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Brasília Setembro/2011 MJ - 2011 Integrantes: Paulo Abrão – Secretário Nacional de Justiça Fernanda dos Anjos - SNJ Frederico de Morais Andrade Coutinho - SNJ (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) Ministério da Justiça Grupo de Trabalho – Entidades Sociais Portaria MJ nº 1.007, de 14 de junho de 2011 Relatório Final

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Brasília

Setembro/2011

MJ - 2011

Integrantes:

Paulo Abrão – Secretário Nacional de Justiça Fernanda dos Anjos - SNJ Frederico de Morais Andrade Coutinho - SNJ (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...)

Ministério da Justiça

Grupo de Trabalho – Entidades Sociais Portaria MJ nº 1.007, de 14 de junho de 2011

Relatório Final

Grupo de Trabalho - Entidades Sociais – Ministério da Justiça Portaria MJ nº 1.007, de 14 de junho de 2011

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO

2. HISTÓRICO - Das iniciativas preliminares à constituição do GT/MJ

3. PREMISSAS

4. DADOS

5. DIAGNÓSTICO

5.1. Qualificação (OSCIP) / Declaração (UPF) / Autorização (OES)

5.2. Mecanismos de Supervisão da Qualificação / Declaração / Autorização

5.3. Instrumentos de Parceria

5.4. Avaliações e Pesquisas

5.5. Estrutura da Administração Interna

6. PROPOSTAS

6.1. Para aprovação do Ministro

6.2. Para avaliação do Ministro visando o encaminhamento ao grupo de trabalho da Secretaria

Geral da Presidência da República.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

8. ANEXOS

I. Portaria MJ nº 1.007/2011

II. Memórias das reuniões

III. Contribuições das unidades aos trabalhos do grupo

IV. Minuta do Decreto de Organizações Estrangeiras

V. Programação e Degravação dos Colóquios

VI. Diagnóstico planificado

Grupo de Trabalho - Entidades Sociais – Ministério da Justiça Portaria MJ nº 1.007, de 14 de junho de 2011

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1. INTRODUÇÃO

O Excelentíssimo Senhor Ministro de Estado da Justiça editou a Portaria nº 1.007, de 14 de

junho de 2011, instituindo Grupo de Trabalho com a finalidade de realizar análise das ações do

Ministério da Justiça relativas aos processos e fluxos de qualificação e de titulação das entidades

sociais, analisar a legislação atual atinente ao tema e propor, se necessário, alterações legislativas,

além de desenhar mecanismos para aprimorar o sistema de controle e supervisão (art. 1º).

O contexto de instituição do referido Grupo de Trabalho partiu da necessidade de se promover

uma agenda de debates quanto aos assuntos pertinentes às Entidades Sociais e seus mecanismos de

controle e fiscalização; a importância de analisar o marco regulatório hoje existente sobre as Entidades

Sociais e eventual necessidade de seu aprimoramento; bem como, a relevância de ampliar o exercício

do controle social e democrático sobre a atuação do Estado e das entidades sociais.

É de se ressaltar o ineditismo da iniciativa que congrega diversos setores do Ministério da

Justiça, cada qual com suas competências e expertises, para ao fim produzir uma consideração una.

Após os estudos do Conselho Consultivo da Comunidade Solidária que resultaram nas Leis das

Organizações Sociais (Lei nº 9.637, de 1998) e na Lei das Organizações da Sociedade Civil de

Interesse Público – OSCIPs (Lei nº 9.790, de 1999), é a primeira iniciativa de diagnóstico panorâmico

das organizações da sociedade civil, com vistas a buscar sugestões e aperfeiçoamento do marco

regulatório para o setor.

O Grupo de Trabalho é coordenado pelo Secretário Nacional de Justiça, Dr. Paulo Abrão, e

composto pelos seguintes membros, além da Secretaria do GT:

I- Pela Secretaria Nacional de Justiça (SNJ):

a) Fernanda Alves dos Anjos;

b) Frederico de Morais Andrade Coutinho;

c) Davi Ulisses Brasil Simões Pires;

II- Pelo Gabinete do Ministro de Estado da Justiça (GM), Magda Fernanda Medeiros

Fernandes;

III- Pela Secretaria de Assuntos Legislativos (SAL), Anna Cláudia Pardini Vazzoler;

IV- Pela Secretaria Executiva (SE), Byron Prestes Costa;

V- Pela Assessoria Especial de Controle Interno (AECI), Ronaldo Alves Nogueira;

VI- Pela Consultoria Jurídica (CONJUR), Tatiana Malta Vieira; e,

Grupo de Trabalho - Entidades Sociais – Ministério da Justiça Portaria MJ nº 1.007, de 14 de junho de 2011

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VII- Pelo Programa de Transparência, Mariana Delgado de Carvalho Silva.

O Grupo contou, ainda, com a colaboração dos seguintes servidores públicos federais:

Rommel Carneiro (CONJUR), Ricardo Átila (DRCI/SNJ), Arnaldo Silveira (DRCI/SNJ), Osvaldo Martins

de Morais Filho (AECI), João Guilherme Lima Granja Xavier da Silva (SNJ), Marcelo Veiga (SNJ),

Oscar Apolônio (DEJUS/SNJ), Paula Jacobson (DEJUS/SNJ), Renata Braz (DEJUS/SNJ), Vitor Viena

(DEJUS/SNJ) e Juscelino Castro (DEJUS/SNJ).

O grupo iniciou seus trabalhos em 21 de junho de 2011, tendo detalhado seu cronograma e

programa de trabalho, definindo o seguinte escopo para sua atuação:

� analisar a legislação referente às ações do Ministério da Justiça relativas aos processos e

fluxos de qualificação e de titulação das entidades sociais, e autorização de funcionamento

no país de organizações estrangeiras sem fins lucrativos, assim como, propor, se

necessário, alterações legislativas;

� desenhar mecanismos para aprimorar o sistema de controle e supervisão das entidades

sociais;

� promover interlocuções com outros órgãos e instituições para levantamento e identificação

dos pontos de interesse e de tensão para a estruturação de um sistema de supervisão da

qualificação como de interesse público;

� pautar-se nas ações e diretrizes discutidas pelo GTI sobre o tema desenvolvido no âmbito

da Secretaria Geral da Presidência da República;

� analisar os resultados de estudos e pesquisas recentes sobre o tema;

� consultar as organizações internacionais, especialistas na área, bem como as entidades

sociais; e

� discutir sistemáticas de consultas públicas sobre o tema.

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A seguir apresenta-se o cronograma de trabalho seguido:

Reuniões junho Julho agosto setembro

I Reunião 21/06/2011

II Reunião 06/07/2011

III Reunião 20/07/2011

IV Reunião 03/08/2011

V Reunião 10/08/2011

VI Reunião 24/08/2011

VII Reunião 31/08/2011

VIII Reunião 08/09/2011

Com o objetivo de promover uma reflexão mais ampla, bem como, contribuir para a

qualificação das discussões do GT, foram convidados especialistas do governo e também da

sociedade civil para apresentarem suas considerações sobre o tema em dois colóquios realizados nos

dias 03 e 10 de agosto de 2011.

O primeiro Colóquio, com a participação de órgãos/entidades do governo, contou com os

seguintes convidados:

� Controladoria-Geral da União (CGU) – José Eduardo Elias Romão;

� Receita Federal do Brasil (RFB) – Ronan de Oliveira;

� Ministério Público Federal (MPF) – Eugênio Aragão; e

� Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) – Valéria Salgado.

E o segundo Colóquio, com a participação de entidades e estudiosos sobre o tema, contou

com os seguintes convidados:

� Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) – Elisabete Ferrarezi;

� Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e Universidade Católica de Brasília

– José Eduardo Sabo Paes;

� Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – Laís Figueiredo;

� Instituto Via Pública – Pedro Paulo Martoni Branco;

� Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais – ABONG - Helda Oliveira; e

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� Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP) – Cristina Gross Villanova.

Para orientar os trabalhos dos Colóquios, que tinham por objetivo promover uma reflexão e

contribuir para a qualificação das discussões do GT constituído para elaboração de diagnóstico e proposta de

aprimoramento dos mecanismos de qualificação e supervisão de Entidades Sociais, foram apresentadas as

seguintes questões orientadoras aos convidados:

� Qual a percepção sobre o marco regulatório hoje existente sobre as Entidades

Sociais e eventual necessidade de seu aprimoramento?

� Quais as fragilidades/limites no modelo atual de cooperação Estado – Entidades

Sociais?

� Como ampliar o exercício do controle social e democrático sobre a atuação do

Estado e das entidades sociais?

As discussões realizadas no âmbito dos Colóquios e as contribuições apresentadas pelos

convidados foram sistematizadas e registradas em formato de memória e compõem o Anexo 4 do

presente Relatório.

Cumpre registrar que paralelamente ao desenvolvimento das atividades do GT/MJ,

representantes da Secretaria Nacional de Justiça e da Secretaria de Assuntos Legislativos deste

Ministério passaram a acompanhar o grupo de estudos instituído no âmbito da Secretaria-Geral da

Presidência da República para a estruturação de uma Plataforma de Trabalho para o Marco do

Terceiro Setor. O referido grupo, recentemente previsto no Decreto n º 7.568, de 16 de setembro de

2011, reuniu-se por quatro oportunidades até o presente momento, tendo a interface na representação

dos dois grupos contribuído para o avanço das discussões que processaram no âmbito do GT/MJ e

vice-versa.

Além da registrada agenda de trabalhos, o Grupo definiu como Produtos a serem entregues

como resultado de seus trabalhos, os seguintes:

a) Avaliação/Diagnóstico das sistemáticas de qualificação/titulação (Tópico 6);

b) Elaboração de cenários de alteração normativa concernentes aos aperfeiçoamentos

identificados no diagnóstico;

c) Formulação de proposta sistemática de supervisão.

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2. HISTÓRICO – Das iniciativas preliminares à constituição do GT/MJ

Preliminarmente à instituição do grupo de trabalho, a Secretaria Nacional de Justiça iniciou, em

janeiro deste ano, um processo de discussão sobre o tema das entidades do terceiro setor e as

relações de cooperação entre Estado e Sociedade, bem como sobre as potencialidades de atuação do

Ministério da Justiça nesta agenda. Assim, a SNJ realizou uma primeira reunião contando com a

participação de representantes de diversas unidades do MJ, como a Secretaria Executiva, a Assessoria

Especial de Controle Interno, o Programa de Transparência, a Consultoria Jurídica, a Secretaria de

Assuntos Legislativos e o Gabinete do Ministro.

Posteriormente, articulou-se a participação das referidas unidades na Oficina do Terceiro Setor

realizada pelo IPEA, em 24 de janeiro, para apresentação dos resultados das pesquisas realizadas por

aquele Instituto em parceria com várias instituições, como o Instituto Polis, CEBRAP, Unitrabalho,

Action Aid, ISER, INESC e pesquisadores de ponta da academia brasileira na temática das ONGs e

sua participação em políticas públicas, como Leilah Landim e Adriana Lavalle. Essa rede tem

trabalhado com dados como o SICONV, bem como produzidos estudos de caso que revelam as

potencialidades e os limites da cooperação entre Estado e Terceiro Setor. Um dos temas do pano de

fundo é o marco regulatório hoje existente e sua adequação.

Além disso, a SNJ propôs um Painel no IV Congresso do CONSAD, realizado em Brasília, de

25 a 27 de maio de 2011, denominado “Relações de parceria entre Estado e Terceiro Setor nas

perspectivas normativas e de execução” – painel 31.

Ainda que de maneira incipiente, foi possível assinalar algumas fragilidades no sistema de

qualificação/declaração e autorização de entidades sociais. Algumas inerentes a própria deficiência

legislativa e visando saná-las foi realizada reunião com a Secretaria de Assuntos Legislativos e a

Consultoria Jurídica para construção de normativo no âmbito das organizações estrangeiras.

Assim, foram ainda realizadas reuniões temáticas sobre as autorizações de funcionamento das

organizações estrangeiras no país para o aperfeiçoamento do marco normativo e para a construção de

uma minuta de decreto visando os grandes eventos. Participaram dos debates a Secretaria Nacional

de Justiça, a Secretaria de Assuntos Legislativos e a Consultoria Jurídica do Ministério da Justiça. A

proposta de Decreto foi finalizada e deverá ser submetida ao Gabinete do Ministro de Estado da

Justiça para análise e aprovação, e encaminhamento ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e

Comércio e ao Ministério das Relações Exteriores, para posterior envio à Casa Civil.

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Registra-se que outro ponto sensível já identificado de maneira preliminar foi a questão da

fiscalização e para contribuir com esta temática foi realizada reunião de articulação externa com a

Controladoria Geral da União para colher sugestões e disponibilizar a base de dados do Cadastro

Nacional de Entidades1 – CNEs ao “sistema nacional de informação e participação” em gestação (cf.

art. 102 da LDO), além de propor parceria em processo de supervisão e fiscalização de entidades

sociais. Ainda com este foco houve a participação na reunião do programa de capacitação de combate

a lavagem de dinheiro e a corrupção (São Paulo) sobre terceiro setor.

Cumpre ainda registrar as iniciativas adotadas pela Secretaria Nacional de Justiça em razão da

demanda da Presidência da República, informando a realização das seguintes providências:

1 – Constituição de Grupo de Trabalho no âmbito do MJ para propor modificações e aperfeiçoamento ao processo de qualificação e supervisão das OSCIPs; 2 – Minuta de Portaria instituindo competência para a Ouvidoria do MJ recepcionar oficialmente denúncias relativas às irregularidades nas qualificações das OSCIPS – minuta de portaria elaborada e enviada ao Gabinete do Ministro. 3 – Proposta de Convênios com órgãos de controle, poder judiciário, governos estaduais, TCU e CGU para intercâmbio de informações e interoperabilidade de dados de OSCIPS – minuta de oficio ministerial, bem como minuta de acordo de cooperação enviado ao Gabinete do Ministro. 4 – Preparação de minuta de exposição de motivos e de redação de Medida Provisória para tornar obrigatória a prestação de contas anual das OSCIPS junto ao CNEs, sob pena de desqualificação.

Por fim, registram-se ainda os compromissos internacionais assumidos pelo governo brasileiro

perante os organismos multilaterais internacionais.

O Grupo de Ação Financeira – GAFI, é o principal organismo inter-governamental de combate

à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. O GAFI congrega as principais economias

mundiais e conta com o apoio, entre outros, do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional,

seus observadores, e do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que editou a Resolução Nº

1675/2005, a qual “insta fortemente” o cumprimento das suas recomendações.

1 Cadastro Nacional de Entidades de Utilidade Pública – CNEs/MJ, administrado pelo DEJUS/SNJ, para inscrição das entidades sociais qualificadas e tituladas no âmbito do Ministério da Justiça e daquelas que, não possuindo qualquer qualificação ou titulação, necessitem de reconhecimento estatal para a captação e utilização de recursos públicos. É um sistema eletrônico que facilita a comunicação entre Estado, entidades e sociedade. O Cadastro desburocratiza, padroniza e dá transparência aos relatórios de prestação de contas de entidades qualificadas como Oscips, UPFs e Organizações Estrangeiras, além de aumentar a participação da sociedade na avaliação das políticas públicas. Ver: Portaria SNJ nº 24, de 11 de outubro de 2007.

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O Grupo possui uma recomendação específica no que se refere ao relacionamento dos

Estados com as instituições sem fins lucrativos. O Brasil, como membro desse grupo, se submete a

avaliações periódicas sobre a temática, tendo a última ocorrido em meados de 2010, sendo que a

próxima ocorrerá em meados de 2012. O Brasil também se submete ao mesmo critério avaliador em

face do papel de membro fundador do espelho regional daquele grupo, o GAFISUD.

No que se refere à recomendação específica sobre as entidades sem fins lucrativos, o Brasil

recebeu o conceito “não cumprido”, pois não possuía mecanismos para atender aos quesitos da

avaliação. O GT entende que alguns itens das recomendações são relevantes de serem atendidos no

contexto nacional, o que poderá também contribuir para a melhora da nota global do Brasil.

Os avaliadores constataram a ausência de um ponto de contato e de procedimentos do

Governo Brasileiro que pudessem responder aos pedidos internacionais sobre a matéria. Detectaram a

inexistência de um registro unificado das entidades sem fins lucrativos e também a falta de uma

legislação que obrigasse essas entidades a manter documentos hábeis a comprovar seus registros

contábeis por pelo menos 5 (cinco) anos. Por derradeiro, detectaram a inexistência de eventos

governamentais de capacitação e do lançamento de cartilhas e guias de boas práticas que alertassem

sobre os riscos do financiamento ao terrorismo internacional.

Frente às constatações apresentadas, foram propostas ações e iniciativas de âmbito

governamental visando a melhor avaliação do Brasil perante os organismos internacionais multilaterais.

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3. PREMISSAS

Com o objetivo de dar maior consistência e coerência às suas propostas, o GT discutiu uma

série de premissas que balizaram seus trabalhos. Como ponto inicial dessas discussões, analisou-se

um texto-base produzido pela Presidenta da República, quando de sua campanha, denominado “Carta

às Organizações da Sociedade Civil”.

Nesse documento, foram expressas quais seriam as linhas de atuação do governo no que se

refere ao relacionamento entre o Estado e a sociedade:

� Fortalecimento institucional e político das organizações da sociedade civil;

� Aprofundamento das relações e criação de condições mais adequadas para as

parcerias;

� Respeito à autonomia, à liberdade de associação e organização da sociedade;

� Transparência, probidade e integridade no tratamento do interesse público; e

� Superação da cultura e da convivência clientelista.

Nesse contexto, o GT entendeu ser conveniente a formalização de uma política pública a fim

de aprimorar a relação entre o Estado e a sociedade civil organizada, de modo a concretizar os

direcionamentos governamentais. A referida política deverá sistematizar problemáticas mais

transversais, inclusive as que não constituíram objeto do estudo deste GT como:

� Tributação (imunidades, isenções);

� Auto-regulação;

� Fomento;

� Monitoramento e supervisão das organizações sociais pelo Estado.

Nesse sentido, o Ministério da Justiça contribuirá para a formatação da Política junto à

Secretaria Geral da Presidência. Além dessa contribuição, o GT apresenta algumas propostas mais

imediatas, que visam o aprimoramento incremental de modelos atualmente existentes, em grande parte

sob a responsabilidade do próprio Ministério da Justiça.

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4. DADOS

4.1. Das Entidades Acreditadas pelo Ministério da Justiça

Com a finalidade de revelar o alcance no trato da temática da “Acreditação”2 das entidades

sociais pelo poder público, passamos a apresentar os dados sobre as instituições qualificadas,

certificadas e credenciadas pelo Ministério da Justiça, bem como das análises realizadas pelas

informações por elas prestadas.

DADO ATUAL DE ENTIDADES ACREDITADAS NO DEJUS

OSCIPs 5.881

UPFs 12.646

OEs 83

Dados até 30/09/2011. Sistema OSCIP/DIVOT

EVOLUÇÃO DE PROCESSOS ANALISADOS/QUALIFICAÇÕES

Ano Processos analisados Entidades Qualificadas

OSCIPs UPFs OSCIPs UPFs

2007 1.413 695 658 512

2008 1.094 1.025 441 277

2009 1.163 956 481 392

2010 978 661 326 308

2011* 728 517 291 260

* Dados até 30/09/2011. Sistema OSCIP/DIVOT

2 Processo de certificação, qualificação e credenciamento de entidades sociais pelo poder público.

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PROCESSOS DE ANÁLISE DE PRESTAÇÃO DE CONTAS

Ano UPF OE OSCIP TOTAL

2008 7.696 18 1.518 9.232

2009 9.829 42 1.775 11.646

2010 9.800 26 1.930 11.756

2011* 5.882 8 1.430 -

* Dados até 30/09/2011. Sistema OSCIP/DIVOT

É possível observar que o número de entidades tituladas como UPF que tem prestado contas

nos últimos anos vem se mantendo estabilizado e constante em torno de nove mil prestações de

contas. Já com relação às OSCIPs observa-se uma evolução no número de prestações de contas, com

consistente tendência de superação da proporção de 30% de apresentação de suas movimentações

anuais. É possível que já no corrente ano se faça sentir a influência do recente Decreto nº 7.568, de 16

de setembro deste ano de 2011, que obriga as OSCIPs a prestarem contas ao Ministério da Justiça,

sob pena de perda da qualificação.

4.2. Do cruzamento de dados com outros sistemas federais

Com a publicação do Decreto nº 6.170, de 25 de julho de 2007, as entidades privadas sem fins

lucrativos que pretendem celebrar convênio ou contrato de repasse com órgãos e entidades da

administração pública federal devem realizar cadastro prévio no Sistema de Gestão de Convênios e

Contratos de Repasse – SICONV.

Assim, em pesquisa junto ao SICONV podemos verificar que o instrumento de termo de

parceria (regulamentado pelo Decreto nº 3.100/99) vem paulatinamente sendo utilizado pelo poder

executivo federal. Crescente também o montante financeiro disponibilizado as entidades privadas sem

fins lucrativos mediante a utilização deste instrumento, conforme se verifica no quadro abaixo:

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Ano Órgão Competente Global Valor

Repasse Contrapartida

2008

FUNDACAO CULTURAL PALMARES 62.500 50.000 12.500

MINISTERIO DA INTEGRACAO NACIONAL 820.299 783.956 36.343

MINISTERIO DE MINAS E ENERGIA 573.590 513.590 60.000

MINISTERIO DO DESENVOLVIMENTO AGRARIO 2.656.250 2.125.000 531.250

MINISTERIO DO TURISMO 6.319.999 6.319.999 0

SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

2.637.653 2.561.070 76.583

Total 2008 13.070.291 12.353.614 716.677

2009

FUNDACAO NACIONAL DE SAUDE 2.783.955 2.550.000 233.955

INSTIT. NAC. DE COLONIZACAO E REFORMA AGRARIA

29.709.511 28.794.935 914.575

MINISTERIO DA CULTURA 383.560 372.000 11.560

MINISTERIO DA INTEGRACAO NACIONAL 321.500 301.500 20.000

MINISTERIO DA JUSTICA 204.459 184.014 20.446

MINISTERIO DO TRABALHO E EMPREGO 15.644.650 14.648.840 995.811

MINISTERIO DO TURISMO 8.306.640 8.306.640 0

SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

14.885.453 14.404.298 481.155

Total 2009 72.239.728 69.562.227 2.677.502

2010

INSTIT. NAC. DE COLONIZACAO E REFORMA AGRARIA

4.065.523 4.058.025 7.498

MINISTERIO DA JUSTICA 5.983.918 5.798.261 185.657

MINISTERIO DO DESENV. SOCIAL E COMBATE A FOME

178.452.636 178.371.514 81.122

MINISTERIO DO DESENVOLVIMENTO AGRARIO 3.291.034 3.103.892 187.142

MINISTERIO DO TURISMO 31.412.125 31.412.125 0

SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

5.832.830 5.832.830 0

Total 2010 229.038.066 228.576.647 461.419

2011 MINISTERIO DA CULTURA 4.252.089 3.991.774 260.315

MINISTERIO DA JUSTICA 426.231 426.231 0

Total 2011 4.678.320 4.418.005 260.315

Total geral 319.026.404 314.910.493 4.115.912

Fonte: SICONV (data base 24/08/2011)

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Quando se realiza a pesquisa no Cadastro Nacional de Entidades de Utilidade Pública – CNEs,

que concentra os dados apresentados pelas entidades acreditadas no Ministério da Justiça sobre

contratos de repasses de recursos públicos em âmbitos federal, estadual e municipal, também é

possível constatar um aumento no número de termos de parcerias firmados com o poder público, bem

como, o montante de recursos repassados.

Registre-se que para os dados que serão apresentados a seguir, vale considerar que a Lei nº

9.790/99 não obriga a prestação de contas de OSCIPs no CNEs3, e que, em geral, o número de

OSCIPs que prestam contas é inferior a trinta por cento do total, e que esta prestação de contas possui

cunho declaratório. Assim, os dados deverão ser analisados levando-se em consideração os elementos

acima apontados e o fato de que estes números devem estar bem aquém das contratualizações de fato

firmadas com os entes públicos.

TERMOS DE PARCERIAS POR ESFERA DE GOVERNO – VALORES (R$ 0,00) – 2007 a 2010

Esfera de Governo/Ano

2007 2008 2009 2010

Estadual 261.806.474 215.322.529 358.371.488 561.945.519

Federal 1.133.293.147 1.125.751.425 1.735.925.621 2.131.587.747

Municipal 2.722.980.779 1.004.625.496 1.380.180.280 1.065.176.520

Dados CNEs/MJ

Mesmo feitas as necessárias ressalvas quanto a natureza declaratória das prestações de

contas e o baixo índice, até então registrado, de OSCIPs que apresentam ao Ministério da Justiça seus

relatórios anuais de atividades e movimentações, é possível tecer algumas considerações. Em razão

destas mesmas ressalvas é mais conveniente tomar não o volume, mas a proporção dos recursos

movimentados pela via do termo de parceria de OSCIPs com as diversas esferas de governo. Como se

pode observar do quadro detalhado supra, há um crescimento considerável no volume de recursos

públicos movimentados por termos de parceria de OSCIPs com a União, ao passo que com os

municípios registram-se, nos últimos anos, uma sensível redução do volume de recursos carreados por

esta via. Os recursos públicos movimentados por Estados – em montantes bastante menores se

comparado às demais esferas de governo – ainda assim, em três anos, praticamente duplica o volume

de recursos, segundo se pode apurar das prestações de contas apresentadas.

3 Esta realidade deve se alterar a partir da edição do Decreto n º 7.568, de 16 de setembro de 2011, que

determina que as OSCIPs devem anualmente prestar contas ao Ministério da Justiça, acerca de suas atividades, sob pena de perderem a qualificação como tal.

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Por outro lado, é de se registrar, o que parece ser uma tendência, a movimentação de recursos

públicos pela via do termo de parceria, na medida em que se reduz em relação aos municípios, se

amplia em relação aos Estados e à esfera Federal.

Assim é mais facilmente visualizado na representação abaixo:

Dados CNEs/MJ

Mesmo com o crescimento do montante de recursos estaduais e federais destinados a

OSCIPS, os municípios ainda respondem por quase metade dos recursos públicos movimentados via

termo de parceria, restando aos Estados, apenas o dízimo dos recursos movimentados por esta

contratualização.

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QUANTITATIVO DE TERMOS DE PARCERIAS POR ESFERA DE GOVERNO – 2007 a 2010

Dados CNEs/MJ

Quando se observa o quadro das parcerias com OSCIPs, não pelo volume de recursos

públicos envolvidos, mas pelo número de termos celebrados, verifica-se que os números dos Estados e

da esfera Federal não estão muito distantes, enquanto os municípios apresentam número

exponencialmente maior de termos celebrados. Claramente este dado não é de causar surpresas, eis

que se trata de mais de cinco mil prefeituras municipais aptas a pactuarem com OSCIPs, pela via dos

termos de parceria.

Entretanto, tal realidade aponta para o fato de que os termos de parceria celebrados com a

União movimentam individualmente (ao menos em média) recursos muito mais substanciosos que

aqueles convolados com os municípios – eis que cada uma das esferas de governo movimentam 45%

dos recursos e a federal celebra apenas uma quinta parte dos termos de parceria celebrados pelos

municípios.

Esfera de Governo/Ano 2007 2008 2009 2010

Estadual 151 142 179 152

Federal 157 181 277 202

Municipal 738 803 1289 984

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O grande volume de termos de parceria celebrados pelos municípios comparativamente às

demais esferas de governo está bem representada abaixo.

/;

CONVÊNIOS POR ESFERA DE GOVERNO – VALORES (R$ 0,00) – 2007 A 2010

Esfera de Governo/Ano 2007 2008 2009 2010

Estadual 313.930.437 232.546.883 147.648.734 124.886.113

Federal 735.619.823 197.017.424 427.138.973 383.463.424

Municipal 103.465.546 108.526.582 180.586.183 161.899.384

Dados CNEs/MJ

Observados os dados referentes ao volume de recursos públicos movimentados por OSCIPs

por meio de convênios com União, com Estados e com os Municípios é inevitável a comparação com

os termos de parceria. O volume de recursos movimentados por convênios é bastante inferior ao

montante que as esferas de governo destinam a termos de parceria com as OSCIPs. Evidente que aqui

também valem as ressalvas quando ao caráter declaratório e à parcialidade da amostra (30% das

OSCIPs prestam contas).

Na representação abaixo é possível ver com clareza que os recursos públicos federais, nos

anos de 2007 e 2008 apresentam, respectivamente, picos de alta e de baixa e nos anos seguintes

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equilibram-se em torno do montante anual de 400 mil reais. As demais esferas apresentam valores de

montantes menores.

Dados: CNEs/MJ

O quadro abaixo representa bem a preponderância da esfera federal em relação aos Estados e

municípios quanto ao montante de recursos destinados à OSCIPs, por convênio.

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QUANTITATIVO DE CONVÊNIOS POR ESFERA DE GOVERNO– 2007 a 2010

2007 2008 2009 2010

Estadual 136 230 241 182

Federal 379 358 449 335

Municipal 282 319 344 300

Dados CNEs/MJ

Neste ponto, destaca-se o fato de que os termos de parceria, mesmo ocorrendo, em regra, em

número menor que os convênios, representam montante de recursos bastante superior, o que pode

significar, que, ao menos em média, os termos de parceria envolvem valores mais elevados de

recursos públicos que os disponibilizados pela via do convênio.

Abaixo, o quadro aponta que o percentual da distribuição de convênios, com relação à esfera

federal, pouco se altera em comparação com a incidência dos termos de parceria, todavia, há uma

redução com relação à participação dos municípios e um acréscimo em relação aos Estados.

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QUADROS COMPARATIVOS TERMOS DE PARCERIAS E CONVÊNIOS FIRMADOS POR OSCIPS

POR ESFERA DE GOVERNO – VALORES (R$ 0,00)- 2007 a 2010

2007 2008

Termo de Parceria

Convênio Termo de Parceria

Convênio

Estadual 261.806.474 313.930.437 215.322.529 232.546.883

Federal 1.133.293.147 735.619.823 1.125.751.425 197.017.424

Municipal 2.722.980.779 103.465.546 1.004.625.496 108.526.582

Abaixo, é possível observar graficamente no que diz respeito das contratualizações com

OSCIPs que, em valores, os termos de parceria são bastante expressivos e movimentam

2009 2010

Termo de Parceria

Convênio Termo de Parceria Convênio

Estadual 358.371.488,00 147.648.734,00 561.945.519,00 124.886.113,00

Federal 1.735.925.621,00 427.138.973,00 2.131.587.747,00 383.463.424,00

Municipal 1.380.180.280,00 180.586.183,00 1.065.176.520,00 161.899.384,00

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comparativamente, mais recursos do que os convênios. Em todos os anos da mostra a movimentação

dos termos de parceria é superior a dos convênios.

2007 2008 2009 2010

Termo de Parceria

Convênio Termo de Parceria

Convênio Termo de Parceria

Convênio Termo de Parceria

Convênio

Estadual 151 136 142 230 179 241 152 182

Federal 157 379 181 358 277 449 202 335

Municipal 738 282 803 319 1.289 344 984 300

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5. DIAGNÓSTICO

Este item do relatório tem como função agrupar de forma sistematizada o acúmulo de

discussões que o GT produziu ao longo de suas reuniões. Serão tratados os temas de qualificação,

supervisão, vínculo de parceria e questões relativas à estrutura da administração interna, para os três

tipos de entidades que o MJ trabalha diretamente (abaixo descritas) além das entidades sem fins

lucrativos de forma geral, a saber:

� Organização da sociedade civil de interesse público - OSCIP;

� Utilidade Pública Federal – UPF; e

� Organização Estrangeira – OE.

5.1. O Processo de Acreditação do MJ: Autorização (OE) / Declaração (UPF)

/ Qualificação (OSCIP)

Cada uma das três espécies de títulos que o MJ concede possui uma nomenclatura. As

OSCIPs pedem sua qualificação, as UPFs solicitam uma titulação, e as OEs uma autorização para

atuar no país. Todas as três nomenclaturas compreendem requisitos que o Poder Público estabelece

para que essas entidades cumpram ou apresentem antes da titulação.

5.1.1 – Organizações Estrangeiras

No que se refere às organizações estrangeiras, atualmente por absoluta carência de legislação

específica, a matéria está regulada pelos seguintes dispositivos legais:

� art. 11, caput e § 1º, do Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942 (Lei de

Introdução às normas do Direito Brasileiro);

� arts. 1.134 a 1.141 do Código Civil – CC;

� art. 1º do Decreto nº 3.441, de 26 de abril de 2000; e

� art. 15 do Anexo da Portaria MJ nº 1.443, de 12 de setembro de 2006.

Há uma lacuna legislativa no que tange os requisitos para a concessão da autorização de

funcionamento no Brasil de organização estrangeiras. Os critérios não estão expressos na legislação,

não há possibilidade de revogação da autorização, não estão definidos os procedimentos relacionados

ao monitoramento e supervisão das referidas organizações, e ainda há uma zona cinzenta referente à

competência para concessão da autorização de acordo com o tipo de atividade que será

Grupo de Trabalho - Entidades Sociais – Ministério da Justiça Portaria MJ nº 1.007, de 14 de junho de 2011

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desempenhada pela entidade. Conforme a legislação em vigor, os seguintes órgãos do Poder

Executivo Federal exercem competências complementares no que concerne à autorização de

funcionamento de organizações estrangeiras:

� Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), no caso de

organização estrangeira destinada a fins de interesse econômico;

� Ministério da Justiça (MJ), no caso de organização estrangeira destinada a fins de

interesse coletivo;

� Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) e Departamento

da Polícia Federal (DPF/MJ) no caso de organização estrangeira que exerce atividades relacionadas à

adoção de menores.

Com a edição do Decreto nº 3.441/00, a Presidência da República delegou ao MJ a

competência para autorizar o funcionamento no País de OEs destinadas a fins de interesse coletivo, no

entanto, esse Decreto não insere nenhuma disposição adicional que permita fazer qualquer análise ou

acompanhamento dessas entidades, além de não prever critérios para sua cassação da autorização.

Atualmente prevalece o entendimento, por falta de especificidade da legislação, que somente

são passíveis de autorização (com trâmite pelo Ministério da Justiça) para funcionamento no País, as

organizações estrangeiras sem fins lucrativos, de direito privado, que estabeleçam no Brasil, agência,

sucursal ou escritório. Em outras palavras, àquelas organizações que não desejam se submeter a

qualquer autorização ou procedimento público, basta não se instalarem fisicamente.

Esta lacuna deixa desguarnecido um flanco considerável. Não se trata de buscar causar

embaraços a atuação destas entidades sem fins lucrativos, mas de soberania. É imprescindível ao

Estado Brasileiro ter, ainda que minimamente, o conhecimento da existência ou da atuação destas

organizações estrangeiras no País.

Por outro lado, todas estas organizações que optam por atuar sem se estabelecerem no País

estão, a priori, regulares. Assim, por via de conseqüência, os dados oficiais, certamente, não refletem a

realidade do número de Organizações Estrangeiras de efetiva atuação no Brasil.

Atualmente, apenas 83 Organizações Estrangeiras de interesse coletivo estão autorizadas a

funcionar no país, sendo suas áreas de atuação prioritárias as descritas no diagrama abaixo:

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ORGANIZAÇÕES ESTRANGEIRAS

- Finalidades -

83

7 8

5

15

8 8

1

7

2

29

0

10

35

24

15

1

4

13

4

24

11

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

1

Entidades

Cultura e Arte

Educação Infantil, Fundamental e Média

Ensino Superior

Estudos e pesquisas

Educação Profissional

Outras formas de Educação/Ensino

Hospitais

Outros serviços de saúde

As. S.- Vigilância Social

As. S - Proteção Social

As. S - Defesa Social e Profissional

Defesa e proteção do meio ambiente

Ass. De Moradores, Centros e Ass Comunitárias

Desenvolvimento Rural

Habitação

Emprego e Treinamento

Defesa de Direitos de Grupos e Minorias

Microcrédito Produtivo e Orientado

Outras formas de desenvolvimento e defesa dos

direitosentidades financiadoras de projetos

Promoção do Voluntariado

Adoção Internacional

Outros

Observa-se, assim, uma que grande parte das organizações autorizadas possui como

finalidade a adoção internacional e também assistência social. No que tange à adoção internacional,

estas entidades ainda precisam promover o seu credenciamento junto a Secretaria de Direitos

Humanos - SDH (Autoridade Central Administrativa Federal). O fluxo deste trâmite ainda não foi

estabelecido sendo necessário inserir neste cenário além de tratativas com a SDH/PR, o Ministério de

Relações Exteriores, bem como Ministério do Desenvolvimento, Industria e Comércio Exterior.

Nesse sentido, objetivando aprimorar o procedimento de autorização de funcionamento e de

supervisão das organizações estrangeiras no território nacional, a SNJ, SAL e CONJUR elaboraram,

em abril deste ano, minuta de Decreto apta a resolver parte dos problemas jurídicos identificados, uma

vez que a questão normativa somente poderá ser saneada com a aprovação de lei que revogue total

ou parcialmente o disposto no art. 11 do Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942 (Lei de

Introdução às normas do Direito Brasileiro). Ressalte-se que o referido projeto de lei a ser elaborado,

bem como a avaliação da minuta do Decreto já elaborada, deverão contar com a participação do MDIC,

da SDH/PR e do Ministério das Relações Exteriores, para fins de aprovação pelo governo e posterior

encaminhamento ao Congresso Nacional.

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5.1.2 – Entidades de Utilidade Pública Federal

No caso das entidades de Utilidade Pública Federal, o GT constatou que os critérios para a

concessão do título são subjetivos e baseia-se em conceitos imprecisos e de difícil aferição (ex.

“serviço desinteressado à coletividade”; “moralidade comprovada”). Além disso, os critérios para cassar

a declaração dessas entidades são igualmente frágeis, uma vez que estão diretamente ligados ao

descumprimento dos requisitos de qualificação. O GT constatou ainda que o título de UPF não se

traduz atualmente em nenhum ganho efetivo para a entidade, uma vez que com a edição da Lei nº

12.101, de 27 de novembro 2009, esse título deixou de ser requisito para o gozo das isenções

previdenciárias, como o era anteriormente, segundo disposto na Lei nº 8.212, de 24 de julho de 19914.

Dessa forma, o título de UPF não mais assegura qualquer benefício fiscal diretamente. Com a

sua desvinculação do Certificado de Assistência Social – CEBAS, este título retorna à sua idéia original

da Lei nº 91, de 1935, qual seja, conceder uma honraria simbólica e discricionária à entidade social

(Art. 3º Nenhum favor do Estado decorrerá do titulo de utilidade publica, salvo a garantia do uso

exclusivo, pela sociedade, associação ou fundação, de emblemas, flammulas, bandeiras ou distinctivos

proprios, devidamente registrados no Ministerio da Justiça e a da menção do titulo concedido).

Em resumo, resultou como opinião dominante nos debates do GT que a concessão de um

título honorífico e discricionário não se coaduna com os princípios republicanos e com os valores da

participação ampliada que hoje prevalecem. Ressalta-se que a titulação em comento foi criada no ano

de 1935, em um período em que as relações entre Estado e Sociedade se estabeleciam de maneira

diametralmente oposta das de agora, momento em que se procura reafirmar a autonomia, a liberdade

de expressão e de livre associação e o fortalecimento das instituições da sociedade civil organizada.

Nesse sentido, considerando a imprecisão para os critérios de concessão; a redução gradual

do volume de pedidos em razão da desvinculação do CEBAS; a obrigação gerada para o Estado de

fiscalizar cerca de doze mil entidades para as quais não uma política orientadora definida; o próprio

entendimento da área fim sobre a insegurança e irrelevância deste título; a manifestação de vários

convidados dos Colóquios sobre sua atual inutilidade; o GT propõe a exclusão do título de UPF do

ordenamento jurídico nacional.

A revogação da Lei nº 91, de 28 de agosto de 1935, trará maior eficiência às ações da área de

Acreditação do MJ, uma vez as 12 (doze) mil entidades aproximadamente cadastradas não precisarão

4 Os únicos benefícios ainda concedidos às UPFs estão no campo das possibilidades, do vir a ser, não decorrem diretamente do título, mas sim da anuência de terceiros: possibilidade de doação de bens apreendidos pela RFB; possibilidade de destinação por sociedades empresárias de até 2% de seu lucro operacional para uma UPF, que será deduzido na apuração da CSLL.

Grupo de Trabalho - Entidades Sociais – Ministério da Justiça Portaria MJ nº 1.007, de 14 de junho de 2011

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ser supervisionadas e que cerca de oito mil prestações de contas apresentadas anualmente serão

dispensadas de análise.

Caso seja entendida pertinente a medida, deverão ser propostas medidas que asseguram e

esclareçam a essas entidades a possibilidade de elas adquirirem outras certificações/qualificações por

parte do Estado, bem como a sua possibilidade de permanência no Cadastro Nacional de Entidades.

Ressalte-se ainda que, para a sociedade, será simplificado o complexo e intrincado marco

regulatório do Terceiro Setor – ao se excluir um título discricionário, que favorece a troca de favores em

diversos níveis, uma vez que as entidades precisam pedir declarações de autoridades (servidores

públicos, delegados, vereadores, deputados) comprovando a “moralidade” de dirigentes e o “interesse

coletivo” de entidades.

5.1.3 – Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público

A qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP, é

concedida pelo Ministério da Justiça, mediante comprovação, pela entidade civil (associação ou

fundação civil sem fins lucrativos) criada por particulares, cujos objetivos estatutários atendam às

finalidades de natureza social; aos requisitos estatutários e à apresentação da respectiva

documentação, conforme disposto pela Lei nº 9.790/1999.

A criação do título visa fortalecer o Terceiro Setor e criar um novo sistema classificatório para

reconhecer institucionalmente as ONGs que mantenham atividades ou projetos de interesse público e,

assim, ampliar o universo de parcerias do Estado.

Por tratar-se de modelo concebido sob a égide do Estado Democrático de Direito a titulação de

OSCIP está melhor fundamentada quanto aos requisitos e obrigações necessários para sua obtenção

e também mais atualizada em relação aos princípios previstos na Constituição, bem como aos valores

de participação social.

Contudo, após mais de dez anos do seu marco regulatório, algumas mudanças incrementais

fazem-se necessárias para aumentar a sua efetividade e melhorar o controle social e a transparência.

Um dos aspectos que demandam revisão dizem respeito à ênfase dada aos requisitos

burocrático-formais na regulamentação das OSCIPs. Como a Lei nº 9.790, de 23 de março de 1999,

que dispõe sobre essa qualificação e sobre o termo de parceria, não exige a comprovação do efetivo

exercício ou da especialização apontada, é possível a qualificação de entidades que só existem no

papel – o que acaba por gerar entidades chamadas “de gaveta” e o escuso mercado de venda de

OSCIPs.

Grupo de Trabalho - Entidades Sociais – Ministério da Justiça Portaria MJ nº 1.007, de 14 de junho de 2011

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Outro problema identificado pelo GT consiste na falta de especialização das entidades tituladas

como OSCIP, que fazem constar nos seus Estatutos todas as doze (12) finalidades previstas no art. 3º

da Lei 9.790/99, que vão da assistência social e direitos humanos às tecnologias alternativas,

passando por saúde, educação, combate à pobreza, e meio ambiente, dentre outras. A liberalidade em

permitir que a entidade aponte “pelo menos uma” de tais finalidades acabou, na prática, por possibilitar

que a entidade indique em seus estatutos todas as finalidades possíveis. Essa possibilidade aumenta o

valor da OSCIP no “mercado”, uma vez que a entidade aparentemente teria condições de desenvolver

qualquer atividade. Essa possibilidade dificulta a atuação e seleção pelo poder público, que ao se

interessar em promover uma parceria em determinada área, se depara com um número expressivo de

entidades que não necessariamente tem a expertise para desenvolver trabalhos sérios no tema.

A constatação anterior leva a outra crítica, qual seja: como não é exigida das entidades, na

titulação, qualquer experiência prévia, estas podem, em tese, ser criadas em um dia e pleitearem, no

dia seguinte, a qualificação de OSCIP. Isso torna o título uma mera formalidade, que efetivamente não

distingue as entidades.

De forma a mitigar essa problemática, o GT sugere que seja exigida experiência prévia de no

mínimo 3 (três) anos em cada atividade. Assim, uma entidade que possui 3 (três) anos de experiência

na área de meio ambiente, não poderá se qualificar para realizar atividades de microcrédito. Nesse

sentido, a titulação de OSCIP passará a ser setorizada, a entidade poderá obter o título de OSCIP para

área saúde, e posteriormente, caso ela adquira experiência na área de projetos ambientais, poderia

requerer novamente o título de OSCIP, agora para a área meio ambiente. Ressalta-se que caso seja

aceita essa sugestão, será necessário criar uma regra de transição para as atuais OSCIPs, de forma

que essas pudessem em determinado prazo legal adequar-se as novas exigências. A partir dessas

alterações, o título poderá ser efetivamente considerado como um selo que distingue o “joio do trigo”,

expressão muito utilizada quando se iniciou a discussão sobre o modelo em 1998.

Observa-se que a própria Lei de Diretrizes Orçamentárias, tem reproduzido nos últimos anos a

exigência de que para uma entidade sem fins lucrativos receber recursos públicos, ela teria de

comprovar atividade regular prévia5, de forma que a transferência dessa exigência para o título de

OSCIP, em nada frustraria expectativas de recebimento de recursos públicos.

A transparência, um dos pontos fortes na criação das OSCIPs, também necessita de

aperfeiçoamentos. Não há disposição expressa na lei para que as OSCIPs prestem contas ao

Ministério da Justiça, assim apenas 30% (trinta por cento) dessas entidades qualificadas tem suas

5 Artigo 37, VII da LDO 2012.

Grupo de Trabalho - Entidades Sociais – Ministério da Justiça Portaria MJ nº 1.007, de 14 de junho de 2011

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contas abertas na Internet no Cadastro Nacional de Entidades do Ministério da Justiça – CNEs/MJ.

Sugere-se a obrigatoriedade desse procedimento de “contas abertas”, sob pena de desqualificação.

Por derradeiro, cabe ressaltar a dificuldade em cancelar a qualificação de uma OSCIP, uma

vez que os critérios legais são o erro ou fraude (art. 8º da Lei 9790/99), e a iniciativa não pode ser de

ofício do MJ. O critério do erro deveria ser excluído, pois pode gerar confusões e arbítrios por parte do

administrador. O critério da fraude poderia ser mais bem detalhado, incluindo expressamente a

possibilidade de desqualificação pelo não cumprimento do estatuto (um dos pilares da qualificação).

Além disso, a iniciativa pela desqualificação poderia ser estendida também ao MJ (que,

contraditoriamente, tem dever conceder a qualificação, mas não pode promover sua cassação),

ressaltando que já são competentes para requerer a desqualificação de uma entidade, qualquer

cidadão e também o Ministério Público. A propósito, o Tribunal de Contas da União, por intermédio do

Acórdão nº 1777/2005 - Plenário, recomendou ao Ministério da Justiça que estudasse “a conveniência

de incluir em normativo próprio as hipóteses de perda de qualificação como OSCIP”.

5.2 – Mecanismos de Supervisão das Entidades Acreditadas

A supervisão tem por finalidade zelar pela conformidade da acreditação realizada para as

entidades socais, conforme a legislação aplicável.

Conforme o Regimento Interno da Secretaria Nacional de Justiça, compete à Coordenação e

Entidades Socais do Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação (art. 16):

“Art. 16. À Coordenação de Entidades Sociais compete: I - controlar, supervisionar e avaliar as atividades de suas subunidades; II - registrar as entidades que executam serviços de microfilmagem; III - opinar sobre solicitação e cassação de títulos de utilidade pública federal; IV - qualificar as pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público; V - analisar propostas de concessão de medalhas de distinção por serviços extraordinários prestados à humanidade; VI - opinar sobre autorização para funcionamento no País de sociedades estrangeiras, como as associações e fundações; VII - manter em funcionamento a Central de Atendimentos; VIII - fiscalizar as entidades registradas na sua área de atuação; e IX - organizar as informações registradas em bancos de dados e publicar, anualmente, relatório envolvendo as atividades das entidades cadastradas.” (Grifo nosso)

Todavia, até o presente momento o modelo de Supervisão não foi desenhado e sequer

regulamentado.

A previsão estabelecida é a da Lei de OSCIPs (Lei no. 9.790/99) é a de que:

Grupo de Trabalho - Entidades Sociais – Ministério da Justiça Portaria MJ nº 1.007, de 14 de junho de 2011

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“Art. 7o Perde-se a qualificação de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, a pedido ou mediante decisão proferida em processo administrativo ou judicial, de iniciativa popular ou do Ministério Público, no qual serão assegurados, ampla defesa e o devido contraditório.

Art. 8o Vedado o anonimato, e desde que amparado por fundadas evidências de erro ou fraude, qualquer cidadão, respeitadas as prerrogativas do Ministério Público, é parte legítima para requerer, judicial ou administrativamente, a perda da qualificação instituída por esta Lei.”

Cumpre observar que a qualificação de OSCIP configura-se em uma “acreditação” do

Ministério da Justiça, que assim também é vista e ostentada como tal por algumas entidades em seus

sítios na Internet. Portanto, urge o desenho de um modelo adequado de supervisão, que verifique a

conformidade no atendimento aos critérios previstos na legislação para o processo de acreditação

realizado pelo Ministério da Justiça.

A boa prática instituída na Secretaria Nacional de Justiça como mecanismos de

acompanhamento das informações relevantes sobre o desenvolvimento das atividades das entidades

refere-se ao procedimento atualmente facultativo da prestação de contas anual, que culmina com a

emissão da certidão de regularidade6 para a entidade.

A Portaria da SNJ, no entanto, não vincula os demais os órgãos públicos, vedando que se

firmem parcerias com entidades que não possuem a certidão de regularidade, de modo que ela

atualmente serve para uns como mero atestado de transparência e bons propósitos e, para outros,

apenas como mais um item da burocracia.

Neste sentido, o GT entende que é necessário aprimorar essa certidão, tornando-a uma certidão

vinculante, que demonstre que a entidade tem suas contas abertas no CNEs e, desta forma, está apta

a celebrar termo de parceria com o poder público. Desta forma, o tema foi levado à Presidência da

República, que contemplou a medida com a edição do Decreto n º 7.568, de 16 de setembro de 2011,

que acresceu ao Decreto no 3.100, de 30 de junho de 1999, art. 3º, a seguinte redação:

“Art. 9o O órgão estatal responsável pela celebração do Termo de Parceria

verificará previamente:

I - a validade da certidão de regularidade expedida pelo Ministério da Justiça,

na forma do Regulamento;”

6 O Ministério da Justiça, por meio da Portaria SNJ nº 24, de 11 de outubro de 2007, instituiu a Certidão de Regularidade como forma de incentivar a disponibilização de dados das entidades sociais. Assim, a expedição da Certidão está condicionada à efetivação da prestação de contas anual da entidade, enviada pelo Cadastro Nacional de Entidades de Utilidade Pública - CNEs.

Grupo de Trabalho - Entidades Sociais – Ministério da Justiça Portaria MJ nº 1.007, de 14 de junho de 2011

30

E um outro ponto apontado pelo Grupo de Trabalho é o de que tanto o Cadastro Nacional de

Entidades, quanto a certidão de regularidade, sejam regulados por norma de caráter superior à atual

(Portaria SNJ), sugerindo-se decreto presidencial ou por Portaria Ministerial.

Outra prática adotada pelo DEJUS/SNJ/MJ é a abertura de Representações Administrativas

para apurar denúncias recebidas. Até o momento foram abertas 82 representações administrativas

para OSCIPs; e 88 representações para UPFs.

Ou aspecto julgado pertinente pelo GT é a criação de uma gradação de penalidades

administrativas que poderiam ser aplicadas às Entidades Sociais que descumpram requisitos ou atuem

de forma fraudulenta, que iriam de uma simples advertência, à suspensão temporárias das

prerrogativas do título, até à desqualificação da entidade. Tais alterações teriam de ser implementadas

mediante alteração da Lei 9.790/99.

Mecanismos de interoperabilidade entre os bancos de dados do Ministério da Justiça, Receita

Federal, TCU, CGU também são imprescindíveis para uma melhor supervisão desse setor. Por fim,

será necessário melhor definir as competências e harmonizar as informações entre esses órgãos.

Desta forma, foram estudadas práticas de supervisão adotadas por outros Ministérios e o GT

entendeu que o modelo de Supervisão adotado pelo Ministério da Educação no que diz respeito à

conformidade dos credenciamentos e autorizações de instituições privadas atuarem na educação

superior7.

O Ministério da Educação, em seu processo de supervisão, busca zelar pela conformidade

entre a oferta da educação superior e a legislação vigente. E organiza seu modelo em duas formas de

Supervisão:

Supervisão Ordinária - é aquela que se origina de denúncias e representações de

alunos, pais e professores, bem como de órgãos públicos e da imprensa, envolvendo casos

isolados de instituições e cursos com indícios de irregularidades ou deficiências. Nesses casos,

recebida a denúncia ou representação, ela é analisada pela Coordenação-Geral de Supervisão

da Educação Superior do Ministério da Educação, que, constatando tratar-se de assunto de

sua competência, e com indícios de irregularidades ou deficiências, notifica a instituição para

que no prazo de dez dias manifeste-se sobre os fatos. Com a resposta da instituição, a

Secretaria de Educação Superior pode adotar um dos seguintes encaminhamentos: concessão

de prazo para saneamento de deficiências, visita de verificação in loco, abertura de processo

administrativo para aplicação de sanções, ou arquivamento.

Os assuntos de competência do MEC para supervisão da educação superior são

relacionados à qualidade e à regularidade do curso, de acordo com a legislação educacional;

7 Recomenda-se a leitura do Decreto no. 5.773/2006, capítulo da Supervisão.

Grupo de Trabalho - Entidades Sociais – Ministério da Justiça Portaria MJ nº 1.007, de 14 de junho de 2011

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questões fora desse âmbito, como as relacionadas à cobrança de mensalidades, às relações

trabalhistas com funcionários e professores, e às formas de avaliação e aprovação de alunos

só serão objeto de supervisão quando houver indícios de que estão afetando a continuidade

das atividades acadêmicas, ou de que estão em desacordo com projetos de curso, estatutos e

regimentos de instituições aprovados pelo MEC.

Supervisão Especial - é aquela iniciada pelo próprio Ministério da Educação, a partir

de seus indicadores de regularidade e qualidade da educação superior, e envolvem mais de

um curso ou instituição, agrupados de acordo com o critério escolhido para a ação de

supervisão. Esses critérios podem incluir resultados insatisfatórios no Enade e no IDD, o

histórico de avaliações de cursos pelo Inep, bem como o atendimento de requisitos legais

específicos, como, por exemplo, a porcentagem mínima de mestres e doutores em

universidades e centros universitários.8

Desta forma, entende-se pertinente a estruturação formal de um mecanismo do Ministério da

Justiça para a Supervisão das entidades qualificadas como OSCIP e credenciadas com Organizações

Estrangeiras autorizadas a funcionar no país, relativas à conformidade documental, à devida prestação

de contas no Cadastro Nacional de Entidades, mediante denúncia fundamenta, solicitação do

Ministério Público, de ofício e/ou decisão judicial.

As competências poderiam ser estabelecidas no sentido de determinar a apresentação de

documentos complementares; realizar auditoria; realizar verificações in loco por conta própria ou com o

apoio de outras unidades do MJ.

E faz-se importante registrar que um processo de supervisão deve ainda:

1. buscar resguardar os interesses dos envolvidos, bem como preservar as atividades em andamento;

2. aplicar medidas de cautela, motivadamente, visando evitar prejuízos ao erário público ou realizar

Termos de Ajustamento de Conduta;

3. bem como, a decisão de desqualificação implicar a cessação imediata das prerrogativas por ele

conferida, vedada nova solicitação de qualificação pelo prazo de 5 anos, contados da publicação da

decisão de desqualificação.

Vale registrar que o mesmo modelo de supervisão do MEC está sendo adotado pelo Ministério

do Desenvolvimento Social no que tange a Supervisão do Certificado de Assistência Social – CEBAS,

emitido por aquele Ministério.

8 Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=13384&Itemid=92

Grupo de Trabalho - Entidades Sociais – Ministério da Justiça Portaria MJ nº 1.007, de 14 de junho de 2011

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5.3 – Instrumentos de Parceria

Uma entidade sem fins lucrativos pode firmar vários tipos de contratualizações com o poder

público. Quando há repasse de recursos os vínculos se restringem ao Contrato de Gestão (exclusivo

das Organizações Sociais, nos termos da Lei nº 9.637/98), Termos de Parceria (exclusivo das OSCIPs,

de acordo com a Lei nº 9.790/99), convênios (embora concebidos para as relações público-público, são

abertos a qualquer entidade sem fins lucrativos, Lei n° 8.666/93, Decreto n° 6.170/07 e Portaria

Interministerial nº 127, de 29 de maio de 2008), subvenções sociais, contribuições e auxílios (aberto a

qualquer entidade sem fins lucrativos, prevista na Lei nº 4.320/64).

As discussões do GT se restringiram ao mecanismo de contratualização “Termo de Parceria”,

matéria mais próxima das competências desse Ministério. O instrumento de contratualização

denominado Termo de Parceria (TP) introduziu o controle de resultados, ou seja, diferentemente dos

convênios que focam suas análises na execução do orçamento, o TP busca analisar os resultados

obtidos da parceria por meio de um mecanismo de governança mais avançado, que envolve Conselhos

de Políticas Públicas, representantes do órgão estatal e representantes da OSCIP.

As punições para o desvio de recursos também estão mais bem definidas, como a decretação

da indisponibilidade de bens da entidade e o seqüestro de bens de dirigentes, agentes públicos, ou

terceiros que tenham se enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público.

A propósito, Decisão nº 931/99 – Plenário do Tribunal de Contas da União, resultante da

análise realizada por grupo de trabalho instituído para estudar a Lei nº 9.790/99 referenda as idéias

contempladas na criação do termo de parceria:

“A ideia força que presidiu à elaboração do Termo de Parceria foi criar uma alternativa ao controle estatuído na modalidade dos convênios e contratos, que é apriorístico, fundado na atividade-meio e no destino que irá fazer dos recursos. Para isso, a instituição de relativa flexibilidade no controle de meios – compensada no Termo de Parceria pelos mecanismos de avaliação, controle social e por sanções rigorosas no caso do uso indevido de recursos –, implica a proposta de inserir a gestão social em novo patamar de gestão pública. Daí a combinação entre autonomia decisória do gestor, em relação à flexibilização de leis ou regulamentos excessivos, e o controle social.”

Verifica-se que o instrumento é bastante avançado, no entanto, é possível incrementar o

modelo para melhorar a sua efetividade. A falta de disposição clara quanto à obrigatoriedade (art. 23

do Decreto nº 3100, de 30 de junho de 1999), por exemplo, do concurso de projetos, mecanismo de

seleção, distinto da licitação, acaba por fragilizar o termo de parceria enquanto instrumento de controle

social e transparência ao repasse de recursos públicos. Com a edição do Decreto n º 7.568, de 16 de

Grupo de Trabalho - Entidades Sociais – Ministério da Justiça Portaria MJ nº 1.007, de 14 de junho de 2011

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setembro de 2011, que alterou o Decreto no 3.100, de 30 de junho de 1999, o tema foi resolvido com a

exigência de chamamento público prévio para a celebração de convênio ou contrato de repasse com

entidades privadas sem fins lucrativos, a ser realizado pelo órgão ou entidade concedente, visando à

seleção de projetos ou entidades que tornem mais eficaz o objeto do ajuste.

Vale destacar que o Tribunal de Contas da União, em decisão de 20059, recomenda ao

Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e também à Casa Civil da Presidência da República

que “[...] avaliem a inclusão em normativo próprio de dispositivo que obrigue a aplicação do critério de

seleção de OSCIP previsto no art. 23 do Decreto nº 3.100/99 em toda e qualquer situação”.

Outro ponto que deveria estar expresso na legislação é a impossibilidade da OSCIP contratar

empresas e pessoas físicas com vínculo familiar a agentes públicos do órgão repassador de recursos,

e também familiares dos próprios dirigentes e conselheiros das OSCIPs. Essa iniciativa buscar garantir

a moralidade no uso dos recursos repassados.

Além dessas alterações incrementais, o maior problema que o GT percebe no instrumento do

TP é a sua baixa utilização em comparação com o instrumento do convênio. Mesmo as entidades já

qualificadas como OSCIPs, bem como seus parceiros públicos ainda preferem utilizar o mecanismo

dos convênios, em razão da segurança que esse instrumento traduz (já é conhecido há mais tempo).

Nesse sentido, entendemos ser importante criar uma unidade ou ampliar as competências da

COESO/DEJUS/SNJ/MJ, para a construção de guias orientadores e referências para a utilização do

mecanismo de contratualização Termo de Parceria, bem como para mapeamento de boas práticas

existentes. Este órgão deverá ainda promover seminários, criar capacitações e manuais, orientar as

OSCIPs e órgãos parceiros, bem como as comissões de acompanhamento na utilização do TP. Desta

forma, acreditamos que o instrumento poderá prosperar com maior segurança, contribuindo para o

alcance de melhores resultados nas parcerias entre governo e entidades sociais, substituindo

paulatinamente o instrumento dos convênios.

5.4. Avaliações e Pesquisas

Outro tema pertinente de aprofundamento refere-se à produção de informações sobre as

entidades sociais e os mecanismos de contratualização entre elas e o Estado.

A realização de pesquisas e a construção de um sistema de Avaliação que possa aprofundar o

tema de modelos e resultados, bem como revelar as potencialidades e os limites da cooperação entre

Estado e Terceiro Setor e para pensar questões como: Quais os resultados/benefícios para a

9 Tribunal de Contas da União - Decisão 1.777/2005 – Plenário item 9.4.

Grupo de Trabalho - Entidades Sociais – Ministério da Justiça Portaria MJ nº 1.007, de 14 de junho de 2011

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sociedade brasileira? No que tem implicado as parcerias (aporte de expertise, capilaridade, apoio na

execução de políticas?). São mais vantajosas à administração? Como medir isso? Que indicadores

foram construídos para tal?

E a estruturação de uma área de Informações e Pesquisas no Ministério da Justiça pensar em

linhas estratégicas de parceria; aperfeiçoar o sistema de qualificação e titulação, considerando os

arranjos federativos –modelos estaduais e municipais. Produzir formulação teórica sobre o tema do

Terceiro Setor e articular/realizar parcerias com institutos de pesquisas e IES. Realizar publicações

sobre o tema. E fortalecer os mecanismos de controle, transparência e combate à corrupção,

possibilitando à população o exercício do controle social e democrático sobre a atuação do Estado e

das entidades sociais; a transparência sobre as parcerias e cooperações estabelecidas entre o Estado

e o Terceiro Setor; a interlocução com órgãos de controles como CGU, TCU; o aperfeiçoamento dos

sistemas e cadastro do MJ entre outros.

5.5. Estrutura da Administração Interna

A Coordenação de Entidades Sociais - COESO tem sua competência prevista na Portaria MJ

nº 1.443, de 19 de setembro de 2006, que aprova o Regimento Interno da Secretaria Nacional de

Justiça. Além de questões inerentes às entidades sociais, existe ainda a competência em analisar

propostas de concessão de medalhas de distinção por serviços extraordinários prestados à

humanidade e registrar as entidades que executam serviços de microfilmagem.

No tocante as atividades desenvolvidas pela COESO sobre as entidades sociais, passa-se a

seguir a registrar esta atuação conforme os tipos de entidades e a configuração do trabalho da

Coordenação.

Da atuação da COESO quanto às Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público.

Qualificar as pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos como Organizações da

Sociedade Civil de Interesse Público é uma das atividades principais da COESO.

A coordenação analisa mensalmente uma média 117 pedidos de qualificação, e atualmente

possui 5.866 entidades qualificadas como OSCIPs. Atrelados a demanda de qualificação, existem as

tarefas inerentes à atualização dos dados das entidades e de seus devidos representantes, o que

chamamos de comprovação de vínculo. Convém esclarecer que a qualificação de OSCIPs é ato

vinculado e possui como prazo máximo legal de 45 dias para análise e publicação no Diário Oficial da

União.

Grupo de Trabalho - Entidades Sociais – Ministério da Justiça Portaria MJ nº 1.007, de 14 de junho de 2011

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Da prestação de contas e da certidão de regularidade.

Além disto, no tocante a atribuição regimental de fiscalizar as entidades registradas na sua

área de atuação, existe 82 representações administrativas em curso, cuja decisão pode culminar com a

cassação da qualificação de OSCIPs. Todo o processo é realizado em atenção à lei 9.790/99 e Decreto

3.100/99 e a lei do processo administrativo Lei 9.784/99.

Ainda na seara de fiscalização, a coordenação é responsável pela análise das prestações de

contas voluntariamente apresentadas pelas OSCIPs. Em que pese a não obrigatoriedade legal em

prestar contas, várias entidades aderiram ao sistema visando a obtenção da certidão de regularidade.

E com a publicação do Decreto n º 7.568, de 16 de setembro de 2011, reuniu que passou a

exigir a Certidão de Regularidade para fins de celebração de Termo de Parceria, a tendência é de

aumento do número de prestações de contas apresentadas pelas OSCIPs.

Do Cadastro Nacional de Entidades – CNEs e dos sistemas da COESO.

O instrumento da certidão de regularidade, conforme já relatado, foi instituído pela Portaria SNJ

nº 24, de 11 de outubro de 2007, que Cria o Cadastro Nacional de Entidades de Utilidade Pública –

CNEs/MJ.

A criação do referido Cadastro surgiu da necessidade de reorganizar e simplificar os processos

de requerimento das qualificações e dos títulos outorgados pelo Ministério da Justiça bem como das

prestações de contas das entidades já qualificadas ou tituladas. Assim, acreditava-se que seu maior

princípio seria o de transparência à gestão pública, de modo que os cidadãos poderiam participar mais

ativamente dos processos das entidades sociais e desta forma exercer o controle social.

Ainda em sua fase de gestação, o CNEs já previa uma futura integração com demais bancos

de dados do Governo, sejam eles do Tribunal de Contas da União, Controladoria-Geral da União,

Receita Federal dentre outros.

A construção do sistema se daria em duas fases (a 1ª de prestação de contas e a 2ª de

construção de um sistema gerencial), sendo que passados quatro anos da sua concepção ainda não

foi inteiramente concluído, o que o fragiliza e prejudica a gestão de informações de um cadastro rico

em dados. Conforme documento anexado ao presente relatório, após uma sucessão de troca da

equipe responsável por desenvolver o sistema, houve a apresentação de um cronograma que prevê a

conclusão do gerencial para abril de 2012, o que não atende a demanda do Departamento. Tal

cronograma mais uma vez está ameaçado de êxito, tendo em vista que no dia 13 de setembro do

Grupo de Trabalho - Entidades Sociais – Ministério da Justiça Portaria MJ nº 1.007, de 14 de junho de 2011

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corrente ano, a gestora do projeto e coordenadora da Coordenação de Entidades Sociais foi

comunicada pela responsável da empresa terceirizada DBA a saída da analista que estava

desenvolvendo o projeto e detentora de amplo conhecimento sobre a matéria. Assim, ciente de todo o

histórico na elaboração do referido sistema e a perda significativa da curva de aprendizado, sem que

haja uma definição estratégica da prioridade do sistema e a manutenção de uma equipe dedicada ao

projeto, há o risco preemente de impacto na sua execução.

Registre-se ainda que diante da ausência de um Sistema Gerencial que congregue as

informações relativas às entidades sociais, atualmente os dados são extraídos de cinco sistemas

autônomos (DIVOT, OSCIP, CNEs, CNESPÚBLICO e MJ-DOC), além de planilhas em excell

controladas internamente pela COESO.. Os sistemas DIVOT e OSCIP que armazenam a maior parte

do histórico das entidades sociais foi concebido em uma linguagem que já está ultrapassada o que

dificulta qualquer atualização ou mesmo manutenção. Agrava-se o fato de que as informações nem

sempre são compatíveis nos diferentes sistemas tendo em vista a não interoperabilidade dos mesmos.

Do volume de processos e da equipe.

Atualmente o CNEs possibilita o envio das prestações de contas das OSCIPs, UPFs,

organizações estrangeiras e ainda daquelas que não apresentam nenhuma destas titulações.

Aproximadamente 19.000 (dezenove mil) entidades estão cadastradas no sistema e enviam

anualmente cerca de 10.000 (dez mil) prestações de contas das suas atividades anuais.

Todos os anos, em função do grande volume de documentos apresentados para fins de

prestação de contas, há um significativo atraso na análise das mesmas, em razão da quantidade de

processos que precisam ser formalizados no protocolo geral até a análise da área responsável por

emissão das referidas certidões. A reduzida equipe, visando amenizar atrasos, realiza mutirões nos

finais de semana e em horários especiais, além de solicitar força tarefa de demais setores.

Além disto, o que mais preocupa é a análise destes formulários e a conseqüente emissão da

certidão de regularidade. Esta análise demanda conhecimentos de contabilidade, pois o formulário

possui o demonstrativo contábil da entidade bem como balanço patrimonial e demonstrativo de

resultado de exercício. Tal análise está sendo feita por apenas três pessoas, sendo elas uma servidora

de nível médio com graduação em nutrição e duas terceirizadas, ambas de nível médio, o que

demonstra a fragilidade e possível exposição do Ministério da Justiça perante a sociedade.

Várias solicitações de servidores com formação em Contabilidade foram realizadas à

Coordenação Geral de Recursos Humanos do MJ e, por fim, verificamos com a Secretaria Executiva do

Grupo de Trabalho - Entidades Sociais – Ministério da Justiça Portaria MJ nº 1.007, de 14 de junho de 2011

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MJ a possibilidade de a mesma analisar estas prestações de contas, tendo em vista a Setorial Contábil

do MJ estar alocada naquela Secretaria. Contudo, até a presente data nenhuma solução foi viabilizada.

Ressalte-se que até o ano de 2010 a COESO contava com dois contadores e um técnico em

contabilidade, em contratos de prestação de serviço (terceirizados), e que os mesmos foram

dispensados em atendimento ao Termo de Ajustamento de Conduta firmado pelo MJ. Desde então, a

Coordenação está desfalcada de servidores com conhecimento na área, o que compromete o bom

andamento dos trabalhos.

Ademais, é fato que a Central de Atendimento da SNJ, setor criado com o intuito de

atendimento ao público, recebe freqüentemente demandas dos cidadãos para o esclarecimento de

questões contábeis e os servidores também não têm qualificação para esclarecer tais questões.

A equipe da Coordenação de Entidades Sociais possui Total de 38 colaboradores, distribuídos da seguinte forma:

03 – DAS sem vínculo (um DAS 101.3; e dois DAS 101.2) 11 – Servidores, destes: 05 nível médio concurso antigo 02 nível médio concurso novo 04 nível superior concurso novo 03 – anistiados 09 – terceirizados 12 – estagiários, destes: 07 nível médio 05 nível superior

Da atuação da COESO quanto às Utilidades Públicas Federais.

Ainda no que se refere às atribuições da coordenação, é de sua competência instruir e opinar

sobre a solicitação e cassação de títulos de utilidade pública federal. Atualmente existem 12.658

entidades portadoras do título de UPF e 88 processos de representação administrativa. Ressalta-se

que as atividades de atualização de dados também são executadas no tocante às UPFs, sendo tal

trabalho proporcional ao volume de entidades tituladas.

Da atuação da COESO quanto às Organizações Estrangeiras.

Compete também à coordenação opinar sobre autorização para funcionamento no País de

sociedades estrangeiras, como associações e fundações. Em 2008, o Ministério da Justiça, publicou a

Portaria nº 1.272 que tratava do recadastramento das organizações estrangeiras sem fins lucrativos.

Neste momento identificou-se grande dificuldade em analisar os processos de autorização, tendo em

vista a ausência de legislação própria, assim. Em alguns processos foram detectados vícios nas

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autorizações anteriores muitas vezes ocorridos por esta já citada imprecisão normativa. Assim, após

este recadastramento, atualmente no banco de dados consta o registro de 84 organizações

autorizadas a atuarem no país.

As questões referentes às dificuldades encontradas em razão da falta de amparo legal foram

explicitadas no tópico de OEs do presente Diagnóstico.

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6. PROPOSTAS

Nesse item serão apresentadas de forma sucinta as propostas do GT para aprovação do

Ministro da Justiça. Ressalta-se que as propostas estão embasadas no diagnóstico levantado no item 3

e nas premissas explicitadas no item 2. A partir da validação pelo Sr. Ministro, as propostas se

subdividirão em dois grupos, sendo o primeiro, um pacote de medidas que o MJ pode induzir e

promover propostas de alterações na legislação, e o segundo, um conjunto de propostas que será

levado para integrar as discussões no âmbito da Secretaria Geral da Presidência.

6.1 – Propostas de encaminhamento pelo MJ

1. Aprimorar a qualificação de OSCIP: instituir o certificado por área (ex. OSCIP

educação; OSCIP meio ambiente, etc); exigir experiência prévia de 3 (três) anos

na área em que a entidade quer se qualificar; estabelecer procedimento de

qualificação derivado (aditamento) para extensão do título (ex: OSCIP meio

ambiente que depois pode atuar na área de Cultura); instituir período de transição

para as atuais OSCIPs apresentarem a experiência prévia, sob pena de perda do

título atual; obrigar a publicação anual das contas de cada OSCIP no sistema

público do MJ – CNESWeb; rever critério do “erro” para a desqualificação e

enumerar não exaustivamente o critério “fraude”; vedar expressamente a

transferência onerosa de OSCIPs, sob pena de perda da qualificação se efetivada

a negociação; ampliar a iniciativa para realizar pedidos de desqualificação,

possibilitando a iniciativa de ofício pelo MJ; instituir período de quarentena

qüinqüenal para entidades e dirigentes que perderam o título; exigir regularidade

fiscal, trabalhista e judiciária das entidades postulantes à qualificação – atende à

premissa da transparência, probidade e integridade no tratamento do interesse

público; superação da cultura e da convivência clientelista;

2. Excluir o título de Utilidade Pública Federal do ordenamento jurídico nacional –

atende à premissa da superação da cultura e da convivência clientelista;

3. Instituir um sistema de supervisão com base nas prestações de contas anuais,

denúncias e decisões judiciais, que permita a aplicação de sanções de

Grupo de Trabalho - Entidades Sociais – Ministério da Justiça Portaria MJ nº 1.007, de 14 de junho de 2011

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advertência, suspensão e até a cassação do título de OSCIP, fortalecendo a

certidão de regularidade atualmente emitida – atende à premissa da transparência,

probidade e integridade no tratamento do interesse público; superação da cultura e

da convivência clientelista;

4. Aprimorar as regras referentes ao Termo de Parceria: tornar o concurso de

projetos obrigatório (semelhante ao já proposto pelo Ministério da Justiça com a

edição da Portaria nº 458, de 12 de abril de 2011); proibir a contratação de

empresas e pessoas físicas com vínculo familiar (terceiro grau consangüíneo ou

afim) a agentes públicos do órgão repassador de recursos ou dos conselheiros e

diretores da OSCIP; fortalecer o papel institucional do DEJUS/SNJ/MJ com vistas a

promoção de seminários e boas práticas no que se refere ao uso do Termo de

Parceria, à manualização de orientações para as comissão de avaliação,

construção de indicadores e sobre procedimentos de compras e contratações das

OSCIPs – atende às premissas do aprofundamento das relações e criação de

condições mais adequadas para as parcerias; superação da cultura e da

convivência clientelista; e transparência, probidade e integridade no tratamento do

interesse público;

5. Instituir Avaliações e Pesquisas que possibilitem a análise qualitativa das parcerias

entre Estado e Sociedade Civil Organizada – atende às premissas do

aprofundamento das relações e criação de condições mais adequadas para as

parcerias; fortalecimento institucional e político das organizações da sociedade

civil; transparência, probidade e integridade no tratamento do interesse público;

6. Aprimorar e priorizar os sistemas informatizados de Entidades Sociais (CNEs e

SG-COESO), revisar fluxos e rotinas internas com apoio da CGMA do MJ;

estruturar a Ouvidoria Geral do MJ para recepção de denúncias e

acompanhamento da resolução com follow up para denunciante; destinar

servidores com perfil de analista de prestação de contas para cobrir lacunas da

equipe da COESO/DEJUS/SNJ/MJ; tornar a SNJ ponto de contato internacional

para receber e responder demandas sobre entidades sociais – atende à premissa

da transparência, probidade e integridade no tratamento do interesse público;

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7. Normatizar e suprir lacunas acerca da autorização de funcionamento de

Organização Estrangeira, em especial as de direito privado e sem fins lucrativos,

de forma a distinguir estas, as sociedades lucrativas e as entidades de direito

público, criando critérios e competências (em acordo com MDIC, MRE e SDH) de

supervisão de atuação (conforme o interesse público) e hipóteses de revogação da

autorização – atende à premissa da transparência, probidade e integridade no

tratamento do interesse público. O GT propõe, a instituição de um grupo de

trabalho interministerial (MJ, MRE, Secretaria Geral, MDIC e SDH), com a

presença de convidados para discussão da normatização do tema.

6.2 – Propostas de encaminhamento para a Secretaria Geral da Presidência da República:

1. Sugestão de elaboração de Princípios e diretrizes de Relacionamento entre Estado

e Sociedade Civil Organizada (inclui aspectos de tributação, titulação, auto-

regulação, fomento, parcerias, controle e transparência), observadas todas as

premissas estabelecidas no item 2 desse relatório. Tais pontos podem servir de

subsídios para uma possível instituição de uma Política Nacional (articulada com

Estados e Municípios);

2. Criação de um sistema articulado de Qualificação, Supervisão e Avaliação, que,

observando a Política, passe a regulamentar a dinâmica de acreditação das

entidades sociais que desejam cooperar com o Estado;

3. Estabelecer mecanismos de cruzamento de dados e interoperabilidade entre

órgãos de controle, arrecadadores e supervisores;

Grupo de Trabalho - Entidades Sociais – Ministério da Justiça Portaria MJ nº 1.007, de 14 de junho de 2011

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Guia prático para Entidades Sociais. Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação. Elaboração, redação e organização: Andrea Aiolfi, Genário Viana Filho, Oscar Apolônio Nascimento Filho e Rodrigo Silva Machado. Brasília: Secretaria Nacional de Justiça, 2009. Manual Entidades Sociais do Ministério da Justiça. Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação. Brasília: Secretaria Nacional de Justiça, 2007. PIRES, Davi Ulisses Brasil Simões. O Cadastro Nacional de Entidades do Ministério da Justiça, uma ferramenta a serviço do público. SALGADO, Valéria Alpino Bigonha. Vínculos de Cooperação entre a Administração Pública e Entidades Civis sem fins lucrativos – O papel das Organizações Sociais, das OSCIPs e dos Serviços Autônomos. SOARES, Luiz Henrique Proença e BRANCO, Pedro Paulo Martoni. OS e OSCIPs: Dilemas e dificuldades de sua validação como instrumentos de modernização do Estado no Brasil. Relações de Parceria entre Poder Público e Entes de Cooperação e Colaboração no Brasil. Ministério do Planejamento. Brasília: Secretaria de Gestão, 2010.

Grupo de Trabalho - Entidades Sociais – Ministério da Justiça Portaria MJ nº 1.007, de 14 de junho de 2011

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8. ANEXOS:

1. Portaria MJ nº 1.007/2011

2. Memórias das reuniões

3. Contribuições das unidades aos trabalhos do grupo

4. Pesquisa SAL sobre a legislação vigente sobre o tema

5. Minuta do Decreto de Organizações Estrangeiras

6. Programação e Degravação dos Colóquios

7. Diagnóstico planificado

Grupo de Trabalho - Entidades Sociais – Ministério da Justiça Portaria MJ nº 1.007, de 14 de junho de 2011

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ANEXO 1 - PORTARIA Nº 1.007, DE 14 DE JUNHO DE 2011

Ministério da Justiça .GABINETE DO MINISTRO

PORTARIA Nº 1.007, DE 14 DE JUNHO DE 2011 O MINISTRO DE ESTADO DA JUSTIÇA, no uso de suas atribuições legais, de acordo com o Decreto nº 6.061, de 15 de março de 2007: CONSIDERANDO a necessidade de promover uma agenda de debates quanto aos assuntos pertinentes às Entidades Sociais e seus mecanismos de controle e fiscalização; CONSIDERANDO a importância de analisar o marco regulatório hoje existente sobre as Entidades Sociais e eventual necessidade de seu aprimoramento; E CONSIDERANDO a relevância de ampliar o exercício do controle social e democrático sobre a atuação do Estado e das entidades sociais; resolve: Art. 1º. Instituir Grupo de Trabalho com a finalidade de realizar análise das ações do Ministério da Justiça relativas aos processos e fluxos de qualificação e de titulação das entidades sociais; analisar a legislação atual atinente ao tema e propor, se necessário, alterações legislativas; e desenhar mecanismos para aprimorar o sistema de controle e supervisão. Art. 2º. O referido Grupo de Trabalho será coordenado pelo Secretário Nacional de Justiça, que o presidirá, e será composto pelos seguintes representantes: I - Pela Secretaria Nacional de Justiça: a) Fernanda Alves dos Anjos; b) Frederico de Morais Andrade Coutinho; c) Davi Ulisses Brasil Simões Pires; II - Pelo Gabinete do Ministro de Estado da Justiça, Maria Augusta Boulitreau Assirati III - Pela Secretaria de Assuntos Legislativos, Priscila Specie; IV - Pela Secretaria Executiva, Byron Prestes Costa; V - Pela Assessoria Especial de Controle Interno, Ronaldo Alves Nogueira; VI - Pela Consultoria Jurídica, Tatiana Malta Vieira; VII - Pelo Programa de Transparência, Mariana Delgado de Carvalho Silva; Art. 3º. O Grupo de Trabalho poderá convidar para participar dos trabalhos e debates relacionados a seu funcionamento especialistas, representantes de outras instituições governamentais ou não governamentais, bem como representantes de outras Secretarias do Ministério da Justiça. Art. 4º. A participação no mencionado Grupo não será remunerada e seu exercício será considerado de relevante interesse público. Art. 5º. O Grupo de Trabalho terá o prazo 90 (noventa) dias da data de instituição para apresentar relatório conclusivo, podendo este prazo ser prorrogado por igual período, caso necessário. Art. 6º. A Secretaria Nacional de Justiça, por meio de seu Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação dará apoio administrativo e executivo para a realização dos trabalhos do Grupo de Trabalho. Parágrafo único. O Grupo de Trabalho contará com Secretaria Executiva própria, a ser exercida pela Coordenadora de Entidades Sociais, que se incumbirá da condução das ações de apoio necessárias ao bom andamento do Grupo de Trabalho. Art. 7º. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

JOSÉ EDUARDO CARDOZO

Diário Oficial da União, Nº 115, quinta-feira, 16 de junho de 2011, Seção 2 - ISSN 1677-7050 35

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ANEXO 2 - Memórias das reuniões

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Memória da 1ª. Reunião - 21/06/2011 Participantes: João Guilherme, Fernanda, Davi, Frederico, Ricardo Ática (SNJ); Rommel (CJ); Magda (GM); Osvaldo (AECI); Byron (SE); Priscila (SAL); Mariana, Lívia (Transparência) Apoio COESO: Oscar, Paula, Andréa Pauta:

14h – Abertura dos Trabalhos. Apresentação dos membros. 14h15 – Contextualização da criação do GT e apresentação das iniciativas realizadas. 14h45 – Apresentação do CNEs. 15h15 – Apresentação dos fluxogramas. 15h30 – Pactuação do cronograma de trabalho.

1) Contextualização da criação do GT e apresentação das iniciativas realizadas. Secretário da SNJ: relembra as iniciativas já realizadas em 2011: a) Reunião de articulação interna do MJ Participantes: secretaria executiva , controle interno, transparência, CONJUR, SAL, SNJ, gabinete do ministro b) Participação na Oficina do Terceiro Setor do IPEA, no dia 24 de janeiro, das 14h30 às 18h30. Sobre as pesquisas que têm sido feitas pelo Ipea em parceria com várias instituições -- Polis, CEBRAP, Unitrabalho, Action Aid, ISER e INESC -- e pesquisadores de ponta da academia brasileira -- como Leilah Landim e Adrian Lavalle --na temática das ONGs e sua participação em políticas públicas. Essa rede tem trabalhado com dados como o SICONV, bem como produzido estudos de caso que revelam as potencialidades e os limites da cooperação entre Estado e Terceiro Setor. Um dos temas do pano de fundo é o marco regulatório hoje existente e sua adequação. c) Reunião do programa de capacitação de combate a lavagem de dinheiro e a corrupção (São Paulo) sobre terceiro setor d) Painel no IV Congresso do CONSAD – Brasília –DF, de 25 a 27 de maio de 2007 Painel 31 – Relações de parceria entre Estado e Terceiro Setor nas perspectivas normativa e de execução

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e) Reunião com temática sobre organizações estrangeiras para construção da minuta de decreto visando os grandes eventos Participantes: Sal, SNJ, CONJUR Resultado: minuta em finalização na SAL para tramitação (MDIC e SDH) para posterior envio a Casa Civil f) Reunião de articulação externa com Ouvidora Geral da União para colher sugestões e disponibilizar a base de dados do CNES ao “sistema nacional de informação e participação” em gestação (cf. art. 102 da LDO) g) Reunião de articulação externa com a Controladoria Geral da União para propor parceira em processo de supervisão e fiscalização das entidades sociais Contextualiza as iniciativas tomadas na semana passada em razão da demanda da Presidência da República, informando a realização das seguintes providências: 1 – Constituição de Grupo de Trabalho para propor modificações e aperfeiçoamento ao processo de qualificação e supervisão das OSCIPs. 2 – Minuta de Portaria instituindo competência para a Ouvidoria do MJ recepcionar oficialmente denúncias relativas às irregularidades nas qualificações das OSCIPS – minuta de portaria elaborada e enviada ao GM. 3 – Proposta de Convênios com órgãos de controle, poder judiciário, governos estaduais, TCU e CGU para intercambio de informações e interoperabilidade de dados de OSCIPS – minuta de oficio ministerial, bem como minuta de acordo de cooperação enviado ao GM. Será necessário que o GM replique os ofícios para cada autoridade, colha as assinaturas dos ministros e expeçam os mesmos. 4 – Preparação de minuta de exposição de motivos e de redação de Medida Provisória para tornar obrigatória a prestação de contas anual das OSCIPS junto ao CNES, sob pena de desqualificação.

2) Apresentação dos membros que compõem o Grupo de Trabalho sobre Entidades Sociais

3) Apresentação do CNEs e contextualização da agenda de entidades sociais

A apresentação realizada será encaminhada eletronicamente para todos os participantes.

4) Apresentação dos materiais de trabalho e da proposta de trabalho SNJ: disponibilizou aos participantes o material de referência das Entidades Sociais (Manual e Guia Prático), a legislação em vigor e os fluxogramas dos processos de trabalho do DEJUS/SNJ/MJ de qualificação/titulação e representação administrativa das entidades sociais. Além disto foi apresentada uma proposta de trabalho para o GT – MJ a ser discutida e pactuada com o Grupo. GM: Solicitou maiores informações sobre o andamento do GTI-SG/PR e materiais que discutem conceitualmente a temática

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SAL: Foi realizada uma reunião na Secretaria Geral da Presidência da República, com a participação da Ouvidoria Geral, Ministério da Fazenda e Ministério do Planejamento com o intuito a finalidade de propor SE: propõe a realização de visita a Belém – PA para conhecer o modelo de terceiro setor proposto pela Procuradoria Geral daquele Estado com vistas ao desenvolvimento de um novo modelo de cooperação com a finalidade de incentivar o associativismo (Ex: produção de queijo marajoara). SNJ: se dispõe a circular os textos produzidos para o CONSAD, bem como dos modelos em discussão AECI: solicita informações sobre a percepção da SNJ a respeito do atual modelo de prestação de contas das OSCIPs. SNJ: informa o envio de Medida Provisória para a análise da SAL como decorrência da agenda aprovada pela Presidência da República para a exigência de prestação de contas anual pelas OSCIPs, via Cadastro Nacional de Entidades, sob pena de perda da qualificação. Ressalta que o tema ainda permanece aberto para a discussão do GT, em especial para receber contribuições para aperfeiçoar a mecanismo de análise destas prestações de contas, construir uma sistemática que funcione com eficácia para o envio de prestação de contas pelas entidades; preparação da equipe; fortalecimento do controle e da transparência das informações. Registra a dificuldade atual da legislação que prevê apenas a necessidade de o estatuto da OSCIP prever que vai prestar contas. Apenas 30% das OSCIPs prestam contas anualmente. Ao contrário do que ocorre com as UPFs, em que cerca de 70% prestam contas anualmente, uma vez que há a exigência legal. Necessidade de se prever requisitos legais para a cassação. Encaminhamentos: - Próxima reunião dia 06/07/2011 – das 15h às 18h, na sala Macunaíma. - Cada representante do GT deverá preparar informações para a elaboração de um diagnóstico sobre o tema.

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Memória da 2ª. Reunião - 06/07/2011 Participantes: Fernanda, Davi, Frederico, Marcelo Veiga, Ricardo Átila e Arnaldo (DRCI-SNJ); Tatiana (CJ); Magda (GM); Ronaldo (AECI); Byron (SE); Anna Cláudia (SAL); Mariana, Lívia (Transparência), Renata, Paula e Oscar. Pauta: Diagnóstico sobre as Entidades Sociais.

5) Apresentação do Diagnóstico elaborado pela SNJ. Davi: destacou os pontos frágeis na visão da SNJ nos seguintes aspectos: Legislação/ qualificação: OSCIPs: ato vinculado, requisitos meramente burocráticos e concentrados no Estatuto Social, não há sanção ao descumprimento do estatuto, prestação de contas não obrigatória; UPFs: ato discricionário, requisitos burocráticos e terminologia subjetiva (moralidade comprovada), ausência da definição legal mais clara sobre o termo Utilidade Pública, cassação somente após a ausência de três anos consecutivos da prestação de contas; OE: ausência e imprecisão legislativa, falta de definição de conceitos como interesse coletivo x sem fins lucrativos, ausência de controle sobre as OEs não autorizadas; Destacou a elaboração pela SNJ, SAL e CJ da minuta do decreto referente às OEs. Supervisão: Inexistência de acompanhamento in loco para verificar os dados informados no momento da qualificação e da prestação de contas; Prestação de contas declaratória e sem parâmetros (cruzamentos com outros sistemas); Certidão de regularidade (regulada por meio de portaria do SNJ); Representações administrativas na COESO 170 processos, com ligeira alta no âmbito das OSCIPs nos últimos anos; Administrativo: Estrutura deficitária diante da demanda atual da coordenação.

6) Manifestações do grupo: GM: Drª Magda questionou sobre a ausência de interoperabilidade do CNEs com demais sistemas governamentais, como os da RFB, SICONV que validariam alguns dados apresentados pelas entidades;

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Consignou a necessidade de atenção ao tratamento dispensado às entidades sociais, tendo em vista que as mesmas não são administração pública e sim desempenham atividades de interesse público. AECI: Dr. Ronaldo destaca que o controle interno primário é de responsabilidade de cada pasta; Questiona sobre a interoperabilidade do CNEs com os dados da Receita Federal, indicando que o cruzamento de dados poderá ser útil na supervisão das entidades sociais; Perguntou como é feita a análise da prestação de contas, dados contábeis/financeiros; Informa a atuação da CGU sobre as OSCIPs recebedoras de recursos federais, avaliando a aplicação dos mesmos nos municípios; CONJUR: Drª Tatiana explana preocupação sobre a capacidade operacional do MJ em cumprir a supervisão/fiscalização após o grupo construir normativas que obrigará as entidades à prestarem contas anualmente (OSCIPs); Sugere a revisão do fluxo que trata de titulação de UPFs (subdelegação), trazendo a decisão ao Secretário ou Diretor; SE: Dr. Byron informa a responsabilidade e expertise do MRE ao tratar sobre as Organizações Estrangeiras TRANSPARÊNCIA: Drª Mariana e Lívia apresentam o diagnóstico elaborado pela transparência. Em função da extensa lista apresentada foi acordado uma reunião bilateral entre SNJ e transparência para checar as sugestões ponto a ponto. SNJ: Dr. Davi esclarece que a criação do CNEs também configurou atendimento a uma meta da ENCCLA. Renata informa sobre os acordos de cooperação firmados com outros órgãos CGU, TCU e MPF, contudo não há interoperabilidade em tempo real do CNEs; Informou que já existe tratativas com a CGTI para elaboração deste compartilhamento de dados; Dr. Arnaldo (DRCI) manifesta necessidade de apresentar ao grupo o diagnóstico elaborado pelo DRCI. A apresentação será realizada na próxima reunião; Dra Fernanda apresenta proposta de pauta para as próximas reuniões: _ convidar os seguintes parceiros governamentais para explanação ao GT: IPEA, CGU, MPOG, Presidência da República (GT), Receita Federal, MDS;

7) Encaminhamentos:

Considerando que ficou acordado a quarta-feira como dia reservado para encontro do GT:

- Próxima reunião dia 20/07/2011 – das 15h às 18h, na sala Macunaíma. - Pauta: continuação de debates sobre o diagnóstico. - Reunião bilateral com a transparência antes da próxima reunião com o GT.

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Memória da 3ª. Reunião - 20/07/2011 Participantes: Lívia Nascimento (Transparência), Rommel Macedo (Conjur), Davi Pires (SNJ-DEJUS), Renata Braz (SNJ-DEJUS), Magda Fernandes (GM), Osvaldo Martins de Morais Filho (AECI), Ricardo Atila (SNJ-DRCI), Byron Prestes (SE), Frederico Coutinho (SNJ), Anna Cláudia Pardini (SAL), Fernanda Anjos (SNJ-DEJUS), Paula Jacobson (SNJ-DEJUS). Pauta:

• Discussão sobre os diagnósticos preliminares apresentados; • Validação das listas de convidados para os colóquios.

Abertura: Dr. Paulo Abrão: Fala sobre a necessidade de aperfeiçoamento da legislação do terceiro setor com o apoio efetivo das demais áreas do Ministério da Justiça. Ressalta que se deve considerar que estas alterações não podem tornar inviável a existência destas entidades que desenvolvem atividade de interesse público. Informa que o Ministério da Justiça encaminhou proposta de minuta de Medida Provisória à presidência dispondo sobre prestação de contas de OSCIPs, UPFs e OEs.

Informes: Dra. Fernanda:

• Realização de reunião bilateral da equipe do Dejus com a Transparência; • Elaboração de uma planilha consolidando as contribuições já apresentadas pelo grupo e alinhadas às

premissas levantadas pela Sra Magda em documento enviado ao grupo; • Participação no GT na Secretaria Geral da Presidência da República, cujo tema é Marco Regulatório do

Terceiro Setor (Organizações Sociais). A proposta do referido grupo está elencado em cinco temas, quais sejam:

• Diagnóstico • Contratualização • Prestação de Contas e Transparência • Fomento • Certificação

Dr. Osvaldo:

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• A SE mediante ofício ao Ministro da CGU apresentou o GT – Entidades Sociais como uma das iniciativas do Ministério da Justiça frente ao controle e transparência;

Avaliação, Discussão e Contribuições de cada representante: Dra. Magda: Defender a necessidade de esclarecer o significado de público e interesse público. Ao se tratar as organizações num geral, corremos o risco de perder a visão das peculiaridades que essas organizações detêm. Não podemos desvencilhar essa discussão das posições políticas adotadas, no tocante às entidades que conseguiram acesso nos entes públicos. O envolvimento deve ser horizontal e não vertical. Dr. Osvaldo (AECI): Vê a necessidade de trazer para a discussão a visão da CGU e do TCU. Encontro no site do TCU por volta de 1000 acórdãos sobre OSCIPs. Através dessa pesquisa pode-se vislumbrar sobre a preocupação do TCU de como o MJ se preocupa com o “histórico”, questionamentos para o processo de qualificação como OSCIP. Suscitando algumas questões: 1- Como essas entidades são qualificadas? 2- Que tipo de controle sobre essas OSCIPs (de bolso) é feita? 3- Questões sobre a desqualificação de OSCIPs. Ex: caso não apresente a prestação de contas esta não perde sua qualificação? Apresentou 5 acórdãos do TCU em especial, com encaminhamentos para a SNJ e MJ. Dr. Davi: Fala sobre os limites que a lei atual nos impõe. Não há como hoje exigirmos como um critério para a qualificação, que a entidade exista a pelo menos 3 anos. Dra. Magda: Entende que deve-se levar em consideração a expertise das organizações. Dra. Fernanda: Contextualiza sobre a idéia da premissa da relação Estado-Sociedade. Entra nos elementos de qualificação e contratualização. Não há o que se falar em competência e sim em pontos para a revisão da legislação, melhorias e aperfeiçoamento dos mecanismos envolvidos. Necessidade de pegar todos os mecanismos de credenciamento e titulação interagindo ( ocorre a diversidade de modelos). Precisamos saber como o Mj, hoje, enxerga essa pluralidade e o fomento. Precisamos demonstrar clareza quanto à alinhamentos no sentido que tamanha pluralidade não é interessante. Precisamos pensar em questões, visando provocar o debate. Qual o melhor momento e como atrair as entidades que possuem relevância para o Poder Público, à apresentarem seus pedidos de qualificação como OSCIP? Questionar convidados sobre: 1- Pluralidade dos títulos existentes 2- Cuidados e atenções para não se criminalizar a relação Estado-Sociedade. Anna Claudia (SAL): Entende que deve ser criado um certificado de cumprimento de objeto - exigir esse certificado de quem tem. Outras exigências: A entrega de relatório informando que a entidade trabalhou com tal objeto; A entrega por parte da entidade de uma declaração de qualificação técnica. As quais seriam apresentadas no momento do concurso de projetos a qual a OSCIP se credenciar. Dr. Davi: Fala que o concurso de projetos garante a transparência. Opta pela impessoalidade quando da sua contratação, impedindo que a mesma OSCIP seja sempre chamada para celebrar termos de parcerias.

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Memória da 4ª. Reunião - 03/08/2011 Participantes: Fernanda, Davi, Frederico, Ricardo Átila (DRCI-SNJ); Tatiana (CJ); Magda (GM); Ronaldo e Osvaldo (AECI); Byron (SE); Anna Cláudia (SAL); Lívia (Transparência), Renata, Paula, Oscar, Vitor, Cristina (SENASP), José Eduardo Elias Romão (CGU), Helinton Rocha (MAPA), Eugênio Aragão (PGR/MPF), Ronam de Oliveira (RFB), Luíz Otávio Negrão (BTO Amazonas), Carlos Alberto de Oliveira Lima (MPF), Rosalino de Menezes (BTO Amazonas), Udo Leibrecht (BTO Amazonas), Guilherme Guimarães (CJ/MPOG) e Valéria Alpino Bigonha Salgado (SEGES/MPOG). Pauta: Reflexão e contribuição para a qualificação das discussões do GT de Entidades Sociais, seguindo questões orientadoras:

● Qual a percepção sobre o marco regulatório hoje existente sobre as Entidades Sociais e eventual necessidade de seu aprimoramento?

● Quais as fragilidades/limites no modelo atual da cooperação Estado – Entidades Sociais? ● Como ampliar o exercício do controle social e democrático sobre a atuação do Estado e das

Entidades Sociais? Abertura: Apresentação dos convidados e esclarecimentos sobre o tema e a atuação do GT. Fernanda: Explicou como e no que persiste o trabalho do GT. Explanou sobre o papel do MJ no aprimoramento dos modelos de certificação. Agradeceu a presença dos convidados, ressaltando a importância da participação dos órgãos. Rodada de contribuição dos convidados: MPF: Dr. Eugênio pontua que o MP acompanha a revisão do marco regulatório, e que apesar do órgão exercer a função de identificar culpados, vem procurando ser propositivo; Constata que a lei de OSCIPs é muito genérica, porém uma boa idéia, tendo necessidade de mudanças em seus paradigmas; Defende que o Estado deve se reencontrar com a sociedade visando sua auto-organização; O Estado cita protocolos a serem seguidos pelas entidades; Opina que as entidades qualificadas devem apresentar expertise para desenvolver as atividades para as quais se qualificaram. CGU: Dr. Romão ratificou o entendimento do MPF de que não cabe ao Estado regular a Sociedade Civil, mas interessa ao Estado compartilhar quando existem recursos públicos envolvidos; Diz que a lei de Utilidade Pública Federal deve ser revogada uma vez que não podem coexistir legislações que explicitam paradigmas contraditórios;

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Defende que o aprimoramento e o desenvolvimento na lei de OSCIPs podem acarretar o fim da legislação anacrônica de UPF. MPOG: Dra. Valéria informa que o MPOG possui um estudo que versa sobre a relação entre o Estado e o Terceiro Setor; Entende ser necessário desenvolver entendimentos e adequação entre as leis ora utilizadas quanto ao Terceiro Setor – Organizações Sociais, OSCIPs e Fundações de Apoio; As Organizações Sociais e Fundações de Apoio hoje possuem um modelo de atividade continuada; Já as OSCIPs se voltam para parcerias e projetos de menor prazo; Defende a necessidade de identificação de mecanismos de co-gestão, governança das entidades; Necessidade de reconhecer o caráter particular de cada uma dessas entidades; Afirmou que o mecanismo correto de relação entre OSCIP e OS com o Estado deveria ser o termo de parceria e não o convênio. RFB: Dr. Ronam informou que desde a promulgação da LEI 12.101/09, para que as entidades obtenham benefício fiscal não precisam ser certificadas como UPF; Que o controle social das entidades deve ser feito pelo próprio destinatário do benefício; Sugeriu, ainda, como forma de controle das entidades, o enquadramento à Lei de licitações e contratos; Informa que a Receita é contrária as isenções para as entidades; Que o Estado deve pagar pelos serviços prestados em igualdade com as empresas; Constata que 99% das entidades que buscam o certificado têm como objetivo a isenção da cota patronal. SENASP: Dra. Cristina Villanova explana sobre a falta de informações e a quem recorrer em caso de dúvidas a cerca das parcerias com as entidades, além da falta de regulamentação quanto aos procedimentos a serem seguidos; Relata que ocorre divergência de entendimento entre os órgãos de controle interno (CGU) e externo (TCU).

Rodada de esclarecimentos e questões dos membros do GT: GM: Dra. Magda identificou a existência de inúmeros modelos de credenciamento utilizados pela administração pública; Fala da diversidade de instrumentos de formalização entre Estado e Terceiro Setor; Registrou que as entidades que desejam receber recursos públicos precisam entrar num processo de cartorização para que o Estado possa promover o controle sobre elas; Ressaltou a necessidade de construir mecanismos para que as entidades que estão cadastradas no CNEs sejam confiáveis. DEJUS: Dra. Fernanda defende a possibilidade da utilização do DIPJ como instrumento de controle de transparência na capitação de recursos públicos pelas entidades; Rodada final de intervenção dos convidados: MPOG: Dra. Valéria questiona sobre: O que significa uma entidade ser sem fins lucrativos? Discorda da necessidade de observância dos princípios da administração pública pelas entidades; Contanto que os parâmetros sejam bem definidos deve-se manter a pluralidade de modelos; Necessidade de incrementar o controle social.

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CJ/MPOG: Dr. Guilherme entende que não deveria existir uma pré-qualificação das entidades, que o papel do MJ deveria ser de auxiliar no desenho de editais, de metas e indicadores, bem como na seleção de projetos. Considerações finais da mesa: DEJUS: Dr. Davi defende que o procedimento cartorial é uma burocracia necessária; Deve-se pensar no fomento ao Terceiro Setor para que esse prospere; Existem limites que a lei estabelece; Defende uma revisão aos requisitos da lei de OSCIP em busca de simplificação do mecanismo de regulação desta; Indispensável para o Estado que as entidades apresentem expertise quanto às atividades que deseja desenvolver. SNJ: Dr. Fred defende a criação de uma política pública voltada ao Terceiro Setor. DEJUS: Dr. Fernanda ressaltou que os modelos de acreditação devem ser melhores discutidos; Ratifica a necessidade de aprofundamento da discussão em foco criando uma política pública sobre entidades sociais.

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Memória da 5ª. Reunião - 10/08/2011 Participantes: Fernanda, Davi, Frederico, Magda (GM); Ronaldo (AECI); Byron (SE); Renato (SAL); Lívia (Transparência), Renata, Paula, Oscar, Vitor, Juscelino, Rommel (CONJUR), Laís de Figueirêdo Lopes (OAB), Helda Oliveira Abumanssur (ABONG), Pedro Paulo Martoni Branco (Instituto Via Pública), Elisabete Ferrarezi (ENAP) e José Eduardo Sabo Paes (MPDF). Pauta: Reflexão e contribuição para a qualificação das discussões do GT de Entidades Sociais, seguindo questões orientadoras:

● Qual a percepção sobre o marco regulatório hoje existente sobre as Entidades Sociais e eventual necessidade de seu aprimoramento?

● Quais as fragilidades/limites no modelo atual da cooperação Estado – Entidades Sociais? ● Como ampliar o exercício do controle social e democrático sobre a atuação do Estado e das

Entidades Sociais? Abertura: Apresentação dos convidados e esclarecimentos sobre o tema e a atuação do GT. Fernanda: Explicou como e no que persiste o trabalho do GT. Explanou sobre o papel do MJ no aprimoramento dos modelos de certificação. Agradeceu a presença dos convidados. Rodada de contribuição dos convidados: Pedro Paulo (Instituto Via Pública): A questão regulatória sobre o sistema de Prestação de Contas se faz necessário e é urgente. Sobre convênio, disse que há pouco controle social. Falou na inadequação do SICONV aos termos de parceria. Sobre as dificuldades queixou-se dos gestores que querem optar pela aplicação da Lei 8666/93 (Licitações). Falou dos problemas das contra partidas, além das limitações nos editais que impossibilitam o pagamento de equipe envolvida nos projetos. Helda (ABONG): Disse que as organizações podem apoiar e colaborar mas não substituir o Estado, falta uma política de Estado que oriente a relação que oriente a relação de cooperação Estado x Sociedade. Falou da insegurança jurídica ocasionada pela aplicação da Legislação por governos, sem a política adequada. O sistema de controle engessa e chega a fechar entidades. Há excesso de controle. Existem modelos diversos de acompanhamento e exigências nos Ministérios. A variedade de Legislação e de modelos não se justifica, a legislação não incentiva a capitação de recursos no próprio mercado ou na sociedade. Ex: Doação de pessoa física. Disponibiliza material desenvolvido pela ABONG sobre o tema, inclusive propostas de projetos de lei de plataforma da Sociedade Civil para revisão do marco regulatório.

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Elisabete Ferrarezi (INEP): Participou dos debates desde 1993, falou do Comunidade Solidária. Disse que deveria ser criada uma diferenciação a cerca da tipologia de títulos. Foram criados títulos que trazem requisitos e possibilidades com vinculação entre as normas. Defende que falta conhecimento sobre os conceitos da Lei 9790/99. Alega que o artigo 1º desta Lei demonstra claramente quais as organizações não são de interesse público, alega que esta Lei simplificou e agilizou procedimentos para a qualificação. Entende que a Lei das OSCIPs possui controle na medida certa só precisa ser mais efetivo. Laís (OAB): Com a entrada em vigor da Lei 12.101/2009, a Lei de UPF tornou-se inútil em razão da desvinculação do título de UPF ao CEBAS. Não coaduna com a interpretação do MJ de que servidores públicos não podem estar na diretoria, esta vedação não esta em legislação nenhuma. Existem muita dúvida sobre os temas: Descontos, benefícios, isenções, etc. Capacitação da administração pública na execução do controle oferecido pela Lei de OSCIP. José Eduardo Sabo Paes (MPDF): Inicia com uma provocação: Qual a necessidade hoje, dentro do Estado democrático de direito de incentivar a participação da Sociedade Civil nas políticas públicas? Resposta: Fortalecimento da democracia participativa. Entende que o marco regulatório atual é eficiente, lacunoso e disperso, possibilitando insegurança na relação do Estado x Terceiro Setor. Falou do controle social, disse que vivemos cada vez mais em um Estado policial. Existe a necessidade de atuação harmônica dos órgãos de controle uniformizando critérios de fiscalização.

Rodada de esclarecimentos e questões dos membros do GT: Magda: Deve-se incentivar o Estado democrático de direito. Enquanto agente público, temos que fortalecê-lo buscando parcerias ilibadas. A idéia do ato vinculado (OSCIPs) é simplificador, o problema não está no processo de qualificação, mas no seu deslinde na execução dos termos de parceria. Ronaldo: Entende que há necessidade de aperfeiçoamento da Lei 9790/99, visando a desburocratização. Rodada final de intervenção dos convidados: Pedro Paulo (Instituto Via Pública): Na parceria, os elementos de procedimentos matam a análise dos resultados. As exigências do controle acabam por gerar pequenos delitos para atingir o objeto. Falou do despreparo dos servidores públicos, que é preciso rever a cultura, os procedimentos além da desresponsabilização de servidores. Laís (OAB): Há um controle bem instituído mas que não é bem executado. Elisabete (INEP): Há uma tendência do Estado em achar que pode intervir nas entidades. Não existe controle em excesso, mas o suficiente.

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Memória da 6ª. Reunião - 24/08/2011 Participantes: Davi, Frederico, Magda (GM); Ronaldo e Osvaldo (AECI); Byron (SE); Silvana e Anna Claudia (SAL); Lívia (Transparência), Renata, Paula, Oscar, Vitor e Juscelino. Pauta:

• Apresentação da minuta de decreto de OE (SAL). • Apresentação da estrutura do relatório final (Fred).

Abertura:

Davi: Falou da pauta e passou a palavra a Sra. Silvana da SAL para que apresentasse a proposta de minuta de decreto de OE.

Apresentação da minuta do decreto de OE (SAL).

Silvana (SAL): Procedeu a leitura de todos os artigos da minuta do decreto.

Davi: Comentou sobre a necessidade de regulamentação tendo em vista a existência de entidades que atuam no Brasil e se quer o país tem conhecimento delas.

Silvana (SAL): Dando prosseguimento à apresentação falou que os artigos 28 e 30 da minuta serão retirados pois não há previsão legal para sansão das entidades.

Anna Claudia (SAL): Esclarece que ainda não há definição se a regularização será por meio de decreto ou projeto de lei.

Byron (SE): Ressaltou a importância de ressalvar a ocorrência de acordos de cooperação internacional para que o decreto não os contrarie.

Anna Claudia (SAL): As sansões devem estar previstas em lei e que poderia ser por medida provisória, uma vez que o decreto não teria força principalmente para prever a cassação das OEs. Propõe retirar os artigos 28 e 30 para o decreto passar, e então em paralelo ir tentando a aprovação do conteúdo desses artigos por lei.

Silvana (SAL): Incluirá as previsões de tratados internacionais.

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Fred (SNJ): Propõe que a redação do decreto seja apresentada excluindo as sanções, as quais estariam presentes em um projeto de lei que seria encaminhado em paralelo.

Apresentação da estrutura do relatório final (Fred). Fred (SNJ): Explica o que deve vir detalhado em cada ponto do relatório. Ronaldo (AECI): Sugere que sejam incluídas tabelas onde serão demonstradas quantas entidades qualificadas trabalham com termos de parcerias. Falou da possibilidade de extrair informações pelo SICONV de termos de parcerias das OSCIPs. Sugeriu incluir bibliografia com base legal.

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MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

Secretaria Nacional de Justiça Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação

Grupo de Trabalho sobre Entidades Sociais

Memória da 7ª. Reunião - 31/08/2011 Participantes: Davi, Frederico, Fernanda, Magda (GM), Ronaldo e Osvaldo (AECI), Marconi Mizuno (SE), Mariana e Lívia (Transparência), Tatiana (CONUR), Renata, Paula, Oscar, Vitor. Pauta:

• Apresentação prévia do relatório final

Abertura:

Fernanda: Informa que Renata passará a apresentar o relatório final previamente preenchido, o qual teve sua estrutura discutida na reunião anterior. Rodada de contribuição dos integrantes do GT:

Renata: Inicia a apresentação do relatório. Osvaldo (AECI): Esclareceu sobre os parâmetros utilizados perante o Siconv, que resulto na tabela fornecida por ele, a qual tem caráter quantitativo. Magda: Observa que a planilha gerada pelo Siconv retrata de forma substancial a relação entre o Estado e as entidades sociais. Fazendo um paralelo entre esta tabela e outra tabela apresentada, que fora extraída do CNEs, pontua diferenças claras, que devem ter sido geradas por questões de cortes metodológicos aplicados no momento da pesquisa. Ronaldo (AECI): Informa que no ano de 2011 já foram repassados R$300.000.000,00 em recursos públicos, à entidades sociais, através de termos de parceiras. Osvaldo (AECI): defende que a escolha pela entidade que receberá o repasse, deve ser justificada por parte da administração pública. Fernanda: esclarece a urgência em fechar a minuto do Decreto de OE nesse momento, para na seqüência ser encaminhado o Projeto de Lei, devido proximidade da Copa do Mundo no Brasil. Renata: Apresenta o sumário do relatório. Procede alguns esclarecimentos quanto ao decreto de OE, esclarecendo a necessidade de uma conversa com a SDH (adoção), MDIC (com fins lucrativo) e MRE (caráter público).

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Osvaldo (AECI): Vê a necessidade de se tratar a demanda das OEs e quais as suas finalidades/especialidades. Fernanda: Relata que o governo brasileiro não consegue exercer controle sobre as Organizações Estrangeiras que efetivamente trabalham no Brasil e que muitas não possuem registro de existência no Ministério da Justiça. Tatiana (CONJUR): Propõe consulta à Secretaria Geral da Presidência quanto a discussão da normativa das OEs. Fred: Apresenta a introdução do relatório, em seguida direciona a apresentação ao item que trata das propostas. A qual a primeira a ser abordada é a questão de revogação do título de Utilidade Pública Federal – que foi aceita por todos. Prosseguindo, propõe o aprimoramento da qualificação com OSCIP, vinculando este a expertise da entidade. Marconi Mizuno (SE): Defende a instituição de um período de quarentena para as entidades que perderam sua qualificação. Magda (GM): Entende que o texto das propostas está muito objetivo, tendo dessa forma preocupação para o entendimento do ministro. Fred (SNJ): Esclarece que as propostas estão bem explicadas no corpo do relatório. Fernanda: Prossegue a apresentação das propostas, a qual discorre sobre supervisão e o ato de acreditação do título. Em seguida apresenta sua proposta de supervisão a ser aplicada na legislação de OSCIP, baseada no processo de supervisão usado pelo MEC. Magda (GM): Explica que a idéia de supervisão usada pelo MC é ótima, porém vê dificuldade dessa ser aplicada às OSCIP, por se tratar de um universo muito maior. Fernanda: Explica que a supervisão tem como objetivo checar as condições que geraram a acreditação da entidade. Segue para encaminhamentos:

1- Reunião do GT dia 08.09.2011, das 14h às 18h; 2- Será enviado o relatório para todos do GT, até o dia 02.09.11; 3- OS integrantes do GT farão suas considerações e contribuições as quais

serão enviadas à Renata.

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MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

Secretaria Nacional de Justiça Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação

Grupo de Trabalho sobre Entidades Sociais

Memória da 8ª. Reunião - 08/09/2011 Participantes: Davi, Frederico, Fernanda, Magda (GM), Ronaldo e Osvaldo (AECI), Marconi Mizuno e Byron Prestes (SE), Mariana (Transparência), Rommel Macedo (CONUR), Renata, Paula e Oscar. Pauta:

• Apresentação do relatório final Rodada de contribuição dos integrantes do GT:

Davi: Inicia a apresentação do relatório, falando sobre a exclusão do título de UPF. Magda (GM): Entende ser necessário um estudo mais aprofundado sobre o título de UPF a fim de colher maiores elementos que fundamentes a proposta de exclusão deste Rommel: Remetendo-se a portaria que criou o GT, lembrou que o escopo do grupo tem propósito afeto as competências e atribuições do Ministério da Justiça. Renata: Esclarece que no relatório vêm detalhado quais as providências que a COESO/DEJUS vem procedendo em relação ao CNEs, como é o caso do Gerencial SG-COESO. Fred (SNJ): Discute-se a necessidade do período de 3 anos de experiência para qualificação ou para firmar termo de parceria. Mizuno (SE): Defende que a experiência da entidade seja exigida na hora do termo de parceria e não na qualificação. Renata: A carência deve ser de 3 anos. Fred (SNJ): Apresenta a proposta de instituir período de quarentena qüinqüenal para a entidade e dirigentes que perderam o título. Ao instituir um sistema de supervisão, pondera sobre a criação da hipótese de; advertência, suspensão e criação de penas intermediárias. Fernanda: Propõe prorrogar o prazo do GT por 90 dias para produção de documentos; minutas, pesquisas entre outros, visando apresentação ao Ministro e a Presidência da República. Propõe para

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encaminhamento um estudo visando a elaboração de uma Política Nacional de Relacionamento entre Estado e Sociedade Civil Organizada. Rommel (CONJUR): Pondera sobre os parâmetros a serem aplicados no tocante a Política Nacional de Relacionamento. Fernanda: Ver a elaboração dessa Política como uma necessidade preeminente. Discute a proposta de criação de um sistema articulado de qualificação, supervisão e avaliação, observando as diretrizes passando a regulamentar a dinâmica de acreditação das entidades sociais que desejam cooperar com o Estado. Encaminhamento: As contribuições dos integrantes do GT serão entregues à Secretária Executiva até o dia 12/09/2011.

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Anexo 3. Contribuições das unidades aos trabalhos do grupo

3.1. Pesquisa de Acórdãos do TCU sobre o tema. Contribuição enviada pela Assessoria Especial

de Controle Interno:

Acórdão nº 3101/2010 – Plenário: “9.3. informar ao Ministério da Justiça acerca da não-prestação de contas, pela Guayi, da totalidade de suas operações patrimoniais e resultados, conforme estabelecido no art. 11 do Decreto n º 3.100/1999, para as providências de sua alçada”;

Acórdão nº 1403/2008 – Plenário: “O Instituto Treinar está inadimplente no que concerne à obrigatoriedade de encaminhamento ao Ministério da Justiça da prestação de contas anual referente ao exercício de 2006, infringindo o disposto na Portaria SNJ Nº 23, de 8/12/2006, que estabelecia o prazo de 28 de fevereiro de 2007 para o referido encaminhamento. Tal situação impede que a "instituição" obtenha a Certidão de Regularidade e também impede a renovação da qualificação como OSCIP. Mesmo com tal situação de inadimplência, a "instituição" assinou Termo de Parceira com a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres após 28 de fevereiro de 2007, além de ser agraciada, em 29 de maio de 2007, com recursos da Secretaria de Políticas Públicas de Emprego da ordem de R$ 305.532,50 (Convênio 136/2006) e, em 06 de março de 2007, de R$ 161.588,00 de recursos da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (Termo de Parceria 01/2007)”.

Acórdão nº 1331/2008 - Plenário: “Questões referentes a OSCIPs 17 - A outorga de qualificação como OSCIP pelo Ministério da Justiça atende aos requisitos legais e regulamentares? 18 - A OSCIP encaminhou a Prestação de Contas anual e essa foi devidamente analisada pelo Ministério da Justiça? 19 - A remuneração paga aos dirigentes e servidores está de acordo com os requisitos legais associados à qualificação e à obtenção de vantagens fiscais da OSCIP? (...)3.9.4 Constatou-se que as OSCIPs Instituto Treinar de Educação e Tecnologia (SC) e Guayi (RS) não encaminharam prestações de contas ao Ministério da Justiça, não atendendo à exigência específica estabelecida no Decreto nº 3.100/1999, arts. 11, §§ 1º e 2º, que estabelece que Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público prestem contas anualmente sobre a totalidade de suas operações patrimoniais e resultados, observando o prazo disposto no art. 6º da Portaria n.º 6, de 20/12/2006 da Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça (SNJ/MJ). Com relação à Guayi, foi solicitado à SNJ cópia de eventual prestação de contas, tendo esta Secretaria confirmado que a OSCIP não apresentou contas do exercício de 2006.”

Acórdão nº 440/2010 – 1ª Câmara: “15.1. Ora, o Ceneage, recém-constituído, não tinha balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício a apresentar e tampouco a declaração de isenção do imposto de renda. No entanto, o Ministério da Justiça tem liberado a certificação como Oscip para as entidades recém-criadas, inclusive para as que não têm nenhum ativo e ainda não se encontram em pleno funcionamento com os seguintes entendimentos, como consta de documento próprio do Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação (fls.122/135): [Atualmente, conforme informação contida no sítio do Ministério da Justiça na internet, não é concedida a qualificação quando os documentos acima mencionados são apresentados zerados, ou seja, sem que tenha havido movimentação financeira na entidade]. (...) 16. Constata-se assim que o entendimento do Ministério da Justiça/Secretaria Nacional de Justiça tem sido bem flexível em relação à certificação de Oscip por entidades como o Ceneage, razão porque inicialmente cogitou-se nesta instrução a se propor diligência para que fosse enviado para estes autos cópia integral do Processo MJ nº 08026.000444/2004-09 que tratou da certificação da Oscip em pauta. (...) Quanto às propostas relativas ao procedimento de concessão da qualificação de Oscips, pelo Ministério da Justiça, faço as observações que seguem. O trabalho da Secex-PB identificou impropriedades no procedimento de qualificação das entidades que realizaram os termos de parcerias com prefeituras do Estado da Paraíba, particularmente em relação ao Centro Nacional de Educação Ambiental e Geração de Emprego (Ceneage). Quanto à proposta de perda da qualificação mediante ação do próprio Ministério da Justiça, em função das irregularidades praticadas pelas Oscip mencionadas nestes autos, verifico que esse procedimento se dá por meio de procedimento administrativo ou judicial, de iniciativa popular ou do próprio Ministério Público, conforme previsto nos arts. 7º e 8º da Lei nº 9.790/1999”.

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3.2. Contribuição da Assessoria Especial do GM para composição do diagnóstico:

GRUPO DE TRABALHO ENTIDADES SOCIAIS

Assessoria Especial do Ministro da Justiça

Com vista a contribuir na elaboração de diagnóstico para referencia o Grupo de trabalho que trata das

sistemáticas de outorga de qualificação de interesse público e de titulação das entidades sociais, coordenado

pela Secretaria Nacional de Justiça, no âmbito do Ministério da Justiça, seguem as seguintes reflexões.

Inicialmente, de ordem mais conceitual e geral, uma observação a ser considerada se refere à própria

concepção de interesse público e da relação entre o Estado e a as entidades privadas. É oportuno lembrar que a

relação estabelecida com entidades privadas para a execução de políticas públicas é de cooperação e não de

transferência de competências públicas. E que tal condição as eximem de se submeter aos regramentos do

direito público. Tal destaque se faz necessário porque não raro essa proposição de equivalência se faz presente.

É bastante comum a administração pública desconsiderar a peculiaridade das entidades, seu marco jurídico e

propor conformações similares ao setor publico, ou até mesmo oferecer resistência às suas contratações por

entender que os procedimentos próprios de atuação dessas entidades não se coadunam aos seus mecanismos

de controle e transparência.

Dessa reflexão deriva a preocupação com possíveis alterações legislativas atinentes ao tema. É fato

que a insegurança jurídica em que se pautam as relações da sociedade civil com o Estado, particularmente no

que concerne as OSCIPs e os Termos de Parceria, é evidente e carece de, no mínimo, revisão. Contudo,

qualquer proposição imediata de exigências legais sem ampla discussão, inclusive sem participação dos atores

envolvidos, pode ser prematura, e gerar desconforto político. Tal empreitada demanda tempo e cuidado. Sendo

assim, não se pode descartar, por exemplo, que na ânsia de resolver questões de possíveis desvirtuamentos

dessas entidades, algumas dessas propostas enrijeçam os procedimentos, limitem sua atuação e até anulem

seu caráter inovador, comprometendo os avanços democráticos e de mobilização social oriundos das

contribuições complementares desse terceiro setor às esferas públicas.

Nesta linha de raciocínio, é importante ter no horizonte o papel do MJ na outorga e certificado de

qualificação dessas entidades e a necessidade de assegurar sua validação. Assim, conforme determina a Lei, a

qualificação se processa enquanto ato vinculado ao cumprimento de requisitos formais e de natureza estatutária,

incluindo ao sistema classificatório as condições financeiras e fiscais apresentada pela entidade no ato da

solicitação. Embora esteja prevista a renovação anual da qualificação, com atualização dos dados, inclusive

prestação de contas das entidades, a rigor tal exigência não se cumpre, e de fato, a credibilidade à certidão

acaba sendo questionada. Aqui, convém ressaltar que a ênfase dada ao formalismo das entidades e a

inexistência da previsão de mecanismos periódicos que supervisionem a qualificação emitida, facilitam a

proliferação de nichos de consultorias voltadas a criação e formalização de OSCIPs, as chamadas “OSCIPs de

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gaveta”, que nem sempre agem sob o pretexto declarado de fortalecer o setor, e desviam de forma equivocada,

ou até de má fé, tais iniciativas.

Sem dúvida é essencial discernir as parcerias com entidades bem referenciadas. E assim, por

conseguinte, cabe aos órgãos públicos, em particular ao MJ, conferir tal credibilidade. Em curto espaço de

tempo, vislumbram-se duas alternativas:

A primeira se refere a instaurar mecanismos sistemáticos e periódicos de monitoramento às entidades

credenciadas, mediante criação de comissão de avaliação. O propósito é atestar a veracidade das informações

prestadas no ato do credenciamento, avaliar aspectos que giram em torno dos predicados organizacionais,

desempenho e vinculação das entidades e suas relações conveniais e de parceria com o serviço público, entre

outros aspectos. Os resultados do monitoramento possibilitam traçar um panorama das entidades sociais

parceiras e da qualidade dos serviços prestados no País. De natureza documental e presencial, essa alternativa

requer maior envolvimento operacional e aprimoramento legislativo, além de refinamento de informações emitido

por outros instrumentos complementares, tais como o próprio Cadastro Nacional de Entidades de Utilidade

Pública – CNEs.

Neste sentido, a segunda alternativa trata de potencializar o CNEs, enquanto ferramenta administrativa

responsável pela gestão do conhecimento e pela produção, sistematização e supervisão de informações,

considerando sua capacidade de compor base de dados cadastrais sobre todas as entidades sociais e sua

vocação para entendimento da relação entre sociedade organizada e Estado. Ao que sugere, o CNEs apresenta

aplicativos ainda não desenvolvidos que se traduzem muito mais em idealizações do que em realizações, e que

terminam por causar sua fragilidade e subutilização. Como recurso para alterar esse cenário faz-se necessário

investir em uma significativa melhora tecnológica, desenvolvendo sistemas que visem disponibilizar informações

para produção estatísticas e de análises, bem como promover agilidade na obtenção das mesmas e na interação

com o ambiente, para fins de se transformar em portal de referência de informação sobre as parcerias públicas

com as entidades sociais.

3.3. Contribuições enviadas pelo Programa de Transparência do MJ:

Entidade Ponto identificado Sugestão Observação

1.UPF 1.1 Inexistência de subsídio que permita auferir a expertise e resultados apresentados pela entidade, que demonstre elementos outros que não a execução orçamentária; Necessidade de, além da recepção, a análise da prestação de contas;

Realização de comparativo entre as atividades exercidas e o demonstrativo de receitas e despesas, tendo-se, assim, além da recepção a análise da prestação de contas

A previsão do comparativo deve ser regulamentado em ato do Poder Público, especificando-se inclusive a responsabilidade do Ministério Público ou outro órgão competente no que tange a fiscalização do recurso privado fornecido a essas entidades.

1.2 A Portaria SNJ nº 24 de 11/10/2007 possui lastro em diversas normas, mas não tem previsão legal explícita fragilizando assim sua obrigatoriedade, daí a necessidade de norma superior sobre o tema.

Previsão por lei ou decreto da obrigatoriedade de utilização e observância do CNEs e da Certidão de Regularidade

1.3 A Portaria SNJ nº 24 de 11/10/2007 apresenta o CNEs como idealizado a atender demanda de combate à corrupção, de ampliação de transparência pública, de intercâmbio de informações sobre entidades e os recursos utilizados por estas, de identificação e de promoção das entidades sociais, quanto a esta última atuação, não encontra-se claro de que forma ocorre a facilitação de implementação de parcerias públicas por via do CNEs

Elaboração de mecanismo que permita a utilização do CNEs como instrumento de celebração de parcerias, seja por via de listagem (banco de ES) a ser disponibilizada ao órgão no momento em que este busca instituição na área do serviço público, seja possibilitando a tramitação do concurso de projetos, dentre outras possibilidades.

1.4 O artigo 3º parágrafo único da Portaria SNJ nº 24 de 11/10/2007, fala sobre a possibilidade de outros órgãos (ex.: TCU, CGU etc) disponibilizarem informações sobre as entidades sociais, contudo não existe ativamente por parte do CNEs a busca por esses dados, tampouco a obrigatoriedade de tal disponibilização.

Estabelecer por ato normativo do Poder Público a obrigação para esses órgãos alimentarem o CNEs.

1.5 Os Fluxogramas dos procedimentos não se encontram disponíveis no Totem MJ e no sítio eletrônico da SNJ, alguns fluxogramas não disponibilizam prazos máximos de cada etapa.

Em atendimento às disposições do Decreto nº 6.932, de 11/8/2009, que prevê a simplificação dos processos de atendimento ao cidadão, estatuindo uma série de preceitos a serem observados pela Administração Pública, devem ser disponibilizados os fluxogramas no Totem e no site

Devem-se estabelecer prazos máximos para cada etapa descrita no fluxograma.

A SNJ informou que além dessas providências, está em discussão a elaboração de Carta de Serviços específica dos serviços prestados por aquela Secretaria.

1.6 No site, há a menção a uma lista específica de entidades que perderam o título em razão de abuso detectado em

Divulgação das lista de entidades que perderam seu título/ qualificação bem como os

A SNJ informou que por não haver tal lista na forma referida no site a menção foi retirada da página, informou ainda que será

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avaliações periódicas e amostrais realizadas pelo MJ. A lista referida no site não é disponibilizada.

motivos da perda. elaborada lista e após divulgada, conforme sugestão.

1.7 Não há previsão específica das conseqüências para entidades cassadas que continuarem a atuar sem autorização, bem como para o caso de ocorrer ajuste entre essas entidades e o Poder Público.

Previsão por ato normativo do Poder Público da conseqüências da conduta referida.

1.8 Quando a entidade encontra-se irregular em relação à prestação de contas durante o prazo em que essa irregularidade não enseja a perda da qualificação ou autorização a conseqüência é a impossibilidade de obter certidão de regularidade, no entanto essa impossibilidade não impede recebimento de recursos públicos.

Previsão por ato normativo do Poder Público da exigência da referida certidão como condicionante para a celebração de parcerias e o repasse de recursos.

1.9 A Ouvidoria do MJ ainda encontra-se em processo de criação, razão pela qual poder-se-á solicitar a atuação de órgãos com competência já legalmente constituída (ex. CGU, TCU), a fim de conferir força ao processo de denúncia, caso, de fato, verifique-se essa necessidade, uma vez que, é competência da SNJ o processamento destas denúncias.

Divisão da competência para apurar denuncias relativas a atuação da SNJ no que tange aos processos de qualificação e titulação, a qual pode ser atribuída à futura Ouvidoria do MJ e competência para apurar irregularidades das entidades qualificadas e tituladas pela SNJ, competência essa pertencente a SNJ.

A SNJ informou que a Ouvidoria atuaria como um canalizador das denúncias, distribuindo aquelas que não fosse de sua atribuição.

1.10 Não há estudos direcionados à observância de regras de acessibilidade no que tange ao site e ao CNEs

Observância dos parâmetros de acessibilidade.

Foi encaminhado à SNJ endereço eletrônico do Departamento de Governo Eletrônico do MPOG e documento contendo padrão de serviços eletrônicos, para que se analise como proceder.

2. OSCIP 2.2 A verificação prévia do regular funcionamento da organização por ocasião da celebração do Termo de Parceria (art. 9º do dec. nº 3.100/99) prioriza a verificação da prestação de contas.

Previsão de exigência por ocasião de relatório de atividades comparativo entre os resultados (art. 11, §2º, I e II do dec. nº 3.100/99) e os recursos aplicados, em modelo a ser fornecido pelo CNEs. Além da verificação se a entidade atende, no ato de celebração do termo de parceria aos mesmos requisitos listados no art. 4º, VII, da Lei nº 9.790/99, exigidos no ato de qualificação.

É necessário que se aplique modelos de interoperabilidade com os demais sistemas governamentais a fim de simplificar a consolidação dessas informações.

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2.3 O relatório de atividades e comparativo de resultados (art. 11, §2º, I e II do dec. nº 3.100/99) necessita de mecanismo para aferição da capacidade técnica da entidade.

O relatório de atividades e comparativo de resultados (art. 11, §2º, I e II do dec. nº 3.100/99)

poderá ter como escopo o atestado de cumprimento de objeto, a exemplo do atestado de capacidade técnica exigido no momento da habilitação em licitações, para atender fielmente o conteúdo do artigo 27, II do decreto nº 3.100/99.

2.4 Outro ponto a ser considerado é o fato de que o rol de finalidades constante do estatuto da sociedade não é suficiente para comprovar a efetiva atuação ou interesse da sociedade no objeto do termo de parceria que se pretende firmar. Note-se que há casos em que e entidade abrange em seu estatuto todo o rol descrito no art. 3º da lei nº 9.790/99, justamente para ampliar a possibilidade de recebimento de recursos de qualquer ordem, não sendo razoável supor que aquela entidade realiza todas as atividades ali relacionadas.

O ente governamental parceiro deve observar a convergência de interesses por outros meios no momento de celebração do termo (pode ser pelo atestado de cumprimento de objeto semelhante àquele que se pretende realizar).

2.5 Necessidade de regulação dos processos de escolha das entidades parceiras.

O concurso de projetos ou chamamento público deverá ser a regra, cuja exceção se perfaz na hipótese em que o Poder Público visa a apoiar iniciativa pré-existente de determinada OSCIP. Para tanto, é necessário que se defina o que é considerado iniciativa pré-existente.

Nesse caso, o órgão público interessado em firmar a parceria deverá publicar no CNEs (ou Siconv?) a intenção e abrir prazo para que outras instituições que desenvolvam iniciativas semelhantes possam se manifestar. Caso se conclua que há outras entidades que podem ser parceiras, deve-se realizar concurso de projetos entre todas essas. Esta opção contribuirá para a eficiência do processo e para a transparência da seleção e dos acordos a serem celebrados, desde que regulamentada.

Observar como subsídio as colocações do acórdão TCU nº 1006/2001 – Plenário .

2.6 É necessário ponderar-se sobre a conveniência de a prestação de contas ser seguida de análise, investigação dessas contas, e das conseqüências para os casos de inconformidade.

A SNJ informou que atualmente pe feita uma análise sucinta e encontrando inconsistência a entidade é notificada para saná-la.

Caso a irregularidade não seja sanada o processo é arquivado.

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2.7 A lista de entidades que perderam a qualificação, bem como a publicação desta, poderá ser estendida à OSCIP.

Ver item

2.8 Observância da proibição das OSCIPs de obterem outro título federal.

Estabelecer diálogo com o Conselho Nacional de Assistência Social para a verificação do disposto no artigo 18 da Lei nº 9.790/99 e artigo 2º da Resolução CNAS nº 144, de 11/8/2005.

Realização de levantamento no âmbito federal dos títulos e qualificações que são concedidos e dos respectivos órgãos concedentes a fim de se celebrar acordo de cooperação para que se proceda a verificação do mencionada no artigo 18 da Lei nº 9.790/99.

2.9 Não há previsão específica das conseqüências para entidades cassadas que continuarem a atuar sem autorização, bem como para o caso de ocorrer ajuste entre essas entidades e o Poder Público.

Previsão por ato normativo do Poder Público da conseqüências da conduta referida.

2.10 Quando a entidade encontra-se irregular em relação à prestação de contas durante o prazo em que essa irregularidade não enseja a perda da qualificação ou autorização a conseqüência é a impossibilidade de obter certidão de regularidade, no entanto essa impossibilidade não impede recebimento de recursos públicos.

Previsão por ato normativo do Poder Público da exigência da referida certidão como condicionante para a celebração de parcerias e o repasse de recursos.

2.11 A ausência de prestação de contas relativa ao Termo de Parceria, de que trata o artigo 12 do dec. 3.100/99 atualmente não enseja perda da qualificação ou outra forma de sanção.

Ponderar-se sobre a conveniência de tal ausência importar em suspensão ou outra forma de sanção.

2.12 Combate à pratica de venda de OSCIPs

Proibição expressa por via legislativa da venda de OSCIPs, e ainda desenvolvimento de mecanismos que dificultem fraudes, como por exemplo, a vinculação das finalidades da instituição previstas no estatuto, com as praticas da instituição e com a finalidade sob a qual

Esclarecimento do mecanismo aludido: se a instituição prevê em seu estatuto possuir as doze finalidades enumeradas no artigo 3º da Lei nº 9790/99 não significa que necessariamente ela será qualificada como uma OSCIP que realize aquelas doze atividades, é preciso que para cada finalidade a organização comprove sua prática e na hipótese de comprovar apenas

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deseja se qualificar como OSCIP e a exigência de experiência ou atividades por determinado prazo anterior a solicitação de qualificação, a exemplo das UPFs

um certo número de finalidades será qualificada apenas em relação aquelas finalidades e poderá firmar termos cujos objetos atendam apenas aquelas finalidades comprovadas na hora da qualificação.

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Anexo 4. Minuta do Decreto de Organizações Estrangeiras

DECRETO Nº de de 2011.

Dispõe sobre o cadastramento e a autorização de

funcionamento no país, de organização estrangeira destinada a fim de interesse coletivo e de sociedade estrangeira.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e

VI, alínea "a", da Constituição Federal, e tendo em vista o disposto nos artigos 11 e 17 do Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942, e nos artigos 1.134 a 1.141 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil,

DECRETA:

Capítulo I Das Disposições Gerais

Art. 1o Este Decreto regulamenta o cadastramento e a autorização de funcionamento no

país, de organização estrangeira destinada a fim de interesse coletivo e de sociedade estrangeira. Art. 2o A autorização de que trata este decreto aplica-se a organização e a sociedade

estrangeiras que: I - desejarem instalar em território nacional agência, filial, sucursal ou estabelecimento; II – possuírem sede itinerante. Art. 3o A organização e a sociedade estrangeiras que desejarem realizar atividades no país

sem instalar em território nacional agência, filial, sucursal ou estabelecimento devem se cadastrar no órgão competente.

Art. 4o Para efeito deste Decreto consideram-se: I – organização estrangeira destinada a fim de interesse coletivo aquela que exerce

atividade voltada exclusivamente para a consecução de fins sociais ou coletivos, de natureza privada ou pública, e que não distribui, entre os seus membros e empregados eventuais excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplica integralmente na consecução do respectivo objeto social, excluídas as organizações sujeitas ao direito internacional público;

II – sociedade estrangeira aquela que exerce atividade econômica. Art. 5o Não será efetivado o cadastramento ou concedida autorização de funcionamento à

organização e à sociedade estrangeiras quando suas atividades puderem comprometer a soberania nacional e o interesse público.

Capítulo II

Da Organização Estrangeira Destinada a Fim de Interesse Coletivo

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Art. 6o A organização estrangeira destinada a fim de interesse coletivo deverá solicitar a autorização de funcionamento ao Ministério da Justiça.

§1o O requerimento de autorização deve ser instruído com os seguintes documentos: I - prova de se achar a organização estrangeira constituída conforme a lei de seu país; II - inteiro teor do contrato ou do estatuto; III – indicação do modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos e a

relação de membros desses órgãos, com nome, nacionalidade, profissão e domicílio; IV - indicação das fontes de recursos para sua manutenção e dos respectivos bens a ela

destinados; V - prova de nomeação do representante no Brasil, com poderes expressos para aceitar as

condições exigidas para a autorização; a) se o representante for estrangeiro, o visto dever ser condicionado ao exercício da

função para a qual foi solicitada a autorização; e VII – indicação da forma de gestão administrava e de aprovação das respectivas contas. §2o Os documentos serão apresentados no idioma de origem e autenticados, de

conformidade com a lei nacional da organização requerente, legalizados no consulado brasileiro da respectiva sede e acompanhados de tradução juramentada em vernáculo.

Art. 7o A organização estrangeira destinada a fim de interesse coletivo que desejar, apenas,

exercer atividade no país, sem instalar em território brasileiro, agência, sucursal, estabelecimento ou filial deverá solicitar seu cadastramento ao Ministério da Justiça.

§1o O pedido de cadastramento deve ser instruído com os seguintes documentos: I - prova de se achar a organização constituída conforme a lei de seu país; II - inteiro teor do contrato ou do estatuto; III - indicação do modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos e a

relação dos membros desses órgãos, com nome, nacionalidade, profissão e domicílio; e IV - prova de nomeação do representante no Brasil, com poderes expressos para aceitar as

condições exigidas para o cadastramento; e a) se o representante for estrangeiro, o visto dever ser condicionado ao exercício da

função para o qual foi solicitado o cadastramento. §2o Os documentos serão apresentados no idioma de origem e autenticados, de

conformidade com a lei nacional da organização requerente, legalizados no consulado brasileiro da respectiva sede e acompanhados de tradução juramentada em vernáculo.

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Art. 8o A organização estrangeira que atue em processos de adoção internacional deverá: I - solicitar a autorização de funcionamento perante o Ministério da Justiça, nos termos do

art. 6o deste Decreto; II - cadastrar-se no Departamento de Polícia Federal; e III - credenciar-se na Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República que

exerce a função de Autoridade Central do país. Art. 9o O pedido de credenciamento somente será deferido se a requerente: I - não tiver fins lucrativos; II – apresentar relatório de custos; III - possuir representantes nacionais de ilibada reputação cuja formação e experiência

profissionais sejam na área de adoção internacional;

IV - for dirigida e administrada por pessoas de ilibada reputação, cuja formação e experiência profissionais sejam na área de adoção internacional;

V - estiver submetida à supervisão das autoridades competentes do referido Estado, no

que tange à sua composição, funcionamento e situação financeira; VI – apresentar credenciamento pela Autoridade Central do país de origem devidamente

autenticado; VII - comprometer-se a assegurar os direitos das crianças e dos adolescentes dados em

adoção internacional, observada a Convenção Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional, Decreto nº 3.174, de 16 de setembro de 1999; a Convenção sobre os Direitos das Crianças, Decreto n° 99.710, de 21 de novembro de 1990; e o Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei n° 8.069, de 13 de julho de 1990.

Parágrafo único. Não será autorizada a funcionar no Brasil a organização estrangeira cujo

país de origem não tenha ratificado a Convenção Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional, ou que não tenha designado Autoridade Central.

Capítulo III Da Sociedade Estrangeira

Art. 10. A sociedade estrangeira deverá requerer a autorização de funcionamento no

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. §1o O requerimento de autorização deve ser instruído, no mínimo, com os seguintes

documentos: I - prova de se achar a organização estrangeira constituída conforme a lei de seu país;

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II - inteiro teor do contrato ou do estatuto social; III - relação dos membros de todos os órgãos da administração da sociedade, com nome,

nacionalidade, profissão, domicílio e, salvo quanto a ações ao portador, o valor da participação de cada um no capital da organização;

IV - prova de nomeação do representante no Brasil, com poderes expressos para aceitar as

condições exigidas para a autorização; a) se o representante for estrangeiro, o visto dever ser condicionado ao exercício da

função para a qual foi solicitada a autorização; e VI - último balanço. §2o Os documentos apresentados no idioma de origem serão autenticados, de

conformidade com a lei nacional da organização requerente, legalizados no consulado brasileiro da respectiva sede e acompanhados de tradução juramentada em vernáculo.

Art. 11. A portaria de concessão de funcionamento da sociedade estrangeira constará o

montante de capital destinado às operações no território nacional. §1o Caberá à sociedade estrangeira, no prazo de trinta dias da expedição da respectiva

portaria, promover a publicação em órgão oficial da União dos documentos que instruíram o pedido de autorização de funcionamento.

I - a cópia do contrato ou estatuto social deverá estar assinada por todos os sócios, ou,

tratando-se de sociedade anônima, de cópia, autenticada pelos fundadores, dos documentos exigidos pela legislação especial;

II - o exemplar da publicação representará prova para inscrição, no registro próprio, dos

atos constitutivos da sociedade. §2o Os documentos serão publicados no idioma que foram produzidos, acompanhados da

respectiva tradução juramentada em vernáculo. Art. 12. A sociedade não poderá iniciar suas atividades antes de inscrita no registro próprio

do lugar em que se estabelecer. Art. 13. A sociedade estrangeira deve, sob pena de lhe ser cassada a autorização: I - reproduzir no órgão oficial da União, e do Estado, se for o caso, as publicações que,

segundo a sua lei nacional, seja obrigada a fazer relativamente ao balanço patrimonial e ao de resultado econômico, bem como aos atos de sua administração; e

II - publicar o balanço patrimonial e o resultado econômico das sucursais, filiais,

estabelecimentos ou agências existentes no país. Art. 14. A sociedade estrangeira que já esteja autorizada nos termos deste Decreto a

funcionar no país e desejar transferir sua sede para território brasileiro poderá ser nacionalizada desde que seus representantes legais o requeiram e apresentem os seguintes documentos:

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I - prova de se achar a sociedade estrangeira constituída conforme a lei de seu país; II - inteiro teor do contrato ou do estatuto; III - relação dos membros de todos os órgãos da administração da sociedade, com nome,

nacionalidade, profissão, domicílio e, salvo quanto a ações ao portador, o valor da participação de cada um no capital da sociedade;

IV - cópia do ato que autorizou o funcionamento no Brasil e fixou o capital destinado às

operações no território nacional; V - prova de nomeação do representante no Brasil, com poderes expressos para aceitar as

condições exigidas para a autorização; e VI - último balanço. §1o Os documentos serão apresentados no idioma de origem e autenticados, de

conformidade com a lei nacional da organização requerente, legalizados no consulado brasileiro da respectiva sede e acompanhados de tradução juramentada em vernáculo.

§2o Prova da realização do capital, pela forma declarada no contrato ou no estatuto e do

ato em que foi deliberada a nacionalização.

Capítulo IV Do procedimento

Art. 15. O pedido de cadastramento e o pedido de autorização de funcionamento de organização ou de sociedade será dirigido ao órgão competente instruído com a documentação de que trata este Decreto.

Art. 16. Caso a documentação que instrua o pedido de autorização ou cadastramento

esteja incompleta ou haja necessidade de esclarecimento sobre seu conteúdo e sua forma, serão solicitadas diligências ao representante legal da organização ou sociedade estrangeiras no Brasil, que deverá cumpri-la no prazo de noventa dias, sob pena de arquivamento do processo.

Art. 17. Ao apreciar o pedido de autorização de funcionamento a Administração Pública

analisará o atendimento ao disposto nesse Decreto e a conveniência e oportunidade de sua concessão.

Art. 18. Na análise deste pedido poderão ser solicitadas informações ao Ministério Público,

ao Ministério das Relações Exteriores e a quaisquer outros órgãos ou entidades publicas que possam fornecer subsídios relevantes ao processo de autorização ou cadastramento.

Art. 19. Deferido o pedido o órgão competente expedirá a portaria de autorização de

funcionamento da organização ou sociedade estrangeiras no Brasil. Art. 20. Indeferido o pedido de autorização a organização ou a sociedade estrangeiras

poderá recorrer no prazo de dez dias, solicitando a reconsideração ao Ministro de Estado da respectiva Pasta.

Art. 21. Qualquer alteração ocorrida na organização ou na sociedade estrangeira no que se

refere a sua finalidade, dirigentes, órgãos da administração ou endereço, durante a tramitação do

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respectivo processo de autorização ou de cadastramento deverá ser comunicada imediatamente ao órgão competente, sob pena de indeferimento do pedido.

Art. 22. A organização e a sociedade estrangeiras funcionarão no território nacional com o

nome que tiver em seu país de origem, podendo acrescentar as palavras "do Brasil" ou "para o Brasil".

Art. 23. A organização e a sociedade estrangeiras cadastradas ou autorizadas a funcionar

no país são obrigadas a ter, permanentemente, representante no território nacional, com poderes para resolver quaisquer questões e receber citação judicial pela sociedade.

Parágrafo único. Se o representante for estrangeiro, o visto ou a condição de permanência

deve ser compatível com a função para a qual foi solicitada a autorização. Art. 24. Qualquer modificação no contrato ou no estatuto social deverá ser submetida à

aprovação dos órgãos competentes para a autorização de funcionamento da organização ou da sociedade no país, para produzir efeitos no território nacional.

Art. 25. Depois de autorizada a funcionar no país a organização estrangeira destinada a fim

de interesse coletivo deverá prestar contas até 31 de julho de cada ano para o Ministério da Justiça. Parágrafo único. No caso de organização atuante na intermediação de adoções

internacionais a prestação de contas deverá ser entregue à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Autoridade Central do país.

Art. 26. A organização e a sociedade cadastrada ou autorizada a funcionar no país ficará

sujeita às leis e aos tribunais brasileiros, quanto aos atos ou operações praticados no território nacional.

Capítulo IV

Das Disposições Finais Art. 27. Qualquer pessoa poderá comunicar aos órgãos competentes sobre o

funcionamento de organização ou de sociedade no país, sem a devida autorização ou sem o necessário cadastro ou, ainda, em desacordo com o estipulado neste Decreto.

Art. 28. A autorização de que trata este Decreto está sujeita à caducidade, se a sociedade

ou organização que a obtiver não entrar em funcionamento nos doze meses seguintes à publicação da portaria autorizativa.

Art. 29. A autorização de que trata este Decreto está sujeita à cassação no caso de: I - prática de atos que sejam contrários aos fins declarados em estatuto; II - prática de atos que possam comprometer a soberania nacional e ao interesse público; III - ausência de prestação de contas anual; e IV - não publicação de atos e de balanços patrimoniais determinados pelo art. 13 deste

Decreto.

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§ 1º. É vedada a concessão de nova autorização à organização ou à sociedade que tiver sua autorização de funcionamento cassada.

Art. 30. A organização ou a sociedade que esteja funcionando em desacordo com o

estipulado neste Decreto sujeita-se: I – à advertência; e II - à suspensão de suas atividades pelo prazo de noventa dias. Parágrafo único. As medidas definidas neste artigo podem ser aplicadas imediatamente

pelo órgão competente. Art. 31. O órgão responsável pelo cadastramento e pela autorização de funcionamento no

país será competente para aplicar as medidas descritas nos artigos 28 a 30 deste Decreto. Art. 32. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Obs.: incluir a ressalva sobre tratados que dispensam alguns documentos ou

procedimentos. Brasília, de de 2011.

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Anexo 5. Programação e Degravação dos Colóquios

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

SECRETARIA NACIONAL DE JUSTIÇA GT/MJ Sobre Entidades Sociais

Colóquio com Convidados

Objetivo: Promover uma reflexão e contribuir para a qualificação das discussões do GT constituído para elaboração de diagnóstico e proposta de aprimoramento dos mecanismos de qualificação e supervisão de Entidades Sociais Questões Orientadoras:

� Qual a percepção sobre o marco regulatório hoje existente sobre as Entidades Sociais e eventual necessidade de seu aprimoramento?

� Quais as fragilidades/limites no modelo atual de cooperação Estado – Entidades Sociais? � Como ampliar o exercício do controle social e democrático sobre a atuação do Estado e das

entidades sociais? Programação:

• 15h - Abertura pelo Exmo. Sr. Secretário Nacional de Justiça; (20’); • 15h20 - Rodada de contribuição dos convidados (20’ para cada – 1”40’); • 17h - Rodada de esclarecimentos e questões dos membros do GT (30’); • 17h30 - Rodada final de intervenção dos convidados (5” para cada – 25’); • 18h - Considerações finais da mesa (10’)

Data: 03 de agosto de 2011 Local: Sala Macunaíma – Ministério da Justiça, Anexo II, sala 425 A, 4º. andar Convidados:

Controladoria Geral da União Receita Federal do Brasil Secretaria Nacional de Segurança Pública Ministério Público Federal Ministério do Planejamento

Orientação: cada convidado deve preparar uma fala de 20 minutos, levando em consideração as questões orientadoras propostas.

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MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

SECRETARIA NACIONAL DE JUSTIÇA GT/MJ Sobre Entidades Sociais

Colóquio com Convidados

Objetivo: Promover uma reflexão e contribuir para a qualificação das discussões do GT constituído para elaboração de diagnóstico e proposta de aprimoramento dos mecanismos de qualificação e supervisão de Entidades Sociais Questões Orientadoras:

� Qual a percepção sobre o marco regulatório hoje existente sobre as Entidades Sociais e eventual necessidade de seu aprimoramento?

� Quais as fragilidades/limites no modelo atual de cooperação Estado – Entidades Sociais? � Como ampliar o exercício do controle social e democrático sobre a atuação do Estado e das

entidades sociais? Programação:

• 15h - Abertura pelo Exmo. Sr. Secretário Nacional de Justiça; (20’); • 15h20 - Rodada de contribuição dos convidados (20’ para cada – 1”40’); • 17h - Rodada de esclarecimentos e questões dos membros do GT (30’); • 17h30 - Rodada final de intervenção dos convidados (5” para cada – 25’); • 18h - Considerações finais da mesa (10’)

Data: 10 de agosto de 2011 Local: Sala Macunaíma – Ministério da Justiça, Anexo II, sala 425 A, 4º. andar Convidados: Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais – ABONG - Drª Helda Escola Nacional de Administração Pública – ENAP - Drª Elisabete Ferrarezi

Instituto Via Pública - Drº Pedro Paulo Martoni Branco Ordem dos Advogados do Brasil – OAB – Drª Laís Figueiredo Ministério Público do Distrito Federal e Universidade Católica de Brasília – Drº Eduardo Sabo

Orientação: cada convidado deve preparar uma fala de 20 minutos, levando em consideração as questões orientadoras propostas.

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DEGRAVAÇÃO DOS COLÓQUIOS