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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CENTRO DE PROCESSOS SELETIVOS MOBILIDADE ACADÊMICA INTERNA 2009 EDITAL N.º 03/2009 CIÊNCIAS DAS HUMANIDADES I (21 de junho de 2009) BOLETIM DE QUESTÕES LEIA COM MUITA ATENÇÃO AS INSTRUÇÕES SEGUINTES. 1 Este BOLETIM DE QUESTÕES contém e 40 questões objetivas: 10 de Língua Portuguesa, 10 de Matemática, 10 de História e 10 de Geografia. Cada questão apresenta cinco alternativas de resposta, identificadas com as letras (A), (B), (C), (D) e (E). Apenas uma é correta. 2 Esta prova está redigida conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990). 3 Confira se, além deste BOLETIM DE QUESTÕES, você recebeu o CARTÃO-RESPOSTA destinado à marcação das respostas das questões objetivas. 4 Confira se a prova está completa e sem falhas. Caso exista algum problema, comunique-o imediatamente ao fiscal de sala. 5 Verifique se o seu nome e o número de sua inscrição conferem com os dados contidos no CARTÃO-RESPOSTA. Em caso de divergência, notifique imediatamente o fiscal de sala. 6 Após a conferência, assine seu nome no espaço próprio do CARTÃO-RESPOSTA. 7 A marcação do CARTÃO-RESPOSTA deve ser feita com caneta esferográfica de tinta preta. 8 O CARTÃO-RESPOSTA não pode ser dobrado, amassado, rasurado, manchado ou conter qualquer registro fora dos locais destinados às respostas. Não é permitida a utilização de qualquer espécie de corretivo. O cartão só será substituído se contiver falha de impressão. 9 O CARTÃO-RESPOSTA é o único documento considerado na avaliação. O BOLETIM DE QUESTÕES deve ser usado apenas como rascunho e não valerá, sob hipótese alguma, para efeito da correção. 10 Quando terminar a prova, entregue ao fiscal de sala este BOLETIM DE QUESTÕES e o CARTÃO-RESPOSTA e assine a LISTA DE PRESENÇA. Sua assinatura deve corresponder àquela que consta no seu documento de identificação. 11 O tempo disponível para a prova é de quatro horas, com início às 8 horas e término às 12 horas, observado o horário de Belém-PA. Se você for portador de necessidades educativas especiais, disporá de 1 (uma) hora a mais para fazer a prova, desde que tenha comunicado previamente a sua necessidade ao CEPS. 12 Reserve os 20 minutos finais destinados à prova para a marcação do CARTÃO-RESPOSTA. __________________________________________________ ______________________ NOME DO(A) CANDIDATO(A) N.º DE INSCRIÇÃO MOBA Interna Edital N.º 03/2009

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CENTRO DE PROCESSOS SELETIVOS

MOBILIDADE ACADÊMICA INTERNA 2009 EDITAL N.º 03/2009

CIÊNCIAS DAS HUMANIDADES I

(21 de junho de 2009)

BOLETIM DE QUESTÕES

LEIA COM MUITA ATENÇÃO AS INSTRUÇÕES SEGUINTES.

1 Este BOLETIM DE QUESTÕES contém e 40 questões objetivas: 10 de Língua Portuguesa, 10 de Matemática, 10 de História e 10 de Geografia. Cada questão apresenta cinco alternativas de resposta, identificadas com as letras (A), (B), (C), (D) e (E). Apenas uma é correta.

2 Esta prova está redigida conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990).

3 Confira se, além deste BOLETIM DE QUESTÕES, você recebeu o CARTÃO-RESPOSTA destinado à marcação das respostas das questões objetivas.

4 Confira se a prova está completa e sem falhas. Caso exista algum problema, comunique-o imediatamente ao fiscal de sala.

5 Verifique se o seu nome e o número de sua inscrição conferem com os dados contidos no CARTÃO-RESPOSTA. Em caso de divergência, notifique imediatamente o fiscal de sala.

6 Após a conferência, assine seu nome no espaço próprio do CARTÃO-RESPOSTA.

7 A marcação do CARTÃO-RESPOSTA deve ser feita com caneta esferográfica de tinta preta .

8 O CARTÃO-RESPOSTA não pode ser dobrado, amassado, rasurado, manchado ou conter qualquer registro fora dos locais destinados às respostas. Não é permitida a utilização de qualquer espécie de corretivo. O cartão só será substituído se contiver falha de impressão.

9 O CARTÃO-RESPOSTA é o único documento considerado na avaliação. O BOLETIM DE QUESTÕES deve ser usado apenas como rascunho e não valerá, sob hipótese alguma, para efeito da correção.

10 Quando terminar a prova, entregue ao fiscal de sala este BOLETIM DE QUESTÕES e o CARTÃO-RESPOSTA e assine a LISTA DE PRESENÇA. Sua assinatura deve corresponder àquela que consta no seu documento de identificação.

11 O tempo disponível para a prova é de quatro horas , com início às 8 horas e término às 12 horas, observado o horário de Belém-PA. Se você for portador de necessidades educativas especiais, disporá de 1 (uma) hora a mais para fazer a prova, desde que tenha comunicado previamente a sua necessidade ao CEPS.

12 Reserve os 20 minutos finais destinados à prova para a marcação do CARTÃO-RESPOSTA.

__________________________________________________ ______________________ NOME DO(A) CANDIDATO(A) N.º DE INSCRIÇÃO

MOBA Inter na Edital N.º 03/2009

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MOBILIDADE ACADÊMICA INTERNA 2009

EDITAL N.º 03/2009

MOBA Interna 2009 2 Humanidades I

LÍNGUA PORTUGUESA

Leia o texto abaixo para responder às questões de 1 a 10.

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36

A arte de ser velho

É curioso como, com o avançar dos anos e o aproximar da morte, vão os homens fechando portas atrás de si, numa espécie de pudor de que o vejam enfrentar a velhice que se aproxima. Pelo menos entre nós, latinos da América, e sobretudo, do Brasil. E talvez seja melhor assim; pois se esse sentimento nos subtrai em vida, no sentido de seu aproveitamento no tempo, evita-nos incorrer em desfrutes de que não está isenta, por exemplo, a ancianidade entre alguns povos europeus e de alhures.

Não estou querendo dizer com isso que todos os velhinhos sejam nenhuma flor que se cheire. Temo-los tão pilantras como não importa onde, e com a agravante de praticarem seus malfeitos com menos ingenuidade. Mas, como coletividade, não há dúvida que os velhinhos brasileiros têm mais compostura que a maioria da velhorra internacional (tirante, é claro, a China), embora entreguem mais depressa a rapadura.

Talvez nem seja compostura; talvez seja esse pudor de que falávamos acima, de se mostrarem em sua decadência, misturado ao muito freqüente sentimento de não terem aproveitado os verdes anos como deveriam. Seja como for, aqui no Brasil os velhos se retraem daqueles seus semelhantes que, como se poderia dizer, têm a faca e o queijo nas mãos. Em reuniões e lugares públicos não têm sido poucas as vezes em que já surpreendi olhares de velhos para moços que se poderiam traduzir mais ou menos assim: “Desgraçado! Aproveita enquanto é tempo porque não demora muito vais ficar assim como eu, um velho, e nenhuma dessas boas olhará mais sequer para o teu lado...”

Isso, aqui no Brasil, é fácil sentir nas boates, com exceção de São Paulo, onde alguns cocorocas ainda arriscam seu pezinho na pista, de cara cheia e sem ligar ao enfarte. No Rio é bem menos comum,e no geral, em mesa de velho não senta broto, pois, conforme reza a máxima popular, quem gosta de velho é reumatismo. O que me parece, de certo modo, cruel. Mas, o que se vai fazer? Assim é a mocidade – ínscia, cruel e gulosa em seus apetites. Como aliás, muito bem diz também a sabedoria do povo: homem velho e mulher nova, ou chifre ou cova.

Na Europa, felizmente para a classe, a cantiga soa diferente. Aliás, nos Estados Unidos dá-se, de certo modo, o mesmo. É verdade que no caso dos Estados Unidos a felicidade dos velhos é conseguida um pouco à base da vigarista; mas na Europa não. Na Europa, vêem-se meninas lindas nas boates dançando cheek-to-cheek com verdadeiros macróbios, e de olhinho fechado e tudo. Enquanto que nos Estados Unidos eu creio seja mais... cheek-to-cheek. Lembro-me que em Paris, no Club St. Florentin, onde eu ia bastante, havia na pista um velhinho sempre com meninas diferentes. O “matusa” enfrentava qualquer parada, do rock ao chá-chá-chá e dançava o fino, com todos os extravagantes passinhos com que os gauleses enfeitam as danças do Caribe, sem falar no nosso samba. Um dia, um rapazinho folgado veio convidar a menina do velhinho para dançar e sabem o que ela disse? – isso mesmo que vocês estão pensando e mais toda essa coisa. E enquanto isso, o velhinho de pé, o peito inchado, pronto para sair na física.

Eu achei a cena uma graça só, mas não sei se teria sentido o mesmo aqui no Brasil, se ela se tivesse passado no Sacha´s com algum parente meu. Porque, no fundo, nós queremos os nossos velhinhos, em casa, em sua cadeira de balanço, lendo Michel Zevaco ou pensando na morte próxima, como fazia meu avô. Velhinho saliente é muito bom, muito bom, mas de avô dos outros. Nosso não.

Moraes, Vinicius de. Para viver um grande amor. Crônicas e Poemas. 1991.

MARQUE A ÚNICA ALTERNATIVA CORRETA NAS QUESTÕES DE 1 A 40.

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EDITAL N.º 03/2009

MOBA Interna 2009 3 Humanida des I

1 O texto “A arte de ser velho” tem como um de seus propósitos

(A) refletir sobre os temores da velhice.

(B) condenar os relacionamentos na velhice.

(C) estimular os velhos a relacionarem-se com jovens.

(D) defender o direito do velho de se relacionar com jovens.

(E) comparar os velhos brasileiros aos de outra nacionalidade.

2 Da leitura do texto depreende-se que

(A) na velhice há muita ingenuidade.

(B) os velhos, de modo geral, sentem-se inferiores aos mais jovens.

(C) os velhos são muito infelizes por não ter vivido como deveriam.

(D) os homens, mais do que as mulheres, temem encarar a velhice.

(E) a velhice é um momento muito prazeroso em países da Europa.

3 A ideia apresentada no segundo parágrafo é a de que os velhinhos brasileiros são

(A) mais pilantras do que os europeus.

(B) mais acomodados do que os chineses.

(C) mais amargurados do que os americanos.

(D) mais coerentes do que a velhorra internacional.

(E) mais ingênuos neste momento da vida do que na mocidade.

4 De acordo com o texto, é correto afirmar que, no Brasil, a velhice está intimamente associada ao/à

(A) enfado.

(B) inatividade.

(C) pilantragem.

(D) enfermidade.

(E) degradação moral.

5 O trecho em que se observa um julgamento positivo em relação à atitude dos velhos é

(A) “[...] com o avançar dos anos e o aproximar da

morte, vão os homens fechando portas atrás de si.” (linhas 01 e 02)

(B) “[...] aqui no Brasil os velhos se retraem daqueles seus semelhantes que, como se poderia dizer, têm a faca e o queijo nas mãos.” (linhas 12 e 13)

(C) “[...] em mesa de velho não senta broto.” (linha 19)

(D) “[...] quem gosta de velho é reumatismo.” (linha 19)

(E) “[...] o velhinho de pé, o peito inchado, pronto para sair na física.” (linha 32)

6 Em relação ao trecho abaixo, julgue as afirmativas apresentadas a seguir.

“Na Europa, felizmente para a classe, a cantiga soa diferente. Aliás, nos Estados Unidos dá-se, de certo modo, o mesmo. É verdade que no caso dos Estados Unidos a felicidade dos velhos é conseguida um pouco à base da vigarista; mas na Europa não.” (linhas 23 a 25)

I. O termo “vigarista” refere-se ao modo pelo qual os velhinhos buscam sua felicidade.

II. A expressão “felizmente” aponta para a condição de alegria em que se encontra a classe dos velhinhos.

III. Na expressão “a felicidade dos velhinhos”, o termo “dos velhinhos” refere-se ao possuidor do sentimento de felicidade.

IV. No enunciado “Aliás, nos Estados Unidos dá-se, de certo modo, o mesmo.”, o vocábulo “aliás” expressa retificação.

Estão corretas as afirmativas

(A) I e II.

(B) II e IV.

(C) I, II e III.

(D) I, III e IV.

(E) II, III e IV.

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EDITAL N.º 03/2009

MOBA Interna 2009 4 Humanida des I

7 O segmento em destaque que NÃO restringe o significado do termo anterior é

(A) “[...] a velhice que se aproxima .” (linha 02)

(B) “[...] nenhuma flor que se cheire .” (linha 06)

(C) “[...] talvez seja esse pudor de que falávamos acima [...]” (linha 10)

(D) “[...] não têm sido poucas as vezes em que já surpreendi olhares de velhos para moços que se poderiam traduzir mais ou menos assim : [...]” (linhas 13 e 14)

(E) “É verdade que no caso dos Estados Unidos a felicidade dos velhos é conseguida um pouco à base da vigarista; [...]” (linhas 24 e 25)

8 As expressões em destaque revelam avaliações do autor em relação ao assunto tratado EXCETO em

(A) “É curioso como, com o avançar dos anos e o

aproximar da morte, vão os homens fechando portas atrás de si, numa espécie de pudor de que o vejam enfrentar a velhice que se aproxima.” (linhas 01 e 02)

(B) “Mas, como coletividade, não há dúvida que os velhinhos brasileiros têm mais compostura que a maioria da velhorra internacional [...]” (linhas 08 e 09)

(C) “No Rio é bem menos comum, e no geral , em mesa de velho não senta broto,[...]” (linhas 18 e 19)

(D) “O que me parece , de certo modo, cruel.” (linha 20)

(E) “Na Europa, vêem-se meninas lindas nas boates dançando cheek-to-cheek com verdadeiros macróbios, e de olhinho fechado e tudo .” (linhas 25 e 26)

9 Entende-se que os parênteses empregados no segundo parágrafo (linhas 06 a 09) servem ao propósito de

(A) indicar o discurso de uma outra pessoa.

(B) separar uma informação que não merece atenção.

(C) inserir uma ressalva sobre o comportamento dos chineses.

(D) inserir no texto um esclarecimento a respeito da velhorra internacional.

(E) realçar a informação sobre o preconceito contra os velhinhos da China.

10 Do trecho em destaque

“Eu achei a cena uma graça só, mas não sei se teria sentido o mesmo aqui no Brasil, se ela se tivesse passado no Sacha´s com algum parente meu. Porque, no fundo, nós queremos os nossos velhinhos, em casa, em sua cadeira de balanço, lendo Michel Zevaco ou pensando na morte próxima, como fazia meu avô. Velhinho saliente é muito bom, muito bom, mas de avô dos outros. Nosso não.” (linhas 33 a 36)

pode-se inferir que o autor

(A) reprova a velhice.

(B) lamenta a atitude de seu avô.

(C) demonstra preconceito contra os velhos.

(D) questiona ser a velhice um momento de acomodação.

(E) valoriza a atitude de seu avô, por sua dedicação à leitura.

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MOBILIDADE ACADÊMICA INTERNA 2009

EDITAL N.º 03/2009

MOBA Interna 2009 5 Humanida des I

MATEMÁTICA Leia o texto seguinte para responder às questões 11 e 12. O gráfico abaixo, retirado do sítio do National Snow and Ice Data Center (http://nsidc.org), mostra a série anual das médias do mês de abril da área da camada de gelo existente no Oceano Ártico, medida em milhões de km2, a partir de 1979. A linha reta contínua mostra que a extensão de gelo diminui, em média, 42.400 km2 por ano.

11 Tendo como referência o ano de 2009 e considerando a média mostrada no gráfico, é correto afirmar que, no mês de abril, a cobertura de gelo do Oceano Ártico haverá desaparecido pela primeira vez em um período

(A) de 380 anos ou maior.

(B) menor que ou igual a 200 anos.

(C) maior que 260 e menor que 320 anos.

(D) maior que 200 e menor que 260 anos.

(E) maior que 320 e menor que 380 anos.

12 Na década 2009-2019, em abril, a área de gelo diminuirá

(A) 1,1%.

(B) 1,7%.

(C) 2,3%.

(D) 2,9%.

(E) 3,5%.

13 Em um grupo de 50 pessoas que viajam de ônibus, avião ou carro, 23 viajam de ônibus, 32 de avião, 19 de carro, 15 de avião e carro, 18 de avião e ônibus, e 12 de carro e ônibus. O número de pessoas que viajam de avião, carro e ônibus é

(A) 17.

(B) 21.

(C) 33.

(D) 35.

(E) 37.

14 As placas de automóveis, no Brasil, com três letras e quatro algarismos, são suficientes para emplacar, considerando-se um alfabeto de 23 letras, um número

(A) maior que 400 milhões de automóveis.

(B) maior que 100 milhões de automóveis.

(C) maior que 100 milhões e menor que 200 milhões de automóveis.

(D) maior que 300 milhões e menor que 400 milhões de automóveis.

(E) maior que 200 milhões e menor que 300 milhões de automóveis.

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EDITAL N.º 03/2009

MOBA Interna 2009 6 Humanidad es I

Considere o texto e os dados fornecidos abaixo para responder às questões 15 e 16. Um produtor agrícola teve o seguinte desempenho na colheita (em razas) e na venda (em reais) de sua produção mensal de açaí, nos anos de 2007 e 2008, respectivamente:

Mês Produção

2007 Venda

2007 Produção

2008 Venda

2008 janeiro 278 4170 210 2428 fevereiro 91 1427 96 1786 marco 25 415 53 1155 abril 14 194 37 805 maio 32 265 53 831 junho 37 401 101 1173 julho 141 1111 144 1835 agosto 262 2018 281 3718 setembro 266 2996 417 5088 outubro 315 3575 828 9694 novembro 589 6207 545 5981 dezembro 458 4133 134 1710 Total 2508 26912 2899 36204

15 Com base nos dados podemos afirmar que (A) a entressafra do açaí ocorre entre agosto e

dezembro.

(B) o preço médio do açaí foi menor em 2008 devido à maior produção.

(C) o preço médio do açaí teve aumento inferior a 15% de 2007 para 2008.

(D) o preço médio do açaí teve aumento acima de 16% de 2007 para 2008.

(E) os meses de maior produção em 2007 corresponderam aos meses de maior produção em 2008.

16 O gráfico que representa a produção de açaí em 2007 é (A)

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

100

200

300

400

500

600

(B)

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

100

200

300

400

500

600

(C)

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

100

200

300

400

500

600

(D)

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

100

200

300

400

500

600

(E)

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

100

200

300

400

500

600

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MOBA Interna 2009 7 Humanidad es I

Considere a situação abaixo para responder às questões 17 e 18. As vendas de uma empresa vêm crescendo conforme os valores apresentados na tabela abaixo: Ano Vendas

(em milhões de R$) Taxa de crescimento

(em %) 2005 10,00 - 2006 11,00 10 2007 12,32 12 2008 14,04 14

17 Considerando que a taxa de crescimento varia como uma função afim, as vendas da empresa em 2009 serão de aproximadamente

(A) R$ 2 milhões a mais que em 2008.

(B) R$ 2,2 milhões a mais que em 2008.

(C) R$ 16,01 milhões.

(D) R$ 16,29 milhões.

(E) 18% superiores às vendas da empresa em 2008.

18 O gráfico contínuo em coordenadas cartesianas que representa o crescimento anual das vendas tem a forma do gráfico de uma função (A) afim.

(B) logaritmo.

(C) quadrática.

(D) exponencial.

(E) arcotangente.

19 Uma empresa de eletrodomésticos trabalha com cinco modelos de fogões e sete modelos de geladeiras. Se a produção dos doze modelos ocorrer na mesma quantidade, ao retirarmos 8 produtos, a probabilidade de obtermos 3 fogões e 5 geladeiras é (A) 1/2.

(B) 3/7.

(C) 8/15.

(D) 1/195.

(E) 14/33.

20 Três papeis A, B e C na bolsa tiveram

rendimento x, y e z, respectivamente. Um primeiro investidor aplicou 40% de seu capital em A, 20% em B e 40% em C, obtendo um retorno de 7,5% em seu capital. Um segundo investidor aplicou 30% de seu capital em A, 40% em B e 30% em C, obtendo o mesmo retorno de 7,5% em seu capital. Um terceiro investidor aplicou 20% de seu capital em A, 40% em B e 40% em C, obtendo um retorno de 7,6% em seu capital. É correto afirmar que:

(A) o papel que obteve maior rendimento foi o A.

(B) o papel que obteve o menor rendimento foi o C.

(C) todos os papeis obtiveram o mesmo rendimento.

(D) os papeis A e B obtiveram o mesmo rendimento.

(E) o papel B obteve como rendimento a média dos rendimentos dos papeis A e C.

HISTÓRIA

21 Os relatos europeus sobre os índios tupinambás da costa do Brasil, no século XVI, registram o estranhamento dos portugueses em relação aos modos de guerrear dos índios. Sobre o papel tradicional da guerra nas comunidades indígenas da costa do Brasil, é correto afirmar:

(A) A guerra tinha por função a escravização para

compor a força de trabalho nas plantações de açúcar das aldeias.

(B) Como no Velho Mundo, a guerra era essencialmente um mecanismo para conquistar território e riquezas de outros grupos.

(C) Na verdade, os conflitos armados não existiam entre os grupos indígenas Tupi, pois as aldeias viviam em harmonia, já que todas elas eram ligadas por relações de parentesco.

(D) Os conflitos eram gerados pelos intensos embates familiares, para composição dos grupos que se tornariam hegemônicos em relação ao poder político (as chefias) e religioso (os pajés).

(E) A guerra tinha um papel fundamental nesses grupos indígenas. Por meio dela se obtinham os prisioneiros sacrificados no ritual antropofágico, cerimônia essencial para as sociedades da costa brasileira.

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EDITAL N.º 03/2009

MOBA Interna 2009 8 Humanidad es I

22 Em seu romance histórico Ivanhoé, publicado em 1819, Walter Scott refere-se ao fato de que, entre os vários grupos que compuseram a múltipla sociedade inglesa durante o período medieval, os saxões eram, mais do que outros povos, dispostos a acreditar em superstições. Essa referência remete a uma característica fundamental do mundo medieval no que diz respeito à religião. Sobre as práticas religiosas da população medieval, é correto afirmar: (A) O processo de cristianização do Ocidente

medieval foi tão acentuado que se traduziu em uma obediência rígida aos ditames da Igreja Católica.

(B) Apesar de um rígido controle eclesiástico, a religião medieval compunha-se de um emaranhado de legados incorporados das crenças dos povos germânicos e também do mundo clássico.

(C) Apesar do controle da Igreja, velhas tradições heréticas orientais, como a dos albigenses, conseguiram se infiltrar até mesmo dentro da estrutura eclesiástica, minando pouco a pouco o seu poder.

(D) Graças à ação da Inquisição medieval, os poucos focos de práticas religiosas não-católicas foram dizimados, razão pela qual a Idade Média conheceu a supremacia absoluta das práticas religiosas católicas.

(E) Como reflexo do mundo feudal e descentralizado, a religião apresentava-se esfacelada, pois cada feudo seguia suas próprias crenças religiosas, oriundas das tradições dos povos germânicos que destruíram o império romano.

23 Leia atentamente o relato de uma prática de diversão romana.

"Relatos dos antigos afirmam que nove mil animais foram mortos durante a inauguração do Coliseu e mais 11 mil nas comemorações da vitória de Trajano sobre a Dácia, em 107 d.C […]. Os animais eram necessariamente capturados vivos, bem-cuidados e alimentados até pouco antes do espetáculo, quando deveriam aparecer fortes e ameaçadores".

(DUARTE, Regina Horta. História & Natureza. Belo Horizonte: Autêntica, 2005, p. 36)

Sobre a prática de utilizar animais em espetáculos, é correto afirmar que (A) essa prática destaca as verdadeiras matanças de

animais praticadas pelos povos antigos, especialmente na Grécia, como aponta o texto.

(B) essa prática aponta a importância de espetáculos grandiosos para os romanos e, ao mesmo tempo, revela que os significados atribuídos aos animais não foram sempre os mesmos em cada sociedade.

(C) esses espetáculos eram possíveis em razão do grande número de animais selvagens existentes nas florestas romanas, a exemplo dos leões e elefantes, muito utilizados em números artísticos com gladiadores.

(D) os grandes imperadores romanos esforçavam-se para oferecer ao povo espetáculos grandiosos, mas, ao mesmo tempo, exportavam animais para este fim para todo o mundo antigo, a exemplo do Egito, da Fenícia, da Grécia e da civilização Maori.

(E) essa prática, que é um exemplo da chamada política do "pão e circo", se estendeu com espetáculos de batalhas entre homens e animais no Coliseu romano, até meados do século XIX, quando foi considerada pouco moderna.

24 Sobre as condições que favoreceram o surgimento da Revolução Industrial na Inglaterra, leia o texto de E. Hobsbawm transcrito abaixo.

“Sob qualquer aspecto, este foi provavelmente o mais importante acontecimento na história do mundo, pelo menos desde a invenção da agricultura e das cidades. E foi iniciado pela Grã-Bretanha. É evidente que isto não foi acidental”.

(HOBSBAWM, Eric. A era das revoluções. Europa, 1789-1848. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977, p. 45)

Acerca da Revolução Industrial, é correto afirmar que

(A) a siderurgia foi o primeiro setor a ser

industrializado, depois da indústria têxtil, em decorrência das inúmeras minas de ouro e bauxita existentes no solo inglês.

(B) a indústria contava com grandes minas de carvão e uma mão-de-obra disponível em decorrência dos altos salários que as indústrias ofereciam aos operários da indústria metalúrgica.

(C) no território britânico existiam estradas e portos aparelhados que facilitavam o escoamento da produção agrícola, além de um forte mercado consumidor localizado nas ilhas do Pacífico.

(D) a tecelagem foi primordial para o desenvolvimento da indústria britânica considerando-se que o governo inglês oferecia uma série de vantagens às indústrias que se instalassem nas colônias britânicas.

(E) havia uma mão-de-obra disponível em decorrência dos cercamentos dos campos e da modernização da agricultura, além dos recursos financeiros acumulados pelos setores agrários e comerciais.

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25 O texto abaixo retrata uma cena descrita pelo pastor Daniel Kidder, que visitou Belém alguns anos após a Cabanagem.

“Os pontos principais da cidade são continuamente policiados e a quem quer que se aproxime depois de oito horas da noite, a sentinela grita logo 'Quem vem lá?' – Deve-se então responder 'É amigo'. O guarda replica: 'Passe ao largo!' e o pedestre obedece. Instalados que estávamos em frente ao quartel, nossos ouvidos se familiarizaram com essas frases que a espaços se repetiam pela noite adentro”.

(KIDDER, Daniel. Reminiscências de viagens e permanência no Brasil (Províncias do Norte). São Paulo: Livraria Martins, 1943, p. 170)

Sobre esse contexto pós-cabano, é correto afirmar: (A) Com o fim da Cabanagem há um importante

crescimento da força da polícia local, que passava a contar com um contingente privilegiado de escravos negros trazidos da África especialmente para este fim.

(B) Visando combater as desordens locais, o fim da Cabanagem é marcado pelo alistamento compulsório de muitos escravos e índios nas forças policiais, subordinados aos diretores das aldeias.

(C) O fim da Cabanagem colocava as autoridades locais em alerta com medo de outras possíveis revoltas. O policiamento nas ruas e a instituição dos “Corpos de Trabalhadores” são exemplos de medidas de controle social.

(D) O fim da Cabanagem, em 1835, coincide com o grande boom das exportações de borracha para o mercado internacional; daí a presença de muitos negociantes estrangeiros na cidade e a importância do policiamento para atender a esses comerciantes.

(E) O término da Cabanagem na Província do Pará representou um tempo de tranquilidade e de ordem em Belém, marcado pela presença de muitos viajantes estrangeiros, pelo crescimento do comércio e por uma despreocupação das autoridades em relação à segurança.

26 Sobre os vários produtos existentes na América Portuguesa, leia o seguinte relato de Frei Vicente do Salvador (1564-1639?).

"É o Brasil mais abastado de mantimentos que quantas terras há no mundo, porque nele se dão os mantimentos de todas as outras. Dá-se trigo em São Vicente em muita quantidade […]. Dá-se também em todo o Brasil muito arroz, que é o mantimento da Índia Oriental, e muito milho zaburro que é das Antilhas e Índia Ocidental. Dão-se muitos inhames grandes, que é mantimento de São Tomé e Cabo Verde, e outros […], e muitas batatas, as quais plantadas uma só vez sempre fica a terra inçada delas."

(VICENTE DO SALVADOR, Frei. História do Brasil: 1500-1627. 7ª ed. Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia/EdUSP, 1982, p. 62)

Considerando as informações do religioso, contemporâneo dos primeiros tempos da presença portuguesa no Brasil, é correto afirmar: (A) Os descobrimentos promoveram uma intensa

troca de produtos entre as diversas partes do mundo que então passaram a se interconectar graças às navegações.

(B) O sucesso da agricultura no Brasil, como atesta o texto de Frei Vicente do Salvador, transformou a América portuguesa na parte mais importante do Império para a Coroa portuguesa, no século XVI.

(C) A importação de tubérculos da Europa, como a batata e a mandioca, marcou a economia das terras americanas, inclusive porque permitiu a reexportação desses produtos para África por meio do tráfico negreiro.

(D) Como era um território incomparavelmente mais fértil que a Europa, o Brasil foi responsável pelo abastecimento de produtos, como o trigo, que se tornaram fundamentais na dieta de Portugal e de vários outros países.

(E) As capitanias de São Tomé e Cabo Verde, na costa do Brasil, tornaram-se as principais exportadoras de produtos americanos para o resto do mundo, fazendo a riqueza das terras americanas de Portugal.

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27 Em 1895, o juiz baiano Arlindo Leone pede providências ao presidente do estado da Bahia, Luis Viana, contra “um tal Antonio Conselheiro que no sertão de Canudos vai erigindo uma sociedade mística desligada do poder público, recusando-se ao pagamento de impostos e ao cumprimento da lei”. (CHAGAS, Carlos. O Brasil sem retoque – 1808-1964. Rio de Janeiro: Record, 2001, vol. 1, p. 214). A reclamação do juiz baiano era consequência de uma das iniciativas públicas tomadas por Antonio Conselheiro quando este liderou um(a) (A) queima das tábuas com os editais dos novos

impostos republicanos, os quais viriam a agravar o estado de penúria dos pobres, o que levou as autoridades a considerar Antônio Conselheiro uma ameaça à estabilidade da República.

(B) movimento de arrecadação de donativos para a construção da Igreja de Santo Antônio, cujo chefe espiritual seria o próprio Conselheiro, por considerar os vigários locais uns exploradores da população sertaneja.

(C) movimento de cobrança de dízimos para a igreja do Arraial de Canudos ao mesmo tempo em que pregava o boicote ao pagamento dos impostos que o governo baiano cobrava de todos os sertanejos, indistintamente.

(D) revolta no sertão pernambucano chamada de “Quebra-quilo”, como uma forma de obrigar o governo republicano a adotar uma padronização dos pesos e medidas que os comerciantes usavam de maneira abusiva.

(E) rebelião contra as autoridades eclesiásticas baianas que insistiam em não reconhecer as práticas do catolicismo popular muito comum entre os sertanejos, especialmente a cobrança de dízimos para as ações sociais do Arraial de Canudos.

28 Embora a década de 1970 representasse um marco inicial no processo de abertura política, ainda era comum observar nas ruas das cidades brasileiras a circulação de carros com adesivos estampados com dizeres como

Este adesivo é uma alusão à(ao) (A) campanha pelo fim do terrorismo e das guerrilhas

urbanas que sequestraram embaixadores estrangeiros e mataram inúmeros seguidores da doutrina socialista.

(B) luta pela redemocratização do país liderada pelos partidos de esquerda, como o PMDB, e pela Igreja Católica, cujo braço forte era a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

(C) antipatriotismo imputado àqueles que lutavam contra a ditadura militar e que, por serem considerados “agentes subversivos” e “inimigos da pátria”, deveriam ser expurgados do país.

(D) momento de prosperidade econômica do Brasil, no qual os opositores do regime que não compactuavam com a política neoliberal de redistribuição de renda eram convidados a sair do país.

(E) campanha pela saída do país de operários e de artistas como Chico Buarque, que lideravam as greves dos metalúrgicos do ABC paulista e de intelectuais ligados a movimentos de retorno político de João Goulart.

29 A dissolução da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, foi assim relatada:

“ Meia-noite de 25 de dezembro de 1991: a bandeira vermelha, com a foice e o martelo, está sendo substituída no mastro principal do Kremlin pelo pavilhão tricolor da Federação Russa”

(COELHO, Lauro Machado. O fim da União Soviética. Dez anos que abalaram o mundo. São Paulo: Ática, 2003, p. 9).

O fracasso da experiência socialista da URSS está assentado, em vários motivos, como (A) o fracasso do regime comunista em Cuba, o

avanço tecnológico responsável pela atração de capital estrangeiro e a acumulação de capitais pela burocracia estatal soviética, especialmente durante a glasnost.

(B) o movimento oposicionista na Hungria fortalecido pelo surgimento do sindicato Solidariedade, a reestruturação da economia da Europa Oriental favorecida pela exploração das minas de carvão do Leste Europeu.

(C) o período de estagnação econômica do Oeste Europeu aliado à flexibilização da política por Boris Yeltsin, o que levou à eclosão de movimentos separatistas de repúblicas comunistas que desejavam a implantação do capitalismo.

(D) o excesso de controle das quinze repúblicas soviéticas, a permanente intervenção militar soviética nos países da região dos Bálcãs, a resistência da Igreja Católica polonesa e a força do movimento operário russo como o sindicato Solidariedade.

(E) o controle rígido da economia pela burocracia estatal, a ineficiência econômica, o excesso de opressão, a corrupção da burocracia do partido que controlava o Estado, os sentimentos nacionalistas que levaram à explosão de movimentos separatistas e o fracasso das reformas implementadas por Gorbachev.

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30 Leia atentamente o fragmento abaixo.

“Rosa, morena miúda, calçava 33. Chamava-se Maria Célia Corrêa, tinha 26 anos, estudara na Faculdade Nacional de Filosofia. Cristina, cearense de rosto redondo, abandonara o curso de biologia da Universidade Federal Fluminense. Despedira-se dos pais dizendo-lhes que talvez não a tivessem de volta. Ambas chegaram ao Araguaia em 1971, para mudar o mundo. Viviam em casebres e davam aulas para as crianças do lugar”

(GASPARI, Elio. A Ditadura Escancarada. São Paulo: Companhia das Letras, 2002, p. 399)

O fragmento retrata as características de jovens arregimentadas pelo PC do B para a região do Araguaia, onde deveriam ajudar na implantação de um foco de resistência à Ditadura Militar. Esse movimento, conhecido como a Guerrilha do Araguaia, tinha como orientação a(o) (A) fechamento das principais estradas da região

amazônica aos estrangeiros que desejavam transformar a Amazônia em uma região atrelada ao capitalismo internacional.

(B) organização de núcleos guerrilheiros na região do Bico de Papagaio, com a participação de colonos e índios que viviam na região, explorados pelos madeireiros assentados pelo INCRA.

(C) integração às comunidades de modo que aprendessem com os nativos os segredos da floresta e, sobretudo, as táticas de guerrilha que estavam acostumados a exercitar contra os índios da região.

(D) recrudescimento da luta armada na região do sudeste paraense contra as multinacionais que haviam transformado a área em principal fornecedora de produtos primários para o mercado interno.

(E) organização de um movimento armado, de inspiração maoísta e foquista, em região de floresta, o que se constituiria em um obstáculo maior às forças de repressão, de onde partiriam para a instalação de uma ordem socialista no Brasil.

GEOGRAFIA

31 Segundo Milton Santos,

“o processo de globalização acarreta a mundialização do espaço geográfico, cujas principais características são, além de uma tendência à formação de um meio técnico, científico e informacional [...], a aceleração de todas as formas de circulação e seu papel crescente na regulação das atividades localizadas, com o fortalecimento da divisão territorial e da divisão social do trabalho”.

SANTOS, M. Técnica, espaço, tempo: globalização e meio técnico-científico informacional. São Paulo: Hucitec, 1994. p. 50. (Col. Geografia: Teoria e Realidade, 25).

Sobre essas características da mundialização do espaço geográfico, identifique a alternativa INCORRETA.

(A) O recorte horizontal e vertical dos territórios.

(B) O abandono do critério da produtividade espacial na escolha das localizações das estruturas produtivas.

(C) A tensão crescente entre localidade e globalidade à proporção que avança o processo de globalização.

(D) A exacerbação das especializações produtivas no nível do espaço.

(E) A transformação dos territórios nacionais em espaços nacionais da economia internacional.

32 Leia o texto abaixo sobre a constituição dos novos circuitos que orientam a produção do meio técnico-científico.

“Como a localização das diversas etapas do processo produtivo [...] pode doravante ser dissociada e autônoma, aumentam as necessidades de complementação entre lugares, gerando circuitos produtivos e fluxos [...]”.

SANTOS, M. Técnica, espaço, tempo: globalização e meio técnico-científico informacional. São Paulo: Hucitec, 1994. p. 128. (Col. Geografia: Teoria e Realidade, 25)

Desse novo momento do meio técnico-científico, Milton Santos distingue dois novos circuitos definidores do processo produtivo, que são os

(A) circuitos de energia e circuitos produtivos.

(B) circuitos de informação e circuitos de energia.

(C) circuitos produtivos e circuitos de cooperação.

(D) circuitos de circulação e circuitos de produção.

(E) circuitos de produção e circuitos de informação.

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33 Sobre o processo de globalização, Milton Santos afirma:

“Onde os nexos científicos, tecnológicos, informacionais são importantes, temos aquele meio técnico-científico-informacional, uma porção do território onde as racionalidades dos agentes hegemônicos se tornam possíveis e se dão eficazmente”.

SANTOS, M. Técnica, espaço, tempo: globalização e meio técnico-científico informacional. São Paulo: Hucitec, 1994. p. 67. (Col. Geografia: Teoria e Realidade, 25)

Identifique corretamente os dados constitutivos pensados pelo autor para dar conta da nova realidade sócio-espacial. (A) lugar, tempo mundo e espaço mundo.

(B) tecnoesfera, psicoesfera e unidade técnica.

(C) verticalidades, horizontalidades e psicoesfera.

(D) unicidade da tecnoesfera, verticalidades e horizontalidades.

(E) unicidade do motor, convergência dos momentos e unidade técnica.

34 Leia o seguinte texto sobre o processo de produção do espaço geográfico.

“O espaço é formado por um conjunto indissociável, solidário e também contraditório, entre sistemas de objetos e sistemas de ações, não considerados isoladamente, mas como um quadro único no qual a história se dá. Sistemas de objetos e sistemas de ações interagem”.

SANTOS, M. Técnica, espaço, tempo: globalização e meio técnico-científico informacional. São Paulo: Hucitec, 1994. p. 111. (Col. Geografia: Teoria e Realidade, 25)

Esses sistemas articulados constituem os elementos fundantes do conceito de espaço geográfico, que hoje, com a ampliação e o adensamento da técnica, se manifesta como meio técnico-científico-informacional. As dinâmicas socioprodutivas que formam esse meio técnico-científico estão indicadas corretamente na alternativa. (A) espaço e lugar.

(B) lugar e território.

(C) tecnoesfera e psicoesfera.

(D) horizontalidades e verticalidades.

(E) regiões do mandar e regiões do fazer.

35 Em sua obra Técnica, Espaço e Tempo, Milton Santos propõe uma nova categoria analítica aos estudos da ciência geográfica:

“O espaço ganhou uma nova dimensão. [...] Essa é uma nova dimensão do espaço, uma verdadeira quinta dimensão”.

SANTOS, M. Técnica, espaço, tempo: globalização e meio técnico-científico informacional. São Paulo: Hucitec, 1994. p. 38. (Col. Geografia: Teoria e Realidade, 25)

A qual categoria analítica Milton Santos está se referindo?

(A) lugar

(B) cotidiano.

(C) psicoesfera.

(D) verticalidades.

(E) tempo mundo.

36 Leia o texto abaixo sobre o processo de rápida modernização da Amazônia durante o Regime Militar brasileiro.

“O regime militar, com seu projeto de rápida modernização da sociedade e do território, levou ao auge a economia de fronteira. Para tanto, o Estado desenvolveu uma tecnologia espacial impondo sobre o território uma malha de duplo controle, técnico e político. [...] O governo federal assumiu diretamente o processo de modernização, implantando rapidamente a malha planejada”

(BECKER. B. Redefinindo a Amazônia: O vetor tecno-ecológico. In: CASTRO, I. et alli. Brasil. Questões atuais da reorganização do território. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996. p. 225).

É INCORRETO afirmar que a implantação da “malha programada” pelo Estado brasileiro na década de 1970 priorizou

(A) grandes redes de integração espacial.

(B) superposição de territórios federais aos territórios estaduais.

(C) subsídios ao fluxo de capital para apropriação privada da terra.

(D) incentivos à imigração para ocupar o território e formar mão-de-obra.

(E) incentivos fiscais para a implementação de projetos agroindustriais de produção de soja.

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37 Segundo Bertha Becker, “o vetor tecno-ecológico tem atuado no sentido de transformar a Amazônia numa fronteira do novo padrão de desenvolvimento sustentável” (BECKER. B. Redefinindo a Amazônia: O vetor tecno-ecológico. In: CASTRO, I. et alli. Brasil. Questões atuais da reorganização do território. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996. p. 241).

Nesse processo de transição da antiga economia de fronteira para o novo padrão de desenvolvimento, Becker destaca alguns fatores importantes para compreensão. Avalie a esse respeito os itens abaixo:

I. Diversidade de caminhos caracteriza o desenvolvimento sustentável, que não deve ser entendido como um produto final e homogêneo seu, e, sim, como um processo de mudança.

II. A reestruturação contemporânea não decorre apenas das estratégias globais do capital, mas da ação de múltiplos atores, inclusive das sociedades territorialmente localizadas.

III. A diminuição da participação de agentes externos à realidade local, como as ONGs, e a abertura estimulada pelo Estado brasileiro dos investimentos de capital privado da indústria madeireira e dos investimentos minerais.

IV. O futuro do vetor tecnoecológico na Amazônia é imprevisível. Constitui uma incógnita, não por seu caráter recente e experimental, mas pelos problemas das relações entre os lugares, pela articulação global-local e pela dificuldade de acesso da região aos mercados.

V. Dada a complexidade das relações entre os lugares, o desenvolvimento sustentável tem que ser perseguido em sistemas abertos, sendo inútil pensar em sustentabilidade por isolamento. No caso da Amazônia, as redes de apoio externo tem sido condição de sua existência.

Os fatores destacados por Becker são os referidos na alternativa (A) I, II e III.

(B) I, II e IV.

(C) II, IV e V.

(D) I, II, IV e V.

(E) I, III, IV e V.

38 Na obra O Brasil. Território e sociedade no início do século XXI (2001), Milton Santos e Maria Laura Silveira propõem uma classificação das bacias brasileiras segundo critérios hidrográficos, de usos sociais e econômicos.

Sobre os múltiplos usos das bacias hidrográficas brasileiras é INCORRETO afirmar:

(A) A bacia Pantanal corresponde ao transporte de

carga granulada, de peles de caça e de moradores da região.

(B) Pela bacia do Sudeste circulam os produtos agrícolas produzidos nas áreas sulinas.

(C) A bacia Amazônica é utilizada para a importação de óleo diesel e veículos terrestres.

(D) A bacia do São Francisco é utilizada para transporte de produtos minerais e de soja.

(E) A bacia do Prata se define pelo transporte de sementes, trigo e cimento.

39 Leia o trecho abaixo sobre a nova dinâmica regional brasileira.

“A noção de desigualdade territorial persiste nas condições atuais. Todavia produzir uma tipologia de tais diferenciações é, hoje, muito mais difícil do que nos períodos históricos precedentes. As desigualdades territoriais do presente têm como fundamento um número de variáveis bem mais vasto, cuja combianação produz uma enorme gama de situaçõe de difícil classificação”.

(SANTOS, M. & SILVEIRA, M. Brasil: território e sociedade no início do século XXI. São Paulo: Record, 2001, p. 259).

Os elementos componentes da caracterização apresentada pelos autores para explicar essa nova dinâmica são:

(A) a fluidez e a viscosidade do território; os

arranjos produtivos locais; os circuitos de produção.

(B) as zonas de convergência técnica; a tecnoesfera; as zonas de densidade e rarefação; as metrópoles.

(C) os espaços luminosos e os espaços opacos; a tecnoesfera e a psicoesfera; o tempo mundo e o espaço mundo.

(D) as zonas de expansão comercial; as zonas de retração urbana; os circuitos espaciais da produção; as zonas de convergência técnica.

(E) as zonas de densidade e rarefação; a fluidez e a viscosidade do território; os espaços de rapidez e lentidão; os espaços luminosos e os espaços opacos.

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40 Sobre a dinâmica regional brasileira, leia o texto abaixo e julgue as afirmativas a seguir.

“A partir do momento em que o território brasileiro se torna efetivamente integrado e se constitui como mercado único, o que à primeira vista aparece como evolução divergente é, na verdade, um movimento convergente. [...] Essa lógica é dada pela divisão territorial do trabalho em escala nacional, que privilegia diferentemente cada fração em dado momento de sua evolução”.

(SANTOS, M. & SILVEIRA, M. Brasil: território e sociedade no início do século XXI. São Paulo: Record, 2001. p. 273).

I. O Sudeste absorve de forma rápida os processos de modernização dos usos do território, desde os primeiros momentos da mecanização do espaço, bem como adapta-se melhor aos interesses do capital.

II. A região Centro-Oeste apresenta-se reativa aos novos movimentos da urbanização e aos novos usos do território, resultado do longo processo de ocupação via pecuária extensiva e das práticas arcaicas de uso do cerrado.

III. A região Sul reúne áreas de povoamento mais antiga, incorporadas à civilização mecânica desde fins do século XIX, e outras cuja incorporação tardia à civilização técnica lhes permitiu um desenvolvimento urbano mais rápido.

IV. Nas áreas pouco povoadas do Norte e do Centro-Oeste, a modernidade se implanta sobre o vazio e desse modo não encontra o obstáculo das heranças. Essas áreas se mantiveram praticamente pré-mecânicas até trinta ou quarenta anos atrás.

V. No Nordeste a introdução de inovações materiais e sociais irá encontrar grande resistência de um passado materializado nas formas espaciais e sociais, o que gera certo atraso ao processo de desenvolvimento e incorporação do território.

Estão corretas as afirmativas (A) I, III e V.

(B) II, IV e V.

(C) I, II, III e IV.

(D) I, III, IV e V.

(E) II, III, IV e V.