada ao CAD.

Para esse fim é de seguida exposta e descrita (por passos) a metodologia criada para

o carregamento.

3.3.1. Conversão CAD para SHP

Neste primeiro passo, tal como o próprio título sugere pretende-se passar de forma o

mais automática possível, toda a informação CAD, relativa à série M888 para o formato

SHP.

Este procedimento só é possível uma vez que a informação utilizada não é a que o

fotogrametrista produz directamente mas sim, depois de passar pelo processo de

validação. Deste modo garante-se que toda a informação é uniformemente adquirida.

A solução concebida é específica para o software utilizado e para a estrutura de

dados própria do IGeoE uma vez que as ferramentas utilizadas foram configuradas com

uma parametrização adequada a estes pressupostos.

Para a construção do modelo de carregamento foi utilizado o Microsoft Visual Basic

6.0 (VB), tendo como base a ferramenta Model Builder da ESRI. É também possível

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utilizar outros aplicativos ou linguagens alguns até mais simples de utilizar e programar,

no entanto por uma razão de licenciamento estes foram os escolhidos.

Neste passo específico de conversão de formatos, estes efectuam-se por temas

diferentes dos da IGeoE_BDG, aqui utilizaram-se os “temas” usualmente associados às

cores de impressão da cartografia, ou seja, os verdes para tudo o que é vegetação, os

castanhos para a altimetria, etc...

Como o processo de conversão não é mais que a utilização repetida e recorrente das

mesmas ferramentas (figura 26) e porque a informação se encontra organizada por

ficheiros e por pastas nos servidores do IGeoE, utilizou-se a programação em VB para

desenhar e implementar um interface gráfico (figura 19) que permitisse indicar não só

quais as folhas a converter mas também a sua origem e respectivo destino para os dados

da conversão. Aqui a unidade base de conversão é a folha.

Figura 19 – Imagem exemplificativa da aplicação para conversão da informação IGeoE do formato DGN para

SHP.

Como se pode verificar pelas figuras 20 e 21 para cada entidade que se pretende

extrair e depois converter é utilizada uma ferramenta pré-existente, obviamente, depois

de devidamente parametrizada. Existem três ferramentas mais utilizadas consoante se

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trate de entidades do tipo linha, área ou célula. A parametrização é que depende apenas

das características (CAD) de cada entidade como sejam nível, cor, espessura, etc...

Figura 20 – Imagem exemplificativa dos modelos e respectiva parametrização de ferramentas, criados para conversão da informação do IGeoE (anexo H pp. 3).

Figura 21 – Extracto de um relatório (listagem de variáveis e processos) de um dos modelos de conversão da informação do IGeoE.

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Como a estrutura da informação do Instituto é um standard (sujeito a uma definição

rigorosa), é apenas necessário definir uma única vez cada uma destas ferramentas para

cada entidade. O papel do interface desenvolvido em VB é precisamente executar todos

os ciclos necessários (as ferramentas padronizadas) para a extracção de todas as

entidades (ou apenas as pretendidas) para todas as folhas M888 (ou apenas as

seleccionadas).

Como resultado deste passo obtem-se uma organização da informação por ficheiros

do tipo SHP. A informação que se encontrava organizada por temas clássicos do CAD

(correspondente por assim dizer às cores) encontra-se agora organizado por ficheiros do

tipo SHP mantendo este conceito sempre que possível.

Uma vez que os mencionados ficheiros não permitem a coexistência de entidades de

mais do que uma geometria em cada uma delas, a solução implementada passou por

manter os temas sempre que foi possível, criando novos apenas quando se tratava de

entidades de tipo de geometria diferente. Veja-se o exemplo da hidrografia

(correspondente à cor azul), esta vai originar três ficheiros diferentes um de Hidrografia,

outro de Hidrografia_A e ainda um CellHidro, conforme se trate de informação do tipo,

respectivamente, linhas, áreas ou células.

Existe ainda uma particularidade, o caso específico da toponímia (já editada), que

nesta fase e neste passo ainda não se encontra completamente resolvido, por limitação

do software utilizado (não existem ferramentas disponíveis para adequada manipulação

deste tipo de informação nestes ficheiros SHP). Assim sendo e porque se espera

resolver completamente esta questão utilizando a IGeoE_BDG foi arquitectada uma

solução temporária que passa pela criação de ficheiros SHP, unicamente com a referida

toponímia que depois são agregados à informação original, evitando assim a perda ou o

carregamento manual mais tarde já no formato BD.

Caso em determinadas folhas da série M888 não exista qualquer informação sobre

algumas das entidades, os ficheiros respectivos, simplesmente não são gerados cabendo

a responsabilidade da verificação final ao operador que executa a conversão. Sempre

que uma folha é revista, e é difundida uma nova versão a aplicação é novamente

executada para se proceder à actualização da informação.

Poder-se-á obter mais informação consultando o Anexo H – Carregamento da

IGeoE_BDG

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3.3.2. Conversão SHP para BDG Genérica

Esta conversão apesar de simples e rápida é apenas um passo intermédio, mas

necessário, pois para se poder continuar a executar o modelo de carregamento é

necessário converter os campos associados aos atributos, de cada entidade, oriundos do

passo anterior, para o formato final pretendido na IGeoE_BDG.

Na verdade o que é produzido nesta fase é uma BDG como uma estrutura genérica,

ou seja, distribui-se a informação que se encontrava organizada em vários ficheiros do

tipo SHP, por entidades dentro de uma BDG (os temas mantêm-se os dos ficheiros

acabados de mencionar). O que muda para cada entidade é a definição do tipo de campo

de cada um dos seus atributos. Por outras palavras agrupa-se a informação numa

estrutura típica de BD, já parcialmente ajustada à final que se pretende obter.

De salientar a importância vital de acrescentar um novo tema, que neste momento

não possui informação, mas servirá para efectuar as conversões de geometria (referida

no início do ponto 3.3).

São de seguida apresentadas algumas das ferramentas (figura 22) utilizadas na

criação automática da BDG intermédia (para verificar parametrizações específicas veja-

se o Anexo H – Carregamento da IGeoE_BDG).

Figura 22 – Algumas ferramentas utilizadas na criação automática da BDG Intermédia

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3.3.3. Conversão BDG Genérica para IGeoE_BDG

Para a execução deste passo devem ser efectuados os seguintes procedimentos:

• Carregamento directo de todas as entidades que mantêm a sua geometria

inalterável.

• Conversão e posterior carregamento das restantes entidades.

Para a execução do primeiro procedimento a selecção de entidades na BDG

intermédia para seu posterior carregamento é efectuado segundo os seus atributos

herdados do ficheiro CAD (LV; CO; LC; WT ou ainda Cell_Nome). Deste modo

estabelece-se uma correspondência unívoca entre as duas BDG, já que a primeira

condicionante da construção da BDG final é a reversibilidade a qualquer altura do

processo para o sistema CAD.

Esta capacidade garante-se ao se ter definido á partida para toda e qualquer entidade

quais os atributos “CAD” e respectivos valores que herdaram. Para além disso como a

unidade de produção do IGeoE é a folha da Carta Militar, foi também criado um campo

adicional de preenchimento obrigatório e automático (a partir do nome do ficheiro

original) que identifica a folha que originou a informação. Estes campos, por enquanto,

possuem grande utilidade em termos de garantia de reversibilidade, mas serão

eliminados num futuro próximo. Os “atributos CAD” efectivamente não necessitam de

existir e de “pesar” na BDG, não que ocupem fisicamente muito espaço, pois como já

foi visto, esta definição é feita por patamares ou hierarquias e é definido uma única vez

para um dado tipo de entidades o que acontece é que vamos possuir um enormíssimo

conjunto de apontadores guardados e isso fará com que a BDG se torne mais lenta na

resposta não só aquando da execução de Queries como aquando da utilização por vários

utilizadores (ainda que se preveja a utilização do sistema de multiversionamento). Para

obviar estes atributos basta garantir (por exemplo guardando num ficheiro tipo texto)

qual a estrutura da informação nos ficheiros CAD originais (Catálogo de Objectos da

série M888 do IGeoE).

A ferramenta utilizada para o carregamento das entidades que não sofrem alteração

ao nível da sua geometria é a Select (figura 23).

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Figura 23 – Ferramenta Select para carregamento da IGeoE_BDG

Resta então explicar como se executa a conversão de geometria de algumas

entidades e depois o seu carregamento. De relembrar apenas que esta questão é

levantada pois a informação já existe, e porque não foi criada tendo em vista este fim

específico é necessário adaptá-la. Ou seja , assim que se iniciar a aquisição directa para

a BDG esta questão deixa de existir pois todas as entidades passam a ser adquiridas com

base na sua geometria e num conjunto de regras de extracção específico para esta BDG.

Esta é apenas uma fase transitória que se espera ser o mais breve possível.

Na conversão de geometrias foi tido em consideração, pois só assim faz sentido, o

guia de extracção de informação, para se saber por exemplo qual a orientação de uma

dada nova entidade que agora é do tipo área mas antes era adquirida como célula

(quando considerar o ângulo de rotação da célula - QRotW), para se saber quando nos

encontramos numa situação de excepção e qual a regra que foi aplicada nesse caso, etc...

Assim sendo e de acordo com a modelação efectuada algumas das conversões a

realizar são as que se apresentam na figura 24.

Figura 24 – Extracto da lista de entidades a converter para posterior carregamento na IGeoE_BDG

Ferramenta Cais_de_Acesso_Ferroviario A L Feature to Line

Pista_de_Aterragem L A Feature to Polygon Aterro L A Buffer

Desaterro L A BufferMolhe_Vermelho_Plataforma_de_Atracacao_em_Betao L A Conversão para Área (MV)

Molhe_Azul_Plataforma_de_Atracacao_em_Ferro L A Conversão para Área (MA)Molhe_Preto_Plataforma_de_Atracacao_em_Madeira L A Conversão para Área (MP)

Estacao_Elevatoria C A Conversão para Área (EE)Estatua C A Conversão para Área (E)Cruzeiro C A Conversão para Área (C)

Castelo_ou_Forte C A Conversão para Área (CF) Deposito_de_Combustivel P A BufferPortagem_em_Via_Dupla C L Conversão para Linha (PD)Portagem_em_Via_Única C L Conversão para Linha (PU)

Entidades a converterConversão

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A título de exemplo, e para um melhor entendimento, não só da ferramenta

concebida mas da estrutura do trabalho, procede-se de seguida à descrição da

metodologia implementada para apenas alguns dos tipos de conversão e em particular

aqueles mais representativos das dificuldades encontradas.

Conversão de Célula para Linha, aplicada à Portagem em Via Dupla ou Única

Não sendo possível utilizar uma ferramenta capaz de realizar uma conversão de

forma directa (pois tal ferramenta não existe ou pelo menos não se encontra disponível

na solução adoptada) optou-se pela metodologia que a seguir se descreve.

Para efectuar esta conversão é necessário ter em linha de conta a rotação da célula

de origem (QRotW). Deste modo a linha a criar tem, obrigatoriamente, de ser

perpendicular ao eixo da via (AutoEstrada).

Dado que a extracção de informação da via, necessária ao processo, varia na forma

da aquisição, é necessário ter em linha de conta duas possibilidades:

1. Uma em que apenas é adquirido um segmento de recta, com base no eixo

central da via.

2. E uma outra, em que são adquiridos dois segmentos de recta, um para cada

sentido de circulação, com base no eixo central de cada faixa de circulação

(sentido).

Por este motivo, a Portagem não se apresenta sempre de um mesmo modo, já

que a célula correspondente às portagens ora vai incidir sobre a via, no primeiro caso,

ora vai situar-se aproximadamente entre os dois eixos, no segundo.

Então a solução proposta passa por extrair pequenos segmentos de recta

pertencentes à via, através da intersecção (Intersect) desta com dois tipos diferentes de

áreas em torno das células das portagens (Buffer), veja-se a figura 25.

Para que o modelo respondesse às duas metodologias de restituição da via,

realizaram-se duas áreas distintas, uma com quatro milímetros para extrair o segmento

de recta, e outra com vinte e cinco milímetros para permitir extrair pequenos segmentos

paralelos da via, quando a aquisição da via passa-se pela restituição dos dois eixos das

faixas de rodagem (estas unidades dependem em cada projecto da escala a que se

destina, ou das preferências específicas do utilizador).

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A B C D

Figura 25 - Modelo de Conversão de Célula a Linha aplicado à Portagem, exemplo de aplicação das

ferramentas: Buffer (A e B) e Intersect (C e D).

Para este ultimo caso, foi necessário simplificar os segmentos extraídos (Simplify

Line), já que será necessário convertê-los num único que se localize entre os dois

anteriores (figura 26), para que desta forma não se perca rigor aquando da conversão

para linha central (Collapse Dual Line to Central Line).

A B

Figura 26 - Modelo de Conversão de Célula a Linha aplicado à Portagem, exemplo de aplicação das ferramentas: Simplify Line (A) e Collapse Dual Line to Central Line (B).

No final deste processo obtemos, para os dois casos, um único segmento de recta de

orientação concordante com o sentido da via. Podendo agora intersectar a segunda

extracção com a primeira área, para que o comprimento de ambos os segmentos seja

exactamente de quatro milímetros (Intersect).

Paralelamente a esta operação, foi necessário criar uma nova entidade para alojar o

resultado dos processos anteriores (Create Feature Class). Esta nova entidade é então

carregada com as duas extracções anteriores (Append), sendo que este passo é

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fundamental para se poder manipular os dados nos passos seguintes, cujo objectivo é

dar uma nova orientação aos segmentos de recta.

Agora que há uma uniformização das portagens (figura 27), quanto ao

comprimento do segmento de recta que as representa, atribuí-se uma nova área aos

segmentos de recta, especificando-se em duas fases, uma para a direita e outra para a

esquerda (Buffer) da mesma, ambas com treze milímetros de comprimento e forma

rectangular. No entanto deste modo o resultado são dois polígonos separados que é

necessário unir (Union).

A B

Figura 27 - Modelo de Conversão de Célula a Linha aplicado à Portagem, exemplo de aplicação das ferramentas: Buffer (A) e Union (B).

Posteriormente (figura 28), e porque a utilização dos segmentos de recta prevalece

sobre a dos polígonos, realiza-se a conversão para linha (Polygon to Line), separando-se

logo de seguida as diferentes linhas pelos vértices (Splite Line at Vertices).

A B

Figura 28 - Modelo de Conversão de Célula a Linha aplicado à Portagem, exemplo de aplicação das

ferramentas: Polygon to Line (A) e Splite Line at Vertices (B).

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Deste modo pode-se então extrair os segmentos de recta com maior comprimento

(Select), porque se parte de rectângulos perpendiculares ao eixo da via, ficando

novamente com uma selecção de duas linhas paralelas, encontrando-se agora com

orientação perpendicular ao eixo da via.

Realiza-se novamente a conversão das duas linhas paralelas para uma única linha

central que passa precisamente pelo ponto de representação da portagem (Collapse Dual

Line to Central Line).

Posto isto, resta apenas eliminar os campos desnecessários da entidade, e que

entretanto foram sendo criados por via das diferentes ferramentas utilizadas (Delete

Field), e criar os novos campos que possibilitem registar todos os atributos referentes à

entidade (Add Field) calculando aqueles que sejam necessários (Calculate Field) de

acordo com a modelação inicial. Depois de convertida é carregada na IGeoE_BDG tal

como qualquer outra entidade de carregamento directo.

O resultado assim obtido permite converter e carregar esta entidade com um grau de

confiança bastante aceitável uma vez que em ambas as situações apresentadas (Via

Única e Dupla) as áreas de portagem não possuem muita variabilidade e como as áreas

de teste são representativas da realidade tudo indica, para além dos testes, que será uma

metodologia que apresente resultados satisfatórios.

Conversão de Linha para Área, aplicada a Aterro e Desaterro

Esta conversão, embora simples, atende a um aspecto importante que diz respeito ao

sentido de aquisição dos elementos (vide Guia de Extracção de Informação).

O Guia de Extracção de Informação do IGeoE para a série M888 refere que quer o

aterro, quer o desaterro (figura 29 , respectivamente A e B) são adquiridos sempre de

um ponto (1) até um ponto (2), sempre pelo lado direito da via. Para além disso, é ainda

referido que a representação é sempre efectuada da cota mais alta para a mais baixa para

ambos os casos. A dificuldade é manter o segmento de recta que identifica a cota mais

alta inalterado.

A abordagem a esta questão passa por atribuir uma área a cada elemento (Buffer),

atendendo a que esta área deverá respeitar as características impostas.

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Assim para o aterro a área é atribuída para a direita, com uma largura máxima de

dois milímetros e com forma rectangular. Já para o desaterro, o processo é o mesmo,

variando apenas na orientação da área, sendo esta para a esquerda.

O resultado obtido, é o esperado do ponto de vista da conversão e não coloca em

causa os atributos da entidade, em particular no que respeita à localização geográfica.

A B

Figura 29 - Imagem exemplificativa do Aterro (A) e Desaterro (B). para implementação do Modelo de

Conversão de Linha a Área.

Conversão de Linha para Área, aplicada ao Molhe

A dificuldade existente na conversão desta entidade para área, depende

exclusivamente de um único factor. Esta entidade pode ser encontrada com forma

variável em que as diferentes linhas se podem encontrar fechadas, abertas e ainda com

uma disposição de linhas que não permite atribuir-lhe forma (figura 42, A, B e C

respectivamente).

A B C

Figura 30 - Exemplo dos três tipos de Molhe

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Posto isto, logicamente não é possível aplicar um único método às três modalidades

de restituição, optando-se então por uma solução que se pudesse aplicar a todos as

entidades, mas cujo resultado final não fosse distinto de caso para caso.

Para a realização desta tarefa optou-se por, em primeiro lugar fechar todas as linhas,

(claro está que para aquelas a que não era possível atribuir forma, esta técnica não

alteraria a sua condição). Para isso comecou-se por criar um ponto no ínicio e fim de

cada linha (Feature Vertices to Points) e paralelamente a criação de uma nova entidade

para alojar os dois tipos diferentes de pontos e permitir a manipulação em simultâneo

(Create Feature Class e Append).

Seguidamente, em torno de cada um dos pontos criou-se uma área com um raio de

meia unidade de medida (Buffer), veja-se a figura 31.

Realizada esta operação é possível então interceptar as áreas anteriormente extraídas

com as linhas de aquisição do objecto (Intersect).

Figura 31 - Modelo de Conversão de Linha a Área aplicado ao Molhe, exemplo de aplicação da ferramenta:

Buffer.

Os segmentos de recta extraídos desta intercepção passam posteriormente para uma

nova fase em que lhes é atribuída uma nova área, sendo que essa área terá dez

milímetros (Buffer), e é ainda atribuída em duas fases diferenciadas, uma para a

esquerda e outra para a direita.

Este passo permite fechar todas as linhas, já que o resultado será um cruzamento de

linhas, logo que seja processada a conversão de polígono para linha (Polygon to Line) e

as linhas quebradas pelos vértices (Split Line at Vertices), veja-se a figura 32.

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Finalmente extraem-se todos os segmentos com comprimento superior ou igual a

uma unidade de medida, ficando assim unicamente as linhas paralelas aos segmentos de

rectas extraídos inicialmente.

Figura 32 - Modelo de Conversão de Linha a Área aplicado ao Molhe, exemplo de aplicação da ferramenta: Polygon to Line e Split Line at Vertices

Após a realização desta operação, junta-se este resultado a uma cópia da entidade

original, obtendo deste modo objectos “completos”, no respeitante ao pormenor das

linhas estarem agora fechadas.

Assim sendo, já é possível converter a entidade para polígono (Feature to Polygon),

figura 33.

Figura 33 - Modelo de Conversão de Linha a Área aplicado ao Molhe, exemplo de aplicação da ferramenta:

Feature to Polygon

Paralelamente (figura 34), e para evitar algumas deformações que vão surgindo com

a utilização deste método, é necessário criar uma área com uma unidade de medida em

torno da entidade original (Buffer). O objectivo é isolar a área dos elementos que são

fundamentais para a sua definição, e os defeitos de forma que vão surgindo. Esta

operação é realizada com base na eliminação das duas áreas que se sobrepõem (Erase).

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A B

Figura 34 - Modelo de Conversão de Linha a Área aplicado ao Molhe, exemplo de aplicação da ferramenta:

Buffer(A) e Erase (B).

Posto isto, efectua-se uma dissolução da entidade para que esta seja uniforme e

perca todas as linhas que lhe foram adicionadas por forma a completar os polígonos

(Dissolve). Seguidamente, e uma vez que foi realizada uma dissolução, é necessário

passar de uma única entidade distribuída por diferentes localizações geográficas, para

diferentes entidades (Multipart to Singlepart).

Desta forma é agora possível escolher apenas aquelas que interessam, visto que com

a operação anterior separamos as mesmas dos erros de geometria. Esta operação é

realizada através da selecção dos objectos com uma área superior ou igual a catorze

milímetros (Select), ao mesmo tempo que se efectua a atribuição de uma nova área em

torno da entidade original de meia unidade de medida (Buffer), para que compense a

porção anteriormente eliminada e ao mesmo tempo possa incluir as entidades às quais

não foi possível atribuir forma. Fica completa esta operação, com a criação de uma nova

entidade que possibilita alojar o resultado das duas operações que ocorrem neste passo

(Append), e realizando nova dissolução para unir todos os objectos num só (Dissolve),

e novamente dividi-los (Multipart to Singlepart).

Em suma e após a leitura dos exemplos apresentados podem-se verificar algumas

das diversas questões que se levantam e imaginar também outras de complexidade

diferente que igualmente se encontraram envolvidas no processo de carregamento da

IGeoE_BDG.

Em suma é de referir que esta metodologia de carregamento criada serve o propósito

único de carregar a BDG concebida e desenvolvida em UML com a informação do

IGeoE. A especificidade da arquitectura da BD bem como a organização da informação

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impõem que esta metodologia não possa ser directamente utilizada noutras situações

sem que sejam feitas as devidas adaptações.

Tal como já se referiu estas questões apenas surgem na fase inicial do projecto em

que se converte a informação tipicamente armazenada num ficheiro do tipo CAD, em

que a unidade de produção é a folha da Carta Militar 1:25 000. Quando se iniciarem os

testes de aquisição directa para a BDG estes desaparecerão e novos irão surgir. Afinal

esta fase é apenas transitória até à completa implementação da aquisição directa para

BDG.

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4. Conclusão

4.1. Conclusão

Dos objectivos estabelecidos para este projecto, foram atingidos com sucesso:

• A modelação de uma Base de Dados Geográfica para a Carta Militar de

Portugal Continental da série M888 na escala 1:25 000.

• A criação da respectiva BDG.

• A integração na cadeia de produção deste Instituto concebendo e

implementando uma metodologia de carregamento automática eficaz.

Espera-se com o resultado obtido neste projecto contribuir para a actualização e

optimização da cadeia de produção da série M888, com uma nova abordagem, novos

processos e metodologias de trabalho de modo a dar resposta não só às necessidades

bem como às actuais condicionantes que têm vindo a pautar a nossa realidade. Sejam

elas ao nível da escassez de meios humanos, redução significativa dos fundos e aumento

generalizado dos custos (principalmente logísticos), generalização do uso de formatos

até aqui de utilização reduzida, etc.

Para a prossecução deste fim é de extrema importância possuir um bom modelo de

dados. Pois permite, de um ponto de vista conceptual, fornecer um entendimento

profundo das entidades geográficas que o constituem, das relações que estas

estabelecem e ainda da estrutura e dependências implícitas no mesmo.

Apesar da missão primordial do IGeoE ser de cariz estritamente militar, não se pode

esquecer que também a missão define como objectivo o apoio da sociedade civil. Existe

então latente uma dicotomia que se torna visível ao longo desta dissertação e que na

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verdade levantou muitas questões no que toca às normas que iriam reger a construção

desta BDG. Se por um lado a vertente militar aconselha a observância rigorosa dos

STANAG , por outro a vertente civil aconselha o uso das ISO.

Na verdade estas não diferem muito umas das outras, apenas em pormenores muito

específicos que dizem respeito apenas a aspectos particulares de cada uma delas, na sua

essência são semelhantes.

Como o objectivo que se pretendia alcançar era criar uma BDG que se adaptasse às

necessidades específicas do IGeoE e porque na verdade a experiência adquirida mostra

que:

• É possível a geração automática da estrutura da BDG em XML (XML

Schema) baseada numa modelação concebida em UML, fazendo uso das

XML Encoding rules,

• Os diagramas em UML não permitem obter uma modelação

verdadeiramente completa apenas uma que seja conveniente, com soluções

de compromisso.

• E ainda que as normas, sejam elas STANAG ou ISO, necessitam de ser

revistas e melhoradas, se no futuro se pretender realmente atingir o objectivo

preconizado da interoperabilidade e da viabilidade de uso.

Nenhuma das normas apresentadas foi seguida na sua plenitude de modo a permitir

uma maior flexibilidade na modelação. Deste modo conseguiu-se aliar as

potencialidades postas à disposição pela linguagem UML e as das soluções de software

utilizadas. Pelo método de carregamento desenvolvido é visível que a conversão de

entidades e seu carregamento entre diferentes BDG é possível estando assegurada, caso

se pretenda, a migração para qualquer uma das normas apresentadas.

Também por se tratar de um modelo que permite a geração automática de uma

BDG, se possui a vantagem de a qualquer momento alterar o modelo, criar a BDG e

carregá-la automáticamente num intervalo de tempo claramente reduzido quando

comparado com o que era possível efectuar com outros métodos.

Foi também objectivo não perder a riqueza de informação que carateriza os dados

do IGeoE (Cadastro Militar). Assim aglomerou-se na mesma BDG a informação que

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entretanto se tem vindo a guardar separadamente pelos vários reportórios de dados

existentes.

Apresentam-se-nos, no entanto, alguns inconvenientes por se estar perante uma

cadeia de produção, com especificidades próprias, mas que não pode desacelerar muito

menos parar. Daí que a implementação deste projecto seja alongada no tempo, de

duração muito superior ao de execução desta dissertação de mestrado. Esta

implementação será efectuada por fases e ocorrerá em simultâneo com o processo de

produção actual:

1. Modelação (por objectos e em UML) de uma BDG.

2. Criação da IGeoE_BDG (realização de testes).

3. Conversão da informação e posterior carregamento da mesma (realização de

testes).

4. Implementação da IGeoE_BDG no Departamento de Aquisição de Dados

que é como quem diz no processo de Aquisição de Dados (Secção de

Fotogrametria) e Completagem (Secção de Topografia). Guardando-se para

mais tarde o estudo da viabilidade e implementação no resto da cadeia de

produção (Edição, veja-se o ponto 4.2).

Também existiu uma especial preocupação ao estruturar a nova BDG de modo a

suportar não só o fluxo de trabalho actual assente na estrutura CAD, como também o

fluxo de trabalho assente numa BD com a sua própria tipificação de estrutura, valências,

vantagens e desvantagens (veja-se 2.5 Tipos de BD e Tipificação de Workflow).

Por fim apesar de não ter sido efectuada a implementação de redes, apenas testado

com algumas entidades e de modo aleatório, procedeu-se à sua compatibilização. É

possível, está prevista e parcialmente testada. Resta descobrir se é um objectivo

remunerador (finaceiro e/ ou estratégico) pois implica não só o tratamento de alguma da

informação de base, bem como novas regras para a aquisição de informação e/ou para a

validação (que tornam o processo mais moroso e oneroso) e ainda a criação e

implementação de regras de conectividade (veja-se o 3.2.4. Criar uma Rede Geométrica

e Regras de Conectividade).

4.2. Propostas de Melhoria

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Propõem-se como melhoria os seguintes aspectos:

• A implementação da aquisição directa para a IGeoE_BDG (em início de

testes).

• A criação (já em curso) e implementação da simbologia para a M888 (de

modo a que a impressão directa a partir de BD tenha o mesmo output que o

baseado nos ficheiros CAD).

4.3. Propostas para trabalho futuro

Entende-se que uma verdadeira BDG que contemple o Território Continental

Nacional que contenha toda a informação (ou pelo menos a mais relevante) que existe

neste Instituto e sirva para descrever o mesmo Território, deve conter porque já o é

possível, a informação relativa a Imagens Raster e informação relativa à descrição da

superfície terrestre.

A inclusão de informação do tipo Raster permite efectuar uma eficiente descrição da

informação geográfica, pois apesar de possuir um formato simples permite apresentar

uma grande variedade de informação p.e. do tipo temático, espectral, etc... Esta

informação Raster pode então ser utilizada para vários fins como seja representar a

Classificação e Uso dos Solos, configurações do terreno (MDT), Classificação de

Cobertos Vegetais, Delineação de Orlas Costeiras ou Orlas Florestais, etc...

No respeitante à inclusão de um Modelo de Superfície (TIN) hà que ter em conta

que a grande maioria das entidades geográficas que existem na modelação efectuada ou

em qualquer outra para o efeito, se encontram sobre a superfície terrestre. São exemplo

os edifícios, estradas, pontes, etc... sendo modeladas tendo em conta os seus atributos,

relações e comportamentos específicos. Encontram-se, no entanto, modeladas outro tipo

de entidades, os rios, os montes, as valas, etc... que não se encontram na superfície mas

se incluem nela.

Apenas incluindo estas entidades numa representação contínua da superfície se

podem executar análises (de superfície) por exemplo do tipo bacias de visão, análise

hidrográfica, etc... Constítuindo esta capacidade adicional uma mais valia considerável

naquela que se considera actualmente a ferramenta de eleição no Apoio à Decisão.

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73

         

Anexos 

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 1Anexo A – A estrutura do ArcInfo UML ModeL 

Anexo A – A estrutura do ArcInfo UML Model 

Extracto  da  estrutura  do  ArcInfo  UML  Model  utilizado  como  base  de  trabalho  para  a modelação da base de dados (versão para Microsoft® Visio® 2003). 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fig  A‐1  A  estrutura  base  do ficheiro  utilizado  para  a realização  do  trabalho  de modelação. 

Fig  A‐2  A  estrutura  de  pastas, onde  serão  guardadas  as diferentes  partes  do  modelo criado. 

Fig A‐3 A estrutura da pasta, onde será guardada a parte do modelo criado,  relativa  às  entidades  de rede. 

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 2Anexo A – A estrutura do ArcInfo UML ModeL 

 

 

 

 

 

 

 

Fig A‐4 A estrutura da pasta, onde se guarda a informação do modelo relativa às interfaces criadas. 

Fig A‐5    extracto da  estrutura da pasta que  serve de  apoio  à  criação da rede geométrica. 

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 3Anexo A – A estrutura do ArcInfo UML ModeL 

 

 

 

 

 

 

 Fig A‐7 Extracto da estrutura da pasta que  serve de  apoio  à  criação dos Diagramas de Classes. 

Fig A‐6 Extracto da pasta onde se encontra definida a  informação relativa aos elementos base de qualquer  rede geométrica e dos quais  todas as entidades herdam alguns dos seus atributos . 

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 1Anexo B – Os Temas da IGeoE_BDG 

Anexo B – Os Temas da IGeoE_BDG 

Extracto da modelação efectuada no respeitante aos temas, sua estrutura e implementação. 

Nota: a informação relativa às entidades apresentadas é apenas um extracto da totalidade da mesma  visto que pela  sua dimensão não permitiria uma  visão de  conjunto  conveniente  de toda a informação.  

 

 

 

 

 

 

 

Fig B‐1 A pasta Workspace é o  local da estrutura deste  ficheiro onde se guarda a  informação  relativa não  só aos Temas bem como às Classes e valores de Domínio. 

As pastas organizadas por Temas  (a  verde) e  a definição das entidades que  os  compõem  estão  guardados  dentro  da  pasta  denominada MOD_25K (a azul). 

As restantes pastas na raíz da pasta workspace possuem dentro de cada uma a definição das Classes e valores padronizados que compõem cada 

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 2Anexo B – Os Temas da IGeoE_BDG 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fig B‐2 A  definição  das  Classes  e  dos  valores  padrões  que compõem cada Tema. 

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 3Anexo B – Os Temas da IGeoE_BDG 

 

 

 

 Fig B‐3 A imagem apresentada pretende mostrar como deve estar feita a organização da informação, apesar de se ter tido cuidado algum cuidado com o grafismo importa reter que é aqui que se define qual a organização da  estrutura  que  se  pretende  criar,  ao  nível  dos  Temas  e  geometrias possíveis (a sua definição em pormenor é feita noutros locais como se vai poder perceber). 

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 1Anexo C – As Classes e Relacões na IGeoE_BDG

Anexo C – As Classes e Relacões na IGeoE_BDG 

Extracto  da  modelação  efectuada  no  respeitante  a  algumas  das  suas  Classes  e  Relações implementadas. 

Nota: a  informação  relativa a alguns dos elementos apresentados é apenas um extracto da totalidade  da mesma  visto  que  pela  sua  dimensão  não  permitiria  uma  visão  de  conjunto conveniente de toda a informação.  

 

Fig  C‐1  A  definição  das  Classes  que foram  definidas  dentro  do  Tema  da Altimetria. 

Fig  C‐2  Na  cor  verde  podem  ver‐se  as características  inerentes  à  Classe  das Curvas de Nível (os atributos por defeito e a  classificação  das  respectivas  curvas  (as entidades  que  constituem  a  Classe)  ‐ segmento a verde). 

Fig  C‐2  Na  cor  azul  podem  ver‐se  as características inerentes à Classe Linha de Costa  (os atributos por defeito e o único tipo  de  entidades  que  constituem  a Classe) – seta a azul). 

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 2Anexo C – As Classes e Relacões na IGeoE_BDG

 

 

 

 

 

 

 

Fig C‐3 A definição efectuada para a entidade Curva de Nível Mestra Par. 

Fig C‐4 A  imagem apresenta a definição exaustiva de todos os atributos da Classe Curvas de Nível. 

Fig C‐5 A definição da relação existente entre os Castelos ou Fortes e as Capelas. 

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 3Anexo C – As Classes e Relacões na IGeoE_BDG

 

 

 

 

 

 

   

Fig  C‐6  A  definição  da  relação  existente  entre  as  Pontes  Largas  de  Betão  e  as Estradas Estreitas. 

Fig  C‐7  Na  figura  apresentada  é  possível  ver  como  se  implementou  uma  Class Extension (incluindo um interface). 

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 4Anexo C – As Classes e Relacões na IGeoE_BDG

 

 

 

Fig C‐8 

 

Fig C‐9 

 

Fig C‐10 

 

Fig C‐11 

 

 

 

Nas  figuras  que  se  seguem,  apresentam‐se  para  o  Tema Vias  de  Comunicação  não  só  as Classes  que  a  constituem mas  também  todas  as  suas  entidades  e  respectiva  distribuição pelas Classes. 

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 5Anexo C – As Classes e Relacões na IGeoE_BDG

Fig C‐12 

 

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 1Anexo D – As Entidades Geográficas da IGeoE_BDG 

Anexo D – As Entidades Geográficas da IGeoE_BDG 

Extracto  da  modelação  efectuada  no  respeitante  a  algumas  das  Entidades  Geográficas implementadas. 

Nota: a  informação  relativa a alguns dos elementos apresentados é apenas um extracto da totalidade  da mesma  visto  que  pela  sua  dimensão  não  permitiria  uma  visão  de  conjunto conveniente de toda a informação.  

 

 

 

Fig  D‐1  Alguns  dos  atributos,  inicialmente,  definidos  para algumas das entidades pertencentes ao Tema Terreno. 

Fig  D‐2  Informação  relativa  à  definição  dos  atributos  para  a  entidade escarpado. 

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 2Anexo D – As Entidades Geográficas da IGeoE_BDG 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fig D‐3 A definição da entidade Heliporto, seus atributos e possíveis valores (de acordo com o FACC). 

Fig  D‐4  A  definição  das  geometrias  possíveis  para  toda  e qualquer uma das entidades criadas nesta modelação. 

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 3Anexo D – As Entidades Geográficas da IGeoE_BDG 

 

 

 

 

 

Fig D‐5 Para o Tema Altimetria encontram‐se  sinalizados  a azul as entidades geográficas e a  verde  os  respectivos subtipos. 

Fig  D‐6  Agrupados  por  cores podem  ver‐se  os  binómios entidade  –  subtipo  (respectivo) e  uma  visualização  simples  dos seus atributos. 

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 1Anexo E – Rede Geométrica e Regras de Conectividade 

Anexo E – Rede Geométrica e Regras de Conectividade 

Extracto de  informação respeitante a Redes Geométricas e Regras de Conectividade  in [ESRI, 2000e]. 

Nota: a  informação  relativa a alguns dos elementos apresentados é apenas um extracto da totalidade  da mesma  visto  que  pela  sua  dimensão  não  permitiria  uma  visão  de  conjunto conveniente de toda a informação.  

 

 

 

 

 

 

 

 

Fig  E‐1  Os  dois  tipos  de  redes  (geométrica  e  lógica)  que  podem  ser  ser definidas neste tipo de projectos (fazendo uso das aplicações mencionadas) in [ESRI, 2000e] pp. 131. 

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 2Anexo E – Rede Geométrica e Regras de Conectividade 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fig E‐2  Os tipos de ligações que se podem implementar entre entidades in [ESRI, 2000e] pp. 132. 

Pode ver‐se em ambas as  imagens e para cada tipo de rede: 

• Em cima rede geométrica 

• Em baixo rede lógica 

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 1Anexo F – Exportação para XML e Validação Semântica 

Anexo F – Exportação para XML e Validação Semântica 

Extracto  de  imagens  exemplificativas  da  exportação  para  XML  e  posterior  Validação Semântica. 

Nota: a  informação  relativa a alguns dos elementos apresentados é apenas um extracto da totalidade  da mesma  visto  que  pela  sua  dimensão  não  permitiria  uma  visão  de  conjunto conveniente de toda a informação.  

 

 

 

 

 

 

 

 

Fig F‐1 O primeiro passo na exportação do modelo construído para o formato XML. 

Fig F‐2 Execução e conclusão, com  sucesso,   na exportação do modelo construído para o formato XML. 

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 2Anexo F – Exportação para XML e Validação Semântica 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fig F‐3 Execução da validação semântica no ficheiro XML acabado de criar (contém a informação relativa à estrutura da futura BDG). 

Fig F‐4 Definição da informação a incluir no relatório da validação Semântica e informação do resultado obtido aquando da execução da mesma. 

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 1Anexo G – Criação da IGeoE_BDG 

Anexo G – Criação da IGeoE_BDG 

Extracto de imagens exemplificativas da criação da IGeoE_BDG. 

Nota: a  informação  relativa a alguns dos elementos apresentados é apenas um extracto da totalidade  da mesma  visto  que  pela  sua  dimensão  não  permitiria  uma  visão  de  conjunto conveniente de toda a informação.  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fig G‐1  Criação  de  uma  BDG  “vazia”  para  depois  se  poder carregar a estrutura (do XML). 

Fig  G‐2  Selecção  do  ficheiro  em  formato  XML  onde  se  encontra  guardado  o modelo  (caso  se  repita  este  passo  a  aplicação  guarda  a  informação  e  avisa sempre que existirem alterações). 

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 2Anexo G – Criação da IGeoE_BDG 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

Fig G‐3 A pré visualização da estrutura da futura BDG. 

Fig  G‐4  Esta  pré  visualização  permite  verificar  a  estrutura  criada, permitindo inclusivé pequenas alterações. 

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 3Anexo G – Criação da IGeoE_BDG 

 

   

Fig G‐5 A estrutura de todas as características de cada entidade geográfica. 

Fig G‐6 Tanto antes de se proceder ao carregamento da estrutura na BDG vazia  (que atrás  foi criada) como à posteriori da sua execução é apresentado um relatório detalhado que inclui uma descrição de todas as operações efectuadas. 

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 4Anexo G – Criação da IGeoE_BDG 

 

Fig G‐6 Apresentação da estrutura final obtida na modelação da BDG para a série M888 na escala 1:25 000 do IGeoE. 

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 1Anexo H – Carregamento da IGeoE_BDG 

Anexo H – Carregamento da IGeoE_BDG 

Extracto  de  imagens  exemplificativas  da  metodologia  de  carregamento  “automático”  da IGeoE_BDG. 

Nota: a  informação  relativa a alguns dos elementos apresentados é apenas um extracto da totalidade  da mesma  visto  que  pela  sua  dimensão  não  permitiria  uma  visão  de  conjunto conveniente de toda a informação.  

 

 

 

 

Fig  H‐1  Em  cima  à  esquerda  encontra‐se  seleccionada  (a  azul)  a  ferramenta desenvolvida  para  efectuar  a  conversão  e  carregamento  da  informação  para  a IGeoE_BDG (a ferramenta possui  incluidos todos os processos criados para executar todas as conversões e carregamentos de modo a partir do DGN do IGeoE e terminar com a IGeoE_BDG ). 

Fig H‐2 À esquerda pode‐se ver um  extracto do modelo criado  para  converter  a informação armazenada em ficheiros  do  tipo  CAD  e converter  para  o  tipo  SHP (leva  com  ela  a  informação relativa  à  toponímia, entidades  representadas por células, etc...) 

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 2Anexo H – Carregamento da IGeoE_BDG 

 

   

Fig  H‐3  A  aplicação  desenvolvida  em  VB6  para  executar  os modelos apresentados  (na  imagem  anterior  )  esta  ferramenta  permite,  de  um modo user friendly, seleccionar de uma só vez (independentemente do número) quais os  ficheiros  a  converter de maneira  a que  se prossiga para as restantes fases de conversões e carregamentos. 

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 3Anexo H – Carregamento da IGeoE_BDG 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

Fig H‐4 Na imagem de topo pode ver‐se o modelo completo, enquanto que na outra image, a  central,  permite  verificar  quais  as  ferramentas  utilizadas,  parametrizações  impostas  e metodologia  seguida para  converter  com  sucesso  a  entidade Portagem  em Via Única ou Dupla (abordada e descrita no cap III – 3.3 Uma Metodologia de Carregamento). 

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 4Anexo H – Carregamento da IGeoE_BDG 

 

   

Fig  H‐5  Extracto  do  relatório  do modelo de carregamento criado no que se refere a  todas  as  variáveis  parametrizadas.  É possível  seleccionar  todas  e  cada  uma delas,  obtendo  um  relatório  mais pormenorizado de cada uma.  

Fig  H‐6  Extracto  do  relatório  do modelo de carregamento criado no que se refere a  todas  os  processos  utilizados, ferramenras implementadas e respectivas parametrizações. É  também aqui possível seleccionar  todas  e  cada  uma  delas, obtendo  um  relatório  mais pormenorizado de cada uma.  

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 5Anexo H – Carregamento da IGeoE_BDG 

 

Fig  H‐7  Extracto  do  relatório  que  é  possível  gerar  sobre  cada  ferramenta programada para cada passo das conversões e carregamentos efectuados.