missões - patrimônio histórico e cultural da américa do sul

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MISSÕES: Patrimônio Histórico e Cultural

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MISSÕES:Patrimônio Histórico e

Cultural

A Ordem Jesuíta foi criada em 1534 por Inácio de Loyola, poucos anos após, precisamente em 1549, começaram a chegar os primeiros jesuítas ao Brasil.Na América espanhola a empresa jesuíta iniciou mais tarde, em 1586, quando São Francisco de Borja enviou um grupo ao Peru. Em 1606, Filipe III, rei da Espanha e de Portugal, ordenou ao governador do Rio da Prata, Fernando Árias de Saavedra, que se procedesse à submbissão dos indígenas não pelas armas, mas pela catequese utilizando o trabalho dos jesuítas.

Em 1610 iniciaram seu trabalho especificamente missionário, fundando a Missão de San Ignacio Guazú, no Paraguai, à qual seguiram cerca de 60 outras, em áreas paraguaias, argentinas e brasileiras, e destas apenas 30 chegaram a florescer significativamente.

A organização nas reduções (local reduzido de aldeamento) se dava de forma democrática, onde os caciques eram como prefeitos nas missões, liderando, juntamente com os jesuítas, o povo de cada missão (mais de 2000 guaranis em cada redução). Esta organização era composta por três oficiais, três administradores, alguns auxiliares e os representantes dos bairros da Missão, todos sob a égide de um cacique geralmente hereditárioA redução organizava o trabalho de forma que cada índio trabalha para sua família em 3 dias da semana e um ou dois dias eram dedicados par ao cultivo nas “terras de Deus”, que era uma horta coletiva, que beneficiava a todo o agrupamento.

As missões eram independentes entre si, mas submissas às coroas. O comércio de produtos entre eles era prática comum.As técnicas de agricultura e pecuária eram difundidas entre os indígenas e literatura e arte eram implementados gradativamente.A língua guarani foi preservada e sistematizada pelos jesuítas, aplicando caracteres latinos e produzindo grande quantidade de obras literárias. e isto se vê hoje em nossa cultura, especialmente em nomes de cidades do Rio Grande do Sul.

Em alguns casos os índios não se habituavam a vida nas reduções e voltavam para a selva. Em alguns casos eles foram levados à força para as missões e muitas epidemias, fome e ataques de outras tribos, não catequizadas, causavam a morte de milhares.Contudo, a ameaça bandeirante era o maior perigo para os povos nas missões. Os paulistas, buscando ampliar território, mas especialmente buscar escravos treinados, atacavam as reduções constantemente, aniquilando uma a uma, pois possuíam armas mais sofisticadas e técnicas de batalha melhores.Porém, estes índios não eram bons escravos, pois geralmente não resistiam sequer à viagem até São Paulo, sendo que em torno de 10% apenas chegava em condições de trabalho.

Em 1687 os jesuítas voltaram para as missões, aproveitando as estruturas ainda existentes, o gado que ficava livre no campo e principalmente por intenção da coroa espanhola que pretendia segurar os avanços dos portugueses nas terras espanholas. Neste período foram criadas as reduções que formam os “7 povos”, no Rio Grande do Sul.Ao ser assinado o tratado de Madrid eles foram expulsos das missões e foram divididos entre portugueses e espanhóis.Porém os missioneiros não aceitaram esta intervenção e resistiram a ordem de dissolução das missões.

Ao término do tratado eles voltaram a ocupar as missões, porém estavam mal vistos pelas coroas e as missões foram, então, definitivamente encerradas e os índios foram os que tiveram o pior destino, pois ficaram sem suas terras, foram abusados de todas as formas e se deram a bebida e roubos para sobreviverem e acabaram morrendo à míngua em grande quantidade.

Toda este contexto de história e cultura ficou em nossa vida e nossa “cultura” atual. Todos estes povos, encontros, estilos de vida e produção, construíram o formato social que temos hoje, especialmente no Rio Grande do Sul e Paraná.A influência da língua Guarani está presente em diversas palavras do nosso vocabulário, sendo que várias cidades possuem nomes originais do idioma Guarani.

Do ponto de vista turístico, muito investimento privado e público precisa ser feito para alavancar a economia destes locais. Muito já tem sido feito, mas os resultados econômicos são pífios, sendo que projetos de regate histórico conseguem obter um produto muito mais sólido.A preservação destes patrimônios se faz necessária para que não ocorra uma deterioração tão grande ao ponto de não valer a pena sua restauração e mais do que isso, ainda, a manutenção da cultura de valorização, acompanhada de infraestrutura para acolhimento do turista, se faz obrigatório para que haja de fato um desenvolvimento nesta região.