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Page 1: Minério de Ferro para Uso na Siderurgia rev1...Tabela 6 - Produção de aço bruto (1989 e 1997/98) 37 Tabela 7 - Produção de aço bruto quadrimestral 38 Tabela 8 - Mercado internacional
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Agradecimentos Agradeço a minha esposa Patrícia, minhas filhas Cecília e Sophie, a meus pais Inêz e José, ao meu orientador de Mestrado Prof. Dr. Wilson Trigueiro de Souza, meu orientador de Doutorado, Prof. Dr. Giorgio de Tomi, à USP, e especialmente a Deus.

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Pg. Índice ii Resumo vii Abstract ix Introdução 1 1-Fatores significantes afetando os preços do minério de ferro desde 1958 3 2-O mercado de minério de ferro 12 2.1 -Produção 12 2.2- Comércio de minério de ferro 16 2.3- Pelotas 23 2.4- Transporte transoceânico de minério de ferro 25 2.5- Preços para minério de ferro 26 3- Produção mundial de aço em 1998 e o uso de minério de ferro 37 3.1 -Produção de aço bruto 3.2- Produção de ferro gusa 40 3.3 -Produção de ferro para redução direta 47 3.4- Consumo de minério de ferro 43 3.5- Minério de ferro versus produção de aço bruto 40 3.6- Estoques de minério de ferro 46 3.7- Substituição do aço 57 4- Minério de ferro no mundo: retomada de crescimento 59 4.1- Reservas 61 4.2- Produção 63 4.3- Consumo mundial 67 4.4- Mercado internacional 69 4.5- Perspectivas 75 5- Minério de ferro no Brasil: reestruturação e crescimento 78 5.1 -Reservas 79 5.2 -Produção 80

5.3-Reestruturaç&o e investimentos

5.4- Vendas internas e exportações 83

5.5 -Perspectivas 87

5.6- As previsões para o mercado de aço 89

5.7 -Previsões para o mercado de minério de ferro 90

6- Conclusões 91 7- Bibliografia e referências bibliográficas 97

- ii -

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 -Preços para pelotas de minério de ferro brasileiras 10

Tabela 2- Preços para finos de minério de ferro brasileiros 10

Tabela 3- Produção de minério de ferro em 1989 e 1997/98 12

Tabela 4- Importações e exportações de minério de ferro em 1989 e 1997/98 16

Tabela 5- Capacidade instalada, produção e exportações de pelotas 24

Tabela 6- Produção de aço bruto (1989 e 1997/98) 37

Tabela 7- Produção de aço bruto quadrimestral 38

Tabela 8- Mercado internacional de aço (1996-1998) 39

Tabela 9- Parâmetros de utilização do minério de ferro 45

Tabela 10- Mudanças nos estoques de minério de ferro(1993 -1998) 47

Tabela 11- Mudanças no comércio de minério de ferro entre 1997 -1998 47

Tabela 12- Reservas mundiais de minério de ferro em 1999 61

Tabela 13- Produção mundial de minério de ferro (1995 -1999) 64

Tabela 14- Principais empresas produtoras de minério de ferro em 1999 66

Tabela 15- Produção mundial de minério de ferro(] 9950 -1999) 67

Tabela 16- Importações mundiais de minério de ferro (1995 -1999) 70

Tabela 17- Maiores exportadoras de minério de ferro (1995 -1999) 71

Tabela 18- Prod. de aço bruto x consumo mundial de minério de ferro e \sucata 75

Tabela 19- Comportamento do consumo mundial de minério de ferro (1993 - 2010) 77

Tabela 20- Produção brasileira de minério de ferro -1999 80

Tabela 21 -Exportações nacionais de minério de ferro 84

Tabela 22- Evolução do consumo interno, exportações e preço médio 86

Tabela 23 -Evolução do preço de exportação do minério de ferro 86

Tabela 24- Prod. brasileira de aço bruto X consumo de minério de ferro no Brasil 87

Tabela 25- Estimativa do consumo de minério de ferro no Brasil 88

- iii -

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 -Preços para pelotas de minério de ferro brasileiras 6

Figura 2- Preços para finos de minério de ferro brasileiros 6

Figura 3- Produção brasileira de minério de ferro (1950 -1998) 11

Figura 4- Produção de Ininério de ferro na década de 90 13

Figura 5- Produção mundial de minério de ferro no período de 89 -98 15

Figura 6- Exportações mundiais de minério de ferro (1989-1999) 19

Figura 7- Exportaçoes de minério de ferro da Austrália(1989 -1999) 20

Figura 8- Exportações de minério de ferro do Brasil ( 1989 -1999) 21

Figura 9- Principais países exportadores de minério de feno 22

Figura 10-Exportações de minério de ferro para o Japão 27

Figura 11- Preços de minério de ferro (1980 -1999) 28

Figura 12- Preços de minério de ferro para o Japão 29

Figura 13- Preços e exportações de minério de ferro(1980 -1999) 29

Figura 14- Preços e exportações de minério de ferro 1987=100% (1980 -1999) 30

Figura 15- Preços de finos para a Europa (1992 -1999) 31

Figura 16- Preços de pelotas para a Europa (1992 -1999) 32

Figura 17 -Preços de granulados para a Europa (1993 -1999) 33

Figura 18- Preços de finos para o Japão (1992 -1999) 34

Figura 19-Preços de pelotas para o Japão(1992 -1999) 35

Figura 20- Preços de granulados para Japão (1992 -1999) 36

Figura 21- Consumo de aço na UE(12) (1992 -1999) 48

Figura 22- Produção e consumo de aço na UE (1992 -1999) 49

Figura 23- Consumo de aço na Europa (1992 -1999) 50

Figura 24- Consumo de aço na América do Norte (1992 -1999) 51

Figura 25- Consumo de aço na América do Sul e Central (1992 -1999) 52

- iv -

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Figura 26 -Produção e consumo de aço no Brasil 53

Figura 27- Consumo de aço na África e Oriente Médio (1992 -1999) 54

Figura 28- Consumo de aço na Ásia e Oceania (1992 -1999) 55

Figura 29- Consumo de aço nos vários COI l fincntes (1992 -1999) 56

Figura 30- Distribuição das reservas de minério de ferro por paises 62

Figura 31- Produção mundial de minério de ferro (1995 -1999) 65

Figura 32- Consumo mundial de minério de ferro(1995-1999) 68

Figura 33- Consumo de minério de ferro 68

Figura 35- Mercado transoceânico 69

Figura 36- Destino das exportações Austrália 72

Figura 37- Destino das exportações Brasil 72

Figura 38- Principais Empresas do setor mineral 73

Figuras 39 e 40- Comparação dos destinos das exportações 85

- v -

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Abstract This paper summarizes the main features of the iron ore market in 1998: the iron ore production anal trade. Chapter I analyzes the development of iron ore prices and freight rates in relation to the world's iron ore exports and its present data, necessary for readers to draw their own conclusions. The recent developments in global iron ore consumption and its demand factors are summarized in chapter II: the production of pig iron, DRI and crude steel. Regarding areas, important for the international trade in iron ore, is presented data on recent developments in apparent steel consumption and in steel trade. For the western world as a whole is taken the relationship of its consumption of ore with the three demand factors referred to above. Information on the development of the iron ore stocks is the goal of chapter 11.

Chapter III presents the outlook for 1999 and 2000 for the western world, for the steel market first, then for the iron ore market. Chapter IV and V presents detailed information on iron ore developments in individual countries, including information on changes in company ownership and on likely changes on iron ore output capacities, as well as foresees on the market development till 2010.

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Resumo

Esta dissertação analisa o comportamento do Mercado de minério de ferro em relação ao

seu consumo, produção e comércio. São também levados a discussão os fatores que

influenciam o modelo de comércio tais como demanda, comércio de aço e as divisões entre

fornecedores dos C) vários mercados de importações.

O objetivo foi o de se estabelecer uma relação entre o mercado de minério de feno e a

indústria de aço, analisando-se a posição do Brasil em relação ao mercado consumidor

diante de sua reestruturação, considerando os fatos marcantes ocorridos nas últimas

décadas do século XX.

A metodologia utilizada foi a coleta dos dados a partir de fontes primárias e secundárias no

intuito de se gerar um material passível de observação, interpretação, avaliação e opinião,

de forma a se comprovar a ocorrência de fatos políticos, sociais e eco nômicos que

caracterizam o comportamento da indústria de extração de minério de ferro. Segundo a

metodologia adotada. a dissertação foi dividida em oito partes. O capítulo I oferece uma

breve introdução ao assunto, considerando algumas definições importantes para o

desenvolvimento da dissertação. São tratados os aspectos tecnológicos, políticos c

econômicos que influenciaram a determinação dos preços do minério de ferro desde a

década de 1950.

O capítulo II sumariza as principais características do mercado de minério de ferro em

1998, como produção e comércio. Também analisa o desenvolvimento de preços de

minério de ferro e taxas de embarques em relação às exportações mundiais de ferro.

O capítulo III apresenta os desenvolvimentos no consumo mundial de minério de ferro, e

seus fatores de demanda: a Produção de ferro gusa, ferro para redução direta e aço cru. A

respeito de áreas importantes para o comércio internacional, o capítulo apresenta dados de

desenvolvimentos recentes no consumo aparente de aço e no comércio de aço. Para o

mundo ocidental como um todo, é analisada a relação entre o consumo de ferro com os

três fatores de demanda, mencionados acima. O capítulo termina com informações sobre o

desenvolvimento de estoques de minério de ferro.

- vii -

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Os capítulos IV e V apresentam as perspectivas para o ano 2000 para o mundo ocidental,

sendo primeiro para o mercado de aço e então para o mercado de minério de ferro. São

apresentadas informações detalhadas do desenvolvimento do minério de ferro nos

principais países produtores, incluindo informações sobre mudanças de proprietários, e

capacidade de produção. São também mostradas perspectivas para o mercado de minério

de ferro e aço até 2010.

O capítulo VI retoma algumas informações de um artigo apresentado em uma conferência de minério de ferro apresentada em novembro de 1997, acrescentando alguns comentários à luz do que se passou desde então. São também apresentadas algumas tabelas, com estatísticas sobre produção de minério de ferro, exportações e importações no período de 1989-98 e dados de desenvolvimento na produção de aço bruto, ferro gusa e ferro para redução direta.

- viii -

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Introdução Em 1998, a produção total de minério de ferro no mundo ocidental, foi apenas 1%

menor que o recorde estabelecido no ano anterior. A produção de ferro gusa e aço bruto

declinaram em 2% e 3% respectivamente.

O comércio internacional de minério de ferro declinou em 1998 em torno de 2,5%. O

modelo deste comércio foi influenciado por (1) mudanças regionais na demanda por aço,

(2) mudanças no comércio de aço e (3) mudanças consideráveis nas divisões de mercado

entre os fornecedores nos vários mercados de importações de minério de ferro.

A produção de pelotas do mundo ocidental em 1998 foi similar àquela de 1997. Suas

exportações totais, das quais 77% provenientes do Brasil, Canadá e Suécia, caíram em

3,4%. A capacidade de produção de pelotas por área aumentou de 1997 a 1998 em 8,9%

(17,5 milhões de toneladas). Uma vez que não há previsão de novas plantas em operação

para este e para o próximo ano, a indústria de pelotas está em clara estagnação.

Esta estagnação está ao menos parcialmente ligada ao declínio da situação da indústria

de ferro para redução direta. Enquanto a produção mundial de ferro para redução direta

em 1998 continuou a crescer, desde o inicio de 1999, foi muito menor que no ano

anterior. Por outro lado, a capacidade de produção de ferro para redução direta nos

últimos dois anos expandiu de 7,5 milhões de toneladas (+20%) e novas plantas

adicionais, com a capacidade de aproximadamente 10 milhões de toneladas, foram

inauguradas em 1999.

A rodada anual para negociações de preços resultou em 1999, para finos e granulados de

minério de ferro, em um declínio por volta de 10,6%. As pelotas baixaram em torno d e

13%. Com esta queda, os preços para 1999 foram os menores da década de 1990, exceto

em relação aos de 1994.

As taxas de fretes de minério de ferro, que em 1996 e 1997 já estavam em um nível

relativamente baixo, caíram mais ainda em 1998, sendo para a Eu ropa Ocidental em

torno de 26% e para a rota Brasil - Japão por volta de 40%. Taxas tão baixas não eram

vistas desde 1986.

1

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2

Em 1999, a produção de aço bruto mundial caiu por volta de 4,5% e a produção de

minério de ferro caiu em 6%, tendo havido também uma queda nos estoques de minério

de ferro. Dado que a redução prevista para a demanda total de minério de ferro deverá

ocorrer parcialmente nos países produtores, as exportações totais nos países ocidentais

devem declinar em mais de 3% (13 milhões de toneladas). Quase toda a redução será em

função da diminuição de importações no Japão e União Européia.

Para o ano 2000, a única mudança significativa, na produção de aço bruto, foi uma

recuperação na União Européia e nos EUA, provavelmente na ordem de 4%. Nenhuma

recuperação era esperada para o Japão. Uma recuperação na produção e exportação total

de minério de ferro do mundo ocidental aconteceu na ordem de 2,5%.

Neste cenário, visando à garantia de competitividade as empresas de mineração de ferro

tendem a aumentar o fornecimento de pelotas para a produção independente de HBI (Hot

Briquetted Iron)/DRI (Direct Reduction Iron), e em um futuro próximo, estrategicamente

criar as suas unidades próprias de redução direta, integrando -se verticalmente à produção

de placas.

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1 -Fatores significantes afetando os preços do minério de ferro desde 1958

Dentre os fatores que afetaram os preços do minério de ferro desde a década de 50,

podem-se citar, como sendo os principais, os seguintes:

1973-75 Embargo do petróleo pela OPEP - Organização dos Países Exportadores

de Petróleo.

1981-82 Recessão Aguda. 1997 Início da crise financeira Asiática O minério de ferro é usado para produzir basicamente ferro e aço. Ferro é o elemento

metálico mais utilizável, abundante e barato. Em termos metalúrgicos, 'ferro' se refere a

ligas que contém um teor de carbono alto demais para ser moldado por forja ou prensagem.

O termo 'aço' se refere a uma liga de ferro que é maleável em alguma faixa de temperatura e

contém carbono, manganês e normalmente algum outro elemento de liga. O aço é

produzido a partir dos processos alto forno ou BOF (Basic Oxigen Furnace) ou EAF

(Eletric Arc Furnace) .Os processos alto fomo e BOF produzem primeiro ferro por fusão

de minério em um alto forno e então utilizam este ferro para fabricar aço cm um BOF.

No processo EAF, sucata de aço e ferro e normalmente ferro para redução direta são

fundidos para produzir aço.

Quase todo o minério de ferro (98%) produzido no mundo é utilizado para fabricação de

aço, seu preço é então determinado pelo que os produtores estão dispostos a pagar. com

base no comportamento do minério de ferro no processo de fabricação - se aumenta ou

diminui os custos de produção do aço. O comportamento do minério de ferro no proce sso

de fabricação do aço é determinado por sua composição química c por sua fórmula ou

estrutura, ambos afetando a produtividade do alto forno. Os constituintes químicos que

afetam a produtividade de um alto fomo são o teor de ferro. teores de alumina e s ílica,

umidade, impurezas e teores de dolomita e calcário.

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As formas que afetam a produtividade de um alto forno - finos (de minério de ferro), granulados

e pelotas são produtos de mercado primário. Quantidades menores de concentrado de minério

são também vendidas. Finos são definidos como sendo minério de ferro com a maioria das

partículas menores que 4,75 mm de diâmetro (3/'16"). Granulado é o minério com a maioria as

partículas medindo mais que 4,75 mm de diâmetro. Finos e granulados são produzi dos a partir

do mesmo minério, sendo separados por peneiramento e classificação. Nenhum dos produtos é

concentrado. Um aglomerante é acrescentado ao concentrado do qual se produzem pelotas

verdes. As pelotas são então passadas por um forno onde são endurec idas, tendo um tamanho

final em tomo entre 9,55 mm e 16,00 mm (3/8" e 5/8").

Embora foros e granulados custem o mesmo para serem produzidos, os finos alcançam um preço

menor, pois precisam ser sintetizados antes de serem alimentados nos altos fornos. Isto é feito

no sentido de melhorar a permeabilidade do queimador e para prevenir perdas até a pilha de

estocagem. As pelotas e os granulados podem ser alimentados diretamente no alto forno, mas há

a possibilidade de crepitação no fomo, o que diminui o seu valor para o mercado. As pelotas são

usualmente a forma mais desejada de minério, pois contribuem ao máximo para a produção do

alto forno. A segunda forma mais desejada é a de granulados, em temos de produção do alto

forno. A forma menos desejada é a de finos, que deve ser aglomerada (sintetizada), normalmente

pelo produtor de aço, antes de ser carregada nos altos fornos.

Se a química e a estrutura de um minério são favoráveis, então os custos de fabricação de aço e

feno são reduzidos, e interessa ao produtor de aço pagar um melhor preço unitário por este

minério que por outro minério de características menos favoráveis. Embora um minério com um

alto teor de ferro c uma boa estrutura seja desejável para aumentar a produtividade de um alto

forno, deve ser dada preferência a um minério com características menos favoráveis,

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se seu custo for baixo o suficiente para compensar suas características metalúrgicas e

físicas. Tal flexibilidade não existe no processo de redução direta, onde os parâmetros de

qualidade do minério são muito restringentes. O processo de redução direta historicamente

tem sustentado preços superiores aos de alto fornos. Estão sendo desenvolvidos processos

de redução direta a partir de finos.

A preferência dos produtores por aço a o invés de finos é refletida nos preços. De 1976 a

1998, o preço médio para finos de minério de ferro brasileiro foi de US$ 27,03/t. A média

para pelotas brasileiras foi de US$ 44,31/t. Embora os preços tenham subido de 1976 a

1998, eles caem quando ajustados pela inflação. Os preços para finos em dólares atuais

caíram em 52,3%, e o preço das pelotas em dólares atuais aumentaram em 56,25% no

mesmo período (TEX -REPORT, 1999). O desenvolvimento dos preços para finos c para

pelotas de minério de ferro brasileiros pode ser visto nas Figuras I e 2, cujos dados foram

obtidos a partir das Tabelas 1 e 2, respectivamente. O fator de ajuste da inflação utilizado

foi o Índice de Preços para o Consumidor (1PC) para todos os consumidores urbanos dos

EUA a partir do US Bureau of Labor Statistics. O IPC teve como base o ano de 1992.

Outro fator que afeta o tipo de minério que deve ser usado é a demanda pelo aço.

Quando a demanda é baixa, produtores de aço europeus e japoneses mudam para finos,

pois não precisam se preocupar com metas de produção. Em um mercado mais aquecido,

são consumidos mais pelotas e granulados.

Até a década de 80, havia duas estruturas internacionais de preços de minério de ferro, a

América do Norte e os demais países de economia de mercado. (Franz Stemberg e

Strongman, 1986). Na América do Norte, mais de três quartos da capacidade de produção

de minério de feno eram de propriedade dos consumidores, as companhias integradas de

aço. Estas condições de propriedades levaram a um sistema de preços onde ao s produtores

eram pagos os custos de produção acrescidos de custos de gerenciamento e "royalties".

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Além disso, havia a pouca necessidade de serem competitivos ( Markus, Kirsis e Kakela,

1996). A demanda era alta e a indústria americana estava crescendo, como a 25 anos. O

uso de pelotas expandiu desde a primeira comercialização em 1955 até uma capacidade

máxima de produção instalada de 127 milhões de toneladas em 1980. As Figuras 1 e 2

mostram o desenvolvimento dos preços para pelotas e finos de minério de ferro brasileiros.

Figura 1 -Preços para pelotas de minério de ferro brasileiras

Figura 2-Preços para finos de minério de ferro brasileiros

Fonte William Kirk (2000)

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Em 1982, algumas mudanças estruturais de maior significado ocorrer am na indústria de

minério de ferro dos EUA. uma das quais foi o desenvolvimento de um mercado local

americano de pelotas ("US Spot Market"). Nesse mercado, a maioria das vendas é

negociada individualmente, com os contratos sendo fechados diretamente entre o

comprador e o vendedor. O mercado local levou ao início da competição de preços e a

derrubada do sistema de preços dos Lagos Inferiores, que serviu de referência para a

indústria do aço por 100 anos. Antes de 1982, existiam apenas vendas anuais, contrat os de

plurianuais ou transações de propriedades iguais. A indústria de minério de ferro norte

americana teve que cortar a capacidade e diminuir os preços de forma a se tornar

competitiva com os materiais importados. Isto significou que a indústria teve de diminuir

os custos para se manter no negócio, o que foi possível através do aumento de

produtividade da mão de obra, corte dos salários, negociação de "royalties" e contratos

forçando menores custos, o que levou os fornecedores a baixar os custos de materi ais,

legisladores a cortar taxas e débitos de pagamentos. O resultado foi dramático. As minas

norte americanas de minério de ferro cortaram os custos cm 30%, reduziram a capacidade

de produção em um terço e diminuíram os custos em 42%. Os produtores domést icos

continuaram seus esforços em reduzir custos. O mercado local se manteve e com a redução

da participação dos produtores de aço nas propriedades de minas para 63%, cresceu

fortemente.

O preço do minério de ferro exportado é determinado por forças de me rcado. Existem dois

preços importantes para o minério de ferro: um para os preços de minério no mercado

europeu e outro para o minério no mercado japonês. Todos os preços são anuais, em

dólares americanos, o que facilita a comparação. O sistema de preços é fixado

considerando-se as variações do ferro contido. Os preços são cotados em centavos de

dólares por tonelada de unidade de ferro. Uma unidade corresponde a 1/100. ou 1% do

peso de uma tonelada de ferro. Isto quer dizer que, uma unidade de tonelada métr ica

corresponde a 1/100 de uma tonelada métrica, ou seja, o produtor que comprar 1 tonelada

métrica de minério, que tem aproximadamente 65% de ferro vai pagar por uma tonelada de

ferro contido e vai receber 1,5 toneladas de minério.

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Estes preços são usualmente regulamentados durante lentas negociações entre produtores de

minério de ferro brasileiros e produtores de aço alemães c entre produtores de minério de ferro

australianos e produtores de aço japoneses. A Austrália e o Brasil detêm juntos 62% do mercado

mundial de minério de ferro transoceânico, cada um com percentuais aproximadamente iguais do

mercado. O próximo grande exportador tem apenas 6% do mercado. A Europa e o Japão têm,

juntos 53% da participação no mercado mundial de importações, o próx imo grande importador

tem 12%. O preço aplicado para o minério de ferro europeu é aplicável para o ano que começa

em 1 de janeiro. Para minérios enviados ao Japão, os preços são fixados para o ano fiscal

japonês, que começa em 1 de abril e termina em 31 de março. O preço para finos de minério de

ferro é ajustado primeiro, pois é o tipo de minério mais utilizado na Europa e Japão. Os preços

para pelotas e granulados têm como base os preços dos finos.

A recessão no consumo mundial de aço, que foi conseqüência da crise no mercado de petróleo

provocada pela OPEP na década de 1970, criou uma pressão descendente nos preços do minério

de ferro, como pode ser visto nos preços de finos brasileiros para 1978, o mais baixo nível,

desde 76 até 98. Após a recuperação dos preços verificada em 1982, a recessão de 81/82,

combinada com o aumento da capacidade de produção das minas australianas, brasileiras e

venezuelanas, criou uma situação de excesso de oferta. Durante este período, 16% da capacidade

de produção de aço dos EUA foi fechada permanentemente.

A produção de minério de ferro norte americana caiu de 73,4 milhões de toneladas em 1981 para

36,0 milhões de toneladas em 1982.

Os preços continuaram a cair até 1989, quando as condições econômicas começaram a

melhorar. A diminuição da produção de aço provocou uma queda dos preços até 1994, quando

começaram a subir em função do aumento da produção que se verificou a partir de então. Em

1997, os produtores de aço dos EUA aumentaram os carregamentos pelo sexto ano

consecutivo, o mais longo período de ascensão de toda a sua história.

8

Page 19: Minério de Ferro para Uso na Siderurgia rev1...Tabela 6 - Produção de aço bruto (1989 e 1997/98) 37 Tabela 7 - Produção de aço bruto quadrimestral 38 Tabela 8 - Mercado internacional

Durante a segunda metade de 1998, a indústria de aço americana se tornou uma vítima da

crescente crise financeira mundial (Hogan, 1999). Com o aumento da recessão econômica

asiática, a demanda de aço e as oportunidades de exportações ficaram restritas à região c

produtores de aço regionais, particularmente no Japão e na Coréia, começaram as

diversificações de seus produtos para exportações, muitos destinados aos EUA. Em função

da demanda de aço, os carregamentos de aço a partir dos EUA declinaram em 3%. A baixa

produção de aço nos EUA e no resto do mundo em 1998 forçaram os preços dos finos de

minério de ferro brasileiros a caírem para US$ 26,96, um decréscimo de 9,2%. As tabelas 1

e 2 mostram o desenvolvimento dos preços para pelotas e finos brasileiros. A produção

brasileira de minério de ferro de 1950-1999 é mostrada na Figura 3.

9

Page 20: Minério de Ferro para Uso na Siderurgia rev1...Tabela 6 - Produção de aço bruto (1989 e 1997/98) 37 Tabela 7 - Produção de aço bruto quadrimestral 38 Tabela 8 - Mercado internacional

Tabela 1 – Preços para pelotas de minério de ferro brasileiras

Ano Preço Ano Preço Ano Preço Ano Preço 197643.8 198247.5 198840.35 199443.64 197742.8 198339.0 198947.33 199549.14 197836.4 198436.0 199051.6 199652.4 197939.96 198536.0 199152.15 199752.1 198047.05 198636.6 199248.47 199853.56 198143.05 198736.7 199343.64

Preços para Pelotas de minério de ferro brasileiras, fob Porto de Tubarão, Sistema Sul, CVRD

Fonte – Tex Report Co. Ltd. Iron Ore Manual (Various Years)

Tabela 1 – Preços para finos de minérios de ferro brasil eiros

Ano Preço Ano Preço Ano Preço Ano Preço 197622.7 198232.5 198823.50 199424.47 197723.0 198329.00 198926.56 199526.95 197821.5 198426.15 199030.80 199628.57 197923.3 198516.56 199133.25 199728.88 198028.1 198626.26 199231.62 199829.69 198128.1 198724.50 199328.14

Preços para Pelotas de minério de ferro brasileiras, fob Porto de Tubarão, Sistema Sul, CVRD

Fonte – Tex Report Co. Ltd. Iron Ore Manual (Various Years)

10

Page 21: Minério de Ferro para Uso na Siderurgia rev1...Tabela 6 - Produção de aço bruto (1989 e 1997/98) 37 Tabela 7 - Produção de aço bruto quadrimestral 38 Tabela 8 - Mercado internacional

Figura 3 – Produção brasileira de minério de ferro (1960 – 1998)

11

0

50000

100000

150000

200000

250000

1950

1952

1954

1956

1958

1960

1962

1964

1966

1968

1970

1972

1974

1976

1978

1980

1982

1984

1986

1988

1990

1992

1994

1996

1998

2000

Page 22: Minério de Ferro para Uso na Siderurgia rev1...Tabela 6 - Produção de aço bruto (1989 e 1997/98) 37 Tabela 7 - Produção de aço bruto quadrimestral 38 Tabela 8 - Mercado internacional

2 -O mercado de minério de ferro

2.1 - Produção Em 1998, as maiores produções de minério de ferro se concentraram no Brasil,

Austrália, Canadá, EUA e índia, como é mostrado na Tabela 3.

Tabela 3-Produção de minério de ferro em 1989 e 1997/98

Fonte UNCTAD(1997)

Na década de 80, o ano de mais alta produção de minério de ferro, foi 1989. Na década de

90, no Mundo Ocidental. a produção de ferro se manteve em uma te ndência crescente e

alcançou um novo pique em 1997. As Figuras 4 e 5 mostram o desenvolvimento da

produção de minério de ferro na década de 90, e a participação dos países na produção

mundial no mesmo período. A produção na China e antiga URSS, que após 19 89

aumentou, caiu em seguida e se estabilizou nos últimos anos.

12

Milhões de t Variação

1989 1997 1998 1998/97 Austrália 115,57 165,7 161,1 -2.7 Brasil 153,7 187,9 183 -2,6 Canadá e EUA 99,4 100,3 101,8 l.5 Europa Ocidental 51,4 69.4 75 8,1 Resto do Mundo Ocid. 107 103.8 102,5 -1,3 Mundo Ocidental 571,9 657,7 651,1 -1 China 76,6 122,8 123 0,1 Ex-URSS 241 128,4 129,7 1 Mundo 908,4 912,3 90-5,6 -0,7

Page 23: Minério de Ferro para Uso na Siderurgia rev1...Tabela 6 - Produção de aço bruto (1989 e 1997/98) 37 Tabela 7 - Produção de aço bruto quadrimestral 38 Tabela 8 - Mercado internacional

Figura 4 – Produção de minério de ferro na década de 90

Fonte UNCTAD (1999)

Em 1997 e 1998 a mudança percentual na produção de minério de ferro foi menor que a mudança na produção de ferro gusa e aço bruto. A produção mundial de aço, após

13

0

50

100

150

200

250

300

1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998

BrasilAustráliaURSSChina

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aumento de 6,5% em 1997, caiu 2,8% em 1998. A produ ção de ferro gusa aumentou 5.5%

cm 1997, mas diminuiu 1,55% em 1998.

A maioria dos países produtores viu sua produção de minério cair em 1998, particularmente

na Europa Ocidental e Venezuela. Aumentos notáveis na produção aconteceram apenas no

Canadá e na índia.

A produção de aço bruto na China em 1998 ficou cm torno de 260 milhões de toneladas.

Na Tabela 3 foram feitos ajustes para se levar em consideração o fato de que são

considerados produções com teores de ferro de 29,5%, enquanto que no Mundo Ocident al,

os teores são de 61.5% de ferro, em média .

14

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Figura 6 – Participação na produção mundial de minério de ferro no período de 1989 – 1998

Fonte UNCTAD (1999)

15

0

5

10

15

20

25

1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998

BrasilAustráliaURSSChina

Page 26: Minério de Ferro para Uso na Siderurgia rev1...Tabela 6 - Produção de aço bruto (1989 e 1997/98) 37 Tabela 7 - Produção de aço bruto quadrimestral 38 Tabela 8 - Mercado internacional

2.2 - Comércio de minério de ferro

O comércio internacional de minério de ferro, depois de ter subido em 1997 8,5%

estabelecendo um novo recorde, caiu em 1998 em 2,5%, ou 12 milhões de toneladas. De

qualquer forma, seu volume ainda estava claramente mais alto que o do ano de 1995, que

era então o segundo ano de maior produção.

Na primeira metade de 1998, as exportações mundiais tinham sido por volta de 8,5 milhões

de toneladas maior que no período correspondente de 1997. De qualquer forma, era

duvidoso que um aumento poderia ser mantido dur ante o ano todo de 1998. Enquanto,

devido a fatores de temporadas, o comércio de minério de ferro é mais amplo na segunda

metade do ano, durante a segunda metade de 1998 as exportações mostraram um notável

enfraquecimento.

Os maiores desenvolvimentos nas importações e exportações de minério de ferro por área

para o ano de 1998 são mostrados na Tabela 4.

Tabela 4 -Importações e exportações de minério de ferro

Milhões t (Variação) 1989 1997 19981998197 Exportações Austrália 108,1 155,6 144,6 -7,1 Brasil 133,7 140,4 143,6 -2,2 Resto Mundo Ocidental 160,9 143,6 140,4 -2 2 Mundo Ocidental 382,7 439,6 428,2 -2,6 Importações Mundo 415,9 464,8 451,9 -2,8 Europa Ocidental 53,4 34,1 32,8 -3,8 União Européia 147,7 134,8 141,4 4,9 Japão 127,7 126,6 120,8 -4,6 china, Coréia, Tailândia 43 107,7 99,6 -7.5

Fonte UNCTAD (1999)

16

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Em 1998, entre os principais países produtores, as exportações de minério de ferro foram

maiores que no ano anterior apenas no Brasil, Índia, Peru e África do Sul. Em outros países,

a taxa de declínio foi menor que 8%, sendo que na Suécia as exportações caíram em 13%.

Na França e Espanha, onde as últimas minas restantes foram fechadas, as exportações

deixaram de existir.

As importações de 1998 aumentaram notavelmente apenas na Europa Ocid ental e na

América Latina. As importações de minério de ferro no Canadá e em Taiwan não se

modificaram. As importações declinaram nos outros países da Ásia, particularmente no

Japão e na Coréia (-13%). As importações nos EUA caíram 8,6% e também caíram, pe la

segunda vez em 10 anos no Oriente Médio.

Pode ser notado na Tabela 4 que os dados de exportações mundiais em 1998 claramente

ultrapassam as importações mundiais em 1998. Este fato aconteceu várias vezes no período

da década de 90. Em dados anteriores d o "Irem Ore Statistics" publicado pela UNCTAD foi

encontrado durante o período de 1991 -97 um excesso de não menos que 27,1 milhões de

toneladas, localizados inteiramente na China e na União Européia.

Em relação à China, a discrepância estava quase toda concentrada em seu comércio com a

Austrália e Brasil, e foi concluído que das exportações totais à China desses dois países, pelo

menos 2 milhões de toneladas por ano não eram registradas nas estatísticas de importação de

consumidores chineses, ainda que se leve em consideração que desde 1995, anualmente, por

volta de 1,5 milhões de toneladas exportadas do Brasil para a china eram na verdade

provavelmente destinadas à Taiwan. Hoje se conclui que algumas das exportações à China

são feitas em uma base de troca, não sendo, portanto, registradas por consumidores

chineses.

Em relação à União Européia, se conclui que como parte das exportações entram pelo porto

de Rotterdam, alguma parte era destinada a outros países da União Européia.

Comparando as estatísticas de importações oficiais com as estatísticas disponíveis em

exportações para a União Européia e com estatísticas de importações para a Alemanha,

17

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compiladas por uma fonte industrial alemã, é mostrado que pelo menos para os anos de 1997 e 199 8, as

estatísticas de importações dos consumidores alemães não são precisas (para 1997 são muito baixas e para

1998 muito altas).

As Figuras 6, 7, 8 e 9 mostram dados de exportações mundiais de minério de ferro no período de

1989-1998.

18

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Figura 6 – Exportações de Minério de Ferro (1989 – 1999)

Fonte – UNCTAD (1999)

19

0

2 0

4 0

6 0

8 0

10 0

12 0

14 0

16 0

18 0

19 8 9 19 9 0 19 9 1 19 9 2 19 9 3 19 9 4 19 9 5 19 9 6 19 9 7 19 9 8

Euro p a O cid ent al

A mér i ca d o N o r t e

A mér i ca Lat ina

Á f r ic a

Á s ia

Ex -U nião So viét ic a

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Figura 7 – Exportações de Mnério de Ferro da Austrália (1989 - 1998)

Fonte UNCTAD (1999)

20

0

20

40

60

80

100

120

140

1990 1993 1994 1995 1996 1997 1998

Mt

JapãoChinaCoréia do SulÁsia (outros)Ásia (total)Europa

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f 8 – Exportações de minério de ferro do Brasil (1989 – 1998)

Fonte UNCTAD (1999)

21

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

1990 1993 1994 1995 1996 1997 1998

Ano

Japão

China

Alemanha

Europa Ocident al

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Figura 9 – Principais exportadores de minério de ferro (1989 – 1998)

Fonte UNCTAD (1999)

22

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

1990 1993 1994 1995 1996 1997 1998

Ano

Mt

Austrália

Brasil

Canadá

India

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2.3 - Pelotas

A capacidade de produção de pelotas no mundo ocidental aumentou de 197,1 milhões de

toneladas e 1997 para 214,6 milhões de toneladas em 1998 como visto na Tabela 5. Este

aumento líquido na capacidade anual de 17,5 milhões de toneladas (+8,9%), foi devido ao

início de duas novas plantas no Brasil, uma nova planta na Índia e à retomada de operação de

uma nova planta na Austrália. De qualquer forma, depois do último aumento de capacidad e de

produção, nenhuma nova planta se iniciou até o final de 2000.

A produção total de pelotas no Mundo Ocidental em 1998, baseado cm dados amais

disponíveis, foi provavelmente pouco mais baixa que a de 1997. quando alcançava o nível de

185 milhões de toneladas. A taxa de capacidade de utilização média de 97% em 1997 caiu para

aproximadamente 86% em 1998. Devido à rápida deterioração do mercado de pelotas,

algumas plantas estavam ociosas ao final do ano de 1998.

As exportações totais de pelotas no mundo ocidental declinaram de 81,4 milhões de toneladas

em 1997 para 78,6 milhões de toneladas em 1998 ( -3,4%). Entre os países exportadores de

pelotas, apenas Austrália, Brasil e Peru tiveram em 1998 algum aumento nas exportações e em

todos os outros países houve queda.

23

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Tabela 5-Capacidade instalada, produção e exportações mundiais de pelotas

(1995 -1998)

Capac. Produção Exportações

Países 1998 1998 1997 1996 1995 1998 1997 1996 1995

Países Baixos 44,2 4 4,4 0 0 0 0

Noruega 0 0 0,3 0,8 1,5 0 0,2 0,7 1,3

Suécia 16,3 15 15,4 15,1 14,1 9,5 10,8 9,5 9,3

Turquia 1,5 0 1 1 0,9 0 0 0 0

Europa Ocidental 22,2 20,9 20,9 20,9 9,5 11 10,2 10,6

Canadá 26 26,4 25 24,2 25,5 19,4 20,5 17,4 17,2

EUA 66 61,7 62,1 61 61,4 5 6,3 6,2 5,2

Brasil 40,9 33 31,1 29,9 28,8 31,9 30,3 29,1 27,1

Chile 4,4 4,4 4,2 4,3 3,9 3,5 3,7 3,5 3,1

México 13,7 12,5 12,4 11,4 0 0 0 0

Peru 3,5 3,2 2,6 3 3,4 2,3 1,8 2,4 3

Venezuela 9,9 7,7 9,5 9,4 8,4 1,7 2 4 2,2 2,6

América 164,4 147 144,2 142,8 64,7 65 60,8 58,2

Austrália 3,3 2 1,6 1,6 1,6 0,9 0,2 0,5 0,5

Bahrain 4 1,9 3,2 2,9 3 1,6 3 2,8 3,1

Índia 7,7 2,7 2,5 2,5 1,9 2,2 1,9 2

Irã 9 4,6 5,7 5 44 0 0 0 0

Japão 4 3,8 3,9 3,5 0 0 0 0

Ásia Oriente Médio

Oceania 28 17 15,9 15 4,4 5,4 5,2 5,6

Mundo Ocidental 214,6 184,9 181 178,7 78,6 81,4 76,2 74,4

Ex-URSS 73,2 47 41,7 48,3 11,5 10,5 12

China 20 16,3 16,2 18,3 0 0 0 0

Mundo 307,8 248,2 238,9 245,3 92,9 86,7 86,4

Fonte-UNCTAD 24

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2.4 - Transporte transoceânico de minério de ferro

Em 1996, o transporte transoceânico de minério de ferro foi, de acordo com UNCTAD

(2000) de 391,3 milhões de toneladas, 430,2 em 1997 e 420 em 1998. Expressos como

porcentagem das exportações mundiais de minério de ferro, excluindo aquelas da Ex-

URSS, estes dados seriam 96,8%, 97,8% e 98.0%, respectivamen te.

As taxas de fretes de minério de ferro, que em 1996 c 1997 estavam em um nível

relativamente baixo, caíram ainda mais em 1998. Em média, em 1998 elas estavam em

relação à rota para a Europa Ocidental 26% abaixo dos preços médios de 1997, c na rota

Brasil - Japão, caíram 40%. Até o fim de 1998, as taxas de fretes para metade das rotas

relevantes caíram abaixo dos preços médios praticados neste ano. Nos primeiros meses de

1999 houve ainda um enfraquecimento, havendo algum sinal de melhoria a partir de ma io.

A figura 10 mostra que os preços de fretes alcançaram níveis não vistos desde 1986. O

gráfico também ilustra que mudanças anuais no nível médio das taxas de fretes geralmente

fortalecem aqueles das exportações do Mundo Ocidental de minério de ferro. A lém disso, a

longo prazo, as exportações tomam tendência positiva e as taxas de fretes tendem a baixar.

25

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2.5-Preços para minérios de ferro

Para os sete anos anteriores a 1995, e mais recentemente em 1994, a Hamersley Ltd. da

Austrália agiu cinco vezes como líder mundial de preços, em negociações com produtores

de aço no Japão.

Para os quatro anos que se seguiram a 1994, os preços para granulados c finos foram

estabelecidos pela primeira vez entre produtores de aço japoneses e a BHP lron Ore da

Austrália. O acordo para 1998, em 21 de janeiro daquele ano, incluiu um aumento de 2,8%

nos preços dos finos e um aumento de 2,94% para os preços de granulados. O

estabelecimento dos preços para pelotas tomou muito mais tempo. Enquanto a LKAB,

fornecedora sueca, e os produtores de aço alemães entraram em um acordo em 4 de

fevereiro de 1998, com um aumento no preço de 3,8%, os preços para as pelotas

brasileiras foram ajustados apenas na segunda metade de abril. A CVRD aceitou então um

aumento de 2,8% no preço, que r epresentou uma referência para o peço da pelota,

inclusive para o mercado japonês.

Nas negociações para o preço em 1999, para todos os produtos de minério de ferro,

apenas na quarta rodada, em 76 de fevereiro, a Hamersley Ltd. voltou a ocupar a posição

de líder de preços em acordo com a Nippon Steel Co., com uma redução de 11% nos

preços de finos e de 10,2% de redução nos preços de granulados. Desde então, quedas de

preços similares ocorreram para os mercados japonês e europeu.

O primeiro acordo de preços de pelotas para 1999 se deu entre o fornecedor brasileiro

Samarco e um produtor de aço alemão. Eles concordaram em 3 de março em uma redução

de 12,5%. Seis dias mais tarde, a CVRD concordou em baixar seu preço de referência

("benchmark") em 13,26%.

Deve ser notado que as diferenças entre preços de fornecedores de um mesmo tipo de

minério se dá em função de diferenças de qualidade do minério e de diferenças de taxas de

fretes.

26

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27

As Figuras 11 e 12 apresentam o desenvolvimento desde 1980 dos p reços representativos para

finos de minério de ferro, granulados e pelotas. Além do modelo cíclico que eles desenvolvem,

mostram também que o desenvolvimento do preço para o granulado foi bastante similar ao

preço dos finos. Para o período de 1994 -96 o desconto para o preço do granulado ficou

bastante grande. Para 1999, este desconto caiu para abaixo do que era cm 1995.

O preço para pelotas se desenvolveu diferentemente, principalmente antes de 1988. O desconto

das pelotas sobre finos depois de 1993 se desenvolveu de maneira similar ao do granulado.

A Figura 13 mostra uma pequena relação entre o desenvolvimento das exportações mundiais de

minério de ferro e o preço para finos. Na Figura 14, onde os preços são baseados em um índice

de 1989=100, esta relação é mais clara.

As Figuras 15, 16, 17, 18, 19 e 20 mostram o desenvolvimento dos preços do minério de ferro

para a Europa, e para o Japão, na década de 90.

Figura 10-Exportaçoes e preços de minério de ferro (1980 -1999)

60

80

100

120

140

160

180

80 82 84 86 88 90 92 94 96 98

Ano

Ind

ex 1

987=

100%

Exportação Mundial

Preço Sucata

Taxa Frete

Page 38: Minério de Ferro para Uso na Siderurgia rev1...Tabela 6 - Produção de aço bruto (1989 e 1997/98) 37 Tabela 7 - Produção de aço bruto quadrimestral 38 Tabela 8 - Mercado internacional

Figura 11 – Preços de minério de ferro (1980 – 1999)

Fonte CVRD

28

80

90

100

110

120

130

140

150

80 82 84 86 88 90 92 94 96 98

Ano

INd

ex 1

987=

100%

Finos

Granulados

Pelotas

Page 39: Minério de Ferro para Uso na Siderurgia rev1...Tabela 6 - Produção de aço bruto (1989 e 1997/98) 37 Tabela 7 - Produção de aço bruto quadrimestral 38 Tabela 8 - Mercado internacional

Figura 12 – Preços de minério de ferro para o Japão (1980 – 1999)

Figura 13 – Preços e exportações de minério de ferro (1980 – 1999)

Fonte CVRD

29

0

10

20

30

40

50

60

80 82 84 86 88 90 92 94 96 98

Ano

US

$ p

er 1

% t

on

ela

mét

rica

sec

aFinos

Granulados

Pelotas

0

5

10

15

20

25

30

35

40

1

0,92 1,1

1,07

1,03 1,1 1

1,24

1,34 1,3

Ano

Ind

ex 8

7=10

0%

0

20

40

60

80

100

120

140

160

Preços Finos

Eportações Mundiais

Page 40: Minério de Ferro para Uso na Siderurgia rev1...Tabela 6 - Produção de aço bruto (1989 e 1997/98) 37 Tabela 7 - Produção de aço bruto quadrimestral 38 Tabela 8 - Mercado internacional

Figura 14 – Preços e exportações de minério de ferro, 1987 =100%

Fonte CVRD

30

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

1

0,92 1,1

1,07

1,03 1,1 1

1,24

1,34 1,3

Ano

Ind

ex 8

7=10

0%Preços Finos

Eportações Mundiais

Page 41: Minério de Ferro para Uso na Siderurgia rev1...Tabela 6 - Produção de aço bruto (1989 e 1997/98) 37 Tabela 7 - Produção de aço bruto quadrimestral 38 Tabela 8 - Mercado internacional

Figura 15 – Preços de finos para Europa

Fonte UNCTAD (1999)

31

0

10

20

30

40

50

60

1 2 3 4 5 6 7 8

Ano

US

$ C

ents

Hamseley Finos

LKAB

Robe River Finos

MBR

CVRD Carajas

Page 42: Minério de Ferro para Uso na Siderurgia rev1...Tabela 6 - Produção de aço bruto (1989 e 1997/98) 37 Tabela 7 - Produção de aço bruto quadrimestral 38 Tabela 8 - Mercado internacional

Figura 16 – Preços de pelotas para Europa (1992 – 1999) Fonte UNCTAD (1999)

32

0

10

20

30

40

50

60

70

1 2 3 4 5 6 7 8

Ano

US

$ C

ents QCM

IOC

CVRD

Samarco

Page 43: Minério de Ferro para Uso na Siderurgia rev1...Tabela 6 - Produção de aço bruto (1989 e 1997/98) 37 Tabela 7 - Produção de aço bruto quadrimestral 38 Tabela 8 - Mercado internacional

Figura 16 – Preços de granulados para Europa (1992 – 1999) Fonte UNCTAD (1999)

33

0

10

20

30

40

50

60

1 2 3 4 5 6 7 8

Ano

US

$ C

ents Hamerseley

BHP

CVRD

Snim

Page 44: Minério de Ferro para Uso na Siderurgia rev1...Tabela 6 - Produção de aço bruto (1989 e 1997/98) 37 Tabela 7 - Produção de aço bruto quadrimestral 38 Tabela 8 - Mercado internacional

Figura 18 – Preços de finos para Japão (1992 – 1999) Fonte UNCTAD (1999)

34

0

5

10

15

20

25

30

35

1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999

Ano

US

$ C

en

ts Bailadila

ISCOR

Hamerseley

Page 45: Minério de Ferro para Uso na Siderurgia rev1...Tabela 6 - Produção de aço bruto (1989 e 1997/98) 37 Tabela 7 - Produção de aço bruto quadrimestral 38 Tabela 8 - Mercado internacional

Figura 18 – Preços de pelotas para Japão (1992 – 1999) Fonte UNCTAD (1999)

35

0

10

20

30

40

50

60

1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999

Ano

US

$ C

ent

s

Savage River

Nibrasco

Algarrobo

Page 46: Minério de Ferro para Uso na Siderurgia rev1...Tabela 6 - Produção de aço bruto (1989 e 1997/98) 37 Tabela 7 - Produção de aço bruto quadrimestral 38 Tabela 8 - Mercado internacional

Figura 19 – Preços de granulados para Japão (1992 – 1999) Fonte UNCTAD (1999)

36

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999

Ano

US

$ C

ents BHP

MMTC

Bailadi

MBR

Page 47: Minério de Ferro para Uso na Siderurgia rev1...Tabela 6 - Produção de aço bruto (1989 e 1997/98) 37 Tabela 7 - Produção de aço bruto quadrimestral 38 Tabela 8 - Mercado internacional

3 - Produção Mundial de aço em 1998 e o uso de minério de

ferro

0 minério de ferro é usado basicamente para a produção de ferro gusa e ferro para

redução direta, que por sua vez são materiais usados como base para produção de aço

bruto.

3.1 -Produção de aço bruto

Depois de um aumento histórico de 6,5% em 1997, a produção mundial de aço bruto

em 1998 caiu 2,8%.

Por áreas geográficas principais, a produção mundial de aço bruto se divide como

mostrado na Tabela 6.

Tabela 6 -Produção mundial de aço bruto(1989 e 1997/98)

M t %Variação

1989 19971998 1998/97

Europa Ocidental 162,1 175,5 175,6 0,1

Canadá 104,3 114 113,6 -04

Japão 17,9 104,5 93,5 -10,5

SubTotal 374,3 394 382,7 -2,9

China, Coréia 92,5 167,5 171,1 2,1

Europa Oriental, Ex

URSS 223,8 115,7 106,3 -8,1

Resto do Mundo 954 121,7 116,2 -4,5

Mundo 786 798,9 776,3 -2,8 Fonte UNC'TAD(1999)

Na primeira metade de 1998; a produção mundial de aço estava ainda um pouco acima

do que foi produzido no período correspondente do ano anterior, 1997, como visto na

Tabela 7. De qualquer forma, devido em pane a um grande aumento nos estoques de

aço e a uma grande queda nos preços do aço, a produção na União Européia e na

América do Norte foi cortada significamemente na segunda metade de 1998.

37

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38

Tabela 7 - Produção de aço bruto quadrimestral

Q1 Q2 03 04

UE(12) 1997 37,8 41,7 38,9 41,6

1998 42,2 43,1 38,1 36.5

1999 37,5

27,4 28,2 27,9 28,7

Canadá EUA 1997 29,9 29,5 28,1 25,8

1998 24,2 23,4 23,2 22,8

1999 21,6

25,9 26,8 26,8 25,8

Japão 1997 25,9 26,8 26,8 25,8

1998 24,2 23,4 23,2 22,8

1999 21,6

10,1 10,6 10,5 11,4

Coréia 1997 10,1 10,6 10,5 11,4

1998 10 10,4 9,5 10

38

Page 49: Minério de Ferro para Uso na Siderurgia rev1...Tabela 6 - Produção de aço bruto (1989 e 1997/98) 37 Tabela 7 - Produção de aço bruto quadrimestral 38 Tabela 8 - Mercado internacional

Tabela 8-Mercado internacional de aço (1996 -1998)

1996 1997 1998 1996 1997 1998

UE(12) EUA

Prod. Aço

bruto 146,6 159,9 160 95,5 98,5 97,7

P.P Equiv. 131,4 143,5 143,7 85,4 88,3 87,6

Importações 14,3 16,4 23,3 26,6 28,5 38

Exportações 31,5 28,1 24,1 4,6 5,6 5,1

Comércio Liq. -17,2 -11,7 -0,8 22 22,9 120,5

AC. Prod

Equiv. 114,2 131,8 142,9 107,4 11,2 120,5

Japão···coréia

Prod Aço

bruto 98,8 104,6 93,5 38,9 42,6 39,9

P.Equiv. 88,5 94 84,2 35,1 38,4 36

Importações 5,9 6,4 4,9 11,1 94 3,6

Exportações 19,2 22,9 25,2 10,4 11,7 17,3

Comércio Liq. -13,3 -16,5 -20,3 0,7 -2,3 -13,7

AC Prod.

Equiv. 75,5 77,5 63,9 35,8 36,1 22,3

Tailândia China

Prod Aço

bruto 12,4 16 16,9 101,2 108,9 114,3

P Equiv. 11,2 14,4 15,3 85,1 92,7 98,4

Importações 10,6 12,2 11,1 16,5 13,8 13

Exportações 3,8 5,1 5,5 7,1 8,8 5,2

Comércio Liq 6,8 7,1 5,6 9,4 5 7,8

AC Prod

Equiv 18 21,5 20,9 94,5 97,7 106,2

Aço Consumo Aparente Aço PP equiv PP-(PC +0,175CC)/I,3 CC Tonelagem de eq bruto produzido

Fonte UNCTAD As seis áreas acima tinham em 1997 um total de 4,5 milhões de toneladas de importações

líquidas de aço. Em 1998 houve um aumento para 11,5 milhões de toneladas, devido a maiores

exportações da antiga URSS. Em 1999 a produção de aço bruto caiu 8%, uma vez que seu

consumo doméstico de ferro aume ntou.

39

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3.2 Produção de ferro gusa

A produção de ferro gusa em 1998 foi de 537,6 milhões de toneladas, 1.5% abaixo do ano

anterior. No Mundo Ocidental a produção de ferro gusa caiu 2,0% chegando a 338.7

milhões de toneladas, enquanto a produção de aço bruto caiu 3,2% passando a 554,8

milhões de toneladas. Isto provou de novo que as mudanças anuais na produção de ferro

gusa são, mais freqüentemente, menores que aquelas nas produções de aço bruto.

Em 1998. o maior aumento na produção de ferro gusa se deu novamente na China (+3,5

milhões de toneladas ou +3,1%). A segunda maior foi na Coréia (-I-0,6 milhões de

toneladas ou +2,6%). O Japão teve o maior declínio ( -3,5 milhões de toneladas ou -4,5%).

A Ex-URSS seguiu com um declínio de 2,7 milhões de toneladas (-4,4%). Os próximos

declínios em ordem decrescente foram de 1,4 milhões de toneladas na Índia, Polônia e

EUA. Mudanças de produção em outros países foram, pelo menos em termos relativos,

40

Page 51: Minério de Ferro para Uso na Siderurgia rev1...Tabela 6 - Produção de aço bruto (1989 e 1997/98) 37 Tabela 7 - Produção de aço bruto quadrimestral 38 Tabela 8 - Mercado internacional

3.3 Produção de ferro para redução direta

A produção de ferro pa ra redução direta continuou a subir até 1998, quando alcançou 36,7

milhões de toneladas, 4,1% mais que o ano anterior, uma taxa de crescimento modesta em

relação aos anos recentes. A Tabela 8 a seguir mostra o aumento significativo de produção

no ano de 1998 nos EUA, México c Egito, e também um decrescimento na produção em

vários países, particularmente no Irã e na Malásia.

A produção de ferro para redução direta continuou a crescer não apenas em termos

absolutos, mas também como porcentagem da soma da pro dução de ferro gusa e de DRI.

No Mundo Ocidental passou de 3,4% em 1985 para 8,1% em 1995 e 9,4% em 1998.

A produção de DRI em 1998, segundo a Midrex Corp. (1999), consumiu 56,2 milhões de

toneladas de minério de ferro. dos quais 79% eram de pelotas, 19% de granulados e 2%

finos.

Dados da Midrex sobre capacidade de produção de plantas em operação mostram que, no

período de 1996 a 1998, a capacidade total expandiu de 7,5 milhões de toneladas, dos quais

2,5 milhões de toneladas nos EUA, 1,9 milhões no México e 1,0 Milhão na Venezuela.

menores aumentos de capacidades foram notados no Egito, Líbia, Índia e África do Sul.

A comparação da produção anual de DRI com a capacidade mundial no final do ano, nos

anos recentes mostra um declínio na taxa de utilização da capacidade média: 88% em

1996,86% em 1997 e 82% em 1998.

Embora certos planos para aumento de capacidade de produção de DRI tenham sido

cancelados ou adiados, durante 1999 novas plantas com capacidade total de 10 milhões de

toneladas iniciaram operação. Entre elas uma nova planta da 1311P na Austrália, além de

outras plantas na Venezuela, Trinidad, Arábia Saudita, Rússia e África do sul.

Este fato deve, pelo menos, a curto prazo, agravar a situação da indústria de DRI. Esta

situação já está bastante grave: os 11 primeiros países produtores de DRI, que em 1998

contaram com 61% da produção mundial, caíram em 1999 para 15%.

41

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A matéria prima para a produção de DRI consiste basicamente de pelotas de uma certa

qualidade. Essas pelotas para redução direta são vendidas a um preço mais alto que as

pelotas padrão. O ferro para redução direta compete com sucata, que teve seu preço

declinado consideravelmente durante 1998. Não é surpreendente que o desenvolvimento a

longo prazo dos preços da sucata e de exportações de minério de fero no mundo ocidental

sejam bastante similares, visto que ambos dependem de fatores ligados à produção de ferro

gusa.

42

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3.4 Consumo de minério de ferro

A nível mundial, o uso de minério de ferro pode ser visto como igua l à produção total menos as

mudanças de estoque. A produção total cm 1998 diminuiu 0.7% ou 7 milhões de toneladas.

No Mundo Ocidental, a produção de minério de ferro em 1998 diminuiu 1,0% (6,6 milhões de

toneladas). Como mostrado na tabela abaixo, a expor tação líquida de minério de ferro para a

China caiu após o grande aumento de 1997, e as exportações para a Europa Oriental diminuíram

mais tarde.

O consumo aparente de minério de ferro (calculado como produção menos exportações

líquidas) parece então em 1998 ter declinado de 0,6%. Este decréscimo foi menor que o da

produção de ferro gusa c DRI, que em 1998 caiu 1,4%, devido a uma recuperação nos estoques

em 1998, um pouco maior que em 1997.

43

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Tabela 09-Parâmetros de utilização do minério de ferro

Mundo Consumo Ocidental China Total Aparente R1 R2 R3 Milhões t

1990 5,6 15,1 20,7 529,1 68,6 155,9 106,9

1991 4,2 21,3 25,5 529,4 69 157 108,3

1992 -0,1 24,7 24,6 507,5 68,6 152,4 104,5

1993 0,1 34,3 34,4 542,8 67,8 148,1 100,4

1994 1 41,9 42,9 577,1 68,2 153,2 104,5

1995 5,2 45 50,2 577,1 67,2 158,5 106,5

1996 4,9 45,6 50,5 581 4 67,1 160,9 108,8

1997 4,1 58,5 62,6 594,8 66,1 157,1 103,8

1998 3,3 56,8 60,1 591 67,3 158,2 106,5

Fonte UNCTAD(1999)

A taxa R2 não mostra tendência de declínio, ou aumento. Na v erdade, como R2 é em principio

quase somente determinado pelo teor médio de ferro contido no minério usado no Mundo

Ocidental, teor que por si tem se mantido bastante estável por perto de 62%, R2 deveria ser

virtualmente uma constante.

Isto implica que a mudança anual nos valores de R2 deve refletir uma mudança nos estoques totais de minério de

fero, uma mudança que deve ser anualmente diferente em direção ou magnitude. Enquanto o crescimento na

produção de aço bruto explica a tendência a aumento no consum o aparente de minério de ferro, algumas mudanças

se dão em função de mudanças ocorridas em R2.

Finalmente, a mudança anual em R3 é usualmente causada por mudanças em R2, uma vez que

são maiores que as que ocorrem com RI.

44

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3.5 -Minério de ferro versus produção de aço bruto

A relação de consumo de minério de ferro e a produção de aço bruto não são diretamente

proporcionais nem estáveis, uma vez que o aço bruto produzido por fornos de Arco

Elétrico usa principalmente sucata de ferro e/ou DRI. Um outro processo de fabricação de

aço usa ferro gusa, em um grau variável, com sucata de ferro como substituto.

A Tabela 9 mostra os resultados anuais para o Mundo Ocidental para os três seguintes

parâmetros:

RI -soma da produção de ferro gusa e DRI, como porcent agem da produção de aço bruto.

R2=consumo aparente de minério de ferro, como porcentagem da soma das produções de

ferro gusa e DRI.

R3=consumo aparente de minério de ferro, como porcentagem de produção de aço bruto.

AC=consumo aparente de aço bruto.

A taxa RI mostra uma tendência de declínio, que se iniciou na década de 90 de 0,5% ao

ano.

Parece então que a menor necessidade de produção de ferro gusa, devido a crescente

proporção de aço bruto produzido nos fornos de Arco Elétrico (que no Mundo Ocidental

passou de 30,1% cm 1985 para 33,2% em 1990 e a 41,2% em 1998), não está sendo

inteiramente contrabalançada pelo uso relativo crescente de DR1 ao invés de sucata nos

fomos de Arco Elétrico.

45

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3.6 Estoques de minério de ferro

para certas áreas do Mundo Ocidental, são disponíveis as informações sobre mudanças nos

estoques de minério de feno, mas para outras áreas devem ser calculadas.

Os resultados que parecem consistentes e são de importância considerável para as previsões

de curto prazo são mostrados na Tabela 10 a segui r, nas quais:

(a)- baseado cm dados disponíveis dos estoques totais nas minas, portos e pátios dos

fornos;(b)- baseado em dados disponíveis dos estoques de minério de ferro importado

(c)- baseado em cálculos, similares àqueles para o total do Mundo Ocide ntal, começando

com o calculo do valor médio de R2 para a União Européia

(d)- Obtido subtraindo-se (a), (b) e (c) de (e);

(c)- obtido da dedução a partir do consumo aparente de minério de ferro do Mundo

Ocidental, o uso anual atual estimado é calculado multiplicando-se a cada ano a produção de

ferro gusa e DRI pelo valor médio de RZ de 1990 -98.

46

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47

Tabela 10 -Mudanças nos estoques de minério de ferro(1993-1998)

1993 1994 1995 1996 1997 1998 Canadá -7,9 0,6 3,5 3,3 1,7 3,9 Japão -1 -0,9 1,2 -0,1 0,2 -0,2 UE(12) -9,1 1 3,2 -1 -1,6 3,9 Resto Mundo Ocid -8,1 -9,4 2,5 16,6 4,9 1,9 Total Mundo Ocid -26,1 -8,7 10,4 18,8 5,2 9,5

Fonte UNCTAD (1999)

Considerando as mudanças acumulativas nos estoques ao longo de vários anos, parece que os

estoques de minério de ferro eram em 1998 bastante grandes no Canadá, EUA, Japão e no

Mundo Ocidental, e baixas no resto do Mundo Ocidental.

As Figuras 21 a 29 mostram dados sobre consumo de aço nas diferentes regiões do mundo

durante o período de 1992-1999.

Page 58: Minério de Ferro para Uso na Siderurgia rev1...Tabela 6 - Produção de aço bruto (1989 e 1997/98) 37 Tabela 7 - Produção de aço bruto quadrimestral 38 Tabela 8 - Mercado internacional

Figura 21 – Consumo de aço na União Européia (1992 – 1998)

FonteUNCTAD (1999)

48

0

5

10

15

20

25

30

35

40

1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998

Ano

Mt

Alemanha

Itália

França

Inglaterra

Page 59: Minério de Ferro para Uso na Siderurgia rev1...Tabela 6 - Produção de aço bruto (1989 e 1997/98) 37 Tabela 7 - Produção de aço bruto quadrimestral 38 Tabela 8 - Mercado internacional

Figura 21 – Produção e consumo de aço na União Européia (1992 – 1998)

FonteUNCTAD (1999)

49

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998

Ano

Mt

Produção

Consumo

Saldo

Page 60: Minério de Ferro para Uso na Siderurgia rev1...Tabela 6 - Produção de aço bruto (1989 e 1997/98) 37 Tabela 7 - Produção de aço bruto quadrimestral 38 Tabela 8 - Mercado internacional

Figura 21 – Produção e consumo de aço na Europa (1992 – 1998)

FonteUNCTAD (1999)

50

0

50

100

150

200

250

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

Ano

Mt

Leste Europeu

Ex-União Soviética

União Européia

Europa

Page 61: Minério de Ferro para Uso na Siderurgia rev1...Tabela 6 - Produção de aço bruto (1989 e 1997/98) 37 Tabela 7 - Produção de aço bruto quadrimestral 38 Tabela 8 - Mercado internacional

Figura 24 – Consumo de aço na América do Norte (1992 – 1998)

FonteUNCTAD (1999)

51

0

50

100

150

200

250

1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998

Ano

Mt

Canadá

México

EUA

América do Norte

Page 62: Minério de Ferro para Uso na Siderurgia rev1...Tabela 6 - Produção de aço bruto (1989 e 1997/98) 37 Tabela 7 - Produção de aço bruto quadrimestral 38 Tabela 8 - Mercado internacional

Figura 25 – Consumo de aço na América do Sul e Central (1992 – 1998)

FonteUNCTAD (1999)

52

0

2

4

6

8

10

12

14

16

1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998

Ano

Mt

Argentina

Brasil

Venezuela

Outros Paises

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Figura 26 - Produção e consumo de aço no Brasil (1992 – 1998)

FonteUNCTAD (1999)

53

0

5

10

15

20

25

30

1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998

Ano

Mt Consumo

Produção

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Figura 27 - Consumo de aço na África e Oriente Médio (1992 – 1998)

FonteUNCTAD (1999)

54

0

2

4

6

8

10

12

14

16

1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998

Ano

Mt África

Oriente Médio

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Figura 28 - Consumo de aço na Ásia e Oceania (1992 – 1998)

FonteUNCTAD (1999)

55

0

20

40

60

80

100

120

140

1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998

Ano

Mt

China

Japão

Coréia do Sul

Austrália e NovaZelândia

Page 66: Minério de Ferro para Uso na Siderurgia rev1...Tabela 6 - Produção de aço bruto (1989 e 1997/98) 37 Tabela 7 - Produção de aço bruto quadrimestral 38 Tabela 8 - Mercado internacional

Figura 28 - Consumo de aço nos vários continentes (1992 – 1998)

FonteUNCTAD (1999)

56

0

50

100

150

200

250

300

350

1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998

Ano

Mt

Ásia

Europa

América do Norte

América do Sul eCentral

Oceania

África

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3.7 Substituição do aço

Na década de 90. a mineração de ferro e a siderurgia foram objetos de marcantes

reestruturações produtivas e societárias, que visaram, essencialmente, reduzir custos e

promover a competição econômica e financeira. Na mineração de ferro, o maior grau dessa

reestruturação se deu com o desmembramento da Ex -União Soviética. Do ponto de vista

societário, de mudanças na condução dos negócios, o fato mais marcante se d eu no Brasil,

com a privatização da CVRD, em maio de 1997, a maior empresa de mineração do Brasil,

maior exportadora e produtora mundial de minério de ferro.

Devem-se considerar as observações de SOUZA(1990), dentre outros autores, que

baseados em rigorosos estudos e trabalhos, afirmam que nos países mais industrializados, o

uso de materiais atravessa uma intensa fase de mutação, influenciando na queda da demanda

de aço.

Segundo este autor, na fase inicial de industrialização estão os materiais cerâmicos

estruturais e os compósitos de matriz metálica e matriz polimérica. Em termos de consumo,

crescem rapidamente as fibras óticas, os plásticos para ligas e compósitos, os plásticos de

alto desempenho e os plásticos para engenharia tradicional, junto com os metais especiais.

As superligas, o aço inoxidável e os plásticos para produtos tradicionais já estão em uma

fase madura no mercado de materiais. O alumínio tende agora a cair para uma situação de

crescimento de consumo menor que o do crescimento do PIB, di ferentemente do grupo das

superligas, aço inoxidável c plásticos tradicionais. O cobre e o aço, já se encontram nessa

situação de crescimento menor que o do PIB.

57

Page 68: Minério de Ferro para Uso na Siderurgia rev1...Tabela 6 - Produção de aço bruto (1989 e 1997/98) 37 Tabela 7 - Produção de aço bruto quadrimestral 38 Tabela 8 - Mercado internacional

Este fato é melhor observado em Países desenvolvidos que em países como a China, Coré ia do

Sul e Brasil, onde o consumo aparente de aço é crescente em relação ao crescimento do PIB.

As mudanças nas tendências de produção e consumo de aço têm gerado, durante as últimas

décadas, instabilidades na demanda por minério de ferro.

58

Page 69: Minério de Ferro para Uso na Siderurgia rev1...Tabela 6 - Produção de aço bruto (1989 e 1997/98) 37 Tabela 7 - Produção de aço bruto quadrimestral 38 Tabela 8 - Mercado internacional

4 -Minério de Ferro no Mundo: Retomada de Crescimento

Após a crise financeira que impactou o Japão, em meados de 1997, os fluxos de

investimentos externos diretos (IDE) provenientes deste pais para os demais países asiáticos

foram interrompidos ocasionando uma crise geral nos países asiáticos. nos intitulados

"Tigres" (Hong Kong, Coréia, Cingapura e Taiwan) e "Gansos" (Malásia, Tailândia,

Filipinas e Indonésia). Estes países tinham suas balanças de pagamentos sustentadas pelos

IDES, o que gerou uma forte diminuição na capacidade de importação, pois seus déficits

comerciais não mais foram neutralizados pelos fluxos de IDES.

Desta forma, durante o ano de 1998, o setor siderúrgico mundial começou a sofrer os

reflexos negativos desta crise, e das subseqüentes crises da Rússia c América Latina, que em

conjunto afetaram diretamente o mercado de minério de ferro com a diminuição nos seus

volumes de exportações.

Assim, com o choque de demanda iniciado, os preços caíram em média 11% no período

1998/99, com decréscimo de 1 2% para as pelotas e de 11% e 13% para os finos e

granulados, respectivamente. Este cenário estimulou os produtores de minério de ferro à

redução de custos, elevação dos níveis de eficiência e aumento da produtividade para que

não viessem a sofrer maiores perdas devido à nova demanda c no novo preço de equilíbrio.

Depois de aproximadamente 18 meses, estendendo -se até junho de 1999, os efeitos nocivos

da crise foram neutralizados através de medidas em conjunto do governo japonês e do FMI,

provocando, a part ir do terceiro trimestre de 1999, o inicio de retomada daquelas

economias da Ásia, sendo seguida, ao final de 1999. pelos países que compõem a

Comunidade Européia. Tal recuperação sinaliza que o mercado de minério de ferro

começará um movimento de retomada , promovido basicamente pelo aumento da demanda

do setor siderúrgico a partir de 2000, a uma taxa média anual de 2,4%.

59

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Em 2000, houve aumentos da oferta de minério de ferro em 2% e nos preços médios em

4.9% Estimam-se crescimentos de 5,9%, 4,7% e 5,2% para os preços de pelotas, finos e

grnaulados respectivamente, atingindo-se patamares de US$31,51/t, US$15,80/t e

60

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4.1 - Reservas

As reservas mundiais de minério de ferro estão estimadas em torno de 306 bilhões de t.

mantendo-se nos níveis de 1998. Deste total de reservas. cerca de 163 bilhões de t são de

ferro contido, verificando-se assim, um teor médio de 53%.

Neste cenário, China e Ucrânia dividem a liderança com reservas de 50 bilhões de t cada,

sendo seguidos pela Rússia com 45 bilhões de t. O Brasil é o sexto do ranking com volume

de 19,7 bilhões de t. Entretanto em termos de ferro contido, o Brasil se destaca, pois

possui aproximadamente 64% de teor de ferro no minério, sendo a mensuração mais

elevada internacionalmente. A Tabela 12 mostra estatísticas dos sete países que juntos

possuem cerca de 80% das reservas mundiais.

Tabela 12 -Reservas mundiais de minério de ferro - 1999

Reservas (bilhões de t) -contido (bilhões de t) teor médio

Ucrânia 0,0 8,0 560 China -0,0 15,0 30,0 Rússia 5,0 5,0 55 5 Austrália 0.0 5,0 2,5 Estados Unidos 30 14.0 0,9 Brasil 19,7 12,8 4.7 Cazaquistão 19,0 10.0 52,6 Outros 59,7 33,6 56,3 1.1.41 306,5 1634 3,3

61

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Figura 30 – Distribuição das reservas mundiais de minério de ferro por países (1999)

Fonte BNDEs (2000)

62

0

50

100

150

200

250

300

350

China

Estado

s Unid

os

Brasil

Outro

sTot

al

Reservas(bilhões de t)

Contido(bilhões de t)

Teor Médio ( % )

Page 73: Minério de Ferro para Uso na Siderurgia rev1...Tabela 6 - Produção de aço bruto (1989 e 1997/98) 37 Tabela 7 - Produção de aço bruto quadrimestral 38 Tabela 8 - Mercado internacional

4.2 - Produção

Em 1999, estima-se que a produção mundial tenha atingido cerca de 1.060 milhões de t que

representa um acréscimo de 2,5% em relação ao ano anterior com um volume de 1.0 34

milhão de t. Neste cenário, a China foi o maior produtor com 210 milhões de t, sendo seguida

pelo Brasil com 193 milhões de t e Austrália com 153 milhões de t. Estes três países juntos

agregam cerca de 55% da produção mundial. As Figuras 31 e 32 e a Tab ela 13 mostram a

produção e a distribuição da produção mundial de minério de ferro por país.

63

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Tabela 13-Produção mundial de minério de ferro (1995 - 1999) Milhões de t

1995 1996 1997 19981999E

China 250 254 250 240 210 Brasil 177 183 187 199 193

Austrália 145 147 158 155 153 Índia 67 71 67 65 75

Rússia 78 76 71 70 72 Estados Unidos 63 60 63 62 63

Ucrânia 51 51 53 50 51 Canadá 38 42 37 37 39 Outros 151 132 155 156 204 Total 1.020 1.016 1.041 1.034 1.060

Ponte U S Geological Survey nNPM / " Estimado

64

Page 75: Minério de Ferro para Uso na Siderurgia rev1...Tabela 6 - Produção de aço bruto (1989 e 1997/98) 37 Tabela 7 - Produção de aço bruto quadrimestral 38 Tabela 8 - Mercado internacional

Figura 31 – Produção mundial de minério de ferro (1995 – 1999)

Fonte BNDEs (2000)

Brasil e Austrália possuem posição destacada no mercado internacional de minério de ferro e vem

apresentando crescimento relevante na produção, atingindo no período 1995/99, taxas médias

anuais de 2,2% e 1,4% respectivamente. Tal crescimento pode ser explicado pela presença,

nestes países, das mais expressivas empresas de mineração de ferro do mundo quais sejam: a Vale

do Rio Doce (CVRD), a Minerações Brasileiras Reunidas (MBR), Ferteco Mineração,

Mineração da Trindade (Samìtri) eSamarco

65

0

200

400

600

800

1000

1200

1995 1996 1997 1998 1999

Ano

Mt

China

Brasil

Austrália

Índia

Rússia

Estados Unidos

Ucrânia

Canadá

Outros

Total

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Mineração, no Brasil; a Hamersley Iron Pty Ltd ( empresa do Grupo RTZ), a Broken Hill Proprietary (BHP) e a Robe River Iron Associares, na Austrália.

As principais empresas produtoras atuantes neste mercado estão relacionadas a seguir na Tabela 14. Em conjunto, representam cerca de 31% da produção mundial.

Tabela 14-Principais empresas produtoras de minério de f erro em 1999 -Milhões de t

Grupos 1999 %

CVRD 99,8 9,4

BHP 63,7 6

Hamersley 52,6 4,9

Rober River 36,2 3,4

MBR 28 2,6

Ferteco 16,4 1,5

Samitri 16,3 1,5

Samarco 13,5 1,3

Sub Total 326,5 31

Total Mundo 1.060 100

Fonte: Periódicos BNDES

Em 2000 o mercado inicia movimento de retomada, recuperando -se dos efeitos negativos ocorridos principalmente na Ásia, onde a demanda por minério de ferro é muito representativa. Assim, projeta-se que a produção atinja globalmente algo em torno de 1.100 milhão de t ou 3,8% de acréscimo em relação ao ano anterior, sendo que Austrália, Brasil e índia devem ser os principais colaboradores para este aumento.

66

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4.3- Consumo Mundial China, Japão, Estados Unidos e Rússia são alguns dos principais paises consumidores de minério de ferro, em função do crescimento de suas produções siderúrgicas.

Aproximadamente 50% do consumo total de minério de ferro estão concentrados tio sudeste asiático, região que tem apresentado a maior taxa de crescimento no consumo d este minério, requerendo aumento das importações para suprir sua demanda. Ressalta -se que a China é responsável por 67% do consumo da região. A Tabela 15 e as Figuras 32 e 33 mostram o consumo internacional de minério de ferro, entre 1995 e 1999.

Tabela 15 - Consumo mundial de minério de ferro (1995 - 1999) - Milhões de t

País 1995 1996 1997 1998 1999* EUA 80,0 79,6 79,5 79,7 78,5 Rússia 64,1 64,7 63,5 57,3 67,4 Índia 36,2 2,6 8,9 7,1 8,7 Ucrânia 37,1 38,5 1,5 39,6 4,1 Alemanha 3,1 1,1 6,8 5,8 3,8 Brasil 36,7 35-6 37,3 37,4 36,9 Demais 43,0 42,6 38,2 45,9 46,3 Sub Total 1 40,2 44,7 55,7 52,8 565,7 China 91,0 297,0 16,5 333,1 45,6 Japão 120,0 117,0 123,8 110,8 111,6 Coréia 5,2 37,2 4,2 1,4 2,5 Taiwan ,2 10,1 9,4 9,9 11,0 Demais 14,2 14,0 1,4 5,5 5,6 Sub Total 2 69,6 75,3 518,3 00,7 16,3 Total Geral 1.008,0 1.022,1 1.074,0 1.053,5 1.082,0

Fonte Sinferbase, BNDES/ Estimado BNDES

67

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Figura 32 – Consumo mundial de minério de ferro (1995 – 1999) – Milhões de t

Fonte BNDES(2000)

Figura 33 – Consumo mundial de minério de ferro Fonte BNDES(2000)

68

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5

Ano

Mt

EUARússiaÍndiaUcrâniaAlemanhaBrasilDemaisSub Total 1ChinaJapãoCoréiaTaiwanDemaisSub Total 2

Asia

Demais Paises

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4.4- Mercado Internacional No mercado internacional. as importações em 1999 atingiram cerca de 441 milhões de t ou 2,2% de decréscimo em relação ao ano anterior que registrou um volume de 451 milhões de t. Para 2000, estimativas indicam que o mercado transoceânico poderá atingir o volume de 425 milhões de t, contra 410 milhões de t e 418 milhões de t, respectivamente em 1999 e 1 998. A Figura 35 mostra a divisão do mercado transoceânico de minério de ferro.

Figura 35-Mercado transoceânico – 1999

Apesar do decréscimo, em 1999, em termos globais, deve -se ressaltar a manutenção da evolução das importações pela China que cresceram aproximadamente 30% em relação ao ano anterior. No período 1995/99, devido ao crescimento de seu setor siderúrgico, as importações chinesas aumentaram 66%. Ressalta-se a estagnação do consumo japonês, variando ao redor de 120 milhões de t/ano. Na Tabela 16 a seguir pode-se ver o total de importações mundiais de minério de ferro entre 1995 e 1999.

69

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Tabela 16-Importações mundiais de minério de ferro (1995 -1999)-Milhões de t

Milhões de t 1995 1996 1997 1998 1999 Japão 120 119 125 121 113 China 41 44 55 52 68 Alemanha 42 40 44 46 38

Coréia 35 34 33 34 38 Inglaterra 21 21 22 21 20

Demais 183 183 168 177 164 Total 443 441 447 451 441

Fonte Sinferbras

No cenário internacional de 2001, a mineradora CVRD, ocupa a liderança como a maior exportadora de minério de ferro do mundo, sendo acompanhada pelas australianas Hamersley, BHP, e Robe River. A MBR, do Grupo Caemi, vem logo em seguida com as empresas nacionais Ferteco. Samarco e Samitri, também, ocupando posições de destaque. As doze maiores exportadoras apresentaram um volume de 345,6 milhões de t, ou 78% do total das exportações em 1999. como pode ser visto na Tabela 17.

70

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Tabela 17-Maiores exportadoras de minério de ferro (1999) -Milhões de t

As exportações das empresas australianas foram mais afetadas pela crise nos paises

asiáticos, pois a região representa cerca de 80°/9 do total exportado pela Austrália. Já as

exportações das empresas brasileiras foram menos afetadas, pois a participação da Ásia se

restringe a 40% das vendas externas.

71

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Figura 26 – Destino das exportações Austrália

Figura 37 – Destino das exportações Brasil

No mercado internacional de minério de ferro, podem-se enumerar os principais players: a

empresa australiana North Limited, contgroladora da australiana Robe River, e da canadense

Iron Ore Company (IOC) com 11% de participação; a CVRD que por força dea operação

realizada em maio, onde adquiriu a Samitri do Grupo Arbed, (passando a deter

72

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O Grupo Rio Tinto Zinc (RTZ) que já possuía 14,5% da North fez recentemente uma

proposta de adquirir o controle acionário da North, no montante de US$ 1,8 bilhão. Deve se

incluir nesta disputa, o grupo sul africano Anglo American que também realizou oferta de

aquisição do controle acionário da North pelo valor de US$ 2,1 bilhões, visando a expansão

das sua atividades em um novo setor.

Com a aliança surgiria o Grupo North -Caemi, empresa do porte da CVRD (embora tenha

reservas inferiores às da CVRD) e que junto com uma possível aquisição da Ferteco,

pertencente ao Grupo Thyssen Krupp, faria frente a CVRD no cenário de exportações. Esta

nova empresa, teria uma capacidade de produção de 110 milhões de t/ano. Adotando -se o

volume de exportações mundiais de minério de ferro de 414 milhões de t a nova empresa teria

uma participações de 22% contra 25% da CVRD, medida esta que consolidaria a intenção de

fechamento da compra da Caemi, onde tal medida seria entendida como uma contra partida às

recentes aquisições, no Brasil, de sua principal

73

participação indireta de 50% na Samarco), além da aquisição da mineradora independente

Socoimex, com 25%; o Grupo RTZ através da australiana Hamersley com 14% e a Ca emi,

controladora da MBR e da canadense Québec Cartier Mining (QCM) com 8%. A Figura 38

ilustra esta divisão.

Figura 18 – Divisão mercado transoceânico

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concorrente a CVRD. Caso se confirme esta intenção, isto significará uma força maior para a conclusão das negociações entre North e Caemi, embora possa não ocorrer caso a CVRD venha a adquirir a Caemi.

Qualquer que seja o desfecho desta disputa, observa -se a tendência de concentração como já ocorre no setor siderúrgico, seu principal consumidor, visando aumento da competitividade no mercado de minério de ferro.

O informe setorial n.° 37 desta Gerência Setorial de Mineração c Metalurgia intitulado "Minério de Ferro no Brasil: Reestruturação com Crescimento" apresenta panorama desta indústria no Brasil.

74

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4.5- Perspectivas

O consumo mundial de minério de ferro atingiu 1.082 milhão de t cm 1999 com 2,7% de

acréscimo em relação ao ano anterior, quando alcançou 1.053 milhão de t. Para 2000 o

volume estimado é de aproximadamente 1.120 milhão de t ou um acréscimo de 3,5% em

relação a 1999. Para os anos de 2005 e 2010 estima -se um volume de 1.161 milhão de t e

1.251 milhão de t respectivamente, o que representa um crescimento a taxa média anual de

1,3°/9 no período 1999/2010. Estas estimativas estão contidas no quadro a seguir, bem

como aquelas relativas à produção siderúrgica mundial.

A sucata, representando atualmente 85% da matéria prima utilizada via forno elétrico,

continuará mais voltada para a produção de aços laminados longos, porém gradualmente

será, em parte, substituída pelo gusa e HBI (Hot Briquetted Iron)/DRl (Direct Reduction

Iron) obtidos pelos processos de redução direta. Ressalte-se que a oferta de ferro-gusa

75

Tabela 18-Produção de aço bruto versus consumo mundial de minério de ferro e sucata

sucata - Milhões de t

Page 86: Minério de Ferro para Uso na Siderurgia rev1...Tabela 6 - Produção de aço bruto (1989 e 1997/98) 37 Tabela 7 - Produção de aço bruto quadrimestral 38 Tabela 8 - Mercado internacional

pelos produtores independentes vem se mantendo ao longo dos anos, tornando -se um

competidor da sucata no forno elétrico.

O consumo de minério de ferro tem sido mais dirigido ao longo dos anos para a fabricação de

aço pelos processos integrados a alto forno, representando 60% da produção siderúrgica.

Outros fornos obsoletos, como Siemens Martin, representam 7% da produção total de aço.

Estes processos são utilizados nas usinas integradas, tendo como principais insumos os

minérios finos e granulados, a maior parcela da oferta de pelotas, uma menor parte da oferta

de sucata, bem como a maior parcela da produção cativa de ferro -gusa. Em segundo plano

destaca-se a produção de aço, via fornos elétricos - EAF, pelas usinas soam integradas,

representando os restantes 33% da produção total de aço no mundo. Estas usinas utilizam

como insumo, a maior parcela da oferta de sucata, como também de parte da produção de

pelotas, utilizada como insumo para a produção de HB1/DRI, produtos que em conjunto com

a sucata são a base da produção de aço via forno elétrico.

HBI/DRI são insumos voltados para os fornos elétricos e que estão em constante

desenvolvimento, existindo no presente diversas tecnologias sendo empregadas. Em 1999 a

produção de HBI/DRI total atingiu 38,6 milhões de t, para um consumo de minério de ferro

da ordem de 59,6 milhões de t, send o 46,5 milhões de t de pelotas e 13,1 milhões de t de

finos/granulados.

O processo Midrex, com a utilização de pelotas, foi responsável por 67,3% da produção

destes novos insumos, ou 25.2 milhões de t. Destacam-se. também, os processos Hyl I e Hyl

III, com 22,9% de participação, utilizando finos/granulados com produção de 8,4 milhões de

t, os processos SE/RN, com 3% de participação, com produção de 1,2 milhão de t, também

utilizando finos/granulados e outros processos com 6,8% de participação c com produç ão de

3.8 milhões de t, que produzem HBI/DRI, através de gás /carvão.

76

Page 87: Minério de Ferro para Uso na Siderurgia rev1...Tabela 6 - Produção de aço bruto (1989 e 1997/98) 37 Tabela 7 - Produção de aço bruto quadrimestral 38 Tabela 8 - Mercado internacional

77

Estima-se que a produção de HB1/DRI possa atingir 60 milhões de t e 75

milhões de t, respectivamente em 2005 e 2010, o que significa crescimento

médio de 6,2°/p a.a.

Para atendimento da produção estimada de HBI/DRI até 2010, haverá

necessidade de um acréscimo na oferta de minério de ferro da ordem de 57

milhões de t. menor em finos e granulados com volume incremental de 13

milhões de t e maior em pelotas com um potencial de acréscimo de

consumo da ordem de 44 milhões de t. A produção siderúrgica via fornos

elétricos, tanto nas usinas integradas com unidades de redução direta como

nas semi-integradas, deverá representar cerca de 40°/9 da produção total

de aço em 2010, contra 33°/p na posição de 1999. A Tabela 19, a seguir,

apresenta as perspectivas do consumo futuro de minério de ferro para

usinas integradas e forno elétrico.

Tabela 19 – Perspectivas para consumo futuro de minério de ferro

Page 88: Minério de Ferro para Uso na Siderurgia rev1...Tabela 6 - Produção de aço bruto (1989 e 1997/98) 37 Tabela 7 - Produção de aço bruto quadrimestral 38 Tabela 8 - Mercado internacional

5 - Minério de Ferro no Brasil: Reestruturação com Crescimento

O Brasil destaca-se no mercado mundial de minério de ferro, como um dos grandes produtores e com a liderança das exportações mundiais. A CVRD (Cia. Vale do Rio Doce) apresenta posição de grande relevância no contexto internacional como a maior empresa exportadora e também como a maior produtora mundial. Destacam -se também, as empresas MBR (Minerações Brasileiras Reunidas), Samitri (Mineração da Trindade), Samarco Mineração e Ferteco Mineração, com volumes substanciais de produção e exportação.

A produção brasileira de minério de ferro atingiu 193,0 milhões de t em 1999, sendo 156,1 milhões de t de finos e granulados e 36,9 milhões de t de pelotas. A CVRD possuía em 7999 market share de 51,7% no volume global brasileiro, com destaque na produção de pelotas, onde foi responsável por 61% do total.

Como conseqüência das crises econômicas vivenciadas, principal - mente na Ásia, grande consumidora de minério de ferro brasileiro, ocorreram quedas nas exportações, com ênfase em 1998 e primeiro semestre de 1999, afetando principalmente as exportações de pelotas e provocando a paralisação temporária de algumas unidades. O merc ado iniciou recuperação a partir do segundo semestre de 1999 e, por força da recuperação da produção mundial de aço, prevê -se continuidade desta tendência.

O mercado interno de minério de ferro mantém -se estabilizado na faixa entre 36 e 37 milhões de t/a, representando cerca de 20% da oferta nacional, mas com tendência de crescimento para os próximos anos, em atendimento à evolução da produção siderúrgica nacional.

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5.1 - Reservas

As reservas medidas de minério de ferro no Brasil alcançam 19,7 bilhões de 1, situando o

pais em sexto lugar em relação às reservas mundiais de 306,5 bilhões de t. Entretanto,

considerando-se as reservas em termos de ferro contido no minério, o Brasil avança

algumas posições, assumindo lugar de destaque no cenário internacional. Este fato ocorre

devido ao alto teor encontrado nos minérios hematita (60% de ferro), de predominância no

Pará, e itabirito (50% de ferro), de predominância em Minas Gerais.

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5.2 - Produção Em 1999, a produção brasileira de minério de ferro atingiu 193 milhões de t, com um decréscimo de 3,0% em relação ao ano anterior, quando alcançou 199 milhões de t. Deste total. 80% foram de minérios beneficiados, isto é, finos e granulados, enquanto os restantes 20% foram de minérios pelotizados. A CVRD mantêm-se como a maior produtora do país, com participação de 51,7% na produção total, como pode ser visto na Tabela 20, a seguir.

Tabela 20 -Produção brasileira de minério de ferro (1999) -Milhões de t

No ano 2000, a produção de minério de ferro deverá atingir cerca de 199,6 milhões de t. com acréscimo de 3,4p/° em relação ao ano passado, para atendimento das exportações c da demanda interna do setor siderúrgico, bem como dos produtores de ferro goza independentes.

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5.3 Reestruturação e Investimentos Quase todas as empresas estão empenhadas na expansão da produção visando o atendimento do mercado interno e externo de minério de ferro. Em recente operação de aquisição realizada em maio, a CVRD adquiriu a Samitri, que pertencia ao grupo Arbed de Luxemburgo, por cerca de R$ 970 milhões. Com isto, passou a deter, através da Samitri, participação indireta de 50% na Samarco, a segunda maior produtora d e pelotas no país, ficando os outros 50% em poder da australiana BHP (Brusco Hill Proprietary). Com esta operação, mais a aquisição da Socoimex, mincradora independente em Minas Gerais, a CVRD aumenta a participação de 20% para 25% no mercado mundial de mi nério de ferro e para 55% no mercado nacional.

A CVRD também vem investindo maciçamente no setor de minério de ferro, onde vale destacar a construção da usina de pelotização de São Luís, no Maranhão, que terá uma capacidade anual de 6 milhões de t/ano. Ressalta-se também investimentos no sistema produtivo (mina, ferrovia e portos), em pesquisas em meio ambiente e na ampliação da capacidade produtiva de minério de ferro. Em Carajás, as inversões objetivam o aumento da produção de 51 milhões de t/ano para 6 2 milhões de t/ano e em Vargem Grande a construção do centro de beneficiamento de Vargem Grande para o processamento de 15 milhões de t/ano em 2002, após término da segunda fase.

Seguindo a mesma tendência, a MBR pretende investir até 2002, através de seu Plano de Desenvolvimento de Longo Prazo (PDLP), cerca de US$ 240 milhões para a elevação de sua atual capacidade de produção de 26,5 milhões de t, por meio da instalação de uma nova unidade de processamento de minério de ferro no estado de Minas Gerais e duplicação do terminal portuário da Ilha de Guaíba, em Sepetiba, no Estado do Rio de Janeiro e que irá gerar um incremento da capacidade de embarque de minério de ferro da ordem de 20%, atingindo-se 30 milhões de t. Desta forma, prevê-se que a sua produção se elevará, até o ano 2004, para um volume de 32 milhões de t.

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O Grupo Caemi, controlador da MBR, vem sendo alvo de disputa por grupos nacionais e internacionais, onde destacam-se a CVRD e a inglesa Rio Tinto Zinc (RTZ). No momento as negociações a nível externo vem sendo lideradas pela RTZ, que adquiriu o controle acionário da North Limited, onde já detinha 14,5%, vencendo disputa com a sul africana Anglo American.

Ressalte-se também a existência de outras possibilidades para a Caemì, como aquisição pela Billitom e fusão com a Ferteco do Grupo Thyssen Krupp entre outras.

Em relação à CVRD. também em processo de reestruturação societária com a saída do Grupo Vicunha de seu controle acionário, ressalta-se a entrada da inglesa Billiton Metais em 2,8% de seu capital votante, por conta de aquisição de participação na Sweet River acionista da Valepar.

Deste modo constata-se que a indústria de minério de ferro encontra-se em forte processo de reestruturação.

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5.4 - Vendas Internas e Exportações O mercado nacional e de exportação de minério de ferro tem -se mostrado ativo, reagindo às crises econômicas. Uma melhor visualização pode ser obtida na Figura 38, a seguir.

Figura 38-Consumo interno e exportações (1994 -2000)

A CVRD vendeu em 1999, um volume de 96,2 milhões de t, destinando 80,2 milhões de t às exportações e o restante ao mercado interno. A empresa estima para 2000, um aumento de suas vendas em 5%, atingindo um volume de 105 milhões de t, sendo a maior parte para a exportação. A CVRD também espera aumentar em 6 milhões de t soa participação no mercado interno, onde hoje responde por 74 milhões de t.

A MBR estima que o volume de vendas internas para 2000 ficará semelhante ao de 1999, com um volume de aproximadament e 3,9 milhões de t. Entretanto, tem projeções de expansão das exportações para 2000, com volume de 23 milhões de t ou 11,1% a mais do que o ano de 1999, onde foi registrado um volume de 20,7 milhões de t. No total,

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Fonte Sinferbras, IBS, BNDES

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prevê incremento de 7,7% nas suas vendas, passando dos atuais 24,6 milhões de t para

26,9 milhões de t no ano 2000.

A Samitri no entanto, prevê manutenção de sua produção, para 2000, no mesmo nível de

1999, onde registrou um volume de c erca de 16 milhões de t, sendo aproximadamente 70%

destinado à exportação ou 12 milhões de t e o restante ao mercado interno. Já a Samarco

estima aumento da sua produção de pelotas em 14%, saindo da produção de 10,5 milhões

de t, em 1999, para 12 milhões d e t, em 2000, atingindo a plena utilização de sua

capacidade produtiva. A Tabela 21 apresenta as exportações de minério de ferro em 1999.

Tabela 21 – Exportações Nacionais de M i nério de Ferro – 1999

Trodude

Produto

V"D Fertec

o

garrerco itri Outros Total % da

rota

Pelotas 20, -3,3 10,5 - - 34,3 93,0

Fnos 54,41

7,1

9,2 1.9 9,8 I 1,5 93.9 64,1

Fonte: DNPM; Sinterbase

Nas Figuras 39 a 40, a seguir, pode-se visualizar a distribuição das exportações brasileiras.

Deve-se notar o aumento das exportações para a China que consome, atualmente, 68

milhões de t em importados, sendo 14,7 milhões de t oriundas do Brasil. Destaca -se nesta

expansão para a China a CVRD que exportou, mais de 7,3 milhões de t, sendo assim, o

maior exportador nacional para este país, seguida da MBR com 3 milhões de t de minério

de ferro.

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Figuras 39 e 40 - Comparação do destino das exportações (1998 e 1999 )

Espera-se um incremento das exportações nacionais, para 2000, de cerca de 5% em relação a

1999, atingindo um volume. no minimo, de 147,5 milhões de t, enquanto o consumo interno

aumentará 3,0% em relação ao ano anterior, perfazendo assim, um volume de 38 milhões de

t. Em termos de volume total de vendas, espera -se que o setor de minério de ferro alcance um

incremento de 4,7% em relação a 1999, o que significa um aumento do volume de 177,1

milhões de t, para um volume de 185,6 milhões de t em 2000. A Tabela 22 mostra a evolução

do consumo interno, exportações e preço médio para o minério de ferro de 1992 -2000.

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Tabela 22-Evolução do consumo interno, exportações e preço médio

Tabela 23 -Evolução do preço de exportação do minério de ferro (US$/ t)

Os preços médios anuais, por produtos, praticados pelas empresas exportadoras no periodo 1995/1999 e a expectativa para 2000, apresentam o comportamento mostrado na Tabela 23, a seguir

Observa-se que as negociações de preço neste ano po ssibilitaram acréscimos de 4,7%, 5,2°/9 e 5,9°/d nos preços de exportação de finos, granulados e pelotas respectivamente.

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5.5 - Perspectivas

O consumo de minério de ferro nacional está concentrado no setor siderúrgico tendo

atingido, em 1999, um volume de 36,9 milhões de t ou 1,2°/p a menos do que o ano

anterior, onde foram consumidos 37,3 milhões de t.

Para o ano 2000 o volume consumido deve atingir 38 milhões de t ou um acréscimo de

3,0p/o em relação ao ano anterior. Para os anos 2 005 e 2010 estima-se que o consumo

atinja 43 milhões de t e 50 milhões de t respectivamente, representando assim, uma taxa

média anual de crescimento de 2,8% no período de 1999/2010.

Para a obtenção destas estimativas projetou-se o crescimento da produção brasileira de aço

Tabela 24-Produção brasileira de aço bruto x consumo brasileiro de minério de

ferro e sucata-Milhões de t

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Page 98: Minério de Ferro para Uso na Siderurgia rev1...Tabela 6 - Produção de aço bruto (1989 e 1997/98) 37 Tabela 7 - Produção de aço bruto quadrimestral 38 Tabela 8 - Mercado internacional

As necessidades de minério de ferro no país estão mais vinculadas aos produtos finos c

granulados, por razões óbvias, dado a característica da nossa siderurgia, com grande

concentração da produção via alto forno, da ordem de 20 milhões de t/ano, contra cerca de

5,5 milhões de t/ano, via fomo elétrico. Cabe considerar que a utilização de pelotas em

alto-forno ainda é restrita, pois seu preço é superior, apesar de propiciar maior produtividade

à operação.

Assim sendo, o crescimento da oferta de minério de ferro continuará calcado em finos e

granulados, consolidando-se uma maior oferta de pelotas para o atendimento das

exportações. A'fabela 25 mostra as estimativas para o consumo de minério de ferro no Brasil

em 2005 e 2010.

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5.6 As Previsões para o mercado de aço

Em relação à União Européia e EUA, o consumo aparente de aço em ambas as regiõ es aumentou

em 1998 aproximadamente 8,5%, o que se deu não somente em função do aumento do uso do

aço, mas também em função de um aumento cm seus estoques.

Para 1999, o uso real do aço cresceu um pouco mais nos EUA e caiu na União Européia. Uma

vez que os estoques foram reduzidos, o consumo aparente de aço caiu em 7,5% na União

Européia e 6% nos EUA. A posição no comércio mudou cerca de 4 milhões de toneladas em cada

região. Estava previsto uma queda de na produção de até 4% nos EUA e acima de 4,5% na

União Européia. A produção em 2000 destas áreas se recuperou cm tomo de 4% no total, uma

vez que o uso de aço expande -se e seu estoque não mais declinou.

No Japão, em 1999, estava prevista uma queda na demanda com as exportações caindo em

aproximadamente 2 mi lhões de toneladas. A produção de aço bruto deveria então cair em 1999

por volta de 5%. Nenhuma recuperação se deu em 2000.

Em 1999, a demanda de aço para a industria coreana era prevista mostrar alguma recuperação.

De qualquer forma, suas exportações de veriam declinar pelo menos em 4,5 milhões de toneladas.

A produção de aço coreana deveria então declinar em 1999 em pelo menos 1 / milhão de tonelada

(-2,5%). A produção de 2000 deve ser um pouco diferente.

A produção de aço bruto em 1999 na América do Su l e índia deve cair em um total de 7 milhões

de toneladas. A produção da Austrália e Canadá era esperada cair em um total de 1 ,5 milhões de

toneladas. Não deveriam ocorrer mudanças significantes no Mundo Ocidental.

Para 2000, apenas as mudanças mencionada s para os EUA e União Européia são esperadas.

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5.7 Previsões para o mercado de minério de ferro

Dadas as condições mencionadas anteriormente, em 1999, a produção de aço bruto total no

Mundo Ocidental deveria cair por volta de 4,5%, e em 2000 deve haver uma recuperação de

2%.

Usando resultados das análises do capítulo anterior, essas previsões para o aço implicavam,

para o uso real de minério de feno no Mundo Ocidental, em 1999 uma queda de 26,5 milhões

de toneladas, e para 2000 uma recuperação de 11 milhões de toneladas.

Para 1999, alguma redução nos estoques de minério de feno foi esperada, notadamente na

América do Norte.

As exportações de minério de ferro para a Europa Oriental a partir do Mundo Ocidental

deveriam cair em 1999 e suas exporta ções para a China deveriam aumentar em 1999 e 2000.

A produção de minério de ferro do Mundo Ocidental para 1999 estava prevista cair em pelo

menos 5%, sendo que em 2000 esperava -se uma recuperação de 2,5%.

Era esperado uma redução na demanda por minério de feno nos países produtores em 1999,

enquanto que as exportações do mundo ocidental deveriam cair 3%. Para 2000 previu -se

uma recuperação de no máximo 2,2% Nas exportações ocidentais.

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7 - Conclusões.

A indústria mundial de minério de ferro está agora emergindo dentro do novo milênio com

renovado otimismo, depois de um ano difícil em 1999 marcado por cortes de preços e

reduções nos volumes de vendas. A recuperação econômica mundial agora reverteu a

tendência decrescente na demanda de aço que come çou em 1998, deflagrada pela crise

financeira asiática, e que continuou até a metade do ano de 1999. Os projetos que foram

adiados por razões econômico/financeiras foram agora reiniciados, e os maiores produtores

estão buscando .aumento de capacidade para satisfazer a demanda crescente.

Tendo previamente adiado o desenvolvimento da lavra da área C, por motivos de mercado, a

BHP está agora progredindo com o projeto. Rio finto também anunciou o compromisso de

realizar o desenvolvimento do depósito de Namuldi. Em janeiro de 2000, a North recebeu

cartas de cada uma das siderúrgicas japonesas intencionadas em comprar o minério de West

Angelas por um período de 8 anos que começaria na primeira metade de 2002. A CVRD

investiu US$152 milhões na construção da planta de pelotização com capacidade de 6Mt por

ano, em São Luiz, e investiu US$30 milhões no desenvolvimento da mina de Brucutu. Os dois

principais produtores mundiais de minério de ferro, Brasil e Austrália com aproximadamente

66% da participação do mercado internacional de exportações, continuarão o seu domínio

neste mercado.

A pressão para aumento de salários e melhorias em eficiência trarão uma renovação

necessária para a consolidação da indústria. A CVRD adquiriu a Socoimex, Samitri e entrou

em uma aliança com a BHP no controle da mina da Samarco. Rio Tinto adquiriu a North e

esperam-se novas fusões, racionalizações e montagens para a divisão das fatias do mercado

de minério de ferro.

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A produção mundial de minério de ferro pode ser dividida cm 05 b locos, sendo dois de

maior importância: a América Latina (onde se situa o Brasil como maior produtor) e a

Oceania (com a Austrália como principal produtor). Os outros blocos são a América do

Norte, CEI ( Ex-União Soviética) e Ásia.

Durante a década de 90, a grande mudança que mareou o panorama mundial no mercado

de minério de ferro foi o desmembramento da União Soviética. reduzindo pela metade a

sua produção. paralelamente houve mu aumento na produção da China da mesma ordem

de grandeza.

Durante a metade do último século, houve grandes instabilidades nas produções e

exportações de minério do mundo inteiro, o que se deveu a vários fatores, entre eles

podem ser citados a entrada em operação de diversas minas, crises econômicas nos grandes

blocos consumidores, boicotes entre outros.

A integração mineração siderurgia que vem se desenvolvendo ao redor do mundo desde a

década de 70, em forma de joint ventures entre os produtores de minério de ferro e aço, de

forma a se assegurar a compra e venda do minério de fe rro, se desenvolveu durante a

década de 80 em forma de contratos a longo prazo, permitindo aos compradores a

obtenção de informações que aumentaram o seu poder de negociação.

Desta forma, os compradores, principalmente os japoneses controlavam grande part e das

mineradoras no mundo inteiro, principalmente as de maior interesse econômico. que

apresentavam maior poder de crescimento. Dentre estas empresas, se podem tomar como

exemplos a Mitsui & Co. com capital empregado na Mt. Newman. Goldswolihy, Robe River, Yanlicoogina c

MBR. Outras empresas de destaque neste tipo de investimento são as japonesas Mitsubish, Mambcni,

Nippon Steel e Sumitomo.

Como o mercado externo de minério de ferro é então controlado mais pelos compradores

que pelos produtores fornecedores, o que se nota é um jogo de inversões de

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instabilidades, na produção e exportação deste bem mineral, beneficiando os países

importadores.

Provavelmente o Brasil e a Austrália te pela estabilização das indústrias de gusa e aço do

Japão e Alemanha.

Como os grandes blocos de mercados da Europa Ocidental e japoneses são controlados

pelos consumidores mais que pelos produtores, quem na realidade controla a evolução da

produção do minério de ferro são as indústrias siderúrgicas dessas regiões.

O paralelismo e a monotonia das curvas de evolução dos preços do minério de ferro no

mercado internacional para finos, granulados e pelotas, demonstram tanto para o mercado

japonês quanto para o mercado da Europa Ocidental, um controle na formação dos preços,

que se dá a partir da realização de contratos de longo prazo. Nota -se um estabelecimento

de limites de preços fixados pelas siderúrgicas e que são então seguidos pelas empresas de

mineração, seguindo as tendências de demanda e rentabilidade da siderurgia.

Quanto à necessidade de aumento de produção, pode -se colocar que em relação às pelotas

espera-se um acréscimo de 62 milhões de t (1999/2010), com predominância para o

abastecimento do HBI/DRI em mais 44 milhões de t e 18 milhões de t para alto -forno.

Em relação aos finos e granulados: acréscimo de 107 milhões de t (1999/2010) com

predominância para o abastecimento de alto-forno, outros em mais 94 milhões de t e 13

milhões de t para HBI/DRI.

No global, serão necessários acréscimos na oferta de minério de ferro de 169 milhões de t,

dos quais 112 milhões de t para usinas integradas e 57 milhões de t para fomo elétrico.

No Brasil, a integração mineração metalurgia também apresenta relações diretas entre

proprietários, existindo um emaranhado envolvendo praticamente todas as grandes

empresas.

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Por exemplo, a CSN, maior siderúrgica do país é dona da CSN Steel, que tem 31% das ações da

VALEPAR, que controla a CVRD. A CVRD é também súcia da CSN, através da Docenave, com

participação de 10,3%. A CVRD é tamb ém detentora de 21% do capital da USIMINAS, que

controla 50% da COSIPA. Estabelece -se então um jogo que é controlado por diversas correntes e

interesses.

A concorrência entre o Brasil e a Austrália para atender o mercado internacional de minério de

ferro tem causado instabilidades nas indústrias dos dois países. Os brasileiros têm vantagem em

relação à menor distância até a Europa maior número de clientes no mundo inteiro e boa

infra-estrutura de transporte. Os Australianos têm maior proximidade do Japão, teor elevado do

minério e menor custo de transporte das minas para o porto.

A médio e longo prazo vislumbra -se a oportunidade de crescimento da demanda por placas no

mercado livre (o mercado cativo de placas é representado pelos produtores de BQ e chapas ),

determinado por vários fatores como: crescimento das relaminadoras especialmente no sudeste

asiático; maior utilização de placas adquiridas no mercado livre pelas usinas integradas com

capacidade de aciaria insuficiente; usinas integradas com unidades u ltrapassadas e com alto custo

de produção, como algumas localizadas nos EUA, na Europa e no Japão; fechamento de aciarias

nos EUA e Europa por obsolescência e problemas ambientais.

Estimativas indicam que as placas no mercado livre representaram em 1999, algo ao redor de 5%

da demanda total de placas da ordem de 350 milhões de t, atingindo 19 milhões de t. Sem

considerar o adicional potencial existente pelas razões acima colocadas, estima -se o alcance de 25

milhões de t, em 2010, representando 5% do merca do.

Estes indicadores apontam para a Oportunidade das mineradoras de ferro competitivas, como as

que atuam no Brasil, de passarem a considerar a integração até a produção de placas, dado a

vantagem competitiva existente, com possibilidade de produção de p lacas a baixo custo através

de usinas à base de fornos elétricos

94.

Page 105: Minério de Ferro para Uso na Siderurgia rev1...Tabela 6 - Produção de aço bruto (1989 e 1997/98) 37 Tabela 7 - Produção de aço bruto quadrimestral 38 Tabela 8 - Mercado internacional

O estudo "A Ascensão das Mini Mills no Cenário Siderúrgico Mundial" publicado em setembro

2001 pela Gerência Setorial de Mineração e Metalurgia, no BNDES -Setorial No. 12, aborda a

evolução desta rota tecnológica, assim como dos processos de redução direta no mundo.

EM 1997, H. Duisenberg apresentou um artigo no 10° Simpósio internacional do Minério de

Ferro, que se deu em abril de 1997 em Berlim, Alemanha, e outro na 2a Conferência do Minério

de Ferro, que se deu em novembro de 1997 em Charlotte, N.C., EUA.

O artigo apresentado em Berlim tinha o titulo de "O Mercado de Minério de Ferro, nos aspectos

de curto e longo prazos", c o artigo apresentado em Charlotte tinha como título "O futu ro do

minério de ferro: tudo ou nada ( B oom or bust)".

Entre outros aspectos relevantes, apresentados, é importante se notar que:

A demanda total de aço nos países desenvolvidos ( Europa Ocidental, Canadá. EUA,

Japão) e na Austrália e Nova Zelândia. pode muito bem continuar pelos próximos 10

anos ou mais, no seu ritmo atual de crescimento de 1,7% ao ano, mas depois do ano

2010 deve haver um longo período de estagnação ou mesmo declínio. Esta

conclusão é obtida a partir do modelo de simulação de demanda, desenvolvido no

início dos anos 80, e explicado em detalhes no Iron Ore Markct 1 996-UNCTAD.

Baseado em um modelo matemático de extrapolação. o Banco ING, nos Países

baixos, em sua edição de 7998 do perspectief' alcançou um resultado similar em

relação ao crescimento econômico dos Países Desenvolvidos (+Austrália e Nova

Zelândia)

• A indústria automotiva nos Países Desenvolvidos (+Austrália e Nova Zelândia),

deverá lucrar, até o ano 2003, com a demanda crescente de reposição, repetindo o

aumento das vendas de carros durante 7982-89.

• O consumo per capita de aço no Japão em 1997, muito alto em parte devido ao nível

de atividade da construção civil, que proporcionalmente é muito maior que

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em outros países, parece agora não sustentável, ou seja, parece estar acima do

limite de equilíbrio, devendo diminuir nos próximos anos.

O consumo de aço per capita na Tailândia e Coréia aumentou a um nível acima

mesmo do nível do Japão, dando margem a ocorrência de uma mudança de

tendência repentina. Em relação à formação de preços, enquanto a sabedoria

convencional dita que a competição é o melhor modelo, o autor acha que a natureza

oligopólica de duplo lado do mercado de minério de ferro tem várias vantagens.

Esta estrutura de mercado serve ao interesse de ambos com pradores e fornecedores,

bem como ao bem estar global. Sinais atuais de descontos de preços são portanto

um sinal de desenvolvimento de distúrbio. (UNCTAI) 1999).

Que o comércio global livre é melhor é outra sabedoria convencional; isto pode ser

verdade sob certas condições. Para o comércio internacional, o modelo de

vantagens comparativas é muito mais adequado. (em economia, este conceito mede o

grau de competitividade internacional de um produto de um dada país em relação à

competitividade de um outra produto daquele mesmo país. Para o autor, parece que o

termo "vantagens comparativas " esta cada vez mais sendo usado incorretamente como

sinônima de um produto ou indústria sob discussão.) Apenas baseado neste modelo

pode-se garantir lucros a ambos os lados, independentemente do seu nível de

competitividade. Para que isto funcione, é necessário que haja a escassez de

recursos. O desemprego e o subemprego globais estão agora enfraquecendo a

dinâmica do comércio, que está se tomando mais determinado por compet itividade,

que pode resultar em um jogo de resultado nulo ou negativo. Além disso, com as

mudanças de câmbio, a competitividade de um país pode mudar da noite para o dia.

O futuro geográfico internacional do mercado é cada vez mais difícil de se prever.

Como conseqüência, uma nova capacidade em um certo ponto geográfico pode se

dar em um local errado alguns anos mais tarde. O que pode ser bom para o

crescimento econômico mas que dificilmente será para aumentar o padrão de

qualidade de Vida.

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