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    Filosofia de Ministrio de Louvor e AdoraoO Ministro de Louvor e Adorao

    (por Pastor Guilherme de Amorim villa Gimenez)

    1. QUEM O MINISTRO DE LOUVOR E ADORAO NO

    importante logo de incio desfazer algumas idias que so relacionadas aoMinistrio de louvor e adorao. Infelizmente o imaginrio de alguns crentes concebeuuma noo errada acerca desse ministrio e isso prejudica muitssimo tanto o Ministrode Louvor e Adorao como a Igreja. Tais idias nasceram tanto de experinciasnegativas como da dificuldade em conceber a figura de ministrios auxiliares. Vejamoso perfil equivocado do Ministro de louvor e adorao a partir daquilo que ele no deveser:

    O Ministro de louvor e adorao no um profissional da msica, massim um ministro: bom lembrar que na Igreja no temos profissionais massim ministros. No preciso ter uma chamada divina para ser um profissionalda msica mas para ser um ministro isso fundamental. A msica comoministrio tem suas razes com os levitas do Antigo Testamento que foramescolhidos por Deus para ministrar no templo. Quando Davi se referiu aoslevitas disse: porque o Senhor os elegeu, para levarem a arca de Deus e oservirem para sempre (1 Crnicas 15:2). Essa conscientizao de chamado traduzida para o Novo Testamento no mais para os levitas mas sim paratodos os ministros de Deus. Por esse motivo que em 1Corntios 4:1 somosdesafiados no sentido de que as pessoas nos considerem como ministros deCristo e no profissionais. A convico de chamada ao ministrio deve ser o

    primeiro elemento formativo de um Ministro de louvor e adorao; O Ministro de louvor e adorao no responsvel pela msica mas sim

    pela adorao: Cabe ao Ministro de louvor e adorao a difcil tarefa deconduzir as pessoas adorao e transformar a msica em um instrumento delouvor. O que mais vemos hoje em dia nas diferentes Igrejas, como bemlembra Sammy Tippit na obra Digno de Adorao, a preocupao com amsica sem qualquer referncia adorao. No so raros os casos em quepessoas com testemunho duvidoso e at mesmo sem compromisso com aIgreja sejam admiradas pela sua excelente voz ou virtuosidade em alguminstrumento musical. Os artistas da f, como disse Wolfgang H. M. Stefani emO Cristo e a Msica no podem substituir os adoradores em esprito e emverdade (Joo 4:24). Assim sendo o Ministro de Msica tem como principal

    finalidade a de resgatar a viso da adorao bblica que tambm se revelaatravs da boa msica;

    O Ministro de louvor e adorao no apenas um msico por excelnciamas sim um administrador e capacitador:No se espera que um Ministro delouvor e adorao saiba tocar todos os instrumentos musicais ou que tenha avoz mais bonita do mundo. Tambm no se exige dele que reja e ensaie todosos coros e grupos musicais e que conduza a Igreja em todos os cultos. O quede fato se espera de um Ministro de louvor e adorao que tenha acapacidade de administrar os talentos musicais da Igreja, descobrindo,inclusive, os novos talentos e integrando os novos crentes adorao. bomlembrar que Deus orienta os ministros (inclusive os de louvor e adorao) emEfsios 4:12 a capacitarem os crentes: com vistas ao aperfeioamento dossantos para o desempenho do seu servio, para a edificao do corpo deCristo. Aqui temos uma das principais virtudes do Ministro de louvor eadorao. Em uma viso ministerial ns capacitamos pessoas, despertamos

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    talentos, incentivamos e assim suprimos as carncias na rea musical a partirde ns mesmos. Por esse motivo que as Igrejas que tem essa visoministerial investem em coros graduados, treinamento de obreiros e oficinas detreinamento. na administrao dos recursos que Deus d, comodespenseiros, que promovemos a edificao do Corpo de Cristo tambmatravs da Msica;

    O Ministro de louvor e adorao no serve apenas rea musical massim toda a Igreja: A viso ministerial nunca fragmentada ou exclusivista.Por esse motivo o Ministro de louvor e adorao no h de trabalhar apenascom os musicistas, Coros ou instrumentistas. Ele trabalhar com toda a Igrejapromovendo a adorao, ajudando o pastor nas nfases doutrinrias eevangelsticas e suprindo carncias na Igreja. Como o Ministro h de trabalharcom pessoas surgiro necessidades na rea de aconselhamento, visitao,ensino e outras. Assim sendo seu trabalho abranger a msica bem comooutras necessidades que dependam de seu auxlio e direo;

    O Ministro de louvor e adorao no independente em seu ministriomas sim submisso autoridade e viso pastoral: No existe na Igreja

    qualquer ministrio independente. Todos ministrios esto debaixo de umamesma viso e autoridade que de Jesus Cristo em primeiro lugar e do pastorda Igreja em segundo lugar. A pergunta de Ams 3:3 muito propcia aosministros em geral: Andaro dois juntos, se no houver entre eles acordo?Por esse motivo a escolha do Ministro de louvor e adorao dependemuitssimo do pastor da Igreja que indicar algum no apenas de suaconfiana mas que tambm partilhe de sua viso ministerial. A unidade noministrio da Igreja importante para que satans no aproveite brechas paradestruir a paz e harmonia na Igreja. O Ministro de louvor e adorao, portanto,no independente, nem a rea musical, nem qualquer outra. O ministrio,coeso, deve ter como viso quela descrita em Efsios 4:16: de quem todo ocorpo, bem ajustado e consolidado pelo auxlio de toda junta, segundo a justa

    cooperao de cada parte, efetua o seu prprio aumento para a edificao desi mesmo em amor.

    2. QUEM O MINISTRO DE LOUVOR E ADORAO?

    um crente em Cristo Jesus: pode parecer estranho comear por esse itemmas necessrio. Um Ministro de Msica precisa ser crente em Jesus Cristo eisso significa ter abandonado a vida velha e ter novidade de vida em CristoJesus (2 Corntios 5:17). Tambm implica em no carregar consigo para oministrio as caractersticas prprias do velho homem (Efsios 4:22) como amentira, ira, indignao, maldade, maledicncia, linguagem obscena

    (Colossenses 3:8 e 9) e outros. importante ainda ressaltar que os crentes emCristo devem manifestar o fruto do Esprito Santo e no as Obras da Carne quese manifestam em prostituio, impureza, lascvia, idolatria, feitiarias,inimizades, porfias, cimes, iras, discrdias, dissenses, faces, invejas,bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas (Glatas 5:19-21). Seespera de um Ministro de louvor e adorao que como um crente possa sertestemunho para os demais crentes e que dirigido pelo Esprito Santo de Deusmanifeste amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade,fidelidade, mansido e domnio prprio (Glatas 5:22 e 23).

    um vocacionado para o ministrio cristo:o Ministro de louvor e adoraoprecisa ter conscincia de seu chamado para esse ministrio. Alm da

    conscincia precisa ter atendido a esse chamado como todos ministros deDeus. Da mesma forma que um pastor deixa sua carreira e vai se prepararpara o ministrio no Seminrio assim devem ser os Ministros de louvor eadorao tambm. No Seminrio ele aprender a enxergar a msica como um

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    ministrio, tambm estudar as principais disciplinas teolgicas para que possafazer a ponte entre msica e doutrina e tambm ver a Igreja como um todo eno fragmentadamente a partir apenas da rea musical. Alm da preparao aprpria Igreja deve manifestar esse chamado reconhecendo o escolher deDeus sobre aquela vida. Como vocacionado se espera dele que atenda asqualificaes exigidas na bblia em 1 Timteo 3:2-7 que no servem apenaspara os pastores mas tambm para aqueles que atendem ao chamadoministerial: Ser irrepreensvel... temperante, sbrio, modesto, hospitaleiro, aptopara ensinar, no dado ao vinho, no violento... inimigo de contendas, noavarento... que governe bem a prpria casa, criando os filhos sob disciplina,com todo o respeito... no seja nefito, para no suceder que se ensoberbeae incorra na condenao do diabo... que tenha bom testemunho dos de fora, afim de no cair no oprbrio e no lao do diabo.

    submisso autoridade pastoral:O Ministro de louvor e adorao precisareconhecer a autoridade pastoral e se submeter viso e estilo que o pastorda Igreja tem para dirigir o rebanho. Hebreus 13:17a um texto chave nesserelacionamento entre pastor e Ministro Obedecei a vossos pastores e

    sujeitai-vos a eles. O Ministro de louvor e adorao sempre ser sujeito aopastor da Igreja e baseado nisso trabalhar tanto na preparao dos cultos emunidade com o tema e idia da mensagem como tambm dirigir o ministrioressaltando os mesmos valores que o pastor elegeu como distintivos doministrio da Igreja.

    Tem valores na rea musical: esperado que ele tenha conhecimentosmusicais suficientes para desenvolver o ministrio na Igreja. Isso significa tantoo conhecimento tcnico na rea da msica como a qualidade de ensinar,desenvolvendo a regncia e outros elementos fundamentais para os membrosda Igreja quer em culto quer em estudo. Ter conhecimento bsico em alguminstrumento para acompanhar a congregao tambm importante bem comouma voz adequada para participar das inspiraes musicais e assim despertar

    outros para esse ministrio. Tambm deve saber conduzir a Igreja com nimoe entusiasmo. A capacidade de ensinar novas msicas e assim atualizar oreprtrio da Igreja bem como executar aquelas que fazem parte dapreferncia da Igreja tambm valor esperado e s alcanado por pessoa comqualificao musical.

    Tem viso Ministerial: Ministros de louvor e adorao precisam ser pessoasde viso e isso envolve muitos fatores. O primeiro a atualizao que implicano conhecimento das tendncias, estilos e realidade musical da atualidade. Apartir da ele poder verificar o que possvel aplicar ou contextualizar, sempreem unidade com o ministrio pastoral. Tambm se espera que tenha visopara integrar novas pessoas no ministrio, ajudar os regentes na escolha derepertrio quando necessrio, unir grupos musicais para atividades comuns,promover a atualizao do repertrio da Igreja trazendo msicas inspirativas edoutrinariamente corretas, usar a msica para promover misses, despertar eincentivar talentos musicais na Igreja, promover a boa msica e interagir com opanorama musical tanto dos clssicos como do contemporneo, dando Igrejao sentido que ela deve ter: ser sal e luz no mundo (Mateus 5:13, 14).

    Sabe trabalhar com pessoas: O Ministro de Msica, segundo o Dr. PaigePatterson, atual presidente do SouthWestern Theological Baptist Seminary,precisa ser mais chegado pessoas do que notas musicais (Sermo deformatura da turma de Bacharelato em Msica Sacra em 2003). Isso significaque sua ateno principal est nas pessoas pois sem elas no se faz msicana Igreja. A busca da qualidade nunca pode abafar o valor do indivduo. Assim

    sendo ele precisa ter bom senso, ser pessoa que saiba ouvir, ter discernimentoespiritual para aconselhar e como marca maior precisa ser confivel. Paratanto no se pode admitir que um Ministro de Msica seja fofoqueiro,mexeriqueiro ou que fale alm dos limites da tica, bom senso e vida Crist

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    (Provrbios 11:13, 20:19). Precisa ser amvel, saber valorizar as pessoas eincentiv-las mas tambm ter a sabedoria para orient-las e at mesmo, senecessrio, corrigi-las com a Palavra de Deus.

    3. A IGREJA E O MINISTRO DE LOUVOR E ADORAO

    Depois de falarmos sobre o Ministro de Msica bom tambm entendermos opapel da Igreja nesse processo. Toda Igreja tem uma histria musical e portanto umatendncia. Por isso se manifestam preferncias, estilo e at mesmo um modelo deculto e liturgia. Essa histria precisa ser considerada e respeitada mas no pode demodo algum se tornar um impedimento para o aprendizado e at mesmo para ocrescimento espiritual dos crentes. Aqui entra a pessoa do Ministro de louvor eadorao. Se no houver por parte da Igreja a sensibilidade para aceitar e interagircom aquele que assume este ministrio nunca haver crescimento e nenhumministrio ser bem sucedido. O Ministro de louvor e adorao precisa ser sensvel

    Igreja mas esta tambm precisa ser sensvel a ele. Pensando no papel da Igreja emrelao ao Ministro de louvor e adorao vamos levantar alguns dos principaisproblemas encontrados nessa dinmica e tambm algumas solues:

    Uma Igreja fechada a novas idias:muitas vezes o Ministro encontra umaIgreja que se compara ao solo pedregoso citado por Jesus em Lucas 8:6 Outra caiu sobre a pedra; e, tendo crescido, secou por falta de umidade .Existem idias que so muito boas e merecem ser pelo menos ouvidas.Existem outras que so excelentes e devem ser implementadas. O famosodiscurso aqui isso no funciona ouvido muitas e muitas vezes pelo Ministrode louvor e adorao e com certeza isso gera fadiga e desnimo. Boas idias,ainda que diferentes, devem ser assimiladas e tambm executadas. Fazer issono sinnimo de desprezar o passado ou desrespeitar a histria mas sim dedar a Igreja o dinamismo e excelncia que ela tem por sua misso. Algumaspessoas dizem que so fechadas ao novo por causa da tradio. Uma Igrejapode ser tradicional e ainda assim aberta a novas idias. Lembremos dadefinio de tradio dada por Charles Swindoll: Tradio a f viva dos quej morreram e tradicionalismo a f morta dos vivos. Somos tradicionais e notradicionalistas. Por isso podemos ouvir e aplicar novas idias que venham aacrescentar.

    Falta de respeito e amor: nota-se em algumas Igrejas posies quedesrespeitam o Ministro de louvor e adorao e muitas vezes sodemonstraes de raiva e dio. Dedos em riste, palavras ofensivas, ironia e

    volume da voz so armas que no devem existir em uma Igreja. O Ministro delouvor e adorao deve ser respeitado e amado como um servo de Deus. Comcerteza ele ter falhas como os pastores e demais membros da Igreja tem.Ainda assim merecem o respeito e amor e devem ser ouvidos e consideradosem sua liderana.

    Cimes: esse item est relacionado diretamente ao anterior. As pessoasligadas musica em geral so mais sensveis pois a msica exige delas umamaneira mais emocional de lidar com a vida. E nessa sensibilidade soaflorados sentimentos e posturas que muitas vezes acabam prejudicando orelacionamento com o Ministro de louvor e adorao, entre eles o cime. Ele to prejudicial que a bblia em 1 Corntios 3:3 diz: Porquanto, havendo entrevs cimes e contendas, no assim que sois carnais e andais segundo o

    homem? O cimes acaba transformando um relacionamento construtivo eabenoado em uma disputa entre melhores e piores e entre o novo e o que jexiste. Alguns Ministros de louvor e adorao so recebidos como se fossem

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    intrusos e qualquer opinio ou sugesto encarada como se fosse umataque. A Igreja, e em especial os que labutam na rea musical, precisamaprender a dominar suas emoes e em amor construir um ministrioabenoado.

    Crticas exageradas e incoerentes: Alguns Ministros de louvor e adoraorecebem crticas um tanto quanto exageradas e incoerentes. Exageradasporque fogem do seu controle e incoerentes porque dependem muito do estadode esprito de seus liderados. Se ele rege sempre criticado pois no doportunidade a outros; se coloca outros para reger est fugindo de suaresponsabilidade. Se pede ajuda de outros e compartilha o ministrio estabusando da boa vontade alheia; se no o faz centralizador e egosta. Seinsere novas msicas criticado porque a congregao no as conhece; secoloca msicas conhecidas ento criticado porque no atualiza o repertrio.Se usa hinos criticado pelos que preferem cnticos; se usa cnticos criticado pelos que preferem hinos. Crticas assim fazem com que o Ministro delouvor e adorao se sinta inseguro e demonstram claramente a resistncia daIgreja. Somam-se lista crticas quanto regncia, voz e at aparncia fsica.

    Nenhum Ministro isento de crticas mas a Igreja pode ser mais madura etambm sensvel, deixando de lado o exagero e a incoerncia. Exigncias que fogem ao papel do ministro: tambm comum exigir-se do

    Ministro o que foge sua alada. Agradar a todos uma das exignciasimpossveis. Escolher um repertrio fcil e bonito e que seja aceito por todos outra exigncia impossvel. Levar todos participao exigncia muitosevera: sempre haver algum que no vai cantar, no vai sorrir e nem seenvolver com o culto. No poderemos exigir do Ministro de louvor e adoraoque consiga mudar o corao daqueles que to interessados em suaspreferncias se esquecem da coletividade do Corpo de Cristo.

    Intimidade demasiada ou participao em todos os eventos: muitas vezes cobrado do Ministro uma participao acima de suas possibilidades de tempo

    e agenda como estar presente em todos os ensaios de todos os grupos,participar de agendas sociais que coincidem com programaes da Igreja eoutros. Tambm se exige do Ministro uma intimidade que s vezes impossvel. Chega-se a confundir amizade com ministrio e logo situaes queno so referentes ao ministrio acabam gerando conflitos. O Ministro deverter tempo para seu cnjuge e filhos e sua maior intimidade ser exatamentecom eles. Tambm precisar de tempo para preparao de cultos, estudo epreparao espiritual sem contar com as reunies de ministrio e at mesmo oseu papel como conselheiro e administrador da msica. Assim sendo necessrio que se compreenda os limites de tempo e abrangncia do Ministrode louvor e adorao.

    Com certeza existem muitos outros temas relacionados ao Ministrio de louvore adorao mas esses nos ajudam a olhar para essa rea ministerial com olhos maisconscientes no apenas do papel do ministro mas tambm do nosso como Igreja deJesus Cristo.

    Guilherme de Amorim villa Gimenez

    Novembro de 2009