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Florestas e eucaliptosMitos e realidades
Engº João Soares
SEMAPA16/nov/2006
Estrutura
• Situação geral das florestas
• Situação particular de Portugal
• Os aspectos ecológicos da cultura de eucalipto
O que é a floresta? Algumas definições
FLORESTA (Biótipo) – Espaço com mais de 0,5 ha, com árvores com mais de 5 metros e cuja projecção das copas ocupa mais de 10% da área.
ECOSSISTEMA (Biocenose) – Conjunto de organismos animais e vegetais que ocupam o meio físico.
SISTEMA (Biogeocenose) – Relações e equilíbrios entre o meio físicoe o ecossistema.
O que representa a floresta
• Realidade parcial de uma coisa mais complexa
Onde estão as florestas?
Qual a área florestal mundial
0,6
0,6
0,2
0,8
0,7
0,2
0,8 África
Ásia
Europa
Russia
América N. e C.
Oceânia
América Sul
Total= 4,0 mil milhões de ha. ( ± 30% da área terrestre)
O destino da produção florestal
Produção de Madeira Redonda (2003) ( M m3)
15%4%
53%
28%
EnergiaSerraçãoTrituraçãoOutros
Total = 3 342 M m3
Destino por continente
0100200300400500600700800
África AméricaN. e C.
AméricaSul
Ásia Europa Oceânia
Consumo e Destino da Madeira Redonda(2003)
P/EnergiaP/Industria
Totais: P/ Energia - 1755 ; P/ Indústria- 1588
O aumento de procura de pasta de eucalipto
BKP-northern
BSKP-other
BKP-southern
Birch
BEKP
Asian*
NMHW
SMHW
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
35.000
40.000
45.000
50.000
1994 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 (f) 2007 (f) 2008 (f) 2009 (f) 2010 (f)
000
tAD
*Asian includes all Indonesian (mixed tropical and acacia) and Chinese (eucalyptus) hardwood kraft. Mixed hardwoods from Japan, Taiwan, Korea are included in NMHWSource: Hawkins Wright
+ 11.180
+ 4.620
+ 8.116
000 tAD
Florestas estão a decrescer no mundo
Variação Anual = - 7 M ha/ano
Variação Net da Área Florestal (2000/2005)(M ha/ano)
-4,1
-4
1
0,6
-0,3
-0,3
América do Sul
África
Ásia
Europa
América N. e C
Oceânia
Crescimento mundial da procura de madeira para todos os usos
O consumo anual de madeira per capita 0,67 m3 e tende a aumentar!
A população mundial cresce 1000 milhões de pessoas em 45 anosou seja 22 milhões de pessoas por ano
Logo, o consumo que decorre deste crescimento é de15 M m3 de madeira / ano
Conclusão
É necessário por ano o equivalente a 1 M de hectares de novas plantações (admitindo 15 m3/ha/ano) por ano
A importancia das plantações
36%
4%
60% Florestas Primarias
Florestas Naturais Geridas
Plantações
Areas florestais (em % do total)
Produção de Madeira industrial:
65%
35%
De outras florestas De plantações
Volumes (em % do total)
4% da área produz 35% da madeira!
Plantações de eucalipto no mundo
CountryPlanted
Area (000 ha)
India 8.005Brazil 3.407China 1.334Spain 931Portugal 817Australia 716S. Africa 532Chile 489Perú 480Uruguay 475Viet Nam 452Thailand 443Argentina 278Pakistan 245Morocco 214Sum TOP 15 18.818
Galiza Astúrias e Cantábria
South Spain
Source: Servicio de Inventario Forestal - Ministerio de Ambiente Espanhol – IFN 3; Inventário Florestal Nacional – DGRF; Grupo Portucel Soporcel Research
• Costal areas of Portugal and North of Spain suffering demographic pressure
• Eucalyptus plantations for industrial use only
• Higher productivities in Galiza / Cantabria
• High fire risk in Summer due to high temperatures and low humidity
Mixed
Pure
Plantações de eucalipto na Iberia (1999)Area: 1,7 Million ha. Standing volume: 86 Million m3 ob. Micro-property predominates (average property 1,5 ha)
Spain
Area: 000 ha Standing wood: million m3 ob
Portugal
672
133
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
Area
31,6
5,5
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Standing wood
806 37
672
133
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
Area
31,6
5,5
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Standing wood
672
133
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
Area
31,6
5,5
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Standing wood
806 37
433
489
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
Area
32,7
16,5
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Standing wood
931 49
433
489
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
Area
32,7
16,5
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Standing wood
433
489
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
Area
32,7
16,5
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Standing wood
931 49
Características das Plantações de espécies de rápido crescimento
Species
Mean annual increment at an
operational scale (m3/ha/year)
Time to reach maturity (years)
Estimated extent fast-wood plantations
only (*000 ha)
Main countries (in decreasing order of importance)
Eucalyptus grandis and various eucalyptus hybrids
15-40 5-15 +/- 3.700 Brazil, South Africa, Uruguay, India, Congo, Zimbabwe
Other tropical eucalyptus * 10-20 5-10 +/- 1.550 China, India, Thailand, Vietnam,
Madagascar, Myanmar
Temperate eucalyptus 5-18 10-15 +/- 1.900Chile, Portugal, northwest Spain, Argentina, Uruguay, South Africa, Australia
Tropical acacias 15-30 7-10 +/- 1.400 Indonesia, China, Malaysia, Vietnam, India, Philippines, Thailand
Caribbean pines 8-20 10-18 +/- 300 VenezuelaPinus. Patula and P. elliottii 15-25 15-18 +/- 100 SwazilandGmelina arborea 12-35 12-20 +/- 200 Costa Rica, Malaysia, Solomon IslandsParaserianthles falcataria 15-35 12-20 +/- 200 Indonesia, Malaysia, PhilippinesPoplars 11-30 7-15 +/- 900 China, India, USA, central and western Turkey
A floresta em Portugal
O Eucaliptal ocupa apenas 20% da floresta nacional, ou seja, ~7% do território continental
Outros; 502; 6%
Incultos; 2055; 23%
Agricultura; 2973; 33%
Floresta; 3349; 38%
Ocupação do território nacional*,‘000 hectares, 100%=8 879 000 ha
* ContinenteNota: Pinheiro inclui pinheiro bravo e manso, outros inclui castanheiro, outras folhosas, outras resinosas e outras áreas florestais não reconhecidas pela DGF como povoamentos em 1995Fonte: DGF, IFN 1995
Ocupação florestal por espécie dominante,‘000 hectares, % do total
131317
3349
462
672
713
1054
0500
1000150020002500300035004000
Pinheiro
SobroEuca
lipto
Azinho
Carvalhos
Outros
Total
32%
21%
20%
14%4%
9%
20
27.5-30
25-27.5
22.5-25
20-22.5
17.5-20
15-17.5
12.5-15
12.5
10
7.5
5
AMA em Volume (m3/ha/ano)
Produtividade do eucalipto
Produtividades destas plantações por países
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Portugal
Spain
Australia
South Africa
Argentina
Indonesia
Brazil
m3sub/ha/year
Evolução Temporal da Área por Espécie – já com estimativas 2005-2006
87 (11)102-115148-Out. Folhosas
20 (1)41-3129-Castanheiro *
163 (15)131-11271-Carvalhos
35 (4)27-3335-Out. Resinosas
118 (2)78-5035-Pinheiro-manso
460 (4)
643 (28)
743 (119)
971 (172)
2005-06
462
713
672
976
1995-98
-
687
529
1047
1990-92
125212931288Pinheiro-bravo
579
637
99
1963-66
465536Azinheira
664657Sobreiro *
386214Eucalipto
1980-891968-80Espécies
Inventário
() Área de povoamentos ardidos* Área subestimada por ainda não considerar novas arborizações
Mitos da floresta europeia
• MITO DA FLORESTA VIRGEM
• MITO DA FLORESTA PATRIMÓNIO COLECTIVO
• MITO DE QUE CORTAR ÁRVORES É MUTILAR A NATUREZA
• MITO DA INDESEJABILIDADE DAS EXÓTICAS
De onde vem a má imagem ambiental do eucalipto
• Elevado consumo de água• Degradação da fertilidade e perda de solo• Risco de causar mais fogo• Risco de ser uma monocultura
– Mais pragas e doenças– Menos biodiversidade
Várias publicações sobre o assunto feitas ao longo do tempo
Consumo de água
• A perdas por intercepção de chuva no eucalipto são menores que em outras plantações ou floresta nativa
• O padrão de uso de água é semelhante entre eucalipto e outros cobertos florestais. O eucalipto comporta-se como qualquer outra planta em relação ao uso da água e balanço das bacias hidrográficas.
• A utilização de plantações em vez de pastagens ou agricultura leva normalmente a melhoria na qualidade da água. Em muitos casos, a instalação de plantações conduz a melhorias na gestão das bacias. É importante que se assegurem as correctas práticas de preparação de solo, regime de cortes, fertilização e queimadas de modo a não impactar negativamente na qualidade da água a jusante.
Um exemplo concreto:
Perda de fertilidade do solo e erosão
• De acordo com informação disponível, eucaliptais por si só não causam maior erosão. Valores medidos em muitas condições encontraram níveis aceitáveis. Maior causa de erosão é a má gestão florestal (mobilizações erradas e má manutenção de caminhos)
• O uso de eucalipto é benéfica na reabilitação de solos degradados, sobretudo se se tiver cuidado em manter folhada e alguma vegetação
• Matéria orgânica não sofre alteração significativa antes e depois do eucalipto (por vezes aumenta um pouco, por vezes diminui um pouco, dependendo da vegetação prévia).
• A exportação de nutrientes (pela madeira e casca) é elevada nos eucaliptos (comparado com outras florestas) porque as rotações são curtas e a produtividade alta. Este impacto pode ser compensado com adubações adequadas.
O flagelo do fogo em Portugal
Risco de fogo
• O eucalipto tem a mesma susceptibilidade ao fogo que o pinheiro ou matos. A má gestão e incúria são as causas para este flagelo, não a espécie.
Perda de biodiversidade e possíveis riscos
• Tendencialmente qualquer plantação (ou cultura agrícola) reduz a biodiversidade relativamente a florestas naturais, mas isso depende da comparação feita e do reticulado da paisagem. Em muitos casos, as plantações levam a melhorias de biodiversidade e podem ser um elemento chave para melhorar a qualidade da paisagem
• Pragas e doenças têm vindo a aumentar mas têm sido historicamente menores que em florestas nativas, como o pinhal ou montado
As oportunidades consensuais
• Contribuição para o rendimento do mundo rural
• Retenção de carbono
• Fonte de energia
• Aptidão papeleira e fonte de outros produtos da madeira
A rentabilidade do Eucaliptal é das mais altas do mundo agrário, mas os subsídios distorcem esta realidade
Rendimento fundiário e empresarial anualVAL a 5% (actividades florestais) vs Rendimento Fundiário agrícola, €/ha
-186
-146
-124
-77
-33
-23
53
58
73
108
160
-250 -200 -150 -100 -50 0 50 100 150 200
Olival tradicional excl. ajudas
Milho grão excl. ajudas
Aveia excl. ajudas
Trigo mole excl. ajudas
Trigo rijo excl. ajudas
Triticale excl. ajudas
Montado de sobro
Pinhal
Eucaliptal produtividade 10 m3 /ha/ano
Eucaliptal produtividade 12 m3 /ha/ano
Eucaliptal produtividade 15 m3 /ha/ano
Fonte: Agri-Ciência
129
325
17-30
260
27
Com ajudas
34
As florestas, nomeadamente a de Eucalipto, têm dado um contributo importante para cumprimento de Quioto
% do total das emissões nacionais atribuíveis à floresta
-10%
-8%
-6%
-4%
-2%
0%
2%
4%
6%
8%
1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004
Flor
esta
Su
mid
ouro
Flor
esta
Emis
sor
•A floresta tem contribuído em média desde 1990 com uma redução líquida anual das
emissões de Portugal de 2,4 MtCO2e
•O PNAC 2006 estabelece como meta para as “florestas de
Quioto” uma redução líquida anual de 3,4 Mt de CO2e
•A 12€/t CO2e, a “floresta de Quioto” trará à sociedade
portuguesa um benefício anual de mais de 40 M€, que não é pago
Fonte: IA, Inventário Nacional de Emissões de GEE, 2004, submissão 2006
Nota: Por serem os dados disponíveis, referem-se a todaa floresta e não apenas às “florestas de Quioto”
Fonte de energia
A qualidade da pasta é superior a todos os concorrentes directos
ÌNDICE de QUALIDADE - PASTAS de FOLHOSAS
2
6
10
14
18
22
0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70
Ìndice de Runkel (2*esp.par./diâ.lumén)
Milhões fibras/g
MS98
E.globulusEuca Brasil
BétulaGmelina
A.mangium
Ctr EuropaNrt Am Mx Hw
Sth US
Notas finais
• Os factos não comprovam os malefícios do eucalipto.
• O eucalipto é uma alternativa decisiva para a economia agrária
• O eucalipto globulus é uma dádiva da natureza que Portugal deve aproveitar
• Não há razões objectivas para ter vergonha do eucalipto