mitigação das discrepâncias entre tust e tusd

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  • 7/26/2019 Mitigao Das Discrepncias Entre TUST e TUSD

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    THE XI LATIN-AMERICAN CONGRESS ELECTRICITY GENERATION AND TRANSMISSION - CLAGTEE 2015

    "BIOENERGY FOR ELECTRICITY GENERATION AND ECOLOGICAL ISSUES IN POWER PLANTS"1

    Abstract -- This article presents methodologies for mitigatingdifferences between the Transmission System Tariffs and theDistribution System Tariff, aimed at neutralizing the negativeimpacts involved with migrating consumers from the distributionsystem to the transmission system. Current tariffs may instigatelarge consumers to perform all the investment needed to connectyourselves to the transmission network, generating extra costs tothe utility and the remaining consumers. Therefore, methodsproposed for readjustment of tariffs, such as redistribution of non-technical losses, and weighting of the tariffs by the distance to thetransmission system.

    Index TermsPower transmission; Power distribution; Retailprice index; Economic indicators; Power system economics;Regulatory frameworks.

    Resumo Este artigo apresenta metodologias para mitigaodas diferenas entre as Tarifas de Uso do Sistema de Transmisso

    (TUST) e as Tarifas de Uso do Sistema de Distribuio (TUSD),visando neutralizao dos impactos negativos envolvidos com amigrao de agentes para a rede bsica. As atuais tarifas podeminstigar grandes consumidores a realizar todo o investimentonecessrio para se conectar rede de transmisso, gerandoconsequentes nus para a distribuidora de energia e para osconsumidores remanescentes. Por essa razo, so propostasmetodologias para readequao das tarifas, como redistribuiodas perdas no tcnicas, e ponderao das tarifas pela distncia rede bsica.

    Palavras-chaveTransmisso de energia; Distribuio deenergia; ndice de preos; Indicadores econmicos; Economia dossistemas de potncia; Estruturas regulatrias.

    Este trabalho foi desenvolvido no mbito do Programa de Pesquisa eDesenvolvimento Tecnolgico do Setor de Energia Eltrica regulado pelaANEEL.

    Elcio Franklin de Arruda, Denis Antonelli, Mauro Manoel Machado,Jonatas Pulz, Joo Castilho Neto e Carlos Csar Barioni de Oliveiratrabalham na Daimon Engenharia e Sistemas (e-mails:[email protected], [email protected],[email protected],[email protected],

    [email protected] e [email protected]).Rafael H. Moura trabalha na EDP (email: [email protected]).Daimon Engenharia e Sistemas Ltda - Av. Paulista, 1776 - Cj. 22 B - Bela

    Vista - So Paulo - SP - Brasil - 01310-200 - Tel: +55 11 3266 2929.

    I. INTRODUO

    sinalizao econmica do setor eltrico com baseem tarifas deve levar racionalidade de uso, de

    operao e de expanso do sistema; induzindo sempre osagentes envolvidos a melhor utilizao dos recursos existentes.

    No Brasil, o tipo de tarifa de uso dos sistemas paga peloconsumidor est ligado ao fato de ele estar conectado ao sistemade transmisso (Rede Bsica) ou ao sistema de distribuio. No

    primeiro caso, a tarifa definida como Tarifa de Uso do Sistemade Transmisso (TUST), e no segundo como Tarifa de Uso doSistema de Distribuio (TUSD).

    Os consumidores conectados rede bsica tm suas tarifas(TUST) individualizadas, e calculadas de forma locacional comrelao ao sistema eltrico. De outro modo, ocorre queconsumidores conectados rede de distribuio pagam amesma tarifa (TUSD), se pertencerem mesma classe detenso, no importando se um est prximo ao sistema de rede

    bsica e outro esteja no fim de linha do sistema, apesar de esteltimo utilizar o sistema de forma mais intensa.

    As metodologias de clculo das tarifas de uso dos sistemastm sido foco de estudo constante em busca de aprimoramentoa cada ciclo de reviso tarifria. Na busca de uma metodologiade clculo de tarifa que garanta os princpios de eficincia,equidade, justia, equilbrio financeiro, simplicidade eestabilidade, e que sinalize aos consumidores a direo domnimo custo e promova o uso racional da energia eltrica(como proposto por [1]) teses de doutorado como [2], [3] tem

    Mitigao das discrepncias entre TUST eTUSD, visando otimizao do regimeeconmico e financeiro nos sistemas de

    transmisso e distribuio de energia eltricaE. F. Arruda, C. C. B. de Oliveira, J. Pulz, D. Antonelli, M. M. Machado, J. Castilho Neto

    Daimon Engenharia e Sistemas- e R. H. Moura Bandeirante Energia S/A

    A

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]
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    apresentado crticas metodologia vigente, propondomelhorias.

    Entretanto o tema especfico deste trabalho no tem sidofoco de estudo, embora a ANEEL j tenha buscado uma formade minimizar os impactos negativos decorrentes dasdiscrepncias entre TUSD e TUST com mudanas nametodologia de clculo do ressarcimento concessionria dedistribuio no caso de migrao de consumidores para a rede

    bsica. Atravs da AP 032 de 2011 a ANEEL aprimorou aforma de responsabilizar consumidores que buscam acesso aRede Bsica pelos investimentos especficos realizados paraseu atendimento na distribuio.

    Ainda assim, as diferenas existentes entre os valores deTUSD e TUST podem incentivar consumidores a migrar dosistema de distribuio para a rede bsica, apesar te todo ovultoso investimento necessrio. Portanto, a viabilidadeeconmica de tal investimento demonstra uma sinalizaotarifria equivocada e a necessidade de estudos e proposiesque minimizem possveis impactos.

    A migrao de um agente de consumo para a rede bsica geraimpactos negativos para o sistema eltrico, abrangendo a

    distribuidora e seus consumidores remanescentes. Dentre esses,pode-se citar a perda de receita da distribuidora, devido ao lapsode tempo existente para reajustes e revises tarifrias, bemcomo aumento da tarifa aos consumidores remanescentes;

    Um primeiro passo no desenvolvimento do projeto depesquisa foi entender as diferenas que podemsignificativamente contribuir para o descolamento tarifrio.

    Neste sentido verificou-se que as perdas comerciais dadistribuio so alocadas atravs de parcela selo em todos osnveis de tenso e, por outro lado, os clientes de alta tensoatendidos pela Rede Bsica no pagam por perdas comerciais.

    Outro ponto a ser considerado refere-se a metodologia em siutilizada, sinalizao locacional e estrutura tarifria dadistribuio. Desta forma diferentes metodologias foramtestadas na busca de se oferecer aos consumidores dos nveisA2 uma tarifa justa e que no impacte de forma onerosa osdemais clientes. Salienta-se que estudos similares foram

    propostos e j introduzidos na metodologia de clculo dastarifas para os geradores conectados no nvel A2.

    Uma primeira anlise considerou a metodologia adotadapara o clculo da Tarifa de Uso do Sistema de Distribuio paraunidades geradoras (TUSDg) adaptada para os consumidoresA2. Tal anlise explicitou que grandes diferenas tarifrias

    poderiam ser introduzidas em redes unificadas com poucas ounenhuma unidade de gerao acarretando em maiores prejuzos

    globais ao sistema e no traduzindo os riscos envolvidos noprocesso de migrao que na realidade esto relacionados proximidade do consumidor Rede Bsica.

    Desta forma, este trabalho de pesquisa apresenta duaspropostas para mitigao das diferenas existentes entre TUSDe TUST. A primeira proposta se refere a uma redistribuio das

    perdas comerciais nos subgrupos tarifrios, e a segunda a umaponderao da tarifa com relao distncia rede bsica.

    A utilizao de tais propostas pode reduzir o risco de nustanto para a concessionria com perda de receita quanto para osdemais clientes dos sistemas de distribuio com aumento

    tarifrio devido ao incentivo sinalizado por discrepnciasexistentes entre TUSD e TUST. Salienta-se que os resultadosdeste projeto ampliam as discusses junto ANEEL na buscada diminuio do custo global do sistema, agora integrando oscustos de transmisso e distribuio, possibilitando novasmodificaes nas regras vigentes.

    II. CUSTOS ENVOLVIDOS NA MIGRAO

    Nesta seo sero analisados todos os custos, valores e nusresultante ou relacionados ao processo de migrao deconsumidores para a rede bsica.

    A. Custos de migrao

    Para que um consumidor migre para a rede bsica, os custosnecessrios so:

    Subestao seccionadora; Subestao abaixadora; Equipamentos (transformador, disjuntores etc.); Linha de transmisso; Ressarcimento distribuidora.O levantamento desses custos foi realizado atravs do Banco

    de Preos de Referncia ANEEL [4], oramento de custos deobras, levantamento de valores envolvidos em leiles esimulao de custos regulatrios. Verificou-se que o Banco dePreos de Referncia ANEEL o mais adequado nas definiesdos custos, uma vez que os oramentos obtidos foram bastantediscrepantes e tambm h dificuldade em se extrair preosindividualizados dos valores envolvidos em leiles.

    Alm dos custos relacionados s obras de acesso redebsica, tm-se os custos de ressarcimento distribuidora. Areferncia [5] se estabelece critrios para o ressarcimento por

    parte do consumidor distribuidora, quando da migraodaquele.

    O ressarcimento dos investimentos especficos realizados narede de distribuio para atendimento da unidade consumidoramigrante para a rede bsica calculado pela distribuidora deacordo com (1), (2) e (3):

    = , (1) =(1+)

    (1+)1 , (2)

    =, (3)sendo:

    : Ressarcimento de Investimentos especficos a serrealizado pela unidade consumidora;

    :Fator de Recuperao de Capital;

    :percentual que representa a remunerao bruta de capitalna composio do valor total da Parcela B da distribuidora,de acordo com o valor apurado na sua ltima reviso tarifria

    peridica;

    : receita de Parcela B recuperada nofaturamento da unidade consumidora, utilizando-se o maiorMontante de Uso do Sistema de Distribuio (MUSD)contratado por posto tarifrio, nos ltimos 12 meses, aplicados respectivas componentes de TUSD Fio B vigentes;

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    : Custo Mdio Ponderado de Capital WeightedAverage Cost of Capital-, definido na ltima reviso tarifriada distribuidora, antes dos impostos;

    : Parcela B definida no ltimo reajuste tarifrio dadistribuidora;

    : Produtividade mdia do setor de distribuio,definido nos termos de [6].

    Para estimar os valores do ressarcimento referente

    migrao, so utilizados os parmetros de , ,, e das concessionrias Bandeirante e Escelsaapresentados emTabela I eTabela II respectivamente.

    TABELA IPARMETROS PARA CLCULO DO RESSARCIMENTO PARA

    DISTRIBUIDORA BANDEIRANTE

    SUBGRUPO TARIFRIO A4 A3a A2

    Ponta (R$/kW) 14,65 14,65 6,24Fora Ponta (R$/kW) 4,15 4,15 0,62antes dos tributos (%) 11,36%

    (R$) 705.960.164,56

    1,11%

    26,93%

    TABELA IIPARMETROS PARA CLCULO DO RESSARCIMENTO PARA

    DISTRIBUIDORA ESCELSA

    SUBGRUPO TARIFRIO A4 A3a A2

    Ponta (R$/kW) 34,24 23,97 14,95Fora Ponta (R$/kW) 10,51 7,36 3,55antes dos tributos (%) 11,36%(R$) 628.116.190,80

    1,11% 27,14%

    Esses valores apresentados Tabela I e Tabela II, sofornecidos em [7] e [8]. Pode-se verificar que a formulao parao clculo do ressarcimento no considera localizao de umconsumidor. Ou seja, consumidores com mesma demanda

    pagam o mesmo valor de ressarcimento independente do usoefetivo da rede de distribuio.

    B. Diferenas tarifrias anualizadas

    A seoII. A. apresentou os investimentos necessrios paraa concretizao da migrao. O retorno obtido desseinvestimento se refere diferena entre as tarifas de distribuioe transmisso.

    Os valores de TUSD podem ser obtidos diretamente,conhecendo a classe de tenso do consumidor e a distribuidoraem questo. Por outro lado, para obteno dos valores de TUST,se faz necessrio uma simulao para estimativa de seusvalores.

    A simulao pode ser realizada atravs do programa Nodal[9], e consistiu em adicionar a carga do cliente barra da rede

    bsica que esteja mais prxima de sua localizao, sendo queem alguns casos foi necessrio realizar o seccionamento da

    linha e insero de uma nova barra. A localizao dos clientesfoi obtida no sistema GIS da distribuidora.

    Foi ento realizada essa simulao para uma dadaquantidade de clientes de cada distribuidora, e obtida umaTUST mdia para cada empresa. Alm disso, outros valoresdevem ser contabilizados. No caso da distribuio, deve-seconhecer tambm os encargos de PIS/COFINS. J na conexo rede bsica, deve-se conhecer os valores de CDE, parcela

    ONS, encargos de Conexo e tambm o PIS/COFINS. Comoexemplo, naTabela III eTabela IV so apresentados os custosna distribuio e na rede bsica, respectivamente, para umcliente da concessionria Escelsa.

    TABELA IIICUSTOS ANUALIZADOS DE UM CLIENTE EXEMPLO DA

    ESCELSA, NA REDE DE DISTRIBUIO

    Tarifa Custo Anual (R$)

    TUSD E (R$/MWh) 17,19 16.541.329,70

    TUSD P (R$/kW) 13,45 29.132.700,00

    TUSD FP (R$/kW) 3,65 7.949.700,00

    Total 53.623.729,70

    PIS/COFINS 2.681.186,48CRDITO PIS/COFINS -5.208.204,75

    TOTAL 51.096.711,44

    TABELA IVCUSTOS ANUALIZADOS DE UM CLIENTES EXEMPLO DA

    ESCELSA, NA REDE BSICA

    Tarifa Custo Anual (R$

    PROINFA 6,42 6.177.739,19

    CDE 3,249 3.126.397,92

    TUST P 3,171 6.868.386,00

    TUST FP 3,14 6.838.920,00Total 23.011.443,11

    O N S 13.000,00

    Conexo 1.253.623,22

    CRDITO PIS/COFINS -2.341.578,90

    TOTAL 21.936.487,43

    C. nus para a distribuidora

    A obteno dos valores das tarifas de distribuio utiliza omercado dos 12 meses anteriores ao processo de reajustetarifrio [10], [11]. Qualquer alterao nesse mercadodecorrente da migrao de clientes para a rede bsica que ocorra

    dentro desse perodo impacta negativamente a receita a serrecebida pela distribuidora at o prximo processo que venha aocorrer: reajuste ou reviso.

    So observados seis cenrios distintos de migrao:1) Migrao ocorre um ano antes da reviso tarifria

    peridica:Neste cenrio em que a migrao ocorre no ano anterior

    reviso tarifria, o custo de capacidade no reajuste anualanterior o do ciclo tarifrio corrente, ainda levando emconsiderao a parcela do mercado que ir migrar para a rede

    bsica. Porm, as tarifas so aplicadas a um mercado j sem esta

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    parcela. Disto resulta uma perda de receita em decorrncia damigrao, que s cessar quando ocorrer a reviso tarifria,atravs do clculo de um novo custo de capacidade e novaestrutura de mercado.

    2) Migrao ocorre a menos de um ano da reviso tarifriaperidica:

    Neste cenrio, o clculo de tarifas no reajuste anual anteriordo ciclo tarifrio corrente, leva em considerao a parcela do

    mercado que ir migrar para a rede bsica. No entanto, a partirda reviso tarifria, uma nova estrutura de mercado dever serconsiderada j que houve migrao. A influncia da migraoneste caso ser maior, quanto mais prxima da reviso tarifriaela ocorrer, influenciando todo o ciclo tarifrio seguinte.

    Como isso haver uma perda de receita no ano atual a partirdo momento de migrao. Quanto mais perto da revisotarifria ela ocorrer, menor ser o prejuzo no ano atual. Pormno processo de reviso tarifrio, o mercado de refernciaincluir uma parcela do mercado da migrao, resultando emuma diminuio das tarifas, que sero aplicadas a um mercadosem a parcela que migrou, acarretando em perda de receitatambm no ano seguinte reviso, e em todo o novo ciclo

    tarifrio.3) Migrao ocorre na reviso tarifria peridica:Neste cenrio, o custo de capacidade a partir da reviso

    tarifria calculado com influncia do mercado migrante,impactando a estrutura vertical de todo o ciclo tarifrio. Issoacarreta perda de receita no ano ps-reviso, porque as tarifasso calculadas com um mercado de referncia que inclui omercado migrante, resultando em tarifas mais baixas. Essastarifas, juntamente com o mercado reduzido pela migrao,tero impacto sobre a Parcela B da reviso anual. Porconseguinte, haver propagao da perda de receita at o finaldo novo ciclo tarifrio uma vez que a parcela B do reajusteseguinte (VPB1) influenciada pela menor arrecadao anteriorda Parcela B (VPB0), em funo da migrao ocorrida. Emoutras palavras, com a migrao do mercado, a distribuidoratem menor arrecadao de Parcela B, e consequentemente, oreajuste previsto por IGP-M em montantes menores de ParcelaB ter impacto at a prxima reviso tarifria peridica, ondenovos valores de parcela B sero novamente definidosconforme regras constantes do mdulo 2 do PRORET(Procedimentos de Regulao Tarifria).

    4) Migrao ocorre no primeiro ano aps a revisotarifria:

    Neste cenrio, o custo de capacidade a partir da revisotarifria foi calculado com influncia do mercado da migrao,

    impactando a estrutura vertical de todo o ciclo tarifrio. Destaforma, h perda de receita a partir da migrao at o reajusteanual. Nesse reajuste, o mercado de referncia inclui uma

    parcela do mercado da migrao, resultando em tarifas maisbaixas. Essas tarifas, por sua vez, sero aplicadas a um mercadosem a parcela que migrou, resultando em perda de receitatambm no ano seguinte, alm de exercerem impacto sobre aParcela B do reajuste. Portanto, haver propagao da perdade receita at o final desse novo ciclo tarifrio.

    5) Migrao ocorre entre reajustes tarifrios:Neste ltimo cenrio, quando a migrao ocorre entre dois

    reajustes tarifrios, ocorre o mesmo que nos dois cenriosanteriores, nos quais o custo de capacidade j foi calculado cominfluncia do mercado de migrao e impactou a estruturavertical do ciclo tarifrio. A perda de receita no ano atual sermenor conforme o momento da migrao se aproxima do

    prximo reajuste tarifrio. Porm, no ano seguinte, tal como no

    cenrio 4, o mercado de referncia leva em considerao umaparcela do mercado da migrao, resultando em mais perda dereceita, alm de exercerem impacto sobre a Parcela B doreajuste anual, provocando propagao da perda de receita ato final do ciclo tarifrio.

    6) ObservaesVerifica-se que cada cenrio tem seu impacto negativo no

    caixa da distribuidora. Deve-se avaliar, em uma eventualmigrao, aquele com menor impacto para a distribuidora.

    NaTabela V apresentado o nus em reais decorrente damigrao, em qualquer dos cenrios, de 5 clientes reais queforam selecionados entre as distribuidoras Bandeirante eEscelsa considerando a perda de receita durante 12 meses. Os

    clientes selecionados so clientes com demanda contratadaacima de 50 MW que so tpicos no subgrupo A2.

    TABELA VNUS PARA A DISTRIBUIDORA DE 5 CLIENTES SELECIONADOS

    ENTRE AQUELES DA BANDEIRANTE E ESCELSA

    Cliente Perda de Receita (12 meses) [R$]

    Exemplo 1 8.999.046,08

    Exemplo 2 8.678.619,85

    Exemplo 3 20.717.277,06

    Exemplo 4 30.631.573,36

    Exemplo 5 13.360.465,72

    D. nus para clientes remanescentes

    A migrao de um consumidor A2 para a rede bsica alteraa representatividade do mercado de cada grupo econsequentemente provoca a redistribuio dos valores devidosentre esses grupos. Disso resulta uma variao nas tarifas dedistribuio dos demais consumidores da distribuidora.

    Foram realizadas simulaes, verificando as variaestarifrias decorrentes da migrao de parcelas de 10% domercado A2. A partir desses dados, foram ajustadas aos dadoscurvas polinomiais, de primeiro ou segundo grau, aquela queapresentasse a maior correlao.

    Como exemplos, so apresentados naFig. 1 e na Fig. 2 asvariaes tarifrias do subgrupo A2 e B1, respectivamente, nomercado da Bandeirante e nas Fig. 3 e Fig. 4 as variaestarifrias dos subgrupos A2 e B1, respectivamente, no mercadoda Escelsa.

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    Fig. 1. Variaes tarifrias Bandeirante para suibgrupo A2, em funo daporcentagem de mercado A2 migrante.

    Fig. 2. Variaes tarifrias Bandeirante, para subgrupo B1, em funo daporcentagem de mercado A2 migrante.

    Fig. 3. Variaes tarifrias Escelsa, para subgrupo A2, em funo daporcentagem de mercado A2 migrante.

    Fig. 4. Variaes tarifrias Escelsa, para subgrupo B1, em funo daporcentagem de mercado A2 migrante.

    III. PROPOSTAS PARA MITIGAO ENTRE TUSTETUSD

    Diante do exposto nas sees II C e II D, a migrao de umconsumidor para a rede bsica pode representar pesados nus

    para a distribuidora e tambm para todos os demais clientes quecontinuam conectados rede de distribuio em questo. So

    ento propostos meios de diferenciar as tarifas, de modo amitigar as diferenas entre a TUST e TUSD e evitar o nusdecorrente da migrao.

    A. Proposta A: Realocao da cobrana de perdas notcnicas

    As Perdas No Tcnicas (PNT), ou tambm chamadas deperdas comerciais, por sua prpria natureza e como definido por

    [12], esto associadas a furtos de energia, erros de medio,erros no processo de faturamento, unidades sem equipamentos,etc. Por isso, entende-se que as PNT ocorrem em sua maior, ouintegral, parte nos subgrupos de baixa e mdia tenso.

    Na metodologia de clculo atual da ANEEL as PNT fazemparte da TUSD de todos os subgrupos, e so atribudas atravsda tarifa de referncia de perdas no tcnicas, detalhada aseguir:

    _ = ($)($) . ($). 1, (4)

    sendo:_: tarifa de referncia de perdas no tcnicas do

    subgrupo k;:receita obtida de TUSD no subgrupo k;($):custo regulatrio de perdas no tcnicas;:mercado em MWh do subgrupo k.Portanto, os subgrupos de alta tenso, mesmo no

    contribuindo, ou contribuindo de forma inexpressiva para asPNT, tem em sua TUSD parte desse valor embutido.

    proposta ento que as PNT sejam retiradas dos subgruposA2 e A3. Os resultados decorrentes desta simulao encontramna seo IV A.

    B. Proposta B: Tarifas de distribuio ponderadas peladistncia rede bsica

    Na metodologia para obteno da tarifa a ser paga no sistemade distribuio, clientes que pertenam ao mesmo subgrupo,pagam o mesmo valor. De modo que, um cliente que estejadistante do acesso rede bsica paga o mesmo que outro clienteque esteja perto, apesar de o primeiro utilizar mais recursos dosistema de distribuio.

    ento proposta uma metodologia, para diferenciar astarifas dos clientes A2, levando em conta a distncia rede

    bsica.Primeiramente, os clientes so agrupados de forma

    ponderada com suas menores distncias rede bsica, esteagrupamento consiste no chamado clusteringdos clientes, que realizado utilizando o algoritmo k-means, descrito na

    referncia [13]. Todos os clientes pertencentes a um mesmoclusterpagariam a mesma tarifa.

    A nova TUSD calculada da seguinte forma:

    = 1 + + , (5)

    sendo:: corresponde tarifa de uso do sistema de

    distribuio calculada ela ANEEL para os clientes A2 em[R$/kW];

    :fator calculado para o clusterj;

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    :selo necessrio para que a receita da distribuidora sejacompletada, igual para todos os clusters;

    :nova tarifa de uso do sistema de distribuiopara o clusterj.

    O calculado da seguinte forma: = 0,3 , , 12, (6)

    sendo:

    (, , ) = 11+():funo que satura a entrada xentre 0 e 1.

    =2, (7)

    sendo::distncia media rede bsica dos clientes pertencentes

    ao clusterj;2: distncia media rede bsica de todos os clientes

    pertencentes ao subgrupo A2.

    : =

    , (8)

    sendo::distncia rede bsica do cliente i;:conjunto dos clientes pertencentes ao clusterj;:nmero de elementos cardinalidade do conjunto .

    2 : =

    |2| (9)sendo:

    :distncia rede bsica do cliente i;2:conjunto dos clientes pertencentes ao subgrupo A2;|2|:nmero de elementos cardinalidade do conjunto

    2.Para melhor entendimento do porqu da utilizao da funo

    sigmf, segue na Fig. 5, um grfico da funo (, a, ) 12 , K = 0 , 3 , a =

    103 , c = 1.

    Fig. 5. Grfico da funo:K sigmf(x,a,c) 12 , K = 0 , 3 , a =103 , c = 1 .

    Essa funo utilizada para que a variao entre as tarifasdos diferentes clustersno seja maior que certo valor. V-se

    pela figura que a diferena no ser maior que

    aproximadamente K%. O ponto =, aquele em que afuno igual a zero, e ele calculado de modo a tornar osaproximadamente simtricos. A inclinao da funono ponto = proporcional ao valor de , e este calculadode forma a fazer com que sempre ocorra a saturao da funo,considerando a entrada . A seguir detalhada aforma de se obter os valore s de e a.

    = MDIA

    , (10)

    = 4MXIMOABS

    ,(11)

    sendo:MDIA(): representa o operador que retorna a mdia dos

    valores de entrada;MXIMO(): representa o operador que retorna o mximo

    dos valores de entrada;ABS():representa o operador que retorna o valor absoluto

    dos valores de entrada.Os resultados obtidos com essa proposta sero apresentados

    e analisados na seo IV.

    IV. RESULTADOS

    Os resultados das novas tarifas obtidos com as simulaesdas propostas A e B da seo III sero aqui apresentados.Tambm, sero analisados os perodos de retorno que umconsumidor migrante teria para a tarifa ANEEL e as novastarifas obtidas com cada uma das propostas.

    A obteno do tempo de retorno realizada atravs de umfluxo de caixa com Payback descontado de 10%a.a. Oinvestimento inicial o valor do custo de migrao apresentadona seo II A, e a entrada de caixa anual a diferena tarifriaentre TUSD e TUST, como apresentada na seo II B.

    Nas sees seguintes so apresentadas as variaes entre astarifas ANEEL e as novas tarifas, e os tempos de retorno comas tarifas ANEEL e as novas tarifas, para cada uma das

    propostas. Por simplicidade, os dados sero apresentados paraos clientes A2 que j possuam um Payback com as tarifasANEEL menor que 30 anos, j que aqueles que possuam umtempo de retorno maior que esse, de forma improvvelrealizariam a migrao para a rede bsica, mantidas suascaractersticas de demanda atuais.

    A. Resultados proposta A: Realocao da cobrana de perdasno tcnicas

    NaTabela VI apresentada a variao tarifria na TUSD-E,

    quando se aloca as PNT para todos os subgrupos, exceto A2 eA3, para clientes da Escelsa.

    Utilizando essa reduo de 15,22% na TUSDE do subgrupoA2, foram calculados os tempos de retorno com as tarifasANEEL e com essa nova tarifa menor. Os resultados para osclientes da Escelsa encontram-se na Tabela VII, porsimplicidade, somente esses so apresentados.

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    B. Resultados proposta B: Tarifas de distribuio ponderadaspela distncia rede bsica

    Inicialmente foi realizado o clusteringdos clientes de cadaconcessionria utilizando o algoritmo k-means. Porsimplicidade, sero apresentados apenas os resultados para osclientes da Escelsa, por serem em quantidade menor que os daBandeirante. O clusteringresultante para 5, 4 e 3 clusters,dosclientes da Escelsa, encontra-se naTabela VIII.

    De posse do clustering, pode-se aplicar as equaesdefinidas na Proposta B. Os valores das consequentes variaestarifrias entre os valores ANEEL e as novas tarifas encontramemTabela IX,Tabela X eTabela XI,para 5, 4 e 3 clusters,respectivamente.

    A partir dos valores de variao nas tarifas, pode-se calcularo novo Payback. So apresentados dos valores de Paybackcomas tarifas ANEEL e com as novas tarifas na Tabela XII. Osvalores de Paybackso os mesmos para 5, 4 ou 3 clusters, nocaso desses consumidores.

    TABELA VIVARIAO TARIFRIA DECORRENTE DA RETIRADA DAS PNT

    DOS SUBGRUPOS A2 E A3

    SUBGRUPO MODALIDADE POSTOVARIAO

    TUSD-E

    A2 AZULPONTA -15,22%FORA

    PONTA-15,22%

    A3 AZULPONTA -15,32%FORA

    PONTA-15,32%

    A3a

    AZULPONTA 3,36%FORA

    PONTA3,36%

    VERDEPONTA 0,13%FORA

    PONTA3,36%

    CONVENCIONAL .. 3,36%

    A4

    AZULPONTA 4,96%FORA

    PONTA4,96%

    VERDEPONTA 0,15%FORA

    PONTA4,96%

    CONVENCIONAL .. 4,96%

    B1BRANCA

    PONTA 0,41%INTERMEDIRIO

    0,64%

    FORAPONTA

    1,44%

    CONVENCIONAL .. 1,02%

    B2 BRANCA

    PONTA 0,40%INTERME

    DIRIO0,62%

    FORA DEPONTA

    1,41%

    CONVENCIONAL .. 1,02%

    TABELA VIIPAYBACKDESCONTADO A 10%A.A. CONSIDERANDO O

    PAGAMENTO DAS TARIFAS ANEEL, E AS NOVAS TARIFAS EM QUEFORAM RETIRADAS AS PNT

    ClientePaybackValoresANEEL [Anos]

    PaybackValores sem PNT[Anos]

    Consumidor 1 25 >30Consumidor 6 8 10Consumidor 11 13 17

    TABELA VIIIRESULTADO DO CLUSTERINGCOM ALGORITMO K-MEANSPARA

    OS CLIENTES DA ESCELSA, PARA 5, 4 E 3 CLUSTERS

    ClienteDistncia rede

    bsica (km)

    Nmero de Clusters5 4 3Cluster ao qual cliente

    pertenceConsumidor 1 8,4 3 3 3Consumidor 2 8,4 3 3 3Consumidor 3 5 5 2 2Consumidor 4 10 3 3 3Consumidor 5 4,6 5 2 2Consumidor 6 10,3 3 3 3

    Consumidor 7 46 4 4 1Consumidor 8 46,2 4 4 1Consumidor 9 45,8 4 4 1Consumidor 10 18,5 3 3 3Consumidor 11 8,4 3 3 3Consumidor 12 1,4 2 2 2Consumidor 13 52 1 1 1Consumidor 14 9,8 3 3 3Consumidor 15 34,5 4 4 1Consumidor 16 46,3 4 4 1Consumidor 17 8,4 3 3 3

    TABELA IXVARIAES TARIFRIAS DA TUSD DEMANDA, PARA OS

    CLIENTES ESCELSA, RESULTANTE DA APLICAO DA PROPOSTAB COM 5 CLUSTERS

    ClienteVariao Tarifa Fora

    PontaVariao Tarifa Ponta

    Consumidor 1 -3,9% -4,2%Consumidor 2 -3,9% -4,2%Consumidor 3 -6,3% -6,5%Consumidor 4 -3,9% -4,2%Consumidor 5 -6,3% -6,5%Consumidor 6 -3,9% -4,2%Consumidor 7 +19,6% +19,4%Consumidor 8 +19,6% +19,4%Consumidor 9 +19,6% +19,4%Consumidor 10 -3,9% -4,2%Consumidor 11 -3,9% -4,2%Consumidor 12 -7,2% -7,4%Consumidor 13 +20,7% +20,4%

    Consumidor 14 -3,9% -4,2%Consumidor 15 +19,6% +19,4%Consumidor 16 +19,6% +19,4%Consumidor 17 -3,9% -4,2%

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    TABELA XVARIAES TARIFRIAS DA TUSD DEMANDA, PARA OS

    CLIENTES ESCELSA, RESULTANTE DA APLICAO DA PROPOSTAB COM 4 CLUSTERS

    ClienteVariao Tarifa Fora

    PontaVariao Tarifa Ponta

    Consumidor 1 -4,6% -4,8%Consumidor 2 -4,6% -4,8%

    Consumidor 3 -5,7% -5,9%Consumidor 4 -4,6% -4,8%Consumidor 5 -5,7% -5,9%Consumidor 6 -4,6% -4,8%Consumidor 7 +21,7% +21,5%Consumidor 8 +21,7% +21,5%Consumidor 9 +21,7% +21,5%Consumidor 10 -4,6% -4,8%Consumidor 11 -4,6% -4,8%Consumidor 12 -5,7% -5,9%Consumidor 13 +23,1% +23,0%Consumidor 14 -4,6% -4,8%Consumidor 15 +21,7% +21,5%Consumidor 16 +21,7% +21,5%Consumidor 17 -4,6% -4,8%

    TABELA XIVARIAES TARIFRIAS DA TUSD DEMANDA, PARA OS

    CLIENTES ESCELSA, RESULTANTE DA APLICAO DA PROPOSTAB COM 3 CLUSTERS

    ClienteVariao Tarifa Fora

    Ponta Variao Tarifa Ponta

    Consumidor 1 -3,9% -4,2%Consumidor 2 -3,9% -4,2%Consumidor 3 -7,2% -7,5%Consumidor 4 -3,9% -4,2%Consumidor 5 -7,2% -7,5%Consumidor 6 -3,9% -4,2%Consumidor 7 +20,0% +19,7%

    Consumidor 8 +20,0% +19,7%Consumidor 9 +20,0% +19,7%Consumidor 10 -3,9% -4,2%Consumidor 11 -3,9% -4,2%Consumidor 12 -7,2% -7,5%Consumidor 13 +20,0% +19,7%Consumidor 14 -3,9% -4,2%Consumidor 15 +20,0% +19,7%Consumidor 16 +20,0% +19,7%Consumidor 17 -3,9% -4,2%

    TABELA XIIPAYBACK DESCONTADO A 10%A.A, CONSIDERANDO O

    PAGAMENTO DAS TARIFAS ANEEL, E AS NOVAS TARIFASPONDERADAS PELA DISTNCIA, OS VALORES SO OS MESMOS

    PARA 5, 4 E 3 CLUSTERS

    ClientePaybackValoresANEEL [Anos]

    PaybackValores sem PNT[Anos]

    Consumidor 1 25 >30Consumidor 6 8 9Consumidor 11 13 14

    V. CONCLUSES

    A migrao de um consumidor da rede de distribuio paraa rede bsica gera um nus para a distribuidora, e para todos osoutros consumidores que continuam conectados sua rede,conforme visto nas sees II C e II D.

    Essa migrao pode ocorrer em alguns casos, devido metodologia atual para obteno das TUSD e TUST, de modoque se torna vivel economicamente para um consumidor

    realizar todo o investimento inicial necessrio, seo II A, eobter um retorno anual, seo II B, tendo um Paybackde algunsanos.

    Em vista disso, foram realizadas duas propostas, para mitigaras diferenas entre TUSD e TUST, visando diminuio donus gerado pela migrao.

    A Proposta A retira as PNT dos clientes A2 e A3, gerandouma TUSDE menor em aproximadamente 15% para essesclientes, enquanto para os outros subgrupos o aumento no

    passaria de 5%. Caso se considere o aumento na tarifa final dosconsumidores a variao tarifria ainda menos significativa,

    porm o impacto na busca da mitigao das discrepncias entreTUSD e TUST significativa. Por consequncia se tem adiminuio do possvel nus resultante de uma migraoatravs do aumento do Payback, como visto na Tabela XII.A Proposta Bmodifica as TUSD Demanda, atravs de uma

    ponderao considerando a distncia rede bsica comoparmetro. Primeiramente, feito o clustering dos clientespertencentes a uma distribuidora, tambm utilizando comoparmetro a distncia rede bsica. Todos os clientespertencentes a certo cluster possuiro a mesma tarifa. Nassimulaes a mxima diferena entre as tarifas de diferentesclustersfoi limitada a aproximadamente 30%, como se v pelofator 0,3 em(6),e isso pode ser verificado pelos resultados naTabela IX,Tabela X eTabela XI.Nessas tabelas se v que a

    mxima diminuio possvel foi de aproximadamente 5%,enquanto para outros consumidores a tarifa aumentou em 20%mantendo-se o equilbrio de receita da distribuidora. Por fim,nesta proposta tambm foi possvel a diminuio do possvelnus, atravs do aumento do Payback de possveisconsumidores migrantes. Embora os aumentos para algunsconsumidores sejam significativos, a teoria apresentadadiminui o nus tanto para a distribuidora, quanto aos demaisconsumidores. Tal aumento tarifrio, em alguns clusters, podeser associado ao risco de nus devido a uma migraoviabilizada por discrepncias entre TUSD e TUST.

    VI. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    [1] R. S. Biut e P. H. Born, Tarifas de Energia:Aspectos Conceituais e Metodolgicos, 1 ed., SoPaulo: MM Editora Ltda, 1993, p. 173 p..

    [2] S. K. Fugimoto, Estrutura de tarifas de energiaeltrica: anlise crtica e proposies metodolgicas,tese (Doutorado), So Paulo: Escola Politcnica daUniversidade de So Paulo, 2010, p. 195 p..

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    [3] F. S. El Hage, A estrutura tarifria de uso das redede distribuio de energia eltrica no Brasil: anlisecrtica do modelo vigente e nova propostametodolgica, tese (Doutorado), So Paulo: EscolaPolitcnica da Universidade de So Paulo, 2011, p.153 p. + anexos.

    [4] ANEEL - Agncia Nacional de Energia Eltrica,Resoluo Homologatria N 758, Janeiro de 2009.

    [Online]. Available:http://www.aneel.gov.br/cedoc/atreh2009758.pdf.

    [5] ANEEL - Agncia Nacional de Energia Eltrica,Resoluo Normativa N 473, Janeiro de 2012.[Online]. Available:http://www.aneel.gov.br/cedoc/ren2012473.pdf.

    [6] ANEEL - Agncia Nacional de Energia Eltrica,Procedimentos de Regulao Tarifria - Proret:Submdulo 2.5 - Fator X, 2014. [Online]. Available:http://www.aneel.gov.br/arquivos/PDF/Proret_Subm%C3%B3dulo%202.5_V1.pdf.

    [7] ANEEL - Agncia Nacional de Energia Eltrica,

    Resoluo Homologatria N 1415, Janeiro de2013. [Online]. Available:http://www.aneel.gov.br/cedoc/reh20131415.pdf.

    [8] ANEEL - Agncia Nacional de Energia Eltrica,Resoluo Homologatria N 1576, Julho de 2013.[Online]. Available:http://www.aneel.gov.br/cedoc/reh20131576.pdf.

    [9] ANEEL - Agncia Nacional de Enegia Eltrica,Programa Nodal verso 4.6 - Manual do Usurio,[Online]. Available:http://www.aneel.gov.br/arquivos/PDF/Manual_Nodal_v46.pdf.

    [10] ANEEL - Agncia Nacional de Energia Eltrica,Nota Tcnica N 254/2014, 31 julho 2014.[Online]. Available:http://www.aneel.gov.br/cedoc/nreh20141768.pdf.

    [11] ANEEL - Agncia Nacional de Energia Eltrica,Nota Tcnica N 359/2014, 15 outubro 2014.[Online]. Available:http://www.aneel.gov.br/cedoc/nreh20141809.pdf.

    [12] ANEEL - Agncia Nacional de Energia Eltrica,Procedimentos de Regulao Tarifria - Proret:Submdulo 2.6 - Perdas de Energia, 2014. [Online].Available:

    http://www.aneel.gov.br/arquivos/PDF/Proret_Subm%C3%B3dulo%202.6_V2.pdf.

    [13] A. K. Jain, Algorithms for clustering data,Englewood Cliffs, N.J: Prentice Hall, 1988.

    VII. BIOGRAFIAS

    E. F. Arruda possui doutorado em Sistemas de Potnciapela Escola Politcnica da Universidade de So Paulo (2008),mestrado em Engenharia Eltrica pela Universidade de SoPaulo (2003) e graduao em Engenharia Eltrica pelaUniversidade Federal de Juiz de Fora (2000). Atualmente

    Professor Assistente na Universidade Federal de Itajub -Campus Itabira. Tem experincia em Sistemas Eltricos dePotncia atuando principalmente nos seguintes temas:

    planejamento da expanso dos sistemas eltricos, previso deenergia reativa, qualidade da energia, manuteno de sistemasde distribuio e distores harmnicas.

    C. C. B. de Oliveira possui mestrado e doutorado emEngenharia Eltrica pela Universidade de So Paulo, Brasil,tendo-os recebido em 1991 e 1997, respectivamente. Elelecionou no Departamento de Engenharia Eltrica daUniversidade de So Paulo desde 1991. Dr. Barioni DiretorGeral da Daimon Engenharia e Sistemas, uma empresaespecializada no desenvolvimento de softwares de engenhariae projetos de P&D. Seus principais interesses esto nas reas de

    planejamento de distribuio de energia, avaliao daconfiabilidade, custos marginais, gesto de riscos e tarifas.

    J. Pulz graduando em Engenharia Eltrica pela EscolaPolitcnica da Universidade de So Paulo com trmino previsto

    para o primeiro semestre de 2015. Colaborador desde 2014 naDaimon Engenharia e Sistemas em projetos de P&D regulados

    pela ANEEL. Realizou iniciao cientfica com suportefinanceiro da Fapesp no Laboratrio de Processamento deSinais da Escola Politcnica da Universidade de So Paulo, narea de filtragem adaptativa. Suas principais reas de interesseso tcnicas de otimizao, redes inteligentes e qualidade de

    energia.D. Antonellipossui graduao em Engenharia Eltrica peloInstituto Presbiteriano Mackenzie e mestrado na rea dedistribuio de energia pela Universidade de So Paulo (Poli-USP). Colaborador desde 2007 na Daimon Engenharia eSistemas. Coordena projetos de P&D regulados pela ANEEL,alm de atuar ativamente em servios de regulao do setoreltrico nacional, mais especificamente com estudos econsultoria voltados para a reviso tarifria peridica dasdistribuidoras de energia, por exemplo: caracterizao de perfistpicos da carga, estrutura tarifria (custos mdios, tarifas dereferncias e tarifas de fornecimento) e clculo de perdastcnicas regulatrias. Atuou como professor ministrante de

    cursos voltados para temas regulatrios do setor eltrico, epromovidos pelo Instituto ABRADEE de Energia, FundaoCOGE e concessionrias de energia.

    M. M. Machado possui graduao em EngenhariaMecnica pela Universidade Federal de Santa Catarina emestrado em Engenharia Eltrica na rea de sistemas de

    potncia pela Universidade de So Paulo (Poli-USP). Consultorda Daimon Engenharia e Sistemas, desde 2005, participandoem consultorias e projetos de P&D relacionados a estudos daestrutura tarifria e modalidades tarifrias de energia eltrica, eem processos dos 2 e 3 ciclos de Reviso Tarifria Peridica

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    de algumas distribuidoras de energia. Foi professor de cursoscom temas regulatrios do setor eltrico brasileiro, promovidos

    pelo BRACIER, Instituto ABRADEE de Energia, FundaoCOGE e concessionrias de energia.

    J. Castilho Neto graduando em Engenharia Eltrica pelaUniversidade Estadual Paulista na Faculdade de Engenharia deIlha Solteira. Atualmente estagirio na Daimon Engenharia eSistema, uma companhia especializada em desenvolvimento de

    software de engenharia, projetos de P&D e projetos deconsultoria. Realizou iniciao cientifica com apoio financeiroda FAPESP, em alocao de condutores. Seus principaisinteresses esto em sistemas eltricos de potncia, sistemas dedistribuio de energia, smart grid, e gerao distribuda.

    R. H. Moura possui graduao em Cincias Econmicaspela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2009). Atua desde2010 na diretoria de regulao da EDP como analistaregulatrio. Tem experincia na rea de regulao do setoreltrico tendo atuado nos processos de reviso tarifria, bemcomo projetos de P&D regulados pela ANEEL envolvendo aestrutura tarifria da empresa.