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www.bancariosbahia.org.br bancariosbahia bancariosbahia Filiado à O BANCÁRIO O único jornal diário dos movimentos sociais no país INAUGURAÇÃO DO TEATRO RAUL SEIXAS 24 DE NOVEMBRO, NO SINDICATO Edição Diária 7333 | Salvador, de 10.11.2017 a 12.11.2017 Presidente Augusto Vasconcelos MOBILIZAÇÃO NACIONAL Reforma da Previdência inviabiliza aposentadoria Lucro bilionário do BB não impede cortes Página 2 Página 4 Hoje, as ruas, em todo o Brasil, serão ocupadas por trabalhadores, estudantes, donas de casa e profissionais liberais em protesto contra o alto custo do golpe. É o Dia Nacional de Mobilização contra o governo Temer e as reformas neoliberais. O grito dos que sofrem com a extinção de direitos e a redução do papel social do Estado. Página 3 A força que vem das ruas Nas ruas, trabalhadores protestam contra a política neoliberal do governo Temer, que só beneficia os mais ricos em detrimento da maior parte da população

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www.bancariosbahia.org.br bancariosbahia bancariosbahia

Filiado à

O BANCÁRIOO único jornal diário dos movimentos sociais no país

INAUGURAÇÃO DO TEATRO RAUL SEIXAS24 DE NOVEMBRO, NO SINDICATO

Edição Diária 7333 | Salvador, de 10.11.2017 a 12.11.2017 Presidente Augusto Vasconcelos

MOBILIzAÇÃO NACIONAL

Reforma da Previdência inviabiliza aposentadoria

Lucro bilionário do BB não impede cortes

Página 2 Página 4

Hoje, as ruas, em todo o Brasil, serão ocupadas por trabalhadores, estudantes, donas de casa e profissionais liberais em protesto contra o alto custo do golpe. É o Dia Nacional de Mobilização contra o governo Temer e as reformas neoliberais. O grito dos que sofrem com a extinção de direitos e a redução do papel social do Estado. Página 3

A força que vem das ruas

Nas ruas, trabalhadores protestam contra a política neoliberal do governo Temer, que

só beneficia os mais ricos em detrimento da maior parte da população

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, de 10.11.2017 a 12.11.20172 CONTRA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA

População deve se unir ao movimento sindical para barrar medida retrógradaANA BEATriz [email protected]

manoel porto

Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIO

Ou luta ou não se aposenta

informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. Diretor de imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-Bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - [email protected] responsável: rogaciano Medeiros - reg. MTE 879 DrT-BA. Chefe de reportagem: rose lima - reg. MTE 4645 DrT-BA. repórteres: Ana Beatriz leal - reg. MTE 4590 DrT-BA e renata Andrade- reg. MTE 4409 SrTE-BA . Estagiária em jornalismo: Bárbara Aguiar e Felipe Iruatã . Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

O TRABALhADOR que quiser garantir o direito de aposentar terá de intensificar a luta. O governo Temer manobra para apro-var a qualquer custo a reforma da Previ-dência, que aumenta a idade mínima para a aposentadoria de 65 anos, no caso dos ho-mens, e 62 anos, para as mulheres.

A medida acaba com a possibilidade de aposentadoria exclusivamente por tempo de serviço no INSS (Instituto Social de Seguro Nacional). Também estabelece que o tem-po mínimo de contribuição do trabalhador deve ser de 25 anos, recebendo 70% do salá-rio. Atualmente, são exigidos 15 anos. Caso

o cidadão queira receber o benefício inte-gral, terá de contribuir por 40 anos.

Mas, a realidade brasileira não condiz com as regras que o governo quer impor. Por conta da rotatividade do emprego, o trabalhador com carteira assinada da ini-ciativa privada contribui, em média, por apenas nove meses por ano. Para cumprir a meta da reforma de 25 anos, portanto, se-riam necessárias 300 contribuições men-sais, ou seja, mais de 33 anos.

Os números deixam claro que a refor-ma da Previdência é inviável e só prejudi-ca o brasileiro. O único beneficiado será o grande capital. O mercado de planos pre-videnciários particulares, certamente, irá turbinar e o cidadão será forçado a recor-rer à iniciativa privada se quiser garantir a aposentadoria.

Como o governo ainda não tem unani-midade no Congresso Nacional para apro-var a medida, a sociedade deve se unir ao

Descaso total da CaixaA DIREÇÃO da Caixa não mostra interesse em resolver os problemas dos empregados. Não dá nem mesmo garantia de emprego. A questão sobre a mudança no modelo de custeio do plano de saúde também ficou sem resposta, durante reunião realizada ontem. Um claro exemplo de descaso.

A Comissão Executiva dos Empregados reivindicou ainda que as incorporações fos-sem mantidas, após a entrada em vigor da nova legislação trabalhista. De novo, a di-reção da empresa nada falou. Sem boa von-tade da Caixa, a negociação foi suspensa e permanece sem acordo.

Na quarta-feira, depois das mobilizações dos empregados, a direção do banco aceitou transformar o Conselho de Usuários em deliberativo. No entanto, com um voto de minerva e a segregação contábil das contas.

Outras reivindicações foram atendidas: a manutenção dos valores do Saúde Caixa, sem aumento abusivo, e o modelo de cus-teio até 31 de dezembro de 2019. A Comis-são Executiva dos Empregados garantiu ainda a criação de um grupo de trabalho para debater o contencioso da Funcef.

O ASSéDIO moral é um assunto que me-rece atenção. O Sindicato dos Bancários da Bahia está sempre vigilante e cobra dos bancos uma política eficaz contra a prática. As boas iniciativas também são bem vistas.

Na manhã de ontem, os diretores da enti-dade participaram de palestra sobre comba-te ao assédio moral, promovida pela Supe-rintendência de RH e Relações Sindicais do Safra, na unidade do Comércio, em Salvador.

À tarde, o evento aconteceu na agência Iguatemi e contou com a participação do presidente do Sindicato, Augusto Vascon-celos. "Os bancários estão entre as catego-

movimento sindical e ampliar a mobiliza-ção para derrubar a proposta. Sem luta, é o fim da aposentadoria.

Palestra no Safra discute assédiorias que mais adoecem em decorrência da pressão por metas. O cuidado com a saúde do trabalhador é nossa prioridade", disse.

Estudo realizado do MPT (Ministério Público do Trabalho) mostra que 78% das denúncias recebidas entre 2012 e 2014 fo-ram relacionadas à prática.

"O combate ao assédio que adoece e mu-tila é fundamental e precisa contar não só com ação sindical. Os trabalhadores devem estar conscientes no local de trabalho, obri-gando o patrão a ter uma postura corretiva diante desses casos", afirma o diretor regio-nal do SBBA, Reinaldo Martins.

Reforma da Previdência é o fim da aposentadoria

Sindicato participou de palestra sofre combate ao assédio moral nas unidades do Safra

joão ubaldo

o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, de 10.11.2017 a 12.11.2017 3MOBILIzAÇÃO NACIONAL

Hoje, trabalhadores protestam contra a agenda neoliberal rOSE liMA [email protected]

norma cria várias formas de contrato e de condições de trabalho

reinaldo canato

em defesa do brasil e dos direitos do povo

IMAGINE você sair de casa às 7h da manhã para trabalhar, não ter horário de almoço e não saber que horas será libe-rado, pois a demanda é alta e “para ontem”. Depois de um mês nessa rotina alucinante, ainda recebe um salário rebai-xado. Essa realidade não está distante para o brasileiro. Pelo contrário. Com a nova lei tra-balhista, em vigor a partir de sábado, situações como essa serão frequentes.

A norma cria várias formas de contrato, de jornadas e de condições de trabalho, retiran-do direitos e permitindo a fle-xibilização até dos salários. Os trabalhadores também ficam mais expostos à coerção das empresas. Com o negociado so-

bre o legislado, o empregador vai poder impor tudo e com o aval da lei que dá toda seguran-ça para as empresas usarem e descartarem o funcionário, na hora que quiserem.

Buscar os direitos na Justi-ça fica quase impossível, pois a reforma estabelece restrições para impedir que o trabalha-dor busque apoio. Mas, como mostra a história, não há re-sultado definitivo. O jogo so-cial e político deve ser jogado

todos dias. Seja nas ruas, nas escolas, nas rodas de conver-sa na mesa de um bar. O cená-rio pode mudar e o que parece derrota pode, um pouco mais à frente, se transformar em uma grande vitória. Mas é preciso mobilizar.

Mobilização nacionalTRABALhADORES de todo o Brasil organizam protes-tos hoje contra as reformas trabalhista, da Previdência e retirada de direitos. Os ban-cários também participam e paralisam as atividades até o meio dia. A categoria denun-cia o desmonte dos bancos públicos, que tem o objetivo a privatização das instituições.

As atividades começam às

5h30 com manifestação no polo Industrial de Camaçari. Às 6h, o ato acontece na en-trada da Estação da Lapa, na região do Dique do Tororó. A partir das 11h tem passeata do Campo Grande ao Comércio. Ainda acontecem protestos nas sedes da Justiça do Tra-balho e da Previdência Social. A resistência é fundamental para barrar retrocessos.

Brasileiros rejeitam legislaçãoA REFORMA trabalhista é re-jeitada por 81% dos brasileiros. A ampla maioria, 67%, consi-dera que a mudança beneficia apenas as empresas. Outros 15% dizem que não é boa para ninguém. A pesquisa é do Ins-tituto Vox Populi.

Somente 6% aprovam as al-terações contidas na lei 13.467 e 5% não aprovam nem desa-provam. Outros 8% não sabem ou não responderam. A refor-ma foi rejeitada por 89% dos entrevistados da região Sudes-te, maior índice. No Nordes-te, a rejeição às mudanças é de 81%, no Centro-Oeste/Norte, 78%, e no Sul, 60%.

A reforma altera mais de 100 pontos da CLT (Consolidação

das Leis do Trabalho). Entre os itens, negociações individu-ais entre patrões e empregados, sem a presença do sindicato, para assinar acordos de demis-são, jornada de trabalho, banco de horas, parcelamento de férias e intervalos para amamentação.

Precarização compromete a economiaOS ATAqUES do governo Temer aos direitos dos tra-balhadores prejudicam a economia do país. A lei tra-balhista, por exemplo, acaba com conquistas importantes e abre caminho para a eleva-ção da jornada de trabalho, sem aumento do salário. Pelo contrário. A tendência é o empregador tentar reduzir a remuneração do trabalhador.

O corte de direitos certa-mente vai precarizar o traba-lho. De acordo com o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, será uma árdua tarefa conduzir o crescimen-to econômico com melhor distribuição de renda e me-lhoria de salários com a reti-rada de tantos direitos.

Estudo do Banco Mundial mostra que 45,5 milhões de brasileiros vivem abaixo da li-nha da pobreza. O número de pessoas pobres subiu em 2015, após algumas décadas de que-da. Quase 22% vivem com uma média de R$ 500,00 ao mês.

Nova lei trabalhista alterou mais de 100 pontos da ClT. Um retrocesso

Legislação trabalhista é um atraso

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, de 10.11.2017 a 12.11.20174

SAqUE

BANCO DO BRASIL

instituição colocou r$ 7,9 bilhões nos cofres. Está sólido FABiANA [email protected]

lucro mostra. a reestruturação não faz sentido

PERDÃO O ex-ministro Ciro Gomes voltou a criticar Lula, des-ta vez por defender o “perdão” aos golpistas. “Ele perdoa, eu não”, disse o presidenciável do PDT. "O golpe não foi contra ele, foi con-tra a nação, a democracia. Como vamos sustentar que houve um golpe de Estado no Brasil, se 'São Lula' perdoou? Eu não perdoei”.

SANGRIA Nos bastidores, o que se fala é que a troca no co-mando da Polícia Federal - sai Leandro Daiello entra Fernando Segóvia - teria sido acertada logo depois da prisão de Geddel Viei-ra Lima, flagrado com R$ 51 milhões escondidos em um aparta-mento em Salvador. O núcleo duro do governo se assustou, ficou com medo de ser atingido pelas consequências do fato e os des-dobramentos de novas investigações. “Estancar a sangria”, como disse Romero Jucá.

CRIMINALIDADE Veículos de comunicação que desempe-nharam papel preponderante no golpe jurídico-parlamentar-mi-diático do ano passado, a Globo e a Abril, editora da ultradireitis-ta revista Veja, estão incluídos no tal Paradise Papers. Resumindo, mantêm esquemas em paraísos fiscais para maximizar os lucros e fugir das responsabilidades legais. Enfim, cometem crimes de sonegação, evasão de divisa e lavagem de dinheiro.

ELITISMO O escândalo envolvendo o apresentador global William Waack, flagrado em atitude racista, expressa o pensa-mento elitista dos barões da mídia, o qual orienta toda a linha editorial de veículos poderosos no controle da opinião pública como a própria Globo, Veja, SBT, Estadão, Record, Band, Folha e alguns outros. O mesmo cartel de comunicação que instrumen-talizou o golpe do ano passado.

PELEGAGEM A nova legislação trabalhista, que entra em vi-gor amanhã, tem a rejeição da maioria da população. Pesquisa Vox Populi encomendada pela CUT mostra que para 67% dos brasi-leiros, as mudanças só beneficiam os patrões. Na conta do golpe.

INCONVENIENTE Bem que Sérgio Moro, o mandarim de Curitiba, poderia dar uma lida na entrevista da professora de Di-reitos Humanos da Universidade Pablo de Olavide, na Espanha, Carol Proner, à revista Carta Capital. A jurista afirma que ”a ideia de juiz-herói não convém à democracia”.

O BANCO do Brasil obteve lucro líquido de R$ 7,9 bi-lhões entre janeiro e setem-bro deste ano, crescimento de 11,8% ante o mesmo período de 2016. O resultado é extra-ordinário, sobretudo diante do cenário de crise política e econômica no país. O número derruba qualquer justificativa do governo Temer para o des-monte, que piora as condições de trabalho e de atendimento nas agências.

A política imposta por Te-mer nas estatais é de cortes. Quanto mais reduzir a impor-tância das empresas públicas, melhor. Com isso, 543 unida-des do BB foram fechadas em todo o país. O número de fun-cionários também caiu. Cer-

ca de 10 mil deixaram o banco por meio do plano de incentivo à aposentadoria.

O balanço mostra ainda que no terceiro trimestre - julho a setembro - o lucro foi de R$ 2,841 bilhões, elevação de 8,5% ante os três meses anteriores e de 26,5% na comparação com o mesmo intervalo de tempo do ano passado.

O BB informa que 72% das transações realizadas hoje são por meio virtual, outra es-tratégia do governo, que in-veste pesado nos clientes de alta renda e deixa a popula-ção mais carente desassistida, comportamento típico de um banco privado. Em setembro, a instituição financeira tinha 13 milhões de usuários do mo-bile banking. A meta é chegar a 15 milhões ainda neste ano.

Protesto no BB em São Sebastião do PasséBANCáRIOS e moradores de São Sebastião do Passé realiza-ram uma ampla manifestação para cobrar a reabertura da agên-cia do Banco do Brasil, ontem.

Foram coletadas assinaturas para formalizar uma representa-ção ao Ministério Público para que a agência reabra o mais rápi-do possível. O Sindicato tem per-corrido todo o Estado contra o fechamento de diversas agências dos bancos públicos que prejudi-ca toda a população.

“Estive com o superintenden-te do BB, na segunda-feira, que se comprometeu em reavaliar o fechamento da unidade, a partir de algumas exigências. O Sindi-cato não vai dar trégua enquan-to de fato a agência não voltar a funcionar”, avisa o presidente da entidade, Augusto Vasconcelos.

O ato contou com a presença dos vereadores Capitão Ander-son e Andrade, do prefeito, dou-tor Breno, e outros vereadores do município.

o bb fechou 543 unidades e cortou quase 10 mil vagas em todo o país

Manifestação participativa cobra reabertura de agência do Banco do Brasil

manoel porto