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Supervisor angolano bloqueia OPA do CaixaBank sobre o BPI00:07 Filipe Alves

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Catalães forçados a pedir adiamento da AG do BPI de dia 17. Catalães forçados a pedir adiamento da AG do BPI de dia 17. Catalães forçados a pedir adiamento da AG do BPI de dia 17. Catalães forçados a pedir adiamento da AG do BPI de dia 17.

Estratégia pode passar por desistir da desblindagem.Estratégia pode passar por desistir da desblindagem.Estratégia pode passar por desistir da desblindagem.Estratégia pode passar por desistir da desblindagem.

O CaixaBank deverá avançar com um pedido para um segundo

adiamento da assembleia-geral de accionistas do BPI 1.1%, que

está marcada para o dia 17 de Junho, devido à impossibilidade de

divulgar até lá o prospecto da sua Oferta Pública de Aquisição

(OPA), apurou o Diário Económico. Angola está a revelar-se

incontornável para a estratégia dos catalães no BPI: depois de

Isabel dos Santos ter prometido chumbar a OPA, agora é o

supervisor angolano que está a bloquear a oferta, ao impedir o seu

registo antes da AG crucial.

Ao que o Diário Económico apurou, a OPA já teve luz verde para

avançar por parte da generalidade dos supervisores, incluindo da

Comissão Europeia, do Banco Central Europeu, do Banco de

Portugal, da Autoridade da Concorrência e das autoridades dos

vários países onde o BPI está presente, incluindo Moçambique.

Mas, ao contrário do previsto, continua a aguardar o ‘OK' do Banco

Nacional de Angola, supervisor do BFA, o principal activo

internacional do BPI. Este facto deverá impedir o registo da OPA e

a divulgação do seu prospecto antes de 17 de Junho, ao contrário

do que o CaixaBank e a própria administração do BPI previam.

A questão é decisiva porque a reunião que terá lugar no dia 17 será

a continuação da assembleia de 30 de Abril, que foi suspensa por

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proposta de Artur Santos Silva, ‘chairman' do BPI. Dizendo falar a

título individual, o fundador do BPI alegou na ocasião que os

accionistas não podem decidir sobre a desblindagem dos estatutos

- necessária para o sucesso da OPA do CaixaBank - sem antes

asseguradas as aprovações de todos os supervisores. O CaixaBank

deverá agora pedir um novo adiamento, directamente ou com

ajuda de accionistas aliados. Ao que o Diário Económico apurou,

não está excluída a possibilidade de ser, mais uma vez, o

‘chairman' Santos Silva a propor o adiamento, de forma a que a

decisão seja tomada após o ‘OK' do supervisor angolano.

Mas se o presidente da mesa ou os accionistas não aceitarem o

segundo adiamento, a decisão sobre a desblindagem será tomada

sem ser conhecido o prospecto da OPA dos catalães, que oferecem

1,329 euros por cada acção do BPI. Recorde-se que a desblindagem

- isto é, o fim da regra que limita a 20% os direitos de voto dos

accionistas, independentemente do número de acções que

detenham - é uma das condições de sucesso da OPA do CaixaBank,

que tem 44% mas hoje só pode votar com 20%. E Isabel dos Santos,

que tem 19% do BPI, já fez saber que vai vetar a desblindagem,

alegando que os 1,329 euros por acção ficam abaixo do valor do

banco. A empresária angolana propõe, em alternativa, uma fusão

do BPI com o BCP 2.72%.

Solução pode passar por deixar cair a desblindagemSolução pode passar por deixar cair a desblindagemSolução pode passar por deixar cair a desblindagemSolução pode passar por deixar cair a desblindagem

O CaixaBank fica, assim, numa situação duplamente incómoda:

por um lado, tem de lidar com a oposição de Isabel dos Santos, que

pressiona no sentido de uma subida do preço; por outro, tem de

pedir o adiamento da assembleia, no que já será o adiar de um

adiamento.

No entanto, ao que o Diário Económico apurou, os catalães têm já

uma estratégia delineada para lidarem com este imprevisto. Se o

adiamento não for autorizado e os accionistas chumbarem a

desblindagem já no dia 17 de Junho, o CaixaBank terá duas

alternativas, para além de uma subida do preço da OPA: ou pede a

convocatória de uma nova assembleia (que pode não ser

autorizada pela CMVM), após o ‘OK' do BNA, o registo da OPA e a

divulgação do prospecto; ou deixa cair a condição da desblindagem

dos estatutos. Esta possibilidade é tida como mais provável do que

uma subida do preço da OPA, por várias fontes.

Neste caso, o CaixaBank não teria dificuldade em passar a

controlar mais de metade do BPI, embora com os direitos de voto

limitados a 20%. No longo prazo, teria margem de manobra para

voltar a pedir a desblindagem. E teria, além disso, um reforço da

influência na administração do BPI. Por outro lado, o CaixaBank

terá sempre poder para vetar qualquer fusão entre o BPI e o BCP,

ou outra operação que Isabel dos Santos proponha. Até ao fecho da

edição, não foi possível obter comentários de fonte oficial do

CaixaBank.

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